Você está na página 1de 36

0

UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FATORES DE ADESÃO E PERMANÊNCIA EM CORRIDAS


DE RUA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS

ANDRÉ CLÓVIS HERTHER

Ijuí – RS
2016
1

ANDRÉ CLÓVIS HERTHER

FATORES DE ADESÃO E PERMANÊNCIA EM CORRIDAS


DE RUA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Educação
Física, da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
(UNIJUÍ), como requisito parcial à
obtenção do grau de Bacharel em
Educação Física.

Orientador: Prof. Robson Machado Borges

Ijuí – RS
2016
2

A Banca Examinadora abaixo assinada aprova o


Trabalho de Conclusão de Curso:

FATORES DE ADESÃO E PERMANÊNCIA EM CORRIDAS


DE RUA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ – RS

elaborado por
ANDRÉ CLÓVIS HERTHER

como requisito parcial para obtenção do título de


Bacharel em Educação Física.

Banca Examinadora:

_________________________________________
Prof. Ms. Robson Machado Borges
Orientador – UNIJUÍ

_________________________________________
Prof. Dr. Sidinei Pithan da Silva
Examinador Titular – UNIJUÍ

Ijuí – RS, 26 de fevereiro de 2016


3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado força e


persistência para vencer todas as dificuldades e
foram muitas, desde o primeiro dia de aula até o
último desta graduação.
Agradeço ao meu orientador, professor Robson
Machado Borges pela paciência e dedicação durante
esta etapa de minha formação profissional.
Agradeço a família, especialmente minha mãe, que
possibilitou essa conquista junto comigo.
Agradeço a todos os professores da Unijuí por poder
estar aprendendo com vocês durantes estes anos,
contribuíram muito na minha formação.
Agradeço a todos os corredores que participaram
neste estudo de investigação, pois sem eles não
teria sido possível.
Agradeço aos amigos que fiz durante a graduação e
a todas as pessoas que de alguma forma
contribuíram, sem as quais não seria possível
concluir este trabalho.
4

RESUMO

A corrida de rua é uma atividade que tem aumentado consideravelmente nos últimos
anos, tornando-se uma prática cada vez mais popular. Em Ijuí – RS, não é diferente,
uma vez que o número de corredores aumentou na última década. Nesse sentido, o
objetivo deste estudo consistiu em verificar os fatores de adesão e permanência de
corredores em provas de corrida de rua na cidade de Ijuí. Os sujeitos participantes
do estudo foram 15 corredores de rua com diferentes tempos de prática, de ambos
os sexos, na faixa etária de 15 a 80 anos de idade. O levantamento das informações
ocorreu através de um questionário, contendo questões abertas e fechadas
relacionadas à prática da corrida de rua. Metodologicamente, o presente estudo é
uma pesquisa descritiva com foco no levantamento de dados. Os resultados
apontam que não há um único fator de adesão e permanência na prática da corrida
de rua, no grupo investigado. Pelo contrário, os motivos da participação nas corridas
são múltiplos e se alteram dependendo da idade, do gênero e do tempo de prática.
Nessa linha, a competitividade é o principal fator apontado pela maioria dos
corredores, tendo maior prevalência no grupo mais jovem, com idade entre 15 e 30
anos. Para o grupo de corredores com idade a partir de 60 anos, o principal fator de
adesão e permanência na prática da corrida de rua é a saúde, diferentemente das
mulheres que apontaram a estética como aspecto importante. Essa categoria
aparece como um valor de extrema importância para o público feminino, não sendo
apresentada como motivo/preocupação por parte dos corredores do gênero
masculino. Especificamente sobre o fator de adesão à prática de corrida a
sociabilidade ganha destaque, uma vez que foi um aspecto que influenciou a maioria
dos corredores do grupo investigado.

Palavras-chave: Corrida de Rua. Fatores. Adesão. Permanência.


5

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Questões fechadas.................................................................................... 22


Quadro 2: Questões abertas ...................................................................................... 25
6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7
OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 8
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 9

1 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 10
1.1 CORRIDA DE RUA .............................................................................................. 10
1.2 CORRIDA DE RUA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ ....................................................... 13
1.3 DIMENSÕES RELACIONADAS À ADESÃO E PERMANÊNCIA EM
CORRIDAS DE RUA .................................................................................................. 14
1.3.1 Competitividade .............................................................................................. 14
1.3.2 Prazer ............................................................................................................... 15
1.3.3 Estética............................................................................................................. 16
1.3.4 Controle do Estresse ...................................................................................... 16
1.3.5 Sociabilidade ................................................................................................... 17
1.3.6 Saúde................................................................................................................ 18

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................ 20
2.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................ 20
2.2 SUJEITOS ............................................................................................................ 20
2.3 INSTRUMENTOS DE LEVANTAMENTO DE DADOS ......................................... 21
2.4 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA .................................................................. 21

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 28

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 30

APÊNDICES .............................................................................................................. 32
7

INTRODUÇÃO

A corrida de rua é uma prática que vem crescendo consideravelmente nos


últimos anos, ganhando adeptos no Brasil e no mundo. Ela vem atraindo cada vez
mais pessoas, de modo que o corredor não precisa ter uma habilidade específica
para participar dela. Além disso, por ser de baixo custo as pessoas podem ter mais
facilidade de praticar a corrida, quando comparado com outras práticas como o
futebol, por exemplo.
O número de pessoas que estão buscando a prática de exercício físico ou
esporte vem se tornando cada vez mais expressivo na atualidade. Com a
popularização da corrida de rua em todo mundo, e a busca de melhorias da
qualidade de vida, houve um aumento significativo do número de praticantes desta
modalidade esportiva (SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006).
A corrida de rua pode ser procurada por diferentes interesses, tais como: a
promoção da saúde, a estética, a integração social, a fuga do estresse da vida
moderna e a busca de atividades prazerosas ou competitivas (SALGADO;
CHACON-MIKAHIL, 2006). Com isso, ter o conhecimento sobre os praticantes da
corrida de rua é fundamental, pois assim treinadores e professores poderão planejar
os treinos de forma mais adequada, de acordo com os diferentes interesses.
Particularmente, a motivação e o interesse em pesquisar sobre a corrida de
rua surgiu em função de minhas vivências como participante nessa modalidade.
Essa prática faz parte do meu cotidiano há 15 anos, o que me proporciona vários
benefícios, principalmente com a aquisição de novos hábitos diários que acabaram
melhorando minha qualidade de vida.
A corrida de rua além de me proporcionar um bem-estar físico, me
proporciona evoluir enquanto sujeito. Mais especificamente, essa prática me
8

possibilita conhecer muitas pessoas, construir amizades com distintos indivíduos.


Consequentemente, o convívio com outros sujeitos corredores me permitiu
desenvolver minha capacidade comunicativa, contribuindo para que eu pudesse me
relacionar melhor pessoal e profissionalmente.
Durante as corridas, aprendi a entender e a respeitar meus limites físicos e
psicológicos. Em determinados momentos das provas, até mesmo a superá-los. De
certa forma, posso dizer que foram as curiosidades sobre minhas práticas
decorrentes do envolvimento com a corrida de rua que me motivaram a pesquisar
esse tema.
Durante esse tempo como corredor, percebi que as pessoas ingressavam
por diferentes motivos nos grupos de corrida e, para alguns, os objetivos eram
alterados com o tempo. Isso me gerou uma inquietação, impulsionando meu desejo
de estudar os fatores de adesão e permanência de corredores em provas de corrida
de rua.
Nesse sentido, este trabalho pretende estudar corredores de rua na cidade
de Ijuí/RS. A pesquisa visa compreender qual a importância da corrida de rua na
vida dos praticantes. A investigação sobre esta temática é relevante no sentido de
aprofundar os conhecimentos sobre como esta prática influencia na vida dessas
pessoas, uma vez que é um tema importante da área de estudo da Educação Física.
A estrutura desta pesquisa será apresentada da seguinte forma. No primeiro
capítulo será apresentado o referencial teórico através do qual sustento minha
pesquisa, abordando assuntos sobre a corrida de rua, corrida de rua no município de
Ijuí e dimensões relacionadas à adesão e permanência em corridas de rua. No
segundo capitulo, descrevo os procedimentos metodológicos descrevendo o
desenvolvimento da pesquisa. Em seguida, no terceiro capítulo, será apresentada a
análise e discussão dos resultados obtidos no estudo.

