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LUIZ ROBERTO DE SOUZA

SOUZ

DISPOSITIVOS DE BAIXO
BAIXO CUSTO PARA APLICAÇÃO
APLICAÇ EM
AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL
RESIDENCIA

Poços de Caldas
2017
LUIZ ROBERTO DE SOUZA

DISPOSITIVOS DE BAIXO CUSTO PARA APLICAÇÃO EM


AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras Campus Poços de
Caldas, como requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Engenharia de
Controle e Automação.

Orientador: Renata Christian de O. Pamplin

Poços de Caldas
2017
LUIZ ROBERTO DE SOUZA

DISPOSITIVOS DE BAIXO CUSTO PARA APLICAÇÃO EM


AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras Campus Poços de
Caldas, como requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Engenharia de
Controle e Automação.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Ricardo Passini

Prof. Esp. Leonardo Medeiros

Poços de Caldas, 06 de dezembro de 2017


AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me abençoou e permitiu que mais este objetivo de


vida fosse alcançado.
Aos meus pais, Luiz Roberto Gonçalves de Souza e Eliane Naldoni de Souza,
que sempre me apoiaram em todos os momentos da minha vida. Devo a eles os
exemplos e valores que me auxiliaram nas escolhas e me tornaram a pessoa que
sou hoje.
À Tatiane Cristina da Silva, minha noiva, da qual sempre obtive apoio
incondicional nesta caminhada e que em momentos de dificuldade foi o meu porto
seguro.
À minhas irmãs, Elisangela de Souza Franco e Elisandra Souza Pizzol, por
estarem sempre dispostas a ajudar quando necessitei.
Aos professores e coordenadores da Faculdade Pitágoras, pelos
ensinamentos e dedicação que tiveram durante esta caminhada.
Ao IFSULDEMINAS, pelo PIQ (Programa de Incentivo a Qualificação).
SOUZA, Luiz Roberto. Dispositivos de baixo custo para aplicação em
Automação Residencial. 2017. 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em
Engenharia de Controle e Automação) – Faculdade Pitágoras, Poços de Caldas,
2017.

RESUMO

A automação residencial é uma tecnologia aplicada em residências que está em


constante crescimento no Brasil e objetiva praticidade, segurança e conforto ao
usuário que a utiliza. Sendo assim, estuda-se, além dos equipamentos de baixo
custo que podem ser utilizados para este propósito, as diversas aplicabilidades que
possibilitam a automação nas residências brasileiras. Com este intuito, foi definido
como objetivo deste trabalho, o aprofundamento em tecnologias de baixo custo que
podem ser utilizados para esta finalidade. A metodologia utilizada para elaboração
deste trabalho foi a de revisão de literatura, a qual teve como embasamento teórico
bibliografias disponíveis sobre automação residencial e domótica. Com a finalidade
de se obter uma comparação entre os principais equipamentos utilizados na
Automação Residencial, estes foram separados em seções que abordam as
especificidades de cada um. Com isso, foi possível detalhar os equipamentos que
são utilizados e suas funções na aplicação da Automação Residencial.

Palavras-chave: Automação Residencial; Domótica; Automação.


SOUZA, Luiz Roberto. Low cost devices for application in Residential
Automation. 2017. 35p. Paper of Course Conclusion (Graduation in Control and
Automation Engineering) – Pitágoras University, Poços de Caldas, 2017.

ABSTRACT

Home automation is a technology applied in residences that is constantly growing in


Brazil and aims at practicality, safety and comfort to the user who uses it. Thus, it is
studied, besides the cheap equipment that can be used for this purpose, the various
applicabilities that enable automation in Brazilian homes. Thus, the objective of this
work was to deepen the low cost technologies that can be used for this purpose. It
was used the literature review methodology, which had as theoretical background
bibliographies available on residential automation and home automation. For the
purpose of comparing between the main equipment used in Home Automation, they
were divided in sections that address their specifics. With this it was possible to detail
the equipment that is used and its functions in the application of Home Automation.

