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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
CURSO DE DOUTORADO EM SANEAMENTO AMBIENTAL
FORTALEZA
2010
AVALIAÇÃO DO ATUAL POTENCIAL DE REÚSO DE
ÁGUA NO ESTADO DO CEARÁ E PROPOSTAS PARA
UM SISTEMA DE GESTÃO.
__________________________________________
Cláudia Elizângela Tolentino Caixeta
___________________________________________
Prof. Francisco Suetônio Bastos Mota, Dr. (Orientador)
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________
Profa. Marisete Dantas de Aquino, Dra.
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________
Prof. Ronaldo Stefanutti, Dr.
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________
Henrique Vieira Costa Lima, Dr.
Presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará
___________________________________________
Prof., Cícero Onofre de Andrade Neto Dr.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2
DEDICATÓRIAS
3
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo seu amor, zelo e cuidado comigo. Por nunca me abandonar e por todas as
bênçãos que ele vem derramado na minha vida.
Ao meu orientador Profº Suetônio Mota, que me socorreu num momento muito difícil e que
foi um grande amigo e incentivador desse trabalho. Sem ele este sonho não teria se tornado
realidade. Muito obrigada Professor!
A minha gerente e amiga Maria Amélia Souza Menezes que sempre me incentivou e me
ajudou durante todo o desenvolvimento deste trabalho.
Aos amigos da Cagece Jacinto Leal, Engº Jorge Medeiros, Abraão Sampaio, Cláudia
Nascimento, Mara Rejane e Caroline Viana pela grande ajuda prestada em vários momentos
desse trabalho.
As irmãs da Igreja Batista Manancial e minha sogra Rita Anildes pelo carinho, incentivo e
orações.
4
“Entrega o teu caminho ao Senhor;
Confia Nele,
e Ele tudo fará.”
Salmo, 37:5.
5
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de reúso de águas no Estado do Ceará
como forma de contribuir para o efetivo gerenciamento dos recursos hídricos e para a
conservação ambiental do Estado. O trabalho foi desenvolvido observando as seguintes
etapas: (1) levantamento bibliográfico; (2) caracterização do Estado do Ceará (área de
estudo); (3) definição das alternativas e critérios de reúso; (4) levantamento das ETEs com
respectivas vazões e as características do sistema de tratamento para seleção daquelas cujos
efluentes podem ser utilizados; (5) proposição do(s) tipo(s) de reúso para as ETEs
selecionadas; (6) estudo de viabilidade econômica financeira para o reúso industrial; (7)
proposição de condições e diretrizes para o fortalecimento do reúso no Estado; (8) apresentar
e discutir os resultados; (9) avaliar o trabalho desenvolvido. O trabalho tem como resultados:
(1) O reúso industrial mostrou-se viável para ser implantado no Distrito Industrial (DI) de
Maracanaú, sendo que o efluente do tipo Padrão 2 (efluente da lagoa de estabilização, tanque
de mistura para correção do pH, floculador, decantor tanque de recarbonatação e efluente
final) foi o que apresentou melhor viabilidade econômico financeira. (2) Pesquisa realizada
junto às empresas do DI de Maracanáu evidenciou grande receptividade por parte dos
usuários potenciais, desde que sejam garantidos qualidade, quantidade e preço competitivo
com a atual fonte de abastecimento.(3) Dos 12 sistemas avaliados, a ETE Tupamrim foi a que
apresentou condições mais adequadas para a prática do reúso urbano não potável – rega de
áreas verdes de Fortaleza. (4) Os sistemas de lagoas de estabilização em operação na RMF e
interior do Estado podem disponibilizar uma vazão de cerca de 1.872,0 L/s, e tais volumes
poderão beneficiar cerca de 3.279,66 hectares, considerando uma demanda para irrigação
igual a 18.000 m3/ha.ano; ou suprir, em média, uma área de cultivo de peixes de 1.497.600
m2 (149,7 ha). Com base nos resultados pode-se concluir: (1) A implementação de reúso de
água no Ceará é uma alternativa importante a ser considerada no Plano Estadual de Recursos
Hídricos, pois poderá: contribuir efetivamente na preservação dos recursos hídricos; aumentar
a oferta de água para os setores agrícola, piscícola e industrial no Estado, por meio da
disponibilização da água recuperada aos usos que possam prescindir de potabilidade; e
disponibilizar um volume maior de água de boa qualidade aos usos nobres, conforme
preconiza a Agenda 21. (2) Dentre as modalidades de reúso estudadas para o Estado, todas se
mostraram viáveis, sendo o reúso industrial o que vai necessitar de um maior investimento. Já
os reúso agrícola e em piscicultura são os mais fáceis de serem implementados, necessitando
apenas de uma determinação do Governo do Estado para que seja firmada uma parceria entre
Cagece e SDA e, dessa forma, viabilizar a implantação dos projetos. (3) O reúso de águas
residuárias no Estado do Ceará é uma alternativa viável, desde que haja uma regulamentação
para minimizar os riscos epidemiológicos que podem advir da prática sem a adoção de
barreiras múltiplas para garantir a proteção da saúde populacional. É incontestável a
necessidade do estabelecimento de diretrizes que permitam que a prática do reúso se torne
segura e difundida, contribuindo assim para a minimização do problema de escassez de água
no Estado.
6
ABSTRACT
The main objective of this work was evaluate the potential for water reuse in the state of
Ceara as a contribution to the effective management of water resources and the conservation
of the state. It consisted of the following stages: (1) literature, (2) A bibliographical survey;
(2) description of the Ceara State (area under study); (3) definition of alternatives and criteria
for reuse, (4) survey of treatment plants with respective flow rates and characteristics of
treatment system for selection of those whose effluent can be used, (5) proposition (s) type (s)
to reuse the selected treatment plants, (6) economic feasibility study for the financial reuse
industrial (7) conditions of proposition and guidelines for the strengthening of reuse in the
State, (8) present and discuss the results and (9) assessing the work undertaken. As results of
the study we can mention: (1) The industrial reuse was feasible to be deployed in DI
Maracanaú, and the effluent standard type 2 (effluent from the stabilization pond, mixing tank
for pH correction, flocculant, decantor, carbonation tank and final effluent) showed the best
economic and financial viability. (2) Research conducted with companies in the DI
Maracanaú showed great responsiveness on the part of potential users, since it is guaranteed
quality, quantity and price competitive with current power supply. (3) Of the 12 systems
evaluated the Tupamirim WTPT presented the best conditions for the practice of non-potable
urban reuse - irrigation of green areas in Fortaleza (4) The system of stabilization ponds in
operation in the RMF and the State can provide a flow of about 1872.0 L / s, and these
volumes will benefit approximately 3279.66 hectares, whereas the demand for irrigation equal
to18,000 m3/ha.ano, or supply, on average, a growing area of 1,497,600 m2 fish (149.7 ha).
The main conclusions of this work are: (1) The implementation of water reuse in Ceará is an
important alternative to be considered in the State Plan for Water Resources, as it may:
contribute effectively in the conservation of water resources, increase the supply of water for
agricultural, fish and industry in the state, through the provision of reclaimed water for uses
that can dispense the drinking, and provide a greater volume of water of good quality to end
uses, as recommended by Agenda 21.(2) Among the types of reuse study for the state, all
proved viable. As the industrial reuse which will require a larger investment. Since the re-use
agricultural and fish are the easiest to implement, requiring only a determination of the State
Government so that it signed a partnership betweean Cagece and SDA thus enable the
implementation of projects.(3) The reuse of wastewater in the state of Ceara is a viable
alternative, but necessary regulations to mitigate the pest risk that may arise from the practice
without the adoption of multiple barriers to ensure protection of population health. Is no
denying the need to establish guidelines that allow the practice of reuse to become secure,
ubiquitous, thus helping to minimize the problem of water scarcity in the state.
7
SUMÁRIO
9
4.4 DIRETRIZES E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESTADO DO CEARÁ.......................................... 226
4.4.1 Diretrizes e Padrões ........................................................................................................................... 226
4.4.2 Aspectos Econômicos e Financeiros.................................................................................................. 229
4.4.3 Informação e Participação Pública..................................................................................................... 230
4.4.5 Monitoramento e Avaliação............................................................................................................... 232
4.4.6 Considerações Gerais......................................................................................................................... 233
10
LISTA DE TABELAS
12
Tabela 4.12 - Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 1. ........ 184
Tabela 4.13 – Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 2. ....... 185
Tabela 4.14 – Resumo das tarifas e faturamento médio mensal. ........................................... 187
Tabela 4.15 – Programação quinzenal de irrigação da COPSERV – agosto de 2009. ........... 192
Tabela 4.16 – Dados das ETEs com possibilidade de utilização do efluente para a rega de
áreas verdes de Fortaleza. ....................................................................................................... 193
Tabela 4.17 – Relação do material hidromecânico da Estação Elevatória de Água de Reúso
para vazão de 8 L/s. ................................................................................................................ 199
Tabela 4.18 – Relação do material hidromecânico de peças do filtro ascendente. ................ 199
Tabela 4.19 – Relação do material hidromecânico do reservatório apoiado. ......................... 200
Tabela 4.20 – Resumo geral do orçamento do pós-tratamento da ETE Tupamirim. ............. 201
Tabela 4.21– Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 4. 204
Tabela 4.22 – Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
................................................................................................................................................ 205
Tabela 4.23 – Taxa de ocupação urbana e rural dos municípios do interior do Estado que
possuem sistemas do tipo lagoa de estabilização que já entraram em regime. ...................... 207
Tabela 4.24 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 4.
................................................................................................................................................ 219
Tabela 4.25 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
................................................................................................................................................ 220
Tabela 4.26 – Indicadores de piscicultura no Estado do Ceará. ............................................. 224
13
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Diagrama ilustrando a classificação dos solos salinos, sódicos e salino-sódicos,
em relação ao pH, condutividade elétrica, razão de adsorção de sódio (RAS) e percentual de
sódio trocável (PST). ................................................................................................................ 54
Figura 2.2 – Modelo generalizado do efeito de diferentes medidas de controle para reduzir os
riscos sanitários do aproveitamento de águas residuárias. ....................................................... 83
Figura 2.3 - Exemplos de opções para redução de vírus, bactérias e protozoários patogênicos
por diferentes combinações de medidas de proteção da saúde para alcançar o nível básico de
saúde de < 10-6 DALY por pessoa por ano. ............................................................................ 91
Figura 2.4 - Tipos de solos do Estado do Ceará. .................................................................... 105
Figura 2.5 - Unidades fitoecológicas do Estado do Ceará...................................................... 107
Figura 2.6 - Regiões Hidrográficas do Estado do Ceará. ....................................................... 108
Figura 2.7 – Taxa de mortalidade infantil no ano de 2006. .................................................... 115
Figura 2.8 - Unidades de Negócios da Cagece. ...................................................................... 117
Figura 2.9 – Taxa de cobertura urbana de abastecimento de água. ........................................ 118
Figura 2.10 – Taxa de cobertura urbana de esgotamento sanitário. ....................................... 119
Figura 2.11 - Tipos e quantidades de sistemas operados pela Cagece. .................................. 121
Figura 2.12 – Relação de sistemas operados pela Cagece por Unidades de Negócio. ........... 121
Figura 3.1 – Posição Geográfica, limites e dimensões do Estado do Ceará. .......................... 123
Figura 4.1- Valores médios de pH para os sistemas da RMF e interior do Estado do Ceará. 145
Figura 4.2 – Valores médios de STS para os sistemas da RMF e interior do Estado. ........... 147
Figura 4.3 – Valores médios de CE para os sistemas da RMF e interior do Estado. ............. 148
Figura 4.4 – Valores médios de DBO para os sistemas da RMF e interior do Estado. .......... 150
Figura 4.5 – Valores médios de DQO para os sistemas da RMF e interior do Estado........... 151
Figura 4.6 – Valores médios de amônia para os sistemas da RMF e interior do Estado........ 154
Figura 4.7 – Valores médios de fósforo total para os sistemas da RMF e interior do Estado.
................................................................................................................................................ 156
Figura 4.8 – Valores médios de Coliformes Termotolerantes para os sistemas da RMF e
interior do Estado. .................................................................................................................. 157
Figura 4.9 - Situação Atual das Indústrias em Maracanaú. 2009. .......................................... 159
14
Figura 4.10 - Lay out da ETE SIDIout da ETE SIDI. ............................................................ 161
Figura 4.11 - Vista aérea da ETE SIDI................................................................................... 161
Figura 4.12 - Grau de satisfação dos clientes com a Cagece.- ............................................... 163
Figura 4.13 - Grau de satisfação dos clientes com a Cogerh.................................................. 164
Figura 4.14 - Perfil do usuário de esgoto do DI de Maracanaú. ............................................. 165
Figura 4.15 - Resultado da pesquisa referente ao nível de interesse das empresas do DI de
Maracanaú em adotar e/ou ampliar a prática do reúso. .......................................................... 165
Figura 4.16 - Interesse das empresas do DI por diferentes modalidades de reúso. ................ 166
Figura 4.17 - Fluxograma do processo de tratamento para o Padrão 1. ................................. 172
Figura 4.18 - Fluxograma do processo de tratamento para o Padrão 2. ................................. 173
Figura 4.19 - Lay out do sistema de distribuição proposto - .................................................. 174
Figura 4.20 – Localização e distância da ETE Tupamirim e Lagoa do Opaia. ...................... 194
Figura 4.21 - Lay out da ETE Tupamirim. ............................................................................. 195
Figura 4.22 - Vista das lagoas de estabilização da ETE Tupamirim. ..................................... 195
Figura 4.23 - Excesso de algas no efluente da ETE Tupamirim. ........................................... 196
Figura 4.24 - Lay out do pós-tratamento do efluente da ETE Tupamirim. ............................ 198
Figura 4.25 - Vista da ETE de Acopiara. ............................................................................... 208
Figura 4.26 - Vista da ETE de Beberibe................................................................................. 208
Figura 4.27 – Vista da ETE de Catarina. ................................................................................ 208
Figura 4.28 – Vista da ETE de Crateús. ................................................................................. 208
Figura 4.29 – Vista da ETE de Guaiúba. ................................................................................ 208
Figura 4.30 – Vista da ETE de Pacatuba. ............................................................................... 208
Figura 4.31 - Vista da ETE de Paracuru. ................................................................................ 209
Figura 4.32 – Vista da ETE de Paraipaba............................................................................... 209
Figura 4.33 - Vista da ETE do Pecém. ................................................................................... 209
Figura 4.34– Vista da ETE de Russas. ................................................................................... 209
Figura 4.35– Vista da ETE de S.Gonaçalo. ............................................................................ 209
Figura 4.36– Vista da ETE de Trairi. ..................................................................................... 209
Figura 4.37 - Vista da ETE de Campos Sales. ....................................................................... 210
Figura 4.38 - Vista da ETE de Aquiraz. ................................................................................. 210
Figura 4.39 - Vista da ETE de Itapipoca. ............................................................................... 210
Figura 4.40 - Vista da ETE de Juazeiro do Norte................................................................... 210
15
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CE Condutividade Elétrica
DD Decanto Digestor
DI Distrito Industrial
16
DQOF Demanda Química de Oxigênio Filtrada
FA Filtro Anaeróbio
LF Lagoa Facultativa
LM Lagoa de Maturação
LO Licença de Operação
MS Ministério da Saúde
OD Oxigênio Dissolvido
17
NEERI Instituto Nacional de Pesquisas de Engenharia Ambiental da Índia
RA Reator Aerado
18
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
19
1.CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Entretanto, falar em escassez em um planeta que tem 70% de sua superfície coberta
por água pode parecer para muitos um contra-senso. No entanto não é, pois a maior parte
desse volume, cerca de 97,5% encontra-se nos mares e oceanos, é água salgada, imprópria
para o consumo humano e para a produção de alimentos. Os 2,5% restantes de água doce
também não estão inteiramente disponíveis para o uso. Desse valor, cerca de 68,9% encontra-
se nas calotas polares e geleiras, 0,9% são relativas à umidade dos solos e pântanos, 29,9%
constituem as águas subterrâneas e somente 0,3% estão disponíveis nos rios e lagos. Parece
20
pouco, mas esta pequena parcela seria mais que suficiente para atender à necessidade da
população terrestre se a sua distribuição fosse homogênea (DANTAS, 2002).
Só no Brasil estão 14% das águas doces do planeta e 53% do continente sul
americano. (BRASIL, 2007). Todavia a sua distribuição natural é irregular nas diferentes
regiões do País. A região semi-árida do nordeste brasileiro, com cerca de um milhão de
quilômetros quadrados, possui recursos hídricos superficiais escassos e mal distribuídos, que
juntamente com as irregularidades pluviométricas, resultam em períodos de seca para a
população.
Por esta razão, a escassez de água, associada aos altos custos inerentes ao
desenvolvimento de novas fontes de abastecimento e a necessidade de proteger os mananciais
da poluição, é o fator responsável pela crescente necessidade de conservação e preservação
dos recursos hídricos existentes. Uma alternativa viável para se atingir esse objetivo é o
tratamento das águas residuárias para posterior utilização. Após o tratamento, estas podem ser
empregadas em várias atividades, como agricultura, indústria e aquicultura, desde que
satisfaçam aos padrões estabelecidos pela legislação pertinente e que sejam reutilizadas sem
riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
Segundo o relatório publicado pela ONU, em 2008 quarenta por cento da população
mundial já enfrenta escassez de água e 2,2 milhões de pessoas morrem a cada ano por
beberem água contaminada, e este panorama só tende a se agravar. Uma das consequências
diretas do crescente processo de escassez de água é também o aumento do preço dos
alimentos. À medida que o preço da água tende a ficar cada vez mais alto, o preço dos
alimentos também. A prática do reúso na agricultura tende a diminuir o preço desse bem
finito, e como consequência também reduzir os custos de produção dos alimentos. Dessa
forma, na medida em que a cobrança pelo uso da água, instrumento de gestão já considerada
na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97), torna-se mais abrangente, o
mercado de água de reúso também tenderá a crescer (BERNARDI, 2003).
21
O Conselho Econômico e Social da ONU tem como uma de suas diretrizes que
nenhuma água de boa qualidade deverá ser utilizada em atividades que tolerem águas de
qualidade inferior; a não ser que haja grande disponibilidade.
Outro agravante para o Estado é o fato das condições climáticas, que se caracterizam
por um regime de chuvas irregular no tempo e no espaço, tendo como o resultado rios
intermitentes; clima quente com alto poder de evaporação; regime de chuvas do tipo torrencial
de grande intensidade, provocando enchentes; e um contexto geológico onde predominam
rochas cristalinas, formando um estrato impermeável que facilita o escoamento superficial e
dificulta a formação de reservas de água subterrânea, caracterizando estado de estresse
hídrico. Diante do panorama exposto, constata-se que a introdução da prática do reúso no
Estado em escala plena poderá ser utilizada como uma ferramenta no gerenciamento dos
recursos hídricos e também poderá se tornar uma alternativa viável e atraente para minimizar
a escassez de água no Ceará.
22
1.1 Objetivos
1.1.1 Geral
Avaliar o atual potencial de reúso de águas no Estado do Ceará e propor diretrizes para
o aproveitamento de efluentes de estações de tratamento de esgoto.
1.1.2 Específicos
3. Avaliar o potencial de utilização dos efluentes das ETEs nas atividades de irrigação,
uso industrial, uso urbano e piscicultura.
23
1.2 Estrutura da Tese
O Capítulo 3 traz a metodologia utilizada, bem como informa sobre o estado do Ceará,
a área de estudo. No capítulo 4 são apresentados resultados e discussões. O capítulo 5 trata
das conclusões da tese e recomendações para estudos posteriores.
24
2.CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O reúso de água deve ser considerado como parte de uma atividade mais abrangente
que é o uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e
desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água.
O reúso de água não é um conceito novo na história do nosso planeta. A natureza, por
meio do ciclo hidrológico, vem reciclando e reutilizando a água há milhões de anos, e com
muita eficiência.
De uma maneira geral, o reúso de água pode acontecer de uma forma direta ou indireta
podendo esta ser planejada ou não. Em 1973, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
publicou a seguinte classificação (MANCUSO e SANTOS, 2002):
• Reúso Indireto: ocorre quando a água já usada, uma ou mais vezes para uso
doméstico ou industrial, é descarregada nas águas superficiais ou subterrâneas e
utilizada novamente à jusante, de forma diluída;
Lavrador Filho (1987) sugeriu outra terminologia bem mais abrangente que aquela
dada pela OMS:
• Reúso Indireto não planejado de água: ocorre quando a água, já utilizada uma ou mais
vezes em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente
utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada.
Nesse caso, o reúso de água é um subproduto não intencional da descarga de
montante. Após sua descarga no meio ambiente, o efluente será diluído e sujeito a
processos como autodepuração, sedimentação, entre outros, além de eventuais
misturas com outros despejos advindos de diferentes atividades humanas;
26
• Reúso planejado de água: ocorre quando o reúso é resultado de uma ação humana
consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a ser usado de forma direta ou
indireta. O reúso planejado das águas pressupõe a existência de um sistema de
tratamento que atenda aos padrões de qualidade requeridos pelo novo uso que se
deseja fazer da água.
Segundo Brega Filho e Mancuso (2002), o reúso de água subentende uma tecnologia
desenvolvida em maior ou menor grau, dependendo dos fins a que se destina a água e de
como ela tenha sido usada anteriormente.
27
Portanto, o reúso de águas pode ser definido como a utilização das águas residuárias,
para o mesmo ou outro fim, tendo este sofrido processo de tratamento ou não.
Segundo Mota et al. (2007), o uso de esgotos tratados é uma prática indicada não
somente para regiões áridas e semi-áridas, como também para outros locais onde há carência
de água, apresentando as seguintes vantagens:
• Suprimento de água durante todo o ano, uma vez que constantemente são
produzidos esgotos;
• Possibilidade de se utilizar a água disponível para fins que demandem uma água
de melhor qualidade, como o abastecimento humano, por exemplo;
28
• Possibilidade de alterações nas características do solo, como por exemplo,
salinização, como consequência do reúso em irrigação;
No reúso planejado as águas residuárias tratadas podem ser utilizadas para inúmeros
fins: geração de energia; refrigeração de equipamentos; em diversos processos industriais; em
prefeituras e entidades que usam a água para lavagem de ruas e pátios; no setor hoteleiro;
irrigação/rega de áreas verdes; desobstrução de rede de esgotos e águas pluviais; lavagem de
veículos; combate a incêndios, descarga de sanitários; irrigação de culturas, de áreas de
parques e de campos esportivos; dessedentação de animais; uso recreacional; aquicultura;
recarga de aquifero subterrâneos; manutenção de vazões mínimas em cursos de água. Dentre
esses, destacam-se o reúso para fins urbanos, na área industrial, no setor agrícola e na
aquicultura.
29
2.2.1 Reúso para fins urbanos
O tipo de processos de tratamento a que o esgoto será submetido para se praticar este
tipo de reúso vai depender do padrão de qualidade do efluente bruto e das aplicações da água
de reúso. Contudo, é preciso que os padrões de qualidade sanitária das águas residuárias
destinadas ao reúso para fins urbanos sejam atendidos, a fim de se evitar possíveis problemas
ambientais e de risco para a saúde da população.
Água
Água Cinza
Negra
Componente Unidade Total
Vaso Banho e
Cozinha
Sanitário Lavanderia
Água m3/ano 19 18 18 55
Secundário +
(+) Zero ≤ 10 2 <35 2a6
Limpeza pública 6a9 filtração +
Rigoroso (1) (1) (3) (1) (3) (2) (2)
desinfecção (1)
≤ 200
(3)
Secundário +
Hort. (+) Zero ≤ 10 2 1
6a9 - filtração +
(agric) Rigoroso (1) (1) (3) (1) (3) (1)
desinfecção (1)
Irrigação ≤ 200
Urbana Horto/
(+) (1) ≤ 25 ≤ 20 <30 2a6 Secundário +
compost 6a9
Rigoroso (2) (2) (2) (3) (2) desinfecção (1)
agem
(3)
Fonte: Adaptado de Göhringer (2006) citando (1) EPA (2004); (2) SABESP citado por Semura et al., (2005); (3)
Canadá citado por Schaefer et al., (2004).
31
Tabela 2.3 - Caracterização de águas cinzas segregadas – Parâmetros microbiológicos
Parâmetros (NMP/100mL)
Referência Fonte de água
Local Coliforme
cinza Cter E.coli
total
MQ 5 4
Siegrist et al. (Lava) 85 - 8,9x10 9 - 1,6x10 -
EUA
(1976)* 190 - 3
MQ (enxágue) 5 35 - 7,1x10 -
1,5x10
5 3
CH / BH 10 6x10 -
Rose et al. (1991) MQ (Lava) EUA 199 126 -
MQ (enxágue) 56 25 -
7
MQ - - 2,82 x 10
Hargelius et al. 5
1,6x10 - 9,66
CZ Suécia - - 7
(1995)* x 10
8
BH / CZ - - 2,36 x 10
Borges 5,1 - 7
BH Curitiba 8 2,0- 1,6x10 -
1,6x10
3
Pesquisa UFSC Santa 2,4x10 - 5
MS 5 - 0 - 2,42x10
Catarina 2,42x10
2
1,4x10 - 1
LV 2 - 1,0 - 9,0x10
1,4x10
4 3
4,0x10 - 2,4x10 -
CH 4 - 5
7,3x10 2,0x10
1,0 - 3
Pesquisa UFES TQ 3 - 1,0 - 2,1x10
Espírito 5,8x10
(2005) Santo 1,0 - 4
MQ 2 - 1,0 - 2,6x10
1,6x10
1,0 - 5
CZ 6 - 1,0- 1, 9x10
1,1x10
4 4
2,9x10 - 1, 1,0x10 - 1,3
MS 5 - 5
x10 x10
LEGENDA: CZ - pia cozinha; MQ - máquina lavar roupa; TQ - tanque; LV - lavatório; BH – Banheiro; CH -
chuveiro; VS - vaso sanitário; MS - Mistura; *.
Fonte: Eriksson et al., (2002) apud Gonçalves et al., (2003).
32
Na prática do reúso urbano em edificações o ideal é que fossem implantadas redes
duplas de distribuição de água, todavia essa alternativa necessita de estudos de viabilidade
econômica prévios. Outra alternativa que apresenta vantagens tanto do ponto de vista
ambiental quanto econômico é a separação das águas cinzas provenientes dos chuveiros,
lavatórios e lavagem de roupa, para tratamento e reúso local de descarga de toaletes, lavagem
de pisos e regas de jardins. Considerando o consumo de água para esses usos essa medida
poderia representar uma redução de até 40% na demanda doméstica. (GONÇALVES et al.,
2003.
As águas cinzas quando tratadas junto à fonte geradora para uso no próprio local
apresentam vantagens do ponto de vista energético, ao evitar longos transportes para
condução a uma unidade de tratamento centralizada para posterior retorno aos pontos de
consumo (COHIM e KIPERSTOK, 2007). Outra razão para a separação e reúso da água cinza
é que pesquisas de opinião realizadas indicam uma aceitabilidade maior dese tipo de água
residuária do que do esgoto convencional tratado (NANCARROW et al., 2002).
33
Desde 1968 o Japão vem utilizando efluentes secundários para diversas finalidades.
Cerca de 1% de todo efluente tratado é reutilizado, sobretudo para atender às demandas
urbanas não potáveis como: descarga sanitária, uso industrial e aumento das vazões dos rios.
Em Fukuoka, uma cidade com aproximadamente 1,2 milhões de habitantes, situada no
sudoeste do Japão, diversos setores operam com rede dupla de distribuição de água, uma das
quais com esgotos domésticos tratados a nível terciário (lodos ativados, desinfecção com
cloro em primeiro estágio, filtração, ozonização, desinfecção com cloro em segundo estágio),
para uso em descarga de toiletes em edifícios residenciais. Esse efluente tratado é também
utilizado para outros fins, incluindo irrigação de árvores em áreas urbanas, para lavagem de
gases, e alguns usos industriais, tais como resfriamento e desodorização. Diversas outras
cidades do Japão, entre as quais Ooita, Aomori e Tokio, estão fazendo uso de esgotos tratados
ou de outras águas de baixa qualidade, para fins urbanos não potáveis, proporcionando uma
economia significativa dos escassos recursos hídricos localmente disponíveis (HESPANHOL,
2002).
Na França, existem oito projetos de irrigação que, somados, totalizam 156 ha de áreas
esportivas, parques e campos de golfe irrigados com esgoto tratado. A maior parte destas
áreas irrigadas localiza-se em regiões turísticas, em grandes hotéis e resorts. O tratamento
varia de acordo com o projeto. Entretanto, em sua maioria, os efluentes são tratados por lodos
ativados seguidos de lagoas e desinfecção com UV ou cloro (FABY, BRISSAUD e
BONTOUX, 1999).
Em São Paulo, cerca de 21,6 mil metros cúbicos de água potável é utilizado para a
limpeza das ruas após as 911 feiras livres semanais da cidade, uma quantidade de água que
poderia abastecer aproximadamente 1.544 residências. Essa água poderia ser perfeitamente
substituída por água de reúso, propiciando, dessa forma, uma redução total de consumo em
20%, sendo que a água tratada seria utilizada para fins mais nobres (CUTOLO, 2002).
34
A Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp) adota o reúso de água desde a
década de 80 em suas próprias instalações para a limpeza de equipamentos ou manutenção de
suas áreas. Hoje, são reaproveitados 780 milhões de litros de água por mês, volume suficiente
para abastecer toda a população de um município como Taubaté/SP. Como existe um
excedente na produção, a Sabesp estendeu a alternativa às empresas e prefeituras. Seis
prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo também usam o produto para efetuar a
limpeza pública. Entre elas estão São Paulo, Barueri, São Caetano do Sul, Carapicuíba,
Diadema e Santo André. Ao contrário de consumir água potável para lavar as ruas após as
feiras livres, caminhões devidamente preparados seguem às estações de tratamento de esgotos
de Barueri, Parque Novo Mundo e São Miguel Paulista para se abastecer da água de reúso.
Atualmente, são aproveitados 34 milhões de litros de água mensalmente nestas práticas e os
custos são bastante reduzidos quando comparado com água potável (SABESP, 2008).
Preços (US$/m3)
Países
Usos residenciais Comerciais e outros Potável
Brasil (a) - (0.16 –0.27b) -
35
Outro empreendimento que utiliza água de reúso é o do Parque de diversões Hopi
Hari, em São Paulo, o qual possui dois poços profundos de água que servem para o
abastecimento do parque, com uma vazão média de 60 m3/h. Para a reutilização de toda água
usada no parque, há um moderno sistema de tratamento de efluentes que é processado em
uma estação compacta de tecnologia canadense, a primeira a ser instalada no país, com uma
pequena área de 300 m2, processando o efluente em contêineres fechados, reduzindo a área
ocupada e evitando problemas de odor. Todo esse processo é automatizado e o esgoto tratado,
já denominado água de reúso, é bombeado para um reservatório no ponto mais alto do parque,
sendo essa água utilizada para fins sanitários e de irrigação dos jardins (MANCUSO e
SANTOS, 2002).
