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CONDIÇÕES SANITÁRIAS E

DE CONFOR TO NOS LOCAIS


CONFORTO
DE TRABALHO A CÉU ABER TO
ABERTO

REL
RELAATÓRIO TÉCNICO
(MARÇO 2007)

Sindicato dos Motoristas e TTrabalhador


rabalhador es em
rabalhadores
aulo
Transporte Rodoviário Urbano de São PPaulo
SUMÁRIO

06 1. APRESENTAÇÃO

07 2. INTRODUÇÃO

10 3. OBJETIVOS

12 4. ASPECTOS LEGAIS

14 5. LEVANTAMENTO
TÉCNICO

30 6. LEVANTAMENTO
QUANTITATIVO

34 7. DADOS GERAIS

37 8. CONCLUSÕES

2
CONDIÇÕES SANITÁRIAS E
DE CONFOR TO NOS L
CONFORTO OCAIS
LOCAIS
DE TRABALHO A CÉU ABERTO
ABERTO

REL
RELAATÓRIO EXECUTIVO

3
CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO
NOS LOCAIS DE TRABALHO A CÉU ABER
LOCAIS TO
ABERTO

Pesquisa de Campo

Participantes

Coordenação Geral: Raimundo Celestino (Maguila) – Secretário


de Assuntos de Saúde do Trabalhador

Coordenação Técnica: Eroniza da Conceição Souza – Técnica de


Segurança do Trabalho – MET – SP 015644.2, João Batista Sobrinho -
SST/MTB: 51/10885-1;

Coordenação Jurídica: José Juscelino F. de Medeiros - Advogado

Consultoria Sindical: Festt Consultoria e Assessoria e


Treinamento – Luis Antonio Festino

Colaboradores: Solange Rocha de Oliveira – Auxiliar


administrativa/ Pedro Paulo Simplicio – Motorista do Sindicato.

Parceiros participantes da pesquisa


Anacleto da Silva – Vice-Presidente da CIPA - empresa Bola Branca/
Cida Dutra;

Amauri dos Santos – Vice-Presidente da CIPA - empresa Campo Belo II;

Daildo Assis de Souza – Vice-Presidente da CIPA empresa Vip


Jabaquara;

Jesus Evangelista Almeida - Vice Presidente da CIPA - Empresa Vip


M’ Boi Mirim

Juliano Constantino Neto – Vice-Presidente da CIPA empresa Imperador;

Jair Ferreira dos Santos – Vice-Presidente da CIPA empresa Vip unidade


AE Carvalho;

Ronaldo de Oliveira – Vice-Presidente da CIPA empresa Tânia;

Genival Thomaz da Silva – Vice-Presidente da CIPA empresa OAK Tree;

Teófilo Gomes dos Santos – Vice-Presidente da CIPA empresa Campo Belo I

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APOIO

Confederação Nacional dos Trabalhadores


em Transportes Terrestres

Federação dos Trabalhadores em Transportes


Rodoviários do Estado de São Paulo

Nova Central Sindical de Trabalhadores


no Estado de São Paulo

Instituto Cultural de Integração, Desenvolvimento


e Cidadania, Grupo “O Resgate”

Cooperativa Habitacional dos Trabalhadores


em Transportes do Estado de São Paulo

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1. APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO

