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Energias de ordem mista: Fadiga. Doenças parasitárias.

Sevícias
(Sindrome da criança maltratada. Síndrome do ancião maltratado.
Violência contra a mulher. Tortura)

Conceito
As energias de ordem mista, também conhecidas como energias de ordem
bioquímica e biodinâmica, compreendem determinados grupos de ação
produtores de lesões corporais ou de morte analisados na causalidade de
dano. Além do seu interesse nas demandas criminais e civis, o tema desperta
muito a atenção do capítulo das doenças profissionais e dos acidentes de
trabalho.
Nesta modalidade de energia, enquadram-se a fadiga, algumas doenças
parasitárias e todas as formas de sevícias.

Fadiga
Duas são as formas de fadiga: a aguda e a crônica. A primeira é provocada
pelo excesso de atividade física. Em pincípio, não se deve confundi-la com o
simples cansaço. A segunda se caracteriza pelo esgotamento físico ou mental,
permanentemente ou progressivo, conhecida também por estafa ou estresse.

Fadiga aguda
Se manifestam através de perturbações cardiovasculares – taquicardia,
palpitações e descompasso da pressão arterial; respiratórias – polipnéia,
respiração superficial e modificações do ritmo respiratório; nervosas –
esgotamento do sistema nervoso central.

Fadiga crônica
Na sua forma de estresse, “síndrome de esgotamento psicossomático”, é
motivada pela soma de perturbações somáticas e psíquicas e provocada por
diversos agentes agressivos ou opressores.
A fadiga pode ser de caráter culposo, doloso ou acidental. Geralmente, o maior
interesse reside nas questões de interesse trabalhista.

Há também a chamada “síndrome do burn-out” ou “síndrome do


esgotamento profissional” que surge no final da vida profissional,
principalmente das ocupações liberais, e se manifesta por depressão, apatia,
esgotamento físico, retraimento, atitude negativa para si mesmo, cansaço
emocional e falta de perspectiva que levam a uma perda de motivação e
tendência de sentimentos de inadequação e fracasso. Caracteriza-se por três
manifestações típicas: 1 – esgotamento emocional, 2 – despersonalização e 3
– sensação de fim da realização pessoal.

Doenças parasitárias
É irrefutável a nocividade de certas doenças parasitárias, principalmente no
que atine á sua ação espoliativa e tóxica.

São os helmintos – tênias, bacteriocéfalos, áscaris, filarias, triquinas e


tricocéfalos – os maiores responsáveis por esse tipo de energia. Responsáveis
o são, também, algumas doenças produzidas por protozoários e bactérias.
A diferença entre os parasitas e os germes da infecção prende-se ao
fato de que os primeiros, embora espoliem o hospedeiro, tendem a poupá-lo;
os segundos, todavia, são inteiramente perniciosos.
As bactérias e os protozoários, em geral agridem violentamente o doente,
além de apresentarem uma sintomatologia mais grave e mais gritante.

Sevícias
Em virtude das várias tipicidades de sevícias – mecânica, bioquímica ou
biodinâmica, mais próprio é vê-las no âmbito das energias de ordem mista.
Raramente as sevícias mostram apenas uma forma de energia: lesões
corporais (mecânica); choque (biodinâmica); inanição (bioquímica). No entanto,
mesmo isolando-se um tipo de ação, a vítima não deixa de apresentar grave
comprometimento da emotividade, levada pelo terror, medo, revolta, ódio ou
submissão.
A perícia deve seguir o itinerário das alterações físicas e psíquicas,
avaliando não só determinadas lesões isoladas, mas, sobretudo, suas
repercussões na economia geral.
A natureza jurídica das sevícias é de caráter exclusivamente doloso. Entre
elas, destacam-se a síndrome da criança maltratada, a síndrome do ancião
maltratado e a tortura.
Síndrome da criança maltratada
Ultimamente, vêm-se tornando cada vez mais freqüentes a sevícia e os
maus-tratos a crianças, que vão desde a prisão e o isolamento em ambientes
insalubres até os espancamentos brutais seguidos de morte.

A experiência tem demonstrado que 80% desses menores maltratados têm


menos de três anos e 40% deles são menores de seis meses, com ligeira
predominância do sexo masculino, socialmente carentes e débeis ou
retardados.

Perfil dos autores de maus-tratos


Os autores desses meios cruéis são geralmente padrastos, pais, jovens ou
familiares diretos, com problemas de alcoolismo ou de drogas,
desempregados, com desordens psico-afetivas, de baixo índice de
escolaridade e quase sempre vítimas de maus-tratos na infância.

Síndrome do ancião maltratado


Na Inglaterra, aproximadamente em 1975, surgiu pela primeira vez o
conceito de ancião maltratado, como uma síndrome de características da
violência intrafamiliar. Na maioria das vezes é desconhecido, tornando difícil
seu diagnóstico e sua distinção com os acidentes próprios da idade, a exemplo
das fraturas, contusões e ferimentos outros, muitas vezes pelo temor de o
ancião denunciar seus próprios filhos, parentes próximos e serviçais.

Violência contra a mulher


A violência doméstica representa não só a mais dolorosa ocorrência de ordem
afetivo-sentimental, por atingir o âmago da estrutura familiar, senão também
um assunto da mais alta complexidade sob o ponto de vista médico-pericial.
Sem nenhuma dúvida, tem sido a mulher a maior vítima da violência no
meio familiar.

Tortura
A lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, que regulamenta o inciso XLIII do
artigo 5º da constituição do Brasil de 1988, define tortura como o sofrimento
físico ou mental causado a alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, com o fim de obter informação, declaração ou confissão de vítima ou
de terceira pessoa, outrossim, para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa ou então em razão de discriminação racial ou religiosa. Por sua vez,
a Declaração de Tóquio, aprovada pela Assembléia Geral da Associação
Médica Mundial, em 10 de outubro de 1975, define como: “A imposição
deliberada, sistemática e desconsiderada de sofrimento físico ou mental por
parte de uma ou mais pessoas, atuando por própria conta ou seguindo ordens
de qualquer tipo de poder, com o fim de forçar uma outra pessoa a dar
informações, confessar, ou por outra razão qualquer.”

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