Key-words: Home Automation; Residential Automation; Automation.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sistemas que compõe a domótica.......................................................... 16


Figura 2 – Interação usuário e rede através de dispositivos ................................... 17
Figura 3 – Comunicação dos Elementos Básicos da Automação Residencial. ....... 26
Figura 4 – IDE do Arduíno. ...................................................................................... 27
Figura 5 – Placa de Arduíno Mega2560... ............................................................... 28
Figura 6 – Placa de Arduíno UNO. .......................................................................... 29
Figura 7 – Raspberry PI – Modelo B. ...................................................................... 30
Figura 8 – Módulo WIFI ESP8266. .......................................................................... 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CFTV Circuito Fechado de Televisão


CI Circuito Integrado
TV Televisão
WIFI Wireless Fidelity
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................13

1. CONTEXTO HISTÓRICO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL........................15


1.1 DEFINIÇÃO DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL..............................................15
1.2 HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL.................................................17
1.3 CONTEXTO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL..............................................18
2. PRINCIPAIS APLICAÇÕES DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL...................20
2.1 SISTEMA INTELIGENTE DE ILUMINAÇÃO...................................................20
2.2 JANELAS E CORTINAS AUTOMATIZADAS..................................................20
2.3 CONTROLE DE ELETRODOMÉSTICOS E EQUIPAMENTOS......................21
2.4 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE..............................................21
2.5 SISTEMA DE SEGURANÇA...........................................................................22
2.5.1 Sistema de CFTV (Circuito Fechado de Televisão).........................................22
2.5.2 Controle de Acesso.........................................................................................22
2.5.3 Sistema de Incêndio, vazamento de gás e inundação....................................23
2.6 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA............................................................................23
2.7 CENTRAL MULTIMÍDIA..................................................................................24
3. ARQUITETURA DO SISTEMA E EQUIPAMENTOS DA DOMÓTICA...........25
3.1 ARQUITETURA DO SISTEMA........................................................................25
3.2 ARDUÍNO........................................................................................................26
3.3 RASPBERRY PI .............................................................................................29
3.4 MÓDULO ESP8266 ........................................................................................31
3.5 SHIELD E MÓDULOS PERIFÉRICOS ...........................................................32
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................33

REFERÊNCIAS..........................................................................................................34
13

INTRODUÇÃO

A domótica, popularmente conhecida como automação residencial, é uma


ferramenta que está em constante crescimento no Brasil devido, principalmente, a
inserção de novas tecnologias no mercado nacional. Esta tecnologia se baseia na
utilização de uma central, composta por microcontroladores, que é interligada a
sensores e atuadores com a finalidade de trazer comodidade e conforto na
execução de tarefas cotidianas de uma residência. Além da busca por essa
praticidade, outro importante fator que colabora com a expansão da automação
residencial no Brasil é a demanda por maior segurança, tendo em vista que os
sistemas de acesso, alarmes e monitoramento por câmeras podem ser integrados a
esta central de automação residencial.
Esta comodidade trazida pela automação residencial é item de desejo da
grande maioria dos brasileiros que possuem algum conhecimento de suas
funcionalidades, no entanto se deparam com o alto custo para implementação deste
tipo de inovação. Este estudo realizado evidencia a possibilidade da domótica ter
uma maior abrangência em residências brasileiras.
Apesar do constante crescimento da automação residencial no país, esta
funcionalidade ainda conta com poucos profissionais capacitados para execução,
além de equipamentos que tem um custo elevado para a realidade da maioria dos
brasileiros, dificultando assim a popularização desta inovação tecnológica.
O objetivo acadêmico deste trabalho é demonstrar alguns estudos que
afirmam a possibilidade da execução de automação residencial com um custo mais
acessível, possibilitando assim que esta tecnologia esteja ao alcance de um número
maior de pessoas. Sendo assim, durante esta pesquisa bibliográfica, será
mencionado o contexto histórico da Automação Residencial, compreendendo as
principais aplicações da automação em uma residência, além de apresentar alguns
controladores que podem ser utilizados nestas aplicações de automação, como
Arduino, Raspberry PI, ESP8266 e alguns módulos de sensores.
Este trabalho foi elaborado na forma de uma revisão de literatura, a qual foi
baseada nas pesquisas bibliográficas realizadas em artigos científicos, livros e
dissertações que tem relação direta com tema proposto. Inicialmente foi apresentada
a história da automação residencial. No capítulo seguinte, que teve como base de
14

pesquisa dissertações e artigos desenvolvidos na área, foram citados alguns


exemplos de aplicações que se pode vislumbrar na Automação Residencial. Por fim
foi revelada a opinião de alguns autores em relação aos produtos específicos da
área, que levou artigos referentes aos mesmos como base para a pesquisa.
15

1 CONTEXTO HISTÓRICO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Segundo descrito por Teza et al. (2002), a Automação Residencial ainda é


vista pela maioria da população como um símbolo de status e modernidade, tendo
em consideração a alta tecnologia que é empregada. Esta comodidade, que antes
parecia uma alusão ao futurismo, se observado de forma mais realista, poderá se
tornar uma necessidade para todas as moradias em um futuro próximo,
principalmente se analisado pelo lado da economicidade que esta tecnologia pode
proporcionar.

