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Hemeroteca digital de
Arqueologia Brasileira
Hélio Rosa de Miranda
Hemeroteca digital de
Arqueologia Brasileira
Hélio Rosa de Miranda
Orientadora:
A ideia central do trabalho é fornecer subsídios para a implantação de uma hemeroteca digital na
Biblioteca do Museu de Arqueologia e Etnologia, envolvendo as coleções de três revistas brasileiras
da área de Arqueologia publicadas pela Universidade de São Paulo e que deixaram de circular no
final dos anos 80: a Revista de Pré-História (do extinto Instituto de Pré-História, IPH/USP); a
Revista Dédalo (do antigo Museu de Arqueologia e Artes, MAA/USP) e as séries Arqueologia e
Etnologia do Museu Paulista (MP/USP). A Hemeroteca digital seria formada por artigos dessas
coleções, digitalizados conforme os padrões de qualidade e de preservação apontados pelo curso
de Bibliotecas Digitais – SIBi/USP, gerenciada pelo software DSpace, armazenada nos servidores
da Biblioteca do MAE/USP e disponibilizada gratuitamente para a comunidade científica,
contribuindo para divulgação de 25 anos de produção acadêmica vinculada a tais instituições.
The central idea of the project is to provide tools for the deployment of a digital newspaper archive
in the Library of the Museum of Archaeology and Ethnology, involving collections of three Brazilian
journals in the field of archeology published by the University of São Paulo and no longer circulate
in the late 80: the Revista de Pré-História (published by the Instituto de Pré-História, IPH / USP),
the journal Dedalo (Museu de Arqueologia e Arte, MAA / USP) and the series of Archaeology and
Ethnology Museum Paulista (MP / USP). The digital Hemeroteca was formed by articles of these
collections, digitized according to the standards of quality and preservation appointed by the
course, managed by DSpace software, stored on the servers of the Library of MAE / USP and made
freely available to the scientific community, contributing to dissemination 25 years production
linked to such academic institutions.
Tabela 1 Relação de fascículos publicados pela Dédalo – Revista de Arte a Arqueologia ..................... 21
Tabela 3 Relação de fascículos publicados pela Coleção Museu Paulista, série Arqueologia .................. 15
Tabela 4 Relação de fascículos publicados pela Coleção Museu Paulista, série Etnologia ...................... 16
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 22
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1. Introdução
O objetivo maior e mais imediato deste trabalho de conclusão é pôr em prática conceitos e
instrumentos fornecidos pelas diferentes disciplinas e atividades do Curso para subsidiar as tarefas
cotidianas da Biblioteca do Museu de Arqueologia e Etnologia, da Universidade de São Paulo, MAE/USP,
propondo a implantação de um novo serviço ao usuário : um repositório digital de artigos científicos da
área de Arqueologia, Etnologia, Museologia e Patrimônio, utilizando as coleções de três revistas
brasileiras publicadas pela Universidade de São Paulo e que deixaram de circular no final dos anos 80,
em virtude da inoperância, da desativação parcial ou completa das instituições responsáveis : a Revista
de Pré-História (do extinto Instituto de Pré-História, IPH/USP); a Revista Dédalo (do antigo Museu de
Arqueologia e Artes, MAA/USP), além da Revista do Museu Paulista e as séries Arqueologia e Etnologia
do Museu Paulista (MP/USP).
Esta Hemeroteca Digital de Arqueologia Brasileira seria constituída pela massa de artigos científicos
dessas coleções, digitalizados obedecendo os protocolos e os padrões de preservação exigidos para
garantir excelência e qualidade; gerenciada pelo software DSpace; armazenada nos servidores da
Biblioteca do MAE/USP e disponibilizada gratuitamente para a comunidade científica, contribuindo para
divulgação de 25 anos de produção acadêmica vinculada a tais instituições.
O projeto deve ainda prever capacitação da equipe de trabalho, equipamentos de digitalização, seleção
de acervo, política de armazenamento, controle de qualidade, direitos autorais, preservação digital,
além de ampla divulgação nas redes sociais especializadas e disponibilização sob demanda. Desta
forma, busca-se preencher uma lacuna na bibliografia especializada em Arqueologia brasileira, pois a
tiragem dessas séries limitava-se à permuta entre instituições conveniadas, portanto restritas às
poucas bibliotecas universitárias com programa de pós graduação em Arqueologia ou História Antiga,
no Brasil e no exterior.
