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O EXAME NEUROLÓGICO
ANAMNESE
Durante a anamnese você está permitindo que o paciente tenha a primeira
oportunidade de explicar seus sintomas nas suas próprias palavras. Se o
paciente não quiser contar sua história com as próprias palavras você deve
perguntar as seguintes questões:
Questions about other symptoms, the past medical history, medication use,
habits, hereditary diseases, work and family are intended to provide the doctor
with a profile of the patient and their health which is as complete as possible.
1. consciência e vigilância
2. orientação de tempo, lugar e espaço
3. memória e impressões
4. funções linguísticas
5. gnosia (percepção e reconhecimento)
6. comportamento
7. julgamento e emoções
8. deficiências específicas da consciência.
O paciente aparenta saber onde está e como chegou até o lugar? Se você
está com dúvida pergunte diretamente.
Pergunte ao paciente aproximadamente qual é a hora do dia, turno, dia da
semana, mês e ano.
Pergunte ao paciente se ele sabe quem ele é e quem é o acompanhante (se
existir um). Se o paciente não puder responder o nome de algumas
pessoas, isso pode indicar uma afasia nominal como parte de uma disfasia
(inicial).
3. Memórias e impressões
Sem uma memória funcionando adequadamente, vários tipos de problemas
relacionados com atividades mentais podem surgir: para um grande número de
atividades cerebrais nós utilizamos o conhecimento armazenado na nossa
memória. Alterações da memória podem surgir nas memórias de longo-prazo,
nas quais as informações do passado recente ou distante são armazenadas, ou
memórias de trabalho imediata que são armazenadas por um curto período de
tempo (impressões).
Memória de longo-prazo
4.7.2 3.7.6.9.2.5
8.3.7 5.3.8.1.9.6
6.4.2.9 3.7.4.8.9.2.6
7.1.3.6 6.9.2.8.4.7.1
Em circunstâncias normais pacientes entre 15 e 55 anos podem reproduzir de 6
à 7 números e aqueles com mais de 55 anos podem reproduzir de 5 à 6
números. Se o paciente reproduzir poucos números e não parecer muito
estressado pode existir uma lesão cerebral difusa ou lesão do hemisfério
dominante (usualmente esquerdo).
Invertendo a série numérica: agora você irá ler uma série de números que o
paciente deve repetir imediatamente na ordem inversa. "Então, eu digo 8.6,
por exemplo, e você deve dizer 6.8"
3.7.5 3.1.5.4.9
9.2.6 7.6.9.2.3
4.3.5.9 8.5.7.2.4.9
7.4.8.1 2.5.1.9.7.3
Sob circunstâncias normais, um paciente entre 15 e 55 anos de idade pode
reproduzir 4-5 números na ordem inversa, e os pacientes com mais de 55 anos
de idade podem repetir 3 ou 4 números na ordem inversa. Tanto a reprodução
quanto a inversão da série numérica são possíveis apenas se a memória de
trabalho imediata está intacta (um caso comum de distúrbio grave de memória
é síndrome de Korsakoff na qual a memória de trabalho imediata é afetada).
Finalmente, você deve listar 3 números que você irá pedir ao paciente para
se lembrar.
Mais tarde, durante o curso da conversa, você deve perguntar ao paciente
se ele ainda se lembra dos números. Você também pode esconder uma
série de objetos e pedir ao paciente para prestar atenção e depois você
pode pedir-lhe onde os objetos estão. Estes testes investigam a função da
memória de longo-prazo.
4. As funções da linguagem -veja 'Voz, fala e linguagem ".
5. Gnosia
Agnosia refere-se à incapacidade de reconhecer as impressões sensoriais, em
outras palavras, o paciente pode ver ou sentir um objeto, mas não pode
nomeá-lo, na ausência de disfasia ou afasia, demência grave, retardo ou
negativismo.
Existem várias formas de apraxia, tais como apraxia para vestir-se (dificuldade
em se vestir) e apraxia construtiva (dificuldade em desenhar formas ou montar
quebra-cabeças), nas quais a causa mais provável é uma imparidade na
consciência corporal ou consciência espacial, respectivamente; ambos os casos
são mais uma forma de gnosia do que de praxia.
