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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
CURSO DE DOUTORADO EM SANEAMENTO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DO ATUAL POTENCIAL DE


REÚSO DE ÁGUA NO ESTADO DO CEARÁ E
PROPOSTAS PARA UM SISTEMA DE GESTÃO

CLÁUDIA ELIZÂNGELA TOLENTINO CAIXETA

FORTALEZA
2010
AVALIAÇÃO DO ATUAL POTENCIAL DE REÚSO DE
ÁGUA NO ESTADO DO CEARÁ E PROPOSTAS PARA
UM SISTEMA DE GESTÃO.

Esta Tese foi apresentada como parte integrantes dos


requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor
em Engenharia Civil, na área de Concentração em
Saneamento Ambiental, outorgado pela
Universidade Federal do Ceará, a qual encontrar-se-
á à disposição dos interessados na Biblioteca Central
da referida Universidade. A citação de qualquer
trecho desta tese é permitida desde que seja feita em
conformidade com as normas da ética científica.

__________________________________________
Cláudia Elizângela Tolentino Caixeta

___________________________________________
Prof. Francisco Suetônio Bastos Mota, Dr. (Orientador)
Universidade Federal do Ceará

___________________________________________
Profa. Marisete Dantas de Aquino, Dra.
Universidade Federal do Ceará

___________________________________________
Prof. Ronaldo Stefanutti, Dr.
Universidade Federal do Ceará

___________________________________________
Henrique Vieira Costa Lima, Dr.
Presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará

___________________________________________
Prof., Cícero Onofre de Andrade Neto Dr.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

2
DEDICATÓRIAS

A você Brena, meu tesouro maior e grande amor da minha vida.

Filha obrigada pelo seu amor e por ter estado comigo

desde o início desse projeto, ainda em meu ventre.

Aos meus pais Agrípio Tolentino Caixeta (In memorium) e

Maria Barto Pereira Caixeta que sempre me incentivaram,

lutaram e fizeram muitos sacrifícios para que eu pudesse estudar.

Ao meu marido Cláudio, pela compreensão,

carinho e apoio nos momentos difíceis.

3
AGRADECIMENTOS

A Deus pelo seu amor, zelo e cuidado comigo. Por nunca me abandonar e por todas as
bênçãos que ele vem derramado na minha vida.

Ao meu orientador Profº Suetônio Mota, que me socorreu num momento muito difícil e que
foi um grande amigo e incentivador desse trabalho. Sem ele este sonho não teria se tornado
realidade. Muito obrigada Professor!

As minhas irmãs Kátia e Carla pelo incentivo e companheirismo.

A Diretoria da Companhia de Água e Esgoto do Ceará – que me liberou para eu cursar o


Doutorado e também disponibilizou os dados essenciais ao desenvolvimento deste trabalho.

A minha gerente e amiga Maria Amélia Souza Menezes que sempre me incentivou e me
ajudou durante todo o desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos da Cagece Jacinto Leal, Engº Jorge Medeiros, Abraão Sampaio, Cláudia
Nascimento, Mara Rejane e Caroline Viana pela grande ajuda prestada em vários momentos
desse trabalho.

As irmãs da Igreja Batista Manancial e minha sogra Rita Anildes pelo carinho, incentivo e
orações.

4
“Entrega o teu caminho ao Senhor;
Confia Nele,
e Ele tudo fará.”
Salmo, 37:5.

5
RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de reúso de águas no Estado do Ceará
como forma de contribuir para o efetivo gerenciamento dos recursos hídricos e para a
conservação ambiental do Estado. O trabalho foi desenvolvido observando as seguintes
etapas: (1) levantamento bibliográfico; (2) caracterização do Estado do Ceará (área de
estudo); (3) definição das alternativas e critérios de reúso; (4) levantamento das ETEs com
respectivas vazões e as características do sistema de tratamento para seleção daquelas cujos
efluentes podem ser utilizados; (5) proposição do(s) tipo(s) de reúso para as ETEs
selecionadas; (6) estudo de viabilidade econômica financeira para o reúso industrial; (7)
proposição de condições e diretrizes para o fortalecimento do reúso no Estado; (8) apresentar
e discutir os resultados; (9) avaliar o trabalho desenvolvido. O trabalho tem como resultados:
(1) O reúso industrial mostrou-se viável para ser implantado no Distrito Industrial (DI) de
Maracanaú, sendo que o efluente do tipo Padrão 2 (efluente da lagoa de estabilização, tanque
de mistura para correção do pH, floculador, decantor tanque de recarbonatação e efluente
final) foi o que apresentou melhor viabilidade econômico financeira. (2) Pesquisa realizada
junto às empresas do DI de Maracanáu evidenciou grande receptividade por parte dos
usuários potenciais, desde que sejam garantidos qualidade, quantidade e preço competitivo
com a atual fonte de abastecimento.(3) Dos 12 sistemas avaliados, a ETE Tupamrim foi a que
apresentou condições mais adequadas para a prática do reúso urbano não potável – rega de
áreas verdes de Fortaleza. (4) Os sistemas de lagoas de estabilização em operação na RMF e
interior do Estado podem disponibilizar uma vazão de cerca de 1.872,0 L/s, e tais volumes
poderão beneficiar cerca de 3.279,66 hectares, considerando uma demanda para irrigação
igual a 18.000 m3/ha.ano; ou suprir, em média, uma área de cultivo de peixes de 1.497.600
m2 (149,7 ha). Com base nos resultados pode-se concluir: (1) A implementação de reúso de
água no Ceará é uma alternativa importante a ser considerada no Plano Estadual de Recursos
Hídricos, pois poderá: contribuir efetivamente na preservação dos recursos hídricos; aumentar
a oferta de água para os setores agrícola, piscícola e industrial no Estado, por meio da
disponibilização da água recuperada aos usos que possam prescindir de potabilidade; e
disponibilizar um volume maior de água de boa qualidade aos usos nobres, conforme
preconiza a Agenda 21. (2) Dentre as modalidades de reúso estudadas para o Estado, todas se
mostraram viáveis, sendo o reúso industrial o que vai necessitar de um maior investimento. Já
os reúso agrícola e em piscicultura são os mais fáceis de serem implementados, necessitando
apenas de uma determinação do Governo do Estado para que seja firmada uma parceria entre
Cagece e SDA e, dessa forma, viabilizar a implantação dos projetos. (3) O reúso de águas
residuárias no Estado do Ceará é uma alternativa viável, desde que haja uma regulamentação
para minimizar os riscos epidemiológicos que podem advir da prática sem a adoção de
barreiras múltiplas para garantir a proteção da saúde populacional. É incontestável a
necessidade do estabelecimento de diretrizes que permitam que a prática do reúso se torne
segura e difundida, contribuindo assim para a minimização do problema de escassez de água
no Estado.

Palavras-chave: águas residuárias; estações de tratamento de esgoto (ETEs); lagoas de


estabilização; reúso de águas; aproveitamento de esgotos.

6
ABSTRACT

The main objective of this work was evaluate the potential for water reuse in the state of
Ceara as a contribution to the effective management of water resources and the conservation
of the state. It consisted of the following stages: (1) literature, (2) A bibliographical survey;
(2) description of the Ceara State (area under study); (3) definition of alternatives and criteria
for reuse, (4) survey of treatment plants with respective flow rates and characteristics of
treatment system for selection of those whose effluent can be used, (5) proposition (s) type (s)
to reuse the selected treatment plants, (6) economic feasibility study for the financial reuse
industrial (7) conditions of proposition and guidelines for the strengthening of reuse in the
State, (8) present and discuss the results and (9) assessing the work undertaken. As results of
the study we can mention: (1) The industrial reuse was feasible to be deployed in DI
Maracanaú, and the effluent standard type 2 (effluent from the stabilization pond, mixing tank
for pH correction, flocculant, decantor, carbonation tank and final effluent) showed the best
economic and financial viability. (2) Research conducted with companies in the DI
Maracanaú showed great responsiveness on the part of potential users, since it is guaranteed
quality, quantity and price competitive with current power supply. (3) Of the 12 systems
evaluated the Tupamirim WTPT presented the best conditions for the practice of non-potable
urban reuse - irrigation of green areas in Fortaleza (4) The system of stabilization ponds in
operation in the RMF and the State can provide a flow of about 1872.0 L / s, and these
volumes will benefit approximately 3279.66 hectares, whereas the demand for irrigation equal
to18,000 m3/ha.ano, or supply, on average, a growing area of 1,497,600 m2 fish (149.7 ha).
The main conclusions of this work are: (1) The implementation of water reuse in Ceará is an
important alternative to be considered in the State Plan for Water Resources, as it may:
contribute effectively in the conservation of water resources, increase the supply of water for
agricultural, fish and industry in the state, through the provision of reclaimed water for uses
that can dispense the drinking, and provide a greater volume of water of good quality to end
uses, as recommended by Agenda 21.(2) Among the types of reuse study for the state, all
proved viable. As the industrial reuse which will require a larger investment. Since the re-use
agricultural and fish are the easiest to implement, requiring only a determination of the State
Government so that it signed a partnership betweean Cagece and SDA thus enable the
implementation of projects.(3) The reuse of wastewater in the state of Ceara is a viable
alternative, but necessary regulations to mitigate the pest risk that may arise from the practice
without the adoption of multiple barriers to ensure protection of population health. Is no
denying the need to establish guidelines that allow the practice of reuse to become secure,
ubiquitous, thus helping to minimize the problem of water scarcity in the state.

Keywords: wastewater; wastewater treatment plants; stabilization ponds; water reuse;


wastewater utilization.

7
SUMÁRIO

1. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 20


1.1 OBJETIVOS....................................................................................................................................... 23
1.1.1 Geral .............................................................................................................................................. 23
1.1.2 Específicos..................................................................................................................................... 23

1.2 ESTRUTURA DA TESE ................................................................................................................... 24


2. CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 25
2.1 CLASSIFICAÇÃO DO REÚSO ........................................................................................................ 25
2.2 UTILIZAÇÃO DAS ÁGUAS DE REÚSO ........................................................................................ 29
2.2.1 Reúso para fins urbanos ................................................................................................................. 30
2.2.2 Reúso no setor industrial ............................................................................................................... 38
2.2.3 Reúso no setor agrícola.................................................................................................................. 44
2.2.4 Reúso na aquicultura ..................................................................................................................... 59

2.3 IMPACTOS SANITÁRIOS E AMBIENTAIS DO REÚSO DE ÁGUA ........................................... 68


2.3.1 Impactos Ambientais ..................................................................................................................... 68
2.3.2 Impactos Sanitários........................................................................................................................ 70

2.4 ASPECTOS LEGAIS, NORMATIVOS E INSTITUCIONAIS DO REÚSO DE ÁGUA ................. 86


2.4.1 Nível mundial ................................................................................................................................ 86
2.4.2 Brasil ............................................................................................................................................. 97

2.5 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DO CEARÁ ......................................................................... 102


2.5.1 Características Físicas.................................................................................................................. 102
2.5.2 Características Socioeconômicas ................................................................................................. 113

3. CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA ............................................................................................................ 122


3.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................................ 122
3.2 TIPO DE ESTUDO E ETAPAS....................................................................................................... 122
3.3 SELEÇÃO DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO ................................................ 124
3.4 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REÚSO ................................................................................ 133
4. CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 136
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ ......................................................................... 136
4.2 DO LEVANTAMENTO DOS DADOS DE MONITORAMENTO DA ETE ................................. 137
4.2.1 pH ................................................................................................................................................ 144
4.2.2 STS .............................................................................................................................................. 146
4.2.3 Condutividade.............................................................................................................................. 147
4.2.4 DBO............................................................................................................................................. 149
4.2.5 DQO ............................................................................................................................................ 150
4.2.6 Amônia ........................................................................................................................................ 152
4.2.7 Fósforo......................................................................................................................................... 154
8
4.2.8 Coliformes Termotolerantes ........................................................................................................ 156

4.3 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REÚSO ................................................................................ 158


4.3.1 Reúso Industrial ........................................................................................................................... 158
4.3.1.1 Distrito Industrial de Maracanaú ................................................................................................ 158
4.3.1.2 Caracterização do sistema de esgotamento sanitário .................................................................. 160
4.3.1.3 Perfil do usuário de água do DI .................................................................................................. 163
4.3.1.4 Perfil do usuário de esgoto do DI ............................................................................................... 164
4.3.1.5 A questão do reúso de águas ...................................................................................................... 165
4.3.1.6 Qualidade do efluente requerida para as modalidades de reúso ................................................. 167
4.3.1.7 Tratamentos propostos ............................................................................................................... 169
4.3.1.7.1 Volume a ser tratado .......................................................................................................... 170
4.3.1.7.2 Tratamento para o Padrão 1 ............................................................................................... 171
4.3.1.7.3 Tratamento para o Padrão 2 ............................................................................................... 172
4.3.1.8 Sistema de distribuição ............................................................................................................... 173
4.3.1.9 Avaliação econômico-financeira ................................................................................................ 175
4.3.1.9.1 Introdução .......................................................................................................................... 175
4.3.1.9.2 Taxa de desconto e horizonte de planejamento ................................................................. 176
4.3.1.9.3 Conversão a preços de eficiência dos custos de investimentos e os custos anuais com
operação, administração e manutenção (OAM) ............................................................................... 176
4.3.1.9.4 Custos de investimentos e OAM ....................................................................................... 177
4.3.1.9.5 Valores presentes dos custos financeiros e econômicos de investimentos de OAM ......... 180
4.3.1.9.6 Disponibilidade a Pagar (DAP) ......................................................................................... 186
4.3.1.9.7 Tarifas Médias e Faturamento Médio Mensal ................................................................... 186
4.3.2 Reúso Urbano .............................................................................................................................. 188
4.3.2.1 Rega de áreas verdes - Fortaleza ................................................................................................ 190
4.3.2.2 Escolha das ETEs ....................................................................................................................... 191
4.3.2.3 ETE Tupamirim.......................................................................................................................... 193
4.3.2.4 Pós-tratamento proposto para a ETE Tupamirim ....................................................................... 196
4.3.3 Reúso Agrícola .................................................................................................................................. 201
4.3.3.1 Potencial de áreas a irrigar ......................................................................................................... 202
4.3.3.2 Escolha das estações com maior potencial ................................................................................. 205
4.3.3.4 Seleção de culturas ..................................................................................................................... 210
4.3.3.5 Proposta para a implantação do reúso agrícola no Estado do Ceará........................................... 214
4.3.4 Reúso na Piscicultura ......................................................................................................................... 216
4.3.4.1 Qualidade do efluente................................................................................................................. 216
4.3.4.2 Potencial de área para o cultivo de peixes .................................................................................. 217
4.3.4.3 Seleção da espécie ...................................................................................................................... 221
4.3.4.4 Formas de cultivo ....................................................................................................................... 223
4.3.4.5 Viabilidade de implantação do reúso na piscicultura no Estado do Ceará ................................. 224

9
4.4 DIRETRIZES E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESTADO DO CEARÁ.......................................... 226
4.4.1 Diretrizes e Padrões ........................................................................................................................... 226
4.4.2 Aspectos Econômicos e Financeiros.................................................................................................. 229
4.4.3 Informação e Participação Pública..................................................................................................... 230
4.4.5 Monitoramento e Avaliação............................................................................................................... 232
4.4.6 Considerações Gerais......................................................................................................................... 233

5. CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 234


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................................................................... 241
7. ANEXOS....................................................................................................................................................... 270

10
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Características das águas cinza e negras .............................................................. 30


Tabela 2.2 – Variação de preços de água de reúso e potável em diversos países .................... 35
Tabela 2.3 - Principais exemplos de utilização de esgotos sanitários na agricultura. .............. 49
Tabela 2.4 - Aumento da produtividade agrícola (t/ha/ano) possibilitada pela irrigação com
esgotos domésticos ................................................................................................................... 50
Tabela 2.5– Valores de condutividade elétrica (CE) e razão de adsorção de sódio (RAS) e
respectivos problemas potenciais de salinização e sodificação do solo em efluentes utilizados
em experimentos de irrigação (Prosab 4). ................................................................................ 57
Tabela 2.6 - Método de irrigação e cuidados necessários à utilização de esgotos sanitários. .. 58
Tabela 2.7 – Produção piscícola e demanda de água por espécie cultivada e sistema de
produção. .................................................................................................................................. 64
Tabela 2.8 – Exemplos de cultivo de peixes com esgoto sanitário. ......................................... 67
Tabela 2.9 – Agentes infecciosos presentes em águas residuárias domésticas sem tratamento.
.................................................................................................................................................. 73
Tabela 2.10 – Diretrizes da Organização Mundial de Saúde para reúso de água..................... 74
Tabela 2.11- Remoção de organismos patogênicos em sistemas de tratamento de esgotos. ... 78
Tabela 2.12 - Concentração de coliformes fecais em lagoas de estabilização em série, com
tempo de detenção de 25 dias. .................................................................................................. 79
Tabela 2.13 - Desempenho de um sistema de lagoas de estabilização em série no Nordeste do
Brasil (Temperatura média de 26O C). .................................................................................... 79
Tabela 2.14 – Exemplos da reutilização de esgotos oriundos de lagoas de estabilização. ....... 80
Tabela 2.15- Informações gerais sobre os experimentos de irrigação com esgotos tratados,
PROSAB, Edital 3, Tema 2. ..................................................................................................... 81
Tabela 2.16 - Grupos de Risco e medidas mitigadoras no reúso. ............................................. 85
Tabela 2.17 – Metas básicas de saúde para o uso de esgotos domésticos na agricultura. ........ 88
Tabela 2.18 – Diretrizes sugeridas pela EPA para o reúso de água. ........................................ 71
Tabela 2.19 – Redução de patógenos alcançada por várias medidas de proteção sanitária. .... 92
Tabela 2.20 – Diretrizes adotadas na Itália e Sicília para a água de reúso na agricultura. ....... 93
Tabela 2.21 – Diretrizes japonesas para a qualidade de água de reúso. ................................... 94
11
Tabela 2.22 – Diretrizes requeridas pela Arábia Saudita para irrigação irrestrita. ................... 94
Tabela 2.23 – Níveis de qualidade microbiológica para piscicultura utilizando esgotos. ........ 96
Tabela 2.24 – Diretrizes do PROSAB para o uso de esgotos sanitários. ............................... 100
Tabela 2.25 – Diretrizes do PROSAB para uso de esgotos sanitários em piscicultura. ......... 101
Tabela 2.26 – Diretrizes adotadas pela SABESP para o reúso de águas. ............................... 101
Tabela 2.27 – Fertilidade, propensão à erosão desertificação/salinização por tipo de solo. .. 106
Tabela 2.28 - Relação das Bacias Hidrográficas que compõem o Estado o Ceará. ............... 109
Tabela 2.29– Bacias Hidrográficas e cargas poluidoras (kg/DBO/dia).................................. 111
Tabela 2.30 – Dados dos perímetros irrigados do Estado do Ceará. ...................................... 112
Tabela 2.31 – Densidade demográfica e população urbana e rural por bacia hidrográfica. ... 113
Tabela 3.1 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 1. .................................................. 126
Tabela 3.2 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 2 ................................................... 127
Tabela 3.3 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo3. ................................................... 129
Tabela 3.4 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 4. .................................................. 130
Tabela 3.5 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 5. .................................................. 132
Tabela 4.1– Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 4 no período de 2000 a 2008............... 141
Tabela 4.2– Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 5 no período de 2000 a 2008............... 143
Tabela 4.3 - Dimensões das lagoas da ETE SIDI. .................................................................. 162
Tabela 4.4 - Características do efluente da ETE SIDI1 e padrões de efluente para o reúso em
diversas utilizações industriais2. ............................................................................................. 169
Tabela 4.5 – Fatores de Conversão utilizados no Programa de Modernização do Setor de
Saneamento – PMSSII. ........................................................................................................... 176
Tabela 4.6 – Custos de implantação do sistema com Padrão 1. ............................................. 178
Tabela 4.7 – Custos de implantação do sistema com Padrão 2. ............................................. 179
Tabela 4.8 – Definição do Peso dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico
para o Padrão 1. ...................................................................................................................... 180
Tabela 4.9 - Definição do Peso dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico
para o Padrão 2. ...................................................................................................................... 181
Tabela 4.10 – Determinação dos custos econômicos para o Padrão 1. .................................. 182
Tabela 4.11 – Determinação dos custos econômicos para o Padrão 2. .................................. 183

12
Tabela 4.12 - Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 1. ........ 184
Tabela 4.13 – Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 2. ....... 185
Tabela 4.14 – Resumo das tarifas e faturamento médio mensal. ........................................... 187
Tabela 4.15 – Programação quinzenal de irrigação da COPSERV – agosto de 2009. ........... 192
Tabela 4.16 – Dados das ETEs com possibilidade de utilização do efluente para a rega de
áreas verdes de Fortaleza. ....................................................................................................... 193
Tabela 4.17 – Relação do material hidromecânico da Estação Elevatória de Água de Reúso
para vazão de 8 L/s. ................................................................................................................ 199
Tabela 4.18 – Relação do material hidromecânico de peças do filtro ascendente. ................ 199
Tabela 4.19 – Relação do material hidromecânico do reservatório apoiado. ......................... 200
Tabela 4.20 – Resumo geral do orçamento do pós-tratamento da ETE Tupamirim. ............. 201
Tabela 4.21– Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 4. 204
Tabela 4.22 – Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
................................................................................................................................................ 205
Tabela 4.23 – Taxa de ocupação urbana e rural dos municípios do interior do Estado que
possuem sistemas do tipo lagoa de estabilização que já entraram em regime. ...................... 207
Tabela 4.24 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 4.
................................................................................................................................................ 219
Tabela 4.25 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
................................................................................................................................................ 220
Tabela 4.26 – Indicadores de piscicultura no Estado do Ceará. ............................................. 224

13
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Diagrama ilustrando a classificação dos solos salinos, sódicos e salino-sódicos,
em relação ao pH, condutividade elétrica, razão de adsorção de sódio (RAS) e percentual de
sódio trocável (PST). ................................................................................................................ 54
Figura 2.2 – Modelo generalizado do efeito de diferentes medidas de controle para reduzir os
riscos sanitários do aproveitamento de águas residuárias. ....................................................... 83
Figura 2.3 - Exemplos de opções para redução de vírus, bactérias e protozoários patogênicos
por diferentes combinações de medidas de proteção da saúde para alcançar o nível básico de
saúde de < 10-6 DALY por pessoa por ano. ............................................................................ 91
Figura 2.4 - Tipos de solos do Estado do Ceará. .................................................................... 105
Figura 2.5 - Unidades fitoecológicas do Estado do Ceará...................................................... 107
Figura 2.6 - Regiões Hidrográficas do Estado do Ceará. ....................................................... 108
Figura 2.7 – Taxa de mortalidade infantil no ano de 2006. .................................................... 115
Figura 2.8 - Unidades de Negócios da Cagece. ...................................................................... 117
Figura 2.9 – Taxa de cobertura urbana de abastecimento de água. ........................................ 118
Figura 2.10 – Taxa de cobertura urbana de esgotamento sanitário. ....................................... 119
Figura 2.11 - Tipos e quantidades de sistemas operados pela Cagece. .................................. 121
Figura 2.12 – Relação de sistemas operados pela Cagece por Unidades de Negócio. ........... 121
Figura 3.1 – Posição Geográfica, limites e dimensões do Estado do Ceará. .......................... 123
Figura 4.1- Valores médios de pH para os sistemas da RMF e interior do Estado do Ceará. 145
Figura 4.2 – Valores médios de STS para os sistemas da RMF e interior do Estado. ........... 147
Figura 4.3 – Valores médios de CE para os sistemas da RMF e interior do Estado. ............. 148
Figura 4.4 – Valores médios de DBO para os sistemas da RMF e interior do Estado. .......... 150
Figura 4.5 – Valores médios de DQO para os sistemas da RMF e interior do Estado........... 151
Figura 4.6 – Valores médios de amônia para os sistemas da RMF e interior do Estado........ 154
Figura 4.7 – Valores médios de fósforo total para os sistemas da RMF e interior do Estado.
................................................................................................................................................ 156
Figura 4.8 – Valores médios de Coliformes Termotolerantes para os sistemas da RMF e
interior do Estado. .................................................................................................................. 157
Figura 4.9 - Situação Atual das Indústrias em Maracanaú. 2009. .......................................... 159
14
Figura 4.10 - Lay out da ETE SIDIout da ETE SIDI. ............................................................ 161
Figura 4.11 - Vista aérea da ETE SIDI................................................................................... 161
Figura 4.12 - Grau de satisfação dos clientes com a Cagece.- ............................................... 163
Figura 4.13 - Grau de satisfação dos clientes com a Cogerh.................................................. 164
Figura 4.14 - Perfil do usuário de esgoto do DI de Maracanaú. ............................................. 165
Figura 4.15 - Resultado da pesquisa referente ao nível de interesse das empresas do DI de
Maracanaú em adotar e/ou ampliar a prática do reúso. .......................................................... 165
Figura 4.16 - Interesse das empresas do DI por diferentes modalidades de reúso. ................ 166
Figura 4.17 - Fluxograma do processo de tratamento para o Padrão 1. ................................. 172
Figura 4.18 - Fluxograma do processo de tratamento para o Padrão 2. ................................. 173
Figura 4.19 - Lay out do sistema de distribuição proposto - .................................................. 174
Figura 4.20 – Localização e distância da ETE Tupamirim e Lagoa do Opaia. ...................... 194
Figura 4.21 - Lay out da ETE Tupamirim. ............................................................................. 195
Figura 4.22 - Vista das lagoas de estabilização da ETE Tupamirim. ..................................... 195
Figura 4.23 - Excesso de algas no efluente da ETE Tupamirim. ........................................... 196
Figura 4.24 - Lay out do pós-tratamento do efluente da ETE Tupamirim. ............................ 198
Figura 4.25 - Vista da ETE de Acopiara. ............................................................................... 208
Figura 4.26 - Vista da ETE de Beberibe................................................................................. 208
Figura 4.27 – Vista da ETE de Catarina. ................................................................................ 208
Figura 4.28 – Vista da ETE de Crateús. ................................................................................. 208
Figura 4.29 – Vista da ETE de Guaiúba. ................................................................................ 208
Figura 4.30 – Vista da ETE de Pacatuba. ............................................................................... 208
Figura 4.31 - Vista da ETE de Paracuru. ................................................................................ 209
Figura 4.32 – Vista da ETE de Paraipaba............................................................................... 209
Figura 4.33 - Vista da ETE do Pecém. ................................................................................... 209
Figura 4.34– Vista da ETE de Russas. ................................................................................... 209
Figura 4.35– Vista da ETE de S.Gonaçalo. ............................................................................ 209
Figura 4.36– Vista da ETE de Trairi. ..................................................................................... 209
Figura 4.37 - Vista da ETE de Campos Sales. ....................................................................... 210
Figura 4.38 - Vista da ETE de Aquiraz. ................................................................................. 210
Figura 4.39 - Vista da ETE de Itapipoca. ............................................................................... 210
Figura 4.40 - Vista da ETE de Juazeiro do Norte................................................................... 210

15
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária E Ambiental

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEDI Associação das Empresas do Distrito Industrial de Maracanaú

ANA Agência Nacional de Águas

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AQRM Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico.

CAGECE Companhia de Água e Esgoto do Ceará

CE Condutividade Elétrica

CEPIS Centro Pan-americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos

COGERH Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

Cooperativa Dos Proprietários de Caminhões Prestadores de Serviços Do Estado do Ceará


COPSERV
Ltda

CTA Capacidade de Troca de Ânions

CTC Capacidade de Troca de Cátions

DAP Disposição a Pagar

DAB Doença Ambiental das Brânquias

DALY Deability Adjusted Fife Years

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DD Decanto Digestor

DI Distrito Industrial

DEHA Departamento de Hidráulica e Ambiental

DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

DQO Demanda Química de Oxigênio

16
DQOF Demanda Química de Oxigênio Filtrada

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DBOF Demanda Bioquímica de Oxigênio Filtrada

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMLURB Empresa Municipal de Limpeza E Urbanização

EPA Environmental Protection Agency

EPC Estação de Pré - Condicionamento

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

ETO Estação de Tratamento de Odores

EMLURB Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

FA Filtro Anaeróbio

FAO Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

FINEP Financiadora de Estudos E Projetos

GECOQ Gerência de Controle de Qualidade da Cagece

IPECE Instituto de Pesquisa do Estado do Ceará

IPLANCE Instituto de Pesquisa e Informação do Estado do Cear

LF Lagoa Facultativa

LM Lagoa de Maturação

LO Licença de Operação

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

MMA Ministério do Meio Ambiente

MS Ministério da Saúde

OAM Operação, Administração e Manutenção

OD Oxigênio Dissolvido

OMS Organização Mundial de Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

17
NEERI Instituto Nacional de Pesquisas de Engenharia Ambiental da Índia

PAC Plano de Aceleração do Crescimento

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PNCDA Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água

PST Percentual de Sódio Trocável

PURA Programa de Uso Racional da Água da Universidade de São Paulo

PRÓ-ÁGUA Programa de Conservação de Água na Universidade de Campinas

PROGERIRH Projeto de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Estado Do Ceará

PROSAB Programa de Pesquisa em Saneamento Básico

RMF Região Metropolitana de Fortaleza

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SEAGRI Secretaria de Agricultura do Estado do Ceará

SDA Secretária de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará

SEMACE Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará

SES Sistema de Esgotamento Sanitário

SIDI Sistema Integrado do Distrito Industrial de Maracanaú

SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo

SRH Secretária de Recursos Hídricos

SDA Secretária de Desenvolvimento Agrário

SDT Sólidos Dissolvidos Totais

SST Sólidos em Suspensão Totais

RA Reator Aerado

RAS Razão de Adsorção de Sódio

TIR Taxa Interna de Retorno

UASB Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

UCS Universidade de Caxias do Sul

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFC Universidade Federal do Ceará

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

18
UFCG Universidade Federal de Campina Grande

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UFV Universidade Federal de Viçosa

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USEPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

USP Universidade de São Paulo

WHO Organização Mundial da Saúde

19
1.CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

A água é um recurso natural finito e essencial à vida, seja como componente


bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies, como elemento
representativo de valores sociais e culturais, além de importante fator de produção no
desenvolvimento de diversas atividades econômicas.
Atualmente, constitui-se no fator limitante para o desenvolvimento agrícola, urbano e
industrial, tendo em vista que a disponibilidade per capita de água doce vem sendo reduzida
rapidamente, face ao aumento gradativo da demanda para seus múltiplos usos e a contínua
poluição dos mananciais ainda disponíveis.
A escassez de água é produto da ação antropogênica, e não pode mais ser considerada
como atributo exclusivo de regiões áridas e semi-áridas. Muitas áreas com recursos hídricos
abundantes, mas insuficientes para atender a demandas excessivamente elevadas, também
experimentam conflitos de usos e sofrem restrições de consumo que afetam o
desenvolvimento econômico e a qualidade de vida da população (HESPANHOL, 2003).

O panorama se torna ainda mais dramático quando se constata, simultaneamente, a


deterioração dos mananciais de abastecimento, como resultado, dentre outros fatores, do
baixo nível de cobertura dos serviços de tratamento de águas residuárias, da fragilidade de
implementação de políticas de proteção de mananciais e da não observação das boas práticas
agropecuárias (DOS SANTOS et al., 2006).

Entretanto, falar em escassez em um planeta que tem 70% de sua superfície coberta
por água pode parecer para muitos um contra-senso. No entanto não é, pois a maior parte
desse volume, cerca de 97,5% encontra-se nos mares e oceanos, é água salgada, imprópria
para o consumo humano e para a produção de alimentos. Os 2,5% restantes de água doce
também não estão inteiramente disponíveis para o uso. Desse valor, cerca de 68,9% encontra-
se nas calotas polares e geleiras, 0,9% são relativas à umidade dos solos e pântanos, 29,9%
constituem as águas subterrâneas e somente 0,3% estão disponíveis nos rios e lagos. Parece
20
pouco, mas esta pequena parcela seria mais que suficiente para atender à necessidade da
população terrestre se a sua distribuição fosse homogênea (DANTAS, 2002).

Só no Brasil estão 14% das águas doces do planeta e 53% do continente sul
americano. (BRASIL, 2007). Todavia a sua distribuição natural é irregular nas diferentes
regiões do País. A região semi-árida do nordeste brasileiro, com cerca de um milhão de
quilômetros quadrados, possui recursos hídricos superficiais escassos e mal distribuídos, que
juntamente com as irregularidades pluviométricas, resultam em períodos de seca para a
população.

Por esta razão, a escassez de água, associada aos altos custos inerentes ao
desenvolvimento de novas fontes de abastecimento e a necessidade de proteger os mananciais
da poluição, é o fator responsável pela crescente necessidade de conservação e preservação
dos recursos hídricos existentes. Uma alternativa viável para se atingir esse objetivo é o
tratamento das águas residuárias para posterior utilização. Após o tratamento, estas podem ser
empregadas em várias atividades, como agricultura, indústria e aquicultura, desde que
satisfaçam aos padrões estabelecidos pela legislação pertinente e que sejam reutilizadas sem
riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Segundo o relatório publicado pela ONU, em 2008 quarenta por cento da população
mundial já enfrenta escassez de água e 2,2 milhões de pessoas morrem a cada ano por
beberem água contaminada, e este panorama só tende a se agravar. Uma das consequências
diretas do crescente processo de escassez de água é também o aumento do preço dos
alimentos. À medida que o preço da água tende a ficar cada vez mais alto, o preço dos
alimentos também. A prática do reúso na agricultura tende a diminuir o preço desse bem
finito, e como consequência também reduzir os custos de produção dos alimentos. Dessa
forma, na medida em que a cobrança pelo uso da água, instrumento de gestão já considerada
na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97), torna-se mais abrangente, o
mercado de água de reúso também tenderá a crescer (BERNARDI, 2003).

Ressalta-se também que com a implantação da política do reúso em vários países do


mundo, importantes volumes de água potável são poupados para usos mais nobres e também
proporciona a preservação dos recursos hídricos pelo não lançamento indiscriminado de
esgotos.

21
O Conselho Econômico e Social da ONU tem como uma de suas diretrizes que
nenhuma água de boa qualidade deverá ser utilizada em atividades que tolerem águas de
qualidade inferior; a não ser que haja grande disponibilidade.

Em novembro de 2005 o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)


estabeleceu modalidades, diretrizes e critérios gerais que regulamentem e estimulem a prática
de reúso direto não potável de água em todo o território nacional, por meio da Resolução Nº
54/2005. A partir dessa institucionalização, o CNRH irá promover debates com representantes
da sociedade de modo a definir diretrizes, padrões e critérios para a prática do reúso na
agricultura, aquicultura e indústria. Tal medida visa incentivar e disseminar a prática do reúso
em todo o território nacional, bem como propiciar a preservação dos recursos hídricos e a
melhoria da qualidade de vida da população.

No Ceará, têm-se realizados inúmeros investimentos no sentido de aumentar a


cobertura dos serviços de água potável e rede de coleta e tratamento de esgotos. A Companhia
de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), por intermédio do Programa SANEAR II e de
investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), irá aumentar o índice de
cobertura de esgoto de 35,74 % (2007) para 43,15% (2012). Fortaleza, capital do Estado, vai
aumentar o seu índice de cobertura de coleta e tratamento de esgoto, que atualmente é de
50%, para 80%. Todavia, o volume de esgoto lançado nos rios, e, por consequência, nos
açudes cearenses, ainda é bastante significativo. Estas descargas contaminam as águas, os
peixes e toda a vida ao seu redor, afetando a saúde da população e ocasionando um grave
impacto ambiental ao prejudicar a biota local; e econômico, ao afetar a produção de água
potável, a comercialização de produtos aquáticos e o turismo.

Outro agravante para o Estado é o fato das condições climáticas, que se caracterizam
por um regime de chuvas irregular no tempo e no espaço, tendo como o resultado rios
intermitentes; clima quente com alto poder de evaporação; regime de chuvas do tipo torrencial
de grande intensidade, provocando enchentes; e um contexto geológico onde predominam
rochas cristalinas, formando um estrato impermeável que facilita o escoamento superficial e
dificulta a formação de reservas de água subterrânea, caracterizando estado de estresse
hídrico. Diante do panorama exposto, constata-se que a introdução da prática do reúso no
Estado em escala plena poderá ser utilizada como uma ferramenta no gerenciamento dos
recursos hídricos e também poderá se tornar uma alternativa viável e atraente para minimizar
a escassez de água no Ceará.
22
1.1 Objetivos

1.1.1 Geral

Avaliar o atual potencial de reúso de águas no Estado do Ceará e propor diretrizes para
o aproveitamento de efluentes de estações de tratamento de esgoto.

1.1.2 Específicos

1. Levantar informações existentes sobre as características físico-químicas e


bacteriológicas e das vazões efluentes das estações de tratamento de esgoto (ETE) do
Estado do Ceará, verificando se atendem os padrões recomendados para os diferentes
tipos de reúso.

2. Selecionar as estações de tratamento de esgoto, classificando-as em grupos, em função


das vazões e da qualidade dos efluentes, visando seu reaproveitamento.

3. Avaliar o potencial de utilização dos efluentes das ETEs nas atividades de irrigação,
uso industrial, uso urbano e piscicultura.

4. Selecionar as estações de tratamento com efluentes com qualidade e vazão suficientes


para atender os diversos usos.

5. Propor sistemas de tratamento complementares para as ETEs selecionadas, de forma a


atender os requisitos de qualidade para os diferentes usos do esgoto tratado.

6. Efetuar estudo de viabilidade econômico-financeira para as diversas formas de reúso


propostas.

7. Propor diretrizes e políticas públicas para a prática de reúso de águas no Estado do


Ceará.

23
1.2 Estrutura da Tese

Organizou-se o desenvolvimento do trabalho nos seguintes capítulos:

O capítulo 1 trata da introdução, dos objetivos e da estrutura da tese. O capítulo 2,


“Revisão Bibliográfica”, aborda questões relacionadas à escassez de água de qualidade,
classificação e tipos de reúso de águas, e os aspectos de saúde pública, legais, institucionais e
normativos que envolvem essa prática.

O Capítulo 3 traz a metodologia utilizada, bem como informa sobre o estado do Ceará,
a área de estudo. No capítulo 4 são apresentados resultados e discussões. O capítulo 5 trata
das conclusões da tese e recomendações para estudos posteriores.

No capítulo 6 encontram-se as referências bibliográficas utilizadas nesta pesquisa.

24
2.CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na atualidade, mais de um terço do planeta se encontra em situação de escassez


quantitativa e qualitativa de recursos hídricos, surgindo, então, a necessidade de
implementação de sistemas que visem reaproveitar as águas residuárias, dado que os
aglomerados urbanos geram grandes volumes de esgotos que são lançados, na sua maior
parte, em corpos aquáticos, sem o devido tratamento.

A reutilização de água de qualidade inferior em atividades menos exigente é


imperativa nos dias de hoje, em primeiro lugar, como forma de preservar a água de melhor
qualidade para o consumo humano e outros usos similares, proporcionando aumento da oferta
e otimizando o uso dos recursos hídricos; e depois como barreira contra a contaminação dos
corpos receptores e como forma de mitigar a poluição hídrica.

O reúso de água deve ser considerado como parte de uma atividade mais abrangente
que é o uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e
desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água.

2.1 Classificação do Reúso

O reúso de água não é um conceito novo na história do nosso planeta. A natureza, por
meio do ciclo hidrológico, vem reciclando e reutilizando a água há milhões de anos, e com
muita eficiência.

Cidades, lavouras e indústrias já se utilizam, a muitos anos, de uma forma indireta, ou


pelo menos não planejada de reúso, que resulta da utilização de águas, por usuários de jusante
que captam águas que já foram utilizadas e devolvidas aos rios pelos usuários de montante.
Milhões de pessoas no mundo todo são abastecidas por esta forma indireta de água de reúso.
25
Durante muitos anos este sistema funcionou de forma amplamente satisfatória, o que,
contudo, não acontece mais em muitas regiões, face ao agravamento das condições de
poluição, basicamente pela falta de tratamento adequado de efluentes urbanos, quando não
pela sua total inexistência.

De uma maneira geral, o reúso de água pode acontecer de uma forma direta ou indireta
podendo esta ser planejada ou não. Em 1973, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
publicou a seguinte classificação (MANCUSO e SANTOS, 2002):

• Reúso Indireto: ocorre quando a água já usada, uma ou mais vezes para uso
doméstico ou industrial, é descarregada nas águas superficiais ou subterrâneas e
utilizada novamente à jusante, de forma diluída;

• Reúso Direto: é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para certas


finalidades como irrigação, uso industrial, recarga de aquifero e água potável;

• Reciclagem Interna: é o uso da água internamente a instalações industriais, tendo


como objetivo a economia de água e o controle da poluição.

Lavrador Filho (1987) sugeriu outra terminologia bem mais abrangente que aquela
dada pela OMS:

• Reúso de Água: é o aproveitamento das águas previamente utilizadas, uma ou mais


vezes, em alguma atividade humana, para suprir as necessidades de outros usos
benéficos, inclusive o original. Pode ser direto ou indireto, bem como decorrer de
ações planejadas ou não planejadas;

• Reúso Indireto não planejado de água: ocorre quando a água, já utilizada uma ou mais
vezes em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente
utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada.
Nesse caso, o reúso de água é um subproduto não intencional da descarga de
montante. Após sua descarga no meio ambiente, o efluente será diluído e sujeito a
processos como autodepuração, sedimentação, entre outros, além de eventuais
misturas com outros despejos advindos de diferentes atividades humanas;

26
• Reúso planejado de água: ocorre quando o reúso é resultado de uma ação humana
consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a ser usado de forma direta ou
indireta. O reúso planejado das águas pressupõe a existência de um sistema de
tratamento que atenda aos padrões de qualidade requeridos pelo novo uso que se
deseja fazer da água.

• Reúso Indireto planejado de água: ocorre quando os efluentes, depois de


convenientemente tratados, são descarregados de forma planejada nos corpos de água
superficiais ou subterrâneos para serem utilizados a jusante em sua forma diluída e de
maneira controlada, no intuito de algum uso benéfico.

• Reúso direto planejado de água: ocorre quando os efluentes, após devidamente


tratados, são encaminhados diretamente do seu ponto de descarga até o local do reúso.
Assim sofrem em seu percurso os tratamentos adicionais e armazenamentos
necessários, mas não são, em momento algum, descarregados no meio ambiente.

• Reciclagem de água: é o reúso interno da água, antes de sua descarga em um sistema


geral de tratamento ou outro local de disposição, para servir como fonte suplementar
de abastecimento do uso original. É um caso partícula do reúso direto.

Segundo Brega Filho e Mancuso (2002), o reúso de água subentende uma tecnologia
desenvolvida em maior ou menor grau, dependendo dos fins a que se destina a água e de
como ela tenha sido usada anteriormente.

A Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005, do Conselho Nacional de Recursos


Hídricos, que estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a política de reúso
direto não potável de água, apresenta as seguintes definições:

• Água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações,


indústrias, agroindústrias e agropecuária, tratados ou não;

ƒ Reúso de água: utilização de água residuária;

ƒ Água de reúso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões


exigidos para sua utilização nas modalidades pretendidas.

27
Portanto, o reúso de águas pode ser definido como a utilização das águas residuárias,
para o mesmo ou outro fim, tendo este sofrido processo de tratamento ou não.

Segundo Mota et al. (2007), o uso de esgotos tratados é uma prática indicada não
somente para regiões áridas e semi-áridas, como também para outros locais onde há carência
de água, apresentando as seguintes vantagens:

• Aumento da oferta de água;

• Suprimento de água durante todo o ano, uma vez que constantemente são
produzidos esgotos;

• Possibilidade de se utilizar a água disponível para fins que demandem uma água
de melhor qualidade, como o abastecimento humano, por exemplo;

• Evita-se o lançamento de efluentes em cursos de água com vazões pequenas ou


nulas, reduzindo-se os riscos de poluição;

• Aproveitamento dos nutrientes existentes no esgoto, diminuindo, ou mesmo


eliminando, o uso de fertilizantes artificiais;

• Adição da matéria orgânica contida no esgoto, ao solo, contribuindo para sua


conservação e prevenção da erosão;

• Contribui para o aumento da produção de alimentos, quando usado em irrigação


ou piscicultura, resultando em benefícios econômicos e sociais;

• Aumento das áreas verdes, de parques e de campos de esporte.

Dentre as desvantagens do reúso de águas, Mota et al. (2007) citam:

• A rejeição da população a essa prática, por desconhecimento de que é possível


utilizá-la com segurança, ou devido a resistências de natureza cultural;

• Riscos de contaminação ambiental;

• Riscos de transmissão de doenças aos trabalhadores, manipuladores e


consumidores de produtos gerados a partir de águas de reúso;

28
• Possibilidade de alterações nas características do solo, como por exemplo,
salinização, como consequência do reúso em irrigação;

• Possíveis danos às culturas, devido à presença de alguns compostos nas águas de


reúso usadas em irrigação.

2.2 Utilização das Águas de Reúso

A diminuição da oferta de recursos hídricos em todas as regiões do mundo e a


demanda crescente por água favorece a discussão sobre a necessidade urgente de se
compatibilizar a qualidade da água com o uso a que ela se destina e tem feito do reúso
planejado de água um tema atual e de grande importância. Além disso, há o problema da
inexistência de recursos hídricos com capacidade para diluição da carga poluidora, levando à
não disponibilidade de água de boa qualidade para os diversos usos.

O reúso planejado da água faz parte de um programa global encabeçado pela


Organização das Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde com três importantes
elementos: proteção da saúde pública, manutenção da integridade dos ecossistemas e uso
sustentado da água.

No reúso planejado as águas residuárias tratadas podem ser utilizadas para inúmeros
fins: geração de energia; refrigeração de equipamentos; em diversos processos industriais; em
prefeituras e entidades que usam a água para lavagem de ruas e pátios; no setor hoteleiro;
irrigação/rega de áreas verdes; desobstrução de rede de esgotos e águas pluviais; lavagem de
veículos; combate a incêndios, descarga de sanitários; irrigação de culturas, de áreas de
parques e de campos esportivos; dessedentação de animais; uso recreacional; aquicultura;
recarga de aquifero subterrâneos; manutenção de vazões mínimas em cursos de água. Dentre
esses, destacam-se o reúso para fins urbanos, na área industrial, no setor agrícola e na
aquicultura.

29
2.2.1 Reúso para fins urbanos

Segundo a Resolução N° 54/2005, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, o


reúso para fins urbanos abrange as seguintes modalidades: utilização de água de reúso para
fins de irrigação paisagística, lavagem de logradouros públicos e veículos, desobstrução de
tubulações, construção civil, edificações, combate a incêndios, dentro da área urbana.

O tipo de processos de tratamento a que o esgoto será submetido para se praticar este
tipo de reúso vai depender do padrão de qualidade do efluente bruto e das aplicações da água
de reúso. Contudo, é preciso que os padrões de qualidade sanitária das águas residuárias
destinadas ao reúso para fins urbanos sejam atendidos, a fim de se evitar possíveis problemas
ambientais e de risco para a saúde da população.

O esgoto doméstico apresenta duas correntes com características distintas do ponto de


vista do teor de nutrientes, carga orgânica e volume de água. As águas provenientes do uso
em lavatórios, chuveiros e lavagem de roupa, as águas cinza (AC) representam a maior
parcela do volume total consumido e apresentam baixa concentração de nutrientes e matéria
orgânica de fácil degradabilidade, enquanto que o esgoto gerado no vaso sanitário, a água
negra (NA), é responsável por um volume menor e pela maior parte dos nutrientes, conforme
mostrado na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 - Características das águas cinza e negras

Água
Água Cinza
Negra
Componente Unidade Total
Vaso Banho e
Cozinha
Sanitário Lavanderia
Água m3/ano 19 18 18 55

DBO Kg/ano 9,1 11 1,8 21,9

DQO Kg/ano 27,5 16 3,7 47,2

Nitrogênio Kg/ano 4,4 0,3 0,4 5,1

Fósforo Kg/ano 0,7 0,07 0,1 0,87

Potássio Kg/ano 1,3 0,15 0,15 1,7

Fonte: Adaptado de Generino (2006).


30
Segundo Cohim e Kiperstok (2007), dentre os usos domésticos não potáveis, o mais
exigente em qualidade microbiológica é o de descarga em vasos sanitários, devido a elevada
frequencia anual de uso, e que o rotavirus é o organismo de referência para a Avaliação
Quantitativa de Risco Microbiológico (AQRM). Ele também ressalta que para atender os usos
domésticos não potáveis o grau de tratamento deve proporcionar uma remoção de vírus de
cerca de 99,5%, para atender o nível de risco sugerido pela OMS, determinado,
principalmente, pelo uso em descarga. Nas Tabelas 2.2 e 2.3 encontram-se os requisitos
qualitativos necessários à utilização de efluentes em diversos setores da cidade e várias
caracterizações de águas cinza e parâmetros microbiológicos, respectivamente.

Tabela 2.2 - Requisitos qualitativos necessários à utilização de efluentes em diversos setores


da cidade
Cloro
Cter
DBO Turbidez SST Res Tratamento
Setor Padrão (NMP/ pH
(uT) (mg/L) Mínimo Recomendado
(mg/L)
100mL)
(mg/L)

Secundário +
(+) Zero ≤ 10 2 <35 2a6
Limpeza pública 6a9 filtração +
Rigoroso (1) (1) (3) (1) (3) (2) (2)
desinfecção (1)

≤ 200

Compatação solo; (+) (1) ≤ 25 ≤ 20 <30 Secundário +


6a9 1
Controle de poiera. Rigoroso (2) (2) (2) (1) desinfecção (1)

(3)

Secundário +
Hort. (+) Zero ≤ 10 2 1
6a9 - filtração +
(agric) Rigoroso (1) (1) (3) (1) (3) (1)
desinfecção (1)

Irrigação ≤ 200
Urbana Horto/
(+) (1) ≤ 25 ≤ 20 <30 2a6 Secundário +
compost 6a9
Rigoroso (2) (2) (2) (3) (2) desinfecção (1)
agem
(3)

Fonte: Adaptado de Göhringer (2006) citando (1) EPA (2004); (2) SABESP citado por Semura et al., (2005); (3)
Canadá citado por Schaefer et al., (2004).

31
Tabela 2.3 - Caracterização de águas cinzas segregadas – Parâmetros microbiológicos

Parâmetros (NMP/100mL)
Referência Fonte de água
Local Coliforme
cinza Cter E.coli
total
MQ 5 4
Siegrist et al. (Lava) 85 - 8,9x10 9 - 1,6x10 -
EUA
(1976)* 190 - 3
MQ (enxágue) 5 35 - 7,1x10 -
1,5x10
5 3
CH / BH 10 6x10 -
Rose et al. (1991) MQ (Lava) EUA 199 126 -
MQ (enxágue) 56 25 -
7
MQ - - 2,82 x 10
Hargelius et al. 5
1,6x10 - 9,66
CZ Suécia - - 7
(1995)* x 10
8
BH / CZ - - 2,36 x 10

Borges 5,1 - 7
BH Curitiba 8 2,0- 1,6x10 -
1,6x10
3
Pesquisa UFSC Santa 2,4x10 - 5
MS 5 - 0 - 2,42x10
Catarina 2,42x10
2
1,4x10 - 1
LV 2 - 1,0 - 9,0x10
1,4x10
4 3
4,0x10 - 2,4x10 -
CH 4 - 5
7,3x10 2,0x10
1,0 - 3
Pesquisa UFES TQ 3 - 1,0 - 2,1x10
Espírito 5,8x10
(2005) Santo 1,0 - 4
MQ 2 - 1,0 - 2,6x10
1,6x10
1,0 - 5
CZ 6 - 1,0- 1, 9x10
1,1x10
4 4
2,9x10 - 1, 1,0x10 - 1,3
MS 5 - 5
x10 x10
LEGENDA: CZ - pia cozinha; MQ - máquina lavar roupa; TQ - tanque; LV - lavatório; BH – Banheiro; CH -
chuveiro; VS - vaso sanitário; MS - Mistura; *.
Fonte: Eriksson et al., (2002) apud Gonçalves et al., (2003).

32
Na prática do reúso urbano em edificações o ideal é que fossem implantadas redes
duplas de distribuição de água, todavia essa alternativa necessita de estudos de viabilidade
econômica prévios. Outra alternativa que apresenta vantagens tanto do ponto de vista
ambiental quanto econômico é a separação das águas cinzas provenientes dos chuveiros,
lavatórios e lavagem de roupa, para tratamento e reúso local de descarga de toaletes, lavagem
de pisos e regas de jardins. Considerando o consumo de água para esses usos essa medida
poderia representar uma redução de até 40% na demanda doméstica. (GONÇALVES et al.,
2003.

As águas cinzas quando tratadas junto à fonte geradora para uso no próprio local
apresentam vantagens do ponto de vista energético, ao evitar longos transportes para
condução a uma unidade de tratamento centralizada para posterior retorno aos pontos de
consumo (COHIM e KIPERSTOK, 2007). Outra razão para a separação e reúso da água cinza
é que pesquisas de opinião realizadas indicam uma aceitabilidade maior dese tipo de água
residuária do que do esgoto convencional tratado (NANCARROW et al., 2002).

Diversos países da Europa, assim como os países industrializados da Ásia, localizados


em regiões de escassez de água exercem, extensivamente, a prática de reúso urbano não
potável. A China possui a maior população do mundo e um per capita bastante desigual e
limitado em relação à distribuição espacial e temporal dos recursos hídricos. Segundo Chu et
al., (2004), mais da metade das cidades na China enfrentam problemas de escassez de água, e
muitas, apesar da quantidade, possuem água de baixa qualidade. Apesar de o reúso indireto
ser praticado na China há muito tempo, pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de obter
subsídios para adotar o reúso planejado como uma ação estratégica dentro da Política das
Águas adotada naquele país.

33
Desde 1968 o Japão vem utilizando efluentes secundários para diversas finalidades.
Cerca de 1% de todo efluente tratado é reutilizado, sobretudo para atender às demandas
urbanas não potáveis como: descarga sanitária, uso industrial e aumento das vazões dos rios.
Em Fukuoka, uma cidade com aproximadamente 1,2 milhões de habitantes, situada no
sudoeste do Japão, diversos setores operam com rede dupla de distribuição de água, uma das
quais com esgotos domésticos tratados a nível terciário (lodos ativados, desinfecção com
cloro em primeiro estágio, filtração, ozonização, desinfecção com cloro em segundo estágio),
para uso em descarga de toiletes em edifícios residenciais. Esse efluente tratado é também
utilizado para outros fins, incluindo irrigação de árvores em áreas urbanas, para lavagem de
gases, e alguns usos industriais, tais como resfriamento e desodorização. Diversas outras
cidades do Japão, entre as quais Ooita, Aomori e Tokio, estão fazendo uso de esgotos tratados
ou de outras águas de baixa qualidade, para fins urbanos não potáveis, proporcionando uma
economia significativa dos escassos recursos hídricos localmente disponíveis (HESPANHOL,
2002).

Na França, existem oito projetos de irrigação que, somados, totalizam 156 ha de áreas
esportivas, parques e campos de golfe irrigados com esgoto tratado. A maior parte destas
áreas irrigadas localiza-se em regiões turísticas, em grandes hotéis e resorts. O tratamento
varia de acordo com o projeto. Entretanto, em sua maioria, os efluentes são tratados por lodos
ativados seguidos de lagoas e desinfecção com UV ou cloro (FABY, BRISSAUD e
BONTOUX, 1999).

Nos Estados Unidos da América, os estados do Arizona, Califórnia, Colorado, Florida,


Geórgia, Havaí, Massachusettes, Nevada, Nova Jersey, Novo México, Carolina do Norte,
Ohio, Origon, Texas, Utah, Washington, Wyoming incentivam o reúso como estratégia de
conservação dos recursos hídricos locais (EPA, 2004).

Em São Paulo, cerca de 21,6 mil metros cúbicos de água potável é utilizado para a
limpeza das ruas após as 911 feiras livres semanais da cidade, uma quantidade de água que
poderia abastecer aproximadamente 1.544 residências. Essa água poderia ser perfeitamente
substituída por água de reúso, propiciando, dessa forma, uma redução total de consumo em
20%, sendo que a água tratada seria utilizada para fins mais nobres (CUTOLO, 2002).

34
A Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp) adota o reúso de água desde a
década de 80 em suas próprias instalações para a limpeza de equipamentos ou manutenção de
suas áreas. Hoje, são reaproveitados 780 milhões de litros de água por mês, volume suficiente
para abastecer toda a população de um município como Taubaté/SP. Como existe um
excedente na produção, a Sabesp estendeu a alternativa às empresas e prefeituras. Seis
prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo também usam o produto para efetuar a
limpeza pública. Entre elas estão São Paulo, Barueri, São Caetano do Sul, Carapicuíba,
Diadema e Santo André. Ao contrário de consumir água potável para lavar as ruas após as
feiras livres, caminhões devidamente preparados seguem às estações de tratamento de esgotos
de Barueri, Parque Novo Mundo e São Miguel Paulista para se abastecer da água de reúso.
Atualmente, são aproveitados 34 milhões de litros de água mensalmente nestas práticas e os
custos são bastante reduzidos quando comparado com água potável (SABESP, 2008).

O preço da água de reúso varia enormemente de um país para outro. Os preços


praticados nos Brasil, pela Sabesp, são inferiores àqueles praticados pelo México e Japão. A
Tabela 2.4 apresenta valores de água de reúso e potável em quatro países.

Tabela 2.2 – Variação de preços de água de reúso e potável em diversos países

Preços (US$/m3)
Países
Usos residenciais Comerciais e outros Potável
Brasil (a) - (0.16 –0.27b) -

Japão 0.83 2.99 1.08 a 3.99

México 0.30 0.30 1.40

Tunísia 0.01 0.01 -


Fonte: EPA (2004) apud Generino (2006). (a) dados da Sabesp, citados por Semura et al, (2005); (b) Cotação
dólar médio do ano de 2005: R$ 2,2857 (Fonte: Diário Oficial da União de 5 de janeiro de 2006).

35
Outro empreendimento que utiliza água de reúso é o do Parque de diversões Hopi
Hari, em São Paulo, o qual possui dois poços profundos de água que servem para o
abastecimento do parque, com uma vazão média de 60 m3/h. Para a reutilização de toda água
usada no parque, há um moderno sistema de tratamento de efluentes que é processado em
uma estação compacta de tecnologia canadense, a primeira a ser instalada no país, com uma
pequena área de 300 m2, processando o efluente em contêineres fechados, reduzindo a área
ocupada e evitando problemas de odor. Todo esse processo é automatizado e o esgoto tratado,
já denominado água de reúso, é bombeado para um reservatório no ponto mais alto do parque,
sendo essa água utilizada para fins sanitários e de irrigação dos jardins (MANCUSO e
SANTOS, 2002).

No que concerne ao uso de efluente tratado em vasos sanitários, a recomendação da


EPA (2004) é de ausência coliformes fecais em 100 mL. Em Berlim, na Alemanha, um
trabalho de pesquisa iniciado em 1988, por não dispor de critérios já estabelecidos para reúso
de água cinza em descarga de vaso, seguiu o critério definido em “Guidelines for recreational
Waters”, de 1975, complementados com os seguintes parâmetros microbiológicos:
Salmonellla, Legionella, Staphylococus aureus e Candida albicans. Dentre outros parâmetros,
foram propostos: DBO <5,0 mg/L, coliformes totais < 100/mL, coliformes termotolerantes <
10/ mL (1.000/100 mL) e P. aerugInosa < 1/mL. Em 1955, após a constatação de que o
sistema de tratamento investigado atendia ao conjunto de critérios estabelecidos, este foi
adotado como diretriz para reúso de água cinza como água de serviço (uso não potável) em
nível local, pelo BerlIn Senate Departament for BuildIngand HousInng (NOLDE, 2005).

Cohim et al., (2006) avaliaram o uso de água de qualidade secundária em descarga de


toaletes em experimentos desenvolvidos na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e os
resultados obtidos permitiram as seguintes observações:

• A utilização de águas de reúso com qualidade equivalente a encontrada nos


selos hídricos dos vasos não ocasionaria, aparentemente, redução da qualidade
das mesmas, nem comprometimento da segurança dos usuários;

36
• A densidade de coliformes termotolerantes encontrada nos vasos sanitários dos
prédios públicos analisados apresenta valores superiores aos indicados em
legislações de vários países, sugerindo que as mesmas possam ser
excessivamente restritivas.

A utilização de águas cinzas, assim consideradas as águas servidas originadas em


edificações, que não possuem contribuição de efluentes de vasos sanitários, tem sido uma
prática adotada em vários países, principalmente, no Japão, Singapura e Estados Unidos
(BAZZARELLA, 2005 e LIRA, 2003 apud MOTA et al., 2007).

No Brasil, já existem prédios que aproveitam as águas provenientes de lavatórios,


chuveiros, banheiras, pias e máquinas de lavar, após tratamento, em descargas de vasos
sanitários e na irrigação de jardins.

Gonçalves et al., (2003) ressalta que, embora a água cinza não possua contribuição dos
vasos sanitários, de onde provém a maior parte dos microorganismos patogênicos, a presença
de consideráveis densidades de coliformes termotolerantes neste tipo de água residuária é um
fato. A limpeza das mãos após o uso do toalete, lavagem de roupas e alimentos fecalmente
contaminados ou o próprio banho são algumas das possíveis fontes de contaminação.

Conscientes de suas responsabilidades a Agência Nacional de Águas (ANA), a


Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em 2005, lançaram o Manual
“Conservação e Reúso de Águas em Edificações”, que traz orientações para a implantação de
programas de conservação de água em edificações comerciais, residenciais e industriais, quer
sejam edificações novas ou existentes. O referido Manual visa a implementação da
conservação e do uso racional da água por intermédio da sistematização das intervenções que
devem ser realizadas em uma edificação, de tal forma que as ações de redução do consumo
sejam resultantes de amplo conhecimento do sistema, garantindo sempre a qualidade
necessária para a realização das atividades consumidoras, com o mínimo de desperdício. A
conservação da água pode ser definida como qualquer ação que: reduza a quantidade de água
extraída em fontes de suprimento; reduza o consumo de água; reduza o desperdício de água;
aumente a eficiência do uso de água; ou, ainda, aumente a reciclagem e o reúso de água.

37
Algumas Universidades brasileiras já estão implantando um programa permanente de
uso racional ou conservação de água, baseado no PNCDA – Programa Nacional de Combate
ao Desperdício de Água (BRASIL, 1997), a exemplo da Universidade de São Paulo e na
Universidade Estadual de Campinas – PURA-USP (Programa de Uso Racional da Água da
Universidade de São Paulo) e PRÓ-ÁGUA (Programa de Conservação de Água na
Universidade de Campinas), citados por Tamaki (2003), Sautchuk (2004) e Silva (2004), em
seus trabalhos.

Carli et al., (2007) relata os resultados obtidos com a implantação de práticas


ambientais na Universidade de Caxias do Sul (UCS), por meio do reúso de 21 m3/d de
efluente da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE/UCS) para a rega dos jardins da Cidade
Universitária e também a utilização da água de lavagem das mãos, para limpeza imediata;
após o uso dos mictórios, tipo calha, instalados nos sanitários masculinos, propiciando uma
economia mensal média de água de 7.964 m3. Com a implantação do reúso para rega dos
jardins e lavagem de mictórios foi possível constatar uma economia de água de
aproximadamente 8.380 m3/mês na UCS.

2.2.2 Reúso no setor industrial

No Brasil, as externalidades ambientais associadas ao setor industrial e ao rápido


crescimento urbano, no contexto do desenvolvimento das regiões metropolitanas, apontam
para cenários futuros de escassez hídrica.

As atividades industriais no Brasil respondem por aproximadamente 20% do consumo


de água, sendo que pelo menos 10% são extraídas diretamente de corpos de água e mais da
metade é tratada de forma inadequada ou não recebe nenhuma forma de tratamento. Além
disso, o crescente aumento do custo da água tratada e critérios cada vez mais rígidos de
descartes de efluentes incentivaram o aproveitamento dos efluentes industriais, propiciando,
dessa forma, uma minimização dos conflitos pelo uso da água, especialmente com o setor de
abastecimento público.

38
Diante desse panorama, as indústrias têm buscado implantar sistemas de reúso de água
que viabilizem a maximização da eficiência no uso dos recursos hídricos. Essa atividade tende
a se ampliar ante as novas legislações associadas aos instrumentos de outorga e cobrança pela
utilização dos recursos hídricos, tanto na captação da água como no despejo de efluentes,
conforme previsto na Lei Federal 9.433/97.

Segundo a Resolução n° 54, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, o reúso para


fins industriais consiste na utilização de água de reúso em processos, atividades e operações
industriais.

A adoção do reúso na área industrial promove a redução do lançamento de efluentes


industriais em cursos de água contribuindo para a melhoria da qualidade das águas de regiões
mais industrializadas, diminuição do impacto ambiental e melhoria da qualidade de vida das
populações que se beneficiem com o abastecimento a jusante da descarga.

A referida prática também promove a ampliação da oportunidade de negócios para as


empresas fornecedoras de serviços e equipamentos, e em toda a cadeia produtiva, gerando
empregos diretos e indiretos. Além disso, reduz os custos com a produção e também
possibilita a empresa alcançar futuras pretensões de certificação ambiental, a ISO 14.000, que
pode se tornar fator poderoso para se destacar e ultrapassar a concorrência nacional e
melhorar a inserção dos produtos nos mercados internacionais. Outro fator é a melhoria da
imagem junto à sociedade, com reconhecimento da empresa como sendo socialmente
responsável.

O reúso e a reciclagem na indústria também constituem ferramentas de gestão


fundamentais para a sustentabilidade da produção industrial, e inclui uma grande variedade de
aplicações, em função da variedade de processos existentes e dos requisitos específicos de
quantidade e qualidade.

Segundo Hespanhol (2003), os usos industriais que apresentam possibilidade de serem


viabilizados em áreas de concentração industrial significativa são basicamente os seguintes:

ƒ Torre de resfriamento como água de "make-up";

ƒ Caldeiras;

ƒ Construção civil, incluindo preparação e cura de concreto, e para compactação do


solo;

39
ƒ Irrigação de áreas verdes de instalações industriais, lavagens de pisos e alguns tipos de
peças, principalmente na indústria mecânica;

ƒ Processos industriais.

Os requisitos de qualidade da água para muitos reúsos industriais são função da


aplicação específica, sendo impossível generalizá-los. Aproximadamente 75% de todo reúso
industrial destina-se a refrigeração.

O reúso para fins industriais pode ocorrer das seguintes formas:

ƒ Reúso macro externo: reúso de efluentes provenientes de estações de tratamento


administradas por concessionárias ou de outra indústria;

ƒ Reúso macro Interno: uso interno de efluentes, tratados ou não, proveniente de


atividades realizadas na própria indústria.

Em 1993, a preocupação de algumas indústrias com a escassez de água fez com que
quatro fábricas do Pólo Industrial de Cubatão iniciassem um programa de reúso da água para
refrigeração de seus processos de fabricação (UEHARO, 1997 apud GENERINO, 2006).

Em 13 de junho de 2002, o Governador de São Paulo assinou o protocolo autorizando


a formação do Pólo Industrial em Barueri. O projeto, uma parceria entre Sabesp e a prefeitura
da cidade, pretende abrigar indústrias que utilizem, em rede, água reaproveitada - chamada
tecnicamente de água de reúso. Essa iniciativa pode ser considerada o pontapé inicial para a
economia de milhões de litros de água potável por mês na Grande São Paulo. Além da
economia de recursos hídricos, o pólo porá fim ao argumento de que a carência de água da
zona oeste da Grande São Paulo é um empecilho para o desenvolvimento industrial dos
municípios da região. A ETE suprirá a demanda do setor e viabilizará a instalação das
empresas, independentemente da oferta de água.

40
Tendo em vista a grande produção de águas residuárias tratadas que não são
aproveitadas, a Sabesp resolveu estender a alternativa a outras empresas. A Coats Correntes
foi a pioneira e, desde 1997, aproveita a água de reúso da Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) Jesus Netto, recebendo 100 m³/h de água de reúso, por meio de tubulação, que é
utilizada no tingimento das linhas. A economia chega a 70 mil litros de água por hora
(SABESP, 2008).

Com um investimento de R$ 50 mil a Panamco Brasil, localizada em Jundiaí/SP,


instalou tubulações e válvulas no circuito de retrolavagem de seus filtros de carvão ativado, e
passou a reaproveitar 800 m3/dia de água quase limpa, que antes era descartada. O retorno do
investimento ocorreu em menos de um mês, só com a economia na compra desta água, ao
preço mensal de R$ 60 mil. Para a Panamco, a maior fábrica brasileira de Coca-Cola, os
800m3/dia correspondem a algo entre 11% e 13% do total de água captada no rio Atibaia, em
Jundiaí. A capacidade de tratamento da empresa é de 8.400m3/dia, mas eles retiram
atualmente do rio de 6.000 a 7.200m3/dia para usar na produção (SALES, 2005).

Em 2005, a fábrica da Volkswagen em Taubaté, São Paulo, colocou em operação o


maior complexo de reaproveitamento de água industrial da América Latina, com capacidade
de 70 mil metros cúbicos por mês. O volume de água reutilizado corresponde a 70% do
consumo da fábrica, de 100 mil m3 por mês, que anteriormente era despejado integralmente
no Córrego Pixuá, depois que o mesmo passa por um tratamento na Estação de Tratamento de
Efluentes. Além de garantir uma vazão mais adequada ao volume de água do córrego, a Volks
deixou de comprar da Sabesp uma quantidade de água equivalente ao gasto de sete shoppings
centers ou 1.400 residências. A empresa passou a economizar cerca R$ 200 mil por mês e a
água de reúso está sendo utilizada em atividades como pintura, refrigeração e jardinagem
(CUTOLO, 2002)

41
Em 15 de janeiro de 2008 a Sabesp e as empresas do Pólo Petroquímico de Capuava
assinaram o protocolo de intenções que dá início à criação do maior projeto de fornecimento
de água de reúso do Brasil. Denominado Aquapolo Ambiental, o projeto prevê o fornecimento
do produto da Estação de Tratamento de Esgotos da Sabesp no ABC (ETE ABC) para as
empresas do complexo, localizado entre os municípios de Santo André e Mauá. Pela parceria,
a água captada será transportada por meio de um duto de aço carbono com 32 polegadas de
diâmetro e 16,5 km de extensão até o Pólo. Para isso será construída uma estação elevatória
na ETE ABC, que contará com um conjunto duplo de bombas, com capacidade total para 600
litros por segundo - podendo chegar a um potencial de até 1.000 L/s. O produto fornecido pela
Sabesp, após tratamento complementar, será utilizado nos processos das plantas
petroquímicas, como torres de resfriamento e sistemas de água de caldeiras. Além da
Petroquímica União, que é a principal consumidora, estão no projeto Cabot, Oxicap, Oxiteno,
Polibutenos, Polietilenos União, Nova Petroquímica, Unipar Div. Química e White Martins -
para completar a totalidade das empresas do Pólo. Serão investidos, no total, R$ 130 milhões
e a expectativa é de que o fornecimento seja iniciado no 2º. Semestre de 2009 (SABESP,
2008).

Em Concórdia, Santa Catarina, outra empresa, de um ramo totalmente diverso,


também se rendeu às vantagens econômicas e ambientais da reutilização da água. A Sadia
hoje economiza de 15% a 16% da água necessária em seus processos, fazendo a recirculação.
A empresa usa cerca de 8.400 m3/dia, dos quais 1.100 são frutos do reaproveitamento e 7.300,
captados em três fontes: no rio dos Queimados (5%), em uma barragem de água de chuva
(35%) e no Aquifero Guarani, por meio de poços artesianos (60%). A empresa usa a água do
degelo das câmaras frigoríficas nas torres de resfriamento dos frangos e suínos abatidos.
Depois que circula pelas torres, a mesma água ainda serve para as lavagens de pocilgas
(currais dos porcos), antes de ser descartada (SADIA, 2008).

42
Em Anápolis, Goiás, a Cecrisa Revestimentos Cerâmicos consumia 400m3/dia de
água, retirada de quatro poços artesianos, para lavar os equipamentos utilizados na produção
de pisos e azulejos, até construir um circuito de caneletas e tubulações, que permitiu reutilizar
a água da lavagem, após uma breve pausa para decantação na piscina de captação dos poços.
Hoje, 100% da água de lavagem da empresa é reaproveitada, repondo somente as pequenas
perdas do que fica retido nas máquinas ou evapora. A lavagem de equipamentos necessária
passou a depender praticamente de água reutilizada (GENERINO, 2006).

Nos anos 90, o grupo Vicunha Têxtil foi um dos primeiros a despertar para o reúso no
Estado do Ceará. Hoje, o Programa de Reúso já se encontra consolidado dentro da Empresa,
gerando uma economia de 50% com programas de reaproveitamento de água (SALES, 2005).
Outras empresas também vêm adotando a prática da reciclagem e a reutilização das águas, a
exemplo da cervejaria Kaiser, a indústria têxtil Marisol Nordeste e a Ypióca Agroindustrial,
que estão evitando o uso de água potável para fins secundários.

A estação própria para tratamento de água bruta permite a Kaiser suprir a demanda por
meio da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (COGERH). A
utilização do reúso de efluentes tratados na lavagem das garrafas e rega de jardins representa
economia anual de R$ 220.095,00. A empresa já estuda a possibilidade de ampliar a
capacidade da ETE em 200 m3/dia.

A água reutilizada na Marisol Nordeste, que produz no Estado do Ceará peças


masculinas em malha, vai para o sistema de irrigação dos 60 mil metros quadrados de jardim.
A indústria possui dois reservatórios e duas redes de água - uma potável e outra de água bruta.
Depois do consumo, ambas passam por um processo de oxigenação, decantação e exposição a
raios ultravioletas, para desinfecção. Depois são aproveitadas na irrigação. O consumo diário
de água na Marisol chega à cerca de 48 mil litros. A fábrica de papelão da Ypióca, em
Pindoretama, a 45 quilômetros de Fortaleza, consome 200 mil litros/hora de água reciclada na
produção de 24 toneladas de papelão utilizado em suas embalagens, o que representa uma
economia de água de 50% ou 1,8 milhões de litros diários. A água residual da indústria é
utilizada também para irrigar 3 mil hectares de cana-de-açúcar em Paraipaba, distante 77
quilômetros de Fortaleza (SALES, 2005).

43
2.2.3 Reúso no setor agrícola

Em função da relação entre escassez de água e escassez de alimentos, conforme


relatório do Ifpri & Iwmi (2002), projeta-se que em 2025 a escassez de água causará perdas
anuais globais de 350 milhões de toneladas da produção de alimento, ligeiramente maior que
a produção de grãos, anual, completa, dos Estados Unidos.

Em países nos quais a falta de água é um fator limitante de crescimento, percebe-se a


dependência externa de produtos agrícolas que requerem alta necessidade hídrica. Portanto o
problema de escassez de água é também um problema de escassez de alimentos.

Caso não se altere as políticas e prioridades, em vinte anos, não haverá água suficiente
para as cidades, os domicílios, o ambiente natural ou cultivo de alimentos (BERNADI, 2003).
A crescente competição por água limitará severamente sua disponibilidade para a irrigação,
que, por sua vez, restringirá seriamente a produção de alimentos no mundo. O declínio na
produção de alimentos poderia provocar elevações absurdas de preços, que resultaria em
significativo aumento da desnutrição, já que muitos povos pobres, em países em
desenvolvimento, já gastam mais da metade de sua renda em alimento.

Segundo o relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e a Alimentação (FAO), em 22 de maio de 2008, os preços dos alimentos devem continuar
altos, e este aumento deve fazer com que os níveis inaceitáveis de privações sofridos por 854
milhões de pessoas que passam fome no mundo piorem ainda mais (G1, 2008). Sendo assim,
o reúso se apresenta como forma de propiciar a racionalização do uso da água e proporcionar
a manutenção da produção de alimentos.

A utilização de efluentes tratados para fins produtivos vem merecendo destaque dentre
as estratégias de diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento, tanto os situados em
regiões semi-áridas ou não (METCALF e EDDY, 2003).

Segundo Bastos et al. (2003), nas três últimas décadas, a irrigação com esgotos
sanitários tornou-se prática crescente em todo o mundo. Na Itália, o interesse pelo reúso
começou a crescer durante a década de 80, quando uma importante vazão de efluentes
tratados foi disponibilizada na agricultura e na indústria. Sendo que no sul do país e nas
principais ilhas o interesse maior é para a irrigação dos pomares (BONOMO et al., 1999).

44
Na Espanha, água de reúso para irrigação é de extrema importância em muitas partes
do país, devido às sérias secas e a falta de reservas de água. Em 1986, foi divulgado o
regulamento que instituiu a obrigatoriedade do pedido de concessão administrativa para o uso
da água, intitulado Public Hydraulic Dominion. Neste regulamento indica-se que, no caso de
reúso de águas residuárias tratadas, antes de ser concedida esta permissão de uso, um relatório
deve ser emitido pelas autoridades da saúde (SALGOT e PASCUAL, 1996).

A França não utiliza largamente o reúso de água, uma vez que seus recursos hídricos
atendem à maioria de suas necessidades. Todavia, em 1994, o Governo Francês lançou um
decreto estabelecendo as bases para o reúso de água na agricultura, tipos de irrigação e
programas de monitoramento. Na França, o maior sistema de reúso para irrigação agrícola
localiza-se na cidade de Clermont-Ferrand, realizando a irrigação de 600 ha de cultivo
alimentício de culturas que serão processadas industrialmente reutilizando 10.000m3/dia de
efluentes tratados pelo processo de lodos ativados (FABY et al., 1999).

Segundo Bahri e Brissaud (1996), a Tunísia possui 6.500 ha irrigados com água de
reúso, sendo prevista uma expansão da área irrigada para 20.000 ha nos próximos anos. Nesse
país, a irrigação é praticada apenas seis meses por ano e utiliza efluentes de tratamento
secundário. O monitoramento dos parâmetros físico-químicos é realizado com uma
periodicidade mensal; a presença de elementos traço é avaliada uma vez a cada seis meses e a
incidência de ovos de helmintos a cada duas semanas, conforme decreto publicado em 1989
pelo governo federal daquele país.

Também é notável a experiência da Cidade do México, onde cerca de 45m3/s de


esgotos sanitários, combinados a 10m3/s de águas pluviais, são utilizados em 80.000 ha a 60
km da região metropolitana, organizados em perímetros irrigados, abastecidos por complexo
sistema de canais e reservatórios; as principais culturas irrigadas são forrageiras e cerealíferas,
não sendo permitido oficialmente o cultivo de hortaliças (STRAUSSS & BLUMENTHAL,
1989, apud BASTOS et al., 2003).

Em Israel, um dos países que lideram a prática de reúso, é esperado que, no ano de
2040, 70% da demanda de água para fins agrícolas seja procedente de reúso de águas
residuárias domésticas (HARUVY, 1997).

45
Segundo Lubelloa (2004), a produção de mudas de plantas ornamentais é uma das
práticas da agricultura com a demanda de água mais elevada por área, o que tem gerado
grandes pressões junto aos produtores para evitar usar a água de alta qualidade para a
irrigação das mesmas. O referido autor ressalta que a prática do reúso na produção de plantas
ornamentais é bastante interessante, pois se trata de uma atividade que agrega valor ao
produto e envolve margens econômicas mais elevadas. Outro aspecto interessante é o fato da
produção de plantas ornamentais exigir uma quantidade mais elevada de nutrientes, o que
permite uma reciclagem maior dos mesmos, em especial do nitrogênio. Todavia ele ressalta a
importância de se monitorar os efeitos do efluente sobre o desenvolvimento das plantas, pois
alguns compostos presentes no esgoto utilizado podem ser tóxicos para algumas culturas.

Fitzpatrick et al., (1986) avaliaram o crescimento de 20 espécies de plantas


ornamentais irrigadas com esgoto tratado. Os resultados mostraram que 4 das 20 espécies
testadas tinham aumentado significativamente o crescimento, quando irrigadas com esgoto
tratado, e para as outras 16 espécies, que a fonte de irrigação não apresentava nenhum tipo de
influência sobre o crescimento. Todavia, uma pesquisa realizada por Parnell (1998), em St
Petersburgo (Flórida), avaliou o impacto de usar esgoto tratado na produção de 10 plantas
ornamentais. Os resultados mostraram que o crescimento das plantas é fortemente afetado
pelo método da irrigação e pela concentração de cloretos na água de irrigação. Resultados
semelhantes foram obtidos por Gori et al., (2000) na avaliação de três espécies diferentes de
plantas ornamentais.

As necessidades mundiais de irrigação representam, aproximadamente, 70% da


demanda total de água, seguidas pelo uso industrial (20 %) e uma fração menor para o uso
doméstico (10 %) (LIBÂNIO, 2005). No Brasil, a agricultura consome, atualmente, cerca de
61% da água doce total (CHRISTOFIDIS, 2001), com previsão de atingir 70% na próxima
década, tendo em vista o elevado crescimento do agro-negócio. A Tabela 2.5 apresenta os
principais exemplos de utilização de esgotos sanitários na agricultura. Observa-se que a
irrigação com esgotos sanitários é praticada tanto em países industrializados quanto nos
chamados países em desenvolvimento. Dentre desse contexto o reúso planejado de águas para
fins agrícolas surge como uma alternativa bastante atrativa para minimizar a escassez de água
no mundo, contribuindo de forma significativa para a melhoria de qualidade de vida e
condições sociais.

46
Segundo Leon & Moscoso (1996) e Shuval et al., (1997) apud Bastos et al., (2003)
Peru e Chile apresentam os principais exemplos de reúso na América Latina. Em 1996, o
Programa Nacional de Reúso de Águas Residuárias do Peru registrou que cerca de 4.300 ha
estavam sendo irrigados, e aproximadamente 70% eram utilizados para o cultivo de
hortaliças, em sua grande maioria com águas residuárias brutas. Já no Chile, em 1986, todo o
esgoto de Santiago era usado para irrigação em áreas vizinhas à cidade sendo as hortaliças a
principal cultura irrigada.

No Brasil, a prática de reúso de esgotos tratados para irrigação constitui-se em um


procedimento não institucionalizado e tem se desenvolvido sem planejamento ou controle. Na
maioria das vezes, é inconsciente por parte do usuário, que utiliza águas altamente poluídas de
córregos e rios adjacentes, para irrigação de hortaliças e outros vegetais, ignorando que esteja
exercendo uma prática danosa à saúde pública dos consumidores e provocando impactos
ambientais negativos. Assim, apesar de já existir atividade de reúso de água com fins
agrícolas em certas regiões do Brasil, a qual é exercida de maneira informal e sem as
salvaguardas ambientais e de saúde pública adequadas, torna-se necessário institucionalizar,
regulamentar e promover o setor por meio da criação de estruturas de gestão, preparação de
legislação, disseminação de informação e do desenvolvimento de tecnologias compatíveis
com as condições técnicas, culturais e sócio-econômicas brasileiras.

No âmbito nacional, já existem várias experiências que merecem destaque com a


prática do reúso planejado. O Estado de São Paulo, por meio da atuação da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e centros de pesquisa da Universidade
de São Paulo (USP), possuem experiências específicas de reúso de efluentes tratados na
agricultura irrigada em cultivos de milho e girassol, hidroponia com flores e irrigação de
pastagens para produção de feno (BERNARDI, 2003).

A região do Seridó, no Rio Grande do Norte, utiliza efluentes de sistemas de


tratamento primário na irrigação de capineiras nas vizinhanças da área urbana, com maior
destaque às sedes municipais de Santa Cruz, Campo Redondo, Caicó, Currais Novos,
Goianinha, Eduardo Gomes e Parelhas (GUIDOLIN, 2000).