Em vista do caráter eminentemente destrutivo da pesquisa arqueológica, tudo que resta dos sítios
escavados é a “cultura material recolhida às instituições de pesquisa e a documentação produzida no
seu transcurso, o que exige que se dispense a ambas o mesmo cuidado dispensado aos sítios” (LIMA,
2011). Essa ética de conservação orienta e dá sentido às ações institucionais da Biblioteca do
MAE/USP, compromissada em proporcionar longevidade máxima aos registros arqueológicos, envolve
não apenas as evidências físicas de sistemas socioculturais extintos, mas também toda documentação
associada a elas, desde aquelas produzidas no momento do achado até as resultantes do seu estudo,
em qualquer tipo de suporte: papel, filme, fita ou meio digital.
Conforme artigo recente de FLEMING & FLORENZANO (2011), o acervo da Biblioteca do Museu de
Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP) formou-se a partir da década de 60,
quando foi criado o Museu de Arte e Arqueologia (MAA). No início da década de 1970, o MAA passou a
ser Museu de Arqueologia e Etnologia, denotando novo enfoque de seu acervo e missão. Em 1989
formou-se o novo MAE/USP, quando o Museu incorporou o Instituto de Pré-história e parte do acervo
do Museu Paulista, também desta Universidade. A Biblioteca do MAE/USP reúne, portanto, todo o
acervo bibliográfico do extinto Instituto de Pré-História (IPH/USP), além de livros e coleções de
periódicos da área de Etnologia brasileira vindos do Museu Paulista (MP/USP).
Hoje, a Biblioteca do MAE/USP soma cerca de 80.000 volumes entre livros, teses, folhetos, catálogos
de exposição, obras especiais e/ou raras e periódicos nas áreas de Arqueologia clássica, médio-oriental
e oriental, Arqueologia africana, americana e brasileira, Pré-história geral e brasileira, Numismática
clássica e bizantina, Etnologia africana, americana e brasileira, Museologia, Conservação e restauro.
Almejando consolidar a posição de centro de referência na pesquisa acadêmica em Arqueologia no
Brasil, além de constituir um dos maiores acervos especializados da América Latina, atendemos
diariamente pedidos de cópia de partes de livros, artigos de periódicos, teses e dissertações, muitos
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dos quais através de nosso website, o que ocasionou um acúmulo de objetos digitais espalhados pelos
HDs dos equipamentos dos funcionários que atendiam prioritariamente àquele pedido, sem nenhum
tipo de controle de qualidade, duplicação ou descrição desses materiais.
Nesse contexto, a iniciativa da criação desta Hemeroteca digital de Arqueologia Brasileira deve-se
prioritariamente à necessidade de organização e gerenciamento desse amontoado de objetos digitais,
racionalizando o processo através da escolha de três dos principais periódicos nacionais da área,
publicados entre os anos de 1965 e 1990, cujo acesso é restrito à consulta local nas dependências da
Biblioteca, ou através do pedido de cópia.
1.2 JUSTIFICATIVA
Desde o final dos anos de 1990, através da contribuição de Manuel Castells à compreensão dos
fenômenos sociais do mundo contemporâneo, entendemos que “é a conexão histórica entre a base de
informação/conhecimento da economia, seu alcance global e a revolução tecnológica que cria um novo
sistema econômico distinto”. Para o autor, “as novas tecnologias da informação agem sobre os
domínios da atividade humana e possibilitam o estabelecimento de conexões infinitas entre diferentes
domínios, assim como entre os elementos e agentes de tais atividades”. Os efeitos dessas tecnologias
começaram a mudar todas as atividades dos indivíduos, indicando que a qualidade de vida do cidadão e
o sucesso profissional estão intimamente ligados aos “processos de manipulação, transmissão,
armazenamento e obtenção da informação”. Através dessa concepção, a tecnologia é entendida como
“o uso de conhecimentos científicos para se especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira
reproduzível” (CASTELLS, 2005); ou seja, cada tecnologia leva à evolução do ecossistema social,
relacional ou pedagógico no qual se insere.