E
m 2007, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhado-
res em Transporte Rodoviário Urbano de São Pau-
lo estará completando 74 anos de muita luta em defe-
sa do trabalhador em transporte rodoviário, com uma tradicio-
nal participação em estudos, pesquisas e trabalhos de campo
sobre a saúde e condições de trabalho de funcionários que atu-
am em uma importante atividade para a sociedade em geral.
Em parceria com o Instituto Cultural de Integração, De-
senvolvimento e Cidadania, Grupo “O Resgate”, institui-
ção sem fins lucrativos, que tem como finalidade proporcionar o
atendimento e a realização de atividades educativas de qualifi-
cação, requalificação profissional, culturais, esportivas e de lazer;
complementando os serviços prestados pelo Estado e com o
apoio da Federação dos Trabalhadores em Transportes Ro-
doviários do Estado de São Paulo (FT TRESP) da Confe-
deração Nacional dos Trabalhadores em Transportes Ter-
restres (CNTT) e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores
no Estado de São Paulo (NCST), estamos apresentando este
novo trabalho sobre as Condições Sanitárias e de Conforto
dos Trabalhadores a céu aberto, resultado de diversas ins-
peções realizadas nos ambientes onde trabalham motoristas,
cobradores e fiscais, em pontos iniciais e finais além de percur-
sos de diversas empresas de transporte coletivo e urbano de
passageiros da cidade de São Paulo.
Realizamos um trabalho planejado e coletivo com a participação
de diretores, delegados do Sindicato e cipeiros coordenados pela
Secretaria de Assuntos e Saúde do Trabalhador, visando facilitar e
estabelecer a aplicação de Normas Legais de Regulamentação,
melhorias nas condições de trabalhos externos, favorecendo a ex-
pansão da fiscalização por parte dos órgãos públicos, avançando,
aperfeiçoando e complementando as normas de segurança.
Março 2007

Isao Hosogi (Jorginho) Edivaldo Santiago


Presidente do Sindicato Coordenador do “O Resgate”
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2. INTRODUÇÃO
Não é de hoje que o Sindicato dos Condutores
de São Paulo vem se preocupando com os proble-
mas que afligem os trabalhadores do setor. Se vol-
tarmos algumas décadas, constataremos que nas
primeiras pautas de negociação de campanhas sa-
lariais encaminhadas por esta entidade sindical, ve-
rificaremos que sempre existiram cláusulas sobre
saúde e segurança no trabalho.
Na década de 90, o Sindicato dos Condutores en-
cabeçou uma luta acirrada contra as péssimas con-
dições de trabalho na categoria, atuando na
conscientização dos trabalhadores sobre os riscos
que estes se submetiam diariamente por meio de ma-
nifestações e greves que foram realizadas reivindi-
cando aos patrões melhores condições de trabalho
ou através da institucionalidade, ou seja, pedido de
fiscalização e realização de mesas de entendimento
perante o Ministério do Trabalho, pois a partir daí as
condições de trabalho lentamente melhorariam. Po-
rém, o Sindicato dos Condutores não parou por aí e
criou uma secretaria especifica para discussão e en-
caminhamento destas questões: a Secretaria de Saú-
de do Trabalhador para que tivéssemos conhecimen-
to sobre dados científicos das reais condições de tra-
balho da categoria e assim subsidiar ações das auto-
ridades administrativas ou embasar ações judiciais,
sendo encaminhadas uma série de pesquisas realiza-
das por diversas instituições, onde foi concluído um
diagnóstico preciso dos problemas de saúde e segu-
rança enfrentados pelos condutores de São Paulo.
Em suma foram realizadas as seguintes pesquisas:
• Estudo de condições de saúde e trabalho dos moto-
ristas e cobradores urbanos da cidade de São Paulo ela-
7
borado em1991 pela FUNDACENTRO (Fundação Jorge
Duprat de Figueiredo de Saúde e Segurança do Trabalho).
• Abordagem psicossocial do trabalho penoso – es-
tudo de caso dos motoristas de ônibus, PUC/SP 1991.
• Projeto dos Condutores de São Paulo, elaborado
pela FUNDACENTRO em 1992.
• Acidentes de trabalho entre motoristas e traba-
lhadores em transportes urbanos, São Paulo, outubro
de 1995, elaborado pela Universidade de São Paulo
através da Faculdade de Medicina e do departamento
de medicina preventiva.
• Estudo de audição dos motoristas de ônibus da
cidade de São Paulo, PUC/SP, 1995.
• Um estudo sobre o risco de distúrbios psiquiátri-
cos menores entre os motoristas e cobradores do sis-
tema de ônibus urbano na cidade de São Paulo, dis-
sertação de mestrado apresentado a Faculdade de Me-
dicina da Universidade de São Paulo, 1995.
• Nos meses de abril e maio de 2006 realizamos
pesquisa “in-loco” em 7.714 coletivos totalizando 92%
dos veículos em circulação de uma frota contratada
de 8.410 ônibus, onde foi pesquisado o ano de fabri-
cação e as condições de manutenção da frota.
Estas pesquisas
nortearam o Sindi-
cato dos Con-
dutores das reais
condições de tra-
balho da categoria
e fez com que a en-
tidade levantasse
esta bandeira de
luta e combate con-
tra essa realidade
vivida pelo setor.