OBJETIVO GERAL

Verificar os fatores de adesão e permanência de corredores em provas de


corrida de rua na cidade de Ijuí/RS.
9

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Analisar os vínculos entre as corridas de rua e as demais dimensões da


vida dos corredores.
- Identificar a importância que os corredores atribuem à prática da corrida
de rua na cidade de Ijuí/RS.
- Identificar a influência da corrida de rua na vida dos corredores.
10

1 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo busquei referências na literatura para sustentar meu estudo.


Logo, no primeiro bloco apresento uma tematização sobre a corrida de rua, incluindo
um breve histórico, o constante crescimento dessa prática nos últimos anos e
aspectos importantes relacionados à sua prática. No segundo bloco abordo a corrida
de rua em Ijuí/RS, bem como a origem de um tradicional clube de corredores
existente na cidade. Em um terceiro momento, trato das dimensões relacionadas à
adesão e permanência em corridas de rua e algumas pesquisas realizadas sobre
esse tema.

1.1 CORRIDA DE RUA

A origem temporal da corrida é localizada na pré-história e nela está


instalada uma teia de significados que pode ser observada na atualidade e nos
diferentes momentos da existência humana conhecida (FIXX, 1977). Assim, é
possível pensar que a prática da corrida existe há bastante tempo.
Nesse contexto histórico, a corrida foi constantemente utilizada como
recurso para sobrevivência. Correr significava muitas vezes a diferença entre a vida
e a morte, apesar de a necessidade de corrida ter diminuído ao longo da existência
humana.

O homo sapiens corria para caçar ou fugir de seus predadores. Com o


desenvolvimento da cultura e formação de povoados e civilizações o
homem passou a utilizar animais como meio de transporte diminuindo o
papel da corrida na vida diária. Com a invenção de outras formas de
deslocamento o homem passou a correr cada vez menos (NIADA, 2011, p.
18).

São encontrados registros históricos desta ação nos mais antigos e variados
materiais arqueológicos, sugerindo que a prática da corrida perdura desde as
civilizações mais primitivas (GONÇALVES, 2011). Segundo Oliveira (2010), existem
registros históricos sobre a corrida nos livros que compõe a Bíblia Cristã. Naquela
época, a corrida serviu para auxiliar em deslocamentos que exigiam uma exploração
e reconhecimento antes da ocupação por tribos. Em função das grandes distâncias
utilizavam um corredor.
11

Por volta do ano 490 a.C., ocorreu um fato histórico sobre a corrida referente
à famosa e lendária façanha que dá origem ao nome maratona. Pois, um soldado
percorreu mais de 35 km entre as cidades de Maratona e Atenas com o intuito de
comunicar a vitória dos gregos sobre os persas, em uma batalha e que morreu
esgotado assim que cumpriu sua missão (OLIVEIRA, 2010). Neste caso, a corrida
serviu como meio de comunicação entre povoados distantes.
Há registros que a primeira competição esportiva de que se tem noticia foi
uma corrida, nos jogos de 776 a. C., na cidade de Olímpia, na Grécia, que deu
origem as Olimpíadas (TOMAZONI, 2012). Com o advento dos jogos olímpicos
modernos e a regulamentação mais racional e humana das provas, a corrida de rua
desenvolveu-se em quase todos os países (OLING, 1995).
A corrida de rua surgiu e se popularizou na Inglaterra no século XVIII e
ganhou maior destaque no mundo após a primeira Maratona Olímpica, realizada no
final do século XIX (SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006). Segundo Gonçalves
(2011), por volta da década de 70 e com um grande incentivo do médico Kenneth
Cooper, criador de teorias relacionadas à corrida e também do famoso Teste de
Cooper, a prática da corrida cresceu de forma extraordinária, surgindo provas com a
participação da população em geral e também de corredores de elite.
A mais tradicional corrida de Rua no Brasil é a prova de São Silvestre.
Através de uma pesquisa realizada por Salgado e Chacon-Mikahil (2006),
identificou-se que ela foi criada em 1924, inspirada numa corrida noturna francesa.
Inicialmente era disputada à meia noite do dia 31 de dezembro, permanecendo
neste período até 1989, quando passou a ser realizada no período vespertino. Até
1944 participavam da referida prova apenas corredores brasileiros, a partir de 1945
ela passou a contar com atletas convidados de outros países, tornando-se assim,
um evento internacional.
A participação de mulheres na São Silvestre iniciou em 1975, já com livre
participação de atletas internacionais, permanecendo até a atualidade. A cada ano
que passa, há uma evolução bastante expressiva no número de participantes de
ambos os gêneros.
Crescendo e sendo prestigiada através dos anos não apenas por atletas de
elite, mas também pelos corredores amadores, os números da São Silvestre fazem
dela a maior corrida de rua do Brasil. Os 48 participantes da edição inicial em 1924,
transformaram-se em cerca de 2 mil ainda no final da década de 50, mais de 10 mil
12

por edição nos anos 80, até alcançar um recorde de cerca de 30 mil participantes na
edição de 2015 (SÃO SILVESTRE, 2015).
Alguns destes fatos históricos parecem ter uma grande relação com a atual
prática da corrida. Na perspectiva de Oliveira (2010), seriam exemplos: a resistência
ao sofrimento, a perseverança na busca dos objetivos, a solidão e a individualidade
no caminho percorrido. Atualmente a corrida de rua é uma modalidade esportiva
muito praticada, é cada vez mais comum se notar pessoas correndo por ruas, pistas
de atletismo, parques, entre outros (MASSARELA, 2009).
Muitas vezes a corrida pode estar associada ao sofrimento antes das
pessoas começarem a correr, principalmente para aquele indivíduo sedentário que
não pratica nenhum exercício físico regularmente. No entanto, no decorrer do tempo
esta prática poderá modificar significativamente o modo de vida das pessoas. Sabe-
se que a prática dos exercícios físicos regular traz inúmeros benefícios ao indivíduo
praticante, sendo observada uma grande melhoria na qualidade de vida destes
adeptos (MATSUDO, 1992).
Por outro lado, é possível reconhecer que existem as inconveniências na
corrida de rua, podendo ocorrer desconforto ou dores musculares após sua prática,
principalmente nas primeiras vezes. Outro fato relaciona-se à forma que muitas
pessoas são incentivadas a correr, com promessas de resultados instantâneos. Pois,
muitas se desanimam quando descobrem que os efeitos são percebidos a
médio/longo prazo e através de um esforço árduo.
Nesse sentido, é inútil fazer promessas milagrosas sobre os benefícios da
corrida de rua, sem preparar o principiante para os agravos do cotidiano, até mesmo
os riscos mais sérios. Enganar alguém a iniciar um treinamento de corrida de rua é
correr o risco de a pessoa ficar desapontada e desanimar, quando nos primeiros
meses de treino resultar em articulações e músculos doloridos e escutar histórias de
outras pessoas sedentárias sobre o indivíduo do escritório que caiu morto enquanto
corria (FIXX, 1980).
Nessa linha, segundo Fixx (1980), não existem atalhos para o
condicionamento físico, é preciso trabalhar muito para atingir o objetivo. Com isso, a
pessoa que realiza exercícios físicos, especialmente a corrida de rua, precisa ser
instruída não apenas sobre as vantagens, mas também sobre as desvantagens.
Nos últimos anos com o imenso avanço da tecnologia, as pessoas têm se
movimentado cada vez menos, tornando-se sedentárias e com problemas de saúde.
13

Muitas delas alegam não ter tempo para cuidar da parte física, outras justificam não
ter fôlego ou resistência para realizar corridas, especificamente. Muitas chegam a
falar que não correm porque não gostam de sofrer (GONÇALVES, 2011).
Por outro lado, o número de pessoas buscando uma atividade física tem
aumentado com o passar dos anos. Dentre as diversas possibilidades, as atividades
ao ar livre, como a caminhada e a corrida de rua, tem tido grande destaque
(SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006).

