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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE AGRONOMIA

Diagnóstico de perdas de água por condução, guia de irrigação e


tarifa de água K2 no Distrito de Irrigação Curu-Pentecoste.

MARCIO DAVY SILVA SANTOS

FORTALEZA - CE
2008
ii

MARCIO DAVY SILVA SANTOS

Diagnóstico de perdas de água por condução, guia de irrigação e


tarifa de água K2 no Distrito de Irrigação Curu-Pentecoste.

Monografia apresentada ao Curso de


Agronomia do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do
Ceará, como parte das exigências da
Disciplina Atividade Supervisionada
(Estágio Curricular Obrigatório).

Orientador: Prof. Dr. Raimundo Nonato


Távora Costa.

FORTALEZA
CEARÁ - BRASIL
2008
MARCIO DAVY SILVA SANTOS
iii

Diagnóstico de perdas de água por condução, guia de irrigação e


tarifa de água K2 no Distrito de Irrigação Curu-Pentecoste.

Monografia apresentada ao Curso de


Agronomia do Centro de Ciências
Agrária da Universidade Federal do
Ceará, como parte das exigências da
Disciplina Atividade Supervisionada
(Estágio Curricular Obrigatório).

Monografia aprovada em: ___ /___ /____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________
Prof. Raimundo Nonato Távora Costa – Dr.
(Orientador)

____________________________________________
Almiro Tavares Medeiros – Dr.
(Conselheiro)

_____________________________________________
Danielle Ferreira de Araújo – Ms.
(Conselheira)
iv

A Deus pela força nessa minha caminhada, aos meus pais que me
incentivaram pela busca do conhecimento, ao meu filho e minha irmã
pelo amor e a minha esposa pelo companheirismo.

Dedico.
v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, responsável pelo ser que sou e por me ajudar nesse percurso da
minha caminha pelo o conhecimento;
A Universidade Federal do Ceará, ao Departamento de Engenharia Agrícola onde
passei momentos prazerosos durante a minha vida acadêmica;
Ao Prof. Raimundo Nonato Távora Costa, por sua contribuição no enriquecimento do
saber bem como a sua dedicação e o seu companheirismo.
Ao Professor Almiro Tavares Medeiros e Danielle Ferreira de Araújo pelo apoio e
orientações para a realização deste trabalho.
Ao CNPq, pela contribuição das bolsas de estudo;
Aos Amigos Wescley, Ana Paula, Haroldo, Olavo, Eveline e principalmente aos amigos
de turma Eloneide, Jorgiana e Osvaldo pelo seu companheirismo.
A minha esposa Meire, por me ajudar nas horas difíceis e por me dar força, coragem e
amor.
Aos meus pais Claúdio e Eliane por acreditar em mim e no meu saber.
Ao meu filho Antônio Cauã por ser compreensivo na minha ausência.
A minha irmã Rebeca, pelo companheirismo.
Aos meus Avós.
Aos amigos de trabalho de campo.
vi

EPÍGRAFE

Há homens que lutam um dia, e são bons;


Há homens de lutam por um ano, e são melhores;
Há homens de lutam por vários anos, e são muito bons;
Há homens de lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis;

Bertolt Brecht
vii

RESUMO

A pesquisa foi desenvolvida no Perímetro Curu-Pentecoste, tendo como objetivos


diagnosticar perdas de água por condução em canais secundários não-revestidos, elaborar um
guia de irrigação para os produtores e analisar a relação taxa mensal de água K 2 e valor bruto da
produção, considerando as diversas culturas e unidades texturais de solo. As perdas de água por
condução foram calculadas a partir de informações dos volumes totais de água na entrada e na
saída dos canais secundários não-revestidos. Analisaram-se aspectos da relação custo/benefício
do uso do politubo janelado, estrutura hidráulica utilizada para conduzir e aplicar água aos sulcos
de irrigação. Elaborou-se um guia de irrigação para os produtores contendo informações para as
principais culturas estabelecidas, quanto às freqüências de irrigação, lâminas de água a aplicar e
respectivos tempos de irrigação. Nas três unidades texturais de solo e para as principais culturas
atualmente exploradas no perímetro obtiveram-se os percentuais do valor bruto da produção
destinado ao pagamento de água, considerando o cenário atual de cobrança de água. Os
resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões:- As perdas de água por condução nos
canais secundários não revestidos além de comprometerem a sustentabilidade hídrica do sistema
de abastecimento no perímetro irrigado, reduz o coeficiente de utilização da terra e aumenta a
jornada diária de trabalho do produtor com a irrigação noturna; - A tecnologia do politubo
janelado se mostrou tecnicamente viável, eliminando as perdas de água por condução e
reduzindo a mão-de-obra do produtor com a irrigação, e, portanto, a necessidade de praticar
irrigação noturna; - O baixo índice de desempenho dos sistemas de irrigação por sulcos
traduzidos nas baixas eficiências de aplicação dos sistemas é decorrente, sobretudo, dos elevados
tempos de aplicação de água, uma vez que o calendário de entrega de água do Distrito de
Irrigação não atende aos turnos de rega recomendados para a maioria das culturas e unidades de
solo; As culturas da bananeira e da pimenta por apresentarem turnos de regas bem inferiores ao
intervalo de entrega de água pelo Distrito de Irrigação, apresentam custos adicionais com a
irrigação, por conta da necessidade da instalação de sistema de bombeamento diretamente do rio
para atender as suas demandas de água; - Há a necessidade de melhoria das condições de
infiltração de água no solo através da ruptura de camadas de impedimento como forma de
reduzir o tempo de reposição de água. A unidade textural franca não apresenta este tipo de
limitação; - A cultura da bananeira apresentou o maior valor da relação K2/VBP
comparativamente, às demais culturas estabelecidas no perímetro irrigado; - A cultura do
mamoeiro se mostrou como uma ótima alternativa de substituição ao cultivo da bananeira.

Palavras Chaves: Eficiência de condução, Uso racional da água, Agricultor familiar.


viii

ABSTRACT

The research was developed in perimeter Curu-Pentecoste, with objective of


diagnosticate water losses conduction in uncover secondary waterway. Work out one irrigation
leader from producer and study the facts the relationship between water-duty and rough value
production, reason the several cultures and different texture soil. The water losses conduction
was calculated from the capacity water in the entrance and outlet in uncover secondary
waterway. To analyze the relationship cost/beneficial in the use of politubo janelado, hydraulic
structure utilized for conduct water in the irrigation channel. Developed one irrigation leader
from producer with information from staple cultures, for that Irrigation frequency, irrigation
water to apply and perspective irrigation times. In the three texture soils from the search staple
cultures in the perimeter obtained the percent for the rough value production designated water
payment, considering exaction water actually. The results were permitting the conclusion: - The
water losses conduction in uncover secondary waterway, yonder of to compromise the hydric
sustainability in the water supply in the irrigated perimeter, reduced the coefficient of soil
utilization and rose the day’s work of the producer with nocturne irrigation; - The technology of
politubo janelado shown viable technically, eliminating the water losses conduction and reducing
a job the producer with irrigation, and consequently, the need practical nocturne irrigation; - the
down performance index for the irrigation systems, is current high time of irrigation, a time who
the schedule of water delivery of the irrigation district don’t answer the frequency irrigation
recommended for the cultures and soil textures. The cultures of banana plant and pepper with
presented frequency irrigation smaller than interval delivery water with irrigation district,
development supplementary costs with irrigation, into account of necessity of installation
bombardment system directly of river to pay attention to lawsuit of water; - See of necessity of
advanced of the condition of water infiltration in the soil through breakage in the impediment
layer reducing the replacement time of water. The loamy texture doesn’t present this limitation;
the culture banana plant was present higher value of the relationship K2/RVP comparatively, the
other cultures into the irrigated perimeter; - the culture of papaya tree was the great alternative
with substitution the banana plant.