8
A partir daí, em 1994 uma Portaria do Delega-
do Regional do Trabalho no Estado de São Paulo
criou-se o PTUM/SP (Programa de Transporte Ur-
bano no Município de São Paulo) com a participa-
ção do Sindicato dos Condutores, Delegacia Re-
gional do Trabalho, FUNDACENTRO, SPTRANS
(antiga TRANSURB), entre outras entidades pú-
blicas que contribuíram para o desenvolvimento
do programa até então inédito no Brasil.
A primeira parte do projeto ocorreu nas gara-
gens com uma série de fiscalizações realizadas
nas empresas do setor pela DRT/SP acompa-
nhadas pelo Sindicato, representantes da CIPA,
dos SESMT’S e dos Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador da PMSP (regiões Oeste,
Sul e Leste), totalizando 64 fiscalizações num to-
tal de 83 garagens existentes na época, 58 das
64 empresas fiscalizadas tinham um total de
45.159 trabalhadores, sendo 39.451 do sexo mas-
culino, 1.228 do sexo feminino e 101 menores.
Concluiu-se que todo e qualquer trabalho vol-
tado a prevenção de acidentes e doenças de
trabalho, não se realiza do dia para a noite,
uma vez que se faz necessário o envolvimento
de uma série de pessoas e na maioria das ve-
zes com investimentos financeiros.
Porém, vale ressaltar que o ponto chave
é a conscientização de trabalhadores e em-
pregadores quanto a importância da pre-
venção, dessa forma conseguiremos uma mu-
dança de comportamento e sem ela não pode-
mos fazer prevenção com eficiência.
Po r t a n t o , o t r a b a l h o p re v e n t i v o d e v e s e r
contínuo e permanente, pois um bom dia de tra-
balho é sem acidentes.

9
3. OBJETIVOS
O setor de transportes possui entre suas prin-
cipais atribuições garantir os níveis de acessi-
bilidade e mobilidade necessária a efetivação
do desenvolvimento de uma nação.
As deficiências de planejamento assim como
a falta de investimentos e de uma política con-
creta para o setor, somadas a reduzida
intermodalidade de transporte público no Brasil
apresenta conseqüências de altos custos de ser-
viços, níveis elevados de acidentes, agressões
ao meio ambiente, descaso com a infra-estrutu-
ra que resultam no péssimo atendimento as de-
mandas da população quanto à necessidade
de um transporte eficiente e de baixo custo.
A cada dia aumenta a precarização do tra-
balho dos profissionais que transportam mais
de seis milhões de passageiros por dia na
cidade de São Paulo.
Os aspectos de saúde e segurança, na mai-
oria das vezes, são ignorados e tratados
como matérias de cunho secundário até mes-

