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Cagliostro chama de Trinosophia as bases da Tradição Esotérica Ocidental, os três pilares

de Sophia, os quais, para ele, são a Alquimia, a Cabala e a Magia (Divina). Em alguns
autores mais recentes, as bases da Tradição Esotérica Ocidental são definidas como a
Astrologia, a Alquimia e a Cabala ou ainda como a Astrologia, a Cabala e a Magia.
Independentemente da versão, percebam que as bases sempre são em número de 3, o
que remete ao conceito de Trivium. Para vocês, o que mais se encaixa como Trivium da
Tradição Esotérica Ocidental? E, se há um Trivium, há um Quadrivium - então, qual seria o
Quadrivium da Tradição Esotérica Ocidental?

Marcus Henrique Ótimo tópico, Jeff Alves. Parabéns pela iniciativa.

O Trivium da Tradição Esotérica Ocidental, sem dúvida nenhuma, é formado pela Astrologia
Tradicional, a Alquimia Laboratorial e a Magia Cerimonial (Teurgia). Essas 3 Artes Herméticas
são a base do Ocidente, e formam o princípio do que qualquer estudante e pesquisador do
Esoterismo Ocidental precisa dominar. Veja bem: ele PRECISA dominar isso. Não é uma opção,
pois essas Artes Herméticas (Astrologia, Magia e Alquimia) são "triviais". E o estudo delas
requer anos, e as vezes, até uma vida inteira. Sem dominar a prática de Magia, de Alquimia e o
estudo de Astrologia, alguém não pode nem se considerar um estudante de esoterismo
ocidental. No máximo, é um "entusiasta", um curioso que lê um pouco de tudo sem dominar
nada.

Já o Quadrivium da Tradição Esotérica Ocidental é um pouco diferente do Quadrivium das


Artes Liberais Medievais. Enquanto o Quadrivium das Artes Liberais era feito de disciplinas
mais profundas que as disciplinas do Trivium (equivalendo ao Ensino Médio da época), o
Quadrivium da Tradição Esotérica Ocidental seria formado por áreas de especialização mais
focadas, desmembradas das próprias Artes Herméticas do Trivium (Astrologia, Magia e
Alquimia).

O Quadrivium do Esoterismo Ocidental seria formado por Cabala, Evocação, Oração e


Oráculos. Essas 4 Artes seriam aprofundamentos ou especializações das 3 Artes Herméticas do
Trivium, e levariam o praticante à excelência da Tradição Esotérica Ocidental. É sem sombra de
dúvidas um roteiro de estudos e práticas bem mais profundo do que o estudado no Esoterismo
Moderno (uma verdadeira água com açúcar").

Jeff Alves Particularmente prefiro usar como "Trivium Hermético" a abordagem que os autores
mais antigos utilizavam em seus textos e imagens quando abordavam estes assuntos. Não vejo
a Astrologia como parte integrante do Trivium por ela ser uma linguagem. Necessariamente o
Alquimista, o Cabalista e o Magista vai aprender Astrologia, mas a abordagem não é a mesma
nos três casos, o que, para mim, significa dizer que é uma linguagem que se adapta aos três
pilares de Sophia. Em particular, Cagliostro tem um livro sobre este assunto classificando desta
forma, bem como Khunrath descreve as mesmas três em suas obras, demostrando uma
Rosacruz e um cidade de face sétupla semelhante à cidade de Andreas. Em Cagliostro nós
temos a combinação das três ciências, bem como de diversas outras, para a criação do termo
Trinosophia, demonstrando assim o caminho da iniciação na Tradição Esotérica Ocidental. As
propostas destas ciências se encaixam perfeitamente nos degraus deste caminho.

Cabala (Cristã ou Hermética): Reconciliação


Magia (Divina): Reintegração
Alquimia: Regeneração

Uma abordagem em apenas uma dessas ciências exige pelo menos uma vida inteira de
estudos. Alcanças o domínio de todas as três certamente é algo que demanda muito tempo e
muita dedicação e, sendo assim, não creio que alguém poderia dizer que alcançou domínio nas
três em alguns anos de estudos ou mesmo em uma única vida. Você pode adquirir o
entendimento necessário para participar dos processos inerentes ao Trivium, mas clamar o
domínio sobre todas as três é algo, em minha humilde opinião, no mínimo, extraordinário.

