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TREINAMENTO EM

SEGURANÇA LABORATORIAL

Módulo 8h

Agosto/2013
Oxigen Segurança Industrial

Conteúdo
1. Características dos Produtos Químicos ............................................................................. 4
1.1. Limites de Inflamabilidade ............................................................................................. 4
1.2. Ponto de fulgor ................................................................................................................ 5
1.3. Densidade relativa .......................................................................................................... 5
1.4. Solubilidade ..................................................................................................................... 5
2. Classificação dos produtos químicos como produtos perigosos .................................... 6
2.1. Critérios para classificação de perigo de um produto químico - Misturas e
substâncias.............................................................................................................................. 6
2.1.1. Misturas......................................................................................................................... 6
2.1.2. Métodos de ensaio e confiabilidade dos dados obtidos ........................................ 6
2.1.3. Substâncias puras ou misturas apresentando problemas especiais ...........Error!
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2.2. Classes de risco de produtos perigosos, conforme Organização das Nações
Unidas (ONU).......................................................................................................................... 6
2.3. Diamante de Hommel .................................................................................................... 8
3. Emergências Químicas ....................................................................................................... 10
3.1. Situações de Emergência em Laboratórios.............................................................. 10
4) Derramamento de produtos tóxicos ou inflamáveis sobre o trabalhador............ 11
3.2. Plano de Emergência ................................................................................................... 11
4. Simbologia e Identificação (Sistema GHS) ...................................................................... 13
4.1. Aplicação ........................................................................................................................ 13
4.2. Produtos químicos cobertos........................................................................................ 13
4.3. Pictogramas do GHS.................................................................................................... 14
5. Equipamentos de Segurança Individual e Coletiva .................................................... 18
5.1. Equipamentos de Segurança Individual.................................................................... 18
5.1.1. Jaleco ou roupas de proteção ............................................................................. 18
5.1.2. Luvas ....................................................................................................................... 18
5.1.3. Proteção facial/ Ocular ......................................................................................... 19
5.1.4. Proteção Respiratória ........................................................................................... 20
5.2. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC's) ........................................................... 21
5.2.1. Extintores de Incêndio .......................................................................................... 22
5.2.2. Lava-Olhos ............................................................................................................. 23
5.2.3. Capelas ................................................................................................................... 23
6. Primeiros socorros relacionados a químicos ................................................................... 24

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6.1. Alguns venenos usuais e os sintomas que induzem .............................................. 24


6.1.1. Venenos cujo tratamento não deve envolver ações eméticas ....................... 25
6.1.2. Venenos cujo tratamento envolve ação emética.............................................. 25

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1. Características dos Produtos Químicos

1.1. Limites de Inflamabilidade


Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista,
além da fonte de ignição, uma mistura chamada "ideal" entre o ar
atmosférico (oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no
ar é praticamente constante, em torno de 21 % em volume.
Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima,
varia para cada produto e está dimensio nada através de duas constantes:
o Limite Inferior de Inflamabilidade (ou explosividade) (LII) e o Limite
Superior de Inflamabilidade (LSI).
O LII é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar
atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do
contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LII
não são combustíveis pois, nesta condição, tem -se excesso de oxigênio e
pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada
de "mistura pobre".
Já o LSI é a máxima concentração de g ás que misturada ao ar
atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma
fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSI não são
combustíveis pois, nesta condição, tem -se excesso de produto e pequena
quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada
"mistura rica".
Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só
queimam quando sua percentagem em volume estiver entre os limites
(inferior e superior) de inflamabilidade, que é a " mistura ideal" para a
combustão.

Limites de inflamabilidade de gases ou vapores combustíveis


Tabela 01
Exemplos de LII e LSI para alguns produtos
Produto LII (% em volume) LSI (% em volume)
Acetileno 2,5 80,0
Benzeno 1,3 7,9
Etanol 3,3 19,0
Fonte:http://www.cetesb.sp.gov.br/gerenciamento-de-riscos/An%C3%A1lise-de-Risco-
Tecnol%C3%B3gico/28-liquidosinflamaveis. Acesso em 08/07/2013.

Existem equipamentos capazes de medir a porcentagem em volume


no ar de um gás ou vapor combustível. Estes instrument os são conhecidos
como "explosímetros".

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1.2. Ponto de fulgor


É a menor temperatura na qual o produto se vaporiza em quantidades
suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de inflamar-se momentaneamente
quando se aplica uma centelha sobre a mesma. Desse modo, quando a fonte externa
de calor é retirada, a combustão cessa. É um dado de segurança para o
armazenamento,transporte e manuseio de um combustível, sendo possível detectar a
contaminação por outros produtos.

1.3. Densidade relativa


A densidade relativa é uma propriedade física intensiva. É característica de
cada substância. A sua determinação contribui para a identificação de substâncias
desconhecidas, comparando o valor encontrado experimentalmente com os valores
existentes em tabelas.
A densidade relativa de uma substância X em relação a uma substância Y é
representada pelas letras dr e pode ser definida como o quociente entre as
volumétricas de X e Y.
É normal relacionar, na determinação de densidades relativas, a massa
volumétrica de sólidos e líquidos (X) com massa volumétrica da água destilada a 4°C
(Y), uma vez que esta massa tem o valor unitário (1,0 g/cm3). A massa volumétrica dos
gases (X) é relacionada com a massa volumétrica do ar atmosférico ou do hidrogênio
(Y), nas condições normais de pressão e temperatura (1 atm; 0°C).

