Você está na página 1de 16

Publicado em 23.01.

2019

1
A Mahle Metal Leve, Companhia fabricante de autopeças com posição de
destaque global, presente em nossa carteira Dividendos desde o ano passado,
é um exemplo de empresa que tem trazido muitos bons resultados aos
nossos leitores que seguiram a recomendação desde o início.

Até aqui, a empresa acumula um desempenho bastante positivo desde nossa


recomendação, em 18/04/2019, com uma rentabilidade acumulada
(considera valorização + dividendos) de mais de 50%, contra apenas 23% do
Ibovespa, superando o índice com muita folga.

2
Fonte: Economatica

Quando iniciamos a recomendação de Metal Leve, tratava-se de uma


oportunidade muito clara na nossa visão, uma vez que a empresa negociava
com uma grande margem de segurança ante seu preço justo, com múltiplos
ainda atrativos, e um Yield projetado de mais de 8%, o que a colocava entre
os maiores Yields da Bolsa.

Durante esses meses, em alguns momentos, a Companhia apresentou uma


performance fraca, em termos de rentabilidade, o que levou alguns de nossos
leitores a se questionarem se realmente tratava-se de uma boa oportunidade,
mas aqueles que aproveitaram para elevar posição colhem hoje bons frutos.

Os resultados da empresa, apesar da pressão negativa oriunda,


principalmente, da grave crise da argentina e da desaceleração na Europa,
ainda assim não decepcionaram, e a empresa se manteve, ao longo de 2019,
com uma Margem Ebitda de quase 19%, e pagando proventos atrativos, fruto
de sua forte geração de caixa.

3
Na prática, o investidor que comprava Metal Leve ganharia não apenas um
fluxo de dividendos bastante robusto, como também um potencial relevante
de ganho de capital, uma vez que essa Companhia negociava bem abaixo de
seu valor intrínseco, e tudo isso dentro de uma operação global, que tem
parte de sua receita dolarizada, dentro de um grupo de grande solidez e
expertise no segmento, que é o grupo alemão Mahle.

Apesar da ótima performance dos papéis até aqui, consideramos que a Metal
Leve continua representando uma boa oportunidade, e com perspectivas
futuras bastante positivas, que deve continuar permitindo à empresa entregar
bons dividendos aos acionistas e expandindo seus resultados.

Desse modo, de forma a refletir a realidade atual de menor custo de capital,


bem como permitir que nossos assinantes tenham mais opções de empresas
abaixo do preço-teto sem precisar abrir mão de um Yield atrativo, decidimos
elevar o preço-teto de Metal Leve (LEVE3) para R$ 34,00, preço este que
ainda garante boa margem de segurança e um Yield atrativo de 6%.

Tal reajuste decorre, principalmente, de uma atualização de nossas premissas


em nossos modelos de valuation, em que chegamos, agora, a um preço justo
de R$ 40,96 para Metal Leve (LEVE3), ante R$ 33,80 de nosso valuation
anterior, oriundo especialmente da redução de 1 p.p na WACC (custo médio
ponderado de capital) real.

Neste preço de R$ 34,00, ainda temos uma margem de segurança de


aproximadamente 20% ante o nosso novo preço justo, o que consideramos

4
uma margem de segurança adequada. O potencial upside (potencial de
valorização) ante o preço de fechamento de ontem é de 29,5%,
representando também uma boa oportunidade para ganho de capital.

Abaixo, detalhamos um pouco mais de nossas premissas utilizadas no


modelo:

 Crescimento real do faturamento por 10 anos: 2,5% ao ano (próximo


ao crescimento do PIB global).

 Crescimento na perpetuidade: 2% (também próximo ao crescimento


do PIB global).

 Margem Ebitda: 18% (considera ganhos de eficiência na produção e


desenvolvimento de produtos de maior valor agregado).

 Capex/Depreciação: 105% (Próximo de 3,3% da Receita Operacional


Líquida.).

 Capital de giro: Igual à média dos últimos 5 anos.

 Beta: 0,03 (Média dos últimos 5 anos).

 WACC real: 7% (351 bps acima da NTN-B longa.

5
Abaixo, é possível observar nossa expectativa de fluxos para a Metal leve até
2028:

Fonte: Economatica e Suno Research

Cabe reforçar que o Yield projetado nesses preços é de 6%, o que é


aproximadamente 250 bps acima da NTN-B longa, e representa
aproximadamente 134% do CDI atual, o que também se configura uma
excelente opção para quem visa dividendos, e se encaixa perfeitamente
também no método Bazin.

