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SINOP-MT
2015
ADMILSON DE OLIVEIRA BESERRA
SINOP – MT
2015
AGRADECIMENTOS
Em primeiro a minha família, aos meus pais que sem seus esforços e apoio este
momento não seria possível. Liliani Bandeira de Araújo obrigado pelo companheirismo e
cumplicidade nessa caminhada. A todos os professores que tive a oportunidade de ter pela
vida escolar e acadêmica, cada um de vocês foram de suma importância para que este
momento chegasse em minha vida, em especial a minha orientadora Profª Luanna Ferreira
Fasanelo Gomes, pessoa que admiro e agradeço por tudo que pude aprender com você.
Jeana Pereira da Silva, obrigado pela ajuda e companheirismo. A Teresa de Oliveira
Beserra e Jarley Gomes, Vivaldo Bandeira de Araújo e Maria Helena de Souza obrigado pela
recepção e ajuda.
Aos funcionários do Hospital Veterinário da UFMT-Sinop, aos médicos veterinários
Ana Lúcia Vasconcelos, Eduardo Ferreira Farias, e em especial ao Alexandre Nascimento
Farias. Agradeço também Marcelo Gava e Paulino Pereira.
A todos que tive a oportunidade de conhecer e acompanhar durante o estágio, Prof º
Stefano Carlo Filippo Hagen, M.V Silvana Maria Unruh, M.V Luciane Maria Kanayama,
M.V. Richard da Rocha Filgueiras, M.V Bianca Lorenzetti Ampessan.
BESERRA, Admilson de Oliveira. ASPÉCTOS RADIOGRÁFICOS E
ULTRASSONOGRÁFICOS DE CÃES COM DISPLASIA COXOFEMORAL. 2015. XX
folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) –
Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop. 2015.
RESUMO
Este trabalho foi dividido em dois experimentos, o experimento 1, onde 5 animais displásicos
foram avaliados quanto a displasia coxofemoral entre novembro de 2012 e julho de 2013 e
avaliados novamente em agosto de 2014 para acompanhar a progressão das alterações
radiográficas da displasia coxofemoral dos animais, estes não foram submetidos a nenhum
tipo de tratamento para a doença. Experimento 2, onde os mesmos animais foram submetidos
a ultrassonografia das articulações coxofemorais, e comparadas com as radiografias obtidas
em agosto de 2014. No experimento 1 os animais tiveram agravamento das alterações
radiográficas, a displasia bilateral foi observada em todos os animais. Quando comparadas as
imagens ultrassonográficas com as radiográficas, 18 avaliações foram semelhantes à
ultrassonografia e a radiografia. Concluindo que animais não tratados podem ter piora dos
sinais radiográficos, e que o uso da ultrassonografia pode auxiliar na avaliação de alterações
articulares causadas pela displasia coxofemoral, porém o diagnóstico continua sendo melhor
realizado pela radiografia.
ABSTRACT
This study was divided in two experiments, the experiment 1, where 5 dysplastic animals
were evaluated for hip dysplasia between November 2012 and July 2013 and evaluated again
in August 2014 to monitor the progression of radiographic changes of hip dysplasia of the
animals, they have not undergone any treatment for the disease. Experiment 2, where the
animals were subjected to ultrasound of the hip joints, and compared with radiographs
obtained in August 2014. In experiment 1 the animals had aggravation of radiographic
alterations, bilateral dysplasia was observed in all animals. When comparing the ultrasound
images with radiographic, 18 reviews were similar to ultrasound and radiography. Concluding
that untreated animals can have negative development of dysplastic condition, and that the use
of ultrasound can assist in the evaluation of articular changes caused by hip dysplasia, but the
diagnosis is still best done by radiography.
1.1. INTRODUÇÃO
No período de 01 de Setembro a 31 de Outubro de 2014, o local de realização do
estágio curricular supervisionado foi o setor de diagnóstico por imagem do Hospital
Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
(FMVZ-USP), (Figura 1) totalizando 344 horas. A escolha pelo local deu-se pela grande
casuística e pelo grande reconhecimento da FMVZ-USP como instituição de ensino e
pesquisa.