10
mo de forma preconceituosa. Não podemos
compactuar com tais posicionamentos, de-
vemos incentivar políticas públicas de saú-
de, priorizar a negociação coletiva como im-
portante ferramenta de prevenção, buscar a
mudança do comportamento dos interessa-
dos através de orientação e conscientização
e exigir das autoridades competentes medi-
das pertinentes e eficazes para a redução
de infortúnios.
As inspeções nos diversos pontos finais ti-
veram como objetivo caracterizar as condições
de trabalho e evidenciar o descumprimento da
Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977, no que
diz respeito a NR21 – Trabalho a Céu Aberto
e NR24 Condições Sanitárias e de Conforto
nos Locais de Trabalho.
Uma vez caracterizado o descumprimento
da legislação em referência este parecer
visa dar elementos técnicos para adequa-
ção dos pontos finais de ônibus com sani-
tários, água potável e a obrigatoriedade de
manter um local com área coberta para o
bom desempenho das atividades.
A metodologia utilizada foi de análise
qualitativa “in-loco”
“in-loco”, sendo feitas entre-
vistas com profissionais do transporte pú-
blico (motoristas, cobradores e fiscais)
fiscais),
tendo o acompanhamento dos CIPEIROS
de cada empresa aqui representada pelo
parecer técnico.
Os profissionais envolvidos neste parecer
são responsáveis pelas conclusões contidas
neste e encontram-se à disposição caso se-
jam necessários esclarecimentos técnicos.

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4. ASPECTOS LEGAIS

Inicialmente, temos que ressaltar


a importância dos prevencionistas
(técnicos, médicos, engenheiros e
auxiliares de segurança do trabalho,
cipeiros) no combate as doenças e
acidentes de trabalho, pois sem es-
tes profissionais haveria um caos
nas atividades laborativas.
A segurança no ambiente de tra-
balho deve ocorrer como algo pre-
ventivo, pois após a ocorrência do
acidente ou surgimento da moléstia
ocupacional há pouco a ser feito.
Desta forma, é imprescindível a
realização de medidas de prevenção
com a orientação e conscientização
de trabalhadores e empregadores
assim como investimentos em segu-
rança do trabalho.

A legislação utilizada neste pare-


cer é reconhecida nacionalmente e
fornece parâmetros as observânci-
as obrigatórias que estão sujeitas
as empresas privadas e públicas que
possuem funcionários regidos pelo
regime da CLT (Consolidação das
L eis do Trabalho) ao cumprimento
Trabalho)

12
das Normas Regulamentares de Se-
gurança e Medicina do Trabalho
(NR-1-Disposições Gerais).

A Lei 6.514 de 22 de dezembro


de 1977 em conjunto com a P orta-
Porta-
ria nº 3.214 de 8 de junho de
1978 e suas normas regulamen -
tadoras NR21 – que trata do T ra-
Tra-
balho a Céu Aberto e visa
norm a t i z a r a s a t i v i d a d e s c o m a
obrigatoriedade de existência de
abrigos, ainda que rústicos, capa-
zes de proteger os trabalhadores
contra intempéries e NR24 – Con-
dições Sanitárias e de Conforto
nos locais de trabalho
trabalho, que nor-
maliza as condições mínimas de ins-
talações sanitárias, de higienização
como equipamentos ou peças des-
tinadas ao uso de água para fins hi-
giênicos e também o fornecimento
de água potável aos empregados,
“demonstram a evidência que a
todos é obrigatório o cumpri-
mento da legislação principal-
mente em se tratando de normas
de proteção de trabalho huma-
no, cujo descumprimento, ainda
que momentâneo traz graves
conseqüências a saúde e a vida
dos trabalhadores”.

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5. LEVANT
LEVANTAMENTO TÉCNICO
ANTAMENTO
5.1 - CIDADE DUTRA /
BOLA BRANCA

As inspeções nos diversos


pontos de paradas e
circulação tiveram como
objetivo caracterizar as
condições de trabalho e
ressaltar o descumprimento
da Lei nº 6.514 de dezembro
de 1977 no que diz respeito
a NR21 – Trabalho a
Céu Aberto e NR24
Condições Sanitárias e de
Conforto nos Locais
de Trabalho.