47
O Estado do Ceará já realiza a irrigação de culturas alimentícias com efluentes
tratados. Entretanto o reúso neste estado vem sendo praticado de forma não planejada. Uma
pesquisa em nível de mestrado identificou a existência de 17,3 hectares irrigados
informalmente com efluentes de ETEs, sendo cultivados maracujá, coco, alface, coentro e
cebolinha. Outros 3 hectares de forrageiras visando à alimentação animal também são
irrigados com efluentes domésticos tratados (MOTA et al., 2000). Um marco do reúso no
Estado co Ceará foi a criação, em 2004, do Centro de Pesquisa Sobre Tratamento e Reúso de
Águas Residuárias implantado no município de Aquiraz – CE, por meio da parceria entre a
Companhia de Água e Esgotos do Ceará (Cagece) e a Universidade Federal do Ceará (UFC),
por intermédio do Departamento de Hidráulica e Ambiental (DEHA), onde foram realizadas
experiências bem sucedidas nos cultivos de melancia, mamão, mamona, feijão, helicônia,
girassol e capim Tanzânia.

Segundo Paganini (2003), durante as duas últimas décadas, o uso de esgotos para
irrigação de culturas aumentou significativamente, em razão dos seguintes fatores: dificuldade
crescente de identificar fontes alternativas de água para irrigação; custo elevado de
fertilizantes; a segurança de que os riscos de saúde pública e impactos sobre o solo são
mínimos, se as precauções adequadas são efetivamente tomadas; os custos elevados dos
sistemas de tratamentos necessários para descarga de efluentes em corpos receptores;
aceitação sócio-cultural da prática do reúso agrícola; o reconhecimento, pelos órgãos gestores
de recursos hídricos, do valor intrínseco da prática.

Um dos grandes diferenciais na prática do reúso para fins agrícolas é a substituição


parcial de fertilizantes químicos, haja vista que a quantidade de água e nutrientes contida nos
esgotos é bastante considerável. Segundo Ayers e Westcot (1991), as águas residuárias
tratadas fornecem aproximadamente 2/3 dos nutrientes que as plantas necessitam. Dentre os
benefícios gerados, destacam-se a diminuição do impacto ambiental, em função da redução da
contaminação dos cursos d água por fertilizantes químicos e nutrientes presentes nos efluentes
e pelo lançamento de efluente e também o aumento na produção de alimentos, tanto do ponto
de vista qualitativo quanto quantitativo. Ressalta-se também que serve como uma forma de
pós-tratamento dos efluentes pelo sistema solo-planta, absorvendo e retendo nutrientes,
poluentes e organismos patogênicos remanescentes (BOUWER e CHANEY, 1974).

48
Tabela 2.3 - Principais exemplos de utilização de esgotos sanitários na agricultura.

País Área irrigada (ha) Referência

Argentina 37.000 Mara & Cairncross, 1989

Austrália 10.000 Mara & Cairncross, 1989

Alemanha 28.000 Leon, 1996

África do Sul 1.800 Mara & Cairncross, 1989

Arábia Saudita 4.400 Leon, 1996

Bahrain 800 Leon, 1996

Chile 16.000 Leon, 1996

China 1.330.000 Leon, 1996

Estados Unidos 14.000 Mara & Cairncross, 1989

India 73.000 Leon, 1996

Hungria 14 Varilon et al., 1983

Japão 200 Maeda et al., 1996

Israel 10.000 Leon, 1996

Kuwait 12.000 Leon, 1996

França 2.000 Faby, Brissaud e Bontoux, 1999

México 250.000 Hespanhol, 1999

Peru 4.300 Mara & Cairncross, 1989

Sudão 2.800 Leon, 1996

Tunísia 7.300 Bahri e Brissaud, 1996

Fonte: Adaptado de Mara & Cairncros (1989), Strauss & Blumenthal (1989) apud Gonçalves et al., (2003).

49
Há comprovação prática de que os efluentes tratados, quando utilizados com critérios,
são adequados para a irrigação de diversas culturas, promovendo o aumento significativo da
produtividade agrícola por unidade de área. Além disso, propicia a conservação do solo, por
meio da acumulação de "húmus", que aumenta a resistência à erosão e permite o controle da
desertificação. Quanto aos riscos para a saúde pública, podem ser perfeitamente controlados
ou eliminados, por intermédio de técnicas adequadas de tratamento de esgotos e métodos
adequados de irrigação.

Estudos efetuados em diversos países demonstraram que a produtividade agrícola


aumenta significativamente em sistemas de irrigação com esgotos adequadamente
administrados. A Tabela 2.6 demonstra os resultados experimentais efetuados em Nagpur,
Índia, pelo Instituto Nacional de Pesquisas de Engenharia Ambiental (NEERI), que investigou
os efeitos da irrigação com esgotos, sobre as culturas produzidas (SALES, 2005).

O aumento de produtividade não é, entretanto, o único benefício, uma vez que se torna
possível ampliar a área irrigada e, quando as condições climáticas permitem, efetuar colheitas
múltiplas praticamente ao longo de todo o ano.
Tabela 2.4 - Aumento da produtividade agrícola (t/ha/ano) possibilitada pela irrigação com
esgotos domésticos
Irrigação efetuada Trigo Feijão Arroz Batata Algodão
com 8 anos (a) 5 anos(a) 7 anos(a) 4 anos(a) 3 anos(a)
Esgoto bruto 3.34 0.9 2.97 23.11 2.56

Efluente primário 3.45 0.87 2.94 20.78 2.3

Efluente de lagoa de
3.45 0.78 2.98 22.31 2.41
estabilização

Água + NPK 2.7 0.72 2.03 17.16 1.7

(a)- Número de anos para cálculo da produtividade média


Fonte: Shende (1985) apud Hespanhol (2003).

50
Pesquisadores da UFC avaliaram em escala real a produtividade da mamona (ricInus
communis l.) irrigada com esgoto doméstico tratado. O trabalho foi realizado junto ao Centro
de Pesquisa sobre Tratamento e Reúso junto à ETE de Aquiraz e avaliou os aspectos
produtivos da cultura da mamona irrigada com esgoto sanitário tratado, comparando-se com a
produtividade obtida pela utilização de água de poço, em diferentes tratamentos testados. A
cultura foi irrigada pelo uso de um sistema de microaspersão, onde constavam de quatro
repetições com quatro tratamentos aplicados: T1: água do poço mais adubação recomendada;
T2: efluente mais adubação recomendada; T3: efluente e T4: efluente mais a metade da
adubação recomendada. Avaliaram-se os dados referentes aos componentes de produção
como: quantidade de racemo, quantidade de frutos, tamanho do racemo e produtividade total.
Verificou-se que as unidades irrigadas com efluente superaram as irrigadas com água bruta
em quase todas variáveis analisadas. Particularmente com relação à produtividade, obteve-se a
maior produção nos tratamentos com adubação completa (T2) e com a metade da adubação
(T4), alcançando uma produtividade de 1986 kg/ha e 1412 kg/ha, respectivamente (SOUZA,
2006).

Outro fator importante a ser considerado na prática do reúso agrícola refere-se ao


elevado conteúdo de nutrientes nas águas residuárias domésticas (nitrogênio, fósforo e
potássio), que podem ser usados em substituição aos fertilizantes químicos, aumentando a
produção das culturas irrigadas, com retorno econômico, pois as águas residuárias tratadas
fornecem aproximadamente 2/3 dos nutrientes que as plantas necessitam (AYERS e
WESTCOT, 1991). As concentrações de nutrientes são bastante variadas e influenciadas pelo
sistema de tratamento empregado. Pesquisas demonstram que é comum o aumento de teores
de N-disponível, principalmente na forma N-NO3- em solos que foram irrigados com esgoto
tratado. Bond (1998) ressalta que o monitoramento dos teores de N-NO3- na solução do solo é
crucial para a sustentabilidade do sistema solo-planta-efluente-ambiente. O excesso de N-
NO3- no solo pode causar a contaminação das águas subterrâneas e superficiais, haja vista que
o N-NO3- apresenta alta mobilidade. Segundo a Portaria Nº 518/2004, do Ministério da Saúde,
o consumo de águas com teores de nitrato acima do limite de 10 mg/L em N pode causar
metahemoglobinemia.

51
Segundo Marques et al., (2003), aumentos nos teores de P em solos irrigados com
esgotos tratados têm sido registrados, principalmente na camada superficial. Todavia, vale
ressaltar que, em geral, a quantidade de P adicionado ao solo pela irrigação com efluentes não
tem sido excessiva, muitas vezes apresentando-se em concentrações insuficientes, o que
demandaria adubação química complementar.

Já as concentrações de micronutrientes com Al, B, Cd, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb e Zn são,
em geral baixas. Se por um lado minimiza potenciais problemas de toxicidade, por outro
revela problemas no balanceamento de nutrientes para a fertirrigação (MOTA et al., 2007).

Segundo Aquino et al., (2007) alguns aspectos devem ser destacados e que se
relacionam com os impactos que o reúso de águas pode ter sobre o próprio solo e a planta,
bem como sobre a saúde pública. No que diz respeito à saúde pública, deve ser examinada a
presença de organismos patogênicos (bactérias, protozoários, helmintos, vírus, etc) na água de
irrigação. Em relação ao solo, considera-se que os sais, os metais pesados e os
microrganismos patogênicos podem ser retidos pelo solo; ser absorvidos pelas raízes das
plantas (no caso de sais e metais pesados); ser lixiviados para o lençol freático.

Entre os contaminantes que podem degradar a qualidade das águas residuárias,


tornando-as, em alguns casos, inviáveis para o reúso agrícola, estão os sais, os nutrientes e
traços de elementos químicos, os quais estão relacionados com os principais problemas no
solo, como salinidade, permeabilidade, toxicidade de íons específicos (sódio, cloreto, boro,
dentre outros), excesso de nutrientes, bicarbonatos e faixa de pH (AYERS e WESTCOT,
1991; EPA, 1996; MAGALHÃES et al., 2002).

Com relação aos metais pesados, a importância de suas determinações se deve à


potencialidade de acumulação ao longo do perfil vertical do solo, podendo causar
fitotoxicidade às plantas, bem como ao risco de que os elementos venham a introduzir-se na
cadeia alimentar humana, seja através do consumo de culturas ou de animais com elevados
níveis de metais pesados, seja pelo uso de aquifero contaminados (PAGANINI et al., 2004).

52
Em tese, todo íon absorvido em excesso pode exercer efeitos tóxicos, usualmente pelo
acúmulo nas folhas com a transpiração das plantas. Assim como para a salinidade, as diversas
culturas apresentam tolerância variada à toxicidade por íons específicos ou a toxicidade
combinada por diferentes íons. Dentre os íons mais tóxicos, destacam-se os cloretos, o sódio e
o bromo os quais, ao serem absorvidos com a água, podem se acumular nas folhas, causando
danos como queimaduras ou necroses. Na irrigação por aspersão, o sódio e os cloretos
também podem ser absorvidos diretamente pelas folhas. As concentrações de sódio podem ser
preocupantes, em termos de potenciais problemas de toxicidade e impactos de longo prazo no
solo (GONÇALVES et al., 2003).

Os elevados teores de sódio nos solos podem provocar a degradação dos mesmos, por
meio da alcalinização e salinização. Os solos afetados por sais podem ser classificados como:
(i) salinos (apresentam altas concentrações de sais solúveis); (ii) sódicos (com altas
concentrações de sais e de sódio trocável); e (iii) salino-sódicos (apresentam altas
concentrações de sais e de sódio trocável) (MEURER, 2000). Segundo Brady e Weil (1999) a
condutividade elétrica (CE), o percentual de sódio trocável (PST), a razão de adsorção de
sódio (RAS), juntamente com o pH, são os parâmetros utilizados para caracterizar solos
salinos e sódicos. Na Tabela 2.7 e na Figura 2.1 são apresentados valores de condutividade
elétrica e razão de adsorção de sódio e respectivos problemas de salinização e sodificação do
solo em efluentes utilizados em experimentos do PROSAB 4, em irrigação (DOS SANTOS et
al., 2006).

Os pesquisadores observaram que os problemas potenciais de salinização e sodificação


do solo variaram de “nenhum” a “ligeiro a moderado”, com exceção do efluente de lagoa
facultativa tratando esgoto sanitário com elevados teores de sódio e condutividade elétrica
oriundos da água de origem.

Portanto o uso de esgoto bruto e efluentes tratados na irrigação devem ser planejados
para controlar os efeitos da salinidade, superfertilização, riscos sanitários, entre outros. A
qualidade e quantidade do efluente tratado, o tipo de solo, a cultura escolhida, a técnica de
irrigação e a orientação do produtor são fatores determinantes para se alcançar bons
resultados.

53
Figura 2.1 - Diagrama ilustrando a classificação dos solos salinos, sódicos e salino-sódicos,
em relação ao pH, com ,0dutividade elétrica, razão de adsorção de sódio (RAS) e percentual
de sódio trocável (PST).

Fonte: Adaptada de Brady e Weil, 1999 apud Dos Santos et al., 2006.

Segundo Aquino et al., (2007), o uso não planejado dos efluentes na irrigação pode
afetar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo da seguinte maneira:

ƒ Química: Capacidade de Troca de Cátions (CTC), Capacidade de Troca de


Ânions (CTA), pH, Condutividade Elétrica (CE), e concentrações de sais do
perfil (incluindo os nutrientes essenciais às plantas, sais e metais pesados);

ƒ Físicas: estrutura e densidade do solo;

ƒ Biológicas: conteúdo de matéria orgânica.

54
Outro fator importante a ser avaliado são os métodos básicos de irrigação para a
aplicação de esgotos tratados às culturas irrigadas. A escolha de um método dependerá da
qualidade do efluente, do solo e das culturas a serem irrigadas.

Segundo Bezerra et al., (2007) o método de irrigação é a forma como a água é


aplicada no solo. Basicamente existem duas formas: não pressurizada (método por superfície);
e pressurizada (métodos por aspersão e localizado). Cada método apresenta um tipo de
sistema que possui a forma como a água é distribuída. A razão pela qual há tipos de sistemas
de irrigação é devido à grande variação de solo, clima, culturas, disponibilidade de energia e
condições socioeconômicas para as quais o sistema de irrigação deve ser adaptado.

Ressalta-se a necessidade de se considerar os aspectos sanitários da irrigação, uma vez


que o método a ser utilizado determina a forma e a intensidade de contato entre o efluente, as
culturas irrigadas, os agricultores e as comunidades circunvizinhas.

Os critérios e padrões de qualidade microbiológica usualmente encontram-se


associados ao tipo de cultura e ao método de irrigação. Em geral, os critérios mais restritivos
são dirigidos à irrigação de produtos ingeridos crus e à utilização de irrigação por aspersão e
os mais permissíveis são admitidos para culturas não comestíveis e irrigação localizada.

Cada um desses métodos de irrigação implica em diferentes riscos à saúde pública


para os grupos de risco, diferentes custos e diferentes eficiências no uso da água aplicada. A
Tabela 2.8 relaciona todos esses fatores e serve como base para levantar os benefícios e custos
associados a cada método de irrigação.

Os cuidados com a operação e manutenção dos sistemas de irrigação devem ser


constantes na irrigação com esgotos sanitários. Dentre os fatores que podem contribuir para o
desgaste e a redução da vida útil dos diversos componentes, destacam-se: sólidos suspensos
(formação de agregados que podem causar entupimento de tubos e emissores), sais
inorgânicos formados (corrosões e desgastes das partes metálicas do sistema, precipitações e
problemas de entupimento), e microrganismos presentes no esgoto ou formados nos tubos
(como algas, bactérias filamentosas e ferrobactérias), que podem ocasionar problemas de
entupimentos (MENDONÇA, 2003 apud AQUINO, et al., 2007).

55
A utilização de esgotos na agricultura pode ser considerada uma fertirrigação, haja
vista que se está fornecendo água com nutrientes para as plantas. Todavia, segundo Marques
(2003), a fertirrigação apresenta vantagens e limitações quando comparada com a aplicação
tradicional de fertilizantes, sendo que as limitações podem ser controladas com um manejo da
irrigação. Dentre as principais vantagens ele cita:

ƒ Economia de mão de obra, pois não é necessário distribuir o fertilizante


manualmente ou com o emprego de máquinas;

ƒ Evita-se a compactação do solo, pois se elimina o uso de ferramentas


mecânicas pesadas e a movimentação de máquinas;

ƒ Maior parcelamento da fertilização, evitando perdas e atendendo as


necessidades das plantas nas diferentes etapas de desenvolvimento da cultura;

ƒ O nutriente dissolvido sempre estará prontamente absorvível, elevando a


eficiência da fertilização;

ƒ Automatização;

ƒ Aplicação de micronutrientes.

Como limitações, Marques (2003) cita:

ƒ Necessidade de fertilizantes solúveis;

ƒ Risco de retorno da solução para a fonte de água, podendo trazer danos


ambientais, se não for cuidadosamente realizada;

ƒ Altos custos iniciais, podendo levar ao desestímulo do agricultor;

ƒ Risco de super fertilização quando a irrigação não for baseada nas necessidades
reais de água da planta;

ƒ Pode trazer problemas de corrosão ao equipamento de irrigação;

Exige conhecimentos técnicos dos adubos, bem como, dos cálculos de dosagens.

56
Tabela 2.5– Valores de condutividade elétrica (CE) e razão de adsorção de sódio (RAS) e
respectivos problemas potenciais de salinização e sodificação do solo em efluentes utilizados
em experimentos de irrigação (Prosab 4).

Parâmetro Problema Potencial (*)


Origem do Efluente CE RAS Salinização Sodificação
(dS m ) -1
(mmol L ) -1 0,5 do solo do solo

Ligeiro a
Lagoa Facultativa 0,86 11,9 Severo
moderado

Ligeiro a
Lagoa Facultativa 0,62 3,3 Nenhum
moderado

Decantação primária Ligeiro a


0,61 3,3 Nenhum
quimicamente assistida moderado

Ligeiro a
Reator UASB 0,65 3,7 Nenhum
moderado

Ligeiro a
Filtro biológico percolador 0,62 3,6 Nenhum
moderado

Ligeiro a
Decantação primária 0,59 3,3 Nenhum
moderado

Ligeiro a Ligeiro a
Sistema de quatro lagoas em série 0,83 3,8
moderado moderado

Ligeiro a
Lagoa Anaeróbia 0,51 1,6 Nenhum
moderado

Ligeiro a
Reator UASB + filtro anaeróbio 0,65 1,6 Nenhum
moderado

Reator UASB + lagoa de Ligeiro a


1,01 1,8 Nenhum
polimento moderado

Fonte: Dos Santos et al., (2006). * Os problemas potenciais foram avaliados de acordo com os critérios da
Universit of California Committee of Consultants.

57
Tabela 2.6 - Método de irrigação e cuidados necessários à utilização de esgotos sanitários.

Método de
Fatores que afetam a escolha Medidas protetivas necessárias
Irrigação

Menores custos. Proteção completa para operários


Inundação Não é necessário nivelamento agrícolas. Consumidores e
manuseadores de culturas.
preciso do terreno.

Proteção para operários agrícolas.


Custo baixo.
Sulcos Possivelmente necessária para
Nivelamento pode ser necessário. consumidores e manuseadores de
culturas.

Algumas culturas da Categoria B


Eficiência média do uso da água. (cereais, culturas industriais,
Aspersão Não há necessidade de forragem, pastos e árvores),
principalmente árvores frutíferas
nivelamento.
são excluídas.

Distância mínima de 100 metros de


Custos elevados. casas e estradas.
Subsuperficial ou
Elevada eficiência do uso da água. Filtração para evitar entupimento
localizada
de orifícios (exceto no caso de
Alta produtividade agrícola.
irrigação por bubblers).

Fonte: Mara & Caimcross, 1989.

A qualidade da água de irrigação pode reduzir a condutividade hidráulica


(permeabilidade) do solo. Em geral, os efeitos se dão nas camadas superficiais do solo,
comprometendo a infiltração e o alcance da zona radicular e a renovação da água consumida
pelas culturas entre duas irrigações (GONÇALVES, 2003).

Segundo Bernadi (2003) os efluentes adequadamente tratados podem ser utilizados


para aplicação em:

• Culturas de alimentos não processados comercialmente: irrigação superficial de


qualquer cultura alimentícia, incluindo aquelas consumidas cruas;

• Culturas de alimentos processados comercialmente: irrigação superficial de


pomares e vinhas;
58
• Culturas não alimentícias: irrigação de pastos, forragens, fibras e grãos;

Segundo MOTA et al., (2007), a escolha da planta a ser irrigada constitui um fator
essencial para a sustentabilidade da irrigação com efluente, pois (i) certas culturas podem ser
irrigadas com águas de qualidade “inferior”, sem implicações no rendimento; (ii) alguns
problemas associados à qualidade da água (como por exemplo, risco de salinidade e
sodicicidade podem ser minimizados por práticas agronômicas sustentáveis); (iii) as plantas
governam as perdas de N no sistema solo-planta receptor de efluentes ainda podem aliviar o
problema de lixiviação deste nutriente. A planta escolhida, se possível, deve apresentar (i) alta
absorção de N; (ii) elevado consumo de água; (iii) possibilidade de processamento; (iv)
potencial de mercado e (v) viabilidade econômica.

2.2.4 Reúso na aquicultura

Segundo Felizzatto (2000), a aquicultura é o processo de produção em cativeiro de


organismos com hábitat predominante aquático, em qualquer estágio de desenvolvimento, ou
seja: ovos, larvas, pós-larvas, juvenis ou adultos. Portanto a piscicultura, que consiste na
criação de peixes, faz parte dessa atividade.

A partir da década de 1980, iniciou-se a ascensão da piscicultura no Brasil, que teve


como principais fatores desencadeadores a elevação dos custos de transporte de pescado
fresco para o interior, a deterioração dos recursos hídricos, a diminuição do potencial de
peixes dos cursos d água e o reconhecimento do grande potencial econômico desta atividade
no setor primário. Diante deste panorama, o uso de esgotos na piscicultura tem crescido e
constitui uma fonte alternativa de produção de proteína a baixo custo, e também uma forma
de reciclagem de nutrientes (BASTOS et al., 2003).

Segundo MOTA et al., (2007) a literatura indica as seguintes formas de reúso de


esgotos no cultivo de peixes:

• Adição de esgoto (ou excretas) aos tanques piscícolas (diluição de cerca de 100 a 150
vezes);

• Cultivo de peixes diretamente em lagoas de estabilização (de maturação);

• Cultivo de peixes em tanques-rede colocados em lagoas de estabilização;

59
• Tanques de cultivo de peixes utilizando efluentes de estações de tratamento de esgoto.

A qualidade do efluente tratado é um fator primordial na garantia da sustentabilidade


da prática do reúso em piscicultura. É de extrema relevância realizar o controle das cargas
orgânicas sobre os níveis de Oxigênio Dissolvido, bem como a toxicidade da salinidade, teor
de amônia, metais pesados, dentre outros contaminantes presentes nos efluentes. A remoção
de nutrientes é um fator quase obrigatório no reúso aplicado à piscicultura, principalmente no
que se refere à amônia, que é tóxica a maioria das espécies em concentrações relativamente
reduzidas (BASTOS et al., 2003).

Diversos trabalhos, com experiências em escala real ou no âmbito de pesquisa,


registram a viabilidade do uso de esgotos sanitários em piscicultura e indicam que, com
adequado manejo, é possível alcançar boa produtividade e minimizar os riscos à saúde, além
da aceitabilidade do mercado de consumo. Destacam-se os trabalhos que são desenvolvidos
em Lima, Peru, desde 1983, pelo Centro Panamericano de Engenharia Sanitária e Ciências do
Ambiente (CEPIS), utilizando lagoas de estabilização (MOSCOSO et al., 1992, BASTOS,
2003, apud MOTA et al., 2007).

A produção estimada de esgoto doméstico na Índia é de aproximadamente


100L/hab/dia. O esgoto é rico em compostos orgânicos e nutrientes, e, após um tratamento
simples, podem ser utilizados na produção de peixes e camarão. Diversos estudos conduzidos
na Índia e em outros locais (DASGUPTA, 2008 apud GHOSH et al., 1999; DATTA et al.,
2000; AYYAPPAN, 2000; CHAKRABARTY, 2002; BHAKTA e JANA, 2006; BUNTING,
2007; MUKHERJEE e JANA, 2007) comprovam a eficiência da utilização do esgoto tratado
na produção de peixes. Os estudos demonstraram que a produção é segura do ponto de vista
sanitário, mesmo em períodos de grande seca.

60
Na Índia, existem mais de 130 sistemas de piscicultura com tanques alimentados com
águas residuárias, em uma zona de 12.000 hectares; a maioria encontra-se em Bengala
Ocidental. Calcutá e tem o sistema de aquicultura alimentado com águas residuárias mais
extenso do mundo; as águas residuárias, sem tratamento, e a água pluvial da cidade são
conduzidas através de um canal principal, que distribui o líquido por um complexo sistema de
canais secundários e terciários até um extenso sistema de tanques com uma superfície de
4.400 hectares, produzindo carpa e Tilápia, que são importantes como alimento na Índia, e em
5 a 6 meses alcançam o tamanho comercial (STRAUSS e BLUMENTHAL, 1990;
EDWARDS, 1992).

A fertilização de sistemas de piscicultura com excreta ou águas negras é praticada


principalmente no sudoeste de Java Oeste, na Indonésia. Em quatro regências (áreas
administrativas) de Bandung, Ciamis, Garut e Tasikmalaya, onde a prática é mais comum,
possuem uma população aproximada de 8 milhões de habitantes. A produção anual de peixes
é de 33.000 toneladas e em lagoas de 10.000 hectares de superfície, o cultivo
predominantemente é de carpa comum, tilápia do Nilo e Javanesa. A produtividade anual
varia de 1600 a 2800 kg/ha e o lodo de fundo dos tanques é utilizado como condicionador de
solo e fertilizante para a produção de arroz. Em algumas lagoas, cultivam-se também plantas
aquáticas - water spinach (Ipomoea aquatica) - para consumo humano, preparando-as de
forma cozida. A doença do tipo diarréia não é o maior problema nas vilas, com a frequencia
de somente um episódio por pessoa por ano. As concentrações de coliformes fecais nas lagoas
de peixes variam de 104 a 105 NMP/100mL. São ausentes as infecções causadas por
trematódeos (Clonorchis, Fasciolopsis e Schistosomas). Na Indonésia, a prática da fertilização
das lagoas de peixes com águas negras não parece promover, com significante excesso,
qualquer doença relaciona com as excretas humanas (MARA e CAIRNCROSS, 1989).

A China produz 60% dos peixes mundiais em apenas 27% de áreas cultivadas em
sistemas de piscicultura, enquanto os chineses produzem 2,25 milhões de toneladas anuais em
7.000 km2 de superfície em lagoas; o restante do mundo, em 18.000 km2, produz 1,5 milhões
de toneladas anuais. O rendimento médio chinês é de 3.200 kg/hectare, mas, se bem manejado
em policultura intensiva, poderá ser de 7.000 kg/hectare. O uso de excreta não tratada para
fertilizar as lagoas de peixe está se tornando cada dia menor na China. As excretas só são
usadas após digestão anaeróbia em tanques durante um período de quatro semanas (MARA e
CAIRNCROSS, 1989; EDWARDS, 1992; STRAUSS e BLUMENTHAL, 1990).

61
Na América Latina, em particular no Peru, a partir de 1958 iniciou-se a operação da
estação de tratamento de águas residuárias provenientes da zona sul de Lima. O sistema é
chamado de Lagoas de San Juan de Miraflores, e, em 1975, realizaram-se vários estudos com
tendência forte ao reúso em aquicultura do efluente tratado por essa estação (MOSCOSO e
GALECIO, 1978). A partir de 1983, implementou-se um projeto o qual, certamente,
representa o centro de referência piloto de reúso em aquicultura da América Latina ainda hoje.

O uso de esterco animal para alimentação de peixes a muito é entendido como


alternativa barata de produção de proteína de alta qualidade nutritiva. No oeste de Santa
Catarina, o policultivo de peixes integrado a suinocultura apresenta custo médio de produção
de R$ 0,30/kg de peixe, enquanto no litoral norte do Estado, o monocultivo de tilápias com
ração tem custo médio de R$ 0,90/kg de peixe. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina estima que 70% do cultivo de peixes de águas doces sejam
obtidos a partir de dejetos suínos como principal insumo aportado nos viveiros (BOLL et al.,
1999, apud BASTOS et al., 2003).

A criação de peixes pode ser desenvolvida em sistemas extensivos e intensivos


diferenciados, basicamente, pelo controle implementado, incluindo o tipo de alimentação e a
produtividade alcançada. Na criação extensiva, a alimentação é natural, disponível nos
tanques de peixes e a produtividade é próxima a obtida em condições naturais. Nos cultivos
semi-intensivo ou intensivo caracterizados, dentre outros fatores, pela utilização de doses
menos ou mais completas de alimentação artificial, o objetivo é maximizar a produção em
áreas compactas (BASTOS et al., 2003).

Aspectos como hábitos reprodutivos, hábitos alimentares, sensibilidade com relação ao


meio, adaptação climática e à qualidade da água e facilidade de manejo devem ser observados
no momento da escolha da espécie que será utilizada na piscicultura com efluentes tratados.
Dentre as espécies já pesquisadas com a utilização de efluentes tratados, a tilápia e carpa vêm
se destacando.

A demanda de água depende do tipo de criação (extensiva ou intensiva), da qualidade


da água, da densidade dos peixes, dos fatores climáticos e da produtividade desejada. Alguns
exemplos encontram-se detalhados na Tabela 2.9.

62
Segundo Bastos et al., (2003) o pH ideal para cultivo de peixes encontra-se na faixa de
6,5 a 9,5, onde a presença de bicarbonatos é predominante. A transparência deve ser a maior
possível, pois a mesma tem uma relação direta com a atividade fotossintética no meio. A faixa
de OD vai variar de acordo com a espécie e as suas variações estão relacionadas às atividades
fotossintéticas, à respiração da biota, bem como à variação da carga orgânica no meio líquido.
A condutividade elétrica muito elevada também significa salinidade excessiva, que é
prejudicial à piscicultura. A faixa ideal de conforto térmico para as espécies tropicais, como a
tilápia, fica em torno de 20ºC a 30ºC. O fósforo apresenta-se geralmente em baixas
concentrações e a sua forma predominante é o ortofosfato, que é assimilável pelo fitoplâncton
e servido de fonte de nutrição para os peixes. A tolerância às diversas formas de nitrogênio
também varia de espécie para espécie e, ainda, depende do estágio de vida. Em geral os níveis
letais são: de 0,6 a 2,0 mg/L para a amônia, de cerca de 0,5 mg/L para o nitrito e em torno de
5,0 mg/L, no caso do nitrato. A forma mais tóxica é a amônia livre (NH3), sendo que a sua
toxicidade sofre variação devido ao pH da água e ainda depende da intensidade da perda no
meio por volatilização. Os peixes toleram amônia na faixa de 0,2 a 0,5 mg/L, já a tilápia do
Nilo não suporta quantidades superiores a 1,5 mg/L.

A alimentação dos peixes deve ser balanceada e conter componentes alimentares em


quantidade e diversidade (proteínas, lipídios, carboidratos, aminoácidos, e ácidos graxos) de
acordo com as necessidades da espécie. O conhecimento dos hábitos alimentares do peixe é
de fundamental importância para a produtividade. O alimento vivo, em particular as algas,
apresenta valor nutritivo inquestionável, sendo considerado a melhor opção nas fases iniciais
de desenvolvimento dos peixes. Em linhas gerais, as seguintes características do fitoplâncton
são determinantes na seleção e disponibilidade do alimento natural: tamanho e densidade,
mobilidade e capacidade de flutuação, valor nutricional, facilidade de absorção e digestão
(TAVARES e ROCHA, 2001).

Edwards (1992) apresenta uma extensa revisão de experiências de criação de peixes


em todo o mundo, conforme alguns exemplos mostrados na Tabela 2.10.

63
Tabela 2.7 – Produção piscícola e demanda de água por espécie cultivada e sistema de
produção.

Produção Demanda de água


Sistema de produção
Espécie
(país) (TM/ha/ano) (TM/ m3)

Bagre africano (Clarias Intensivo em tanques


100-200 50-220
baltrachus) (Tailândia)

Fluxo mínimo de água


Tilápia (Oreochromis
e alimentação com 6,8 1.500-2.000
niloticus)
detritos (Tailândia)

Intensivo em tanques
Tilápia (Oreochromis
com aeração mecânica 17,4 21.000
niloticus)
(Tailândia)

Carpa comum (CuprInus


carpio) e prateada Extensivo em tanques
3 12.000
(Hypophtalmictys (Israel)
molitriz), tilápia

Semi-intensivo em
Carpa comum, tilápia 9 5.000
tanques (Israel)

Intensivo em tanques
Carpa comum 1.443 740.000
de derivação (Japão)

Bagre (Ictalurus Intensivo em tanques


3 6.500
punctatus) (EUA)

Fonte: Adaptado de Thiago (2002), apud Bastos et al., (2003).

64
Como exposto no relatório de Engelberg (IRCWD, 1985), a preocupação do ponto de
vista de saúde pública para o reúso na aquicultura são os trematódeos ou os ovos de:
Schistosoma, Fascilopsis e Clonorchis. Sendo que os ovos desses parasitas são mais frágeis
do que os de Ascaris e podem ser eliminados em curto período de tempo. Os caracóis são
hóspedes intermediários de vários parasitas helmínticos, incluindo a espécie Schistosoma. A
infecção ocorre em pessoas no momento do banho nos locais contaminados quando as larvas
do esquistossoma penetram na pele humana. O cuidado de contaminação no manejo dos
tanques aquícolas deve ser redobrado para os trabalhadores da aquicultura. Certas espécies de
peixes são hóspedes intermediários secundários de vários parasitas helmínticos, por exemplo,
a espécie Clonorchis.

Até o momento ainda não foram definidos os padrões e normas para a prática do reúso
no Brasil. Usualmente, os pesquisadores e empresários adotam os padrões da Organização
Mundial da Saúde que define as seguintes diretrizes (WHO, 1989):

• Quantidade menor que 103 CF/1000mL, na água no tanque de piscicultura;

• Valores entre 103 e 104 CF/100mL na água afluente ao tanque de piscicultura;

• Ausência de ovos de helmintos (trematóides).

Segundo Edwards (1992), Araújo (2000) apud Aquino et al., (2007) o risco de
contaminação humana é maior devido à ocupação do homem na cadeia alimentar como
consumidor secundário, tendo em vista que os compostos químicos acumulados chegam aos
consumidores em doses ainda maiores. Contudo os efeitos toxicológicos no homem devem ser
investigados a partir da observação de eventos, para construção de uma base de dados
confiáveis. Com o objetivo de garantir a segurança alimentar do pescado cultivado em águas
residuárias, faz-se as seguintes recomendações:

ƒ Os peixes devem atender aos padrões de qualidade de produtos de pescado, da


Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde;

ƒ A depuração dos peixes em água limpa e a sua cocção adequada.

65
No Ceará, pesquisadores da UFC realizaram um estudo, junto ao Centro de Pesquisa
sobre Reúso junto a Estação de Tratamento de Esgoto de Aquiraz-Ce de propriedade da
Cagece, com o objetivo avaliar a viabilidade da utilização de esgoto doméstico tratado na
alevinagem da Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Foram utilizados três viveiros de 50m³
de volume, um deles abastecido com água de poço e outros dois com esgoto doméstico
tratado proveniente de um sistema de lagoas de estabilização. Nestes, se avaliou o efeito da
aeração adicional utilizando um aerador de sucção com potência de ¾ CV em um dos tanques.
Todos os viveiros foram povoados com alevinos de tilápia, revertidos sexualmente para
machos, com peso médio de 1,5g, densidade de estocagem de 12 alevinos/m² e 600
alevinos/viveiro. O experimento durou 49 dias, onde os alevinos deveriam chegar ao peso
médio final de 40,0g (ideal para a estocagem em tanques-rede padrão da piscicultura atual)
com a utilização de aproximadamente 26,0 kg de ração comercial por viveiro. Foram
monitorados os parâmetros de crescimento em peso, comprimento e biomassa, além da
sobrevivência e conversão alimentar e também os níveis de contaminação por patógenos nos
músculos, vísceras e pele dos peixes. Como conclusão comprovou-se a viabilidade da
alevinagem da tilápia do Nilo utilizando-se esgotos domésticos tratados em sistemas de lagoas
de estabilização com o uso de aeração mecânica adicional e que o peixe produzido atende aos
padrões permitidos pela legislação sanitária vigente (SANTOS et al., 2006).

66
Tabela 2.8 – Exemplos de cultivo de peixes com esgoto sanitário.

País Espécies Características do sistema Observações


África Tilápia (Oreochromis mossambicus, Tanques alimentados com efluente
Produtividade: 1,0 t/ha.ano
do Sul Tilápia sparraman) secundário (filtros biológicos)
Tilápia (Oreochromis mossambicus,
Tilápia rendalli), carpa (CyprInus Bagres e blackbass mantidos
África Reservatório (25 ha) alimentado com
carpio), carpa prateada como controle de reprodução das
do Sul efluente secundário
(Hypophtalmichthys molitrix), bagre, tilápias: 1,0 t/ha.ano
blackbass (Micropte)
Tanques para pesca esportiva Pequena sobrevivência de trutas,
Estados Bagre (Icalurus punctatus), tilápia,
alimentados com efluente de lodos produtividade de bagres e
Unidos truta (Salmo gairdneri)
ativados filtrado tilápias: 0,8 t/ha.ano
Tilápias: bom crescimento,
porém com mortalidade
Quatro lagoas de estabilização em
Estados Bagre (Icalurus punctatus), tilápia considerável no inverno. Bagres:
série alimentadas pelo efluente de
Unidos (Oreochromis aureus) bom crescimento apenas nos
lagoas aeradas
estágios iniciais de
desenvolvimento
Bom crescimento e
Hong Dois tanques alimentados com
Tilápia (Oreochromis mossambicu) sobrevivência, produtividade: 2,0
Kong efluente secundário (lodos ativados)
t/ha.ano

Bom crescimento de carpa-


Carpa (CyprInus carpio), carba-
comum, carpa-cabeça-grande e
cabeça-grande (Aristichthys nobilis), Dois tanques em série com os
carpa-prateada (produtividade:
carpa-capim (Ctenopharyngodon anteriores
2,0 t/ha.ano); mortalidade
idella)
elevada de carpa capim

Tanque alimentado com efluente de


Carpa (CyprInus carpio) Produtividade: 7,7 t/ha.ano
Índia lagoas de estabilização (TDH 2 dias)
Dois tanques em série alimentados
Carpa (CyprInus carpio) com efluente de lagoas de Produtividade: 11,5 t/ha.ano
estabilização (TDH 3 dias)
Carpa (CyprInus carpio), carpa
prateada (Hypophtalmichthys Tanque alimentado com efluente
Produtividade: 7,6 – 9,4 t/ha.ano
molitrix), tilápia-do-nilo(Oreochromis primário
niloticus)
Carpa (CyprInus carpio), carba- Tanque alimentado, em batelada,
cabeça-grande (Aristichthys nobilis), com efluente de lagoa de Bom crescimento; ocorrência de
França carpa prateada (Hypophtalmichthys estabilização mortalidade em razão de amônia
molitrix), tilápia-do-nilo(Oreochromis OD
niloticus)
Carpa (CyprInus carpio), carpa
prateada (Hypophtalmichthys
Tanques alimentados por aspersão
Hungria molitrix), carba-cabeça-grande Produtividade: 4,4 – 6,1 t/ha.ano
com efluente primário
(Aristichthys nobilis), tilápia-do-
nilo(Oreochromis niloticus)

Fonte: Adaptado de Edwards (1992), apud Bastos et al., (2003).

67
2.3 Impactos Sanitários e Ambientais do Reúso de Água

A grande deficiência de saneamento básico em várias regiões do Brasil e do mundo,


em especial de esgotamento sanitário, impõe, a um grande número de pessoas, riscos
inaceitáveis de exposição direta ou indireta a esgotos sanitários. O volume de esgotos
sanitários lançados no solo ou em corpos d’água, em estado bruto ou insuficientemente
tratado, constitui expressiva carga de organismos patogênicos excretados por indivíduos
infectados no meio ambiente. Mesmo nos locais onde há estações de tratamento, são reais os
riscos de contaminação de pessoas pelo contato direto ou indireto com o efluente tratado. Esse
quadro de deficiência da barreira sanitária tem forte influência nos indicadores de saúde,
muito abaixo dos padrões mínimos da dignidade humana em várias regiões brasileiras
(GONÇALVES et al., 2003).

Neste contexto, a qualidade da água de reúso é determinante não somente em função


de suas características físicas, químicas e biológicas, como também da adequação ao uso
específico a que se destina. Apesar dos inúmeros benefícios propiciados pelo reúso, ele
apresenta alguns riscos ao meio ambiente e à saúde da população. Há uma vasta literatura
evidenciando os problemas de saúde em razão do reúso do esgoto bruto ou insuficientemente
tratado. Em decorrência disto, os padrões e orientações para reúso da água tem se preocupado
principalmente com a proteção da saúde pública e do meio ambiente. Diversos países e
regiões de clima árido e semi-árido, onde o reúso é uma prática comum, possuem critérios ou
orientações visando assegurar que essa prática não apresente riscos incontroláveis para a
saúde. Todavia, esses problemas ou riscos podem ser minimizados e/ou eliminados desde que
se adotem medidas preventivas necessárias.

2.3.1 Impactos Ambientais

Segundo MOTA et al., (2007) o uso de esgotos tratados pode resultar em diversos
impactos sobre o meio ambiente, podendo-se citar:

ƒ Alterações nas características do solo, como consequência do reúso em


irrigação, enumerando-se, como por exemplo, a salinização do mesmo ou a
alteração de sua permeabilidade;

68
ƒ Poluição de águas subterrâneas, como resultado da aplicação de esgotos no
solo ou em recarga de aquifero, carreando produtos químicos como os nitratos,
metais pesados, e outros;

ƒ Poluição de águas superficiais, pelo carreamento de poluentes do solo ou pelo


lançamento do excesso de águas residuárias não reusadas na irrigação (em
períodos chuvosos, por exemplo), pelo lançamento de esgoto não tratado em
corpo d água, por efluentes de tanques de aquicultura, etc;

ƒ Dispersão de aerossóis resultantes da irrigação por aspersão ou de sistemas de


resfriamento, os quais podem alcançar áreas adjacentes;

ƒ Toxicidade às plantas causada por alguns constituintes presentes na água de


reúso ou adicionada ao solo por meio da sua aplicação.

Alguns efeitos detrimentais podem ocorrer em associação com o uso de esgotos na


irrigação. Um efeito potencialmente negativo é a poluição, particularmente por nitratos, de
aquifero subterrâneos, utilizados para abastecimento de água. Isso ocorre quando uma camada
insaturada, altamente porosa se situa sobre o aquifero, permitindo a percolação de nitratos.
Entretanto, ocorrendo uma camada profunda e homogênea, capaz de reter nitratos, a
possibilidade de contaminação é bastante pequena. A assimilação de nitrogênio pelas culturas
reduz a possibilidade de contaminação por nitrato, mas isso depende das taxas de assimilação
pelas plantas e das taxas de aplicação de esgotos no solo. O acúmulo de contaminantes
químicos no solo é outro efeito negativo que pode ocorrer. Dependendo das características
dos esgotos, a prática da irrigação por longos períodos, pode levar a acumulação de
compostos tóxicos, orgânicos e inorgânicos, e ao aumento significativo de salinidade, em
camadas insaturadas.

Para evitar essa possibilidade, a irrigação deve ser efetuada com esgotos de origem
predominantemente doméstica. A necessidade de um sistema adequado de drenagem deve ser
também considerada, visando minimizar o processo de salinização de solos irrigados com
esgotos. Da mesma maneira, a aplicação de esgotos por períodos muito longos pode levar à
criação de habitats propícios à proliferação de vetores transmissores de doenças, tais como
mosquitos e algumas espécies de caramujos. Nesse caso, devem ser empregadas técnicas
integradas de controle de vetores, para proteger os grupos de risco correspondentes.

69
A utilização dos efluentes pode gerar benefícios diretos e indiretos para a população.
Não há dificuldade em avaliar os benefícios diretos ocasionados pelo reúso, mas os benefícios
indiretos são “elementos não monetários” e, infelizmente, não são levados em consideração
na avaliação econômica de projetos de reúso.

As melhorias ambientais, econômicas e sociais motivados pelo reúso, principalmente


em termos de proteção de recursos hídricos, e o incentivo proporcionado para a construção de
sistemas de coleta de esgotos urbanos, são extremamente relevantes. Esses benefícios são tão
importantes que tornam meramente subsidiárias certas análises de custo/benefício como
elementos de decisão para a implementação de projetos de reúso, principalmente em países
em desenvolvimento, ou em rápido estágio de industrialização, como é o caso do Brasil.

2.3.2 Impactos Sanitários

Os esgotos domésticos são formados, principalmente, por fezes e urina, e representam


uma alta carga de poluentes para as águas e uma probabilidade de risco elevado da presença
de organismos patogênicos. A contaminação de seres humanos por esgotos sanitários pode ser
causada por bactérias, vírus entéricos ou parasitas intestinais (protozoários e helmintos). A
diversidade e a quantidade dos organismos patogênicos no esgoto dependem de vários fatores,
dentre os quais a quantidade de indivíduos infectados na população e a densidade de
organismos patogênicos nos excrementos desses indivíduos.

Pode-se estimar que os corpos d’água brasileiros recebam aproximadamente 300 m³/s
de esgotos sem qualquer tratamento, considerando uma contribuição média de produção de
esgoto de 225 litros/pessoa/dia. Isto significa que, no Brasil, as águas residuárias domésticas
sem tratamento constituem cenários de degradação dos recursos hídricos, exercendo papel de
vetor para a transmissão de doenças de propagação pela água (SANTOS et al., 2006).

A carência de medidas de saneamento pode levar à proliferação de muitas doenças. A


falta de disponibilidade de água potável de boa qualidade, a má disposição dos dejetos e uma
inadequada destinação de resíduos sólidos são fatores que contribuem para uma maior
incidência de moléstias de veiculação hídrica (MOTA et al., 1999). Este é um problema
mundial, que tem um impacto bastante significativo na saúde e qualidade de vida da
população.

70
Segundo o Global Water Supply and Santation Assessment – 2000 Report
aproximadamente 4 bilhões de casos de diarréia por ano causam 2,2 milhões de morte,
principalmente entre crianças abaixo de 5 anos; os vermes intestinais infectam 10% da
população nos países em desenvolvimento; estima-se que 6 milhões de pessoas estão cegas
em decorrência de tracoma em uma população de risco de 500 milhões; 200 milhões de
pessoas no mundo estão infectadas com esquistossomose; na China, Índia e Indonésia,
morrem mais de duas vezes mais pessoas de diarréia do que de AIDS; e em qualquer
momento, metade dos leitos hospitalares do mundo está ocupada por pacientes com doenças
de veiculação hídrica (GENERINO, 2006).

No Brasil o panorama também é bastante preocupante. Segundo MOTA et al., (1999),


a análise de alguns dados sobre a saúde dos brasileiros indica a precariedade das condições de
saneamento ainda existentes. A falta de saneamento básico é responsável por 30% dos óbitos
de crianças menores do que um ano, devido às diarréias, por 60% dos casos de internações em
pediatria, e por 5,5 milhões de casos de esquistossomose no país.

Mesmo com o baixo índice de saneamento, a realidade da prática do reúso agrícola no


mundo e especialmente no Brasil, principalmente em regiões mais carentes, é bastante
preocupante, pois esta tem se desenvolvido de forma inadequada, sem qualquer planejamento
ou controle. Muitos agricultores, impelidos pela escassez de água, que contribui para uma
redução na produção agrícola, e por desconhecerem os riscos inerentes da prática inadequada
do reúso à saúde pública dos consumidores e para o meio ambiente, utilizam águas altamente
poluídas de córregos e rios adjacentes, e, em alguns casos, fazem uso de águas residuárias
domésticas, sem nenhum tratamento, para irrigação de diversas culturas, incluindo hortaliças
e outros vegetais. Essas águas, normalmente, possuem em sua biota bactérias, fungos, algas e
plantas diversas, protozoários, outros animais e vírus, muitos dos quais patógenos que causam
gastrenterites, febre tifóide e paratifóide, disenteria, diarréia e cólera, como mostra a Tabela
2.11.

71
Estudos divulgados pelo Banco Mundial (CUTOLO, 2002) mostram que grande parte
das pessoas portadoras de entamoebas, giárdias, estrongilóides, tênias, necátors, tricocéfalos,
áscaris e oxiúros foram contaminadas pelo consumo de hortaliças e frutas irrigadas com águas
contaminadas por efluentes não tratados, e indicam ainda que doenças como cólera e a febre
tifóide também podem ser disseminadas via hortaliças irrigadas com águas carreando o Vibrio
cholerae e a Salmonella typhi, respectivamente, acima de doses mínimas infectantes.

No reúso de águas residuárias, algumas condições específicas devem ser satisfeitas


para proteção da saúde pública e bem estar das comunidades. Os elementos básicos para
projeto de reúso de água incluem uma qualidade de água segura, quantidade adequada e
conveniência.

Segundo BLUM (2003) apud MOTA et al., (2007), do ponto de vista sanitário os
problemas podem ocorrer como consequência do contato das pessoas com a água de reúso, o
pode acontecer das seguintes maneiras:

ƒ Contato por ingestão direta da água;

ƒ Contato por ingestão de alimentos crus e verduras irrigadas consumidas cruas;

ƒ Contato por ingestão de alimentos processados (caso dos vegetais enlatados


que foram irrigados com água de reúso);

ƒ Contato pela pele por banhos em lagos contendo água de reúso;

ƒ Contato por inalação de aerossóis formados, por exemplo, em sistemas de


irrigação por aspersão superficial de lagoas;

ƒ Contato por meio da visão e do olfato, como no caso das descargas sanitárias.

É preciso que os padrões de qualidade sanitária das águas residuárias destinada ao uso
na agricultura sejam atendidos a fim de evitar possíveis problemas de saúde aos consumidores
e aos trabalhadores que irrigam e manuseiam as culturas. A Organização Mundial de Saúde
(WHO, 1989) aconselha, para irrigação irrestrita, uma concentração de, no máximo, um ovo
de nematóide por litro de efluente e menos de 1000 coliformes fecais por 100 mL.

72
Tabela 2.9 – Agentes infecciosos presentes em águas residuárias domésticas sem tratamento.
Organismos Doenças Observações
Escherichia coli Gastoenterites Diarréia

Legionella pneumophila Legionelloses Doença respiratória aguda

Lptospira (150 spp.) Leptospiroses Icterícia, feber de Well´s

Salmonella typhi Febre tifóide Febre elevada, diarréia e ulceração


Bactéria intestinal
Salmonella ( ~1700 sp) Salmonelloses Intoxicação alimnetar

Shigella (4 spp) Shigelloses Desniteria bacilar

Vibrio cholerae Cólera Diarréia extremamente forte, desidratação

YersInia enterolitica Yersinoses Diarréia

Adenovirus (31 tipos) Doença respiratória Complicações pulmonares

Gastroenterites,
Enterovirus (67 tipos) anomalias do coração

Vírus e meningites

Hepatite A Hepatite infecciosa Icterícia, febre

Reovirus Gastroenterites Diarréia

Rotavirus Gastroenterites Diarréia

Balantidium coli Balantidiases Diarréia, disenteria

Crptosporidium Cryptosporidioses Diarréia


Protozoários
Entamoeba histolytica Amebiases Disenteria sanguinolenta, prolongada

Giardia lamblia Giardiases Diarréia severa, náusea, indigetão

Ascaris lumbricoides Ascariases Infestações por helmintos

Enterobius vermiculares Enterobiases Oxiúro

Fasciola hepática Fasciolases Obstrução de canais linfáticos

Helmintos Hymenolepsis nana Hymenolepiases

Taenia sagInata Taeniases Carne bovina

Taeniases Taeniases Carne suína

Trichuriasis Trichuriasis Prurido anal

Fonte: Adaptado de Tchobanoglobus (1991); Aayres e Mara (1997) apud Culolo (2002).

73
Os aspectos relacionados com a saúde pública são apontados como responsáveis por
grande parte do sucesso ou fracasso de qualquer programa de reúso. Outro aspecto importante
é o processo de informação e aceitação pública que deve ser iniciado na fase de planejamento
e concluído depois da implantação do projeto. Também não se pode esquecer que a água de
reúso é um produto de mercado, dessa forma deve-se garantir quantidade e qualidade para os
consumidores ficarem satisfeitos (OKUN, 1990; HESPANHOL, 2003; EPA, 2004).

A Tabela 2.12 mostra os resultados de estudos realizados em todo o mundo, para


levantar evidências epidemiológicas que orientassem diretrizes mais racionais e menos
restritivas. Os resultados desses estudos foram finalmente consolidados no “Encontro
Científico sobre Aspectos de Saúde Associados ao Reúso de Esgotos”, realizado pela OMS,
em Genebra, em novembro de 1987.

Tabela 2.10 – Diretrizes da Organização Mundial de Saúde para reúso de água.


Nematóides
Tratamento recomendado
Grupos intestinais (1) Coliformes fecais
Condições de Reúso para atingir a qualidade
Expostos Nº de NMP(3)/100 mL(4)
microbiológica
ovos/L(2)
Irrigação Irrestrita (A)
Operários
(Culturas para serem Lagoas de estabilização em
Consumidores ≤1 ≤ 1000
comidas cruas, série ou tratamento equivalente.
campos de desportos e
Público
parques públicos) (5)

Irrigação Restrita (B)


Retenção de lagoas de
estabilização por 8 a 10 dias ou
(Cereais, culturas Operários ≤1 Não especificado
remoção equivalente de
industriais, forragens,
helmintos e coliformes fecais.
pastos e árvores)(6)

Irrigação Restrita e
Localizada (C) Pré-tratamento requerido pela
técnica de irrigação aplicada,
Nenhum Não se aplica Não se aplica
(Se a exposição de mas não menos do que
operários e do público tratamento primário.
não ocorre)

Fonte: WHO (1989). (1) Áscaris, Trichuris, ancilostoma, Necator; (2) média aritimética do número de ovos viáveis, durante o período de
irrigação; (3) NMP – Número mais provável; (4) Média geométrica, durante o período de irrigação; (5) Um valor diretriz mais restritivo (200
coliformes fecais por 100 mL) é apropriado para gramados públicos com os quais o público tenha contato direto; (6) No caso de árvores
frutíferas, a irrigação deve cessar duas semanas antes de os frutos serem colhidos. Esses não devem ser coletados no chão. Irrigações por
sistema de aspersores não devem ser utilizadas.

74
(a) Medidas de controle

Nos sistemas de reutilização de água na agricultura, os quatro grupos humanos


expostos são: consumidores, trabalhadores agrícolas e suas famílias, manipuladores de
alimento residentes em zonas vicinais. A proteção desses grupos depende de quatro medidas
integradas: tratamento de efluentes, técnicas de aplicação da água de reúso, seleção dos
cultivos e controle da exposição humana. Agricultores que utilizam água de reúso devem
seguir códigos de boas práticas e serem bem informados e treinados, de modo a alcançar alta
produção agrícola sem impactos ambientais adversos. (HESPANHOL, 1998; BAHRI, 1999
apud GENERINO, 2006).

Um dos principais enfoques a ser dado à qualidade varia com a destinação dada ao
efluente. Os critérios gerais de qualidade no planejamento do sistema de reúso são: saúde
pública, aceitação dos usuários, preservação do meio ambiente, qualidade da fonte de água e
adequação da qualidade ao uso pretendido (BLUM, 2003 apud MOTA et al., 2007).

Tratamento dos esgotos

Os métodos de tratamento de esgoto foram, inicialmente, concebidos como resposta a


preocupação pelos efeitos negativos causados pela descarga de efluentes no meio ambiente.
Os objetivos primários do tratamento eram a remoção de sólidos suspensos e flotáveis, a
remoção de compostos orgânicos biodegradáveis e a remoção de organismos patogênicos. Em
agosto de 1973, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos publicou a definição de
tratamento secundário, incluindo três parâmetros característicos: DBO de 5 dias, sólidos
suspensos e pH. O padrão de coliformes, que havia sido incluído na versão original, foi
excluído em julho de 1973, provavelmente devido à preocupação com os riscos ambientais e
de saúde pública associados à desinfecção usando compostos de cloro (SALES, 2005).

Nos métodos convencionais de tratamento de esgotos acentua-se a redução ou


remoção de matéria orgânica e de sólidos em suspensão. Porém os esgotos brutos contêm de
107 a 109 coliformes por 100 mililitros, necessitando, portanto, serem tratados por meio de
sistemas que permitam uma remoção de 4 a seis unidades log10 para atingir as diretrizes para
reúso irrestrito. Portanto, para o aproveitamento das águas residuárias faz-se necessária à
eliminação de agentes patógenos como os helmintos, o que pode ser obtido apenas pela
desinfecção em lagoas de estabilização e em reservatórios de acumulação.

75
As Tabelas 2.13, 2.14, 2.15, 2.16 e 2.17 apresentam os principais métodos utilizados
no tratamento de esgoto, as eficiências de remoção dos principais patógenos e exemplos, em
nível mundial e nacional, de reúso na agricultura. A análise das mesmas indica que a remoção
de ovos de helmintos não pode ser atendida por sistemas convencionais de tratamento, tais
como os sistemas de lodos ativados, filtros biológicos ou desinfecção, e que o sistema tipo
lagoa de estabilização fornece efluente que atende as diretrizes da OMS.

Halalsheh et al., (2008) desenvolveram uma pesquisa para a área rural da Jordânia,
onde foram avaliadas três opções de tratamento para as águas cinzas concentradas, com
valores médios de DBO e SST de 2568 mg/L e 1056 mg/L, respectivamente. Os sistemas de
tratamento examinados foram: tanque séptico seguido pelo filtro de areia intermitente; tanque
séptico seguido por wet-lands; e reator UASB-híbrido. Os pesquisadores concluíram que este
último seria a opção mais apropriada de tratamento em termos de densidade e simplicidade na
operação. O volume do reator do UASB-híbrido foi calculado para ser 0.268 m3, com uma
área de superfície de 0.138 m2, para cada casa que tem 10 habitantes, em média. O efluente
produzido atende aos padrões jordanianos para o reúso em árvores frutíferas.

Em países de clima predominantemente quente, como o Brasil, a tecnologia mais


adequada para tratamento de efluentes são as lagoas de estabilização, onde normalmente há
disponibilidade de terrenos e a temperatura é favorável ao seu desempenho. Dependendo da
configuração, as lagoas de estabilização podem alcançar o grau de purificação desejado, a
baixo custo financeiro, em vista da simplicidade de operação e manutenção (BASTOS e
MARA, 1993; MONTE, 1995; SILVA e MARA, 1979; YÁNEZ, 1993 apud ARAUJO,
2000). Outro diferencial desse tipo de sistema é a remoção de patógenos. As lagoas de
estabilização em série constituídas por unidades anaeróbias, facultativas e de maturação, com
tempos de detenção hidráulicos médios de 10 a 30 dias (dependendo da temperatura) podem
produzir efluente final com valores de coliformes fecais abaixo de 5000/100mL, conforme
pode ser verificado na Tabela 2.14.
Outra característica eminente das lagoas de estabilização é a possibilidade da
reciclagem da matéria orgânica e dos nutrientes presentes nos esgotos domésticos. Se bem
projetadas podem produzir uma quantidade de cem a duzentas vezes maior de proteína, ou
seja, de 10 a 20 grama/m2/dia. É grande a quantidade de biomassa que se desenvolve nas
lagoas de estabilização, principalmente na forma de algas. Várias pesquisas têm sido
conduzidas em diversas partes do mundo, no sentido de utilizar essa massa de algas, pois elas

76
constituem importante fonte de alimento protéico, chegando a ser mais que 50% (em peso
seco) a proporção de proteínas existentes nesses organismos. Outro detalhe importante é que a
produção por área, além de ser maior, é uma produção contínua durante o ano todo, ao passo
que as plantas cultivadas são colhidas uma ou duas vezes no ano. O emprego desses seres
como fonte de proteínas pode tornar-se altamente compensador (FELIZZATTO, 2000).

Segundo Dos Santos et al., (2006), as bactérias, seguidas dos vírus, são os organismos
patogênicos mais sensíveis a ação de desinfectantes físicos e químicos e, portanto, são de
inativação relativamente fácil em estações de tratamento de água e de esgotos. Os cistos de
protozoários, especialmente os ovos de helmintos, são mais resistentes; por outro lado,
apresentam tamanhos e densidades que favorecem a sua remoção por processos de
sedimentação e filtração.

Nas diretrizes para uso agrícola e aquicultura, o principal objetivo para o reúso é a
eliminação de patógenos. As normas e diretrizes são expressas segundo o número máximo
permitido de bactérias coliformes fecais. Não há dúvida da origem fecal das águas residuárias
e, portanto, que microrganismos fecais podem ser empregados como indicadores de
patogenicidade, existindo uma relação semiquantitativa entre as concentrações de
microrganismos patógenos e as de indicadores.

Os coliformes fecais são indicadores de poluição fecal. O seu uso é muito limitado
quando se trata de sua relação com protozoários e helmintos. Até o presente, para estes não
existem indicadores seguros. Por isso é de suma importância utilizar a parasitologia no
monitoramento e controle da qualidade das águas residuárias, juntamente com os parâmetros
utilizados normalmente na caracterização ecológica e sanitária das águas, como tem sido
ressaltado por autores como Ayres e Mara (1997), Zumaeta (1993), Oms (1989), Yanko
(1988).

Alguns pesquisadores, como Moscoso (1992) e Ayres (1992), têm demonstrado a


importância do controle dos ovos de helmintos para reúso das águas tratadas na agricultura e
aquicultura, mas sem risco à saúde, com o emprego do sistema de tratamento de esgotos por
lagoas de estabilização com várias células, para remoção de 100% dos ovos de helmintos e
cistos de protozoários.

77
Segundo Gonçalves (2003), mais do que os valores de eficiência de remoção de
coliformes fecais, a densidade de microrganismos no efluente tratado deve ser considerada
balizadora. Os únicos processos de tratamento capazes de produzir efluentes tratados com
densidades de coliformes fecais iguais ou inferiores a 103 NMP/100 mL são as lagoas de
maturação, a infiltração no solo e aqueles que possuem uma etapa específica para desinfecção.
Além desses, processos envolvendo lagoas de estabilização não mecanizadas e filtração física
(infiltração no solo e biofiltros aerados submersos) também podem alcançar baixas densidades
de ovos de helmintos no efluente.

Os critérios da Califórnia (Estados Unidos) garantem alto grau de segurança, como


almejado pelas autoridades de saúde, que o julgam necessário e apropriado para as condições
de estados e países onde as bactérias e os vírus são considerados agentes patogênicos mais
importantes. Para os países em desenvolvimento, onde as infecções parasitárias são
endêmicas, as recomendações da OMS são consideravelmente menos restritivas, sendo
principalmente dirigidas para remoção de ovos de helmintos. Essas recomendações podem ser
conseguidas com lagoas de estabilização (CROOK, 1991).

Tabela 2.11- Remoção de organismos patogênicos em sistemas de tratamento de esgotos.

Remoção (log10)
Tratamento
Bactérias Helmintos Vírus Cistos
Sedimentação Primária:
Simples 0-1 0-2 0-1 0-1
Com coagulantes 1-2 1 - 3(f) 0-1 0-1
Lodos ativados (a) 0-2 0-2 0-1 0-1
Filtro biológico (a) 0-2 0-2 0-1 0-1
Lagoa aerada (b) 1-2 1-3 1-2 0-1
Vão de oxidação (a) 1-2 0-2 1-2 0-1
Desinfecção (c) 2 - 6 (f) 0-1 0-4 0-3
Lagoa de estabilização (d) 1 - 6 (f) 1 - 3 (f) 1-4 1-4
Reservatórios de acumulação (e) 1 - 6 (f) 1 - 3 (f) 1-4 1-4
(a) Incluído decantador secundário; (b) Incluída lagoa de sedimentação; (c) Cloração ou ozonização; (d) A eficiência depende
do número de unidades em série e outros fatores ambientais; (e) A eficiência depende do tempo de detenção; (f) Com projeto
e operação adequados às diretrizes para irrigação irrestrita podem ser atendidos.
Fonte: Feachem et al., (1983) apud Hespanhol (2002).

78
Tabela 2.12 - Concentração de coliformes fecais em lagoas de estabilização em série, com
tempo de detenção de 25 dias.
Coliformes fecais no
Sistema de lagoas Número de lagoas em série efluente
(NMP/100mL)
Melbourne, Austrália 8 – 11 100

Extrabes, Brasil 5 30

Cogolin, França 3 100

Amman, Jordânia 9 30

Lima, Peru 5 100

Tunis, Tunísia 4 200


Fonte: Barone & Arlosaroff (1987) apud Hespanhol (2002).

Tabela 2.13 - Desempenho de um sistema de lagoas de estabilização em série no Nordeste do


Brasil (Temperatura média de 26O C).

Tempo de Sólidos Coliformes Ovos de


Amostra coletada DBO5
detenção Suspensos fecais helmintos
no (mg/L)
(dias) (mg/L) (NMP/100 mL) (ovos/L)
Esgoto bruto - 240 305 4,6 x 107 804
Efluente da:
Lagoa anaeróbia 6,8 63 56 2,9 x 106 29
5
Lagoa facultativa 5,5 45 74 3,2 x 10 1
4
Lagoa de 5,5 25 61 2,4 x 10 0
maturação 1
Lagoa de 5,5 19 43 450 0
maturação 2
Lagoa de 5,8 17 45 30 0
maturação 3
Fonte: Mara & Silva, 1986.

79
Tabela 2.14 – Exemplos da reutilização de esgotos oriundos de lagoas de estabilização.

Local Tratamento Cultivo

America Lanitna:

México, Mexicali Sistema australiano Hortaliçãs

Peru, IAC Lagoas Facultativas Algodão, uva

Peru, San Juan (Lima) Lagoas facultativas e de Hortaliças


maturação

EUA Lagoa aereda e de


Vários
maturação
Muskegon, Michigan

Europa: Lagoa anaeróbia,


facultativa e de Vários
Israel maturação

Ásia:
Lagoas Vários
Ìndia, Calcutá

Austrália:
Lagoas Forragens
Melbourne

África e Oriente Médio:


Lagoas Vários
Tunísa
Fonte: Kellner e Pires (1998)

80
Tabela 2.15- Informações gerais sobre os experimentos de irrigação com esgotos tratados,
PROSAB, Edital 3, Tema 2.
Qualidade do efluente
Sistema de Efluente E. Ovos de Cultura Método de
Universidade
tratamento Coli/100 helmintos/L irrigada irrigação
mL
UASB +
milho,
UFPE Lagoa de LP 4,1 X 105 0 Gotejamento
acerola
Polimento
mamona,
RA 5,2 X 106 132 Gotejamento
UASB + pimentão
UFCG Lagoa de algodão,
Polimento LP 3,2 X 104 0 girasol, Gotejamento
pimentão
Lagoa
anaeróbia +
LF 105 21
lagoa
facultativa
Lagoa milho e
USP anaeróbia + Gotejamento
girassol
lagoa
facultativa ED - -
+
desinfecção
(UV, cloro)
capim,
milho,
Filtro inundação
UFRN FAn 3,3 x 106 NR girassol,
anaeróbio subsuperficial
gergelim,
sogro
RA 2,7 x 106 13 Brachiaria Inundação
LP1 1,2 x 105 0 alface,
UASB + 3 couve,
UFV lagoas de rega manual
LP2 2,3 x 103 0 pimentão,
polimento rúcula
milho,
LP3 5,3x101 0 rega manual
feijão
UASB milho Sulcos
Gramínia
UNICAMP UASB + RA 106- 107 - Tifton 85
disposição Inundação (
(Cynodon
no solo
sp.)
LP: efluente de lagoa de polimento; LF: efluente de lagoa facultativa; RA: efluente de reator UASB; Fan: efluente filtro
anaeróbio; ED: efluente desinfectado.
Fonte: Bastos et al., (2003).

81
(b) Controle da exposição humana

Os métodos para minimizar a exposição humana se constituem em medidas que devem


ser implementadas pelas autoridades responsáveis pela operação e vigilância dos projetos de
reúso e são estabelecidas em função dos grupos de riscos. As principais medidas mitigadoras
encontram-se descritas na Tabela 2.18.

Até o momento não existe evidência epidemiológica de que aerossóis originados na


irrigação com aspersores impliquem em riscos significativos de infecção para as populações
vivendo nas proximidades dos campos irrigados. Entretanto, visando proporcionar uma
margem razoável de segurança e de minimizar problemas de odor deve-se manter uma
distância mínima de 100 metros entre os campos irrigados e casas e estradas (CUTOLO,
2002).

Blumenthal (1988) ressalta a importância de se adotar medidas que visem à proteção à


saúde publica, e, na maioria dos casos, é necessário realizar uma combinação de vários
métodos para maior eficiência no combate às enfermidades, no intuito de se bloquear a
disseminação de doenças. Estas medidas podem ser agrupadas em quatro categorias:

a) tratamento adequado do esgoto a ser reutilizado;

b) restrição dos vegetais a serem cultivados;

c) escolha conveniente do método de irrigação;

d) controle sistemático da exposição humana aos esgotos.

Para auxiliar a adoção de medidas de controle, apresenta-se, na Figura 2.2, um


diagrama consubstanciado em uma reunião de consultores da Organização Mundial de Saúde
- OMS e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, o qual
contempla, por meio de cinco circunferências concêntricas, as etapas pelas quais os patógenos
passam, desde o esgoto até o consumidor. A faixa em negrito representa o local onde o agente
patogênico deve ser bloqueado para que não se constitua em risco aos trabalhadores e
consumidores (GIORDANI, 2002).

Na referida Figura a coloração das faixas é mais intensa quanto maior for o risco
associado aos elementos do sistema, sendo brancos os campos onde não existem riscos à
saúde pública. Observando o diagrama em sentido horário, podem ser feitas as seguintes
constatações:

82
Figura 2.2 – Modelo generalizado do efeito de diferentes medidas de controle para reduzir os
riscos sanitários do aproveitamento de águas residuárias.
Fonte: Blumenthal (1988) e OMS (1989) apud Giordani (2002).

ƒ O uso de esgoto bruto em irrigação sem que sejam tomadas medidas de proteção
resulta na contaminação em alto risco de todos os elementos (lavoura, vegetal,
trabalhador e consumidor).

ƒ Quando se procede à restrição dos vegetais, os consumidores serão protegidos,


visto que os vegetais não são destinados ao consumo humano ou são cozidos
antes da ingestão.

ƒ Quando se controlam os métodos de aplicação, assegura-se segurança sanitária


desde os vegetais até os consumidores.

83
ƒ No campo, contemplando o controle da exposição humana, nota-se que tanto
trabalhadores quanto consumidores estarão sujeitos a um baixo risco sanitário;
isto ocorre devido à baixa garantia de que medidas preconizadas por esta
categoria de controle, como uso de roupas especiais aos trabalhadores e controle
quimioterapêutico das infecções específicas, sejam atendidas.

ƒ A categoria de tratamento parcial DII, que contempla a remoção inadequada de


ovos de helmintos, faz com que permaneça um baixo risco aos trabalhadores e
consumidores. No caso de tratamento parcial do tipo DI, que corresponde às
lagoas de estabilização, se garante a remoção destes ovos, mas não se garante a
eliminação de bactérias, e, desta maneira, os trabalhadores seriam poupados,
mas os consumidores serão expostos a um baixo risco de contaminação.

ƒ O emprego de tratamento convencional de nível secundário, combinado a


restrição de vegetais EII, deixa os trabalhadores expostos sob algum risco,
principalmente de infecções intestinais provenientes de nematóides.

ƒ Quando se alia restrição de vegetais a um tratamento mais apurado, nota-se que


existe a proteção total de trabalhadores e consumidores.

Continuando o caminhamento sobre o diagrama, nota-se que o tratamento parcial,


aliado ao controle da exposição humana, garantiria a proteção de trabalhadores e
consumidores. Entretanto, devido a dúvidas inerentes à eficácia do controle e do nível de
tratamento, surgem dúvidas a respeito da contaminação dos consumidores.

No setor circular que contempla a restrição de vegetais associados ao controle da


exposição humana, percebe-se que, apesar da ocorrência de alto risco ao esgoto, lavoura e
vegetais, os trabalhadores seriam expostos a um baixo risco, sendo os consumidores
totalmente protegidos por esta medida.

Completando a análise, pode ser observado que o último setor contempla o tratamento
completo do esgoto, livrando todos os elementos do sistema do risco da contaminação.

84
Tabela 2.16 - Grupos de Risco e medidas mitigadoras no reúso.

Grupo de risco Medidas mitigadoras

- Prover imunização contra febre tifóide e hepatite A e B;

- Prover quimioterapia, principalmente para infecções intensas de


helmintos em crianças e controle de anemia;

Operários rurais - Prover instalações médicas adequadas para o tratamento de doenças


e suas famílias e diarréicas;
manuseadores
de culturas - Promover campanhas de educação sanitária;

- Estimular padrões elevados de higiene pessoal e alimentar;

- Exigir uso de calçados e de luvas apropriadas para reduzir a infecção


por helmintos

- Cozer carne e vegetais e ferver o leite;

- Prover vigilância sanitária da carne, onde há risco de ocorrência de


teníases (Taenia solium e T. sagInata).

- Cessar a aplicação de esgotos pelo menos duas semanas antes de


liberar os plantéis nas pastagens, onde há risco de cisticercose
(Cysticercosis bovis e C. cellulosae);
Consumidores
- Cessar a irrigação de árvores frutíferas duas semanas antes da colheita
e não permitir que frutas sejam colhidas do chão;

- Promover campanhas de educação sanitária;

- Estimular padrões elevados de higiene pessoal e alimentar;

- Colocar sinais indicativos e de advertência ao longo do perímetro das


áreas irrigadas com esgotos.
Fonte: Adaptado de Mancuso e Santos (2002).

85
2.4 Aspectos legais, normativos e institucionais do Reúso de Água

Segundo Hespanhol (2003) apud Generino (2006) as diretrizes adotadas na prática do


reúso de águas estabelecem determinado risco à saúde, de modo a ser possível fornecer
referência comum ao estabelecimento de padrões nacionais ou regionais. São baseadas em
pesquisas científicas e estudos epidemiológicos e não devem ser confundidas com padrões,
que são instrumentos legais estabelecidos por países, pela adaptação das diretrizes às
propriedades nacionais e considerando suas condições ambientais, econômicas, culturais,
sociais, tecnológicas e condicionantes políticos e institucionais.

Ressalta-se que existem parâmetros específicos na literatura especializada para os


diferentes tipos de reúso, o que contribui para uma melhor aceitação do mesmo, pela
população, como uma fonte alternativa de recursos hídricos.

2.4.1 Nível mundial

A grande maioria dos países que praticam reúso não dispõe de uma legislação
específica e adota as diretrizes da OMS. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde
revisou suas diretrizes, resultando na publicação: “Guidelines for the safe wastewater excreta
and greywater”. Volume 2. “Wastewater use in agriculture” (WHO, 2006a). As principais
diretrizes para reúso em irrigação encontram-se descritas na Tabela 2.19. Também, foi
publicado o documento “Guidelines for the safe wastewater excreta and greywater”. Volume
3. “Wastewater use in aquaculture” (WHO, 2006b).

Nos Estados Unidos, não há padrões federais disciplinando o reúso de água; há apenas
regulamentações estaduais. Em 2004, a EPA atualizou um documento publicado em 1992, e
publicou o documento “Guidelines for Water Reuse”, que apresenta as diretrizes para o reúso
de água e examina as oportunidades de uso de efluentes tratados (EPA, 2004). A Tabela 2.20
apresenta essas diretrizes.

A Diretiva Européia de Esgoto (914/271/EEC) é a única referência, na Comunidade


Européia, quanto ao reúso do efluente tratado (ANGELAKIS e BONTOUX, 2001).

86
Tabela 2.17 – Metas básicas de saúde para o uso de esgotos domésticos na agricultura.
Meta para nível
Redução
básico de saúde Número de ovos de
Condições de Reúso (Log10) de
(DALY a PR helmintos por litro
patógenos
pessoa por ano)
Irrigação Irrestrita

Alface (folha) 6 ≤ 1c,d


≤ 10-6b
Cebola (raiz) 7 ≤ 1c,d

Irrigação Restrita
3 ≤ 1c,d
Altamente mecanizada -6b
≤ 10
Atividade humana
4 ≤ 1c,d
intensa

Irrigação localizada

Culturas elevadas
2 Somente recomendação
Culturas rentes ao solo ≤ 10-6b
4 ≤ 1e
Culturas elevadas

Culturas rentes ao solo


Fonte: WHO (2006a) apud MOTA et al., (2007).

a. DALY – Deability adjusted fife years (Anos de vida ajustados para a incapacidade). Tenta medir o
tempo perdido por causa s incapacidade ou morte resultante de uma doença, comparado com uma longa
vida livre de incapacidade na ausência da doença.
b. Redução de rotavirus. O nível de saúde básica pode ser alcançado, para a irrigação irrestrita e
localizada, por uma redução de 6-7 unidades log de patógenos (obtida por uma combinação de
tratamento de esgoto e outras medidas de proteção à saúde); para irrigação restrita, é alcançada por uma
redução de 2-3 unidades log de patógenos.
c. Quando crianças com menos de 15 anos são expostas, medidas adicionais de proteção à saúde devem
ser adotadas (ex. tratamento para alcançar < 0,1 ovo de helminto por litro no efluente, equipamentos de
proteção como botas e luvas e tratamento com remédios).
d. Uma média aritmética deve ser determinada durante o período de irrigação. O valor de < 1 ovo de
helminto por litro deve ser obtido em pelo menos 90% das amostras, no sentido de permitir ocasionais
amostras com valores altos (isto é, com > 10 ovos por litro). Para alguns processos de tratamento de
esgotos sanitários (ex. lagoas de estabilização), o tempo de detenção hidráulica pode ser usado como
um meio para assegurar conformidades com < 1 ovo de helminto por litro.
e. Nenhuma cultura pode ser apanhada do solo.

88
Tabela 2.18 – Diretrizes sugeridas pela EPA para o reúso de água.

Tipos de reúso Qualidade da água de reúso Distância de segurança (1) Comentários

Urbano pH = 6 a 9; DBO5,20= 10 mg/L;Turbidez 15 m de poços para (a) Para o reúso urbano, a água de reúso não deve possuir odor e cor.
= 2 UNT(2); CF = Não detectável(3); abastecimento de água (b) Para a agricultura irrestrita, altos níveis de nutrientes podem causar
Agricultura irrestrita Cloro residual = mínimo de 1 mg/L potável. efeitos adversos durante certas fases de crescimento das plantas.
Irrigação com acesso restrito (c) Se a irrigação é feita com o uso de spray, SST < 30 mg/L pode ser
90 m de poços para
Alimentos necessário;
abastecimento de água
processados pH = 6 a 9; DBO5,20= 10 (d) Para reúso na agricultura, altos níveis de nutrientes podem causar
potável.
comercialmente mg/L;Turbidez = 2 UNT(2); CF = não efeitos adversos durante certas fases de crescimento das plantas;
Para reúso na agricultura,
Agricultura detectável; Cloro residual = mínimo de (e) Para reúso na agricultura (não produção de alimentos):
30m de áreas acessíveis ao
Não produção 1 mg/L(4) público (se spray é
Animais produtores de leite devem ser proibidos de pastar por 15 dias
de alimentos após o término da irrigação. Um maior nível de desinfecção é requerido
utilizado).
se este período de espera não é seguido (= 14 CF/100 mL).

(f) Decloração pode ser necessária para proteger a vida aquática; (g)
150 m de poços para
Represas utilizadas para lazer DBO5,20 e SST= 30 mg/L;Turbidez = 2 Água de reúso não pode irritar a pele e deve ser clara e sem odor e não
abastecimento de água
(pesca navegação e contato UNT(2); CF/100 mL = 20(5,6); Cloro deve conter níveis mensuráveis de patógenos viáveis; (h) Remoção de
potável, se o fundo do poço
direto com água de reúso) residual = mínimo de 1 mg/L(4 nutrientes pode ser necessária para evitar crescimento de algas em
não for selado.
represas; (i) O consumo de peixes é permitido.
Represa para compor DBO5,20 e SST= 30 mg/L;Turbidez = 2
paisagem (não é permitido o 150 m de poços para
UNT(2); CF/100 mL = 20(5,6); Cloro - Idem f e h; (j) Para reúso ambiental: possibilidade de efeitos no aquifero
contato com água de reúso) abastecimento de água
residual = mínimo de 1 mg/L(4(onde deve ser avaliada e a temperatura da água de reúso não pode afetar
potável, se o fundo do poço
Ambiental (charco, pântano, não é permitido o contato com a água de adversamente o ecossistema.
não for selado.
aumento de vazão de rios, etc) reúso).)
Inclui, mas não limita os seguintes (l) O nível de tratamento é específico do lugar e depende de fatores
Potável indireto (aumento do parâmetros: pH = 6,5 a 8,5; DBO5,20 = como: qualidade da água, tempo e distância do ponto de lançamento,
suprimento superficial de 10 mg/L;Turbidez = 2 UNT(2); CF = Depende da localização diluição e subseqüente tratamento antes da sua distribuição para usos
água) Não detectável(3); Cloro residual = potáveis; (m) A água de reúso não deve conter níveis mensuráveis de
mínimo de 1 mg/L; COT = 3 mg/L(7) patógenos viáveis.
Fonte: EPA (2004). (1) São recomendados para proteger os suprimentos de água potável de contaminação e os seres humanos de riscos desnecessários; (2) Deve ser alcançado antes da desinfecção;
(3) O número de CF não deve exceder a 14/100 mL em nenhuma amostra; (4) O total de cloro deve ser atingido após um tempo de contato mínimo de 30 minutos; (5) O número de CF não deve
exceder a 800/100 mL em nenhuma amostra; (6) Monitoramento deve incluir compostos inorgânicos e orgânicos, ou classes de compostos, que são conhecidos ou suspeitos de serem tóxicos,
carcinogênicos ou mutagênicos nos padrões de água potável; (7) Carbono Orgânico Total – COT.
71
Segundo MOTA et al., (2007), para alcançar a meta básica de saúde desejada, medidas
de proteção à saúde devem ser efetuadas. Geralmente, o nível básico de saúde pode ser
alcançado pela combinação de medidas de proteção a serem desenvolvidas em diferentes
níveis do sistema. Uma redução de patógenos de 6-7 log pode ser alcançada pela aplicação de
medidas de proteção à saúde, cada qual tendo sua unidade log de redução ou faixa de redução,
como mostra a Tabela 2.21. Uma combinação dessas medidas é usada, de tal forma que para
todas as combinações a soma das reduções individuais de unidade log de cada medida de
proteção da saúde adota é igual ao total requerido de redução de 6-7 unidades log.

A Figura 2.3 ilustra diferentes combinações de medidas de proteção que podem ser
usadas para alcançar a meta básica de saúde de 10-6 DALYS para doenças relacionadas à
excretas. As opções A, B, C, D e E são relativas à irrigação irrestrita, e as opções F, G e H à
irrigação restrita.

Analisando a figura para a Opção A, a redução de patógenos desejada é conseguida


pela combinação de: (a) tratamento de esgoto (4 unidades log); (b) morte de patógenos entre a
última irrigação e o consumo (2 unidades de log de redução); (c) lavagem de produtos de
saladas e legumes antes do consumo (redução de 1 unidade log). Esta opção, que garante uma
redução de 7 unidades log de remoção de patógenos, é adequada quando culturas tipo raízes
que podem ser ingeridas cruas são irrigadas com esgoto sanitário tratado. Em termos de
irrigação restrita, as opções F e G consideram, respectivamente, uma redução de 4 unidades
log, no tratamento de esgoto visando ao uso em agricultura com alta participação humana, e
de 3 log, quando for utilizada agricultura mecanizada. Para a opção H é exigido um mínimo
de redução de patógenos de 0,5 unidades log (tratamento em tanque séptico seguido de
irrigação subsuperficial através da absorção do efluente no solo). Como não há contato entre a
cultura e os patógenos do efluente do tanque séptico, assim, a irrigação subsuperficial deve
proporcionar a redução das remanescentes 6,5 unidades log requeridas para as culturas tipos
raízes (MOTA et al., 2007).