1.2 CORRIDA DE RUA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ

A prática da corrida de rua na cidade de Ijuí/RS, também tem aumentado


consideravelmente nos últimos anos. Atualmente existe no município o Clube de
Corredores de Ijuí, também chamado de CCI.
De acordo com uma pesquisa realizada por Sena (2010), o CCI foi fundado
no ano de 2003 por um grupo de corredores de rua do município. Sua finalidade
consiste em reunir pessoas interessadas ou praticantes de corrida de rua, de pista
ou de campo. Sua história remonta à década de 80 do século passado, em que
existia uma associação informal de atletas que praticavam a corrida de rua,
chamada de “Corrijui”, sendo que esse grupo deixou de se reunir no início da
década de 90.
O Corrijui ao longo de sua existência proporcionou vários momentos de
esporte, lazer e recreação à comunidade. Teve atletas com bom desempenho na
corrida de rua (OLING, 1995). Mesmo assim, o Corrijui nunca foi reconhecido
oficialmente.
No dia 26 de novembro de 2003, em uma reunião realizada nas instalações
da Escola Municipal Soares de Barros, situada na Rua Henrique Kopf, fundaram o
CCI, tendo como primeiro presidente Pompílio Flores de Borba (SENA, 2010). As
reuniões eram realizadas regularmente, possibilitaram a troca de ideias e
informações.
O CCI possui atualmente 69 associados, sendo que o clube não prioriza
somente os corredores que se destacam nas competições, mas incentiva a prática
esportiva de todos os seus componentes, bem como da comunidade em geral. Está
aberto para qualquer pessoa que queira participar do clube, como sócio ou
14

simpatizante. Para tanto, basta ser praticante de corrida de rua, realize caminhadas
sistemáticas ou pratique qualquer esporte.

1.3 DIMENSÕES RELACIONADAS À ADESÃO E PERMANÊNCIA EM CORRIDAS


DE RUA

Neste bloco serão abordadas as principais dimensões relacionadas à


adesão e permanência em corridas de rua. Nessa linha, a busca pela prática da
corrida de rua pode ocorrer por vários interesses. Esses interesses envolvem desde
a promoção da saúde, a estética, a integração social, a fuga do estresse da vida
moderna e a busca de atividades prazerosas ou competitivas (SALGADO;
CHACON-MIKAHIL, 2006). Muitas vezes, o indivíduo entra com um determinado tipo
de interesse na atividade e conforme vai vivenciando esta atividade, o seu interesse
pode mudar. Como exemplo, existem aqueles que iniciam a prática da corrida de rua
por indicação médica, visando à promoção de sua saúde e acabam tendo melhoras
também no seu desempenho físico, e com isso permanecem com a prática com o
intuito de buscar um melhor rendimento.
De acordo com Balbinotti et al. (2007), as dimensões mais utilizadas pela
literatura especializada para entender os motivos que levam as pessoas à prática
regular de exercícios físicos ou atividades esportivas são: competitividade, prazer,
estética, controle de estresse, sociabilidade e saúde. Logo, trato de cada um desses
na parte que segue.

1.3.1 Competitividade

Competitividade é a dimensão que avalia em que nível o indivíduo utiliza o


exercício físico como forma de manifestação de aspectos relacionados ao vencer,
sugerindo uma sensação de superioridade ou destaque em uma determinada
atividade corporal ou desporto (BALBINOTTI et al., 2007). Para Gonçalves (2011),
não há desporto sem competição, comparar o desempenho consigo mesmo e com
os outros pode levar pessoas a manter-se em atividade.
Segundo Rocha (2012), a competição faz parte da vida de todas as pessoas,
pois reflete valores e objetivos sociais. Desde o nascimento até a morte as pessoas
competem pela sobrevivência em todos os setores em que atuam: família, escola,
15

trabalho, etc. Para o autor é no esporte que a competitividade se evidencia devido à


importância que tem no contexto social, sendo cada vez mais impulsionado pela
mídia. Ela acontece quando as pessoas ou equipes se confrontam para buscar a
vitória ou a superação dos seus próprios limites.
A competitividade pode se tornar um estímulo a mais no sentido de
superação de limites pessoais. Trata-se do prazer em competir e o desejo de lutar
por sucesso em competições. É dentro desta perspectiva que as pessoas podem ser
motivadas a se engajarem em exercícios físicos ou esportes através da
competitividade em virtude de se buscar adversários de igual capacidade ou com
maior ou menor habilidade e de alcançar metas e objetivos (ROCHA, 2012).

1.3.2 Prazer

A dimensão prazer está relacionada à sensação de bem-estar, de diversão e


a satisfação que a prática de exercícios físicos ou de esportes pode proporcionar
(BALBINOTTI et al., 2007). Segundo Gonçalves (2011), em decorrência da evolução
tecnológica, do aumento da escolaridade e da diminuição do tempo gasto com o
trabalho, a população tem destinado grande parte do tempo livre ao lazer. Nesse
sentido, o referido autor aponta que a corrida de rua pode proporcionar sentimentos
de prazer desde os primeiros treinamentos.
Na perspectiva de Tomazoni (2012), a dimensão prazer pode ser importante
para a aderência e a manutenção das pessoas ao esporte e a prática de exercícios
físicos. Da mesma forma, a falta de prazer no exercício, seja ela causada por
treinamento muito intenso, pela valorização excessiva do resultado ou outros fatores,
podem fazer com que o individuo abandone a prática do esporte ou exercício físico
(GONÇALVES, 2011).
O prazer pode estar associado à sensação de alegria, de satisfação, de
diversão e de bem estar (ROCHA, 2012). Uma das maneiras utilizadas para
estimular esta sensação é através do esporte e do exercício físico (TOMAZONI,
2012). De acordo com Gonçalves (2011), o prazer pode ser apontado como um
grande responsável pela adesão e permanência na prática do exercício físico e da
corrida de rua.
16

1.3.3 Estética

Na concepção de Balbinotti et al. (2007), a dimensão estética avalia o nível


no qual as pessoas utilizam a prática regular de exercícios físicos, como forma de
conquistar ou manter um corpo que seja considerado atraente e aceito pela
sociedade ou grupo em que o mesmo está inserido. Na atualidade, a estética
aparece como um valor de extrema importância na sociedade, e o exercício físico
assume um papel importante na construção e manutenção desta imagem
(GONÇALVES, 2011).
Para Rocha (2012), muitas vezes para serem aceitas pela sociedade ou um
grupo de amigos, as pessoas se obrigam a permanecer dentro de rígidos padrões
de beleza. Na contemporaneidade, esse modelo físico ideal passa pela aparência
jovem, com corpo musculoso e magro, impulsionando as pessoas à prática dos
exercícios físicos, esportes, além de outras formas de qualificar a aparência, tais
como: controle alimentar, cirurgias plásticas, ingestão de suplementos, entre outros.