1.6 CASUÍSTICA
No período de 01 de Setembro a 31 de Outubro, foram acompanhados 145 exames
ultrassonográficos (Figura 4), destes o maior número de espécies atendidas foi a canina com
68% (99/145) seguida da felina com 16% (24/145). O sistema digestório foi o sistema com
maior número de exames acompanhados 30% (44/145), seguido do sistema reprodutor com
27% (39/145) (Quadro 1). Como principal alteração encontrada no sistema digestório a
gastrite foi diagnosticada em 20 animais, no sistema urinário, a alteração mais encontrada foi
a cistite com 13 animais diagnosticados, o linfoma foi a principal alteração encontrada no
sistema linfático/circulatório com 11 animais, no sistema locomotor 7 animais foram
diagnosticados com tendinite sendo essa a alteração mais encontrada, o sistema respiratório
teve como principal alteração pleurite encontrada em 4 animais, no sistema reprodutor 18
animais foram diagnosticados com suspeita de piometra, esta foi a alteração mais encontrada
nesse sistema (Quadro 2).
15
Ultrassonografias
Diagnóstico/suspeita Canina Felina Caprina Ovina Equina Bovina Muar Total
Sistema Digestório
Gastrite 13 7 0 0 0 0 0 20
Enterite 9 2 0 0 0 0 0 11
Corpo estranho intestinal 5 0 0 0 0 0 0 5
Acidose láctica ruminal 0 0 1 0 0 0 0 1
Sem alteração 7 0 0 0 0 0 0 7
Sistema Urinário
Cistite 9 4 0 0 0 0 0 13
Alterações renais 5 5 0 0 0 0 0 10
Urolitíase 0 0 1 0 0 0 0 1
16
Sistema Linfático/Circulatório
Linfoma 9 2 0 0 0 0 0 11
Trombose 1 1 0 0 0 0 0 2
Sem alteração 4 0 0 0 0 0 0 4
Sistema Locomotor
Tendinite 0 0 0 1 5 0 1 7
Ruptura de ligamento cruzado 2 0 0 0 0 0 0 2
Sistema Respiratório
Tumor intratorácico 2 0 0 0 0 0 0 2
Pleurite 0 0 0 0 4 0 0 4
Sistema Reprodutor
Piometra 18 0 0 0 0 0 0 18
Funiculite 0 0 0 0 6 0 0 6
Diagnóstico de gestação 5 1 0 0 0 0 0 6
Avaliação fetal 5 2 0 0 0 0 0 7
Involução uterina 0 0 0 0 1 1 0 2
Sem alteração 5 0 0 0 1 0 0 6
Total 99 24 2 1 17 1 1 145
Radiografias
Diagnósticos/suspeita Canina Felina Aves Ovina Total
Cabeça e coluna
Fraturas de mandíbula 11 3 0 0 14
Alterações congênitas de coluna 8 0 0 1 9
Sinusite 6 4 0 0 10
Tórax
Cardiomegalia 4 2 0 0 6
Edema pulmonar 9 4 0 0 13
Pneumonia 12 0 0 0 12
Nódulos intratorácicos 17 4 0 0 21
Sem alterações 32 0 0 0 32
18
Abdome
Corpo estranho abdominal 4 1 0 0 5
Fecaloma 1 0 0 0 1
Cálculo vesical 1 0 0 0 1
Membros
Fraturas de membros 14 3 3 0 20
Displasia coxofemoral 8 0 0 0 8
Alterações congênitas em
membros 4 0 0 0 4
Acompanhamento pós cirúrgico 12 2 0 0 14
Sem alterações 6 0 0 0 6
Total 149 23 3 1 176
2.1. INTRODUÇÃO
O estágio curricular supervisionado foi realizado no período de 03 de Novembro de
2014 a 12 de Dezembro de 2014, totalizando 160 horas. O local escolhido para a realização
do estágio foi o Hospital Veterinário Dr. Antônio Clemenceau (HVC) (Figura 6), na cidade
de Brasília, Distrito Federal. O estágio foi realizado no setor de ortopedia e neurocirurgia
veterinária do HVC.