36
• A densidade de coliformes termotolerantes encontrada nos vasos sanitários dos
prédios públicos analisados apresenta valores superiores aos indicados em
legislações de vários países, sugerindo que as mesmas possam ser
excessivamente restritivas.
Gonçalves et al., (2003) ressalta que, embora a água cinza não possua contribuição dos
vasos sanitários, de onde provém a maior parte dos microorganismos patogênicos, a presença
de consideráveis densidades de coliformes termotolerantes neste tipo de água residuária é um
fato. A limpeza das mãos após o uso do toalete, lavagem de roupas e alimentos fecalmente
contaminados ou o próprio banho são algumas das possíveis fontes de contaminação.
37
Algumas Universidades brasileiras já estão implantando um programa permanente de
uso racional ou conservação de água, baseado no PNCDA – Programa Nacional de Combate
ao Desperdício de Água (BRASIL, 1997), a exemplo da Universidade de São Paulo e na
Universidade Estadual de Campinas – PURA-USP (Programa de Uso Racional da Água da
Universidade de São Paulo) e PRÓ-ÁGUA (Programa de Conservação de Água na
Universidade de Campinas), citados por Tamaki (2003), Sautchuk (2004) e Silva (2004), em
seus trabalhos.
38
Diante desse panorama, as indústrias têm buscado implantar sistemas de reúso de água
que viabilizem a maximização da eficiência no uso dos recursos hídricos. Essa atividade tende
a se ampliar ante as novas legislações associadas aos instrumentos de outorga e cobrança pela
utilização dos recursos hídricos, tanto na captação da água como no despejo de efluentes,
conforme previsto na Lei Federal 9.433/97.
Caldeiras;
39
Irrigação de áreas verdes de instalações industriais, lavagens de pisos e alguns tipos de
peças, principalmente na indústria mecânica;
Processos industriais.
Em 1993, a preocupação de algumas indústrias com a escassez de água fez com que
quatro fábricas do Pólo Industrial de Cubatão iniciassem um programa de reúso da água para
refrigeração de seus processos de fabricação (UEHARO, 1997 apud GENERINO, 2006).
40
Tendo em vista a grande produção de águas residuárias tratadas que não são
aproveitadas, a Sabesp resolveu estender a alternativa a outras empresas. A Coats Correntes
foi a pioneira e, desde 1997, aproveita a água de reúso da Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) Jesus Netto, recebendo 100 m³/h de água de reúso, por meio de tubulação, que é
utilizada no tingimento das linhas. A economia chega a 70 mil litros de água por hora
(SABESP, 2008).
41
Em 15 de janeiro de 2008 a Sabesp e as empresas do Pólo Petroquímico de Capuava
assinaram o protocolo de intenções que dá início à criação do maior projeto de fornecimento
de água de reúso do Brasil. Denominado Aquapolo Ambiental, o projeto prevê o fornecimento
do produto da Estação de Tratamento de Esgotos da Sabesp no ABC (ETE ABC) para as
empresas do complexo, localizado entre os municípios de Santo André e Mauá. Pela parceria,
a água captada será transportada por meio de um duto de aço carbono com 32 polegadas de
diâmetro e 16,5 km de extensão até o Pólo. Para isso será construída uma estação elevatória
na ETE ABC, que contará com um conjunto duplo de bombas, com capacidade total para 600
litros por segundo - podendo chegar a um potencial de até 1.000 L/s. O produto fornecido pela
Sabesp, após tratamento complementar, será utilizado nos processos das plantas
petroquímicas, como torres de resfriamento e sistemas de água de caldeiras. Além da
Petroquímica União, que é a principal consumidora, estão no projeto Cabot, Oxicap, Oxiteno,
Polibutenos, Polietilenos União, Nova Petroquímica, Unipar Div. Química e White Martins -
para completar a totalidade das empresas do Pólo. Serão investidos, no total, R$ 130 milhões
e a expectativa é de que o fornecimento seja iniciado no 2º. Semestre de 2009 (SABESP,
2008).
42
Em Anápolis, Goiás, a Cecrisa Revestimentos Cerâmicos consumia 400m3/dia de
água, retirada de quatro poços artesianos, para lavar os equipamentos utilizados na produção
de pisos e azulejos, até construir um circuito de caneletas e tubulações, que permitiu reutilizar
a água da lavagem, após uma breve pausa para decantação na piscina de captação dos poços.
Hoje, 100% da água de lavagem da empresa é reaproveitada, repondo somente as pequenas
perdas do que fica retido nas máquinas ou evapora. A lavagem de equipamentos necessária
passou a depender praticamente de água reutilizada (GENERINO, 2006).
Nos anos 90, o grupo Vicunha Têxtil foi um dos primeiros a despertar para o reúso no
Estado do Ceará. Hoje, o Programa de Reúso já se encontra consolidado dentro da Empresa,
gerando uma economia de 50% com programas de reaproveitamento de água (SALES, 2005).
Outras empresas também vêm adotando a prática da reciclagem e a reutilização das águas, a
exemplo da cervejaria Kaiser, a indústria têxtil Marisol Nordeste e a Ypióca Agroindustrial,
que estão evitando o uso de água potável para fins secundários.
A estação própria para tratamento de água bruta permite a Kaiser suprir a demanda por
meio da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (COGERH). A
utilização do reúso de efluentes tratados na lavagem das garrafas e rega de jardins representa
economia anual de R$ 220.095,00. A empresa já estuda a possibilidade de ampliar a
capacidade da ETE em 200 m3/dia.
43
2.2.3 Reúso no setor agrícola
Caso não se altere as políticas e prioridades, em vinte anos, não haverá água suficiente
para as cidades, os domicílios, o ambiente natural ou cultivo de alimentos (BERNADI, 2003).
A crescente competição por água limitará severamente sua disponibilidade para a irrigação,
que, por sua vez, restringirá seriamente a produção de alimentos no mundo. O declínio na
produção de alimentos poderia provocar elevações absurdas de preços, que resultaria em
significativo aumento da desnutrição, já que muitos povos pobres, em países em
desenvolvimento, já gastam mais da metade de sua renda em alimento.
Segundo o relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e a Alimentação (FAO), em 22 de maio de 2008, os preços dos alimentos devem continuar
altos, e este aumento deve fazer com que os níveis inaceitáveis de privações sofridos por 854
milhões de pessoas que passam fome no mundo piorem ainda mais (G1, 2008). Sendo assim,
o reúso se apresenta como forma de propiciar a racionalização do uso da água e proporcionar
a manutenção da produção de alimentos.
A utilização de efluentes tratados para fins produtivos vem merecendo destaque dentre
as estratégias de diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento, tanto os situados em
regiões semi-áridas ou não (METCALF e EDDY, 2003).
Segundo Bastos et al. (2003), nas três últimas décadas, a irrigação com esgotos
sanitários tornou-se prática crescente em todo o mundo. Na Itália, o interesse pelo reúso
começou a crescer durante a década de 80, quando uma importante vazão de efluentes
tratados foi disponibilizada na agricultura e na indústria. Sendo que no sul do país e nas
principais ilhas o interesse maior é para a irrigação dos pomares (BONOMO et al., 1999).
44
Na Espanha, água de reúso para irrigação é de extrema importância em muitas partes
do país, devido às sérias secas e a falta de reservas de água. Em 1986, foi divulgado o
regulamento que instituiu a obrigatoriedade do pedido de concessão administrativa para o uso
da água, intitulado Public Hydraulic Dominion. Neste regulamento indica-se que, no caso de
reúso de águas residuárias tratadas, antes de ser concedida esta permissão de uso, um relatório
deve ser emitido pelas autoridades da saúde (SALGOT e PASCUAL, 1996).
A França não utiliza largamente o reúso de água, uma vez que seus recursos hídricos
atendem à maioria de suas necessidades. Todavia, em 1994, o Governo Francês lançou um
decreto estabelecendo as bases para o reúso de água na agricultura, tipos de irrigação e
programas de monitoramento. Na França, o maior sistema de reúso para irrigação agrícola
localiza-se na cidade de Clermont-Ferrand, realizando a irrigação de 600 ha de cultivo
alimentício de culturas que serão processadas industrialmente reutilizando 10.000m3/dia de
efluentes tratados pelo processo de lodos ativados (FABY et al., 1999).
Segundo Bahri e Brissaud (1996), a Tunísia possui 6.500 ha irrigados com água de
reúso, sendo prevista uma expansão da área irrigada para 20.000 ha nos próximos anos. Nesse
país, a irrigação é praticada apenas seis meses por ano e utiliza efluentes de tratamento
secundário. O monitoramento dos parâmetros físico-químicos é realizado com uma
periodicidade mensal; a presença de elementos traço é avaliada uma vez a cada seis meses e a
incidência de ovos de helmintos a cada duas semanas, conforme decreto publicado em 1989
pelo governo federal daquele país.
Em Israel, um dos países que lideram a prática de reúso, é esperado que, no ano de
2040, 70% da demanda de água para fins agrícolas seja procedente de reúso de águas
residuárias domésticas (HARUVY, 1997).
45
Segundo Lubelloa (2004), a produção de mudas de plantas ornamentais é uma das
práticas da agricultura com a demanda de água mais elevada por área, o que tem gerado
grandes pressões junto aos produtores para evitar usar a água de alta qualidade para a
irrigação das mesmas. O referido autor ressalta que a prática do reúso na produção de plantas
ornamentais é bastante interessante, pois se trata de uma atividade que agrega valor ao
produto e envolve margens econômicas mais elevadas. Outro aspecto interessante é o fato da
produção de plantas ornamentais exigir uma quantidade mais elevada de nutrientes, o que
permite uma reciclagem maior dos mesmos, em especial do nitrogênio. Todavia ele ressalta a
importância de se monitorar os efeitos do efluente sobre o desenvolvimento das plantas, pois
alguns compostos presentes no esgoto utilizado podem ser tóxicos para algumas culturas.
46
Segundo Leon & Moscoso (1996) e Shuval et al., (1997) apud Bastos et al., (2003)
Peru e Chile apresentam os principais exemplos de reúso na América Latina. Em 1996, o
Programa Nacional de Reúso de Águas Residuárias do Peru registrou que cerca de 4.300 ha
estavam sendo irrigados, e aproximadamente 70% eram utilizados para o cultivo de
hortaliças, em sua grande maioria com águas residuárias brutas. Já no Chile, em 1986, todo o
esgoto de Santiago era usado para irrigação em áreas vizinhas à cidade sendo as hortaliças a
principal cultura irrigada.
47
O Estado do Ceará já realiza a irrigação de culturas alimentícias com efluentes
tratados. Entretanto o reúso neste estado vem sendo praticado de forma não planejada. Uma
pesquisa em nível de mestrado identificou a existência de 17,3 hectares irrigados
informalmente com efluentes de ETEs, sendo cultivados maracujá, coco, alface, coentro e
cebolinha. Outros 3 hectares de forrageiras visando à alimentação animal também são
irrigados com efluentes domésticos tratados (MOTA et al., 2000). Um marco do reúso no
Estado co Ceará foi a criação, em 2004, do Centro de Pesquisa Sobre Tratamento e Reúso de
Águas Residuárias implantado no município de Aquiraz – CE, por meio da parceria entre a
Companhia de Água e Esgotos do Ceará (Cagece) e a Universidade Federal do Ceará (UFC),
por intermédio do Departamento de Hidráulica e Ambiental (DEHA), onde foram realizadas
experiências bem sucedidas nos cultivos de melancia, mamão, mamona, feijão, helicônia,
girassol e capim Tanzânia.
Segundo Paganini (2003), durante as duas últimas décadas, o uso de esgotos para
irrigação de culturas aumentou significativamente, em razão dos seguintes fatores: dificuldade
crescente de identificar fontes alternativas de água para irrigação; custo elevado de
fertilizantes; a segurança de que os riscos de saúde pública e impactos sobre o solo são
mínimos, se as precauções adequadas são efetivamente tomadas; os custos elevados dos
sistemas de tratamentos necessários para descarga de efluentes em corpos receptores;
aceitação sócio-cultural da prática do reúso agrícola; o reconhecimento, pelos órgãos gestores
de recursos hídricos, do valor intrínseco da prática.
48
Tabela 2.3 - Principais exemplos de utilização de esgotos sanitários na agricultura.
Fonte: Adaptado de Mara & Cairncros (1989), Strauss & Blumenthal (1989) apud Gonçalves et al., (2003).
49
Há comprovação prática de que os efluentes tratados, quando utilizados com critérios,
são adequados para a irrigação de diversas culturas, promovendo o aumento significativo da
produtividade agrícola por unidade de área. Além disso, propicia a conservação do solo, por
meio da acumulação de "húmus", que aumenta a resistência à erosão e permite o controle da
desertificação. Quanto aos riscos para a saúde pública, podem ser perfeitamente controlados
ou eliminados, por intermédio de técnicas adequadas de tratamento de esgotos e métodos
adequados de irrigação.
O aumento de produtividade não é, entretanto, o único benefício, uma vez que se torna
possível ampliar a área irrigada e, quando as condições climáticas permitem, efetuar colheitas
múltiplas praticamente ao longo de todo o ano.
Tabela 2.4 - Aumento da produtividade agrícola (t/ha/ano) possibilitada pela irrigação com
esgotos domésticos
Irrigação efetuada Trigo Feijão Arroz Batata Algodão
com 8 anos (a) 5 anos(a) 7 anos(a) 4 anos(a) 3 anos(a)
Esgoto bruto 3.34 0.9 2.97 23.11 2.56
Efluente de lagoa de
3.45 0.78 2.98 22.31 2.41
estabilização
50
Pesquisadores da UFC avaliaram em escala real a produtividade da mamona (ricInus
communis l.) irrigada com esgoto doméstico tratado. O trabalho foi realizado junto ao Centro
de Pesquisa sobre Tratamento e Reúso junto à ETE de Aquiraz e avaliou os aspectos
produtivos da cultura da mamona irrigada com esgoto sanitário tratado, comparando-se com a
produtividade obtida pela utilização de água de poço, em diferentes tratamentos testados. A
cultura foi irrigada pelo uso de um sistema de microaspersão, onde constavam de quatro
repetições com quatro tratamentos aplicados: T1: água do poço mais adubação recomendada;
T2: efluente mais adubação recomendada; T3: efluente e T4: efluente mais a metade da
adubação recomendada. Avaliaram-se os dados referentes aos componentes de produção
como: quantidade de racemo, quantidade de frutos, tamanho do racemo e produtividade total.
Verificou-se que as unidades irrigadas com efluente superaram as irrigadas com água bruta
em quase todas variáveis analisadas. Particularmente com relação à produtividade, obteve-se a
maior produção nos tratamentos com adubação completa (T2) e com a metade da adubação
(T4), alcançando uma produtividade de 1986 kg/ha e 1412 kg/ha, respectivamente (SOUZA,
2006).
51
Segundo Marques et al., (2003), aumentos nos teores de P em solos irrigados com
esgotos tratados têm sido registrados, principalmente na camada superficial. Todavia, vale
ressaltar que, em geral, a quantidade de P adicionado ao solo pela irrigação com efluentes não
tem sido excessiva, muitas vezes apresentando-se em concentrações insuficientes, o que
demandaria adubação química complementar.
Já as concentrações de micronutrientes com Al, B, Cd, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb e Zn são,
em geral baixas. Se por um lado minimiza potenciais problemas de toxicidade, por outro
revela problemas no balanceamento de nutrientes para a fertirrigação (MOTA et al., 2007).
Segundo Aquino et al., (2007) alguns aspectos devem ser destacados e que se
relacionam com os impactos que o reúso de águas pode ter sobre o próprio solo e a planta,
bem como sobre a saúde pública. No que diz respeito à saúde pública, deve ser examinada a
presença de organismos patogênicos (bactérias, protozoários, helmintos, vírus, etc) na água de
irrigação. Em relação ao solo, considera-se que os sais, os metais pesados e os
microrganismos patogênicos podem ser retidos pelo solo; ser absorvidos pelas raízes das
plantas (no caso de sais e metais pesados); ser lixiviados para o lençol freático.
52
Em tese, todo íon absorvido em excesso pode exercer efeitos tóxicos, usualmente pelo
acúmulo nas folhas com a transpiração das plantas. Assim como para a salinidade, as diversas
culturas apresentam tolerância variada à toxicidade por íons específicos ou a toxicidade
combinada por diferentes íons. Dentre os íons mais tóxicos, destacam-se os cloretos, o sódio e
o bromo os quais, ao serem absorvidos com a água, podem se acumular nas folhas, causando
danos como queimaduras ou necroses. Na irrigação por aspersão, o sódio e os cloretos
também podem ser absorvidos diretamente pelas folhas. As concentrações de sódio podem ser
preocupantes, em termos de potenciais problemas de toxicidade e impactos de longo prazo no
solo (GONÇALVES et al., 2003).
Os elevados teores de sódio nos solos podem provocar a degradação dos mesmos, por
meio da alcalinização e salinização. Os solos afetados por sais podem ser classificados como:
(i) salinos (apresentam altas concentrações de sais solúveis); (ii) sódicos (com altas
concentrações de sais e de sódio trocável); e (iii) salino-sódicos (apresentam altas
concentrações de sais e de sódio trocável) (MEURER, 2000). Segundo Brady e Weil (1999) a
condutividade elétrica (CE), o percentual de sódio trocável (PST), a razão de adsorção de
sódio (RAS), juntamente com o pH, são os parâmetros utilizados para caracterizar solos
salinos e sódicos. Na Tabela 2.7 e na Figura 2.1 são apresentados valores de condutividade
elétrica e razão de adsorção de sódio e respectivos problemas de salinização e sodificação do
solo em efluentes utilizados em experimentos do PROSAB 4, em irrigação (DOS SANTOS et
al., 2006).
Portanto o uso de esgoto bruto e efluentes tratados na irrigação devem ser planejados
para controlar os efeitos da salinidade, superfertilização, riscos sanitários, entre outros. A
qualidade e quantidade do efluente tratado, o tipo de solo, a cultura escolhida, a técnica de
irrigação e a orientação do produtor são fatores determinantes para se alcançar bons
resultados.
53
Figura 2.1 - Diagrama ilustrando a classificação dos solos salinos, sódicos e salino-sódicos,
em relação ao pH, com ,0dutividade elétrica, razão de adsorção de sódio (RAS) e percentual
de sódio trocável (PST).
Fonte: Adaptada de Brady e Weil, 1999 apud Dos Santos et al., 2006.
Segundo Aquino et al., (2007), o uso não planejado dos efluentes na irrigação pode
afetar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo da seguinte maneira:
54
Outro fator importante a ser avaliado são os métodos básicos de irrigação para a
aplicação de esgotos tratados às culturas irrigadas. A escolha de um método dependerá da
qualidade do efluente, do solo e das culturas a serem irrigadas.
55
A utilização de esgotos na agricultura pode ser considerada uma fertirrigação, haja
vista que se está fornecendo água com nutrientes para as plantas. Todavia, segundo Marques
(2003), a fertirrigação apresenta vantagens e limitações quando comparada com a aplicação
tradicional de fertilizantes, sendo que as limitações podem ser controladas com um manejo da
irrigação. Dentre as principais vantagens ele cita:
Automatização;
Aplicação de micronutrientes.
Risco de super fertilização quando a irrigação não for baseada nas necessidades
reais de água da planta;
Exige conhecimentos técnicos dos adubos, bem como, dos cálculos de dosagens.
56
Tabela 2.5– Valores de condutividade elétrica (CE) e razão de adsorção de sódio (RAS) e
respectivos problemas potenciais de salinização e sodificação do solo em efluentes utilizados
em experimentos de irrigação (Prosab 4).
Ligeiro a
Lagoa Facultativa 0,86 11,9 Severo
moderado
Ligeiro a
Lagoa Facultativa 0,62 3,3 Nenhum
moderado
Ligeiro a
Reator UASB 0,65 3,7 Nenhum
moderado
Ligeiro a
Filtro biológico percolador 0,62 3,6 Nenhum
moderado
Ligeiro a
Decantação primária 0,59 3,3 Nenhum
moderado
Ligeiro a Ligeiro a
Sistema de quatro lagoas em série 0,83 3,8
moderado moderado
Ligeiro a
Lagoa Anaeróbia 0,51 1,6 Nenhum
moderado
Ligeiro a
Reator UASB + filtro anaeróbio 0,65 1,6 Nenhum
moderado
Fonte: Dos Santos et al., (2006). * Os problemas potenciais foram avaliados de acordo com os critérios da
Universit of California Committee of Consultants.
57
Tabela 2.6 - Método de irrigação e cuidados necessários à utilização de esgotos sanitários.
Método de
Fatores que afetam a escolha Medidas protetivas necessárias
Irrigação
Segundo MOTA et al., (2007), a escolha da planta a ser irrigada constitui um fator
essencial para a sustentabilidade da irrigação com efluente, pois (i) certas culturas podem ser
irrigadas com águas de qualidade “inferior”, sem implicações no rendimento; (ii) alguns
problemas associados à qualidade da água (como por exemplo, risco de salinidade e
sodicicidade podem ser minimizados por práticas agronômicas sustentáveis); (iii) as plantas
governam as perdas de N no sistema solo-planta receptor de efluentes ainda podem aliviar o
problema de lixiviação deste nutriente. A planta escolhida, se possível, deve apresentar (i) alta
absorção de N; (ii) elevado consumo de água; (iii) possibilidade de processamento; (iv)
potencial de mercado e (v) viabilidade econômica.
• Adição de esgoto (ou excretas) aos tanques piscícolas (diluição de cerca de 100 a 150
vezes);
59
• Tanques de cultivo de peixes utilizando efluentes de estações de tratamento de esgoto.
60
Na Índia, existem mais de 130 sistemas de piscicultura com tanques alimentados com
águas residuárias, em uma zona de 12.000 hectares; a maioria encontra-se em Bengala
Ocidental. Calcutá e tem o sistema de aquicultura alimentado com águas residuárias mais
extenso do mundo; as águas residuárias, sem tratamento, e a água pluvial da cidade são
conduzidas através de um canal principal, que distribui o líquido por um complexo sistema de
canais secundários e terciários até um extenso sistema de tanques com uma superfície de
4.400 hectares, produzindo carpa e Tilápia, que são importantes como alimento na Índia, e em
5 a 6 meses alcançam o tamanho comercial (STRAUSS e BLUMENTHAL, 1990;
EDWARDS, 1992).
A China produz 60% dos peixes mundiais em apenas 27% de áreas cultivadas em
sistemas de piscicultura, enquanto os chineses produzem 2,25 milhões de toneladas anuais em
7.000 km2 de superfície em lagoas; o restante do mundo, em 18.000 km2, produz 1,5 milhões
de toneladas anuais. O rendimento médio chinês é de 3.200 kg/hectare, mas, se bem manejado
em policultura intensiva, poderá ser de 7.000 kg/hectare. O uso de excreta não tratada para
fertilizar as lagoas de peixe está se tornando cada dia menor na China. As excretas só são
usadas após digestão anaeróbia em tanques durante um período de quatro semanas (MARA e
CAIRNCROSS, 1989; EDWARDS, 1992; STRAUSS e BLUMENTHAL, 1990).
61
Na América Latina, em particular no Peru, a partir de 1958 iniciou-se a operação da
estação de tratamento de águas residuárias provenientes da zona sul de Lima. O sistema é
chamado de Lagoas de San Juan de Miraflores, e, em 1975, realizaram-se vários estudos com
tendência forte ao reúso em aquicultura do efluente tratado por essa estação (MOSCOSO e
GALECIO, 1978). A partir de 1983, implementou-se um projeto o qual, certamente,
representa o centro de referência piloto de reúso em aquicultura da América Latina ainda hoje.
62
Segundo Bastos et al., (2003) o pH ideal para cultivo de peixes encontra-se na faixa de
6,5 a 9,5, onde a presença de bicarbonatos é predominante. A transparência deve ser a maior
possível, pois a mesma tem uma relação direta com a atividade fotossintética no meio. A faixa
de OD vai variar de acordo com a espécie e as suas variações estão relacionadas às atividades
fotossintéticas, à respiração da biota, bem como à variação da carga orgânica no meio líquido.
A condutividade elétrica muito elevada também significa salinidade excessiva, que é
prejudicial à piscicultura. A faixa ideal de conforto térmico para as espécies tropicais, como a
tilápia, fica em torno de 20ºC a 30ºC. O fósforo apresenta-se geralmente em baixas
concentrações e a sua forma predominante é o ortofosfato, que é assimilável pelo fitoplâncton
e servido de fonte de nutrição para os peixes. A tolerância às diversas formas de nitrogênio
também varia de espécie para espécie e, ainda, depende do estágio de vida. Em geral os níveis
letais são: de 0,6 a 2,0 mg/L para a amônia, de cerca de 0,5 mg/L para o nitrito e em torno de
5,0 mg/L, no caso do nitrato. A forma mais tóxica é a amônia livre (NH3), sendo que a sua
toxicidade sofre variação devido ao pH da água e ainda depende da intensidade da perda no
meio por volatilização. Os peixes toleram amônia na faixa de 0,2 a 0,5 mg/L, já a tilápia do
Nilo não suporta quantidades superiores a 1,5 mg/L.
63
Tabela 2.7 – Produção piscícola e demanda de água por espécie cultivada e sistema de
produção.
Intensivo em tanques
Tilápia (Oreochromis
com aeração mecânica 17,4 21.000
niloticus)
(Tailândia)
Semi-intensivo em
Carpa comum, tilápia 9 5.000
tanques (Israel)
Intensivo em tanques
Carpa comum 1.443 740.000
de derivação (Japão)
64
Como exposto no relatório de Engelberg (IRCWD, 1985), a preocupação do ponto de
vista de saúde pública para o reúso na aquicultura são os trematódeos ou os ovos de:
Schistosoma, Fascilopsis e Clonorchis. Sendo que os ovos desses parasitas são mais frágeis
do que os de Ascaris e podem ser eliminados em curto período de tempo. Os caracóis são
hóspedes intermediários de vários parasitas helmínticos, incluindo a espécie Schistosoma. A
infecção ocorre em pessoas no momento do banho nos locais contaminados quando as larvas
do esquistossoma penetram na pele humana. O cuidado de contaminação no manejo dos
tanques aquícolas deve ser redobrado para os trabalhadores da aquicultura. Certas espécies de
peixes são hóspedes intermediários secundários de vários parasitas helmínticos, por exemplo,
a espécie Clonorchis.
Até o momento ainda não foram definidos os padrões e normas para a prática do reúso
no Brasil. Usualmente, os pesquisadores e empresários adotam os padrões da Organização
Mundial da Saúde que define as seguintes diretrizes (WHO, 1989):
Segundo Edwards (1992), Araújo (2000) apud Aquino et al., (2007) o risco de
contaminação humana é maior devido à ocupação do homem na cadeia alimentar como
consumidor secundário, tendo em vista que os compostos químicos acumulados chegam aos
consumidores em doses ainda maiores. Contudo os efeitos toxicológicos no homem devem ser
investigados a partir da observação de eventos, para construção de uma base de dados
confiáveis. Com o objetivo de garantir a segurança alimentar do pescado cultivado em águas
residuárias, faz-se as seguintes recomendações:
65
No Ceará, pesquisadores da UFC realizaram um estudo, junto ao Centro de Pesquisa
sobre Reúso junto a Estação de Tratamento de Esgoto de Aquiraz-Ce de propriedade da
Cagece, com o objetivo avaliar a viabilidade da utilização de esgoto doméstico tratado na
alevinagem da Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Foram utilizados três viveiros de 50m³
de volume, um deles abastecido com água de poço e outros dois com esgoto doméstico
tratado proveniente de um sistema de lagoas de estabilização. Nestes, se avaliou o efeito da
aeração adicional utilizando um aerador de sucção com potência de ¾ CV em um dos tanques.
Todos os viveiros foram povoados com alevinos de tilápia, revertidos sexualmente para
machos, com peso médio de 1,5g, densidade de estocagem de 12 alevinos/m² e 600
alevinos/viveiro. O experimento durou 49 dias, onde os alevinos deveriam chegar ao peso
médio final de 40,0g (ideal para a estocagem em tanques-rede padrão da piscicultura atual)
com a utilização de aproximadamente 26,0 kg de ração comercial por viveiro. Foram
monitorados os parâmetros de crescimento em peso, comprimento e biomassa, além da
sobrevivência e conversão alimentar e também os níveis de contaminação por patógenos nos
músculos, vísceras e pele dos peixes. Como conclusão comprovou-se a viabilidade da
alevinagem da tilápia do Nilo utilizando-se esgotos domésticos tratados em sistemas de lagoas
de estabilização com o uso de aeração mecânica adicional e que o peixe produzido atende aos
padrões permitidos pela legislação sanitária vigente (SANTOS et al., 2006).
66
Tabela 2.8 – Exemplos de cultivo de peixes com esgoto sanitário.
67
2.3 Impactos Sanitários e Ambientais do Reúso de Água
Segundo MOTA et al., (2007) o uso de esgotos tratados pode resultar em diversos
impactos sobre o meio ambiente, podendo-se citar:
68
Poluição de águas subterrâneas, como resultado da aplicação de esgotos no
solo ou em recarga de aquifero, carreando produtos químicos como os nitratos,
metais pesados, e outros;
Para evitar essa possibilidade, a irrigação deve ser efetuada com esgotos de origem
predominantemente doméstica. A necessidade de um sistema adequado de drenagem deve ser
também considerada, visando minimizar o processo de salinização de solos irrigados com
esgotos. Da mesma maneira, a aplicação de esgotos por períodos muito longos pode levar à
criação de habitats propícios à proliferação de vetores transmissores de doenças, tais como
mosquitos e algumas espécies de caramujos. Nesse caso, devem ser empregadas técnicas
integradas de controle de vetores, para proteger os grupos de risco correspondentes.
69
A utilização dos efluentes pode gerar benefícios diretos e indiretos para a população.
Não há dificuldade em avaliar os benefícios diretos ocasionados pelo reúso, mas os benefícios
indiretos são “elementos não monetários” e, infelizmente, não são levados em consideração
na avaliação econômica de projetos de reúso.
Pode-se estimar que os corpos d’água brasileiros recebam aproximadamente 300 m³/s
de esgotos sem qualquer tratamento, considerando uma contribuição média de produção de
esgoto de 225 litros/pessoa/dia. Isto significa que, no Brasil, as águas residuárias domésticas
sem tratamento constituem cenários de degradação dos recursos hídricos, exercendo papel de
vetor para a transmissão de doenças de propagação pela água (SANTOS et al., 2006).
70
Segundo o Global Water Supply and Santation Assessment – 2000 Report
aproximadamente 4 bilhões de casos de diarréia por ano causam 2,2 milhões de morte,
principalmente entre crianças abaixo de 5 anos; os vermes intestinais infectam 10% da
população nos países em desenvolvimento; estima-se que 6 milhões de pessoas estão cegas
em decorrência de tracoma em uma população de risco de 500 milhões; 200 milhões de
pessoas no mundo estão infectadas com esquistossomose; na China, Índia e Indonésia,
morrem mais de duas vezes mais pessoas de diarréia do que de AIDS; e em qualquer
momento, metade dos leitos hospitalares do mundo está ocupada por pacientes com doenças
de veiculação hídrica (GENERINO, 2006).