Em relação a esse mundo permanentemente reconfigurado pela tecnologia, o filósofo Pierre LÉVY
(2010) ressalta que: “[...] vivemos hoje em dia uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga
ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e
estilos de regulação social ainda pouco estabilizados”. Estar em sintonia com essas transformações
significa compreender a dinâmica das sociedades cujo “o mundo da tecnologia também se configura
como uma forma de inclusão social”. Nessa perspectiva, compreendemos a necessidade de todos - os
países, governos, setores educacionais, industriais e comerciais, assim como bibliotecas, arquivos,
museus – a inserirem-se na sociedade da informação como uma necessidade exigida pela
reestruturação econômica, política e social, pois o que está em jogo é a emergência de tecnologias de
base digital e sua interface com a cultura contemporânea; é a configuração da sociedade em rede que
faz emergir necessidades políticas, sociais e culturais de inclusão de grande parte da população.
Dessa forma, a Biblioteca do MAE/USP pretende desempenhar seu papel institucional na revolução
tecnológica em curso, pela aplicação dos conhecimentos e da informação gerados pelas Instituições a
que ela pertence e de que é guardiã por direito para gerar conhecimentos e dispositivos de
processamento e comunicação da informação, isto é, as tecnologias de informação e comunicação não
são entendidos como aplicativos, mas processos a serem desenvolvidos. Neste contexto, temos como
vetor a interatividade, gerando uma nova informação e abrindo janelas através das quais o pesquisador
possa pensar, decidir e produzir novos conhecimentos; assim, a informação passa a ser considerada
um processo e não apenas um elemento. No contexto global, esse cenário se manifesta sob vários
aspectos de acordo com a diversidade de culturas e instituições, proporcionando condições para a troca
de informações dentro e entre grupos de indivíduos e organizações no contexto da Internet,
promovendo a interatividade e a participação do usuário, sem perder de vista o caráter de preservação
dos documentos e dos objetos gerados pela Instituição ao longo de sua vida acadêmica.
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OBJETIVOS
O objetivo principal e mais imediato deste trabalho de conclusão é pôr em prática conceitos e
instrumentos fornecidos pelas diferentes disciplinas e atividades do Curso para subsidiar as tarefas
cotidianas da Biblioteca do Museu de Arqueologia e Etnologia, da Universidade de São Paulo, MAE/USP,
propondo a implantação de um novo serviço ao usuário : um repositório digital de artigos científicos da
área de Arqueologia, Etnologia, Museologia e Patrimônio, utilizando as coleções de três revistas
brasileiras publicadas pela Universidade de São Paulo e que deixaram de circular no final dos anos 80,
em virtude da inoperância, da desativação parcial ou completa das instituições responsáveis : a Revista
de Pré-História (do extinto Instituto de Pré-História, IPH/USP); a Revista Dédalo (do antigo Museu de
Arqueologia e Artes, MAA/USP), além da Coleção Museu Paulista, séries Arqueologia e Etnologia do
Museu Paulista (MP/USP).
a) Revista Dédalo
Publicada a partir de 1965, a Dédalo - Revista de Arte e Arqueologia era porta-voz das pesquisas do
Museu e que continuou a ser editada até 1990. Segundo o diretor responsável pela revista, o Prof.
Ulpiano Bezerra de Meneses, essa tinha como programa contribuir para suscitar, desenvolver e veicular
estudos sobre diversos domínios da Arqueologia e História da Arte em geral.
Fig. 1 – Frontispício da Dédalo – Revista de Arte e Arqueologia, ano 1, vol. 1, n.1, jun., 1965.