A escolha do local e área de estágio se deu pelo fato de a instituição e o supervisor
possuírem renome a nível nacional, refletindo a qualidade e seriedade do trabalho, ainda por
ser uma instituição privada, deste modo conhecendo a dinâmica de uma instituição privada,
haja visto que o outro estágio foi realizado em uma instituição pública.
2.6. CASUÍSTICA
No período do estágio foram acompanhadas 58 consultas clínicas, destas 14% (8/58)
foram consultas neurológicas, e 86% (50/58) consultas ortopédicas (Figura 7). Entre as
22
consultas neurológias o diagnóstico mais encontrado foi hidrocefalia com 27% (3/11),
seguido de neoplasia intracraniana e síndrome vestibular ambas com 18% (2/11). A espécie
mais atendida foi a canina com 82% (9/11) dos atendimentos, o Quadro 5 mostra a
correlação entre os diagnósticos das consultas neurológicas e a distribuição entre as espécies.
As consultas ortopédicas somaram 50, destas o diagnóstico mais encontrado foi o de luxação
patelar, com 22% (11/50), o Quadro 6 mostra a distribuição dos diagnósticos nas consultas
ortopédicas e distribuição entre as espécies.
3.1. REVISÃO
O linfoma ou linfossarcoma é um tumor linfoide que se origina em órgão
hematopoético sólido, como linfonodo, baço ou fígado (COUTO, 1992). É a neoplasia
hematopoiética mais comum em cães, 33 casos a cada 100.000 animais (JACOB, et al., 2002;
FOURNELL-FLEURY, 2002). É uma doença considerada multifatorial, sem aparente
envolvimento de agentes químicos ou virais (GAZZAVA, et al., 2001). O linfoma não tem
predição por sexo, e acomete cães com idade média de 6,3 anos – 7,7 anos (TESKE, 1994). O
linfoma é classificado de acordo com a região anatômica a qual acomete, e contempla as
seguintes categorias: multicêntrico, alimentar, mediastínico, cutâneo e extranodal. A
apresentação multicêntrica é a mais comum, ocorrendo em até 68,8% dos casos (MORENO E
BRACARENSE; 2007), afetando linfonodos superficiais e profundos, baço, fígado, tonsilas e
medula óssea. O animal apresenta linfonodomegalia generalizada, que muitas vezes não é
acompanhada de sintomatologia, sintomas que podem incluir: anorexia, letargia, febre, perda
de peso (COUTO, 2006; JACOB, et al, 2002).
A forma alimentar é quando a neoplasia acomete o trato gastrointestinal ou linfonodos
mesentéricos (COUTO, 1992) acometendo o tecido linfoide intestinal. Clinicamente, cães
com linfoma alimentar desenvolvem síndrome de má-absorção, esteatorréia, diarréia e
caquexia.
25
a b
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio curricular supervisionado é de extrema importância para que o aluno coloque
em prática os conhecimentos adquiridos durante o período do curso. É uma oportunidade de
conhecer uma realidade diferente daquela que vivemos durante a graduação, comparar e
aprender novas técnicas das já conhecidas, um período de adaptação à nova realidade que o
aluno se deparará no mercado de trabalho. Foi uma excelente oportunidade de conhecer a
dinâmica de uma instituição privada e de uma instituição pública de ensino de grande renome
nacional e internacional, conhecer quais limitações cada uma tem e como lidam com essas
limitações.
A identificação maior com o estágio na área de diagnóstico por imagem deu-se pelo fato
de maior concentração na área, como monitorias e iniciação científica, a área de ortopedia foi
de grande valia, pois foi possível acompanhar procedimentos nunca acompanhados antes e
compreender melhor os procedimentos que os animais serão submetidos após a realização de
um exame de diagnóstico por imagem.