Key Words: Efficiency of Conduction, Rational Water, Farmer Family


ix

SUMÁRIO [u1] Comentário: Ver modificações no


texto
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ x
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... xii
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................ 4
2.1. Irrigação por superfície ................................................................................................... 4
2.1.1 Introdução .............................................................................................................. 4
2.1.2 fases da irrigação por superfície...................................................................................5
2.2. Perdas de água em irrigação por sulco ............................................................................ 8
2.3. tarifas de água cobradas nos perímetros irrigados públicos federais .............................. 10
2.4. Manejo da irrigação ..................................................................................................... 10
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................................................14
3.1. Caracterização do perímetro irrigado ............................................................................ 14
3.2. Estimativas de perdas de água por condução ................................................................. 14
3.3. Guia de irrigação para as principais culturas e unidades de solo ................................... 15
3.4. Relação entre a tarifa de água k2 e o valor bruto da produção ........................................ 16
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 17
4.1. Perdas de água por condução ........................................................................................ 17
4.2. Guia de irrigação para as principais culturas e unidades de solo ................................... 21
4.3. Relação entre a tarifa de água k2 e o valor bruto da produção ........................................ 32
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 34
6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 35
x

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Hidrógrafas das vazões de entrada em função do tempo..........................................17


TABELA 2. Hidrógrafas das vazões de saída em função do tempo..............................................17
TABELA 3. Disponibilidade real de água em função das principais unidades texturais de solo e
culturas - Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste..............................................................................23
TABELA 4. Dados diários médios de evapotranspiração de referência para o município de
Pentecoste obtida pelo método de Penman Monteith/FAO..........................................................23
TABELA 5. Lâmina média de água aplicada nas principais unidades texturais de solo e culturas -
Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste..............................................................................................24
TABELA 6. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do feijão
vigna – textura: Franca..................................................................................................................24
TABELA 7. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do feijão
vigna – textura: Franco-argilosa....................................................................................................24
TABELA 8. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do feijão
vigna – textura: Argilosa...............................................................................................................24
TABELA 9. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da
pimenta – textura: Franca..............................................................................................................25
TABELA 10. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da
pimenta – textura: Franco-argilosa................................................................................................25
TABELA 11. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da
pimenta – textura: Argilosa...........................................................................................................25
TABELA 12. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da
bananeira – textura: Franca...........................................................................................................26
TABELA 13. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da
bananeira – textura: Franco-argilosa..............................................................................................26
TABELA 14. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da
bananeira – textura: Argilosa.........................................................................................................26
TABELA 15. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do
coqueiro – textura: Franca.............................................................................................................27
TABELA 16. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do
coqueiro – textura: Franco-argilosa...............................................................................................27
TABELA 17. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do
coqueiro – textura: Argilosa.........................................................................................................27
xi

TABELA 18. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do
mamoeiro – textura: Franco-argilosa.............................................................................................28
TABELA 19. Tempo de reposição para a condição de irrigação sem déficit...............................29
TABELA 20. Percentual do VBP destinado ao pagamento da água (Mensal)..............................33
TABELA 21. Percentual do VBP destinado ao pagamento da água (Durante o ciclo)................33
xii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Ilustração do processo de infiltração de água no solo..................................................6


FIGURA 2. Ilustração do processo de infiltração de água no solo.................................................9
FIGURA 3. Obtenção de hidrógrafas em Calhas Parshall ............................................................18
FIGURA 4. Canal secundário não-revestido.................................................................................18
FIGURA 5. Gráficos contendo equações de ajuste das hidrógrafas de entrada............................19
FIGURA 6. Gráficos contendo equações de ajuste das hidrógrafas de saída................................19
FIGURA 7. Politubo janelado para condução e aplicação de água...............................................21
xiii
1

1. Introdução

A irrigação por superfície, sobretudo o sistema por sulcos, é um dos mais


extensivamente utilizados, sendo responsável por mais de 60% da área irrigada no
mundo (Lal & Pandya, 1970), Sojka & Lentz (1999). Conforme Santana et al. (1997), a
irrigação por sulcos é o sistema que predomina nos perímetros públicos irrigado do
Nordeste brasileiro.
A disponibilidade de água freqüentemente constitui um fator limitante às
atividades agrícolas. Quando este é o caso, a água economizada pela minimização das
perdas, ou pela irrigação com déficit, pode ser usada para irrigar uma quantidade
adicional de área, possibilitando o aumento na receita da propriedade agrícola.
A Bacia Hidrográfica do Rio Curu compreende 7,6% do território cearense e
abriga cerca de 4,55% da população residente no Estado do Ceará. De uma forma geral
a população é dividida na proporção de 49% na zona urbana e 51% na zona rural.
Possui uma população economicamente ativa dividida na proporção de 45% nos setores
primários, 17% nos setores secundários e 38% nos setores terciários, apresentando um
grande crescimento da infra-estrutura sócio-econômica, tendo como conseqüência uma
crescente demanda de água e um aumento nos conflitos quanto à disponibilidade dos
recursos hídricos existentes. Nessa região é comum a carência pelos recursos hídricos
para irrigação, notadamente nos anos em que a recarga natural fica abaixo da média.
A racionalização do uso da água na irrigação passa por todas as etapas do
processo, desde a captação da água até a sua aplicação nas culturas e no sistema de
produção agrícola, incluindo a escolha adequada do método e do sistema de irrigação, a
redução das perdas de água na operação e manutenção dos perímetros e/ou sistemas, a
eficiência da irrigação, ou seja, na aplicação da água nas culturas, o manejo correto da
irrigação em escala parcelar ou de propriedade e sistemas de produção das culturas
irrigadas que permitam otimizar o rendimento físico por unidade de área e unidade de
água utilizada.
Um dos motivos que mais contribui para a baixa eficiência da irrigação é o fato
de que grande parte das áreas irrigadas compreende projetos públicos ou públicos
privados, onde a maioria dos irrigantes não assimila os princípios básicos da agricultura
irrigada, o que dificulta o próprio entendimento da eficiência de irrigação e suas
2

vantagens. Isto se agrava, principalmente quando o projeto não taxa a água usada pelo
irrigante ou taxa a valor irrisório.
Atualmente paga-se uma taxa denominada k2 que se baseia nos custos
operacionais relativos à infra-estrutura de uso comum e ao consumo de água do
Perímetro. O cálculo desta é feito somando-se as despesas totais de administração,
operação e manutenção da infra-estrutura de irrigação e drenagem de uso comum do
sistema, dividido pela quantidade de água a ser consumida pelas culturas.
O volume de água captado numa fonte hídrica para a irrigação, em geral, é
superior as necessidades hídricas da cultura. Isso se deve as perdas que ocorrem durante
a condução e a aplicação de água na irrigação, bem como as perdas que ocorrem no
campo após a irrigação.
Segundo Howell (2001), a água captada para irrigação dentro de uma bacia
está sujeita, basicamente, a três tipos de perdas:
a) Perdas por evaporação em canais.
b) Perdas por infiltração durante a condução da água em canais e por
percolação abaixo da zona radicular da cultura durante e após a irrigação.
Em alguns casos, podem ser recuperadas por canais de drenagem.
c) Perdas relacionadas com a água de drenagem, quando essa se torna poluída
ou salinizada.
Perdas por infiltração em canais não revestidos têm sido responsáveis pela
elevação do lençol freático e pela salinização do solo em várias regiões do mundo.
No manejo da irrigação surge a palavra freqüência de irrigação ou turno de
rega, que nada mais é do que o número de dias decorridos entre uma irrigação e outra. A
frequência de irrigação poder ser fixa ou variável, dependendo da postura assumida pelo
irrigante. A frequência de irrigação fixa traz consigo a vantagem da possibilidade da
programação das atividades ligadas à irrigação das culturas, uma vez que se sabe por
antecipação o quando irrigar, ficando apenas a definição de quanto irrigar.
Existem três processos básicos de se controlar a irrigação: processos baseados
nas condições atmosféricas, nas condições de água do solo e nas condições de água nas
plantas:
O controle da irrigação via solo passa necessariamente pelo conhecimento de
suas características. Assim densidade aparente, granulometria, declividade, velocidade
de infiltração básica (VIB), capacidade de água disponível (CAD), umidade de
3

saturação, capacidade de campo, ponto de murcha permanente e curva característica do


solo são propriedades que devem fazer parte do conhecimento do irrigante.
O conhecimento dos fatores climáticos é de fundamental importância para o
manejo racional da irrigação. Estes fatores permitem com uma aproximação bastante
boa estimar a evapotranspiração, que é o consumo de água de um determinado local,
através da evaporação da água do solo e pela transpiração das plantas, ocorrida durante
o processo de fotossíntese.
No controle da irrigação pelo processo conjugado, toda a irrigação é feita com
base na evapotranspiração e é monitorada pelos tensiômetros instalados no solo. Caso se
verifique que para uma dada condição, o solo atingiu a CAD crítica, se processa a
irrigação.
O estudo como objetivo diagnosticar perdas de água por condução em canais
secundários não-revestidos, elaborar um guia de irrigação para os produtores e analisar
a relação taxa mensal de água K2 e valor bruto da produção, considerando as diversas
culturas e unidades texturais de solo.
4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Irrigação Por Superfície