Linha 5630 - Jardim


Eliana - Metrô Brás

14
DETALHES DO LOCAL DE TRABALHO (CABINE)
DOS FISCAIS DA EMPRESA CIDADE DUTRA /
BOLA BRANCA E DEMAIS EMPRESAS QUE POS-
SUEM PONTO NO TERMINAL DO METRÔ BRÁS

OUTRAS EMPRESAS

5.2 - VIA SUL


Linha 4508-10 - Jardim Celeste – Largo da Concórdia

5.3 - VIP AE CARVALHO


CARVALHO
Linha 312-10 - Terminal Guaianazes/Largo da Concórdia

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5.4 - EMTU - EMPRESA METROPOLIT
METROPOLITANA
ANA DE
TRANSPORTES URBANOS

LINHAS DE ÔNIBUS EMTU

Linha 19 – Guarulhos (Haroldo Veloso) São Paulo – Estação Brás

Linha 47 – Guarulhos (Jardim São Paulo) São Paulo – Terminal Metrô Carrão

Linha 46 – Guarulhos (Jardim Santa Lídia) São Paulo – Brás

Linha 35 – Guarulhos (Jardim Joemi) São Paulo – Brás

Linha Poá 3 – Poá (Jardim Nova Poá) São Paulo Brás

Linha Arujá 1 – Arujá (Parque Rodrigo Barreto) São Paulo – Brás

Linha Mogi 2 – Mogi das Cruzes (Terminal Rodoviário) São Paulo – Brás

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5.5 - SANITÁRIO NO TERMINAL BRÁS

As instalações sanitárias não es-


tão em funcionamento (banheiro,
bebedouro e lavatórios) para os
colaboradores que prestam servi-
ços nas diversas linhas de ônibus
(pontos principais e secundários).

5.6 - CIDADE DUTRA/BOLA BRANCA

Linha 5317-10 - Sesc Orion - Praça do Correio

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Linha 5362 - Grajaú - Praça do Patriarca

Não existe instalação sanitária (banheiro, bebedouro e


lavatórios), para os colaboradores nos pontos finais relacionados.

18
Linha 5631 - Cidade Dutra / Largo São Francisco
Linha 5632 - Vila São José / Largo São Francisco

Linha G.675-G - Parque Residencial Cocaia / Metrô Jabaquara


Linha 695 - 10 - Terminal Varginha / Metrô Jabaquara

19
O
BELO
5.7 - CAMPO BEL

Linha 677 V - Jardim Novo Horizonte / Metrô Jabaquara

Linha 6806 - Jardim Novo Oriente / Terminal João Dias

20
Linha 6835 - Valo Velho / Terminal Capelinha

21
5.8 - VIP JABAQUARA

Linha 516N - Jardim Miriam / Itaim Bibi

Linha 5752 -
Jardim Miriam /
Metrô Conceição

Linha 516P - Vila Guacuri / Itaim Bibi

Linha 675P - Shopping SP Market /


Metrô Conceição

22
5.9 - VIP AE CARVALHO
CARVALHO

Linha 1178 - São Miguel - Praça do Correio

Não existe instalação sanitária (banheiro, bebedouro e


lavatórios), para os colaboradores nos pontos finais relacionados.

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5.10 - VIP AE CARV ALHO / IMPERADOR
CARVALHO

Linha - Cohab II / Jardim Helena

Linha 242P -
Jardim Helena /
Metrô Penha

24
Linha 352A - Jardim Helena / Terminal São Mateus

Evidenciamos nos pontos finais e principais há ocorrência de


trabalho a céu aberto onde motoristas, cobradores e principal-
mente os fiscais ficam expostos, permanecendo em área cober-
ta somente quando os ônibus encontram-se parados nos pon-
tos. Na ausência dos coletivos, estes ficam expostos a in-
tempéries sujeitos a insolação, calor, frio, umidade e ventos.

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Linha 233A - Jardim Helena / Ceret

O setor de transporte
possui entre suas
principais atribuições
garantir níveis de
acessibilidade e
mobilidade necessárias
a efetivação do
desenvolvimento
de uma nação.