1.1 DEFINIÇÃO DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Accardi e Dodonov (2012) definem a Automação Residencial como um


conjunto de serviços e tecnologias que são introduzidos em uma residência
tencionando ao conforto, a praticidade e a uma maior segurança. Este sistema de
automação é desenvolvido de forma com que, de acordo com ocorrências pré-
programadas, o controlador execute automaticamente algumas ações com pouca ou
nenhuma intervenção do homem (DE MORAES PEREIRA, 2007).
Ainda de acordo com De Moraes Pereira (2007), a Automação pode ser
visualizada em algumas etapas. Inicialmente é realizado o sensoriamento do estado
em que se encontra o ambiente e, de acordo com a necessidade preestabelecida
pelo usuário, realiza-se a execução das tarefas para que o estado inicial se altere.
Portanto a Automação Residencial abrange em sua execução as etapas de
sensoriamento, controle e comando empregando assim a Automação nas
Residências.
Como descrito por Freitas et al. (2010), a domótica pode ser entendida em
três sistemas que a compõem, como mostrado na Figura 1.
16

Figura 1 – Sistemas que compõe a domótica

Fonte: Freitas et al. (2010)

O sistema autônomo, base da pirâmide demonstrada na Figura 1, refere-se


aos primeiros sistemas de automação das residências que foram criados. Neste
sistema podem-se realizar ações isoladas como ascender e apagar uma lâmpada,
ou ligar e desligar um eletrodoméstico, por exemplo. Já os sistemas integrados
contam com interfaces embarcadas para operação de elementos da automação,
tendo como exemplo, controles remotos e softwares de controle e monitoração. Nos
sistemas complexos há a integração completa da automação, compostas por um
projeto de cabeamento estruturado e protocolos de comunicação específicos.
De modo geral, analisando o conceito de Freitas et al. (2010), a automação
residencial consiste na integração do usuário com os equipamentos de iluminação,
segurança, climatização, entre outros, tendo dispositivos eletrônicos como interface
responsável por essa comunicação, como pode-se visualizar na arquitetura da
Figura 2.
17

Figura 2 – Interação usuário e rede através de dispositivos

Fonte: Freitas et al. (2010)

Essa interação se faz possível em virtude da evolução dos processadores


presentes nestes dispositivos, além da presença cada vez mais constante destes no
dia a dia das pessoas.

1.2 HISTÓRIA DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Na visão de Teza et al. (2002), a origem real da automação não tem uma data
considerada como marco, porém foi teve seu conceito impulsionado na revolução
industrial do século XVIII. Nesta época surgiram as mecanizações das atividades
industriais que são consideradas base para concretização de processos produtivos
automatizados.
No início a automação tinha exclusivamente as indústrias e seus processos
produtivos como foco, contendo como principal objetivo a otimização dos processos
de fabricação visando o aumento da escala de produção e a redução de custos.
Ainda de acordo com Teza et al. (2002), após a consolidação da automação
nas indústrias, o investimento passou a ter como centro a área comercial. Esta área,
inclusive, esta em constante evolução devido ao crescimento contínuo das
ferramentas de informática para supervisão e gerenciamento. Lojas, supermercados,
18

hotéis, entre outros, passaram a ter, através da automação, operações como


logística, vendas e finanças ambientadas por sistemas automatizados.
As primeiras investidas na automação de residências ocorreram no final da
década de 70 nos Estados Unidos. Naquela oportunidade surgiram módulos que
tinham a capacidade de enviar comandos pela própria rede elétrica de uma casa e
que tinham a capacidade de, através da rede elétrica, enviar comandos simples
como ascender e apagar uma lâmpada ou ligar e desligar um equipamento. Nos
últimos anos com o crescimento do mercado de computadores pessoais e da
telefonia móvel, a aceitação e evolução deste tipo de tecnologia passou a ter um
forte apelo ao redor do mundo (MURATORI; DAL BÓ, 2011).
Apesar da automação residencial só ter surgido na década de 70, Bolzani
(2007) afirma que os primeiros eletrodomésticos que surgiram na década de 20, nos
Estados Unidos, já tinham o conceito de “casa do futuro”. Naquela oportunidade os
fabricantes prometiam poupar o tempo na execução das tarefas de rotina de uma
residência.