1.4. Solubilidade
A solubilidade pode ser definida como a máxima quantidade possível de um
soluto que pode ser dissolvida em certa quantidade de solvente a uma dada
temperatura.
Essa quantidade máxima que pode ser dissolvida é também por coeficiente de
solubilidade ou grau de solubilidade. Mas, a solubilidade de qualquer substância
depende, entre outros fatores, do tipo de solvente no qual o soluto está disperso.
Para cada conjunto de condições existe uma quantidade limite de uma dada
substância que se consegue dissolver num determinado solvente, e que se designa
por solubilidade dessa substância nesse solvente. Por exemplo, à temperatura de 25
C, conseguem-se dissolver cerca de 36 gramas de cloreto de sódio (o sal de cozinha)
em 100 ml de água, sendo, portanto de 36 g/100 ml a solubilidade do cloreto de sódio
em água. Se for adicionado mais sólido à solução este não se irá dissolver,
permanecendo o soluto dissolvido em equilíbrio com o respectivo sólido que está em
contacto com a solução.
Levando em consideração a quantidade de soluto dissolvido num determinado
solvente e a solubilidade deste, as soluções podem ser:

 Insaturadas: quando a quantidade de soluto na solução é inferior à sua


solubilidade
 Saturadas: se a quantidade de soluto em solução for igual à solubilidade desse
soluto
 Sobressaturadas: soluções em que a concentração de soluto em solução é
superior à sua solubilidade

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2. Classificação dos produtos químicos como produtos perigosos

2.1. Critérios para classificação de perigo de um produto químico - Misturas e


substâncias
O objetivo primário do sistema de classificação de perigo dos produtos
químicos é fornecer informações para proteger a saúde humana e o meio ambiente.
Um passo básico para o uso seguro de produtos químicos é a identificação dos
perigos específicos e também a organização destas informações, de modo que
possam ser transmitidas aos usuários de forma clara e de fácil entendimento. Por
conseqüência, medidas de segurança podem ser tomadas para minimizar ou gerenciar
riscos potenciais em circunstâncias onde possa ocorrer uma exposição.

2.1.1. Misturas
Quando houver dados de ensaios disponíveis para a mistura, a classificação
deve ser sempre baseada nestes dados. Os critérios estabelecidos para classificar
uma mistura permitem o uso de dados disponíveis para a própria mistura e/ou
misturas substancialmente similares e/ou dados de ingredientes da mistura.
Quando não houver dados de ensaios disponíveis para a mistura, os princípios
de analogia devem ser considerados para verificar a possibilidade de sua
classificação.
Se não houver dados disponíveis de ensaios para a mistura e as informações
disponíveis não forem suficientes para permitir a aplicação dos princípios de analogia,
então os métodos de ensaios (físico-químicos, toxicológicos e ecotoxicológicos
realizados conforme diretrizes do GHS) são aplicados para classificar o perigo da
mistura.

2.1.2. Métodos de ensaio e confiabilidade dos dados obtidos


Ensaios que determinam propriedades de perigo devem ser conduzidos de
acordo com princípios de Boas Práticas de Laboratório (BPL), reconhecidos
internacionalmente, validados, e devem ser usados para determinação dos perigos à
saúde e ao meio ambiente.

2.2. Classes de risco de produtos perigosos, conforme Organização das Nações


Unidas (ONU)
Os produtos perigosos são classificados pela Organização das Nações Unidas
(ONU) em nove classes de riscos e respectivas subclasses, conforme apresentado na
Tabela 02.
Tabela 02 - Classificação dos produtos perigosos
Classificação Subclasse Definições
Substância e artigos com risco de explosão em
1.1
massa.
Classe 1 Substância e artigos com risco de projeção,
1.2
Explosivos mas sem risco de explosão em massa.
Substâncias e artigos com risco de fogo e com
1.3 pequeno risco de explosão ou de projeção, ou
ambos, mas sem risco de explosão em massa.

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Substância e artigos que não apresentam risco


1.4
significativo.
Substâncias muito insensíveis, com risco de
1.5
explosão em massa;
Artigos extremamente insensíveis, sem risco de
1.6
explosão em massa.
Gases inflamáveis: são gases que a 20°C e à
pressão normal são inflamáveis quando em
mistura de 13% ou menos, em volume, com o
2.1
ar ou que apresentem faixa de inflamabilidade
com o ar de, no mínimo 12%, independente do
Classe 2 limite inferior de inflamabilidade.
Gases Gases não-inflamáveis, não tóxicos: são gases
2.2 asfixiantes, oxidantes ou que não se
enquadrem em outra subclasse.
Gases tóxicos: são gases, reconhecidamente
2.3 ou supostamente, tóxicos e corrosivos que
constituam risco à saúde das pessoas.
Líquidos inflamáveis: são líquidos, misturas de
líquidos ou líquidos que contenham sólidos em
solução ou suspensão, que produzam vapor
inflamável a temperaturas de até 60,5°C, em
Classe 3
- ensaio de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em
Líquidos Inflamáveis
ensaio de vaso aberto, ou ainda os explosivos
líquidos insensibilizados dissolvidos ou
suspensos em água ou outras substâncias
líquidas.
Sólidos inflamáveis, substâncias auto-
reagentes e explosivos sólidos insensibilizados:
sólidos que, em condições de transporte, sejam
facilmente combustíveis, ou que por atrito
4.1 possam causar fogo ou contribuir para tal;
substâncias auto-reagentes que possam sofrer
Classe 4 reação fortemente exotérmica; explosivos
Sólidos Inflamáveis; sólidos insensibilizados que possam explodir se
Substâncias sujeitas à não estiverem suficientemente diluídos.
combustão espontânea; Substâncias sujeitas à combustão espontânea:
substâncias que, em substâncias sujeitas a aquecimento
contato com água, emitem 4.2 espontâneo em condições normais de
gases inflamáveis transporte, ou a aquecimento em contato com
ar, podendo inflamar-se.
Substâncias que, em contato com água,
emitem gases inflamáveis: substâncias que,
4.3 por interação com água, podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis ou liberar gases
inflamáveis em quantidades perigosas.
Classe 5 5.1 Substâncias oxidantes: são substâncias que