2.1.1. Generalidades
A irrigação por superfície é o método mais utilizado em todo o mundo. De
acordo com Cuenca (1989), a história da irrigação começa com aplicação de água ao
solo, utilizando-se a superfície para o escoamento por gravidade. Ainda conforme
Walker e Skogerboe (1987), a civilização da antiga mesopotâmia prosperou entre os
valores do Rio Tigres e Eufrates, há mais de 6.000 anos, utilizando, embora de forma
rudimentar, o método de irrigação por superfície.
Os sistemas de irrigação por superfície, também denominado sistema de
irrigação por gravidade, tem como principal característica distribuir a água à área
irrigada utilizando a superfície do solo para escoamento superficial, de forma a permitir
um escoamento contínuo, sem causar erosão. Esta condição pode ser obtida por
sistematização do terreno ou simples uniformização da superfície.
Cada sistema de irrigação por superfície tem suas próprias vantagens e
limitações, que dependem de fatores como: custo inicial da implantação, tamanho e
forma da área, características do solo, topografia do terreno, natureza da fonte de água e
potencial hídrico, tipo de cultura, preferências sociais e experiência histórica.
Quando comparados a outros sistemas, geralmente, os sistemas de irrigação por
superfície revelam menores custos fixos e variáveis. Além disso, apresentam
simplicidade operacional, facilitando a assimilação das técnicas de manejo pelos
irrigantes. São adaptáveis a um grande número de tipo de solos e culturas, não
apresentando dependência do porte da cultura e da ocorrência de ventos. Água de baixa
qualidade física, química e biológica não impõe severas restrições à utilização destes
sistemas, uma vez que, em geral, a água não entra em contato direto com as partes
vegetais consumidas “in natura”; também não existem dispositivos muito sujeitos a
obstrução física.
Entre as principais limitações dos sistemas de irrigação por superfície,
destacam-se a acentuada dependência das condições topográficas, normalmente
requerendo sistematização do terreno, sendo este trabalho oneroso e exige cuidadosos
levantamentos topográficos e habilidade na execução. Esta dependência os tornam,
5

ainda, inadequados para solos rasos e pedregosos. Também, não são bem adaptáveis a
solos excessivamente permeáveis, que apresentam alta taxa de infiltração. Estes
sistemas são partes integrantes das áreas para as quais foram dimensionados, sendo
quase impossível promoverem mudanças relativamente pequenas nos sistemas, sem
afetar o seu desempenho. Outra particularidade é que a técnica de cultivo deve ser
adaptada ao sistema de irrigação, ou seja, as linhas de plantio devem apresentar um
gradiente de declive, espaçamento, comprimento e disposição, compatíveis com as
exigências do sistema de irrigação. Dessa forma é difícil ajustar o sistema de irrigação
por superfície a culturas já instaladas, onde as linhas de plantio estão dispostas,
geralmente, em nível.
Outro fato é que estes sistemas de irrigação geralmente são menos eficientes
para aplicar água que os sistemas de irrigação por aspersão e localizada, o que pode
aumentar os custos de operação e manutenção.
Na irrigação por sulcos, a água é aplicada em pequenos canais denominados
sulcos, infiltrando-se ao longo do perímetro molhado e movimentando-se nas direções
vertical e lateral. Os sulcos são construídos por meio de um implemento denominado
sulcador, existindo diferentes tipos de sulcos: em nível, retilíneos com gradiente de
declive, em contorno e corrugações.
As principais variáveis envolvidas no dimensionamento de sistema de irrigação
por superfície são: o comprimento do sulco, a vazão derivada, o tempo de aplicação de
água às parcelas, a forma do sulco, que exerce influência na eficiência de irrigação, o
espaçamento entre sulcos, que deve ser em função da textura de solo, da cultura e de
aspectos relacionados à mecanização, e a declividade dos sulcos, a qual deve
proporcionar uma velocidade excessiva da água de irrigação para não causar erosão.

2.1.2. Fases da Irrigação por Superfície

Um processo típico de irrigação por superfície, com drenagem livre, pode ser
caracterizado por quatro fases: avanço, reposição, depleção e recesso (Figura 1).
O início da fase de avanço coincide com o início da irrigação, no momento em
que a vazão é derivada à parcela a ser irrigada, e prolonga-se até que a frente de avanço
atinge a sua extremidade final. A previsão da fase de avanço da água na superfície do
solo não é simples, devido à natureza do escoamento superficial, reduzindo-se com a
6

distância devido à infiltração. Quando se aplica uma vazão constante à montante de uma
parcela, a razão de avanço diminui progressivamente com o tempo à medida que a área
de infiltração vai aumentando numa proporção maior que a redução da velocidade de
infiltração média da água na distância considerada.

Ti
curva de recesso
Fase de recesso
Tempo - T

Tc

Fase de depleção
Fase de reposição Tempo de oportinidade
de infiltração

Tx

Fase de avanço

curva de avanço
Distância do ponto de derivação - x

FIGURA1 : Ilustração do processo de infiltração de água no solo.

O avanço da água sobre a superfície do solo é uma consideração importante no


manejo dos sistemas de irrigação por superfície. O tempo que leva a água para alcançar
o final da parcela define as perdas de água por percolação profunda e, portanto, tem
grandes implicações na eficiência no sistema de irrigação e na economia da irrigação.
O tempo de avanço é uma função da vazão que escoa e do comprimento da parcela.
Elevados tempos de avanço proporcionam grandes perdas de água por percolação
profunda.
Quando a frente de avanço atinge o final da parcela, verifica-se, nesse instante,
a ocorrência do escoamento superficial da extremidade, podendo caracterizar ou não
uma perda de água, dependendo se existe sistema de reuso de água. A fase de reposição
compreende o intervalo de tempo entre o inicio do escoamento no final da parcela e o
instante em que a lâmina de irrigação requerida tenha sido infiltrada nesta extremidade,
7

quando é determinado o final da derivação de água à parcela, definindo o tempo de


corte.
O desempenho satisfatório de um sistema de irrigação por superfície está na
dependência da duração da fase de reposição. Como a distribuição da água ao longo da
parcela não é completamente uniforme, pode ocorrer em alguns locais existe deficiência
de água no final desta fase. Esta condição reduz consideravelmente a eficiência de
armazenamento. Deve-se observar que, enquanto a uniformidade de distribuição e a
eficiência de armazenamento aumentam com o tempo de duração da fase de reposição, a
eficiência de aplicação reduz devido ao aumento do tempo de ocorrência do escoamento
superficial na extremidade final da parcela e do aumento do tempo de infiltração é
maior que o tempo para aplicar a lâmina de água requerida.
Tradicionalmente, utiliza-se o critério proposto por Criddle et al (1956) para
definir as fases de reposição: “a duração da fase de reposição deve ser suficiente para
que a quantidade de água requerida na irrigação seja infiltrada no final da parcela”. Este
critério favorece a obtenção de elevados níveis de uniformidade de distribuição de água,
porém tem como conseqüência a perda de água por percolação profunda ao longo de
toda parcela. A perda de água por escoamento no final da parcela pode ser minimizada
pela redução gradual da vazão derivada, à medida que a taxa de infiltração média o
longo de todo o comprimento molhado vai ser reduzida.
A alternativa de redução da vazão inicial requer maior utilização da mão-de-
obra, o que nem sempre é bem aceito pelos irrigantes podendo comprometer o
desempenho do sistema.
A fase de reposição prolonga-se até que a quantidade de água infiltrada, em
grande parte do comprimento da parcela, seja aproximadamente igual a requerida. A
interrupção no fornecimento de água à parcela encerra a fase de reposição e determina o
início da fase de depleção. Esta é geralmente a fase de menor duração e, em irrigação
por sulco, é praticamente imperceptível podendo, por isso, ser desprezada.
Assumindo como referência o início da parcela, o término desta fase ocorre
quando, neste ponto, toda a água é removida da superfície por escoamento superficial
ou infiltração. O término desta fase marca o início da fase de recesso.
A duração da fase de recesso está condicionada ao deslocamento progressivo
de uma ou mais frentes recessivas na superfície de escoamento. No momento em que
8

toda água superficial for removida por escoamento no final da parcela e por infiltração
ao longo desta, termina a fase de recesso e o processo de irrigação.
Em condições normais, o recesso inicia-se junto ao ponto de derivação de água
à parcela. Em algumas condições, pode ocorrer também outra fase recessiva, no final da
parcela, que avança a montante, de encontro com a primeira. No momento em que a
lâmina de água desaparece da superfície do solo, tem-se o final do recesso e do processo
de irrigação.