71
Estudos divulgados pelo Banco Mundial (CUTOLO, 2002) mostram que grande parte
das pessoas portadoras de entamoebas, giárdias, estrongilóides, tênias, necátors, tricocéfalos,
áscaris e oxiúros foram contaminadas pelo consumo de hortaliças e frutas irrigadas com águas
contaminadas por efluentes não tratados, e indicam ainda que doenças como cólera e a febre
tifóide também podem ser disseminadas via hortaliças irrigadas com águas carreando o Vibrio
cholerae e a Salmonella typhi, respectivamente, acima de doses mínimas infectantes.
Segundo BLUM (2003) apud MOTA et al., (2007), do ponto de vista sanitário os
problemas podem ocorrer como consequência do contato das pessoas com a água de reúso, o
pode acontecer das seguintes maneiras:
Contato por meio da visão e do olfato, como no caso das descargas sanitárias.
É preciso que os padrões de qualidade sanitária das águas residuárias destinada ao uso
na agricultura sejam atendidos a fim de evitar possíveis problemas de saúde aos consumidores
e aos trabalhadores que irrigam e manuseiam as culturas. A Organização Mundial de Saúde
(WHO, 1989) aconselha, para irrigação irrestrita, uma concentração de, no máximo, um ovo
de nematóide por litro de efluente e menos de 1000 coliformes fecais por 100 mL.
72
Tabela 2.9 – Agentes infecciosos presentes em águas residuárias domésticas sem tratamento.
Organismos Doenças Observações
Escherichia coli Gastoenterites Diarréia
Gastroenterites,
Enterovirus (67 tipos) anomalias do coração
Vírus e meningites
Fonte: Adaptado de Tchobanoglobus (1991); Aayres e Mara (1997) apud Culolo (2002).
73
Os aspectos relacionados com a saúde pública são apontados como responsáveis por
grande parte do sucesso ou fracasso de qualquer programa de reúso. Outro aspecto importante
é o processo de informação e aceitação pública que deve ser iniciado na fase de planejamento
e concluído depois da implantação do projeto. Também não se pode esquecer que a água de
reúso é um produto de mercado, dessa forma deve-se garantir quantidade e qualidade para os
consumidores ficarem satisfeitos (OKUN, 1990; HESPANHOL, 2003; EPA, 2004).
Irrigação Restrita e
Localizada (C) Pré-tratamento requerido pela
técnica de irrigação aplicada,
Nenhum Não se aplica Não se aplica
(Se a exposição de mas não menos do que
operários e do público tratamento primário.
não ocorre)
Fonte: WHO (1989). (1) Áscaris, Trichuris, ancilostoma, Necator; (2) média aritimética do número de ovos viáveis, durante o período de
irrigação; (3) NMP – Número mais provável; (4) Média geométrica, durante o período de irrigação; (5) Um valor diretriz mais restritivo (200
coliformes fecais por 100 mL) é apropriado para gramados públicos com os quais o público tenha contato direto; (6) No caso de árvores
frutíferas, a irrigação deve cessar duas semanas antes de os frutos serem colhidos. Esses não devem ser coletados no chão. Irrigações por
sistema de aspersores não devem ser utilizadas.
74
(a) Medidas de controle
Um dos principais enfoques a ser dado à qualidade varia com a destinação dada ao
efluente. Os critérios gerais de qualidade no planejamento do sistema de reúso são: saúde
pública, aceitação dos usuários, preservação do meio ambiente, qualidade da fonte de água e
adequação da qualidade ao uso pretendido (BLUM, 2003 apud MOTA et al., 2007).
75
As Tabelas 2.13, 2.14, 2.15, 2.16 e 2.17 apresentam os principais métodos utilizados
no tratamento de esgoto, as eficiências de remoção dos principais patógenos e exemplos, em
nível mundial e nacional, de reúso na agricultura. A análise das mesmas indica que a remoção
de ovos de helmintos não pode ser atendida por sistemas convencionais de tratamento, tais
como os sistemas de lodos ativados, filtros biológicos ou desinfecção, e que o sistema tipo
lagoa de estabilização fornece efluente que atende as diretrizes da OMS.
Halalsheh et al., (2008) desenvolveram uma pesquisa para a área rural da Jordânia,
onde foram avaliadas três opções de tratamento para as águas cinzas concentradas, com
valores médios de DBO e SST de 2568 mg/L e 1056 mg/L, respectivamente. Os sistemas de
tratamento examinados foram: tanque séptico seguido pelo filtro de areia intermitente; tanque
séptico seguido por wet-lands; e reator UASB-híbrido. Os pesquisadores concluíram que este
último seria a opção mais apropriada de tratamento em termos de densidade e simplicidade na
operação. O volume do reator do UASB-híbrido foi calculado para ser 0.268 m3, com uma
área de superfície de 0.138 m2, para cada casa que tem 10 habitantes, em média. O efluente
produzido atende aos padrões jordanianos para o reúso em árvores frutíferas.
76
constituem importante fonte de alimento protéico, chegando a ser mais que 50% (em peso
seco) a proporção de proteínas existentes nesses organismos. Outro detalhe importante é que a
produção por área, além de ser maior, é uma produção contínua durante o ano todo, ao passo
que as plantas cultivadas são colhidas uma ou duas vezes no ano. O emprego desses seres
como fonte de proteínas pode tornar-se altamente compensador (FELIZZATTO, 2000).
Segundo Dos Santos et al., (2006), as bactérias, seguidas dos vírus, são os organismos
patogênicos mais sensíveis a ação de desinfectantes físicos e químicos e, portanto, são de
inativação relativamente fácil em estações de tratamento de água e de esgotos. Os cistos de
protozoários, especialmente os ovos de helmintos, são mais resistentes; por outro lado,
apresentam tamanhos e densidades que favorecem a sua remoção por processos de
sedimentação e filtração.
Nas diretrizes para uso agrícola e aquicultura, o principal objetivo para o reúso é a
eliminação de patógenos. As normas e diretrizes são expressas segundo o número máximo
permitido de bactérias coliformes fecais. Não há dúvida da origem fecal das águas residuárias
e, portanto, que microrganismos fecais podem ser empregados como indicadores de
patogenicidade, existindo uma relação semiquantitativa entre as concentrações de
microrganismos patógenos e as de indicadores.
Os coliformes fecais são indicadores de poluição fecal. O seu uso é muito limitado
quando se trata de sua relação com protozoários e helmintos. Até o presente, para estes não
existem indicadores seguros. Por isso é de suma importância utilizar a parasitologia no
monitoramento e controle da qualidade das águas residuárias, juntamente com os parâmetros
utilizados normalmente na caracterização ecológica e sanitária das águas, como tem sido
ressaltado por autores como Ayres e Mara (1997), Zumaeta (1993), Oms (1989), Yanko
(1988).
77
Segundo Gonçalves (2003), mais do que os valores de eficiência de remoção de
coliformes fecais, a densidade de microrganismos no efluente tratado deve ser considerada
balizadora. Os únicos processos de tratamento capazes de produzir efluentes tratados com
densidades de coliformes fecais iguais ou inferiores a 103 NMP/100 mL são as lagoas de
maturação, a infiltração no solo e aqueles que possuem uma etapa específica para desinfecção.
Além desses, processos envolvendo lagoas de estabilização não mecanizadas e filtração física
(infiltração no solo e biofiltros aerados submersos) também podem alcançar baixas densidades
de ovos de helmintos no efluente.
Remoção (log10)
Tratamento
Bactérias Helmintos Vírus Cistos
Sedimentação Primária:
Simples 0-1 0-2 0-1 0-1
Com coagulantes 1-2 1 - 3(f) 0-1 0-1
Lodos ativados (a) 0-2 0-2 0-1 0-1
Filtro biológico (a) 0-2 0-2 0-1 0-1
Lagoa aerada (b) 1-2 1-3 1-2 0-1
Vão de oxidação (a) 1-2 0-2 1-2 0-1
Desinfecção (c) 2 - 6 (f) 0-1 0-4 0-3
Lagoa de estabilização (d) 1 - 6 (f) 1 - 3 (f) 1-4 1-4
Reservatórios de acumulação (e) 1 - 6 (f) 1 - 3 (f) 1-4 1-4
(a) Incluído decantador secundário; (b) Incluída lagoa de sedimentação; (c) Cloração ou ozonização; (d) A eficiência depende
do número de unidades em série e outros fatores ambientais; (e) A eficiência depende do tempo de detenção; (f) Com projeto
e operação adequados às diretrizes para irrigação irrestrita podem ser atendidos.
Fonte: Feachem et al., (1983) apud Hespanhol (2002).
78
Tabela 2.12 - Concentração de coliformes fecais em lagoas de estabilização em série, com
tempo de detenção de 25 dias.
Coliformes fecais no
Sistema de lagoas Número de lagoas em série efluente
(NMP/100mL)
Melbourne, Austrália 8 – 11 100
Extrabes, Brasil 5 30
Amman, Jordânia 9 30
79
Tabela 2.14 – Exemplos da reutilização de esgotos oriundos de lagoas de estabilização.
America Lanitna:
Ásia:
Lagoas Vários
Ìndia, Calcutá
Austrália:
Lagoas Forragens
Melbourne
80
Tabela 2.15- Informações gerais sobre os experimentos de irrigação com esgotos tratados,
PROSAB, Edital 3, Tema 2.
Qualidade do efluente
Sistema de Efluente E. Ovos de Cultura Método de
Universidade
tratamento Coli/100 helmintos/L irrigada irrigação
mL
UASB +
milho,
UFPE Lagoa de LP 4,1 X 105 0 Gotejamento
acerola
Polimento
mamona,
RA 5,2 X 106 132 Gotejamento
UASB + pimentão
UFCG Lagoa de algodão,
Polimento LP 3,2 X 104 0 girasol, Gotejamento
pimentão
Lagoa
anaeróbia +
LF 105 21
lagoa
facultativa
Lagoa milho e
USP anaeróbia + Gotejamento
girassol
lagoa
facultativa ED - -
+
desinfecção
(UV, cloro)
capim,
milho,
Filtro inundação
UFRN FAn 3,3 x 106 NR girassol,
anaeróbio subsuperficial
gergelim,
sogro
RA 2,7 x 106 13 Brachiaria Inundação
LP1 1,2 x 105 0 alface,
UASB + 3 couve,
UFV lagoas de rega manual
LP2 2,3 x 103 0 pimentão,
polimento rúcula
milho,
LP3 5,3x101 0 rega manual
feijão
UASB milho Sulcos
Gramínia
UNICAMP UASB + RA 106- 107 - Tifton 85
disposição Inundação (
(Cynodon
no solo
sp.)
LP: efluente de lagoa de polimento; LF: efluente de lagoa facultativa; RA: efluente de reator UASB; Fan: efluente filtro
anaeróbio; ED: efluente desinfectado.
Fonte: Bastos et al., (2003).
81
(b) Controle da exposição humana
Na referida Figura a coloração das faixas é mais intensa quanto maior for o risco
associado aos elementos do sistema, sendo brancos os campos onde não existem riscos à
saúde pública. Observando o diagrama em sentido horário, podem ser feitas as seguintes
constatações:
82
Figura 2.2 – Modelo generalizado do efeito de diferentes medidas de controle para reduzir os
riscos sanitários do aproveitamento de águas residuárias.
Fonte: Blumenthal (1988) e OMS (1989) apud Giordani (2002).
O uso de esgoto bruto em irrigação sem que sejam tomadas medidas de proteção
resulta na contaminação em alto risco de todos os elementos (lavoura, vegetal,
trabalhador e consumidor).
83
No campo, contemplando o controle da exposição humana, nota-se que tanto
trabalhadores quanto consumidores estarão sujeitos a um baixo risco sanitário;
isto ocorre devido à baixa garantia de que medidas preconizadas por esta
categoria de controle, como uso de roupas especiais aos trabalhadores e controle
quimioterapêutico das infecções específicas, sejam atendidas.
Completando a análise, pode ser observado que o último setor contempla o tratamento
completo do esgoto, livrando todos os elementos do sistema do risco da contaminação.
84
Tabela 2.16 - Grupos de Risco e medidas mitigadoras no reúso.
85
2.4 Aspectos legais, normativos e institucionais do Reúso de Água
A grande maioria dos países que praticam reúso não dispõe de uma legislação
específica e adota as diretrizes da OMS. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde
revisou suas diretrizes, resultando na publicação: “Guidelines for the safe wastewater excreta
and greywater”. Volume 2. “Wastewater use in agriculture” (WHO, 2006a). As principais
diretrizes para reúso em irrigação encontram-se descritas na Tabela 2.19. Também, foi
publicado o documento “Guidelines for the safe wastewater excreta and greywater”. Volume
3. “Wastewater use in aquaculture” (WHO, 2006b).
Nos Estados Unidos, não há padrões federais disciplinando o reúso de água; há apenas
regulamentações estaduais. Em 2004, a EPA atualizou um documento publicado em 1992, e
publicou o documento “Guidelines for Water Reuse”, que apresenta as diretrizes para o reúso
de água e examina as oportunidades de uso de efluentes tratados (EPA, 2004). A Tabela 2.20
apresenta essas diretrizes.
86
Tabela 2.17 – Metas básicas de saúde para o uso de esgotos domésticos na agricultura.
Meta para nível
Redução
básico de saúde Número de ovos de
Condições de Reúso (Log10) de
(DALY a PR helmintos por litro
patógenos
pessoa por ano)
Irrigação Irrestrita
Irrigação Restrita
3 ≤ 1c,d
Altamente mecanizada -6b
≤ 10
Atividade humana
4 ≤ 1c,d
intensa
Irrigação localizada
Culturas elevadas
2 Somente recomendação
Culturas rentes ao solo ≤ 10-6b
4 ≤ 1e
Culturas elevadas
a. DALY – Deability adjusted fife years (Anos de vida ajustados para a incapacidade). Tenta medir o
tempo perdido por causa s incapacidade ou morte resultante de uma doença, comparado com uma longa
vida livre de incapacidade na ausência da doença.
b. Redução de rotavirus. O nível de saúde básica pode ser alcançado, para a irrigação irrestrita e
localizada, por uma redução de 6-7 unidades log de patógenos (obtida por uma combinação de
tratamento de esgoto e outras medidas de proteção à saúde); para irrigação restrita, é alcançada por uma
redução de 2-3 unidades log de patógenos.
c. Quando crianças com menos de 15 anos são expostas, medidas adicionais de proteção à saúde devem
ser adotadas (ex. tratamento para alcançar < 0,1 ovo de helminto por litro no efluente, equipamentos de
proteção como botas e luvas e tratamento com remédios).
d. Uma média aritmética deve ser determinada durante o período de irrigação. O valor de < 1 ovo de
helminto por litro deve ser obtido em pelo menos 90% das amostras, no sentido de permitir ocasionais
amostras com valores altos (isto é, com > 10 ovos por litro). Para alguns processos de tratamento de
esgotos sanitários (ex. lagoas de estabilização), o tempo de detenção hidráulica pode ser usado como
um meio para assegurar conformidades com < 1 ovo de helminto por litro.
e. Nenhuma cultura pode ser apanhada do solo.
88
Tabela 2.18 – Diretrizes sugeridas pela EPA para o reúso de água.
Urbano pH = 6 a 9; DBO5,20= 10 mg/L;Turbidez 15 m de poços para (a) Para o reúso urbano, a água de reúso não deve possuir odor e cor.
= 2 UNT(2); CF = Não detectável(3); abastecimento de água (b) Para a agricultura irrestrita, altos níveis de nutrientes podem causar
Agricultura irrestrita Cloro residual = mínimo de 1 mg/L potável. efeitos adversos durante certas fases de crescimento das plantas.
Irrigação com acesso restrito (c) Se a irrigação é feita com o uso de spray, SST < 30 mg/L pode ser
90 m de poços para
Alimentos necessário;
abastecimento de água
processados pH = 6 a 9; DBO5,20= 10 (d) Para reúso na agricultura, altos níveis de nutrientes podem causar
potável.
comercialmente mg/L;Turbidez = 2 UNT(2); CF = não efeitos adversos durante certas fases de crescimento das plantas;
Para reúso na agricultura,
Agricultura detectável; Cloro residual = mínimo de (e) Para reúso na agricultura (não produção de alimentos):
30m de áreas acessíveis ao
Não produção 1 mg/L(4) público (se spray é
Animais produtores de leite devem ser proibidos de pastar por 15 dias
de alimentos após o término da irrigação. Um maior nível de desinfecção é requerido
utilizado).
se este período de espera não é seguido (= 14 CF/100 mL).
(f) Decloração pode ser necessária para proteger a vida aquática; (g)
150 m de poços para
Represas utilizadas para lazer DBO5,20 e SST= 30 mg/L;Turbidez = 2 Água de reúso não pode irritar a pele e deve ser clara e sem odor e não
abastecimento de água
(pesca navegação e contato UNT(2); CF/100 mL = 20(5,6); Cloro deve conter níveis mensuráveis de patógenos viáveis; (h) Remoção de
potável, se o fundo do poço
direto com água de reúso) residual = mínimo de 1 mg/L(4 nutrientes pode ser necessária para evitar crescimento de algas em
não for selado.
represas; (i) O consumo de peixes é permitido.
Represa para compor DBO5,20 e SST= 30 mg/L;Turbidez = 2
paisagem (não é permitido o 150 m de poços para
UNT(2); CF/100 mL = 20(5,6); Cloro - Idem f e h; (j) Para reúso ambiental: possibilidade de efeitos no aquifero
contato com água de reúso) abastecimento de água
residual = mínimo de 1 mg/L(4(onde deve ser avaliada e a temperatura da água de reúso não pode afetar
potável, se o fundo do poço
Ambiental (charco, pântano, não é permitido o contato com a água de adversamente o ecossistema.
não for selado.
aumento de vazão de rios, etc) reúso).)
Inclui, mas não limita os seguintes (l) O nível de tratamento é específico do lugar e depende de fatores
Potável indireto (aumento do parâmetros: pH = 6,5 a 8,5; DBO5,20 = como: qualidade da água, tempo e distância do ponto de lançamento,
suprimento superficial de 10 mg/L;Turbidez = 2 UNT(2); CF = Depende da localização diluição e subseqüente tratamento antes da sua distribuição para usos
água) Não detectável(3); Cloro residual = potáveis; (m) A água de reúso não deve conter níveis mensuráveis de
mínimo de 1 mg/L; COT = 3 mg/L(7) patógenos viáveis.
Fonte: EPA (2004). (1) São recomendados para proteger os suprimentos de água potável de contaminação e os seres humanos de riscos desnecessários; (2) Deve ser alcançado antes da desinfecção;
(3) O número de CF não deve exceder a 14/100 mL em nenhuma amostra; (4) O total de cloro deve ser atingido após um tempo de contato mínimo de 30 minutos; (5) O número de CF não deve
exceder a 800/100 mL em nenhuma amostra; (6) Monitoramento deve incluir compostos inorgânicos e orgânicos, ou classes de compostos, que são conhecidos ou suspeitos de serem tóxicos,
carcinogênicos ou mutagênicos nos padrões de água potável; (7) Carbono Orgânico Total – COT.
71
Segundo MOTA et al., (2007), para alcançar a meta básica de saúde desejada, medidas
de proteção à saúde devem ser efetuadas. Geralmente, o nível básico de saúde pode ser
alcançado pela combinação de medidas de proteção a serem desenvolvidas em diferentes
níveis do sistema. Uma redução de patógenos de 6-7 log pode ser alcançada pela aplicação de
medidas de proteção à saúde, cada qual tendo sua unidade log de redução ou faixa de redução,
como mostra a Tabela 2.21. Uma combinação dessas medidas é usada, de tal forma que para
todas as combinações a soma das reduções individuais de unidade log de cada medida de
proteção da saúde adota é igual ao total requerido de redução de 6-7 unidades log.
A Figura 2.3 ilustra diferentes combinações de medidas de proteção que podem ser
usadas para alcançar a meta básica de saúde de 10-6 DALYS para doenças relacionadas à
excretas. As opções A, B, C, D e E são relativas à irrigação irrestrita, e as opções F, G e H à
irrigação restrita.
90
Segundo Generino (2006), a Espanha propôs um conjunto de padrões físico-químicos
e microbiológicos que se assemelham aos da Califórnia, quando se trata de reúso para fins
irrestritos; e às diretrizes da OMS, quando a exposição humana à água de reúso é restrita. A
França também adota as diretrizes da OMS para o reúso de água na agricultura. Na Itália, a
regulamentação para reúso de água na irrigação provém do Water Protection Act, de 1976.
Esses padrões estão apresentados na Tabela 2.22, juntamente com os da Sicília. A Tunísia
utiliza as diretrizes da OMS para a irrigação de campos de golfe, e na agricultura, o reúso é
regulado pela Lei de Água de 1975, que proíbe o uso de esgoto bruto na agricultura, e pelo
Decreto de 1989, que admite a irrigação com esgoto proveniente de sistema de tratamento
secundário para todos os tipos de cultivo, exceto vegetais a serem consumidos crus ou
cozidos.
‐ W
H - culturas elevadas;
Figura 2.3 - Exemplos de opções para redução de vírus, bactérias e protozoários patogênicos
por diferentes combinações de medidas de proteção da saúde para alcançar o nível básico de
saúde de < 10-6 DALY por pessoa por ano.
91
Tabela 2.19 – Redução de patógenos alcançada por várias medidas de proteção sanitária.
Redução de
Medidas de controle patógenos Observações
(unidades log)
Irrigação localizada
(gotejamento) Culturas, tais como de tomate, cujos produtos
4
colhidos não têm contato com o solo.
Culturas de alto crescimento
92
Israel, África do Sul, Japão e Austrália consideram as diretrizes da OMS muito
brandas para proteger a saúde humana (ANGELAKIS e BONTOUX, 2001). A Tabela 2.23
apresenta as diretrizes para reúso de água no Japão (ASANO et al., 1996). Já na Arábia
Saudita, para que se possa utilizar água de reúso na irrigação irrestrita, é necessário passar por
tratamento terciário e atender a parâmetros muito restritivos, como está apresentado na Tabela
2.24.
Tabela 2.20 – Diretrizes adotadas na Itália e Sicília para a água de reúso na agricultura.
pH - - 6,5 – 8,5
DBO5,20 mg/L - 40
93
Tabela 2.21 – Diretrizes japonesas para a qualidade de água de reúso.
Água para
Irrigação
Parâmetro Unidade descarga de Ambiental
paisagística
sanitário
Turbidez UNT - - = 10
Tabela 2.22 – Diretrizes requeridas pela Arábia Saudita para irrigação irrestrita.
Zinco mg/L
Fonte: Adaptado de EPA (2004).
94
Os critérios para qualidade de água de reúso relacionam-se ao uso e aos aspectos
estéticos, de proteção à saúde da população, considerações ambientais, percepção da
população ou do usuário, realidades políticas, interesses econômicos, características
socioculturais, práticas higiênicas e desenvolvimento tecnológico. Esses critérios variam
significativamente quando se comparam países industrializados a países em desenvolvimento,
tendo em vista fatores como viabilidade econômica, tecnologia disponível, nível geral da
saúde das populações e características políticas e sociais. Fatores que afetam a qualidade da
água de reúso incluem fonte geradora, tratamento do esgoto, confiabilidade do processo de
tratamento, projeto e operação dos sistemas de distribuição (CROOK, 1993 apud CULOLO,
2002).
Segundo SANTOS et al., (2006) a piscicultura com águas residuárias, assim como a
piscicultura em si, como contribuição à segurança alimentar, deve obedecer aos princípios de
sustentabilidade econômica, sanitária e ambiental, ou seja, a atividade deve garantir retorno
financeiro, não impor riscos à saúde humana e não produzir impactos ambientais;
posteriormente, impõe-se o desafio de vencer barreiras de natureza cultural.
Para tentar minimizar os riscos, a OMS adota o mesmo nível de proteção à saúde
usada para a irrigação com esgotos sanitários – 10-6 DALY por pessoa por ano. Em 1989, a
OMS estabeleceu como diretrizes para o cultivo de peixes em águas residuárias tratadas uma
quantidade menor que 103 Coliformes fecais/100 mL, no tanque de piscicultura, ou menor que
104 no afluente ao tanque de piscicultura e ausência de ovos de helmintos (trematóides). Na
tabela 2.25 encontram-se descritos os níveis de qualidade microbiológica recomendados para
aquicultura com esgoto doméstico (WHO, 2006b).
95
Tabela 2.23 – Níveis de qualidade microbiológica para piscicultura utilizando esgotos.
Consumidores dos
produtos:
Água dos tanques Não detectável ≤104 ≤1
Esgoto sanitário Não detectável ≤105 ≤1
Excretas tratadas Não detectável ≤106 ≤1
Carne comestível Cercaria infectável não Especificações da Não detectável
de peixe ou partes detectável (ou não CODEX
de plantas infectável) (FAO/OMS)
Trabalhadores na
aquicultura e
comunidade local:
Água dos tanques Não detectávelf ≤103 ≤1
96
2.4.2 Brasil
A partir da evolução nacional, e o conseqüente aumento da demanda por energia,
começaram a surgir os primeiros debates a respeito do regime jurídico a que estavam
submetidas às águas, bem como o seu aproveitamento. Estes fatos deram início ao processo
que culminou com a aprovação, em 1934, do Código das Águas (Decreto Federal nº 24.643,
de 10.07.34), após 27 anos de tramitação no Congresso Nacional, (RODRIGUES, 2005).
A Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH), que
visa assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em
quantidade e qualidade, por meio da utilização racional e integrada dos recursos hídricos,
considera reúso das águas como uma dessas formas.
Com o objetivo de evitar a poluição e contaminação de qualquer espécie, modificando
os usos dos corpos d água, instituiu-se a Resolução Conama nº 357, de 17 de março de 2005,
que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
dá outras providências. A Resolução Conama nº357/2005 estabelece 13 (treze) classes de
acordo com os usos preponderantes da água no Território Nacional. Os efluentes somente
podem ser descartados em corpos d´água se os seus parâmetros característicos se situarem
dentro do balizamento dado pela referida Resolução, para cada classe de corpo de água.
Sendo assim, medidas devem ser cumpridas para manter a condição de um segmento de corpo
d´água em correspondência com a sua classe. Esta Resolução estabelece, por meio de vários
artigos, uma série de limites e condições, sob os pontos de vista físico, químico e bioquímico,
para as águas das diversas classes. São estabelecidos padrões mínimos para os efluentes serem
aceitos como descartes em corpos de água. Para que eles possam ser lançados, direta ou
indiretamente, nos corpos d´água, devem obedecer às condições preestabelecidas (CONAMA,
2005).
Embora no Brasil já existam várias iniciativas de reúso não potável de água, como no
setor industrial, além da prática inconsciente (reúso não planejado) em outros setores, como
no setor agrícola, não existe uma política estabelecida, arcabouço legal e institucional, ou
parâmetros estabelecidos para a prática de reúso no Brasil. Porém, a Política Nacional de
Recursos Hídricos e as diretrizes da Resolução Conama nº 357/2005 criam fundamentos
jurídicos e condicionantes legais para o reúso de água.
97
O reúso de água surge como um instrumento adicional para a gestão dos recursos
hídricos, visando à redução da pressão sobre os mananciais de abastecimento, liberando as
águas de melhor qualidade para os fins mais nobres, e trazendo uma série de benefícios
específicos aos usuários, tais como o aumento de produtividade agrícola, a redução de custos
com a compra de água e a preservação dos aquifero subterrâneos. Entretanto, enquanto a
prática do reúso se dissemina no Brasil, não há a criação de nenhuma legislação específica
visando regular o setor, proteger o meio ambiente e a saúde dos grupos de risco.
Sendo assim, é preciso se definir uma política de reúso, estabelecendo critérios para
sua implementação em nível federal e de bacias hidrográficas, além da necessidade de
desenvolver uma base legal específica, com a definição de normas, instrumentos de gestão,
padrões, critérios de fiscalização e monitoramento e códigos de práticas, bem como delinear o
arcabouço institucional, de forma articulada e participativa.
Iniciativas dessa natureza já estão sendo tomadas com a criação e atuação do Grupo
Técnico de Reúso, no âmbito da Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia, no Conselho
Nacional de Recursos Hídricos, por meio da discussão e definição de propostas que
institucionalizam esses instrumentos. Como resultado do trabalho desse Grupo Técnico, foi
editada a Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005, estabelecendo modalidades, diretrizes
e critérios gerais para a prática de reúso direito não potável de água.
Após a conclusão dos trabalhos do referido grupo, o setor público deve adotar esforços
no sentido de regulamentar e promover o setor, por meio da criação de estruturas de gestão,
disseminação de informação, e do desenvolvimento de tecnologias compatíveis com as nossas
condições técnicas, culturais e socioeconômicas.
Segundo Hespanhol (2002), os elementos básicos para a promoção e regulamentação
da prática sustentável de reúso de água no território nacional, poderiam ser efetuados por
meio das seguintes atividades:
Estabelecer uma política de reúso, definindo objetivos e metas, tipos de reúso, áreas
prioritárias e condições locais e/ou regionais para a implementação da prática;
Propor estruturas institucionais para a promoção e gestão de programas e projetos de
reúso em níveis nacional, regionais e locais;
Estabelecer um arcabouço legal incluindo diretrizes, padrões e códigos de prática;
Estabelecer um arcabouço regulatório, incluindo atribuições, responsabilidades,
incentivos e penalidades;
98
Definir os critérios de tratamento de efluentes para reúso e proposição de tecnologias
adequadas para a prática em função de características climáticas, técnicas e culturais
regionais ou locais;
Estabelecer critérios para a avaliação econômico-financeira de programas e projetos
de reúso;
Estabelecer normas e programas para informação, para educação ambiental e para
participação pública nos programas e projetos de reúso;
Estabelecer um sistema de monitoramento, avaliação e divulgação dos programas em
níveis nacional, regionais e locais.
Outro aspecto importante observado por Hespanhol (2002) é a necessidade de
implementação de projetos pilotos. Essas unidades experimentais devem cobrir todos os
aspectos das diversas modalidades de reúso, principalmente os relativos ao setor agrícola, e
deverão fornecer subsídios para o desenvolvimento de padrões e códigos de prática, adaptados
às condições e características nacionais. Uma vez concluída a fase experimental, as unidades
piloto serão transformadas em sistemas de demonstração, objetivando treinamento, pesquisa e
o desenvolvimento do setor.
Como já foi citado anteriormente, não existe uma legislação específica para a prática
do reúso a nível nacional. Todavia, vale salientar que antes da institucionalização do reúso no
Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já apresentava o reúso como
forma de redução no seu custo de implantação e de operação e uma forma de utilização do
esgoto tratado. Nesse sentido informa sobre os usos previstos para o esgoto tratado, o volume
de esgoto a ser reutilizado, o grau de tratamento necessário, o sistema de armazenamento e de
distribuição e a importância do manual de operação e do treinamento dos responsáveis por
esse reúso.