1.3.4 Controle do Estresse

O controle do estresse é a dimensão que avalia em que nível as pessoas


utilizam o exercício físico regular como forma de controlar a ansiedade e o estresse
da vida cotidiana (BALBINOTTI, 2007). O estresse é um fator que faz parte da vida
das pessoas, é uma resposta do organismo a uma situação de ameaça, tensão,
ansiedade ou mudança. De acordo com Tomazoni (2012), esta situação poderá
estar presente em casa, no trabalho ou na vida social.
Para Rocha (2012), os excessos no trabalho, as cobranças da chefia e as
tarefas em demasia podem criar situação de estresse, levando o organismo a
desenvolver reações que preparam o indivíduo para uma situação de luta, defesa ou
de fuga. Para o referido autor, são várias as estratégias utilizadas no controle dos
níveis de estresse, entre elas o exercício físico ganha destaque em várias culturas.
Segundo um estudo realizado por Gonçalves (2011), a corrida de rua pode
proporcionar benefícios aos seus praticantes em relação ao controle do estresse.
Essa prática pode ser uma válvula de escape ou uma forma de pelo menos, por um
momento, esquecer-se dos problemas e focar em uma atividade diferente, fugindo
da rotina.
17

1.3.5 Sociabilidade

A dimensão sociabilidade avalia em que nível as pessoas utilizam o


exercício físico como forma de fazer parte de um grupo, clube ou relacionar-se com
outras pessoas (BALBINOTTI et al., 2007). Para Tomazoni (2012), a sociabilidade
pode ser buscada por intermédio da atividade física ou esportiva através de clubes,
academias ou agremiações.
Na concepção de Gonçalves (2011), a sociabilidade passa com o tempo a
ser um fator cada vez mais importante para a manutenção da prática da corrida de
rua. O fato de poder correr ao lado de mais pessoas pode auxiliar na prática de uma
atividade que muitas vezes se tornaria um momento solitário e de desconforto. Desta
forma, a corrida em grupo passa a ser uma forma de extravasar, compartilhar
sentimentos e de trocar experiências com outras pessoas. O referido autor destaca
também, que pela proximidade da relação entre os praticantes, eventos fora do
horário de treino são bastante comuns e incentivados pelos treinadores.
O exercício físico e principalmente a corrida, são importantes agentes da
sociabilidade, já que eles representam os melhores meios da convivência humana
(ROCHA, 2012). Para Gonçalves (2011), este convívio com colegas de equipe,
desperta sensações de bem estar, uma vez que ao se relacionarem, acabam criando
vínculos positivos entre si, o que proporciona uma maior permanência no esporte.
Segundo González (2007), não é possível haver sociabilidade em toda e
qualquer situação, nem toda prática esportiva é produtora de sociabilidade. O
referido autor destaca que o esporte para ser considerado como prática de
sociabilidade, ele terá que se constituir efetivamente de forma lúdica, na medida em
que se emancipa do resultado como meta e centra-se nele próprio apenas para
produzir um tipo especial de convivência com o outro e para o outro.
Um estudo realizado por Araújo (2009), na cidade de Porto Velho/RO, teve o
objetivo de verificar a importância da prática da corrida de rua na interação social de
homens e mulheres desta cidade. A amostra foi composta por 51 pessoas, sendo 41
do gênero masculino e 10 do gênero feminino, com idade máxima de 60 anos.
Os resultados mostraram semelhanças na maioria das respostas dos
homens e das mulheres. As importâncias atribuídas pelas mulheres para a prática
da corrida de rua, por ordem foram: cuidar da saúde, melhorar a condição física,
divertir-se, fazer amigos ou conhecer pessoas e fugir da rotina diária.
18

Para os homens, a prática da corrida de rua assume o seguinte grau de


importância, nesta ordem: cuidar da saúde, divertir-se, melhorar a condição física,
fazer amigos ou conhecer pessoas e fugir da rotina. A corrida como fator de
interação social foi mais importante para as mulheres com idade máxima de 30 anos
(40%) e para os homens com idade entre 31 a 40 anos (40%).
Outra pesquisa realizada por Massarela (2009), com dez corredores com
idades entre 23 e 46 anos e tempo de prática de 3 e 20 anos, revelou a existência
de alguns motivos responsáveis pela adesão e permanência na corrida de rua. Oito
corredores apontaram que iniciaram a prática da corrida de rua por influência de
alguém próximo, um por vivência da corrida na escola e um por indicação médica.
A sociabilidade é o fator que melhor explica a adesão e permanência destas
pessoas na prática esportiva. Muito se deve ao fato de poder estar com amigos ou
fazer novas amizades. Um exemplo disso é aquele indivíduo que já é corredor
encorajar outras pessoas a se exercitarem.

1.3.6 Saúde

O termo saúde, atualmente, não é mais considerado apenas a ausência de


doenças. Esta nomenclatura representa múltiplos aspectos do comportamento
humano voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental e social
(PITANGA, 2004). Nessa perspectiva, a saúde é uma dimensão que avalia em que
nível o praticante se utiliza da prática regular de exercícios físicos como forma de
manutenção da saúde geral e de prevenção de doenças associadas ao
sedentarismo (BALBINOTTI et al., 2007).
De acordo com Gonçalves (2011), a saúde passou a ser um bem a ser
conquistado. Nesse contexto, a prática regular de exercícios físicos é uma das
formas de se obter benefícios, procurando adquirir uma melhor qualidade de vida.
Entre os exercícios físicos possíveis, a corrida de rua é uma forma
importante na prevenção de problemas relacionados à saúde. Segundo Tomazoni
(2012), ela tem em sua sistemática, volume, intensidade e no treinamento a
capacidade de proporcionar saúde para seus praticantes.
Outra pesquisa realizada por Gonçalves (2011) com corredores amadores
de Porto Alegre/RS apontou resultados significativos sobre motivos de adesão e
permanência na corrida de rua. O objetivo deste estudo foi descrever e comparar os
19

índices obtidos para as seis dimensões motivacionais contempladas pelo inventário


de motivação à prática regular de atividade física, formulada por Balbinotti et al.
(2007), em dois grupos de corredores de rua com diferentes tempos de prática.
A pesquisa foi composta por 55 indivíduos, 25 no grupo adesão e 30 no
grupo permanência, de ambos os gêneros, na faixa etária de 22 a 64 anos. Os
resultados apresentaram a saúde como principal motivo de adesão e permanência
na corrida de rua, o prazer como segundo motivo para ambos os grupos. O controle
de estresse aparece como terceiro motivo, a sociabilidade, a estética e a
competitividade também aparecem na pesquisa.
A preocupação em se ter uma boa saúde, pode ser considerado, como um
motivo para se realizar exercício físico ou esporte, procurando adquirir uma melhor
qualidade de vida (TOMAZONI, 2012). Para Rocha (2012), o hábito de praticar
exercício físico ou esporte, realizado de forma moderada, sistemática e frequente,
pode trazer benefícios para a saúde e qualidade de vida.
20

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo busquei expor os procedimentos metodológicos utilizados


para realizar a pesquisa de campo com os corredores de rua da cidade de Ijuí. No
primeiro bloco trato do tipo da pesquisa realizada, em seguida, num segundo bloco
apresento os sujeitos participantes. Em um terceiro momento abordo sobre os
instrumentos utilizados para a realização do estudo. No quarto bloco trago a
descrição e o desenvolvimento da investigação.

2.1 TIPO DE PESQUISA

O pressuposto desse estudo adota um método descritivo. Na concepção de


Gil (2010), a pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever
características de determinada população. Nessa linha, possui características de
levantamento. De acordo com Gil (2010), a pesquisa por levantamento se
caracteriza pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. É aquela em que as características e interesses de uma população são
levantadas e observadas.