2.2. Infiltração de água no solo

A água proveniente de uma chuva ou de uma irrigação, ao chegar à superfície


do solo pode ser considerada como “água livre”, no que diz respeito ao processo de
retenção pela matriz do solo. Tendo em vista que a água no interior do solo está sob
retenção, por esta razão ocorre a sua passagem na interface solo-ar, atendendo uma
diferença de potencial total (a água no interior do solo encontra-se num estado
energético inferior à água livre na superfície do solo). A este processo denomina-se
infiltração de água no solo.
O processo de movimento da água no perfil de solo, atendendo às diferenças de
potenciais totais, denomina-se de redistribuição de água no solo. Na Figura 2 ilustra-se
o processo de infiltração de água no solo, o qual pode ser quantificado através da
equação de Darcy-Buckingham, conforme equação a seguir:
q = -K().t ,
Z
sendo:
q: taxa de infiltração de água no solo, [L.T-1]
K(): codutividade hidráulica em função da umidade no solo, [L.T-1]
t : gradiente de potencial total, [L.L-1].
Z
9

Chuva ou irrigação

ET

Infiltração t = 0): água livre


S. Solo

t < 0 Redistribuição Zona não saturada


q (fluxo de ascensão capilar)
capilary fringe
Z=0 Franja Capilar L.F. (R.G.)
Zona Saturada

Figura 2. Ilustração do processo de infiltração de água no solo.

As características de infiltração de água no solo constituem um dos principais


parâmetros requeridos para dimensionamento, operação, manejo e avaliação dos
sistemas de irrigação por superfície, sendo de difícil mensuração em razão da grande
variabilidade espacial e temporal dos solos, sobretudo nos neossolos, onde se
apresentam como os de maior percentual dentre aqueles irrigados por superfície.
Dentre as técnicas de determinação das características de infiltração de água no
solo tem-se o cilindro-infiltrômetro, sulco-infiltrômetro, entrada e saída e balanço de
volume. A técnica de entrada e saída é bastante utilizada, recomendando-se, porém, a
técnica do balanço de volume.
O processo de infiltração pode ser ajustado a uma equação do tipo potencial, na
forma: I = k.ta, sendo I, a infiltração acumulada [L], t, o tempo de infiltração [T], k e a,
os parâmetros de ajuste da equação. Dentre outras limitações, a equação sugere que a
velocidade de infiltração tende a zero para tempo de irrigação muito longo, quando na
verdade tende para um valor conhecido na literatura como velocidade de infiltração
básica (Castro & Souza, 1999).
10

Dessa forma deve ser introduzida na equação uma componente de correção,


passando a mesma a ser descrita na forma: I = k.ta + fo.t, sendo fo, a velocidade de
infiltração básica [L.T-1].

2.3. Tarifas de Água Cobradas nos Perímetros Irrigados Públicos Federais


O cálculo da tarifa de água cobrada nos Perímetros Públicos do DNOCS é feito
com base em duas parcelas, que são:
K1 – é baseada na recuperação dos investimentos feita pela União na
construção do Perímetro. Esta parcela é resultado da divisão entre o valor do
investimento total (sem juros) pela área irrigada no período de 50 anos
(R$ ha-1 ano-1).
A Lei de Irrigação, em vigor, fala em ressarcimentos dos investimentos, porém,
incorretamente, na medida em que o poder público mantém-se como proprietário da
infra-estrutura de uso coletivo. Na realidade, a tarifa de água cobre, apenas, a
depreciação e a manutenção do projeto e não pode contribuir para a amortização dos
investimentos públicos como manda a referida Lei (BANCO DO NORDESTE, 2001).
K2 - baseia-se nos custos operacionais relativos à infra-estrutura de uso comum
e ao consumo de água do Perímetro. O cálculo desta é feito somando-se as despesas
totais de administração, operação e manutenção da infra-estrutura de irrigação e
drenagem de uso comum do sistema, dividido pela quantidade de água a ser consumida
pelas culturas.
A parcela K2 subdivide-se em duas:
K2.1 – é a parte que corresponde aos custos fixos, ou seja, independente do
volume de água distribuído, repartidos por hectare, relativo aos custos com pessoal,
veículo, operação e manutenção da infra-estrutura e despesas administrativas.
K2.2 – depende do volume fornecido, é uma despesa variável, baseando-se no
consumo a ser bombeado na rede coletiva de distribuição. É calculado em relação ao
consumo de água fornecido.

2.4. Manejo da Irrigação


O manejo ou controle da irrigação é um dos fatores indispensáveis na
otimização do uso da água. Contudo, para que o manejo da irrigação se proceda dentro
de um critério racional, faz-se necessário ter controle sobre a umidade do solo para se
11

determinar, adequadamente, o momento da irrigação e a quantidade de água a ser


aplicada. Logo, precisa-se ter conhecimento prévio de uma série de informações
relacionadas não só à planta, como também ao solo, à água e ao clima.
As repostas da cultura às condições de umidade do solo e à demanda
evaporativa da atmosfera são, pois, os elementos básicos necessários para se realizar o
manejo adequado da irrigação, ou seja, definir da forma mais precisa possível quando e
quanto irrigar. Em princípio, a irrigação deve ser sempre realizada no momento em que
a tensão de retenção da água pelo solo atinja uma determinada faixa ou valor limite, a
partir do qual a absorção de água pela planta seja comprometida, causando déficit
hídrico capaz de afetar seu desenvolvimento e produtividade. Com essa finalidade,
vários métodos foram desenvolvidos para o manejo da irrigação, sendo uns baseados na
umidade do solo e outros nas características climáticas da região. Os mais comumente
usados são os que se baseiam no cálculo do turno de rega, no balanço de água no solo e
na tensão da água no solo. Dentre esses métodos, o que se baseia no controle da tensão
da água no solo é o mais racional. Com ele, determina-se tanto o momento exato de
reiniciar a irrigação (quando) como a quantidade de água a ser aplicada (quanto).
O volume de água aplicado por irrigação deve ser ajustado periodicamente, de
acordo com a tensão da água no solo, e monitorado diariamente. No caso do coqueiro-
anão, os níveis de tensão da água máximos permitidos entre as irrigações, nas
profundidades de 25 e 50cm, deve ser de 15 a 25 kPa, para solos arenosos, e de 40 a
60kPa, para solos argilosos. O monitoramento da umidade do solo é, portanto, essencial
na orientação dos ajustes necessários à quantidade de água a ser aplicada nas condições
locais.
Recomenda-se monitorar a umidade do solo nas profundidades de 25, 50 e
75cm. Para isso, podem ser utilizados tensiômetros. Devem ser instaladas pelo menos
três baterias de tensiômetros, por área homogênea de solo e de idade das plantas. Cada
bateria é composta por dois ou três tensiômetros, instalados nas profundidades
supracitadas, a uma distância de 0,60m até 1,20m do caule, de acordo com a idade da
planta e com o raio de ação do emissor.
As principais variáveis envolvidas no dimensionamento de sistemas de
irrigação por superfície são: o comprimento do sulco, da faixa ou do tabuleiro, a vazão
derivada e o tempo de aplicação de água às parcelas. Ao tratar-se, especificamente, do
sistema de irrigação por sulcos, destacam-se, ainda, a forma do sulco, que exerce
12

influência na eficiência da irrigação, o espaçamento entre sulcos, que deve ser uma
função da textura de solo, da cultura e de aspectos relacionados à mecanização, e a
declividade dos sulcos, a qual não deve proporcionar uma velocidade excessiva da água
de irrigação, para não causar erosão.
Exemplo ilustrativo - Sistema de irrigação por sulcos
Análises de avaliação do sistema de irrigação devem ser realizadas
periodicamente após sua implantação visando, sobretudo, medir as eficiências de
aplicação e de armazenamento, bem como a uniformidade de distribuição da infiltração
de água ao longo do sulco. Referidas análises fornecerão elementos que virão nortear
sugestões relacionadas ao manejo da irrigação para uma melhoria dos índices de
eficiência e uniformidade. É comum ver sistemas de irrigação por superfície operando
com eficiência de armazenamento de 100% e eficiência de aplicação entre 20 e 40%.
Existem programas de computação para o dimensionamento e a avaliação de
sistemas de irrigação por sulcos, tais como os desenvolvidos por Rivera (1995) e por
Marques (2000).
13

Metodologia

3.1. Caracterização do Perímetro Irrigado


O Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste situa-se no Estado do Ceará, na micro-
região de Uruburetama (Vale do rio Curu), compreendendo partes dos municípios de
Pentecoste e São Luís do Curu, os quais são considerados como área de influência
econômica do perímetro, com sistemas de irrigação por superfície, sendo a água
conduzida em canais e distribuída nas parcelas através de sulcos.
As unidades experimentais foram constituídas por áreas de irrigantes
previamente selecionados pela equipe técnica responsável pelo projeto e a Associação
dos Usuários do Distrito de Irrigação do Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste
(Audipecupe).