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Substâncias Oxidantes e podem, em geral pela liberação de oxigênio,


Peróxidos Orgânicos causar a combustão de outros materiais ou
contribuir para isso.
Peróxidos orgânicos: são poderosos agentes
oxidantes, considerados como derivados do
5.2 peróxido de hidrogênio, termicamente instáveis
que podem sofrer decomposição exotérmica
auto-acelerável.
Substâncias tóxicas: são substâncias capazes
de provocar morte, lesões graves ou danos à
6.1
saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se
Classe 6
entrarem em contato com a pele.
Substâncias Tóxicas e
Substâncias infectantes: são substâncias que
Substâncias Infectantes
contém ou possam conter patógenos capazes
6.2
de provocar doenças infecciosas em seres
humanos ou em animais.
Qualquer material ou substância que contenha
Classe 7 radionuclídeos, cuja concentração de atividade
-
Material radioativo e atividade total na expedição (radiação),
excedam os valores especificados.
São substâncias que, por ação química,
causam severos danos quando em contato
Classe 8
- com tecidos vivos ou, em caso de vazamento,
Substâncias corrosivas
danificam ou mesmo destroem outras cargas
ou o próprio veículo.
Classe 9 São aqueles que apresentam, durante o
Substâncias e Artigos - transporte, um risco não abrangido por
Perigosos Diversos nenhuma das outras classes.

Fonte: http://200.144.30.103/siipp/public/imprime_classificacao.aspx (Acesso em


14/08/20013)

2.3. Diamante de Hommel


Uma outra simbologia bastante aplicada em vários países, no entanto sem
obrigatoriedade, é o método do diamante de HOMMEL (Figura 02).
Diferentemente das placas de identificação, o diamante de HOMMEL não
informa qual é a substância química, mas indica todos os riscos envolvendo o produto
químico em questão.
Os riscos representados no Diamante de Hommel são:

 Vermelho - Inflamabilidade, onde os riscos são os seguintes:


 4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos
 3 - Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente
 2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente
 1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
 0 - Produtos que não queimam

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 Azul - Perigo para Saúde, onde os riscos são os seguintes:


 4 - Produto Letal
 3 - Produto severamente perigoso
 2 - Produto moderadamente perigoso
 1 - Produto levemente perigoso
 0 - Produto não perigoso ou de risco mínimo

 Amarelo - Reatividade, onde os riscos são os seguintes:


 4 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão a temperatura
ambiente
 3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando
exposto a fonte de energia severa
 2 - Reação química
violenta possível quando
exposto a temperaturas e/ou
pressões elevadas
 1 - Normalmente estável,
porém pode se tornar instável
quando aquecido
 0 - Normalmente estável

 Branco - Riscos Especiais, onde os


riscos são os seguintes:
 OXY Oxidante forte
 ACID Ácido forte
 ALK Alcalino forte
 Evite o uso de água

Uma observação muito importante sobre a utilização do Diamante de Hommel


é que ele não indica qual é a substância química em questão mas apenas os riscos
envolvidos; ou seja quando utilizado apenas o Diamante de Hommel sem outras
formas de identificação este método de classificação não é completo.

Figura 01 - Diamante de Hommel

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3. Emergências Químicas
De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), emergências
químicas são resultantes de fatos anormais ocorridos no curso de atividades de
extração, produção, utilização, transporte, armazenagem e destinação final de
produtos perigosos e requerem ação de resposta imediata.

3.1. Situações de Emergência em Laboratórios


1) Incêndios

Quando o fogo irromper em um béquer ou balão de reação, basta tapar o


frasco com uma rolha, toalha ou vidro de relógio, de modo a impedir a entrada de ar. É
importante manter sempre a calma, caso o fogo atinja a roupa de alguém, proceder da
seguinte forma:

 Levá-la para debaixo do chuveiro de emergência ou;


 Se o acidentado correr, aumentando a combustão, neste caso, derrubá-la e
rolá-la no chão até o fogo ser exterminado ou embrulhá-lo rapidamente em um
cobertor para este fim ou;
 Pode-se também usar o extintor de CO2, se este for o meio mais
rápido.Começar o combate imediatamente com os extintores de CO2 (gás
carbônico)

Certas precauções devem ser observadas como afastar os inflamáveis de


perto, não usar água para apagar o fogo, usar extintor de CO2 ou de pó químico.
Se caso o incêndio ao controle:
 Tocar o alarme (uma caixa vermelha), quebrando o vidro para acioná-lo;
 Evacuar o prédio;
 Desligar a chave geral de eletricidade;
 Chamar a equipe de segurança ou o Corpo de Bombeiros (Telefone: 193),
dando a exata localização do fogo. Informar que se trata de um laboratório químico e
que não vão poder usar água para combater incêndio em substância química. Solicitar
um caminhão com CO2 ou pó químico;
 Avisar ao chefe do laboratório.