Por fim, vale frisar que, em 2020, a expectativa é que a nova tecnologia
desenvolvida pela equipe de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) da Metal

6
Leve, que eleva a produção de etanol nas dornas de produção, o MBE2, passe
a contribuir com a geração de caixa, o que, somado com o aumento do PIB
brasileiro projetado, agora próximo de 2,3%, e também um possível
reaquecimento do mercado argentino, devem contribuir para resultados
positivos da Metal Leve em 2020.

A empresa também trabalha ativamente no desenvolvimento de novos


produtos, com maior valor agregado, nos quais sua área de P&D direciona
constantemente esforços, e conta com a expertise de todo o grupo de P&D
do Grupo Mahle, que encontra-se na vanguarda do desenvolvimento
tecnológico do setor de autopeças.

A expectativa é que novos produtos sejam adicionados ao mix da empresa ao


longo de 2020, que devem possibilitar incremento gradual de margens e
fortalecer as vendas.

Seguimos confiantes com o case de Metal Leve, e vemos uma boa


oportunidade nos papéis da empresa para quem busca dividendos atrativos e
ainda uma possibilidade de ganho de capital.

7
A EDP Grid, empresa detida pela Energias do Brasil (ENBR3), que é
responsável pela operação dos segmentos de energia solar, eficiência
energética e mobilidade elétrica, anunciou que obteve autorização do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para realizar a aquisição
de ativos de geração distribuída da Léros Geradora.

De acordo com o comunicado, essa operação foi aprovada sem restrições


pelo órgão regulador, segundo o despacho publicado no Diário Oficial da
União desta quarta-feira (22).

Segundo parecer do Cade, a transação engloba quatro sistemas de geração


distribuída que ainda não operam na cidade de Taubaté, em São Paulo, e, até
o momento, não foi informada a capacidade das instalações.

A aquisição dos ativos da Leros foi definida como “uma oportunidade para o
Grupo EDP desenvolver novos projetos de geração fotovoltaica no Brasil,
expandindo o seu parque de geração renovável e atraindo novos clientes”,
segundo os documentos entregues ao Cade, sem citar os valores envolvidos
na transação.

Miguel Setas, CEO da EDP Brasil, havia afirmado à agência de notícias Reuters,
em junho de 2019, que a companhia estava buscando oportunidades de
compra no segmento de geração distribuída de energia, o qual tem crescido
de forma acelerada e apresenta excelentes perspectivas no mercado.

8
O Brasil registrou, no ano passado, a instalação de 1,3 gigawatts em novos
sistemas com a tecnologia de geração distribuída solar, tornando a fonte o
segundo maior crescimento no mercado local em 2019, ficando atrás das
hidrelétricas, mas sendo superior a parques eólicos e de usinas solares de
grande porte.

Abaixo, vemos a forte evolução do número de instalações de GD (Geração


distribuida) nos últimos anos.

Atualmente, a potência instalada em geração distribuída solar no País é de 2


gigawatts, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel).

9
De acordo com players que atuam com geração distribuída, a expectativa é
que o crescimento deste segmento continue acelerado.

A EDP, inclusive, trabalha com o foco de longo prazo de substituir seus ativos
termelétricos por geração distribuída, sendo que a empresa trabalha com um
range de longo prazo, para até 2030, de ter algo próximo de 25% de seu
Ebitda proveniente desta modalidade.

Isso é bastante positivo para a empresa no longo prazo, em termos de


rentabilidade e potencial de geração de caixa, tendo em vista que a operação
de GD possui naturalmente uma elevada rentabilidade, com margens Ebitda
que chegam a superar os 80%, bem superior às margens, próximas de 30% a
35%, da operação térmica atual da Companhia.

A gestão da EDP Energias do Brasil está constantemente avaliando


oportunidades neste mercado, além de também estar monitorando o
mercado secundário de transmissão, onde também existem grandes
oportunidades, devido à elevada fragmentação do mercado.

Tanto o setor de geração distribuída quanto o de transmissão são setores de


elevada rentabilidade, e que devem auxiliar na geração de valor aos acionistas
no longo prazo, bem como aumentar a distribuição futura de dividendos.

10
Após uma valorização de quase 57% das ações da empresa em 2019, a EDP
Energias do Brasil, ainda assim, continua atrativa, em termos de valuation.

Atualmente, a EDP Energias do Brasil é negociada a um EV/Ebitda esperado


para 2020 de 6,5 vezes, o que a mantém como um dos players mais baratos
do setor, mesmo após as recentes valorizações.