3.2. Estimativa de perdas de água por condução


Existem vários métodos para se estimar a perda de água por infiltração em um
canal não revestido, como exemplo, o método do infiltrômetro de canal BERNARDO
(1989).
No estudo utilizaram-se trechos de canais secundários não-revestidos com
comprimentos de 100,0m de onde se derivam os sifões para irrigação. Hidrógrafas de
entrada e de saída da vazão em função do tempo foram obtidas em calhas Parshall
calibradas.
De posse dos dados de vazão em função do tempo acumulado obtiveram-se
curvas de melhor ajuste, as quais integradas forneciam os volumes de água na entrada e
na saída das calhas. O volume infiltrado era obtido pela diferença entre o volume de
entrada e o volume de saída. Os dados permitiram ainda calcular as perdas por
condução e consequentemente, a eficiência de condução.
Alternativamente, analisaram-se as vantagens e desvantagens do uso do
politubo janelado nos canais não-revestidos utilizados para adução de água aos sulcos
de irrigação.
14

3.3. Guia de irrigação para as principais culturas e unidades de solo


No Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste tem-se três unidades texturais de solo
mais representativas: franca, franco-argilosa e argilosa. Dessa forma foram elaborados
formulários próprios para cada unidade textural, contendo para as principais culturas
estabelecidas, informações quanto às freqüências de irrigação, lâminas de água a aplicar
e respectivos tempos de irrigação.
Cada unidade textural de solo foi caracterizada inicialmente por sua
disponibilidade real de água (DRA) para as culturas em estudo, necessitando, por
conseguinte das seguintes informações: umidade do solo à capacidade de campo,
umidade correspondente ao ponto de murcha permanente, densidade do solo, fator F de
disponibilidade da FAO (Doorenbos & Pruitt, 1984) e profundidade efetiva do sistema
radicular.
De posse do valor de DRA, evapotranspiração de referência (ETo) e
coeficiente de cultivo (Kc) calculou-se o turno de rega (TR) máximo, adotando-se um
valor igual ou inferior ao calculado.
Os dados de evapotranspiração de referência (ETo ) foram obtidos através do
método de Penman-Monteih, utilizando o software CROPWAT da FAO, em base a uma
série histórica de dados climatológicos, disponíveis na Fazenda Experimental Vale do
Curu (FEVC), UFC. Os coeficientes de cultivo (Kc) foram disponibilizados para cada
estádio de desenvolvimento das culturas, utilizando-se dados obtidos em estudos
realizados na FEVC. A lâmina líquida foi obtida pelo produto entre TR, ETo e Kc.
Em cada uma das três unidades texturais de solo foram obtidas equações de
velocidade de infiltração através de ensaios de campo utilizando-se o método de entrada
e saída. O método consiste em se obter as vazões de entrada e de saída ao longo de um
sulco de irrigação até que se tenha uma carga hidráulica estável no medidor de saída.
Conforme Elliott & Walker (1982), quando a vazão de escoamento no final do sulco
atingir um valor constante, pode-se determinar a velocidade de infiltração básica. Os
parâmetros da equação foram obtidos através de regressão.
De acordo com Alazba (1997), a lâmina de irrigação requerida é a considerada
no projeto como a lâmina mínima infiltrada no final do sulco.
O tempo de oportunidade necessário para infiltração dessa lâmina foi calculado pela
15

 LL  a
seguinte expressão: T    , em que T é o tempo de oportunidade para infiltrar a
 k 
lâmina requerida (minutos), LL é a lâmina de irrigação necessária (mm) e K e a são os
coeficiente da equação de infiltração acumulada.

3.4. Relação entre a tarifa de água K2 e o valor bruto da produção


Os Perímetros Irrigados Públicos Federais estão sob a orientação do Ministério
da Integração Nacional sendo trabalhados na perspectiva da autogestão.
O sucateamento das estruturas hidráulicas de medição de água no âmbito do
Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste, tais como calhas Parshall e vertedouros construídos
nos próprios canais, impede que a tarifa mensal de água denominada K2 seja cobrada
efetivamente pela quantidade de água utilizada pelo irrigante.
Atualmente a tarifa mensal corresponde a R$15,00 por cada hectare cultivado.
Esta sistemática não permite separar o irrigante que pratica um bom manejo, daquele
que opera o sistema com baixa eficiência.
Considerando que o indicador de desempenho autosustentabilidade, definido
pela relação entre o custo anual de operação e manutenção da infra-estrutura de uso
comum e o volume anual de recursos arrecadados com a tarifa mensal K2 deva ser o
mais próximo possível de 1,0, é de relevante importância a geração de informações no
Perímetro Irrigado, como forma de nortear o Distrito de Irrigação e seus associados, no
tocante à tomada de decisão quanto às culturas a serem exploradas.
Nas três unidades texturais de solo e para as principais culturas atualmente
exploradas no perímetro obtiveram-se os percentuais do valor bruto da produção
destinado ao pagamento de água, considerando o cenário atual de cobrança de água.
16

4. Resultados e discussão
4.1. Perdas de água por condução
Nas Tabelas 1 e 2 visualizam-se os dados de hidrógrafas de vazões de entrada
e hidrógrafas de vazões de saída em função do tempo, obtidas em duas calhas Parshall
na entrada e duas calhas Parshall na saída em um canal secundário não-revestido
localizado no setor D do Perímetro Irrigado Curu Pentecoste (Figuras 3 e 4).
As calhas de entrada apresentavam uma equação de calibração do tipo
potencial, ao passo que as calhas de saída apresentavam os valores calibrados de vazão
em uma fita métrica afixada em sua secção convergente. A duração do teste foi
associada ao tempo de irrigação da área.
As equações ajustadas da vazão em função do tempo acumulado (Figuras 5 e
6), integradas no tempo do teste estimaram os volumes de água de entrada e de saída,
respectivamente, em 37,96 m3 e 24,73 m3, com perda por condução de 34,8% e,
portanto, eficiência de condução de 65,2%.
Tabela 1. Hidrógrafas das vazões de entrada em função do tempo.
Carga Vazão (m³.h-
-
Tempo (min.) Carga (m) Vazão (m³.h ¹) Tempo(min.) (m) ¹)
0 0.208 18.81 0 0.210 27.78
5 0.208 18.81 5 0.210 27.78
10 0.208 18.81 10 0.210 27.78
15 0.208 18.81 15 0.210 27.78
20 0.210 19.12 20 0.211 28.01
30 0.215 19.88 30 0.214 28.70
40 0.195 16.90 40 0.197 24.88
50 0.190 16.18 50 0.197 24.88

Tabela 2. Hidrógrafas das vazões de saída em função do tempo.


T acum.(min.) Vazão (m³.h-¹) T acum.(min.) Vazão (m³.h-¹)
1 13 1 13,0
5 14 5 14,0
10 14 10 14,0
15 15 15 14.5
20 15 20 15,0
30 16 30 16,0
40 16 40 16,0
50 16 50 16,0
17

Figura 3. Obtenção de hidrógrafas em Calhas Parshall .

Figura 4. Canal secundário não-revestido.


18

25 29 Qe = -0.0028t2 + 0.0766t + 27.557


28.5 r2 = 0.7403
20 28

27.5
Vazão (m 3.h -1)

Vazão (m 3.h -1)


15 27

26.5
10 26
Qe = -0.0028t2 + 0.0912t + 18.487
25.5

5
r2 = 0.777 25

24.5
0 24
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60
Tempo acumulado (min.) Tempo acumulado (min)

Figura 5. Gráficos contendo equações de ajuste das hidrógrafas de entrada.

18 18

16 16

14 14

12
Vazão (m 3.h -1)

12
Vazão (m 3.h -1)

10
10 Qs = 12.788t0.0577 0.0573
8 Qs = 12.747t
8
r2 = 0.924 2
6 6 r = 0.906
4 4

2 2

0 0
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60

Tempo acumulado (min.) Tempo acumulado (min)

Figura 6. Gráficos contendo equações de ajuste das hidrógrafas de saída.