Linha 234A - Terminal A.E. Carvalho / Jardim Helena

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5.11 - VIAÇÃO TÂNIA

Linha 473T - Metrô Paraíso / Parque São Jorge

Linha 4742 - Jardim


Climax / Metrô São Judas

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5.12 - VIAÇÃO TUPI

Linha 5791 - Eldorado / Paraíso

A cada dia aumenta


a precarização
do trabalho dos
profissionais que
transportam mais
de 6 milhões de
passageiros por
dia na cidade
de São Paulo

28
5.13 - VIAÇÃO OAK TREE

Linha 719 R - Terminal Pinheiros (Fepasa) / Metrô Barra Funda

Linha 775 - Rio Pequeno / Metrô Mariana


29
6. LEVANT
LEVANTAMENTO QU
ANTAMENTO ANTIT
QUANTITATIVO
ANTITA

6.1 - TOTAL DE P
TOTAL AS
PAS SA
ASSA GEIROS TRANSPOR
SAGEIROS TADOS
TRANSPORT
NO ANO DE 2006

Período SubsistemaEstrutural Local Total

Janeiro 121.655.293 81.318.220 202.973.513

Fevereiro 120.917.579 80.209.820 201.127.399

Março 143.263.748 93.271.769 236.535.517

Abril 125.897.622 85.094.562 210.992.184

Maio 135.092.466 91.947.500 227.039.966

Junho 128.335.850 88.770.609 217.106.459

Julho 121.875.256 88.073.247 209.948.503

Agosto 143.972.428 96.646.566 240.618.994

Setembro 131.955.578 93.983.166 225.938.744

Outubro 139.334.793 100.199.193 239.533.986

Novembro 129.910.862 95.835.799 225.746.661

Dezembro 126.996.862 96.262.056 223.548.268

Total 1.569.497.687 1.091.612.507 2.661.110.194

Fonte: www.sptrans.com.br

Dados de novembro a dezembro, sujeitos a revisão.


Obs. As atualizações dos passageiros geradas em fun-
ção de revisões serão atualizadas por período de até
dois meses subseqüentes ao mês de referencia.

30
6.2 - FROTA CONTROL
FROTA ADA - 2006
CONTROLADA

Período Subsistema Estrutural Local Total

Janeiro 8.393 6.453 14.846


Fevereiro 8.452 6.453 14.905
Março 8.393 6.459 14.852
Abril 8.405 6.457 14.862
Maio 8.376 6.440 14.816
Junho 8.226 6.440 14.706
Julho 8.271 6.432 14.703
Agosto 8.250 6.407 14.657
Setembro 8.298 6.406 14.704
Outubro 8.337 6.406 14.743
Novembro 8.382 6.405 14.787
Dezembro 8.356 6.405 14.761
Total 8.356 6.405 14.761

Fonte: www.sptrans.com.br

6.3 - TOT AL DE LINHAS BASES OPERADAS


TOTAL
Período SubsistemaEstrutural Local Total

Janeiro 587 404 991


Fevereiro 589 403 992
Março 591 402 993
Abril 581 401 982
Maio 593 399 992
Junho 591 399 990
Julho 592 398 990
Agosto 591 398 989
Setembro 591 398 989
Outubro 584 394 978
Novembro 585 395 980
Dezembro 586 394 980
Total 586 394 980

Fonte: www.sptrans.com.br

31
6.4 - NÚMERO TOT AL DE FUNCIONÁRIOS
TOTAL
NO SISTEMA ESTRUTURAL

ASSOCIADOS AO
SINDICATO DOS
SISTEMA MOTORISTAS E TRAB. NÃO ASSOCIADOS TOTAL
ESTRUTURAL EM TRANSPORTE E OUTROS
RODOVIÁRIO
URBANO DE SP