O Prosab (Programa de Pesquisa em Saneamento Básico), que desde 2002 vem
financiando projetos acadêmicos de pesquisa na área de reúso de efluentes, elaborou diretrizes
para o uso de esgotos sanitários na agricultura e na piscicultura (MOTA et al., 2007), as quais
se encontram descritas nas Tabelas 2.26 e 2.27, respectivamente.
99
Tabela 2.24 – Diretrizes do PROSAB para o uso de esgotos sanitários.
Ovos de
Categoria CTer 100/mL (3) Observações
helmintos/L(4)
≤ 1 x 104 CTer 100mL-1 no caso
de irrigação por gotejamento de
Irrigação Irrestrita (1) culturas que desenvolvam
≤ 1 x 103 ≤1 distantes do nível do solo ou
técnicas hidropônicas em que o
contato com a parte comestível
da planta seja minimizada.
100
Tabela 2.25 – Diretrizes do PROSAB para uso de esgotos sanitários em piscicultura.
Ovos de helmintos/L(4)
Ponto de
CTer 100/mL (1)
amostragem Nematóides intestinais
Trematóides
humanos (2)
Afluente do tanque ≤ 1 x 104 ≤1 ND
de piscicultura
No tanque de ≤ 1 x 103 ≤1
ND
piscicultura
Fonte: Mota et al., (2007).
(a) Para o uso de esgoto tratado em piscicultura não há padrões explícitos de DBO, DQO, e SST, sendo as
concentrações efluentes uma consequência das técnicas de tratamento compatíveis com a qualidade
microbiológica estipulada. Entretanto, recomendam-se taxas de aplicação superficial nos tanques de
piscicultura da ordem de 10-20 kg DBO ha-1d-1. Deve-se observar que amônia livre é tóxica para peixes em
níveis superiores a 2-5 mg NH3L-1.
(1) Coliformes termotolerantes; média geométrica, alternativa e preferencialmente pode-se determinar E. coli.
(2) Média aritmética.
Como já foi descrito anteriormente, a SABESP já desenvolve reúso para fins urbanos e
reúso para fins industriais. Todavia, na ausência de regulamentação nacional para utilização
de água para reúso, a SABESP, com base na experiência internacional, desenvolveu seus
próprios critérios internos descritos a seguir na Tabela 2.28.
pH - 6 a 9;
101
No Ceará, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará
(SEMACE) publicou a Portaria Nº 154 de 22 de julho de 2002, que dispõe sobre padrões e
condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes poluidoras. A referida
Resolução, no seu art. 6º, estabelece que a utilização de efluentes de origem doméstica em
atividades agronômicas (irrigação e drenagem, dessedentação de animais e aquicultura)
deverá obedecer aos seguintes limites:
I - Atividades Tipo 1: Irrigação de vegetais ingeridos crus e sem remoção de película,
dessedentação de animais e aquicultura, conforme se segue:
a) Coliformes fecais < 1000 CF/100 mL.
b) Ovos de geohelmintos < 1 ovo/L de amostra.
c) Condutividade elétrica < 3000µS/cm
I - Atividades Tipo 2: aquelas não referidas no inciso anterior, conforme se segue:
a) Coliformes fecais < 5000 CF/100 mL.
b) Ovos de geohelmintos < 1ovo/L de amostra.
c) Condutividade elétrica < 3000 µS/cm
§1º Os limites da alínea “a”, dos incisos I e II serão auferidos pela média geométrica de
amostras coletadas durante 5 (cinco) semanas consecutivas.
§2º Os limites da alínea “b” dos incisos I e II, serão auferidos pela média aritmética de
amostras coletadas durante 5 (cinco) semanas consecutivas.
102
disponibilidade anual de água no Ceará é de 2.090 m3/ha encaminhando-se no patamar de
estresse hídrico periódico e regular.
A geologia do Estado é caracterizada principalmente por rochas do embasamento
cristalino, seguido pela ocorrência de sedimentos mais recentes associados à zona litorânea e
depósitos aluvionares resultantes da ação dos agentes erosivos sobre o embasamento. A
conjunção desses fatores - geológicos e climáticos – é um dos fatores de restrição da oferta
hídrica no Estado.
Das quatro grandes estruturas geológicas que ocorrem no Estado, a que ocupa a maior
extensão é o Embasamento Cristalino. Este ocupa a parte central do Estado do Ceará,
estendendo-se a partir da base das escarpas sedimentares do Araripe, do Apodi e da Ibiapaba,
abrangendo territórios de todas as bacias hidrográficas. As bacias com áreas litorâneas situam-
se no domínio de rochas sedimentares pertencentes ao Grupo Barreiras e, ao sul do Estado, as
bacias hidrográficas encontram-se no domínio das bacias sedimentares mesozóicas.
As feições de relevo do Estado do Ceará são compostas basicamente por cinco
unidades morfológicas: Planície Litorânea, Glacis Pré-Litorâneos, Planaltos Sedimentares,
Maciços Residuais e Depressão Sertaneja.
Nas bacias hidrográficas do Estado do Ceará predominam as Associações de Solos
Podzólico Vermelho Amarelo Eutrófico, Bruno Não-Cálcico, Planossolo Solódico, Litólico
Eutróficos e Distróficos, conforme Figura 2.4.
Em sua maioria são solos que apresentam baixa fertilidade natural e em função de sua
estrutura física favorecem a instalação de processos erosivos. Associados à estrutura física
destes solos, fatores como desmatamento, uso intenso, excesso de água no período chuvoso e
ressecamento na estação seca, têm determinado a instalação de processos de desertificação e
/ou salinização, acarretando prejuízos ao meio ambiente. A Tabela 2.29 apresenta
características de fertilidade, propensão à erosão e desertificação/salinização por tipo de solo.
As unidades fitoecológicas que ocorrem no Estado do Ceará foram caracterizadas
apresentando as seguintes formações: Mangue, Vegetação Litorânea, Mata Seca, Mata
Úmida, Caatinga e Cerrado, conforme Figura 2.5.
A rede hidrográfica é constituída por um conjunto de 11 bacias hidrográficas: Alto
Jaguaribe, Médio Jaguaribe, Baixo Jaguaribe, Salgado, Banabuiú, Acaraú, Curu, Coreaú,
Curu, Litoral, Metropolitana, Parnaíba (Poti), conforme pode ser verificado na Figura 2.6. Na
103
Tabela 2.30 encontram-se informações sobre área, capacidade de número de açudes por bacia
hidrográfica.
A bacia hidrográfica mais extensa é a do rio Jaguaribe, ocupando cerca de 81.874 km²,
equivalente aproximadamente à metade do território cearense. Essa bacia é dividida em cinco
sub-bacias: Alto, Médio e Baixo Jaguaribe, Salgado e Banabuiú.
As características hidrológicas de quase a totalidade do espaço físico estadual,
excetuando-se trechos litorâneos, são típicas das regiões semi-áridas, com rios intermitentes
sazonais, dada a distribuição irregular e escassez de chuvas, aliada à ocorrência de rochas
cristalinas, além da tipologia da rede hidrográfica e das formações vegetais naturais. Em
geral, os cursos d’água intermitentes apresentam uma média de 6 a 7 meses com escoamento
nulo. Nos períodos de maiores índices pluviométricos, o fluxo d’água na calha dos rios
apresenta valores elevados de vazão podendo até ocorrer o transbordamento. Entretanto,
devido ao curto período temporal dos índices pluviométricos elevados, ocorre um rápido
decréscimo das vazões, ocorrendo, em pouco tempo, o esgotamento das águas correntes na
calha dos rios.
104
Figura 2.4 - Tipos de solos do Estado do Ceará.
Fonte: IPECE, 2007.
105
Tabela 2.27 – Fertilidade, propensão à erosão desertificação/salinização por tipo de solo.
Propensão Propensão à
Tipo de solo Fertilidade a processos desertificação/
erosivos salinização
106
Figura 2.5 - Unidades fitoecológicas do Estado do Ceará.
Fonte: IPECE, 2007.
107
Figura 2.6 - Regiões Hidrográficas do Estado do Ceará.
Fonte: Fonte: IPECE, 2007.
108
Ressalta-se que as cheias sazonais ocorrem não só em função da condição
pluviométrica, mas também estão associadas às características físicas dos rios do entorno que
possuem baixa porosidade e baixa capacidade de infiltração das águas pluviais,
principalmente em um curto espaço de tempo.
O aproveitamento hídrico é feito primordialmente através do armazenamento das
águas superficiais, embora exista um bom potencial de aproveitamento de águas subterrâneas,
apesar da dificuldade de prospecção devido às rochas do cristalino, ou das baixas vazões
médias, que inviabiliza economicamente o seu uso.
Tabela 2.28 - Relação das Bacias Hidrográficas que compõem o Estado o Ceará.
109
Segundo a Secretária de Recursos Hídricos do Estado do Ceara - SRH (2008) a fase
atual de planejamento na área de recursos hídricos teve início no final da década de 70 e
estabeleceu um novo estágio no desenvolvimento da política das águas, com a gestão
participativa e integrada dos recursos hídricos. Suas datas mais significativas são:
• 1982: Criação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CONERH
• 1987: Criação da Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH
• 1989-1991: Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLANERH.
• 1993: Criação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH do Estado
do Ceará.
• 1994: Implementação do Programa de Desenvolvimento Urbano e Gerenciamento dos
Recursos Hídricos – PROURB
• 1995: Início das atividades de outorga e licenciamento
• 1997: Início da cobrança pelo uso de água bruta
• 1997-1999: Elaboração dos Planos de Bacias Hidrográficas.
• 2000: Assinatura do contrato de financiamento do Projeto de Gerenciamento
Integrado de Recursos Hídricos do Estado do Ceará - PROGERIRH celebrado entre o
Estado e Banco Mundial.
• 2002: Inauguração do Açude Castanhão, o maior do Ceará e o 2º maior do Nordeste.
• 2004: Início do controle de qualidade da água bruta.
110
verificou ausência drástica de oxigênio dissolvido nos corpos d’água monitorados. Essas
condições dos recursos hídricos apresentam estreita correlação com os elementos físicos,
bióticos e antrôpicos que ocorrem no Estado, configurando o perfil do meio natural cearense e
interferindo no processo de ocupação do solo e condições de vida da população.
Carga Orgânica
Bacia Carga Poluidora Urbana Metais Pesados
Industrial
Hidrográfica
Bruta Remanescente Bruta Remanescente Bruta Remanescente
Médio
10.251 9.674 534,00 534,00 ND ND
Jaguaribe
Baixo
12.867 11.746 6.163,00 6.163,00 ND ND
Jaguaribe
Parnaíba 16.844 ND ND ND ND ND
Fonte: Adaptado SEMACE (2000) apud Nunes (2006).
ND – Não Disponível
111
Tabela 2.30 – Dados dos perímetros irrigados do Estado do Ceará.
Área
potencial Área
Perímetro
para irrigada Sistema de irrigação Cultura produzida
irrigado
irrigação (ha)
(ha)
- 89,44% da área por aspersão
Araras Coco, banana, mamão, goiaba,
3.225 1.345,8 convencional.
Norte graviola, maracujá, caju, uva.
- 10,56% da área por micro-aspersão.
Ayres de Arroz, feijão vigna, melancia,
1.158 192 100% da área por superfície (gravidade)
Souza algodão herbáceo e milho verde.
Baixo - 50% da área por micro-aspersão Abacaxi, banana, melão,
12.407 8.111
Acaraú - 50% da área por gotejamento melancia, feijão e milho.
- 84,81% da área por aspersão
convencional Coco, cana-de-açúcar, citros e
Curu-
8.000 3.295 - 9,50% da área por micro-aspersão acerola.
Paraipaba
- 3,39% da área por gotejamento
- 2,30% da área por pivô central
Curu- - 100% da área por superfície em sulcos Banana, coco, mamão e feijão
1.180 743
Pentecoste (gravidade) vigna
- 100% da área por aspersão Feijão vigna, milho/espiga e
Ema 42 42
convencional algodão herbáceo.
Banana, graviola, goiaba, feijão
100% da área por superfície (gravidade) vigna, milho/espiga, coco,
Forquilha
mandioca, pimenta e capim de
corte.
99,57% da área por superfície Arroz, feijão, milho, banana,
(gravidade) coco, graviola, manga e capim
Icó-Lima
4.263 2.577 0,43% da área por aspersão de corte. Desenvolve também a
Campos
convencional pecuária leiteira (bovinos)
112
2.5.2 Características Socioeconômicas
Segundo o IBGE (2000) 46,45% da população cearense reside na Bacia Metropolitana.
Essa situação decorre da presença da capital do Estado nessa bacia, apresentando uma
população residente de 2.138.234 habitantes, em 2000. O município de Fortaleza e os demais
12 municípios de sua região metropolitana representam o maior aglomerado populacional do
Estado, em constante processo de atração de população de outros municípios.
As demais bacias apresentam contingentes totais de população variando entre 164.495
na Bacia do Médio Rio Jaguaribe, e 821.633, na Bacia do rio Salgado. Das demais 9 bacias, 4
possuem maior percentual de população urbana e 4 de população rural, estando a bacia do rio
Salgado com distribuição populacional equilibrada entre as duas condições de domicílio
(50,66% na urbana e 49,34% na rural), conforme dados da Tabela 2.33.
Tabela 2.31 – Densidade demográfica e população urbana e rural por bacia hidrográfica.
Densidade População
Bacia Hidrográfica Demográfica Média
(hab/km2) Total Urbana (%) Rural (%)
Litoral
113
A maior densidade demográfica novamente ocorre na bacia Metropolitana, que conta
com 220,41 hab/km² apresentando também a maior população total (3.324.945 hab.). Já a
menor densidade é encontrada na bacia do rio Poti (22,86 hab/km²) que, contudo, não
apresenta a menor população total. As menores densidades médias são encontradas, além da
bacia do Poti, nas bacias do Coreaú (30,43%) e Curu (34,92%), ambas em faixa litorânea. As
demais seis bacias apresentam densidades médias semelhantes, oscilando entre 41,27 hab/km²
(Médio Jaguaribe) e 56,35 hab/km² (Baixo Jaguaribe).
A incidência de doenças de veiculação hídrica está diretamente relacionada às
condições de saneamento de uma comunidade, aliada aos hábitos de higiene de sua
população. As principais doenças e agravos de veiculação hídrica de incidência no Estado do
Ceará são o a febre tifóide e paratifóide, amebíase, diarréia e gastroenterites, hepatites virais,
helmintíases, esquistossomoses, leptospirose, além de intoxicações diversas. A principal via
de transmissão é a água, através de ingestão e contato, gerando a contaminação por vírus,
bactérias, parasitas, protozoários, toxinas e substâncias químicas. A Figura 2.7 apresenta
dados da mortalidade infantil no Ceará.
A Cagece é a empresa responsável pelo saneamento no Estado do Ceará, dos 184
municípios 149 tem seus sistemas de água e 41 sistemas esgotamento sanitário operados pela
Cagece. Os demais municípios cearenses são atendidos por Sistemas Autônomos de Água e
Esgoto, cuja responsabilidade é das Prefeituras Municipais.
Constituída sob a forma de sociedade de economia mista, sob o controle acionário do
Governo do Estado do Ceará, a Cagece é responsável pela execução das obras de
implantação, ampliação, manutenção e operação dos sistemas de abastecimento de água e
esgotamento sanitário nos municípios onde detém a concessão ou com os quais firmou
convênios para prestar esses serviços.
A Cagece foi criada pela Lei n° 9.499 de 20 de julho de 1971, e está vinculada à
Secretaria das Cidades. Tem como missão: “Contribuir para a melhoria da saúde e qualidade
de vida, prestando serviços de saneamento básico, atuando de forma sustentável, com
responsabilidade social e ambiental” (CAGECE, 2008).
A Cagece tem atuação descentralizada no Estado do Ceará, através das Unidades de
Negócio, atualmente em número de doze, sendo oito localizadas no interior quatro destas
localizadas no município de Fortaleza, conforme Figura 2.8.
114
Figura 2.7 – Taxa de mortalidade infantil no ano de 2006.
Fonte: IPECE, 2007.
115
As Unidades de Negócio tem a atribuição de realizar os trabalhos de operação e
manutenção, fazendo novas ligações de água e esgoto, correção de vazamentos, distribuição
de contas, cortes e religações, coordenando todos os trabalhos realizados na sua área de
abrangência.
A Empresa atende a 233 localidades com sistema de abastecimento de água,
abastecendo uma população de 5,7 milhões de cearenses, incluindo 2,8 milhões somente em
Fortaleza. O índice de cobertura com abastecimento de água no estado é 95,24% e em
Fortaleza de 96,42%, sendo o índice de hidrometração de 92,8% e 98,24%, respectivamente.
A Figura 2.9 apresenta a taxa de abastecimento de água para o Estado. Para atendera a
população, por meio de produção, reservação e distribuição de água potável, essa companhia
e dispões de 160 ETAs, sendo 15 ETAs que atendem a sistemas integrados. Cerca de 99
sistemas são abastecidos por mananciais superficiais, em sua grande maioria açudes, e a água
é submetida a tratamento convencional. Outros 60 sistemas são abastecidos por mananciais
subterrâneos, sendo a água submetida à simples desinfecção.
Fatores como crescimento populacional, altos níveis de consumo de água pela
população, crescimento industrial, baixa disponibilidade de água e rios intermitentes são
indicativos da necessidade de aumento da demanda de água no Ceará. É de suma importância
o estabelecimento de um Plano Diretor de Água e Esgotos para nortear as ações a serem
implementadas na área de saneamento no Estado.
Já em relação ao sistema de esgotamento sanitário a Cagece atende a 41 localidades,
beneficiando 2,0 milhões de pessoas no Ceará através de 450.395 ligações de esgoto. O índice
de cobertura com serviço de esgoto no Estado é de 36,74% e em Fortaleza é de 50%
(CAGECE, 2008). A taxa de esgotamento sanitário encontra-se detalhada nas Figuras 2.10.
116
Figura 2.8 - Unidades de Negócios da Cagece.
Fonte: Cagece, 2008.
117
Figura 2.9 – Taxa de cobertura urbana de abastecimento de água.
Fonte: IPECE, 2007.
118
Figura 2.10 – Taxa de cobertura urbana de esgotamento sanitário.
Fonte: IPECE, 2007.
119
Fortaleza possui o maior índice de cobertura de esgotamento sanitário, que é realizado
de duas formas, sistemas isolados que contemplam Conjuntos Habitacionais e Sistema de
Disposição Oceânica, sendo este constituído por:
Várias bacias coletoras de esgoto;
Dois interceptores oceânicos: Leste e Oeste;
Estação de Pré - Condicionamento – EPC;
Estação de Tratamento de Odores - ETO.
Um Emissário Submarino.
As bacias depois de coletarem os esgotos enviam estas águas residuárias para os dois
interceptores, que por sua vez lançam na Estação de Pré-Condicionamento. Nesta Unidade, os
esgotos sofrem um tratamento preliminar onde são removidos materiais grosseiros, finos e
outros sedimentáveis (areia, inorgânicos etc.). Em seguida os esgotos são encaminhados para
o Emissário Submarino que lançam os despejos no Oceano Atlântico, a uma distância de
3.330 m. Neste corpo d'água salgado os esgotos sofrem o processo da diluição e são afastados
do litoral da R.M.F. pelas correntes marítimas. A capacidade real média atual do Sistema é de
1.400 L/s e a capacidade total do Sistema é de 4.200 L/s (CAGECE, 2008).
Além do sistema de Disposição Oceânica a Cagece possui 178 estações de tratamento
isoladas operando na RMF e no interior, utilizando as seguintes tecnologias: Decanto-
digestores associados a filtros anaeróbios; Reatores UASB, Lagoas de Estabilização; e Lodos
Ativados. As Figuras 2.11 e 2.12 apresentam a quantidade de sistemas por Unidade de
Negócios e o tipo de tratamento utilizado na Cagece, respectivamente.
Os sistemas do tipo decanto-digestor e Reator UASB foram instalados nas décadas de
70 e 80, em pequenas comunidades, na época em que a legislação ambiental não era tão
restritiva. Operam com baixas vazões e eficiência de tratamento, não atendo ao Padrão de
Lançamento estabelecido pela SEMACE, Portaria Nº 154/2002. Segundo informações da
Cagece, já existe um projeto na empresa para desativar/readequar essas estações. Já os
sistemas do tipo lagoas de estabilização foram implantados para atender a comunidades
maiores, e em sua grande maioria, atendem ao referido Padrão.
120
1
40
Lagoas de
67 Estabilização
Decanto-Digestor
UASB
Lodos Ativados
70
UN BBJ
UN BBA
UN BAJ
10 6 5 4
8 UN BSA
13
30 UN BPA
21 UN BME
UN MTL
UN BAC
7
GETES
UN BCL
24
35
1 UN MTS
14
UN MTN
UN MTO
Figura 2.12 – Relação de sistemas operados pela Cagece por Unidades de Negócio.
Fonte: Cagece, 2008.
121
3.CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA
Segundo o IPECE (2007), o Estado do Ceará possui uma área de 148,83 mil km2,
correspondente a 1,74% do território nacional, o que lhe confere a décima sétima posição
dentre os estados brasileiros, e 9,57% da região Nordeste, ocupando a quarta posição dentre
os estados desta região. A proximidade do Estado em relação a outros continentes, como a
Europa, a América do Norte e a África, favorece sua inserção no comércio e turismo
internacionais, conforme Figura 3.1. Com relação à evolução político-administrativa, em 1940
existiam 87 municípios, saltando em 2006 para 184 municípios, ou seja, um crescimento de
111,5%.
122
• Proposição do(s) tipo(s) de reúso para as ETEs selecionadas;
• Proposição de melhorias necessárias para implementação do reúso;
• Estudo de viabilidade técnica e econômica;
• Proposição de condições e diretrizes para o fortalecimento do reúso no Estado;
• Apresentação e discussão dos resultados;
• Avaliação do trabalho desenvolvido.
123
O levantamento bibliográfico é essencial à delimitação do problema e ao
desenvolvimento da fundamentação teórica. Compreendeu assuntos relacionados à crise da
água, aos tipos de reúso, riscos ambientais e sanitários e os aspectos institucionais, legais e
normativos, tanto em nível nacional quanto internacional. Foi apresentado no Capítulo 2.
A caracterização da área de estudo encontra-se no item 2.5 e abrangeu os temas:
condicionantes físicas, bióticos e populacionais, consumo de água e geração e tratamento de
esgoto e relação dos sistemas de esgotamento sanitário no Estado do Ceará.
Análise dos relatórios de monitoramento (período de 2000 a 2008), identificação das
vazões de reúso, levantamento das características físico-químicas e coliformes
termotolerantes dos efluentes tratados e visita técnica às ETEs constituíram etapas para
caracterizar as ETEs do Ceará. Os resultados desta etapa encontram-se também descritos no
capítulo 4.
A partir da caracterização das estações de tratamento de esgoto, foram escolhidas as
que poderão ter seus efluentes utilizados em diversos fins, em função, principalmente, das
vazões disponíveis e das características dos efluentes, e de outros fatores, tais como:
disponibilidades de áreas; necessidades de usos; custos; etc.
Após a seleção das ETEs foi realizada uma análise crítica para avaliar qual a
possibilidade de reúso (agrícola, piscicultura, urbano ou industrial) era mais viável para cada
uma das ETEs.
O trabalho conclui propondo um programa de gestão do uso de esgotos domésticos
tratados para todo o estado do Ceará.
124
Como mencionado anteriormente, dos 178 sistemas de tratamento isolados operados
pela Cagece, 39,3% correspondem a lagoas e estabilização, e de acordo com Crook (1991),
dentre uma grande variedade de métodos e sistemas de tratamento de águas residuárias
disponíveis, as lagoas de estabilização são consideradas um dos melhores métodos de
tratamento quando o efluente é destinado à irrigação, pois estas produzem um efluente com
uma excelente qualidade microbiológica, onde a saúde dos trabalhadores e da população em
geral, que utilizam ou consomem produtos irrigados com os efluentes gerados, não é afetada.
A seleção das ETEs para avaliação do potencial de reúso foi feita com base nos
seguintes critérios: vazão e qualidade.
Inicialmente, foi levantadas junto a Cagece a relação de sistemas operados, e
respectivas formas de tratamento e vazões de operação. Em seguida, foram levantados junto a
Gerência de Controle de Qualidade (GECOQ) da Cagece os laudos de qualidade sanitária dos
efluentes dos sistemas operados pela Empresa referentes ao período de 2000 a 2008.
De posse das informações de vazão e qualidade físico-química e sanitária
classificaram-se os sistemas em 5 grupos descritos a seguir, sendo o primeiro Grupo operado
pelas Prefeituras Municipais e os demais Grupos operados pela Cagece:
• Grupo 1: Sistemas tipo lagoas de estabilização;
• Grupo 2: Sistemas do tipo decanto-digestor seguido de filtro anaeróbio e desinfecção;
• Grupo 3: Sistemas do tipo reator UASB seguido de desinfecção;
• Grupo 4: Sistemas do tipo lagoas de estabilização em operação no interior do Estado ;
• Grupo 5: Sistemas do tipo lagoas de estabilização em operação na Região
Metropolitana de Fortaleza (Fortaleza, Maracanaú e Caucaia).
As relações dos grupos encontram-se descritos nas Tabelas 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5,
respectivamente.
125
Tabela 3.1 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 1.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Acaraú Juritianha 1 LF 0,9
Bela Cruz São Gonçalo 1 LF 0,6
Cariré Tapuio 1 LF 0,5
Coreaú Araquém 1 LF 1,2
Croatá Betânia 1 LF 1,2
Fortaleza Conj. Renascer 1 LF e 3 LM em série 3,2
Irauçuba Juá 1 LF 1,1
Irauçuba Missi 1 LF 0,8
Itarema Carvoeiro 1 LF 0,4
Maraújo B. Esperança 1 LF 0,3
Maraújo Goiania 1 LF 0,6
Marco Panacuí 1 LF 0,8
Massapê Tuina 1 LF 1,2
Meruoca Camilos 1 LF 0,8
Morrinhos Mutambeiras 1 LF 2,3
Morrinhos S. Alegre 1 LF 3,8
Santana do Acaraú Sapo 1 LF 0,4
Santana do Acaraú Parapui 1 LF 1,2
Senador Sá Serrota 1 LF ND
Sobral Derby 1 LF ND
Sobral COHAB 1 2 LF ND
Sobral COHAB 2 1 LF ND
Sobral Pe. Palhano 1 LF e 2 LM ND
126
Tabela 3.2 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 2
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Baturité Prourb 01 1 módulo de DD + FA e cloração 0,3
Baturité Prourb 02 1 módulo de DD + FA e cloração 0,4
Caucaia Conj. Novo São Miguel 16 módulos de DD + FA e cloração 4,0
Cedro Sede 5 módulos de DD + FA e cloração ND
Crateús ETE 1 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Crateús ETEs 2 1 módulo de DD + FA e cloração 1,1
Crateús ETE 3 1 módulo de DD + FA e cloração 1,2
127
Tabela 3.2 – Relação dos sistemas do tipo Grupo 2 - continuação
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Fortaleza Marcos Freire 1 módulo de DD + FA e cloração 9,7
Conj. da PM -
Fortaleza 1 módulo de DD + FA e cloração 0,4
Messejana
Fortaleza Nova Descoberta 1 módulo de DD + FA e cloração 0,8
Fortaleza 8 de setembro 1 módulo de DD + FA e cloração 3,9
Fortaleza Planalto Pici 1 módulo de DD + FA e cloração ND
Fortaleza Jardim União I 3 módulos de DD + FA e cloração 4,3
Fortaleza Unidos Venceremos 2 módulos de DD + FA e cloração 4,9
Fortaleza Sítio Estrela 1 módulo de DD + FA e cloração 4,2
Fortaleza Ipaumirim 1 módulo de DD + FA e cloração 2,7
Fortaleza Chico Mendes 3 1 módulo de DD + FA e cloração 0,3
Fortaleza São José da Paupina 1 módulo de DD + FA e cloração 1,1
Fortaleza 24 de Março 1 módulo de DD + FA e cloração 0,9
Fortaleza Res. Santa Helena 1 módulo de DD + FA e cloração 7,2
Guaramiranga Forquilha 1 módulo de DD + FA e cloração ND
Maracanaú Conj. Hab. Nova Vida 8 módulos de DD + FA e cloração ND
Maranguape Alto do Bilias 1 módulo de DD + FA e cloração 7,0
Pacoti ETE do Alho 1 módulo de DD + FA e cloração 0,2
Pacoti Sede 1 módulo de DD + FA e cloração 3,7
Quixadá ETE Mutirão 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Quixadá ETE Renascer 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Quixadá ETE COHAB 1 módulo de DD + FA e cloração 1,4
Quixadá ETE Chico Braz 1 módulo de DD + FA e cloração 1,2
Micro Área do
Saboeiro 1 módulo de DD + FA e cloração 0,3
PROURB
DD – Decanto-Digestor; FA – Filtro Anaeróbio; ND – Não Determinado.
128
Tabela 3.3 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo3.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Aratuba Sede 1 UASB + RA e cloração 5,0
Baturité Bairro São Francisco 1 UASB e cloração 1,2
Cascavel Sede 1 UASB e cloração 2,4
Caucaia Conj. Itambé 1 UASB e cloração 4,3
Caucaia Conj. Velho São Miguel 1 UASB e cloração 2,7
Caucaia Potíra II 8 UASB e cloração ND
Fortaleza Conj. Por-do-sol 3 UASB em paralelo e cloração 4,1
Fortaleza Aracapé III 2 UASB em paralelo e cloração 7,8
Fortaleza Curió I 4 UASB em paralelo e cloração ND
Fortaleza Curió II 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Dias Macedo 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Itaperí I 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Novo Barroso II 3 UASB em paralelo e cloração 6,9
Fortaleza Novo Mondubim II 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Pindorama 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Riacho doce 2 UASB em paralelo e cloração ND
Fortaleza Zeza / tijolo 1 UASB e cloração 3,9
Fortaleza Lago azul 2 UASB em paralelo e cloração ND
Fortaleza Lagoa do Zeza 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Sitio santana 1 UASB e cloração ND
Fortaleza Conj. Hab. Sumaré 1 UASB e cloração ND
Granjeiro Sede 1 UASB+ FA e cloração 4,7
Guaramiranga Sede 1 UASB e cloração 3,1
Horizonte Bairro Zumbi 1 UASB e cloração 1,0
Itaitinga Bairro Prourb 1 UASB e cloração 1,6
Juazeiro do Norte Bairro Multirão 1 UASB e cloração ND
Maranguape Dakota 1 UASB e cloração 2,8
Maranguape Pedro Câmara 1 UASB e cloração 1,4
Mulungu Sede 1 UASB + RA e cloração 1,1
Palmácia Sede 1 UASB e cloração 1,7
Redenção Sede 1 UASB e cloração 2,1
Tarrafas Sede 1 UASB e cloração 6,8
Tauá Bairro Alto do Brilhante 1 UASB e cloração 1,5
Tauá Bairro Bezerra de Souza 1 UASB e cloração 2,5
Tianguá Aeroporto 1 UASB e cloração ND
Tianguá Cibrazem 1 UASB e cloração ND
UASB – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente; RA – Reator Aerado; ND – Não Determinado.