2) Derramamento de produtos tóxicos (mais de 100 ml), inflamáveis (mais de 1


litro) e corrosivos (mais de 1 litro)

Nesses casos, proceder da seguinte forma:

 Chamar a equipe de segurança;


 Evacuar o laboratório;
 Avisar as pessoas nos ambientes vizinhos;
 Isolar a área e fechar as portas do ambiente;
 Remover fontes de ignição e desligar os equipamentos;
 Ligar a exaustão para o exterior; e
 Abrir as janelas.

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3) Derramamento de ácidos

 Derramamento de ácido sulfúrico sobre o chão ou bancada: pode ser


rapidamente neutralizado com carbonato ou bicarbonato de sódio em pó.
 Derramamento de ácido Clorídrico: neutralizar com amônia, que produzirá
cloreto de amônio, em forma de névoa branca.
 Derramamento de ácido nítrico: tomar cuidado com álcool, pois reagem
violentamente.

4) Derramamento de produtos tóxicos ou inflamáveis sobre o trabalhador

 Remover as roupas atingidas sob o chuveiro de emergência;


 Lavar a área do corpo afetada com água fria por 15 minutos ou enquanto
persistir dor ou ardência; e
 Lavar a área afetada com sabão neutro e água (não use loções, creme,
soluções neutralizantes, etc).

5) Olhos atingidos por produtos químicos

 Lavar os olhos atingidos, por 15 minutos, com água fria;


 Encaminhar a vítima ao atendimento médico de emergência; e
 Informar o produto químico envolvido no acidente.

Em caso de derramamento de produtos reativos líquidos, deve-se cobrí-lo com


o absorvente químico (bentonita), recolher com a pá, acondicioná-lo em embalagem
apropriada para disposição. Se o produto estiver na forma de pó, limpá-lo com um
pano úmido, contanto que o produto não venha a reagir com a água. Quando o
derramamento acidental de produto tóxico, inflamável ou reativo for maior do que 1
litro, chame o pessoal do serviço de segurança treinado para essas ocorrências.

3.2. Plano de Emergência


O controle do acesso às áreas do laboratório poderá fazer com que os
procedimentos de emergência sejam dificultados.

Este fato deverá ser considerado quando os planos de emergência forem


desenvolvidos.

 Uma avaliação da área laboratorial pelos funcionários do local, com


profissionais de fora, se necessário, para a identificação dos aspectos de
segurança e proteção deverão ser conduzidos antes que um plano de
emergência seja desenvolvido;
 Os administradores, diretores, principais pesquisadores e trabalhadores do
laboratório e os trabalhadores responsáveis pela segurança do local deverão
estar envolvidos no planejamento de emergência;
 A polícia, o corpo de bombeiro ou outras pessoas envolvidas em situações de
emergência deverão ser informados quanto aos tipos de materiais biológicos
em uso nas áreas laboratoriais e deverão dar uma assistência no planejamento
dos procedimentos de emergência nas áreas laboratoriais;

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 Os planos deverão incluir a provisão de uma notificação imediata dos diretores


e trabalhadores do laboratório e pessoas encarregadas pela segurança, ou
outros indivíduos quando ocorrer uma emergência, de maneira que possam
lidar com as questões de biossegurança caso ocorra;
 O planejamento de emergência laboratorial deverá ser coordenado com planos
de expansão. Fatores como ameaças de bombas, problemas climáticos
(furacão e inundação), terremotos, falta de energia e outros desastres naturais
(ou não naturais) deverão ser considerados quando o plano de emergência
estiver sendo desenvolvido.

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4. Simbologia e Identificação (Sistema GHS)

GHS - The Globally Harmonized System of Classification and Labelling of


Chemicals (Sistema Harmonizado Globalmente para a Classificação e Rotulagem de
Produtos Químicos, em português). É uma abordagem lógica e abrangente para:
 Definição dos perigos dos produtos químicos;
 Criação de processos de classificação que usem os dados disponíveis sobre
os produtos químicos que são comparados a critérios de perigo já definidos, e;
 A comunicação da informação de perigo em rótulos e FISPQ (Fichas de
Informação de Segurança para Produtos Químicos).
O GHS não é uma regulamentação. As instruções apresentadas fornecem um
mecanismo para atender à exigência básica de qualquer sistema de comunicação de
perigos, que é decidir se o produto químico fabricado ou fornecido é perigoso e
preparar um rótulo e/ou uma FISPQ apropriada. O documento do GHS, também
conhecido como “Purple Book”, é composto por requisitos técnicos de classificação e
de comunicação de perigos, com informações explicativas sobre como aplicar o
sistema.
O objetivo básico da comunicação de perigos é garantir que os empregadores,
empregados e o público recebam informações adequadas, práticas, confiáveis,
abrangentes e compreensíveis sobre os perigos dos produtos químicos, de forma que
medidas de prevenção e proteção para a saúde e a segurança possam ser tomadas.
Assim, a implementação efetiva da comunicação de perigos fornece benefícios para
governos, empresas, trabalhadores e ao público em geral.