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Ao longo, portanto, de vigorosos 25 anos de vida acadêmica, a Dédalo publicou 28 fascículos, entre os
quais um Suplemento, em 1989, somando 174 artigos ou monografias especializadas na área de
Arqueologia e afins, conforme podemos acompanhar pela tabela abaixo:
3 jun. 1966 4 96
4 dez. 1966 3 94
7 jun. 1968 2 86
23 - 1984 24 376
24 - 1985 10 220
25 - 1987 9 224
26 - 1988 9 226
28 - 1990 10 222
27 - 1989 8 198
b) Revista de Pré-História
O Instituto de Pré-História da Universidade de São Paulo foi fundado em 1962, por Paulo Duarte. Desde
então, o Instituto editou publicações avulsas, com os resultados de suas pesquisas ou congressos por
ele promovidos, até estabelecer, em 1979, uma publicação regular, anual, e de caráter aberto e
eminentemente internacional, conforme as palavras do diretor Afonso de Moraes Passos :
Durante dez anos de atividades, a Revista de Pré-História publicou sete fascículos anuais, inclusive um
número avulso, referente às atas da Semana de Estudos sobre Pré-História e Arqueologia, São Paulo,
1983, e ao Seminaire sur les Structures d'Habitat, Circulation et Echanges, Paris, 1982.
1 1979 7 156
2 1980 3 98
3 1981 3 166
4 1982 5 216
5 1983 7 184
6 1984 54 478
7 1989 13 210
TOTALIZAÇÃO 92 1508
A Coleção Museu Paulista iniciou-se em 1974, sob direção do professor Antonio Rocha Penteado dentro
de uma linha inovadora instituída pela Direção do Museu Paulista da Universidade de São Paulo,
contava até então com os volumes 1 e 2 da Série de História e o volume 1 da Série de Etnologia. Com
a publicação da monografia de Luciana Pallestrini, surgiu a oportunidade de se abrir a Série de
Arqueologia da referida Coleção.
Conforme as palavras do diretor, a obra de Luciana Pallestrini foi especialmente selecionada para
inaugurar a nova série da Coleção, como homenagem ao trabalho da autora, além do caráter regional
da publicação, preenchendo uma lacuna na bibliografia especializada em Arqueologia brasileira:
Publicada anualmente entre os anos de 1975 a 1983, a série Arqueologia reúne sete fascículos
destinados a divulgar pesquisas, teses e dissertações defendidas na área de Arqueologia do MP/USP.
1 1975 156
2 1976 143
3 1977 166
4 1977 145
5 1977 169
6 1980 478
7 1983 212
TOTALIZAÇÃO 7 1469
Tabela 3 - Relação de fascículos publicados pela Coleção Museu Paulista, série Arqueologia
A Série de Etnologia circulou entre os anos 1975 a 1985, da monografia de Luciana Pallestrini, surgiu a
oportunidade de se abrir a Série de Arqueologia da referida Coleção.
1 1975 156
2 1976 295
3 1977 267
4 1981 269
5 1985 335
6 1980 478
7 1983 212
TOTALIZAÇÃO 2012
Tabela 4 - Relação de fascículos publicados pela Coleção Museu Paulista, série Etnologia
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2 - REVISÃO TEÓRICA
No intrincado processo histórico das tecnologias e a sua influência na sociedade, CASTELLS (2005)
relembra “[...] a habilidade ou inabilidade das sociedades dominarem a tecnologia e, em especial,
aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas em cada período histórico [...]”, bem como o
uso que as sociedades, sempre em processo conflituoso, decidem dar ao seu potencial tecnológico.
Assim, concordamos com o autor ao considerar que “as pessoas moldam a tecnologia para adaptá-la a
suas necessidades”. A comunicação mediada por computadores não substitui os diferentes meios de
comunicação nem cria novas redes, mas pode reforçar os padrões sociais existentes; o impacto cultural
mais importante das tecnologias de informação e comunicação pode ser o reforço potencial das
desigualdades com o risco de perpetuar redes sociais culturalmente dominantes.
Em relação a esse mundo dinâmico e constantemente reconfigurado pela tecnologia digital, LÉVY
(2010) ressalta que: “[...] vivemos hoje em dia uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga
ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e
estilos de regulação social ainda pouco estabilizados”. Estar em sintonia com essas transformações
significa compreender a dinâmica das sociedades cujo “o mundo da tecnologia também se configura
como uma forma de inclusão social”. Nessa perspectiva, compreendemos a necessidade de todos - os
países, governos, setores educacionais, industriais e comerciais, assim como bibliotecas, arquivos,
museus – a inserirem-se na sociedade da informação como uma necessidade exigida pela
reestruturação econômica, política e social, pois o que está em jogo é a emergência de tecnologias de
base digital e sua interface com a cultura contemporânea; é a configuração da sociedade em rede que
faz emergir necessidades políticas, sociais e culturais de inclusão de grande parte da população.