O fornecimento d’água do Perímetro Curu Pentecoste é feito através de dois


sistemas hídricos: General Sampaio e Pereira de Miranda. O açude General Sampaio
com capacidade de 322,2 x 106 m3, flui através da barragem Sebastião de Abreu
(Serrota), que eleva o nível da água para a cota 53,20m, promovendo a derivação para
os canais principais P1 e P2 com vazões respectivas de 1,8 e 0,8 m³.s -1. Já o açude
Pereira de Miranda acumula 395,6 x 106 m3.
O sistema de irrigação parcelar se efetua por gravidade através de sulcos.
Capta-se a água de canais em terra, sendo estes, na maioria de derivação secundária,
cuja adução se procede por sifões.
19

Estas perdas por condução nos canais secundários de terra, além das perdas em
canais e acéquias de condução de água deve se situar em torno de 30 a 40% no âmbito
do perímetro irrigado. Tais perdas dificultam a irrigação de todo o lote agrícola do
produtor (4,0 a 5,0 ha) durante o período de recebimento semanal de água e junto ao
Comitê de Bacia Hidrográfica no que diz respeito à vazão a ser liberada nos
reservatórios.
Estas informações de perdas por condução são de fundamental importância,
tanto para subsidiar discussões em nível de Comitê de Bacia Hidrográfica, quanto,
sobretudo em nível de Distrito de Irrigação. Há a necessidade urgente que a
Audipecupe, em parceria com os produtores, adotem medidas que visem minimizar
estas perdas por condução. Neste sentido, foi testado um sistema de condução,
distribuição e aplicação de água, denominado politubo janelado (Figura 7).
O sistema de politubo janelado é constituído por uma mangueira de polietileno
flexível, onde são adaptadas as janelas de vazões reguláveis. Referido sistema além de
eliminar as perdas na condução de água nos canais, reduz consideravelmente a mão-de-
obra do irrigante. Ainda, permite uma maior flexibilidade para o uso de vazão reduzida
na fase de reposição.
Do ponto de vista da relação benefício/custo, os seguintes aspectos devem ser
considerados: 1. O custo fixo por unidade de área da aquisição de sifões em relação ao
politubo janelado é em torno de 1/3; 2. O custo variável relacionado à mão-de-obra para
operação da irrigação com o politubo janelado é em torno de 1/3, se comparado ao
sistema com sifões; 3. O uso do politubo janelado permite incrementar a área irrigada
em 30% em razão da economia de água; 4. A irrigação com o politubo janelado permite
que o produtor realize a irrigação de todo o seu lote agrícola sem a necessidade de
trabalho noturno.
Considerando a economia com mão-de-obra e o incremento de área irrigada, a
tecnologia do politubo janelado demonstrou sua viabilidade considerando o indicador de
rentabilidade relação benefício/custo.
20

Figura 7. Politubo janelado para condução e aplicação de água.

4.2. Guia de irrigação para as principais culturas e unidades de solo


Na Tabela 3 são apresentados os valores de Disponibilidade Real de Água
(DRA) para as principais culturas e unidades texturais de solo do Perímetro Irrigado
Curu-Pentecoste. A DRA é a quantidade de água que pode ser armazenada no solo e
está disponível para a planta.
A evapotranspiração de referência (ETo) foi calculada através do método de
Penman-Monteih/FAO (1991), utilizando o software Cropwat. Os dados de entrada para
o cálculo de ETo foram obtidos de uma série histórica para o município de Pentecoste
relativa ao período 1970–1998 (Cabral, 2000). Na Tabela 4 são apresentados os dados
diários médios de evapotranspiração de referência para todos os meses do ano.

Com o valor da DRA, os dados de evapotranspiração de referência e o Kc da


cultura obtiveram-se o turno de rega máximo, e a partir deste, o turno de rega adotado, o
qual deve ser igual ou inferior ao calculado. A lâmina de irrigação necessária foi
calculada pelo produto do turno de rega, evapotranspiração de referência e coeficiente
de cultivo.
21

Na Tabela 5 são apresentados os valores das lâminas médias de água aplicadas


nas principais culturas e unidades texturais de solo. Os dados necessários ao cálculo da
lâmina média aplicada e também apresentados nas Tabelas 6 a 18 foram coletados em
nível de campo junto aos produtores durante a realização de eventos de irrigação. Cabe
destacar que os produtores utilizam o mesmo tempo de irrigação e, portanto, a mesma
lâmina de água independente do estádio de desenvolvimento da cultura.

A lâmina de irrigação necessária em relação à lâmina média aplicada fornece a


eficiência de aplicação, que traduz a soma das perdas por percolação e por escoamento
superficial ao final do sulco de irrigação.
Nas Tabelas 6 a 18 apresentam-se os turnos de regas, as lâminas de irrigação
necessárias e as eficiências de aplicação para as principais culturas e unidades texturais
de solo em conformidade com o calendário de cultivo do perímetro irrigado. Os
resultados demonstram que as irrigações são realizadas em excesso e, portanto, com
consideráveis perdas por escoamento e percolação, notadamente nas unidades texturais
mais leves.
22

Tabela 3. Disponibilidade real de água em função das principais unidades texturais de solo e culturas -
Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste.
Textura Cultura Ucc(g.g-1) Upmp(g.g-1) ds(g.cm-3) Zr(cm) CAD(mm) F DRA(mm)
Pimenta 0,31 0,15 1,30 50 104,0 0,25 26,0
Franco- Banana 0,31 0,15 1,30 40 83,2 0,35 29,1
Argilosa Coqueiro 0,31 0,15 1,30 100 208,0 0,65 135,2
Feijão 0,31 0,15 1,30 40 83,2 0,45 37,4
Mamoeiro 0,31 0,15 1,30 45 93,6 0,40 37,4
Pimenta 0,14 0,06 1,50 50 60,0 0,25 15,0
Banana 0,14 0,06 1,50 40 48,0 0,35 16,8
Franca Coqueiro 0,14 0,06 1,50 100 120,0 0,65 78,0
Feijão 0,14 0,06 1,50 40 48,0 0,45 21,6
Pimenta 0,35 0,17 1,25 50 112,5 0,25 28,1
Argilosa Banana 0,35 0,17 1,25 40 90,0 0,35 31,5
Coqueiro 0,35 0,17 1,25 100 225,0 0,65 146,2
Feijão 0,35 0,17 1,25 40 90,0 0,45 40,5

Tabela 4. Dados diários médios de evapotranspiração de referência para o município de Pentecoste obtida
pelo método de Penman Monteith/FAO.

ETo (Penman-Monteith)
MÊS
mm.dia-1
Janeiro 6,15
Fevereiro 5,33
Março 4,14
Abril 4,14
Maio 4,28
Junho 4,61
Julho 5,21
Agosto 6,85
Setembro 7,83
Outubro 7,97
Novembro 7,77
Dezembro 7,27
23

Tabela 5. Lâmina média de água aplicada nas principais unidades texturais de solo e culturas - Perímetro
Irrigado Curu-Pentecoste.
Textura Cultura  sifão (m) H (m) Q (L.s-1) Tco(min) L (m) E(m) Lap (mm)
Pimenta 0,0254 0,26 0,7435 120 100 1,0 53,53
Franco- Banana 0,0381 0,13 1,1829 90 120 0,8 66,53
Argilosa Coqueiro 0,0700 0,30 6,0700 35 100 0,8 159,33
Feijão 0,0508 0,22 2,7400 30 80 0,5 123,10
Mamoeiro 0,0381 0,21 1,5034 60 72 0,8 62,60
Pimenta 0,0400 0,47 2,4800 25 20 1,0 123,95
Banana 0,0381 0,17 1,3527 90 50 0,8 188,60
Franca Coqueiro 0,0381 0,14 1,2300 90 80 0,8 103,57
Feijão 0,0400 0,92 3,4700 30 100 1,0 62,46
Pimenta 0,0381 0,33 1,8800 60 100 1,0 67,68
Argilosa Banana 0,0381 0,31 1,8266 60 100 0,8 82,20
Coqueiro 0,0381 0,28 1,7400 120 100 0,8 156,60
Feijão 0,0381 0,23 1,5734 100 100 1,0 94,40

Tabela 6. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do feijão vigna –
textura: Franca

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR TRa LL (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Agosto 6,85 0,40 21,6 8,0 8,0 21,92 62,46 35,1
Setembro 7,83 1,15 21,6 2,4 2,0 18,00 62,46 28,8
Outubro 7,97 0,35 21,6 7,7 7,0 19,52 62,46 31,3

Tabela 7. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do feijão vigna –
textura: Franco-argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR TRa LL (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Agosto 6,85 0,40 37,4 13,6 13,0 35,62 123,10 29,0
Setembro 7,83 1,15 37,4 4,2 4,0 36,01 123,10 29,3
Outubro 7,97 0,35 37,4 13,4 13,0 36,26 123,10 29,5