129
Tabela 3.4 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 4.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Acarape Sede 1 LA e 2 LM em série. 19,5
Acopiara Sede 1 LA e 2 LM em série. 22,3
Acaraú Sede 2 LF em paralelo. 38,8
Altaneira* Sede 1 LA e 2 LM em série. 3,7
Aracati* Canoa Quebrada 1 LA e 2 LM em série. 1,6
Aquiraz Sede 2 LA, 2 LA e 4 LM em série. 68,6
Aurora Sede 1 LF e 3 LM em série 30,7
Barbalha* Sede 1 LF e 2 LM em série 9,3
Barro* Sede 1 LF e 2 LM em série. 95,0
Barreira* Sede 1 LF e 3 LM em série 5,9
Barroquinha* Sede 1 LF e 2 LM em série 3,0
Barroquinha* Bitupitá 1 LF e 2 de LM em série 5,6
Beberibe Sede 1 LF e 2 LM em série 19,0
Campos Sales Sede 1 LF e 2 LM em série 61,3
Catarina Sede 1 LF e 2 LM em série 4,2
Crateús Sede 1 LF e 2 LM em série 12,6
Croata* Sede 2 LF e 2 LM 6,1
Guaiuba Sede 1 LF e 2 LM em série 19,5
Graça* Sede 1 LF e 2 LM em série 2,3
Graça* Lapa 1 LF e 2 LM em série 0,8
Independência* Sede 1 LF e 3 LM em série 36,3
Itapipoca Sede 1 LA, 1 LF e 2 de LM em série. 128,0
Itapipoca* Lagoinha 1 LA 2 LM em série. 33,6
Itapipoca* Marinheiro 1 LA 2 LM em série. 3,1
Itapipoca* Baleia 1 LA 2 LM em série. 1,3
Jijoca Sede 1 LA 2 LM em série. 5,8
Juazeiro do Norte Sede 2 LA, 2 LF em paralelo e 1 LM 260,8
Mauriti Sede 1 LF 18,3
Missão Velha Sede 1 LA 3 LM em série 20,0
Nova Jaguaribara Sede 1 LA 2 LM em série 10,4
Pacatuba Sede 1 LA 3 LM em série todas em série 31,4
*Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto ainda não tem efluente vertendo na última lagoa. Todavia apresentam um alto
potencial para a prática do reúso. LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação; ND –Não Determinado.
130
Tabela 3.4 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 4 – Continuação.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Paraipaba Lagoinha 1 LA 2 LM em série. 15,9
Paraipaba Sede 1 LA 2 LM em série 15,9
Paracuru Sede 1 LA 2 LM em série 34,4
Poranga* Sede 1 LA 2 LM em série 6,6
Quixadá Campo Novo 1 LA, 1 LF e 2 LM em série. 10,9
Russas Sede 1 LF 19,0
Salitre* Sede 1 LA 2 LM em série 2,8
São Benedito Sede 2 reatores UASB, 1 LF e 1 LM em série 10,7
S. G. do Amarante Pecém 1 LA 3 LM em série 9,8
S. G. do Amarante Sede 1 LA 3 LM em série 23,5
Tabuleiro do Norte Sede 1 LF 36,3
Trairi Sede 1 LA 3 LM em série 12,3
Uruoca* Sede 1 LA 3 LM em série 4,2
*Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto ainda não tem efluente vertendo na última lagoa. Todavia apresentam um alto
potencial para a prática do reúso. LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação; ND –Não Determinado.
Os sistemas do Grupo 1, em sua maioria, são compostos por uma única lagoa
facultativa que na prática está funcionando como uma lagoa anaeróbia, devido a elevada
concentração de carga orgânica, e o efluente gerado, normalmente não atende ao Padrão de
Lançamento e as recomendações da WHO (2006a) para a prática do reúso.
Os sistemas do Grupo 2 e 3 são compactos, e em sua grande maioria estão localizados
em área urbana, geralmente sem disponibilidade de área para readequação, por estar inserido
no meio da comunidade e, como consequência, também não dispõem de área para a prática do
reúso.
Já os sistemas do Grupo 4 estão localizados em áreas afastadas das comunidades e
dispõem de área no entorno ou próximo à estação para realizar readequações, se necessário, e
também para a implantação da prática de reúso na área agrícola e na piscicultura.
Os sistemas do Grupo 5 estão localizados na RMF e, apesar da grande maioria estar
inserido bem próximo à comunidade, possui uma qualidade melhor e, caso seja necessário,
também possuem área para readequação da ETE, visando melhorar a qualidade do efluente,
principalmente visando a prática do reúso urbano e industrial.
131
Tabela 3.5 – Relação e descrição dos sistemas do Grupo 5.
Qmed
Município Sistema Descrição da ETE
(L/s)
Conj. Araturi I 2 LF em paralelo 44,2
Conj. Nova Metrópole 1LF 62,7
Conj. Hab. Planalto 1 LF 12,1
Conj. Tabapuá 1 LF e 2 LM em série ND
Caucaia
Conj. São Francisco 2 LF em paralelo 9,1
Sede 1 LA, 1 LF e 3 LM em série 153,9
Conj. Marechal Rondon 1 LA, 2 LF e 2 LM em série 44,7
Conj. Guadalajara 1 LA, 1 LF e 3 LM em série 2,8
Conj. Fluminense 1 LA, 1 LF e 1 LM, em série 8,5
Conj. Palmeiras II 1 LA, 1 LF e 2 LM, em série 36,5
Conj. Tupã - Mirim 1 LF aerada, 1 LF, e 2 LM em série 8,4
Conj. Hab. Jereissati 1 LA, 1 LF e 2 LM em série 15,0
Conj. Almirante Tamandaré 1 LA, 1 LF e 2 LM em série 4,3
Conj. Ceará - 4ª etapa 3 LF em paralelo 92,1
Fortaleza
Conj. Jereissati III 1 LF 15,6
Conj. João Paulo II 1 LF 12,3
Conj. São Cristovão 1 LA, 1 LF e 2 LM em série 33,4
Conj. Tancredo Neves 1 LA. 23,4
Conj. Esperança 1 LA 27,7
Conj. José Walter III 1 LA e 2 LM em série 84,0
Maracanaú** SIDI 1 LA, 1 LF e 3 LM em série 523,0
* Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto ainda não tem efluente vertendo na última lagoa. Todavia apresentam um alto
potencial para a prática do reúso. ** Efluente industrial. LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de Maturação; ND –
Não Determibnado.
Para este estudo, os Grupos 1, 2 e 3 serão excluídos, haja vista que os mesmos não
atendem aos requisitos mínimos para a prática do reúso, conforme descrito anteriormente.
Portanto, somente os Grupos 4 e 5 serão avaliados quanto ao seu potencial de reúso e o tipo
de reúso que é mais adequado do ponto de vista ambiental, social e econômico.
132
Um dos pontos importantes a se observar no Grupo 4 é que, dos 44 (quarenta e quatro)
sistemas, 17 (dezessete) sistemas ainda não atingiram a carga plena de operação. Dentre os
fatores que contribuíram para essa situação pode-se citar o fato de alguns deles terem pouco
tempo de operação, o fato de o número de usuários ligados à rede coletora ainda ser muito
baixo, e um dos maiores agravantes é o fato de muitos deles terem sido superdimensionados.
O valor per capita de geração de esgoto adotado na elaboração dos projetos foi de 150 L/hab.
dia, o que, para as comunidades do interior do Estado, pode ser considerado elevado. A maior
parte dos sistemas de lagoas de estabilização está operando com folga de vazão, e, portanto,
possui capacidade para receber o maior número de ligações à rede.
Vale ressaltar que esses (18) dezoito sistemas, quando estiverem operando em regime,
terão um potencial elevado para a prática do reúso, principalmente agrícola, pois as estações
de tratamento estão localizadas em área distantes da área urbana, e em municípios de grande
estresse hídricos. Outro aspecto importante é o fator de haver área disponível nas vizinhanças
das estações de tratamento, e que estas normalmente têm como vizinhos agricultores, os quais
se forem devidamente sensibilizados sobre os benefícios e as vantagens da prática do reúso,
poderão utilizar o efluente tratado gerado nas estações como uma fonte alternativa de água
para a rega das culturas por eles praticadas.
134
ofertado pela companhia de saneamento dentro dos padrões adequados para as atividades
citadas.
Inicialmente, a Associação das Empresas do Distrito Industrial (AEDI) de Maracanaú
foi contactada e sensibilizada sobre o objetivo do trabalho a ser desenvolvido e a importância
do mesmo para melhoria da gestão dos recursos hídricos no Estado.
A AEDI forneceu os contatos (área de atuação, responsável, endereço, telefone e e-
mail) de todos os seus filiados. De posse dessas informações foram feitos os contatos com as
empresas e aplicado o questionário, cujo modelo encontra-se no Anexo V.
Por meio da aplicação do questionário foi possível identificar o perfil do consumidor
potencial, as principais demandas por água e se há ou não interesse pela adoção da prática do
reúso. Os resultados deste estudo serviram de base para a proposição das melhorias
necessárias para atender às necessidades desses usuários e, bem como os custos de
implantação/operação. De posse dessas informações foi realizado o estudo de viabilidade
econômico-financeira da adoção do reúso junto às empresas do DI de Maracanaú. Os
resultados também estão descritos no Capítulo 4.
Em relação ao reúso urbano, constatou-se que o maior mercado consumidor seria a
Prefeitura Municipal de Fortaleza, pois a mesma poderia substituir o uso de água bruta pela
água de reúso na rega de parques e áreas verdes.
Foi feito o contato com a EMLURB (Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização) para
solicitar informações de como é feita a rega das áreas verdes atualmente (fonte, volume de
água, área irrigada, forma de irrigação e custo do processo). Na ocasião também foi avaliado
o nível de interesse pela adoção da prática do reúso pela referida empresa.
De posse dessas informações, foram definidas quais estações em Fortaleza possuíam
qualidade e vazão suficiente para atender a demanda da Prefeitura. Após a seleção das ETEs
constatou-se a necessidades de realizar um pós-tratamento do efluente para minimizar
possíveis riscos de contaminação aos trabalhadores responsáveis por realizar a rega das áreas
verdes e também aos cidadãos que têm algum tipo de contato com essas áreas.
Em seguida foi analisada a qualidade atual do efluente e a qualidade requerida e
definido o qual seria o pós-tratamento necessário. De posse dessas informações, foi realizado
o estudo de viabilidade econômico-financeira, cujos resultados também estão descritos no
próximo capítulo.
135
4. CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos dados obtidos sobre a caracterização da área de estudo, pode-se observar
que:
O Estado do Ceará ainda é bastante carente de atendimento por sistemas de
saneamento básico. Todavia houve uma evolução considerável na área nas últimas
décadas, principalmente na RMF, a qual, com a finalização das obras de
saneamento dos Programas SANEAR II/PAC, terá o índice de cobertura de esgoto
elevado de 60% para 80%;
O principal sistema de tratamento de esgoto utilizado no Ceará, tanto pela Cagece,
quanto pelos SAAEs é o constituído por lagoas de estabilização;
Geralmente, tem sido necessário um mínimo de quatro lagoas de estabilização em
série para o efluente atender ao padrão de lançamento, Portaria
Nº154/2002/SEMACE e às recomendações da WHO (2006a) para a prática do
reúso;
136
Devido as suas condições climáticas, geológicas e pedológicas o Estado do Ceará
está sujeito a um intenso estresse hídrico, que pode ser minimizado com a adoção
da prática do reúso, principalmente na agricultura e piscicultura;
A adoção da prática de reúso poderá contribuir efetivamente para: preservar os
recursos hídricos; reduzir o consumo de fertilizantes, aumentar a produtividade das
culturas, sem aumentar a demanda por água; e criar mais empregos no campo;
À parte do reúso, é primordial que o Ceará invista em programas de educação
ambiental e de racionalização do uso da água, de modo a diminuir os desperdícios
e o consumo per capita, e quebrar os paradigmas e rejeições por parte da
população em relação ás culturas irrigadas com efluentes tratados.
Com relação as ETEs operadas pela Cagece, verificou-se que a empresa monitora,
sistematicamente, por meio de análises periódicas para efluentes brutos e tratados os
parâmetros definidos no art. 4º da Portaria Nº 154/02/SEMACE. Vale ressaltar que o § 2 do
referido artigo estabelece que, devido às características específicas, os efluentes provenientes
de sistemas de lagoas de estabilização deverão obedecer aos mesmos padrões estabelecidos no
art. 4º, com exceção dos seguintes:
III - Demanda Química de Oxigênio (DQO) da amostra filtrada em filtro de fibra de vidro
e poro com diâmetro (Ø) entre 0,7 à 1,0 μm: 200,0 mg/L;
138
A análise prévia dos dados apresentados demonstra que os sistemas dos Grupos 4 e 5
apresentaram um elevado nível de oscilações durante o período avaliado, principalmente em
relação aos parâmetros STS, DQOF, DBOF e Coliformes Termotolerantes.
Os sistemas do tipo lagoas de estabilização, apesar de se tratarem de sistemas biológicos e
estarem sujeitos a ações de intempéries, têm como característica, após entrarem em regime
permanente, manter uma regularidade na eficiência de tratamento.
Com exceção das ETEs Pacajus e SIDI (Grupo 5 – RMF), que recebem esgotos
industriais, e conseqüentemente, estão sujeitos a uma variação maior na qualidade do afluente,
os demais sistemas tratam apenas esgoto doméstico, e, portanto, deveriam apresentar um nível
de eficiência mais uniforme.
Em razão da simplicidade e da robustez, as lagoas de estabilização não recebem a
devida atenção. Infelizmente, ainda é bastante forte a cultura de que lagoas de estabilização
não precisam de operação e manutenção. Este foi um dos principais fatores identificados,
durante a realização deste trabalho, como responsável pelas oscilações na eficiência dos
sistemas.
Enquanto esse paradigma não for quebrado, e as ETEs não receberem uma operação
mínima, o nível de eficiência de tratamento continuará oscilando e, dificilmente, os efluentes
vão atingir os valores projetados.
Outro fator que também pode estar contribuindo para a diminuição da eficiência dos
sistemas do Grupo 5, é que a grande maioria já possui mais de 20 anos de operação, e
portanto, o volume de lodo acumulado já deve estar bastante elevado, causando o
assoreamento das lagoas, diminuindo o TDH e comprometendo a eficiência dos tratamentos.
Outro fator que contribui efetivamente para aumentar o nível de assoreamento desses sistemas
é a ausência de tratamento preliminar (gradeamento e desarenador) na maioria das estações
elevatórias.
A formação de lodo em lagoas de estabilização tem origem na deposição do material
sedimentável do esgoto no fundo do reator. A fração orgânica deste material é decomposta
pelos microrganismos anaeróbios, sendo transformada em gases (CH4 e CO2, principalmente),
produtos solúveis intermediários da decomposição e material sólido mineralizado. Este
material mineralizado constitui-se na fração inorgânica, que se acumula de forma perene no
fundo da lagoa ao longo dos anos de operação. A acumulação de lodo no fundo das lagoas é
bastante acelerada nos primeiros anos de operação, diminuindo sensivelmente ao longo dos
139
anos (2 a 20 anos) devido ao aumento da atividade de liquefação e gaseificação no lodo de
fundo. Importância secundária tem sido tradicionalmente atribuída ao problema do lodo
produzido em lagoas de estabilização. Certamente, os prazos bastante dilatados previstos para
que se realize a remoção do lodo de dentro do reator (geralmente de 5 a 10 anos) contribuem
nesse sentido (MARAIS, 1971).
Na Tabela 4.1 encontram-se os valores dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados pela Cagece nos sistemas do Grupo 4, de 2000 a 2008. A Tabela
4.2 contém os valores monitorados nos sistemas do Grupo 5, no mesmo período.
140
Tabela 4.1– Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 4 no período de 2000 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Mínimo 8,50 93,00 292,70 73,60 ND ND ND ND
Acarapé Médio 8,70 143,00 326,53 129,30 ND ND ND ND
Máximo 9,10 190,00 381,20 163,90 ND ND ND ND
Mínimo 7,4 43,0 149,2 59,7 ND ND ND ND
Acopiara Médio 8,6 115,3 314,6 113,0 1094,0 ND ND ND
Máximo 9,9 367,0 822,2 296,6 1122,0 ND ND ND
Mínimo 6,7 49,0 73,9 45,3 1210,0 1,4 ND ND
Acaraú Médio 8,4 114,4 241,8 92,8 1210,0 1,4 ND ND
Máximo 9,4 165,0 367,0 164,9 1210,0 1,4 ND ND
Mínimo 7,70 26,00 40,20 27,90 528,00 ND ND 1,0E+01
Aquiraz Médio 8,44 161,58 171,16 88,81 667,33 ND ND 8,1E+03
Máximo 10,42 790,00 307,20 153,50 830,00 ND ND 2,2E+04
Mínimo 7,3 26,0 100,2 48,6 1369,0 32,6 4,2 0,0E+00
Aurora Médio 8,5 87,4 231,7 98,2 1413,5 65,1 5,0 0,0E+00
Máximo 9,7 158,0 412,6 152,9 1458,0 97,6 5,8 0,0E+00
Mínimo 8,2 7,0 167,6 79,9 ND ND ND ND
Beberibe Médio 9,4 140,7 313,3 104,5 ND ND ND ND
Máximo 10,8 335,0 601,2 164,7 ND ND ND ND
Mínimo 8,1 7,3 126,2 53,2 ND ND ND ND
Campo
Médio 9,4 98,9 198,5 85,2 ND ND ND ND
Sales
Máximo 10,1 217,0 310,5 124,1 ND ND ND ND
Mínimo 7,61 69,00 285,70 189,20 1389,00 6,88 7,52 ND
Catarina Médio 8,06 326,57 486,61 310,53 1389,00 6,88 7,52 ND
Máximo 8,44 1051,00 770,00 411,80 1389,00 6,88 7,52 ND
Mínimo 7,35 88,00 151,80 38,25 593,00 ND ND 3,8E+02
Crateús Médio 8,86 187,56 344,04 114,23 593,00 ND ND 3,8E+02
Máximo 11,42 299,00 561,60 278,40 593,00 ND ND 3,8E+02
Mínimo 7,3 26,0 100,2 48,6 1369,0 32,6 4,2 ND
Guaiúba Médio 8,5 87,4 231,7 98,2 1413,5 65,1 5,0 ND
Máximo 9,7 158,0 412,6 152,9 1458,0 97,6 5,8 ND
Mínimo 7,20 75,00 113,10 59,70 1005,00 ND ND 6,9E+00
Itapipoca Médio 8,54 117,80 205,88 82,48 1005,00 ND ND 6,9E+00
Máximo 9,36 208,00 309,40 109,10 1005,00 ND ND 6,9E+00
Mínimo 9,30 45,00 154,40 39,90 ND ND ND ND
Jijoca Médio 9,75 69,00 242,90 53,15 ND ND ND ND
Máximo 9,84 111,00 321,00 66,40 ND ND ND ND
Juazeiro Mínimo 7,21 28,00 68,30 42,50 815,00 9,70 ND 6,0E+02
do Médio 8,20 163,14 193,01 86,52 1212,59 17,55 ND 1,9E+04
Norte Máximo 9,26 870,00 304,30 188,78 1709,00 31,50 ND 1,2E+05
Mínimo 7,4 92,0 86,8 113,6 ND ND ND ND
Mauriti Médio 8,1 322,4 359,3 178,9 ND ND ND ND
Máximo 9,4 985,0 704,9 226,5 ND ND ND ND
Fonte: Cagece, 2008.
ND – Não Determinado.
141
Tabela 4.1 – Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 4 no período de 2000 a 2008 –
Continuação.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Mínimo 7,45 8,00 94,30 32,10 591,00 ND ND 2,0E+02
Missao
Médio 9,39 236,00 352,96 115,36 779,00 ND ND 2,0E+02
Velha
Máximo 11,00 1044,00 679,60 261,80 956,00 ND ND 2,0E+02
Mínimo 7,6 18,0 173,9 21,0 ND ND ND 4,2E+03
Nova
Médio 8,5 231,6 481,3 141,2 ND ND ND 8,2E+04
Jaguaribara
Máximo 9,2 533,0 1028,5 348,1 ND ND ND 1,6E+05
Mínimo 7,0 10,0 8,0 2,0 3840,0 0,6 ND 1,7E+02
Pacajus Médio 8,1 219,2 336,8 143,6 5457,0 294,1 ND 1,1E+07
Máximo 9,4 1015,0 1562,1 562,1 6970,0 100,0 ND 1,6E+08
Mínimo 7,20 27,00 100,20 35,40 ND ND ND ND
Pacatuba Médio 8,67 66,89 219,46 89,82 ND ND ND ND
Máximo 9,49 118,00 666,80 180,00 ND ND ND ND
Mínimo 7,2 20,0 101,0 14,0 1094,0 2,0 ND 2,9E+02
Paraipaba Médio 7,8 100,7 275,3 128,3 1094,0 2,0 ND 6,5E+02
Máximo 9,4 182,0 517,7 243,7 1094,0 2,0 ND 1,0E+03
Mínimo 7,5 51,0 131,0 35,5 460,0 ND ND 3,0E+01
Paracuru Médio 8,8 82,8 186,9 74,0 460,0 ND ND 8,5E+03
Máximo 10,2 130,0 322,9 158,1 460,0 ND ND 1,7E+04
Campo Mínimo 7,0 0,1 69,0 26,1 1490,0 2,1 ND 4,1E+01
Novo- Médio 8,1 281,2 275,3 88,2 2217,1 24,2 ND 1,6E+05
Quixadá Máximo 9,1 1980,0 417,9 214,7 3010,0 34,6 ND 9,0E+05
Mínimo 6,6 40,0 38,0 24,8 942,0 16,5 ND 3,3E+02
Russas Médio 9,9 122,2 281,0 96,8 1690,3 21,3 ND 5,2E+05
Máximo 98,0 278,7 612,4 273,7 2420,0 30,0 ND 2,4E+06
Mínimo 8,00 35,00 88,90 19,50 640,00 ND ND 7,0E+04
São
Médio 8,67 92,33 177,75 83,55 660,00 ND ND 7,0E+04
Benedito
Máximo 11,55 202,00 325,80 261,80 680,00 ND ND 7,0E+04
São Mínimo 7,5 20,0 86,1 52,0 1323,0 115,6 ND 7,1E+04
Gonçalo Médio ND
8,9 63,2 131,4 72,6 1323,0 115,6 7,1E+04
do
Amarane Máximo 10,3 102,0 185,7 92,3 1323,0 115,6 ND 7,1E+04
Pecém - Mínimo 8,0 20,0 125,4 57,1 ND ND ND 2,1E+04
São Médio ND ND ND
9,9 34,0 172,5 79,1 2,1E+04
Gonçalo
do Máximo 11,0 44,0 219,8 91,7 ND ND ND 2,1E+04
Amarante
Mínimo 7,1 53,0 125,0 17,6 620,0 2,8 ND 1,8E+02
Tabuleiro
Médio 7,6 204,7 434,0 156,6 871,3 15,7 ND 8,2E+04
do Norte
Máximo 8,8 554,0 739,1 285,8 1080,0 28,7 ND 2,8E+05
Mínimo 7,7 12,0 29,7 13,8 768,0 ND ND ND
Trairi Médio 8,2 112,9 293,1 154,4 886,0 ND ND ND
Máximo 9,0 190,0 447,8 430,7 1004,0 ND ND ND
Média Geral 8,5 153,2 290,3 115,2 1907,1 36,0 ND 7,9E+05
Fonte: Cagece, 2008.
ND –Não Determinado.
142
Tabela 4.2– Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 5 no período de 2000 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Mínimo 7,8 71,0 126,4 46,6 1017,0 0,8 ND ND
Caucaia se Médio 9,0 98,5 172,1 71,5 1360,3 1,3 ND ND
Máximo 10,9 133,0 209,7 96,4 1731,0 1,8 ND ND
Conj. Mínimo 6,8 1,0 11,0 10,0 761,0 8,6 ND 2,00E+01
Parque Médio 8,0 37,0 107,3 46,3 981,2 29,7 ND 1,83E+05
Guadalajara Máximo 9,9 126,0 257,3 122,7 1174,0 71,6 ND 1,60E+06
Conj. Mínimo 7,2 2,0 7,8 6,0 802,0 0,0 4,7 1,00E+02
Marechal Médio 8,4 67,6 162,3 68,7 1298,8 17,2 6,8 1,41E+05
Rondon Máximo 9,8 204,0 341,7 140,9 1856,0 40,9 9,4 1,60E+06
Mínimo 7,1 10,0 7,0 5,9 780,0 15,2 4,0 1,10E+04
Conj. Médio 7,9 114,6 328,5 134,9 1227,1 39,0 4,7 9,39E+05
Araturi
Máximo 9,5 235,0 789,7 332,0 1767,0 76,2 5,4 1,60E+07
Mínimo 6,9 4,0 69,0 42,2 972,0 13,5 0,1 2,00E+03
Conj. Nova Médio 7,6 141,3 367,1 130,7 1241,6 42,9 0,6 1,32E+05
Metropole
Máximo 8,2 308,0 574,1 371,0 1522,0 68,1 1,0 7,90E+05
Mínimo 6,4 2,0 14,1 11,1 1042,0 9,1 1,0 3,40E+03
Conj. Médio 7,9 129,3 390,4 140,5 1370,3 40,5 1,0 4,00E+05
Planalto
Máximo 8,8 308,0 1526,0 821,9 1714,0 60,3 1,0 1,60E+06
Mínimo 7,0 5,0 33,7 10,0 229,0 0,7 5,4 9,50E+01
Conj. Médio 8,2 67,8 177,0 80,7 1192,4 21,5 5,4 9,13E+04
Tabapuá
Máximo 9,8 180,0 425,5 204,4 1757,0 40,0 5,4 1,60E+06
Mínimo 7,0 8,0 77,0 10,0 953,0 10,4 1,2 2,40E+04
São Médio 7,8 111,4 302,6 106,6 1395,6 44,6 1,2 1,65E+06
Francisco
Máximo 11,0 457,1 777,3 361,1 1665,0 67,8 1,2 1,60E+07
Mínimo 6,8 4,0 33,1 20,0 956,0 18,8 1,1 1,30E+03
Conj. Ceará Médio 7,7 136,1 342,8 135,8 1212,1 49,7 2,1 4,03E+05
Máximo 8,8 310,0 796,2 840,4 1516,0 72,1 4,0 1,60E+06
Conj. Mínimo 6,6 15,0 73,2 30,0 762,0 0,6 9,8 6,00E+02
Jereissati Médio 8,0 120,4 303,6 124,4 1204,4 15,5 37,3 3,35E+05
III Máximo 9,3 330,0 837,2 289,0 1881,0 41,6 76,2 1,60E+06
Mínimo 6,8 12,0 53,8 5,5 893,0 32,7 ND 2,00E+03
Conj. João
Médio 7,8 97,6 243,4 86,9 1171,3 35,7 ND 1,79E+05
Paulo II
Máximo 8,9 914,0 471,5 289,1 1360,0 38,7 ND 9,00E+05
Mínimo 6,8 8,0 26,7 9,4 749,0 0,4 ND 1,50E+02
São
Médio 8,4 63,7 162,0 62,9 1129,9 8,2 ND 7,89E+05
Cristovão
Máximo 9,4 248,0 481,7 283,0 1573,0 16,0 ND 9,00E+06
Conj. Mínimo 6,9 10,0 43,2 7,4 855,0 43,0 ND 3,90E+04
Tancredo Médio 7,6 120,8 356,7 151,8 1217,4 63,0 ND 8,18E+05
Neves Máximo 8,3 264,0 841,5 405,0 1540,0 80,2 ND 1,10E+07
Mínimo 7,0 4,0 77,4 23,3 779,0 17,2 ND 3,90E+02
Conj.
Médio 7,7 103,9 316,0 125,2 1296,5 36,5 ND 4,17E+05
Esperança
Máximo 8,9 348,0 789,7 404,3 8600,0 50,5 ND 1,60E+06
Mínimo 6,8 10,0 30,0 16,7 860,0 24,5 1,8 1,00E+03
Conj. José
Médio 7,8 94,7 274,4 99,0 1195,9 42,3 1,8 6,45E+05
Water III
Máximo 9,0 238,0 581,7 304,5 1591,0 60,4 1,8 2,50E+06
Mínimo 6,6 52,0 22,1 ND 993,0 4,4 ND ND
ETE
Médio 7,4 119,8 251,4 ND 1365,0 4,4 ND ND
Itaperussu
Máximo 8,8 204,0 419,2 ND 1523,0 4,4 ND ND
Fonte: Cagece, 2008. ND –Não Determinado.
143
Tabela 4.2 – Valores mínimos, médios e máximos dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos monitorados nos sistemas do Grupo 5 no período de 2000 a 2008 –
Continuação.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
Sistemas Valores pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
Conj. Mínimo 7,4 252,0 31,0 6,0 1034,0 75,3 2,9 ND
Parque Médio 8,2 430,9 180,5 75,1 1595,5 59,5 6,1 ND
Fluminense Máximo 9,1 1493,0 365,0 349,6 2080,0 75,3 9,9 ND
Conj. Mínimo 7,3 54,0 18,0 10,0 740,0 0,1 2,0 ND
Parque Médio 8,7 326,6 154,2 54,2 1256,7 15,5 3,2 ND
Palmeiras Máximo 11,2 796,0 288,3 215,3 1744,0 28,6 4,3 ND
Mínimo 6,9 72,0 34,0 9,0 593,0 7,4 1,6 ND
Conj. Tupã
Médio 8,4 398,6 202,0 71,0 991,6 21,9 2,8 ND
Mirin
Máximo 9,9 878,0 435,0 160,0 1318,0 43,6 4,8 ND
Mínimo 6,6 15,0 73,2 30,0 762,0 0,6 9,8 ND
Conj.
Médio 8,0 120,4 303,6 124,4 1204,4 15,5 37,3 ND
Jeirissati
Máximo 9,3 330,0 837,2 289,0 1881,0 41,6 76,2 ND
Conj. Mínimo 5,9 3,0 24,3 15,8 711,0 0,2 2,7 ND
Amirante Médio ND
7,2 36,0 101,7 38,0 1023,0 31,0 2,7
Tamandaré
I Máximo 8,3 128,3 305,0 76,0 1328,0 47,1 2,7 ND
Mínimo 6,6 14,0 12,0 11,0 1604,0 0,2 ND ND
SIDI Médio 8,3 1122,3 217,0 89,5 3111,9 9,0 ND ND
Máximo 11,6 2921,0 659,9 306,0 5070,0 24,9 ND ND
Média Geral 8,3 176,0 170,7 66,6 1217,0 23,0 9,8 3,72E+05
Fonte: Cagece, 2008
ND – Não Determinado
4.2.1 PH
Segundo Von Sperling (2005), apud Bezerra et al. (2007) o potencial hidrogeniônico,
representa a concentração do íon hidrogênio (H+) em escala anti-logarítimica dando uma
indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. A Figura 4.1
mostra os valores médios de pH dos sistemas da RMF e interior.