Dessa forma, a Biblioteca do MAE/USP pensa cumprir seu papel institucional na revolução tecnológica
em curso pela aplicação dos conhecimentos e da informação para gerar conhecimentos e dispositivos
de processamento e comunicação da informação, isto é, as tecnologias de informação e comunicação
não são aplicativos, mas processos a serem desenvolvidos. Neste contexto, temos como vetor a
interatividade, gerando uma nova informação e abrindo janelas através das quais o homem pode
pensar, decidir e produzir dentro do sistema de produção. Assim, a informação passa a ser considerada
um processo e não apenas um elemento. Esse cenário se manifesta sob vários formatos de acordo com
a diversidade de culturas e instituições, proporcionando o estabelecimento de condições para a troca de
informações dentro e entre grupos de indivíduos e organizações no contexto de da Internet,
promovendo a interatividade.
Conforme a professora Tania Andrade LIMA (2011) ressalta no artigo que apresenta o dossiê sobre o
patrimônio arqueológico da Revista do Patrimônio do IPHAN, é um princípio cardeal o fato de que bens
arqueológicos e toda a informação a eles relacionada não podem ser dissociados, existindo um elo
crucial entre as evidências e os dados sobre sua procedência, meios de obtenção, critérios utilizados
para seu registro, classificação e conservação, o tratamento analítico que lhes foi dispensado e sua
interpretação final, compondo uma cadeia de informações que lhes confere sentido.
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3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Da mesma forma que os demais serviços e produtos oferecidos pela Biblioteca do Museu de
Arqueologia e Etnologia a seus usuários locais e remotos, a Hemeroteca Digital deve proporcionar
acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera
um maior intercâmbio global de conhecimento, pois acreditamos que tal acesso está diretamente
associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor, conforme o Public Knowledge
Project.
3.1 – Política
3.2.1 - Infraestrutura
EQUIPAMENTOS SOFTWARES
EQUIPES COMPETÊNCIAS
2 bibliotecários cabe a função de estruturação do projeto, definição das políticas de preservação, gerenciamento,
manutenção e implantação do repositório, bem como os metadados de descrição e a catalogação
dos objetos, utilizando o protocolo DCMI
2 técnicos de responsáveis pela implementação dessa política, pelo atendimento ao público, pelo controle de
biblioteca qualidade dos objetos digitais, pela estruturação física dos equipamentos e dos softwares, pelo
gerenciamento dos fluxos e das rotinas de captura – digitalização – armazenamento –
gerenciamento – descrição dos objetos;
3 estagiários aos estagiários cabe a tarefa de escanear os documentos, verificar a qualidade do objeto, garantir
sua legibilidade através do OCR, conversão para formato pdf, armazenamento e a disponibilização
ao usuário final.
3.3. – Gestão
Na formação do acervo de nosso repositório digital, optamos por acatar as demandas e as necessidades
da própria comunidade científica atendida pela Biblioteca, em sua maioria pesquisadores e especialistas
de outras regiões do país ou do exterior, que necessitam com urgência de materiais específicos para a
conclusão de sua pesquisa. Após seis anos de implantação, fornecemos cópia digital de materiais para
pesquisadores do Brasil, América Latina, Estados Unidos, Canadá, Itália, Hungria, Indonésia, Austrália e
recentemente México, Bélgica, Eslovênia e Bielorrússia.
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Fig. 6 – Homepage do Portal Heracles, principal veículo de disseminação de informações e difusão dos serviços da
Biblioteca do Museu de Arqueologia e Etnologia
Atualmente, mantemos através de nosso website um canal direto de sugestões de aquisição, críticas e
pedidos de cópia de artigos de periódicos impressos, além de um portal de revistas eletrônicas na área
de Arqueologia e de bases de dados especializadas. Esses meios de comunicação foram potencializados
através de nossa presença em redes sociais especializadas em pesquisa acadêmica, como a
Academia.edu, o Research Gate, Linkedin, o Arqueologia Digital, onde mantemos um grupo de contatos
específico em informação científica, e a Biblioteca Digital Curt Nimuendaju. Além desses, temos página
nas redes sociais mais conhecidas, como Facebook e Twitter.
