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Resumo:
Introdução
1
De acordo com a estatística elaborada pelo FNDE, em parceria com o PNLD 2013 disponível
em: <
http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-dados-estatisticos>. Acesso
em: 16 out. 2014.
ensinar a ler e escrever, tem apresentado dificuldades ao desenvolver, principalmente,
a capacidade de interpretação dos estudantes.
[...] com que os alunos aprendam o BA, BÉ, BI, BO, BU, BÃO, para
poderem escrever O BOI É BABÃO E BOBÃO, isto não é ensinar a
língua escrita, porque esta tem significação e uso social. Quem
ensina a escrever as características do boi, acima citado, treina o
código escrito. A metodologia desse treino prescinde de significado,
isto é, não precisa ter sentido social o que se escreve. Basta,
mecanicamente, combinar as peças de um jogo e jogá-lo, sem a
pretensão de se comunicar, informar, narrar, argumentar, desabafar,
poetizar, registrar ideias através dele.
Isto indica que a criança reproduz a escrita aprendida e com isso não pensa
sobre o uso da linguagem escrita, pois apenas completa palavras com as sílabas
aprendidas, formando algumas delas sem sentido, por exemplo: CEBA – sabemos que
esta palavra não existe nos dicionários, porém é assim que a criança estará fazendo
tentativas de escrita a partir das letras aprendidas.
No decorrer das atividades é priorizado o ato de decorar e reescrever
palavras através da cópia. Enquanto que na visão de Landsmann (1998, p. 17): “As
crianças aprenderão a escrever escrevendo e não só copiando. Assim, é preciso
projetar situações nas quais precisem e queiram escrever, embora sejam pequenas e
ninguém tenha se dedicado formalmente a lhes ensinar as letras”.
Neste caminho, seria importante que o livro didático pudesse estimular a
criança a apropriar-se da língua escrita, percebendo a importância e o prazer do ato da
leitura e escrita.
São poucos momentos em que o aluno tem a oportunidade de explorar a
escrita e leitura de forma autônoma, visto que ambas são estimuladas a partir das
sílabas já trabalhadas, com palavras simples e repetidas várias vezes com o objetivo
da memorização. Na seção Produção, apesar das autoras afirmarem que a escrita
deveria acontecer de forma autônoma, sugerem ao professor estimular seus alunos a
pensar nas sílabas utilizadas, associando as palavras já estudadas ao nome dos
colegas de classe. Essa questão é possível ser analisada na figura 3.
Figura 3: Escrita autônoma
Fonte: Bragança e Carpaneda (2011)
Além da lista dos nomes dos alunos, é importante oferecer outras que
também sejam modelos fixos de escrita e auxiliem a turma a escrever
palavras. São chamadas listas de palavras de referência. Nesse caso,
nem sempre os alunos precisam saber as palavras de memória. Elas
são acompanhadas de imagens, para que a consulta seja rápida e
eficiente.
Nesse sentido, nota-se o predomínio da concepção de língua e de linguagem
tradicional, com o estímulo da cópia e de listas de palavras com gravuras para que se
possa reproduzir a escrita correta da palavra.
Conclusão
BOZZA, S.; ALMEIDA, G.; CONDE, M.); COLELLO, S. M. G.; KAUFMAN, A.M.;
STAMPA, M. (Orgs.). Alfabetização, letramento, leitura e produção de textos em
sala de aula. 1ed. Belo Horizonte: Conexa, 2011.
KATO, M. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. São Paulo: Ática,
1986.