A empresa negocia com bom desconto ante alguns dos principais players do
setor, o que entendemos que também não seja adequado, tendo em vista
que a ENBR3 possui um portfólio diversificado, bastante rentável e com
excelentes perspectivas com a entrada das operações de transmissão.

Fonte: Suno Research

Se considerarmos um múltiplo de 7,5 vezes EV/Ebitda para a ENBR3, o que


consideramos adequado, mais próximo às médias históricas dessa
Companhia, e, ainda assim, com um desconto ante outros players do setor, a

11
empresa teria de negociar a R$ 29,35, aproximadamente, o que, por si só, já
representaria um upside de quase 30%.

Já no modelo de Fluxo de Caixa descontado (FCD), chegamos a um preço justo


de cerca de R$ 31,00 para a empresa, também demonstrando uma elevada
margem de segurança.

Dessa forma, por conta de um valuation bastante atrativo, bem como pelas
perspectivas bastante positivas para a empresa, que deve elevar sua geração
de caixa e lucros operacionais de forma relevante nos próximos anos, com a
entrada da operação dos segmentos de transmissão, bem como pela revisão
tarifária positiva que a empresa teve nos ativos de distribuição, que deverão
elevar o Ebitda, em termos reais, em até 45% até 2022, estamos reajustando
o preço-teto de ENBR3, que passa agora para R$ 25,00.

Neste preço, as ações ainda negociam com uma margem de segurança


próxima de 20% ante nosso preço justo, e negocia com uma relação
EV/Ebitda projetada para 2020 de aproximadamente 6,7 vezes, o que ainda é
um múltiplo atrativo.

Já o Yield projetado, no preço de R$ 26,00, é de cerca de 3,5% para os


próximos 12 meses. Cabe lembrar, no entanto, que esse Yield tende a crescer
ao longo dos anos, à medida que a necessidade de investimentos da empresa
seja reduzida, e os novos projetos passem a gerar efetivamente caixa

12
Por fim, gostaríamos de ressaltar que as concessões e licenças de distribuição
e transmissão da EDP Energias do Brasil contam com renovações, desde que a
empresa cumpra com as exigências e metas regulatórias, bem como com os
desembolsos de investimentos para manutenção necessários, o que vem
ocorrendo nos últimos anos.

Portanto, em 2025 e 2028, quando ocorrem os vencimentos das licenças de


distribuição da empresa, caso a Companhia continue operando dentro das
exigências regulatórias, deve ocorrer uma renovação por mais 30 anos, e o
mesmo serve para os ativos de transmissão, futuramente.

Já quanto aos ativos de geração, sobretudo os que possuem concessões


vencendo dentro de um prazo menor, a empresa estuda realizar a venda de
parte deles, como a operação térmica e algumas operações hídricas, como
Enerpeixe e Lajeado, por exemplo. A meta da empresa é substituir parte
dessa geração térmica e hídrica por ativos de geração solar, que operam com
margens mais elevadas e são mais previsíveis.

Plantão de Dúvidas
Envie suas dúvidas referentes a este relatório. Elas serão respondidas em uma live especial!
Acesse: https://sunoresearch.typeform.com/to/o490bk

13
PRÓXIMOS DIVIDENDOS

Ticker Tipo Valor por ação Status Data ex Data de Pagamento

LEVE3 JCP R$ 0,092 Aprovado 03/01/2020 25/05/2020

VIVT4 JCP R$ 0,50 Aprovado 17/06/2019 31/12/2020

VIVT4 JCP R$ 0,29 Aprovado 17/04/2019 31/12/2020

VIVT4 JCP R$ 0,36 Aprovado 15/02/2019 31/12/2020

TIET11 JCP R$ 0,11 Aprovado 11/12/2019 A definir

ENBR3 JCP R$ 0,39 Aprovado 02/01/2020 30/06/2020

CARTEIRA RECOMENDADA DIVIDENDOS

DY Preço de entrada
Ranking Suno Ticker Início Alocação Preço atual Preço teto Recomendação Variação
esperado ajustado*