Operação de
manutenção,
fiscalização e 28.000 10.883 38.883
administração

Total 28.000 10.883 38.883

6.5 - NÚMERO TOTAL DE TRABALHADORES


TOTAL
QUE ATU
ATUAM A CÉU ABER
TUAM TO
ABERTO

Sistema estrutural Motoristas e cobradores Outros TOTAL


Operação 31.576 5.620 37.196

Total 31.576 5.620 37.196

32
6.6 - MAPA COM A
MAPA LOCALIZAÇÃO
DOS TERMINAIS DE ÔNIBUS

33
7. DADOS GERAIS
7.1 - QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DO SISTEMA
ESTRUTURAL (A TU
(ATU
TUAÇÃO
AÇÃO EXTERNA) COM OU SEM
ACESSO A REDE SANITÁRIA

Com acesso a
rede sanitária
39%

Sem acesso a
rede sanitária
61%

Conclusão:
Total de trabalhadores com atuação a céu aberto
(motoristas,cobradores e fiscais)
Sendo que:
13.211 (39%) com acesso a rede sanitária
20.409 (61%) sem acesso a rede sanitária

Portanto, apenas 39% dos trabalhadores com acesso a rede sanitária.

7.2 - LINHAS DO SISTEMA ESTRUTURAL COM OU SEM


ACESSO A REDE SANITÁRIA

TOTAL DE LINHAS OPERADAS NO SISTEMA ESTRUTURAL: 591


SENDO QUE:
361 SEM ACESSO A REDE SANITÁRIA (61%)
230 COM ACESSO A REDE SANITÁRIA (39%)

Portanto, apenas 39% das linhas operadas possuem acesso a rede sanitária.

34
7.3 - QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DO SISTEMA
ESTRUTURAL (A TU
(ATU AÇÃO EXTERNA) COM
TUAÇÃO OU SEM
ACESSO A ÁGUA POTÁVEL

Conclusão:
Total de trabalhadores com atuação a céu aberto
(motoristas, cobradores e fiscais) = 33.620.

Sendo que:
12.619 (38%) com acesso a água potável
21.001 (62%) sem acesso a água potável

Portanto, apenas 38 % dos trabalhadores com acesso a água potável.

7.4 - TERMINAIS DO SISTEMA ESTRUTURAL


D O TTA
ADOS DE ÁGUA POTÁVEL

4% - Terminais onde não foram autorizada a pesquisa


11% - Termanais inoperantes ao sistema Estrutural
25% - Terminais sem acesso a água potável
60% - Terminais com acesso a água potável

Terminais do sistema estrutural: 55


Sendo que:
33 (60%) com acesso a rede de água potável
14 (25%) sem acesso a rede de água potável
06 (11%) inoperantes no sistema
02 (4%) não foram autorizados para a realização da pesquisa

Portanto, apenas 60% dos Terminais oferecem condições de acesso a rede


de água potável.

35
7.5 - Terminais do sistema estrutural dotados de rrede
Terminais ede sanitária

4% - Terminais onde não foram autorizados a pesquisa


11% - Terminais inoperantes ao sistema estrutural
18% - Terminais sem acesso a rede sanitária
67% - Terminais com acesso a rede sanitária

Total de terminais do sistema estrutural: 55

Sendo que:

33 (67%) com acesso a rede sanitária


14 (18%) sem acesso a rede sanitária
06 (11%) inoperantes no sistema
02 (04%) não foram autorizados para a realização da pesquisa

Portanto, 67% dos Terminais oferecem acesso a rede sanitária.

O descaso para as
condições de trabalho
mostra-se explícito no
Terminal de Metrô Brás
que abriga um terminal
metroviário, um rodoviário
e um ferroviário possui
os sanitários fechados
para a utilização.

Sanitário Mulheres
Terminal Brás (Fechado)

Sanitário Homens
Terminal Brás (Fechado)

36
8. CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
A análise das condições de trabalho tem um papel
importante na intervenção do poder público, dos
representantes dos trabalhadores, da sociedade
civil, pois a partir da identificação dos fatores
causais que determinam e condicionam os
trabalhadores a situações inerentes ao seu dia-a-
dia, poderemos intervir de forma mais eficaz na
solução de problemas causados no transporte de
passageiros devido ao trânsito denso em ambientes
urbanos, congestionamentos, percursos lentos que
são um dos principais causadores do estress.