Como diz no Salmo 71:17, "Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho
anunciado as tuas maravilhas". Como disse o Cristo, "o meu conhecimento não é meu, mas
daquele que me enviou". E, amalgamando ambas citações, diz Boehme: "segue meu conselho:
deixa de buscar o conhecimento de Deus através da tua vontade egoísta e de teu raciocínio;
joga fora tua razão imaginária, aquela que teu eu mortal pensa que possui, então tua vontade
será a vontade de Deus. Se Ele encontrar a Sua vontade como sendo a tua vontade na Dele,
então a Sua vontade irá se manifestar em tua vontade, como se fosse Sua própria propriedade.
Ele é Tudo, e o que quer que desejes saber do Tudo está Nele. Não há nada oculto diante Dele,
e tu verás em Sua própria Luz". Então chega o ponto em que o Iniciado não mais conhece,
Deus que conhece através dele, como diz uma das máximas da Teosofia Cristã. Sendo assim,
para mim, mesmo no "Trivium Hermético", o objetivo final não é clamar domínio sobre ele,
mas adquirir conhecimento sobre as ferramentas fundamentais da Tradição Esotérica
Ocidental, aplicá-las sobre si mesmo e então, como na imagem de Krunhath, mesmo havendo
as caixas do Trivium, como diria Comenius em seu Labirinto do Mundo e o Paraíso do Coração,
obra que corrobora ainda mais com esta questão, o livro que aparece em evidência é a Bíblia,
simbolizando a sabedoria, e não mais o conhecimento das caixas, que é uma dádiva do
Altíssimo.

Se o Trivium já descreve praticamente todo o caminho da Tradição Esotérica Ocidental,


naturalmente o Quadrivium seria a aplicação ainda mais profunda dele, o que é difícil
visualizar já que praticamente toda a abordagem principal da Tradição Esotérica Ocidental já
está contida no Trivium.

Segunda versão:

Particularmente prefiro usar como "Trivium Hermético" a abordagem que os autores mais
antigos utilizavam em seus textos e imagens quando abordavam estes assuntos. Não vejo a
Astrologia como parte integrante do Trivium por ela ser uma linguagem. Necessariamente o
Alquimista, o Cabalista e o Magista vai aprender Astrologia, mas a abordagem não é a mesma
nos três casos, o que, para mim, significa dizer que é uma linguagem que se adapta aos três
pilares de Sophia. Em particular, Cagliostro tem um livro sobre este assunto classificando desta
forma, bem como Khunrath descreve as mesmas três em suas obras, demostrando uma
Rosacruz e um cidade de face sétupla semelhante à cidade de Andreas. Em Cagliostro nós
temos a combinação das três ciências, bem como de diversas outras, para a criação do termo
Trinosophia, demonstrando assim o caminho da iniciação na Tradição Esotérica Ocidental. As
propostas destas ciências se encaixam perfeitamente nos degraus deste caminho.

Cabala (Cristã ou Hermética): Reconciliação

Magia (Divina): Reintegração

Alquimia: Regeneração

Uma abordagem em apenas uma dessas ciências exige pelo menos uma vida inteira de
estudos. Alcanças o domínio de todas as três certamente é algo que demanda muito tempo e
muita dedicação e, sendo assim, não creio que alguém poderia dizer que alcançou domínio nas
três em alguns anos de estudos ou mesmo em uma única vida. Você pode adquirir o
entendimento necessário para participar dos processos inerentes ao Trivium, mas clamar o
domínio sobre todas as três é algo, em minha humilde opinião, no mínimo, extraordinário.

Como diz no Salmo 71:17, "Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho
anunciado as tuas maravilhas". Como disse o Cristo, "o meu conhecimento não é meu, mas
daquele que me enviou". E, amalgamando ambas citações, diz Boehme: "segue meu conselho:
deixa de buscar o conhecimento de Deus através da tua vontade egoísta e de teu raciocínio;
joga fora tua razão imaginária, aquela que teu eu mortal pensa que possui, então tua vontade
será a vontade de Deus. Se Ele encontrar a Sua vontade como sendo a tua vontade na Dele,
então a Sua vontade irá se manifestar em tua vontade, como se fosse Sua própria propriedade.
Ele é Tudo, e o que quer que desejes saber do Tudo está Nele. Não há nada oculto diante Dele,
e tu verás em Sua própria Luz". Então chega o ponto em que o Iniciado não mais conhece,
Deus que conhece através dele, como diz uma das máximas da Teosofia Cristã. Sendo assim,
para mim, mesmo no "Trivium Hermético", o objetivo final não é clamar domínio sobre si
mesmo, mas adquirir conhecimento sobre as ferramentas fundamentais da Tradição Esotérica
Ocidental, aplicá-las sobre si mesmo e então, como na imagem de Krunhath, mesmo havendo
as caixas do Trivium, como diria Comenius em seu Labirinto do Mundo e o Paraíso do Coração,
obra que corrobora ainda mais com esta questão, o livro que aparece em evidência é a Bíblia,
simbolizando a sabedoria, e não mais o conhecimento das caixas, que é uma dádiva do
Altíssimo.

Se o Trivium já descreve praticamente todo o caminho da Tradição Esotérica Ocidental,


naturalmente o Quadrivium seria a aplicação ainda mais profunda dele, o que é difícil
visualizar já que praticamente toda a abordagem principal da Tradição Esotérica Ocidental já
está contida no Trivium.

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