Segundo Feiden (2001) apud Campos (2006), os maiores valores de pH tendem a
ocorrer nas lagoas de maturação, uma vez que são mais rasas e assim a radiação solar penetra
praticamente toda a massa de água, ocorrendo elevada concentração de oxigênio dissolvido
resultante da fotossíntese.
Como esperado na maioria dos sistemas o pH médio variou de neutro a básico,
mantendo-se dentro dos limites estabelecidos pela Portaria Nº 154/2002/SEMACE para
144
lançamento de efluentes, que é na faixa de 7,5 e 10,00. Todavia, vale ressaltar que
dependendo do uso desse efluente esse valor pode ser um pouco mais restritivo.
A faixa de pH adequado à irrigação está entre 6,5 e 8,4. Efluentes de sistemas
biológicos de tratamento de esgotos com pH fora dessa faixa poderão causar desequilíbrios
nutricionais à planta (AYERS e WESTCOT, 1991). O pH controla a solubilidade dos
nutrientes do solo exercendo, por isso, considerável influência sobre a absorção dos mesmos
pelas plantas.
Na prática, o pH torna-se relevante quando se conhece a textura e a estrutura do solo.
A absorção dos nutrientes pela raiz capilar depende do pH da água e do solo e da espécie
vegetal (SOUZA et al.,2003).
Na aquicultura a faixa de pH recomenda é de 6,0 e 9,0, sendo o ideal entre 7,0 e 8,0.
Sendo que indivíduos mais jovens são mais vulneráveis ao baixo pH (PROENÇA e
BITTENCOURT, 1994, apud BEZERRA et al., 2007).
12,0
10,0
8,0
pH
6,0
4,0
2,0
0,0
Jereissati III
SIDI
João Paulo II
Amirante Tamandaré I
Itapipoca
Parque Fluminense
Beberibe
São Francisco
São Benedito
Planalto
Tancredo Neves
Crateús
Campo Sales
Parque Guadalajara
Nova Metropole
Tabapuá
Guaiúba
Missao Velha
Pacajus
Russas
Conj. Ceará
Conj.Tupã Mirin
Acarapé
Acaraú
Aurora
Catarina
Nova Jaguaribara
Pacatuba
S. G do Amarane
Tabuleiro do Norte
Marechal Rondon
São Cristovão
Conj. Esperança
Acopiara
Paraipaba
Paracuru
Conj. Araturi
Mauriti
Trairi
Pecém
Jijoca
Aquiraz
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia
Conj. Jeirissati
Figura 4.1- Valores médios de pH para os sistemas da RMF e interior do Estado do Ceará.
4.2.2 STS
O teor de matéria sólida em suspensão pode gerar um possível risco sanitário para a
população como também para os trabalhadores envolvidos no processo do reúso. Os sólidos
suspensos podem servir de abrigo para microrganismos patogênicos e, consequentemente,
propagar enfermidades.
Este parâmetro tem maior impacto no reúso agrícola, industrial e urbano. Além de
impactar na qualidade sanitária do efluente, a presença de sólidos totais suspensos também
aumenta a turbidez do efluente, aumentando o índice de rejeição do usuário para a utilização
para algumas formas de reúso urbano, a exemplo de descarga de vasos sanitários, lavagem de
pisos etc.
A presença de STS representa desvantagens na estabilização de matéria orgânica, pela
produção de gases e pela obstrução dos poros do solo e subseqüente impermeabilização
(PAGANINI, 1997, apud BEZERRA et al., 2007).
Além disso, se a concentração de sólidos totais suspensos for muito elevada é
necessário realizar um pós-tratamento do efluente, pois a presença de sólidos, normalmente,
causa entupimento e obstrução dos gotejadores e microaspersores.
A grande maioria dos sistemas, cerca de 77% das estações estudadas, apresentou
valores de STS menor que 150 mg/L, e, portanto, estão dentro das especificações da Portaria
154, conforme Figura 4.2.
Cerca de 11 estações apresentaram valores de STS acima do Padrão de Lançamento.
Sendo 8 ETEs do Grupo 4 (Catarina, Crateús, Missão Velha, Mauriti, Nova Jaguaribara,
Pacajus, Campos Novo (Quixadá) e Tabuleiro do Norte) e 3 ETEs do Grupo 5 (Conjuntos
Parque Fluminense, Parque Palmeiras, Tupãmirin). Neste caso em especial, a adoção de um
pós-tratamento torna-se imprescindível.
146
450,0
400,0
350,0
STS (mg/L)
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
Jereissati III
SIDI
João Paulo II
Amirante Tamandaré I
Itapipoca
São Francisco
Beberibe
São Benedito
Parque Fluminense
Conj. Esperança
Parque Guadalajara
Tabapuá
Conj. Ceará
Acarapé
Acopiara
Catarina
Guaiúba
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Pacatuba
Paraipaba
S. G do Amarane
Nova Metropole
Tabuleiro do Norte
Aurora
Pecém
Conj. Araturi
Tancredo Neves
Campo Sales
Crateús
Mauriti
Planalto
São Cristovão
Conj.Tupã Mirin
Acaraú
Aquiraz
Jijoca
Pacajus
Paracuru
Russas
Trairi
Campo Novo (Quixadá)
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia
Conj. Jeirissati
Figura 4.2 – Valores médios de STS para os sistemas da RMF e interior do Estado.
4.2.3 Condutividade
Dentre as características que determinam a qualidade da água para a irrigação, a
concentração de sais solúveis ou salinidade é um fator limitante ao desenvolvimento de
algumas culturas. Altas concentrações de sais solúveis podem causar problema de salinização
e/ou alcalinização em solos.
A salinidade inibe o crescimento das plantas provocando estresse hídrico, o qual é
causado pelo aumento da concentração de sais no solo. Devido a sua afinidade com a água, as
plantas têm que exercer maior força para extraí-la do solo, afetando desta forma, a
disponibilidade hídrica para as culturas, mesmo em condições de umidade elevada na zona
radicular (AYERS e WESTCOT, 1991).
Problemas de salinidade e alcalinidade em agricultura irrigada é uma preocupação
mundial. Mas, a preocupação e os problemas com salinidade aumentam em regiões tropicais,
a exemplo do semi-árido do nordeste brasileiro, pois o clima quente e seco, caracterizado por
elevadas taxas de evapotranspiração e baixos índices pluviométricos aumenta ainda mais o
risco de salinização do solo.
147
Em razão da facilidade e rapidez de determinação, a condutividade elétrica (CE)
passou a ser o procedimento padrão, a fim de expressar a concentração total de sais para
classificação e diagnose das águas destinadas à irrigação.
Segundo Ayers e Westcot (1991) água com CE menor que 0,7 dS/m não possui
nenhum restrição para uso, já com CE entre 0,7 e 3,0 dS/m apresentam uma restrição de uso
“ligeira a moderada”, o que exige cuidados gradualmente maiores na seleção das culturas e
das alternativas de manejo para alcançar o potencial máximo de rendimento. E águas com CE
maior que 3,0 dS/m possuem restrição severa para uso, devendo ser evitada, ou utilizada com
cuidado e critério. Como já citado no Capítulo 2, a Portaria 154 estabelece o valor máximo de
3,0 dS/m para reúso agrícola.
A Figura 4.3 mostra os valores médios de CE. A grande maioria dos sistemas, cerca de
80%, apresentou valor médio menor que 1,5 dS/m, 3 sistemas (Russas, Campo Novo –
Quixadá e Parque Fluminense) resultados acima do valor citado, indicando a necessidade de
cuidados maiores em relação à drenagem do solo e escolha da cultura. Os sistemas de Nova
Jaguaribara, Mauriti, Campos Sales e Beberibe não tiveram esse parâmetro monitorado.
3,5
3,0
2,5
CE (dS/m)
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
Jereissati III
SIDI
João Paulo II
Amirante Tamandaré I
Itapipoca
Beberibe
Parque Fluminense
Parque Guadalajara
Tabapuá
Conj. Ceará
Acarapé
Acopiara
Catarina
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Pacatuba
Paraipaba
São Benedito
S. G do Amarane
Tabuleiro do Norte
Nova Metropole
São Francisco
Conj. Esperança
Trairi
Aurora
Guaiúba
Conj. Araturi
Mauriti
Marechal Rondon
Planalto
Tancredo Neves
São Cristovão
Conj.Tupã Mirin
Acaraú
Campo Sales
Crateús
Pacajus
Paracuru
Russas
Pecém
Aquiraz
Jijoca
Conj. Jeirissati
RELAÇÃO DE SISTEMAS
148
4.2.4 DBO
A bibliografia referente ao tratamento de esgotos reporta-se ao cálculo da eficiência na
remoção de DBO, como principal indicador de desempenho das estações de tratamento de
esgotos. A determinação da DBO é importante para indicar o teor de matéria orgânica
biodegradável e definir o grau de poluição que o esgoto pode causar ou a quantidade de
oxigênio necessária para submeter o esgoto a um tratamento aeróbio.
350,0
300,0
250,0
DBO (mg/L)
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
Jereissati III
SIDI
João Paulo II
Itapipoca
Amirante Tamandaré I
São Francisco
Parque Fluminense
Beberibe
São Benedito
Parque Guadalajara
Marechal Rondon
Nova Metropole
Planalto
Conj. Ceará
Tabapuá
Conj. Esperança
Conj.Tupã Mirin
Acarapé
Acopiara
Acaraú
Paracuru
S. G do Amarane
Tabuleiro do Norte
São Cristovão
Aurora
Catarina
Guaiúba
Pacatuba
Paraipaba
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Conj. Araturi
Pecém
Tancredo Neves
Campo Sales
Crateús
Mauriti
Pacajus
Jijoca
Russas
Trairi
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia
Conj. Jeirissati
Figura 4.4 – Valores médios de DBO para os sistemas da RMF e interior do Estado.
4.2.5 DQO
A qualidade dos esgotos sanitários que chegam às estações de tratamento, e a
eficiência destas, são usualmente estimadas a partir da determinação da matéria orgânica
presente, através das análises, entre outros parâmetros, de DBO e DQO, sendo a primeira, a
análise de referência, apesar de estar sujeita a imprecisões e limitações. O custo para a
realização de uma análise de DBO é de cerca de 4,5 vezes o custo para uma análise de DQO.
O tempo necessário para a obtenção de resultados de análises de DBO é de 5 dias, enquanto o
150
da DQO é de 2 horas (SILVA, et al., 1997). Devido aos fatores acima citados, tempo e custo
de análise, a DQO acaba sendo bastante utilizada no monitoramento da eficiência das estações
de tratamento de esgoto.
Como citado anteriormente, no Ceará, a Portaria 154/02/SEMACE determina que o
conteúdo de DQOfiltrada no esgoto tratado de sistemas de lagoas de estabilização seja no
máximo de 200 mg/L. A Figura 4.5 apresenta valores médios de DQO para os sistemas
estudados.
500,0
450,0
400,0
350,0
DQO (mg/L)
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
Jereissati III
SIDI
João Paulo II
Amirante Tamandaré I
Itapipoca
São Francisco
Parque Fluminense
Beberibe
São Benedito
Parque Guadalajara
Conj. Esperança
Catarina
Nova Jaguaribara
Tabapuá
Conj. Ceará
Nova Metropole
Acarapé
Paraipaba
S. G do Amarane
Acopiara
Guaiúba
Pacatuba
Missao Velha
Tabuleiro do Norte
Aurora
Conj. Araturi
Marechal Rondon
Tancredo Neves
Campo Sales
Crateús
Mauriti
Pacajus
Planalto
São Cristovão
Conj.Tupã Mirin
Acaraú
Aquiraz
Jijoca
Russas
Trairi
Paracuru
Pecém
Campo Novo (Quixadá)
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia
Conj. Jeirissati
Figura 4.5 – Valores médios de DQO para os sistemas da RMF e interior do Estado.
Dos 48 sistemas avaliados, apenas 35,4% (17 ETES) apresentaram DQOF média
dentro dos padrões estabelecidos. Assim como na análise da DBOF, os sistemas que
apresentaram uma boa eficiência na remoção de DQOF são os sistemas do tipo lagoa
anaeróbia seguida de lagoa facultativa. Já os sistemas que apresentaram uma baixa eficiência,
são aqueles, em sua grande maioria, constituídos de lagoa facultativa primária. Sistemas
assoreados e/ou que não recebem manutenção/operação adequada também apresentaram baixa
eficiência na remoção de DQO.
151
4.2.6 Amônia
A amônia é um importante parâmetro a ser considerado no tratamento de esgoto
devido aos problemas de eutrofização, toxidez e o encarecimento dos processos de tratamento
de água para uso doméstico.
De acordo com Metcalf & Eddy (1991) o nitrogênio está presente em esgotos
domésticos sob as seguintes formas e frações: nitrogênio amoniacal (12 – 50 mg/L),
nitrogênio orgânico (8 – 35mg/L), nitrito (desprezível) e nitrato (desprezível). Portanto, faz-se
necessário uma remoção parcial de teor de nitrogênio contido nos esgotos, antes de sua
reutilização na irrigação de culturas agrícolas. De uma forma geral, as remoções de amônia
em lagoas de estabilização chegam a alcançar 80% (SILVA, 1982; SILVA et al,. 1997 apud
JUNIOR et al., 2000), sendo os principais mecanismos de remoção os seguintes:
• Volatilização (pH > 8,0) - A difusão de amônia para a atmosfera é considerada
por muitos autores como o principal mecanismo de remoção de nitrogênio em
lagoas de estabilização, tendo como fatores intervenientes o pH e a
temperatura;
• Assimilação pela biomassa de algas - Uma das principais formas de reciclagem
de nitrogênio em lagoas de estabilização é a assimilação por algas e bactérias;
• Processos de nitrificação-desnitrificação - Este último mecanismo de remoção,
embora citado na literatura, é sugerido como pouco representativo em lagoas
de estabilização.
Vale salientar, ainda, que a Portaria 154/2002/SEMACE estabelece o valor máximo de
5 mg/L para descarga de efluentes de estações de tratamento de esgotos em corpos receptores.
Já a legislação federal, Resolução Conama 357/2005 estabelece 20 mg/L como o valor
máximo para o referido parâmetro. Todavia, em 2008 o CONAMA lançou a Resolução
397/2008, tendo estabelecido no seu Art. 1º,§ 7º, estabeleceu que parâmetro nitrogênio
amoniacal total não seria aplicável em sistemas de tratamento de esgotos sanitários.
A concentração de amônia no efluente torna-se de suma relevância quando o mesmo
for reutilizado na piscicultura. De acordo com Kubtza (1999) apud Pereira e Mercantes
(2005), valores de amônia não ionizada acima de 0,20 mg/L já são suficientes para induzir
toxicidade crônica e levar à diminuição do crescimento e da tolerância dos peixes a doenças.
Níveis de amônia entre 0,70 e 2,40 mg/L podem ser letais para os peixes, quando expostos por
152
curto período. Exposição contínua ou frequente a concentrações de amônia tóxica acima de
0,02 mg/L pode causar intensa irritação e inflamação nas brânquias.
Mesmo na ausência de níveis detectáveis de amônia total na água, grande elevação do
pH da água durante períodos de intensa fotossíntese prejudica a excreção da amônia. Tal
condição invariavelmente resulta na auto-intoxicação dos peixes pela amônia gerada em seus
próprios processos metabólicos. A intoxicação por amônia é a condição principal para o
estabelecimento da Doença Ambiental das Brânquias (DAB), doença esta (ou síndrome) que
geralmente causa grande mortalidade de peixes em piscicultura intensiva (CAVERO et al.,
2004).
Kubtza (1999) apud Pereira e Mercantes (2005) explica que para se obter um bom
crescimento de peixes pode ser obtido quando a água das unidades de produção apresentar,
dentre outras, as seguintes características:
a) Oxigênio dissolvido superior a 5 mg/L;
b) Gás carbônico abaixo de 10 mg/L;
c) Concentração de amônia não ionizada inferior a 0,05 mg/L;
d) d) pH entre 6,5 e 8,5 e variação diária inferior a 2.
A Figura 4.6 apresenta valores médios de amônia para os Grupos estudados. Vale
ressaltar que este parâmetro não foi monitorado com muita frequência pela Cagece, sendo que
em alguns sistemas ele nem chegou a ser determinado. E nos sistemas onde foi realizado o
referido monitoramento, este foi feito de forma esporádica e aleatória, não tendo sido
adotadas uma sistemática e padronização na freqüência de monitoramento.
Dos 44 sistemas avaliados, 30 tiveram o parâmetro amônia monitorado, e destes 30,
cerca de 50% apresentaram o efluente com valores dentro dos padrões estabelecidos pela
Resolução Conama 357/05. Vale ressaltar que, desde o lançamento da Resolução Conama
397/08, a Cagece deixou de monitorar esse parâmetro.
153
70,0
60,0
50,0
AMÔNIA (mg/L)
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Jereissati III
SIDI
João Paulo II
Itapipoca
Amirante Tamandaré I
São Francisco
Parque Fluminense
Beberibe
São Benedito
Parque Guadalajara
Conj. Esperança
Marechal Rondon
Nova Metropole
Planalto
Tabapuá
Conj. Ceará
São Cristovão
Conj.Tupã Mirin
Acarapé
Acopiara
Acaraú
Guaiúba
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Pacatuba
Paraipaba
Paracuru
S. G do Amarane
Tabuleiro do Norte
Aurora
Catarina
Conj. Araturi
Pecém
Tancredo Neves
Campo Sales
Crateús
Mauriti
Pacajus
Aquiraz
Jijoca
Trairi
Juazeiro do Norte
ETE Itaperussu
Caucaia
Conj. Jeirissati
RELAÇÃO DE SISTEMAS
Figura 4.6 – Valores médios de amônia para os sistemas da RMF e interior do Estado.
4.2.7 Fósforo
Nos últimos tem crescido entre a comunidade científica à preocupação com as reservas
mundiais de fósforo. Segundo Malavolta (2009) o fósforo é um mineral “finito e
insubstituível”, cujas reservas conhecidas e de exploração economicamente viável podem se
esgotar em prazo de 60 a cem anos, se for mantido o ritmo atual de crescimento do seu
consumo mundial. O referido autor também salienta que sem o fósforo não haverá agricultura,
nem biocombustível, nem vida, e a humanidade corre um sério risco de se acabar. Dessa
forma, o uso de efluentes tratados na agricultura torna-se cada vez mais uma alternativa para
suprir a demanda de fósforo das culturas, tornando-se dessa forma um diferencial na adoção
da prática do reúso agrícola.
Segundo Bezerra et al., (2007) o fósforo é um dos 16 nutrientes essenciais ao
crescimento e reprodução das plantas. Desempenha a função de converter energia solar em
alimento, fibra e óleo pelas plantas, o crescimento da planta; afeta a qualidade de das frutas e
vegetais e dos grãos, e é vital para a formação de sementes. Esse nutriente é parte importante
dos ácidos nucléicos e dos compostos de transferência de energia, sendo, assim, essencial às
plantas, animais e crescimento microbiano. O fósforo disponível pode ser absorvido por
154
microrganismos ou por plantas, e convertido em material celular. O fósforo na água
apresenta-se principalmente nas formas: ortofosfatos, polifosfatos e fósforo orgânico. Os
ortofosfatos estão diretamente disponíveis para o metabolismo sem necessidade de conversões
a formas mais simples. As formas que os ortofosfatos se apresentam na água são: PO4-3,
HPO4-2, H2PO4-, H3PO4.
A importância do fósforo associa-se principalmente à sua atuação como um nutriente
essencial e fator limitante para o crescimento e reprodução das comunidades do meio aquático
e responsável pelos processos de eutrofização e alteração do seu equilíbrio dinâmico
(SOUSA, 2007).
O fósforo também é de grande importância para o metabolismo dos organismos
aquáticos, sendo um fator limitante nos viveiros de cultivos, sendo imediatamente
incorporado à cadeia alimentar (BODY, 1990, apud BEZERRA et al., 2007).
Todavia, o lançamento de altas concentrações de nutrientes, especialmente P e N, nos
ecossistemas aquáticos, tem como consequência o crescimento descontrolado de algas e de
plantas aquáticas, causando a eutrofização destes sistemas.
A Resolução Conama Nº 357/2005 estabelece o limite de 0,020 a 0,15 mg/L para
fósforo total, de acordo com a classificação das águas doces em classes 1, 2 e 3, estabelecendo
que, não havendo metas obrigatórias progressivas, intermediárias e final para este parâmetro
no efluente a ser lançado, direta ou indiretamente, nos corpos d’água, o padrão de qualidade a
ser obedecido será aquele que consta na classe na qual o corpo receptor estiver enquadrado
(Brasil, 2005).
Silva e Bezerra (2005) realizaram a caracterização dos esgotos sanitários de Fortaleza.
O estudo foi conduzido durante seis semanas em 19 ETEs e apresentou contribuições de
fósforo total na ordem de 0,7 g/hab.dia, e o ortofosfato solúvel representou 63% da
concentração de fósforo total.
Assim como a amônia, o fósforo também não foi monitorado com muita frequência
pela Cagece, os valores médios do fósforo total são mostrados na Figura 4.7.
155
40,0
35,0
FÓSFORO TOTAL (mg/L)
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
SIDI
Conj. João Paulo II
Itapipoca
Conj. Jereissati III
Pacatuba
São Benedito
Conj. Marechal Rondon
Acaraú
Catarina
Guaiúba
Russas
Conj. Amirante Tamandaré I
Acopiara
Pacajus
Paracuru
ETE Itaperussu
Paraipaba
Aurora
Jijoca
Tabuleiro do Norte
Conj. Planalto
Aquiraz
Beberibe
Juazeiro do Norte
Campo Sales
Mauriti
São Cristovão
Conj. Tancredo Neves
Conj. Ceará
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Conj. Tabapuá
Conj. Jeirissati
Conj.Tupã Mirin
Trairi
RELAÇÃO DOS SISTEMAS
Figura 4.7 – Valores médios de fósforo total para os sistemas da RMF e interior do Estado.
156
Como citado anteriormente à falta de padronização nos parâmetros e freqüência das
análises foi evidenciada de maneira mais acentuada em relação ao monitoramento da
qualidade bacteriológica, pois a Cagece chegou a monitorar concentração de E. Coli,
Coliformes Fecais e Coliformes Termotolerantes.
A Figura 4.8 apresenta valores médios de Coliformes Termotolerantes para os grupos
estudados. Vale ressaltar que os sistemas com valores zero de coliformes termotolerantes
significa que os resultados das análises não estão disponíveis, devido aos fatores já citados.
1,0E+06
9,0E+05
Cter (NMP/100 mL)
8,0E+05
7,0E+05
6,0E+05
5,0E+05
4,0E+05
3,0E+05
2,0E+05
1,0E+05
0,0E+00
SIDI
Itapipoca
Conj. Jereissati III
Conj. João Paulo II
Pacatuba
São Benedito
Conj. Marechal Rondon
Acaraú
Catarina
Guaiúba
Acopiara
Crateús
Pacajus
Paracuru
ETE Itaperussu
Paraipaba
Aurora
Jijoca
Conj. Planalto
Aquiraz
Tabuleiro do Norte
Beberibe
Juazeiro do Norte
Campo Sales
Mauriti
São Cristovão
Conj. Tancredo Neves
Conj. Ceará
Missao Velha
Nova Jaguaribara
Conj. Parque Palmeiras
Conj. Amirante …
Conj. Tabapuá
Conj. Esperança
Conj. Jeirissati
Conj.Tupã Mirin
Trairi
RELAÇÃO DOS SISTEMAS
Os valores desse parâmetro estão bem superiores aos valores permitidos pelas
legislações existentes, até as mais permissivas. Nestes casos é necessário realizar um pós-
tratamento para adequar à qualidade sanitária do efluente, quando da irrigação irrestrita, e/ou
escolher culturas e métodos de irrigação que garantam uma maior segurança para o agricultor
e consumidor, conforme recomendações da WHO (2006a).
157
4.3 Avaliação do Potencial de Reúso
158
outra pela Cagece, que gerenciam a distribuição da água bruta e água tratada no Distrito,
respectivamente.
Asfalto
Móveis
22 11 Bebidas
Couro, peles e produtos
30 5
14 Materiais elétricos
5 Materias plásticos
4 Concreto
19 Papel
7 4 Produtos alimentícios
15 12 Produtos químicos
6
Vestuário e confecção
5 Têxtil
Metalurgica
Tintas
Indústrias diversas
Indústrias de serviços
159
4.3.1.2 Caracterização do sistema de esgotamento sanitário
A Cagece é responsável pelo Sistema Público de Esgotamento Sanitário de
Maracanaú, que atende ao Distrito Industrial; e aos conjuntos habitacionais Timbó, Jereissati
(I e II), Novo Maracanaú, Acaracuzinho, COHAFOR II e Conjunto Distrito Industrial. .
A grande maioria dos usuários servidos pelo sistema de esgoto de Maracanaú está
concentrada nos conjuntos habitacionais Jereissati e Timbó e no Distrito Industrial. O efluente
gerado é encaminhado para a Estação de Tratamento do Sistema Integrado do Distrito
Industrial (ETE SIDI) de Maracanaú.
A ETE SIDI é constituída por um conjunto de 5 lagoas de estabilização de esgoto,
sendo a primeira do tipo anaeróbia, a segunda do tipo facultativa, seguidas de 3 lagoas de
maturação em série, e o efluente final tem como corpo receptor o rio Maranguapinho.
Esta ETE possui uma área construída total que se aproxima de 100 hectares, o que lhe
confere o status de maior conjunto de lagoas de tratamento de esgoto da América do Sul. As
Figuras 4.10 e 4.11 mostram o lay out básico e a vista aérea sistema de tratamento existente.
As dimensões principais das lagoas estão apresentadas a Tabela 4.3.
São também de grande relevância como partes integrantes dos sistemas citados as três
elevatórias de esgoto E1, E2 e E3, de grande porte, e seus respectivos emissários:
• Estação Elevatória E1 - recalca os esgotos dos conjuntos habitacionais Novo Maracanaú,
Acaracuzinho, Novo Horiente e Bacia II para a estação de tratamento;
• Estação Elevatória E2 - coleta os esgotos das sub-bacias II B, II e Ceasa, recalcando para
a estação elevatória 3;
• Estação Elevatória E3 - coleta esgotos dos Conjuntos Habitacionais Timbó, Jeressaiti I e
II, das bacias I e II e sub-bacias II B para a torre de equilíbrio e, por gravidade, até a
estação de tratamento.
160
161
Tabela 4.3 - Dimensões das lagoas da ETE SIDI.
Área à meia
Largura X Comprimento Profundidade Volume
Lagoa profundidade
à meia profundidade (m) (m) (m3)
(ha)
Anaeróbia 30,0 1.055,0 4,5 3,165 142,425
Facultativa 190,0 1.055,0 2,0 20,045 400,900
Maturação 1 158,0 1.055,0 1,5 16,669 250,035
Maturação 2 158,0 1.055,0 1,5 16,669 250,035
Maturação 3 158,0 1.055,0 1,5 16,669 250,035
Total - - - 73,217 1.293.430
Fonte: Cagece, 2009.
162
4.3.1.3 Perfil do usuário de água do DI
Apesar do DI de Maracanaú possuir 132 empresas, o universo analisado foi somente
de 110, pois o estudo baseou-se na relação de empresas fornecidas pela Associação de
Empresas do Distrito Industrial (AEDI).
O resultado da pesquisa de campo realizada com 110 estabelecimentos mostra que as
principais fontes de abastecimento de água do Distrito Industrial de Maracanaú são a Cogerh,
Cagece e poços. Vale ressaltar que algumas empresas (uma pequena minoria) têm mais de
uma fonte de abastecimento, utilizando, por exemplo: Cagece e COGERH, Cagece e poço ou
Cogerh e poço. São 76 empresas abastecidas pela Cagece, 34 pela Cogerh e 7 utilizam poço
como outra fonte de abastecimento.
O maior consumo de água bruta ocorre nas indústrias de bebida e têxteis. O que se
justifica pela natureza de suas atividades, somada ao menor custo, se comparada à água
tratada fornecida pela Cagece. Já o maior consumo de água tratada ocorre nas indústrias de
alimentos, tintas, têxtil e de cosméticos.
Diante do consumo apresentado por tipo de água e instituição responsável pela oferta
de água demandada pelos estabelecimentos, procurou-se detectar como se encontra o grau de
satisfação dessas empresas quanto as suas necessidades de consumo de água e à qualidade do
produto oferecido. O resultado pode ser observado nas Figuras 4.12 e 4.13. No caso da
Cagece, 52,6% e 15,9% dos estabelecimentos atribuíram nota entre 8,1 e 9,0 e 9,1 e 10,0,
respectivamente, o que demonstra um grau de satisfação elevado dos clientes da empresa. A
Cogerh teve um perfil de apreciação inferior por parte de seus clientes, sendo os percentuais
para aquelas faixas de notas de, respectivamente, 18,2% e 4,5%.
0%
15,9% 10,5%
163
4,5% 0
18,2% 31,8%
0 ‐ 5,0
5,1 ‐ 7,0
7,1 ‐ 8,0
8,1 ‐ 9,0
45,5%
9,1 ‐ 10,0
164
31%
ETE Própria
69% Lança na rede da Cagece
Não tem interesse em
20,0% adotar a prática do reúso
45,5%
Não foi possível fazer
contato
34,5%
Tem interesse em adotar
e/ou ampliar a prática do
reúso
165
As empresas que disseram não ter interesse em adotar a prática do reúso, são, em sua
grande maioria, empresas que apresentam um baixo consumo de água, e que não utilizam a
água no seu processo industrial.
Durante a pesquisa foram apresentadas as seguintes modalidades para o reúso de água:
sistema de resfriamento, sistema de refrigeração, processo industrial, lavagem de máquinas,
geração de vapor, reserva contra incêndio e rega de áreas verdes. A Figura 4.16 apresenta o
nível de interesse das empresas consultadas, por modalidade. Todavia, vale ressaltar que cerca
de 20% destes estabelecimentos não indicaram quais as categorias de reúso estavam
interessados quando se questionou sobre as diversas modalidades. É interessante também
ressaltar que o nível de interesse das empresas, normalmente era por mais de duas
modalidades, sendo que algumas empresas mostraram interesse por todas as modalidades.
80 73,3
Sistema de refrigeração
70
56,7
60 Sistema de resfriamento
46,7
50 43,3 43,3
(%)
40
40 Processo industrial
30
Lavagem de Máquinas
20
10 Reservatório contra
incêndio
0
Rega de área verde
Modalidades de reúso
166
resposta dizendo que seria necessário um estudo mais aprofundado. Todavia, todos
ressaltaram que se o valor fosse inferior ao praticado pela Cogerh e/ou Cagece, o nível de
interesse era bastante elevado. Isto mostra claramente que deverá haver uma vantagem
econômica considerável para que o reúso de água seja adotado. Essa vantagem tanto pode vir
de uma tarifa menor (R$/m3) a ser paga em relação à atual fonte de água, ou também a partir
de políticas públicas, por meio de incentivos fiscais, para empresas que adotem essa prática
em sua unidade.