2.2 SUJEITOS

Os sujeitos participantes da investigação foram 15 corredores de ambos os


gêneros, com idade entre 16 e 80 anos. O grupo possui atletas, estudantes e
trabalhadores. Todos os corredores participantes da pesquisa são integrantes do
Clube de Corredores de Ijuí. Os que já correm há muito tempo, e os que estão há
pouco tempo na prática da corrida de rua.
Para dar conta dos objetivos da pesquisa, foi feito um primeiro contato com a
carta de apresentação aos corredores participantes, explicando como a pesquisa
será realizada, também prestando esclarecimentos e quais os objetivos do estudo. O
tamanho da amostra a ser estudada em minha investigação adotou, como critério,
15 corredores de um total de 30, que tinham uma maior afinidade com o pesquisador
e também frequentavam com maior regularidade os locais de treino.
21

A coleta dos dados foi realizada nos locais de treino e residências dos
corredores. Foi entregue em mãos o questionário, junto com o termo de
consentimento livre e esclarecido. O modelo do questionário e o termo de
consentimento livre e esclarecido constam em apêndices.

2.3 INSTRUMENTOS DE LEVANTAMENTO DE DADOS

O levantamento de dados ocorreu através de um questionário contendo


questões abertas e fechadas relacionadas à prática da corrida de rua. É um
questionário composto de 132 itens agrupados em 22 blocos e procura avaliar as
seis dimensões: controle do estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética
e prazer, mais duas questões abertas relacionadas aos motivos e fatores de adesão
e permanência à prática da corrida de rua.

2.4 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

Ao desenvolver esta pesquisa, alguns cuidados éticos foram considerados


para não prejudicar os envolvidos na investigação, principalmente, com relação à
identidade dos participantes. Nesse sentido, o estudo obedeceu à legislação vigente,
no que diz respeito a pesquisas que envolvem seres humanos. Por respeito aos
envolvidos o trabalho não apresenta suas identificações como nome próprio,
fazendo-se uso da identificação "C" (simbolizando corredor) e de um número.
Todos os participantes foram informados do presente estudo, tomando
ciência dos objetivos e procedimentos. Na mesma linha, a participação foi de forma
voluntaria. Os sujeitos que aceitaram participar assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido1. Foi informado aos participantes do estudo que
as informações levantadas não têm fins lucrativos e são voltados apenas para a
pesquisa.

1Consta ao final do trabalho.


22

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Ao analisar as informações levantadas na pesquisa busquei interpretar as


respostas dos participantes no intuito de responder o objetivo do estudo. No decorrer
desse processo tentei seguir a recomendação de Gil (2010), quando aponta que a
interpretação dos dados consiste, fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre
os resultados obtidos com outros já conhecidos, quer sejam derivados de teorias ou
estudos realizados anteriormente.
Nesta perspectiva, organizei o Quadro 1 para analisar as respostas dos 15
corredores investigados, numa perspectiva mais quantitativa. Este quadro foi
definido em seis categorias, com base no trabalho realizado por Balbinotti et al.
(2007). Os referidos autores apontam seis principais dimensões, sendo elas:
competitividade, prazer, estética, controle do estresse, sociabilidade e saúde.
A partir disso foi analisada cada resposta do questionário das questões
fechadas. Ao final do quadro somei o total de cada categoria, estabelecendo dados
sobre a preferência dos corredores. As respostas dos participantes da pesquisa nas
questões abertas foram transcritas – numa ótica qualitativa – no Quadro 2.
Nesse processo, inicialmente apresento a análise das questões fechadas.
Num segundo momento, trago minhas interpretações das questões abertas,
buscando identificar o sentido das respostas dos sujeitos.

Quadro 1: Questões fechadas


Categorias C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 Total
Competitividade 18 29 36 26 30 32 20 16 20 11 16 03 08 18 09 292
Prazer 16 27 24 23 25 23 26 22 15 02 08 07 22 20 260
Estética 17 13 09 11 20 14 08 13 09 07 01 05 04 03 134
Estresse 12 17 15 14 21 16 16 16 06 06 10 02 151
Sociabilidade 11 15 13 19 16 16 18 14 16 02 06 12 12 13 183
Saúde 14 17 16 15 16 15 02 20 16 14 08 08 14 21 18 214
Fonte: O autor (2016).

Com base no Quadro 1 é possível apontar que não há um único fator de


adesão e permanência na prática da corrida de rua, no grupo investigado. Os seis
fatores apresentados no questionário foram apontados pelo grupo de corredores
participantes deste estudo, mesmo que em diferentes medidas. Nessa linha, os
motivos da participação nas corridas são múltiplos e se alteram dependendo da
idade, do gênero e do tempo de prática.
23

De forma geral, é possível apontar que os fatores que mais representam a


adesão e a permanência na prática da corrida de rua no grupo investigado são a
competitividade, o prazer e a saúde. A competitividade é o principal fator apontado
pela maioria dos corredores. Esse achado é similar ao apontado por Balbinotti et al.
(2007), quando os autores afirmam que o ato de comparar o rendimento com outras
pessoas, pode levar os indivíduos a manterem-se na atividade de corrida.
O fator competitividade teve uma maior prevalência no grupo de corredores
mais jovens, com idade entre 15 e 30 anos. Todos os corredores desta faixa etária
apontaram a competitividade como o principal fator de adesão e permanência na
prática da corrida de rua. De acordo com Gonçalves (2011), na competição a disputa
pode ser mais uma questão pessoal, visando à própria superação, motivando os
corredores mais jovens a permanecerem na prática do exercício físico.
O segundo fator com maior resultado no presente estudo foi a categoria
prazer. Segundo Massarella (2009), o empenho e o engajamento para com a corrida
de rua através do prazer e da satisfação seriam recompensas encontradas pelo
praticante. Quanto mais tempo as pessoas vivenciam estas experiências, mais
tempo e dedicação elas investem neste exercício físico.
O fator prazer também foi apontado pelos corredores mais idosos. De
acordo com Rocha (2012), corredores de idades mais avançadas, motivados pelo
prazer, entendem que o exercício é fonte de satisfação, diversão e bem estar. Sendo
assim, percebe-se que o fator prazer pode ser importante para a adesão e
permanência na prática da corrida de rua.
Nesse viés, resultado semelhante foi encontrado na pesquisa de Gonçalves
(2011), em que a categoria prazer foi o segundo fator de adesão e permanência em
corridas de rua na cidade de Porto Alegre/RS. Para o referido autor, os prazeres
geram sentimentos de competência e da autonomia na realização da prática da
corrida de rua. Segundo o autor, o hábito de treinar durante o tempo livre é uma
característica do corredor motivado pelo prazer.
O terceiro fator mais representativo na pesquisa foi a saúde. De acordo com
Gonçalves (2011), este resultado aparece em diversos estudos que analisam a
prática da corrida de rua e do exercício físico. Em sua pesquisa, o referido autor
aponta que os sujeitos pesquisados demonstram interesse e preocupação com a
busca ou manutenção da qualidade de vida, bem estar e prevenção de doenças. O
exercício físico e a corrida de rua realizada de forma moderada, sistemática e
24