1.3 CONTEXTO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Muratori e Dal Bó (2011) identificam que em países com economias mais


desenvolvidas, a procura pela automação residencial tem crescido de forma rápida
nos últimos anos devida, principalmente, a disseminação e inclusão de diversas
tecnologias entre as pessoas.
No Brasil, na visão de Freitas et al. (2010), o campo da automação residencial
também apresenta um amplo crescimento, efeito causado principalmente pela
demanda de uma maior segurança e pela busca de uma melhor qualidade de vida. A
possibilidade de personalizar a automação de acordo com suas necessidade e
preferências, também colaboram com as aspirações dos brasileiros pela automação
residencial.
Muratori e Dal Bó (2011) detectam que, no Brasil, a automação residencial
ainda é pouco utilizada pelo mercado de construção civil. Poucos são os
empreendimentos que são lançados com a possibilidade desta inovação
tecnológica. Ainda, segundo os autores, a crescente captação de recursos pelas
grandes construtoras e a economia ativa aplicada em tecnologia no país, podem
19

elevar a competição na disputa pelo consumidor, ocasionando assim um aumento no


investimento na domótica. Deste modo, este cenário tende a alterar em pouco
tempo, pois a automação da residência seria um atrativo na conquista de novos
consumidores.
20

2 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

A automação residencial tem como principal meta atingir consumidores que


buscam maior segurança, comodidade e acessibilidade, aliados a tecnologia e a
economicidade. A automação da iluminação, equipamentos, Sistema de CFTV
(Circuito Fechado de Televisão), Alarmes, entre outros, são foco principal destes
consumidores (MURATORI; DAL BÓ, 2011).

2.1 SISTEMA INTELIGENTE DE ILUMINAÇÃO

Accardi e Dodonov (2012) consideram o controle de iluminação quele que


deve ser projeto inicial para qualquer sistema de Automação Residencial,
considerando que, com pouco conhecimento em eletrotécnica e programação, um
controlador e um relé, é possível fazer o acionamento da iluminação através de um
smartphone, computador ou controle remoto.
De acordo com Teza et. al. (2002) este tipo de sistema inteligente de
iluminação faz com que o ambiente possa se transformar conforme a necessidade.
Esta aplicação tem a capacidade de alterar a intensidade e combinação de luzes,
criando ambientes festivos, românticos ou para leitura, executando apenas um
comando. Além destas variações de ambiente, a economicidade de energia é outro
fator favorável a se considerar para este sistema, já que as lâmpadas que estarão
acesas em determinados momentos podem ser reguladas conforme necessidade
pré-programada.

2.2 JANELAS E CORTINAS AUTOMATIZADAS

A automatização de cortinas e persianas é uma facilidade que pode ser


integrada ao sistema de iluminação na Automação Residencial. Conforme explica
Accardi e Dodonov (2012), é possível se criar algumas rotinas para que a cortina se
abra quando houver intensidade de sol, desligando automaticamente as lâmpadas
que não serão mais necessárias. O autor ainda cita a possibilidade da criação de
perfis de usuários, programando a abertura e fechamento da cortina de acordo com
horário ou situações específicas, como, por exemplo, assistir a um filme.
21

Outra expectativa que pode ser alcançada, com a motorização de janelas e


persianas, é o fechamento automático destas em caso de chuva. Com a interligação
de sensores de umidade, a janela pode se fechar automaticamente quando
constatado umidade elevada e voltaria a abrir quando a chuva cessasse (TEZA et.
al., 2002).

2.3 CONTROLE DE ELETRODOMÉSTICOS E EQUIPAMENTOS

Com a tecnologia empregada na Automação Residencial é possível se obter o


controle programado de qualquer eletrodoméstico. Micro-ondas, Cafeteira, aparelho
de Ar Condicionado e Umidificador são alguns dos exemplos de equipamentos que
podem ser integrados ao sistema de Domótica. Para a automação deste tipo de
equipamentos utiliza-se um controle limitado a ligá-los desligá-los, apesar que já
existem estudos para a fabricação de equipamentos que terão a tecnologia de ser
integrados diretamente ao sistema de Automação Residencial. Já é realidade
imaginar, por exemplo, um forno atuado por comando de voz que terá definido em
seu controlador a temperatura e o tempo certo que levará para assar um bolo
(ACCADI; DODONOV, 2012).