4.1. Aplicação
Os elementos de Classificação e Comunicação do GHS são as bases dos
programas para garantir o uso seguro de produtos químicos. Os primeiros dois
passos, em qualquer programa para o uso seguro de produtos químicos, é a
identificação dos perigos intrínsecos (classificação) e a comunicação dessas
informações. O projeto dos elementos de comunicação do GHS reflete diferentes
necessidades dos vários públicos-alvo, como trabalhadores e consumidores. Alguns
sistemas também incluem o gerenciamento de riscos como parte de um programa
maior de gestão segura de produtos químicos. O objetivo desses sistemas é minimizar
a exposição, resultando em riscos reduzidos. Os focos dos sistemas variam e incluem
o estabelecimento de limites de exposição, métodos de monitoramento da exposição e
controles de engenharia. No entanto, os públicos-alvo desses sistemas são
geralmente limitados aos expostos aos locais de trabalho. Com ou sem sistemas
formais de gerenciamento de riscos, o GHS é projetado para promover o uso seguro
de produtos químicos.

4.2. Produtos químicos cobertos


O GHS cobre todos os produtos químicos perigosos. Não há isenções
completas no âmbito do GHS para tipo particular de substância ou de produto químico.
O termo “produto químico” é usado amplamente para designar substâncias, produtos,
misturas, preparados ou quaisquer outros termos usados nos sistemas existentes. O
objetivo do GHS é identificar os perigos intrínsecos de substâncias e misturas

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químicas e transmitir informações sobre esses perigos. O GHS não se propõe a


harmonizar procedimentos ou decisões de gerenciamento de riscos.
A classificação no GHS é baseada em critérios, não limitando a cobertura a
uma lista que pode se tornar ultrapassada. Não se pretende que o GHS desenvolva ou
tenha autoridade para manter uma lista internacional de classificação. Atualmente,
diversos países mantêm listas regulatórias de produtos químicos. Os critérios de
classificação do GHS podem ser usados para reclassificar esses produtos. Listas
existentes, como a da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC),
podem ser usadas em conjunto com o GHS para promover a harmonização.

4.3. Pictogramas do GHS


Os símbolos servem para transmitir informações sobre os perigos físicos, para
a saúde e para o meio ambiente

No GHS, servem para informar sobre as diferentes classes e categorias de


perigos, os símbolos foram integrados em pictogramas. Os pictogramas possuem os
símbolos harmonizados de risco e outros elementos gráficos como bordas, padrões e
cores de fundo, que se têm como objetivo englobar informações específicas.

Para os pictogramas utilizados nos transportes foram escolhidas as cores de


fundo e os símbolos utilizados atualmente nas Recomendações para Transporte de
Produtos Perigosos da ONU.

Para os outros setores, os pictogramas têm um símbolo preto sobre fundo


branco com moldura vermelha, em forma de losango.

Na tabela 03 são mostrados os pictogramas para o setor de transporte. Na


tabela 04, os pictogramas de outros setores.

Pictograma Classes, categorias e divisões de perigo

Líquido inflamável; Gás inflamável; Aerossol inflamável

Sólido inflamável; Substâncias auto-reativas

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Pictograma Classes, categorias e divisões de perigo

Pirofórico (espontaneamente combustível); Substâncias auto-


aquecidas

Substâncias que, em contacto com a água, emitem gases inflamáveis

Gases oxidantes; Líquidos oxidantes; Sólidos oxidantes; Peróxidos


orgânicos

Explosivos (divisões 1.1, 1.2 e 1.3)

Explosivos (divisão 1.4)

Explosivo (divisa 1.5)

Explosivo (divisão 1.6)

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Pictograma Classes, categorias e divisões de perigo

Gases comprimidos

Toxicidade aguda (veneno) (oral, inalação, dérmica)

Corrosivo

Tabela 03

Pictogramas Classes de perigo

Oxidantes; Peróxidos orgânicos

Inflamáveis; Auto-reactivos; Pirofóricos; Auto-aquecíveis; Emite


gás inflamável

Explosivos; Reativos; Peróxidos orgânicos

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Pictogramas Classes de perigo

Toxicidade aguda severa

Corrosivo

Gases sob pressão

Cancerígeno; Sensibilizante para a respiração;Toxicidade para a


reprodução; Toxicidade sistêmica para órgão-alvo

Perigoso para o meio ambiente

Irritante; Sensibilizante dérmico; Toxicidade aguda (perigoso)

Tabela 04

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5. Equipamentos de Segurança Individual e Coletiva

5.1. Equipamentos de Segurança Individual


Os principais Equipamentos de Segurança Individual são:

 Jaleco ou roupas de proteção


 Luvas
 Proteção facial/ ocular
 Proteção respiratória

5.1.1. Jaleco ou roupas de proteção


 Jaleco recomendado para manuseio de substâncias químicas
 Material: algodão grosso. Queima mais devagar, reage com ácidos e
bases
 Modelo: mangas compridas com fechamento em velcro; comprimento até os
joelhos, fechamento frontal em velcro, sem bolsos ou “detalhes soltos”
 Deve ser usado sempre fechado
 Deve ser sem bolso para não haver acúmulo de poeira ou outras
substâncias
 Não deve ter detalhes soltos nem abertura lateral.

 Jaleco recomendado para laboratórios biológicos


 Aventais descartáveis : não protegem contra substâncias químicas; são
altamente inflamáveis; devem ser usados uma única vez
 Os aventais devem ser despidos quando sair do laboratório e deveriam
ser lavados em lavanderia industrial e não em casa.