90
Segundo Generino (2006), a Espanha propôs um conjunto de padrões físico-químicos
e microbiológicos que se assemelham aos da Califórnia, quando se trata de reúso para fins
irrestritos; e às diretrizes da OMS, quando a exposição humana à água de reúso é restrita. A
França também adota as diretrizes da OMS para o reúso de água na agricultura. Na Itália, a
regulamentação para reúso de água na irrigação provém do Water Protection Act, de 1976.
Esses padrões estão apresentados na Tabela 2.22, juntamente com os da Sicília. A Tunísia
utiliza as diretrizes da OMS para a irrigação de campos de golfe, e na agricultura, o reúso é
regulado pela Lei de Água de 1975, que proíbe o uso de esgoto bruto na agricultura, e pelo
Decreto de 1989, que admite a irrigação com esgoto proveniente de sistema de tratamento
secundário para todos os tipos de cultivo, exceto vegetais a serem consumidos crus ou
cozidos.

‐ W 

DI – Irrigação por gotejamento

H - culturas elevadas;

Figura 2.3 - Exemplos de opções para redução de vírus, bactérias e protozoários patogênicos
por diferentes combinações de medidas de proteção da saúde para alcançar o nível básico de
saúde de < 10-6 DALY por pessoa por ano.

Fonte: WHO (2006a) apud Mota et al., (2007).

91
Tabela 2.19 – Redução de patógenos alcançada por várias medidas de proteção sanitária.

Redução de
Medidas de controle patógenos Observações
(unidades log)

A redução de patógenos requerida a ser


alcançada pelo tratamento do esgoto depende
Tratamento de esgotos sanitários 1–6
da combinação de medidas de proteção
selecionadas.

Irrigação localizada Culturas na forma de raízes e culturas tais


(gotejamento) Culturas de baixo 2 como alface, que crescem acima do solo, mas
crescimento em contato com o mesmo.

Irrigação localizada
(gotejamento) Culturas, tais como de tomate, cujos produtos
4
colhidos não têm contato com o solo.
Culturas de alto crescimento

Uso de micro-aspersores, de anemômetros


Controle de dispersão dos
com aspersores controladores de direção
aerossóis (na irrigação por 1
automáticos, de aspersores direcionados para
aspersão)
o centro.

Proteção dos residentes próximos de áreas de


Barreira à dispersão dos aerossóis
1 irrigação por aspersão. Uma barreira de
(na irrigação por aspersão)
proteção deve existir com 50 a 100 m.

Morte na superfície das culturas que ocorre


entre a última irrigação e o consumo. A
Morte de patógenos (“die-off”) 0,5-2 por dia unidade log de redução alcançada depende do
clima (temperatura, intensidade, tempo, tipo
de cultura, etc.)

Lavagem de culturas usadas em saladas,


Lavagem dos produtos com água 1
legumes e frutas com água limpa.

Lavagem de culturas usadas em saladas,


legumes e frutas com uma solução
Desinfecção dos produtos 2
desinfetante fraca, enxaguando-se com água
limpa.

Retirada da casca dos produtos


2 Frutas, culturas tipo raízes.
para cozimento

Imersão em água fervente (ou próxima da


Cozimento dos produtos 6-7 fervura) até o alimento ficar cozido garante a
destruição de patógenos.
Fonte: OMS (2006a) apud MOTA et al., (2007).

92
Israel, África do Sul, Japão e Austrália consideram as diretrizes da OMS muito
brandas para proteger a saúde humana (ANGELAKIS e BONTOUX, 2001). A Tabela 2.23
apresenta as diretrizes para reúso de água no Japão (ASANO et al., 1996). Já na Arábia
Saudita, para que se possa utilizar água de reúso na irrigação irrestrita, é necessário passar por
tratamento terciário e atender a parâmetros muito restritivos, como está apresentado na Tabela
2.24.

Segundo Blumenthal et al., (2000), alguns países modificaram os critérios


microbiológicos e passaram a considerar estudos epidemiológicos e condições econômicas
locais. Este foi o caso do México, que introduziu o padrão ovos de nematóides ≤ 5 ovos/L.
Para irrigação irrestrita, introduziu a média diária de coliformes fecais de ≤ 2.0000/100mL e a
média mensal de ≤1.000 coliformes fecais/100 mL.

Tabela 2.20 – Diretrizes adotadas na Itália e Sicília para a água de reúso na agricultura.

Parâmetro Unidade Itália Sicília

pH - - 6,5 – 8,5

SST mg/L (a) 30

SDT mg/L - 1000

DBO5,20 mg/L - 40

COD mg/L - 160-

Cloro residual mg/L - -

Compostos orgânicos μg/L Não detectável -


persistentes

Coliformes fecais NMP/100 mL 2(b) - 20 3000


Fonte: Adaptado de Bonomo et al., (1999) apud Culolo (2002).
(a) valor médio de 7 dias consecutivos; (b) irrigação irrestrita.

93
Tabela 2.21 – Diretrizes japonesas para a qualidade de água de reúso.
Água para
Irrigação
Parâmetro Unidade descarga de Ambiental
paisagística
sanitário

NMP/100 mL Não Não


Coliformes fecais = 10
Critérios detectável detectável

Cloro residual mg/L Traços = 0,4 -

- Não Não Não


Aparência
desagradável desagradável desagradável

Turbidez UNT - - = 10

Diretrizes DBO5,20 mg/L - - = 10

- Não Não Não


Odor
desagradável desagradável desagradável

pH - 5,8 – 8,6 5,8 – 8,6 5,8 – 8,6


Fonte: Adaptado de Asano et al., (1996).

Tabela 2.22 – Diretrizes requeridas pela Arábia Saudita para irrigação irrestrita.

Parâmetro Unidade Concentrações máximas

DBO5,20, SST, nitrato mg/L 10,0

Coliformes fecais NMP/100 mL 2,2

Turbidez UNT 1,0

Alumínio mg/L 5,0

Arsênico, Berílio, Cromo e Chumbo mg/L 0,01

Boro mg/L 2,0

Cádmio, Molibidênio mg/L 0,4

Cloreto mg/L 0,02

Cobre mg/L Ausentes

Níquel, Selênio mg/L 4,0

Óleos de graxas mg/L -

Zinco mg/L
Fonte: Adaptado de EPA (2004).

94
Os critérios para qualidade de água de reúso relacionam-se ao uso e aos aspectos
estéticos, de proteção à saúde da população, considerações ambientais, percepção da
população ou do usuário, realidades políticas, interesses econômicos, características
socioculturais, práticas higiênicas e desenvolvimento tecnológico. Esses critérios variam
significativamente quando se comparam países industrializados a países em desenvolvimento,
tendo em vista fatores como viabilidade econômica, tecnologia disponível, nível geral da
saúde das populações e características políticas e sociais. Fatores que afetam a qualidade da
água de reúso incluem fonte geradora, tratamento do esgoto, confiabilidade do processo de
tratamento, projeto e operação dos sistemas de distribuição (CROOK, 1993 apud CULOLO,
2002).

Segundo SANTOS et al., (2006) a piscicultura com águas residuárias, assim como a
piscicultura em si, como contribuição à segurança alimentar, deve obedecer aos princípios de
sustentabilidade econômica, sanitária e ambiental, ou seja, a atividade deve garantir retorno
financeiro, não impor riscos à saúde humana e não produzir impactos ambientais;
posteriormente, impõe-se o desafio de vencer barreiras de natureza cultural.

Um dos aspectos mais importantes a serem observados é a qualidade sanitária dos


peixes produzidos com esgoto, pois estes concentram em suas vísceras bactérias, vírus e
protozoários presentes na água. Dificilmente, os patógenos (com exceção dos trematóides)
penetram na carne comestível (músculo) dos peixes. Entretanto, se os peixes estão
estressados, por exemplo, devido à superpopulação, qualidade pobre da água ou outras
condições, então as bactérias e vírus podem ter capacidade de penetrar na carne comestível.
(WHO, 2006b apud MOTA et al., 2007).

Para tentar minimizar os riscos, a OMS adota o mesmo nível de proteção à saúde
usada para a irrigação com esgotos sanitários – 10-6 DALY por pessoa por ano. Em 1989, a
OMS estabeleceu como diretrizes para o cultivo de peixes em águas residuárias tratadas uma
quantidade menor que 103 Coliformes fecais/100 mL, no tanque de piscicultura, ou menor que
104 no afluente ao tanque de piscicultura e ausência de ovos de helmintos (trematóides). Na
tabela 2.25 encontram-se descritos os níveis de qualidade microbiológica recomendados para
aquicultura com esgoto doméstico (WHO, 2006b).

95
Tabela 2.23 – Níveis de qualidade microbiológica para piscicultura utilizando esgotos.

Ovos viáveis de Ovos de


E. Coli (média
trematóides (incluindo helmintos (média
aritimética por
ovos de shistosoma onde aritimética por
Público alvo 100 mL ou por
for relevante) litro ou por
gramas de sólidos
Nº por 100 mL ou por grama de sólidos
totais a, b)
grama de sólidos totais a totais a, d)

Consumidores dos
produtos:
Água dos tanques Não detectável ≤104 ≤1
Esgoto sanitário Não detectável ≤105 ≤1
Excretas tratadas Não detectável ≤106 ≤1
Carne comestível Cercaria infectável não Especificações da Não detectável
de peixe ou partes detectável (ou não CODEX
de plantas infectável) (FAO/OMS)

Trabalhadores na
aquicultura e
comunidade local:
Água dos tanques Não detectávelf ≤103 ≤1

Esgoto sanitário Não detectávelf ≤104 ≤1


Excretas tratadas Não detectávelf ≤105 ≤1

Fonte: WHO (2006b) apud Mota et al., (2007).


Especificações da Codex Alimentarius Comision (FAO/OMS); (a) As excretas são medidas em gramas de
sólidos totais (em peso seco); 100 mL de esgotos sanitário/excretas contêm aproximadamente 1- 4g de sólidos
totais; (b) Deve ser determinada uma média aritimética para o período de aquicultura. Para a água dos tanques
(público alvo consumidores dos produtos), por exemplo, o valor médio de < 104 deve ser determinado em, pelo
menos 90% das amostras, de modo a tolerar amostras com valor eventual maior (105 ou 106 E. coli por
100mL); (c) Aplicável quando plantas aquáticas estão crescidas e quando há elevado contato com esgotos,
excretas, água contaminada ou solos contaminados; (d) Deve ser determinada uma média aritmética para o
período de aquicultura . O valor médio de < 1 ovo por litro deve ser determinado em, pelo menos, 90% de
amostras, de modo a tolerar amostras com valor eventual maior (com > 10 ovos por litro); (e) A “Codex
Alimentarrius Comission” não especifica qualidade microbiológica para carne de peixe ou plantas aquáticas;
mais propriamente, recomenda a adoção de análise de riscos e controle de aspectos críticos, aplicados da
produção ao consumo; (f) Ovos viáveis de schistosoma, onde relevante.

96
2.4.2 Brasil
A partir da evolução nacional, e o conseqüente aumento da demanda por energia,
começaram a surgir os primeiros debates a respeito do regime jurídico a que estavam
submetidas às águas, bem como o seu aproveitamento. Estes fatos deram início ao processo
que culminou com a aprovação, em 1934, do Código das Águas (Decreto Federal nº 24.643,
de 10.07.34), após 27 anos de tramitação no Congresso Nacional, (RODRIGUES, 2005).
A Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH), que
visa assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em
quantidade e qualidade, por meio da utilização racional e integrada dos recursos hídricos,
considera reúso das águas como uma dessas formas.
Com o objetivo de evitar a poluição e contaminação de qualquer espécie, modificando
os usos dos corpos d água, instituiu-se a Resolução Conama nº 357, de 17 de março de 2005,
que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
dá outras providências. A Resolução Conama nº357/2005 estabelece 13 (treze) classes de
acordo com os usos preponderantes da água no Território Nacional. Os efluentes somente
podem ser descartados em corpos d´água se os seus parâmetros característicos se situarem
dentro do balizamento dado pela referida Resolução, para cada classe de corpo de água.
Sendo assim, medidas devem ser cumpridas para manter a condição de um segmento de corpo
d´água em correspondência com a sua classe. Esta Resolução estabelece, por meio de vários
artigos, uma série de limites e condições, sob os pontos de vista físico, químico e bioquímico,
para as águas das diversas classes. São estabelecidos padrões mínimos para os efluentes serem
aceitos como descartes em corpos de água. Para que eles possam ser lançados, direta ou
indiretamente, nos corpos d´água, devem obedecer às condições preestabelecidas (CONAMA,
2005).
Embora no Brasil já existam várias iniciativas de reúso não potável de água, como no
setor industrial, além da prática inconsciente (reúso não planejado) em outros setores, como
no setor agrícola, não existe uma política estabelecida, arcabouço legal e institucional, ou
parâmetros estabelecidos para a prática de reúso no Brasil. Porém, a Política Nacional de
Recursos Hídricos e as diretrizes da Resolução Conama nº 357/2005 criam fundamentos
jurídicos e condicionantes legais para o reúso de água.

97
O reúso de água surge como um instrumento adicional para a gestão dos recursos
hídricos, visando à redução da pressão sobre os mananciais de abastecimento, liberando as
águas de melhor qualidade para os fins mais nobres, e trazendo uma série de benefícios
específicos aos usuários, tais como o aumento de produtividade agrícola, a redução de custos
com a compra de água e a preservação dos aquifero subterrâneos. Entretanto, enquanto a
prática do reúso se dissemina no Brasil, não há a criação de nenhuma legislação específica
visando regular o setor, proteger o meio ambiente e a saúde dos grupos de risco.

Sendo assim, é preciso se definir uma política de reúso, estabelecendo critérios para
sua implementação em nível federal e de bacias hidrográficas, além da necessidade de
desenvolver uma base legal específica, com a definição de normas, instrumentos de gestão,
padrões, critérios de fiscalização e monitoramento e códigos de práticas, bem como delinear o
arcabouço institucional, de forma articulada e participativa.
Iniciativas dessa natureza já estão sendo tomadas com a criação e atuação do Grupo
Técnico de Reúso, no âmbito da Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia, no Conselho
Nacional de Recursos Hídricos, por meio da discussão e definição de propostas que
institucionalizam esses instrumentos. Como resultado do trabalho desse Grupo Técnico, foi
editada a Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005, estabelecendo modalidades, diretrizes
e critérios gerais para a prática de reúso direito não potável de água.
Após a conclusão dos trabalhos do referido grupo, o setor público deve adotar esforços
no sentido de regulamentar e promover o setor, por meio da criação de estruturas de gestão,
disseminação de informação, e do desenvolvimento de tecnologias compatíveis com as nossas
condições técnicas, culturais e socioeconômicas.
Segundo Hespanhol (2002), os elementos básicos para a promoção e regulamentação
da prática sustentável de reúso de água no território nacional, poderiam ser efetuados por
meio das seguintes atividades:
ƒ Estabelecer uma política de reúso, definindo objetivos e metas, tipos de reúso, áreas
prioritárias e condições locais e/ou regionais para a implementação da prática;
ƒ Propor estruturas institucionais para a promoção e gestão de programas e projetos de
reúso em níveis nacional, regionais e locais;
ƒ Estabelecer um arcabouço legal incluindo diretrizes, padrões e códigos de prática;
ƒ Estabelecer um arcabouço regulatório, incluindo atribuições, responsabilidades,
incentivos e penalidades;

98
ƒ Definir os critérios de tratamento de efluentes para reúso e proposição de tecnologias
adequadas para a prática em função de características climáticas, técnicas e culturais
regionais ou locais;
ƒ Estabelecer critérios para a avaliação econômico-financeira de programas e projetos
de reúso;
ƒ Estabelecer normas e programas para informação, para educação ambiental e para
participação pública nos programas e projetos de reúso;
ƒ Estabelecer um sistema de monitoramento, avaliação e divulgação dos programas em
níveis nacional, regionais e locais.
Outro aspecto importante observado por Hespanhol (2002) é a necessidade de
implementação de projetos pilotos. Essas unidades experimentais devem cobrir todos os
aspectos das diversas modalidades de reúso, principalmente os relativos ao setor agrícola, e
deverão fornecer subsídios para o desenvolvimento de padrões e códigos de prática, adaptados
às condições e características nacionais. Uma vez concluída a fase experimental, as unidades
piloto serão transformadas em sistemas de demonstração, objetivando treinamento, pesquisa e
o desenvolvimento do setor.
Como já foi citado anteriormente, não existe uma legislação específica para a prática
do reúso a nível nacional. Todavia, vale salientar que antes da institucionalização do reúso no
Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já apresentava o reúso como
forma de redução no seu custo de implantação e de operação e uma forma de utilização do
esgoto tratado. Nesse sentido informa sobre os usos previstos para o esgoto tratado, o volume
de esgoto a ser reutilizado, o grau de tratamento necessário, o sistema de armazenamento e de
distribuição e a importância do manual de operação e do treinamento dos responsáveis por
esse reúso.
O Prosab (Programa de Pesquisa em Saneamento Básico), que desde 2002 vem
financiando projetos acadêmicos de pesquisa na área de reúso de efluentes, elaborou diretrizes
para o uso de esgotos sanitários na agricultura e na piscicultura (MOTA et al., 2007), as quais
se encontram descritas nas Tabelas 2.26 e 2.27, respectivamente.

99
Tabela 2.24 – Diretrizes do PROSAB para o uso de esgotos sanitários.
Ovos de
Categoria CTer 100/mL (3) Observações
helmintos/L(4)
≤ 1 x 104 CTer 100mL-1 no caso
de irrigação por gotejamento de
Irrigação Irrestrita (1) culturas que desenvolvam
≤ 1 x 103 ≤1 distantes do nível do solo ou
técnicas hidropônicas em que o
contato com a parte comestível
da planta seja minimizada.

≤ 1 x 105 CTer 100mL-1 no caso


da existência de barreiras
adicionais de proteção do
trabalhador(5). É facultado o uso
Irrigação Restrita (2)
de efluentes (primários e
≤ 1 x 104 ≤1
secundários) de técnicas de
tratamento com reduzida
capacidade de remoção de
patógenos, desde que associado
à irrigação subsuperficial (6).
Fonte: Mota et al., (2007).
(a) Para uso agrícola do esgoto tratado não há restrições de DBO, DQO e SST, sendo as concentrações
efluentes uma consequência das técnicas de tratamento compatíveis com a qualidade microbiológica
estipulada. Todavia, efluentes com concentrações elevadas desses parâmetros podem favorecer a formação
de biofilmes e o entupimento de sistemas de irrigação.
(b) O padrão de qualidade de efluentes expresso apenas em termos de coliformes fecais termotolerantes
(CTer) e ovos de helmintos aplicam-se ao emprego de sistemas de tratamento por lagoas. Nesses sistemas
a remoção de cistos e protozoárias indicada pela remoção de ovos de helmintos. No caso de filtração
terciária a turbidez deve ser utilizada como parâmetro indicador da remoção de protozoários. Para
irrigação irrestrita recomenda-se um padrão de turbidez < 5 uT. Além disso, em sistemas que incluam a
desinfecção deve-se recorrer aos parâmetros de controle da desinfecção (residual de desinfetante e tempo
de contato) necessários ao alcance do padrão estipulado para coliformes termotolerantes.
(1) Irrigação superficial ou por aspersão de qualquer cultura, inclusive culturas alimentícias
consumidas inclui também a hidroponia.
(2) Irrigação superficial ou por aspersão de qualquer cultura não ingerida crua, inclui culturas
alimentícias e não alimentícias, forrageiras, pastagens e árvores. Inclui também a hidroponia.
(3) Coliformes termotolerantes (CTer); média geométrica durante o período de irrigação, alternativa
e preferencialmente pode-se determinar E. Coli.
(4) Nematóides intestinais humanos; média aritmética durante o período de irrigação.
(5) Barreiras adicionais de proteção encontradas em agricultura de elevado nível tecnológico,
incluindo o emprego de irrigação localizada e equipamentos de proteção individual. Exclui-se
dessa nota irrigação de pastagens e forrageiras destinadas à alimentação animal.
(6) Neste caso não se aplicam os limites estipulados de coliformes e ovos de helmintos, sendo a
qualidade do efluente consequência das técnicas de tratamento empregadas.

100
Tabela 2.25 – Diretrizes do PROSAB para uso de esgotos sanitários em piscicultura.

Ovos de helmintos/L(4)
Ponto de
CTer 100/mL (1)
amostragem Nematóides intestinais
Trematóides
humanos (2)
Afluente do tanque ≤ 1 x 104 ≤1 ND
de piscicultura
No tanque de ≤ 1 x 103 ≤1
ND
piscicultura
Fonte: Mota et al., (2007).
(a) Para o uso de esgoto tratado em piscicultura não há padrões explícitos de DBO, DQO, e SST, sendo as
concentrações efluentes uma consequência das técnicas de tratamento compatíveis com a qualidade
microbiológica estipulada. Entretanto, recomendam-se taxas de aplicação superficial nos tanques de
piscicultura da ordem de 10-20 kg DBO ha-1d-1. Deve-se observar que amônia livre é tóxica para peixes em
níveis superiores a 2-5 mg NH3L-1.
(1) Coliformes termotolerantes; média geométrica, alternativa e preferencialmente pode-se determinar E. coli.
(2) Média aritmética.

Como já foi descrito anteriormente, a SABESP já desenvolve reúso para fins urbanos e
reúso para fins industriais. Todavia, na ausência de regulamentação nacional para utilização
de água para reúso, a SABESP, com base na experiência internacional, desenvolveu seus
próprios critérios internos descritos a seguir na Tabela 2.28.

Tabela 2.26 – Diretrizes adotadas pela SABESP para o reúso de águas.

Parâmetro Unidade Concentrações máximas

pH - 6 a 9;

STS mg/L < 35 (em 95% das amostras)

Coliformes fecais NMP/100 mL < 200 (em 80% das amostras)

Turbidez UNT < 20

Cloro residual total mg/L 2a6

DBO mg/L 25 (em 95% das amostras)

Óleos de graxas mg/L Virtualmente ausentes


Fonte: Adaptado de Semura et al., 2005.

101
No Ceará, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará
(SEMACE) publicou a Portaria Nº 154 de 22 de julho de 2002, que dispõe sobre padrões e
condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes poluidoras. A referida
Resolução, no seu art. 6º, estabelece que a utilização de efluentes de origem doméstica em
atividades agronômicas (irrigação e drenagem, dessedentação de animais e aquicultura)
deverá obedecer aos seguintes limites:
I - Atividades Tipo 1: Irrigação de vegetais ingeridos crus e sem remoção de película,
dessedentação de animais e aquicultura, conforme se segue:
a) Coliformes fecais < 1000 CF/100 mL.
b) Ovos de geohelmintos < 1 ovo/L de amostra.
c) Condutividade elétrica < 3000µS/cm
I - Atividades Tipo 2: aquelas não referidas no inciso anterior, conforme se segue:
a) Coliformes fecais < 5000 CF/100 mL.
b) Ovos de geohelmintos < 1ovo/L de amostra.
c) Condutividade elétrica < 3000 µS/cm
§1º Os limites da alínea “a”, dos incisos I e II serão auferidos pela média geométrica de
amostras coletadas durante 5 (cinco) semanas consecutivas.
§2º Os limites da alínea “b” dos incisos I e II, serão auferidos pela média aritmética de
amostras coletadas durante 5 (cinco) semanas consecutivas.

2.5 Características do Estado do Ceará

2.5.1 Características Físicas


O Estado do Ceará está inserido totalmente no “Polígono das Secas”, apresentando
93% de seu território em região do semi-árido nordestino, com clima predominantemente
Tropical Quente Semi-Árido, que abrange uma área de 101.001,9 km2, ou seja, 67,9% do
Estado, alcançando um total de 98 sedes municipais. A temperatura média anual é elevada,
em torno de 25ºC e 30oC.
A distribuição das chuvas é irregular, sendo que os índices variam em torno de 500 a
1.800 mm. Os maiores índices de chuva ocorrem nas regiões serranas das bacias do rio Poti
(Serra da Ibiapaba), Metropolitana (Serra do Baturité) e do rio Salgado. Os menores índices
de precipitação ocorrem no Sertão, em áreas das bacias do rio Poti e Alto Jaguaribe. A

102
disponibilidade anual de água no Ceará é de 2.090 m3/ha encaminhando-se no patamar de
estresse hídrico periódico e regular.
A geologia do Estado é caracterizada principalmente por rochas do embasamento
cristalino, seguido pela ocorrência de sedimentos mais recentes associados à zona litorânea e
depósitos aluvionares resultantes da ação dos agentes erosivos sobre o embasamento. A
conjunção desses fatores - geológicos e climáticos – é um dos fatores de restrição da oferta
hídrica no Estado.
Das quatro grandes estruturas geológicas que ocorrem no Estado, a que ocupa a maior
extensão é o Embasamento Cristalino. Este ocupa a parte central do Estado do Ceará,
estendendo-se a partir da base das escarpas sedimentares do Araripe, do Apodi e da Ibiapaba,
abrangendo territórios de todas as bacias hidrográficas. As bacias com áreas litorâneas situam-
se no domínio de rochas sedimentares pertencentes ao Grupo Barreiras e, ao sul do Estado, as
bacias hidrográficas encontram-se no domínio das bacias sedimentares mesozóicas.
As feições de relevo do Estado do Ceará são compostas basicamente por cinco
unidades morfológicas: Planície Litorânea, Glacis Pré-Litorâneos, Planaltos Sedimentares,
Maciços Residuais e Depressão Sertaneja.
Nas bacias hidrográficas do Estado do Ceará predominam as Associações de Solos
Podzólico Vermelho Amarelo Eutrófico, Bruno Não-Cálcico, Planossolo Solódico, Litólico
Eutróficos e Distróficos, conforme Figura 2.4.
Em sua maioria são solos que apresentam baixa fertilidade natural e em função de sua
estrutura física favorecem a instalação de processos erosivos. Associados à estrutura física
destes solos, fatores como desmatamento, uso intenso, excesso de água no período chuvoso e
ressecamento na estação seca, têm determinado a instalação de processos de desertificação e
/ou salinização, acarretando prejuízos ao meio ambiente. A Tabela 2.29 apresenta
características de fertilidade, propensão à erosão e desertificação/salinização por tipo de solo.
As unidades fitoecológicas que ocorrem no Estado do Ceará foram caracterizadas
apresentando as seguintes formações: Mangue, Vegetação Litorânea, Mata Seca, Mata
Úmida, Caatinga e Cerrado, conforme Figura 2.5.
A rede hidrográfica é constituída por um conjunto de 11 bacias hidrográficas: Alto
Jaguaribe, Médio Jaguaribe, Baixo Jaguaribe, Salgado, Banabuiú, Acaraú, Curu, Coreaú,
Curu, Litoral, Metropolitana, Parnaíba (Poti), conforme pode ser verificado na Figura 2.6. Na

103
Tabela 2.30 encontram-se informações sobre área, capacidade de número de açudes por bacia
hidrográfica.
A bacia hidrográfica mais extensa é a do rio Jaguaribe, ocupando cerca de 81.874 km²,
equivalente aproximadamente à metade do território cearense. Essa bacia é dividida em cinco
sub-bacias: Alto, Médio e Baixo Jaguaribe, Salgado e Banabuiú.
As características hidrológicas de quase a totalidade do espaço físico estadual,
excetuando-se trechos litorâneos, são típicas das regiões semi-áridas, com rios intermitentes
sazonais, dada a distribuição irregular e escassez de chuvas, aliada à ocorrência de rochas
cristalinas, além da tipologia da rede hidrográfica e das formações vegetais naturais. Em
geral, os cursos d’água intermitentes apresentam uma média de 6 a 7 meses com escoamento
nulo. Nos períodos de maiores índices pluviométricos, o fluxo d’água na calha dos rios
apresenta valores elevados de vazão podendo até ocorrer o transbordamento. Entretanto,
devido ao curto período temporal dos índices pluviométricos elevados, ocorre um rápido
decréscimo das vazões, ocorrendo, em pouco tempo, o esgotamento das águas correntes na
calha dos rios.

104
Figura 2.4 - Tipos de solos do Estado do Ceará.
Fonte: IPECE, 2007.

105
Tabela 2.27 – Fertilidade, propensão à erosão desertificação/salinização por tipo de solo.

Propensão Propensão à
Tipo de solo Fertilidade a processos desertificação/
erosivos salinização

LVD – Latossolo Vermelho Amarelo Baixa Alta Desertificação

LE – Latossolo Vermelho Escuro Baixa Alta Desertificação

PE - Podzolico Vermelho Amarelo


Média a Alta Alta Desertificação
Eutrófico

PV - Podzolico Vermelho Amarelo


Baixa Alta Desertificação
Distrófico

BV – Bruizem Avermelhado Alta Alta Desertificação

NC – Bruno não cálcio Alta Média Desertificação

PL – Planassolo Solódico Baixa Alta Desertificação

SS – Salinas (Solonchak) Baixa Alta Salinização

C – Cambissolo Alta Alta Desertificação

AQd – Areias Quartzosas Dsitróficas Baixa Média -

AM – Areia Quartzozas Marinhas Baixa Média -

V – Vertissolo Alta Alta Salinização

Re – Litólicos Eutróficos Baixa Alta Desertificação

Re – Litólicos Distróficos Baixa Alta Desertificação

Ae – Aluviais Média a Alta Baixa Desertificação


Fonte: Anuário Estatístico do Ceará – IPLANCE 1998/1999

106
Figura 2.5 - Unidades fitoecológicas do Estado do Ceará.
Fonte: IPECE, 2007.

107
Figura 2.6 - Regiões Hidrográficas do Estado do Ceará.
Fonte: Fonte: IPECE, 2007.

108
Ressalta-se que as cheias sazonais ocorrem não só em função da condição
pluviométrica, mas também estão associadas às características físicas dos rios do entorno que
possuem baixa porosidade e baixa capacidade de infiltração das águas pluviais,
principalmente em um curto espaço de tempo.
O aproveitamento hídrico é feito primordialmente através do armazenamento das
águas superficiais, embora exista um bom potencial de aproveitamento de águas subterrâneas,
apesar da dificuldade de prospecção devido às rochas do cristalino, ou das baixas vazões
médias, que inviabiliza economicamente o seu uso.

Tabela 2.28 - Relação das Bacias Hidrográficas que compõem o Estado o Ceará.

Área Capacidade Número de açudes


Número Bacia Hidrográfica
(km2) (m3) monitorados

1 Alto Jaguaribe 24.538 2.792.563.000 18

2 Salgado 12.216 447.210.000 13

3 Banabuiú 19.810 2.755.909.000 17

4 Médio Jaguaribe 10.509 6.860.905.000 13

5 Baixo Jaguaribe 12.216 24.000.000 1

6 Acaraú 14.423 1.443.783.000 12

7 Coreaú 10.500 297.090.000 9

8 Curu 9.0000 1.068.355.000 13

9 Paraipaba 14.377 673.840.000 9

10 Metropolitana 15.085 1.325.344.000 14

11 Litoral 8.619 98.290.000 7

Total 151.293 17.787.269.600 126

Fonte: COGERH, 2007.

109
Segundo a Secretária de Recursos Hídricos do Estado do Ceara - SRH (2008) a fase
atual de planejamento na área de recursos hídricos teve início no final da década de 70 e
estabeleceu um novo estágio no desenvolvimento da política das águas, com a gestão
participativa e integrada dos recursos hídricos. Suas datas mais significativas são:
• 1982: Criação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CONERH
• 1987: Criação da Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH
• 1989-1991: Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH.
• 1993: Criação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH do Estado
do Ceará.
• 1994: Implementação do Programa de Desenvolvimento Urbano e Gerenciamento dos
Recursos Hídricos – PROURB
• 1995: Início das atividades de outorga e licenciamento
• 1997: Início da cobrança pelo uso de água bruta
• 1997-1999: Elaboração dos Planos de Bacias Hidrográficas.
• 2000: Assinatura do contrato de financiamento do Projeto de Gerenciamento
Integrado de Recursos Hídricos do Estado do Ceará - PROGERIRH celebrado entre o
Estado e Banco Mundial.
• 2002: Inauguração do Açude Castanhão, o maior do Ceará e o 2º maior do Nordeste.
• 2004: Início do controle de qualidade da água bruta.

A gestão dos recursos hídricos no Estado é de responsabilidade da COGERH, empresa


vinculada à Secretária a SRH. Atualmente, a COGERH monitora 126 açudes, envolvendo
açudes estaduais e federais, através de um convênio com o DNOCS. Estima-se que estes126
açudes tenham a capacidade de armazenar um volume superior a 90% de toda a capacidade do
Estado (COGERH, 2007).
No que se refere à qualidade das águas no Estado do Ceará, a SEMACE e a COGERH
realizaram levantamento e análise de dados referentes a monitoramentos feitos no período de
1990 a 1997 em rios, açudes e represas. Esse levantamento revelou carência de dados de
monitoramento, mas permitiu elaborar avaliações sobre as condições dos recursos hídricos. A
Tabela 2.31 apresenta uma síntese das cargas poluidoras nas bacias hidrográficas do Ceará.
Segundo a SEMACE, as condições sanitárias dos recursos hídricos do Estado do Ceará
apresentam-se satisfatórias, mesmo em áreas de grande concentração de população, não se

110
verificou ausência drástica de oxigênio dissolvido nos corpos d’água monitorados. Essas
condições dos recursos hídricos apresentam estreita correlação com os elementos físicos,
bióticos e antrôpicos que ocorrem no Estado, configurando o perfil do meio natural cearense e
interferindo no processo de ocupação do solo e condições de vida da população.

Tabela 2.29– Bacias Hidrográficas e cargas poluidoras (kg/DBO/dia).

Carga Orgânica
Bacia Carga Poluidora Urbana Metais Pesados
Industrial
Hidrográfica
Bruta Remanescente Bruta Remanescente Bruta Remanescente

Acaraú 34.678 32.719 2.617,00 2.479,50 41,00 41,00

Coreaú 15.518 15.518 575,00 575,00 ND ND

Curu 17.211 15.318 616,50 616,50 ND ND

Alto Jaguaribe 27.426 27.426 1.041,00 1.041,00 ND ND

Médio
10.251 9.674 534,00 534,00 ND ND
Jaguaribe

Baixo
12.867 11.746 6.163,00 6.163,00 ND ND
Jaguaribe

Banabuiú 21.484 18.700 493,00 493,00 ND ND

Salgado 38.936 30.764 8.561,00 7.055,00 82,00 82,00

Litoral 11.347 9.645 328,80 328,80 ND ND

Metropolitana 161.166 13.261 534 ND ND ND

Parnaíba 16.844 ND ND ND ND ND
Fonte: Adaptado SEMACE (2000) apud Nunes (2006).
ND – Não Disponível

A irrigação apresenta forte expansão no Estado e requer elevada quantidade de água.


A área de lavoura temporária é de 1.271,717 ha e de lavoura permanente de 472,440 ha, dos
quais mais de 26.000 ha são irrigados. O Estado do Ceará possui quatorze (14) perímetros
irrigados federais: Araras Norte, Ayres de Souza, Baixo Acaraú, Curu-Paraipaba, Curu-
Pentecoste, Ema, Forquilha, Ico-Lima Campos, Jaguaribe – Apodi, Jaguaruana, Morada
Nova, Quixabinha, Tabuleiro de Russas e Várzea do Boi (DNOCS, 2008). A Tabela 2.32
apresenta dados dos perímetros irrigados no Estado.

111
Tabela 2.30 – Dados dos perímetros irrigados do Estado do Ceará.
Área
potencial Área
Perímetro
para irrigada Sistema de irrigação Cultura produzida
irrigado
irrigação (ha)
(ha)
- 89,44% da área por aspersão
Araras Coco, banana, mamão, goiaba,
3.225 1.345,8 convencional.
Norte graviola, maracujá, caju, uva.
- 10,56% da área por micro-aspersão.
Ayres de Arroz, feijão vigna, melancia,
1.158 192 100% da área por superfície (gravidade)
Souza algodão herbáceo e milho verde.
Baixo - 50% da área por micro-aspersão Abacaxi, banana, melão,
12.407 8.111
Acaraú - 50% da área por gotejamento melancia, feijão e milho.
- 84,81% da área por aspersão
convencional Coco, cana-de-açúcar, citros e
Curu-
8.000 3.295 - 9,50% da área por micro-aspersão acerola.
Paraipaba
- 3,39% da área por gotejamento
- 2,30% da área por pivô central
Curu- - 100% da área por superfície em sulcos Banana, coco, mamão e feijão
1.180 743
Pentecoste (gravidade) vigna
- 100% da área por aspersão Feijão vigna, milho/espiga e
Ema 42 42
convencional algodão herbáceo.
Banana, graviola, goiaba, feijão
100% da área por superfície (gravidade) vigna, milho/espiga, coco,
Forquilha
mandioca, pimenta e capim de
corte.
99,57% da área por superfície Arroz, feijão, milho, banana,
(gravidade) coco, graviola, manga e capim
Icó-Lima
4.263 2.577 0,43% da área por aspersão de corte. Desenvolve também a
Campos
convencional pecuária leiteira (bovinos)

Banana, milho verde, melão,


- 87,04 % da área por pivô central mamão, goiaba, ata, melancia,
Jaguaribe-
5.393 2.834,8 - 6,48 % da área por gotejamento pimentão, graviola, algodão
Apodi
- 6,48 % da área por micro-aspersão herbáceo, feijão vigna, sorgo e
capim de corte.
45,00% da área por superfície Arroz, feijão, milho, tomate de
(gravidade) mesa, banana, coco, goiaba,
Jaguaruana 202 202 52,52% da área por aspersão mamão, manga, maracujá, uva,
convencional algodão herbáceo, sorgo e capim
2,48% da área por gotejamento de corte.
Morada - 100% da área por superfície em sulcos Arroz, feijão, banana, acerola,
4.333 3.724
Nova (gravidade) coco, graviola, e capim de corte.
- 100% da área por aspersão Banana, coco, uva, milho, feijão,
Quixabinha 293 293 convencional algodão herbáceo, capim de
corte e fumo.
Tabuleiros - 50% da área por micro-aspersão A exploração das áreas irrigadas
14.508 2.429
de Russas - 50% da área por gotejamento é centrada na fruticultura
Várzea do 100,00% da área por superfície em Banana, milho/espiga e algodão
630 313
Boi sulcos (gravidade) herbáceo.
Total 55.895 26.269,2 - -
Fonte: Adaptado de Nunes (2006).

112
2.5.2 Características Socioeconômicas
Segundo o IBGE (2000) 46,45% da população cearense reside na Bacia Metropolitana.
Essa situação decorre da presença da capital do Estado nessa bacia, apresentando uma
população residente de 2.138.234 habitantes, em 2000. O município de Fortaleza e os demais
12 municípios de sua região metropolitana representam o maior aglomerado populacional do
Estado, em constante processo de atração de população de outros municípios.
As demais bacias apresentam contingentes totais de população variando entre 164.495
na Bacia do Médio Rio Jaguaribe, e 821.633, na Bacia do rio Salgado. Das demais 9 bacias, 4
possuem maior percentual de população urbana e 4 de população rural, estando a bacia do rio
Salgado com distribuição populacional equilibrada entre as duas condições de domicílio
(50,66% na urbana e 49,34% na rural), conforme dados da Tabela 2.33.

Tabela 2.31 – Densidade demográfica e população urbana e rural por bacia hidrográfica.

Densidade População
Bacia Hidrográfica Demográfica Média
(hab/km2) Total Urbana (%) Rural (%)

Alto Jaguaribe 47,20 509.089 46,95 53,05

Salgado 49,33 821.633 50,66 49,34

Banabuiú 47,74 422.180 47.74 52.26

Médio Jaguaribe 41,27 164.495 41,27 58,73

Baixo Jaguaribe 56,35 284.572 53,35 43,65

Acaraú 47,47 685.098 63,89 36,11

Coreaú 30,43 319.561 55,14 44,86

Curu 34,92 297.794 51,33 48,67

Parnaíba 22,88 328.715 48,86 51,14

Metropolitana 220,41 3.324.945 91,66 8,34

Litoral

Fonte: Adaptado do Censo Demográfico IBGE (2000) e IPLANCE (1999).

113
A maior densidade demográfica novamente ocorre na bacia Metropolitana, que conta
com 220,41 hab/km² apresentando também a maior população total (3.324.945 hab.). Já a
menor densidade é encontrada na bacia do rio Poti (22,86 hab/km²) que, contudo, não
apresenta a menor população total. As menores densidades médias são encontradas, além da
bacia do Poti, nas bacias do Coreaú (30,43%) e Curu (34,92%), ambas em faixa litorânea. As
demais seis bacias apresentam densidades médias semelhantes, oscilando entre 41,27 hab/km²
(Médio Jaguaribe) e 56,35 hab/km² (Baixo Jaguaribe).
A incidência de doenças de veiculação hídrica está diretamente relacionada às
condições de saneamento de uma comunidade, aliada aos hábitos de higiene de sua
população. As principais doenças e agravos de veiculação hídrica de incidência no Estado do
Ceará são o a febre tifóide e paratifóide, amebíase, diarréia e gastroenterites, hepatites virais,
helmintíases, esquistossomoses, leptospirose, além de intoxicações diversas. A principal via
de transmissão é a água, através de ingestão e contato, gerando a contaminação por vírus,
bactérias, parasitas, protozoários, toxinas e substâncias químicas. A Figura 2.7 apresenta
dados da mortalidade infantil no Ceará.
A Cagece é a empresa responsável pelo saneamento no Estado do Ceará, dos 184
municípios 149 tem seus sistemas de água e 41 sistemas esgotamento sanitário operados pela
Cagece. Os demais municípios cearenses são atendidos por Sistemas Autônomos de Água e
Esgoto, cuja responsabilidade é das Prefeituras Municipais.
Constituída sob a forma de sociedade de economia mista, sob o controle acionário do
Governo do Estado do Ceará, a Cagece é responsável pela execução das obras de
implantação, ampliação, manutenção e operação dos sistemas de abastecimento de água e
esgotamento sanitário nos municípios onde detém a concessão ou com os quais firmou
convênios para prestar esses serviços.
A Cagece foi criada pela Lei n° 9.499 de 20 de julho de 1971, e está vinculada à
Secretaria das Cidades. Tem como missão: “Contribuir para a melhoria da saúde e qualidade
de vida, prestando serviços de saneamento básico, atuando de forma sustentável, com
responsabilidade social e ambiental” (CAGECE, 2008).
A Cagece tem atuação descentralizada no Estado do Ceará, através das Unidades de
Negócio, atualmente em número de doze, sendo oito localizadas no interior quatro destas
localizadas no município de Fortaleza, conforme Figura 2.8.

114
Figura 2.7 – Taxa de mortalidade infantil no ano de 2006.
Fonte: IPECE, 2007.

115
As Unidades de Negócio tem a atribuição de realizar os trabalhos de operação e
manutenção, fazendo novas ligações de água e esgoto, correção de vazamentos, distribuição
de contas, cortes e religações, coordenando todos os trabalhos realizados na sua área de
abrangência.
A Empresa atende a 233 localidades com sistema de abastecimento de água,
abastecendo uma população de 5,7 milhões de cearenses, incluindo 2,8 milhões somente em
Fortaleza. O índice de cobertura com abastecimento de água no estado é 95,24% e em
Fortaleza de 96,42%, sendo o índice de hidrometração de 92,8% e 98,24%, respectivamente.
A Figura 2.9 apresenta a taxa de abastecimento de água para o Estado. Para atendera a
população, por meio de produção, reservação e distribuição de água potável, essa companhia
e dispões de 160 ETAs, sendo 15 ETAs que atendem a sistemas integrados. Cerca de 99
sistemas são abastecidos por mananciais superficiais, em sua grande maioria açudes, e a água
é submetida a tratamento convencional. Outros 60 sistemas são abastecidos por mananciais
subterrâneos, sendo a água submetida à simples desinfecção.
Fatores como crescimento populacional, altos níveis de consumo de água pela
população, crescimento industrial, baixa disponibilidade de água e rios intermitentes são
indicativos da necessidade de aumento da demanda de água no Ceará. É de suma importância
o estabelecimento de um Plano Diretor de Água e Esgotos para nortear as ações a serem
implementadas na área de saneamento no Estado.
Já em relação ao sistema de esgotamento sanitário a Cagece atende a 41 localidades,
beneficiando 2,0 milhões de pessoas no Ceará através de 450.395 ligações de esgoto. O índice
de cobertura com serviço de esgoto no Estado é de 36,74% e em Fortaleza é de 50%
(CAGECE, 2008). A taxa de esgotamento sanitário encontra-se detalhada nas Figuras 2.10.

116
Figura 2.8 - Unidades de Negócios da Cagece.
Fonte: Cagece, 2008.

117
Figura 2.9 – Taxa de cobertura urbana de abastecimento de água.
Fonte: IPECE, 2007.

118
Figura 2.10 – Taxa de cobertura urbana de esgotamento sanitário.
Fonte: IPECE, 2007.

119
Fortaleza possui o maior índice de cobertura de esgotamento sanitário, que é realizado
de duas formas, sistemas isolados que contemplam Conjuntos Habitacionais e Sistema de
Disposição Oceânica, sendo este constituído por:
ƒ Várias bacias coletoras de esgoto;
ƒ Dois interceptores oceânicos: Leste e Oeste;
ƒ Estação de Pré - Condicionamento – EPC;
ƒ Estação de Tratamento de Odores - ETO.
ƒ Um Emissário Submarino.

As bacias depois de coletarem os esgotos enviam estas águas residuárias para os dois
interceptores, que por sua vez lançam na Estação de Pré-Condicionamento. Nesta Unidade, os
esgotos sofrem um tratamento preliminar onde são removidos materiais grosseiros, finos e
outros sedimentáveis (areia, inorgânicos etc.). Em seguida os esgotos são encaminhados para
o Emissário Submarino que lançam os despejos no Oceano Atlântico, a uma distância de
3.330 m. Neste corpo d'água salgado os esgotos sofrem o processo da diluição e são afastados
do litoral da R.M.F. pelas correntes marítimas. A capacidade real média atual do Sistema é de
1.400 L/s e a capacidade total do Sistema é de 4.200 L/s (CAGECE, 2008).
Além do sistema de Disposição Oceânica a Cagece possui 178 estações de tratamento
isoladas operando na RMF e no interior, utilizando as seguintes tecnologias: Decanto-
digestores associados a filtros anaeróbios; Reatores UASB, Lagoas de Estabilização; e Lodos
Ativados. As Figuras 2.11 e 2.12 apresentam a quantidade de sistemas por Unidade de
Negócios e o tipo de tratamento utilizado na Cagece, respectivamente.
Os sistemas do tipo decanto-digestor e Reator UASB foram instalados nas décadas de
70 e 80, em pequenas comunidades, na época em que a legislação ambiental não era tão
restritiva. Operam com baixas vazões e eficiência de tratamento, não atendo ao Padrão de
Lançamento estabelecido pela SEMACE, Portaria Nº 154/2002. Segundo informações da
Cagece, já existe um projeto na empresa para desativar/readequar essas estações. Já os
sistemas do tipo lagoas de estabilização foram implantados para atender a comunidades
maiores, e em sua grande maioria, atendem ao referido Padrão.

120
1
40
Lagoas de
67 Estabilização
Decanto-Digestor

UASB

Lodos Ativados

70

Figura 2.11 - Tipos e quantidades de sistemas operados pela Cagece.


Fonte: Cagece, 2008.

UN BBJ
UN BBA
UN BAJ
10 6 5 4
8 UN BSA
13
30 UN BPA
21 UN BME
UN MTL
UN BAC

7
GETES
UN BCL
24
35
1 UN MTS
14
UN MTN
UN MTO

Figura 2.12 – Relação de sistemas operados pela Cagece por Unidades de Negócio.
Fonte: Cagece, 2008.

121
3.CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA

3.1 Área de Estudo

Segundo o IPECE (2007), o Estado do Ceará possui uma área de 148,83 mil km2,
correspondente a 1,74% do território nacional, o que lhe confere a décima sétima posição
dentre os estados brasileiros, e 9,57% da região Nordeste, ocupando a quarta posição dentre
os estados desta região. A proximidade do Estado em relação a outros continentes, como a
Europa, a América do Norte e a África, favorece sua inserção no comércio e turismo
internacionais, conforme Figura 3.1. Com relação à evolução político-administrativa, em 1940
existiam 87 municípios, saltando em 2006 para 184 municípios, ou seja, um crescimento de
111,5%.

3.2 Tipo de Estudo e Etapas

O estudo realizado foi do tipo analítico-descritivo. Suas etapas de desenvolvimento


foram:
• Levantamento bibliográfico;
• Caracterização da área de estudo;
• Definição das alternativas e critérios de reúso;
• Levantamento das estações de tratamento de esgoto com respectivas vazões e as
características do sistema de tratamento para seleção daquelas cujos efluentes
podem ser utilizados;
• Caracterização dos efluentes das estações de tratamento de esgoto selecionadas;
• Tabulação e análise dos laudos de monitoramento;

122
• Proposição do(s) tipo(s) de reúso para as ETEs selecionadas;
• Proposição de melhorias necessárias para implementação do reúso;
• Estudo de viabilidade técnica e econômica;
• Proposição de condições e diretrizes para o fortalecimento do reúso no Estado;
• Apresentação e discussão dos resultados;
• Avaliação do trabalho desenvolvido.

Figura 3.1 – Posição Geográfica, limites e dimensões do Estado do Ceará.


Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2000.

123
O levantamento bibliográfico é essencial à delimitação do problema e ao
desenvolvimento da fundamentação teórica. Compreendeu assuntos relacionados à crise da
água, aos tipos de reúso, riscos ambientais e sanitários e os aspectos institucionais, legais e
normativos, tanto em nível nacional quanto internacional. Foi apresentado no Capítulo 2.
A caracterização da área de estudo encontra-se no item 2.5 e abrangeu os temas:
condicionantes físicas, bióticos e populacionais, consumo de água e geração e tratamento de
esgoto e relação dos sistemas de esgotamento sanitário no Estado do Ceará.
Análise dos relatórios de monitoramento (período de 2000 a 2008), identificação das
vazões de reúso, levantamento das características físico-químicas e coliformes
termotolerantes dos efluentes tratados e visita técnica às ETEs constituíram etapas para
caracterizar as ETEs do Ceará. Os resultados desta etapa encontram-se também descritos no
capítulo 4.
A partir da caracterização das estações de tratamento de esgoto, foram escolhidas as
que poderão ter seus efluentes utilizados em diversos fins, em função, principalmente, das
vazões disponíveis e das características dos efluentes, e de outros fatores, tais como:
disponibilidades de áreas; necessidades de usos; custos; etc.
Após a seleção das ETEs foi realizada uma análise crítica para avaliar qual a
possibilidade de reúso (agrícola, piscicultura, urbano ou industrial) era mais viável para cada
uma das ETEs.
O trabalho conclui propondo um programa de gestão do uso de esgotos domésticos
tratados para todo o estado do Ceará.

3.3 Seleção das Estações de Tratamento de Esgoto

No Estado do Ceará, há grande carência de recursos na área de saneamento,


principalmente em relação aos sistemas de esgotamento sanitário, desenvolvendo-se uma
tendência para escolha e instalação de sistemas economicamente mais viáveis. Nesse
contexto, a opção pelo tratamento de esgoto por lagoas de estabilização demonstra-se mais
adequada para a região, em virtude da adequabilidade ao clima, disponibilidade de área, baixo
custo de instalação, excelente eficiência de remoção de matéria orgânica e patógenos e
facilidade operacional (BRANDÃO, 2004).

124
Como mencionado anteriormente, dos 178 sistemas de tratamento isolados operados
pela Cagece, 39,3% correspondem a lagoas e estabilização, e de acordo com Crook (1991),
dentre uma grande variedade de métodos e sistemas de tratamento de águas residuárias
disponíveis, as lagoas de estabilização são consideradas um dos melhores métodos de
tratamento quando o efluente é destinado à irrigação, pois estas produzem um efluente com
uma excelente qualidade microbiológica, onde a saúde dos trabalhadores e da população em
geral, que utilizam ou consomem produtos irrigados com os efluentes gerados, não é afetada.
A seleção das ETEs para avaliação do potencial de reúso foi feita com base nos
seguintes critérios: vazão e qualidade.
Inicialmente, foi levantadas junto a Cagece a relação de sistemas operados, e
respectivas formas de tratamento e vazões de operação. Em seguida, foram levantados junto a
Gerência de Controle de Qualidade (GECOQ) da Cagece os laudos de qualidade sanitária dos
efluentes dos sistemas operados pela Empresa referentes ao período de 2000 a 2008.
De posse das informações de vazão e qualidade físico-química e sanitária
classificaram-se os sistemas em 5 grupos descritos a seguir, sendo o primeiro Grupo operado
pelas Prefeituras Municipais e os demais Grupos operados pela Cagece:
• Grupo 1: Sistemas tipo lagoas de estabilização;
• Grupo 2: Sistemas do tipo decanto-digestor seguido de filtro anaeróbio e desinfecção;
• Grupo 3: Sistemas do tipo reator UASB seguido de desinfecção;
• Grupo 4: Sistemas do tipo lagoas de estabilização em operação no interior do Estado ;
• Grupo 5: Sistemas do tipo lagoas de estabilização em operação na Região
Metropolitana de Fortaleza (Fortaleza, Maracanaú e Caucaia).
As relações dos grupos encontram-se descritos nas Tabelas 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5,
respectivamente.

125
Tabela 3.1 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 1.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Acaraú Juritianha 1 LF 0,9
Bela Cruz São Gonçalo 1 LF 0,6
Cariré Tapuio 1 LF 0,5
Coreaú Araquém 1 LF 1,2
Croatá Betânia 1 LF 1,2
Fortaleza Conj. Renascer 1 LF e 3 LM em série 3,2
Irauçuba Juá 1 LF 1,1
Irauçuba Missi 1 LF 0,8
Itarema Carvoeiro 1 LF 0,4
Maraújo B. Esperança 1 LF 0,3
Maraújo Goiania 1 LF 0,6
Marco Panacuí 1 LF 0,8
Massapê Tuina 1 LF 1,2
Meruoca Camilos 1 LF 0,8
Morrinhos Mutambeiras 1 LF 2,3
Morrinhos S. Alegre 1 LF 3,8
Santana do Acaraú Sapo 1 LF 0,4
Santana do Acaraú Parapui 1 LF 1,2
Senador Sá Serrota 1 LF ND
Sobral Derby 1 LF ND
Sobral COHAB 1 2 LF ND
Sobral COHAB 2 1 LF ND
Sobral Pe. Palhano 1 LF e 2 LM ND

Sobral Dom José 1 LF e 2 LM ND


Sobral Vila União 1 LF ND
Tianguá Araticum 1 LF 2,3
Tianguá Arapa 1 LF 1,2
Ubajara Furnalhão 1 LF 0,7
ND –Nnão Deteminado
LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação

126
Tabela 3.2 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 2

Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Baturité Prourb 01 1 módulo de DD + FA e cloração 0,3
Baturité Prourb 02 1 módulo de DD + FA e cloração 0,4
Caucaia Conj. Novo São Miguel 16 módulos de DD + FA e cloração 4,0
Cedro Sede 5 módulos de DD + FA e cloração ND
Crateús ETE 1 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Crateús ETEs 2 1 módulo de DD + FA e cloração 1,1
Crateús ETE 3 1 módulo de DD + FA e cloração 1,2

Crateús ETEs 4 1 módulo de DD + FA e cloração 1,2


Crateús ETE 5 1 módulo de DD + FA e cloração 4,9
Crateús ETEs 6 1 módulo de DD + FA e cloração 2,4
Crateús ETE 7 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Crateús ETEs 8 1 módulo de DD + FA e cloração 1,3
Crateús ETE 9 1 módulo de DD + FA e cloração 4,5
Crateús ETEs 10 1 módulo de DD + FA e cloração 3,4
Crateús ETE 11 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Crateús ETEs 12 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Crateús ETE 13 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Fortaleza Conj. Nova Vida 8 módulos de DD + FA e cloração ND
Conj. Pequeno
Fortaleza 2 módulos de DD + FA e cloração 5,2
Mondubim
Fortaleza Conj. Sumaré 1 módulo de DD + FA e cloração ND
Fortaleza Luciano Cavalcante 2 módulos de DD + FA e cloração 2,6
Fortaleza Passaré 2 módulos de DD + FA e cloração 0,6
Fortaleza Fernando de Noronha 1 módulo de DD + FA e cloração 1,3
Alto Alegre
Fortaleza 5 módulos de DD + FA e cloração 0,1
(Messejana)
Fortaleza Sítio São João 22 módulos de DD + FA e cloração 8,6
Conj. Almirante
Fortaleza 2 módulos de DD + FA e cloração ND
Tamandaré I
Fortaleza Bandeirantes 6 módulos de DD + FA e cloração 0,5
Fortaleza Guajerú 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Fortaleza Sítio Córrego 2 módulos de DD + FA e cloração 3,1
Fortaleza Soares Moreno 1 módulo de DD + FA e cloração 2,0
DD – Decanto-Digestor; FA – Filtro Anaeróbio; ND –Não Determinado.

127
Tabela 3.2 – Relação dos sistemas do tipo Grupo 2 - continuação

Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Fortaleza Marcos Freire 1 módulo de DD + FA e cloração 9,7
Conj. da PM -
Fortaleza 1 módulo de DD + FA e cloração 0,4
Messejana
Fortaleza Nova Descoberta 1 módulo de DD + FA e cloração 0,8
Fortaleza 8 de setembro 1 módulo de DD + FA e cloração 3,9
Fortaleza Planalto Pici 1 módulo de DD + FA e cloração ND
Fortaleza Jardim União I 3 módulos de DD + FA e cloração 4,3
Fortaleza Unidos Venceremos 2 módulos de DD + FA e cloração 4,9
Fortaleza Sítio Estrela 1 módulo de DD + FA e cloração 4,2
Fortaleza Ipaumirim 1 módulo de DD + FA e cloração 2,7
Fortaleza Chico Mendes 3 1 módulo de DD + FA e cloração 0,3
Fortaleza São José da Paupina 1 módulo de DD + FA e cloração 1,1
Fortaleza 24 de Março 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Fortaleza Res. Santa Helena 1 módulo de DD + FA e cloração 7,2
Guaramiranga Forquilha 1 módulo de DD + FA e cloração ND
Maracanaú Conj. Hab. Nova Vida 8 módulos de DD + FA e cloração ND
Maranguape Alto do Bilias 1 módulo de DD + FA e cloração 7,0
Pacoti ETE do Alho 1 módulo de DD + FA e cloração 0,2
Pacoti Sede 1 módulo de DD + FA e cloração 3,7
Quixadá ETE Mutirão 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Quixadá ETE Renascer 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Quixadá ETE COHAB 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Quixadá ETE Chico Braz 1 módulo de DD + FA e cloração 1,2
Micro Área do
Saboeiro 1 módulo de DD + FA e cloração 0,3
PROURB
DD – Decanto-Digestor; FA – Filtro Anaeróbio; ND – Não Determinado.

128
Tabela 3.3 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo3.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Aratuba Sede 1 UASB + RA e cloração 5,0
Baturité Bairro São Francisco 1 UASB e cloração 1,2
Cascavel Sede 1 UASB e cloração 2,4
Caucaia Conj. Itambé 1 UASB e cloração 4,3
Caucaia Conj. Velho São Miguel 1 UASB e cloração 2,7
Caucaia Potíra II 8 UASB e cloração ND
Fortaleza Conj. Por-do-sol 3 UASB em paralelo e cloração 4,1
Fortaleza Aracapé III 2 UASB em paralelo e cloração 7,8
Fortaleza Curió I 4 UASB em paralelo e cloração ND
Fortaleza Curió II 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Dias Macedo 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Itaperí I 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Novo Barroso II 3 UASB em paralelo e cloração 6,9
Fortaleza Novo Mondubim II 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Pindorama 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Riacho doce 2 UASB em paralelo e cloração ND
Fortaleza Zeza / tijolo 1 UASB e cloração 3,9
Fortaleza Lago azul 2 UASB em paralelo e cloração ND
Fortaleza Lagoa do Zeza 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Sitio santana 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Conj. Hab. Sumaré 1 UASB e cloração ND
Granjeiro Sede 1 UASB+ FA e cloração 4,7
Guaramiranga Sede 1 UASB e cloração 3,1
Horizonte Bairro Zumbi 1 UASB e cloração 1,0
Itaitinga Bairro Prourb 1 UASB e cloração 1,6
Juazeiro do Norte Bairro Multirão 1 UASB e cloração ND
Maranguape Dakota 1 UASB e cloração 2,8
Maranguape Pedro Câmara 1 UASB e cloração 1,4
Mulungu Sede 1 UASB + RA e cloração 1,1
Palmácia Sede 1 UASB e cloração 1,7
Redenção Sede 1 UASB e cloração 2,1
Tarrafas Sede 1 UASB e cloração 6,8
Tauá Bairro Alto do Brilhante 1 UASB e cloração 1,5
Tauá Bairro Bezerra de Souza 1 UASB e cloração 2,5
Tianguá Aeroporto 1 UASB e cloração ND
Tianguá Cibrazem 1 UASB e cloração ND
UASB – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente; RA – Reator Aerado; ND – Não Determinado.

129
Tabela 3.4 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 4.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Acarape Sede 1 LA e 2 LM em série. 19,5
Acopiara Sede 1 LA e 2 LM em série. 22,3
Acaraú Sede 2 LF em paralelo. 38,8
Altaneira* Sede 1 LA e 2 LM em série. 3,7
Aracati* Canoa Quebrada 1 LA e 2 LM em série. 1,6
Aquiraz Sede 2 LA, 2 LA e 4 LM em série. 68,6
Aurora Sede 1 LF e 3 LM em série 30,7
Barbalha* Sede 1 LF e 2 LM em série 9,3
Barro* Sede 1 LF e 2 LM em série. 95,0
Barreira* Sede 1 LF e 3 LM em série 5,9
Barroquinha* Sede 1 LF e 2 LM em série 3,0
Barroquinha* Bitupitá 1 LF e 2 de LM em série 5,6
Beberibe Sede 1 LF e 2 LM em série 19,0
Campos Sales Sede 1 LF e 2 LM em série 61,3
Catarina Sede 1 LF e 2 LM em série 4,2
Crateús Sede 1 LF e 2 LM em série 12,6
Croata* Sede 2 LF e 2 LM 6,1
Guaiuba Sede 1 LF e 2 LM em série 19,5
Graça* Sede 1 LF e 2 LM em série 2,3
Graça* Lapa 1 LF e 2 LM em série 0,8
Independência* Sede 1 LF e 3 LM em série 36,3
Itapipoca Sede 1 LA, 1 LF e 2 de LM em série. 128,0
Itapipoca* Lagoinha 1 LA 2 LM em série. 33,6
Itapipoca* Marinheiro 1 LA 2 LM em série. 3,1
Itapipoca* Baleia 1 LA 2 LM em série. 1,3
Jijoca Sede 1 LA 2 LM em série. 5,8
Juazeiro do Norte Sede 2 LA, 2 LF em paralelo e 1 LM 260,8
Mauriti Sede 1 LF 18,3
Missão Velha Sede 1 LA 3 LM em série 20,0
Nova Jaguaribara Sede 1 LA 2 LM em série 10,4
Pacatuba Sede 1 LA 3 LM em série todas em série 31,4
*Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto ainda não tem efluente vertendo na última lagoa. Todavia apresentam um alto
potencial para a prática do reúso. LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação; ND –Não Determinado.

130
Tabela 3.4 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 4 – Continuação.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Paraipaba Lagoinha 1 LA 2 LM em série. 15,9
Paraipaba Sede 1 LA 2 LM em série 15,9
Paracuru Sede 1 LA 2 LM em série 34,4
Poranga* Sede 1 LA 2 LM em série 6,6
Quixadá Campo Novo 1 LA, 1 LF e 2 LM em série. 10,9
Russas Sede 1 LF 19,0
Salitre* Sede 1 LA 2 LM em série 2,8
São Benedito Sede 2 reatores UASB, 1 LF e 1 LM em série 10,7
S. G. do Amarante Pecém 1 LA 3 LM em série 9,8
S. G. do Amarante Sede 1 LA 3 LM em série 23,5
Tabuleiro do Norte Sede 1 LF 36,3
Trairi Sede 1 LA 3 LM em série 12,3
Uruoca* Sede 1 LA 3 LM em série 4,2
*Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto ainda não tem efluente vertendo na última lagoa. Todavia apresentam um alto
potencial para a prática do reúso. LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação; ND –Não Determinado.

Os sistemas do Grupo 1, em sua maioria, são compostos por uma única lagoa
facultativa que na prática está funcionando como uma lagoa anaeróbia, devido a elevada
concentração de carga orgânica, e o efluente gerado, normalmente não atende ao Padrão de
Lançamento e as recomendações da WHO (2006a) para a prática do reúso.
Os sistemas do Grupo 2 e 3 são compactos, e em sua grande maioria estão localizados
em área urbana, geralmente sem disponibilidade de área para readequação, por estar inserido
no meio da comunidade e, como consequência, também não dispõem de área para a prática do
reúso.
Já os sistemas do Grupo 4 estão localizados em áreas afastadas das comunidades e
dispõem de área no entorno ou próximo à estação para realizar readequações, se necessário, e
também para a implantação da prática de reúso na área agrícola e na piscicultura.
Os sistemas do Grupo 5 estão localizados na RMF e, apesar da grande maioria estar
inserido bem próximo à comunidade, possui uma qualidade melhor e, caso seja necessário,
também possuem área para readequação da ETE, visando melhorar a qualidade do efluente,
principalmente visando a prática do reúso urbano e industrial.

131
Tabela 3.5 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 5.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Conj. Araturi I 2 LF em paralelo 44,2
Conj. Nova Metrópole 1LF 62,7
Conj. Hab. Planalto 1 LF 12,1
Conj. Tabapuá 1 LF e 2 LM em série ND
Caucaia
Conj. São Francisco 2 LF em paralelo 9,1
Sede 1 LA, 1 LF e 3 LM em série 153,9
Conj. Marechal Rondon 1 LA, 2 LF e 2 LM em série 44,7
Conj. Guadalajara 1 LA, 1 LF e 3 LM em série 2,8
Conj. Fluminense 1 LA, 1 LF e 1 LM, em série 8,5
Conj. Palmeiras II 1 LA, 1 LF e 2 LM, em série 36,5
Conj. Tupã - Mirim 1 LF aerada, 1 LF, e 2 LM em série 8,4
Conj. Hab. Jereissati 1 LA, 1 LF e 2 LM em série 15,0
Conj. Almirante Tamandaré 1 LA, 1 LF e 2 LM em série 4,3
Conj. Ceará - 4ª etapa 3 LF em paralelo 92,1
Fortaleza
Conj. Jereissati III 1 LF 15,6
Conj. João Paulo II 1 LF 12,3
Conj. São Cristovão 1 LA, 1 LF e 2 LM em série 33,4
Conj. Tancredo Neves 1 LA. 23,4
Conj. Esperança 1 LA 27,7
Conj. José Walter III 1 LA e 2 LM em série 84,0
Maracanaú** SIDI 1 LA, 1 LF e 3 LM em série 523,0
* Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto ainda não tem efluente vertendo na última lagoa. Todavia apresentam um alto
potencial para a prática do reúso. ** Efluente industrial. LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação; ND –
Não Determibnado.

Para este estudo, os Grupos 1, 2 e 3 serão excluídos, haja vista que os mesmos não
atendem aos requisitos mínimos para a prática do reúso, conforme descrito anteriormente.
Portanto, somente os Grupos 4 e 5 serão avaliados quanto ao seu potencial de reúso e o tipo
de reúso que é mais adequado do ponto de vista ambiental, social e econômico.

132
Um dos pontos importantes a se observar no Grupo 4 é que, dos 44 (quarenta e quatro)
sistemas, 17 (dezessete) sistemas ainda não atingiram a carga plena de operação. Dentre os
fatores que contribuíram para essa situação pode-se citar o fato de alguns deles terem pouco
tempo de operação, o fato de o número de usuários ligados à rede coletora ainda ser muito
baixo, e um dos maiores agravantes é o fato de muitos deles terem sido superdimensionados.
O valor per capita de geração de esgoto adotado na elaboração dos projetos foi de 150 L/hab.
dia, o que, para as comunidades do interior do Estado, pode ser considerado elevado. A maior
parte dos sistemas de lagoas de estabilização está operando com folga de vazão, e, portanto,
possui capacidade para receber o maior número de ligações à rede.

Vale ressaltar que esses (18) dezoito sistemas, quando estiverem operando em regime,
terão um potencial elevado para a prática do reúso, principalmente agrícola, pois as estações
de tratamento estão localizadas em área distantes da área urbana, e em municípios de grande
estresse hídricos. Outro aspecto importante é o fator de haver área disponível nas vizinhanças
das estações de tratamento, e que estas normalmente têm como vizinhos agricultores, os quais
se forem devidamente sensibilizados sobre os benefícios e as vantagens da prática do reúso,
poderão utilizar o efluente tratado gerado nas estações como uma fonte alternativa de água
para a rega das culturas por eles praticadas.

3.4 Avaliação do Potencial de Reúso

Para definir as alternativas de reúso mais adequada para as estações selecionadas,


foram utilizados os seguintes critérios:
• Vazão e qualidade do efluente;
• Principal demanda por água nas proximidades da ETE;
• Disponibilidade de área para implementação de melhorias, quando necessário;
• Estudo de viabilidade econômico-financeira (reúso industrial).
A avaliação da qualidade do efluente foi feita por meio da tabulação e análise crítica
dos laudos de monitoramento, referentes ao período de 2000 a 2008. Esses laudos foram
obtidos junto a Gerência de Controle Qualidade da Cagece (GECOQ), que é responsável pelo
monitoramento sistemático das estações. Periodicamente são realizadas análises físico-
químicas e bacteriológicas, segundo as recomendações da Portaria Nº 154/02/SEMACE e
também as recomendações estabelecidas por APHA et al., (1998).
133
Como o objetivo do trabalho é avaliar o potencial de reúso nas áreas de irrigação,
piscicultura, reúso industrial e reúso urbano, optou-se por focar o estudo nos seguintes
parâmetros: pH, STS, DQO, DBO, Condutividade Elétrica, Amônia, Fósforo Total e
Coliformes Termotolerantes. Os resultados encontram-se descritos no Capítulo 4.
Na etapa seguinte avaliou-se qual seria a principal demanda de água nas proximidades
da ETE, e quem seria o seu consumidor em potencial. Posteriormente, estabeleceu-se qual
seria a qualidade requerida para cada um dos tipos de reúso. Avaliou-se, também, quais
seriam as melhorias e/ou readequações necessárias para adequá-las para a prática do reúso.
Durante o trabalho constatou-se a necessidade de se realizar o estudo de viabilidade
econômico-financeira dos tipos de reúso onde a exigência em relação a qualidade são
maiores, e onde, consequentemente, seria necessário realizar investimentos para readequação
e operação dos sistemas de reúso urbano e industrial. Vale ressaltar que a viabilidade
econômico-financeira dos projetos de reúso dependerá da adoção de processo de tratamento
cujo desempenho operacional associado aos custos de implantação e operação se enquadre
dentro da disponibilidade a pagar dos futuros usuários.
No caso do reúso industrial, constatou-se que a única estação com perfil (vazão e
demanda por esse tipo de produto) existente no Ceará era a ETE SIDI, localizada no Distrito
Industrial (DI) de Maracanaú, que é o maior parque industrial do Estado.
No referido DI existe uma diversidade de tipos de indústria muito grande, abrangendo
os seguintes setores: bebidas; confecções; couros e peles; materiais plásticos; materiais eletro-
eletrônicos; materiais metalúrgicos; materiais de papel, papelão e celulose; produtos
alimentícios; produtos químicos; produtos têxteis, indústrias de serviços; dentre outros.
Como não se conheciam as necessidades e o perfil de mercado consumidor, foi
realizado um Diagnóstico Técnico da Demanda do Produto, que teve como base de análise
uma pesquisa de campo realizada no Distrito Industrial de Maracanaú junto aos
estabelecimentos industriais em atividade localizados naquele espaço produtivo, tendo uma
cobertura completa do universo de 110 estabelecimentos.
O objetivo desse levantamento de dados foi obter as informações sobre o perfil do
usuário de água, procurando identificar as necessidades atuais e potenciais desse produto, em
termos de qualidade e quantidade. Procurou-se também detectar se existia interesse pela
adoção da água de reúso em algumas de suas atividades, na hipótese de que este produto fosse

134
ofertado pela companhia de saneamento dentro dos padrões adequados para as atividades
citadas.
Inicialmente, a Associação das Empresas do Distrito Industrial (AEDI) de Maracanaú
foi contactada e sensibilizada sobre o objetivo do trabalho a ser desenvolvido e a importância
do mesmo para melhoria da gestão dos recursos hídricos no Estado.
A AEDI forneceu os contatos (área de atuação, responsável, endereço, telefone e e-
mail) de todos os seus filiados. De posse dessas informações foram feitos os contatos com as
empresas e aplicado o questionário, cujo modelo encontra-se no Anexo V.
Por meio da aplicação do questionário foi possível identificar o perfil do consumidor
potencial, as principais demandas por água e se há ou não interesse pela adoção da prática do
reúso. Os resultados deste estudo serviram de base para a proposição das melhorias
necessárias para atender às necessidades desses usuários e, bem como os custos de
implantação/operação. De posse dessas informações foi realizado o estudo de viabilidade
econômico-financeira da adoção do reúso junto às empresas do DI de Maracanaú. Os
resultados também estão descritos no Capítulo 4.
Em relação ao reúso urbano, constatou-se que o maior mercado consumidor seria a
Prefeitura Municipal de Fortaleza, pois a mesma poderia substituir o uso de água bruta pela
água de reúso na rega de parques e áreas verdes.
Foi feito o contato com a EMLURB (Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização) para
solicitar informações de como é feita a rega das áreas verdes atualmente (fonte, volume de
água, área irrigada, forma de irrigação e custo do processo). Na ocasião também foi avaliado
o nível de interesse pela adoção da prática do reúso pela referida empresa.
De posse dessas informações, foram definidas quais estações em Fortaleza possuíam
qualidade e vazão suficiente para atender a demanda da Prefeitura. Após a seleção das ETEs
constatou-se a necessidades de realizar um pós-tratamento do efluente para minimizar
possíveis riscos de contaminação aos trabalhadores responsáveis por realizar a rega das áreas
verdes e também aos cidadãos que têm algum tipo de contato com essas áreas.
Em seguida foi analisada a qualidade atual do efluente e a qualidade requerida e
definido o qual seria o pós-tratamento necessário. De posse dessas informações, foi realizado
o estudo de viabilidade econômico-financeira, cujos resultados também estão descritos no
próximo capítulo.

135
4. CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, estruturado em três partes, propõe-se apresentar e discutir os resultados


obtidos, a partir da avaliação do potencial de reúso do Estado do Ceará, considerando os
aspectos ambientais, sociais e econômicos. Na primeira parte são discutidos os dados obtidos
na caracterização da área de estudo: o Estado do Ceará. A segunda parte trata da seleção das
ETEs com potencial para reúso, e definição do tipo de reúso que será aplicado. A discussão
geral dos resultados constitui a última parte do capítulo.
Informações complementares aos resultados obtidos encontram-se anexadas no final
desta tese.

4.1 Caracterização do Estado do Ceará

A partir dos dados obtidos sobre a caracterização da área de estudo, pode-se observar
que:
ƒ O Estado do Ceará ainda é bastante carente de atendimento por sistemas de
saneamento básico. Todavia houve uma evolução considerável na área nas últimas
décadas, principalmente na RMF, a qual, com a finalização das obras de
saneamento dos Programas SANEAR II/PAC, terá o índice de cobertura de esgoto
elevado de 60% para 80%;
ƒ O principal sistema de tratamento de esgoto utilizado no Ceará, tanto pela Cagece,
quanto pelos SAAEs é o constituído por lagoas de estabilização;
ƒ Geralmente, tem sido necessário um mínimo de quatro lagoas de estabilização em
série para o efluente atender ao padrão de lançamento, Portaria
Nº154/2002/SEMACE e às recomendações da WHO (2006a) para a prática do
reúso;

136
ƒ Devido as suas condições climáticas, geológicas e pedológicas o Estado do Ceará
está sujeito a um intenso estresse hídrico, que pode ser minimizado com a adoção
da prática do reúso, principalmente na agricultura e piscicultura;
ƒ A adoção da prática de reúso poderá contribuir efetivamente para: preservar os
recursos hídricos; reduzir o consumo de fertilizantes, aumentar a produtividade das
culturas, sem aumentar a demanda por água; e criar mais empregos no campo;
ƒ À parte do reúso, é primordial que o Ceará invista em programas de educação
ambiental e de racionalização do uso da água, de modo a diminuir os desperdícios
e o consumo per capita, e quebrar os paradigmas e rejeições por parte da
população em relação ás culturas irrigadas com efluentes tratados.

4.2 Do levantamento dos dados de monitoramento da ETE

Com relação as ETEs operadas pela Cagece, verificou-se que a empresa monitora,
sistematicamente, por meio de análises periódicas para efluentes brutos e tratados os
parâmetros definidos no art. 4º da Portaria Nº 154/02/SEMACE. Vale ressaltar que o § 2 do
referido artigo estabelece que, devido às características específicas, os efluentes provenientes
de sistemas de lagoas de estabilização deverão obedecer aos mesmos padrões estabelecidos no
art. 4º, com exceção dos seguintes:

I - pH: entre 7,5 à 10,0;

II - Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) da amostra filtrada em filtro de fibra de


vidro e poro com diâmetro (Ø) entre 0,7 à 1,0 μm: 60,0 mg/L;

III - Demanda Química de Oxigênio (DQO) da amostra filtrada em filtro de fibra de vidro
e poro com diâmetro (Ø) entre 0,7 à 1,0 μm: 200,0 mg/L;

IV - Sólidos em suspensão: 150,0 mg/L;

V - Oxigênio dissolvido > 3,0 mg/L.

Os principais parâmetros monitorados nas lagoas de estabilização são: pH,


temperatura, clorofila, DQOF, DBOF, Sólidos Totais, Sólido Suspensos, Sólidos Dissolvidos,
Materiais Flutuantes, Óleos e Graxas, Condutividade Elétrica, Oxigênio Dissolvido,
Nutrientes (nitrogênio, amônia e fósforo), Coliformes Totais, Coliformes Fecais ou
Coliformes Termotolerantes.
137
O levantamento teve início com as informações (Tabelas 4.1 e 4.2) relativas aos
valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros pH, STS, DQOF, DBOF, Condutividade
Elétrica, Amônia, Fósforo Total e Coliformes Termotolerantes, para sistemas dos Grupos 4
(sistemas do tipo lagoas de estabilização em operação no interior do Estado) e 5 (sistemas do
tipo lagoas de estabilização em operação na Região Metropolitana de Fortaleza - Fortaleza,
Maracanaú e Caucaia), respectivamente, no período objeto de estudo (2000 a 2008). Esses
dados foram incluídos neste capítulo para facilitar a análise. Dados gerais dos sistemas
analisados encontram-se nos anexos.
Ressalta-se que estes dados foram obtidos a partir de laudos, o que dificultou a análise,
sendo necessária à tabulação prévia dos mesmos. Outra dificuldade encontrada foi que, até
recentemente, a Cagece não adotava um procedimento padrão de monitoramento das ETEs,
ou seja, os parâmetros monitorados variavam no tempo e no espaço. No final de 2007 foi
implementado o Plano Anual de Monitoramento, a fim de padronizar e otimizar esse processo
dentro da empresa.
A falta de padronização nos parâmetros e freqüência das análises ficou evidenciada de
maneira mais acentuada em relação ao monitoramento da qualidade bacteriológica, pois a
empresa chegou a monitorar concentração de E. Coli, Coliformes Fecais e Coliformes
Termotolerantes.
Como foi visto anteriormente no Capítulo 2, a concentração de Coliformes
Termotolerantes é um dos parâmetros mais utilizados para o monitoramento da qualidade
sanitária do efluente, portanto, este será o parâmetro considerado.
A determinação da concentração de nutrientes (ex: amônia e fósforo total) também era
feita com baixa freqüência de análise, principalmente nas estações do interior do Estado.
Como já foi observado anteriormente, como o objetivo do monitoramento de
companhia é avaliar se o efluente final atende ao padrão de lançamento estabelecido pela
Portaria Nº 154/02/SEMACE, e como a referida Portaria não exige o monitoramento da
concentração de ovos de helmintos, este parâmetro não é analisado pela Cagece. Todavia,
vale ressaltar que estudos já realizados anteriormente comprovam que os elevados TDH nas
lagoas de estabilização, em média acima de 20 dias, asseguram a remoção de ovos e cistos de
parasitas presentes em águas residuárias, pois estes não sobrevivem mais que 20 dias em
lagoas facultativas e de maturação.

138
A análise prévia dos dados apresentados demonstra que os sistemas dos Grupos 4 e 5
apresentaram um elevado nível de oscilações durante o período avaliado, principalmente em
relação aos parâmetros STS, DQOF, DBOF e Coliformes Termotolerantes.
Os sistemas do tipo lagoas de estabilização, apesar de se tratarem de sistemas biológicos e
estarem sujeitos a ações de intempéries, têm como característica, após entrarem em regime
permanente, manter uma regularidade na eficiência de tratamento.
Com exceção das ETEs Pacajus e SIDI (Grupo 5 – RMF), que recebem esgotos
industriais, e conseqüentemente, estão sujeitos a uma variação maior na qualidade do afluente,
os demais sistemas tratam apenas esgoto doméstico, e, portanto, deveriam apresentar um nível
de eficiência mais uniforme.
Em razão da simplicidade e da robustez, as lagoas de estabilização não recebem a
devida atenção. Infelizmente, ainda é bastante forte a cultura de que lagoas de estabilização
não precisam de operação e manutenção. Este foi um dos principais fatores identificados,
durante a realização deste trabalho, como responsável pelas oscilações na eficiência dos
sistemas.
Enquanto esse paradigma não for quebrado, e as ETEs não receberem uma operação
mínima, o nível de eficiência de tratamento continuará oscilando e, dificilmente, os efluentes
vão atingir os valores projetados.
Outro fator que também pode estar contribuindo para a diminuição da eficiência dos
sistemas do Grupo 5, é que a grande maioria já possui mais de 20 anos de operação, e
portanto, o volume de lodo acumulado já deve estar bastante elevado, causando o
assoreamento das lagoas, diminuindo o TDH e comprometendo a eficiência dos tratamentos.
Outro fator que contribui efetivamente para aumentar o nível de assoreamento desses sistemas
é a ausência de tratamento preliminar (gradeamento e desarenador) na maioria das estações
elevatórias.
A formação de lodo em lagoas de estabilização tem origem na deposição do material
sedimentável do esgoto no fundo do reator. A fração orgânica deste material é decomposta
pelos microrganismos anaeróbios, sendo transformada em gases (CH4 e CO2, principalmente),
produtos solúveis intermediários da decomposição e material sólido mineralizado. Este
material mineralizado constitui-se na fração inorgânica, que se acumula de forma perene no
fundo da lagoa ao longo dos anos de operação. A acumulação de lodo no fundo das lagoas é
bastante acelerada nos primeiros anos de operação, diminuindo sensivelmente ao longo dos

139
anos (2 a 20 anos) devido ao aumento da atividade de liquefação e gaseificação no lodo de
fundo. Importância secundária tem sido tradicionalmente atribuída ao problema do lodo
produzido em lagoas de estabilização. Certamente, os prazos bastante dilatados previstos para
que se realize a remoção do lodo de dentro do reator (geralmente de 5 a 10 anos) contribuem
nesse sentido (MARAIS, 1971).
Na Tabela 4.1 encontram-se os valores dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados pela Cagece nos sistemas do Grupo 4, de 2000 a 2008. A Tabela
4.2 contém os valores monitorados nos sistemas do Grupo 5, no mesmo período.