30
5. REFERÊNCIAS
COUTO CG. Linfoma no cão e no gato. In: NELSON RW, COUTO CG. Medicina interna
de pequenos animais. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p.882-889.
COUTO, C.G. Moléstias dos linfonodos e baço. In: ETTINGER, S.J. Tratado de medicina
interna veterinária. 3.ed. São Paulo: Manole, 1992. 2557p. Cap.115. p.2328-2348.
COUTO, C.G. Oncologia. In: NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina Interna de
Pequenos Animais. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
FARIA, K.L. A Utilização da Ultrassonografia Abdominal Como Auxílio no Linfoma
Multicêntrico em Cães. 2011. 50 f. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária).
Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
FOURNELL-FLEURY, C. et al. Canine T-cell lymphomas: a morphological, immunological,
and clinical study of 46 new cases. Veterinary Pathology,v. 39, p. 92-109, 2002.
FROES, R.T. Utilização da Ultra-sonografia em cães com suspeitas de neoplasias do
Sistema digestório (Fígado, Intestino e Pâncreas). 2004. 155f. Tese (Doutorado).
Universidade de São Paulo- Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo.
GAVAZZA, A.; PRESCIUTTINI, S.; BARALE, R.; LUBAS, G.; GUGLIUCCI, B.
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by dog owners. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 15, n. 3, p. 190-195, 2001.
JACOBS, R. M.; MESSICK, J. B.; VALLI, V. E. Tumors of the hemolymphatic system. In:
MEUTEN, D. J. Tumors in domestic animals. 4. ed. Iowa: Iowa State Press, 2002. p. 19-
198.
KEALY, J.K; MCALLISTER. H; GRAHAM, J. Radiologia e ultrassonografia do cão e do
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al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 594p.
MORENO, K; BRACARENSE, A.P.F.R.L. Estudo retrospectivo de linfoma canino no
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44, suplemento, p. 46-52, 2007.
TESKE, E. Canine malignant lymphoma: a review and comparison with human non-
Hodgkin’s lymphoma.Veterinary Quarterly, v. 16, n. 4, p. 209-219, 1994.
THRALL, D.E. Diagnóstico de radiologia veterinária/ [editor] Donald E. Thrall: [tradução
Renata Scavone de Oliveira... et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
VIEIRA, M.M.F.S.L. Linfoma canino e em espécies exóticas. 2008. 122f. Dissertação
(Mestrado). Universidade Técnica de Lisboa- Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa.
31
1. INTRODUÇÃO
A displasia coxofemoral é uma das principais doenças articulares que acometem cães,
principalmente raças de grande porte e gigantes, cães de raças pequenas podem ser
acometidos, porém a incidência é bem menor. É uma alteração do desenvolvimento da
articulação coxofemoral, envolve ausência de conformidade entre a cabeça femoral e o
acetábulo caracterizada pela instabilidade da articulação coxofemoral, geralmente bilateral,
podendo observar subluxação ou luxação da cabeça femoral em pacientes jovens e doença
articular degenerativa em pacientes mais idosos (TODHUNTER e LUST, 2003;
PIERMATTEI et al., 2009; MÄKI et al., 2002; ZHU et al., 2009).
2. REVISÃO DE LITERATURA
A displasia coxofemoral é uma doença de etiologia multifatorial, inúmeros
tratamentos são descritos para essa enfermidade, tratamentos cirúrgicos, utilização de
condroprotetores, e fisioterapia. O exame radiográfico é o método de escolha para o
diagnóstico, outros meios de auxílio ao diagnóstico são a ultrassonografia, tomografia
computadorizada, ressonância magnética, outros métodos como análise cinética e cinemática
tem sido estudadas para o auxílio no diagnóstico (GINJA et al., 2005).