frequente, podem trazer benefícios para a saúde e qualidade de vida (ROCHA,


2012).
Interessante observar que para as mulheres o segundo fator de adesão e
permanência foi a estética. Essa categoria aparece como um valor de extrema
importância para o público feminino. Nessa perspectiva, a corrida de rua assume um
papel importante para a construção e manutenção de um corpo considerado belo.
Os benefícios proporcionados pela corrida de rua são bastante expressivos quando
se fala em estética, perda e controle de peso (GONÇALVES, 2011).
Nessa linha, resultado semelhante foi encontrado por Tomazoni (2012),
constatando que as mulheres participantes de grupos de corrida consideram o fator
estética mais importante na prática da corrida de rua. Segundo Gonçalves (2011),
vivemos em uma sociedade na qual a mídia possui grande influência e a busca das
mulheres por um corpo magro passa a ser, para muitas, uma obsessão, levando à
prática da corrida de rua.
Contrariamente, a estética não foi apresentada como motivo/preocupação
por parte dos corredores do gênero masculino. Este fator parece não influenciar de
maneira significativa o ingresso dos homens à prática da corrida de rua. Para
Gonçalves (2011), os objetivos estéticos para esta amostra, parecem ser
secundários, representando apenas uma consequência do treinamento aeróbio.
Analisando os resultados do quadro 1, verifiquei que o fator sociabilidade
também aparece na pesquisa. Este achado também é apontado por Tomazoni
(2012), quando o autor afirma que o exercício físico e a corrida são importantes
agentes de socialização, uma vez que representam meios de convivência humana.
Nesse sentido, para Gonçalves (2011) muitos corredores iniciantes relatam
dificuldades para entreter-se em uma corrida solitária e evoluir na prática. Logo,
surge o interesse pela corrida acompanhada de um amigo ou em grupo. Dessa
forma, a sociabilidade torna-se um fator importante à prática da corrida,
proporcionando maior integração entre os participantes.
O quadro 1 demonstra ainda que o fator controle do estresse também foi
apontado pelos corredores investigados. Estudos envolvendo corredores
encontraram resultados semelhantes. Balbinotti et al. (2007) também encontrou o
controle do estresse como terceiro fator entre corredores de longa distancia de
ambos os gêneros. Para Gonçalves (2011), o estresse mental ou emocional é um
dos maiores problemas da sociedade moderna e o exercício físico e a corrida
25

servem como um remédio para pessoas que sofrem deste problema. Além dos
benefícios fisiológicos, o exercício físico e a corrida trazem benefícios psicossociais
melhorando a imagem e a autoestima, reduzindo o isolamento social (ROCHA,
2012).
Na sequência, apresento o Quadro 2 contendo fragmentos das questões
abertas manifestadas pelos corredores investigados, frente as perguntas: 1) Quais
os motivos ou fatores levaram você a iniciar a prática da corrida de rua?; 2) Quais os
motivos ou fatores levaram você a permanecer com a prática da corrida de rua?
Posteriormente, faço uma análise do referido quadro.

Quadro 2: Questões abertas


Motivos ou fatores que Motivos ou fatores que levaram a
Categorias influenciaram o início da prática permanecer na prática da
da corrida de rua corrida de rua
- Melhorar meus índices físicos (C1)
- Estar evoluindo sempre (C2)
- Me tornar um atleta de nível do Brasil
Competitividade (C5)
- Ganhar medalhas (C6)
- Participar de competição (C7)
- Competição (C8)
- Se entregar no total (C6) - Gostar de correr e não consegui mais
- Gosto pelo esporte (C8) parar (C3)
- Interesse muito forte pelo esporte - Gosto muito grande que adquiri (C11)
Prazer (C11) - Satisfação pessoal (C12)
- A corrida é para mim um descanso - Por prazer (C13)
(C14) - Sair da rotina (C14)
- Pelo prazer (C15)
Estética
Estresse
- Amigos de corrida, decidi correr - Estar junto com meus amigos (C2)
também (C2) - Grupos de amigos da escola (C5)
- Influência dos amigos (C3) - Fazer novos amigos (C6)
- Amigos da escola e professores de - Amigos (C8)
Educação Física (C4) - Estar com amigos e grupo de corrida
- Convite de amigos e colegas (C12) (C15)
Sociabilidade
- Fui vendo meus pais correndo (C1) - Incentivo que vem da família (C1)
- Porque minha mãe corre (C5) - Apoio de pessoas (C4)
- Ver minha filha correndo (C8) - Minha mãe corre junto (C5)
- Escutei que ia ter uma corrida (C9) - Convite de uma pessoa (C7)
- Acompanhar meu namorado na - Conheci o André que hoje é meu
corrida (C10) amigo (C9)
- Ter uma vida saudável (C2) - Saúde (C8)
- Corri para emagrecer (C7) - Pela saúde (C10)
- Melhores condições físicas e -Sinto melhor e com mais saúde (C12)
Saúde mentais (C8) - Conservação da saúde (C13)
- Problemas de saúde (C13) - Tornar confiante para tarefas diárias
- Promover a saúde e prevenir (C15)
doenças (C15)
Fonte: O autor (2016).
26

O quadro foi organizado em seis categorias, também, com base no trabalho


de Balbinotti et al. (2007). Uma categoria que teve destaque nas questões abertas
foi a sociabilidade. O interesse em fazer amigos (C2; C6) foi bastante mencionado.
Nessa categoria, particularmente, nove corredores (C1, C2, C3, C4, C5, C8,
C9, C10 e C12) apontaram que iniciaram a prática da corrida de rua por influência de
outro corredor ou alguém próximo. Esses dados coincidem com a pesquisa de
Massarella (2009), na qual os participantes alegaram que o principal fator de adesão
e permanência na corrida de rua foi a influência de alguém com que existia um
vínculo afetivo, como pais, irmãos, namorados, amigos ou outro corredor.
De acordo com Oliveira (2011) pertencer ao contexto esportivo e se
apresentar como atleta ou corredor passou a ter um valor simbólico de superioridade
física, disciplina e outros valores que em geral dão ao indivíduo um lugar de respeito
na comunidade. Isso demonstra a importância da vivência da prática da corrida de
rua, muitas vezes sendo influenciada por indivíduos praticantes de corridas.
Para o grupo de corredores com idade a partir de 60 anos, o principal fator
de adesão e permanência na prática da corrida de rua é a saúde. Os achados
indicam que os corredores nessa faixa etária demonstram interesse e preocupação
com a busca ou manutenção da qualidade de vida, bem estar e prevenção de
doenças, como sugerem as respostas aos questionários: “Ter uma vida saudável”;
“Promover a saúde e prevenir doenças”; “Sinto melhor e com mais saúde”; “Tornar
confiante para tarefas diárias”.
De acordo com Tomazoni (2012), isso tende a ocorrer porque estes
praticantes buscam uma promoção da saúde, através da melhora de diversos
fatores como, por exemplo, cardiorrespiratórios, evitando doenças e proporcionando
bem estar físico. A prática do exercício físico e da corrida regularmente, podem ser
associados a melhora e manutenção da saúde a da qualidade de vida das pessoas
(ROCHA, 2012).
A categoria prazer também apareceu no Quadro 2, pois quatro corredores
(C6, C8, C11 e C14) responderam que iniciaram a prática da corrida de rua por
prazer. Entre as respostas estão: “A corrida é para mim um descanso”; “Se entregar
no total”; “Gosto pelo esporte”; “Interesse muito forte pelo esporte”.
Em relação a esse aspecto os resultados encontrados nos dois quadros são
semelhantes, sendo o prazer um fator que mantém estes indivíduos na prática da
corrida. O prazer está associado à sensação de alegria, satisfação, diversão e bem
27

estar (ROCHA, 2012). Para o autor, a corrida de rua e o exercício físico, tem papel
fundamental para proporcionar esta sensação aqueles que praticam.
A categoria competitividade demonstrou forte interesse por parte dos
corredores investigados. Da mesma forma que no Quadro 1, seis corredores (C1,
C2, C5, C6, C7 e C8) responderam ser a competitividade o fator que os levou a
permanecer na prática da corrida. De acordo com Gonçalves (2011), a
competitividade é uma forma de se estabelecer metas, servindo de estímulo para
manter essa população na prática da corrida de rua.
28

