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Introdução

Há muito se tem discutido a respeito do ganho de produtividade dentro das


empresas. O maior desafio das organizações na atualidade diz respeito à redução dos
custos de produção e principalmente no aumento dos lucros, que hora, são necessários a
qualquer organização que tem como principal objetivo à permanência no mercado. Essa
situação se deve principalmente a grande exigência do mercado consumidor em adquirir
produtos com excelente qualidade e menor preço.
Devido a essa exigência, as organizações ficam ilhadas e tem a obrigação de
investir em novos produtos e principalmente em novas técnicas de produção que
propiciem o atendimento do mercado. Para que isso aconteça são necessários novos
investimentos, às vezes alto ou às vezes pequeno, mas essenciais ao novo modelo de
produção. Em um mercado competitivo, onde o fator tecnológico se torna à arma mais
poderosa na guerra do aumento de clientela, as organizações entendem que para que se
possa investir em um novo produto, esse mesmo produto ao ser vendido deverá ter o seu
preço acrescido de tal forma que se tenha os retornos desejados, tendo em comparação o
investimento aplicado. Porém, nem sempre o mercado consumidor tem a mesma visão,
isso porque, com a oscilação do mercado, os novos concorrentes e uma enorme gama de
novos produtos similares, o aumento do preço se torna um fator altamente negativo à
organização. É exatamente nesse contexto que entra o que chamamos de “redução dos
custos de produção". Ultimamente esse termo está sendo muito utilizado, visto que, as
organizações têm como diferencial competitivo um produto de boa qualidade com um
bom preço, que é exatamente a exigência do mercado consumidor.
Um fator importante no que diz respeito à redução dos custos de produção é a
conscientização dos setores produtivos com a intenção de fazer com que esses setores
reavaliem seus processos produtivos, gerando uma reengenharia dentro da organização.
É importante lembrar que para operacionalizar tal iniciativa dentro de qualquer
organização é necessário o comprometimento de todas as áreas envolvidas no processo,
tornando a tratativa eficaz visando o resultado esperado.
DESENVOLVIMENTO

O método desenvolvido neste artigo consiste em, primeiramente, selecionar


algumas idéias a respeito do tema “redução de custos” englobando fatores tais como:
qualidade, produtividade, eficiência, eficácia, organização do trabalho entre outros. As
idéias coletadas são visões não somente de autores, mais sim, de profissionais que tem
contato com o mercado no dia a dia. Essas idéias irão proporcionar uma outra visão
diferenciada sobre como reduzir custos.
Segundo Vicente Falconi Campos (Consultor e Conselheiro do INDG – Instituto
de Desenvolvimento Gerencial), “os custos relativos a problemas de qualidade do
produto ao longo de sua fabricação ainda podem ser bem elevados e nem sempre fáceis
de se resolver. Muitas vezes os problemas tem muito a ver com a consciência do
pessoal”, o que nos mostra que nunca foi tão importante a consciência de cadeia de
produção e de esforço conjunto para a redução dos custos de produção.
O conceito de produtividade como sendo a melhor relação entre o volume
produzido e os recursos consumidos, vem de encontro com o assunto abordado, isso
porque, percebe-se a relação sistêmica da cadeia de produção. Se atuamos em um
mercado que a demanda por produtos é grande, ou crescente, para realizarmos os
ganhos de produtividade obtidos, temos que nos focar em aumentar a nossa oferta de
produtos, mantendo, e se possível reduzindo, o consumo dos recursos necessários para
sua execução.
Outro fator que deve ser lembrado é o não conhecimento adequado por grande
parte das empresas em relação à eficiência e eficácia. Entende-se por eficiência o “fazer
certo” e eficácia “o fazer a coisa certa”. O que se percebe é que há uma grande confusão
em relação à produtividade, eficiência e eficácia, sendo que em certas organizações,
esses três termos chegam a ter a mesma definição. O conhecimento detalhado do
negócio, bem como suas variáveis se tornam altamente importantes para as tomadas de
decisões e organização do trabalho. Dessa forma, possibilita aos gestores de projetos,
verificarem de forma mais exata a melhor forma de se reduzir os custos de produção,
sem que haja grandes impactos no setor produtivo.Os quatro fatores citados acima estão
voltados exatamente para dentro da organização, enquanto a organização está voltada
para o cliente que é o sua principal variável no mercado competitivo. Para ganhar a
clientela, a organização deve oferecer um produto ou serviço de melhor qualidade que o
seu concorrente.
A organização do trabalho retrata a concepção da empresa e determina os
procedimentos necessários para o seu desenvolvimento. Tendo os seus procedimentos
bem definidos e organizados, a organização pode dessa forma diminuir
consideravelmente os custos da operação, pois a à eliminação do retrabalho e
desperdícios no setor operacional, possibilitando dessa forma verificarmos que a
organização além de um grande aliado na redução dos custos, também tem influência
fundamental e necessária nos procedimentos internos da organização, cujo principal
objetivo é a permanência no mercado.