2.4 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE

Bolzani (2004) apresenta o controle de temperatura e umidade do ambiente


como uma alternativa possibilitada pela Automação Residencial. Aquecedores,
ventiladores, umidificadores e Ar-condicionado, são alguns dos equipamentos que
podem ser controlados através de smartphones, computadores ou até mesmo por
comando de voz. Neste caso, estabelece-se a temperatura e a umidade desejada
para o ambiente e, através do sistema de controle de equipamentos, supervisiona-se
o funcionamento destes, de modo que haja o controle em busca do valor da variável
programada.
22

2.5 SISTEMA DE SEGURANÇA

Segundo constatado por De Moraes Pereira (2007), a vigilância eletrônica


residencial já é uma realidade, com custo acessível, utilizada em várias soluções de
Automação Residencial. Esta tecnologia permite ao usuário o controle e supervisão
à distância, através de aplicativos em smartphones ou através da web, recebendo
imediatamente alarmes e imagens de sua residência.

2.5.1 Sistema de CFTV (Circuito Fechado de Televisão)

Teza et. al. (2002) cita o conjunto de CFTV como um dos principais sistemas
aliados da segurança em uma residência, pois permite monitorar instantaneamente
todas as áreas vulneráveis. Este sistema é composto por câmeras, que podem variar
de preço de acordo com a complexidade do sistema, que gravam tudo em tempo
real e envia os dados para a rede. O monitoramento do usuário pode ser feito, além
do smartphone, por monitores instalados na casa, pela TV ou pela central
Multimídia. Algumas câmeras utilizadas têm sensor de presença que propicia a
gravação das imagens assim que detectado qualquer movimentação.
De Moraes Pereira (2007) menciona também estudos que vem sendo feitos
para melhorar ainda mais o sistema de segurança de uma residência. Trata-se de
reconhecimento de formas humanas, acompanhamento de movimentação e
detecção de movimentos. Estas funcionalidades, além de aumentar a segurança,
poderão servir como auxílio na mobilidade de deficientes físicos pelos ambientes da
residência.

2.5.2 Controle de Acesso

Um recurso que pode ser adotado de modo a limitar o acesso a alguns locais,
apenas a pessoas autorizadas por exemplo, é o controle de acesso. Através de
dispositivos biométricos, define-se quem tem a permissão para acessar determinado
local e em qual período do dia. Desta forma evita-se que haja vulnerabilidade de
alguns cômodos da casa para aqueles que não tem a permissão de acesso. Este
sistema pode também ser interligado a tranca da porta principal de uma residência
23

ou condomínio, controlando o acesso de todos os moradores. (ACCADI; DODONOV,


2012).

2.5.3 Sistema de incêndio, vazamento de gás e inundação

O sistema de incêndio, conforme apontado por Teza et. al. (2002), consiste na
instalação de sensores para detecção de fumaça e incêndio que alertam e resolvem
qualquer imprevisto, podendo emitir sinais sonoros ou até acionar dispositivos que
jogam água no local indicado.
O autor ainda menciona o sistema de vazamento de gás, que consiste na
instalação de um sensor que, quando capta uma vazão excessiva, fecha a saída de
gás, interrompe o fornecimento de energia elétrica no local e ainda abre
automaticamente todas as janelas para ventilação do ambiente.
Outro fator que pode ser incorporado a Automação Residencial de forma a
aumentar a segurança é o sistema contra inundações. Accardi e Dodonov (2012)
fazem alusão a este sistema, composto por detectores de inundações, que devem
ser instalados próximos a locais onde ha a possibilidade de vazamento de água,
como banheiras, máquinas de lavar roupas, chuveiros, entre outros. Este sistema
deve ser programado para fechar o registro quando houver a detecção de
vazamento de água.

2.6 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Conforme constatado por Bolzani (2004) a economia de energia em um


sistema de Automação Residencial é um fator relevante a ser considerado.
Considerando que não há a necessidade das luzes estarem o tempo todo em sua
intensidade máxima, pode-se instalar sensores de luminosidade e presença de
modo a controlar a intensidade de cada lâmpada de acordo com a necessidade pré
ajustada. Além disso, as luzes podem ser programadas para ascender apenas em
determinados horários de acordo com a hora ou estação do ano, por exemplo.
O autor ainda cita a possibilidade de monitoramento em tempo real, não só do
consumo de energia, mas também do consumo de água e gás. Pode ser fazer,
através de programas de gerenciamentos, um comparativo dos equipamento que
24

mais consomem estes recursos e fazer uma gestão adequada do consumo de


acordo com a necessidade do usuário.
Teza et. al. (2002) menciona a utilização da energia solar como fonte de
eletricidade para alimentação de alguns pontos de uma residência. Este sistema,
além das vantagens econômicas que trará a longo prazo, tem o benefício de não
agredir o meio ambiente por ser renovável e limpa.