140
Tabela 4.1– Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 4 no período de 2000 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Mínimo 8,50 93,00 292,70 73,60 ND ND ND ND
Acarapé Médio 8,70 143,00 326,53 129,30 ND ND ND ND
Máximo 9,10 190,00 381,20 163,90 ND ND ND ND
Mínimo 7,4 43,0 149,2 59,7 ND ND ND ND
Acopiara Médio 8,6 115,3 314,6 113,0 1094,0 ND ND ND
Máximo 9,9 367,0 822,2 296,6 1122,0 ND ND ND
Mínimo 6,7 49,0 73,9 45,3 1210,0 1,4 ND ND
Acaraú Médio 8,4 114,4 241,8 92,8 1210,0 1,4 ND ND
Máximo 9,4 165,0 367,0 164,9 1210,0 1,4 ND ND
Mínimo 7,70 26,00 40,20 27,90 528,00 ND ND 1,0E+01
Aquiraz Médio 8,44 161,58 171,16 88,81 667,33 ND ND 8,1E+03
Máximo 10,42 790,00 307,20 153,50 830,00 ND ND 2,2E+04
Mínimo 7,3 26,0 100,2 48,6 1369,0 32,6 4,2 0,0E+00
Aurora Médio 8,5 87,4 231,7 98,2 1413,5 65,1 5,0 0,0E+00
Máximo 9,7 158,0 412,6 152,9 1458,0 97,6 5,8 0,0E+00
Mínimo 8,2 7,0 167,6 79,9 ND ND ND ND
Beberibe Médio 9,4 140,7 313,3 104,5 ND ND ND ND
Máximo 10,8 335,0 601,2 164,7 ND ND ND ND
Mínimo 8,1 7,3 126,2 53,2 ND ND ND ND
Campo
Médio 9,4 98,9 198,5 85,2 ND ND ND ND
Sales
Máximo 10,1 217,0 310,5 124,1 ND ND ND ND
Mínimo 7,61 69,00 285,70 189,20 1389,00 6,88 7,52 ND
Catarina Médio 8,06 326,57 486,61 310,53 1389,00 6,88 7,52 ND
Máximo 8,44 1051,00 770,00 411,80 1389,00 6,88 7,52 ND
Mínimo 7,35 88,00 151,80 38,25 593,00 ND ND 3,8E+02
Crateús Médio 8,86 187,56 344,04 114,23 593,00 ND ND 3,8E+02
Máximo 11,42 299,00 561,60 278,40 593,00 ND ND 3,8E+02
Mínimo 7,3 26,0 100,2 48,6 1369,0 32,6 4,2 ND
Guaiúba Médio 8,5 87,4 231,7 98,2 1413,5 65,1 5,0 ND
Máximo 9,7 158,0 412,6 152,9 1458,0 97,6 5,8 ND
Mínimo 7,20 75,00 113,10 59,70 1005,00 ND ND 6,9E+00
Itapipoca Médio 8,54 117,80 205,88 82,48 1005,00 ND ND 6,9E+00
Máximo 9,36 208,00 309,40 109,10 1005,00 ND ND 6,9E+00
Mínimo 9,30 45,00 154,40 39,90 ND ND ND ND
Jijoca Médio 9,75 69,00 242,90 53,15 ND ND ND ND
Máximo 9,84 111,00 321,00 66,40 ND ND ND ND
Juazeiro Mínimo 7,21 28,00 68,30 42,50 815,00 9,70 ND 6,0E+02
do Médio 8,20 163,14 193,01 86,52 1212,59 17,55 ND 1,9E+04
Norte Máximo 9,26 870,00 304,30 188,78 1709,00 31,50 ND 1,2E+05
Mínimo 7,4 92,0 86,8 113,6 ND ND ND ND
Mauriti Médio 8,1 322,4 359,3 178,9 ND ND ND ND
Máximo 9,4 985,0 704,9 226,5 ND ND ND ND
Fonte: Cagece, 2008.
ND – Não Determinado.

141
Tabela 4.1 – Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 4 no período de 2000 a 2008 –
Continuação.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Mínimo 7,45 8,00 94,30 32,10 591,00 ND ND 2,0E+02
Missao
Médio 9,39 236,00 352,96 115,36 779,00 ND ND 2,0E+02
Velha
Máximo 11,00 1044,00 679,60 261,80 956,00 ND ND 2,0E+02
Mínimo 7,6 18,0 173,9 21,0 ND ND ND 4,2E+03
Nova
Médio 8,5 231,6 481,3 141,2 ND ND ND 8,2E+04
Jaguaribara
Máximo 9,2 533,0 1028,5 348,1 ND ND ND 1,6E+05
Mínimo 7,0 10,0 8,0 2,0 3840,0 0,6 ND 1,7E+02
Pacajus Médio 8,1 219,2 336,8 143,6 5457,0 294,1 ND 1,1E+07
Máximo 9,4 1015,0 1562,1 562,1 6970,0 100,0 ND 1,6E+08
Mínimo 7,20 27,00 100,20 35,40 ND ND ND ND
Pacatuba Médio 8,67 66,89 219,46 89,82 ND ND ND ND
Máximo 9,49 118,00 666,80 180,00 ND ND ND ND
Mínimo 7,2 20,0 101,0 14,0 1094,0 2,0 ND 2,9E+02
Paraipaba Médio 7,8 100,7 275,3 128,3 1094,0 2,0 ND 6,5E+02
Máximo 9,4 182,0 517,7 243,7 1094,0 2,0 ND 1,0E+03
Mínimo 7,5 51,0 131,0 35,5 460,0 ND ND 3,0E+01
Paracuru Médio 8,8 82,8 186,9 74,0 460,0 ND ND 8,5E+03
Máximo 10,2 130,0 322,9 158,1 460,0 ND ND 1,7E+04
Campo Mínimo 7,0 0,1 69,0 26,1 1490,0 2,1 ND 4,1E+01
Novo- Médio 8,1 281,2 275,3 88,2 2217,1 24,2 ND 1,6E+05
Quixadá Máximo 9,1 1980,0 417,9 214,7 3010,0 34,6 ND 9,0E+05
Mínimo 6,6 40,0 38,0 24,8 942,0 16,5 ND 3,3E+02
Russas Médio 9,9 122,2 281,0 96,8 1690,3 21,3 ND 5,2E+05
Máximo 98,0 278,7 612,4 273,7 2420,0 30,0 ND 2,4E+06
Mínimo 8,00 35,00 88,90 19,50 640,00 ND ND 7,0E+04
São
Médio 8,67 92,33 177,75 83,55 660,00 ND ND 7,0E+04
Benedito
Máximo 11,55 202,00 325,80 261,80 680,00 ND ND 7,0E+04
São Mínimo 7,5 20,0 86,1 52,0 1323,0 115,6 ND 7,1E+04
Gonçalo Médio ND
8,9 63,2 131,4 72,6 1323,0 115,6 7,1E+04
do
Amarane Máximo 10,3 102,0 185,7 92,3 1323,0 115,6 ND 7,1E+04
Pecém - Mínimo 8,0 20,0 125,4 57,1 ND ND ND 2,1E+04
São Médio ND ND ND
9,9 34,0 172,5 79,1 2,1E+04
Gonçalo
do Máximo 11,0 44,0 219,8 91,7 ND ND ND 2,1E+04
Amarante
Mínimo 7,1 53,0 125,0 17,6 620,0 2,8 ND 1,8E+02
Tabuleiro
Médio 7,6 204,7 434,0 156,6 871,3 15,7 ND 8,2E+04
do Norte
Máximo 8,8 554,0 739,1 285,8 1080,0 28,7 ND 2,8E+05
Mínimo 7,7 12,0 29,7 13,8 768,0 ND ND ND
Trairi Médio 8,2 112,9 293,1 154,4 886,0 ND ND ND
Máximo 9,0 190,0 447,8 430,7 1004,0 ND ND ND
Média Geral 8,5 153,2 290,3 115,2 1907,1 36,0 ND 7,9E+05
Fonte: Cagece, 2008.
ND –Não Determinado.

142
Tabela 4.2– Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 5 no período de 2000 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Mínimo 7,8 71,0 126,4 46,6 1017,0 0,8 ND ND
Caucaia se Médio 9,0 98,5 172,1 71,5 1360,3 1,3 ND ND
Máximo 10,9 133,0 209,7 96,4 1731,0 1,8 ND ND
Conj. Mínimo 6,8 1,0 11,0 10,0 761,0 8,6 ND 2,00E+01
Parque Médio 8,0 37,0 107,3 46,3 981,2 29,7 ND 1,83E+05
Guadalajara Máximo 9,9 126,0 257,3 122,7 1174,0 71,6 ND 1,60E+06
Conj. Mínimo 7,2 2,0 7,8 6,0 802,0 0,0 4,7 1,00E+02
Marechal Médio 8,4 67,6 162,3 68,7 1298,8 17,2 6,8 1,41E+05
Rondon Máximo 9,8 204,0 341,7 140,9 1856,0 40,9 9,4 1,60E+06
Mínimo 7,1 10,0 7,0 5,9 780,0 15,2 4,0 1,10E+04
Conj. Médio 7,9 114,6 328,5 134,9 1227,1 39,0 4,7 9,39E+05
Araturi
Máximo 9,5 235,0 789,7 332,0 1767,0 76,2 5,4 1,60E+07
Mínimo 6,9 4,0 69,0 42,2 972,0 13,5 0,1 2,00E+03
Conj. Nova Médio 7,6 141,3 367,1 130,7 1241,6 42,9 0,6 1,32E+05
Metropole
Máximo 8,2 308,0 574,1 371,0 1522,0 68,1 1,0 7,90E+05
Mínimo 6,4 2,0 14,1 11,1 1042,0 9,1 1,0 3,40E+03
Conj. Médio 7,9 129,3 390,4 140,5 1370,3 40,5 1,0 4,00E+05
Planalto
Máximo 8,8 308,0 1526,0 821,9 1714,0 60,3 1,0 1,60E+06
Mínimo 7,0 5,0 33,7 10,0 229,0 0,7 5,4 9,50E+01
Conj. Médio 8,2 67,8 177,0 80,7 1192,4 21,5 5,4 9,13E+04
Tabapuá
Máximo 9,8 180,0 425,5 204,4 1757,0 40,0 5,4 1,60E+06
Mínimo 7,0 8,0 77,0 10,0 953,0 10,4 1,2 2,40E+04
São Médio 7,8 111,4 302,6 106,6 1395,6 44,6 1,2 1,65E+06
Francisco
Máximo 11,0 457,1 777,3 361,1 1665,0 67,8 1,2 1,60E+07
Mínimo 6,8 4,0 33,1 20,0 956,0 18,8 1,1 1,30E+03
Conj. Ceará Médio 7,7 136,1 342,8 135,8 1212,1 49,7 2,1 4,03E+05
Máximo 8,8 310,0 796,2 840,4 1516,0 72,1 4,0 1,60E+06
Conj. Mínimo 6,6 15,0 73,2 30,0 762,0 0,6 9,8 6,00E+02
Jereissati Médio 8,0 120,4 303,6 124,4 1204,4 15,5 37,3 3,35E+05
III Máximo 9,3 330,0 837,2 289,0 1881,0 41,6 76,2 1,60E+06
Mínimo 6,8 12,0 53,8 5,5 893,0 32,7 ND 2,00E+03
Conj. João
Médio 7,8 97,6 243,4 86,9 1171,3 35,7 ND 1,79E+05
Paulo II
Máximo 8,9 914,0 471,5 289,1 1360,0 38,7 ND 9,00E+05
Mínimo 6,8 8,0 26,7 9,4 749,0 0,4 ND 1,50E+02
São
Médio 8,4 63,7 162,0 62,9 1129,9 8,2 ND 7,89E+05
Cristovão
Máximo 9,4 248,0 481,7 283,0 1573,0 16,0 ND 9,00E+06
Conj. Mínimo 6,9 10,0 43,2 7,4 855,0 43,0 ND 3,90E+04
Tancredo Médio 7,6 120,8 356,7 151,8 1217,4 63,0 ND 8,18E+05
Neves Máximo 8,3 264,0 841,5 405,0 1540,0 80,2 ND 1,10E+07
Mínimo 7,0 4,0 77,4 23,3 779,0 17,2 ND 3,90E+02
Conj.
Médio 7,7 103,9 316,0 125,2 1296,5 36,5 ND 4,17E+05
Esperança
Máximo 8,9 348,0 789,7 404,3 8600,0 50,5 ND 1,60E+06
Mínimo 6,8 10,0 30,0 16,7 860,0 24,5 1,8 1,00E+03
Conj. José
Médio 7,8 94,7 274,4 99,0 1195,9 42,3 1,8 6,45E+05
Water III
Máximo 9,0 238,0 581,7 304,5 1591,0 60,4 1,8 2,50E+06
Mínimo 6,6 52,0 22,1 ND 993,0 4,4 ND ND
ETE
Médio 7,4 119,8 251,4 ND 1365,0 4,4 ND ND
Itaperussu
Máximo 8,8 204,0 419,2 ND 1523,0 4,4 ND ND
Fonte: Cagece, 2008. ND –Não Determinado.

143
Tabela 4.2 – Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 5 no período de 2000 a 2008 –
Continuação.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Conj. Mínimo 7,4 252,0 31,0 6,0 1034,0 75,3 2,9 ND
Parque Médio 8,2 430,9 180,5 75,1 1595,5 59,5 6,1 ND
Fluminense Máximo 9,1 1493,0 365,0 349,6 2080,0 75,3 9,9 ND
Conj. Mínimo 7,3 54,0 18,0 10,0 740,0 0,1 2,0 ND
Parque Médio 8,7 326,6 154,2 54,2 1256,7 15,5 3,2 ND
Palmeiras Máximo 11,2 796,0 288,3 215,3 1744,0 28,6 4,3 ND
Mínimo 6,9 72,0 34,0 9,0 593,0 7,4 1,6 ND
Conj. Tupã
Médio 8,4 398,6 202,0 71,0 991,6 21,9 2,8 ND
Mirin
Máximo 9,9 878,0 435,0 160,0 1318,0 43,6 4,8 ND
Mínimo 6,6 15,0 73,2 30,0 762,0 0,6 9,8 ND
Conj.
Médio 8,0 120,4 303,6 124,4 1204,4 15,5 37,3 ND
Jeirissati
Máximo 9,3 330,0 837,2 289,0 1881,0 41,6 76,2 ND
Conj. Mínimo 5,9 3,0 24,3 15,8 711,0 0,2 2,7 ND
Amirante Médio ND
7,2 36,0 101,7 38,0 1023,0 31,0 2,7
Tamandaré
I Máximo 8,3 128,3 305,0 76,0 1328,0 47,1 2,7 ND
Mínimo 6,6 14,0 12,0 11,0 1604,0 0,2 ND ND
SIDI Médio 8,3 1122,3 217,0 89,5 3111,9 9,0 ND ND
Máximo 11,6 2921,0 659,9 306,0 5070,0 24,9 ND ND
Média Geral 8,3 176,0 170,7 66,6 1217,0 23,0 9,8 3,72E+05
Fonte: Cagece, 2008
ND – Não Determinado

A seguir, são feitas algumas considerações sobre os principais parâmetros monitorados.

4.2.1 PH

Segundo Von Sperling (2005), apud Bezerra et al. (2007) o potencial hidrogeniônico,
representa a concentração do íon hidrogênio (H+) em escala anti-logarítimica dando uma
indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. A Figura 4.1
mostra os valores médios de pH dos sistemas da RMF e interior.
Segundo Feiden (2001) apud Campos (2006), os maiores valores de pH tendem a
ocorrer nas lagoas de maturação, uma vez que são mais rasas e assim a radiação solar penetra
praticamente toda a massa de água, ocorrendo elevada concentração de oxigênio dissolvido
resultante da fotossíntese.
Como esperado na maioria dos sistemas o pH médio variou de neutro a básico,
mantendo-se dentro dos limites estabelecidos pela Portaria Nº 154/2002/SEMACE para

144
lançamento de efluentes, que é na faixa de 7,5 e 10,00. Todavia, vale ressaltar que
dependendo do uso desse efluente esse valor pode ser um pouco mais restritivo.
A faixa de pH adequado à irrigação está entre 6,5 e 8,4. Efluentes de sistemas
biológicos de tratamento de esgotos com pH fora dessa faixa poderão causar desequilíbrios
nutricionais à planta (AYERS e WESTCOT, 1991). O pH controla a solubilidade dos
nutrientes do solo exercendo, por isso, considerável influência sobre a absorção dos mesmos
pelas plantas.
Na prática, o pH torna-se relevante quando se conhece a textura e a estrutura do solo.
A absorção dos nutrientes pela raiz capilar depende do pH da água e do solo e da espécie
vegetal (SOUZA et al.,2003).
Na aquicultura a faixa de pH recomenda é de 6,0 e 9,0, sendo o ideal entre 7,0 e 8,0.
Sendo que indivíduos mais jovens são mais vulneráveis ao baixo pH (PROENÇA e
BITTENCOURT, 1994, apud BEZERRA et al., 2007).

12,0

10,0

8,0
pH

6,0

4,0

2,0

0,0
Jereissati III

José Water III

SIDI
João Paulo II

Amirante Tamandaré I

Itapipoca
Parque Fluminense

Beberibe
São Francisco

Conj. Parque Palmeiras

São Benedito
Planalto

Tancredo Neves

Crateús
Campo Sales
Parque Guadalajara

Nova Metropole

Tabapuá

Guaiúba

Missao Velha

Pacajus

Russas
Conj. Ceará

Conj.Tupã Mirin

Acarapé

Acaraú

Aurora

Catarina

Nova Jaguaribara

Pacatuba

S. G do Amarane

Tabuleiro do Norte
Marechal Rondon

São Cristovão

Conj. Esperança

Acopiara

Paraipaba
Paracuru
Conj. Araturi

Mauriti

Campo Novo (Quixadá)

Trairi
Pecém
Jijoca
Aquiraz

Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia

Conj. Jeirissati

RELAÇÃO DOS SISTEMAS

Figura 4.1- Valores médios de pH para os sistemas da RMF e interior do Estado do Ceará.

Para a piscicultura é importante avaliar o pH e a concentração de NH3 no meio, pois


quando o pH é inferior a 8,5, ou seja, quando o meio passa de alcalino a neutro ou ácido,
verifica-se que NH4 + predomina, enquanto NH3 prevalece quando o pH está acima de 10, ou
seja, quando o meio é alcalino. Por essa razão, quanto mais elevado for o pH, maior será a
145
porcentagem da amônia total presente como NH3, forma não ionizada (forma tóxica)
(MACHADO, 2006).
Das 48 ETEs analisadas (ETEs que já entraram em regime, e tem efluente vertendo)
34 (70,8%) e 42 (87,5%) apresentaram efluente com pH na faixa recomendada para o uso de
reúso agrícola e na piscicultura, respectivamente. Apenas as ETEs Beberibe, Campos Sales,
Jijoca, Missão Velha, Russas e Pecém (São Gonçalo do Amarante) apresentaram o pH acima
de 9,0.

4.2.2 STS
O teor de matéria sólida em suspensão pode gerar um possível risco sanitário para a
população como também para os trabalhadores envolvidos no processo do reúso. Os sólidos
suspensos podem servir de abrigo para microrganismos patogênicos e, consequentemente,
propagar enfermidades.
Este parâmetro tem maior impacto no reúso agrícola, industrial e urbano. Além de
impactar na qualidade sanitária do efluente, a presença de sólidos totais suspensos também
aumenta a turbidez do efluente, aumentando o índice de rejeição do usuário para a utilização
para algumas formas de reúso urbano, a exemplo de descarga de vasos sanitários, lavagem de
pisos etc.
A presença de STS representa desvantagens na estabilização de matéria orgânica, pela
produção de gases e pela obstrução dos poros do solo e subseqüente impermeabilização
(PAGANINI, 1997, apud BEZERRA et al., 2007).
Além disso, se a concentração de sólidos totais suspensos for muito elevada é
necessário realizar um pós-tratamento do efluente, pois a presença de sólidos, normalmente,
causa entupimento e obstrução dos gotejadores e microaspersores.
A grande maioria dos sistemas, cerca de 77% das estações estudadas, apresentou
valores de STS menor que 150 mg/L, e, portanto, estão dentro das especificações da Portaria
154, conforme Figura 4.2.
Cerca de 11 estações apresentaram valores de STS acima do Padrão de Lançamento.
Sendo 8 ETEs do Grupo 4 (Catarina, Crateús, Missão Velha, Mauriti, Nova Jaguaribara,
Pacajus, Campos Novo (Quixadá) e Tabuleiro do Norte) e 3 ETEs do Grupo 5 (Conjuntos
Parque Fluminense, Parque Palmeiras, Tupãmirin). Neste caso em especial, a adoção de um
pós-tratamento torna-se imprescindível.

146
450,0

400,0

350,0
STS (mg/L)

300,0

250,0

200,0

150,0

100,0

50,0

0,0
Jereissati III

José Water III

SIDI
João Paulo II

Amirante Tamandaré I

Itapipoca
São Francisco

Beberibe

São Benedito
Parque Fluminense
Conj. Esperança
Parque Guadalajara

Tabapuá

Conj. Ceará

Acarapé
Acopiara

Catarina

Guaiúba

Missao Velha
Nova Jaguaribara

Pacatuba
Paraipaba

S. G do Amarane
Nova Metropole

Tabuleiro do Norte
Aurora

Pecém
Conj. Araturi

Conj. Parque Palmeiras


Marechal Rondon

Tancredo Neves

Campo Sales

Crateús

Mauriti
Planalto

São Cristovão

Conj.Tupã Mirin

Acaraú
Aquiraz

Jijoca

Pacajus

Paracuru

Russas

Trairi
Campo Novo (Quixadá)
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia

Conj. Jeirissati

RELAÇÃO DOS SISTEMAS

Figura 4.2 – Valores médios de STS para os sistemas da RMF e interior do Estado.

4.2.3 Condutividade
Dentre as características que determinam a qualidade da água para a irrigação, a
concentração de sais solúveis ou salinidade é um fator limitante ao desenvolvimento de
algumas culturas. Altas concentrações de sais solúveis podem causar problema de salinização
e/ou alcalinização em solos.
A salinidade inibe o crescimento das plantas provocando estresse hídrico, o qual é
causado pelo aumento da concentração de sais no solo. Devido a sua afinidade com a água, as
plantas têm que exercer maior força para extraí-la do solo, afetando desta forma, a
disponibilidade hídrica para as culturas, mesmo em condições de umidade elevada na zona
radicular (AYERS e WESTCOT, 1991).
Problemas de salinidade e alcalinidade em agricultura irrigada é uma preocupação
mundial. Mas, a preocupação e os problemas com salinidade aumentam em regiões tropicais,
a exemplo do semi-árido do nordeste brasileiro, pois o clima quente e seco, caracterizado por
elevadas taxas de evapotranspiração e baixos índices pluviométricos aumenta ainda mais o
risco de salinização do solo.

147
Em razão da facilidade e rapidez de determinação, a condutividade elétrica (CE)
passou a ser o procedimento padrão, a fim de expressar a concentração total de sais para
classificação e diagnose das águas destinadas à irrigação.
Segundo Ayers e Westcot (1991) água com CE menor que 0,7 dS/m não possui
nenhum restrição para uso, já com CE entre 0,7 e 3,0 dS/m apresentam uma restrição de uso
“ligeira a moderada”, o que exige cuidados gradualmente maiores na seleção das culturas e
das alternativas de manejo para alcançar o potencial máximo de rendimento. E águas com CE
maior que 3,0 dS/m possuem restrição severa para uso, devendo ser evitada, ou utilizada com
cuidado e critério. Como já citado no Capítulo 2, a Portaria 154 estabelece o valor máximo de
3,0 dS/m para reúso agrícola.
A Figura 4.3 mostra os valores médios de CE. A grande maioria dos sistemas, cerca de
80%, apresentou valor médio menor que 1,5 dS/m, 3 sistemas (Russas, Campo Novo –
Quixadá e Parque Fluminense) resultados acima do valor citado, indicando a necessidade de
cuidados maiores em relação à drenagem do solo e escolha da cultura. Os sistemas de Nova
Jaguaribara, Mauriti, Campos Sales e Beberibe não tiveram esse parâmetro monitorado.

3,5

3,0

2,5
CE (dS/m)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
Jereissati III

José Water III

SIDI
João Paulo II

Amirante Tamandaré I

Itapipoca
Beberibe
Parque Fluminense
Parque Guadalajara

Tabapuá

Conj. Ceará

Acarapé
Acopiara

Catarina

Missao Velha
Nova Jaguaribara

Pacatuba
Paraipaba

São Benedito
S. G do Amarane

Tabuleiro do Norte
Nova Metropole

São Francisco

Conj. Esperança

Trairi
Aurora

Guaiúba
Conj. Araturi

Conj. Parque Palmeiras

Mauriti
Marechal Rondon

Planalto

Tancredo Neves
São Cristovão

Conj.Tupã Mirin

Acaraú

Campo Sales

Crateús

Pacajus

Paracuru

Russas

Pecém
Aquiraz

Jijoca

Campo Novo (Quixadá)


Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia

Conj. Jeirissati

RELAÇÃO DE SISTEMAS

Figura 4.3 – Valores médios de CE para os sistemas da RMF e interior do Estado.


Obs. Sistemas com valores zero de CE: significa que não estão disponíveis os resultados de análises.

148
4.2.4 DBO
A bibliografia referente ao tratamento de esgotos reporta-se ao cálculo da eficiência na
remoção de DBO, como principal indicador de desempenho das estações de tratamento de
esgotos. A determinação da DBO é importante para indicar o teor de matéria orgânica
biodegradável e definir o grau de poluição que o esgoto pode causar ou a quantidade de
oxigênio necessária para submeter o esgoto a um tratamento aeróbio.

Os valores médios de DBOF variaram de 38 a 310 mg/L, e a maioria dos sistemas


(87,5%) apresentou valores de DBOF acima do valor estabelecido pela Portaria Nº
154/2002/SEMACE, que é de 60 mg/L, conforme mostra a Figura 4.4.
Somente as ETES Parque Guadalalajara, São Cristovão, Almirante Tamandaré (Grupo
5) e Jijoca (Grupo 4) apresentaram valores de DBOF dentro dos padrões acima citados. Os
quatro sistemas do Grupo 5 são compostos de 1 lagoa anaeróbia, 1 lagoa facultativa e 2 lagoas
de maturação em série. Já a ETE de Jijoca é composta de 1 lagoa anaeróbia seguida de 2
lagoas de maturação em série.
Vale salientar que os sistemas que apresentaram baixa eficiência na remoção de DBO
foram, na sua grande maioria, os sistemas do Grupo 5, e estes tem como característica comum
o fato de serem formado por lagoa facultativa primária, ou por lagoas facultativas em
paralelo, a exemplo das ETES Conj. Araturi, Conj. Nova Metrópole, Conj. Planalto, São
Francisco, Conj. Ceará, Conj. Jereissati, Conj. João Paulo II e Conj. Tancredo Neves. Esse
problema também foi evidenciado nos sistemas de Mauriti e Tabuleiro do Norte (Grupo 4).
Segundo Von Sperling (2002) as lagoas facultativas primárias (i.e. que recebem esgoto bruto)
é a configuração mais simples de lagoas de estabilização no tratamento de esgotos. Sendo que
a remoção da matéria orgânica se dá a partir da relação mutualística entre algas e bactérias.

Uma investigação recente, englobando 115 lagoas facultativas na região Sudeste do


Brasil, mostrou que lagoas facultativas primárias apresentaram uma eficiência média de 74%
de remoção de DBO, enquanto nos sistemas em série (lagoas anaeróbias seguidas de
facultativas) este índice chegou a 82% (JORDÃO e PESSOA, 2005).

O funcionamento de lagoa facultativa com carga orgânica superior à sua capacidade


pode resultar em sensível redução da biomassa de algas. Tal decréscimo resulta em
concentrações mínimas de oxigênio dissolvido, com diminuição de desempenho e
possibilidade de exalação de mau cheiro. No caso do mau odor, o principal responsável é o
H2S gerado na camada anaeróbia da lagoa. É necessária uma camada aeróbia consistente na
149
parte superior da coluna líquida da lagoa, a fim de que o enxofre em forma reduzida seja
oxidado a formas não odoríferas. Sabe-se ainda que cargas superiores a 350 kg DBO/ha.dia
podem contribuir para o mau funcionamento da lagoa (MARA, 1987 e YANEZ, 1993 apud
ARAUJO, 2006).
Além disso, em visita técnica em algumas dessas ETEs constatou-se que se trata de
sistemas antigos, com mais de 20 anos, que nunca tiveram o lodo removido e que,
provavelmente já atingiram ou superaram o seu nível de saturação, devido ao aumento do
nível de contribuição. Os fatores acima são os principais responsáveis pela diminuição da
eficiência de remoção de carga orgânica nestes sistemas.

350,0

300,0

250,0
DBO (mg/L)

200,0

150,0

100,0

50,0

0,0
Jereissati III

José Water III

SIDI
João Paulo II

Itapipoca
Amirante Tamandaré I
São Francisco

Parque Fluminense

Beberibe

São Benedito
Parque Guadalajara
Marechal Rondon

Nova Metropole
Planalto

Conj. Ceará
Tabapuá

Conj. Esperança

Conj.Tupã Mirin

Acarapé
Acopiara
Acaraú

Paracuru

S. G do Amarane

Tabuleiro do Norte
São Cristovão

Conj. Parque Palmeiras

Aurora

Catarina

Guaiúba

Pacatuba
Paraipaba
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Conj. Araturi

Pecém
Tancredo Neves

Campo Sales

Crateús

Mauriti

Pacajus

Campo Novo (Quixadá)


Aquiraz

Jijoca

Russas

Trairi
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia

Conj. Jeirissati

RELAÇÃO DOS SISTEMAS

Figura 4.4 – Valores médios de DBO para os sistemas da RMF e interior do Estado.

4.2.5 DQO
A qualidade dos esgotos sanitários que chegam às estações de tratamento, e a
eficiência destas, são usualmente estimadas a partir da determinação da matéria orgânica
presente, através das análises, entre outros parâmetros, de DBO e DQO, sendo a primeira, a
análise de referência, apesar de estar sujeita a imprecisões e limitações. O custo para a
realização de uma análise de DBO é de cerca de 4,5 vezes o custo para uma análise de DQO.
O tempo necessário para a obtenção de resultados de análises de DBO é de 5 dias, enquanto o

150
da DQO é de 2 horas (SILVA, et al., 1997). Devido aos fatores acima citados, tempo e custo
de análise, a DQO acaba sendo bastante utilizada no monitoramento da eficiência das estações
de tratamento de esgoto.
Como citado anteriormente, no Ceará, a Portaria 154/02/SEMACE determina que o
conteúdo de DQOfiltrada no esgoto tratado de sistemas de lagoas de estabilização seja no
máximo de 200 mg/L. A Figura 4.5 apresenta valores médios de DQO para os sistemas
estudados.

500,0

450,0

400,0

350,0
DQO (mg/L)

300,0

250,0

200,0

150,0

100,0

50,0

0,0
Jereissati III

José Water III

SIDI
João Paulo II

Amirante Tamandaré I

Itapipoca
São Francisco

Parque Fluminense

Beberibe

São Benedito
Parque Guadalajara

Conj. Esperança

Catarina

Nova Jaguaribara
Tabapuá

Conj. Ceará
Nova Metropole

Acarapé

Paraipaba

S. G do Amarane
Acopiara

Guaiúba

Pacatuba
Missao Velha

Tabuleiro do Norte
Aurora
Conj. Araturi
Marechal Rondon

Tancredo Neves

Conj. Parque Palmeiras

Campo Sales

Crateús

Mauriti

Pacajus
Planalto

São Cristovão

Conj.Tupã Mirin

Acaraú
Aquiraz

Jijoca

Russas

Trairi
Paracuru

Pecém
Campo Novo (Quixadá)
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia

Conj. Jeirissati

RELAÇÃO DOS SISTEMAS

Figura 4.5 – Valores médios de DQO para os sistemas da RMF e interior do Estado.

Dos 48 sistemas avaliados, apenas 35,4% (17 ETES) apresentaram DQOF média
dentro dos padrões estabelecidos. Assim como na análise da DBOF, os sistemas que
apresentaram uma boa eficiência na remoção de DQOF são os sistemas do tipo lagoa
anaeróbia seguida de lagoa facultativa. Já os sistemas que apresentaram uma baixa eficiência,
são aqueles, em sua grande maioria, constituídos de lagoa facultativa primária. Sistemas
assoreados e/ou que não recebem manutenção/operação adequada também apresentaram baixa
eficiência na remoção de DQO.

151
4.2.6 Amônia
A amônia é um importante parâmetro a ser considerado no tratamento de esgoto
devido aos problemas de eutrofização, toxidez e o encarecimento dos processos de tratamento
de água para uso doméstico.
De acordo com Metcalf & Eddy (1991) o nitrogênio está presente em esgotos
domésticos sob as seguintes formas e frações: nitrogênio amoniacal (12 – 50 mg/L),
nitrogênio orgânico (8 – 35mg/L), nitrito (desprezível) e nitrato (desprezível). Portanto, faz-se
necessário uma remoção parcial de teor de nitrogênio contido nos esgotos, antes de sua
reutilização na irrigação de culturas agrícolas. De uma forma geral, as remoções de amônia
em lagoas de estabilização chegam a alcançar 80% (SILVA, 1982; SILVA et al,. 1997 apud
JUNIOR et al., 2000), sendo os principais mecanismos de remoção os seguintes:
• Volatilização (pH > 8,0) - A difusão de amônia para a atmosfera é considerada
por muitos autores como o principal mecanismo de remoção de nitrogênio em
lagoas de estabilização, tendo como fatores intervenientes o pH e a
temperatura;
• Assimilação pela biomassa de algas - Uma das principais formas de reciclagem
de nitrogênio em lagoas de estabilização é a assimilação por algas e bactérias;
• Processos de nitrificação-desnitrificação - Este último mecanismo de remoção,
embora citado na literatura, é sugerido como pouco representativo em lagoas
de estabilização.
Vale salientar, ainda, que a Portaria 154/2002/SEMACE estabelece o valor máximo de
5 mg/L para descarga de efluentes de estações de tratamento de esgotos em corpos receptores.
Já a legislação federal, Resolução Conama 357/2005 estabelece 20 mg/L como o valor
máximo para o referido parâmetro. Todavia, em 2008 o CONAMA lançou a Resolução
397/2008, tendo estabelecido no seu Art. 1º,§ 7º, estabeleceu que parâmetro nitrogênio
amoniacal total não seria aplicável em sistemas de tratamento de esgotos sanitários.
A concentração de amônia no efluente torna-se de suma relevância quando o mesmo
for reutilizado na piscicultura. De acordo com Kubtza (1999) apud Pereira e Mercantes
(2005), valores de amônia não ionizada acima de 0,20 mg/L já são suficientes para induzir
toxicidade crônica e levar à diminuição do crescimento e da tolerância dos peixes a doenças.
Níveis de amônia entre 0,70 e 2,40 mg/L podem ser letais para os peixes, quando expostos por

152
curto período. Exposição contínua ou frequente a concentrações de amônia tóxica acima de
0,02 mg/L pode causar intensa irritação e inflamação nas brânquias.
Mesmo na ausência de níveis detectáveis de amônia total na água, grande elevação do
pH da água durante períodos de intensa fotossíntese prejudica a excreção da amônia. Tal
condição invariavelmente resulta na auto-intoxicação dos peixes pela amônia gerada em seus
próprios processos metabólicos. A intoxicação por amônia é a condição principal para o
estabelecimento da Doença Ambiental das Brânquias (DAB), doença esta (ou síndrome) que
geralmente causa grande mortalidade de peixes em piscicultura intensiva (CAVERO et al.,
2004).
Kubtza (1999) apud Pereira e Mercantes (2005) explica que para se obter um bom
crescimento de peixes pode ser obtido quando a água das unidades de produção apresentar,
dentre outras, as seguintes características:
a) Oxigênio dissolvido superior a 5 mg/L;
b) Gás carbônico abaixo de 10 mg/L;
c) Concentração de amônia não ionizada inferior a 0,05 mg/L;
d) d) pH entre 6,5 e 8,5 e variação diária inferior a 2.

A Figura 4.6 apresenta valores médios de amônia para os Grupos estudados. Vale
ressaltar que este parâmetro não foi monitorado com muita frequência pela Cagece, sendo que
em alguns sistemas ele nem chegou a ser determinado. E nos sistemas onde foi realizado o
referido monitoramento, este foi feito de forma esporádica e aleatória, não tendo sido
adotadas uma sistemática e padronização na freqüência de monitoramento.
Dos 44 sistemas avaliados, 30 tiveram o parâmetro amônia monitorado, e destes 30,
cerca de 50% apresentaram o efluente com valores dentro dos padrões estabelecidos pela
Resolução Conama 357/05. Vale ressaltar que, desde o lançamento da Resolução Conama
397/08, a Cagece deixou de monitorar esse parâmetro.

153
70,0

60,0

50,0
AMÔNIA (mg/L)

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
Jereissati III

José Water III

SIDI
João Paulo II

Itapipoca
Amirante Tamandaré I
São Francisco

Parque Fluminense

Beberibe

São Benedito
Parque Guadalajara

Conj. Esperança
Marechal Rondon

Nova Metropole
Planalto
Tabapuá

Conj. Ceará

São Cristovão

Conj.Tupã Mirin

Acarapé
Acopiara
Acaraú

Guaiúba

Missao Velha
Nova Jaguaribara

Pacatuba
Paraipaba
Paracuru

S. G do Amarane

Tabuleiro do Norte
Aurora

Catarina
Conj. Araturi

Pecém
Tancredo Neves

Conj. Parque Palmeiras

Campo Sales

Crateús

Mauriti

Pacajus
Aquiraz

Jijoca

Campo Novo (Quixadá)


Russas

Trairi
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia

Conj. Jeirissati

RELAÇÃO DE SISTEMAS

Figura 4.6 – Valores médios de amônia para os sistemas da RMF e interior do Estado.

4.2.7 Fósforo
Nos últimos tem crescido entre a comunidade científica à preocupação com as reservas
mundiais de fósforo. Segundo Malavolta (2009) o fósforo é um mineral “finito e
insubstituível”, cujas reservas conhecidas e de exploração economicamente viável podem se
esgotar em prazo de 60 a cem anos, se for mantido o ritmo atual de crescimento do seu
consumo mundial. O referido autor também salienta que sem o fósforo não haverá agricultura,
nem biocombustível, nem vida, e a humanidade corre um sério risco de se acabar. Dessa
forma, o uso de efluentes tratados na agricultura torna-se cada vez mais uma alternativa para
suprir a demanda de fósforo das culturas, tornando-se dessa forma um diferencial na adoção
da prática do reúso agrícola.
Segundo Bezerra et al., (2007) o fósforo é um dos 16 nutrientes essenciais ao
crescimento e reprodução das plantas. Desempenha a função de converter energia solar em
alimento, fibra e óleo pelas plantas, o crescimento da planta; afeta a qualidade de das frutas e
vegetais e dos grãos, e é vital para a formação de sementes. Esse nutriente é parte importante
dos ácidos nucléicos e dos compostos de transferência de energia, sendo, assim, essencial às
plantas, animais e crescimento microbiano. O fósforo disponível pode ser absorvido por

154
microrganismos ou por plantas, e convertido em material celular. O fósforo na água
apresenta-se principalmente nas formas: ortofosfatos, polifosfatos e fósforo orgânico. Os
ortofosfatos estão diretamente disponíveis para o metabolismo sem necessidade de conversões
a formas mais simples. As formas que os ortofosfatos se apresentam na água são: PO4-3,
HPO4-2, H2PO4-, H3PO4.
A importância do fósforo associa-se principalmente à sua atuação como um nutriente
essencial e fator limitante para o crescimento e reprodução das comunidades do meio aquático
e responsável pelos processos de eutrofização e alteração do seu equilíbrio dinâmico
(SOUSA, 2007).
O fósforo também é de grande importância para o metabolismo dos organismos
aquáticos, sendo um fator limitante nos viveiros de cultivos, sendo imediatamente
incorporado à cadeia alimentar (BODY, 1990, apud BEZERRA et al., 2007).
Todavia, o lançamento de altas concentrações de nutrientes, especialmente P e N, nos
ecossistemas aquáticos, tem como consequência o crescimento descontrolado de algas e de
plantas aquáticas, causando a eutrofização destes sistemas.
A Resolução Conama Nº 357/2005 estabelece o limite de 0,020 a 0,15 mg/L para
fósforo total, de acordo com a classificação das águas doces em classes 1, 2 e 3, estabelecendo
que, não havendo metas obrigatórias progressivas, intermediárias e final para este parâmetro
no efluente a ser lançado, direta ou indiretamente, nos corpos d’água, o padrão de qualidade a
ser obedecido será aquele que consta na classe na qual o corpo receptor estiver enquadrado
(Brasil, 2005).
Silva e Bezerra (2005) realizaram a caracterização dos esgotos sanitários de Fortaleza.
O estudo foi conduzido durante seis semanas em 19 ETEs e apresentou contribuições de
fósforo total na ordem de 0,7 g/hab.dia, e o ortofosfato solúvel representou 63% da
concentração de fósforo total.
Assim como a amônia, o fósforo também não foi monitorado com muita frequência
pela Cagece, os valores médios do fósforo total são mostrados na Figura 4.7.

155
40,0

35,0
FÓSFORO TOTAL (mg/L)

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0

SIDI
Conj. João Paulo II

Itapipoca
Conj. Jereissati III

Pacatuba

São Benedito
Conj. Marechal Rondon

Conj. José Water III

Acaraú

Catarina

Guaiúba

Russas
Conj. Amirante Tamandaré I

Acopiara

Campo Novo (Quixadá)


Crateús

Pacajus

Paracuru
ETE Itaperussu

Paraipaba

Pecém (S. Gonçalo do…


Acarapé

Aurora

Jijoca

Tabuleiro do Norte
Conj. Planalto

Aquiraz

Beberibe

Juazeiro do Norte
Campo Sales

Mauriti

São Gonçalo do Amarane


São Francisco

São Cristovão
Conj. Tancredo Neves

Conj. Parque Fluminense


Conj. Araturi
Conj. Nova Metropole

Conj. Ceará

Missao Velha
Nova Jaguaribara
Conj. Tabapuá

Conj. Parque Palmeiras


Conj. Esperança

Conj. Jeirissati
Conj.Tupã Mirin

Trairi
RELAÇÃO DOS SISTEMAS

Figura 4.7 – Valores médios de fósforo total para os sistemas da RMF e interior do Estado.

4.2.8 Coliformes Termotolerantes


Segundo Loureiro e Canuto (2009) as lagoas de estabilização em série (lagoa
anaeróbia seguida por lagoa facultativa e lagoa de maturação) são os sistemas que produzem
efluentes com melhores condições sanitárias, dentre os sistemas convencionais de tratamento,
refletidas nas baixas densidades de coliformes fecais, normalmente inferiores a
1000NMP/100mL, ausência de nematóides intestinais e remoções superiores a 90% para vírus
As lagoas de estabilização têm hoje outro campo muito importante de aplicação:
preparar o efluente para uso em agricultura ou aquicultura. Diretrizes recentes estabelecidas
pela Organização Mundial de Saúde estabelecem que a qualidade microbiológica de efluentes
tratados usados em irrigação de culturas consumidas cruas, bem como em campos esportivos
ou parques públicos, nos casos em que existem grupos e trabalhadores ou consumidores ou
público expostos, deve ser inferior a 1000 CF/100 mL como média geométrica, e indicam que
uma série de lagoas de estabilização pode alcançar esta qualidade microbiológica. Os limites
estabelecidos na Resolução no 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente para águas
da Classe 2, destinadas a irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, fixam em 80% ou mais de
pelo menos 5 amostras mensais, ≤ 1000 CF/100 mL, e ≤ 5000 CT/100 mL (JORDÃO e
PESSOA, 2005).

156
Como citado anteriormente à falta de padronização nos parâmetros e freqüência das
análises foi evidenciada de maneira mais acentuada em relação ao monitoramento da
qualidade bacteriológica, pois a Cagece chegou a monitorar concentração de E. Coli,
Coliformes Fecais e Coliformes Termotolerantes.
A Figura 4.8 apresenta valores médios de Coliformes Termotolerantes para os grupos
estudados. Vale ressaltar que os sistemas com valores zero de coliformes termotolerantes
significa que os resultados das análises não estão disponíveis, devido aos fatores já citados.

1,0E+06

9,0E+05
Cter (NMP/100 mL)

8,0E+05

7,0E+05

6,0E+05

5,0E+05

4,0E+05

3,0E+05

2,0E+05

1,0E+05

0,0E+00
SIDI

Itapipoca
Conj. Jereissati III
Conj. João Paulo II

Pacatuba

São Benedito
Conj. Marechal Rondon

Conj. José Water III

Acaraú

Catarina

Guaiúba
Acopiara

Campo Novo (Quixadá)


Russas
Conj. Parque Guadalajara

Crateús

Pacajus

Paracuru
ETE Itaperussu

Paraipaba

Pecém (S. Gonçalo do…


Acarapé

Aurora

Jijoca
Conj. Planalto

Aquiraz

Tabuleiro do Norte
Beberibe

Juazeiro do Norte
Campo Sales

Mauriti

São Gonçalo do Amarane


São Francisco

São Cristovão
Conj. Tancredo Neves

Conj. Parque Fluminense


Conj. Araturi
Conj. Nova Metropole

Conj. Ceará

Missao Velha
Nova Jaguaribara
Conj. Parque Palmeiras

Conj. Amirante …
Conj. Tabapuá

Conj. Esperança

Conj. Jeirissati
Conj.Tupã Mirin

Trairi
RELAÇÃO DOS SISTEMAS

Figura 4.8 – Valores médios de Coliformes Termotolerantes para os sistemas da RMF e


interior do Estado.

Os valores desse parâmetro estão bem superiores aos valores permitidos pelas
legislações existentes, até as mais permissivas. Nestes casos é necessário realizar um pós-
tratamento para adequar à qualidade sanitária do efluente, quando da irrigação irrestrita, e/ou
escolher culturas e métodos de irrigação que garantam uma maior segurança para o agricultor
e consumidor, conforme recomendações da WHO (2006a).

157
4.3 Avaliação do Potencial de Reúso

Nesta parte do trabalho procurou-se: avaliar as vazões e qualidade dos efluentes; a


principal demanda por água nas proximidades das ETEs; definir quais os tipos de reúso mais
viáveis para a estação (agrícola, piscicultura, urbano ou industrial); a necessidade de
implementar alguma melhoria operacional nas estações; a viabilidade econômico-financeira
(reúso urbano e industrial).

4.3.1 Reúso Industrial


No Ceará, assim como no Brasil, a prática do reúso industrial começa a se
implementar, mas ainda associada a iniciativas isoladas, a maioria das quais, dentro do setor
privado. Na indústria, as principais áreas que utilizam água de reúso são: água para geração de
vapor em caldeiras, sistemas de resfriamento, em lavadores de gases, processos industriais,
rega de áreas verdes e lavagem de piso e/ou calçadas.

4.3.1.1 Distrito Industrial de Maracanaú


Maracanaú integra a Região Metropolitana de Fortaleza, ocupa uma área de 82 Km2 e
conta com o maior Distrito Industrial (DI) em funcionamento no Ceará. Segundo dados
obtidos na Secretária de Desenvolvimento Econômico de Maracanaú, atualmente o DI abriga
um total de 132 empresas em funcionamento, instaladas em 3 distritos:
• DIF 1: 93 empresas;
• DIF III: 30 empresas;
• DI 2000: 9 empresas.

Quanto ao perfil produtivo das empresas em funcionamento, conforme a Figura 4.9


verifica-se uma relativa dispersão de atividades, muito embora os setores de metalúrgica,
plástico, têxtil, e vestuário concentrem os maiores números de unidades fabris, respondendo
por 11,4 %, 10,6%, 9,1% e 5,3% do total, respectivamente.
O Distrito industrial abriga hoje diversas indústrias de porte variável, que consomem
um volume considerável de água utilizada para diversos fins, potável e não potável. Para
atender estas demandas, a água é distribuída em duas redes distintas: uma pela COGERH e

158
outra pela Cagece, que gerenciam a distribuição da água bruta e água tratada no Distrito,
respectivamente.

Asfalto
Móveis
22 11 Bebidas
Couro, peles e produtos
30 5
14 Materiais elétricos
5 Materias plásticos
4 Concreto
19 Papel 
7 4 Produtos alimentícios
15 12 Produtos químicos
6
Vestuário e confecção
5 Têxtil
Metalurgica
Tintas
Indústrias diversas
Indústrias de serviços

Figura 4.9 - Situação Atual das Indústrias em Maracanaú. 2009.


Fonte: Pesquisa direta.

Dependendo do uso e do processo fabril, o padrão de qualidade da água exigido pelas


indústrias pode variar da água bruta à desmineralizada, de alto grau de pureza. Assim,
algumas empresas ali instaladas possuem uma planta própria de tratamento de água para
adequação aos padrões de qualidade de água requeridos em seus processos.
A análise preliminar dos vários tipos de empresa existentes no local e dos diferentes
padrões de água utilizados sugere a possibilidade de ganhos representativos em qualidade e
custos para as empresas locais por meio da utilização racional dos recursos hídricos. Neste
contexto, um projeto integrado de reúso de água na área do Distrito Industrial de Maracanaú,
por intermédio do condicionamento conveniente dos efluentes ali mesmo gerados e tratados,
certamente constitui uma alternativa com ganhos que ultrapassam os limites do DI.
A utilização da água com qualidade inferior, sem a necessidade de atendimento ao
padrão de potabilidade, mas apropriada aos fins a que se destina e produzida a partir do
polimento de efluentes tratados, permitirá que um considerável volume de água seja poupado
para o abastecimento público, o que é social, sanitária e economicamente justificado,
especialmente em épocas de estiagem prolongada.

159
4.3.1.2 Caracterização do sistema de esgotamento sanitário
A Cagece é responsável pelo Sistema Público de Esgotamento Sanitário de
Maracanaú, que atende ao Distrito Industrial; e aos conjuntos habitacionais Timbó, Jereissati
(I e II), Novo Maracanaú, Acaracuzinho, COHAFOR II e Conjunto Distrito Industrial. .
A grande maioria dos usuários servidos pelo sistema de esgoto de Maracanaú está
concentrada nos conjuntos habitacionais Jereissati e Timbó e no Distrito Industrial. O efluente
gerado é encaminhado para a Estação de Tratamento do Sistema Integrado do Distrito
Industrial (ETE SIDI) de Maracanaú.
A ETE SIDI é constituída por um conjunto de 5 lagoas de estabilização de esgoto,
sendo a primeira do tipo anaeróbia, a segunda do tipo facultativa, seguidas de 3 lagoas de
maturação em série, e o efluente final tem como corpo receptor o rio Maranguapinho.
Esta ETE possui uma área construída total que se aproxima de 100 hectares, o que lhe
confere o status de maior conjunto de lagoas de tratamento de esgoto da América do Sul. As
Figuras 4.10 e 4.11 mostram o lay out básico e a vista aérea sistema de tratamento existente.
As dimensões principais das lagoas estão apresentadas a Tabela 4.3.
São também de grande relevância como partes integrantes dos sistemas citados as três
elevatórias de esgoto E1, E2 e E3, de grande porte, e seus respectivos emissários:
• Estação Elevatória E1 - recalca os esgotos dos conjuntos habitacionais Novo Maracanaú,
Acaracuzinho, Novo Horiente e Bacia II para a estação de tratamento;
• Estação Elevatória E2 - coleta os esgotos das sub-bacias II B, II e Ceasa, recalcando para
a estação elevatória 3;
• Estação Elevatória E3 - coleta esgotos dos Conjuntos Habitacionais Timbó, Jeressaiti I e
II, das bacias I e II e sub-bacias II B para a torre de equilíbrio e, por gravidade, até a
estação de tratamento.

160
 

Figura 4.10 - Lay out da ETE SIDIout da ETE SIDI.

Figura 4.11 - Vista aérea da ETE SIDI.

161
Tabela 4.3 - Dimensões das lagoas da ETE SIDI.

Área à meia
Largura X Comprimento Profundidade Volume
Lagoa profundidade
à meia profundidade (m) (m) (m3)
(ha)
Anaeróbia 30,0 1.055,0 4,5 3,165 142,425
Facultativa 190,0 1.055,0 2,0 20,045 400,900
Maturação 1 158,0 1.055,0 1,5 16,669 250,035
Maturação 2 158,0 1.055,0 1,5 16,669 250,035
Maturação 3 158,0 1.055,0 1,5 16,669 250,035
Total - - - 73,217 1.293.430
Fonte: Cagece, 2009.

Segundo informações da Cagece, atualmente o SIDI recebe em torno de 280 L/s de


águas residuárias, todavia a ETE tem capacidade de receber 520 L/s. Desta vazão, cerca de
60% são de origem doméstica e 40% de origem industrial. A fração industrial é gerada por um
conglomerado de 132 empresas em funcionamento de várias atividades nas quais se destacam,
principalmente, as indústrias metalúrgica, de plástico e têxtil, conforme foi visto na Figura
4.12.
Conforme pode ser observado na Figura 4.14, em torno do sistema de lagoas existem
moradias inadequadas e próximas, sendo seus moradores os responsáveis pelo lixo acumulado
ao longo das laterais das lagoas e também, muitas vezes, pela destruição de algumas
benfeitorias do sistema.
O SIDI entrou em operação em 1992, e até meados de 1997 apresentava níveis de
eficiência média de até 95% na remoção de DBO e de 99,999% de coliformes, atendendo a
legislação estadual vigente. Todavia, a partir de 1998 o sistema começou a apresentar uma
queda na eficiência de tratamento e a lagoa facultativa apresentou coloração avermelhada. A
Cagece começou a investigar as possíveis causas para os dois eventos mencionados e
constatou que o afluente que chegava à estação apresentava valores elevados de pH (na faixa
de 9 a 10, havendo casos ocasionais de um pH de até 11,3) e também concentrações elevadas
de sulfeto (com valores detectados de até 129,60 mg/L). Vale salientar que o sulfeto é tóxico
para as algas presentes nas lagoas, e também pode gerar um odor que incomoda bastante a
vizinhança, sendo uma fonte frequente de reclamações.

162
4.3.1.3 Perfil do usuário de água do DI
Apesar do DI de Maracanaú possuir 132 empresas, o universo analisado foi somente
de 110, pois o estudo baseou-se na relação de empresas fornecidas pela Associação de
Empresas do Distrito Industrial (AEDI).
O resultado da pesquisa de campo realizada com 110 estabelecimentos mostra que as
principais fontes de abastecimento de água do Distrito Industrial de Maracanaú são a Cogerh,
Cagece e poços. Vale ressaltar que algumas empresas (uma pequena minoria) têm mais de
uma fonte de abastecimento, utilizando, por exemplo: Cagece e COGERH, Cagece e poço ou
Cogerh e poço. São 76 empresas abastecidas pela Cagece, 34 pela Cogerh e 7 utilizam poço
como outra fonte de abastecimento.
O maior consumo de água bruta ocorre nas indústrias de bebida e têxteis. O que se
justifica pela natureza de suas atividades, somada ao menor custo, se comparada à água
tratada fornecida pela Cagece. Já o maior consumo de água tratada ocorre nas indústrias de
alimentos, tintas, têxtil e de cosméticos.
Diante do consumo apresentado por tipo de água e instituição responsável pela oferta
de água demandada pelos estabelecimentos, procurou-se detectar como se encontra o grau de
satisfação dessas empresas quanto as suas necessidades de consumo de água e à qualidade do
produto oferecido. O resultado pode ser observado nas Figuras 4.12 e 4.13. No caso da
Cagece, 52,6% e 15,9% dos estabelecimentos atribuíram nota entre 8,1 e 9,0 e 9,1 e 10,0,
respectivamente, o que demonstra um grau de satisfação elevado dos clientes da empresa. A
Cogerh teve um perfil de apreciação inferior por parte de seus clientes, sendo os percentuais
para aquelas faixas de notas de, respectivamente, 18,2% e 4,5%.

0%

15,9% 10,5%

21,0% 0 ‐ 5,0


5,1 ‐ 7,0
7,1 ‐ 8,0

52,6% 8,1 ‐ 9,0


9,1 ‐ 10,0

Figura 4.12 - Grau de satisfação dos clientes com a Cagece.-


Fonte: Pesquisa direta.

163
4,5% 0

18,2% 31,8%
0 ‐ 5,0
5,1 ‐ 7,0
7,1 ‐ 8,0
8,1 ‐ 9,0
45,5%
9,1 ‐ 10,0

Figura 4.13 - Grau de satisfação dos clientes com a Cogerh.


Fonte: Pesquisa direta.

4.3.1.4 Perfil do usuário de esgoto do DI


A Figura 4.14 mostra a situação dos estabelecimentos do DI em termos de esgotos. O
primeiro ponto a destacar é que em torno de 69% destes estão conectados ao sistema público e
apenas 31% têm estação própria de tratamento de esgoto. Outro aspecto relevante a ser
observado é que devido ao tipo de efluente gerado (industrial), cerca de 25% das empresas
realizam pré-tratamento antes de lançar na rede coletora da Cagece. Todavia, conforme já foi
comentado anteriormente, muitas empresas lançam o efluente fora dos padrões de lançamento
na rede coletora, o que tem contribuído para a diminuição da eficiência da ETE SIDI.
É imprescindível que a Cagece adote um controle mais rigoroso e incisivo dos
efluentes gerados nas indústrias, obrigando-as a realizar o pré-tratamento, de forma a manter o
nível de poluentes em uma faixa compatível ao tratamento por lagoa de estabilização. Além
disso, cabe fortalecer ainda mais a parceria com o órgão ambiental (Semace), cobrando uma
fiscalização mais intensiva e rigorosa, para tentar coibir essa prática, que tem como um dos
principais impactos a diminuição da qualidade ambiental do corpo receptor (rio
Maranguapinho).

164
31%

ETE Própria
69% Lança na rede da Cagece

Figura 4.14 - Perfil do usuário de esgoto do DI de Maracanaú.


Fonte: Pesquisa direta.

4.3.1.5 A questão do reúso de águas


Como citado anteriormente, a pesquisa de campo alcançou o universo de 110 das
empresas, havendo 72 respondido o questionário, cujo modelo encontra-se no Anexo IV. As
demais empresas, ou não quiseram responder o questionário, ou não tiveram o contato
viabilizado.
Observou-se que parcela relevante dos estabelecimentos tem interesse em adotar e/ou
ampliar a prática do reúso de água, conforme Figura 4.15, desde que água de reúso ofertada
pela companhia de saneamento apresentasse a qualidade e quantidade requerida, e também
tivesse um preço competitivo e viável, quando comparado com a atual fonte de
abastecimento.

Não tem interesse em 
20,0% adotar a prática do reúso
45,5%
Não foi possível fazer 
contato
34,5%

Tem interesse em adotar 
e/ou ampliar a prática do 
reúso

Figura 4.15 - Resultado da pesquisa referente ao nível de interesse das empresas do DI de


Maracanaú em adotar e/ou ampliar a prática do reúso.
Fonte: Pesquisa direta.

165
As empresas que disseram não ter interesse em adotar a prática do reúso, são, em sua
grande maioria, empresas que apresentam um baixo consumo de água, e que não utilizam a
água no seu processo industrial.
Durante a pesquisa foram apresentadas as seguintes modalidades para o reúso de água:
sistema de resfriamento, sistema de refrigeração, processo industrial, lavagem de máquinas,
geração de vapor, reserva contra incêndio e rega de áreas verdes. A Figura 4.16 apresenta o
nível de interesse das empresas consultadas, por modalidade. Todavia, vale ressaltar que cerca
de 20% destes estabelecimentos não indicaram quais as categorias de reúso estavam
interessados quando se questionou sobre as diversas modalidades. É interessante também
ressaltar que o nível de interesse das empresas, normalmente era por mais de duas
modalidades, sendo que algumas empresas mostraram interesse por todas as modalidades.

90 83,3 Geração de vapor

80 73,3
Sistema de refrigeração
70
56,7
60 Sistema de resfriamento
46,7
50 43,3 43,3
(%)

40
40 Processo industrial

30
Lavagem de Máquinas
20
10 Reservatório contra
incêndio
0
Rega de área verde
Modalidades de reúso

Figura 4.16 - Interesse das empresas do DI por diferentes modalidades de reúso.


Fonte: Pesquisa direta.

A pesquisa revelou que as probabilidades de aceitação do reúso de água por categorias


selecionadas foram, no geral, em níveis satisfatórios, demonstrando que há uma predisposição
revelada pelo referida prática. Vale salientar que algumas modalidades, como regas para áreas
verdes, reserva contra incêndio e processo industrial foram as de maiores probabilidades de
aceitação e nível de interesse, 83,3%, 73,3% e 56,7%, respectivamente.
Quanto a Disposição a Pagar (DAP), somente 1 empresa respondeu a essa pergunta,
informando o valor de R$ 1,00/m3. As demais empresas não responderam e justificaram sua

166
resposta dizendo que seria necessário um estudo mais aprofundado. Todavia, todos
ressaltaram que se o valor fosse inferior ao praticado pela Cogerh e/ou Cagece, o nível de
interesse era bastante elevado. Isto mostra claramente que deverá haver uma vantagem
econômica considerável para que o reúso de água seja adotado. Essa vantagem tanto pode vir
de uma tarifa menor (R$/m3) a ser paga em relação à atual fonte de água, ou também a partir
de políticas públicas, por meio de incentivos fiscais, para empresas que adotem essa prática
em sua unidade.

4.3.1.6 Qualidade do efluente requerida para as modalidades de reúso


A pesquisa mostrou que a qualidade da água de reúso e nível de segurança sanitário
que a mesma apresenta é um fator determinante para a aceitação do usuário. Como visto na
Figura 4.16, o interesse das empresas do DI pela prática engloba diversas modalidades, sendo
que cada uma delas requer um padrão de qualidade diferenciado, podendo ser mais ou menos
restritivo.
O primeiro tipo de reúso a ser estudado será a utilização do efluente para a rega de
áreas verdes, pois foi o que apresentou o maior índice de demanda. Neste tipo de reúso é
imprescindível a remoção de organismos patogênicos, pela possibilidade de contato que esta
água oferece tanto aos funcionários responsáveis pela rega e também para outras pessoas da
empresa (funcionários, fornecedores, visitantes) que possam vir a ter qualquer tipo de contato
com essa água e/ou com a área irrigada. Outro aspecto importante a ser observado na
qualidade do efluente é o nível de concentração de sais dissolvidos, devendo o excesso ser
removido para evitar a salinização do solo.
Uma segunda possibilidade de reutilização do efluente é como água para sistemas de
refrigeração. Este tipo de reúso, onde a água recircula em encanamentos na indústria gera a
necessidade de uma água que não provoque corrosão, incrustações ou o crescimento de
biofilmes nos circuitos. Para evitar estes tipos de problemas é necessária a remoção de cálcio,
magnésio e cloretos do efluente, para evitar as incrustações, a remoção de nutrientes e matéria
orgânica, para não causar o surgimento de biofilmes, e a eliminação de elementos
potencialmente corrosivos como ferro, alumínio ou manganês.
Outra possibilidade de reutilização do efluente é como água para sistemas de caldeiras.
Neste tipo de reúso, a água recircula em encanamentos sob pressão e a altas temperaturas,
gerando a necessidade de uma água semelhante àquela de circuitos de refrigeração,

167
demandando, porém uma melhor qualidade, principalmente no que se refere aos sais
dissolvidos. A exigência de qualidade aumenta com a pressão de trabalho da caldeira. Neste
tipo de reúso a dureza da água tem que ser reduzida para valores próximos a zero. A remoção
de sais insolúveis também é necessária para evitar incrustações. A alcalinidade pode provocar
o surgimento de espumas e depósitos, bem como a geração de dióxido de carbono, que é
corrosivo.
Uma quarta possibilidade de reúso é a utilização na indústria têxtil. Nesta atividade é
necessária uma água de baixa dureza e alcalinidade, de forma a não aumentar o consumo dos
produtos utilizados na fabricação do tecido e também não prejudicar sua textura final.
A Tabela 4.4 apresenta valores do efluente final (coletado em 16/10/2009) da ETE
SIDI, determinados pela Gerência de Controle de Qualidade da Cagece, e também os
parâmetros e os respectivos padrões de qualidade requeridos no efluente para a rega irrestrita
de áreas verdes, sistema de refrigeração, geração de vapor em caldeira de média pressão e
reúso em indústria têxtil.
A avaliação da qualidade necessária para cada tipo de reúso considerado demonstra
que não existem muitas alternativas de qualidade a serem consideradas, já que a qualidade
mínima a ser adotada, dentro de um conceito de uso mais restritivo, em vários parâmetros já
se aproxima da qualidade que é necessária para um uso com menos restrições.
Outros fatores comuns à maioria das diversas alternativas de reúso foram à
necessidade de remoção de DBO, DQO, Sólidos suspensos, dureza, alcalinidade e coliformes.
Desta forma, optou-se pela avaliação de dois padrões de qualidade a serem obtidos com a
utilização de um nível crescente de tratamento, inicialmente complementando a remoção da
matéria orgânica, sólidos em suspensão, nutrientes e coliformes (Padrão 1) e passando em
seguida à remoção da dureza da água, incluindo sua recarbonatação (Padrão 2).
De acordo com os padrões adotados podem-se prever os seguintes tipos de reúso para
cada nível de qualidade estabelecido:
• Padrão 1 – Água de refrigeração, irrigação irrestrita, e como água de lavagem.
• Padrão 2 – Reúso em caldeira de média pressão e Indústria Têxtil.

168
Tabela 4.4 - Características do efluente da ETE SIDI1 e padrões de efluente para o reúso em
diversas utilizações industriais2.
Efluente Caldeira
Rega Sistema de Indústria
Parâmetro Unidade ETE de média
irrestrita refrigeração Têxtil
SIDI1 pressão
8,2 –
pH - 8,48 6,5 – 8,4 6,9 – 9,0- 8,2 – 10,0
10,0
Condutividad 3000,0 - -
µS/cm - -
e
Dureza mg/L 195,12 - 650,00 1,00 25,00

Cálcio mg/L 39,02 - 50,00 0,40 -

Magnésio mg/L 23,41 - 0,50 0,25 -

Cloretos mg/L 887,95 100,0 500,00 -

Amônia mg/L 6,54 - 1,00 0,10 -

Sulfeto mg/L 1,27 - 200,00 -


Sólidos
Suspensos mg/L 79,0 30,00 100,00 5,00 5,00
Totais
Sólidos - 500,00 500,00 100,00
mg/L 2,9
Dissolvidos
DQO mg/L 68,02 - 75,00 5,00 5,00

DBO mg/L 134,03 30,00 25,00 - -

Alcalinidade mg/L 809,26 - 350,00 100,00 100,00

Bicarbonato mg/L - - 24,0 120,00 120,00


< 2,0 x
Coliformes NMP/100
102/100 1000,00 1000,00 1000,00 1000,00
Fecais mL
mL
Cloro
mg/L - <1 - - -
residual
1
Dados obtidos na Cagece (outubro/2009).
2
Fonte: Adaptado de Metcalf & Eddy (1991); Semace (2002); FIESP (2005).

4.3.1.7 Tratamentos propostos


A concepção das alternativas de tratamento foram baseadas em alguns parâmetros
básicos de dimensionamento, que vão determinar o tamanho e tipo de processo a ser avaliado.
Dentre estes parâmetros podem ser destacados:
• O volume de efluente a ser tratado;
• As características físico/químicas e biológicas do efluente a ser tratado;

169
• A qualidade final desejada para o reúso.
De acordo com os estudos já realizados, constatou-se que a água tratada, fornecida
pela Cagece, possui um custo de fornecimento significativamente superior ao de água bruta e
ao de fonte própria, podendo-se supor que a mesma esteja sendo consumida por uma
exigência de maior qualidade. Desta forma, pode-se concluir que a sua substituição pela água
de reúso seja improvável, não devendo, portanto fazer parte do dimensionamento do sistema
de reúso.
O mesmo ocorre em relação à água de poço utilizada pelas indústrias. Esta água
geralmente possui qualidade elevada e baixo custo de produção, sendo sua substituição pela
água de reúso pouco provável.
Desta forma, a demanda potencial para a água de reúso é a proveniente da substituição
da água bruta atualmente consumida pelas indústrias não ligadas à produção de bebidas ou
gêneros alimentícios. Todavia, vale salientar que a qualidade da água de reúso a ser fornecida
deve ser superior ao da água bruta e também não significativamente inferior àquela fornecida
pela Cagece, já que a pesquisa mostrou que o grau de satisfação dos usuários com a água
bruta é menor que aquele resultante do uso da água tratada da Cagece. Esta constatação
confirma o fato que a questão da qualidade da água é um fator decisivo para os usuários e que
certamente será levada em consideração no momento de optar por uma água de reúso.
Considerando os dois padrões de qualidade a serem atingidos, serão pré-
dimensionados os processos de tratamento capazes de atingir os padrões de qualidade
desejados, conforme avaliado a seguir. Vale salientar que esta etapa do trabalho foi baseado
em um estudo contratado pela Cagece e realizado pelas Empresas Engesoft e Magna
Engenharia Ltda. (2002), onde foram avaliados os tipos de tratamentos que deveriam ser
implementados para se obter efluente final dentro dos padrões para reúso citados na Tabela
4.5.

4.3.1.7.1 Volume a ser tratado


Segundo a Cagece (2008), a ETE SIDI possui uma vazão afluente na ordem de 280
L/s, e uma vazão efluente de aproximadamente 245 L/s, indicando uma perda significativa no
processo. Esta perda ocorre em função da grande área da lagoa, implicando em elevadas
perdas por infiltração e evaporação. Apenas a evaporação da lagoa, considerando a área de 75
ha, com um índice anual de 1500 mm, já resultariam teoricamente em uma vazão de perda de

170
35 L/s, sem considerar a infiltração. Dessa forma, a ETE do SIDI poderia atender a uma vazão
média da ordem de 245 L/s.
Todavia, devido à complexidade do tipo de tratamento e a falta de detalhes dos valores
de projeto utilizados pelas Empresas Engesoft e Magna Engenharia Ltda, adotou-se o valor
utilizado pelas referidas empresas para determinar a vazão, dimensionar os equipamentos e
realizar o estudo de viabilidade econômico financeira.
Em 2002, quando o estudo foi realizado, a vazão do efluente final da ETE SIDI era de
122L/s ou 10.500 m3/dia. Para este calculo, adotaram-se 22 dias de trabalho por mês. Vale
salientar que o sistema de distribuição deverá ter capacidade de armazenamento suficiente
para compensar os coeficientes de dia e hora de maior consumo.
Todavia, vale salientar que além dos dois tipos de tratamento descritos a seguir,
poderão ser projetadas outras alternativas, como por exemplo a flotação para remoção de
algas.

4.3.1.7.2 Tratamento para o Padrão 1


As etapas necessárias para se atingir o Padrão 1 de qualidade de efluente são aquelas
relacionadas ao tratamento convencional dos esgotos domésticos. Engloba a complementação
da remoção dos compostos orgânicos, dos nutrientes e dos sólidos em suspensão. A remoção
complementar dos coliformes será obtida na etapa seguinte por meio da elevação do pH. Os
processos envolvidos para esta primeira etapa são os seguintes:
Diante da grande concentração de sólidos dissolvidos, será necessária a precipitação
dos mesmos para permitir sua remoção por processo físico. Para tanto, deverá ser utilizado
coagulante metálico auxiliado por coadjuvante de floculação do tipo polieletrólito.
Os altos valores de pH verificados podem prejudicar o processo de precipitação e
devem ser reduzidos para a faixa ideal de precipitação/floculação verificada para o coagulante
metálico a ser utilizado, mediante o emprego de ácido.
Diante da virtual ausência de sólidos sedimentáveis no efluente da ETE existente e da
provável maior presença de algas em uma situação normal de operação, é aconselhável o uso
de um processo de separação dos flocos precipitados por intermédio do uso da flotação, que
tende a produzir melhores resultados em comparação à filtração convencional ou mesmo ao
processo de decantação.

171
Para garantir a ausência de sólidos na rede de distribuição da água e complementar a
remoção da matéria orgânica, deverá ser prevista uma etapa de filtração dos efluentes,
utilizando Biofiltros Aerados.
O lodo produzido no flotador e no Biofiltro aerado deverá ser submetido a uma fase
complementar de tratamento para sua estabilização, e em seguida passar por uma etapa final
de adensamento e desidratação, e posteriormente deverá ser destinado a aterro sanitário.
A Figura 4.17 apresenta o lay out do sistema de tratamento para se obter o efluente no
Padrão 1.

DE

Unidades de Processo: 1.Efluente de Lagoa Maturação 10. Retorno do lodo


CP – Calha Parshall 2.Medição da vazão 11. Descarte do lodo
TN – Tanque de Neutralização 3.Medição de pH 12. Bomba de alimentação centrífuga
TA – Tanque de Aeração 4.Tanque de ácido 13. Sistema de polieletrólito
DE – Decantador 5.Tanque de base 14. Centrífuga
TL – Tanque de Lodo 6.Bomba dosadora 15. Torta desidratada
CE - Centrifuga 7.Sopradores 16. Água de retorno
8.Difusores 17. Misturador
9.Efluente Padrão 1

Figura 4.17 - Fluxograma do processo de tratamento para o Padrão 1.


Fonte: Engesoft/Magna Engenharia (2002).

4.3.1.7.3 Tratamento para o Padrão 2


As etapas necessárias para se atingir o Padrão 2 de qualidade de efluente são aquelas
relacionadas à redução da dureza da água. Esta etapa de tratamento toma como afluente o
efluente com o Padrão 1 de qualidade, situando-se imediatamente a jusante dos processos
descritos nos itens anteriores. Engloba a precipitação do cálcio e magnésio mediante a
elevação do pH e sua posterior remoção por sedimentação, seguida da sua recarbonatação

172
para levar o pH de volta à faixa neutra. Nesta fase se obtém ainda uma remoção
complementar dos Coliformes, obtida como efeito da elevação do pH. A Figura 4.18
apresenta o lay out do sistema de tratamento para obter o efluente no Padrão 2.

Unidades de Processo: 1. Efluente Padrão 1 8. Difusores


TN – Tanque de Neutralização 2. Sistema aplicação base 9. Descarte de lodo
FL – Floculadores 3. Sist. Aplicação coag. metálico 10. Misturador
DE – Decantador 4. Misturador 11. Bomba de alimentação centrífuga
RE – Tanque de Recarbonatação 5. Tanque de CO2 12. Sistema de polieletrólito
TL – Tanque de Lodo 6. Dosador 13. Centrífuga
CE - Centrifuga 7. Efluente Padrão 2 14. Torta desidratada

Figura 4.18 - Fluxograma do processo de tratamento para o Padrão 2.


Fonte: Engesoft/Magna Engenharia (2002).

4.3.1.8 Sistema de distribuição


O sistema de distribuição a ser adotado deverá manter o atual sistema de distribuição
de água bruta atualmente feita pela COGERH, e implementar um novo sistema de distribuição
de água de reúso. Dessa forma irá assegurar o atendimento do crescimento da demanda, pois
tem como reserva o sistema de água bruta, para qualquer eventualidade. Para o
dimensionamento da rede de distribuição também foi considerado o trabalho realizado pela
Engesoft Engenharia/Magna Engenharia Ltda, onde foi considerada uma vazão de 122 L/s e
um crescimento futuro de 15% nos consumos e vazões. A Figura 4.19 apresenta o lay out do
sistema de distribuição proposto. As unidades deste novo sistema são:

173
• Reservatório de Acumulação (R-0) de 1.000 m3 na área de tratamento, como poço de
sucção para a elevatória;
• Elevatória da água de Reúso recalcando desde o R-0 até um novo Reservatório Elevado
(R-1) de 500 m3, localizado no centro de consumo do SIDI;
• Nova Adutora de água de Reúso, DN 500 mm, L= 1.850 m;
• Implantação de uma nova rede de distribuição para a água de reuso, com traçado
idêntico ao da rede de água bruta existente.
  Qaluente  RES. ELEVADO DE AB 

 
RES. ÁGUA 
Lagoa (75 ha)  BRUTA.  EE
EE

ETE  ÁGUA BRUTA .DO 
/REÚSO  RES. 
AÇUDE GAVIÃO 
\\ACUMUADO.  EE 
RES. ELEVADO DE ESOTO 
TRATADO 

REDE ÁGUA BRUTA 

REDE ÁGUA DE REÚSO

SIST. EXISTENTE 

SIST. PROPOSTO 

Figura 4.19 - Lay out do sistema de distribuição proposto -

174
4.3.1.9 Avaliação econômico-financeira

4.3.1.9.1 Introdução
Segundo Costa Neto (2003), as técnicas mais comuns para a tarefa de análise
econômica e financeira de um projeto são o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de
Retorno (TIR) e o Período de Retorno do Investimento (pay back). O objetivo dessas técnicas
é garantir que todos os estudos, as demandas, os custos, os benefícios e a economia sejam
realizados a um nível similar de dados e análises, garantindo assim uma maior possibilidade
de sucesso do projeto.
O Valor Presente Líquido (VPL) pode ser definido como a soma algébrica dos valores
descontados do fluxo de caixa a ele associado. Em outras palavras, é a diferença do valor
presente das receitas menos o valor presente dos custos. O projeto que apresenta o VPL maior
que zero (positivo) é economicamente viável, sendo considerado o melhor aquele que
apresentar maior VPL (SILVA e FONTES, 2005).
A técnica de análise pelo critério do VPL permite aos administradores e/ou
proprietários de uma empresa identificar o custo ou benefício exato da decisão de investir
e/ou obter financiamento. Embora os especialistas em finanças sejam unânimes em
reconhecer o método do VPL como a melhor metodologia para análise de investimento,
existem outros critérios alternativos, mas que, de uma maneira geral, não são muito
aconselháveis por apresentar algumas distorções.
A TIR é uma taxa utilizada para tomar a decisão de aceitar ou rejeitar o projeto. De
acordo com Pedrazzi et al., (2009), é a taxa de rentabilidade periódica equivalente de um
investimento e corresponde a uma taxa de desconto que iguala o valor atual das entradas
líquidas de caixa ao valor atual dos desembolsos relativos aos investimentos líquidos. Vale
ressaltar que quanto maior for a TIR melhor é a viabilidade do projeto e que esta taxa
independe das taxas de juros do mercado financeiro
O método do pay back representa o período de recuperação do investimento inicial. É
obtido calculando-se o número de anos que será necessário para que os fluxos de caixa futuros
acumulados igualem o montante do investimento inicial. Esta alternativa pressupõe
inicialmente a definição de um limite de tempo máximo para retorno do investimento. Após a
definição deste prazo é analisado o fluxo de recursos do projeto, comparando o volume
necessário de investimento com os resultados a serem alcançados futuramente, verificando o

175
período onde o saldo tornou-se igual a zero. Se este prazo de recuperação for um período
aceitável pelos proprietários, então o projeto será efetivado, caso contrário, será descartado.
O propósito do estudo de viabilidade econômica e financeira é eliminar as idéias e
alternativas que não merecem mais consideração. Assim, as alternativas com o maior valor
presente líquido (VPL) são recomendadas, e as menores VPL não são recomendadas e,
geralmente, são eliminadas (BREALEY e MYERS, 1992).

4.3.1.9.2 Taxa de desconto e horizonte de planejamento


A taxa social de desconto que convencionalmente se emprega para este tipo de projeto
para cálculo do valor presente dos custos e benefícios são de 12% ao ano. O horizonte de
planejamento é de 21 anos, sendo 1 para implantação do projeto, e 20 anos de geração de
benefícios (operação).

4.3.1.9.3 Conversão a preços de eficiência dos custos de investimentos e os custos


anuais com operação, administração e manutenção (OAM)
Como se requerem valores a preços econômicos1 deve-se utilizar fatores de conversão
para transformar os custos a preços de mercado para preços sociais. Para isso, sugere-se
utilizar os mesmos fatores de conversão já utilizados pelos programas de financiamento no
âmbito do Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS II, financiado pelo
BIRD, conforme Tabela 4.5.

Tabela 4.5 – Fatores de Conversão utilizados no Programa de Modernização do Setor de


Saneamento – PMSSII.
Item Fatores de Conversão (F.C)
Mão de Obra Qualificada 0,81
Mão de Obra Não Qualificada 0,46
Materiais Nacionais e Importados 0,88
Equipamentos Nacionais e Importados 0,80
Produtos Químicos 0,83
Energia Elétrica 0,97
Fator de Conversão Padrão 0,94

176
4.3.1.9.4 Custos de investimentos e OAM
A viabilidade econômico-financeira do projeto de reúso para as indústrias do DI
dependerá da adoção de processo de tratamento cujo desempenho operacional associado aos
custos de implantação e operação se enquadre dentro da disponibilidade a pagar dos futuros
usuários.
Para as duas alternativas de tratamento propostas (Padrão 1 e Padrão 2) foram
levantados os seguintes elementos de caracterização das estações:
• Dimensões dos tanques de processo;
• Área necessária para a unidade;
• Tipo e dimensão dos equipamentos previstos;
• Potência instalada;
• Consumo de produtos químicos;
• Necessidade de pessoal para operação e manutenção.

As Tabelas 4.6 e 4.7 mostram o resumo dos custos de investimentos, a preços de


mercado para os Padrões 1 e 2, respectivamente. Cada item de custo está subdividido em
mão-de-obra qualificada; mão-de-obra não qualificada e materiais e equipamentos. A
apresentação dessa subdivisão fornece os elementos necessários para o cálculo dos valores
presentes dos custos de investimentos a preços de eficiência (custos econômicos). Tabelas 4.8
e 4.9 apresentam os Pesos dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico, para
os Padrões 1 e 2, respectivamente.
Com estas características foi elaborada a estimativa de custo de implantação e a OAM
das unidades. Os custos anuais de operação, administração e manutenção (OAM) foram
calculados segundo os seguintes itens de custo: gastos com pessoal; energia elétrica, insumos,
produtos químicos e custos de administração.
As Tabelas 4.10 e 4.11 apresentam o total dos investimentos do projeto de reúso para o
DI de Maracanaú, subdividido nos componentes necessários para o cálculo, dos custos de
investimentos a preços financeiros e a preços de eficiência (custo econômico) para os Padrões
1 e 2, respectivamente.