5.1.2. Luvas
A eficiência das luvas é medida através de quatro parâmetros:

 Degradação: mudança em alguma das características físicas da luva;


 Permeação: velocidade com que um produto químico permeia através da luva;
 Tempo de resistência: tempo decorrido entre o contato inicial com o lado
externo da luva e a ocorrência do produto químico no seu interior;
 Capacidade de impedir o contato

Nenhum material protege contra todos os produtos químicos. Luvas de látex


descartáveis são permeáveis a praticamente todos os produtos químicos. Para contato
intermitente com produtos químicos são recomendadas luvas descartáveis de nitrila,
pelo fato de serem resistentes a perfurações e antialérgicas. Na tabela 05 são
mostradas as resistências químicas das luvas em relação a certos materiais.

Tipos de Luva Látex Nitrílica PVC


Acetato de Amônia A A A
Acetato de Anila D C C
Acetato de Butila D C C
Acetato de Cálcio A A A
Acetato de Etila D C C
Acetato de Potássio A A A
Acetona A D D

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Acido Acético Glacial A B C


Ácido Bórico A A A
Concentrado
Ácido Clorídrico A A B
(Muriático)
Ácido Crômico D C B
Ácido Nítrico a 20% B C C
Ácido Fosfórico A A A
Ácido Sulfúrico CON D D B
Ácido Sulfúrico A A A
diluído (Bat.)
Ácido Etílico (Etanol) A A A
Ácido Metílico A A A
(Metanol)
Amoníaco A A A
Concentrado
Água Oxigenada C A D
Bicarbonato de A A A
Potássio
Bicarbonato de Sódio A A A
Cal Viva A A A
Cal Hidratada A A A
Cloro D A A
Cloreto de Amônia A A A
Cloreto de Metila D C C
(metileno)
Detergentes B B B
Fluidos hidráulicos A A C
(Ésteres)
Gasolina D A C
Glicerina A A A
Graxas Minerais D A C
Hexano D A C
Hipoclorito de Sódio A A A
Óleo diesel D A A
Óleo de Freio C A C
Óleo Hidráulico D A C
(petróleo)
Óleo de Parafina D A C
Óleo para Turbinas D A C
Querosene D A C
Soda de escamas A C C
Tecloreto de carbono D B C
Tolueno C B C
Ticloroetano D C D
Xileno (Xilol) D B C
Conceitos da Tabela: A - Excelente; B - Bom; C - Médio; D - Desaconselhável
Tabela 05

As luvas devem ser inspecionadas antes e depois do uso para verificar sinais
de deterioração, pequenos orifícios, descoloração, ressecamento, etc. As luvas não
descartáveis devem ser lavadas, secas e guardadas longe do local onde são
manipulados produtos químicos. Sempre lavar as mãos depois que retirar as luvas.

5.1.3. Proteção facial/ Ocular


A proteção facial/ ocular deve estar disponível para todos os funcionários que
trabalhem em locais onde haja manuseio ou armazenamento de substâncias químicas.

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Todos os visitantes deste local também deverão utilizar proteção facial/ocular.


O uso é obrigatório em atividades onde houver probabilidade de respingos de produtos
químicos.

Existem dois tipos: óculos de segurança e protetor facial.

Não devem distorcer imagens ou limitar o campo visual, devem ser resistentes
aos produtos que serão manuseados e devem ser confortáveis e de fácil limpeza e
conservação.

Devem ser mantidos limpos, sem o uso de materiais abrasivos ou solventes


orgânicos (limpar com uma flanela limpa, usar água e sabão se necessário, não utilizar
acetona e nem álcool em óculos de acrílico uma vez que fica fosco). Na tabela 06 são
apresentadas algumas operações e as proteções necessárias.

Operação Proteção necessária


Entrada em local onde haja razoável Óculos de segurança
probabilidade de respingos no rosto
Manuseio de produtos químicos Óculos de segurança com vedação
corrosivos
Manuseio de produtos químicos Óculos de segurança com vedação
perigosos
Transferência de mais do que um litro de Óculos de segurança com vedação e
produtos químicos corrosivos ou protetor facial
perigosos
Tabela 06

5.1.3.1. Lentes de contato


 Prós
 Melhor visão periférica;
 mais confortáveis;
 Pode funcionar como barrei a alguns gases e partículas;
 Melhor do que óculos em atmosferas úmidas;
 Melhor para trabalhar com instrumentos ópticos;
 Melhor para utilização de óculos de segurança;
 Não têm problemas de reflexo, como os óculos.
 Contras
 Partículas podem ficar retidas sob as lentes de contato;
 Podem descolorir ou tornar-se turvas em contato com alguns vapores
químicos;
 Lentes gelatinosas podem secar em ambientes com pouca umidade;
 Alguns vapores e gases podem ser absorvidos nas lentes e causar
irritação;
 Algumas lentes de contato impedem a oxigenação dos olhos.

5.1.4. Proteção Respiratória


Nos equipamentos de proteção respiratória devem ser utilizados somente
equipamentos com CA (Certificado de Aprovação do MTE), precisam ser adequados a
substância que será manuseada.

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É recomendado que sejam checados em relação a saturação e vedação, e


mantidos em lugares sem contaminação.

5.1.4.1 Fatores que influenciam na seleção de um respirador


Na seleção de um respirador deve ser considerada a atividade do usuário e a
sua localização na área de risco. Por exemplo: se permanece continuamente ou não
na área de risco durante o turno de trabalho, se o trabalho é leve, médio ou pesado.
Em casos de grande esforço, a autonomia de uma máscara autônoma fica reduzida
pela metade, ou mais.