2.1. ETIOLOGIA
Para explicar as causas da displasia coxofemoral, duas amplas hipóteses foram
propostas: frouxidão da articulação coxofemoral, que pode resultar em instabilidade da
articulação; e progressão anormal da ossificação endocondral em múltiplas articulações. Essas
33
condições não são mutuamente exclusivas, ambas podem criar um ambiente mecânico
anormal da articulação levando a DAD (TODHUNTER e LUST, 2003).
Como citado por Kapatkin et al. (2002), a patogenia da displasia coxofemoral tem na
sua origem fatores não genéticos e genéticos, os quais estão sendo estudados desde 1935
quando Schenelle relatou a doença pela primeira vez em cães.
Carneiro et al. (2006) observaram ao exame radiográfico de cães da raça Dog Alemão
tratados com restrição alimentar, indícios de displasia coxofemoral em 28,6% dos animais do
grupo com alimentação restrita, ao passo de que animais tratados com alimentação a vontade
revelaram 57,1% de indícios de displasia, concluindo assim que a superalimentação influencia
na evidenciação de displasia coxofemoral de animais predispostos, e que a restrição alimentar
pode ser utilizada como método preventivo da severidade da displasia coxofemoral. Smith et
al. (2006) em um estudo com Labradores Retrievers observaram que o grupo com restrição
alimentar desenvolveu DAD em média aos 12 anos de idade ao passo que animais sem a
restrição alimentar desenvolviam sinais de DAD em média aos 6 anos de idade, concluíram
que a restrição alimentar retarda complicações da DAD em animais displásicos. Kealy et al.
(2000) em um estudo semelhante com cães da mesma raça concluíram que a DAD em cães
com restrição alimentar tem seus efeitos minimizados. A superalimentação não causa a
displasia, apenas maximiza a manifestação do traço genético de animais susceptíveis. O
mecanismo da interferência nutricional ainda é desconhecido, pode ser simplesmente a
mecânica, onde maximizar o crescimento permite inferir a carga máxima sobre quadris
suscetíveis (TODHUNTER e LUST, 2003).
Steinetz et al. (1987), associaram a relaxina presente no leite materno de cadelas, a
evidenciação de displasia em cães predispostos. Goldsmith et al. (1994) postularam que a
relaxina pode ser transferida do leite materno através da sucção para filhotes recém-nascidos,
a relaxina presente no soro de cadelas Golden Retrievers displásicas perdura durante toda a
lactação, e em cadelas não displásicas ela é detectável apenas nas duas primeiras semanas de
lactação. A relaxina atua distendendo os tecidos conjuntivos da articulação coxofemoral, esse
efeito causaria a flacidez excessiva da capsula articular e ligamentos da articulação o que
precede o desenvolvimento de displasia coxofemoral em cães geneticamente predispostos.
Spain et al. (2004) investigavam os riscos associados a gonadectomia em cães,
observaram que cães submetidos a cirurgia antes dos 5,5 meses de idade, a incidência de
displasia foi de 6,7% e a média de diagnóstico foi de 33 meses, cães gonadectomizados com
idade superior a 5,5 meses de idade a incidência de displasia foi de 4,7% com média de
diagnóstico aos 44 meses.
34
2.2. DIAGNÓSTICO
A apresentação clínica da displasia coxofemoral é variável e muitas vezes pouco
específica. Entre os sinais da displasia estão anormalidades de marcha, o passo pode
apresentar-se mais curto ou mais comprido, andar de coelho, dificuldade em subir escadas ou
saltar sobre obstáculos (FRY e CLARK, 1992; GINJA et al.,2009). Os sinais clínicos nem
sempre tem correlação com as alterações radiográficas (FRIES e REMEDIOS, 1995; GINJA
et al., 2009).
Podemos dividir os animais em dois grupos, no primeiro, animais com menos de um
ano de idade, estes apresentam uma súbita redução da atividade, evidência de dor e
claudicação nos membros pélvicos, que ficam mais evidenciadas com exercício vigoroso ou
pequenos traumas (FRY e CLARK, 1992; FRIES e REMEDIOS, 1995). A dor está
relacionada com o derrame sinovial, estiramento da capsula articular, microfraturas e
distúrbios no suprimento sanguíneo da região proximal do fêmur (PRIEUR, 1980).