177
Tabela 4.6 – Custos de implantação do sistema com Padrão 1.
Item Investimento Ano 0 (R$) Ano 10 (R$)
Estação de Tratamento
1 Tanque de concreto 564.241,46 -
2 Urbanização 45.397,38 -
3 Instalação elétrica 564.241,46 -
4 Sistema de aplicação de Base 49.4096,40 -
5 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 -
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 117.642,00 -
7 Meio Filtrante 98.380,08 -
8 Equipamento de Bombeamento 56.6847,49 -
9 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 -
10 Equipamentos Biofiltro Aerado 19.607,00 -
11 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 -
12 Equipamentos Desidratação 653.566,66 -
13 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 -
14 Interligações 846.697,77 -
15 Prédio Manutenção 196.070,00 -
16 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 -
Subtotal (1) 8.993.567,02 -
Rede de Distribuição
1 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 -
2 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 -
3 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 2.990.067,50 -
4 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588.210,00 -
5 Nova Rede de Distribuição -
9.300.825,54
6 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv - 98.035,00
Subtotal (2) 14.706.475,44 98.035,00
Total (3) = (1)+ (2) 23.700.042,46

178
Tabela 4.7 – Custos de implantação do sistema com Padrão 2.
Item Investimento Ano 0 (R$) Ano 10 (R$)
Estação de Tratamento
1 Tanque de concreto 564.241,46 -
2 Urbanização 45.397,38 -
3 Instalação elétrica 564.241,46 -
4 Sistema de aplicação de Cal 882.315,00 -
5 Equipamento de Bombeamento 614.945,30 -
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 117.642,00 -
7 Equipamentos decantadores 313.712,00 -
8 Sistema de CO2 107.838,50 -
9 Interligações 1.083.294,57
10 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 -
11 Meio Filtrante 98.380,08
12 Sistema de aplicação de Base 49.4096,40
13 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 -
14 Equipamentos Biofiltro Aerado 19.607,00 -
15 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 -
16 Equipamentos Desidratação 653.566,66 -
17 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 -
18 Prédio Manutenção 196.070,00 -
19 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 -
Subtotal (1) 11.287.522,30 -
Rede de Distribuição
1 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 -
2 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 -
3 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 2.990.067,50 -
4 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588.210,00 -
5 Nova Rede de Distribuição -
9.300.825,54
6 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv 98.035,00
Subtotal (2) 14.706.475,44 98.035,00
Total (3) = (1)+ (2) 25.993.997,74

179
4.3.1.9.5 Valores presentes dos custos financeiros e econômicos de investimentos de
OAM
As Tabelas 4.13 e 4.14 apresentam os custos financeiros e econômicos de
investimentos de OAM e seus respectivos valores presentes. As referidas Tabelas foram
elaboradas com base nos fatores de conversão e nos valores constantes das Tabelas 4.11 e
4.12, respectivamente.
Tabela 4.8 – Definição do Peso dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico
para o Padrão 1.
Definição do Peso

Item Investimento Mão de Materiais e Equipamentos


Obra Total Materiais Equip.
1 Tanque de concreto 25 75 95 5
2 Urbanização 30 70 95 5
3 Instalação elétrica 30 70 100 0
4 Sistema de aplicação de Base 20 80 30 70
5 Sistema de aplicação de Ácido 20 80 30 70
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 20 80 30 70
7 Meio Filtrante 20 80 100 0
8 Equipamento de Bombeamento 30 70 60 40
9 Equipamento de Flotação 30 70 70 30
10 Equipamentos Biofiltro Aerado 30 70 60 40
11 Equipamentos Estabilização do Lodo 30 70 60 40
12 Equipamentos Desidratação 30 70 60 40
13 Equipamentos Desinfecção 30 70 60 40
14 Interligações 30 70 100 0
15 Prédio Manutenção 25 75 100 0
16 Prédio Administração/Laboratório 25 75 100 0
17 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 15 85 100 0
18 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 30 70 80 20
19 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 30 70 100 0
3
20 Reservatório Elevado de 500 m (c/o exist.) 15 85 100 0
21 Nova Rede de Distribuição 30 70 100 0
22 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv 30 70 70 30

* A Mão de Obra Não Qualificada corresponde a 85% e Qualificada a 15% do total.

180
Tabela 4.9 - Definição do Peso dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico
para o Padrão 2.
Definição do Peso

Item Investimento Mão de Materiais e Equipamentos


Obra Total Materiais Equip.
1 Tanque de concreto 25 75 95 5
2 Urbanização 30 70 95 5
3 Instalação elétrica 30 70 100 0
4 Sistema de aplicação de Cal 30 70 30 70
5 Equipamento de Bombeamento 30 70 60 40
6 Sistema de aplicação de Coagulantes Metálicos 20 80 30 70
7 Equipamentos decantadores 30 70 90 10
8 Sistema de CO2 20 80 80 20
9 Interligações 30 70 100 0
10 Sistema de aplicação de Ácido 20 80 30 70
11 Meio Filtrante 20 80 100 0
12 Sistema de aplicação de Base 20 80 30 70
13 Equipamento de Flotação 30 70 70 30
14 Equipamentos Biofiltro Aerado 30 70 60 40
15 Equipamentos Estabilização do Lodo 30 70 60 40
16 Equipamentos Desidratação 30 70 60 40
17 Equipamentos Desinfecção 30 70 60 40
18 Prédio Manutenção 25 75 100 0
19 Prédio Administração/Laboratório 25 75 100 0
20 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 15 85 100 0
21 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 30 70 60 40
22 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 30 70 100 0
3
23 Reservatório Elevado de 500 m (c/o exist.) 15 85 100 0
24 Nova Rede de Distribuição 30 70 100 0
25 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv 30 70 70 30

* A Mão de Obra Não Qualificada corresponde a 85% e Qualificada a 15% do total.

181
Tabela 4.10 – Determinação dos custos econômicos para o Padrão 1.
Mão de Obra (R$) Materiais (R$) Equipamentos (R$)
Item Investimento Ano 0 (R$) Custo Total (R$)
Não Qualificado Qualificado Nacional Importado Nacional Importado
1 Tanque de concreto 542.941,36 115.375,43 20.359,91 386.846,11 - 542.941,36 - 54.2941,36
2 Urbanização 45.403,93 11.577,93 2.043,05 30.192,82 - 45.403,93 - 45.403,93
3 Instalação elétrica 564.242,40 143.882,05 25.391,07 394.969,29 - 564.242,40 - 564.242,40
4 Sistema de aplicação de Base 494.096,40 83.996,39 14.822,89 118.583,14 - 494.096,40 - 494.096,40
5 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 1.599,93 282,34 2.258,73 - 9.411,36 - 9.411,36
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 117.642,00 19.999,14 3.529,26 28.234,08 - 117.642,00 - 11.7642,00
7 Meio Filtrante 98.380,08 16.724,77 2.950,85 78.704,46 - 98.380,08 - 98.380,08
8 Equipamento de Bombeamento 566.848,17 144.546,73 25.508,71 238.076,04 - 566.848,17 - 566.848,17
9 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 419.981,94 74.114,46 807.024,12 - 1.646.988,00 - 1.646.988,00
10 Equipamentos Biofiltro Aerado 196.070,00 49.997,85 8.823,15 82.349,40 - 196.070,00 - 196.070,00
11 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 24.998,93 4.411,58 41.174,70 - 98.035,00 - 98.035,00
12 Equipamentos Desidratação 653.566,01 166.659,50 29.410,50 274.498,00 - 653.566,01 - 653.566,01
13 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 593.886,23 104.803,34 978.165,78 - 2.328.966,52 - 2.328.966,52
14 Interligações 846.696,92 215.908,36 38.102,28 592.688,24 - 846.696,92 - 846.696,92
15 Prédio Manutenção 196.070,00 41.664,88 7.352,63 147.052,50 - 196.070,00 - 196.070,00
16 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 124.994,63 22.057,88 441.157,50 - 588.210,00 - 588.210,00
17 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 45.498,04 8.029,07 303.320,29 - 356.847,40 - 356.847,40
18 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 374.983,88 66.173,63 823.494,00 - 1.470.525,00 - 1.470.525,00
19 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 299.0067,50 762.467,21 134.553,04 2.093.047,25 - 2.990.067,50 - 2.990.067,50
20 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588210,00 74.996,78 13.234,73 499.978,50 - 588.210,00 - 588.210,00
21 Nova Rede de Distribuição 930.0825,54 2.371.709,78 418.536,90 6.510.578,86 - 9.300.825,54 - 930.0825,54
TOTAL 23.700.041,64 5.805.448,39 1.024.491,24 14.872.391,83 - 23.700.041,64 - 23.700.041,64

Cálculo do Valor Econômico dos Componentes do Investimento


Fator de Conversão 0,46 0,81 0,88 0,88 0,8 0,8
Valor Econômico (R$) 13.087.705,83 829.836,86 13.087.705,83 - 1.598.168,53- - 18.186.217,96

Mão de Obra (R$) Materiais (R$) Equipamentos (R$) Custo Total


Item Investimento Ano 10 (R$)
Não Qualificado Qualificado Nacional Importado Nacional Importado (R$)
1 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv 98.035,00 24.998,93 4.441,58 48.037,15 - 20.587,35 -
TOTAL 98.035,00 24.998,93 4.441,58 48.037,15 - 20.587,35 - 98.035,00

Cálculo do Valor Econômico dos Componentes do Investimento


Fator de Conversão 0,46 0,81 0,88 0,88 0,8 0,8
Valor Econômico (R$) 11.107,37 3.574,36 42.272,69 - 16.469,88 - 73.816,43

182
Tabela 4.11 – Determinação dos custos econômicos para o Padrão 2.
Mão de Obra (R$) Materiais (R$) Equipamentos (R$) Custo
Item Investimento Ano 0 (R$)
Não Qualificado Qualificado Nacional Importado Nacional Importado Total (R$)
1 Tanque de concreto 876.979,94 186.358,65 32.886,82 62.4847,64 - 32.886,82 - 8.76979,94
2 Urbanização 52.321,28 13.342,56 2.354,80 3.4794,58 - 1.831,29 - 52321,28
3 Instalação elétrica 811.043,56 206.816,60 36.496,47 567.730,49 - - - 8.11043,56
4 Sistema de aplicação de Cal 882.315,00 224.990,33 39.704,18 185.286,15 - 432.334,35 - 8.82315,00
5 Equipamento de Bombeamento 614.946,11 156.810,90 27.673,32 258.277,13 - 172.184,75 - 6.14946,11
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 235.284,00 39.998,28 7.058,52 56.468,16 - 131.759,04 - 2.35284,00
7 Equipamentos decantadores 313.712,00 79.996,56 14.117,04 197.638,56 - 21.959,84 - 3.13712,00
8 Sistema de CO2 107.838,50 18.332,55 3.235,16 69.016,64 - 17.254,16 - 1.07838,50
9 Interligações 1.083.294,59 276.241,06 48.748,88 758.306,61 - - - 10.83294,59
10 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 1.599,93 282,34 2.258,73 - 5.270,36 - 9.411,36
11 Meio Filtrante 98.380,08 16.724,77 2.950,85 78.704,46 - - - 98.380,08
12 Sistema de aplicação de Base 494.096,40 83.996,39 14.822,89 118.583,14 - 276.693,98 - 494.096,40
13 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 419.981,94 74.114,46 807.024,12 - 345.867,48 - 1.646.988,00
14 Equipamentos Biofiltro Aerado 196.070,00 49.997,85 8.823,15 82.349,40 - 54.899,60 - 19.6070,00
15 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 24.998,93 4.411,58 41.174,70 - 27.449,80 - 9.8035,00
16 Equipamentos Desidratação 653.566,01 166.659,50 29.410,50 274.498,00 - 182.998,01 - 65.3566,01
17 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 593.886,23 104.803,34 978.165,78 - 652.111,17 - 2.328.966,52
18 Prédio Manutenção 196.070,00 41.664,88 7.352,63 147.052,50 - - - 196.070,00
19 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 124.994,63 22.057,88 441.157,50 - - - 588.210,00
20 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 45.498,04 8.029,07 303.320,29 - - - 356.847,40
21 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 374.983,88 66.173,63 617.620,50 - 411.747,00 - 1.470.525,00
22 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 2.990.067,50 762.467,21 134.553,04 2.093.047,25 - - - 299.0067,50
23 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588.210,00 74.996,78 13.234,73 499.978,50 - - - 588.210,00
24 Nova Rede de Distribuição 9.300.825,54 2.371.709,78 418.536,90 6.510.578,86 - - - 9.300.825,54
TOTAL 25.994.001,82 6357046,24 1121832,15 15747877,71 - 2.767.247,67 - 25.994.001,82

Cálculo do Valor Econômico dos Componentes do Investimento


Fator de Conversão 0,46 0,81 0,88 0,88 0,8 0,8
Valor Econômico (R$) 2.924.240,92 908.684,45 13.858.131,53 - 2.213.798,92 - 19.904.855,82

Mão de Obra (R$) Materiais (R$) Equipamentos (R$) Custo


Item Investimento Ano 10 (R$) Total
Não Qualificado Qualificado Nacional Importado Nacional Importado
(R$)
1 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv 98.035,00 24.998,93 4.441,58 48.037,15 - 20.587,35 -
TOTAL 98.035,00 24.998,93 4.441,58 48.037,15 - 20.587,35 - 98.035,00

Cálculo do Valor Econômico dos Componentes do Investimento


Fator de Conversão 0,46 0,81 0,88 0,88 0,8 0,8
Valor Econômico (R$) 114.99,51 3.574,36 42.272,69 - 16.469,88 - 73.816,43

183
Tabela 4.12 - Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 1.
Investimentos OAM – VALORES FINANCEIROS OAM – VALOES ECONÔMICOS VP - TOTAL
Ano Produto Produto
Finan. Econ. Pessoal Energia Insumos C. Adm Total Pessoal Energia Insumos C. Adm Total Finan. Econ.
Químico. Químico.
0 23700041,64 18186217,96 - - - - - - - - - - - 2370.0041,64 18186217,96
1 -- -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.858.465,18 1.590.759,05
2 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.659.344,33 1.420.319,32
3 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.481.557,86 1.268.143,51
4 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.322.819,59 1.132.270,92
5 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.181.088,43 1.010.956,53
6 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.054.542,89 902.639,62
7 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 941.555,59 805.928,09
8 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 840.675,61 719.578,86
9 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 750.603,02 642.480,22
10 98035,00 73816,43
247.165,84 247.165,84 324.250,76 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 701.746,29 597.409,60
11 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 598.376,23 512.181,90
12 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 534.265,26 457.305,83
13 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 477.022,62 408.307,93
14 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 425.913,06 364.560,79
15 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 380.279,73 325.499,73
16 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 339.534,42 290.624,76
17 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 303.155,59 259.486,88
18 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 270.674,64 231.684,15
19 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 241.673,92 206.861,69
20 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 215.780,92 184.697,94
TOTAL 39279114,85 31517913,30

184
Tabela 4.13 – Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 2.
Investimentos OAM – VALORES FINANCEIROS OAM – VALOES ECONÔMICOS VP - TOTAL
Ano Produto C. Produto
Finan. Econ. Pessoal Energia Insumos Total Pessoal Energia Insumos C. Adm Total Finan. Econ.
Químico. Adm Químico.
0 - - - - - - - - - - - -
25.994.001,82 19.904.855,82 25.994.001,82 19.904.855,82
1 -- -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.999.194,42 1.719.096,66
2 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.784.993,83 1.534.908,51
3 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.593.745,19 1.370.452,83
4 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.422.985,87 1.223.619,93
5 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.270.523,80 1.092.517,73
6 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.134.396,32 975.461,97
7 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.012.854,48 870.948,82
8 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 904.333,66 777.633,23
9 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 839.005,10 718.080,89
10 98035,00 73816,43
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 720.929,78 619.924,32
11 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 643.686,05 553.503,65
12 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 574.720,38 494.200,32
13 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 513.142,64 441.249,65
14 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 458.164,61 393.973,25
15 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 409.074,57 351.761,34
16 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 365.245,08 314.072,77
17 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 326.111,47 280.421,27
18 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 291.171,79 250.377,47
19 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 259.975,10 223.551,17
20 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 259.975,10 223.551,17
TOTAL 44757355,74 36035995,48

185
4.3.1.9.6 Disponibilidade a Pagar (DAP)
O instrumento utilizado para avaliar a Disponibilidade a Pagar (DAP) foi a aplicação
do questionário cujo modelo encontra-se no Anexo IV. No item 11 do referido questionário
foi solicitado ao entrevistado que informasse qual o tipo de reúso que ele tinha interesse e
qual a disponibilidade a pagar (R$/m3).
Conforme já citado anteriormente, das 110 empresas entrevistadas apenas 1 informou
que estava disposta a pagar R$ 1,00/m3, as demais empresas informaram que seria necessário
um estudo mais aprofundado para responder a essa questão.
Para não inviabilizar o estudo optou-se por admitir a hipótese de que todos têm
capacidade de pagamento igual ou menor que a tarifa praticada pela Cogerh que atualmente é
de R$ 1,29/m3. A tarifa da Cogerh foi usada como referência, pois a água de reúso,
provavelmente, irá substituí-la em várias indústrias. Além disso, a pesquisa também mostrou
que deverá haver uma vantagem econômica considerável para que o reúso de água seja viável.

4.3.1.9.7 Tarifas Médias e Faturamento Médio Mensal

No Brasil, as metodologias usualmente adotadas para cálculo das tarifas se baseiam


em custos históricos ou contábeis, apropriados de acordo com a legislação comercial (Lei das
Sociedades Anônimas – N.º 6.404/76) ou pública (Lei N.º 4.320/64), ocorrendo, ainda, casos
em que a cobrança das tarifas é feita inteiramente dissociada dos custos, que muitas vezes
nem são quantificados.

Vale salientar que a tarifa que se cobra dos clientes depende de vários fatores que
afetam os custos médios e marginais de longo prazo, incluídos, entre outros, a taxa de juros
dos empréstimos, no período de amortização, no período de eliminação do déficit atual para
ministrar o serviço, e o custo de exploração e manutenção das obras existentes.

186
O problema é que as estruturas tarifárias atuais, em geral, não vêm garantindo os
recursos necessários para a expansão dos próprios sistemas de abastecimento. Na realidade, as
estruturas tarifárias brasileiras têm criado uma defasagem entre o nível ótimo da oferta desses
serviços e o nível de recuperação dos custos, o que é talvez reflexo direto da falta de atenção
ao mecanismo de mercado como sinalizador dos preços. Por essa razão, argumenta-se que
existe uma diferença acentuada entre os níveis de serviços que os usuários desejariam obter e
quanto eles estariam dispostos a pagar (CARRERA-FERNANDEZ, 1997 apud
FONTENELE, 2007).

Em 1989, a partir das experiências internacionais, foram iniciados os estudos visando


o cálculo de tarifas de água e esgoto com base em custos médios incrementais de longo prazo
(CMILP), durante a negociação de financiamentos concedidos pelo Banco Mundial. Segundo
Winpenny (1994), Duborg (1995) e Herrington (1997) apud Fontenele (2007), o CMILP é o
mais adequado, pois o mesmo incorpora, implicitamente, em seu cálculo os objetivos de
eficiência econômica e ambiental. Portanto, a avaliação das tarifas foi feita com base na
metodologia CMILP, sendo esta definida como sendo:

CMILP = Soma do Valor Presente dos Custos (Investimento. + Operação e Manutenção e


Administração)/Soma do Valor Presente do Volume do Efluente Incremental.

A Tabela 4.15 contém os valores tarifários e respectivo faturamento médio mensal. Os


valores foram estabelecidos com base nos valores presentes dos custos financeiros e
econômicos demonstrados nas Tabelas 4.13 e 4.14. Vale também salientar que o faturamento
médio mensal foi calculado com base nas tarifas médias estimadas.

Tabela 4.14 – Resumo das tarifas e faturamento médio mensal.

Tarifa Média Mensal


DAP*
Custo de Faturamento
Nível de média
Alternativas Investimento Financeira Econômico Médio Mensal
Tratamento
(R$) (R$ 1,00)
R$/m3 R$/m3 R$/m3

1 Padrão 1 23.700.042,46 1,35 1,10 1,29 438.220,37

2 Padrão 2 25.993.997,74 1,55 1,25 1,29 499.339,31

* Valor adotado, conforme descrito no item 4.3.1.9.6.

187
Os valores apresentados dizem respeito aos níveis tarifários de equilíbrio financeiro e
econômico. Tendo como referencial o custo médio incremental, a preços financeiros e
econômicos, as tarifas calculadas para as alternativas 1 e 2 são, respectivamente, R$ 1,35/m³ e
R$ 1,10 R$/m³ e R$ 1,55 R$/m³ e R$ 1,25 R$/m³.

Porém, comparando as tarifas médias calculadas com os valores das DAP’s médias
adotadas, percebe-se que as duas alternativas apresentam tarifa econômica abaixo da DAP
média estimada. Sendo que a alternativa 1 foi a que apresentou menor tarifa. Vale salientar
que a adoção das referidas tarifas pela Companhia de Saneamento, provavelmente, teria o
interesse dos prováveis usuários do projeto, uma vez que a tarifa se situa dentro dos limites de
comprometimento dos custos industriais dos mesmos.

Fazendo uma análise bastante superficial do faturamento médio mensal estima-se que
a o pay back das alternativas 1 e 2 é de cerca de 54 e 52 meses, respectivamente.

4.3.2 Reúso Urbano

Segundo Hespanhol (2002), o potencial de reúso de efluentes no setor urbano é muito


amplo e diversificado, sendo que o efluente pode ser usado para fins potáveis e não potáveis.
Destes, deve-se buscar priorizar o uso para fins não potáveis, pois envolve riscos menores
para os usuários.

O reúso de efluentes domésticos tratados para fins urbanos não potáveis é uma
possibilidade de alta relevância, visto que várias atividades urbanas podem tolerar água de
qualidade inferior à potável (GIORDANI, 2002). Dentre as diversas possibilidades dessa
modalidade de reúso pode-se citar a irrigação paisagística de: parques; gramados residenciais
e de edifícios públicos; campos de golfe; cinturões verdes; dentre outros.
Nos últimos anos a rega de áreas verdes com efluente tratado tem aumentado bastante,
principalmente em países desenvolvidos, pois contribui para diminuir a demanda hídrica
urbana, seja por água bruta ou tratada.

188
É importante salientar que nessa modalidade de reúso também existem riscos, que são
semelhantes aos encontrados no reúso agrícola. Medidas preventivas como realizar o
tratamento adequado do efluente, adotar restrições na irrigação por aspersão, realizar a rega
em horários de pouco contato com o público e realizar um trabalho de sensibilização junto à
população informando sobre os riscos e benefícios da prática do reúso devem ser
implementadas para garantir a proteção da saúde dos usuários.
Como já citado anteriormente, o Ceará encontra-se entre os estados brasileiros que
estão em situação definida como “estresse hídrico”, causado principalmente pela ocorrência
de prolongados períodos de estiagem e também pelas elevadas taxas de evaporação.
O problema de escassez de água é evidenciado com mais intensidade no interior do
Estado, principalmente no sertão central. Todavia, a Região Metropolitana de Fortaleza,
apesar de não enfrentar problemas com racionamento de água, vem a cada dia, aumentando a
demanda por esse produto devido ao elevado crescimento populacional.
Vale salientar, também, que a rega de áreas públicas (praças, avenidas, parques, etc) é
feita pelas prefeituras municipais e, normalmente, a fonte de abastecimento utilizada é água
tratada, poço, ou água bruta de algum manancial (normalmente, açude), sendo que, como já
foi mencionado anteriormente, uma água de qualidade inferior poderia ser utilizada.
A venda do efluente tratado também gera benefícios e ganhos para a companhia de
saneamento, pois mesmo o efluente estando dentro dos padrões de lançamento, ele pode
acarretar impacto ambiental no corpo receptor, haja vista que a maioria dos rios e riachos do
Estado do Ceará é de cursos de água intermitentes, e possuem a vazão nula durante vários
meses do ano. ´
Outro aspecto bastante positivo para as duas instituições (prefeitura e companhia de
saneamento) é o marketing gerado com a adoção dessa prática, que contribuirá para
criar/fortalecer a imagem, junto à sociedade, de instituições que buscam e trabalham com o
foco na preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Sendo assim, a adoção da
prática do reúso de efluentes na rega de áreas verdes torna-se bastante atrativa e deve-se
buscar meios de ser implementada.
Em todos os municípios onde a ETE possui vazão suficiente é possível a adoção dessa
prática, desde que haja interesse por parte da prefeitura e também da companhia de
saneamento. Para exemplificar a viabilidade do reúso urbano não potável na rega de áreas
verdes foram escolhidas duas cidades: Fortaleza, capital do Estado e maior consumidora de

189
água para abastecimento público; e Quixadá, localizada no sertão central e que durante grande
parte do ano enfrenta sérios problemas com falta de água.

4.3.2.1 Rega de áreas verdes - Fortaleza


A cidade de Fortaleza vem passando por um processo de expansão urbana,
principalmente nos últimos 50 anos, sendo que este fato ocorreu à revelia das limitações e
potencialidades de seu sítio natural. A cidade ainda se destaca pela concentração da sua
população toda na área urbana. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de geografia e
estatística – IBGE, em 2008 a cidade contava com uma população de 2.473.614 habitantes,
ocupando a posição de quinto município mais populoso do país, com uma taxa de urbanização
de 100% (ANUÁRIO ESTATÍSTICO, 2008).
O intenso processo de ocupação do seu sítio urbano resultou na supressão de áreas
com cobertura vegetal natural, que acarretou uma série de impactos negativos, a exemplo da
impermeabilização excessiva do solo que potencializa os episódios de enchentes; da alteração
do clima da cidade, evidenciando a ocorrência de micro climas urbanos (“ilhas de calor”);
degradação dos refúgios de fauna e flora e, consequentemente, diminuição da biodiversidade
local; dentre outros. Sendo que todos estes resultam na diminuição da qualidade de vida da
população fortalezense.
Segundo o Inventário Ambiental de Fortaleza (2003), a constante expansão
populacional e a especulação imobiliária vêm eliminando drasticamente a cobertura vegetal
na cidade; em 1968, o percentual de cobertura verde era de 65,79%, passando para apenas
7,06% na atualidade.
As áreas verdes públicas remanescentes (praças, parque e logradouros) na cidade são
mantidas pela EMLURB, que é o órgão municipal responsável por planejar, avaliar e
controlar o paisagismo e a limpeza pública urbana de Fortaleza.
Segundo a EMLURB, as áreas verdes de Fortaleza são irrigadas com água da Cagece
e/ou poço (principalmente as praças) e com água bruta proveniente da Lagoa do Opaia,
localizada no Bairro Vila União. A referida lagoa foi escolhida por ser a mais perto da área a
ser irrigada, otimizando desta forma o custo com o transporte. Vale salientar também que o
planejamento e o controle da rega são feitos somente para as áreas irrigadas com água bruta, o
que será detalhado a seguir.

190
Segundo a EMLURB, em 2008 foram irrigados cerca de 7.982.400 m2 de gramados e
arbustos e 982.800 árvores (unidades). Os bairros irrigados pertencem às Regionais II e IV, e
a média de custo somente com transporte é de R$ 0,10/m3 e R$ 0,21/m3 para a irrigação dos
gramados e arbustos e para a irrigação das árvores, respectivamente.
O transporte da água é terceirizado, e a contratação é feita via licitação. Atualmente, a
Cooperativa dos Proprietários de Caminhões Prestadores de Serviços do Estado do Ceará
LTDA (COPSERV) é a empresa que realiza esse serviço, tendo a mesma assinado o Contrato
Nº 01/2006 com a Prefeitura Municipal de Fortaleza.

A rega das áreas verdes é feita por 15 caminhões pipa com capacidade de 7 m3. Cada
caminhão realiza três viagens por dia, e trabalham em média 24 dias por mês (de segunda a
sábado). Portando, o consumo de água é aproximadamente de 315 m3/dia e de 7.560 m3/mês.
Esse volume seria suficiente para abastecer uma população de 2.100 habitantes/dia, com um
per capita de 150 L/dia. A Tabela 4.15 apresenta um modelo de programação quinzenal de
irrigação feita pela EMLURB para a primeira quinzena de agosto de 2009.

4.3.2.2 Escolha das ETEs


Conforme descrito na Tabela 3.5 Fortaleza possui 12 ETEs do tipo lagoa de
estabilização, sendo 5 do tipo lagoa facultativa primária e 7 do tipo lagoa anaeróbia, seguida
de lagoa facultativa e duas lagoas de maturação em série, sendo que este último é que
apresenta o maior índice de eficiência de remoção de matéria orgânica e patógenos, até 90% e
99,999%, respectivamente (VON SPERLING, 2005; JORDÃO E PESSOA, 2005).
Outros aspectos considerados na escolha das ETEs foram à análise quantitativa de
compatibilização entre oferta dos efluentes e demandas pela água de reúso e a localização das
estações. Neste caso optou-se por escolher uma estação que estivesse mais próxima das áreas
irrigadas ou da atual fonte de abastecimento (Lagoa do Opaia), buscando, dessa forma, não
onerar muito o custo com transporte. A Tabela 4.16 apresenta dados de localização e vazão
das estações que podem ter o efluente usado na rega de áreas verdes de Fortaleza.

191
Tabela 4.15 – Programação quinzenal de irrigação da COPSERV – agosto de 2009.

Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Lograouro Total
Carro Sab Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
Av. B. Studart / Des. Moreira 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
6 Av. D. Manoel / Pracinha Visc. R. Bco ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
Av. Dom Luis / Av. Alberto Sá ** 2 2 2 ** 2 2 2 12
Talude Via Expressa C/ Dom Luis ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
3 Av. Antonio Tomás E Júlio Ventura ** 2 2 2 ** 2 2 2 12
Av. 13 Maio / Av. Jovita Feitosa 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
Av. Eduardo Girão ( Br 116 A Pe Cicero ) ** 2 2 2 ** 2 2 2 12
25 Av. Eduardo Girão ( Pe. Cicero A Br 116 ) 2 ** 2 2 2 ** 2 2 2 14
Rotatória BR 116 e Praça Emlurb ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
Estátua De Iracema ( Av. Beira Mar ) 1 ** 1 1 1 ** 1 1 1 7
4 Av. Raul Barbosa ( Ponte Do Cocó - Av. Isaac Amaral ) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
6 Av. Raul Barbosa: ( Av. Isaac Amaral - Ponte do Cocó ) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
1 Av. Rog. Leite ( Murilo Borges - Av. Santana Jr.) 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
Av. Rog. Leite: ( Murilo Borges À Av. Des. Gonzaga ) ** 3 3 3 ** 3 3 3 18
6 Av. Israel Bezerra 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Santana Jr.: ( Iguatemi A Ponte Do Cocó ) 2 ** 2 2 2 2 2 2 ** 2 2 2 2 2 2 26
23 Praça João Dummar E Pça Das Cordas (B. Mar) 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Santana Jr.: (Cocó Ao Viaduto Da Stos Dumont ) 2 ** 2 2 2 2 2 2 ** 2 2 2 2 2 2 26
7 Via Expressa: ( S. Dumont À Abolição ) 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
VIA EXPRESSA: ( Raul Barbosa À S. Dumont ) ** 3 3 3 ** 3 3 3 18
14 Av. Luciano Carneiro 2 ** 1 2 1 2 1 2 ** 1 2 1 2 1 2 20
Av. Borges De Melo 1 ** 2 1 2 1 2 1 ** 2 1 2 1 2 1 19
Av. Abolição ( Br. Studart Ao Náutico ) 1 ** 1 1 1 ** 1 1 1 7
9 Av. Virgílio Távora 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Beira-Mar (Volta Da Jurema) 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Abolição ( Náutico À Via Expressa ) ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
10 Av. Dedé Brasil ( Parangaba Ao Castelão ) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
24 Av. Raul Barbosa (Br 116 A Murilo Borges) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
12 Av. Expedicionários ( Av. 13 De Maio - Aeroporto Velho
3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
)
** Pça. PORTUGAL 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
Total Carradas/dia 45 0 45 45 45 45 45 45 0 45 45 45 45 45 45 585
Fonte: EMLURB (2009)

192
Tabela 4.16 – Dados das ETEs com possibilidade de utilização do efluente para a rega de
áreas verdes de Fortaleza.
Distância
Vazão
média em
Já atende Qmed disponível
Sistema Descrição da ETE relação à
ao PL* (L/s) para reúso
Lagoa do
(m3/dia)
Opaia (Km)
1 LA, 1 LF e 1 LM,
Conj. Fluminense 11,8 Sim 8,5 734,4
em série
1 LA, 1 LF e 2 LM,
Conj. Palmeiras II 16,4 Sim 36,5 3.153,6
em série
1 LF aerada, 1 LF, e
Conj. Tupamirim 7,3 Sim 8,4 725,8
2 LM em série
Conj. Hab. 1 LA, 1 LF e 2 LM
17,3 Não 15,0 1.296,0
Jereissati em série
Conj. Almirante 1 LA, 1 LF e 2 LM
14,0 Sim 4,3 370,5
Tamandaré em série
Conj. São 1 LA, 1 LF e 2 LM
11,9 Sim 33,4 2.885,6
Cristovão em série
Conj. José Walter 1 LA e 2 LM em
23,5 Não 84,0 7.257,6
III série
* PL – Padrão de Lançamento – Portaria Nº 154/2002/SEMACE; LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de
Maturação; ni – não informado.

Conforme citado anteriormente, a demanda atual da Prefeitura Municipal de Fortaleza


é de 315 m3/dia, e, portanto, todas as ETEs analisadas superam essa demanda. Em relação à
distância, a ETE que se mostrou mais próxima da atual fonte é a ETE Tupamirim, localizada
no Bairro Parque Dois Irmãos, e dista aproximadamente 7,3 Km e 9 Km da atual fonte de
captação (Lagoa do Opaia) e do Centro de Fortaleza, respectivamente. A Figura 4.20 mostra
a localização e a distância entre a Lagoa do Opaia e a ETE Tupamirim.

4.3.2.3 ETE Tupamirim


A ETE Tupamirim entrou em operação em 1990, tendo sido projetada para tratar o
esgoto do Conjunto Habitacional Tupamirim. A ETE possui tratamento preliminar composto
por gradeamento, caixa de areia e calha Parshall; e tratamento secundário composto por 4
lagoas de estabilização em série, sendo uma facultativa aerada, uma facultativa e duas de
maturação. O efluente tratado é lançado num efluente de 2ª ordem do rio Cocó, que intercepta
o terreno da ETE. A Figura 4.21 mostra o lay out da referida ETE.

193
Figura 4.20 – Localização e distância da ETE Tupamirim e Lagoa do Opaia.

Vale salientar que o projeto inicial da ETE era formado por uma lagoa anaeróbia, uma
lagoa facultativa e duas de maturação. Todavia, no início da operação o sistema apresentou
alguns problemas associados principalmente à exalação de odores fétidos provenientes da
lagoa anaeróbia. Como solução para este problema, a referida lagoa foi dotada com quatro
aeradores, sendo transformada numa unidade aerada. Desde então o sistema vem funcionando
de forma satisfatória, não mais ocorrendo reclamações por parte dos moradores das áreas
circunvizinhas.
As atividades de manutenção das lagoas de estabilização da ETE Tupamirim são
desenvolvidas de forma bastante satisfatória, sendo uma ETE muito limpa e organizada; isso
se deve. principalmente, ao comprometimento do operador que cuida da ETE com muito zelo,
conforme pode ser visto na Figura 4.22.

194
Lagoa Maturação I Lagoa Maturação 2

Lagoa Facultativa Lançamento


do efluente

Lagoa Facultativa Aerada

Figura 4.21 - Lay out da ETE Tupamirim.

Figura 4.22 - Vista das lagoas de estabilização da ETE Tupamirim.

195
4.3.2.4 Pós-tratamento proposto para a ETE Tupamirim
Como já foi citado anteriormente, o efluente final atende ao Padrão de Lançamento, e
a ETE encontra-se devidamente licenciada junto à Semace (LO Nº565/08). Entretanto, apesar
da boa qualidade do efluente, para minimizar possíveis riscos aos usuários do efluente, é
necessário realizar um pós-tratamento do mesmo.
Além de melhorar a qualidade sanitária do efluente, outro objetivo do pós-tratamento é
remover o excesso de algas, conforme pode ser visto na Figura 4.23, melhorando, dessa
forma, a cor e a turbidez, e consequentemente, diminuindo a possibilidade de rejeição por
parte dos usuários.

Figura 4.23 - Excesso de algas no efluente da ETE Tupamirim.

Os efluentes de lagoas de estabilização facultativas e de maturação podem apresentar


altas concentrações de sólidos suspensos, atingindo valores superiores a 100 mg/L
(MIDDLEBROOK, 1995 apud SANTOS, 2006). Além disso, a presença de algas no efluente
final é indesejável por fatores estéticos e por razões de saúde, pois algumas algas apresentam
toxicidade em determinadas circunstâncias (MONTEGGIA e TESSELE, 2001). Sendo assim,
para melhorar a qualidade do efluente, é necessária uma etapa posterior de tratamento,
visando à remoção das algas antes da disposição e/ou reaproveitamento do efluente.

196
Diferentes alternativas de tratamento podem ser empregadas para remoção de algas,
podendo citar: filtros de areia, filtros de pedra e filtros plantados com macrófitas
(KIMWAGA et al., 2004; PHILIPPI; SEZERINO, 2004; JOHNSON; MARA, 2002;
SAISAM et al., 1995; MIDDLEBROOK, 1995, apud DOS SANOS, 2006).
Segundo Mancuso e Santos (2002), os filtros consistem na passagem do esgoto através
do leito de material granular para remoção de sólidos, o que exige eventuais lavagens com
água em contra-corrente para remoção do material retido. Trata-se de um processo-chave na
produção de efluente de alta qualidade, combinando mecanismos físicos e químicos de
remoção de sólidos, sendo por isso normalmente usado como processo final, antecedendo a
desinfecção.
Existem poucas informações sobre o dimensionamento de filtros grosseiros aplicados
ao polimento de lagoas de estabilização. Pesquisas realizadas, no âmbito do PROSAB IV,
com filtros de pedras, utilizaram como material para enchimento brita 1 a 4 (UFSC) e brita 3 e
pedra de mão (UFMG) e apresentaram baixos teores de SS no efluente, mostrando-se uma
ferramenta eficiente na remoção de DQO e SS (biomassa algal) de efluentes de lagoas de
estabilização. O sistema da UFGM também teve um ótimo desempenho, apresentando a
qualidade bacteriológica do efluente final que permite a utilização para irrigação irrestrita
seguindo as diretrizes da OMS. Outro ponto observado foi uma perda de carga praticamente
desprezível durante os dois anos de operação. Segundo os pesquisadores, a simplicidade do
sistema e a ausência de mecanização; baixo consumo de energia e produtos químicos; aliados
ao baixo custo de implantação e operação sugerem elevada aplicabilidade do filtro de pedra
na remoção de algas (CHENICHARO, et al., 2006).

Diante do exposto, optou-se por propor um pós-tratamento composto de filtro pedra


com filtração ascendente, desinfecção e um reservatório apoiado para acúmulo do efluente,
visando facilitar o abastecimento dos caminhões pipa. Para cálculo dos dados do projeto foi
adotada uma vazão de efluente de 8 L/s, o que gerou um filtro de aproximadamente 3 m e um
reservatório apoiado de 50 m3. A Figura 4.24 mostra o lay out do sistema proposto, e as
Tabelas 4.17, 4.18 e 4.19 mostram a discriminação dos materiais utilizados no projeto da
estação elevatória, filtro ascendente e reservatório apoiado, respectivamente. No Anexo V
encontram-se plantas com maiores detalhes do sistema proposto.
Para simplificar o cálculo do volume necessário à irrigação agrícola e paisagística,
considerou-se que o consumo de água de reúso se daria somente no período de seca

197
(normalmente de junho a fevereiro). Na época de chuvas o efluente não passaria pelo pós-
tratamento e seria lançado no corpo receptor. Caso se opte pela extensão da área a irrigar, a
água de reúso teria que ser armazenada durante meses em que ocorre a precipitação em níveis
superiores às necessidades das culturas.

Figura 4.24 - Lay out do pós-tratamento do efluente da ETE Tupamirim.

198
Tabela 4.17 – Relação do material hidromecânico da Estação Elevatória de Água de Reúso
para vazão de 8 L/s.
DN
Item Discriminação Quant.
(mm)
Conjunto de moto-bombas: P = 5 CV; Q = 16,8 L/S; Hman =
1 - 2
9,8 m; ROT = 1740 rpm
2 RD FFº com flanges 200x150 2
3 Toco FFº com flanges (L = 0,25 m) 150 3
4 C90º FFº com flanges 150 3
5 Tubo FFº flange/flange (L = 0,98 m) 150 2
6 Válvula de retenção portinhola única 150 2
7 Registro com flanges com cunha de borracha e volante 150 2
8 T FFº com flanges 150 1
9 Tubo FFº flange/ponta (L = 1,49 m) 150 1
10 Tubo FFº flange/ponta (L = 0,59 m) 150 1
11 C90º FFº com bolsas 150 1
12 Tubo PVC – OCRF (L= 0,27 m) 50 1

Tabela 4.18 – Relação do material hidromecânico de peças do filtro ascendente.

DN
Item Discriminação Material Quant.
(mm)
1 Curva de 90º com bolsas FoFo 150 1
2 Tubo ponta/flanges (L = 0,50 m) FoFo 150 1
3 Curva de 90º com flanges FoFo 150 3
4 Válvula borboleta wafer FoFo 150 2

5 Tubo flange/flange (L = 0,97 m) FoFo 150 1

6 Tubo ponta/flanges (L = 0,60 m) FoFo 150 1

199
Tabela 4.19 – Relação do material hidromecânico do reservatório apoiado.

DN
Item Discriminação Quant.
(mm)
1 Curva de 90º com bolsas 200 6
2 Tubo FFº flange/ponta (L = 1,10 m) 200 2
3 Registro com flanges com cunha de borracha e volante 200 6
4 Tubo FFº flange/flange (L = 0,50 m) 200 6

5 Tubo FFº ponta/flange (L = 4,35 m) 200 6

6 Curva de 90º com flange 200 4

Com base no sistema proposto foi estimado o custo com a implantação do sistema, que
é de aproximadamente R$ 158.404,00, cujo resumo encontra-se na Tabela 4.20 e o orçamento
detalhado encontra-se em anexo. Segundo Semura et al., (2005), a SABESP adota valores na
faixa de R$ 0,16 a 0,27/m3. Para fazer uma estimativa simplificada adotou-se um valor médio
de R$ 0,21/m3. Como o consumo mensal da prefeitura é de 7.560 m3/mês, o custo mensal com
a compra do efluente seria de aproximadamente R$ 1.587,60/mês e R$ 19.051,20/ano. Para o
valor adotado (R$ 0,21/m3) o tempo estimado de pay back do investimento seria de
aproximadamente 8,3 anos. Apesar desse estudo ter sido bastante superficial e simplificado,
ficou evidenciado que tanto para a Companhia de Saneamento quanto para a Prefeitura de
Fortaleza o valor é bastante insignificante frente aos ganhos ambientais e de imagem que as
duas instituições irão obter.

200
Tabela 4.20 – Resumo geral do orçamento do pós-tratamento da ETE Tupamirim.

Total
Item Discriminação
(R$)
1 Instalação da obra - serviço 9.208,38
2 Estação Elevatória Q = 8 L/s - serviço 20.665,33
3 Estação Elevatória Q = 8 L/s - material 65.593,63
4 Filtro ascendente - serviço 5.775,32

5 Filtro ascendente - material 43.849,68


6 Reservatório apoiado - serviço 20.253,10
8 Reservatório apoiado - material 16.392,00
8 Urbanização - serviço 11.241,00
TOTAL GERAL 158.403,91

4.3.3 Reúso Agrícola


Apesar de ser o quarto maior estado do Nordeste brasileiro, o Ceará apresenta-se como
um dos mais pobres do país. Com uma área geográfica de 147 mil km2, possui
aproximadamente 93% de seu território inserido no semi-árido. Sua agricultura é
diversificada, com grande número de produtos, entretanto, a variabilidade climática da região,
associada a fatores como o baixo nível técnico empregado nos cultivos, contribui para a
vulnerabilidade, baixa produtividade e limitação das atividades agrícolas (MATIAS e SILVA,
2001).
Todavia, não se pode esquecer que o setor agrícola tem um papel importante para o
Estado, não só pela produção de alimentos, que garante a sobrevivência e melhora a qualidade
de vida da população do setor (além de produzir alimentos para a população do setor urbano),
como também produz emprego e renda, fazendo com que reduza a migração rural-urbana, que
tem ocasionado sérios problemas sociais nas últimas décadas.

Tentando melhorar esse quadro, em 1999 o Governo do Estado lançou o II Plano


Indicativo de Desenvolvimento Rural do Ceará-1999-2002, que se baseou no princípio do
crescimento e modernização da agricultura numa estratégia de desenvolvimento equilibrado,
sendo que estes são essenciais para forçar o avanço das mudanças, em busca de um
desenvolvimento mais harmônico, justo socialmente e sustentável. Além disso, o referido

201
Plano também visou combater a pobreza, e melhorar a distribuição de renda e de geração de
empregos no quadro rural (CEARÁ, 1999).

Dentro desse contexto, o reúso planejado de águas para fins agrícolas surge como uma
alternativa bastante atrativa de agricultura sustentável, contribuindo de forma significativa
para minimizar a escassez de água no mundo, e consequentemente melhorar a qualidade de
vida e condições sociais no setor agrícola.
Todavia, é importante salientar que a irrigação com águas residuárias sem tratamento
adequado pode afetar a fauna e flora, transmitir doenças pelo contato com os trabalhadores e
contaminação das culturas irrigadas, pode causar toxidade do solo, contaminação dos
aquíferos, especialmente por nitratos (DUARTE et al., 2008, apud SANDRI et al., 2009).
Portanto, o reúso na agricultura deve ocorrer de forma planejada, sustentável nos aspectos
ambientais, econômicos, sociais e principalmente de segurança da saúde humana, seja pelo
contato direto ou indireto, tanto pela manipulação da água de reúso ou pela ingestão de
alimentos irrigados com esta água (SANTOS et al., 2005).

4.3.3.1 Potencial de áreas a irrigar


Como já foi citado anteriormente, a Cagece não realiza o monitoramento da
concentração de helmintos no efluente final, porque o objetivo do monitoramento é atender a
Portaria Nº 154/2002/Semace, e o monitoramento desse parâmetro não é solicitado pela
referida Portaria.
Para avaliar a qualidade sanitária do efluente e o tipo de irrigação mais indicada,
restrita ou irrestrita, adotou-se como indicador a concentração de coliformes termotolerantes
no efluente final, seguindo as recomendações da OMS e do Prosab. As Tabelas 4.21 e 4.22
apresentam os resultados obtidos nos sistemas operados pela Cagece no interior do Estado
(Grupo 4) e na RMF (Grupo 5).
A irrigação do tipo restrita predominou na maioria das estações avaliadas. Todavia,
vale salientar que barreiras múltiplas podem ser adotadas para proteger usuários e
consumidores, conforme visto na Figura 2.3.
Conforme pode ser visto nas referidas tabelas, os sistemas de lagoas de estabilização
em operação na RMF e interior do Estado podem disponibilizar uma vazão de cerca de
1.872,0 L/s, e tais volumes poderão beneficiar cerca de 3.279,66 hectares, considerando uma

202
demanda para irrigação igual a 18.000 m3/ha.ano, valor usualmente usado na região nordeste
do país.
Conforme visto na Tabela 2.32, o perímetro irrigado do Estado do Ceará é de cerca de
26.269,20 ha, e, portanto o efluente gerado nas estações de esgoto operadas pela Cagece
poderia irrigar cerca de 12,5% do total atual de áreas irrigadas no Estado, disponibilizando
1.872,0 L/s de água usada na irrigação para outros usos, inclusive abastecimento humano.
Com esse volume seria possível abastecer cerca de 1.078 habitantes, com um per capita de
150 L/s. Ou poder-se-ia aumentar em 12,5% o perímetro irrigado do Estado.
Todavia, recomenda-se a realização de estudos mais aprofundados a fim de se obter
informações mais consistentes e, dessa forma, elaborar um projeto de reúso mais
fundamentado e com maior probabilidade de se obter sucesso. O referido estudo deve
contemplar os seguintes aspectos: a relação entre a demanda e oferta na proximidade da
estação; o tipo do solo (características químicas, físicas, permeabilidade); o nível do lençol
freático; identificação da(s) cultura e método(s) de irrigação mais adequados e viáveis; nível
de aceitação dos agricultores e consumidores; necessidade ou não de pós-tramento do efluente
antes do reúso; custos envolvidos com o transporte do efluente da estação até a área a ser
irrigada; garantia de qualidade e vazão, de acordo com as necessidades do agricultor, dentre
outros.
Vale salientar que esse estudo deve ser feito individualmente, pois a solução para uma
estação pode ser diferente para outra que tenha características físicas (condições de solo,
clima etc.) e demandas por água distintas.
Outro ponto importante que deve ser observado no momento da elaboração de um
projeto de reúso na agricultura é o que fazer com o efluente na época das chuvas. Segundo
Pinto et al., (2006), essa situação não é tão eventual, uma vez que quando as precipitações
atmosféricas superam a demanda de água da cultura e a capacidade de infiltração do solo, os
efluentes não poderão ser dispostos na área de irrigação, devendo ser providenciado o
tratamento complementar do efluente ou seu armazenamento em tanques ou lagoas, até que
atinjam os padrões de lançamento ou possam ser lançados na área de irrigação. É
indispensável, portanto, que os sistemas que produzem água para o reúso agrícola sejam
concebidos levando-se em consideração as características pluviométricas da região em que é
adotado, principalmente no que se refere aos períodos chuvosos.

203
Tabela 4.21– Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 4.
Qmed Área a Irrigar
Município Sistema Tipo de Irrigação
(L/s) (ha)
Acarape Sede 19,5 34,16 Restrita
Acopiara Sede 22,3 39,07 Restrita
Acaraú Sede 38,8 67,98 Restrita
Altaneira* Sede 3,7 6,48 -
Aracati* Canoa Quebra 1,6 2,80 -
Aquiraz Sede 68,6 120,19 Irrestrita
Aurora Sede 30,7 53,79 Irrestrita
Barbalha* Sede 9,3 16,29 -
Barro* Sede 95,0 166,44 -
Barreira* Sede 5,9 10,34 -
Barroquinha* Sede 3,0 5,26 -
Barroquinha* Bitupitá 5,6 9,81 -
Beberibe Sede 19,0 33,27 Irrestrita
Campos Sales Sede 61,3 107,40 Irrestrita
Catarina Sede 4,2 7,36 Restrita
Crateús Sede 12,6 22,08 Irrestrita
Croata* Sede 6,1 10,69 -
Guaiuba Sede 19,5 34,10 Restrita
Graça* Sede 2,3 4,03 -
Graça* Lapa 0,8 1,40 -
Independência* Sede 36,3 63,60 -
Itapipoca Sede 128,0 224,26 Irrestrita
Itapipoca* Lagoinha 33,6 58,87 -
Itapipoca* Marinheiro 3,1 5,43 -
Itapipoca* Baleia 1,3 2,28 -
Jijoca Sede 5,8 10,16 Irrestrita
Juazeiro do Norte Sede 260,8 456,92 Restrita
Mauriti Sede 18,3 32,06 Restrita
Missão Velha Sede 20,0 35,04 Restrita
Nova Jaguaribara Sede 10,4 18,22 Irrestrita
Pacatuba Sede 31,4 55,01 Irrestrita
Paraipaba Lagoinha 15,9 27,86 Irrestrita
Paraipaba Sede 15,9 27,86 Irrestrita
Paracuru Sede 34,4 60,27 Irrestrita
Poranga* Sede 6,6 11,56 -
Quixadá Campo Novo 10,9 19,10 Restrita
Russas Sede 19,0 33,29 Restrita
Salitre* Sede 2,8 4,91 -
São Benedito Sede 10,7 18,75 Restrita
São Gonçalo Pecém 9,8 17,7 Restrita
São Gonçalo Sede 23,5 41,17 Restrita
Tabuleiro do Norte Sede 36,3 63,60 Restrita
Trairi Sede 12,3 21,55 Restrita
Uruoca* Sede 4,2 7,36 -
TOTAL 1181,1 2.069,29 -
*Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto, ainda não têm efluente vertendo na última lagoa.
Fonte: Pesquisa direta.

204
Tabela 4.22 – Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
Qmed Área a Tipo de
Município Sistema
(L/s) Irrigar (ha) Irrigação
Conj. Araturi I 44,2 77,53 Restrita
Conj. Nova Metrópole 62,7 109,83 Restrita
Conj. Hab. Planalto 12,1 21,25 Restrita
Conj. Tabapuá ni 0,0 -
Caucaia
Conj. São Francisco 9,1 15,94 Restrita
Sede 153,9 269,62 Restrita
Conj. Marechal Rondon 44,7 78,33 Restrita
Conj. Guadalajara 2,8 4,92 Restrita
Conj. Fluminense 8,5 14,93 Restrita
Conj. Palmeiras II 36,5 63,86 Restrita
Conj. Tupã - Mirim 8,4 14,79 Restrita
Conj. Hab. Jereissati 15,0 26,28 Restrita
Conj. Almirante Tamandaré 4,3 7,53 -
Conj. Ceará - 4ª etapa 92,1 16,36 Restrita
Fortaleza
Conj. Jereissati III 15,6 27,33 Restrita
Conj. João Paulo II 12,3 21,64 Restrita
Conj. São Cristovão 33,4 58,53 Restrita
Conj. Tancredo Neves 23,4 40,93 Restrita
Conj. Esperança 27,7 48,55 Restrita
Conj. José Walter III 84,0 147,17 Restrita
TOTAL 690,9 1.202,84 -
Fonte: Pesquisa direta.

4.3.3.2 Escolha das estações com maior potencial


Segundo Hespanhol (2002), os procedimentos adotados na preparação de planos para
irrigação com esgotos são similares àqueles utilizados para a maioria da formas de
planejamento da utilização de recursos hídricos, e devem estar compatibilizados com as
oportunidades, características de demandas locais e principais dimensões físicas, econômicas
e sociais da área do projeto. Este mesmo autor ressalta que a decisão de colocar efluentes

205
tratados à disposição de fazendeiros, para irrigação irrestrita, elimina as vantagens de poder
definir os locais adequados, escolher as técnicas de irrigação apropriadas, estabelecer as
culturas permitidas e de controlar os riscos sobre a saúde e os impactos ambientais.
Todavia, infelizmente, como as estações já se encontram em operação há algum
tempo, e no momento que as mesmas foram projetadas/construídas a questão do reúso do
efluente não foi pensado, as diretrizes acima citadas não podem ser implementadas na íntegra.
Mas alguns critérios e procedimentos podem ser adotados visando maximizar os benefícios da
prática do reúso na agricultura e minimizar os riscos ambientais e de saúde pública.
Como já foi citado anteriormente, o Brasil ainda não possui uma política de reúso
definida e implementada e, portanto, ainda não foram definidas diretrizes e padrões para as
diversas modalidades de reúso, cabendo ao empreendedor a responsabilidade de adotar as
diretrizes adequadas. Normalmente, são seguidas as definidas pela OMS.
Segundo Mota e Rocha (2007), a água para irrigação deve obedecer a determinados
critérios que visem à preservação da qualidade das culturas e dos níveis de produção (vazão),
à preservação do solo agrícola e à proteção da saúde do consumidor (qualidade sanitária do
efluente). Outro aspecto que também deve ser avaliado é a relação entre demanda e oferta. No
caso específico do reúso agrícola, essa demanda é praticamente nula nos municípios da
Região Metropolitana de Fortaleza, haja vista que a taxa de urbanização dos municípios de
Fortaleza, Maracanaú e Caucaia é de 100, 99,69 e 90,26%, respectivamente.
Portanto, a demanda maior para reúso agrícola é no interior do Estado, haja vista que a
taxa de ocupação rural é mais elevada no interior, conforme pode ser verificado na Tabela
4.23.
Das 44 estações de tratamento do tipo lagoa de estabilização em operação, somente 27
já entraram em regime e possuem efluente vertendo o ano todo. Estas estações podem
disponibilizar uma vazão de 959,9 L/s, o que poderia irrigar uma área de 1.682,22 hectares.
Um grande diferencial dessas estações em relação ao reúso agrícola é o fato da grande maioria
estar localizada distante de áreas urbanas e ter no seu entorno propriedades rurais, que
consomem água na agricultura e/ou criação de animais, conforme pode ser visto nas Figuras
4.25, 4.26, 4.27, 4.28, 4.29, 4.30, 4.31, 4.32, 4.33, 4.34, 4.35, 4.36 e 4.37, que mostram fotos
de algumas estações do interior do Estado.

206
É importante salientar que 17 estações ainda não entraram em regime, e, portanto, não
possuem efluente vertendo. Todavia, futuramente, essas estações poderão disponibilizar cerca
de 221,2 L/s, o que poderá irrigar uma área de 387,55 ha .

Tabela 4.23 – Taxa de ocupação urbana e rural dos municípios do interior do Estado que
possuem sistemas do tipo lagoa de estabilização que já entraram em regime.
Taxa de Ocupação
Município Sistema
Urbana (%) Rural (%)
Acarape Sede 54,34 45,66
Acopiara Sede 47,16 52,84
Acaraú Sede 50,20 49,80
Aquiraz Sede 90,43 9,57
Aurora Sede 39,99 60,01
Beberibe Sede 46,52 50,51
Campos Sales Sede 67,02 32,98
Catarina Sede 41,58 58,42
Crateús Sede 67,0 32,93
Guaiúba Sede 78,51 21,49
Itapipoca Sede 51,37 48,63
Jijoca Sede 28,41 71,59
Juazeiro do Norte Sede 95,33 4,67
Mauriti Sede 42,64 57,36
Missão Velha Sede 39,23 60,77
Nova Jaguaribara Sede 40,54 59,46
Pacatuba Sede 90,97 9,03
Paracuru Sede 60,54 39,46
Sede
Paraipaba 49,80 50,20
Lagoinha
Quixadá Campo Novo 67,32 32,68
Russas Sede 61,62 38,38
São Benedito Sede 52,56 47,44
Sede
São Gonçalo 62,00 38,00
Pecém
Tabuleiro do Norte Sede 58,58 41,50
Trairi Sede 32,37 67,63
Fonte: IBGE – Censos Demográficos (1991/2000).

207
Figura 4.25 - Vista da ETE de Acopiara. Figura 4.26 - Vista da ETE de Beberibe.

Figura 4.27 – Vista da ETE de Catarina. Figura 4.28 – Vista da ETE de Crateús.

Figura 4.29 – Vista da ETE de Guaiúba. Figura 4.30 – Vista da ETE de Pacatuba.

208
Figura 4.31 - Vista da ETE de Paracuru. Figura 4.32 – Vista da ETE de Paraipaba.

Figura 4.33 - Vista da ETE do Pecém. Figura 4.34– Vista da ETE de Russas.

Figura 4.35– Vista da ETE de S.Gonaçalo. Figura 4.36– Vista da ETE de Trairi.

209
Dentre as 27 estações, as ETEs de Campos Sales, Aquiraz, Itapipoca e Juazeiro do
Norte se destacam pelo grande volume de efluente gerado, sendo cerca de 61 L/s, 69L/s, 128
L/s e 261 L/s, respectivamente. As demais estações possuem vazão menor que 40 L/s. As
Figuras 4.37, 4.38, 4.39 e 4.40 mostram fotos das referidas estações.

Figura 4.37 - Vista da ETE de Campos Sales. Figura 4.38 - Vista da ETE de Aquiraz.

Figura 4.39 - Vista da ETE de Itapipoca. Figura 4.40 - Vista da ETE de Juazeiro do N

4.3.3.4 Seleção de culturas


Segundo Terada, (1985) apud Mattos (2003), as premissas básicas para a seleção de
uma cultura que irá ser cultivada com água proveniente de esgotos domésticos tratados devem
ser, principalmente: grande resistência à poluição e à umidade, requisitos extremamente
importantes, já que o lançamento dos esgotos é acumulativo no solo; que seja perene e tenha

210
raízes profundas, as quais permitam um maior alcance da ação do sistema radicular do vegetal
na utilização dos macro e micro-elementos; capacidade de proporcionar uma maior aeração
do solo; ser resistente a longos períodos de imersão; fácil obtenção e manuseio
Portanto, a escolha da cultura é uma etapa muito importante no projeto de reúso
agrícola. Outro aspecto muito importante é a qualidade sanitária do efluente, pois a qualidade
do efluente deve ser adequada aos usos pretendidos. Por exemplo, o nível de exigência em
relação ao tratamento do efluente utilizado na irrigação de vegetais crus é muito maior do que
para o efluente utilizado na produção de forrageiras, flores e culturas industriais.
Buscando propiciar uma maior segurança para os agricultores, sugere-se que
forrageiras para alimentação de animais e a mamona sejam as culturas utilizadas nos projetos
iniciais a serem implantados no Estado do Ceará. Posteriormente, quando os agricultores já
estiverem devidamente sensibilizados sobre os riscos inerentes ao reúso agrícola e as medidas
preventivas já estiverem fazendo parte de suas rotinas; quando o controle da qualidade do
efluente já estiver devidamente implementado de modo a garantir efetivamente a segurança
do usuário; quando o Brasil/Estado do Ceará tiver definido diretrizes e/ou padrões para o
reúso agrícola, pode-se começar a pensar em projetos de reúso agrícola com culturas cuja
exigência em relação ao nível de qualidade sanitário seja maior.

(a) Forrageiras
As plantas forrageiras, pelo fato de apresentarem longa estação de crescimento,
elevado acúmulo de nutrientes e pela sua capacidade de recobrimento do solo, têm
apresentado alto potencial para receber a aplicação de efluentes (BOLLE; BELL, 1978 apud
MOTA, et al., 2006). Resultados favoráveis com forrageiras têm sido comuns na literatura,
incluindo relatos de aumentos no rendimento de massa seca (MS) e/ou de proteína bruta em
pastagens de alfafa, azevém-perene e capim-Bermuda (MOTA et al., 2006).
As gramíneas do gênero Cynodon, originárias da África e consideradas bem adaptadas
a regiões tropicais e subtropicais, são recomendadas como forrageiras para alimentação de
animais em todo o mundo. O Cynodon spp. Tifon 85 apresenta características, como porte
mais elevado, colmos mais compridos, folhas mais extensas e de coloração verde mais escura
e estolões que se expandem rapidamente, possuindo rizomas grandes e em menor número do
que das outras cultivares desse gênero (VILELA; ALVIM, 1999 apud SOUSA, et al., 2009).

211
Pesquisas realizadas no âmbito do Edital 3, Tema 2 do PROSAB com alimentação
animal com produtos irrigados com esgotos sanitários demonstram que o fornecimento do
material irrigado para alimentação de bovinos e caprinos não resultou em alteração do quadro
clínico dos animais, não tendo sido verificada evidência de infecção e de contaminação de
carne e do leite. Os resultados indicaram elevada produtividade das forrageiras irrigadas com
esgoto tratado, e não foram encontradas evidências de riscos reais à saúde animal e riscos
potenciais à saúde humana por consumo de produtos animais (BASTOS, 2003).

(b) Mamona
A mamona (Ricinnus communis L.) é uma planta originária da Etiópia e regiões
circunvizinhas à África Tropical. Trata-se de uma planta heliófila, resistente à seca, e
encontrada em diversas regiões do Brasil. Seu principal produto, o óleo extraído das
sementes, possui centenas de aplicações como, por exemplo: fabricação de cosméticos,
lubrificantes, aditivos de combustíveis aeroespaciais, indústrias de plástico, dentre outros
(ARBULÚ, et al., 2003 apud SOUZA, 2006).

A mamona é uma cultura difundida em praticamente todo o território brasileiro, tendo


já ocupado a posição de destaque no agronegócio brasileiro, com potencial para soerguer e
contribuir para o desenvolvimento sustentável do País. Encontra-se bastante expandida nos
estados do Nordeste, onde existem cerca de 3 milhões de hectares aptos ao cultivo da
mamona. Com exceção de Sergipe e Maranhão, todos os estados do Nordeste têm tradição na
exploração da mamona, sendo a Bahia o maior produtor, seguido pelo Ceará. A mamona se
destaca, ainda, como uma cultura de grande apelo social, podendo ser cultivada com outras
culturas como feijão, amendoim, milho e outros (ALVES; SOBRINHO; CARVALHO, 2004
apud BRAGA, 2007).

Segundo Oliveira (2004), a cultura da mamona direcionada à produção de biodiesel


pode se tornar um importante instrumento de geração de renda no Nordeste, pois, dentre as
outras oleaginosas, a mamona, é a que apresenta as maiores potencialidades regionais, devido,
primeiramente, à relativa familiaridade do agricultor com a cultura, que pode utilizar
tecnologias mais simples para a sua produção, além de sua maior resistência à seca e o
elevado teor de sólidos. Esses fatores mencionados podem levar os estados da Região a ter
vantagens no cultivo dessa cultura.

212
Em trabalho realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), a
cultura da mamona foi submetida à irrigação (microaspersão) com esgoto sanitário tratado em
lagoas de estabilização (série composta por uma lagoa anaeróbia, uma facultativa e duas de
maturação) e água de poço. Foram empregados quatro tratamentos: (i) T1: água de poço mais
adubação recomendada; (ii) T2: efluente mais adubação recomendada; (iii) T3: efluente sem
adubação e (iv) T4: efluente mais metade da adubação recomendada. Para todas as variáveis
analisadas, os resultados da irrigação com esgotos igualaram-se ou foram superiores aos
obtidos com a irrigação com água e adubação química. Os pesquisadores concluíram que a
mamona respondeu positivamente ao efluente aplicado, evidenciando que a cultura conseguiu
converter eficientemente os nutrientes do esgoto em biomassa vegetal, com excelente
produtividade (MOTA et al., 2006).
Além do fato de já terem sido realizadas pesquisas com uso de efluentes na irrigação
da mamona, conforme citado no parágrafo anterior, a mamona apresenta outros diferenciais,
comentados a seguir.
A torta da mamona, que é um subproduto da extração do óleo, pode ser usada como
fertilizantes e tem a capacidade de restaurar terras esgotadas, pois se trata de um adubo
orgânico com alto teor de proteínas (BRAGA, 2007).
Em 2005, o Governo Brasileiro editou a Lei nº 11.097, que estabelece percentuais
mínimos de mistura de biodiesel ao diesel e o monitoramento da inserção do novo
combustível no mercado. O Governo Brasileiro também lançou o Programa Nacional de
Produção e Uso de Biodiesel, Programa Biodiesel, que objetiva a implementação de forma
sustentável, técnica e economicamente, a produção e uso do biodiesel, com enfoque na
inclusão social e no desenvolvimento regional, com a geração de emprego e renda.
Segundo Santos e Correia (2007) o Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel é importante por apresentar a viabilidade do desenvolvimento sustentável, do
agricultor familiar, de várias regiões brasileiras, principalmente o habitante da região
Nordeste do Brasil, e enfaticamente por meio da matéria-prima mamona, para a produção do
biodiesel.
As considerações feitas com relação às forrageiras e à mamona justificam a indicação
da utilização dessas culturas em sistemas de irrigação com esgoto a serem implantados no
Ceará.

213
4.3.3.5 Proposta para a implantação do reúso agrícola no Estado do Ceará
Conforme já citado anteriormente, do ponto de vista ambiental o reúso agrícola é uma
prática que deve ser incentivada, pois promove o desenvolvimento sustentável da agricultura,
transformando a problemática do acúmulo de nutrientes nos rios em uma fonte segura dos
mesmos.
Quando se cogita qualquer tipo de projeto, deve-se sempre avaliar a viabilidade
econômica e financeira do mesmo. Segundo a WHO (1989), a avaliação da viabilidade
econômica considera um projeto viável quando, no planejamento financeiro, for identificada a
forma pela qual os projetos serão pagos. No caso da avaliação econômica de sistemas de
irrigação utilizando águas residuárias tratadas, deve-se comparar a alternativa do reúso com o
que seria feito na ausência deste. O custo das águas residuárias inclui os gastos com o
tratamento adicional requerido, transporte e aplicação (GENERINO, 2002).
Todavia, ao se avaliar economicamente a reutilização de esgotos domésticos na
agricultura, deve-se levar também em consideração o destino final dos investimentos
financeiros com o aumento na produção de alimentos, além do retorno social pelas melhorias
geradas na área da saúde e mitigação da poluição hídrica. Além disso, é importante também
quantificar o ganho financeiro gerado com a economia de adubo.
Quanto à questão econômica, pode-se comentar que a implantação de sistemas de
reúso agrícola no estado do Ceará pode ser apoiada por programas de apoio à agricultura
sustentável já existentes, uma vez que esta é uma prática que visa à sustentabilidade.
A seguir, apresenta-se uma proposta para viabilizar a implantação de projetos de reúso
agrícola no Estado do Ceará, por meio de uma parceria entre a Companhia de Água e Esgoto
do Ceará (Cagece) e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA).
A proposta baseia-se na formação de um programa de cooperação técnica, entre a
referida Secretaria e a Cagece, com o objetivo de executar de um a três projetos pilotos em
municípios do interior do Estado que possuem uma grande demanda por água, têm um perfil
agrícola e que disponham de ETE do tipo lagoa de estabilização em operação e com vazão e
efluente com qualidade sanitária adequada (ou passível de ser adequada) à prática do reúso
agrícola.
Inicialmente, as duas instituições uniriam esforços e recursos para a implantação dos
projetos pilotos. A Cagece ficaria responsável por: doar o efluente ao agricultor; adequar o
efluente implantando um pós-tratamento (caso fosse necessário); construir um sistema de

214
reservação; e realizar o monitoramento da qualidade do efluente, não somente no que ser
refere aos padrões exigidos pela Portaria 154/02/Semace (como já é feito atualmente), mas
também o monitoramento de parâmetros importantes para avaliar a qualidade do efluente e os
respectivos impactos no solo, planta, agricultor e consumidor. Já a SDA se responsabilizaria
por: identificar os agricultores com perfil adequado para participar do projeto; escolher a
cultura e o método de irrigação mais adequado; dar assistência técnica ao agricultor,
orientando-o em todas as etapas, desde o preparo do terreno, plantio, colheita, forma correta
de manejo para evitar possíveis contaminações; monitoramento da qualidade do solo e
possíveis impactos; avaliação da produtividade e qualidade sanitária da cultura, dentre outros.
Como foi citada anteriormente, a proposta inicial é trabalhar com forrageiras para
alimentação de animais e mamona para a produção do biodiesel. Além disso, os agricultores
deveriam, preferencialmente, ser de baixa renda, de forma que essa prática pudesse ser uma
nova fonte de renda para a família. E, portanto, o projeto não teria apenas um cunho
ambiental, mas também social.
Após a finalização dos projetos pilotos, seriam realizados os ajustes necessários e a
prática seria estendida, gradativamente, para as demais estações de tratamento de esgoto da
Cagece, sendo que nessa próxima fase deveria ser avaliada a possibilidade de vender o
efluente para os agricultores, mesmo que fossem cobrados “preços simbólicos”, a fim de criar
a cultura de valorizar o novo insumo recebido e coibir o desperdício. Além disso, também
dever-se-ia tentar viabilizar linhas de financiamento para projetos agrícolas que utilizem
esgoto tratado.
Para o desenvolvimento do projeto de reúso em irrigação, propõe-se a criação de uma
linha de crédito para a agricultura familiar, destinada a agricultores que utilizem o efluente
tratado, por órgãos como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) ou instituições similares.
Pode-se ressaltar, ainda, que o vasto conhecimento relativo a essa possibilidade de
reúso, proporcionado pela existência de uma extensa bibliografia, de trabalhos de pesquisa já
realizados e de vários sistemas de reúso agrícola em uso, vem a incentivar esta prática. A
irrigação com esgoto tratado constitui, portanto, um grande potencial de reúso para o Estado
do Ceará, principalmente no cultivo de forrageiras e mamona, onde os riscos sanitários são
bem menores.

215
4.3.4 Reúso na Piscicultura
Nos últimos anos, o Governo do Estado do Ceará, por intermédio da Secretaria de
Agricultura e Desenvolvimento Agrário (SDA), vem buscando desenvolver a pesca e a
aquicultura continental e marítima no Estado. O programa Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e Piscicultura Associativa, desenvolvido pela referida Secretária, estimula o
aumento da produção e da produtividade do pescado com a multiplicação e distribuição de
alevinos, juntamente com a introdução de tecnologia alternativa de cultivo de pescado
(implantação de viveiros/tanques-rede) e a busca da modernização da frota pesqueira dentro
de um plano de ordenamento pesqueiro sustentável. O objetivo maior do projeto é o
fortalecimento da pesca e da aquicultura com vistas à geração de emprego, renda e à redução
das deficiências protéicas da população; qualificar melhor o pescador artesanal, no sentido de
evitar perdas e oferecer um produto final de melhor qualidade; promover o crescimento
sustentável da pesca e aquicultura continental e marítima, dentre outros (SEAGRI, 2002).
Dentro do contexto da busca da sustentabilidade da atividade, uma alternativa viável e
promissora amplamente praticada no mundo vem a ser a realização das atividades piscícolas
em águas residuárias tratadas. Com o desenvolvimento dessa prática, pode-se obter uma
maior preservação dos recursos hídricos e a geração de alimento protéico de alta qualidade.
Dessa forma, ocorre uma diminuição do impacto ambiental causado pela atividade,
contribuindo também para a sustentabilidade do tratamento de esgotos.
Além disso, como já citado anteriormente, não há dúvidas de que esgotos sanitários
representam uma fonte potencial de água e nutrientes, que pode ser reaproveitada para a
piscicultura, além de outras atividades (BASTOS, et al., 2005). Diversos trabalhos, com
experiências em escala real ou no âmbito da pesquisa, registraram a viabilidade do uso de
esgotos sanitários em piscicultura e indicam que, com adequado manejo, logra-se alcançar
boa produtividade e minimizar os riscos à saúde, além da aceitabilidade do mercado e
consumo (EDWARDS, 1992; MOSCOSO et al., 1992, apud BASTOS, et al., 2006).

4.3.4.1 Qualidade do efluente


Em relação à qualidade da água para a piscicultura, o nitrogênio surge como fator
limitante, dado ao seu potencial tóxico para os peixes, principalmente na forma de amônia.
Porém, os aspectos sanitários podem constituir um obstáculo na utilização de esgotos
sanitários, que, portanto, necessitam ser adequadamente tratados. Neste sentido, destacam-se

216
as lagoas de estabilização, particularmente as de polimento, em vista da elevada capacidade
de remoção de patógenos e nutrientes; além disso, é considerável a biomassa que se
desenvolve nas lagoas de estabilização, principalmente na forma de algas, sendo o cultivo de
peixes planctófagos uma das alternativas de exploração das proteínas existentes nas algas
(BASTOS, et al., 2005).
Conforme visto anteriormente na Tabela 2.27, o Prosab apresenta as seguintes
diretrizes para o uso de esgotos sanitários em piscicultura: (i) No afluente ao tanque – Cter ≤
104/100 mL e concentração de ovos de helmintos ≤ 1; (ii) No tanque de piscicultura - Cter ≤
103/100 mL e concentração de ovos de helmintos ≤ 1. As primeiras diretrizes serão utilizadas
como referência neste estudo, haja vista que os efluentes das ETES serão afluentes dos
tanques de piscicultura.

4.3.4.2 Potencial de área para o cultivo de peixes

Segundo Bevilacqua et al. (2006), se considerarmos uma contribuição per capita de


esgotos de 150-200 L.hab.d-1 e uma demanda genérica de água para piscicultura de 10 L s-1
ha-1, constata-se que os esgotos produzidos por pessoa seriam suficientes para suprir uma área
de cultivo de peixes de 1,7-2,3 m2, ou seja, uma população de 10.000 habitantes produziria
“água” para o cultivo de peixes em 2 ha.

Utilizando os valores acima como referência, adotou-se um per capita médio de 150
-1
L.ha.d (que é o valor normalmente utilizado nos projetos de saneamento no Nordeste) e uma
área média de 2,0 m2 por pessoa. Dessa forma, a vazão de 1 L/s corresponde a uma população
de 400 habitantes, e com essa vazão é possível suprir, em média, uma área de cultivo de
peixes de 800 m2 (0,08 ha). As Tabelas 4.24 e 4.2 apresentam o potencial de áreas de cultivo
para os sistemas dos Grupos 4 e 5, respectivamente.
Conforme pode ser visto nas referidas tabelas, os sistemas de lagoas de estabilização
em operação na RMF e interior do Estado podem disponibilizar uma vazão de cerca de
1.872,0 L/s, e com essa vazão é possível suprir, em média, uma área de cultivo de peixes de
1.497.600 m2 (149,7 ha).
Apesar da grande maioria dos sistemas não atenderem às diretrizes do Prosab em
relação à concentração de Cter ≤ 104/100 mL no afluente do tanque, não se pode afirmar
categoricamente que esse efluente não pode ser utilizado na criação de peixes. Assim como no
reúso agrícola, dever-se-ia realizar estudos mais aprofundados para avaliar quais medidas
217
devem ser adotadas para viabilizar a prática do reúso na piscicultura. Além disso, segundo
Mota e Rocha (2007), deve-se sempre considerar uma combinação de diferentes medidas de
proteção sanitária, por exemplo, tratamento do esgoto, restrição do produto, adoção de
medidas após a captura dos peixes (secagem, aplicação de sal, conserva) e/ou cozimento antes
do consumo.
Vale salientar que as ETEs Tupamirim (Fortaleza), Aquiraz, Cratéus, Itapipoca,
Paracuru, Lagoinha (Paracuru) e Paraipaba já apresentam o efluente dentro dos padrões
recomendados, e, portanto, já poderiam ter o efluente utilizado na piscicultura. Sendo assim,
se houvesse algum usuário interessado (a exemplo de piscicultores, cooperativas de
piscicultores, prefeituras municipais, Seagri, dentre outros) cerca de 275,4 L/s de efluente
tratado estaria disponível para ser utilizado de imediato; com essa vazão seria possível
atender, em média, uma área de cultivo de peixes de 221.000 m2 (22,1 ha).

218
Tabela 4.24 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 4.
Qmed Área de cultivo de Atende as diretrizes
Município Sistema
(L/s) peixes (ha) sanitárias do Prosab
Acarape** Sede 19,5 1,6 -
Acopiara Sede 22,3 1,8 Não
Acaraú** Sede 38,8 3,1 -
Altaneira* Sede 3,7 0,3 -
Aracati* Canoa Quebra 1,6 0,1 -
Aquiraz Sede 68,6 5,5 Sim
Aurora** Sede 30,7 2,5 -
Barbalha* Sede 9,3 0,7 -
Barro* Sede 95,0 7,6 -
Barreira* Sede 5,9 0,5 -
Barroquinha* Sede 3,0 0,2 -
Barroquinha* Bitupitá 5,6 0,4 -
Beberibe* Sede 19,0 1,5 -
Campos Sales** Sede 61,3 4,9 -
Catarina** Sede 4,2 0,3 -
Crateús Sede 12,6 1,0 Sim
Croata* Sede 6,1 0,5 -
Guaiuba* Sede 19,5 1,6 -
Graça* Sede 2,3 0,2 -
Graça* Lapa 0,8 3,1 -
Independência* Sede 36,3 2,9 -
Itapipoca Sede 128,0 10,2 Sim
Itapipoca* Lagoinha 33,6 2,7 -
Itapipoca* Marinheiro 3,1 0,2 -
Itapipoca* Baleia 1,3 0,1 -
Jijoca** Sede 5,8 0,5 -
Juazeiro do Norte Sede 260,8 20,9 Não
Mauriti Sede 18,3 1,5 Não
Missão Velha** Sede 20,0 1,6 -
Nova Jaguaribara** Sede 10,4 0,8 -
Pacatuba* Sede 31,4 2,5 -
Paraipaba Lagoinha 15,9 1,3 Sim
Paraipaba Sede 15,9 1,3 Sim
Paracuru Sede 34,4 2,8 Sim
Poranga* Sede 6,6 0,5 -
Quixadá Campo Novo 10,9 0,9 Não
Russas Sede 19,0 1,5 Não
Salitre* Sede 2,8 0,2 -
São Benedito Sede 10,7 0,9 Não
São Gonçalo Pecém 9,8 0,8 Não
São Gonçalo Sede 23,5 1,9 Não
Tabuleiro do Norte Sede 36,3 2,9 Não
Trairi** Sede 12,3 1,0
Uruoca* Sede 4,2 0,3 -
TOTAL 1181,1 97,5 -
**Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto, ainda não tem efluente vertendo na última lagoa.
** Sistemas que não tiveram o parâmetro Cter monitorado.
Fonte: Pesquisa direta.

219
Tabela 4.25 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
Qmed
Município Sistema Área de cultivo Atende as diretrizes
(L/s) de peixes (ha) sanitárias do Prosab

Conj. Araturi I 44,2 3,54 Não


Conj. Nova Metrópole 62,7 5,02 Não
Conj. Hab. Planalto 12,1 0,97 Não
Conj. Tabapuá* ni 0 Não
Caucaia
Conj. São Francisco 9,1 0,73 -
Sede 153,9 12,31 Não
Conj. Marechal Rondon 44,7 3,58 Não
Conj. Guadalajara 2,8 0,22 Não
Conj. Fluminense 8,5 0,68 Não
Conj. Palmeiras II 36,5 2,92 Não
Conj. Tupã - Mirim 8,4 0,68 Sim
Conj. Hab. Jereissati 15,0 1,2 Não
Conj. Almirante Tamandaré 4,3 0,34 Não
Conj. Ceará - 4ª etapa 92,1 7,3 Não
Fortaleza
Conj. Jereissati III 15,6 1,25 Não
Conj. João Paulo II 12,3 0,99 Não
Conj. São Cristovão 33,4 2,67 Não
Conj. Tancredo Neves 23,4 1,87 Não
Conj. Esperança 27,7 2,22 Não
Conj. José Walter III 84,0 6,72 Não
TOTAL 690,9 55,72 -
** Sistemas que não tiveram o parâmetro Cter monitorado.
Fonte: Pesquisa direta.

Outro ponto interessante é que, com exceção da ETE de Crateús, as demais estações
estão localizadas em municípios litorâneos, onde a atividade pesqueira já faz parte da cultura
da população. Neste caso seria necessário um trabalho efetivo de sensibilização junto aos
piscicultores, mostrando as vantagens e benefícios, econômicos e ambientais, da substituição
da água bruta pelo esgoto tratado. Nesse processo de sensibilização também deve ser
abordados os riscos reais e potenciais da referida prática e orientá-los sobre a forma correta de
220
manejo para evitar possíveis riscos. Além disso, esses piscicultores devem receber um apoio e
orientação técnica durante todas as etapas de implantação e operação do projeto.

4.3.4.3 Seleção da espécie

Segundo Bastos et al. (2003), na seleção de espécies para cultivo devem ser
considerados aspectos de adaptação climática e a qualidade da água, hábitos alimentares e
facilidade de manejo.

A tilápia, animal de hábito onívoro, é a espécie que ocupa o terceiro lugar entre os
peixes mais utilizados em piscicultura no mundo, ficando atrás apenas das carpas e dos
salmões (FAO, 2005). Atualmente, o Brasil produz mais de 300.000 toneladas de pescado
cultivado, sendo que cerca de 25% dessa produção é representada pelo cultivo de tilápias
(Ibama/SEAP, 2006).
Estima-se que a produção brasileira anual de tilápias oriunda da aquicultura esteja
entre 20 e 25 mil toneladas, e os cultivos concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Por outro
lado, fatores climáticos indicam o Nordeste do Brasil como uma área de elevado potencial
para o desenvolvimento da aquicultura, tendo o cultivo de tilápias um destaque especial. As
estatísticas nacionais reforçam esta tese, visto que no período de 1995 a 1997, a Região
Nordeste teve um incremento na produção aquícola de 115,2%, enquanto que as regiões Sul e
Sudeste cresceram somente 46,2 e 15,1%, respectivamente (BORGHETTI; OSTRENSKY,
1998 apud ARAUJO, 2006).
De acordo com Lovshin (1997) apud Godoy (2006), a produção de tilápia continuará
crescendo, pois o mercado consumidor de tilápia oriunda de criações vem crescendo nos
países desenvolvidos, principalmente na Europa e na América do Norte, onde, segundo
Edwards et al., (2000), a procura por peixes de carne branca vem aumentando
consideravelmente.
Dentre as mais de 70 espécies de tilápia, a Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é o
peixe mais criado no Brasil, com uma produção estimada de 238.662 toneladas em 2005
(SINAU, 2006 apud TACHIBANA et al., 2008) e com perspectivas de aumento da produção
para suprir a demanda brasileira e de exportações.
A Tilápia do Nilo também é uma das espécies mais utilizadas para o cultivo comercial
no Nordeste brasileiro. O destaque alcançado por esta espécie é devido às suas qualidades

221
como rusticidade, alta resistência a enfermidades, tolerância a baixos níveis de amônia
dissolvidos na água, facilidade de reprodução em diferentes condições ambientais, rápido
crescimento, boa conversão alimentar e consumo de ração artificial desde a fase larval
(ALCESTE; JORRY, 1998; MEURER; HAYASHI; SOARES, 2000 apud DIAS-
KOBERSTEIN, 2007).
A partir de trabalhos realizados anteriormente por diversos autores, a tilápia do Nilo é
a espécie mais adequada para ser cultivada em esgoto doméstico tratado, pelos seguintes
motivos (LIMA, 1996 apud TAVARES, 2008): (1) é uma espécie bem conhecida; (2) aceita
uma grande variedade de alimentos explorando todos os itens básicos da cadeia trófica; (3)
responde com a mesma eficiência a ingestão de proteínas de origem vegetal e animal; (4)
apresenta resposta positiva à fertilização (adubação) dos viveiros; (5) tem grande capacidade
de filtrar fitoplâncton; (6) é bastante resistente à doenças, superpovoamentos e baixos teores
de oxigênio dissolvidos; (7) desova durante todo ano nas regiões mais quente do país; e (8)
tem alto valor comercial e grande aceitação no mercado.
Em nível mundial já foram desenvolvidos vários trabalhos de pesquisa utilizando
efluente tratado na piscicultura. Moscoso et al., (1992) apud Bastos (2003), após extensos
trabalhos com cultivo de Tilápia do Nilo em tanques alimentados com lagoas de estabilização
no Peru, concluíram que (i) sob as condições climáticas locais (clima subtropical) foi
alcançada uma produtividade de 31 kg/ha.dia, sem o fornecimento de alimento artificial ao
longo de 112 dias de verão e a partir de biomassa inicial de 962 kg/ha (12-77 g); (ii) a
capacidade de carga máxima do sistema foi de 4,4 t/ha de peixes com 250 g – biomassa de
peixes com tamanho comercial a partir da qual ocorreu redução na taxa de crescimento.
Também no Brasil, no âmbito do Prosab foram desenvolvidas várias pesquisas na área
do reúso em piscicultura, a exemplo do experimento realizado pela UFC, já citado
anteriormente, cujo objetivo era avaliar a viabilidade da utilização de esgoto doméstico
tratado na alevinagem da Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Ao final do experimento os
pesquisadores comprovaram a viabilidade do uso da alevinagem utilizando esgotos
domésticos tratados em sistemas de lagoas de estabilização com o uso de aeração mecânica
adicional e que o peixe produzido atende aos padrões permitidos pela legislação sanitária
vigente (SANTOS et al., 2006).