Custos x Qualidade

Muitas empresas têm a visão errônea de que se reduzindo os custos da produção,


o produto final estará defasado no fator qualidade perante a concorrência. Isso não é
verdade. É possível se manter a qualidade do produto ou até mesmo melhorá-la
reduzindo-se os custos, e isso porque a proposta tradicional do processo de gestão da
qualidade concentra sua atenção em dois parâmetros fundamentais, o custo e o prazo,
cuja otimização tem constituído, até agora, o objetivo da boa prática do projeto e do
processo. Tais afirmativas nos conduzem a verificar que a qualidade está diretamente
ligada ao custo e que é possível sim usar a qualidade como ferramenta para a redução
dos custos.

Organizar para produzir

Todos sabemos que na maioria dos casos o desperdício é um dos principais


fatores que elevam os custos de uma empresa. Para tal situação, muitas dessas empresas
usam de métodos que no passado contribuíram para a redução de custos tais como:
cópias, telefonia e impressões. Ainda hoje, muitos desses modelos de gestão são
bastante utilizados pelas organizações no intuito de reduzirem seus custos de produção,
porém muitos gestores não levam em consideração a organização do trabalho como
ferramenta para se reduzir custos. A organização do trabalho visa além de organizar o
ambiente de trabalho, mas também o acompanhamento detalhado dos processos
possibilitando uma melhor compreensão de onde e como se pode alterar determinada
atividade, visando à diminuição ou eliminação dos desperdícios que podemos chamar
de “vilões” dos setores produtivos.

Eficiência, eficácia e redução de custos.

Segundo Fernando Henrique da Silveira Neto (Consultor do Instituto MVC),


eficiência é a relação entre os recursos que deveriam ser consumidos e os recursos
realmente consumidos e eficácia é a relação entre os resultados obtidos e os resultados
desejados ou previstos. Diante dessas definições podemos perceber que tanto a
eficiência como a eficácia estão diretamente ligadas nos custos, tanto para os recursos
consumidos, tanto para o resultado de suas transformações. Isso prova que o conceito
trabalhado de redução de custos deve envolver os conhecimentos detalhados de tais
termos, visando o aprimoramento no desempenho das atividades produtivas e também o
seu controle. Isso proporciona à organização reunir todas as suas variáveis com o
objetivo de buscar novas soluções possibilitando o levantamento detalhado de todos os
fatores agravantes que impedem o funcionamento correto de suas áreas produtivas o que
vem acarretar retrabalho e conseqüentemente aumento dos custos de produção.