No segundo grupo estão os animais adultos, estes têm os sinais clínicos secundários a
DAD, que tem a piora dos sintomas após exercícios mais vigorosos, ou desuso do membro,
crepitação articular, atrofia da musculatura pélvica e diminuição da amplitude de movimentos
(GINJA et al., 2005; DASSLER, 2003; EDGE-HUGHES, 2007).
Animais displásicos ao serem pressionados no dorso não suportam a pressão durante muito
tempo e tendem a sentar (FRY e CLARK, 1992).
O teste de Ortolani é usado para determinar se há lassidão articular, o teste é realizado
com o animal em decúbito lateral, o examinador segura com uma das mãos o joelho do animal
e a outra mão apoiada sobre região pélvica com o polegar apoiado sobre o trocânter maior do
fêmur, o membro do animal é colocado perpendicularmente ao eixo longo do animal, e faz-se
pressão no sentido proximal do membro e depois realiza-se a abdução do membro, se durante
a abdução o examinador perceber um som (click) o exame é interpretado como sinal positivo
(FRIES e REMEDIOS, 1995; GINJA, et al., 2005). A pressão no sentido proximal do fêmur
causa a subluxação dorsal da cabeça do fêmur e a abdução causa a redução, resultando assim
no som (GINJA et al., 2005).
Figura 1. Classificação dos graus de displasia coxofemoral utilizados pelo CRBV. A partir do
grau C o animal é considerado displásico. Adaptado de Associação Brasileira de Radiologia
Veterinária.
2.3. TRATAMENTO
O tratamento da displasia coxofemoral tem como objetivo diminuir a dor e estabelecer
um apoio melhor dos membros. Opções de tratamento conservativo ou cirúrgico dependem do
grau de displasia e resposta ao tratamento escolhido anteriormente (ABERCROMBY, 2011).
3. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo acompanhar a evolução das alterações radiográficas
de cães com displasia coxofemoral, não submetidos a tratamento, em um período de
aproximadamente 1 ano.
Comparar as alterações radiográficas e ultrassonográficas de cães com displasia
coxofemoral.
4. MATERIAIS E MÉTODO
Este trabalho foi dividido em dois experimentos, o experimento 1, onde 5 animais
displásicos foram avaliados quanto a displasia coxofemoral entre novembro de 2012 e julho
de 2013 e avaliados novamente em agosto de 2014 para acompanhar a progressão das
alterações radiográficas dos animais. Experimento 2, onde os mesmos animais foram
submetidos a ultrassonografia das articulações coxofemorais, e comparadas com as
radiografias obtidas em agosto de 2014.
39
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Experimento 1
Ao comparar as imagens radiográficas de 2012/2013 com as de 2014 (Quadro 1) foi
encontrada a bilateralidade e simetria da displasia coxofemoral em 4 cães e bilateralidade e
assimetria de displasia em um animal. A evolução de Grau de displasia também foi observada
nos animais. Torres et al. (1999), relataram a bilateralidade em graus semelhantes e diferentes
da displasia coxofemoral, em estudo realizado com pastores alemães. Barros et al. (2008)
também relatou a bilateralidade da doença em seu estudo, assim também encontrou MELO et
al. (2013).
Na avalição e comparação dos outros parâmetros encontramos que todos os animais no
período de estudo sofreram uma piora das alterações radiográficas estudadas, a piora do
quadro pode estar relacionada ao fato dos animais não terem sidos submetidos a nenhum
tratamento desse modo a doença evolui e tende a piora conforme a idade do animal avança
(SMITH, et al. 2006), no histórico dos animais os proprietários não relataram nenhum fator
que pudesse contribuir com a piora do quadro, como exercícios vigorosos e aumento de peso.