É importante atentar para o tempo durante o qual o respirador tem as


características que o tornam apropriado para uso rotineiro, não rotineiro, emergências
ou resgate.

5.1.4.2. Tipos de equipamentos de respiração


Dependentes da Atmosfera ambiente: Respiradores purificadores de ar:

 Não Motorizados
 Peça facial (fuga e filtrante)
 Com Filtro Químico
 Motorizados
 Com filtro químico
 Com filtro mecânico
 Com filtro combinado

Independentes da atmosfera ambiente: Respiradores de adução de ar:


 Respirador de Linha de Ar Comprimido
 Fluxo contínuo
 De Demanda
 De Demanda com Pressão Positiva
 Respirador de Linha de Ar Comprimido com cilindro auxiliar
 Máscara Autônoma
 Circuito Aberto (de demanda)
 Circuito Fechado (de demanda)
 Respirador de Ar Natural

5.2. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC's)


São todos dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger as integridades
física dos trabalhadores. Devem ser usados apenas para sua finalidade, o responsável
deve buscar obter o tipo adequado para a atividade do laboratorista.

Exemplo de Equipamentos de Proteção Coletiva:

 Extintores de incêndio
 Lava-olhos
 Capelas

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5.2.1. Extintores de Incêndio


É preciso identificar bem o incêndio que se vai combater, antes da escolha
do agente extintor ou equipamento de combate ao fogo. Um erro na escolha de
um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas; ou pode piorar a
situação, aumentando ainda mais as chamas, espalhando-as, ou criando novas
causas de fogo (curtos-circuitos)

5.2.1.1 Agentes Extintores


Classes de Água Espuma Pó Químico Gás Carbônico
Incêndio (CO2)
A - madeira, Sim Sim Sim Sim
papel, tecidos,
etc.
B - gasolina, Não Sim Sim Sim
álcool, ceras,
tintas, etc.
C- Não Não Sim Sim
equipamentos
energizados,
instalações,
etc.
Tabela 07

Deve-se:

 agir com firmeza e decisão, sem se arriscar demais


 manter a calma e afastar as pessoas
 desligar os circuitos elétricos envolvidos
 constatar não haver risco de explosão
 usar o agente extintor correto
 observar para que não haja reincidência dos focos

Num ambiente tomado pela fumaça, deve-se usar um lenço molhado para
cobrir o nariz e a boca e sair rastejando, respirando junto ao piso. Molhar bastante as
roupas e manter-se vestido para se proteger. Ao ver uma pessoa com as roupas em
chamas, obrigá-la a jogar-se no chão, e envolvê-la com cobertor, cortina, etc.

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5.2.2. Lava-Olhos
Em princípio, estes equipamentos devem existir em locais de manuseio de
produtos químicos, em situações de maior risco de projeção ou onde houver risco
maior de queimaduras por calor. São equipamentos projetados de forma semelhante
aos chuveiros de segurança, só que com o objetivo específico de livrar os olhos de
contaminantes.

É de vital importância que em áreas de manuseio de produtos químicos


existam equipamentos que proporcionem este fluxo de água, tais como: chuveiros,
lava-olhos ou bisnagas.

É de responsabilidade de cada setor manter em condições de uso os chuveiros


de segurança e lava-olhos em local sob sua jurisdição.

5.2.3. Capelas
Equipamento imprescindível onde se manuseia produtos químicos ou
particulados. Ao fazer operações nas capelas deve-se:

 Manter as janelas com o mínimo de abertura possível;


 Deixar na capela apenas o material a ser analisado;
 O sistema de exaustão da capela deve ser desligado, após 10 a 15 minutos do
término dos trabalhos.

Ao iniciar um trabalho em capela, observar se:

 O sistema de exaustão esteja operando;


 Pisos e janelas estejam limpos;
 As janelas estejam funcionando perfeitamente;
 Nunca inicie trabalho que exija aquecimento, sem antes remover os produtos
inflamáveis.

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6. Primeiros socorros relacionados a químicos

Um laboratório de química pode ser uma das áreas de trabalho mais perigosas,
principalmente quando o laboratório não é tratado com respeito.

É essencial saber a localização das pessoas e equipamentos necessários


quando um acidente de laboratório exigir assistência especializada. Os seguintes
números de telefone devem ser acessíveis ao responsável pelo laboratório, de modo
que possa ser acionado com rapidez, o auxilio preciso:

 Ambulância;
 Bombeiros;
 Posto médico mais próximo;
 Hospital mais próximo;
 Médico mais próximo.

Certos equipamentos devem ser facilmente acessível no laboratório de


química. É possível haver variações da lista em vista de regulamentos locais de
segurança:

 Cobertor antifogo;
 Extintor de incêndio;
 Lava-olhos;
 Chuveiro;
 Caixa de primeiros socorros;
 Lavatório para queimaduras de ácidos ou de bases.

É obrigatório que todos os acidentes de laboratório sejam comunicados à


direção, tendo recebido tratamento especializado, ou não. Também é importante que a
pessoa acidentada e remetida a tratamento especializado tenha um acompanhamento;
no caso de a pessoa acidentada ter um desmaio o acidente pode ficar, com facilidade,
muito mais grave.

6.1. Alguns venenos usuais e os sintomas que induzem

Ácidos e bases: Queimam e corroem os tecidos com que entram em contato e, em


casos extremos, podem fazer um orifício na parede estomacal.

Álcool: Atua como enérgico depressor do sistema nervoso central.