167
demandando, porém uma melhor qualidade, principalmente no que se refere aos sais
dissolvidos. A exigência de qualidade aumenta com a pressão de trabalho da caldeira. Neste
tipo de reúso a dureza da água tem que ser reduzida para valores próximos a zero. A remoção
de sais insolúveis também é necessária para evitar incrustações. A alcalinidade pode provocar
o surgimento de espumas e depósitos, bem como a geração de dióxido de carbono, que é
corrosivo.
Uma quarta possibilidade de reúso é a utilização na indústria têxtil. Nesta atividade é
necessária uma água de baixa dureza e alcalinidade, de forma a não aumentar o consumo dos
produtos utilizados na fabricação do tecido e também não prejudicar sua textura final.
A Tabela 4.4 apresenta valores do efluente final (coletado em 16/10/2009) da ETE
SIDI, determinados pela Gerência de Controle de Qualidade da Cagece, e também os
parâmetros e os respectivos padrões de qualidade requeridos no efluente para a rega irrestrita
de áreas verdes, sistema de refrigeração, geração de vapor em caldeira de média pressão e
reúso em indústria têxtil.
A avaliação da qualidade necessária para cada tipo de reúso considerado demonstra
que não existem muitas alternativas de qualidade a serem consideradas, já que a qualidade
mínima a ser adotada, dentro de um conceito de uso mais restritivo, em vários parâmetros já
se aproxima da qualidade que é necessária para um uso com menos restrições.
Outros fatores comuns à maioria das diversas alternativas de reúso foram à
necessidade de remoção de DBO, DQO, Sólidos suspensos, dureza, alcalinidade e coliformes.
Desta forma, optou-se pela avaliação de dois padrões de qualidade a serem obtidos com a
utilização de um nível crescente de tratamento, inicialmente complementando a remoção da
matéria orgânica, sólidos em suspensão, nutrientes e coliformes (Padrão 1) e passando em
seguida à remoção da dureza da água, incluindo sua recarbonatação (Padrão 2).
De acordo com os padrões adotados podem-se prever os seguintes tipos de reúso para
cada nível de qualidade estabelecido:
• Padrão 1 – Água de refrigeração, irrigação irrestrita, e como água de lavagem.
• Padrão 2 – Reúso em caldeira de média pressão e Indústria Têxtil.
168
Tabela 4.4 - Características do efluente da ETE SIDI1 e padrões de efluente para o reúso em
diversas utilizações industriais2.
Efluente Caldeira
Rega Sistema de Indústria
Parâmetro Unidade ETE de média
irrestrita refrigeração Têxtil
SIDI1 pressão
8,2 –
pH - 8,48 6,5 – 8,4 6,9 – 9,0- 8,2 – 10,0
10,0
Condutividad 3000,0 - -
µS/cm - -
e
Dureza mg/L 195,12 - 650,00 1,00 25,00
169
• A qualidade final desejada para o reúso.
De acordo com os estudos já realizados, constatou-se que a água tratada, fornecida
pela Cagece, possui um custo de fornecimento significativamente superior ao de água bruta e
ao de fonte própria, podendo-se supor que a mesma esteja sendo consumida por uma
exigência de maior qualidade. Desta forma, pode-se concluir que a sua substituição pela água
de reúso seja improvável, não devendo, portanto fazer parte do dimensionamento do sistema
de reúso.
O mesmo ocorre em relação à água de poço utilizada pelas indústrias. Esta água
geralmente possui qualidade elevada e baixo custo de produção, sendo sua substituição pela
água de reúso pouco provável.
Desta forma, a demanda potencial para a água de reúso é a proveniente da substituição
da água bruta atualmente consumida pelas indústrias não ligadas à produção de bebidas ou
gêneros alimentícios. Todavia, vale salientar que a qualidade da água de reúso a ser fornecida
deve ser superior ao da água bruta e também não significativamente inferior àquela fornecida
pela Cagece, já que a pesquisa mostrou que o grau de satisfação dos usuários com a água
bruta é menor que aquele resultante do uso da água tratada da Cagece. Esta constatação
confirma o fato que a questão da qualidade da água é um fator decisivo para os usuários e que
certamente será levada em consideração no momento de optar por uma água de reúso.
Considerando os dois padrões de qualidade a serem atingidos, serão pré-
dimensionados os processos de tratamento capazes de atingir os padrões de qualidade
desejados, conforme avaliado a seguir. Vale salientar que esta etapa do trabalho foi baseado
em um estudo contratado pela Cagece e realizado pelas Empresas Engesoft e Magna
Engenharia Ltda. (2002), onde foram avaliados os tipos de tratamentos que deveriam ser
implementados para se obter efluente final dentro dos padrões para reúso citados na Tabela
4.5.
170
35 L/s, sem considerar a infiltração. Dessa forma, a ETE do SIDI poderia atender a uma vazão
média da ordem de 245 L/s.
Todavia, devido à complexidade do tipo de tratamento e a falta de detalhes dos valores
de projeto utilizados pelas Empresas Engesoft e Magna Engenharia Ltda, adotou-se o valor
utilizado pelas referidas empresas para determinar a vazão, dimensionar os equipamentos e
realizar o estudo de viabilidade econômico financeira.
Em 2002, quando o estudo foi realizado, a vazão do efluente final da ETE SIDI era de
122L/s ou 10.500 m3/dia. Para este calculo, adotaram-se 22 dias de trabalho por mês. Vale
salientar que o sistema de distribuição deverá ter capacidade de armazenamento suficiente
para compensar os coeficientes de dia e hora de maior consumo.
Todavia, vale salientar que além dos dois tipos de tratamento descritos a seguir,
poderão ser projetadas outras alternativas, como por exemplo a flotação para remoção de
algas.
171
Para garantir a ausência de sólidos na rede de distribuição da água e complementar a
remoção da matéria orgânica, deverá ser prevista uma etapa de filtração dos efluentes,
utilizando Biofiltros Aerados.
O lodo produzido no flotador e no Biofiltro aerado deverá ser submetido a uma fase
complementar de tratamento para sua estabilização, e em seguida passar por uma etapa final
de adensamento e desidratação, e posteriormente deverá ser destinado a aterro sanitário.
A Figura 4.17 apresenta o lay out do sistema de tratamento para se obter o efluente no
Padrão 1.
DE
172
para levar o pH de volta à faixa neutra. Nesta fase se obtém ainda uma remoção
complementar dos Coliformes, obtida como efeito da elevação do pH. A Figura 4.18
apresenta o lay out do sistema de tratamento para obter o efluente no Padrão 2.
173
• Reservatório de Acumulação (R-0) de 1.000 m3 na área de tratamento, como poço de
sucção para a elevatória;
• Elevatória da água de Reúso recalcando desde o R-0 até um novo Reservatório Elevado
(R-1) de 500 m3, localizado no centro de consumo do SIDI;
• Nova Adutora de água de Reúso, DN 500 mm, L= 1.850 m;
• Implantação de uma nova rede de distribuição para a água de reuso, com traçado
idêntico ao da rede de água bruta existente.
Qaluente RES. ELEVADO DE AB
RES. ÁGUA
Lagoa (75 ha) BRUTA. EE
EE
ETE ÁGUA BRUTA .DO
/REÚSO RES.
AÇUDE GAVIÃO
\\ACUMUADO. EE
RES. ELEVADO DE ESOTO
TRATADO
REDE ÁGUA BRUTA
REDE ÁGUA DE REÚSO
SIST. EXISTENTE
SIST. PROPOSTO
174
4.3.1.9 Avaliação econômico-financeira
4.3.1.9.1 Introdução
Segundo Costa Neto (2003), as técnicas mais comuns para a tarefa de análise
econômica e financeira de um projeto são o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de
Retorno (TIR) e o Período de Retorno do Investimento (pay back). O objetivo dessas técnicas
é garantir que todos os estudos, as demandas, os custos, os benefícios e a economia sejam
realizados a um nível similar de dados e análises, garantindo assim uma maior possibilidade
de sucesso do projeto.
O Valor Presente Líquido (VPL) pode ser definido como a soma algébrica dos valores
descontados do fluxo de caixa a ele associado. Em outras palavras, é a diferença do valor
presente das receitas menos o valor presente dos custos. O projeto que apresenta o VPL maior
que zero (positivo) é economicamente viável, sendo considerado o melhor aquele que
apresentar maior VPL (SILVA e FONTES, 2005).
A técnica de análise pelo critério do VPL permite aos administradores e/ou
proprietários de uma empresa identificar o custo ou benefício exato da decisão de investir
e/ou obter financiamento. Embora os especialistas em finanças sejam unânimes em
reconhecer o método do VPL como a melhor metodologia para análise de investimento,
existem outros critérios alternativos, mas que, de uma maneira geral, não são muito
aconselháveis por apresentar algumas distorções.
A TIR é uma taxa utilizada para tomar a decisão de aceitar ou rejeitar o projeto. De
acordo com Pedrazzi et al., (2009), é a taxa de rentabilidade periódica equivalente de um
investimento e corresponde a uma taxa de desconto que iguala o valor atual das entradas
líquidas de caixa ao valor atual dos desembolsos relativos aos investimentos líquidos. Vale
ressaltar que quanto maior for a TIR melhor é a viabilidade do projeto e que esta taxa
independe das taxas de juros do mercado financeiro
O método do pay back representa o período de recuperação do investimento inicial. É
obtido calculando-se o número de anos que será necessário para que os fluxos de caixa futuros
acumulados igualem o montante do investimento inicial. Esta alternativa pressupõe
inicialmente a definição de um limite de tempo máximo para retorno do investimento. Após a
definição deste prazo é analisado o fluxo de recursos do projeto, comparando o volume
necessário de investimento com os resultados a serem alcançados futuramente, verificando o
175
período onde o saldo tornou-se igual a zero. Se este prazo de recuperação for um período
aceitável pelos proprietários, então o projeto será efetivado, caso contrário, será descartado.
O propósito do estudo de viabilidade econômica e financeira é eliminar as idéias e
alternativas que não merecem mais consideração. Assim, as alternativas com o maior valor
presente líquido (VPL) são recomendadas, e as menores VPL não são recomendadas e,
geralmente, são eliminadas (BREALEY e MYERS, 1992).
176
4.3.1.9.4 Custos de investimentos e OAM
A viabilidade econômico-financeira do projeto de reúso para as indústrias do DI
dependerá da adoção de processo de tratamento cujo desempenho operacional associado aos
custos de implantação e operação se enquadre dentro da disponibilidade a pagar dos futuros
usuários.
Para as duas alternativas de tratamento propostas (Padrão 1 e Padrão 2) foram
levantados os seguintes elementos de caracterização das estações:
• Dimensões dos tanques de processo;
• Área necessária para a unidade;
• Tipo e dimensão dos equipamentos previstos;
• Potência instalada;
• Consumo de produtos químicos;
• Necessidade de pessoal para operação e manutenção.
177
Tabela 4.6 – Custos de implantação do sistema com Padrão 1.
Item Investimento Ano 0 (R$) Ano 10 (R$)
Estação de Tratamento
1 Tanque de concreto 564.241,46 -
2 Urbanização 45.397,38 -
3 Instalação elétrica 564.241,46 -
4 Sistema de aplicação de Base 49.4096,40 -
5 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 -
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 117.642,00 -
7 Meio Filtrante 98.380,08 -
8 Equipamento de Bombeamento 56.6847,49 -
9 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 -
10 Equipamentos Biofiltro Aerado 19.607,00 -
11 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 -
12 Equipamentos Desidratação 653.566,66 -
13 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 -
14 Interligações 846.697,77 -
15 Prédio Manutenção 196.070,00 -
16 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 -
Subtotal (1) 8.993.567,02 -
Rede de Distribuição
1 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 -
2 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 -
3 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 2.990.067,50 -
4 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588.210,00 -
5 Nova Rede de Distribuição -
9.300.825,54
6 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv - 98.035,00
Subtotal (2) 14.706.475,44 98.035,00
Total (3) = (1)+ (2) 23.700.042,46
178
Tabela 4.7 – Custos de implantação do sistema com Padrão 2.
Item Investimento Ano 0 (R$) Ano 10 (R$)
Estação de Tratamento
1 Tanque de concreto 564.241,46 -
2 Urbanização 45.397,38 -
3 Instalação elétrica 564.241,46 -
4 Sistema de aplicação de Cal 882.315,00 -
5 Equipamento de Bombeamento 614.945,30 -
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 117.642,00 -
7 Equipamentos decantadores 313.712,00 -
8 Sistema de CO2 107.838,50 -
9 Interligações 1.083.294,57
10 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 -
11 Meio Filtrante 98.380,08
12 Sistema de aplicação de Base 49.4096,40
13 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 -
14 Equipamentos Biofiltro Aerado 19.607,00 -
15 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 -
16 Equipamentos Desidratação 653.566,66 -
17 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 -
18 Prédio Manutenção 196.070,00 -
19 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 -
Subtotal (1) 11.287.522,30 -
Rede de Distribuição
1 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 -
2 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 -
3 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 2.990.067,50 -
4 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588.210,00 -
5 Nova Rede de Distribuição -
9.300.825,54
6 Troca de 2 motores de 200 para 250 cv 98.035,00
Subtotal (2) 14.706.475,44 98.035,00
Total (3) = (1)+ (2) 25.993.997,74
179
4.3.1.9.5 Valores presentes dos custos financeiros e econômicos de investimentos de
OAM
As Tabelas 4.13 e 4.14 apresentam os custos financeiros e econômicos de
investimentos de OAM e seus respectivos valores presentes. As referidas Tabelas foram
elaboradas com base nos fatores de conversão e nos valores constantes das Tabelas 4.11 e
4.12, respectivamente.
Tabela 4.8 – Definição do Peso dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico
para o Padrão 1.
Definição do Peso
180
Tabela 4.9 - Definição do Peso dos custos no Investimento para cálculo do Custo Econômico
para o Padrão 2.
Definição do Peso
181
Tabela 4.10 – Determinação dos custos econômicos para o Padrão 1.
Mão de Obra (R$) Materiais (R$) Equipamentos (R$)
Item Investimento Ano 0 (R$) Custo Total (R$)
Não Qualificado Qualificado Nacional Importado Nacional Importado
1 Tanque de concreto 542.941,36 115.375,43 20.359,91 386.846,11 - 542.941,36 - 54.2941,36
2 Urbanização 45.403,93 11.577,93 2.043,05 30.192,82 - 45.403,93 - 45.403,93
3 Instalação elétrica 564.242,40 143.882,05 25.391,07 394.969,29 - 564.242,40 - 564.242,40
4 Sistema de aplicação de Base 494.096,40 83.996,39 14.822,89 118.583,14 - 494.096,40 - 494.096,40
5 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 1.599,93 282,34 2.258,73 - 9.411,36 - 9.411,36
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 117.642,00 19.999,14 3.529,26 28.234,08 - 117.642,00 - 11.7642,00
7 Meio Filtrante 98.380,08 16.724,77 2.950,85 78.704,46 - 98.380,08 - 98.380,08
8 Equipamento de Bombeamento 566.848,17 144.546,73 25.508,71 238.076,04 - 566.848,17 - 566.848,17
9 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 419.981,94 74.114,46 807.024,12 - 1.646.988,00 - 1.646.988,00
10 Equipamentos Biofiltro Aerado 196.070,00 49.997,85 8.823,15 82.349,40 - 196.070,00 - 196.070,00
11 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 24.998,93 4.411,58 41.174,70 - 98.035,00 - 98.035,00
12 Equipamentos Desidratação 653.566,01 166.659,50 29.410,50 274.498,00 - 653.566,01 - 653.566,01
13 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 593.886,23 104.803,34 978.165,78 - 2.328.966,52 - 2.328.966,52
14 Interligações 846.696,92 215.908,36 38.102,28 592.688,24 - 846.696,92 - 846.696,92
15 Prédio Manutenção 196.070,00 41.664,88 7.352,63 147.052,50 - 196.070,00 - 196.070,00
16 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 124.994,63 22.057,88 441.157,50 - 588.210,00 - 588.210,00
17 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 45.498,04 8.029,07 303.320,29 - 356.847,40 - 356.847,40
18 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 374.983,88 66.173,63 823.494,00 - 1.470.525,00 - 1.470.525,00
19 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 299.0067,50 762.467,21 134.553,04 2.093.047,25 - 2.990.067,50 - 2.990.067,50
20 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588210,00 74.996,78 13.234,73 499.978,50 - 588.210,00 - 588.210,00
21 Nova Rede de Distribuição 930.0825,54 2.371.709,78 418.536,90 6.510.578,86 - 9.300.825,54 - 930.0825,54
TOTAL 23.700.041,64 5.805.448,39 1.024.491,24 14.872.391,83 - 23.700.041,64 - 23.700.041,64
182
Tabela 4.11 – Determinação dos custos econômicos para o Padrão 2.
Mão de Obra (R$) Materiais (R$) Equipamentos (R$) Custo
Item Investimento Ano 0 (R$)
Não Qualificado Qualificado Nacional Importado Nacional Importado Total (R$)
1 Tanque de concreto 876.979,94 186.358,65 32.886,82 62.4847,64 - 32.886,82 - 8.76979,94
2 Urbanização 52.321,28 13.342,56 2.354,80 3.4794,58 - 1.831,29 - 52321,28
3 Instalação elétrica 811.043,56 206.816,60 36.496,47 567.730,49 - - - 8.11043,56
4 Sistema de aplicação de Cal 882.315,00 224.990,33 39.704,18 185.286,15 - 432.334,35 - 8.82315,00
5 Equipamento de Bombeamento 614.946,11 156.810,90 27.673,32 258.277,13 - 172.184,75 - 6.14946,11
6 Sistema de aplicação de Coagulante Metálicos 235.284,00 39.998,28 7.058,52 56.468,16 - 131.759,04 - 2.35284,00
7 Equipamentos decantadores 313.712,00 79.996,56 14.117,04 197.638,56 - 21.959,84 - 3.13712,00
8 Sistema de CO2 107.838,50 18.332,55 3.235,16 69.016,64 - 17.254,16 - 1.07838,50
9 Interligações 1.083.294,59 276.241,06 48.748,88 758.306,61 - - - 10.83294,59
10 Sistema de aplicação de Ácido 9.411,36 1.599,93 282,34 2.258,73 - 5.270,36 - 9.411,36
11 Meio Filtrante 98.380,08 16.724,77 2.950,85 78.704,46 - - - 98.380,08
12 Sistema de aplicação de Base 494.096,40 83.996,39 14.822,89 118.583,14 - 276.693,98 - 494.096,40
13 Equipamento de Flotação 1.646.988,00 419.981,94 74.114,46 807.024,12 - 345.867,48 - 1.646.988,00
14 Equipamentos Biofiltro Aerado 196.070,00 49.997,85 8.823,15 82.349,40 - 54.899,60 - 19.6070,00
15 Equipamentos Estabilização do Lodo 98.035,00 24.998,93 4.411,58 41.174,70 - 27.449,80 - 9.8035,00
16 Equipamentos Desidratação 653.566,01 166.659,50 29.410,50 274.498,00 - 182.998,01 - 65.3566,01
17 Equipamentos Desinfecção 2.328.966,52 593.886,23 104.803,34 978.165,78 - 652.111,17 - 2.328.966,52
18 Prédio Manutenção 196.070,00 41.664,88 7.352,63 147.052,50 - - - 196.070,00
19 Prédio Administração/Laboratório 588.210,00 124.994,63 22.057,88 441.157,50 - - - 588.210,00
20 Reservatório Enterrado/Apoiado (R-O) 1000 m3 356.847,40 45.498,04 8.029,07 303.320,29 - - - 356.847,40
21 Elevatória de Reúso de 250 cv e 227 Vs 1.470.525,00 374.983,88 66.173,63 617.620,50 - 411.747,00 - 1.470.525,00
22 Adutora de Reuso DN 500 FF K7 2.990.067,50 762.467,21 134.553,04 2.093.047,25 - - - 299.0067,50
23 Reservatório Elevado de 500 m3 (c/o exist.) 588.210,00 74.996,78 13.234,73 499.978,50 - - - 588.210,00
24 Nova Rede de Distribuição 9.300.825,54 2.371.709,78 418.536,90 6.510.578,86 - - - 9.300.825,54
TOTAL 25.994.001,82 6357046,24 1121832,15 15747877,71 - 2.767.247,67 - 25.994.001,82
183
Tabela 4.12 - Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 1.
Investimentos OAM – VALORES FINANCEIROS OAM – VALOES ECONÔMICOS VP - TOTAL
Ano Produto Produto
Finan. Econ. Pessoal Energia Insumos C. Adm Total Pessoal Energia Insumos C. Adm Total Finan. Econ.
Químico. Químico.
0 23700041,64 18186217,96 - - - - - - - - - - - 2370.0041,64 18186217,96
1 -- -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.858.465,18 1.590.759,05
2 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.659.344,33 1.420.319,32
3 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.481.557,86 1.268.143,51
4 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.322.819,59 1.132.270,92
5 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.181.088,43 1.010.956,53
6 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 1.054.542,89 902.639,62
7 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 941.555,59 805.928,09
8 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 840.675,61 719.578,86
9 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 750.603,02 642.480,22
10 98035,00 73816,43
247.165,84 247.165,84 324.250,76 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 701.746,29 597.409,60
11 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 598.376,23 512.181,90
12 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 534.265,26 457.305,83
13 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 477.022,62 408.307,93
14 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 425.913,06 364.560,79
15 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 380.279,73 325.499,73
16 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 339.534,42 290.624,76
17 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 303.155,59 259.486,88
18 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 270.674,64 231.684,15
19 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 241.673,92 206.861,69
20 - -
247.165,84 324.250,76 112.989,26 462.997,74 934.077,48 2.081.481,08 200.205,12 314.523,73 106.209,16 384.289,36 776.423,48 1.781.648,88 215.780,92 184.697,94
TOTAL 39279114,85 31517913,30
184
Tabela 4.13 – Dados de valor presente dos custos de investimento e OAM - Padrão 2.
Investimentos OAM – VALORES FINANCEIROS OAM – VALOES ECONÔMICOS VP - TOTAL
Ano Produto C. Produto
Finan. Econ. Pessoal Energia Insumos Total Pessoal Energia Insumos C. Adm Total Finan. Econ.
Químico. Adm Químico.
0 - - - - - - - - - - - -
25.994.001,82 19.904.855,82 25.994.001,82 19.904.855,82
1 -- -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.999.194,42 1.719.096,66
2 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.784.993,83 1.534.908,51
3 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.593.745,19 1.370.452,83
4 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.422.985,87 1.223.619,93
5 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.270.523,80 1.092.517,73
6 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.134.396,32 975.461,97
7 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 1.012.854,48 870.948,82
8 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 904.333,66 777.633,23
9 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 839.005,10 718.080,89
10 98035,00 73816,43
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 720.929,78 619.924,32
11 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 643.686,05 553.503,65
12 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 574.720,38 494.200,32
13 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 513.142,64 441.249,65
14 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 458.164,61 393.973,25
15 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 409.074,57 351.761,34
16 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 365.245,08 314.072,77
17 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 326.111,47 280.421,27
18 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 291.171,79 250.377,47
19 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 259.975,10 223.551,17
20 - -
373.983,92 453.770,68 161.669,52 584.288,60 934.077,48 2.507.788,24 302.926,19 440.157,54 151.967,97 484.959,54 776.423,48 2.156.434,72 259.975,10 223.551,17
TOTAL 44757355,74 36035995,48
185
4.3.1.9.6 Disponibilidade a Pagar (DAP)
O instrumento utilizado para avaliar a Disponibilidade a Pagar (DAP) foi a aplicação
do questionário cujo modelo encontra-se no Anexo IV. No item 11 do referido questionário
foi solicitado ao entrevistado que informasse qual o tipo de reúso que ele tinha interesse e
qual a disponibilidade a pagar (R$/m3).
Conforme já citado anteriormente, das 110 empresas entrevistadas apenas 1 informou
que estava disposta a pagar R$ 1,00/m3, as demais empresas informaram que seria necessário
um estudo mais aprofundado para responder a essa questão.
Para não inviabilizar o estudo optou-se por admitir a hipótese de que todos têm
capacidade de pagamento igual ou menor que a tarifa praticada pela Cogerh que atualmente é
de R$ 1,29/m3. A tarifa da Cogerh foi usada como referência, pois a água de reúso,
provavelmente, irá substituí-la em várias indústrias. Além disso, a pesquisa também mostrou
que deverá haver uma vantagem econômica considerável para que o reúso de água seja viável.
Vale salientar que a tarifa que se cobra dos clientes depende de vários fatores que
afetam os custos médios e marginais de longo prazo, incluídos, entre outros, a taxa de juros
dos empréstimos, no período de amortização, no período de eliminação do déficit atual para
ministrar o serviço, e o custo de exploração e manutenção das obras existentes.
186
O problema é que as estruturas tarifárias atuais, em geral, não vêm garantindo os
recursos necessários para a expansão dos próprios sistemas de abastecimento. Na realidade, as
estruturas tarifárias brasileiras têm criado uma defasagem entre o nível ótimo da oferta desses
serviços e o nível de recuperação dos custos, o que é talvez reflexo direto da falta de atenção
ao mecanismo de mercado como sinalizador dos preços. Por essa razão, argumenta-se que
existe uma diferença acentuada entre os níveis de serviços que os usuários desejariam obter e
quanto eles estariam dispostos a pagar (CARRERA-FERNANDEZ, 1997 apud
FONTENELE, 2007).
187
Os valores apresentados dizem respeito aos níveis tarifários de equilíbrio financeiro e
econômico. Tendo como referencial o custo médio incremental, a preços financeiros e
econômicos, as tarifas calculadas para as alternativas 1 e 2 são, respectivamente, R$ 1,35/m³ e
R$ 1,10 R$/m³ e R$ 1,55 R$/m³ e R$ 1,25 R$/m³.
Porém, comparando as tarifas médias calculadas com os valores das DAP’s médias
adotadas, percebe-se que as duas alternativas apresentam tarifa econômica abaixo da DAP
média estimada. Sendo que a alternativa 1 foi a que apresentou menor tarifa. Vale salientar
que a adoção das referidas tarifas pela Companhia de Saneamento, provavelmente, teria o
interesse dos prováveis usuários do projeto, uma vez que a tarifa se situa dentro dos limites de
comprometimento dos custos industriais dos mesmos.
Fazendo uma análise bastante superficial do faturamento médio mensal estima-se que
a o pay back das alternativas 1 e 2 é de cerca de 54 e 52 meses, respectivamente.
O reúso de efluentes domésticos tratados para fins urbanos não potáveis é uma
possibilidade de alta relevância, visto que várias atividades urbanas podem tolerar água de
qualidade inferior à potável (GIORDANI, 2002). Dentre as diversas possibilidades dessa
modalidade de reúso pode-se citar a irrigação paisagística de: parques; gramados residenciais
e de edifícios públicos; campos de golfe; cinturões verdes; dentre outros.
Nos últimos anos a rega de áreas verdes com efluente tratado tem aumentado bastante,
principalmente em países desenvolvidos, pois contribui para diminuir a demanda hídrica
urbana, seja por água bruta ou tratada.
188
É importante salientar que nessa modalidade de reúso também existem riscos, que são
semelhantes aos encontrados no reúso agrícola. Medidas preventivas como realizar o
tratamento adequado do efluente, adotar restrições na irrigação por aspersão, realizar a rega
em horários de pouco contato com o público e realizar um trabalho de sensibilização junto à
população informando sobre os riscos e benefícios da prática do reúso devem ser
implementadas para garantir a proteção da saúde dos usuários.
Como já citado anteriormente, o Ceará encontra-se entre os estados brasileiros que
estão em situação definida como “estresse hídrico”, causado principalmente pela ocorrência
de prolongados períodos de estiagem e também pelas elevadas taxas de evaporação.
O problema de escassez de água é evidenciado com mais intensidade no interior do
Estado, principalmente no sertão central. Todavia, a Região Metropolitana de Fortaleza,
apesar de não enfrentar problemas com racionamento de água, vem a cada dia, aumentando a
demanda por esse produto devido ao elevado crescimento populacional.
Vale salientar, também, que a rega de áreas públicas (praças, avenidas, parques, etc) é
feita pelas prefeituras municipais e, normalmente, a fonte de abastecimento utilizada é água
tratada, poço, ou água bruta de algum manancial (normalmente, açude), sendo que, como já
foi mencionado anteriormente, uma água de qualidade inferior poderia ser utilizada.
A venda do efluente tratado também gera benefícios e ganhos para a companhia de
saneamento, pois mesmo o efluente estando dentro dos padrões de lançamento, ele pode
acarretar impacto ambiental no corpo receptor, haja vista que a maioria dos rios e riachos do
Estado do Ceará é de cursos de água intermitentes, e possuem a vazão nula durante vários
meses do ano. ´
Outro aspecto bastante positivo para as duas instituições (prefeitura e companhia de
saneamento) é o marketing gerado com a adoção dessa prática, que contribuirá para
criar/fortalecer a imagem, junto à sociedade, de instituições que buscam e trabalham com o
foco na preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Sendo assim, a adoção da
prática do reúso de efluentes na rega de áreas verdes torna-se bastante atrativa e deve-se
buscar meios de ser implementada.
Em todos os municípios onde a ETE possui vazão suficiente é possível a adoção dessa
prática, desde que haja interesse por parte da prefeitura e também da companhia de
saneamento. Para exemplificar a viabilidade do reúso urbano não potável na rega de áreas
verdes foram escolhidas duas cidades: Fortaleza, capital do Estado e maior consumidora de
189
água para abastecimento público; e Quixadá, localizada no sertão central e que durante grande
parte do ano enfrenta sérios problemas com falta de água.
190
Segundo a EMLURB, em 2008 foram irrigados cerca de 7.982.400 m2 de gramados e
arbustos e 982.800 árvores (unidades). Os bairros irrigados pertencem às Regionais II e IV, e
a média de custo somente com transporte é de R$ 0,10/m3 e R$ 0,21/m3 para a irrigação dos
gramados e arbustos e para a irrigação das árvores, respectivamente.
O transporte da água é terceirizado, e a contratação é feita via licitação. Atualmente, a
Cooperativa dos Proprietários de Caminhões Prestadores de Serviços do Estado do Ceará
LTDA (COPSERV) é a empresa que realiza esse serviço, tendo a mesma assinado o Contrato
Nº 01/2006 com a Prefeitura Municipal de Fortaleza.
A rega das áreas verdes é feita por 15 caminhões pipa com capacidade de 7 m3. Cada
caminhão realiza três viagens por dia, e trabalham em média 24 dias por mês (de segunda a
sábado). Portando, o consumo de água é aproximadamente de 315 m3/dia e de 7.560 m3/mês.