2.7 CENTRAL MULTIMÍDIA

Freitas et. al. (2010) constatou que, desde a criação dos computadores, o
entretenimento é algo que atrai o interesse de muita gente. Ter a possibilidade de
uma central multimídia é algo que logo cai no gosto do consumidor. Esta central traz
a possibilidade da interação com a casa através de um monitor ou até mesmo um
tablet que terá acesso a central de controle da Automação Residencial, além de
filmes, jogos e músicas.
O sistema de áudio pode contar com alto-falantes espalhados por toda a casa
interligados diretamente a central multimídia, conforme alusão feita por Bolzani
(2004). O autor ainda identifica a facilidade de interação deste sistema com os
demais sistemas de Automação Residencial contidos na casa. Quando for assistir a
um filme, através da central multimídia, o usuário pode programar para fechar
cortinas e diminuir a intensidade da iluminação automaticamente.
25

3 ARQUITETURA DO SISTEMA E EQUIPAMENTOS DA DOMÓTICA

A implementação da Automação Residencial é composta de vários elementos


que são fundamentais para seu funcionamento, desde sensores até centrais de
automação mais complexas, com o intuito de suprir todas as necessidades do
usuário (ACCADI; DODONOV, 2012).

3.1 ARQUITETURA DO SISTEMA

Para composição de um sistema de Automação Residencial são necessários


alguns componentes indispensáveis. A rede de composição de todos estes itens
necessários pode ser denominada arquitetura do sistema. Accardi e Dodonov (2012)
citam como elementos básicos para qualquer automação controladores, sensores,
atuadores, barramentos e interfaces.
Segundo os autores, os sensores têm a função de captar os estados atuais
de determinadas variáveis (umidade, luminosidade, gás e etc.). Após a captação dos
dados, as informações são transmitidas para o controlador, equipamento definido
como o cérebro de qualquer automação, que por sua vez faz o processamento dos
dados e compara com os valores desejáveis daquelas variáveis. Estes valores já
estão pré-programados no controlador de acordo com o desejo do usuário.
Posteriormente a fase de processamento, o controlador envia comandos para os
atuadores (lâmpadas, registros, reles, motores e etc.) para ativar ou desativar algum
equipamento. O meio físico que transmite os dados entre os sensores, controladores
e atuadores é chamado de barramentos (cabos elétricos, telefones, wifi e etc.). Por
fim, consideram-se interface os dispositivos que permitem ao usuário a interação e
visualização do sistema de automação. Smartphone, tablet, controle remoto e
navegador de internet são alguns dos exemplos de interface. Estes elementos
podem ser visualizados na Figura 3.
26

Figura 3 – Comunicação dos Elementos Básicos da Automação Residencial.

Fonte: Accardi e Dodonov (2012)

A Figura 3 exemplifica uma arquitetura básica da Automação Residencial


composta por sensores, controladores, atuadores, barramentos e interfaces.

3.2 ARDUINO

Cruz e Lisboa (2014) explicam que o Arduíno é uma plataforma de


desenvolvimento que foi projetado com ambiente de fácil compreensão visando a
utilização educacional, sendo assim ele pode ser considerado, em termos práticos,
como um controlador que serve para executar funções de saída de acordo com o
programado e os sinais recebidos na entrada.
McRoberts (2011) define o Arduíno como uma plataforma de computação
embarcada que pode interagir com o meio onde esta. O autor ainda afirma a
possibilidade de utilização desta placa para desenvolvimento de projetos
independente ou aliado a alguma outra fonte de informações como computadores,
internet ou uma rede interna.
O Arduíno foi criado, na Itália no ano de 2005, por um professor que tinha o
intuito de ensinar programação e eletrônica para os seus alunos de design. Massimo
27

Banzi, criador do Arduíno, detinha conhecimento da área de programação e sabia o


quão difícil seria explicá-la para alunos que não tem domínio do assunto, além do
alto custo evolvido na compra de controladores já existentes. Sendo assim, Banzi
decidiu criar sua própria placa com sistemas simples de ser desenvolvido. A
simplicidade da placa e a facilidade de programação foram fatores fundamentais
para a rápida popularização desta placa (BORGES, 2016).
Conforme mencionado por McRoberts(2011) um dos grandes diferenciais e
atrativos do Arduíno, além da simplicidade de programação e o baixo custo, é que o
seu Hardware e o seu Software são de fonte aberta (open source), ou seja, todos os
seus códigos, projetos, esquemas de ligação, hardware e etc. podem ser utilizados
de forma livre para qualquer propósito e por qualquer pessoa.
A programação do Arduíno, conforme explicam Cruz e Lisboa (2014), é
realizada através IDE (ambiente de desenvolvimento integrado), evidenciada na
Figura 4, que permite a criação de códigos e edição dos já existentes de modo a
convertê-los em instruções de hardware. A transmissão destes códigos é realizada
de forma simples do computador para a placa, por um cabo USB, através da função
upload.