Para implementação da Hemeroteca, optamos pelo utilização do DSpace, 6.0, cujo treinamento para
configuração, gerenciamento e instalação está sendo providenciado pelo SIBi/USP para a equipe da
Biblioteca. O padrão de metadados utilizado no Repositório é o DCMI, adaptado ao protocolo MARC 21,
que utilizamos para catalogação dos demais objetos do acervo.
estejam estabelecidos os princípios gerais que regem este tipo de serviço prestado à comunidade da
Biblioteca e que explicitem o acesso aberto e a preservação de todos direitos autorais e institucionais.
Fig. 7 – Interface administrativa do Portal Heracles, software de gerenciamento do site, das bases de
periódicos impressos, eletrônicos e cadastro de usuários da Biblioteca do MAE/USP.
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4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa revolução, fica evidente o importante papel da informação digitalizada nos novos processos
socioeconômicos e culturais, podendo-se, ainda, identificar três processos que estão transformando
profundamente a sociedade contemporânea e, por conseguinte, os modos de ser, pensar, agir e sentir
dos homens, são eles: a virtualidade, a interatividade e a globalização. CASTELLS (2005) referindo-se
especificamente a construção da virtualidade real observa que, historicamente, o novo sistema de
comunicação organizado pela integração eletrônica em relação ao novo sistema de comunicação - do
tipográfico ao sensorial - não é a indução à realidade virtual:
Esse cenário se manifesta sob vários formatos de acordo com a diversidade de culturas e instituições,
proporcionando o estabelecimento de condições para a troca de informações dentro e entre grupos de
indivíduos e organizações no contexto de da Internet, promovendo a interatividade. Nesse sentido,
ratifica CASTELLS (2005) que o desenvolvimento das tecnologias baseadas em informação e
comunicação é uma espécie de “mola propulsora” do processo de transformação contemporânea, muito
embora reconheça que este não constitui o único fator, outros também foram aliados desse processo, a
exemplo dos movimentos libertários da década de 60, a crise dos sistemas capitalista e socialista. O
autor reafirma que estes fenômenos não devem ser vistos como mera coincidência histórica, pois
juntos compõem uma trama cujos fios interligados dão sustentabilidade a ordem econômica mundial,
interferindo na sociedade e na cultura.
Assim, através da implantação da Hemeroteca Digital de Arqueologia Brasileira como um novo serviço
oferecido à comunidade acadêmica e à sociedade em geral, a Biblioteca do Museu de Arqueologia e
Etnologia pretende contribuir com o aprimoramento da pesquisa e da produção científica brasileira,
cumprindo com rigor seu papel institucional ao inserir-se na revolução tecnológica em curso pela
aplicação dos conhecimentos e da informação para gerar conhecimentos e dispositivos de
processamento e comunicação da informação, isto é, as tecnologias de informação e comunicação não
são aplicativos, mas processos a serem desenvolvidos. Assim, temos como vetor a interatividade,
gerando novas informações e abrindo janelas através das quais o homem possa pensar, decidir e
produzir dentro de um contexto colaborativo e participante, no qual a informação seja considerada um
processo em si e não apenas mais um elemento na produção do conhecimento científico e acadêmico.
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REFERÊNCIAS
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. Trad. Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra,
2005.
FLEMING, Maria Isabel D'Agostino; FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. Trajetória e perspectivas do
Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (1964-2011). Estudos Avançados. 2011, vol.25, n.73, pp.
217-228. ISSN 0103-4014
HODDER, lan. The archaeological process : an introduction. Oxford & Malden: Blackwell, 1999.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu Costa. São Paulo: Editora 34, 2010.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Apresentação da Nova Série. Anais do Museu Paulista: História e
Cultura Material. vol.1, n.1, São Paulo, 1993, pp. 27-32, http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
47141993000100001
PENTEADO, Antônio Rocha. Editorial. Coleção Museu Paulista, série Arqueologia, vol. 1, 1975.
SILVA, Alzira Karla Araújo da; CORREIA, Anna Elizabeth Galvão Coutinho; LIMA, Izabel França de. O
conhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Revista Interamericana de
Bibliotecología. Ene.-Jun. 2010, vol. 33, n. 1, p. 213-239.