7. Julgamento e afeto
Durante o exame você já terá formado uma impressão da percepção do
paciente em relação a sua condição. Você também terá uma ideia do grau em
que o paciente é afetado pela doença. Uma ampla variedade de sintomas não
indica necessariamente uma desordem orgânica ou não-orgânica. Uma extrema
indiferença pode ser uma característica fundamental de uma síndrome do lobo
frontal, enquanto o riso compulsivo ou choro podem indicar uma condição
pseudobulbar.
8. Distúrbios específicos da consciência
Estes incluem um número de anomalias, as quais também podem indicar um
dano cerebral.
Alucinações.
Se o paciente tem experiências sensoriais que não correspondem com a
realidade, essas experiências são denominadas alucinações. Um paciente pode
reconhecer uma alucinação, por exemplo, no caso de uma aura que precede
uma enxaqueca ou um ataque epiléptico. Se o paciente não reconhece a
alucinação, como tal, isso geralmente não sugere uma anomalia orgânica. As
alucinações associadas com intoxicações são uma exceção.
Ilusões
Se um paciente tem pensamentos que não correspondem à realidade, isto é
conhecido como uma ilusão. O exemplo clássico de uma ilusão é o delírio
paranóico. O paciente está convencido de que algo ou alguém está a fim de
prejudicá-lo. Delírios não sugerem uma condição cerebral orgânica.
Estado crepuscular.
Na superfície, o estado de consciência do paciente parece intacto, mas na
verdade o paciente só é capaz de realizar ações automáticas. Tarefas mais
complicadas não são compreendidas ou não são realizadas. Este estado
crepuscular pode ser o resultado de distúrbios metabólicos (por exemplo, um
pré-coma diabético), intoxicações (por exemplo, benzodiazepinos), é também
observado após ou durante uma crise de epilepsia e em alguém que é
sonambulo.
Delírio.
Se o paciente está em uma espécie de estado crepuscular, exibe um
comportamento motor muito inquieto e parece ter pensamentos ou
experiências assustadoras, o estado é conhecido como delírio. O exemplo mais
conhecido é o delírio induzido por febre em uma criança cuja temperatura
corporal aumentou de repente. O delírio pode ocorrer com intoxicações,
contusão cerebral ou meningite.
O exame descrito aqui pode ser utilizado como um exame preliminar
informativo. Resultados anormais devem ser interpretados com cautela. Você
deve, por exemplo, sempre se perguntar se, dada a história pregressa do
paciente, você pode esperar que ele ou ela é capaz de entender suas perguntas
e tarefas. Um exame muito mais extenso é possível.
Se o paciente não cometer erros durante o exame inteiro, uma condição que
envolve funções as cerebrais superiores é pouco provável.
OS NERVOS CRANIANOS
Introdução
Desde que um estudante de medicina contou pela primeira vez os vários nervos
que saem das diversas aberturas da base do crânio há cerca de 200 anos atrás,
podemos agora distinguir os 12 pares de nervos cranianos [2a, 2b]. A
investigação destes nervos é um pouco mais complicada que a dos outros
nervos periféricos, os nervos espinhais. Vários nervos cranianos tem as
mesmas funções que os nervos espinhais, mas outros não. Eles são compostos
por quatro tipos diferentes de fibras:
Alguns nervos cranianos tem funções específicas. Eles contem fibras sensoriais
aferentes que conduzem o estímulo dos olhos, orelhas, olfato e papilas
gustativas.
A anatomia de cada nervo craniano será discutida brevemente, seguida pela
técnica de exame e finalmente pela interpretação dos achados potenciais.
Figura 2a
I. Trato olfatório
II. Nervo óptico
III. Nervo oculomotor
IV. Nervo troclear
V. Nervo trigêmeo
VI. Nervo abducente
VII. Nervo facial
VIII. Nervo vestibular
IX. Nervo glossofaríngeo
X. Nervo vago
XI. Nervo acessório
XII. Nervo hipoglosso
Figura 2b
1. Lâmina crivosa
2. Canal óptico
3. Fissura orbital superior
4. Forame redondo
5. Forame oval
6. Meato acústico interno
7. Forame jugular
8. Canal do hipoglosso