222
Devido à série de vantagens já apresentadas e também aos resultados favoráveis
obtidos nas pesquisas da UFC, conclui-se que a Tilápia do Nilo é a espécie de peixe mais
indicada para ser utilizada na disseminação do reúso em piscicultura no Estado do Ceará.

4.3.4.4 Formas de cultivo


Segundo Edwards (1992) apud Bastos, et al., (2006), o cultivo de peixes com a
utilização de efluentes de lagoas pode se dar essencialmente, sob duas condições de manejo:
(i) a alimentação de tanques de piscicultura com efluentes tratados e (ii) o cultivo nas próprias
lagoas. Sendo que neste último o controle é mais difícil, pois a qualidade da água das lagoas é
determinada pelo tempo de detenção hidráulica, e, portanto, as variações são mais intensas e
nem sempre se consegue conjugar os dois objetivos em um único ambiente: o de otimização
do tratamento dos esgotos e da produtividade piscícola.
Já o cultivo de peixes em sistemas intensivos, tanques alimentados com efluente
tratado, possibilita um melhor manejo da qualidade, por meio do controle de vazões afluentes
para a taxa de renovação de água desejada, principalmente se estes forem contíguos às lagoas
de estabilização. Outro diferencial do uso dos tanques é o fato da grande maioria serem
construídos rasos (com pequenas profundidades), retangulares e com elevada relação
comprimento:largura, e portanto, assemelhando-se bastante a configuração uma lagoa de
estabilização. Essas características propiciam a produção primária, que é a base da cadeia
alimentar de todos os peixes, e, consequentemente proporciona a economia no fornecimento
de ração (BASTOS, et al., 2006).
De acordo com Felizatto, (2000) apud Aquino et al., (2007), os métodos atuais de
reúso com vista à aplicação na piscicultura pode ser qualificado de forma direta, quando
objetiva a produção de peixes para consumo humano, ou indireta, quando tem como alvo a
geração de microalgas ou plantas aquáticas para posterior geração de alimentos para consumo.
Os referidos métodos consideram a recuperação dos nutrientes presentes na biomassa aquática
(algas, plantas aquáticas ou peixes), a preocupação com a saúde pública, além dos aspectos
comerciais do produto final.
Outro ponto importante a ser destacado é que a prática do reúso na piscicultura deve
obedecer aos princípios da sustentabilidade econômica, sanitária e ambiental, ou seja, a
atividade deve garantir retorno financeiro, não impor riscos à saúde humana e não provocar

223
impactos ambientais. Adicionalmente, impõe-se o desafio de vencer resistências de natureza
cultural (BASTOS, 2003 apud TAVARES, 2008).
Sendo assim, o uso de sistema intensivo é a forma de manejo indicada no reúso de
efluentes na piscicultura para o Estado do Ceará.

4.3.4.5 Viabilidade de implantação do reúso na piscicultura no Estado do Ceará


O Ceará é o maior produtor e consumidor de tilápia do Brasil, sendo estimados a pesca
e cultivo de vinte mil toneladas por ano, e um consumo de trinta mil toneladas por ano
(OPOVO, 2009). A Tabela 4.26 mostra dados da produção da tilápia no Estado no período de
1999 a 2006 e também as projeção para o período de 2007 a 2010. Na referida tabela é
possível verificar que a produção da tilápia vem aumentado ano a ano, e que a atividade tem
gerado emprego, renda e divisas para o Estado.
Os principais municípios produtores do Ceará são Sobral, Jaguaribe, Sertão Central
(Quixadá e Quixeramobim), Pedra Branca, Maranguape, Caucaia e Aquiraz, na Região
Metropolitana de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Crato, no Cariri. Todavia, vale salientar que a
produção da tilápia ocorre em menor escala em todo o Estado (FIEC, 2005).

Tabela 4.26 – Indicadores de piscicultura no Estado do Ceará.


Indicadores UND 2002 2003 2004 2005 2006 2007* 2008* 2009* 2010*

Área Cultivada ha 25 45 57 77 130 136 150 170 200

Produção Ton 5.000 9.000 11.400 13.860 23.400 24.480 27.000 30.600 36.000

Valor da R$ mil 15.000 27.000 34.200 41.580 70.200 73.440 81.000 91.800 108.000
Produção

Valor da R$/ha 60.000 600.000 600.000 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000
Proudução/ha

Empregos Emp. 315 399 539 910 952 1.050 1.190 1.190 1.400
Diretos

VBP/empregos R$/emp 85.714 85.714 85.714 77.143 77.143 77.143 77.143 77.143 77.143

Exportações US$ - - - - - 2.623 4.000 5.000 6.000


Fonte:IBGE/DAS/EMATERCE/Inst. Agropolos/MDIC
* Projeção; Situação em janeiro de 2007.

A disseminação do cultivo dessa espécie no Ceará se deve principalmente ao fato do


Estado apresentar as condições ideais para o cultivo do peixe, e também ao fato de a tilápia
ser considerada um peixe nobre, onde nada se perde, podendo ser vendido inteiro, filetado e
em posta. A pele, fina e maleável, após transformada em couro, pode ser utilizada para
224
confecção de roupas, calçados, cintos, bolsas e chaveiros. A carcaça é usada para a fabricação
da própria ração do peixe (FIEC, 2005).
Diante do exposto, fica evidenciado que a produção de tilápia no Estado é um mercado
bastante promissor e que vem crescendo ano a ano. Outro ponto a ser observado é que em
2008 a área de cultivo foi de cerca de 150 ha, e a vazão de efluente tratado (1.872,0 L/s) seria
possível atender a essa área de cultivo, conforme já visto anteriormente.
É importante também salientar que, além das condições favoráveis para disseminar a
utilização de efluentes tratados na piscicultura, essa prática poderia ser utilizada pelo Governo
do Estado como uma das alternativas no combate á fome, ação esta que vem sendo bastante
enfatizada pelo Governo Federal. Segundo dados da Food and Agriculture Organization of
the United Nations (FAO, 2007), a piscicultura é uma das grandes alternativas para produção
de alimentos, constituindo fonte rica em proteína animal a custos favorecidos. Seu
desenvolvimento, além da geração de alimentos, produz empregos, impostos e divisas,
possibilitando a diversificação de culturas e de fontes de renda no espaço rural, com a
instalação, inclusive, de indústrias de insumos e de processamento dos pescados (TAVARES,
2008).
Portanto, o Governo do Estado, por intermédio da SDA e da Cagece, poderia criar /
implementar políticas públicas que possibilitassem a disseminação da prática do reúso de
efluentes na piscicultura, visando, dessa forma, melhorar as condições sociais e econômicas
da população, principalmente o pequeno produtor rural e as comunidades carentes, oferecendo
oportunidades de mercado e alimento aos segmentos mais necessitados da sociedade.
Conforme já visto anteriormente, a vazão disponível de efluentes tratados é de cerca
de 1.872,0 L/s, sendo que cerca de 275,4 L/s já possuem qualidade sanitária adequada para
serem utilizados imediatamente para atender a um área de cultivo de peixes de 22,1 ha, o que
corresponde a 13% da demanda projetada para 2009, que foi de 170 ha. Todavia, não se pode
esquecer que a vazão pode chegar até a 88% (150 ha) desde que medidas de proteção, dentre
elas a adequação da qualidade do efluente, sejam implantadas.
Do ponto de vista econômico, assim como no reúso agrícola, também é proposta a
criação de uma linha de crédito para os pequenos piscicultores ou cooperativas que utilizem o
efluente tratado, por órgãos como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) ou instituições
similares.

225
4.4 Diretrizes e Políticas Públicas para o Estado do Ceará

No Ceará, assim como em todo o Brasil, antes de se abordar a questão do reúso de


água, é importante nos dar conta do enorme déficit de cobertura de sistemas de esgotos
sanitários. Como citado anteriormente, o índice de cobertura com serviço de esgoto no Estado
é de 36,74%. Esse déficit, além contribuir para a deterioração dos nossos corpos hídricos, e
interferir na saúde pública, vem, cada vez mais, devido ao alto custo no tratamento da água
para abastecimento, se transformando em um fator econômico de extrema relevância.
O Brasil tem uma experiência muito recente e limitada no reúso de água, e, portanto,
não há informação suficiente para o estabelecimento de diretrizes para a referida prática
considerando as particularidades do país. Todos esses aspectos demonstram uma necessidade
urgente de um estudo mais detalhado dos principais componentes de um programa de reúso
(GENERINO, 2006). Vale salientar que, segundo Hespanhol (2002), uma política criteriosa
de reúso transforma a problemática poluidora e agressiva dos esgotos em recurso econômico e
ambientalmente seguro.
No Ceará, a falta de legislação específica é um dos fatores que afeta a pouca utilização
do reúso de águas residuárias. Outro fator que dificulta a adoção do reúso no Estado é a falta
de informação e o desconhecimento dos benefícios gerados pela prática, o que gera
desconfiança e rejeição por parte da grande maioria da população
Sendo assim, é incontestável a necessidade do estabelecimento de diretrizes que
permitam que esta prática se torne segura e difundida, contribuindo assim para a minimização
do problema de escassez de água no Estado.

4.4.1 Diretrizes e Padrões


Segundo Hespanhol (2002), as diretrizes estabelecem determinado risco à saúde, de
modo a ser possível fornecer uma referência comum ao estabelecimento de padrões nacionais
ou regionais. São baseadas em pesquisas científicas e em estudos epidemiológicos e não
devem ser confundidas com padrões, pois estes são instrumentos legais estabelecidos por
países pela adaptação das diretrizes às prioridades e considerando suas condições sociais,
ambientais, econômicas, culturais, sociais, tecnológicas e condicionantes políticos e
institucionais.
É importante novamente salientar que em 2002 a Cagece, em parceria com a UFC,
criou o Centro de Pesquisa sobre Tratamento e Reúso de Águas Residuárias. Várias pesquisas

226
na área de irrigação e piscicultura foram desenvolvidas no referido Centro, mostrando que o
reúso de efluentes é uma prática bastante viável para o Estado. Portanto, pode-se dizer que o
Estado já possui informações preliminares para se iniciar uma discussão mais aprofundada
sobre as dimensões legais e regulatórias da prática no Estado, bem como a definição de
padrões para as diversas modalidades de reúso.
Conforme já citado anteriormente no item 2.4.2, apesar da Portaria Nº
154/2002/Semace estabelecer alguns padrões para a prática do reúso, os mesmos são muito
superficiais. Na referida Portaria está prevista a sua revisão em cinco anos, portanto esta
deveria ter sido iniciada em 2007. Já estamos no final de 2009 e até o momento não foi
realizada nenhuma atividade/discussão no sentido de atualizá-la. Dessa forma, o órgão
ambiental (Semace) deveria aproveitar a oportunidade de revisão da Portaria para a realização
de seminários e fóruns a fim de discutir/debater e divulgar a questão da viabilidade do reúso
junto a diversos segmentos da sociedade cearense, a exemplo de: instituições de ensino e
pesquisa; empresas e indústrias; organizações não-governamentais; agricultores, piscicultores;
Prefeituras Municipais; Secretárias de Governo (SDA, SRH, etc.); CONPAM; COGERH;
Cagece; Agência Reguladora (ARCE); Ministério Público; CREA, SENGE; instituições
financeiras (BNB, Caixa Econômica Federal, etc.). E nesse(s) evento(s) os pontos listados
abaixo deveriam ser abordados/definidos:
• Atualização da Portaria Nº 154/2002, estabelecendo normas, padrões e códigos de
práticas associados ao reúso;
• Delegação da instituição responsável pelo licenciamento ambiental dos projetos de reúso
de efluentes no âmbito do Estado;
• Determinação de diretrizes/normas para o processo de licenciamento de projetos de
reúso de efluentes;
• Definição de um arcabouço legal, incluindo diretrizes, padrões e códigos de prática;
• Determinação dos pontos críticos referentes a riscos de contaminação e possíveis
impactos ambientais para as diversas modalidades de reúso a serem implantadas no
Estado;
• Determinação da obrigatoriedade de elaboração de Planos de Emergência para os riscos
citados acima;
• Definição da metodologia a ser utilizada no processo de sensibilização dos futuros
usuários e também definição dos responsáveis pela implementação desse processo;

227
• Definição de tarifas a serem empregadas nas diversas modalidades de reúso e o
cronograma de implantação/atualização.

Com base nos estudos realizados sugerem-se alguns pontos que devem ser analisados
e tomados como premissas no início do referido debate:
• A criação um Grupo de Trabalho na área de Reúso (GT/Reúso Ceará), por meio de
Decreto Oficial emitido pelo Governo do Estado, com a participação de representantes
das diversas instituições citadas acima. No referido Decreto estariam definidos as
atribuições, responsabilidades (coordenação, secretariado etc.), os produtos a serem
gerados, e o prazo para elaboração do trabalho. Sendo que o objetivo maior do GT
seria propor diretrizes básicas para que se pudesse estabelecer: as políticas básicas que
nortearão a prática de reúso no Estado; e um arcabouço legal que contenha legislação
específica que permita, de maneira sustentável, o desenvolvimento da prática de reúso
de água, em todo o Ceará;
• Determinação da aplicação da água de reúso somente para fins não potáveis;
• A competência legal para a análise e aprovação de planos e projetos de reúso de água e
implementação da sistemática de licenciamento, controle e supervisão da prática de
reúso de água devem ser realizados pela Semace;
• A Cagece seria o órgão responsável pela implementação das diversas modalidades de
reúso (urbano, industrial, agrícola e piscicultura). Sendo que nestas duas últimas
modalidades a SDA seria co-responsável, e neste caso seria firmado um convênio de
cooperação técnica entre as duas instituições com o objetivo de difundir o reúso no
interior do Estado, focando famílias de baixa renda, como forma de geração de
emprego, renda e melhoria da qualidade de vida da população mais carente do Estado,
conforme já descrito nos itens 4.3.3.5 e 4.3.4.5;
• A proposta inicial de tarifas deve ser definida nos momentos dos fóruns e seminários.
Todavia, posteriormente, a Cagece, ARCE e Ministério Público devem aprofundar os
estudos para avaliar a viabilidade econômico-financeira. Vale salientar que neste
primeiro momento deve-se focar primeiro a quebra de paradigmas, os ganhos
ambientais e sociais, e difusão da prática no Estado. Somente a médio e longo prazo
deve-se buscar o retorno financeiro.

228
4.4.2 Aspectos Econômicos e Financeiros
Uma alternativa para viabilizar/disseminar a prática do reúso no Estado do Ceará seria
a definição de políticas públicas, onde a prática fosse valorizada e houvesse incentivos fiscais
para empresas e municípios que adotassem o reúso de águas.
Vale salientar que no caso do reúso industrial, as empresas/indústrias de Maracanaú,
maior distrito industrial do Estado, mostraram-se bastante favoráveis em relação à adoção de
efluentes tratados, conforme visto no item 4.3.1.5, onde foi apresentada pesquisa indicando
que cerca de 45,5% das empresas instaladas em Maracanaú têm interesse em adotar/utilizar
água de reúso em suas unidades, desde que a quantidade e qualidade sejam asseguradas e que
o preço seja competitivo com a atual fonte de abastecimento.
Neste caso, o Governo do Estado, numa parceria entre a Cagece e Cogerh, deveria
realizar um estudo mais aprofundado para identificar os investimentos financeiros que
deverão ser feitos a médio e longo prazo a fim de atender a demanda atual e futura de água
bruta/tratada do DI de Maracanaú e também avaliar se, do ponto de vista econômico e
ambiental, vale a pena “subsidiar” ou buscar alguma forma de incentivo fiscal para que as
empresas substituam a atual fonte de abastecimento por efluente tratado.
Já em relação à disseminação do reúso junto às Prefeituras Municipais, é importante
lembrar que em 2007 foi aprovado o Projeto de Lei que cria o ICMS Ecológico no Estado do
Ceará, modificando a Lei no 12.612, de 07 de agosto de 1996, ficando definido na nova Lei
que o inciso V seria acrescido ao Art. 1º, passando a ter a seguinte redação: 2,5% (dois e meio
por cento) a título de incentivo à proteção e conservação do meio ambiente. Neste caso, está
previsto o repasse de 2,5% do ICMS Eqüitativo aos municípios, com base nos indicadores e
índices de desempenho ambiental, por meio de requisitos de avaliação de políticas ambientais
municipais. Os critérios utilizados para a redistribuição do ICMS são: existência de unidade
de conservação nos municípios; proteção de mananciais de abastecimento público;
reservatórios para geração de energia elétrica; saneamento básico; sistema de tratamento de
lixo ou esgoto; programa de controle e combate a queimadas; proteção de terra indígena; e
conservação dos solos como medida preventiva à desertificação (SEMACE, 2007).

229
Uma forma simples de incentivar a prática do reúso nos municípios cearenses seria
adotar o reúso de águas como um critério de avaliação do desempenho ambiental dos
municípios. Neste caso os municípios que adotassem/apoiassem as modalidades de reúso
urbano, agrícola e/ou na piscicultura pontuariam de forma diferenciada na avaliação do
desempenho ambiental o que, consequentemente, contribuiria significativamente para que
recebessem a parcela referente ao ICMS Ecológico.
Para o reúso agrícola e na área de piscicultura o Governo do Estado deveria
determinar/priorizar uma parceria entre a Cagece e SDA, já detalhada nos itens 4.3.3.5 e
4.3.4.5, de forma a viabilizar projetos de reúso em escala real, principalmente no interior do
Estado. Vale salientar que como os dois órgãos (Cagece e SDA) são ligados diretamente ao
Governo do Estado, neste caso bastaria apenas uma decisão de governo para que essa parceria
fosse consolidada.

4.4.3 Informação e Participação Pública

É importante salientar que o reúso de águas residuárias não é, em nossa sociedade,


uma questão bem aceita ou que não demande preocupações do público. As pessoas têm
legítimas desconfianças quanto à segurança e os riscos a que estão submetidas (PINTO et al.,
2006).

Na implementação de uma política de reúso toda a sociedade deve participar: o


governo deve se responsabilizar pela institucionalização e implantação; as entidades
constituídas por representantes da comunidade devem ser responsáveis pela difusão das
informações junto à comunidade; as instituições de pesquisa e ensino realizam o
desenvolvimento de tecnologias; e as empresas devem buscar formas de implementar as
recomendações propostas.
Sendo assim, a definição de padrões, critérios, regras, diretrizes, boas práticas, e outros
que tentam regular a recuperação e reúso de águas residuárias, que venham a ser utilizados,
como qualquer atividade que se relacione com o ambiente, deve ter a participação da
população antes que sejam adotados. O sucesso de um programa de reúso está diretamente
ligado a percepção/aceitação do público (usuário), pois quando o mesmo é informado e/ou
participa do processo isto gera comentários e sugestões de modificações que podem
influenciar decisivamente no tipo de critério a ser adotado e, com certeza, será abraçado pela
comunidade como uma solução adequada e com identidade local.
230
Um dos métodos para se determinar a percepção do público em programas de reúso é a
pesquisa, a exemplo do que foi feito junto às indústrias do DI de Maracanaú, que apontará se
programas de reúso poderão ser implementados e se terão sucesso no futuro.

Pesquisas realizadas sugerem que a maneira como as pessoas reagem à possibilidade


de usar água de reúso está relacionada, entre outros aspectos: ao seu grau de escolaridade; seu
conhecimento sobre a qualidade da água de reúso; confiança no gerenciamento local dos
serviços públicos e na aplicação da tecnologia moderna; certeza de que o reúso envolve o
mínimo de risco à exposição acidental. Vale salientar que na agricultura e aquicultura a
aceitação pública é influenciada por fatores religiosos e socioculturais (BAUMANN e
KASPERSON, 1974; BAUMANN, 1983; Hespanhol, 2002; EPA, 2004; apud GENERINO,
2006).
Outro ponto importante e que não pode ser esquecido é que a água de reúso deve ser
encarada como um produto de mercado, e, portanto, o objetivo maior é garantir a segurança e
satisfação dos usuários, lembrando que estes vão buscar sempre no produto ofertado
quantidade e qualidade.
Segundo EPA (2004), o processo de informação e de aceitação pública deve ser
iniciado na fase de planejamento e concluído depois da implantação do projeto. No caso da
implementação do reúso no Estado do Ceará, estratégias diferenciadas deverão ser adotadas,
pois os usuários/clientes das modalidades de reúso industrial, urbano, agrícola e na
piscicultura possuem perfis e um nível de conhecimento sobre o tema também bastante
diferenciado.
Como já sugerido anteriormente, a Cagece deverá ser o órgão estadual responsável
pela implantação da prática do reúso. Para tanto, a referida empresa deve treinar e capacitar, e
se necessário ampliar, a sua atual Equipe de Educação Ambiental, de modo que essa equipe
seja a responsável por sensibilizar os futuros usuários. Neste processo poderiam ser utilizadas
as seguintes ferramentas: cartilhas e folders educativos; visita porta a porta; palestras;
seminários; workshops, dentre outros. A escolha da ferramenta(s) mais adequada(s) vai
depender do público a ser atingido.
No caso do reúso industrial no DI de Maracanaú já foi evidenciado que os usuários são
bastante receptivos, e que a maior dificuldade encontrada refere-se ao valor da tarifa que será
praticado e a garantia de qualidade e quantidade. Portanto, é bem provável que se a Cagece

231
garantir qualidade, quantidade e preço competitivo com a atual fonte de abastecimento,
provavelmente, não encontrará dificuldades em conquistar esse novo mercado.
Já em relação ao reúso agrícola e piscicultura, cujo objetivo maior é trabalhar com
agricultores e piscicultores do interior do Estado e, de preferência de baixa renda, além da
Equipe de Educação Ambiental da Cagece, também seria necessário contar com o apoio dos
técnicos da SDA, pois eles estão mais próximos desses agricultores e piscicultores, o que
facilitaria bastante a escolha da ferramenta a ser utilizada e também no processo de
aproximação.
Além disso, não se pode esquecer que se trata de um grupo de usuários diferenciados,
pois, normalmente, apresentam um baixo nível de escolaridade e também estão mais expostos
aos riscos. Neste caso deve ser adotado um processo de sensibilização continuada, onde a
Equipe de Educação Ambiental e/ou os técnicos da SDA fariam visitas/reuniões com grupo
de agricultores e piscicultores, de modo a verificar se as medidas mitigadoras sugeridas no
início do projeto estão sendo implementadas e se alguma outra medida deve ser adotada.
Quanto ao reúso a ser implantada junto às Prefeituras Municipais, a Cagece, também
em parceria com a SDA, poderia envolver a APRECE (Associação dos Prefeitos do Estado
do Ceará) para difundir entre as prefeituras os benefícios e ganhos ambientais gerados pela
prática do reúso. A APRECE promoveria a realização de seminários regionais e ou
municipais, a exemplo do que já ocorre na divulgação do Selo Município Verde, com o
objetivo de debater o tema junto à população local, bem como sanar todas as dúvidas e,
consequentemente, tentar eliminar a rejeição à adoção do reúso de efluentes.

4.4.5 Monitoramento e Avaliação

Conforme citado anteriormente, sugere-se que a Semace seja o órgão responsável por
monitorar e avaliar o desenvolvimento dos projetos de reúso, bem como exigir o atendimento
à legislação ambiental correspondente.

232
Segundo Hespanhol (2002), o monitoramento dos projetos de reúso compreende dois
tipos: o do controle do processo e o legal. Sendo que o primeiro visa proporcionar dados de
controle e otimização do sistema de maneira a garantir desempenho adequado; para tanto, se
realiza o monitoramento das seguintes etapas: estação de tratamento, sistema de distribuição,
problemas ambientais e de saúde. Cabe à companhia de saneamento, no caso do Ceará, a
Cagece, a responsabilidade por esse monitoramento. Já o monitoramento legal tem por
objetivo verificar se os regulamentos estabelecidos pela legislação vigente de reúso estão
sendo atendidos; neste caso, cabe à Semace a responsabilidade de realizar o monitoramento
legal.

4.4.6 Considerações Gerais

No Ceará, assim também como no restante do País, é recomendável que o Governo


Estadual inicie processos de gestão para estabelecer bases legais e institucionais para o reúso
de água, tanto em relação aos aspectos associados diretamente ao uso de efluentes como
buscando uma alternativa de incluí-lo dentro do Plano Estadual de Recursos Hídricos. Linhas
de responsabilidades e princípios de alocação de custos devem se estabelecidos entre os
diversos setores envolvidos, ou seja, entre as empresas responsáveis pela coleta e tratamento
de esgoto, usuários que se beneficiarão dos sistemas de reúso e o Estado, ao qual compete o
suprimento adequado de água e a proteção do meio ambiente e da saúde pública.

Para assegurar a sustentabilidade da prática do reúso de águas no Estado, seja na


modalidade urbano, agrícola, piscicultura ou industrial, deve ser dada atenção adequada aos
aspectos organizacionais, institucionais e socioculturais do reúso. Além disso, é recomendado
que um método preventivo para gerenciamento dos perigos seja adotado e atualizado
sistematicamente. Vale salientar que o foco principal de qualquer projeto nesta área deve ser
prioritariamente, a proteção da saúde

Além disso, não se pode esquecer que o reúso das águas deve ser considerado como
parte de uma atividade mais abrangente na gestão integrada dos recursos hídricos.
Paralelamente a implantação do reúso no Estado, ações visando o uso racional ou eficiente da
água, o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do
consumo de água devem ser, amplamente divulgadas e ampliadas junto à sociedade cearense.

233
5.CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Dos resultados obtidos nessa tese conclui-se e recomenda-se:

• O potencial de reúso das estações de tratamento de esgoto do tipo lagoas de


estabilização em operação no Estado do Ceará, sem dúvida, torna-se uma alternativa
estratégica na manutenção da economia do Estado.
• A implementação de reúso de água no Ceará é uma alternativa importante a ser
considerada no Plano Estadual de Recursos Hídricos, pois poderá: contribuir
efetivamente na preservação dos recursos hídricos; aumentar a oferta de água para os
setores agrícola, piscícola e industrial no Estado, por meio da disponibilização da água
recuperada aos usos que possam prescindir de potabilidade; e disponibilizar um
volume maior de água de boa qualidade aos usos nobres, conforme preconiza a
Agenda 21.
• A Cagece deve ser a empresa responsável pela implantação o reúso de águas no Estado
do Ceará. Para tanto, deve iniciar a adequação do seu Plano Anual de Monitoramento
considerando também parâmetros que não são exigidos pela Portaria Nº
154/2002/SEMACE, mas que são importantes para avaliar o impacto ambiental da
referida atividade e garantir a maior segurança da mesma, a exemplo de concentração
de cálcio, magnésio, alcalinidade, dureza, bicarbonato, amônia, fósforo, condutividade
elétrica, RAS, ovos de helmintos, dentre outros. Vale salientar que somente as
estações de tratamento que terão o efluente utilizado em alguma modalidade de reúso
é que terão esses outros parâmetros avaliados, de acordo com a modalidade a ser
praticada (industrial, reúso urbano não potável, agrícola e na área de piscicultura).
• A competência legal para a análise e aprovação de planos e projetos de reúso de água e
implementação da sistemática de licenciamento, controle e supervisão da prática de
reúso de água no Estado devem ser realizadas pela Semace.

234
• A maioria das estações apresentou valores de Coliformes Termotolerantes superiores aos
valores permitidos pelas legislações existentes, até as mais permissivas. É, portanto,
necessário realizar um pós-tratamento para adequar à qualidade sanitária do efluente,
quando da irrigação irrestrita, e/ou escolher culturas e métodos de irrigação que
garantam uma maior segurança para o agricultor e consumidor.
• A grande maioria das lagoas de estabilização avaliadas apresentou oscilações na
eficiência de tratamento. A falta de operação e manutenção adequada, bem como o
excesso de lodo acumulado em alguns sistemas, principalmente os da RMF, são os
maiores responsáveis pela baixa eficiência dos sistemas. Para melhorar a qualidade do
efluente final é imprescindível que seja adotado um controle operacional mais rigoroso
e também quanto à remoção de lodos dos sistemas em operação.
• No interior do Estado é grande o número de estações de tratamento que ainda não
entraram em regime devido, principalmente, ao baixo índice de usuários ligados a rede
coletora de esgoto. Portanto, recomenda-se a Cagece intensificar suas ações de
Educação Ambiental e Sanitária, pois a população precisa ser sensibilizada sobre a
importância do saneamento básico e sobre os benefícios gerados pela prática do uso de
efluentes na preservação ambiental e na melhoria da saúde e qualidade de vida.
• Na pesquisa realizada junto às empresas instaladas no DI de Maracanaú foi evidenciado
que os usuários são bastante receptivos à adoção do reúso de efluentes em suas
unidades, desde que a companhia de saneamento garanta qualidade, quantidade e
preço competitivo com a atual fonte de abastecimento.
• Dentre as alternativas de tratamento estudadas para a implantação do reúso industrial no
DI de Maracanaú, a alternativa 2 (Padrão 2) foi a que se mostrou mais viável. Todavia,
vale salientar que o panorama para as duas alternativas (Padrão 1 e 2) mostraram-se
bastante similares, tanto em relação ao valor do investimento a ser feito, quanto ao
tempo de pay back.
• A implantação do projeto de reúso de efluentes no Distrito Industrial de Maracanaú
gerará uma série de benefícios, dentre eles:
- Melhoria dos resultados financeiros da Cagece, pelo aumento de receita;
- Ferramenta de marketing institucional para o Estado com a implementação de
inovação tecnológica na produção de água para fins não potáveis, a partir de efluentes
tratados e convenientemente condicionados;

235
- Contribuição ao esforço governamental no manejo integrado dos recursos hídricos
disponíveis no Estado;
- Aproveitamento racional de um volume considerável de água, que de outra forma
continuaria a ser descartado na natureza no encaminhamento dos efluentes ao corpo
receptor;
- Bandeja ecológica com a utilização racional dos recursos hídricos (Certificação ISO
14000);
- Possibilidade de utilização da área de contorno da ETE do SIDI para implantação de
novos empreendimentos com reúso;
- Redução do impacto ambiental na área da ETE do SIDI; disponibilidade de água
bruta não usada pelas indústrias para potabilização em quantidade suficiente para o
atendimento de aproximadamente 215.000 habitantes;
- Atração de novas indústrias, tendo em vista a redução de custos das empresas do
pólo industrial com operação e manutenção e/ou desativação das plantas de tratamento
existentes.

• Das 12 lagoas de estabilização em Fortaleza todas são capazes de atender à demanda


de água da Prefeitura Municipal de Fortaleza para a rega de áreas verdes da cidade,
que é de aproximadamente 7.560 m3/mês.

• Dos sistemas avaliados, a ETE Tupamirim foi a que apresentou condições mais
adequadas (compatibilização entre oferta dos efluentes e demandas pela água de reúso
e a localização da estação) para a prática do reúso urbano não potável – rega de áreas
verdes de Fortaleza.

• Devido ao excesso de algas e com o objetivo de minimizar/eliminar possíveis riscos


aos usuários do efluente, recomenda-se um pós-tratamento para o efluente final da
ETE Tupamirim, composto por: filtro de pedra com filtração ascendente, desinfecção
e um reservatório apoiado para acúmulo do efluente.

236
• O custo de implantação do pós-tratamento da ETE Tupamirim é de aproximadamente
R$ 158.404,00, e a tarifa média sugerida para o efluente é de R$ 0,21/m3, o que
geraria um custo mensal para a Prefeitura Municipal de Fortaleza de aproximadamente
R$ 1.587,60/mês e R$ 19.051,20/ano. Dessa forma, o tempo estimado de pay back do
investimento seria de aproximadamente 8,3 anos. Esses valores são bastante
insignificantes, tanto para a Cagece (investimento) quanto para a Prefeitura (compra
do efluente), frente aos ganhos ambientais e de imagem que as duas instituições irão
obter.
• O estudo do potencial de reúso agrícola mostrou que:
- Os sistemas de lagoas de estabilização em operação na RMF e interior do Estado
podem disponibilizar uma vazão de cerca de 1.872,0 L/s, e tais volumes poderão
beneficiar cerca de 3.279,66 hectares, considerando uma demanda para irrigação igual a
18.000 m3/ha.ano;
- A vazão disponível nas lagoas de estabilização pode irrigar cerca de 12,5% do total
atual de áreas irrigadas ou aumentar em 12,5% o perímetro irrigado no Estado. A
substituição da água bruta pelo efluente tratado poderá disponibilizar 1.872,0 L/s de água
para usos mais nobres. Com esse volume seria possível abastecer cerca de 1.078.000
habitantes, com um per capita de 150 L/hab.dia;
- Das 44 estações de tratamento do tipo lagoa de estabilização em operação, somente
27 já entraram em regime e possuem efluente vertendo o ano todo. Estas estações podem
disponibilizar uma vazão de 959,9 L/s, o que poderia irrigar uma área de 1.682,22
hectares;
- Dentre as 27 estudadas, as ETEs de Campos Sales, Aquiraz, Itapipoca e Juazeiro do
Norte se destacam pelo grande volume de efluente gerado, sendo cerca de 61 L/s, 69L/s,
128 L/s e 261 L/s, respectivamente. As demais estações possuem vazão menor que 40 L/s;
- Cerca de 17 estações ainda não entraram em regime, e, portanto, não possuem
efluente vertendo. Todavia, futuramente, essas estações poderão disponibilizar cerca de
221,2 L/s, o que poderá irrigar uma área de 387,55 ha;
- Sugere-se ainda que: o efluente tratado seja utilizado no cultivo de forrageiras para
alimentação de animais, da mamona para a produção do biodiesel e de outras culturas
similares, não alimentícias; os agricultores sejam de baixa renda; o efluente seja vendido
como forma de combater o desperdício; sejam realizados projetos pilotos e a prática seja

237
estendida gradativamente para as demais estações de tratamento da Cagece; sejam criadas
linhas de crédito, junto a instituições financiadoras, destinadas a agricultores que utilizem
o efluente tratado.
• O estudo do potencial de reúso na piscicultura mostrou que:
- os sistemas de lagoas de estabilização em operação na RMF e interior do Estado podem
disponibilizar uma vazão de cerca de 1.872,0 L/s, e com essa vazão é possível suprir, em
média, uma área de cultivo de peixes de 1.497.600 m2 (149,7 ha);
- Das 44 estações estudadas, as ETEs Tupamirim (Fortaleza), Aquiraz, Cratéus,
Itapipoca, Paracuru, Lagoinha (Paracuru) e Paraipaba já apresentam o efluente atendendo ao
padrões recomendados pelo Prosab, e, portanto, cerca de 275,4 L/s de efluente tratado está
disponível para ser utilizado de imediato; sendo que com essa vazão seria possível atender,
em média, uma área de cultivo de peixes de 221.000 m2 (22,1 ha);
- A Tilápia do Nilo é a espécie de peixe mais indicada para ser utilizada na disseminação
do reúso em piscicultura no Estado do Ceará, sendo o cultivo do tipo intensivo em tanques a
forma de manejo recomendada. A produção de tilápia no Estado é um mercado bastante
promissor e que vem crescendo ano a ano; além disso, a produção regional é bem inferior à
demanda, podendo vislumbrar-se a possibilidade de implantação e manutenção de novos
tanques piscícola utilizando estes efluentes.
• Dentre as modalidades de reúso estudadas para o Estado, todas se mostraram viáveis,
sendo o reúso industrial o que vai necessitar de um maior investimento. Já os reúsos
agrícola e piscicultura são os mais fáceis de serem implementados, necessitando
apenas de uma determinação do Governo do Estado para que seja firmada uma
parceria entre Cagece e SDA e dessa forma viabilizar a implantação dos projetos. Vale
salientar que, conforme foi visto, a prática do reúso urbano não potável na rega de
áreas verde de Fortaleza também se mostrou bastante viável.
• O reúso de águas residuárias no Estado do Ceará é uma alternativa viável, mas com
regulamentação necessária para minimizar os riscos epidemiológicos que podem advir
da prática sem a adoção de barreiras múltiplas para garantir a proteção da saúde
populacional. Portanto, é incontestável a necessidade do estabelecimento de diretrizes
que permitam que a prática do reúso se torne segura e difundida, contribuindo assim
para a minimização do problema de escassez de água no Estado.

238
• À parte do reúso, é primordial que o Ceará invista em programas de educação ambiental
e de racionalização do uso da água, de modo a diminuir os desperdícios e o consumo
per capita, e quebrar os paradigmas e rejeições por parte da população em relação ás
as diversas modalidades de reúso que podem ser implementadas.

Durante a realização deste trabalho, algumas possibilidades de pesquisa se


apresentaram e não puderam ser desenvolvidas. Desta forma, recomenda-se:
• Realizar estudo para valoração dos custos ambientais envolvidos em projetos de reúso de
água nas modalidades agrícola, piscicultura e reúso urbano não potável, de modo que a
viabilidade econômica do reúso de água internalize e não se condicione à mera
avaliação do ganho financeiro; de extrema utilidade, este estudo pode servir para se
estabelecerem futuras tarifas;
• Estudar a percepção da população do Ceará quanto ao reúso de água na agricultura,
piscicultura e irrigação paisagística, assim como foi feito para o reúso industrial.
Ressalta-se que essa etapa é essencial na implementação de programas de reúso de
água.
• Em relação à implantação do reúso industrial no DI de Maracanaú, recomenda-se
realizar estudos em escala piloto visando caracterizar adequadamente o efluente e,
dessa forma, possibilitar o correto dimensionamento da unidade de tratamento
complementar, bem como, os tipos e consumos de produtos químicos que deverão ser
utilizados.
• Estudo aprofundado da melhor logística a ser adotada na distribuição da água de reúso
para irrigação e piscicultura.
• Levantamento da viabilidade econômica e financeira do reúso de água, na irrigação e
piscicultura, para pequenas e grandes comunidades.
• Estudo dos ganhos ambientais em relação à melhoria da qualidade dos corpos hídricos
do Estado com a adoção da prática do reúso;
• Estudos para avaliar a viabilidade econômica-financeira entre a adoção da prática do
reúso e a busca por aumentar a oferta de água bruta no Estado.
• Estudos para avaliar a viabilidade técnica e econômica – financeira do esgoto de
Fortaleza que é lançado no mar através do emissário submarino ser levado para o
interior do Estado para ser utilizado como uma fonte alternativa de água.

239
• Recomenda-se que antes da implantação do reúso no Estado, a Cagece, juntamente com
outros ligados ao Governo do Estado (SDA, SRH, Semace, CONPAM, dentre outros),
realize um estudo para verificar quais são as áreas que sofrem mais no período de
escassez e, portanto, com a perda de qualidade e quantidade de água e, dessa forma,
possa selecionar quais serão os sistemas que devem ser priorizados na implantação de
alguma modalidade de reúso.
• Recomenda-se, em caráter de urgência, que o reúso de águas passe a fazer parte da
Política de Governo do Estado. E que seja criado um Grupo de Trabalho na área de
Reúso (GT/Reúso Ceará) com o objetivo propor diretrizes e políticas que nortearão a
prática de reúso, de maneira sustentável, em todo o Estado do Ceará.

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266
197. SOUZA, A. F. S.; MIERZWA, J. C. Diretrizes para implantação de sistemas de

reúso de água em condomínios residenciais baseadas no Método APCC – Análise de

Perigos e Pontos Críticos de Controle. Estudo de caso residencial Valville I. In: 25°

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198. SOUZA, N. C. de. Produtividade da mamona (Ricinus Communis Linn.) irrigada

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202. TAMAKI, H. O. A medição setorizada como instrumento de gestão da demanda de

água em sistemas prediais – estudo de caso: Programa de Uso Racional da Água da

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267
203. TAVARES, F, DE A. Reúso de água e polimento de efluentes de lagoas de

estabilização por meio de cultivo consorciado de plantas da família lemnaceae e tilápias.

Tese de Doutorado. Florianópolis. Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.

204. TAVARES, L. H.; ROCHA, O. Produção de plâncton (fitoplâncton e zooplâncton)

para alimentação de organismos aquáticos. São Carlos: RiMa,, 2001, 106p.

205. TUNDISI, J. G. Água no século XXI: Enfrentando a escassez. São Carlos. RiMA,

Instituto Internacional de Ecologia IIE, 2003. 248p. 2005.

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207. VON SPERLING, M. (2005). Princípios do tratamento biológico de águas

residuárias. Vol. 1. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos.

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - UFMG. 3a ed., 452 p.

208. WHO. Guidelines for the safe use of wastewater, excreta and greywater. Volume 2.

Wastewater use in agriculture. Geneva: World Health Organization, 2006a.

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Geneva. World Health Organization, Technical Report Series nº 776, 1989.

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212. ZUMAETA, M. A. Evaluacion de riesgos para la salud por el uso de las aguas

residuals en agricultura. Identificacion y cuantificacion de enteroparasitos em agues

residuales. OPS/OMS; Centro Panamericano de Ingenieria Sanitaria y Ciencias del

Ambiente (Cepis): Lima, Perú. 1993.

269
7. ANEXOS

270
ANEXO I

Dados da qualidade do efluente dos Sistemas do Grupo 4 -


Interior

271
Tabela I.1 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Acarapé, referente ao ano de 2008.
Fósforo Coliformes
STS Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Total Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
22/01/08 8,5 93,00 305,7 73,6 - - - - 9,0E+05
25/03/08 8,5 146 292,7 163,9 - - - - 4,9E+04
24/04/08 9,1 190,00 381,2 150,4 - - - - 6,9E+05
MÍNIMO 8,50 93,00 292,70 73,60 0,00 0,00 0,00 0,00 4,9E+04
MÉDIA 8,70 143,00 326,53 129,30 0,00 0,00 0,00 0,00 5,5E+05
MÁXIMO 9,10 190,00 381,20 163,90 0,00 0,00 0,00 0,00 9,0E+05

Tabela I.2 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Aquiraz, referente ao período de 2004 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
19/08/04 8,79 90,00 40,20 27,90 - - - 1,0E+01
31/08/04 10,42 96,00 89,20 61,90 528,00 - - 2,4E+03
07/06/05 8,29 26,00 166,30 89,50 - - - 2,2E+04
06/07/05 7,73 113,00 295,30 128,60 644,00 - - -
27/03/25 7,70 44,00 186,00 145,20 830,00 - - -
27/03/07 8,20 337,00 267,80 121,10 - - - -
24/07/07 8,20 128,00 307,20 153,50 - - - -
19/06/07 8,20 46,00 121,90 88,30 - - - -
28/08/07 8,20 107,00 177,20 98,90 - - - -
23/10/07 8,30 91,00 144,10 36,42 - - - -
27/06/08 8,50 790,00 103,90 49,90 - - - -
18/07/08 8,70 71,00 154,80 64,50 - - - -
MÍNIMO 7,70 26,00 40,20 27,90 528,00 0,00 0,00 1,0E+01
MÉDIA 8,44 161,58 171,16 88,81 667,33 0,00 0,00 8,1E+03
MÁXIMO 10,42 790,00 307,20 153,50 830,00 0,00 0,00 2,2E+04

Tabela I.3 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Catarina, referente ao período de 2004 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) Total (mg/L) mL)
(NMP/100 mL)
04/07/2007 7,61 69,00 551,70 195,50 - - - - 2,3E+04
26/12/2007 - 1051,00 770,00 411,80 - - - - 1,5E+04
04/02/2008 - 418,00 407,70 350,90 - - - - 2,1E+04
01/04/2008 - 145,00 377,90 1389,00 6,88 7,52 - 8,7E+03
14/05/2008 8,21 93,00 285,70 - - - - 9,3E+03
06/06/2008 7,99 183,00 507,90 189,20 - - - - 2,1E+04
15/07/2008 8,44 327,00 505,40 405,24 - - - - 6,6E+03
MÍNIMO 7,61 69,00 285,70 189,20 1389,00 6,88 7,52 0,00 6,6E+03
MÉDIA 8,06 326,57 486,61 310,53 1389,00 6,88 7,52 0,00 1,5E+04
MÁXIMO 8,44 1051,00 770,00 411,80 1389,00 6,88 7,52 0,00 2,3E+04

272
Tabela I.4 - Dados da qualidade do efluente da ETE Campo Novo - Quixadá, referente ao período de 2003 a
2008.
Coliformes
STS Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
08/10/2003 7,80 140,00 301,30 43,50 3010,00 34,60 - 2,4E+05
10/10/2000 9,11 1980,00 69,00 45,00 2910,00 2,09 - -
15/0/2003 8,10 42,00 200,00 30,30 2570,00 25,90 1,0E+04
22/10/2003 8,10 112,00 411,70 26,10 3010,00 30,50 - 1,1E+04
06/01/2004 8,02 100,00 248,30 30,30 1490,00 27,80 - 9,0E+05
29/07/2004 8,13 80,00 123,90 95,50 1880,00 - - 4,1E+01
15/09/2004 8,44 86,00 288,30 74,00 1880,00 - - 9,8E+04
07/12/2004 8,26 126,00 318,40 71,60 1883,00 - - 8,0E+02
09/03/2005 7,45 1820,00 404,80 214,70 - - - -
23/11/2005 8,25 112,00 235,70 47,20 1915,00 - - 6,6E+03
19/01/2006 8,54 158,00 314,00 91,80 1623,00 - - -
27/11/2006 8,24 91,00 71,20 - - - -
07/12/2006 8,14 72,00 212,70 78,70 - - - -
10/01/2007 7,90 138,00 295,10 78,40 - - - -
01/04/2007 8,22 123,00 349,60 167,10 - - - -
11/07/2007 7,02 95,00 240,20 150,10 - - - -
10/10/2007 7,99 92,00 282,70 84,80 - - - -
16/01/2008 7,90 150,00 417,90 173,60 - - - -
09/04/2008 8,23 0,10 307,70 - - - -
09/07/2004 8,01 106,00 209,50 101,70 - - - -

MÍNIMO 7,02 0,10 69,00 26,10 1490,00 2,09 0,00 4,1E+01

MÉDIA 8,09 281,16 275,31 88,19 2217,10 24,18 0,00 1,6E+05


MÁXIMO 9,11 1980,00 417,90 214,70 3010,00 34,60 0,00 9,0E+05

Tabela I.5 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Guaiúba, referente ao período de 2007 a 2008.
Fós foro Coliformes
STS Condutividade Amônia E. Col i (NMP/1 00
DATA pH DQO (mg/ L) DBO (mg /L) Total Temo tolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
12/01 /07 7,33 47,00 295,7 133, 8 1369 32,6 5,79 - 2,0E+04
27/01 /07 8,18 26 241,9 82,0 3 1458 97,6 4,17 - 1,0E+04
13/02 /07 8,2 158,00 412,6 95,4 - - - - 3,2E+03
15/05 /07 9,3 154 226,2 152, 9 - - - - 1,0E+02
12/06 /07 8,2 101,00 190,8 48,6 - - - - 2,0E+02
31/07 /07 8,2 98,00 176,4 69,7 - - - - 1,0E+01
02/10 /07 8,2 96,00 217,5 113,27 - - - - 1,3E+02
07/02 /08 8,6 77,00 314,4 150,4 - - - - 7,3E+02
06/05 /08 8,6 34,00 100,2 60,2 - - - - 1,3E+03
01/08 /08 9,7 83,00 141,3 75,7 - - - - 1,8E+01
MÍNIMO 7,33 26,00 100,20 48,6 0 1369,0 0 32,60 4,17 0,00 1,0E+01
M ÉDIA 8,45 87,40 231,70 98,2 0 1413,5 0 65,10 4,98 0,00 3,6E+03
MÁXIMO 9,70 158,00 412,60 152,9 0 1458,0 0 97,60 5,79 0,00 2,0E+04

273
Tabela I.6 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Juazeiro do Norte, referente ao período de 2004 a 2008.
Coliformes
STS Condutividade Amônia Fósforo Total E. Coli
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L) (NMP/100mL)
(NMP/100 mL)
07/01/2004 7,55 870,00 171,70 48,40 - - - 6,0E+03 -
20/01/2004 8,11 - 191,70 132,40 - 16,50 - 2,0E+03 -
05/02/2004 9,10 394,00 68,30 - 1011,00 19,70 - -
02/02/2004 8,02 - 223,30 42,50 1340,00 9,70 - 2,0E+03 -
31/03/2004 8,80 - 296,70 1300,00 14,20 - 3,9E+04 -
04/05/2004 8,24 - 248,30 64,10 1310,00 13,70 - 3,9E+04 -
19/06/2004 9,00 - 205,30 111,40 971,00 14,50 - 2,0E+03 -
08/06/2004 8,20 - 270,70 137,70 - - - -
29/06/2004 8,40 - 169,20 72,80 1030,00 - - 3,4E+04 -
07/07/2004 7,77 - 161,40 51,40 1010,00 - - 1,0E+03 -
21/07/2004 7,79 - 162,70 76,50 1097,00 - - -
09/08/2004 8,40 - 231,20 136,00 1199,00 15,70 - 2,0E+03 -
25/08/2004 8,19 - 145,00 76,30 988,00 17,30 - 6,0E+02 -
31/08/2004 8,32 - 144,40 54,00 1313,00 - 4,0E+03 -
14/09/2004 8,60 - 132,50 87,60 1431,00 21,50 - 1,2E+05 -
29/09/2004 8,01 - 99,00 55,80 1344,00 - - 7,9E+02 -
01/02/2007 8,17 - 162,90 58,70 1283,00 - - - 3,1E+02

04.01.2007 7,90 - 182,10 45,91 1374,00 - - - 1,4E+04

18/01/2007 7,23 - 199,30 94,02 1147,00 - - - 5,1E+02

15/02/2007 8,24 - 304,30 104,80 - - - - 5,6E+03

01/03/2007 7,65 - 210,30 48,50 984,00 - - - 4,8E+03

04/04/2007 7,99 - 177,00 90,60 1063,00 - - - 2,8E+03

19/04/2007 8,00 - 250,00 98,30 1134,00 - - - 2,4E+07

16/05/2007 7,81 - 226,50 84,20 1059,00 - - - 7,4E+03

03/05/2007 7,21 - 175,40 99,29 1066,00 - - - 1,3E+03

05/07/2007 7,75 - 200,50 52,70 1343,00 - - - 3,0E+02

19/07/2007 7,97 - 227,50 112,90 1398,00 - - - 1,5E+03

02/08/2007 8,05 - 175,60 53,40 1531,00 - - - 1,1E+03

14/08/2007 7,40 - 252,70 155,30 1488,00 - - - 1,2E+03

13/11/2007 8,11 - 280,90 82,56 1709,00 - - - 7,4E+02

22/11/2007 8,18 - 140,80 56,03 1679,00 - - - 8,6E+02

13/12/2007 7,82 - 217,00 60,10 1592,00 - - - 4,1E+02

27/12/2007 - - 253,70 88,70 1463,00 31,50 - - 1,8E+03

09/01/2008 - 104,00 245,30 188,78 1313,00 - - - 1,2E+03

23/01/2008 8,60 96,00 196,40 77,10 865,00 18,70 - - 8,6E+02

13/02/2008 8,70 160,00 193,80 84,10 986,00 - - - 1,1E+04

05/03/2008 9,19 237,50 131,04 - - - - 6,3E+02

25/03/2008 8,47 28,00 162,60 89,50 891,00 - - - 2,7E+02

01/04/2008 8,23 93,00 838,00 - - - 5,9E+02

16/04/2008 9,26 75,00 168,50 87,60 815,00 - - - 8,5E+02

14/05/2008 8,18 91,00 148,00 58,90 929,00 - - - 1,5E+02

28/05/2008 8,38 77,00 186,20 78,30 - - - - 2,3E+02

04/06/2008 8,03 128,00 220,20 99,10 1051,00 - - - 2,6E+03

24/06/2008 7,64 48,00 166,00 147,16 1230,00 - - - -


01/07/2008 8,90 57,00 173,80 73,00 1275,00 - - - 1,6E+03

16/07/2008 8,30 73,00 166,70 58,60 1430,00 - - - 2,0E+02

13/08/2008 9,00 83,00 155,80 100,90 1436,00 - - - 2,5E+03

MÍNIMO 7,21 28,00 68,30 42,50 815,00 9,70 0,00 6,0E+02 1,5E+02

MÉDIA 8,20 163,14 193,01 86,52 1212,59 17,55 0,00 1,9E+04 8,0E+05

MÁXIMO 9,26 870,00 304,30 188,78 1709,00 31,50 0,00 1,2E+05 2,4E+07

274
Tabela I.7 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Itapipoca, referente ao período de 2002 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Total E. Coli (NMP/100
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
20/09/2002 7,20 Aus 207,00 69,20 1005 - - 6,9 -
11/07/2006 9,36 106,00 253,00 109,10 - - - - 5,0E+02
17/04/2007 8,40 120,00 205,70 61,20 - - - - 6,0E+01
19/07/2007 8,27 80,00 113,10 59,70 - - - - 1,0E+02
31/01/2008 8,77 208,00 309,40 102,60 - - - - 1,0E+01
18/04/2008 9,21 75,00 147,10 93,10 - - - - 1,0E+02
MÍNIMO 7,20 75,00 113,10 59,70 1005,00 0,00 0,00 6,9E+00 1,0E+01
MÉDIA 8,54 117,80 205,88 82,48 1005,00 0,00 0,00 6,9E+00 1,5E+02
MÁXIMO 9,36 208,00 309,40 109,10 1005,00 0,00 0,00 6,9E+00 5,0E+02

Tabela I.8 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Jijoca, referente ao período de 2007 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
04/07/2007 9,65 45,00 164,80 66,40 - - - - 1,0E+02
24/10/2007 9,84 93,00 321,00 39,90 - - - - 1,0E+02
24/04/2008 9,30 111,00 154,40 - - - - 2,0E+02
MÍNIMO 9,30 45,00 154,40 39,90 0,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+02
MÉDIA 9,75 69,00 242,90 53,15 0,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+02
MÁXIMO 9,84 111,00 321,00 66,40 0,00 0,00 0,00 0,00 2,0E+02

Tabela I.9 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Mauriti, referente ao período de 2007 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Total Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
20/03/07 9,43 300,00 583,2 225,9 - - - - 1,0E+02
23/05/07 7,38 985 704,9 226,5 - - - - 1,2E+03
22/08/07 7,59 139,00 341,9 179,7 - - - - 2,0E+05
28/11/07 7,57 246 149 - - - - 1,3E+03
13/02/08 8,77 96,00 86,8 - - - - 1,0E+02
11/06/08 8,14 92,00 192,8 113,6 - - - - 4,3E+02
MÍNIMO 7,38 92,00 86,80 113,60 0,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+02
MÉDIA 8,15 322,40 359,27 178,94 0,00 0,00 0,00 0,00 3,4E+04
MÁXIMO 9,43 985,00 704,90 226,50 0,00 0,00 0,00 0,00 2,0E+05

Tabela I.10 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Missão Velha, referente ao período de 2005 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (NMP/100mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
23/03/2005 11,00 94,00 282,40 591,00 - - - 1,0E+03
20/05/2005 9,80 64,00 551,00 104,90 - - - - 1,0E+02
28/07/2005 - 314,00 580,60 112,40 790,00 - - - 1,0E+02
31/08/2005 7,45 376,00 576,70 261,80 956,00 - - 2,0E+02
15/03/2006 10,24 8,00 128,00 32,10 - - - - 1,0E+02
19/10/2006 8,38 1044,00 467,40 184,26 - - - - 1,0E+02
21/03/2007 8,51 50,00 115,90 66,90 - - - - 1,0E+02
24/05/2007 10,65 44,00 149,30 45,50 - - - - 1,0E+01
23/08/2007 8,32 229,00 360,30 72,90 - - - - 4,1E+02
29/11/2007 9,71 - 679,60 146,90 - - - - 1,0E+01
12/03/2008 8,97 239,00 94,30 - - - - - 1,4E+03
11/06/2008 10,29 134,00 250,00 125,90 - - - - 1,5E+04
MÍNIMO 7,45 8,00 94,30 32,10 591,00 0,00 0,00 2,0E+02 1,0E+01
MÉDIA 9,39 236,00 352,96 115,36 779,00 0,00 0,00 2,0E+02 1,7E+03
MÁXIMO 11,00 1044,00 679,60 261,80 956,00 0,00 0,00 2,0E+02 1,5E+04

275
Tabela I.11 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Nova Jaguaribara, referente ao período de 2004 a 2007.
Fó sfo ro Coliformes
Co nduti vida de Amônia (mg Total
DATA pH STS (mg /L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotol erantes
(uS/cm) / L)
(mg/L ) (NMP/100 mL)
14/09/04 7,88 340,00 1028, 50 348,10 - 4,2E+03
26/10/04 8,81 124,00 303,3 0 126,00 - - - 1,6E+05
17/11/04 7,58 314,00 112,90 - - - -
29/05/06 9,19 27,00 269,5 0 21,00 - - - -
08/08/06 8,94 265,00 463,9 0 148,20 - - - -
06/03/07 8,28 18,00 173,9 0 74,50 - - - -
17/04/07 8,71 533,00 648,6 0 157,70 - - - -
M ÍNIMO 7,58 18,00 173,9 0 21,00 0,00 0,0 0 0,00 4,2E+03
MÉDIA 8,48 231,57 481,2 8 141,20 0,00 0,0 0 0,00 8,2E+04
MÁXIMO 9,19 533,00 1028, 50 348,10 0,00 0,0 0 0,00 1,6E+05

Tabela I.12 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Pacatuba, referente ao período de 2005 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
21/02/06 9,49 205,4 - - - - - 1,0E+03
29/08/06 7,2 30 138,8 43,9 - - - - 1,0E+02
13/02/07 8,2 46,00 193,3 86,1 - - - - 2,3E+02
15/05/07 9,3 100 168,8 78,8 - - - - 1,6E+04
31/07/07 8,2 118,00 169,7 97 - - - - 3,1E+00
02/10/07 8,2 46,00 142,6 45,2 - - - - 1,3E+02
04/12/07 9,2 - 666,8 180 - - - - 2,0E+01
07/02/08 9,3 27,00 221,4 106,7 - - - - 1,1E+01
25/03/08 8,7 102,00 211,4 152,4 - - - - 6,5E+02
06/05/08 8,3 55,00 100,2 35,4 - - - - 7,0E+01
01/07/08 9,3 78,00 195,7 72,7 - - - - 9,4E+00
MÍNIMO 7,20 27,00 100,20 35,40 0,00 0,00 0,00 0,00 3,1E+00
MÉDIA 8,67 66,89 219,46 89,82 0,00 0,00 0,00 0,00 1,7E+03
MÁXIMO 9,49 118,00 666,80 180,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,6E+04

Tabela I.13. - Dados da qualidade do efluente da ETE de Paraipaba, referente ao período de 2000 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (NMP/100mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
28/03/2000 9,36 101,00 14,00 - - - - -
30/08/2000 8,19 116,00 126,50 22,00 - 2,02 - - -
30/10/2000 8,07 108,00 155,00 - - - - - -
06/02/2003 7,40 20,00 241,30 113,30 - - - 1,0E+03 -
26/08/2004 7,41 78,00 414,20 243,70 1094 - - 2,9E+02 -
01/08/2006 7,20 90,00 269,50 93,30 - - - - 3,5E+02
25/01/2007 7,20 182,00 415,10 148,40 - - - - -
4
26/07/2007 7,71 89,00 335,70 168,60 - - - - 3,1 x 10
14/11/2007 7,94 103,00 517,70 223,00 - - - - -
08/05/2008 7,88 120,00 176,70 - - - - - 1,1E+04
MÍNIMO 7,20 20,00 101,00 14,00 1094,00 2,02 0,00 2,9E+02 3,5E+02
MÉDIA 7,84 100,67 275,27 128,29 1094,00 2,02 0,00 6,5E+02 5,7E+03
MÁXIMO 9,36 182,00 517,70 243,70 1094,00 2,02 0,00 1,0E+03 1,1E+04

276
Tabela I.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Pacajus, referente ao período de 2000 a 2008.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
16/02/2000 8,31 42,00 65,00 2,00 - - -
23/02/2000 8,27 10,00 62,00 4,00 6180,00 8,22 - -
12/04/2000 8,44 - 51,00 - 6231,00 1,24 - -
03/05/2000 8,37 - 67,00 2,00 5010,00 2,22 -
17/05/2000 8,14 - 176,00 19,00 5130,00 0,63 -
07/06/2000 7,87 158,00 208,00 79,00 5130,00 7,75 -
15/06/2000 7,93 - 195,00 72,00 - - -
21/06/2000 7,81 98,00 206,00 51,00 - - - -
12/07/20000 8,11 - 300,00 86,00 5770,00 15,53 - -
10/08/2000 8,47 - 158,00 - 4900,00 4,81 -

25/08/20000 8,24 244,00 330,00 220,00 - - -

31/08/2000 8,31 290,00 300,00 220,00 - - -


08/09/2000 8,13 246,00 400,00 172,00 5340,00 9,63 -
14/09/2000 8,27 90,00 558,00 420,00 5360,00 9,26 -
21/09/2000 8,14 220,00 398,00 5590,00 10000,00 -

28/09/20000 8,14 240,00 325,00 295,00 5560,00 10,35 -

05/10/2000 8,19 236,00 502,00 440,00 5270,00 5,40 -


10/10/2000 8,14 306,00 514,00 440,00 5630,00 7,35 -
20/10/2000 8,14 306,00 514,00 440,00 5630,00 6,56 -
26/10/2000 8,39 328,00 - - 5610,00 11,40 -
31/10/2000 8,37 334,00 - - 6380,00 9,09 -
07/11/2000 8,01 302,00 502,00 5930,00 10,02 -
16/11/2000 8,14 136,00 488,00 300,00 6580,00 15,40 -
23/11/2000 8,04 290,00 393,00 6580,00 15,40 -
30/11/2000 8,33 170,00 376,00 236,00 6600,00 -
20/12/2000 8,50 470,00 424,00 227,00 6660,00 1,00 -
15/01/2002 8,50 80,00 320,00 195,00 - - - -
13/02/2002 8,40 30,00 29,00 18,00 - - - -
19/02/2002 8,50 10,00 110,00 44,00 - - - -
26/02/2002 8,50 20,00 85,00 41,00 - - - -
12/03/2002 8,40 10,00 8,00 6,00 - - - -
20/03/2002 7,00 48,00 82,00 62,00 - - -
29/07/2002 7,40 20,00 183,50 165,20 5730,00 11,80 - -
08/08/2002 7,60 132,00 107,00 5090,00 2,00 -
19/08/2002 8,40 - 37,50 18,10 4980,00 2,10 -
16/09/2002 7,70 - 29,20 18,10 4690,00 2,70 -
03/10/2002 7,10 - 25,80 10,00 - - - -
05/11/2002 7,40 14,00 94,90 31,30 4490,00 7,30 -
11/12/2002 7,60 20,00 521,10 156,70 5820,00 - -
25/11/2002 7,10 - 259,30 136,10 - - - 2,3E+04
04/02/2003 7,40 20,00 278,00 145,10 6290,00 9,10 - -
21/03/2003 8,64 50,00 215,00 101,00 6820,00 3,62 -
01/04/2003 7,50 20,00 1178,80 562,10 3840,00 9,83 - 9,6E+03
08/05/2003 8,30 80,00 384,10 124,10 6480,00 4,80 - 9,6E+03
03/07/2003 8,30 20,00 58,00 - 6240,00 6,12 - 1,7E+02
16/07/2003 8,40 60,00 192,60 60,80 6970,00 10,90 - 1,1E+04
19/08/2003 8,20 60,00 97,00 - 5550,00 18,70 - -
29/09/2003 8,50 100,00 177,80 - 4640,00 23,80 - 2,0E+03
29/10/2003 7,90 137,00 208,30 - 4430,00 16,86 - 2,2E+05

277
Tabela I.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Pacajus, referente ao período de 2000 a 2008 –
continuação.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
29/01/2004 8,20 120,00 161,70 - - - - 3,9E+04
15/03/2004 8,50 62,00 186,70 - 3940,00 - 1,3E+07
05/04/2004 8,50 104,00 216,70 - - - - -
10/05/2004 8,90 42,00 299,30 80,90 5360,00 - - 1,6E+08
07/06/2004 8,20 38,00 120,30 - - - - 3,3E+04
29/07/2004 7,81 52,00 - - - - - 3,2E+05
16/08/2004 7,80 48,00 78,70 53,00 4980,00 - - 1,1E+05
30/08/2004 8,10 52,00 144,40 29,90 4800,00 - -
13/09/2004 8,10 110,00 195,60 26,80 5050,00 - - 1,7E+04
30/09/2004 8,30 896,00 190,50 131,30 5000,00 - -
18/10/2004 8,10 62,00 230,90 51,30 4120,00 - - 3,4E+04
10/11/2004 7,90 80,00 219,30 - 4560,00 - -
06/12/2004 9,40 202,00 380,20 181,90 4920,00 - - 1,7E+05
16/12/2004 7,90 274,00 369,60 143,90 - - - -
13/01/2005 8,20 72,00 251,90 122,50 - - - -
20/01/2005 8,10 68,00 305,60 - - - - -
16/02/2005 7,80 754,00 452,00 317,80 - - - -
23/02/2005 8,30 414,00 739,00 409,10 - - - -
10/03/2005 7,90 322,00 363,90 102,20 - - - -
17/03/2005 8,10 266,00 350,90 197,20 - - - -
28/04/2005 - 422,00 574,70 - - - - -
05/05/2005 7,40 334,00 1562,10 - - - - -
23/11/2005 8,30 22,00 124,10 - 5960,00 - - -
14/12/2005 8,21 28,00 171,50 26,00 5400,00 - - -
19/06/2006 8,45 - 102,50 44,40 4800,00 12,37 - -
09/02/2006 8,33 - 223,00 - 5370,00 - -
06/02/2007 7,80 264,00 287,00 107,80 - - - -
02/05/2007 8,20 486,00 834,00 - - - - -
24/07/2007 - 987,00 1092,90 - - - - -
25/09/2007 8,20 1015,00 705,40 - - - - -
17/03/2008 8,60 782,00 1233,00 - - - - -
22/04/2008 8,60 570,00 933,80 - - - - -
24/06/2008 9,30 862,00 1288,50 - - - - -
MÍNIMO 7,00 10,00 8,00 2,00 3840,00 0,63 0,00 1,7E+02
MÉDIA 8,14 219,20 336,82 143,57 5456,96 294,09 0,00 1,1E+07
MÁXIMO 9,40 1015,00 1562,10 562,10 6970,00 10000,00 0,00 1,6E+08

278
Tabela I.15 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Paracuru, referente ao período de 2003 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
26/02/2003 7,50 100,00 205,70 47,14 - - - 1,7E+04
28/08/2004 8,02 88,00 322,90 158,10 460,00 - - 3,0E+01
01/08/2006 7,93 - 143,20 70,10 - - - -
15/02/2007 8,65 90,00 230,40 55,30 - - - -
17/05/2007 8,61 77,00 165,10 - - - -
21/08/2007 8,77 72,00 131,60 35,50 - - - -
14/11/2007 10,23 54,00 152,50 43,30 - - - -
21/02/2008 9,50 51,00 131,00 48,20 - - - -
08/05/2008 9,62 130,00 200,00 134,70 - - - -
MÍNIMO 7,50 51,00 131,00 35,50 460,00 0,00 0,00 3,0E+01
MÉDIA 8,76 82,75 186,93 74,04 460,00 0,00 0,00 8,5E+03
MÁXIMO 10,23 130,00 322,90 158,10 460,00 0,00 0,00 1,7E+04

Tabela I.16 - Dados da qualidade do efluente da ETE do Pecém - São Gonçalo do Amarante, referente ao
período de 2003 a 2008.
Fósforo Coliformes
Condutividade Amônia (mg Total
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(uS/cm) /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
26/02/2003 8,00 20,00 219,80 88,38 - - - 2,1E+04
12/04/2007 10,51 38,00 172,40 91,70 - - - -
20/05/2008 11,04 44,00 125,40 57,10 - - - -
MÍNIMO 8,00 20,00 125,40 57,10 0,00 0,00 0,00 2,1E+04
MÉDIA 9,85 34,00 172,53 79,06 0,00 0,00 0,00 2,1E+04
MÁXIMO 11,04 44,00 219,80 91,70 0,00 0,00 0,00 2,1E+04

Tabela I.17 - Dados da qualidade do efluente da ETE de São Benedito, referente ao período de 2004 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO Condutividade Amônia Total E. Coli
DATA pH DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (NMP/100mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
02/03/2005 11,55 156,00 325,80 261,80 640,00 - - - 6,3E+06
05/04/2005 8,70 86,00 137,90 78,60 680,00 - - 70000 -
17/05/2006 8,13 38,00 88,90 74,90 - - - - 1,0E+02
22/11/2006 8,39 79,00 - 29,60 - - - - 8,4E+02
21/12/2006 8,70 68,00 195,10 30,30 - - - - 9,6E+03
18/01/2007 8,32 81,00 206,30 53,80 - - - - 1,7E+03
19/04/2007 8,22 49,00 129,10 55,10 - - - - 2,2E+04
12/07/2007 - 69,00 - - - - - - 7,4E+02
18/10/2007 8,00 132,00 258,90 19,50 - - - - 1,6E+03
16/01/2008 8,02 113,00 167,00 166,10 - - - - 7,0E+03
09/04/2008 - 202,00 117,60 52,40 - - - - 1,2E+03
30/07/2008 - 35,00 150,90 96,90 - - - - -
MÍNIMO 8,00 35,00 88,90 19,50 640,00 0,00 0,00 7,0E+04 1,0E+02
MÉDIA 8,67 92,33 177,75 83,55 660,00 0,00 0,00 7,0E+04 6,3E+05
MÁXIMO 11,55 202,00 325,80 261,80 680,00 0,00 0,00 7,0E+04 6,3E+06

279
Tabela I.18 - Dados da qualidade do efluente da ETE de São Gonçalo do Amarante, referente ao período de 2003
a 2008.
Fósforo Coliformes
Condutividade Amônia (mg Total
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(uS/cm) /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
06/02/2003 7,50 20,00 150,80 52,00 - - - 7,1E+04
27/07/2006 8,26 52,00 185,70 73,60 1323,00 115,60 - -
17/05/2007 9,67 71,00 142,00 - - - - -
16/04/2008 8,88 71,00 86,10 - - - - -
16/07/2008 10,26 102,00 92,30 92,30 - - - -
MÍNIMO 7,50 20,00 86,10 52,00 1323,00 115,60 0,00 7,1E+04
MÉDIA 8,91 63,20 131,38 72,63 1323,00 115,60 0,00 7,1E+04
MÁXIMO 10,26 102,00 185,70 92,30 1323,00 115,60 0,00 7,1E+04

Tabela I.19 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Tabuleiro do Norte, referente ao período de 2000 a
2008.
Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L)
(uS/cm) (mg /L) (mg/L) (NMP/100 mL)

23/08/00 8,57 258,00 210,00 123,00 804,00 2,78 - -


10/08/04 7,50 204,00 242,10 142,40 - 28,70 - 2,8E+05
29/09/04 7,50 262,00 739,10 285,80 977,00 - - 1,7E+03
28/10/04 7,63 176,00 400,50 143,80 - - - -
24/11/04 7,85 158,00 520,40 142,70 - - - 1,4E+04
28/12/04 7,26 184,00 523,10 135,50 780,00 - - 1,7E+05
12/01/05 7,34 126,00 363,60 193,40 958,00 - - 2,0E+04
01/03/05 7,11 184,00 470,20 222,60 - - - 9,0E+04
31/03/05 7,33 324,00 527,20 151,20 869,00 - - -
19/04/05 7,20 130,00 377,40 227,10 733,00 - - -
05/05/05 7,17 182,00 325,40 186,70 661,00 - - -
21/07/05 - 154,00 493,60 113,50 620,00 - - -
25/08/05 - 98,00 366,20 203,10 1061,00 - - -
27/09/05 7,40 228,00 482,20 228,10 1080,00 - - -
26/10/05 7,68 238,00 513,40 241,10 954,00 - - -
23/11/05 7,84 174,00 490,10 133,50 - - - -
29/12/05 7,32 322,00 502,80 62,30 - - - -
15/02/06 7,83 260,00 585,50 107,50 - - - -
22/03/06 7,56 - 447,30 256,50 878,00 - - 1,8E+02
24/05/06 7,68 53,00 212,20 17,55 952,00 - -
30/06/06 7,62 155,00 - 46.3 - - - -
19/07/06 7,46 250,00 404,50 - - - - -
09/08/06 8,00 156,00 377,40 138,80 - - - -
27/09/06 7,43 189,00 573,50 80,80 - - - -
01/11/06 7,32 124,00 497,50 116,40 - - - -
29/11/06 7,19 181,00 - 27,30 - - - -
03/01/07 7,59 554,00 555,00 115,61 - - - -
07/03/07 7,60 120,00 375,70 153,90 - - - -
04/04/07 7,27 94,00 690,00 247,50 - - - -
08/05/07 7,72 125,00 312,60 174,20 - - - -
25/07/07 7,25 424,00 125,00 93,70 - - - -
29/08/07 7,40 356,00 448,40 256,60 - - - -
02/10/07 7,49 194,00 634,10 211,90 - - - -
12/03/08 8,80 158,00 373,60 - - - - -
15/05/08 8,00 165,00 161,80 77,90 - - - -

MÍNIMO 7,11 53,00 125,00 17,55 620,00 2,78 0,00 1,8E+02

MÉDIA 7,57 204,71 433,98 156,62 871,31 15,74 0,00 8,2E+04


MÁXIMO 8,80 554,00 739,10 285,80 1080,00 28,70 0,00 2,8E+05

280
Tabela I.20 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Trairi, referente ao período de 2003 a
2008.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total E. Coli (NMP/100
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L) mL)
(NMP/100 mL)
06/02/03 7,8 22 269,8 135 - - -
06/04/05 7,76 12,00 29,70 13,80 768,00 - - - 1,0E+03
29/09/05 8,02 162,00 346,40 - - - - 1,0E+04
13/10/05 7,69 176,00 390,10 151,83 - - - - 1,0E+03
24/11/05 8,18 190,00 447,80 430,70 1004,00 - - - 8,4E+02
11/07/06 7,95 164,00 351,80 159,00 - - - - 5,9E+03
11/01/07 7,81 115,00 390,70 103,30 - - - - 2,0E+02
12/04/07 8,98 55,00 280,20 164,80 - - - - 1,3E+03
31/01/08 9,01 125,00 277,00 148,40 - - - - 5,2E+02
18/04/08 8,83 108,00 147,10 82,60 - - - - 1,0E+02
MÍNIMO 7,69 12,00 29,70 13,80 768,00 0,00 0,00 0,00 2,0E+02
MÉDIA 8,20 112,90 293,06 154,38 886,00 0,00 0,00 0,00 2,3E+03
MÁXIMO 9,01 190,00 447,80 430,70 1004,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+04

281
Tabela I.21 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Russas, referente ao período de 2003 a 2008.
Coliformes
STS Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
20/11/2000 8,10 88,00 192,00 45,00 - - - -
20/08/2002 7,90 40,00 304,30 102,00 1578,00 16,50 - -
10/02/2003 8,30 40,00 226,30 84,20 1710,00 17,50 - 2,4E+06
20/10/2003 7,70 136,00 338,30 52,30 2420,00 30,00 - 7,4E+04
14/07/2004 7,45 94,00 322,80 159,40 - - - 1,0E+03
27/07/2004 7,77 220,00 75,00 37,50 1610,00 - 3,3E+02
05/08/2004 7,74 - 42,50 24,80 - - - -
27/10/2004 8,09 - 330,50 56,70 - - - 9,0E+04
16/11/2004 7,78 188,00 85,60 83,40 - - - 3,1E+04
30/11/2004 7,61 46,00 417,20 161,10 - - - 1,2E+03
06/12/2004 7,68 200,00 380,60 105,60 - - - -
25/01/2005 7,58 98,00 269,60 131,40 1844,00 - - -
21/02/2005 7,95 170,00 328,10 71,60 1745,00 - 3,5E+05
08/03/2005 7,83 104,00 170,60 99,50 1769,00 - -
11/04/2005 7,54 42,00 299,20 94,10 - -
16/05/2005 7,93 100,00 259,00 127,70 1381,00 - 3,5E+05
06/06/2005 8,25 70,00 174,10 107,80 942,00 - -
06/07/2005 7,89 76,00 286,30 151,80 1610,00 - 2,4E+06
12/10/2005 8,11 92,00 495,10 196,84 - - - -
14/12/2005 7,85 136,00 381,40 69,80 - - - -
16/01/2006 7,44 170,00 481,60 103,90 2150,00 - -
06/02/2006 8,28 148,00 407,10 115,63 - - - 2,0E+04
06/03/2006 8,26 93,00 254,90 123,43 - - - -
05/04/2006 8,21 78,00 310,70 52,70 1324,00 - -
09/05/2006 8,12 60,00 222,70 59,20 - - - -
13/06/2006 7,88 90,00 179,40 71,90 - - - -
11/07/2006 8,08 98,00 258,30 95,50 - - - -
01/08/2006 7,80 115,00 99,40 273,70 - - - -
20/09/2006 8,08 179,00 441,00 103,39 1891,00 - -
10/10/2006 7,95 129,00 416,40 71,70 - - - -
08/11/2006 8,78 200,00 418,40 61,36 - - - -
08/11/2006 8,78 200,00 418,40 61,36 - - - -
12/12/2006 7,87 164,00 488,00 52,32 - - - -
16/01/2007 7,86 201,00 612,40 87,07 - - - -
21/02/2007 8,12 89,00 303,30 126,10 - - - -
30/05/2007 8,66 101,00 281,60 89,60 - - - -
21/06/2007 8,40 101,00 239,10 73,50 - - - -
29/06/2007 8,57 95,00 291,60 65,20 - - - -
31/07/2007 8,67 118,00 262,90 135,70 - - - -
26/09/2007 8,73 106,00 204,80 86,70 - - - -
16/10/2007 8,68 96,00 271,90 40,40 - - - -
31/10/2007 9,08 47,00 441,20 82,10 - - - -
04/12/2007 8,87 278,70 90,10 - - - -
08/01/2008 98,00 245,60 38,02 - - - -
12/02/2008 9,12 150,00 257,70 174,70 - - - -
05/03/2008 9,05 119,00 206,90 - - - -
03/04/2008 9,07 103,00 193,20 98,20 - - - -
06/05/2008 11,36 132,00 188,80 107,80 - - - -
03/06/2008 8,72 127,00 234,90 117,40 - - - -
03/07/2008 6,60 103,00 220,40 112,10 - - - -
08/08/2008 6,98 110,00 215,90 40,00 - - - -

MÍNIMO 6,60 40,00 38,02 24,80 942,00 16,50 0,00 3,3E+02

MÉDIA 9,94 122,17 280,97 96,78 1690,31 21,33 0,00 5,2E+05


MÁXIMO 98,00 278,70 612,40 273,70 2420,00 30,00 0,00 2,4E+06

282
ANEXO II

Dados da qualidade do efluente dos Sistemas do Grupo 5 -


RMF

283
Tabela II.1 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Araturi I - Caucaia, referente ao período de 2002 a
2008.
Coliformes
SST DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
18/03/2002 7,40 60,00 104,00 91,00 - - - -

01/04/2002 7,10 136,00 253,00 173,00 - - - 2,0E+06


26/04/2002 7,20 28,00 - 70,00 - - -
26/08/2002 7,50 20,00 239,80 75,60 - - - 1,6E+07
22/01/2002 7,10 80,00 413,00 152,20 - - - -
19/02/2003 8,30 40,00 515,90 182,20 - - - 4,8E+05

27/03/2003 8,70 26,00 7,00 5,90 - - - 7,0E+04

10/04/2003 8,10 40,00 35,00 22,10 - - - 4,0E+04

28/04/2003 8,10 40,00 240,00 88,40 - - - 2,3E+04


06/05/2003 8,10 20,00 201,50 93,30 - - - 4,5E+04
29/05/2003 8,00 82,00 321,40 130,40 - - - 2,2E+04
14/07/2003 8,60 80,00 295,50 121,70 - - - 2,0E+04
10/09/2003 7,50 140,00 368,90 52,80 - - - 2,7E+04
24/09/2003 7,60 140,00 253,80 37,10 - - - 1,1E+06
12/11/2003 7,34 200,00 321,70 154,80 - - - 7,5E+04
20/11/2003 7,51 24,00 321,70 73,63 - - - 1,9E+05
02/12/2003 7,68 180,00 411,70 157,50 - - - 1,5E+05
16/12/2003 7,07 120,00 428,30 119,40 - - - 3,0E+05
07/01/2004 7,48 200,00 515,00 - - - - -

27/01/2004 7,65 120,00 285,00 225,70 - - - 3,4E+04

11/02/2004 8,27 20,00 221,70 137,30 - - - 3,0E+04

01/03/2004 8,11 92,00 333,30 87,90 - - - 2,4E+05

01/04/2004 9,50 94,00 326,70 32,90 - - - 1,6E+05

15/06/2004 7,79 138,00 429,50 215,40 - 15,20 - 3,9E+04

15/07/2004 7,82 132,00 279,10 204,40 - - - 4,0E+04


18/08/2004 7,48 132,00 312,80 119,20 - - - 1,1E+04
29/09/2004 7,84 174,00 262,90 189,10 - - - > 2,4E+05
27/10/2004 7,75 152,00 338,30 140,20 - - - -
03/11/2004 7,82 202,00 376,20 118,70 - - - -
15/12/2004 7,78 122,00 398,40 181,00 - - - 4,2E+05
19/01/2005 7,33 100,00 456,50 175,50 - - - -
24/02/2005 7,52 206,00 583,50 141,60 - - - -
09/03/2005 7,44 188,00 789,70 332,04 - - - -
02/06/2005 7,70 124,00 232,00 155,80 - - - -
28/06/2005 8,06 118,00 279,50 - - - -
14/07/2005 7,53 60,00 296,70 121,80 - - - -
11/08/2005 7,77 57,00 306,30 228,50 - - - -
27/09/2005 8,51 98,00 448,20 292,80 - - - -
18/10/2005 7,55 92,00 440,20 135,05 - - - -
22/11/2005 7,57 50,00 400,00 104,40 - - - 2,7E+05
01/12/2005 7,65 152,00 506,10 - - - - 1,7E+06
12/01/2006 8,24 88,00 386,00 - 1046,00 - - -