1 ITSA4 18/05/2017 10% R$ 13,54 7,8% R$ 14,00 R$ 6,73 Comprar 101,19%

2 ENBR3 06/02/2017 10% R$ 22,78 4% R$ 25,00 R$ 12,57 Comprar 81,23%

3 PETR4 16/01/2020 5% R$ 29,55 3,1% R$ 33,00 R$ 29,52 Comprar 0,10%

4 LEVE3 18/04/2019 5% R$ 32,45 6,2% R$ 34,00 R$ 21,12 Comprar 53,65%

5 ABCB4 09/11/2017 5% R$ 22,90 5% R$ 22,00 R$ 14,00 Aguardar 63,57%

6 TUPY3 08/02/2018 5% R$ 26,64 2,4% R$ 26,00 R$ 15,53 Aguardar 71,54%

7 UNIP6 06/02/2017 15% R$ 41,16 2,9% R$ 35,00 R$ 3,16 Aguardar 1202,53%

8 WIZS3 06/02/2017 10% R$ 15,90 6,9% R$ 15,50 R$ 11,07 Aguardar 43,63%

9 TAEE11 06/02/2017 10% R$ 32,17 7% R$ 28,00 R$ 16,38 Aguardar 96,40%

10 TIET11 18/05/2017 5% R$ 16,60 6% R$ 14,50 R$ 10,52 Aguardar 57,79%

11 GRND3 31/05/2018 5% R$ 11,92 3,8% R$ 8,33 R$ 7,40 Aguardar 61,08%

12 BBSE3 30/03/2017 10% R$ 36,18 5,3% R$ 30,00 R$ 24,27 Aguardar 49,07%

13 VIVT4 30/08/2018 5% R$ 60,35 4,9% R$ 48,00 R$ 35,60 Aguardar 69,52%

14 Renda Fixa 0%

14
RECOMENDAÇÕES ENCERRADAS *

Ativo Início Preço de entrada** Final Preço de saída Desempenho

EZTC3 01/06/2017 R$ 17,82 07/09/2017 R$ 23,20 30,2%

IRBR3 07/08/2017 R$ 26,98 19/07/2018 R$ 53,67 98,9%

MPLU3 06/02/2017 R$ 30,67 18/08/2017 R$ 26,84 -12,5%

CGAS3 17/01/2019 R$ 64,97 19/07/2018 R$ 79,20 21,9%

WATCHLIST **

Ticker Empresa Setor Preço atual (R$) Preço para possível entrada*

ABEV3 Ambev S.A Consumo não cíclico R$ 18,01 Abaixo de R$ 13,00

EGIE3 Engie S.A Energia Elétrica R$ 46,36 Abaixo de R$ 35,00

EZTC3 EZTec S.A Construção Civil R$ 43,25 Abaixo de R$ 16,00

SAPR4 Sanepar S.A Saneamento R$ 18,57 Abaixo de R$ 11,00

IRBR3 Brasil Resseguros S.A Previdência e Seguros R$ 37,6 Abaixo de R$ 25,00

KLBN11 Klabin S.A Materiais Básicos R$ 17,64 Abaixo de R$ 15,00

MRVE3 MRV Engenharia Construção Civil R$ 17,70 Abaixo de R$ 16,00

15
Disclaimer
As informações constantes deste material podem auxiliar o
investidor em suas decisões de investimento; porém o
investidor será responsável, de forma exclusiva, pela verificação
da conveniência e oportunidade da movimentação de sua
carteira de investimentos e pela tomada de decisão quanto à
efetivação de operações de compra e/ou venda de títulos e/ou
valores mobiliários.

Este material apresenta informações para diversos perfis de


investimento e o investidor deverá verificar e atentar para as
informações próprias ao seu perfil de investimento, uma vez
que as informações constantes deste material não são
adequadas para todos os investidores. Quaisquer projeções de
risco ou retorno potenciais são meramente ilustrativas e,
portanto, não são e não devem ser interpretadas pelo investidor
como previsão de eventos futuros e/ou garantia de resultados.

Além disso, não garantimos a exatidão das informações aqui


contidas e recomendamos ao investidor que não utilize este
relatório como única fonte para embasar suas decisões de
investimento. Os investimentos realizados pelo investidor para
sua carteira estão sujeitos a diversos riscos inerentes aos
mercados e aos ativos integrantes da carteira, incluindo, sem
limitação, risco de mercado, risco de crédito, risco de liquidez,
risco cambial, risco de concentração, risco de perda do capital
investido e de disponibilização de recursos adicionais, entre
outros.

Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório


declaram, nos termos da Instrução CVM nº 598/18, que as
recomendações do relatório de análise refletem única e
exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de
forma independente.

Este material destina-se única e exclusivamente aos assinantes


da Suno Research. Sua cópia ou distribuição, integral ou parcial,
sem a expressa autorização, acarretará multa de até 2.000 vezes
o valor deste relatório, apreensão das cópias ilegais, além de
responsabilização em processo civil.

16

Você também pode gostar