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na tentativa de responder ao objetivo desta pesquisa, tomando por base os


resultados do estudo, pode-se concluir que não há um único motivo de adesão e
permanência na prática da corrida de rua no grupo investigado, uma vez que mais
de um fator podem ser apontados como influenciadores da prática.
Contudo, foi possível identificar semelhanças de motivos de adesão e
permanência de acordo com a idade e o gênero dos corredores. A pesquisa mostra,
por exemplo, que os corredores a partir 60 anos de idade, estão preocupados com o
fator saúde, sendo esse aspecto o principal influenciador da participação nas
corridas. Logo, o fato de sentir-se saudável é uma dimensão relevante na vida
destes corredores.
Para os corredores mais jovens, com idades entre 15 e 30 anos, do gênero
masculino, o fator mais importante é a competição. Para esse grupo, a
competitividade influencia em suas vidas, tornando-se um estímulo muito forte para
continuar na prática da corrida de rua.
A categoria estética apareceu como um importante fator para o público
feminino. Ao contrário dos homens que não consideram a estética um aspecto
importante, as mulheres apontaram objetivos estéticos em manter um corpo magro e
atlético, sendo um estímulo forte para se manter na prática da corrida de rua.
A pesquisa indica que a sociabilidade também é uma categoria relevante na
vida dos corredores investigados. O fato de fazer parte de um grupo e a influência
de alguém próximo ou outro corredor mantém essa população na prática da corrida
de rua. Portanto é preciso criar oportunidades e programas esportivos para que um
maior número de pessoas vivencie a prática da corrida.
29

Entendo que os resultados desta pesquisa podem contribuir para o


desenvolvimento de estratégias adequadas e adaptadas aos diferentes praticantes,
suprindo suas necessidades e propiciando o bem-estar na atividade, desde o
planejamento do treinamento até a participação em eventos de lazer e
comemorativos. O conhecimento sobre a importância que esta prática traz para os
corredores de rua pode ser indicativo de futuras ações para profissionais de
Educação Física, sobretudo para a elaboração de programas que promovam a
prática constante e a sua permanência.
Neste sentido, acredito que novos estudos podem ser realizados com
maiores amostras, diferenciando gênero e faixa etária, contribuindo assim na
produção de conhecimentos mais específicos na área. Aprofundar os conhecimentos
em relação aos praticantes da corrida de rua é importante para compreender como
essa prática tem crescido nos últimos anos, sendo um espaço importante de
intervenção da Educação Física.
30

REFERÊNCIAS

ARAUJO, J. P. O processo de interação social nas corridas de rua da cidade de


Porto Velho. 2009. 89p. Monografia (Curso de Educação Física), Núcleo de Saúde
da Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2009.

BALBINOTTI, M. A. A. et al. Dimensões motivacionais de atletas corredores de longa


distância: um estudo descritivo-comparativo segundo o sexo. Coleção Pesquisa em
Educação Física, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 73-80, set. 2007.

FIXX, J. F. Guia completo de corrida: tudo que você deve saber para tirar maior
proveito de seus exercícios. Rio de Janeiro: Record, 1977.

FIXX, J. F. O novo livro de corrida. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1980.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GONÇALVES, G. H. T. Corrida de rua: um estudo sobre os motivos de adesão e


permanência de corredores amadores em Porto Alegre. 2011. 52p. Monografia,
Departamento de Educação Física da Escola de Educação Física, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.

GONZÁLEZ, F. J. Sociabilidade e práticas corporais: leitura de uma relação. In:


STIGGER, M. P.; SILVEIRA, R. (Org.). O esporte na cidade: estudos etnográficos
sobre sociabilidade esportiva em espaços urbanos. Porto Alegre: UFRGS, 2007.

MASSARELA, F. L. A motivação e o estado flow em corredores de rua. Revista


Movimento, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 45-68, abr./jun. 2009.

MATSUDO, S. M. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade.


Revista Brasileira Ciência e Movimento, São Paulo, v. 6, n. 4, p. 202-212, abr.
1992.
31

NIADA, A. C. M. Hierarquia de metas do consumidor de tênis de corrida para


diferentes níveis de autoconexão com a marca. 2011. 183p. Dissertação
(Mestrado em Administração), Programa de Pós-Graduação em Administração,
Universidade Federal de Paraná, Curitiba, 2011.

OLING, G. Corrida de fundo em Ijuí. 1995. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso


de Educação Física), UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul, Ijuí, 1995.

OLIVEIRA, S. N. Lazer sério e envelhecimento: loucos por corrida. 2010. 102p.


Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

PITANGA, F. J. G. Epidemiologia da atividade física, exercícios físicos e saúde.


São Paulo: Phorte, 2004.

ROCHA, A. A. Motivação à prática regular de ginástica laboral. 2012. 114p.


Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento
Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

SALGADO, J. V. V.; CHACON-MIKAHIL, M. P. T. Corrida de rua: análise do


crescimento do número de provas e de praticantes. Revista da Faculdade de
Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 4, n. 1, 2006.

SÃO SILVESTRE. Resultados 2015. Disponível em: <www.saosilvestre.com.br>.


Acesso em: 03 fev. 2016.

SENA, M. Clube de corredores de Ijuí. Ijuí, 2010. Disponível em:


<http://www2.unijui.edu.br/~marcio.sena/clubdoscorredoresijui/historia.htm>. Acesso
em: 01 dez. 2014.

TOMAZONI, F. Fatores motivacionais que levam pessoas à prática e


participação competitivas em corridas de rua. 2012. 52p. Trabalho de Conclusão
de Curso (Curso de Educação Física), Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2012.
32

APÊNDICES
33

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da Pesquisa: Fatores de adesão e permanência em corridas de rua no


município de Ijuí – RS
Nome do Pesquisador: André Clóvis Herther
Nome do Orientador: Robson Machado Borges

O(A) Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem como
finalidade verificar os fatores de adesão e permanência de corredores em provas de
corrida de rua na cidade de Ijuí. Ao participar deste estudo o(a) Senhor(a) permitirá
que o pesquisador Andé Clóvis Herther obtenha informações para estudar a prática
da corrida de rua. O(A) Senhor(a) tem liberdade de se recusar a participar e ainda se
recusar a continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer
prejuízo. Sempre que quiser poderá pedir informações sobre esse estudo através do
telefone do pesquisador. A pesquisa será realizada através de um questionário que
você responderá de forma sincera. As questões foram elaboradas com o fim de
compreender melhor a temática e não oferecem nenhum risco à sua dignidade.
Todas as informações deste estudo são estritamente confidenciais. Somente o
pesquisador, o orientador e o membro da banca avaliadora da investigação terão
conhecimento dos dados. Ao participar desta pesquisa o(a) senhor(a) não terá
nenhum benefício direto. Entretanto, esperamos que este estudo traga informações
importantes sobre a prática da corrida de rua, de forma que o conhecimento que
será construído a partir desta pesquisa possa proporcionar um melhor entendimento
sobre as práticas de exercícios físicos, de modo que o pesquisador se compromete
a divulgar os resultados obtidos. O(A) senhor(a) não terá nenhum tipo de despesa
para participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação.
Após esses esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para
participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem:

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida,


manifesto meu consentimento em participar desta pesquisa.