Tabela 8. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do feijão vigna –
textura: Argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR TRa LL (mm)
(mm) (mm) (mm) (%)
Agosto 6,85 0,40 40,5 14,8 14,0 38,36 94,40 40,6
Setembro 7,83 1,15 40,5 4,5 4,0 36,01 94,40 38,1
Outubro 7,97 0,35 40,5 14,5 14,0 39,05 94,40 41,4
24

Tabela 9. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da pimenta –
textura: Franca

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 0,60 15,0 4,8 4,0 12,50 123,95 10,1
Agosto 6,85 0,60 15,0 3,6 3,0 12,33 123,95 9,9
Setembro 7,83 1,05 15,0 2,0 2,0 16,44 123,95 13,3
Outubro 7,97 1,05 15,0 2,0 2,0 16,73 123,95 13,5
Novembro 7,77 0,90 15,0 2,1 2,0 13,98 123,95 11,3
Dezembro 7,27 0,90 15,0 2,3 2,0 13,08 123,95 10,6

Tabela 10. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da pimenta –
textura: Franco-argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 0,60 26,0 8,3 8,0 25,00 53,55 46,7
Agosto 6,85 0,60 26,0 6,3 6,0 24,66 53,55 46,1
Setembro 7,83 1,05 26,0 3,2 3,0 24,66 53,55 46,1
Outubro 7,97 1,05 26,0 3,1 3,0 25,10 53,55 46,9
Novembro 7,77 0,90 26,0 3,7 3,0 20,97 53,55 39,2
Dezembro 7,27 0,90 26,0 4,0 4,0 26,17 53,55 48,9

Tabela 11. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da pimenta –
textura: Argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 0,60 28,1 9,0 9,0 28,13 67,68 41,6
Agosto 6,85 0,60 28,1 6,8 6,0 24,66 67,68 36,4
Setembro 7,83 1,05 28,1 3,4 3,0 24,66 67,68 36,4
Outubro 7,97 1,05 28,1 3,4 3,0 25,10 67,68 37,1
Novembro 7,77 0,90 28,1 4,0 4,0 27,97 67,68 41,3
Dezembro 7,27 0,90 28,1 4,3 4,0 26,17 67,68 38,7
25

Tabela 12. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da bananeira –
textura: Franca

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,1 16,8 3,0 3,0 17,19 188,60 9,1
Agosto 6,85 1,1 16,8 2,2 2,0 15,07 188,60 8,0
Setembro 7,83 1,1 16,8 2,0 2,0 17,22 188,60 9,1
Outubro 7,97 1,1 16,8 2,0 2,0 17,53 188,60 9,3
Novembro 7,77 1,1 16,8 2,0 2,0 17,09 188,60 9,1
Dezembro 7,27 1,1 16,8 2,1 2,0 15,99 188,60 8,5

Tabela 13. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da bananeira –
textura: Franco-argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,1 29,1 5,1 5,0 28,65 66,53 43,1
Agosto 6,85 1,1 29,1 4,0 4,0 30,14 66,53 45,3
Setembro 7,83 1,1 29,1 3,4 3,0 25,83 66,53 38,8
Outubro 7,97 1,1 29,1 3,3 3,0 26,30 66,53 39,5
Novembro 7,77 1,1 29,1 3,4 3,0 25,64 66,53 38,5
Dezembro 7,27 1,1 29,1 3,6 3,0 23,99 66,53 36,1

Tabela 14. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura da bananeira –
textura: Argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,1 31,5 5,5 5,0 28,65 82,20 34,8
Agosto 6,85 1,1 31,5 4,2 4,0 30,14 82,20 36,7
Setembro 7,83 1,1 31,5 3,7 3,0 25,83 82,20 31,4
Outubro 7,97 1,1 31,5 3,6 3,0 26,30 82,20 32,0
Novembro 7,77 1,1 31,5 3,7 3,0 25,64 82,20 31,2
Dezembro 7,27 1,1 31,5 4,0 4,0 31,98 82,20 38,9
26

Tabela 15. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do coqueiro –
textura: Franca

Lap Ea (%)
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,0 78,0 15,0 15,0 78,15 103,57 75,5
Agosto 6,85 1,0 78,0 11,4 11,0 75,35 103,57 72,7
Setembro 7,83 1,0 78,0 10,0 10,0 78,30 103,57 75,6
Outubro 7,97 1,0 78,0 10,0 10,0 79,70 103,57 77,0
Novembro 7,77 1,0 78,0 10,0 10,0 77,70 103,57 75,1
Dezembro 7,27 1,0 78,0 10,7 10,0 72,70 103,57 70,2

Tabela 16. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do coqueiro –
textura: Franco-argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR TRa LL (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,0 135,2 26,0 26,0 135,46 159,33 85,0
Agosto 6,85 1,0 135,2 20,0 20,0 137,00 159,33 85,9
Setembro 7,83 1,0 135,2 17,3 17,0 133,11 159,33 83,5
Outubro 7,97 1,0 135,2 17,0 17,0 135,49 159,33 85,0
Novembro 7,77 1,0 135,2 17,4 17,0 132,09 159,33 82,9
Dezembro 7,27 1,0 135,2 18,6 18,0 130,86 159,33 82,1

Tabela 17. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do coqueiro –
textura: Argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,0 146,2 28,1 28,0 145,88 156,60 93,1
Agosto 6,85 1,0 146,2 21,3 21,0 143,85 156,60 91,9
Setembro 7,83 1,0 146,2 18,7 18,0 140,94 156,60 90,0
Outubro 7,97 1,0 146,2 18,3 18,0 143,46 156,60 91,6
Novembro 7,77 1,0 146,2 18,8 18,0 139,86 156,60 89,3
Dezembro 7,27 1,0 146,2 20,1 20,0 145,40 156,60 92,8
27

Tabela 18. Necessidade de água por irrigação e eficiência de aplicação para a cultura do mamoeiro –
textura: Franco-argilosa

Lap Ea
Meses ETo Kc DRA TR LL
TRa (mm) (%)
(mm) (mm) (mm)
Julho 5,21 1,17 37,4 6,1 6,0 36,57 62,60 58,4
Agosto 6,85 1,17 37,4 4,7 4,0 32,05 62,60 51,2
Setembro 7,83 1,17 37,4 4,1 4,0 36,64 62,60 58,5
Outubro 7,97 1,17 37,4 4,0 4,0 37,29 62,60 59,6
Novembro 7,77 1,17 37,4 4,1 4,0 36,36 62,60 58,1
Dezembro 7,27 1,17 37,4 4,4 4,0 34,02 62,60 54,3

A seguir apresentam-se as equações de infiltração acumulada para cada uma


das unidades texturais de solo, as quais foram utilizadas para fins de cálculo do tempo
de reposição de água ao final do sulco.
I = 0,88. T0,68 (textura argilosa)
I = 1,70. T0,6714 (textura franco-argilosa)
I = 14,60. T0,285 (textura franca)
sendo:
I : lâmina infiltrada (mm);
T: tempo de oportunidade (min).
Considerando a estratégia de irrigação sem déficit, calculou-se o tempo de
oportunidade de infiltração para que a lâmina líquida fosse infiltrada no final do sulco, a
partir das equações de infiltração acumulada representativas de cada unidade textural,
substituindo o valor de LL e explicitando o valor de T.
Na Tabela 20 visualizam-se os tempos de reposição de água para a estratégia
de irrigação sem déficit, considerando as unidades texturais de solo para cada uma das
culturas durante o período de julho a dezembro.
Os menores tempos de irrigação das culturas estão associados às unidades
texturais com características físicas de maior capacidade de infiltração de água no solo.
Já ao se considerar cada unidade textural de solo, os maiores tempos de irrigação
ocorrem na cultura do coqueiro, tendo em vista os maiores valores de lâminas de
irrigação necessárias.
28

Na unidade com textura franca, a exceção da cultura do coqueiro e da cultura


do feijão irrigada em outubro, o produtor pode desligar o sifão após a água chegar ao
final do sulco, necessitando somente da fase de avanço.
Os elevados tempos de irrigação demonstram a necessidade de melhoria das
condições de infiltração de água no solo e de transmissão de água no perfil de solo,
sobretudo nas unidades de solo com texturas mais pesadas, limitadas em razão do uso
demasiado de preparo do solo com grade e de muitos anos sem aração do solo.
Tabela 19. Tempo de reposição para a condição de irrigação sem déficit.
Textura Cultura mês LL (mm) Ti (min.)
Pimenta Julho 25 54,8
Agosto 24,66 53,7
Setembro 24,66 53,7
Outubro 25,1 55,1
Novembro 20,97 42,2
Dezembro 26,17 58,7
Banana Julho 28,65 67,1
Agosto 30,14 72,4
Setembro 25,83 57,5
Outubro 26,3 59,1
Novembro 25,64 56,9
Dezembro 23,99 51,5
Coqueiro Julho 135,46 679,1
Agosto 137 690,6
Franco- Argilosa
Setembro 133,11 661,6
Outubro 135,49 679,3
Novembro 132,09 654,1
Dezembro 130,86 645,0
Feijão Agosto 35,62 92,8
Setembro 36,01 94,4
Outubro 36,26 95,4
Mamoeiro Julho 36,57 96,6
Agosto 32,05 79,4
Setembro 36,64 96,8
Outubro 37,29 99,4
Novembro 36,36 95,7
Dezembro 34,02 86,7
29

Continuação Tabela 19.