Resultados

Na briga pela permanência no mercado, as empresas usam de várias ferramentas


para colocar no mercado o seu produto, sendo este competitivo e com um custo de
produção reduzido, sem afetar a qualidade. Essas ferramentas ao longo do tempo vem
sendo aperfeiçoadas para que as empresas possam se tornar cada vez mais competitivas.
A organização do trabalho acompanhada do pleno conhecimento das atividades geradas
dentro da organização, possibilita aos gestores uma gama de oportunidades no intuito da
redução dos custos.
A partir da organização do trabalho e do controle do processo produtivo é
possível tratar todas as variáveis necessárias aos setores produtivos agregando ao
produto final a qualidade e o preço acessível esperado pelo consumidor. É exatamente
nesse contexto que as organizações devem focar os seus olhares para se reduzir os
custos da produção de seus produtos ou serviços, pois é dessa forma que a mesma terá o
seu diferencial competitivo reconhecido no mercado, gerando ganho de clientela e
conseqüentemente aumento de sua participação no mercado. Verificou-se que mesmo
utilizando alguns meios de se reduzir custos bastante utilizados no passado, as
organizações tem conseguido bons resultados, porém, é preciso se atentar para os novos
modelos propostos, proporcionando a quebra de velhos paradigmas administrativos que
até então são alimentados pelos gestores mais tradicionais.
O conhecimento detalhado do processo, suas variáveis e seu controle se torna
nesse contexto ferramentas indispensáveis na redução de custos. Para se conhecer e
controlar é preciso acima de tudo organizar. Sem a devida organização do setor
produtivo cria-se uma barreira que nem todas as organizações conseguem ultrapassar.
Uma outra forma de se reduzir os custos de produção, além de se utilizar as variáveis da
organização do setor produtivo, é a aplicação de novas tecnologias que vêm de encontro
com a organização do trabalho, pois, tais sistemas têm sua aplicabilidade voltada à
organização dos dados da produção, visando dessa forma a tomada de decisões.
A análise dos custos, sejam eles fixos ou variáveis deve ser levada em conta
principalmente pela preocupação das empresas em colocar no mercado o seu produto
com um preço competitivo sem sufocar o seu setor produtivo com medidas impensadas
ou desconhecidas por parte dos gestores.
Conclusão

Na organização do setor produtivo e seus dados, as empresas têm a possibilidade


de acompanhar os seus processos, desde o início das atividades até o final, onde é
possível a verificação e acompanhamento das variáveis que diretamente e indiretamente
influenciam a produção, sendo ela de bens ou serviços. Ao verificar esses dados é
possível a visualização de novas estratégias que visem reduzir os custos, sendo que
dessa forma se torna possível a empresa criar o seu diferencial competitivo no mercado,
agregando valor ao seu produto e ou serviço, proporcionando à empresa o lucro
esperado.
A organização do trabalho seja de forma operacional ou gerencial, deve ser
intensamente aplicada para que os custos venham a se reduzir, gerando os ganhos
necessários à permanência da empresa no mercado. Nesse contexto o acompanhamento
dos custos de produção se torna uma ferramenta essencial para o alcance dos objetivos
traçados pela empresa, sendo que a organização do setor produtivo e suas variáveis
podem determinar a melhor forma de se minimizar os custos sem prejudicar a qualidade
do produto final.
Ao organizar o setor produtivo e seus dados, a empresa ganha em tempo,
produtividade, qualidade e principalmente competitividade, o que nos mostra que tais
iniciativas podem realmente mudar de forma agressiva o comportamento das empresas
no intuito de se reduzir seus custos produtivos, sem trazer conseqüências negativas para
a organização diante de um mercado consumidor bastante competitivo, onde o
consumidor final deseja um produto com alta qualidade e preço acessível de acordo com
seu orçamento.
Referências Bibliografias

RUSSOMANO, V.H. Planejamento e Controle da Produção. 6ª Edição Revista.


Editora Pioneira 2000.

SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A., JOHNSTON, R.


Administração da Produção.São Paulo: Atlas, 1999.

STEVENSON, W.J. Administração das Operações de Produção. Instituto Tecnológico


de Rochester. Editora LTC, 6ª. Edição, 2000.

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