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FICHAMENTO – DIPLOMACIA CULTURAL

A diplomacia cultural como instrumento de política externa brasileira

 Brasil se ajusta a nova realidade no fim da Guerra Fria, saindo do isolacionismo e


buscando um papel mais relevante no cenário internacional, desenvolvendo-se e
participando de grandes temas recorrentes, assim como estabelecendo cada vez mais
alianças com outros estados e organismos internacionais.
 Diplomacia cultural surge como ferramenta para ganhos políticos, econômicos e de
cooperação.
 Denominam-se Relações Internacionais as ações tomadas no âmbito interno e externo
que repercutem no cenário internacional, envolvendo os estados, seus atores por
excelência, os OIs, as universidades, as empresas multinacionais, e as ONGs num
contexto de soft e smart power, envolto de globalização, cultura e diplomacia.
 SOFT POWER (Nye): “A habilidade de se conseguir o que quer através da atração ao
invés da coerção ou pagamentos. Ele emerge da atratividade da cultura de um país,
ideais políticos e políticas adotadas. Quando nossas políticas são vistas como legítimas
sob os olhos dos outros, nosso poder brando é aprimorado. ”
 SMART POWER (Nossel): O meio termo entre soft e hard power (uso da força, poderio
bélico) para exercício da hegemonia, sendo a capacidade de influenciar e agir tanto pela
força como pelo consenso.
 GLOBALIZAÇÃO (Friedman): sistema internacional abrangente que modela as políticas
nacionais e as relações internacionais. (Held) padrões arraigados e duradouros de
interligação mundial. Consiste na universalização de particularismos, valorizando
realidades identitárias específicas e ao mesmo tempo a intensificação da noção de que
o mundo é um lugar comum.
 Américas percebidas como resultado de novas formas, dinâmicas, níveis de intensidade
de inter-relacionamentos sociais entre múltiplos agrupamentos humanos, mas também
como lugares de assimetrias, dificuldades, pobreza e miséria, cuja fragmentação e
exclusão se transforma em conflitos entre grupos de origens e culturas distintas.
 A rapidez da veiculação de informação, costumes e tecnologia na globalização favoreceu
as relações diplomáticas. Passa a ser objetivo do Estado ampliar isto devido a
emergência cultural, multiplicando suas interligações culturais, provendo seus cidadãos
de novas ideias, da imposição de produtos e perspectivas de alianças que ultrapassem
as fronteiras domésticas.
 A cultura pode desempenhar um papel importante na superação de barreiras, na
promoção de cooperação e redução de desconfianças mútuas. França foi a primeira
nisto ao incorporar a cultura em sua política externa, difundindo a língua e a cultura
através da Europa, além da criação de um Ministère des affairs internationaux, missões
diplomáticas e culturais no exterior e patrocínio estatal e privado a programas culturais
promovidos internacionalmente.
 Conjuntura do Brasil em dimensão territorial, populacional e econômica e anseio pelo
assento permanente no Conselho de Segurança da ONU para expandir sua repercussão
e relevância internacional, mas ainda sob processo de eliminação de mazelas sociais, e
que a sociedade organizada alcance objetivo transnacionais.
 DIPLOMACIA: compreende a ação externa de governos expressa em objetivos, valores
e padrões de conduta vinculados a uma agenda de compromissos pelos quais se
pretende realizar determinados interesses.
 CULTURA: complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou
qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade.
 Considerando a intolerância como fator que gera divergência e conflito entre povos,
nos resta utilizar da diplomacia cultural para evitar isto, fortalecer os recursos
existentes em prol do entendimento, da cooperação e do comércio.
 Últimos temas da agenda internacional: direitos humanos, gestão do meio ambiente,
terrorismo, cooperação internacional; conduzindo para mudança da política externa
no cenário atual.
 POLÍTICA EXTERNA (Putnam): Jogo de dois níveis, no qual o primeiro plano
(instituições domésticas) busca seu interesse pressionando o segundo (Estado) que
tentará conciliar as demandas internas com os objetivos internacionais. No Brasil, isto
se dá com a intensificação da interdependência econômica, com a adoção de uma
agenda positiva nas negociações internacionais, com a democratização e abertura
econômica.
 Continuidade da política externa brasileira por se caracterizar como um poder de
Estado e não de Governo.
 Dentro do MRE, nos últimos dois governos, se identificam duas correntes de
pensamento:
o AUTONOMISTA (LULA): mais favorável a abertura econômica, embora sem
abrir mão da política industrializante adotada no período desenvolvimentista;
o INSTITUCIONALISTA PRAGMÁTICA (FHC): tradicional, nacionalista e
desenvolvimentista que defende o desenvolvimento baseado na ampliação de
setores de infraestrutura e de uma projeção industrial no exterior.

“Pelo que é nosso!”: a diplomacia cultural brasileira no século XX

 Brasil como receptáculo;


 Esplendor cultural = reflexo de poder;
 Serviço de Expansão Cultural (1934);
 Serviço de Cooperação Cultural (1937);
 Propaganda cultural > Propaganda econômica;
 Anos 1930 – Acordos de cooperação intelectual com América Latina
 Modelo francês de diplomacia = difusão da língua portuguesa;
 Vargas – Início da valorização do popular;
 1959 – Proibição de Orfeu Negro em Cannes;
 1962 – Bossa Nova no Carnegie Hall;
 Ditadura Militar – Patrocínio de artistas opositores;
 Características da diplomacia cultural brasileira:
o Precocidade;
o Continuidade;
o Pragmatismo.

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