__________________________________
Nome do Participante da Pesquisa

__________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa

__________________________________
Assinatura do Pesquisador

CONTATO:
Pesquisador: André Clóvis Herther. E-mail: andreherther@hotmail.com
Telefone: 9608-6449

Professor Orientador: Robson Machado Borges


E-mail: robson.borges@unijui.edu.br
34

APÊNDICE B – Questionário sobre a Prática Regular de Exercícios Físicos

Nome: ______________________________________________________________________
Idade: _______ Gênero: M ( ) F ( ) Pratica algum exercício físico? _________
Há quanto tempo? Até 6 meses ( ) Até 1 ano ( ) Mais de 1 ano ( )
Quanto tempo diário de treino? _____________________ Em quantos dias da semana? _________
Você se considera um(a) atleta? Sim ( ) Não ( ), caso a resposta tenha sido Não, você almeja ser
atleta? Sim ( ) Não ( ) Você tem treinador? Sim ( ) Não ( )
Quantos treinadores você já teve? _____________________________________________________
Já participou de competições? Sim ( ) Não ( ) Qual o nível destas competições (ex.: regional,
estadual, nacional, etc.) _____________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Você é remunerado neste esporte? Sim ( ) Não ( ), caso a resposta tenha sido Sim, você é
assalariado de um clube ou patrocinador ou depende das competições para poder receber? _______
Você tem outra profissão paralela? Sim ( ) Não ( ) Qual profissão? _________________________
Qual delas você dedica o maior tempo? _____________________ Em qual delas recebe a maior
remuneração? _____________________________________________________________________

Este inventário visa conhecer melhor o grupo de motivações que o faz realizar (ou o mantém
realizando) exercícios físicos regulares. As afirmações (ou itens) descritas abaixo podem ou
não representar suas próprias motivações. Indique, de acordo com a escala abaixo, o quanto
cada afirmação representa (ou representaria) sua motivação para realizar um exercício físico
como uma corrida. Note que, quanto maior o valor associado a cada afirmação, mais
motivadora ela é para você. Responda a todos os itens de forma sincera, não deixando
nenhuma resposta em branco.

Considere a escala abaixo:


(1) Este item não representa um motivo que me levaria a realizar exercício físico ou esporte.
(2) Isto me motiva pouquíssimo (para realizar exercício físico ou esporte).
(3) Isto me motiva pouco (para realizar exercício físico ou esporte).
(4) Isto me motiva “mais ou menos” (não sei dizer ou tenho dúvida) (para realizar exercício físico ou
esporte).
(5) Isto me motiva muito (para realizar exercício físico ou esporte).
(6) Isto me motiva muitíssimo (para realizar exercício físico ou esporte).
(7) É por esse motivo que eu pratico exercício físico ou esporte.

001. ( ) liberar tensões mentais 031. ( ) aliviar pressões da família


002. ( ) manter a forma física 032. ( ) crescer com saúde
003. ( ) estar com os amigos 033. ( ) conversar com outras pessoas
1 6
004. ( ) vencer competições 034. ( ) superar meus limites
005. ( ) manter bom aspecto 035. ( ) ficar forte
006. ( ) me sentir melhor 036. ( ) me sentir à vontade
007. ( ) relaxar 037. ( ) gastar energia
008. ( ) manter o corpo em forma 038. ( ) aumentar minha força
009. ( ) fazer novos amigos 039. ( ) estar com outras pessoas
2 7
010. ( ) melhorar minhas habilidades 040. ( ) melhorar meus índices físicos
011. ( ) emagrecer 041. ( ) ser admirado pelos outros
012. ( ) obter satisfação 042. ( ) descontrair
013. ( ) sair do cotidiano 043. ( ) realizar atividades do dia a dia, sem stress
014. ( ) manter a saúde 044. ( ) ter índices saudáveis de aptidão física
015. ( ) encontrar amigos 045. ( ) ter a oportunidade de rir
3 8
016. ( ) atingir meus objetivos 046. ( ) ter a possibilidade de ganhar dinheiro
017. ( ) manter o corpo em forma 047. ( ) ficar com o corpo bonito
018. ( ) meu próprio prazer 048. ( ) adquirir gosto pelo exercício
019. ( ) acalmar-me 049. ( ) esquecer dos problemas
020. ( ) evitar a obesidade 050. ( ) realizar as tarefas do dia a dia sem dificuldades
021. ( ) ter respeito pelos outros 051. ( ) reunir meus amigos
4 9
022. ( ) ser reconhecido 052. ( ) ter mais status social
023. ( ) ter bom aspecto 053. ( ) ficar com o corpo definido
024. ( ) sentir-me mais satisfeito comigo mesmo 054. ( ) ter a sensação de bem-estar
35

025. ( ) ter uma válvula de escape 055. ( ) descontrair


026. ( ) diminuir o peso 056. ( ) levar a vida com mais alegria
027. ( ) não ficar em casa 057. ( ) participar de novos grupos de amizades
5 10
028. ( ) receber homenagens 058. ( ) ganhar dos adversários
029. ( ) desenvolver a musculatura 059. ( ) chamar a atenção das pessoas
030. ( ) contentar-me 060. ( ) livrar-me de preocupações

061. ( ) tirar o stress mental 097. ( ) ter sensação de repouso


062. ( ) não ficar doente 098. ( ) ficar mais forte
063. ( ) divertir-me 099. ( ) participar nos treinos de corrida
11 17
064. ( ) desenvolver habilidades 100. ( ) concorrer com os outros
065. ( ) ter um corpo definido 101. ( ) ser notado entre as pessoas
066. ( ) sentir-me mais alegre 102. ( ) ocupar meu tempo livre
067. ( ) sair da agitação do dia a dia 103. ( ) ficar mais tranquilo
068. ( ) adquirir saúde 104. ( ) ter a sensação de autorrealização
069. ( ) brincar com meus amigos 105. ( ) ser respeitado pelos outros
12 18
070. ( ) aprender novas habilidades 106. ( ) atingir meus limites
071. ( ) sentir-me bonito 107. ( ) desenvolver o meu corpo
072. ( ) divertir-me 108. ( ) entreter-me
073. ( ) descansar 109. ( ) ficar sossegado
074. ( ) melhorar a saúde 110. ( ) viver mais
075. ( ) fazer parte de um grupo de amigos 111. ( ) ir a treinamentos de corrida
13 19
076. ( ) ser campeão no esporte 112. ( ) competir com os outros
077. ( ) ser admirado 113. ( ) tornar-me atraente
078. ( ) distrair-me 114. ( ) alcançar meus objetivos
079. ( ) diminuir a irritação 115. ( ) diminuir a angústia pessoal
080. ( ) manter um bom aspecto físico 116. ( ) ficar livre de doenças
081. ( ) ser reconhecido entre meus amigos 117. ( ) ir para a igreja ou culto religioso
14 20
082. ( ) ser o melhor no esporte 118. ( ) ganhar prêmios
083. ( ) atrair a atenção 119. ( ) ter um corpo em boa forma física
084. ( ) me sentir bem 120. ( ) atingir meus ideais
085. ( ) diminuir a ansiedade 121. ( ) ficar mais calmo
086. ( ) estar bem comigo mesmo 122. ( ) manter o corpo em forma
087. ( ) sentir-me integrado com meus amigos 123. ( ) encontrar amigos
15 21
088. ( ) ter prestígio 124. ( ) melhorar minhas habilidades
089. ( ) ser considerado mais bonito 125. ( ) ser admirado pelos outros
090. ( ) realizar-me 126. ( ) meu próprio prazer
091. ( ) sair do stress da família 127. ( ) satisfazer uma necessidade pessoal
092. ( ) evitar o cansaço 128. ( ) melhorar minha condição cardiovascular
093. ( ) ir para o grupo de corrida/clube 129. ( ) mostrar aos meus amigos o que é importante para mim
16 22
094. ( ) ter retorno financeiro 130. ( ) enfrentar novos desafios
095. ( ) ser considerado mais bonito 131. ( ) motivar outras pessoas fazerem o mesmo
096. ( ) não engordar 132. ( ) me sentir competente

Questões abertas:
1) Quais os motivos ou fatores levaram você a iniciar a prática da corrida de rua?

2) Quais os motivos ou fatores que levam você a permanecer com a prática da corrida de rua?

Você também pode gostar