02/02/2006 8,04 172,00 343,40 - 1232,00 - - -

09/03/2006 7,67 - 257,50 - - - - -

13/04/2006 8,25 101,00 280,30 - 1011,00 - - -

19/06/2006 8,40 158,00 245,10 - 780,00 - - -

18/07/2006 7,61 154,00 282,90 - 930,00 - - -

10/08/2006 7,55 149,00 212,40 148,60 1034,00 - 4,01 -

20/09/2006 7,49 124,00 421,80 - 1127,00 - - -

26/10/2006 7,51 91,00 406,00 - 1362,00 - - -

09/11/2006 7,97 65,00 344,20 117,40 1517,00 76,20 5,42 -

07/12/2006 7,54 139,00 350,70 - 1402,00 - - -

16/01/2007 7,95 162,00 338,80 121,20 1461,00 52,46 - -

13/02/2007 7,89 122,00 343,00 - 1422,00 - - -

13/03/2007 8,02 111,00 199,60 - 1097,00 - - -

17/04/2007 8,21 131,00 216,30 - 1122,00 38,37 - -

15/05/2007 8,04 147,00 262,10 - 1040,00 - - -

12/06/2007 8,12 156,00 256,30 - 1061,00 - - -

17/07/2007 7,89 149,00 237,50 128,30 1235,00 49,87 - -

14/08/2007 7,77 10,00 430,40 - 1314,00 - - -

11/09/2007 7,94 172,00 340,20 - 1767,00 - - -

16/10/2007 8,29 152,00 385,30 - 1567,00 - - -

13/11/2008 8,40 97,00 429,80 - 1543,00 - - -

26/12/2008 7,77 235,00 513,30 - 1512,00 - - -

22/01/2008 8,71 137,00 338,90 95,30 1409,00 20,00 - -

07/02/2008 8,27 26,00 384,80 - 1379,00 - - -

18/03/2008 8,17 143,00 297,20 - 1219,00 - - -

30/04/2008 8,22 98,00 198,70 - 967,00 - - -

20/05/2008 8,41 119,00 282,20 - 952,00 - - -

17/06/2008 8,20 173,00 279,40 - 960,00 - - -

10/07/2008 8,20 147,00 367,60 183,20 1124,00 20,80 - -

13/08/2008 8,07 132,00 143,10 - 1220,00 - - -

MÍNIMO 7,07 10,00 7,00 5,90 780,00 15,20 4,01 1,1E+04


MÉDIA 7,88 114,63 328,52 134,87 1227,07 38,99 4,71 9,4E+05
MÁXIMO 9,50 235,00 789,70 332,04 1767,00 76,20 5,42 1,6E+07

284
Tabela II.2 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Nova Metrópole - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008.
C o l if o r m es
DQ O A m ô ni a F ó sf o ro T o t a l
DA T A pH ST S ( m g /L ) DB O ( m g /L ) C o n d u t iv i d a d e ( u S / cm ) T em o t o l e ra n t es
( m g /L ) ( m g /L ) (m g / L )
(N M P / 1 0 0 m L )
0 2 / 0 4 /2 0 0 1 7 ,4 1 28,00 - 5 3 ,0 0 - - - -
2 9 / 0 1 /2 0 0 1 7 ,0 4 4 ,0 0 - 144,00 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 1 7 ,1 0 80,00 - 6 8 ,0 0 - - - -
3 0 / 0 7 /2 0 0 1 - - - - - - - -
0 6 / 1 2 /2 0 0 1 7 ,7 0 40,00 - 153,00 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 2 7 ,5 0 20,00 159,00 9 0 ,0 0 - - - -
3 1 / 0 7 /2 0 0 2 7 ,0 0 20,00 261,10 161,70 - - - -
2 6 / 0 9 /2 0 0 2 7 ,4 0 - 414,80 138,50 - - - -
0 9 / 1 2 /2 0 0 2 7 ,4 0 40,00 404,40 175,60 - - -
1 3 / 0 3 /2 0 0 3 7 ,0 0 20,00 294,10 5 2 ,9 0 - - - -
1 0 / 0 4 /2 0 0 3 8 ,1 0 20,00 7 6 ,9 0 4 2 ,2 0 - - - -
1 3 / 0 5 /2 0 0 3 7 ,1 0 20,00 6 9 ,0 0 4 9 ,2 0 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 3 7 ,8 0 40,00 228,60 6 6 ,6 0 - - - -
2 4 / 0 6 /2 0 0 3 7 ,9 0 4 ,0 0 289,70 6 1 ,2 0 - - - -
0 7 / 0 7 /2 0 0 3 8 ,0 0 34,00 312,10 128,80 - - - -
3 1 / 0 7 /2 0 0 3 7 ,6 0 1 4 0 ,0 0 325,90 5 6 ,6 0 - - - -
2 6 / 0 8 /2 0 0 3 6 ,9 0 1 2 0 ,0 0 472,90 9 0 ,6 0 - - - -
0 9 / 0 9 /2 0 0 3 7 ,5 0 1 2 0 ,0 0 342,70 8 4 ,3 0 - - - -
2 3 / 0 9 /2 0 0 3 8 ,2 0 1 0 0 ,0 0 328,60 6 4 ,7 0 - - - -
0 2 / 1 0 /2 0 0 3 7 ,5 0 2 6 0 ,0 0 330,80 8 7 ,0 0 - - - -
1 0 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,4 8 1 6 0 ,0 0 528,30 137,70 - - - -
1 7 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,3 5 1 2 0 ,0 0 491,70 109,00 - - - -
0 1 / 1 2 /2 0 0 3 6 ,9 5 2 6 0 ,0 0 458,30 8 4 ,6 0 - - - -
1 5 / 1 2 /2 0 0 3 7 ,2 6 1 4 0 ,0 0 531,70 108,30 - - - -
2 0 / 0 1 /2 0 0 4 7 ,6 1 1 8 0 ,0 0 421,70 217,30 - - - 2 , 2 E +0 5
2 6 / 0 2 /2 0 0 4 7 ,7 7 1 7 6 ,0 0 353,30 - - - - 7 , 9 E +0 4
1 1 / 0 3 /2 0 0 4 7 ,9 5 46,00 246,70 8 1 ,6 0 - - - -
0 4 / 0 5 /2 0 0 4 7 ,1 4 1 0 6 ,0 0 322,10 185,00 - 1 3 ,5 0 - 4 , 1 E +0 4
0 8 / 0 6 /2 0 0 4 7 ,5 2 1 1 6 ,0 0 300,80 - - - - 4 , 8 E +0 4

2 9 / 0 6 /2 0 0 4 7 ,6 8 92,00 111,90 8 7 ,4 0 - - - 4 , 8 E +0 4

0 8 / 0 7 /2 0 0 4 7 ,1 9 82,00 295,30 156,10 - - - 7 , 5 E +0 4


2 4 / 0 8 /2 0 0 4 7 ,5 2 1 0 4 ,0 0 276,10 135,70 - - - 3 , 9 E +0 4
2 0 / 1 0 /2 0 0 4 7 ,8 6 2 0 8 ,0 0 489,00 183,20 - - - -
0 3 / 1 1 /2 0 0 4 7 ,7 1 2 4 0 ,0 0 501,60 137,00 - - - -
2 8 / 1 2 /2 0 0 5 7 ,1 8 1 5 0 ,0 0 516,20 142,60 - - - -
2 6 / 0 1 /2 0 0 5 7 ,9 8 1 9 2 ,0 0 547,30 371,00 - - - -
2 2 / 0 2 /2 0 0 5 7 ,3 5 1 7 4 ,0 0 502,00 295,03 - - - 2 , 0 E +0 3

0 8 / 0 3 /2 0 0 5 7 ,1 8 2 2 4 ,0 0 452,20 310,40 - - - 1 , 6 E +0 5

1 4 / 0 4 /2 0 0 5 6 ,9 4 1 0 2 ,0 0 221,30 - - -

0 4 / 0 5 /2 0 0 5 7 ,4 3 1 2 0 ,0 0 301,60 173,20 - - - 5 , 0 E +0 4
2 3 / 0 6 /2 0 0 5 7 ,0 4 1 1 8 ,0 0 313,30 115,80 - - -
1 4 / 0 7 /2 0 0 5 7 ,2 0 1 2 0 ,0 0 317,60 106,10 - - - -
0 9 / 0 8 /2 0 0 5 7 ,3 3 65,00 447,30 - - - 2 , 6 E +0 4
1 5 / 0 9 /2 0 0 5 7 ,8 9 2 5 8 ,0 0 468,70 175,40 - - -
1 8 / 1 0 /2 0 0 5 7 ,5 3 2 2 6 ,0 0 574,10 107,89 - - - 7 , 9 E +0 5
1 0 / 1 1 /2 0 0 5 7 ,9 0 2 5 6 ,0 0 527,30 145,08 - - -

0 1 / 1 2 /2 0 0 5 7 ,6 4 2 1 6 ,0 0 519,20 7 5 ,4 0 - - -

0 3 / 0 1 /2 0 0 6 7 ,6 4 2 2 6 ,0 0 428,30 - 1 2 4 8 ,0 0 - - -
1 6 / 0 2 /2 0 0 6 7 ,4 0 - 343,30 - 1 2 3 7 ,0 0 - - -
2 9 / 0 3 /2 0 0 6 7 ,5 1 - 366,00 - 1 3 3 9 ,0 0 - - -
0 4 / 0 4 /2 0 0 6 7 ,6 4 57,00 305,00 - 1 0 3 3 ,0 0 - - 2,6 x 104
0 2 / 0 5 /2 0 0 6 7 ,9 7 49,00 153,80 - 972,00 - - -
2 8 / 0 6 /2 0 0 6 7 ,5 5 1 4 2 ,0 0 - - 1 0 2 7 ,0 0 - - -

0 4 / 0 7 /2 0 0 6 7 ,7 6 1 9 2 ,0 0 - - 1 0 6 3 ,0 0 - - -

0 1 / 0 8 /2 0 0 6 7 ,3 1 1 5 0 ,0 0 315,80 - 1 0 8 9 ,0 0 - - -

2 7 / 0 9 /2 0 0 6 7 ,7 0 2 0 1 ,0 0 439,20 - 1 1 8 0 ,0 0 - - -
1 7 / 1 0 /2 0 0 6 7 ,9 6 1 9 4 ,0 0 500,90 101,39 1 2 3 9 ,0 0 5 2 ,5 8 0 ,7 4 -
2 8 / 1 1 /2 0 0 6 7 ,5 8 1 7 6 ,0 0 - - 1 2 7 9 ,0 0 - - -
2 6 / 1 2 /2 0 0 7 8 ,1 0 2 0 2 ,0 0 502,70 - 1 2 9 4 ,0 0 - - -
2 5 / 0 1 /2 0 0 7 7 ,4 3 1 6 0 ,0 0 422,40 - 1 1 9 4 ,0 0 - - -
0 8 / 0 2 /2 0 0 7 7 ,7 5 1 8 4 ,0 0 417,10 179,20 1 3 7 5 ,0 0 5 7 ,9 1 0 ,1 4 -

2 2 / 0 3 /2 0 0 7 7 ,8 9 1 0 3 ,0 0 300,60 - 1 1 3 4 ,0 0 - - -

2 6 / 0 4 /2 0 0 7 7 ,8 7 3 0 8 ,0 0 232,30 - 1 0 8 7 ,0 0 - - -

1 7 / 0 5 /2 0 0 7 7 ,8 8 1 3 3 ,0 0 303,10 - 1 1 3 0 ,0 0 - - -
2 1 / 0 6 /2 0 0 7 7 ,9 7 1 7 5 ,0 0 304,80 - 1 2 1 2 ,0 0 - - -
2 6 / 0 7 /2 0 0 7 7 ,4 1 1 6 8 ,0 0 292,90 - 1 2 7 8 ,0 0 - - -
2 8 / 0 8 /2 0 0 7 8 ,0 7 2 2 4 ,0 0 449,70 151,30 1 3 4 4 ,0 0 6 8 ,1 0 1 ,0 1 -
2 5 / 0 9 /2 0 0 7 7 ,9 8 2 4 2 ,0 0 469,00 - 1 3 3 2 ,0 0 - - -
2 5 / 1 0 /2 0 0 7 8 ,1 0 2 1 9 ,0 0 464,00 - 1 3 6 5 ,0 0 - - -
2 1 / 1 1 /2 0 0 7 8 ,1 7 2 0 2 ,0 0 405,60 - 1 4 0 4 ,0 0 - - -

2 7 / 1 2 /2 0 0 7 7 ,9 0 2 5 9 ,0 0 552,10 - 1 5 2 2 ,0 0 - - -

3 0 / 0 1 /2 0 0 8 8 ,1 2 1 8 3 ,0 0 419,20 - 1 3 6 6 ,0 0 - - -
2 6 / 0 2 /2 0 0 8 7 ,1 0 2 4 4 ,0 0 468,40 169,90 1 4 0 3 ,0 0 2 2 ,6 0 - -
2 7 / 0 3 /2 0 0 8 8 ,1 0 1 6 8 ,0 0 326,70 - 1 3 1 1 ,0 0 - - -
2 3 / 0 4 /2 0 0 8 7 ,7 6 1 0 4 ,0 0 222,70 - 1 1 8 2 ,0 0 - - -
2 7 / 0 5 /2 0 0 8 7 ,7 8 1 1 8 ,0 0 294,70 - 1 2 5 5 ,0 0 - - -
2 4 / 0 6 /2 0 0 8 7 ,5 4 75,00 319,80 - 1 2 8 1 ,0 0 - - -

2 3 / 0 7 /2 0 0 8 7 ,9 4 2 3 9 ,0 0 328,50 - 1 3 1 5 ,0 0 - - -
M ÍN IM O 6 ,9 0 4 ,0 0 6 9 ,0 0 4 2 ,2 0 972,00 1 3 ,5 0 0 ,1 4 2 , 0 E +0 3
M É D IA 7 ,5 9 1 4 1 ,3 2 367,08 130,66 1 2 4 1 ,6 1 4 2 ,9 4 0 ,6 3 1 , 3 E +0 5
M Á X IM O 8 ,2 0 3 0 8 ,0 0 574,10 371,00 1 5 2 2 ,0 0 6 8 ,1 0 1 ,0 1 7 , 9 E +0 5

285
Tabela II.3 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Planalto - Caucaia, referente ao período de 2001 a
2008.
D QO DB O C o ndu tiv i d a de A m ô ni a Fós fo r o T o ta l Co li for me s T e m o tole ra n tes
D AT A pH ST S (m g /L )
(m g / L ) (m g /L ) ( uS/ c m) (m g /L ) (m g / L ) (NM P/ 1 0 0 m L )
0 2 / 0 4 /2 0 0 1 7, 71 80, 00 - 3 6 ,0 0 - - - -
0 7 / 0 5 /2 0 0 1 8, 40 90, 00 - 7 8 ,0 0 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 1 7, 60 60, 00 - 5 1 ,0 0 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 1 8, 20 88, 00 - 6 9 ,0 0 - - - -
3 0 / 0 7 /2 0 0 1 7, 80 14, 00 - 1 1 4, 0 0 - - - -
0 6 / 1 2 /2 0 0 1 7, 90 1 2 0 ,0 0 - 1 1 8, 0 0 - - - -
0 7 / 0 3 /2 0 0 2 7, 90 74, 00 255, 00 1 2 8, 0 0 - - - -
0 2 / 0 5 /2 0 0 2 7, 50 72, 00 6 3 ,0 0 - - - -
1 8 / 0 4 /2 0 0 2 6, 40 2 ,0 0 67, 00 4 0 ,0 0 - - - -
0 2 / 0 5 /2 0 0 2 7, 50 72, 00 6 3 ,0 0 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 2 7, 50 36, 00 188, 00 1 4 5, 0 0 - - - -
3 1 / 0 7 /2 0 0 2 7, 30 20, 00 231, 50 2 3 1, 5 0 - - - -
2 6 / 0 9 /2 0 0 2 7, 70 20, 00 357, 90 1 8 3, 8 0 - - - -
0 9 / 1 2 /2 0 0 2 7, 60 20, 00 544, 10 1 8 8, 8 0 - - - -
1 3 / 0 3 /2 0 0 3 7, 50 68, 00 294, 10 7 8 ,7 0 - - - -
2 7 / 0 3 /2 0 0 3 8, 60 40, 00 14, 10 1 1 ,1 0 - - - -
1 0 / 0 4 /2 0 0 3 8, 00 60, 00 111, 90 6 5 ,4 0 - - - -
2 8 / 0 4 /2 0 0 3 8, 10 40, 00 280, 00 9 4 ,4 0 - - - -
0 6 / 0 5 /2 0 0 3 8, 20 17, 00 171, 60 8 3 ,7 0 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 3 7, 90 80, 00 285, 70 1 3 0, 4 0 - - - -
2 7 / 0 6 /2 0 0 3 8, 20 1 1 4 ,0 0 192, 90 5 7 ,8 0 - - - -
0 7 / 0 7 /2 0 0 3 7, 50 1 0 0 ,0 0 163, 00 2 7 ,6 0 - - - -
2 6 / 0 8 /2 0 0 3 7, 80 1 3 0 ,0 0 418, 60 4 9 ,4 0 - - - -
0 9 / 0 9 /2 0 0 3 7, 80 1 8 0 ,0 0 293, 70 4 6 ,9 0 - - - -
2 3 / 0 9 /2 0 0 3 7, 30 2 0 0 ,0 0 257, 10 1 3 6, 9 0 - - - -
0 2 / 1 0 /2 0 0 3 8, 00 2 2 0 ,0 0 368, 40 1 1 6, 0 0 - - - -
1 0 / 1 1 /2 0 0 3 7, 74 1 2 0 ,0 0 428, 30 83, 70 - - - -
1 7 / 1 1 /2 0 0 3 8, 23 2 3 0 ,0 0 505, 00 22, 10 - - - -
1 5 / 1 2 /2 0 0 3 7, 62 2 2 0 ,0 0 431, 70 42, 27 - - - -
2 7 / 0 1 /2 0 0 4 7, 84 80, 00 135, 00 1 3 5, 0 0 - - - 2 ,4 E +0 5
2 6 / 0 2 /2 0 0 4 8, 14 76, 00 296, 70 - - - - 1 ,3 E +0 5
1 1 / 0 3 /2 0 0 4 8, 80 66, 00 236, 70 5 1 ,1 0 - - - -
0 6 / 0 5 /2 0 0 4 8, 47 72, 00 308, 20 65, 80 - 9, 10 - 3 ,4 E +0 3
0 8 / 0 6 /2 0 0 4 8, 78 1 0 4 ,0 0 323, 30 2 3 4, 4 0 - - - 1 ,6 E +0 6
1 5 / 0 7 /2 0 0 4 7, 91 1 4 0 ,0 0 271, 30 1 8 2, 3 0 - 1 ,4 E +0 5
2 4 / 0 8 /2 0 0 4 7, 97 86, 00 280, 40 1 2 7, 0 0 - - - 2 ,4 E +0 4
2 0 / 1 0 /2 0 0 4 8, 47 1 9 0 ,0 0 481, 20 1 0 8, 1 0 - - - -
3 0 / 1 1 /2 0 0 4 8, 02 1 5 8 ,0 0 495, 10 1 4 8, 5 0 - - - 2 ,1 E +0 4
2 2 / 1 2 /2 0 0 5 7, 41 - 15 2 6 ,0 0 5 2 0, 5 0 - - - -
2 7 / 0 1 /2 0 0 5 7, 48 1 1 2 ,0 0 922, 80 8 2 1, 9 0 - - - -
2 4 / 0 2 /2 0 0 5 7, 58 1 7 8 ,0 0 532, 80 2 5 5, 9 0 -
0 5 / 0 4 /2 0 0 5 7, 66 1 2 0 ,0 0 374, 40 3 0 8, 4 0 - - - 4 ,9 E +0 5
1 9 / 0 5 /2 0 0 5 8, 11 1 1 1 ,0 0 253, 10 1 5 1, 6 0 - - -
2 8 / 0 6 /2 0 0 5 7, 23 1 4 1 ,0 0 362, 40 - - -
1 4 / 0 7 /2 0 0 5 7, 46 94, 00 373, 50 1 7 5, 9 0 - - - -
3 0 / 0 8 /2 0 0 5 8, 25 1 8 6 ,0 0 608, 60 1 6 3, 4 0 - - - 5 ,0 E +0 4
1 5 / 0 9 /2 0 0 5 8, 24 2 2 4 ,0 0 479, 40 1 4 8, 6 0 -
1 8 / 1 0 /2 0 0 5 7, 90 2 8 2 ,0 0 487, 80 2 0 5, 8 0 - - - 1 ,3 E +0 6
1 0 / 1 1 /2 0 0 5 8, 30 1 5 4 ,0 0 599, 90 1 0 1, 3 0 - - -
0 6 / 1 2 /2 0 0 5 7, 89 2 3 0 ,0 0 549, 60 2 9 2, 8 0 - - -
0 7 / 0 2 /2 0 0 6 8, 14 2 3 2 ,0 0 481, 40 - 1 4 2 2 ,0 0 - - -
2 9 / 0 3 /2 0 0 6 7, 62 - 418, 70 - 1 2 9 6 ,0 0 - - -
0 4 / 0 4 /2 0 0 6 8, 04 - 399, 00 - 1 0 9 6 ,0 0 - - -
0 2 / 0 5 /2 0 0 6 8, 54 1 1 8 ,0 0 183, 80 - 1 0 4 2 ,0 0 - - -
2 8 / 0 6 /2 0 0 6 8, 26 1 4 4 ,0 0 - - 1 1 7 2 ,0 0 - - -
0 4 / 0 7 /2 0 0 6 7, 84 1 3 4 ,0 0 - - 1 1 9 4 ,0 0 - - -
0 1 / 0 8 /2 0 0 6 8, 25 2 1 5 ,0 0 412, 60 - 1 4 2 5 ,0 0 - - -
2 7 / 0 9 /2 0 0 6 7, 97 3 0 8 ,0 0 540, 80 - 1 4 4 0 ,0 0 - - -
1 7 / 1 0 /2 0 0 6 7, 60 2 9 9 ,0 0 597, 60 1 3 6, 1 2 1 5 7 3 ,0 0 6 0 ,2 8 0 ,9 5 -
2 8 / 1 1 /2 0 0 6 7, 66 1 5 8 ,0 0 - - 1 6 5 2 ,0 0 - - -
2 6 / 1 2 /2 0 0 7 8, 47 2 1 7 ,0 0 661, 80 - 1 7 1 4 ,0 0 - - -
2 5 / 0 1 /2 0 0 7 7, 76 2 5 4 ,0 0 627, 80 - 1 6 2 2 ,0 0 - - -
0 8 / 0 2 /2 0 0 7 7, 67 2 4 9 ,0 0 540, 20 - 1 7 0 1 ,0 0 - - -
2 2 / 0 3 /2 0 0 7 8, 02 82, 00 319, 10 - 1 2 2 0 ,0 0 - - -
2 6 / 0 4 /2 0 0 7 8, 21 67, 00 304, 90 - 1 0 5 5 ,0 0 - - -
1 7 / 0 5 /2 0 0 7 8, 02 1 1 6 ,0 0 210, 00 - 1 1 0 7 ,0 0 - - -
2 1 / 0 6 /2 0 0 7 8, 17 1 6 6 ,0 0 390, 90 1 3 6, 0 0 1 2 9 5 ,0 0 5 2 ,2 2 - -
2 6 / 0 7 /2 0 0 7 8, 21 1 9 4 ,0 0 365, 00 - 1 3 8 5 ,0 0 - - -
2 8 / 0 8 /2 0 0 7 8, 20 1 8 8 ,0 0 432, 70 - 1 6 2 4 ,0 0 - - -
M ÍN IM O 6, 40 2 ,0 0 1 4 ,1 0 11, 10 1 0 4 2 ,0 0 9, 10 0 ,9 5 3 ,4 E +0 3
M É DIA 7, 91 1 2 9 ,2 7 390, 42 1 4 0, 5 2 1 3 7 0 ,2 6 4 0 ,5 3 0 ,9 5 4 ,0 E +0 5
M ÁX IM O 8, 80 3 0 8 ,0 0 15 2 6 ,0 0 8 2 1, 9 0 1 7 1 4 ,0 0 6 0 ,2 8 0 ,9 5 1 ,6 E +0 6

286
Tabela II.4 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tabapuá - Caucaia, referente ao período de 2001 a
2008.
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
24/04/2001 7,56 56,00 - 101,00 - - - -
28/03/2001 7,69 54,00 - 39,00 - - - -
19/02/2001 8,26 74,00 - 82,00 - - - -
17/01/2001 8,24 76,00 - 120,00 - - - -
12/04/2002 7,5 - 54,00 40,00 - - - -
14/05/2001 7,3 38,00 - - - - - -
16/07/2001 7,9 50,00 - 48,00 - - - -
27/07/2001 7,9 36,00 - 136,00 - - - -
22/08/2001 7,6 48,00 - 76,00 - - - -
05/11/2001 8,1 60,00 - 110,00 - - - -
03/12/2001 7,4 180,00 - 97,00 - - - -
12/04/2002 7,5 - - 40,00 - - - -
24/07/2002 7,6 - 57,40 - - - - -
12/09/2002 7,7 12,00 378,50 166,70 - - - -
31/10/2002 8 40,00 204,10 30,90 - - - -
08/01/2003 7,8 98,00 425,50 136,70 - - - 1,0E+03
06/02/2003 7,4 82,00 268,70 204,40 - - - 4,6E+05
07/03/2003 7,7 16,00 137,40 108,70 - - - 7,0E+04
01/04/2003 7,1 32,30 88,70 24,20 - - - 2,3E+04
11/04/2003 7,9 10,00 105,70 54,30 - - - 2,0E+04
13/05/2003 7,0 40,00 75,90 27,00 - - - 1,0E+03
30/05/2003 7,1 52,00 98,50 44,80 - - - 1,0E+03
11/06/2003 8,1 20,00 89,70 9,97 - - - 1,0E+02
27/06/2003 8,2 22,00 71,40 16,80 - - - 1,0E+03
10/07/2003 8,1 70,00 54,40 15,20 - - - 1,0E+03
21/08/2003 8,2 100,00 83,30 26,90 - - - 7,4E+04
04/09/2003 8,4 120,00 133,80 31,50 - - - 1,8E+04
29/09/2003 8,2 140,00 110,30 76,40 - - - 2,3E+05
07/10/2003 8,5 120,00 135,70 52,30 - - - 1,0E+04
21/10/2003 7,8 100,00 285,00 76,70 - - - 3,1E+02
04/11/2003 9,2 74,00 228,33 47,30 - - - 1,0E+03
27/11/2003 8,5 150,00 418,30 89,88 - - - 1,0E+03
09/12/2003 8,2 120,00 65,00 47,76 - 1,0E+04
22/12/2003 7,9 140,00 158,30 100,00 - 1,6E+05
14/01/2004 8,67 120,00 318,30 80,00 - - 1,3E+04
26/01/2004 8,91 140,00 338,30 175,10 - - - 1,7E+04
02/02/2004 9,48 120,00 164,70 - - - 1,7E+04
16/02/2004 8,89 100,00 111,70 58,80 - - - 4,6E+04
08/03/2004 8,89 34,00 126,70 18,00 - - - 1,6E+06
06/04/2004 9,38 28,00 120,00 67,80 - - - 5,2E+02
01/06/2004 9,37 116,00 154,40 49,90 - 9,20 3,3E+04
29/07/2004 8,67 38,00 82,60 - - - - 6,3E+03
12/08/2004 8,32 52,00 67,90 30,30 - - - 9,5E+01
02/09/2004 8,17 48,00 172,10 70,70 - - - 1,0E+03
26/10/2004 8,50 24,00 136,10 84,60 - - - 4,9E+03
30/11/2004 9,15 126,00 225,50 42,20 - - - 8,0E+03
16/12/2004 8,05 68,00 158,00 92,10 - -

287
Tabela II.4 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tabapuá - Caucaia, referente ao período de 2001 a
2008 – continuação.
STS DQO D BO C ondu tividad e Amônia Fósforo Total Coliformes Temotoleran tes
D ATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (u S/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
12/01/2005 8,48 84,00 242,90 162,69 - - - -
16/02/2005 8,1 38,00 356,00 188,81 - - - -
09/03/2005 8,91 154,00 341,30 154,90 - - - -
13/04/2005 7,9 40,00 108,60 71,90 - - - -
19/05/2005 8,53 28,00 102,00 92,90 - - - -
02/06/2005 8,22 90,00 95,80 47,80 - - - -
24/08/2005 8,72 52,00 154,90 78,90 - - - -
22/09/2005 7,98 78,00 98,00 75,74 - - - -
13/10/2005 8,16 54,00 125,50 59,62 - - - -
08/11/2005 7,38 116,00 364,60 186,40 - - - -
28/12/2005 8,14 100,00 228,70 31,30 - - - -
19/01/2006 7,94 108,00 257,90 - 1270,00 - - -
09/02/2006 7,98 100,00 283,20 - 1364,00 - - -
16/03/2006 7,86 - 300,00 - 1238,00 - - -
20/04/2006 8,47 44,00 126,40 - 861,00 - - -
18/05/2006 7,74 5,00 35,60 - 664,00 - - -
26/06/2006 7,78 55,00 - - 781,00 - - -
20/07/2006 7,72 35,00 123,70 - 933,00 - - -
17/08/2006 7,85 58,00 - - 1046,00 - - -
19/09/2006 8,37 61,00 267,60 - 1237,00 - - -
19/10/2006 8,25 81,00 167,50 - 1450,00 23,08 5,44 -
16/11/2006 7,98 89,00 250,50 - 1587,00 - - -
13/12/2006 8,45 32,00 210,70 - 1672,00 - - -
31/01/2007 7,81 39,00 230,40 - 1595,00 - - -
15/02/2007 7,67 13,00 382,60 - 1603,00 - - -
22/03/2007 8,21 16,00 115,70 77,07 229,00 - - -
16/04/2007 8,51 51,00 146,40 - 984,00 - - -
17/05/2007 8,22 44,00 115,20 - 804,00 - - -
20/06/2007 8,37 42,00 55,40 56,60 1028,00 16,50 - -
16/07/2007 8,27 49,00 115,00 - 1236,00 - - -
02/08/2007 7,9 41,00 165,00 - 1324,00 - - -
19/09/2007 8,46 52,00 318,40 - 1586,00 - - -
15/10/2007 8,47 57,00 145,10 - 1724,00 - - -
06/11/2007 8,08 95,00 239,70 - 1757,00 - - -
27/12/2007 8,42 86,00 296,60 149,78 1735,00 29,10 - -
23/01/2008 9,8 75,00 288,80 189,10 1259,00 40,00 - -
14/02/2008 8,66 87,00 221,50 - 1201,00 - - -
16/04/2008 8,07 50,00 33,70 18,70 728,00 0,71 - -
08/05/2008 8,61 40,00 71,60 - 621,00 - - -
18/06/2008 7,41 87,00 61,50 - 891,00 - - -
16/07/2008 8,32 18,00 126,80 70,90 1205,00 32,10 - -
07/08/2008 7,49 77,00 165,20 - 1352,00 - - -
MÍN IMO 7,00 5,00 33,70 9,97 229,00 0,71 5,44 9,5E+ 01
MÉDIA 8,15 67,83 177,01 80,73 1192,42 21,53 5,44 9,1E+ 04
MÁX IMO 9,80 180,00 425,50 204,40 1757,00 40,00 5,44 1,6E+ 06

288
Tabela II.5 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. São Francisco - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008.
STS DQ O D BO C ondu tividad e Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
D ATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (u S/cm) (mg/L) (mg/L) (N MP/100 mL)
24/04/2001 7,56 76,00 - 150,00 - - - -
28/03/2001 7,70 70,00 - 60,00 - - - -
13/02/2001 7,70 78,00 - 92,00 - - - -
07/05/2001 7,20 80,00 - 116,00 - - - -
14/05/2001 7,10 44,00 - 30,00 - - - -
06/06/2001 7,40 124,00 - - - - - -
22/06/2001 7,50 74,00 - 10,00 - - - -
16/07/2001 7,70 60,00 - 56,00 - - - -
22/08/2001 7,30 40,00 - 134,00 - - - -
05/11/2001 8,00 80,00 - 104,00 - - - -
03/12/2001 7,50 60,00 - 197,00 - - - -
12/04/2002 7,40 36,00 77,00 51,00 - - - -
24/07/2002 7,50 - 1 62,70 - - - - -
31/10/2002 7,80 80,00 2 65,30 6 1,20 - - - -
08/01/2003 7,30 80,00 411,30 131,70 - - - -
06/02/2003 7,30 40,00 253,70 116,70 - - - -
12/02/2003 7,50 40,00 196,90 126,00 - - - -
07/03/2003 7,20 40,00 145,00 92,00 - - - -
01/04/2003 7,20 20,00 153,20 52,80 - - - -
22/04/2003 7,90 20,00 128,80 25,70 - - - -
13/05/2003 7,30 24,00 200,00 61,10 - - - -
30/05/2003 7,00 32,00 143,90 53,50 - - - -
11/06/2003 8,00 24,00 131,00 19,72 - - - -
27/06/2003 8,10 16,00 214,30 47,60 - - - -
10/07/2003 7,70 48,00 102,00 54,10 - - - -
21/08/2003 8,40 80,00 187,50 32,30 - - - -
04/09/2003 7,80 160,00 204,20 46,00 - - - -
29/09/2003 7,60 130,00 227,90 62,10 - - - -
07/10/2003 7,70 100,00 207,10 37,60 - - - -
21/10/2003 7,60 108,00 271,70 59,90 - - - -
04/11/2003 8,10 86,00 311,67 63,30 - - - -
27/11/2003 7,56 142,00 565,00 63,02 - - - -
09/12/2003 7,98 120,00 141,70 41,57 - - - -
22/12/2003 7,62 180,00 158,30 57,15 - - - -
14/01/2004 8,05 108,00 431,70 50,10 - - - 2, 4E+ 04
26/01/2004 8,04 200,00 321,70 177,10 - - - 5, 0E+ 05
02/02/2004 8,18 120,00 128,30 102,20 - - - 5, 0E+ 05
16/02/2004 8,19 40,00 175,00 71,70 - - - 5, 4E+ 05
08/03/2004 8,17 102,00 266,70 70,60 - - - 1, 3E+ 05
06/04/2004 8,24 40,00 203,30 115,60 - - - 2, 4E+ 06
01/06/2004 7,98 106,00 234,90 99,10 - 10,40 9, 0E+ 05
29/06/2004 7,69 100,00 139,80 89,70 - - - 1, 6E+07
29/07/2004 7,53 80,00 90,20 - - - - 2, 9E+05
12/08/2004 7,58 98,00 117,50 53,50 - - - 2, 4E+04
02/09/2004 7,90 126,00 405,30 165,80 - - - 3, 8E+05
26/10/2004 7,92 236,00 369,40 195,80 - - - 1, 6E+05
30/11/2004 7,85 457,10 457,10 - - - 3, 5E+05
16/12/2004 7,90 178,00 450,90 177,20 - - 2, 4E+06

289
Tabela II.5 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. São Francisco - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008 - continuação.
Fósforo
STS DQO DBO Condutividade Amônia Coliformes Temotolerantes
DATA pH Total
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (NMP/100 mL)
(mg/L)
12/01/2005 7,75 118,00 470,60 324,20 - - - -
16/02/2005 7,64 228,00 452,00 256,60 - - -
-
16/03/2005 7,60 114,00 430,80 180,60 - - -
-
13/04/2005 7,80 96,00 265,10 172,10 - - -
-
19/05/2005 7,74 90,00 289,80 197,10 - - -
-
23/06/2005 7,52 112,00 777,30 - - -
-
26/07/2005 7,91 120,00 489,20 117,80 - -
- 4,0E+04
11/08/2005 8,15 80,00 334,50 201,80 - - -
-
30/09/2005 - - -
7,72 148,00 337,70 -
19/10/2005 - - -
7,95 144,00 378,40 111,28 -
08/11/2005 - -
8,04 204,00 430,90 361,07 - 1,7E+06
06/12/2005 - - -
7,67 252,00 455,70 114,90 -
10/01/2006 11,04 64,00 522,00 - 1465,00 - - -
07/02/2006 7,89 140,00 485,00 - 1461,00 - - -
30/03/2006 7,83 - 212,10 - 1411,00 - - -
18/04/2006 7,92 87,00 278,90 - 1664,00 - - -
09/05/2006 7,77 79,00 205,60 - 953,00 - - -
23/06/2006 8,14 97,00 - - 1098,00 - - -
18/07/2006 7,83 103,00 310,80 - 1128,00 - - -
05/09/2006 7,86 211,00 385,00 136,02 1338,00 67,82 1,17 -
30/10/2006 - - - -
8,08 8,00 404,10 1593,00
30/11/2006 - - - -
7,40 160,00 - 1657,00
27/12/2007 - - - -
8,47 89,00 466,50 1665,00
30/01/2007 8,08 147,00 524,80 - 1607,00 - - -
15/02/2007 7,78 117,00 495,70 - 1537,00 - - -
28/03/2007 8,27 60,00 179,10 - 1136,00 - - -
03/04/2007 8,11 144,00 227,00 - 1200,00 - - -
16/05/2007 8,31 105,00 226,50 - 1108,00 - - -
13/06/2007 8,01 153,00 360,90 120,80 1204,00 55,60 - -
03/07/2007 7,97 197,00 295,40 - 1352,00 - - -
16/08/2007 7,97 194,00 210,50 - 1475,00 - - -
19/09/2007 - - - -
7,90 281,00 555,10 1570,00
02/10/2007 - - - -
8,04 263,00 417,10 1507,00
14/11/2007 - - - -
8,32 126,00 354,60 1575,00
MÍNIMO 7,00 8,00 77,00 10,00 953,00 10,40 1,17 2,4E+04
MÉDIA 7,83 111,43 302,62 106,57 1395,64 44,61 1,17 1,6E+06
MÁXIMO 11,04 457,10 777,30 361,07 1665,00 67,82 1,17 1,6E+07

Tabela II.6 - Dados da qualidade do efluente da ETE Caucaia, referente ao ano de 2008.
Coliformes
Condutividade Amônia Fósforo Total E. Coli (NMP/100
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(uS/cm) (mg/L) (mg/L) mL)
(NMP/100 mL)
25/01/2008 10,9 119 196,4 46,6 1731 0,811 - - 3,1E+02
14/02/2008 9,14 71 174,8 - 1722 - - - -
06/03/2008 9,75 83 126,4 - 1673 - - - 1,0E+02
16/04/2008 7,79 92 209,7 - 1313 - - - -
08/05/2008 9,2 103 172,9 - 1017 - - - -
18/06/2008 8,88 133 192,3 96,4 1038 1,83 - - < 1,0E+02
16/07/2008 8,47 102 137,7 - 1142 - - - -
07/08/2008 8,15 85 166,4 - 1246 - - - -

MÍNIMO 7,79 71,00 126,40 46,60 1017,00 0,81 - - 1,0E+02


MÉDIA 9,04 98,50 172,08 71,50 1360,25 1,32 - - 2,1E+02
MÁXIMO 10,90 133,00 209,70 96,40 1731,00 1,83 - - 3,1E+02

290
Tabela II.7 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Marechal Rondon - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS Amônia
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Condutividade (uS/cm) Total Termotolerantes
(mg/L) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100mL)
06/11/2001 9,30 32,00 - - - - - -
22/11/2001 8,90 94,00 - 82,00 - - - -
05/04/2002 7,70 74,00 72,00 60,00 - - - -
17/04/2002 8,40 2,00 63,00 42,00 - - - -
26/09/2002 7,70 20,00 176,10 87,80 - - - -
09/12/2002 8,10 2,00 272,10 102,00 - - - -
22/01/2003 8,26 - 173,90 105,00 - - - -
06/02/2003 7,50 44,00 141,80 74,00 - - - -
07/03/2003 7,50 20,00 7,80 6,00 - - - -
01/04/2003 7,20 20,00 88,70 44,50 - - - -
22/04/2003 8,10 22,00 75,20 21,50 - - - -
02/07/2003 8,30 60,00 94,90 40,60 - - - -
14/08/2003 8,60 78,00 50,40 - - - - -
10/09/2003 8,40 100,00 254,10 46,50 - - - -
24/09/2003 8,60 80,00 84,60 38,90 - - - -
06/11/2003 8,65 56,00 118,30 15,00 - - - -
20/11/2003 8,42 22,00 128,30 47,54 - - - -
02/12/2003 8,36 100,00 341,70 33,12 - - - -
16/12/2003 8,46 120,00 245,00 18,50 - - - -
07/01/2004 7,98 100,00 321,70 - - - - -
20/01/2004 8,32 80,00 135,00 85,60 - - - 7,0E+03
11/02/2004 8,97 80,00 148,30 66,10 - - - 2,3E+04
01/03/2004 9,20 4,00 216,70 61,60 - - - 2,0E+02
01/04/2004 9,78 60,00 250,00 82,60 - - - 3,2E+04
06/05/2004 9,11 68,00 184,90 56,10 - 5,30 - 1,7E+04
01/06/2004 8,93 40,00 167,80 79,40 - - - 1,6E+06
08/07/2004 8,37 40,00 169,00 75,90 - - - 1,0E+03
18/08/2004 8,62 62,00 195,30 73,00 - - - 1,0E+02
27/10/2004 9,39 114,00 186,60 100,90 - - - -
18/11/2004 8,78 98,00 43,80 66,30 - - -
15/12/2004 8,38 106,00 227,80 111,00 - - - 5,0E+03
19/01/2005 8,36 74,00 232,10 113,70 - - - -
18/02/2005 8,00 110,00 272,00 98,10 - - -
08/03/2005 8,51 138,00 249,50 72,80 - - - 5,0E+03
01/04/2005 7,38 128,00 172,50 117,40 - - -
11/05/2005 7,76 124,00 173,90 140,90 - - -
28/06/2005 - 86,00 174,70 - - - -
26/07/2005 8,56 104,00 295,70 97,50 - - - 4,8E+02
24/08/2005 8,14 32,00 195,90 107,40 - - -
22/09/2005 8,44 78,00 98,00 62,50 - - -
13/10/2005 NC 102,00 178,70 47,50 - - -
16/11/2005 8,50 122,00 225,10 55,90 - - - 4,9E+03
28/12/2005 7,97 204,00 204,20 44,09 - - -
12/01/2006 9,14 54,00 204,00 - 1205,00 - - -
02/02/2006 9,04 136,00 184,90 - 1429,00 - - -
09/03/2006 8,39 - 197,50 - 1256,00 - - -
13/04/2006 8,33 58,00 121,30 - 1089,00 - - -
11/05/2006 7,90 40,00 79,80 - 870,00 - - -
19/06/2006 8,78 44,00 55,70 - 802,00 - - -
18/07/2006 7,80 44,00 140,00 - 1055,00 - - -
10/08/2006 8,02 56,00 - 63,50 1031,00 - - -
20/09/2006 8,17 84,00 147,00 - 1247,00 - - -
26/10/2006 8,31 63,00 184,60 - 1492,00 - - -
09/11/2006 8,33 33,00 167,00 48,98 1856,00 12,33 6,24 -
07/12/2006 8,31 81,00 228,60 - 1480,00 - - -
16/01/2007 8,04 44,00 215,00 - 1581,00 - - -
13/02/2007 8,41 73,00 148,90 64,90 1570,00 27,71 9,38 -
13/03/2007 8,60 91,00 87,10 - 1162,00 - - -
17/04/2007 8,47 52,00 176,60 - 1124,00 - - -
15/05/2007 8,50 58,00 100,50 75,93 1111,00 40,85 4,65 -
12/06/2007 7,17 57,00 107,30 - 1147,00 - - -
17/07/2007 7,96 38,00 145,10 - 1360,00 - - -
14/08/2007 7,86 64,00 135,20 - 1404,00 - - -
11/09/2007 8,46 38,00 120,80 - 1556,00 - - -
16/10/2007 8,81 71,00 137,40 - 1590,00 - - -
13/11/2008 8,88 64,00 136,20 - 1639,00 - - -
26/12/2008 7,92 102,00 165,40 - 1682,00 - - -
22/01/2008 9,44 31,00 151,80 - 1508,00 - - -
07/02/2008 8,82 15,00 177,90 88,10 1327,00 0,01 - -
18/03/2008 8,71 68,00 154,10 - 1330,00 - - -
30/04/2008 8,77 62,00 110,40 - 814,00 - - -
20/05/2008 8,81 47,00 124,30 - 1022,00 - - -
17/06/2008 8,88 44,00 115,80 - 1132,00 - - -
28/07/2008 8,50 57,00 195,20 - 1393,00 - -

MÍNIMO 7,17 2,00 7,80 6,00 802,00 0,01 4,65 1,0E+02


MÉDIA 8,41 67,63 162,29 68,70 1298,84 17,24 6,76 1,4E+05
MÁXIMO 9,78 204,00 341,70 140,90 1856,00 40,85 9,38 1,6E+06

291
Tabela II.8 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Parque Guadalajara - Caucaia, referente ao período
de 2001 a 2008.
F ó sfo r o C o l i fo r m e s
DQ O C o ndu tiv i da d e A m ô n ia
DA T A pH ST S (m g /L ) D BO (m g / L ) T o ta l T e m o to le ra n tes
(m g /L ) (u S/ cm ) (m g / L )
(m g / L ) ( N M P/ 1 0 0 m L )
1 3 / 0 3 /2 0 0 0 8 ,5 3 - 4 4 ,0 0 19, 00 - - - -
0 5 / 0 4 /2 0 0 0 7 ,5 7 - 1 1 ,0 0 10, 00 - - - -
0 8 / 0 5 /2 0 0 0 7 ,3 7 - 4 2 ,0 0 14, 00 - - - -
1 7 / 0 7 /2 0 0 0 7 ,8 3 3 8 ,0 0 3 8 ,0 0 10, 00 - - - -
1 6 / 1 0 /2 0 0 0 7 ,7 7 5 6 ,0 0 5 5 ,0 0 44, 00 - - - -
2 9 / 1 1 /2 0 0 0 7 ,8 0 2 8 ,0 0 134, 00 53, 00 - - - -
2 3 /0 4 / 2 0 0 1 7 ,2 1 - - 11, 00 - - - -
2 6 /0 3 / 2 0 0 1 7 ,6 7 - - - - - - -
1 4 /0 5 / 2 0 0 1 7 ,8 0 - - 30, 00 - - - -
1 5 /1 0 / 2 0 0 1 8 ,0 0 - - 11, 00 - - - -
1 8 /0 3 / 2 0 0 2 7 ,2 0 - 1 2 ,0 0 10, 00 - - - -
0 1 /0 4 / 2 0 0 2 7 ,2 0 - 123, 00 94, 00 - - - 9 ,0 E +0 2
2 6 /0 4 / 2 0 0 2 6 ,8 0 - 3 4 ,0 0 14, 00 - - - -
2 6 / 0 8 /2 0 0 2 7 ,7 0 - 8 7 ,7 0 29, 80 - - - 3 ,3 E +0 2
1 3 /0 1 / 2 0 0 4 8 ,2 6 2 0 ,0 0 8 1 ,7 0 33, 17 - - - 7 ,0 E +0 3
1 2 /0 2 / 2 0 0 4 8 ,5 1 2 2 ,0 0 238, 30 1 2 2 ,7 0 - - - 7 ,0 E +0 3
2 5 /0 2 / 2 0 0 4 9 ,0 2 1 6 ,0 0 100, 00 33, 90 - - - 2 ,2 E +0 4
1 0 /0 3 / 2 0 0 4 7 ,7 6 3 8 ,0 0 123, 30 46, 20 - - - 3 ,9 E +0 4
1 4 /0 4 / 2 0 0 4 8 ,7 8 4 8 ,0 0 213, 30 65, 00 - - - 1 ,6 E +0 6
0 6 /0 5 / 2 0 0 4 8 ,2 3 6,00 150, 70 59, 50 - 8 ,6 0 - 9 ,0 E +0 5
0 1 /0 6 / 2 0 0 4 8 ,8 8 - 100, 70 49, 60 - - - 3 ,3 E +0 5
0 8 /0 7 / 2 0 0 4 7 ,4 7 1 0 ,0 0 161, 40 65, 10 - - - 1 ,0 E +0 3
1 2 / 0 8 /2 0 0 4 7 ,4 8 1 6 ,0 0 6 3 ,8 0 25, 40 - - - 2 ,0 E +0 1
2 9 / 0 9 /2 0 0 4 8 ,3 7 6 2 ,0 0 6 4 ,8 0 - - - - 8 ,0 E +0 3
0 5 / 1 0 /2 0 0 4 8 ,3 9 3 6 ,0 0 103, 10 37, 80 - - - 1 ,1 E +0 3
0 3 / 1 1 /2 0 0 4 8 ,5 9 8 4 ,0 0 148, 20 58, 90 - - - -
2 8 / 1 2 /2 0 0 4 8 ,5 9 3 4 ,0 0 137, 70 52, 20 - - -
2 6 /0 1 / 2 0 0 5 8 ,7 7 8 2 ,0 0 181, 60 64, 50 - - -
2 2 /0 2 / 2 0 0 5 7 ,8 1 126, 00 196, 80 1 0 1 ,4 0 - - - 2 ,0 E +0 3
0 8 /0 3 / 2 0 0 5 8 ,6 1 148, 10 97, 70 - - - 1 ,3 E +0 3
0 1 /0 4 / 2 0 0 5 7 ,3 7 7 2 ,0 0 111, 50 - - -
1 1 /0 5 / 2 0 0 5 8 ,2 4 5 4 ,0 0 9 8 ,3 0 60, 03 - - -
0 2 /0 6 / 2 0 0 5 8 ,1 4 3 4 ,0 0 8 8 ,4 0 42, 10 - - -
2 3 /0 6 / 2 0 0 5 8 ,1 3 4 4 ,0 0 257, 30 86, 30 - - -
0 9 /0 8 / 2 0 0 5 8 ,6 3 4 8 ,0 0 109, 20 - - - 8 ,0 E +0 2
2 7 / 0 9 /2 0 0 5 8 ,8 4 3 2 ,0 0 113, 00 57, 70 - - -
1 3 / 1 0 /2 0 0 5 8 ,8 8 4 4 ,0 0 182, 50 58, 86 - - -
0 8 / 1 1 /2 0 0 5 8 ,5 1 6 8 ,0 0 138, 60 - - - 2 ,0 +0 3
2 8 / 1 2 /2 0 0 5 8 ,0 4 4 4 ,0 0 136, 50 24, 40 - - - -
1 9 /0 1 / 2 0 0 6 8 ,0 0 5 2 ,0 0 134, 60 - 949, 00 - - -
0 9 /0 2 / 2 0 0 6 7 ,1 9 - 148, 70 - 977, 00 - - -
1 6 /0 3 / 2 0 0 6 8 ,3 3 - 220, 00 - - - - -
2 0 /0 4 / 2 0 0 6 8 ,4 3 2 5 ,0 0 5 2 ,3 0 - 762, 00 - - -
1 8 /0 5 / 2 0 0 6 7 ,3 1 1 7 ,0 0 4 0 ,0 0 - 761, 00 - - -
2 6 /0 6 / 2 0 0 6 6 ,9 0 3,00 - - 825, 00 - - -
2 0 /0 7 / 2 0 0 6 7 ,5 1 5,00 5 3 ,6 0 - 926, 00 - - -
1 7 /0 8 / 2 0 0 6 7 ,8 9 3 0 ,0 0 119, 70 - 913, 00 - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 6 8 ,0 8 4 9 ,0 0 9 9 ,5 0 - 954, 00 - - -
1 9 / 1 0 /2 0 0 6 7 ,8 2 6 7 ,0 0 119, 70 28, 62 1 0 4 3 ,0 0 71, 57 - -
1 6 / 1 1 /2 0 0 6 7 ,6 9 5 8 ,0 0 - - 1 0 4 4 ,0 0 - - -
1 3 / 1 2 /2 0 0 6 8 ,5 6 1 8 ,0 0 162, 70 - 1 0 9 2 ,0 0 - - -
3 1 /0 1 / 2 0 0 7 7 ,5 9 6 9 ,0 0 211, 20 - 1099, 00 - - -
1 5 /0 2 / 2 0 0 7 7 ,9 2 1 5 ,0 0 187, 00 - 958, 00 - - -
2 2 /0 3 / 2 0 0 7 8 ,4 0 2 4 ,0 0 6 6 ,1 0 - 823, 00 25, 67 - -
1 6 /0 4 / 2 0 0 7 8 ,3 0 5 0 ,0 0 118, 90 - 975, 00 - - -
1 7 /0 5 / 2 0 0 7 7 ,0 4 1,00 2 6 ,9 0 - 835, 00 - - -
2 0 /0 6 / 2 0 0 7 7 ,4 8 4 5 ,0 0 5 3 ,3 0 - 983, 00 - - -
1 6 /0 7 / 2 0 0 7 7 ,6 7 7,00 3 7 ,1 0 - 1050, 00 - - -
0 2 /0 8 / 2 0 0 7 7 ,8 7 2 1 ,0 0 5 8 ,5 0 - 1056, 00 - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 7 8 ,2 6 6 6 ,0 0 151, 00 - 1 1 1 6 ,0 0 - - -
1 5 / 1 0 /2 0 0 7 8 ,0 7 2 5 ,0 0 6 4 ,8 0 - 1 1 1 6 ,0 0 - - -
0 6 / 1 1 /2 0 0 7 8 ,4 0 7 7 ,0 0 118, 10 - 1 1 5 9 ,0 0 - - -
2 7 / 1 2 /2 0 0 7 8 ,1 7 1 6 ,0 0 135, 10 - 1 1 7 4 ,0 0 - - -
2 3 /0 1 / 2 0 0 8 9 ,8 8 6 0 ,0 0 159, 50 - 960, 00 - - -
1 4 /0 2 / 2 0 0 8 8 ,8 2 3 0 ,0 0 9 4 ,2 0 - 1035, 00 - - -
0 6 / 0 3 /2 0 0 8 7 ,2 2 1 0 ,0 0 3 8 ,3 0 - 1086, 00 13, 10 - -
1 6 / 0 4 /2 0 0 8 7 ,0 5 2 0 ,0 0 8 2 ,4 0 - 879, 00 - - -
0 8 / 0 5 /2 0 0 8 7 ,7 8 1 6 ,0 0 5 3 ,3 0 - 862, 00 - - -
1 8 / 0 6 /2 0 0 8 7 ,5 9 5,00 3 5 ,9 0 - 918, 00 - - -
1 6 /0 7 / 2 0 0 8 7 ,5 0 1 4 ,0 0 2 9 ,1 0 - 1054, 00 - - -
0 7 /0 8 / 2 0 0 8 7 ,0 7 1 6 ,0 0 7 0 ,3 0 - 1032, 00 - - -
M ÍN IM O 6 ,8 0 1,00 1 1 ,0 0 10, 00 761, 00 8 ,6 0 0 ,0 0 2 ,0 E +0 1
M É D IA 7 ,9 8 3 7 ,0 2 107, 25 46, 31 981, 16 29, 74 - 1 ,8 E +0 5
M Á X IM O 9 ,8 8 126, 00 257, 30 1 2 2 ,7 0 1 1 7 4 ,0 0 71, 57 - 1 ,6 E +0 6

292
Tabela II.9 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Ceará - Fortaleza, referente ao período de 2001 a
2008.
Coliformes
S ólidos Totais DQO DB O Cond utivid ade A môn ia Fósforo Total
D ATA pH Temotolerantes
( mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS /cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
02/05/2001 7,10 42,00 - 20,00 - - - -
20/03/2001 7,39 82,00 - 22,00 - - - -
12/03/2001 7,64 38,00 - 30,00 - - - -
08/03/2001 7,53 80,00 - 32,00 - - - -
19/02/2001 7,28 48,00 - 54,00 - - - -
12/11/2001 7,00 68,00 - - - - - -
15/04/2002 7,00 22,00 - 76,00 - - - -
10/05/2002 7,10 40,00 - 43,00 - - - -
11/07/2002 7,60 14,00 33,10 22,00 - - - -
02/09/2002 6,80 4,00 55,50 43,10 - - - -
18/10/2002 7,40 - 80,00 35,00 - - - -
28/01/2003 8,10 20,00 384,60 186,40 - - - -
18/02/2003 7,20 12,00 349,60 158,20 - - - -
06/03/2003 7,20 60,00 235,70 120,00 - - - -
22/04/2003 7,90 20,00 180,50 47,80 - - - -
02/05/2003 8,00 20,00 164,00 72,00 - - - -
23/05/2003 7,90 60,00 178,60 43,60 - - - -
02/07/2003 7,80 44,00 202,50 88,60 - - - -

23/07/2003 8,00 24,00 349,00 85,20 - - - -

27/08/2003 7,40 120,00 365,70 121,60 - - - -


11/09/2003 7,50 122,00 386,40 115,10 - - - -
25/09/2003 7,40 160,00 472,20 166,20 - - - -
13/10/2003 7,40 180,00 639,30 151,60 - - - -
12/11/2003 7,71 60,00 158,30 35,10 - - - -
26/11/2003 7,17 240,00 658,30 104,48 - - - -
10/12/2003 7,49 220,00 405,00 129,35 - - - -
29/12/2003 8,00 260,00 285,00 72,20 - - - -
13/01/2004 7,52 260,00 335,00 119,40 - - - 9,0E+05

12/02/2004 7,58 94,00 171,60 - - - - 3,4E+04

25/02/2004 7,82 122,00 280,00 110,60 - - - 1,3E+05


10/03/2004 8,84 108,00 250,00 116,80 - - - 1,7E+05
23/03/2004 7,76 94,00 330,00 128,30 - - - 2,2E+05
14/04/2004 7,56 156,00 353,60 211,60 - - - 1,6E+06
20/05/2004 7,41 172,00 429,70 128,40 - 18,80 - 1,7E+05
02/06/2004 7,51 184,00 540,10 177,70 - - - 1,1E+04
27/07/2004 7,47 152,00 151,50 132,10 - - - 1,6E+06
16/08/2004 7,55 198,00 306,40 143,00 - - - 1,6E+06
28/09/2004 7,69 128,00 796,20 124,40 - - - 1,6E+05
21/10/2004 7,83 90,00 413,40 125,30 - - - -
18/11/2004 7,53 114,00 226,70 200,20 - - - -
01/12/2004 7,99 258,00 487,10 211,86 - - - -

293
Tabela II.9 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Ceará - Fortaleza, referente ao período de 2001 a
2008 - continuação.
Coliformes
S ólidos Totais DQO DB O Cond utivid ade A môn ia Fósforo Total
D ATA pH Temotolerantes
( mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS /cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
18/01/2005 7,51 246,00 513,90 840,40 - - - 3,5E+05
31/03/2005 7,38 84,00 319,10 92,70 - - -
14/04/2005 7,16 92,00 200,40 109,30 - - -
24/05/2005 7,79 134,00 239,70 146,40 - - - 3,3E+05
22/06/2005 7,19 130,00 347,00 165,20 - - - 3,4E+05
12/07/2005 7,43 94,00 399,20 351,90 - - - 2,0E+04
04/08/2005 7,61 160,00 401,20 141,00 - - - -
14/09/2005 8,32 176,00 418,60 237,30 - - - 2,0E+04
19/10/2005 7,97 150,00 436,30 111,34 - - - -
16/11/2005 7,99 186,00 430,90 100,55 - - - 1,6E+03
29/12/2005 7,57 256,00 582,20 195,77 - - - -
04/01/2006 7,36 310,00 472,50 - - - - -
08/02/2006 7,89 156,00 416,40 - - - - -
08/03/2006 7,51 136,00 405,70 - - - - -
05/04/2006 7,71 96,00 113,50 - - - - -
03/05/2006 8,04 88,00 196,60 - - - - -
07/06/2006 7,95 152,00 280,30 - - - - -
05/07/2006 7,74 192,00 - - - - 2,0E+03
02/08/2006 8,00 191,00 329,80 189,13 - 71,20 3,96 1,3E+03
26/09/2006 7,48 228,00 471,40 - - - - -
24/10/2006 7,24 166,00 434,80 - - - - -
22/11/2006 7,26 178,00 - 177,94 - - 2,48 -
19/12/2006 7,97 242,00 384,20 - - - - -
24/01/2007 7,86 124,00 411,70 210,20 1308,00 72,10 1,55 -
28/02/2007 8,02 108,00 214,40 - 1043,00 - - -
21/03/2007 7,90 116,00 243,00 - 956,00 - - -
25/04/2007 7,51 80,00 218,40 - 995,00 - - -

16/05/2007 7,90 169,00 344,70 - 957,00 - - -

27/06/2007 7,93 162,00 343,80 - 1205,00 - - -


10/07/2007 7,97 198,00 400,80 183,90 1291,00 57,88 1,51 -
16/08/2007 7,88 225,50 431,90 - 1376,00 - - -
27/09/2007 7,96 202,00 416,50 - 1516,00 - - -
18/10/2007 7,82 142,00 392,20 - 1477,00 - - -
14/11/2007 8,02 161,00 475,20 - 1398,00 - - -
20/12/2008 7,90 229,00 527,40 - 1401,00 - - -
24/01/2008 8,66 209,00 328,60 - 1142,00 - - -
28/02/2008 7,46 160,00 395,50 - 1289,00 - - -
12/03/2008 8,11 202,00 324,50 - 1244,00 - - -
17/04/2008 8,10 95,00 191,20 - 1097,00 - - -
28/05/2008 7,89 146,00 285,20 - 1106,00 - - -
11/06/2008 7,45 144,00 237,60 212,40 997,00 28,30 1,11 -
17/07/2008 7,78 254,00 394,90 - 1231,00 - - -
M ÍNIMO 6,80 4,00 33,10 20,00 956,00 18,80 1,11 1,3E+03
MÉDI A 7,67 136,09 342,82 135,81 1212,05 49,66 2,12 4,0E+05
M ÁXIMO 8,84 310,00 796,20 840,40 1516,00 72,10 3,96 1,6E+06

294
Tabela II.10 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. João Paulo II- Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008.
C o l if o r m es
D QO C o n d u t iv i d a d e A m ô n ia F ó sf o ro T o t a l
D AT A pH S TS (m g / L ) D BO (m g / L ) T em o t o l e ra n t es
(m g / L ) ( u S / c m) (m g / L ) (m g / L )
(N M P / 1 0 0 m L )
0 2 / 0 5 /2 0 0 1 7 ,7 0 72,00 - 1 2 9 ,0 0 - - - -
2 0 / 0 3 /2 0 0 1 7 ,5 8 62,00 - 68,00 - - - -
1 2 / 0 3 /2 0 0 1 7 ,6 4 68,00 - 60,00 - - - -
0 2 / 0 7 /2 0 0 1 7 ,7 0 1 0 8 ,0 0 - 1 3 9 ,0 0 - - - -
1 5 / 0 4 /2 0 0 2 7 ,4 0 60,00 - - - - - -
1 0 / 0 5 /2 0 0 2 7 ,2 0 48,00 - 44,00 - - - -
0 2 / 0 9 /2 0 0 2 7 ,0 0 68,00 3 7 0 ,4 0 118,20 - - - -
0 6 / 0 1 /2 0 0 3 7 ,0 0 40,00 - 1 1 3 ,3 0 - - - -
0 5 / 0 2 /2 0 0 3 7 ,5 0 20,00 - 49,80 - - - -
1 4 / 0 3 /2 0 0 3 7 ,2 0 12,00 - 34,00 - - - -
2 6 / 0 3 /2 0 0 3 7 ,0 0 20,00 - 58,50 - - - -
0 7 / 0 4 /2 0 0 3 8 ,4 0 20,00 - 45,30 - - - -
2 2 / 0 4 /2 0 0 3 8 ,4 0 20,00 - 7 ,6 0 - - - -
1 4 / 0 5 /2 0 0 3 6 ,8 0 30,00 - 14,90 - - - -
0 4 / 0 6 /2 0 0 3 6 ,8 0 50,00 - 5,50 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 3 8 ,4 0 24,00 - 54,40 - - - -
1 5 / 0 7 /2 0 0 3 8 ,1 0 50,00 - 60,80 - - - -
2 9 / 0 7 /2 0 0 3 7 ,5 0 20,00 - 19,80 - - - -
0 5 / 0 8 /2 0 0 3 7 ,6 0 80,00 - 48,80 - - - -
1 9 / 0 8 /2 0 0 3 7 ,8 0 48,00 - 53,90 - - - -
0 3 / 0 9 /2 0 0 3 7 ,2 0 40,00 61, 60 52,30 - - - -
1 6 / 0 9 /2 0 0 3 7 ,5 0 80,00 53, 80 23,20 - - - -
0 6 / 1 0 /2 0 0 3 7 ,5 0 60,00 81, 50 35,90 - - - -
2 0 / 1 0 /2 0 0 3 7 ,6 0 20,00 2 1 1 ,7 0 63,80 - - - -
0 5 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,5 3 1 4 4 ,0 0 78, 33 45,00 - - - -
1 9 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,3 9 1 0 0 ,0 0 1 1 8 ,3 0 61,00 - - - -
0 3 / 1 2 /2 0 0 3 7 ,2 6 1 6 0 ,0 0 88, 30 48,75 - - - -
2 1 / 0 1 /2 0 0 4 7 ,5 2 80,00 88, 30 55,70 - - - 2 , 2 E +0 4
0 4 / 0 3 /2 0 0 4 7 ,8 9 58,00 2 5 6 ,7 0 54,70 - - - 2 , 0 E +0 3
1 3 / 0 4 /2 0 0 4 7 ,4 4 1 1 0 ,0 0 4 1 0 ,0 0 75,60 - - - 7 , 9 E +0 4

1 8 / 0 5 /2 0 0 4 7 ,6 3 30,00 1 6 9 ,9 0 91,90 - - - 1 , 4 E +0 5
1 6 / 0 6 /2 0 0 4 7 ,8 3 86,00 1 7 6 ,8 0 1 2 4 ,0 0 - - - 3 , 6 E +0 4
1 4 / 0 7 /2 0 0 4 7 ,3 4 76,00 1 9 6 ,7 0 91,00 - - - 2 , 0 E +0 4
2 0 / 0 8 /2 0 0 4 7 ,2 6 98,00 1 8 9 ,4 0 - - - - 5 , 8 E +0 4
1 5 / 1 0 /2 0 0 4 7 ,9 0 1 1 0 ,0 0 2 7 2 ,9 0 95,80 - - - -
1 0 / 1 1 /2 0 0 4 7 ,7 2 1 1 4 ,0 0 3 2 5 ,0 0 145,60 - - - -
1 4 / 1 2 /2 0 0 4 7 ,6 1 44,00 2 7 0 ,3 0 142,90 - - - 1 , 7 E +0 4
1 1 / 0 1 /2 0 0 5 7 ,6 5 1 6 6 ,0 0 3 6 7 ,7 0 1 2 0 ,5 0 - - - 9 , 0 E +0 5

0 9 / 0 2 /2 0 0 5 7 ,7 7 1 6 0 ,0 0 3 9 7 ,9 0 2 8 9 ,1 0 - - - -
2 7 / 0 4 /2 0 0 5 7 ,4 4 58,00 1 4 0 ,6 0 - - - 1 , 5 E +0 5
2 5 / 0 5 /2 0 0 5 7 ,8 6 90, 20 75,10 - - - -
0 9 / 0 6 /2 0 0 5 7 ,6 0 60,00 1 8 1 ,8 0 59,10 - - - -
2 3 / 0 8 /2 0 0 5 7 ,7 6 94,00 2 4 6 ,0 0 - - - 1 , 7 E +0 4
2 1 / 0 9 /2 0 0 5 8 ,0 4 2 9 7 ,5 0 90,70 - - - -
2 5 / 1 0 /2 0 0 5 7 ,6 5 1 4 6 ,0 0 3 3 3 ,3 0 1 6 2 ,6 0 - - - -
0 9 / 1 1 /2 0 0 5 7 ,9 7 58,00 4 7 1 ,5 0 94,90 - - - -
2 1 / 1 2 /2 0 0 5 7 ,6 7 1 6 6 ,0 0 3 1 3 ,1 0 92,45 - - - -
2 4 / 0 1 /2 0 0 6 7 ,7 9 1 5 3 ,0 0 2 9 1 ,7 0 1 2 0 ,5 0 - - - 9 , 0 E +0 5
2 1 / 0 2 /2 0 0 6 8 ,0 1 - 3 4 1 ,1 0 2 8 9 ,1 0 - - - -
1 4 / 0 3 /2 0 0 1 7 ,6 9 - 2 7 5 ,9 0 - - - 1 , 5 E +0 5
2 5 / 0 4 /2 0 0 6 8 ,6 0 65,00 1 5 7 ,0 0 75,10 - - - -
2 3 / 0 5 /2 0 0 6 8 ,7 2 78,00 2 2 5 ,7 0 59,10 - - - -
2 0 / 0 6 /2 0 0 6 8 ,4 8 54,00 1 8 9 ,2 0 - - - 1 , 7 E +0 4
2 5 / 0 7 /2 0 0 6 7 ,7 6 84,00 2 1 0 ,3 0 90,70 - - - -

2 2 / 0 8 /2 0 0 6 7 ,6 9 1 4 5 ,0 0 - 1 6 2 ,6 0 - - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 6 7 ,9 4 1 3 7 ,0 0 2 9 5 ,9 0 94,90 - - - -
2 4 / 1 0 /2 0 0 6 7 ,7 3 9 1 4 ,0 0 2 4 4 ,1 0 92,45 - - - -
2 1 / 1 1 /2 0 0 6 7 ,6 0 89,00 - - - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 6 7 ,9 1 1 4 2 ,0 0 2 9 8 ,0 0 - - - -
1 0 / 0 1 /2 0 0 7 7 ,9 5 1 3 6 ,0 0 3 4 7 ,2 0 - 1 3 6 0 ,0 0 - - -
2 2 / 0 2 /2 0 0 7 8 ,2 1 63,00 1 8 1 ,2 0 - 1 1 7 8 ,0 0 - - -
0 7 / 0 3 /2 0 0 7 8 ,4 7 83,00 1 7 9 ,4 0 - 1 1 3 7 ,0 0 - - -
1 1 / 0 4 /2 0 0 7 8 ,2 1 76,00 1 8 4 ,2 0 81,50 1 0 4 4 ,0 0 38,65 - -
2 2 / 0 5 /2 0 0 7 8 ,2 2 82,00 2 0 3 ,1 0 - 1 0 3 4 ,0 0 - - -
0 5 / 0 6 /2 0 0 7 8 ,0 4 1 1 5 ,0 0 2 2 2 ,6 0 - 1 0 5 0 ,0 0 - - -
1 1 / 0 7 /2 0 0 7 7 ,0 7 1 3 1 ,0 0 2 9 5 ,3 0 - 1 2 1 9 ,0 0 - - -
2 0 / 0 8 /2 0 0 7 8 ,0 7 1 3 0 ,0 0 2 6 3 ,0 0 - 1 2 6 7 ,0 0 - - -
0 4 / 0 9 /2 0 0 7 8 ,1 6 1 2 6 ,0 0 3 7 5 ,0 0 - 1 2 7 6 ,0 0 - - -
1 0 / 1 0 /2 0 0 7 8 ,5 5 1 2 3 ,0 0 3 7 5 ,0 0 2 1 6 ,7 0 1 3 4 5 ,0 0 - - -
1 9 / 1 1 /2 0 0 7 8 ,4 9 1 2 5 ,0 0 3 6 8 ,6 0 - 1 3 0 4 ,0 0 - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 7 8 ,5 4 - 3 5 2 ,7 0 - 1 3 5 9 ,0 0 - - -
1 6 / 0 1 /2 0 0 8 8 ,1 7 1 8 4 ,0 0 3 9 2 ,3 0 - 1 1 5 9 ,0 0 - - -
2 1 / 0 2 /2 0 0 8 8 ,9 2 1 7 0 ,0 0 3 2 2 ,1 0 - 1 2 2 3 ,0 0 - - -
1 2 / 0 3 /2 0 0 8 8 ,4 2 1 2 8 ,0 0 2 5 6 ,6 0 - 1 1 6 4 ,0 0 - - -
0 9 / 0 4 /2 0 0 8 7 ,4 7 72,00 2 0 1 ,7 0 - 1 0 7 1 ,0 0 - - -
1 5 / 0 5 /2 0 0 8 8 ,6 0 62,00 1 6 6 ,3 0 - 893,00 - - -
1 1 / 0 6 /2 0 0 8 8 ,1 0 1 0 7 ,0 0 2 2 3 ,1 0 - 977,00 - - -
1 5 / 0 7 /2 0 0 8 8 ,2 2 1 1 2 ,0 0 1 7 6 ,9 0 95,10 1 1 9 5 ,0 0 32,70 - -
M ÍN IM O 6 ,8 0 12,00 53, 80 5,50 893,00 32,70 - 2 , 0 E +0 3
M É D IA 7 ,8 0 97,59 2 4 3 ,4 2 86,93 1 1 7 1 ,3 2 35,68 - 1 , 8 E +0 5
M Á X IM O 8 ,9 2 9 1 4 ,0 0 4 7 1 ,5 0 289,10 1 3 6 0 ,0 0 38,65 - 9 , 0 E +0 5

295
Tabela II.11 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. São Cristovão- Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008.
Coliformes
Fósforo Total
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Condutividade (uS/cm) Amônia (mg/L) Temotolerantes
(mg/L)
(NMP/100 mL)
8/3/2001 7,56 116,00 - 283,00 - - - -
19/2/2001 7,99 112,00 - 43,00 - - - -
24/5/2001 8,60 26,00 - 133,00 - - - -
19/11/2001 8,20 82,00 - - - - - -
5/12/2001 8,40 44,00 - 78,00 - - - -
6/3/2002 8,40 24,00 113,00 83,00 - - - -
4/4/2002 7,80 82,00 415,00 177,00 - - - -
8/5/2002 8,50 40,00 - 57,00 - - - -
11/6/2002 8,30 48,00 41,30 33,00 - - - -
1/8/2002 7,70 120,00 95,50 46,10 - - - -
9/9/2002 7,50 20,00 188,20 71,80 - - - -
18/10/2002 6,80 20,00 106,70 52,00 - - - -
21/1/2003 7,30 54,00 200,00 92,50 - - - -
7/4/2003 8,50 20,00 84,60 39,70 - - - -
25/4/2003 8,40 20,00 60,30 27,60 - - - -
14/5/2003 7,30 62,00 29,00 19,00 - - - -
4/6/2003 7,00 20,00 26,70 9,40 - - - -
25/6/2003 8,40 22,00 94,00 20,40 - - - -
15/7/2003 8,60 42,00 104,50 33,80 - - - -
30/7/2003 8,80 90,00 64,50 15,50 - - - -
1/9/2003 8,20 112,00 177,80 14,20 - - - -
15/9/2003 8,30 80,00 177,80 31,80 - - - -
1/10/2003 8,40 60,00 224,60 30,20 - - - -
11/11/2003 8,51 80,00 205,00 37,40 - - - -
25/11/2003 8,25 50,00 178,30 38,92 - - - -
11/12/2003 8,37 60,00 161,70 12,28 - - - -
12/1/2004 7,81 120,00 301,70 44,78 - - - 9,0E+06
10/2/2004 8,75 60,00 481,70 230,50 - - - 6,0E+03
24/3/2004 9,39 54,00 393,30 105,30 - - - 2,6E+04
5/5/2004 9,39 58,00 124,10 39,30 - - - 9,0E+05
3/6/2004 8,89 48,00 184,60 45,80 - 16,00 - 2,5E+05
8/7/2004 7,92 38,00 126,00 71,20 - - - 2,0E+03
11/8/2004 8,58 8,00 48,00 34,20 - - - 1,5E+02
9/9/2004 8,58 ND 137,90 17,60 - - - 3,3E+04
8/10/2004 8,32 62,00 121,40 107,60 - - >24000
3/11/2004 8,28 62,00 233,10 64,10 - - 1,7E+02
7/12/2004 8,51 62,00 155,30 30,80 - - 2,0E+03
4/1/2005 8,56 68,00 191,20 - - - - 4,9E+03
2/2/2005 7,82 42,00 226,00 112,21 - - - -
22/3/2005 8,91 248,00 299,20 67,90 - - - -
19/4/2005 8,42 66,00 194,30 84,50 - - - 1,3E+04
17/5/2005 8,71 98,00 182,90 90,02 - - 2,3E+04
15/6/2005 8,15 70,00 160,50 62,25 - - - -
20/7/2005 9,13 94,00 167,20 68,10 - - - -
20/9/2005 8,81 74,00 149,10 69,80 - - - -
26/10/2005 8,16 52,00 180,10 66,00 - - - -
24/11/2005 8,43 62,00 117,80 20,37 - - - -
15/12/2005 8,83 90,00 147,90 32,20 - - - -
19/1/2006 8,47 71,00 136,60 - 1161,00 - - -
9/2/2006 8,41 - 142,40 - 1220,00 - - -
9/3/2006 9,07 69,00 172,40 - 1125,00 - - -
5/4/2006 8,89 109,00 109,90 - 919,00 - - -
4/5/2006 8,87 55,00 130,30 - 769,00 - - -
6/6/2006 8,57 51,00 179,90 - 749,00 - - -
13/7/2006 8,61 51,00 144,00 - 891,00 - - -
10/8/2006 8,29 81,00 92,70 - 999,00 - - -
14/9/2006 8,75 58,00 131,60 - 1096,00 - - -
31/10/2006 7,51 48,00 164,70 33,34 1573,00 - 2,80 -
9/11/2006 8,83 75,00 187,40 - 1397,00 - - -
7/12/2006 8,35 55,00 104,50 - 1373,00 - - -
22/1/2008 9,20 23,00 204,90 - 1441,00 - - -
13/2/2008 8,74 89,00 124,60 - 1342,00 - - -
26/3/2008 8,71 66,00 188,80 - 1254,00 - - -
15/4/2008 8,41 68,00 182,50 - 1109,00 - - -
7/5/2008 8,81 56,00 96,10 43,10 870,00 0,38 - -
25/6/2008 8,90 62,00 189,70 - 982,00 - - -
9/7/2008 8,41 26,00 154,40 - 1075,00 - - -
6/8/2008 8,24 51,00 133,60 - 1253,00 - - -
MÍNIMO 6,80 8,00 26,70 9,40 749,00 0,38 - 1,5E+02
MÉDIA 8,39 63,73 161,98 62,93 1129,90 8,19 - 7,9E+05
MÁXIMO 9,39 248,00 481,70 283,00 1573,00 16,00 - 9,0E+06

296
Tabela II.12 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tancredo Neves (Lagamar) - Fortaleza, referente ao
período de 2001 a 2008.
DQ O C o n d u t iv i d a d e A m ô nia F ó sf o r o T o t a l C o li f o rm e s T em o t o l er a n t e s
DATA pH S TS ( m g /L ) DBO (m g / L )
(m g / L ) ( u S / cm ) ( m g /L ) ( m g /L ) (N M P /1 0 0 m L )
23/04/2001 8 ,3 1 20,00 - 85,00 - - - -
22/03/2001 7 ,4 8 40,00 - 1 1 8 ,0 0 - - - -
14/02/2001 7 ,6 1 40,00 - 98,00 - - - -
09/05/2001 7 ,4 0 - - 1 1 3 ,0 0 - - - -
18/05/2001 7 ,1 0 28,00 - 1 1 7 ,0 0 - - - -
20/06/2001 7 ,3 0 20,00 - 1 9 3 ,0 0 - - - -
19/07/2001 7 ,3 0 1 1 6 ,0 0 - 1 6 7 ,0 0 - - - -
10/08/2001 7 ,6 0 18,00 - 1 6 9 ,0 0 - - - -
27/08/2001 7 ,2 0 40,00 2 3 3 ,0 0 - - - -
10/08/2001 7 ,6 0 18,00 1 6 9 ,0 0 - - - -
17/12/2001 7 ,6 0 20,00 1 8 9 ,0 0 - - - -
14/01/2002 7 ,4 0 10,00 241,00 1 7 0 ,0 0 - - - -
22/04/2002 7 ,3 0 48,00 74,00 - - - -
31/05/2002 7 ,3 0 20,00 1 4 1 ,0 0 - - - -
05/09/2002 7 ,1 0 AU S 520,50 2 8 7 ,0 0 - - - -
09/10/2002 6 ,9 0 20,00 514,10 4 0 5 ,0 0 - - - -
20/12/2002 7 ,1 0 50,00 413,80 1 8 8 ,4 0 - - - -
01/07/2003 7 ,9 0 24,00 8 9 ,6 0 30,70 - - - 3 , 8 E +0 5
28/07/2003 8 ,3 0 96,00 4 3 ,2 0 14,30 - - - 2 , 4 E +0 5
05/08/2003 7 ,6 0 1 1 0 ,0 0 158,90 7 ,4 0 - - - 4 , 7 E +0 4
19/08/2003 8 ,1 0 2 2 0 ,0 0 139,90 26,90 - - - 1 , 1 E +0 7
28/08/2003 7 ,4 0 2 3 6 ,0 0 100,00 12,40 - - - 2 , 9 E +0 5
03/09/2003 7 ,3 0 1 6 0 ,0 0 95,90 45,60 - - - 2 , 6 E +0 5
21/01/2004 7 ,4 2 2 2 0 ,0 0 248,30 1 3 4 ,4 0 - - - 1 , 4 E +0 5
04/03/2004 7 ,5 8 1 4 0 ,0 0 330,00 1 2 5 ,7 0 - - - 1 , 7 E +0 5
30/03/2004 7 ,0 5 1 4 4 ,0 0 486,70 1 0 8 ,2 0 - - - 3 , 9 E +0 4
13/04/2004 7 ,5 3 1 7 8 ,0 0 596,70 1 7 4 ,4 0 - - - 2 , 5 E +0 5
18/05/2004 7 ,5 0 1 7 4 ,0 0 411,80 1 6 1 ,7 0 - - - 2 , 7 E +0 5
16/06/2004 7 ,7 1 1 6 2 ,0 0 292,50 - - - - 1 , 3 E +0 5
14/07/2004 7 ,2 8 1 6 4 ,0 0 298,40 1 9 4 ,9 0 - - - 3 , 8 E +0 5
20/08/2004 7 ,2 8 1 3 4 ,0 0 170,00 - - - - 2 , 4 E +0 5
23/09/2004 7 ,6 3 1 4 8 ,0 0 462,50 2 2 4 ,7 0 - - - 2 , 4 E +0 5
15/10/2004 7 ,7 7 1 6 0 ,0 0 502,00 1 6 6 ,9 0 - - -
10/11/2004 7 ,5 2 48,00 420,80 1 7 7 ,0 0 - - - -
14/12/2004 7 ,4 9 1 0 6 ,0 0 409,30 2 1 9 ,1 0 - - - 2 , 8 E +0 5
11/01/2005 7 ,5 4 1 2 6 ,0 0 545,40 2 3 9 ,4 0 - - - 9 , 0 E +0 5
09/02/2005 7 ,9 5 1 9 8 ,0 0 578,70 3 9 9 ,2 0 - - - -
27/04/2005 7 ,7 4 1 8 4 ,0 0 328,10 - - - 1 , 6 E +0 5
19/05/2005 7 ,4 4 22,00 314,10 - - -
09/06/2005 7 ,4 4 1 1 4 ,0 0 290,10 2 0 2 ,9 0 - - -
06/07/2005 7 ,3 3 68,00 338,60 1 6 5 ,4 0 - - -
23/08/2005 7 ,6 1 54,00 618,60 - - - 1 , 2 E +0 5
21/09/2005 8 ,2 0 1 6 0 ,0 0 444,40 1 5 1 ,2 0 - - - -
25/10/2005 7 ,5 5 1 7 6 ,0 0 467,40 1 8 7 ,9 0 - - - -
09/11/2005 7 ,9 1 82,00 482,50 1 2 9 ,4 0 - - - -
15/12/2005 7 ,3 8 1 3 0 ,0 0 410,30 79,40 - - - -
24/01/2006 7 ,5 8 1 5 4 ,0 0 412,90 - 1146,00 - - -
21/02/2006 7 ,9 4 - 465,10 - 1084,00 - - -
14/03/2001 7 ,6 3 - 538,80 - 1234,00 - - -
25/04/2006 7 ,9 7 54,00 173,60 - 9 5 3 ,0 0 - - -
23/05/2006 7 ,7 8 1 0 8 ,0 0 225,70 - 8 9 6 ,0 0 - - -
20/06/2006 7 ,7 4 1 5 3 ,0 0 283,90 - 8 5 5 ,0 0 - - -
25/07/2006 7 ,9 2 1 1 9 ,0 0 407,70 - 1125,00 - - -
22/08/2006 7 ,6 6 2 3 7 ,0 0 - - 1219,00 - - -
19/09/2006 7 ,8 4 1 8 4 ,0 0 316,30 - 1255,00 - - -
24/10/2006 7 ,3 5 1 5 7 ,0 0 401,30 1 2 5 ,5 4 1332,00 6 5 ,9 2 0,60 -
21/11/2006 7 ,3 8 1 7 4 ,0 0 - - 1286,00 - - -
04/12/2006 7 ,9 7 1 9 1 ,0 0 442,30 - 1365,00 - - -
10/01/2007 7 ,4 1 1 5 7 ,0 0 409,70 - 1386,00 - - -
22/02/2007 7 ,7 9 1 9 0 ,0 0 334,50 - 1217,00 - - -
07/03/2007 8 ,0 1 41,00 221,40 1 3 3 ,9 4 1048,00 4 3 ,0 0 - -
11/04/2007 7 ,9 7 85,00 270,70 - 1129,00 - - -
22/05/2007 7 ,9 0 1 7 6 ,0 0 302,90 - 1103,00 - - -
05/06/2007 7 ,9 4 1 4 5 ,0 0 327,20 - 1142,00 - - -
11/07/2007 6 ,9 0 1 9 1 ,0 0 351,40 - 1330,00 - - -
20/08/2007 7 ,8 2 1 0 4 ,0 0 292,60 - 1371,00 - - -
04/09/2007 7 ,9 7 1 8 9 ,0 0 332,90 1 2 5 ,6 0 1388,00 8 0 ,2 0 - -
10/10/2007 8 ,0 7 2 0 3 ,0 0 500,00 - 1399,00 - - -
19/11/2008 8 ,0 2 1 2 3 ,0 0 368,60 - 1490,00 - - -
04/12/2007 8 ,3 2 - 486,70 - 1540,00 - - -
16/01/2008 7 ,9 3 1 8 2 ,0 0 464,80 - 1291,00 - - -
21/02/2008 8 ,1 7 1 8 5 ,0 0 403,90 - 1286,00 - - -
12/03/2008 8 ,2 9 2 6 4 ,0 0 841,50 - 1310,00 - - -
09/04/2008 7 ,2 1 58,00 121,70 - 1183,00 - - -
15/05/2008 8 ,0 7 1 1 5 ,0 0 228,20 - 9 4 2 ,0 0 - - -
11/06/2008 7 ,7 9 1 2 6 ,0 0 181,50 - 1082,00 - - -
15/07/2008 7 ,9 2 1 8 3 ,0 0 241,90 - 1351,00 - - -
M ÍN IM O 6 ,9 0 10,00 43,20 7 ,4 0 8 5 5 ,0 0 4 3 ,0 0 - 3 , 9 E +0 4
M ÉD I A 7 ,6 4 1 2 0 ,7 5 356,67 1 5 1 ,8 3 1217,35 6 3 ,0 4 - 8 , 2 E +0 5
M Á X IM O 8 ,3 2 2 6 4 ,0 0 841,50 4 0 5 ,0 0 1540,00 8 0 ,2 0 - 6 , 0 E +0 0