Textura Cultura mês LL (mm) Ti (min.)
Pimenta
Julho 12,5 0,57
Agosto 12,33 0,55
Setembro 16,44 1,51
Outubro 16,73 1,61
Novembro 13,98 0,86
Dezembro 13,08 0,68
Banana
Julho 17,19 1,77
Agosto 15,07 1,12
Setembro 17,22 1,78
Outubro 17,53 1,90
Novembro 17,09 1,74
Franca Dezembro 15,99 1,37
Coqueiro
Julho 78,15 360,1
Agosto 75,35 316,8
Setembro 78,3 362,5
Outubro 79,7 385,8
Novembro 77,7 352,8
Dezembro 72,7 279,4
Feijão
Agosto 21,92 4,2
Setembro 18 2,1
Outubro 19,52 28
30

Continuação Tabela 19.


Textura Cultura mês LL (mm) Ti (min.)
Argilosa Pimenta 163,2
Julho 28,13
Agosto 24,66 134,5

Setembro 24,66 134,5

Outubro 25,1 138,0

Novembro 27,97 161,8

Dezembro 26,17 146,7


Banana 167,7
Julho 28,65
Agosto 30,14 180,6

Setembro 25,83 143,9

Outubro 26,3 147,8

Novembro 25,64 142,4

Dezembro 31,98 197,1


Coqueiro 1836,4
Julho 145,88
Agosto 143,85 1799,0

Setembro 140,94 1745,7

Outubro 143,46 1791,8

Novembro 139,86 1726,1

Dezembro 145,4 1827,6


Feijão 257,5
Agosto 38,36
Setembro 36,01 234,7

Outubro 39,05 264,4


31

4.3. Relação entre a tarifa de água K2 e o valor bruto da produção


Nas Tabelas 20 e 21 visualizam-se os valores percentuais destinados ao
pagamento da tarifa mensal de água denominada K2 em relação ao valor bruto da
produção (VBP) mensal para cada uma das culturas e respectivas unidades texturais de
solo.
Cabe destacar que os valores de VBP apresentados neste estudo representam os
valores médios para o perímetro irrigado, considerando que os mesmos variam bastante
entre produtores, em conformidade com os tratos culturais utilizados.
O VBP mensal foi calculado pelo produto da produção mensal obtida na área
irrigada pelo preço de venda unitário, sendo o mesmo calculado para as culturas do
coqueiro, da bananeira e do mamoeiro, após estabilizada sua produção. Já para as
culturas anuais como o feijão e a pimenta, os valores de VBP e de K 2 foram obtidos
levando-se em conta o ciclo de irrigação.
Os maiores valores da relação K2/VBP estão associados à cultura da bananeira,
sendo esta uma das culturas predominantes no Perímetro Irrigado Curu-Pentecoste. É
tradicional o cultivo da bananeira em perímetros irrigados por superfície, cujos
produtores são de base familiar. No entanto, os níveis de produtividade são cada vez
menores, sobretudo pela dificuldade que os produtores têm no controle ao mal de
sigatoka.
A cultura do mamoeiro tem se mostrado técnica e economicamente viável
como alternativa à cultura da bananeira, conforme demonstra o valor da relação
K2/VBP, da ordem de 0,6%. Num cenário de cobrança da água pelo volume
efetivamente utilizado, a diferença nos valores da relação K2/VBP entre estas duas
culturas seria certamente muito maior, tendo em vista a menor necessidade de água da
cultura do mamoeiro em relação à cultura da bananeira.
A sistemática de cobrança da tarifa de água mensal K2 baseada na área em
detrimento do volume de água efetivamente utilizado incentiva o cultivo com irrigação
por superfície em solos menos adequados, conforme demonstram os valores da relação
K2/VBP observados na cultura do coqueiro. Esta mesma tendência é também observada
para as culturas do feijão e da pimenta.
32

Tabela 20. Percentual do VBP destinado ao pagamento da água (Mensal).


Cultura Textura Área PV unit. VBP mensal K ² mensal K ²/VBP
(ha) Produção R$/unid. (R$) (R$) (%)
Franca 0,80 4800 u. 0,20 960,00 12,00 1,3

Coqueiro F. Argilosa 0,40 2000 u. 0,20 400,00 6,00 1,5


Argilosa 2,50 7500 u. 0,20 1.500,00 37,50 2,5
Franca 1,50 13,5 mil. 30,00 405,00 22,50 5,6

Bananeira F. Argilosa 4,50 58,5 mil. 30,00 1.755,00 67,50 3,8


Argilosa 0,50 4,0 mil. 30,00 120,00 7,50 6,3

Mamoeiro F. Argilosa 0,40 3625 kg. 0,30 1.087,50 6,00 0,6

Tabela 21. Percentual do VBP destinado ao pagamento da água (Durante o ciclo).


Cultura Textura Área PV unit. K ²/VBP
(ha) Produção R$/unid. VBP ciclo (R$) K ² ciclo (R$) (%)
Franca 0,16 4200 kg 1,50 6.300,00 19,20 0,30

Pimenta F. Argilosa 0,16 4000 kg 1,50 6.000,00 19,20 0,32


Argilosa 0,24 6000 kg 1,50 9.000,00 28,80 0,32
Franca 0,30 500 kg 1,67 835,00 9,00 1,08

Feijão F. Argilosa 0,30 450 kg 1,67 751,50 9,00 1,20


Argilosa 0,30 400 kg 1,67 668,00 9,00 1,35

A cultura da pimenta além de apresentar os menores valores de relação


K2/VBP, tem uma importância social enorme em razão da geração de empregos diretos
durante a sua colheita. Apesar de ser uma cultura estabelecida há pouco tempo no
perímetro, vem se expandindo nos últimos anos.
Estas informações são de extrema relevância para o Distrito de Irrigação,
responsável pela Administração, Operação e Manutenção da infra-estrutura de uso
comum com recursos financeiros oriundos da arrecadação mensal proveniente da tarifa
de água K2. Culturas que apresentem menor relação K2/VBP proporcionam melhores
condições para o produtor efetuar o pagamento da água e, portanto, reduzir os índices de
inadimplência junto ao Distrito, contribuindo assim para a sustentabilidade hídrica do
perímetro.
33

3. Conclusões

As perdas de água por condução nos canais secundários não revestidos além de
comprometerem a sustentabilidade hídrica do sistema de abastecimento no perímetro
irrigado, reduz o coeficiente de utilização da terra e aumenta a jornada diária de trabalho
do produtor com a irrigação noturna.

A tecnologia do politubo janelado se mostrou tecnicamente viável, eliminando


as perdas de água por condução e reduzindo a mão-de-obra do produtor com a irrigação,
e, portanto, a necessidade de praticar irrigação noturna.

O baixo índice de desempenho dos sistemas de irrigação por sulcos traduzidos


nas baixas eficiências de aplicação dos sistemas é decorrente, sobretudo, dos elevados
tempos de aplicação de água, uma vez que o calendário de entrega de água do Distrito
de Irrigação não atende aos turnos de rega recomendados para a maioria das culturas e
unidades de solo.

As culturas da bananeira e da pimenta por apresentarem turnos de regas bem


inferiores ao intervalo de entrega de água pelo Distrito de Irrigação, apresentam custos
adicionais com a irrigação, por conta da necessidade da instalação de sistema de
bombeamento diretamente do rio para atender as suas demandas de água.

Há a necessidade de melhoria das condições de infiltração de água no solo


através da ruptura de camadas de impedimento como forma de reduzir o tempo de
reposição de água. A unidade textural franca não apresenta este tipo de limitação.

A cultura da bananeira apresentou o maior valor da relação K2/VBP


comparativamente, às demais culturas estabelecidas no perímetro irrigado.
A cultura do mamoeiro se mostrou como uma ótima alternativa de substituição ao
cultivo da bananeira.
34

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