Álcool metílico: Tem um efeito especifico de degeneração do nervo óptico que pode
provocar lesão permanente e cegueira, mesmo quando a quantidade assimilada tiver
sido pequena.

Fenilhidrazina: Provoca a hemólise dos eritrócitos.

Nitrato de prata: O contato com a pele ou com as mucosas pode ser cáustico e
irritante. A ingestão pode causar severa gastroenterite e até a morte.

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A maior parte dos reagentes de laboratório é venenosa; é importante ter uma


certa compreensão sobre os sintomas provocados pelos venenos (lista acima).
Quando se pode determinar o tipo de veneno que a pessoa assimilou, pode-se
consultar uma listagem para ver se deve ou não ser provocado o vômito. Na lista
abaixo estão relacionados venenos para os quais não se deve provocar o vômito.
Nestes casos, o vômito faria com que o veneno corrosivo retornasse mais uma
vez através dos delicados tecidos do aparelho digestivo. Nestas circunstâncias devem
ser administrados líquidos, para diluir o material venenoso, conforme as instruções da
lista abaixo. Na lista seguinte estão os venenos que requerem a indução de ação
emética. Em ambos os casos são apresentadas as providências a tomar.

É imprescindível que um médico seja procurado com urgência, em qualquer


caso.

6.1.1. Venenos cujo tratamento não deve envolver ações eméticas

Quando a vitima ingerir qualquer das substâncias listadas abaixo. Administrar


leite ou água; 1 a 2 xícaras no caso de crianças de 1 a 5 anos, e até 1 litro para
maiores de 5 anos.

 Ácidos forte;
 Benzeno Hipoclorito de sódio (água sanitária);
 Cal (óxido de cálcio)
 Carbonato de Sódio;
 Óleo de pinho;
 Desinfetantes fenólicos;
 Soda (hidróxido de sódio);
 Detergentes;
 Soda para lavagem (barrilha);
 Estriquinina;
 Thiner e removedores de tintas.

6.1.2. Venenos cujo tratamento envolve ação emética.

Provocar o vômito excitando o fundo da garganta.

 Álcool (etílico, isopropílico, desnaturado, metílico)


 Cânfora
 Formaldeído

6.2. Procedimentos padronizados de primeiros socorros:

 Ferimentos

 Objetivo: Proteger o ferimento de infecções e controlar as hemorragias.


 Primeiros socorros: Usar pensos esterilizados e pressionar o ferimento até o
término da hemorragia.

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 Estado de choque

 Objetivo: Manter o paciente deitado e em posição confortável.


 Sintomas: Pele úmida e pálida, respiração pouca profunda, olhos sem
brilho, pulso fraco.
 Primeiros socorros: 1. Manter o paciente deitado com os pés elevados
quando não houver lesões na cabeça ou no tórax. 2. Cobrir o paciente com
cobertores (não provocar transpiração) 3. Administrar água para mitigar a
sede.

 Respiração artificial

 Objetivo: Desobstruir e manter livres as vias respiratórias, provocar o


aumento e a diminuição alternados do volume torácico.
 Sintomas: Ausência de respiração em virtude de choque elétrico, ou de
afogamento ou de envenenamento provocado por gases.
 Primeiros socorros: Empurrar o maxilar inferior para frente e inclinar a
cabeça do paciente para trás. Fechar as narinas da vitima. Soprar ar para o
interior dos pulmões pela boca da vítima. Afastar a boca e deixar a vítima
expirar o ar. Repetir a operação de 15 a 20 vezes por minuto.

 Venenos

 Objetivo: Diluir o veneno e induzir o vômito, exceto quando isto for


desaconselhável.
 Sintomas: Queimaduras em torno da boca, frasco esvaziado.
 Primeiros socorros: Diluir com água ou leite, induzir o vômito com solução
concentrada de bicarbonato de sódio ou com dedo na garganta da vítima.
Antídoto universal: 1 parte de chá forte, 1 parte de leite de magnésia, 2
partes de pão carbonizado (ou carvão ativo) . Não provoque o vômito se a
vitima engoliu um ácido forte, ou querosene ou estriquinina. Verifique em
todos os rótulos dos frascos o antídoto recomendado.

 Fraturas

 Objetivo: Manter imóvel os ossos fraturados e as juntas adjacentes.


 Sintomas: Dor, inchaço ,deformação.
 Primeiros socorros: Use um material rígido, uma almofada ou um
cobertor, e entale como estiver.
 Transporte da vitima: :Se for necessário deslocar a vítima, não curve,
nem dobre, nem sacuda o paciente. Arraste a vítima sobre um cobertor, ou
um casaco ou um tapete; use uma cadeira, uma maca ou várias pessoas
para transportá-la e não provocar outras lesões.

 Queimaduras:

 Objetivo: Mitigar a dor e impedir infecção.

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 Sintomas: Do 1º grau - vermelhidão; do 2º grau - bolhas; do 3º grau - lesão


profunda do tecido.
 Primeiros socorros: Cobrir a vítima com uma camada espessa de penso
seco e estéril. Queimaduras químicas: lavar com água.

 Desmaio

 Fazer a pessoa deitar supina (de peito para cima) ou então com a cabeça
entre os joelhos e respirar profundamente. Se for acessível usar,
suavemente, um frasco de amônia como inalador.

 Ataque cardíaco

 No caso de a pessoa ter medicação própria, administrá-la; manter a pessoa


deitada, respirando com facilidade. Chamar o médico.

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