A Secretaria Municipal de Transportes nos últimos


meses vem atuando no campo institucional através
de Portarias, regulamentando uma série de aspectos
dos operadores do sistema de transportes, chegando
até a criar o CONDUBUS (Certificado de Aptidão
do Motorista), porém até então não identificamos
nenhuma medida voltada as melhorias dos aspectos
de saúde e segurança dos trabalhadores do setor.
Este estudo evidenciou que os profissionais do
transporte coletivo passam por inúmeros
constrangimentos durante a sua jornada de
trabalho, principalmente quando há necessidade de
utilizarem sanitários, sendo obrigados muitas vezes
a fazerem uso de banheiros de terceiros como
bares, restaurantes e órgãos públicos em geral.

Em muitos casos, mostrou que em algumas linhas


o tempo não é suficiente para a locomoção destes
funcionários até os estabelecimentos citados.
Obrigando esses trabalhadores a cumprirem suas
jornadas de trabalho sem direito a realização de
suas necessidades fisiológicas.

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A aplicação da metodologia permitiu identificar
as demandas fisiológicas prioritárias levantadas
pelos trabalhadores, cipeiros e principalmente o
SESMT do Sindicato.
De acordo com o levantamento do parecer
técnico realizado nos trajetos das linhas
pesquisadas, concluímos:

1. Não evidenciamos instalações sanitárias


masculinas ou femininas nos pontos finais e iniciais
de ônibus com exceção dos terminais de ônibus;

2. Ausência de água potável em condições


higiênicas fornecidas por meio de copos
individuais ou bebedouros de jato inclinado e
guarda - protetora;

3. Utilização de sanitários de terceiros (Base da


Policia Militar, bares, lanchonetes e restaurantes);

4. Evidenciamos nos pontos finais e principais,


o trabalho a céu aberto onde os funcionários
motoristas, cobradores e principalmente os fiscais
ficam expostos, permanecendo em área coberta
somente quando os coletivos encontram-se
parados nos pontos. Na ausência do coletivo,
estes ficaram expostos a intempéries: insolação,
calor, frio, umidade e ventos.

O resultado desta pesquisa possibilitou a


formulação de recomendações que viabilizem o
cumprimento da legislação trabalhista NR21 e 24.
Tendo como objetivo as melhorias para o aumento
da qualidade de vida dos trabalhadores no
transporte coletivo de São Paulo tais como:

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1. Adequar o local para que os trabalhadores
que realizam suas atividades a céu aberto
possuam um abrigo a fim de protegê-los das
intempéries e também de insolação, calor, frio,
umidade, ventos sem esquecer da implantação
de condições sanitárias compatíveis com o
gênero da atividade exercida.

2. A implantação de instalações sanitárias


masculinas e femininas para trabalhadores do
transporte público de passageiros urbanos,
tendo como base legal as normas de
regulamentadoras do trabalho, NR24 –
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais
de Trabalho. Contudo, nas regiões que não
possuam rede de esgoto deverão ser
assegurados aos empregados um serviço de
privadas, seja por meio de fossas adequadas ou
por outro processo que não afete a saúde
pública, sendo mantidas as exigências legais.

3. Água potável, em condições higiênicas,


fornecidas por meio de copos individuais ou
bebedouros de jato inclinado e guarda -
protetora, proibindo-se sua instalação em pias
e lavatórios e o uso de copos coletivos.

4. Frisa-se a necessidade do encaminhamento


de uma política prevencionista, priorizando a
negociação coletiva para a melhoria das condições
de trabalho nos pontos finais e iniciais de ônibus
e em todo trajeto com a implantação de guaritas
em condições mínimas de conforto e higiene.
Sendo cabível que as autoridades tomem
providências urgentes para adequação das
condições de trabalho aos operadores.

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