Figura 4 – IDE do Arduíno

Fonte: Arduíno (2017)


28

McRoberts (2011) relaciona a linguagem de programação da IDE do Arduíno


a linguagem de programação já existente C. Esta linguagem se baseia em duas
funções principais (Setup e Loop) que devem ser programadas para que o software
funcione. Sendo assim, realiza-se um conjunto de instruções nesta IDE de modo que
o Arduíno execute-as passo a passo fazendo a interação com sensores e atuadores
que estão nele conectados. Estes programas elaborados no Arduíno são conhecidos
como Sketches.
Segundo apurado por Cruz e Lisboa (2014), existem diversos modelos desta
placa, ficando a escolha condicionada a aplicação a qual será utilizada. O Arduíno é
utilizado na construção de protótipos de projetos e desenvolvimento educacional. O
Arduíno Mega 2560, apresentado na Figura 5, é a versão mais completa existente
até o momento.

Figura 5 – Placa de Arduíno Mega2560

Fonte: Cruz e Lisboa (2014)

McRoberts (2011) esclarece que o Arduíno Mega 2560 possui mais memória
e um número maior de entradas e saídas, sendo 54 pinos digitais, 16 pinos de
entradas analógica, 3 pinos GND, além de 8 pinos para comunicação serial. O autor
ainda cita o Arduíno do modelo UNO, mostrado na Figura 6, como o mais versátil da
categoria.
29

Figura 6 – Placa de Arduíno UNO

Fonte: Arduíno (2017)

Segundo o autor o modelo UNO, além de ser o mais popular, tem o melhor
custo-benefício possuindo um chip padrão de 28 pinos ligados a um soquete de CI
(Circuito Integrado). Esta funcionalidade permite que, caso queiram transformar o
sistema desenvolvido em algo permanente, pode-se retirar o CI programado e
colocá-lo em uma placa definitiva, assim criando um dispositivo embarcado pessoal.

3.3 RASPBERRY PI

Conforme exposto por Cruz e Lisboa (2014), o Raspberry PI é um computador


pessoal de pequeno porte que pode também ser utilizado como uma plataforma de
microcontrolador. Ele tem esses “status” de computador pessoal pois trabalha com
um processamento, através de um sistema operacional, que executa ações de
entradas e saídas. Sendo assim ele difere dos microcontroladores convencionais
que atuam em ciclos sem o controle interno de um sistema operacional.
Richardson e Wallace (2013) citam o baixo custo, o pequeno espaço físico
que necessita e a alta gama de possibilidades de aplicações, como os principais
atrativos deste computador pessoal. Quando criado, em 2006, esta placa foi lançada
com valor fixo de $35 dólares no Reino Unido, pais de origem.
30

O Raspberry PI conta com processador de 700MHz de 32 bits, que o torna


poderoso para a maioria das possibilidades de aplicação da Automação Residencial.
O Raspberry PI conta com dois modelos principais com núcleos configurados para
atender diferentes demandas a preços diferentes conforme exposto por Cruz e
Lisboa (2014).
Uma das principais diferenças entre os modelos é que o Raspberry PI Modelo
A, conta com 256 MB de memória RAM enquanto o Modelo B, mostrado na Figura 7,
conta com 512 MB de memória RAM.

Figura 7 – Raspberry PI – Modelo B

Fonte: Cruz e Lisboa (2014)

Além da memória RAM, os autores ainda citam que o primeiro Raspberry PI


da série, o Modelo A, contava com apenas uma entrada USB e ainda não contavam
com entrada RJ45. Pode-se assim considerar que o modelo B é uma revisão do
modelo A, pois conta com as mesmas funcionalidades, porém com estas alterações.
31

3.4 MÓDULO ESP8266

De Souza et. al. (2011) apresenta o módulo controlador ESP8266, como um


microcontrolador que pode ser utilizado na aplicação de Automação Residencial,
porém com um diferencial a seu favor que é a de já possuir a comunicação WIFI
integrado a seu sistema. Desta forma pode-se desconsiderar a aquisição de um
módulo específico para este fim.
Oliveira (2017) afirma que o Módulo ESP8266 se destaca no mercado de
desenvolvimento de Automação Residencial pois, além de obter valor acessível,
conta com um tamanho reduzido, cabendo facilmente em caixas de tomadas e caixa
de interruptores por exemplo (vide Figura 8).