297
Tabela II.13 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Esperança - Fortaleza, referente ao período de 2001
a 2008.
STS D QO D BO C ondu tivid ade Amônia Fós foro Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (N MP/100 mL)
18/04/2001 7,46 40,00 - 96,00 - - - -
07/03/2001 7,22 62,00 - 87,00 - - - -
05/01/2001 7,38 245,00 - 331,00 - - - -
07/05/2001 7,50 32,00 - 41,00 - - - -
04/06/2001 7,50 26,00 - 80,00 - - - -
12/07/2001 7,40 40,00 - 65,00 - - - -
15/08/2001 7,30 123,00 - - - - - -
01/11/2001 7,80 60,00 - 70,00 - - - -
04/12/2001 7,80 72,00 - 105,00 - - - -
13/12/2001 7,90 10,00 - 132,00 - - - -
19/04/2002 7,30 44,00 153,00 108,00 - - - -
17/05/2002 7,30 4,00 169,00 - - - -
04/07/2002 7,10 20,00 311,00 285,00 - - - -
19/09/2002 7,70 20,00 227,50 98,30 - - - -
21/10/2002 7,60 16,00 77,40 57,80 - - - -
28/01/2003 8,00 20,00 346,20 102,80 - - - -
18/02/2003 7,40 20,00 390,20 137,10 - - - -
06/03/2003 7,10 20,00 264,30 175,10 - - - -
03/04/2003 8,00 20,00 115,40 71,90 - - - -
22/04/2003 8,00 40,00 103,70 23,30 - - - -
02/05/2003 7,90 20,00 171,80 72,00 - - - -
23/05/2003 7,70 40,00 164,30 42,30 - - - -
05/06/2003 7,70 16,00 177,70 73,80 - - - -
30/06/2003 8,00 60,00 156,00 30,60 - - - -
09/07/2003 7,00 160,00 173,60 91,30 - - - -
22/07/2003 8,10 22,00 319,10 44,00 - - - -
07/08/2003 7,50 140,00 200,00 35,90 - - - -
20/08/2003 7,50 128,00 236,60 50,30 - - - -
03/09/2003 7,90 80,00 281,50 45,50 - - - -
18/09/2003 7,50 130,00 311,10 39,80 - - - -
08/10/2003 7,90 160,00 237,20 - - - - -
22/10/2003 7,70 120,00 418,30 100,70 - - - -
04/11/2003 7,40 140,00 415,00 127,60 - - - -
18/11/2003 7,85 120,00 408,30 45,60 - - - -
04/12/2003 7,43 80,00 288,30 24,54 - - - -
17/12/2003 7,48 80,00 305,00 57,70 - - - -
22/01/2004 7,62 100,00 456,50 169,20 - - - 3,4E+04
03/02/2004 7,77 140,00 583,50 116,10 - - - 1,3E+05
17/02/2004 8,14 80,00 789,70 126,30 - - - 7,0E+04
02/03/2004 8,35 108,00 232,00 194,30 - - - 1,6E+06
01/04/2004 8,15 24,00 279,50 70,10 - - - 2,4E+04
02/06/2004 8,28 114,00 296,70 142,30 - 17,20 - 2,1E+04
13/07/2004 7,71 82,00 306,30 128,70 - - - 9,0E+05
16/08/2004 7,65 112,00 448,20 111,10 - - - 3,9E+02
28/09/2004 7,95 116,00 440,20 256,80 - - - -
21/10/2004 7,97 112,00 400,00 70,00 - - - -
24/11/2004 7,63 158,00 506,10 185,60 - - -

298
Tabela II.13 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Esperança - Fortaleza, referente ao período de 2001
a 2008 – continuação.
STS D QO D BO C ondu tivid ade Amônia Fós foro Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (N MP/100 mL)
29/12/2005 7,21 130,00 234,10 - - -
19/01/2005 7,21 108,00 406,20 404,30 - - - 1,6E+06
15/02/2005 7,18 114,00 404,00 362,90 - - - 2,0E+04
31/03/2005 7,40 94,00 314,00 106,20 - - -
28/04/2005 7,63 130,00 306,50 203,40 - - -
24/05/2005 7,75 140,00 190,10 189,10 - - - 2,7E+05
22/06/2005 7,37 118,00 274,70 112,40 - - - 3,3E+05
12/07/2005 7,61 52,00 322,50 274,80 - - - -
04/08/2005 8,06 44,00 283,60 107,20 - - - -
13/09/2005 8,08 114,00 324,30 190,50 - - - 8 E+04
26/10/2005 7,55 88,00 404,70 139,80 - - - -
16/11/2005 7,71 120,00 355,50 184,35 - - - -
22/12/2005 7,68 148,00 380,10 73,70 - - - -
04/01/2006 7,28 348,00 406,60 - 1016,00 - - -
08/02/2006 7,72 132,00 386,60 - 1073,00 - - -
08/03/2006 7,60 - 355,50 - 998,00 - - -
05/04/2006 7,71 - 285,40 - 871,00 - - -
03/05/2006 8,07 93,00 205,10 - 779,00 - - -
07/06/2006 8,04 216,00 175,70 - 808,00 - - -
05/07/2006 7,66 103,00 - - 779,00 - - -
02/08/2006 8,38 100,00 266,50 - 932,00 - - -
26/09/2006 7,75 211,00 353,70 89,30 968,00 50,47 - -
24/10/2006 8,86 172,00 311,00 - 1058,00 - - -
22/11/2006 7,53 155,00 - - 1156,00 - - -
19/12/2006 7,90 132,00 360,20 - 1193,00 - - -
24/01/2007 7,90 85,00 377,40 - 1172,00 - - -
28/02/2007 7,78 92,00 421,40 - 1021,00 - - -
21/03/2007 7,88 118,00 265,40 - 898,00 - - -
25/04/2007 7,07 83,00 281,80 155,60 887,00 46,39 - -
16/05/2007 7,97 65,00 244,20 - 8600,00 - - -
27/06/2007 7,90 150,00 325,30 - 953,00 - - -
10/07/2007 7,98 134,00 298,50 - 1082,00 - - -
16/08/2007 7,92 120,00 341,20 - 1156,00 - - -
27/09/2007 7,84 191,00 427,80 - 1260,00 - - -
18/10/2007 8,22 149,00 418,70 95,90 1328,00 - - -
14/11/2007 7,94 153,00 510,60 - 1311,00 - - -
20/12/2008 7,78 141,00 403,50 - 1493,00 - - -
24/01/2008 8,44 133,00 392,90 - 1258,00 - - -
28/02/2008 7,33 184,00 390,80 - 1239,00 - - -
12/03/2008 8,01 179,00 252,80 - 1253,00 - - -
17/04/2008 7,93 137,00 257,40 - 990,00 - - -
28/05/2008 7,93 130,00 203,70 - 835,00 - - -
11/06/2008 7,61 157,00 226,80 - 813,00 - - -
17/07/2008 7,60 204,00 224,60 154,10 1010,00 31,80 - -
MÍNIM O 7,00 4,00 77,40 23,30 779,00 17,20 - 3,9E+02
MÉDIA 7,72 103,85 315,95 125,24 1296,45 36,47 - 4,2E+05
MÁXIM O 8,86 348,00 789,70 404,30 8600,00 50,47 - 1,6E+06

299
Tabela II.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. José Walter - Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008.
Coliformes
DQO DBO Con dut ividad e Amôn ia Fós foro Total
DATA pH STS (mg/L) Temotoleran tes
(mg/L) ( mg/L) (u S/cm) ( mg/L) (mg/L)
(N MP/100 mL)
26/04/2001 8,30 24,00 - - - - - -
07/02/2001 8,20 192,00 - 56,00 - - - -
31/01/2001 8,21 92,00 - 43,00 - - - -
16/01/2001 8,16 62,00 - 115,00 - - - -
03/02/2001 8,97 104,00 - 30,00 - - - -
23/05/2001 8,10 40,00 - 43,00 - - - -
04/06/2001 8,08 70,00 - 62,00 - - - -
04/07/2001 8,10 66,00 - 78,00 - - - -
06/07/2001 8,10 116,00 - 117,00 - - - -
09/08/2001 8,50 48,00 - 65,00 - - - -
29/08/2001 7,90 16,00 - 40,00 - - - -
12/11/2001 7,50 130,00 - 68,00 - - - -
12/12/2001 7,60 21,00 - 129,00 - - - -
07/01/2002 7,50 104,00 18 5,00 122,00 - - - -
26/02/2002 7,50 90,00 74,00 35,00 - - - -
06/03/2002 7,80 103,00 18 5,00 115,00 - - - -
29/04/2002 6,80 32,00 96,00 74,00 - - - -
24/04/2002 7,40 40,00 30,00 30,00 - - - -
07/05/2002 7,40 10,00 - 93,00 - - - -
15/08/2002 7,40 - 27 2,00 229,00 - - - -
01/08/2002 7,50 40,00 28 2,70 151,50 - - - -
22/08/2002 7,60 20,00 23 2,90 84,70 - - - -
25/09/2002 7,90 AU S 33 9,10 110,00 - - - -
07/10/2002 6,90 20,00 20 3,90 99,30 - - - -
25/10/2002 7,20 36,00 29 7,90 115,00 - - - -
08/01/2003 8,60 80,00 37 1,60 131,80 - - - -
30/01/2003 7,20 20,00 41 2,20 173,30 - - - -
09/04/2003 8,10 40,00 50,00 33,40 - - - -
15/04/2003 8,00 20,00 71,40 32,00 - - - -
07/05/2003 7,90 40,00 73,50 27,30 - - - -
28/05/2003 7,70 28,00 14 1,80 50,80 - - - -
13/06/2003 7,90 20,00 12 0,30 16,70 - - - -
24/06/2003 7,80 - 17 0,20 54,00 - - - -
02/07/2003 7,90 22,00 11 0,30 33,80 - - - -
29/07/2003 7,50 42,00 10 1,40 29,50 - - - -
28/08/2003 7,40 94,00 26 4,30 49,10 - - - -
08/09/2003 7,50 160,00 13 2,90 24,00 - - - -
22/09/2003 7,40 120,00 20 6,90 82,20 - - - -
14/10/2003 7,40 100,00 27 9,70 56,90 - - - -
13/11/2003 7,65 120,00 36 1,70 156,90 - - - -
27/11/2003 7,45 180,00 32 5,00 43,17 - - - -
15/12/2003 7,31 100,00 29 1,70 50,40 - - - -
05/01/2004 7,70 200,00 35 5,00 95,10 - - - 4,0E+03
10/02/2004 8,23 120,00 58 1,70 - - - - 6,0E+03
24/03/2004 8,43 68,00 25 6,70 96,70 - - - 9,0E+05
05/05/2004 7,87 88,00 23 4,50 55,65 - - - 1,6E+06
03/06/2004 7,95 64,00 23 0,70 119,10 - - - 2,5E+06
03/08/2004 7,72 18,00 32 6,10 132,00 - - - 1,6E+05
08/09/2004 7,96 106,00 24 8,00 32,30 - - - 1,0E+03
07/10/2004 8,40 128,00 28 9,60 278,60 - - - 7,3E+03

300
Tabela II.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. José Walter - Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008 – continuação.
Coliformes
DQO DBO Con dut ividad e Amôn ia Fós foro Total
DATA pH STS (mg/L) Temotoleran tes
(mg/L) ( mg/L) (u S/cm) ( mg/L) (mg/L)
(N MP/100 mL)
05/01/2005 7,21 238,00 43 8,10 216,24 - - - -
04/02/2005 7,29 148,00 44 6,80 304,50 - - - -
31/03/2005 7,36 186,00 31 6,30 62,70 - - -
19/04/2005 7,24 110,00 34 2,90 177,10 - - - 2,4E+05
19/05/2005 7,31 82,00 30 1,70 253,30 - - - -
15/06/2005 7,07 90,00 19 0,30 - - - - -
07/07/2005 7,58 56,00 41 8,10 - - - - -
31/08/2005 8,04 74,00 38 2,80 134,70 - - - 1,6E+06
27/09/2005 7,82 96,00 29 0,50 - - - - 8,0E+04
20/10/2005 7,76 138,00 34 7,70 88,60 - - - -
24/11/2005 7,64 126,00 26 9,40 69,60 - - - -
21/12/2005 7,96 128,00 32 9,10 84,28 - - -
19/01/2006 7,87 149,00 34 9,10 - 1165,00 - - -
09/02/2006 7,80 120,00 39 6,60 - 1225,00 - - -
09/03/2001 7,85 - 23 9,90 - 1232,00 - - -
05/04/2006 7,82 - 23 5,90 235,90 935,00 - - -
04/05/2006 8,48 70,00 20 2,20 - 860,00 - - -
14/09/2006 7,78 152,00 28 8,20 - 910,00 - - -
31/10/2006 7,48 121,00 35 2,90 88,92 1492,00 60,36 1,81 -
09/11/2006 7,98 117,00 35 9,50 - 1380,00 - - -
07/12/2006 7,81 119,00 33 5,80 - 1392,00 - - -
17/01/2007 7,84 150,00 40 0,70 - 1404,00 - - -
14/03/2007 7,94 121,00 25 7,60 - 860,00 - - -
18/04/2007 7,90 97,00 19 8,70 - 1018,00 - - -
31/05/2007 7,87 88,00 21 1,30 - 1022,00 - - -
26/06/2007 7,94 88,00 26 2,50 - 1121,00 - - -
17/07/2007 7,96 165,00 30 8,80 - 1212,00 - - -
21/08/2007 7,88 137,00 27 4,20 - 1317,00 - - -
13/09/2007 7,92 55,00 47 3,50 - 1375,00 - - -
16/10/2007 7,92 125,00 42 2,10 - 1473,00 - - -
07/11/2007 8,40 132,00 44 7,10 228,90 1512,00 41,90 - -
05/12/2007 7,99 - 46 5,40 - 1591,00 - - -
22/01/2008 8,60 161,00 44 0,20 - 1365,00 - - -
13/02/2008 7,98 177,00 36 5,40 - 1305,00 - - -
26/03/2008 7,93 98,00 25 1,80 - 1150,00 - - -
15/04/2008 8,07 87,00 14 2,30 - 1032,00 - - -
07/05/2008 8,28 71,00 14 6,90 - 929,00 - - -
25/06/2008 8,03 179,00 23 7,10 - 982,00 - - -
09/07/2008 7,70 106,00 24 1,10 134,50 1059,00 24,50 - -
06/08/2008 7,89 144,00 26 7,10 - 1166,00 - - -
MÍNIM O 6,80 10,00 30,00 16,70 860,00 24,50 1,81 1,0E+03
M ÉD IA 7,81 94,70 27 4,39 98,99 1195,86 42,25 1,81 6,5E+05
M ÁXIM O 8,97 238,00 58 1,70 304,50 1591,00 60,36 1,81 2,5E+06

301
Tabela II.15 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Itaperussu - Fortaleza, referente ao ano 2008.
Coliformes
DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH STS (mg/L) Temotolerantes E. coli (NMP/100 mL)
(mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
30/01/2008 8,80 204,00 419,20 - 1523,00 4,37 - - 3,1E+06

13/02/2008 7,39 140,00 301,00 - 1477,00 - - - -

31/03/2008 6,89 121,00 229,50 - 1314,00 - - - -

23/04/2008 7,32 52,00 22,10 - 993,00 - - - < 1,0

26/05/2008 6,56 82,00 285,20 - 1518,00 - - -

MÍNIMO 6,56 52,00 22,10 0,00 993,00 4,37 - - 3,1E+06


MÉDIA 7,39 119,80 251,40 0,00 1365,00 4,37 - - 3,1E+06
MÁXIMO 8,80 204,00 419,20 0,00 1523,00 4,37 - - 3,1E+06

Obs: Este sistema entrou em operação em janeiro de 2008.

Tabela II.16 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Parque Fluminense - Fortaleza, referente ao período
de 2000 a 2008.

Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)

14/02/2000 8,01 1493,00 204,00 30,00 - - - -


10/04/2000 7,75 560,00 31,00 16,00 - - - -
14/06/2000 7,70 700,00 56,00 22,00 - - - -
15/08/2000 7,61 252,00 94,00 31,00 - - - -
19/09/2000 7,98 699,00 85,00 42,00 - - - -
13/11/2000 7,90 1146,00 70,00 14,00 - - - -
18/04/2001 7,61 - - 6,00 - - - -
07/03/2001 7,69 - - 15,00 - - - -
22/01/2001 7,88 - - 77,00 - - - -
05/01/2001 8,10 - - 53,00 - - - -
07/05/2001 8,10 - - 58,00 - - - -
04/06/2001 7,80 - - 22,00 - - - -
12/07/2001 8,40 - - 28,00 - - - -
01/11/2001 7,80 - - 22,00 - - - -
04/12/2001 7,80 - - 40,00 - - - -
13/12/2001 7,90 - - 29,00 - - - -
27/03/2001 8,00 - 96,00 85,00 - - - -
19/04/2002 8,00 - 90,00 62,00 - - - -
23/05/2002 7,90 - - 14,00 - - - -
04/07/2002 7,40 - 136,00 106,00 - - - -
19/09/2002 8,10 - 155,70 45,50 - - - -
21/10/2002 7,70 - 251,60 120,90 - - - 9,0E+05
22/01/2004 8,12 660,00 225,00 152,60 - - - 2,6E+04
03/02/2004 8,04 450,00 118,30 - - - - 1,3E+04
17/02/2004 8,70 420,00 71,60 30,50 - - - 1,7E+05
02/03/2004 8,75 475,00 120,00 26,10 - - - 4,9E+04
01/04/2004 9,08 - 256,70 66,50 - - - 1,6E+06
02/06/2004 9,01 - 365,00 99,40 - - - 1,7E+04
13/07/2004 8,18 - 131,70 131,70 - - - 1,3E+04
16/08/2004 8,20 - 140,80 60,10 - - - 3,4E+04
28/09/2004 8,10 - 224,80 130,70 - - - 1,6E+04
21/10/2004 7,95 - 232,30 62,10 - - - -
24/11/2004 8,21 - 264,80 164,10 - - - -
29/12/2004 8,36 - 265,20 135,70 - - -

302
Tabela II.16 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Parque Fluminense - Fortaleza, referente ao período
de 2000 a 2008 – continuação.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
19/01/2005 7,63 - 321,10 349,60 - - - 2,8E+04
15/02/2005 7,74 - 276,00 - - - 2,0E+04
31/03/2005 7,94 - 182,00 73,90 - - -
28/04/2005 8,56 - 222,20 92,60 - - -
25/05/2005 8,61 - 169,40 85,40 - - - 5,4E+06
22/06/2005 7,72 - 168,70 85,80 - - - 1,1E+05
12/07/2005 8,22 - 207,20 183,30 - - - -
04/08/2005 8,68 - 268,50 54,40 - - -
13/09/2005 8,28 - 195,90 117,20 - - - 2,0E+03
28/09/2005 8,24 - 207,80 71,01 - - - -
26/10/2005 8,17 - 196,50 141,40 - - - -
16/11/2005 8,45 - 168,80 90,04 - - - -
22/12/2005 8,51 - 274,10 34,60 - - - -
04/01/2006 8,40 - 245,90 - 1688,00 - - -
08/02/2006 8,21 - 241,60 - 1524,00 - - -
05/04/2006 8,31 - 133,80 - 1108,00 - - -
03/05/2006 8,67 - 76,90 - 1034,00 - - -
07/06/2006 8,32 - 146,40 - 1441,00 - - -
05/07/2006 8,04 - - - 1394,00 - - -
02/08/2006 - - 182,10 76,21 1703,00 75,30 - -
26/09/2006 8,25 - 231,30 - 1777,00 - - -
24/10/2006 8,05 - 201,30 - 1880,00 - - -
22/11/2006 8,20 - - 89,23 1921,00 - - -
19/12/2006 7,47 - 164,70 - 1918,00 - - -
24/01/2007 8,01 - 209,30 - 1755,00 - - -
28/02/2007 8,40 - 162,70 - 1266,00 - - -
21/03/2007 8,51 - 130,80 - 1229,00 - - -
25/04/2007 8,24 - 151,20 - 1141,00 - - -
16/05/2007 8,33 - 145,90 59,90 1236,00 - - -
27/06/2007 8,22 - 170,10 - 1579,00 - - -
10/07/2007 8,22 - 219,60 - 1747,00 - - -
16/08/2007 8,41 - 210,50 - 1953,00 - - -
02/09/2007 8,31 - 208,60 - 2040,00 - - -
18/10/2007 8,58 - 187,90 - 2080,00 - - -
14/11/2007 8,71 - 227,00 - 2080,00 - - -
20/12/2007 8,58 - 276,10 - 1942,00 - - -
24/01/2008 8,10 85,00 171,40 1556,00 - - -
28/02/2008 9,12 87,00 218,40 1666,00 - - -
12/03/2008 8,40 81,00 79,20 1625,00 - - -
17/04/2008 8,70 36,00 132,40 1166,00 - - -
28/05/2008 8,37 56,00 96,30 1333,00 43,60 - -
11/06/2008 7,98 73,00 102,10 1306,00 - - -
17/07/2008 8,17 52,00 282,60 1777,00 - - -
MÍNIMO 7,40 252,00 31,00 6,00 1034,00 75,30 0,00 2,0E+03
MÉDIA 8,22 430,88 180,47 75,05 1595,50 59,45 0,00 5,6E+05
MÁXIMO 9,08 1493,00 365,00 349,60 2080,00 75,30 0,00 5,4E+06

303
Tabela II.17 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Palmeiras II - Fortaleza, referente ao período de
2000 a 2008.

Coliformes
STS Condutividade
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Amônia (mg/L) Fósforo Total (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm)
(NMP/100 mL)

18/04/2000 8,24 645,00 73,00 17,00 - - - -


05/06/2000 8,55 618,00 93,00 17,00 - - - -
06/07/2000 8,33 682,00 18,00 10,00 - - - -
24/08/2000 8,17 566,00 59,00 14,00 - - - -
23/10/2000 8,38 796,00 60,00 30,00 - - - -
02/05/2001 8,80 - - 50,00 - - - -
04/04/2001 8,00 - - 74,00 - - - -
20/03/2001 8,04 - - 37,00 - - - -
12/03/2001 8,07 - - 54,00 - - - -
02/07/2001 8,50 - - 70,00 - - - -
19/11/2001 8,10 - - - - - - -
15/04/2002 8,70 - - 63,00 - - - -
10/05/2002 8,90 - - 10,00 - - - -
02/09/2002 7,30 - 283,90 215,30 - - - -
12/01/2004 8,21 640,00 178,30 46,43 - - - 9,0E+04
10/02/2004 9,38 390,00 288,30 126,00 - - - 2,0E+03
24/03/2004 9,84 - 196,70 80,00 - - - 1,3E+04
05/05/2004 9,74 - 124,10 28,70 - - - 1,6E+06
03/06/2004 9,31 - 146,10 40,20 - - - 2,5E+06
08/07/2004 8,20 - 122,00 46,70 - - - 1,0E+04
11/08/2004 8,88 - 100,10 32,30 - - - 1,0E+01
09/09/2004 9,55 - 126,80 41,60 - - - 2,6E+02
08/10/2004 8,62 - 123,50 90,30 - - - 2,4E+03
03/11/2004 8,85 - 180,50 49,90 - - - 2,3E+03
07/12/2004 9,00 - 167,00 35,40 - - - 5,0E+02
04/01/2005 8,99 - 223,50 - - - - -
02/02/2005 8,36 - 208,50 74,82 - - - -
22/03/2005 8,90 - 265,20 47,20 - - -
19/04/2005 8,93 - 158,60 61,80 - - - 5,4E+04
17/05/2005 8,58 - 175,20 103,70 - - - 2,0E+03
15/06/2005 8,08 - 113,50 60,20 - - -
20/07/2005 9,30 - 60,30 57,10 - - -
20/09/2005 9,04 - 189,00 74,80 - - - 2,0E+03
27/10/2005 8,97 - 169,10 55,80 - - -
29/11/2005 9,33 - 213,10 52,20 - - - 2,0E+03
15/12/2005 9,70 - 171,60 31,70 - - - -
19/01/2006 8,71 - 144,20 - 1290,00 - - -
09/02/2006 8,51 - 149,20 - 1301,00 - - -
09/03/2006 9,16 - 24,70 - 1290,00 - - -
26/04/2006 8,87 - 169,40 - 927,00 - - -
04/05/2006 8,91 - 131,50 - 918,00 - - -
06/06/2006 8,70 - 125,50 - 740,00 - - -
13/07/2006 8,52 - 144,00 - 880,00 - - -
10/08/2006 9,01 - 90,00 - 1042,00 - - -
14/09/2006 9,53 - 161,20 - 1137,00 - - -
31/10/2006 8,31 - 221,80 26,75 1744,00 7,71 - -
07/12/2006 8,43 - 212,70 - 1439,00 - - -
17/01/2007 8,40 - 178,30 - 1538,00 - - -
14/02/2007 8,14 - 191,30 47,20 1474,00 28,60 - -
14/03/2007 8,38 - 106,10 - 924,00 - - -
18/04/2007 8,33 - 119,20 - 972,00 - - -
31/05/2007 8,21 - 73,50 - 1039,00 - - -
26/06/2007 8,37 - 173,80 - 1160,00 - - -
17/07/2007 9,22 - 132,40 - 1341,00 - - -
21/08/2007 8,56 - 157,20 32,32 1503,00 25,40 - -
13/09/2007 8,57 - 212,10 - 1557,00 - - -
16/10/2007 8,60 - 217,80 - 1657,00 - - -
07/11/2007 8,72 - 211,80 - 1737,00 - - -
05/12/2007 8,66 - 200,00 - 1722,00 - - -
22/01/2008 9,40 57,00 201,10 - 1456,00 - - -
13/02/2008 8,66 86,00 114,20 - 1400,00 - - -
26/03/2008 8,50 81,00 182,50 - 1309,00 0,11 - -
15/04/2008 8,43 75,00 212,90 - 1198,00 - - -
07/05/2008 11,22 66,00 139,40 - 854,00 - - -
25/06/2008 8,77 63,00 146,60 - 1039,00 - - -
09/07/2008 9,24 80,00 166,00 - 1122,00 - - -
06/08/2008 8,12 54,00 101,90 - 1249,00 - - -
MÍNIMO 7,30 54,00 18,00 10,00 740,00 0,11 0,00 1,0E+01
MÉDIA 8,73 326,60 154,24 54,17 1256,74 15,46 0,00 2,9E+05
MÁXIMO 11,22 796,00 288,30 215,30 1744,00 28,60 0,00 2,5E+06

304
Tabela II.18 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tupamirim - Fortaleza, referente ao período de 2000
a 2008.
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)

13/01/2000 7,63 878,00 152,00 70,00 - - - -


03/02/2000 8,10 791,00 132,00 24,00 - - - -
21/03/2000 8,06 658,00 108,00 21,00 - - - -
03/04/2000 8,09 501,00 67,00 20,00 910,00 - - 7,1E+02
11/04/2000 7,95 464,00 122,00 9,00 944,00 7,39 - -
10/11/2000 8,13 644,00 92,00 74,00 - - - -
26/04/2001 8,80 - - - - - - -
10/04/2001 8,24 - - 96,00 - - - -
03/04/2001 7,89 - - 52,00 - - - -
07/02/2001 7,77 - - 67,00 - - - -
31/01/2001 8,35 - - 49,00 - - - -
16/01/2001 8,11 - - 160,00 - - - -
03/02/2001 8,14 - - 47,00 - - - -
04/05/2001 8,00 - - - - - - -
09/05/2001 7,80 - - - - - - -
18/06/2001 8,10 - - 39,00 - - - -
29/06/2001 8,60 - - 35,00 - - - -
04/07/2001 8,70 - - 40,00 - - - -
09/08/2001 8,70 - - 77,00 - - - -
29/08/2001 7,90 - - 63,00 - - - -
11/12/2001 8,50 - - 68,00 - - - -
12/11/2001 8,40 - - 28,00 - - - -
07/01/2002 7,80 - 142,00 91,00 - - - -
21/01/2002 7,60 - 44,00 36,00 - - - -
06/03/2002 8,40 - 194,00 118,00 - - - -
24/04/2002 8,60 - 34,00 19,00 - - - -
07/05/2002 7,60 - 23,00 - - - 2,0E+04
28/05/2002 7,70 - 53,00 - - - -
28/05/2002 7,70 - 121,10 53,00 - - - -
12/06/2002 8,10 - 88,00 38,00 - - -
01/08/2002 7,60 - 240,80 123,80 - - - 2,0E+03
22/08/2002 7,70 - 123,30 85,90 - - - 4,0E+03
25/09/2002 8,00 - 264,40 115,00 - - - -
07/10/2002 6,90 - 164,50 111,10 - - - 3,9E+04
25/10/2002 7,20 - 219,90 86,70 - - - -
12/01/2004 7,88 420,00 201,70 21,89 - - - 3,0E+04
09/02/2004 8,20 270,00 361,70 46,00 - - - 4,0E+03
26/02/2004 9,09 851,00 180,00 66,60 - - - 6,0E+03
02/03/2004 9,32 507,00 206,70 52,60 - - - 1,4E+04
25/03/2004 7,96 - 136,70 99,00 - - - 1,1E+03
12/05/2004 8,88 - 170,10 51,50 - - - 1,6E+05
15/06/2004 7,88 - 241,60 119,40 - - - 5,0E+04
20/07/2004 8,44 - 187,50 88,50 - - - 4,0E+03
25/08/2004 8,24 - 261,90 78,70 - - - 1,8E+02
23/09/2004 8,05 - 166,30 105,90 - - - 2,0E+02
21/10/2004 7,57 - 153,80 52,30 - - - -
16/11/2004 8,18 - 144,80 48,60 - - - 1,6E+05
21/12/2004 9,10 - 163,40 75,70 - - - -

305
Tabela II.18 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tupamirim - Fortaleza, referente ao período de 2000
a 2008 - continuação.
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)

25/01/2005 8,27 - 191,40 128,70 - - - 2,0E+03


23/02/2005 9,16 - 208,50 95,40 - - - -
01/03/2005 8,87 - 201,70 92,80 - - - 3,3E+03
04/05/2005 9,00 - 182,50 103,90 - - - -
09/06/2005 8,68 - 177,90 62,80 - - - -
14/07/2005 9,59 - 244,30 63,90 - - - -
25/08/2005 8,21 - 254,10 59,12 - - - -
28/09/2005 8,52 - 237,50 - - - - -
04/10/2005 9,13 - 259,30 113,70 - - - 2,0E+03
22/11/2005 9,90 - 345,90 103,30 - - - 2,0E+02
07/12/2005 9,67 - 292,20 88,10 - - - -
24/01/2006 9,15 - 231,10 - 992,00 - - -
21/02/2006 8,41 - 108,50 - 959,00 - - -
14/03/2006 8,72 - 229,30 - 963,00 - - -
25/04/2006 8,79 - 124,00 - 637,00 - - -
20/06/2006 8,88 - 404,30 - 593,00 - - -
25/07/2006 8,27 - 142,50 - 816,00 - - -
22/08/2006 8,71 - - - 911,00 - - -
19/09/2006 8,39 - 229,80 - 967,00 - - -
24/10/2006 8,36 - 194,60 95,30 1053,00 - - -
21/11/2006 8,63 - - - 1120,00 - - -
04/12/2006 8,39 - 269,20 - 1129,00 - - -
10/01/2007 8,69 - 205,40 - 1187,00 - - -
22/02/2007 8,40 - 142,90 - 1010,00 - - -
07/03/2007 8,57 - 209,90 100,60 899,00 19,61 4,75 -
11/04/2007 8,40 - 150,40 - 816,00 - - -
22/05/2007 8,34 - 258,20 - 762,00 - - -
05/06/2007 8,28 - 185,50 - 898,00 - - -
11/07/2007 8,51 - 236,40 - 1055,00 - - -
20/08/2007 8,41 - 229,60 - 1182,00 - - -
04/09/2007 8,62 - 340,30 85,11 1199,00 43,60 1,59 -
10/10/2007 8,58 - 371,30 - 1228,00 - - -
19/11/2007 8,71 229,90 - 1233,00 - - -
04/12/2007 8,62 328,00 - 1318,00 - - -
16/01/2008 8,47 107,00 435,00 - 1141,00 - - -
21/02/2008 9,57 105,00 283,50 94,30 1055,00 16,90 2,06 -
12/03/2008 8,27 147,00 173,60 - 1111,00 - - -
09/04/2008 8,41 72,00 212,20 - 919,00 - - -
15/05/2008 8,71 72,00 162,50 - 746,00 - - -
11/06/2008 8,90 193,00 173,90 - 871,00 - - -
15/07/2008 8,44 96,00 195,60 - 1107,00 - - -
MÍNIMO 6,90 72,00 34,00 9,00 593,00 7,39 1,59 180,00
MÉDIA 8,38 398,59 202,00 70,95 991,59 21,88 2,80 25134,50
MÁXIMO 9,90 878,00 435,00 160,00 1318,00 43,60 4,75 160000,00

306
Tabela II.19 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Jereissati III - Fortaleza, referente ao período de
2000 a 2008.
C o n d u t iv i d a d e F ó sf o ro T o t a l C o l if o r m es T e m o t o le r a n te s
DA T A pH ST S (m g / L ) DQ O (m g / L ) DBO (m g / L ) A mô n ia (m g / L )
( u S / cm ) (m g / L ) ( N M P /1 0 0 m L )

0 4 / 0 4 /2 0 0 0 7,57 1 2 8 ,0 0 4 9 ,0 0 - - - -
2 6 / 0 4 /2 0 0 0 7,87 90,00 3 0 ,0 0 - - - -
0 1 / 0 8 /2 0 0 0 7,91 194,00 1 9 9 ,0 0 6 6 ,0 0 - - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 0 7,64 162,00 3 1 3 ,0 0 289,00 - - - -
2 6 / 1 2 /2 0 0 0 8,21 292,00 2 5 8 ,0 0 111,00 - - - 1 , 6 E+ 0 6
3 0 /0 4 / 2 0 0 1 8,50 7 2 ,0 0 - 6 0 ,0 0 - - - -
0 4 /0 4 / 2 0 0 1 7,73 8 2 ,0 0 - 6 4 ,0 0 - - - -
2 1 /0 3 / 2 0 0 1 7,65 148,00 - 5 0 ,0 0 - - - -
1 6 /0 5 / 2 0 0 1 7,70 7 6 ,0 0 - 5 7 ,0 0 - - - -
1 8 /0 6 / 2 0 0 1 - - - - - - - -
2 7 /0 6 / 2 0 0 1 7,50 9 6 ,0 0 - 127,00 - - - -
0 7 /0 8 / 2 0 0 1 7,70 8 0 ,0 0 - 118,00 - - - -
2 0 /0 8 / 2 0 0 1 7,40 7 0 ,0 0 - 122,00 - - - -
1 9 /1 0 / 2 0 0 1 7,60 2 3 ,0 0 - - - - - -
1 9 /1 1 / 2 0 0 1 7,50 9 6 ,0 0 - - - - - -
0 4 /0 1 / 2 0 0 2 7,40 2 0 ,0 0 2 0 0 ,0 0 128,00 - - - -
0 9 /0 4 / 2 0 0 2 7,50 7 4 ,0 0 2 2 7 ,0 0 162,00 - - - 1 , 7 E+ 0 5
2 3 /0 4 / 2 0 0 2 7,70 142,00 1 6 9 ,0 0 8 7 ,0 0 - - - -
2 7 /0 5 / 2 0 0 2 7,30 100,00 144,00 - - - 4 , 0 E+ 0 3
0 5 /0 6 / 2 0 0 2 7,60 106,00 2 8 3 ,0 0 190,00 - - - -
0 4 / 0 7 /2 0 0 2 7,40 100,00 3 4 8 ,0 0 245,00 - - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 2 7,70 80,00 2 8 7 ,4 0 145,20 - - - -
0 5 /0 1 / 2 0 0 4 8,05 250,00 7 6 5 ,0 0 225,50 - - - 8 , 0 E+ 0 4
1 9 /0 1 / 2 0 0 4 7,80 260,00 3 4 8 ,3 0 6 8 ,1 0 - - - 3 , 4 E+ 0 4
0 2 /0 2 / 2 0 0 4 8,50 3 8 ,0 0 3 4 0 ,0 0 - - - - 1 , 7 E+ 0 5
1 6 /0 2 / 2 0 0 4 8,20 9 2 ,0 0 2 4 1 ,7 0 181,10 - - - 1 , 4 E+ 0 5
0 8 /0 3 / 2 0 0 4 8,07 8 0 ,0 0 2 0 6 ,7 0 6 0 ,0 0 - - - 9 , 0 E+ 0 5
3 0 /0 3 / 2 0 0 4 8,07 6 4 ,0 0 1 7 0 ,0 0 112,20 - - - 3 , 4 E+ 0 4
2 2 /0 4 / 2 0 0 4 8,63 7 4 ,0 0 3 0 3 ,0 0 5 1 ,9 0 - - 9,80 1 , 6 E+ 0 6
2 2 /0 6 / 2 0 0 4 8,61 152,00 3 1 5 ,4 0 7 0 ,0 0 - - - 7 , 0 E+ 0 5
0 7 / 0 7 /2 0 0 4 7,93 132,00 2 1 6 ,5 0 9 8 ,9 0 - - - 3 , 3 E+ 0 4
0 4 / 0 8 /2 0 0 4 8,07 232,00 2 6 4 ,4 0 9 4 ,5 0 - - - 3 , 1 E+ 0 4
0 6 / 1 0 /2 0 0 4 8,25 154,00 3 6 7 ,6 0 9 9 ,6 0 - - 2 , 4 E+ 0 5
0 4 / 1 1 /2 0 0 4 7,87 72,00 8 3 7 ,2 0 163,60 - - - -
0 2 / 1 2 /2 0 0 4 7,85 330,00 4 3 9 ,6 0 125,90 - - - -
0 6 /0 1 / 2 0 0 5 7,92 120,00 3 3 5 ,2 0 229,42 - - - -
0 1 /0 2 / 2 0 0 5 7,85 132,00 1 9 2 ,1 0 - - - - 1 , 8 E+ 0 4
1 6 /0 3 / 2 0 0 5 7,53 7 8 ,0 0 3 4 3 ,9 0 188,80 - - - 1 , 6 E+ 0 5
0 7 /0 4 / 2 0 0 5 7,62 132,00 2 9 8 ,2 0 132,70 - - - -
0 4 /0 5 / 2 0 0 5 7,86 144,00 2 6 5 ,9 0 175,30 - - - -
0 1 /0 6 / 2 0 0 5 8,41 9 8 ,0 0 2 5 7 ,9 0 110,50 - - - -
0 7 /0 7 / 2 0 0 5 - 112,00 4 6 5 ,9 0 160,70 - - - -
0 2 /0 8 / 2 0 0 5 - 9 4 ,0 0 3 7 8 ,3 0 153,70 - - - -
1 4 / 0 9 /2 0 0 5 8,00 186,00 3 6 1 ,4 0 105,50 - - - -
0 5 / 1 0 /2 0 0 5 7,90 68,00 3 7 0 ,4 0 176,90 - - - -
0 3 / 1 1 /2 0 0 5 8,08 196,00 4 3 4 ,3 0 6 8 ,3 2 - - - -
2 0 / 1 2 /2 0 0 5 8,56 188,00 3 6 8 ,9 0 113,10 - - - 1 , 1 E+ 0 5
2 6 /0 1 / 2 0 0 6 8,00 149,00 3 8 7 ,1 0 - - - - -
2 1 /0 2 / 2 0 0 6 7,90 - 4 8 0 ,6 0 - 1237,00 - - -
2 1 /0 3 / 2 0 0 6 7,90 - 2 9 9 ,6 0 - 1268,00 - - 6 , 0 E+ 0 2
2 5 /0 4 / 2 0 0 6 8,02 8 9 ,0 0 2 2 3 ,1 0 - 1075,00 - - -
2 3 /0 5 / 2 0 0 6 8,40 114,00 2 3 9 ,3 0 - 792,00 - - -
0 6 /0 6 / 2 0 0 6 8,31 125,00 3 0 1 ,5 0 - 1014,00 - - -
2 5 /0 7 / 2 0 0 6 7,63 176,00 3 2 3 ,1 0 - 1209,00 - - -
2 4 /0 8 / 2 0 0 6 7,54 153,00 - - 1205,00 - - -
2 1 / 0 9 /2 0 0 6 8,08 173,00 4 7 5 ,2 0 153,31 1 2 9 8 ,0 0 0 ,5 7 76,16 -
2 5 / 1 0 /2 0 0 6 7,61 142,00 4 1 8 ,1 0 - 1 4 3 0 ,0 0 - - -
2 3 / 1 1 /2 0 0 6 8,11 199,00 - - 1 5 4 3 ,0 0 - - -
0 5 / 1 2 /2 0 0 6 7,97 202,00 4 4 7 ,8 0 - 1 5 2 8 ,0 0 - - -
1 0 /0 1 / 2 0 0 7 8,69 6 1 ,0 0 2 0 5 ,4 0 - 1187,00 - - -
2 2 /0 2 / 2 0 0 7 8,40 3 9 ,0 0 1 4 2 ,9 0 - 1010,00 - - -
0 7 /0 3 / 2 0 0 7 8,57 1 5 ,0 0 2 0 9 ,9 0 100,60 899,00 4 ,7 5 19,61 -
1 1 /0 4 / 2 0 0 7 8,40 8 5 ,0 0 1 5 0 ,4 0 - 816,00 - - -
2 2 /0 5 / 2 0 0 7 8,34 8 2 ,0 0 2 5 8 ,2 0 - 762,00 - - -
0 5 /0 6 / 2 0 0 7 8,28 7 2 ,0 0 1 8 5 ,5 0 - 898,00 - - -
1 1 /0 7 / 2 0 0 7 8,51 107,00 2 3 6 ,4 0 - 1055,00 - - -
2 0 /0 8 / 2 0 0 7 8,41 126,00 2 2 9 ,6 0 - 1182,00 - - -
0 4 / 0 9 /2 0 0 7 8,62 127,00 3 4 0 ,3 0 8 5 ,1 1 1 1 9 9 ,0 0 1 ,5 9 43,60 -
1 0 / 1 0 /2 0 0 7 8,58 103,00 3 7 1 ,3 0 - 1 2 2 8 ,0 0 - - -
1 9 / 1 1 /2 0 0 7 8,71 122,00 2 2 9 ,9 0 - 1 2 3 3 ,0 0 - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 7 8,62 - 3 2 8 ,0 0 - 1 3 1 8 ,0 0 - - -
3 1 /0 1 / 2 0 0 8 9,31 195,00 3 9 4 ,3 0 - 1477,00 - - -
2 6 /0 2 / 2 0 0 8 6,56 7 8 ,0 0 3 7 7 ,9 0 - 1538,00 - - -
2 5 /0 3 / 2 0 0 8 7,61 9 1 ,0 0 73,20 - 1881,00 - - -
2 9 /0 4 / 2 0 0 8 8,30 6 4 ,0 0 88,30 - 1040,00 29,20 - -
2 7 / 0 5 /2 0 0 8 8,02 9 4 ,0 0 2 1 6 ,5 0 - 1182,00 - - -
2 4 / 0 6 /2 0 0 8 7,56 8 3 ,0 0 3 7 1 ,5 0 - 1234,00 - - -
2 2 / 0 7 /2 0 0 8 7,81 114,00 3 3 8 ,0 0 173,20 1394,00 41,60 - -
M ÍN IM O 6,56 15,00 73,20 3 0 ,0 0 762,00 0 ,5 7 9,80 6 , 0 E+ 0 2
M É D IA 7,99 120,43 3 0 3 ,5 9 124,41 1 2 0 4 ,4 0 15,54 3 7 ,2 9 3 , 3 E+ 0 5
M Á X IM O 9,31 330,00 8 3 7 ,2 0 289,00 1 8 8 1 ,0 0 41,60 7 6 ,1 6 1 , 6 E+ 0 6

307
Tabela II.20 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Almirante Tamandaré - Fortaleza, referente ao
período de 2001 a 2008.
DQO Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH STS (mg/L) DBO (mg/L) Condutividade (uS/cm) Amônia (mg/L)
(mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
02/05/2001 7,10 42,00 - 20,00 - - - -
20/03/2001 7,39 82,00 - 22,00 - - - -
12/03/2001 7,64 38,00 - 30,00 - - - -
08/03/2001 7,53 80,00 - 32,00 - - - -
19/02/2001 7,28 48,00 - 54,00 - - - -
12/11/2001 7,00 68,00 - - - - - -
15/04/2002 7,00 22,00 - 76,00 - - - -
10/05/2002 7,10 40,00 - 43,00 - - - -
11/07/2002 7,60 14,00 33,10 22,00 - - - -
02/09/2002 6,80 4,00 55,50 43,10 - - - -
18/10/2002 7,40 - 80,00 35,00 - - - -
06/01/2003 7,00 42,00 134,80 64,20 - - - -
12/03/2003 7,00 100,00 36,80 15,80 - - - -
15/05/2003 6,80 24,00 - - - - - 1,0E+03
25/06/2003 7,70 55,00 67,10 49,00 - - - 2,7E+02
17/07/2003 7,90 20,00 48,30 26,40 - - - 2,4E+04
17/09/2003 6,90 60,00 257,80 - - - - 1,7E+06
30/10/2003 6,90 20,00 305,00 - - - - 1,7E+07
02/03/2004 7,53 6,00 - - - - - 1,0E+00
05/05/2004 7,41 30,00 41,40 - - - - 2,4E+03
03/06/2004 7,32 10,00 130,80 - - - - 2,7E+03
09/09/2004 7,09 32,00 93,90 - - - - 1,0E+01
08/10/2004 7,21 36,00 38,30 - - - - 1,0E+00
03/11/2004 7,09 24,00 110,20 - - - - 2,8E+05
07/12/2004 7,24 47,00 81,50 - - - - 2,4E+02
04/01/2005 7,33 24,00 106,10 - - - - 1,0E+02
22/03/2005 6,83 24,00 121,90 - - - -
25/04/2005 6,96 44,00 39,30 - - - - >1,2E+04
13/05/2005 7,32 40,00 56,70 - - - -
06/06/2005 7,17 26,00 104,90 - - - - 1,6E+05
02/08/2005 7,03 24,00 93,50 - - - - 1,6E+05
01/09/2005 6,96 19,00 125,60 - - - -
03/10/2005 6,92 17,00 142,60 - - - - 2,0E+03
03/11/2005 7,48 16,00 135,00 - - - -
23/01/2006 7,47 27,00 116,80 - 985,00 - - -
06/02/2006 7,52 128,30 29,00 - 1129,00 - - 1,4E+04
07/03/2006 7,19 15,00 117,60 - 935,00 - - -
03/04/2006 7,11 38,00 138,30 - 1111,00 - - -
02/05/2006 7,04 23,00 24,30 - 711,00 - - -
08/06/2006 7,11 29,00 54,00 - 1029,00 - - -
06/07/2006 6,80 22,00 27,30 - 877,00 - - -
18/09/2006 7,74 25,00 253,90 - 891,00 - - -
23/10/2006 7,94 43,00 206,50 - 1003,00 - - -
20/11/2006 7,27 40,00 - - 1073,00 - 2,73 -
18/12/2006 6,96 58,00 96,10 - 1194,00 - - -
10/01/2007 7,14 17,00 111,10 - 1080,00 47,10 - -
14/02/2007 7,25 10,00 148,70 - 983,00 - - -
29/03/2007 6,90 3,00 40,50 - 947,00 - - -
11/04/2007 6,86 13,00 67,70 - 856,00 - - -
30/05/2007 6,82 7,00 59,90 - 905,00 - - -
25/06/2007 7,01 14,00 81,30 - 1001,00 - - -
03/07/2007 6,87 23,00 77,90 - 949,00 42,30 - -
29/08/2007 7,26 38,00 117,40 - 1102,00 - - -
24/09/2007 6,92 46,00 33,80 - 1167,00 - - -
28/11/2007 6,90 67,00 148,90 - 1233,00 - - -
11/12/2007 6,52 64,00 184,00 - 1328,00 - - -
14/01/2008 8,27 61,00 101,00 - 1051,00 47,00 - -
20/02/2008 7,37 78,00 113,30 - 1190,00 - - -
07/04/2008 6,72 74,00 114,50 - 1105,00 0,24 - -
07/05/2008 5,94 19,00 49,80 - 862,00 - - -
07/07/2008 6,87 9,00 120,30 - 928,00 18,57 - -
06/08/2008 6,86 25,00 111,30 - 1019,00 - -

MÍNIMO 5,94 3,00 24,30 15,80 711,00 0,24 2,73 1,0E+00


MÉDIA 7,15 35,97 101,67 38,04 1023,00 31,04 2,73 1,1E+06
MÁXIMO 8,27 128,30 305,00 76,00 1328,00 47,10 2,73 1,7E+07

308
ANEXO III

Relação de empresas consultadas no DI de Maracanáu

309
Tabela III.1 – Relação de empresas consultadas no DI de Maracanaú.

RAZÃO SOCIAL LINHA DE PRODUÇÃO ORIGEM DIF


JOBEK DO BRASIL IND. TÊXTIL LTDA. Fab. de redes e acessórios de sustentação e expositores. ALEMÃ I
Pesquisa, lavra, e indust. e comercial de rochas ornamentais esp.
CIGRAMA CIA IND. DE GRANITOS E MÁRMORE CE I
granito e mámore
COTECE S/A Fab de fios de poliester (malharia) CE I
COTECE S/A Fab de fios de algodão e poliester CE I
DURAMETAL S/A Fabricação de autopecas CE I
COBAP- COMÉR. E BENEF. DE ARTEFATOS DE
Papel e caixas de papelão CE I
PAPEL LTDA
ASFALTOS NE LTDA Fab de emulsões asfálticas e afins CE I
TECNOMAQ INDÚSTRIA E COMÉRCIO Fabricação e montagem de máquinas, pórticos e pontes rolantes CE I
Farinha de carne, farinha de osso, farinha de osso autoclavada,
NORDAL-NORD. IND. DERIV.ANIMAIS CE I
sebo bovino industrializado
PERCEU PVC INDUSTRIAL LTDA Fab. de injetados de pvc CE I
NORSA REFRIGERANTES LTDA Fabricação de refrigerantes CE I
Produção de manta de mica,fita seca, resin riche residuos vde
VPI VON ROLL ISOLA PRODUTOS S/A CE I
mica
FIOTEX INDUSTRIAL S/A Fabricação de fios de algodão CE I
Fabricação de caixas térmicas em geral, embalagens industriais,
ISOPLAST INDUSTRIA E COM. DE PLASTICOS LTDA CE I
pescados, calhas e placas
Indust. E comercialização de laminados, colchões e travesseiros
IND. CEARENSE DE COLCHÕES E ESPUMAS LTDA CE I
de espuma.
INELSA - IND. ELÉTRICA ELITE S/A Quadro e subestação elétrica, produtos elétricos. CE I
T.B.M. S/A Fios têxteis de algodão CE I
M. M. MOREIRA IND COM E TRANSPORTES LTDA Fabricação de emulsões asfálticas. CE I
OSASUNA PARTICIPAÇÕES LTDA Fabricação de confecções CE I
PELÁGIO OLIVEIRA S\A Fabricaçâo de biscoito CE I
J. BRANDÃO COM. E IND. LTDA Fabricação de produtos alimenticios CE I
Produtos metalúrgicos ( botijões refrigeradores, freezers,
ESMALTEC S/A ou TECNOMECÂNICA ESMALTEC CE I
bebedouros
Bombas hidráulicas, acessórios para irrigação, disco/tambor de
INAPI - IND. NORD. ACESS. IRRRIGAÇÃO CE I
freio, produto em fyber glass
METALÚRGICA BACE LTDA Prod. de aros alumínio, quadro p/bicicleta e outros CE I
NUFARM – INDÚSTRIA QUÍMICA E FARMACÊUTICA -
Produção de glifosato, inseticidas e produtos veterinarios CE I
S/A
Industrialização de refrigeradores comerciais e outros artigos
TERMISA INDUSTRIAL S/A CE I
para lanchonetes e bares
Fabricação de produtos de limpeza e polimento (cera tipo 1, cera
CVC CÊRA VEGETAL CEARÁ LTDA CE I
tipo 3)
HIDROTINTAS -EMP. BRAS.EQUIP. Tinta hidrossolúvel, esmalte, látex, massas, seladores, acrílicos CE I
PACEL PAPELÃO DO CEARÁ LTDA Produção de caixa de papelão CE I
METALMAX IND. METALÚRGICA E COM. LTDA Fabricação de estruturas metálicas CE I

VIA DIRETA IND. E COM. DE CONFEC. LTDA Produçâo de confecçôes CE I


Fabricação de fios de algodão (algodão cardado, algodão
TÊXTIL UNIÃO S/A CE I
penteado)
VICUNHA NORDESTE S/A - UNIDADE I Produção de malhas sintéticas de algodão e mistas CE I
CEMEC S/A CONST.ELETROMECÂNICA Tinta hidrossolúvel, esmalte, corante, solvente. CE I
LDR INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES LTDA Lingerie CE I
DR LINGERIE IND. E COM. LTDA Fabricações de roupas femininas em lingerie CE I
CONFECÇÕES FEMININAS JULIETE LTDA Peças íntimas CE I
Fab. de materiais cerâmicos para construção, suportes cerâmicos
CIA ELETROCERÂMICA DO NE - CELENE para catalizadores e isoladores de porcelana p/uso em CE I
telecomunicações
Cajuína, mel, babaçu em pó, guaraná em pó, banana passa,
IBRAN - IND. BRAS. ALIM. NATURAIS CE I
farinha de banana
VICUNHA NE - UNIDADE V Fios de algodão, tecidos em malha de algodão. CE I
Fabricação de rações balanceadas, suplementos vitamínicos e
AGROMIX- PROD. E SERV. AGROPECUÁRIOS CE I
minerais para animais
CEPLAL CEARÁ PLASTICOS LTDA Fabricação de utensilios e benef.de plasticos CE I

310
Tabela III.1 – Relação de empresas consultadas no DI de Maracanaú - continuação.

RAZÃO SOCIAL LINHA DE PRODUÇÃO ORIGEM DIF


IPIRANGA ASFALTO S/A Ind. de emulsões asfalticas CE I
SOFTPLUMA IND.E COM. MOVEIS E ESTOFADOS Fabricação de móveis e estofados, colchões e espuma. CE I

Fabricação de malha de algodão ede poliester, desttinadas aos


PEMALEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA COREA I
setores do vestuário e calçados (entretelas)
CONCRETÓPOLIS-CONCRETO PREMOLDADO
Prod. de pré-fab de concreto para uso industrial e residencial ITÁLIA I
INDUSTRIAL DO NE LTDA
Industrialização e comercialização de artefatos e prod de cimento
CPV BRASIL LTDA ITÁLIA I
e seviços de concretagem.
BERMAS IND. E COM. LTDA Beneficiamento, acabamento e corte industrial de couro ITÁLIA I
YOSHIDA NE S/A IND. E COM. Produção de Zípers JAPÃO I
BELGO SIDERÚRGICA S/A Indust. ( corte e dobra de aço e fab de telas soldadas e outros ) MG I
CIA SIDERÚRGICA BELGO Aço cortado e dobrado MG I
FACEPA - FÁBRICA DE PAPEL DA AMAZÔNIA S/A Fabricação de papel higiênico, bobinas de papel PA I
CERÂMICA SANTA ALIANÇA DO CEARÁ Pias e bacias sanitárias PB I
KARSTEN NORDESTE IND. TEXTIL LTDA Produtos têxtieis SC I
BHS NORD LTDA Prod. de confecções de camisas masculinas SC I
TECELAGEM ALPHATEX LTDA Fab. de colchas, ededrons, almofadas, tapeçarias e cortinas SP I
ALTERNATIVA PAPELEIRA LTDA Fab. de cadernos e artefatos pautados SP I
ROSSET NORDESTE LTDA Fabricaçâo de tecidos de malha SP I
GERDAU S/A SIDERÚRGICA AÇONORTE S/A Vergalhões, barra de aço SP I
Fabricação de latas em alumínio, tampas em alumínio e chapas de
CIA METALIC DO NORDESTE S/A SP I
aço
D'IVIETTA IND. E COM. DE CONFECÇÕES LTDA Lingeries, moda praia e confecções em geral SP I
C & L IND. DE PLÁSTICOS LTD Fab. de laminados plásticos e manufaturados de plásticos SP I
Dist. atacadista de produtos de toucador, higiene, cosméticos,
AVON COSMÉTICOS LTDA USA I
perfumarias
VIRKLER DO BRASIL LTDA Fabricação de produtos químicos em geral USA I
BIG BRILHO Fabricação de água sanitária CE I
Acabamento de peças Jeans com limpeza,aplicação de pressão,
COINMA - COOP. IND. DO NOVO I
etiquetas, códigos de
CAPITAL CORPORATION AGENCIAMENTO Transportadora e logística I
TECMIX LTDA Concreto pré-misturado I
Forro metálico, porca, perfil metálico, haste para fixação de telha,
DAFERRO S/A - ALUMÍNIO E AÇO I
parafuso, arruela, acessórios plásticos
CIA NACIONAL ABASTECIMENTO-CONAB Armazenagem de produtos (exceto Inflamáveis) I
AGANOR - GASES E EQUIPAMENTOS S/A Usina de oxigênio e acetileno I
MULTISERV Fabrica escória para pavimento e lastros I
ARMAFER SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO Corte e dobra de vergalhões I
COMPANHIA METALIC DO NORDESTE Latas de aço, tampas metálicas I
INDÚSTRIA DE BEBIDAS FREVO LTDA Refrigerantes ( cola, laranja, uva, guaraná) I
FRIO CEARÁ ARMAZÉNS FRIGORÍFICOS Armazenamento frigorifico I
IMPRESSÃO DE RÓTULOS INTELIGENTES Rótulos em manga e bopp I
FORT PLAST - PLÁSTICO INDUSTRIAL LTDA Fabricação de componentes para calçados (solados) I
L.R. COM. DE MADEIRA LTDA Madeireira CE III
T & A - CONST. PRÉ-FABRICADAS LTDA Estruturas de concreto armado e pré-moldados. CE III
CERÂMICA BRASILEIRA CERBRAS LTDA Ind. de piso e revestimento ceramico CE III
IBEL INDÚSTRIA DE BORRACHA EVA LTDA Fabricação de placas de borracha EVA para solados e palmilhas CE III
STARPET RECICLAGENS LTDA Produção de pet reciclado "IN FLAKES" CE III
WHITECAL TINTAS IND. E COMÉRCIO Fabricação de tintas e supercal CE III
Fab de aro de liga leve (alumínio ) e injeção plástica ( calotas ) e
DSW INDUSTRIAL, E COMERCIAL LTDA CE III
engate para automóveis
AÇOFORTE MÓVEIS E EQUIPAMENTOS S/A Móveis e equipamentos de aco CE III
GARRA DIST. DE COMBUSTÍVEIS Distribuidora de combustíveis CE III

311
Tabela III.1 – Relação de empresas consultadas no DI de Maracanaú - continuação.

RAZÃO SOCIAL LINHA DE PRODUÇÃO ORIGEM DIF


ASCRON METALURGIA Metalurgia e prestadora de serviços CE III
DAFIL - INDÚSTRIA DE SABÃO LTDA Produtos de limpeza (sabão e detergente) CE III
BEATRIZ TÊXTIL S/A Fios têxteis de algodão CE III
RB SUBPRODUTOS Rações balanceadas CE III
SPOT IND. E COM. DE ARTEFATOS
Porta-lâmpadas e soquetes de tempo CE III
ELÉTRICOS LTDA
Concreto asfaltico, projetos, administração de obras civis
RHS IND. E SERVIÇOS LTDA CE III
em geral.
Fab de equipamentos e acessórios p/veículos e
ATIVA IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS LTDA RS III
IMPementos agrícolas rodoviários
DISPA IND. DE RAÇÕES Rações extrusadas para cães, gatos e peixes SP III
HNR NORDESTE COMPONENTES
Fab. e montagem de componentes para fogão. SP III
INDUSTRIAIS LTDA
INJETAL - LTDA Fabricação de solados e calçados em geral. CE I
SERLARES - REFEIÇÕES COLETIVAS Refeições Coletivas Industriais CE I
LASER ALIMENTAÇÃO Refeições Coletivas Industriais CE I
FORTEX INDÚSTRIA QUÍMICA – LTDA Fabricação de tintas hidrossalúvel CE III
LAGRIFFA BRASIL SERVIÇOS E REP. LTDA Aluguel de máquinas CE III
DISTRIBUIDORA CEARENSE DE ALIMENTOS
Comércio de cestas de alimentos CE III
– DCA LTDA
NORDESTE INDUSTRIAL DE DERIVADOS DE
Reciclagem de subprodutos animais CE I
ANIMAIS – LTDA
ULTRAAMBIENTAL - PARCEIRA DA COELCE Destinação de resíduos industriais / Limpeza e
CE I
EM RECOLHER MATERIAL RECICLÁVEL. conservação
ABL TÊXTIL Confecção CE I

312
ANEXO IV

Modelo do questionário aplicado nas empresas do DI de


Maracanáu

313
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REÚSO DO ESTADO DO CEARÁ

1) Atividade industrial
1. Bebidas ( )
2. Confecções ( )
3. Couros, peles e produtos similares ( )
4. Materiais plásticos ( )
5. Materiais eletro-eletrônicos ( )
6. Materiais metalúrgicos ( )
7. Materiais de papel, papelão e celulose ( )
8. Produtos alimentícios ( )
9. Produtos químicos ( )
10. Produtos minerais não metálicos
11. Vestuários , artefatos, tecidos ( )
12. Produtos têxteis ( )
13. Indústrias de serviços ( )
14. Outro tipo de indústria ( ) - Especifique:---------------------------------------------

2) Informar sobre o consumo médio mensal e o valor médio de água em 2008:


Consumo mensal Tarifa média
Tipos
(m3) mensal (R$/ m3)
Água bruta (COGERH)
Água tratada (Cagece)
Fonte própria (poço)
Total

3) Dê uma nota em escala crescente de 1 a 10 sobre a satisfação média em relação á qualidade


da água obtida pelo estabelecimento para atender as necessidades da empresa. Informar sobre
o consumo médio mensal e o valor médio de água em 2008:
Origem Nota
Água bruta (COGERH)
Água tratada (Cagece)
Fonte própria (poço)

314
4) Informar os diversos usos e a respectiva quantidade que a empresa faz da água:
Usos Quantidade (m3) Fonte*
Sistema de resfriamento
Sistema de refrigeração
Reserva contra incêndio
Regas de áreas verdes
Processo industrial
Lavagem de máquinas
Consumo humano
• Fonte: COGERH, CAGECE, poço

4) Como a empresa trata o esgoto gerado e ?


( ) Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) própria
( ) Lança na rede coletora da Cagece para ser encaminhado para a ETE localizada no
Distrito Industrial de Maracanaú

5) Qual o valor mensal (R$/ m3) gasto no tratamento de esgoto (ETE própria ou Cagece)?

6) A empresa realiza algum tipo reúso? Em caso afirmativo especificar o tipo


( ) Sim ( ) Não
Especifique:------------------------------------------------

7) A empresa acha importante a prática do reúso para o Estado do Ceará?


( ) Sim ( ) Não

8) A empresa tem interesse em investir em instalações próprias para reúso?


( ) Sim ( ) Não

9) A empresa tem interesse em adotar o reúso em suas instalações caso a água de reúso fosse
economicamente mais viável que a atual fonte de água utilizada?
( ) Sim ( ) Não

10) A empresa gostaria que o governo disponibilizasse esse serviço?


( ) Sim ( ) Não

315
11) Caso haja interesse da empresa em adotar o reúso de água, marque com um X em que
atividade (s) poderá se utilizada e informar qual o valor da disposição a pagar.
Obs: Vale ressaltar que neste caso a água de reúso a ser ofertado pelo governo terá a quantidade e qualidade
necessária garantida e atestada.

Tem interesse Disposição a


Tipos de reúso
pagar (R$/m3)
Sistema de resfriamento
Sistema de refrigeração
Reserva contra incêndio
Regas de áreas verdes
Processo industrial
Lavagem de máquinas

316
ANEXO VI

Plantas do sistema de pós-tratamento da ETE Tupamirim

317
318
319
320
321
ANEXO VI

Orçamento do sistema de pós-tratamento da ETE Tupamirim

322
PLANILHA DO ORÇAMENTO

ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO DO INSUMO UNIDADE QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO PREÇO TOTAL
01 01 INSTALAÇÃO DA OBRA - SERVIÇO 9.208,38
01.01 01.01 CANTEIRO DE OBRA 5.040,12
01.01.01 C0370 BARRACÃO PARA ESCRITÓRIO TIPO A1 unidade 1,00 2.932,92 2.932,92
01.01.02 C0738 CERCA C/ ESTACAS DE MADEIRA - 6 FIOS DE ARAME FARPADO metro 60,00 10,12 607,20
MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM CAMINHÃO EQUIPADO C/
01.01.03 unidade 1,00 1.500,00 1.500,00
GUINDASTE
01.02 01.02 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS 3.442,98
01.02.01 C2850 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS DE LUZ , FORÇA,TELEFONE E LÓGICA unidade 1,00 1.562,87 1.562,87
01.02.02 C2851 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS DE ÁGUA unidade 1,00 780,59 780,59
01.02.03 C2831 FOSSA SUMIDOURO PARA BARRACÃO unidade 1,00 1.099,52 1.099,52
01.03 01.03 PLACA DE OBRA 725,28
01.03.01 C1937 PLACAS PADRÃO DE OBRA metro² 8,00 90,66 725,28
02 02 ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE REÙSO Q=32L/S - SERVIÇO 20.665,33
02.01 02.01 SERVIÇOS PRELIMINARES 1.297,03
02.01.01 ELABORAÇÃO DE PROJETO DE CÁLCULO ESTRUTURAL (EER - ELEVATÓRIA DE REÚSO) metro² x arf 49,00 26,47 1.297,03
02.02 02.02 LOCAÇÃO 26,36
02.02.01 C1630 LOCAÇÃO DA OBRA - EXECUÇÃO DE GABARITO metro² 9,12 2,89 26,36
02.03 02.03 MOVIMENTO DE TERRA 1.401,54
02.03.01 C1256 ESCAVAÇÃO MANUAL CAMPO ABERTO EM TERRA ATÉ 2M metro³ 41,00 18,80 770,80
02.03.02 C0928 CORTE E ATERRO COMPENSADO S/CONTROLE DO GRAU DE COMPACTAÇÃO metro³ 22,00 6,63 145,86
02.03.03 C0707 CARGA MANUAL DE TERRA EM CAMINHÃO BASCULANTE metro³ 19,00 8,63 163,97
02.03.04 C2533 TRANSPORTE DE MATERIAL, EXCETO ROCHA EM CAMINHÃO ATÉ 5 KM metro³ 19,00 16,89 320,91
02.04 02.04 ESCORAMENTO 1.030,05
02.04.01 C2801 ESCORAMENTO CONTÍNUO DE VALAS C/PRANCHAS METÁLICAS DE 4.00M metro² 35,00 29,43 1.030,05
02.05 02.05 ESGOTAMENTO 178,88
02.05.01 C2924 REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO EM ÁREAS ponteiraXdia 13,00 13,76 178,88
02.06 02.06 CONCRETO 7.994,12
02.06.01 C0836 CONCRETO NÃO ESTRUTURAL PREPARO MANUAL metro³ 0,50 248,84 124,42
02.06.02 C0844 CONCRETO P/VIBR., FCK 30 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO metro³ 5,00 314,69 1.573,45
02.06.03 C0034 ADIÇÃO DE IMPERMEABILIZANTE PARA CONCRETO ESTRUTURAL metro³ 5,00 45,07 225,35
02.06.04 C1604 LANÇAMENTO E APLICAÇÃO DE CONCRETO S/ ELEVAÇÃO metro³ 5,00 58,37 291,85
02.06.05 C1405 FORMA PLANA CHAPA COMPENSADA RESINADA, ESP.= 12mm UTIL. 3 X metro² 49,00 62,97 3.085,53
02.06.06 C0216 ARMADURA CA-50A MÉDIA D= 6,3 A 10,0mm kilograma 387,00 6,96 2.693,52
02.07 02.07 IMPERMEABILIZAÇÃO 1.301,79
02.07.01 C2842 IMPERMEABILIZAÇÃO C/ CIMENTO CRISTALIZANTE, BASE ACRÍLICA metro² 26,00 38,19 992,94
02.07.02 C2843 IMPERMEABILIZAÇÃO C/ EMULSÃO ASFÁLTICA CONSUMO 2kg/m² metro² 29,00 10,65 308,85
02.08 02.08 REVESTIMENTO 86,06
CHAPISCO C/ ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA S/PENEIRAR TRAÇO 1:3 ESP.= 5mm
02.08.01 C0776 metro² 26,00 3,31 86,06
P/ PAREDE
02.09 02.09 ASSENTAMENTO DE TUBULAÇÃO 327,00
02.09.01 C0283 ASSENTAMENTO DE TUBOS E CONEXÕES EM PVC, JE DN 150mm metro 150,00 2,18 327,00
02.10 02.10 MONTAGEM 5.252,78
02.10.01 C3498 MONTAGEM DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS, ELEVATÓRIA C/ VAZÃO DE 10,01 À 20 l/s unidade 1,00 3.673,86 3.673,86
02.10.02 C3452 MONTAGEM DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, ELEVATÓRIA VAZÃO 10,01 a 20 l/s unidade 1,00 1.578,92 1.578,92
02.11 02.11 INSTALAÇÕES ELETROMECÂNICA 789,22
02.11.01 C3416 INSTALAÇÃO ELETROMECÂNICA DE CONJUNTO MOTO-BOMBA DE 4 À 7,5 CV unidade 1,00 789,22 789,22
02.12 02.12 POÇO DE VISITA 895,22
02.12.01 C2908 POÇO DE VISITA, C/ANÉIS DE CONCRETO, PROF. ATÉ 1.50m, D=1000mm unidade 1,00 895,22 895,22
02.13 02.13 PINTURA 85,28
02.13.01 C0589 CAIAÇÃO EM TRES DEMÃOS EM PAREDES metro² 12,00 3,34 40,08
02.13.02 C3425 PINTURA A ÓLEO PARA FERRO FUNDIDO metro² 5,00 9,04 45,20
03 03 ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE REÙSO Q=32L/S - MATERIAL 65.593,63
03.01 03.01 FORNECIMENTO DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS ESPECIAIS 13.896,57
03.01.01 I4087 REDUÇÃO FoFo FF DN 200 x 150 PN10 unidade 2,00 865,72 1.731,44
03.01.02 I3962 TUBO FoFo C/ FLANGES DN 150 PN10 - L=250 unidade 3,00 281,41 844,23
03.01.03 I3426 CURVA FoFo 90 FF DN 150 PN10 unidade 3,00 334,78 1.004,34
03.01.04 TUBO FoFo C/ FLANGES DN 150 PN10 - L=980 unidade 2,00 937,12 1.874,24
03.01.05 I5710 VALV.RET.PORT. UNICA SIMPLES EXTREM.FF DN 150 PN16 unidade 2,00 1.380,00 2.760,00
03.01.06 I5328 REGISTRO VOLANTE E FLANGE DN 150 PN16 unidade 2,00 1.597,99 3.195,98
03.01.07 I3649 TE FoFo FF DN 150 x 150 PN10 unidade 1,00 629,62 629,62
03.01.08 TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 - L=1490 unidade 1,00 765,07 765,07
03.01.08 TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 - L=590 unidade 1,00 302,95 302,95
03.01.09 I3364 CURVA 90 FoFo BB JUNTA ELÁSTICA DN 150 unidade 1,00 316,79 316,79
03.01.10 I3064 TUBO PVC RIGIDO OCRE JE DN 150 (NBR-7362) metro 1,00 15,91 15,91
03.01.11 I3075 TAMPÃO DE FoFo DÚCTIL DN 600mm CL-300 PADRÃO CAGECE unidade 1,00 456,00 456,00
03.02 03.02 FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO 45.788,40
03.02.01 CMB SUBMERSÍVEL P/ESGOTO Q=16,8L/S; Hman=9,8mca e P=5cv unidade 2,00 22.894,20 45.788,40
03.03 03.03 FORNECIMENTO DE ACESSÓRIOS 5.908,66
03.03.01 I4160 ANEL BORRACHA P/ FoFo JUNTA ELÁSTICA DN 150 P/ ESGOTO unidade 2,00 44,34 88,68
03.03.02 I4143 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 150 PN10 P/ ESGOTO unidade 28,00 44,45 1.244,60
03.03.03 I4144 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 200 PN10 P/ ESGOTO unidade 2,00 89,29 178,58
03.03.04 I4242 PARAFUSO C/ PORCAS PARA FLANGES DN 20 x 90 unidade 240,00 18,32 4.396,80

323
PLANILHA DO ORÇAMENTO – CONTINUAÇÃO
04 ETE - REÚSO - FILTRO ASCENDENTE - SERVIÇO 5.775,32
04.01 LOCAÇÃO 15,03
C1630 LOCAÇÃO DA OBRA - EXECUÇÃO DE GABARITO metro² 5,20 2,89 15,03
04.02 MOVIMENTO DE TERRA 154,90
C1256 ESCAVAÇÃO MANUAL CAMPO ABERTO EM TERRA ATÉ 2M metro³ 4,16 18,80 78,21
C0928 CORTE E ATERRO COMPENSADO S/CONTROLE DO GRAU DE COMPACTAÇÃO metro³ 1,56 6,63 10,34
C0707 CARGA MANUAL DE TERRA EM CAMINHÃO BASCULANTE metro³ 2,60 8,63 22,44
C2533 TRANSPORTE DE MATERIAL, EXCETO ROCHA EM CAMINHÃO ATÉ 5 KM metro³ 2,60 16,89 43,91
04.03 CONCRETO 2.334,39
C0836 CONCRETO NÃO ESTRUTURAL PREPARO MANUAL metro³ 1,00 248,84 248,84
C0843 CONCRETO P/VIBR., FCK 25 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO metro³ 1,04 291,02 302,66
C0830 CONCRETO CICLÓPICO FCK 15 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO metro³ 1,56 293,57 457,97
C2827 FORMA PLANA CHAPA COMPENSADA RESINADA, ESP.= 10mm UTIL. 3X metro² 12,00 61,69 740,28
C0216 ARMADURA CA-50A MÉDIA D= 6,3 A 10,0mm kilograma 84,00 6,96 584,64
04.04 MONTAGEM 3.271,00
C3471 MONTAGEM BARRILETE FILTRO FIBRA, KIT'S, PÇS VAZÃO ATÉ 50 m3/h unidade 1,00 3.271,00 3.271,00
05 ETE - REÚSO - FILTRO ASCENDENTE - MATERIAL 43.849,68
05.01 FORNECIMENTO DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS ESPECIAIS 14.860,27
I3364 CURVA 90 FoFo BB JUNTA ELÁSTICA DN 150 unidade 1,00 316,79 316,79
I6667 TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 L=500 unidade 1,00 499,63 499,63
I3426 CURVA FoFo 90 FF DN 150 PN10 unidade 3,00 334,78 1.004,34
VÁLVULA BORBOLETA TIPO WAFER FLANGEADA DN 150 N16 unidade 1,00 11.737,24 11.737,24
TUBO FoFo C/ FLANGES DN 150 PN10 - L=970 unidade 1,00 927,55 927,55
TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 - L=600 unidade 1,00 374,72 374,72
05.02 FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO 26.689,08

FILTRO DE FLUXO ASCENDENTE EM FIBRA COMPLETO COM TAMPA, BARRILETE,


I7069 unidade 1,00 26.689,08 26.689,08
ESCADA E MATERIAL FILTRANTE, CAPACIDADE 5,94 m³/h A 13,28 m³/h

05.03 FORNECIMENTO DE ACESSÓRIOS 2.300,33


I8217 ANEL BORRACHA P/ FoFo JUNTA ELÁSTICA DN 150 P/ ÁGUA unidade 2,00 18,19 36,38
I6429 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 150 PN10 P/ ÁGUA unidade 13,00 27,59 358,67
I4242 PARAFUSO C/ PORCAS PARA FLANGES DN 20 x 90 unidade 104,00 18,32 1.905,28
06 ETE - REÚSO - RESERVATÓRIO APOIADO - SERVIÇO 20.253,10
06.01 LOCAÇÃO 36,33
C1630 LOCAÇÃO DA OBRA - EXECUÇÃO DE GABARITO metro² 12,57 2,89 36,33
06.02 MOVIMENTO DE TERRA 388,70
C1256 ESCAVAÇÃO MANUAL CAMPO ABERTO EM TERRA ATÉ 2M metro³ 10,62 18,80 199,66
C0928 CORTE E ATERRO COMPENSADO S/CONTROLE DO GRAU DE COMPACTAÇÃO metro³ 4,34 6,63 28,77
C0707 CARGA MANUAL DE TERRA EM CAMINHÃO BASCULANTE metro³ 6,28 8,63 54,20
C2533 TRANSPORTE DE MATERIAL, EXCETO ROCHA EM CAMINHÃO ATÉ 5 KM metro³ 6,28 16,89 106,07
06.03 MONTAGEM 642,84

C3490 MONTAGEM DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS, RESERVATÓRIO APOIADO CAP ATÉ 100 M3 unidade 1,00 544,34 544,34

C3460 MONTAGEM DE ANEL PRÉ-MOLDADO D=1,50m h=0,50m unidade 5,00 19,70 98,50
06.04 CAIXA 377,56
CAIXA EM ALVENARIA (80X80X60cm) DE 1 TIJOLO COMUM, LASTRO DE CONCRETO E
C0608 unidade 1,00 377,56 377,56
TAMPA DE CONCRETO
06.05 DISPOSITIVO DE ACESSO 2.415,67
C2775 ESCADA DE MARINHEIRO, DEGRAUS FERRO REDONDO 3/4" metro 4,00 77,19 308,76
C3506 GUARDA CORPO C/ CORRIMÃO EM TUBO DE AÇO GALVANIZADO 2" metro 13,00 162,07 2.106,91
06.06 RESERVATÓRIO PRÉ-MOLDADO 16.392,00
FORNECIMENTO DE RESERV. APOIADO EM ANÉL PRÉ-MOLDADO ø1,50M E H=0,50M,
unidade 1,00 16.392,00 16.392,00
CONF. PROJETO
07 ETE - REÚSO - RESERVATÓRIO APOIADO - MATERIAL 16.392,00
07.01 FORNECIMENTO DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS ESPECIAIS 16.392,00
I3365 CURVA 90 FoFo BB JUNTA ELÁSTICA DN 200 unidade 6,00 482,64 2.895,84
TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 200 PN10 - L=1100 unidade 2,00 707,95 1.415,90
I5329 REGISTRO VOLANTE E FLANGE DN 200 PN16 unidade 2,00 2.621,09 5.242,18
TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 200 PN10 - L=4350 unidade 2,00 2.030,98 4.061,96
I3965 TUBO FoFo C/ FLANGES DN 200 PN10 - L=500 unidade 2,00 684,97 1.369,94
I3427 CURVA FoFo 90 FF DN 200 PN10 unidade 4,00 476,89 1.907,56
07.02 FORNECIMENTO DE ACESSÓRIOS 2.213,92
I8218 ANEL BORRACHA P/ FoFo JUNTA ELÁSTICA DN 200 P/ ÁGUA unidade 2,00 23,36 46,72
I6430 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 200 PN10 P/ ÁGUA unidade 12,00 34,04 408,48
I4242 PARAFUSO C/ PORCAS PARA FLANGES DN 20 x 90 unidade 96,00 18,32 1.758,72
08 ETE - REÚSO - URBANIZAÇÃO - SERVIÇO 11.241,00
08.01 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO 7.012,32
CERCA DE ARAME FARPADO 7 FIOS,MURETA C/ ALTURA DE 0,70M - FUNDAÇÃO E
C0733 metro 56,00 125,22 7.012,32
REBOCO NAS 2 FACES
08.02 ACESSO 2.458,35
PORTÃO DE TUBO DE AÇO GALVANIZADO DE 2" (4X2)m, INCL.. PILARES DE
C2904 unidade 1,00 2.458,35 2.458,35
SUSTENTAÇÃO
08.03 PAVIMENTAÇÃO 1.043,00

C2896 PAVIMENTAÇÃO EM PEDRA TOSCA S/ REJUNTAMENTO (AGREGADO ADQUIRIDO) metro² 50,00 17,84 892,00

C3449 MEIO FIO PRÉ MOLDADO (0,07x0,30x1,00)m C/REJUNTAMENTO metro 10,00 15,10 151,00
08.04 PINTURA 727,33
C0589 CAIAÇÃO EM TRES DEMÃOS EM PAREDES metro² 78,40 3,34 261,86
C1279 ESMALTE DUAS DEMÃOS EM ESQUADRIAS DE FERRO metro² 18,00 18,54 333,72
C2899 PINTURA LOGOTIPO CAGECE - PROJETO PADRÃO unidade 1,00 131,75 131,75

TOTAL GERAL 158.403,91

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