43
Grau de displasia Grau de deformação Grau de deformação Grau de DAD
coxofemoral de cabeça e colo Acetabular
femoral
ANIMAL 1
Articulação C D Leve Moderada Leve Leve Leve Moderada
Direita
ANIMAL 2
Articulação C D Leve Moderada Leve Moderada Leve Moderada
Direita
ANIMAL 3
Articulação E E Severa Severa Moderada Severa Moderada Severa
Direita
ANIMAL 4
Articulação E E Severa Severa Severa Severa Severa Severa
Direita
ANIMAL 5
Articulação C D Moderada Severa Modera Moderada Moderada Moderada
Direita
Articulação D D Leve Moderada Leve Moderada Leve Leve
Esquerda
a b
seleção para reprodução de animais negativos para a doença. Tais achados radiográficos
também foram observados por Melo et al. (2013), que acompanharam animais submetidos a
exercícios. Essas características radiográficas mostram o efeito biomecânico da doença, onde
diferentes animais respondem de forma bem similar as agressões causadas pela displasia
coxofemoral.
Melo et al. (2013) em seu estudo acompanharam 6 animais displásicos submetidos a
exercícios físicos comparando com animais displásicos não submetidos a exercícios em um
período de 8 anos, concluíram que a atividade física não é um fator de progressão da doença e
que a prática de exercício físico supervisionado por profissionais traz benefícios a articulação
do animal. Impelizzeri et al. (2000) acompanharam animais displásicos antes e após redução
de peso corporal, concluíram que a perda de peso pelos animais tem resultados positivos sob a
melhora clínica do animal. Os animais deste estudo não foram submetidos a tratamentos
cirúrgicos, restrições alimentares, tratamento medicamentoso assim como nenhum outro
tratamento durante o período em que foram acompanhados, estes tiveram evolução negativa
durante o período, isto mostra que animais displásicos que não recebem nenhum tipo de
tratamento podem ter evolução negativa com o passar do tempo.
5.2. Experimento 2
Ao comparar os itens avaliados ao exame radiográficos e ultrassonográficos,
houveram 18 classificações semelhantes das alterações ao exames radiográfico com o
ultrassonográfico, sendo apenas 12 avaliações com classificação diferente (Quadro 2).
As articulações estudadas ao ultrassom, apresentaram espessamento de capsula
articular, este espessamento foi observado em todos os animais. A ultrassonografia para o
diagnóstico da DAD tem sido usada em muitos estudos, na sua maioria em filhotes nas
primeiras semanas de vida como método de diagnóstico precoce em cães tem sido utilizada
(ROCHA e TORRES, 2007; OHLERTH et al., 2003). Alterações que a displasia coxofemoral
causa, como sinovite, aumento de fluído sinovial, alterações em cartilagem, não podem ser
visualizadas pelo exame radiológico, mas essas alterações podem ser detectadas pelo uso do
ultrassom (RADEMACHER et al., 2005).
46
fornecer informações sobre a superfície óssea e tecidos moles adjacentes. Ainda afirma que é
um método para avaliar a DAD, detectar a presença de derrame articular, espessamento de
capsula articular, defeitos da cartilagem e ainda detectar lise óssea.
O uso da ultrassonografia no diagnóstico de DAD, não substitui o uso da radiografia,
cada método possuiu suas vantagens e desvantagens e o uso das técnicas juntas trazem um
maior número de informações sobre a forma e gravidade da doença (QVISTGAARD, et al.,
2006).
2
1 2 3
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Animais displásicos que não recebem nenhum tipo de tratamento, podem desenvolver
a piora dos sinais radiográficos.
O uso da ultrassonografia é um método que não expõe os animais a radiação ionizante,
mostra uma imagem da articulação quase em tempo real, seu uso auxilia nas avaliações de
lesões articulares causadas pela displasia coxofemoral.
O uso da radiografia combinado a ultrassonografia, traz informações mais detalhadas
da condição articular coxofemoral.
Mais estudos devem ser realizados para padronizar medidas e métodos de uso para a
ultrassonografia para o diagnóstico da displasia coxofemoral em cães.
49
7. REFERÊNCIAS
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