Figura 8 – Módulo WIFI ESP8266

Fonte: Arduíno (2017)

O autor ainda especifica o módulo que conta, além do módulo WIFI integrado,
com 2 pinos de comunicação digital, suporte de protocolos 802.11 b/g/n e memória
RAM de 32 Kb utilizada para instruções, o que o possibilita ser utilizado tanto como
mestre quanto como escravo. Sua programação pode ser feita através da mesma
IDE do Arduíno.
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3.5 SHIELDS E MÓDULOS PERIFÉRICOS

Controladores como Arduíno, Raspberry PI e ESP8266, quando utilizados na


Automação Residencial, devem contar com a presença de periféricos (sensores,
atuadores e barramentos de comunicação) para execução do que foi projetado.
Sensor de temperatura, sensor de umidade, sensor de presença, servomotor, reles e
módulos de comunicação, são algumas das possibilidades de acoplamento ao
microcontrolador para captação, transmissão e execução de dados. Estes módulos,
conhecidos como shields, podem ser utilizados de forma integrada ou podem ser
recriados pelo programador, com componentes eletrônicos em uma placa, de modo
com que o projeto fique personalizado (MCROBERTS 2011).
33

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foram abordadas possibilidades de baixo custo para aplicação


na Automação Residencial. Os objetivos definidos através deste estudo foram
atingidos, sendo possível exemplificar tipos de aplicações e detalhar os
componentes e equipamentos que podem ser utilizados para este propósito.
A praticidade, o conforto e a segurança são as principais vantagens que os
usuários deste tipo de tecnologia buscam, e ao abordar este assunto, foram
encontradas diversas aplicações que tem um baixo investimento e atendem a essas
necessidades dos usuários
Com base nas aplicações existentes no mercado, foram encontrados
materiais e equipamentos que resultam na flexibilização do valor investido neste tipo
de Automação, seja pelo custo dos equipamentos objetos do estudo, pela economia
de energia gerada na utilização destes ou pela simplicidade da configuração do
sistema nestes casos.
Por fim, com o objetivo de aprofundar ainda mais no assunto, fica como
estímulo para um trabalho futuro, um estudo voltado especificamente a um dos tipos
de controladores citados, podendo ser levantado as características de hardware,
software, programação e configuração a serem utilizados para o desenvolvimento de
novas aplicações para a Automação Residencial.
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REFERÊNCIAS

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arquiteturas, setores, aplicações e protocolos. Revista TIS, v. 1, n. 2, 2012.

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set. 2017.

BOLZANI, Caio. Residências Inteligentes. [S.l.]: Livraria da Física, 2004.

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de São Paulo, 2007.

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Acadêmica da UEG campus Santa Helena de Goiás, v. 7, n. 1, 2016.

CRUZ, Ariadne Arrais; LISBOA, Emerson Fausto. Webhome–automação residencial


utilizando Raspberry PI. Revista Ciência e Tecnologia, v. 17, n. 31, 2014.

DE MORAES PEREIRA, Luiz Antônio. Automação Residencial: rumo a um futuro


pleno de novas soluções. In: VII Congresso Internacional de Automação, Sistemas
e Instrumentação - São Paulo. 2007.

DE SOUZA, Anderson R. et al. A placa Arduino: uma opçao de baixo custo para
experiências de fısica assistidas pelo PC. Revista Brasileira de Ensino de Fısica,
v. 33, n. 1, p. 1702, 2011.

FREITAS, C. C. L. et al. Automação Residencial-Uma abordagem em relação as


atuais tecnologias e perspectivas para o futuro. Instituto Federal do Pará, p. 3-6,
2010.

MCROBERTS, Michael. Arduino básico. São Paulo: Novatec, 2011.

MURATORI, José Roberto; DAL BÓ, Paulo Henrique. Capítulo I Automação


residencial: histórico, definições e conceitos. O Setor elétrico, p. 70, 2011.

OLIVEIRA, Mário Jorge Garcia de. Desenvolvimento de uma plataforma para


Internet das Coisas baseada em Wi-Fi. 2017. Tese de Doutorado.
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RICHARDSON, Matt; WALLACE, Shawn. Primeiros passos com o Raspberry PI.


Primeira Edição. Novatec Editora Ltda, 2013.

TEZA, Vanderlei Rabelo et al. Alguns aspectos sobre a automação residencial:


domótica. 2002.

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