Esse volume seria suficiente para abastecer uma população de 2.100 habitantes/dia, com um
per capita de 150 L/dia. A Tabela 4.15 apresenta um modelo de programação quinzenal de
irrigação feita pela EMLURB para a primeira quinzena de agosto de 2009.
191
Tabela 4.15 – Programação quinzenal de irrigação da COPSERV – agosto de 2009.
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Lograouro Total
Carro Sab Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
Av. B. Studart / Des. Moreira 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
6 Av. D. Manoel / Pracinha Visc. R. Bco ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
Av. Dom Luis / Av. Alberto Sá ** 2 2 2 ** 2 2 2 12
Talude Via Expressa C/ Dom Luis ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
3 Av. Antonio Tomás E Júlio Ventura ** 2 2 2 ** 2 2 2 12
Av. 13 Maio / Av. Jovita Feitosa 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
Av. Eduardo Girão ( Br 116 A Pe Cicero ) ** 2 2 2 ** 2 2 2 12
25 Av. Eduardo Girão ( Pe. Cicero A Br 116 ) 2 ** 2 2 2 ** 2 2 2 14
Rotatória BR 116 e Praça Emlurb ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
Estátua De Iracema ( Av. Beira Mar ) 1 ** 1 1 1 ** 1 1 1 7
4 Av. Raul Barbosa ( Ponte Do Cocó - Av. Isaac Amaral ) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
6 Av. Raul Barbosa: ( Av. Isaac Amaral - Ponte do Cocó ) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
1 Av. Rog. Leite ( Murilo Borges - Av. Santana Jr.) 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
Av. Rog. Leite: ( Murilo Borges À Av. Des. Gonzaga ) ** 3 3 3 ** 3 3 3 18
6 Av. Israel Bezerra 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Santana Jr.: ( Iguatemi A Ponte Do Cocó ) 2 ** 2 2 2 2 2 2 ** 2 2 2 2 2 2 26
23 Praça João Dummar E Pça Das Cordas (B. Mar) 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Santana Jr.: (Cocó Ao Viaduto Da Stos Dumont ) 2 ** 2 2 2 2 2 2 ** 2 2 2 2 2 2 26
7 Via Expressa: ( S. Dumont À Abolição ) 3 ** 3 3 3 ** 3 3 3 21
VIA EXPRESSA: ( Raul Barbosa À S. Dumont ) ** 3 3 3 ** 3 3 3 18
14 Av. Luciano Carneiro 2 ** 1 2 1 2 1 2 ** 1 2 1 2 1 2 20
Av. Borges De Melo 1 ** 2 1 2 1 2 1 ** 2 1 2 1 2 1 19
Av. Abolição ( Br. Studart Ao Náutico ) 1 ** 1 1 1 ** 1 1 1 7
9 Av. Virgílio Távora 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Beira-Mar (Volta Da Jurema) 1 ** 1 1 1 1 1 1 ** 1 1 1 1 1 1 13
Av. Abolição ( Náutico À Via Expressa ) ** 1 1 1 ** 1 1 1 6
10 Av. Dedé Brasil ( Parangaba Ao Castelão ) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
24 Av. Raul Barbosa (Br 116 A Murilo Borges) 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
12 Av. Expedicionários ( Av. 13 De Maio - Aeroporto Velho
3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
)
** Pça. PORTUGAL 3 ** 3 3 3 3 3 3 ** 3 3 3 3 3 3 39
Total Carradas/dia 45 0 45 45 45 45 45 45 0 45 45 45 45 45 45 585
Fonte: EMLURB (2009)
192
Tabela 4.16 – Dados das ETEs com possibilidade de utilização do efluente para a rega de
áreas verdes de Fortaleza.
Distância
Vazão
média em
Já atende Qmed disponível
Sistema Descrição da ETE relação à
ao PL* (L/s) para reúso
Lagoa do
(m3/dia)
Opaia (Km)
1 LA, 1 LF e 1 LM,
Conj. Fluminense 11,8 Sim 8,5 734,4
em série
1 LA, 1 LF e 2 LM,
Conj. Palmeiras II 16,4 Sim 36,5 3.153,6
em série
1 LF aerada, 1 LF, e
Conj. Tupamirim 7,3 Sim 8,4 725,8
2 LM em série
Conj. Hab. 1 LA, 1 LF e 2 LM
17,3 Não 15,0 1.296,0
Jereissati em série
Conj. Almirante 1 LA, 1 LF e 2 LM
14,0 Sim 4,3 370,5
Tamandaré em série
Conj. São 1 LA, 1 LF e 2 LM
11,9 Sim 33,4 2.885,6
Cristovão em série
Conj. José Walter 1 LA e 2 LM em
23,5 Não 84,0 7.257,6
III série
* PL – Padrão de Lançamento – Portaria Nº 154/2002/SEMACE; LA – Lagoa Anaeróbia; LF – Lagoa Facultativa; LM – Lagoa de
Maturação; ni – não informado.
193
Figura 4.20 – Localização e distância da ETE Tupamirim e Lagoa do Opaia.
Vale salientar que o projeto inicial da ETE era formado por uma lagoa anaeróbia, uma
lagoa facultativa e duas de maturação. Todavia, no início da operação o sistema apresentou
alguns problemas associados principalmente à exalação de odores fétidos provenientes da
lagoa anaeróbia. Como solução para este problema, a referida lagoa foi dotada com quatro
aeradores, sendo transformada numa unidade aerada. Desde então o sistema vem funcionando
de forma satisfatória, não mais ocorrendo reclamações por parte dos moradores das áreas
circunvizinhas.
As atividades de manutenção das lagoas de estabilização da ETE Tupamirim são
desenvolvidas de forma bastante satisfatória, sendo uma ETE muito limpa e organizada; isso
se deve. principalmente, ao comprometimento do operador que cuida da ETE com muito zelo,
conforme pode ser visto na Figura 4.22.
194
Lagoa Maturação I Lagoa Maturação 2
195
4.3.2.4 Pós-tratamento proposto para a ETE Tupamirim
Como já foi citado anteriormente, o efluente final atende ao Padrão de Lançamento, e
a ETE encontra-se devidamente licenciada junto à Semace (LO Nº565/08). Entretanto, apesar
da boa qualidade do efluente, para minimizar possíveis riscos aos usuários do efluente, é
necessário realizar um pós-tratamento do mesmo.
Além de melhorar a qualidade sanitária do efluente, outro objetivo do pós-tratamento é
remover o excesso de algas, conforme pode ser visto na Figura 4.23, melhorando, dessa
forma, a cor e a turbidez, e consequentemente, diminuindo a possibilidade de rejeição por
parte dos usuários.
196
Diferentes alternativas de tratamento podem ser empregadas para remoção de algas,
podendo citar: filtros de areia, filtros de pedra e filtros plantados com macrófitas
(KIMWAGA et al., 2004; PHILIPPI; SEZERINO, 2004; JOHNSON; MARA, 2002;
SAISAM et al., 1995; MIDDLEBROOK, 1995, apud DOS SANOS, 2006).
Segundo Mancuso e Santos (2002), os filtros consistem na passagem do esgoto através
do leito de material granular para remoção de sólidos, o que exige eventuais lavagens com
água em contra-corrente para remoção do material retido. Trata-se de um processo-chave na
produção de efluente de alta qualidade, combinando mecanismos físicos e químicos de
remoção de sólidos, sendo por isso normalmente usado como processo final, antecedendo a
desinfecção.
Existem poucas informações sobre o dimensionamento de filtros grosseiros aplicados
ao polimento de lagoas de estabilização. Pesquisas realizadas, no âmbito do PROSAB IV,
com filtros de pedras, utilizaram como material para enchimento brita 1 a 4 (UFSC) e brita 3 e
pedra de mão (UFMG) e apresentaram baixos teores de SS no efluente, mostrando-se uma
ferramenta eficiente na remoção de DQO e SS (biomassa algal) de efluentes de lagoas de
estabilização. O sistema da UFGM também teve um ótimo desempenho, apresentando a
qualidade bacteriológica do efluente final que permite a utilização para irrigação irrestrita
seguindo as diretrizes da OMS. Outro ponto observado foi uma perda de carga praticamente
desprezível durante os dois anos de operação. Segundo os pesquisadores, a simplicidade do
sistema e a ausência de mecanização; baixo consumo de energia e produtos químicos; aliados
ao baixo custo de implantação e operação sugerem elevada aplicabilidade do filtro de pedra
na remoção de algas (CHENICHARO, et al., 2006).
197
(normalmente de junho a fevereiro). Na época de chuvas o efluente não passaria pelo pós-
tratamento e seria lançado no corpo receptor. Caso se opte pela extensão da área a irrigar, a
água de reúso teria que ser armazenada durante meses em que ocorre a precipitação em níveis
superiores às necessidades das culturas.
198
Tabela 4.17 – Relação do material hidromecânico da Estação Elevatória de Água de Reúso
para vazão de 8 L/s.
DN
Item Discriminação Quant.
(mm)
Conjunto de moto-bombas: P = 5 CV; Q = 16,8 L/S; Hman =
1 - 2
9,8 m; ROT = 1740 rpm
2 RD FFº com flanges 200x150 2
3 Toco FFº com flanges (L = 0,25 m) 150 3
4 C90º FFº com flanges 150 3
5 Tubo FFº flange/flange (L = 0,98 m) 150 2
6 Válvula de retenção portinhola única 150 2
7 Registro com flanges com cunha de borracha e volante 150 2
8 T FFº com flanges 150 1
9 Tubo FFº flange/ponta (L = 1,49 m) 150 1
10 Tubo FFº flange/ponta (L = 0,59 m) 150 1
11 C90º FFº com bolsas 150 1
12 Tubo PVC – OCRF (L= 0,27 m) 50 1
DN
Item Discriminação Material Quant.
(mm)
1 Curva de 90º com bolsas FoFo 150 1
2 Tubo ponta/flanges (L = 0,50 m) FoFo 150 1
3 Curva de 90º com flanges FoFo 150 3
4 Válvula borboleta wafer FoFo 150 2
199
Tabela 4.19 – Relação do material hidromecânico do reservatório apoiado.
DN
Item Discriminação Quant.
(mm)
1 Curva de 90º com bolsas 200 6
2 Tubo FFº flange/ponta (L = 1,10 m) 200 2
3 Registro com flanges com cunha de borracha e volante 200 6
4 Tubo FFº flange/flange (L = 0,50 m) 200 6
Com base no sistema proposto foi estimado o custo com a implantação do sistema, que
é de aproximadamente R$ 158.404,00, cujo resumo encontra-se na Tabela 4.20 e o orçamento
detalhado encontra-se em anexo. Segundo Semura et al., (2005), a SABESP adota valores na
faixa de R$ 0,16 a 0,27/m3. Para fazer uma estimativa simplificada adotou-se um valor médio
de R$ 0,21/m3. Como o consumo mensal da prefeitura é de 7.560 m3/mês, o custo mensal com
a compra do efluente seria de aproximadamente R$ 1.587,60/mês e R$ 19.051,20/ano. Para o
valor adotado (R$ 0,21/m3) o tempo estimado de pay back do investimento seria de
aproximadamente 8,3 anos. Apesar desse estudo ter sido bastante superficial e simplificado,
ficou evidenciado que tanto para a Companhia de Saneamento quanto para a Prefeitura de
Fortaleza o valor é bastante insignificante frente aos ganhos ambientais e de imagem que as
duas instituições irão obter.
200
Tabela 4.20 – Resumo geral do orçamento do pós-tratamento da ETE Tupamirim.
Total
Item Discriminação
(R$)
1 Instalação da obra - serviço 9.208,38
2 Estação Elevatória Q = 8 L/s - serviço 20.665,33
3 Estação Elevatória Q = 8 L/s - material 65.593,63
4 Filtro ascendente - serviço 5.775,32
201
Plano também visou combater a pobreza, e melhorar a distribuição de renda e de geração de
empregos no quadro rural (CEARÁ, 1999).
Dentro desse contexto, o reúso planejado de águas para fins agrícolas surge como uma
alternativa bastante atrativa de agricultura sustentável, contribuindo de forma significativa
para minimizar a escassez de água no mundo, e consequentemente melhorar a qualidade de
vida e condições sociais no setor agrícola.
Todavia, é importante salientar que a irrigação com águas residuárias sem tratamento
adequado pode afetar a fauna e flora, transmitir doenças pelo contato com os trabalhadores e
contaminação das culturas irrigadas, pode causar toxidade do solo, contaminação dos
aquíferos, especialmente por nitratos (DUARTE et al., 2008, apud SANDRI et al., 2009).
Portanto, o reúso na agricultura deve ocorrer de forma planejada, sustentável nos aspectos
ambientais, econômicos, sociais e principalmente de segurança da saúde humana, seja pelo
contato direto ou indireto, tanto pela manipulação da água de reúso ou pela ingestão de
alimentos irrigados com esta água (SANTOS et al., 2005).
202
demanda para irrigação igual a 18.000 m3/ha.ano, valor usualmente usado na região nordeste
do país.
Conforme visto na Tabela 2.32, o perímetro irrigado do Estado do Ceará é de cerca de
26.269,20 ha, e, portanto o efluente gerado nas estações de esgoto operadas pela Cagece
poderia irrigar cerca de 12,5% do total atual de áreas irrigadas no Estado, disponibilizando
1.872,0 L/s de água usada na irrigação para outros usos, inclusive abastecimento humano.
Com esse volume seria possível abastecer cerca de 1.078 habitantes, com um per capita de
150 L/s. Ou poder-se-ia aumentar em 12,5% o perímetro irrigado do Estado.
Todavia, recomenda-se a realização de estudos mais aprofundados a fim de se obter
informações mais consistentes e, dessa forma, elaborar um projeto de reúso mais
fundamentado e com maior probabilidade de se obter sucesso. O referido estudo deve
contemplar os seguintes aspectos: a relação entre a demanda e oferta na proximidade da
estação; o tipo do solo (características químicas, físicas, permeabilidade); o nível do lençol
freático; identificação da(s) cultura e método(s) de irrigação mais adequados e viáveis; nível
de aceitação dos agricultores e consumidores; necessidade ou não de pós-tramento do efluente
antes do reúso; custos envolvidos com o transporte do efluente da estação até a área a ser
irrigada; garantia de qualidade e vazão, de acordo com as necessidades do agricultor, dentre
outros.
Vale salientar que esse estudo deve ser feito individualmente, pois a solução para uma
estação pode ser diferente para outra que tenha características físicas (condições de solo,
clima etc.) e demandas por água distintas.
Outro ponto importante que deve ser observado no momento da elaboração de um
projeto de reúso na agricultura é o que fazer com o efluente na época das chuvas. Segundo
Pinto et al., (2006), essa situação não é tão eventual, uma vez que quando as precipitações
atmosféricas superam a demanda de água da cultura e a capacidade de infiltração do solo, os
efluentes não poderão ser dispostos na área de irrigação, devendo ser providenciado o
tratamento complementar do efluente ou seu armazenamento em tanques ou lagoas, até que
atinjam os padrões de lançamento ou possam ser lançados na área de irrigação. É
indispensável, portanto, que os sistemas que produzem água para o reúso agrícola sejam
concebidos levando-se em consideração as características pluviométricas da região em que é
adotado, principalmente no que se refere aos períodos chuvosos.
203
Tabela 4.21– Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 4.
Qmed Área a Irrigar
Município Sistema Tipo de Irrigação
(L/s) (ha)
Acarape Sede 19,5 34,16 Restrita
Acopiara Sede 22,3 39,07 Restrita
Acaraú Sede 38,8 67,98 Restrita
Altaneira* Sede 3,7 6,48 -
Aracati* Canoa Quebra 1,6 2,80 -
Aquiraz Sede 68,6 120,19 Irrestrita
Aurora Sede 30,7 53,79 Irrestrita
Barbalha* Sede 9,3 16,29 -
Barro* Sede 95,0 166,44 -
Barreira* Sede 5,9 10,34 -
Barroquinha* Sede 3,0 5,26 -
Barroquinha* Bitupitá 5,6 9,81 -
Beberibe Sede 19,0 33,27 Irrestrita
Campos Sales Sede 61,3 107,40 Irrestrita
Catarina Sede 4,2 7,36 Restrita
Crateús Sede 12,6 22,08 Irrestrita
Croata* Sede 6,1 10,69 -
Guaiuba Sede 19,5 34,10 Restrita
Graça* Sede 2,3 4,03 -
Graça* Lapa 0,8 1,40 -
Independência* Sede 36,3 63,60 -
Itapipoca Sede 128,0 224,26 Irrestrita
Itapipoca* Lagoinha 33,6 58,87 -
Itapipoca* Marinheiro 3,1 5,43 -
Itapipoca* Baleia 1,3 2,28 -
Jijoca Sede 5,8 10,16 Irrestrita
Juazeiro do Norte Sede 260,8 456,92 Restrita
Mauriti Sede 18,3 32,06 Restrita
Missão Velha Sede 20,0 35,04 Restrita
Nova Jaguaribara Sede 10,4 18,22 Irrestrita
Pacatuba Sede 31,4 55,01 Irrestrita
Paraipaba Lagoinha 15,9 27,86 Irrestrita
Paraipaba Sede 15,9 27,86 Irrestrita
Paracuru Sede 34,4 60,27 Irrestrita
Poranga* Sede 6,6 11,56 -
Quixadá Campo Novo 10,9 19,10 Restrita
Russas Sede 19,0 33,29 Restrita
Salitre* Sede 2,8 4,91 -
São Benedito Sede 10,7 18,75 Restrita
São Gonçalo Pecém 9,8 17,7 Restrita
São Gonçalo Sede 23,5 41,17 Restrita
Tabuleiro do Norte Sede 36,3 63,60 Restrita
Trairi Sede 12,3 21,55 Restrita
Uruoca* Sede 4,2 7,36 -
TOTAL 1181,1 2.069,29 -
*Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto, ainda não têm efluente vertendo na última lagoa.
Fonte: Pesquisa direta.
204
Tabela 4.22 – Potencialidade de reúso em irrigação dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
Qmed Área a Tipo de
Município Sistema
(L/s) Irrigar (ha) Irrigação
Conj. Araturi I 44,2 77,53 Restrita
Conj. Nova Metrópole 62,7 109,83 Restrita
Conj. Hab. Planalto 12,1 21,25 Restrita
Conj. Tabapuá ni 0,0 -
Caucaia
Conj. São Francisco 9,1 15,94 Restrita
Sede 153,9 269,62 Restrita
Conj. Marechal Rondon 44,7 78,33 Restrita
Conj. Guadalajara 2,8 4,92 Restrita
Conj. Fluminense 8,5 14,93 Restrita
Conj. Palmeiras II 36,5 63,86 Restrita
Conj. Tupã - Mirim 8,4 14,79 Restrita
Conj. Hab. Jereissati 15,0 26,28 Restrita
Conj. Almirante Tamandaré 4,3 7,53 -
Conj. Ceará - 4ª etapa 92,1 16,36 Restrita
Fortaleza
Conj. Jereissati III 15,6 27,33 Restrita
Conj. João Paulo II 12,3 21,64 Restrita
Conj. São Cristovão 33,4 58,53 Restrita
Conj. Tancredo Neves 23,4 40,93 Restrita
Conj. Esperança 27,7 48,55 Restrita
Conj. José Walter III 84,0 147,17 Restrita
TOTAL 690,9 1.202,84 -
Fonte: Pesquisa direta.
205
tratados à disposição de fazendeiros, para irrigação irrestrita, elimina as vantagens de poder
definir os locais adequados, escolher as técnicas de irrigação apropriadas, estabelecer as
culturas permitidas e de controlar os riscos sobre a saúde e os impactos ambientais.
Todavia, infelizmente, como as estações já se encontram em operação há algum
tempo, e no momento que as mesmas foram projetadas/construídas a questão do reúso do
efluente não foi pensado, as diretrizes acima citadas não podem ser implementadas na íntegra.
Mas alguns critérios e procedimentos podem ser adotados visando maximizar os benefícios da
prática do reúso na agricultura e minimizar os riscos ambientais e de saúde pública.
Como já foi citado anteriormente, o Brasil ainda não possui uma política de reúso
definida e implementada e, portanto, ainda não foram definidas diretrizes e padrões para as
diversas modalidades de reúso, cabendo ao empreendedor a responsabilidade de adotar as
diretrizes adequadas. Normalmente, são seguidas as definidas pela OMS.
Segundo Mota e Rocha (2007), a água para irrigação deve obedecer a determinados
critérios que visem à preservação da qualidade das culturas e dos níveis de produção (vazão),
à preservação do solo agrícola e à proteção da saúde do consumidor (qualidade sanitária do
efluente). Outro aspecto que também deve ser avaliado é a relação entre demanda e oferta. No
caso específico do reúso agrícola, essa demanda é praticamente nula nos municípios da
Região Metropolitana de Fortaleza, haja vista que a taxa de urbanização dos municípios de
Fortaleza, Maracanaú e Caucaia é de 100, 99,69 e 90,26%, respectivamente.
Portanto, a demanda maior para reúso agrícola é no interior do Estado, haja vista que a
taxa de ocupação rural é mais elevada no interior, conforme pode ser verificado na Tabela
4.23.
Das 44 estações de tratamento do tipo lagoa de estabilização em operação, somente 27
já entraram em regime e possuem efluente vertendo o ano todo. Estas estações podem
disponibilizar uma vazão de 959,9 L/s, o que poderia irrigar uma área de 1.682,22 hectares.
Um grande diferencial dessas estações em relação ao reúso agrícola é o fato da grande maioria
estar localizada distante de áreas urbanas e ter no seu entorno propriedades rurais, que
consomem água na agricultura e/ou criação de animais, conforme pode ser visto nas Figuras
4.25, 4.26, 4.27, 4.28, 4.29, 4.30, 4.31, 4.32, 4.33, 4.34, 4.35, 4.36 e 4.37, que mostram fotos
de algumas estações do interior do Estado.
206
É importante salientar que 17 estações ainda não entraram em regime, e, portanto, não
possuem efluente vertendo. Todavia, futuramente, essas estações poderão disponibilizar cerca
de 221,2 L/s, o que poderá irrigar uma área de 387,55 ha .
Tabela 4.23 – Taxa de ocupação urbana e rural dos municípios do interior do Estado que
possuem sistemas do tipo lagoa de estabilização que já entraram em regime.
Taxa de Ocupação
Município Sistema
Urbana (%) Rural (%)
Acarape Sede 54,34 45,66
Acopiara Sede 47,16 52,84
Acaraú Sede 50,20 49,80
Aquiraz Sede 90,43 9,57
Aurora Sede 39,99 60,01
Beberibe Sede 46,52 50,51
Campos Sales Sede 67,02 32,98
Catarina Sede 41,58 58,42
Crateús Sede 67,0 32,93
Guaiúba Sede 78,51 21,49
Itapipoca Sede 51,37 48,63
Jijoca Sede 28,41 71,59
Juazeiro do Norte Sede 95,33 4,67
Mauriti Sede 42,64 57,36
Missão Velha Sede 39,23 60,77
Nova Jaguaribara Sede 40,54 59,46
Pacatuba Sede 90,97 9,03
Paracuru Sede 60,54 39,46
Sede
Paraipaba 49,80 50,20
Lagoinha
Quixadá Campo Novo 67,32 32,68
Russas Sede 61,62 38,38
São Benedito Sede 52,56 47,44
Sede
São Gonçalo 62,00 38,00
Pecém
Tabuleiro do Norte Sede 58,58 41,50
Trairi Sede 32,37 67,63
Fonte: IBGE – Censos Demográficos (1991/2000).
207
Figura 4.25 - Vista da ETE de Acopiara. Figura 4.26 - Vista da ETE de Beberibe.
Figura 4.27 – Vista da ETE de Catarina. Figura 4.28 – Vista da ETE de Crateús.
Figura 4.29 – Vista da ETE de Guaiúba. Figura 4.30 – Vista da ETE de Pacatuba.
208
Figura 4.31 - Vista da ETE de Paracuru. Figura 4.32 – Vista da ETE de Paraipaba.
Figura 4.33 - Vista da ETE do Pecém. Figura 4.34– Vista da ETE de Russas.
Figura 4.35– Vista da ETE de S.Gonaçalo. Figura 4.36– Vista da ETE de Trairi.
209
Dentre as 27 estações, as ETEs de Campos Sales, Aquiraz, Itapipoca e Juazeiro do
Norte se destacam pelo grande volume de efluente gerado, sendo cerca de 61 L/s, 69L/s, 128
L/s e 261 L/s, respectivamente. As demais estações possuem vazão menor que 40 L/s. As
Figuras 4.37, 4.38, 4.39 e 4.40 mostram fotos das referidas estações.
Figura 4.37 - Vista da ETE de Campos Sales. Figura 4.38 - Vista da ETE de Aquiraz.
Figura 4.39 - Vista da ETE de Itapipoca. Figura 4.40 - Vista da ETE de Juazeiro do N
210
raízes profundas, as quais permitam um maior alcance da ação do sistema radicular do vegetal
na utilização dos macro e micro-elementos; capacidade de proporcionar uma maior aeração
do solo; ser resistente a longos períodos de imersão; fácil obtenção e manuseio
Portanto, a escolha da cultura é uma etapa muito importante no projeto de reúso
agrícola. Outro aspecto muito importante é a qualidade sanitária do efluente, pois a qualidade
do efluente deve ser adequada aos usos pretendidos. Por exemplo, o nível de exigência em
relação ao tratamento do efluente utilizado na irrigação de vegetais crus é muito maior do que
para o efluente utilizado na produção de forrageiras, flores e culturas industriais.
Buscando propiciar uma maior segurança para os agricultores, sugere-se que
forrageiras para alimentação de animais e a mamona sejam as culturas utilizadas nos projetos
iniciais a serem implantados no Estado do Ceará. Posteriormente, quando os agricultores já
estiverem devidamente sensibilizados sobre os riscos inerentes ao reúso agrícola e as medidas
preventivas já estiverem fazendo parte de suas rotinas; quando o controle da qualidade do
efluente já estiver devidamente implementado de modo a garantir efetivamente a segurança
do usuário; quando o Brasil/Estado do Ceará tiver definido diretrizes e/ou padrões para o
reúso agrícola, pode-se começar a pensar em projetos de reúso agrícola com culturas cuja
exigência em relação ao nível de qualidade sanitário seja maior.
(a) Forrageiras
As plantas forrageiras, pelo fato de apresentarem longa estação de crescimento,
elevado acúmulo de nutrientes e pela sua capacidade de recobrimento do solo, têm
apresentado alto potencial para receber a aplicação de efluentes (BOLLE; BELL, 1978 apud
MOTA, et al., 2006). Resultados favoráveis com forrageiras têm sido comuns na literatura,
incluindo relatos de aumentos no rendimento de massa seca (MS) e/ou de proteína bruta em
pastagens de alfafa, azevém-perene e capim-Bermuda (MOTA et al., 2006).
As gramíneas do gênero Cynodon, originárias da África e consideradas bem adaptadas
a regiões tropicais e subtropicais, são recomendadas como forrageiras para alimentação de
animais em todo o mundo. O Cynodon spp. Tifon 85 apresenta características, como porte
mais elevado, colmos mais compridos, folhas mais extensas e de coloração verde mais escura
e estolões que se expandem rapidamente, possuindo rizomas grandes e em menor número do
que das outras cultivares desse gênero (VILELA; ALVIM, 1999 apud SOUSA, et al., 2009).
211
Pesquisas realizadas no âmbito do Edital 3, Tema 2 do PROSAB com alimentação
animal com produtos irrigados com esgotos sanitários demonstram que o fornecimento do
material irrigado para alimentação de bovinos e caprinos não resultou em alteração do quadro
clínico dos animais, não tendo sido verificada evidência de infecção e de contaminação de
carne e do leite. Os resultados indicaram elevada produtividade das forrageiras irrigadas com
esgoto tratado, e não foram encontradas evidências de riscos reais à saúde animal e riscos
potenciais à saúde humana por consumo de produtos animais (BASTOS, 2003).
(b) Mamona
A mamona (Ricinnus communis L.) é uma planta originária da Etiópia e regiões
circunvizinhas à África Tropical. Trata-se de uma planta heliófila, resistente à seca, e
encontrada em diversas regiões do Brasil. Seu principal produto, o óleo extraído das
sementes, possui centenas de aplicações como, por exemplo: fabricação de cosméticos,
lubrificantes, aditivos de combustíveis aeroespaciais, indústrias de plástico, dentre outros
(ARBULÚ, et al., 2003 apud SOUZA, 2006).
212
Em trabalho realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), a
cultura da mamona foi submetida à irrigação (microaspersão) com esgoto sanitário tratado em
lagoas de estabilização (série composta por uma lagoa anaeróbia, uma facultativa e duas de
maturação) e água de poço. Foram empregados quatro tratamentos: (i) T1: água de poço mais
adubação recomendada; (ii) T2: efluente mais adubação recomendada; (iii) T3: efluente sem
adubação e (iv) T4: efluente mais metade da adubação recomendada. Para todas as variáveis
analisadas, os resultados da irrigação com esgotos igualaram-se ou foram superiores aos
obtidos com a irrigação com água e adubação química. Os pesquisadores concluíram que a
mamona respondeu positivamente ao efluente aplicado, evidenciando que a cultura conseguiu
converter eficientemente os nutrientes do esgoto em biomassa vegetal, com excelente
produtividade (MOTA et al., 2006).
Além do fato de já terem sido realizadas pesquisas com uso de efluentes na irrigação
da mamona, conforme citado no parágrafo anterior, a mamona apresenta outros diferenciais,
comentados a seguir.
A torta da mamona, que é um subproduto da extração do óleo, pode ser usada como
fertilizantes e tem a capacidade de restaurar terras esgotadas, pois se trata de um adubo
orgânico com alto teor de proteínas (BRAGA, 2007).
Em 2005, o Governo Brasileiro editou a Lei nº 11.097, que estabelece percentuais
mínimos de mistura de biodiesel ao diesel e o monitoramento da inserção do novo
combustível no mercado. O Governo Brasileiro também lançou o Programa Nacional de
Produção e Uso de Biodiesel, Programa Biodiesel, que objetiva a implementação de forma
sustentável, técnica e economicamente, a produção e uso do biodiesel, com enfoque na
inclusão social e no desenvolvimento regional, com a geração de emprego e renda.
Segundo Santos e Correia (2007) o Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel é importante por apresentar a viabilidade do desenvolvimento sustentável, do
agricultor familiar, de várias regiões brasileiras, principalmente o habitante da região
Nordeste do Brasil, e enfaticamente por meio da matéria-prima mamona, para a produção do
biodiesel.
As considerações feitas com relação às forrageiras e à mamona justificam a indicação
da utilização dessas culturas em sistemas de irrigação com esgoto a serem implantados no
Ceará.
213
4.3.3.5 Proposta para a implantação do reúso agrícola no Estado do Ceará
Conforme já citado anteriormente, do ponto de vista ambiental o reúso agrícola é uma
prática que deve ser incentivada, pois promove o desenvolvimento sustentável da agricultura,
transformando a problemática do acúmulo de nutrientes nos rios em uma fonte segura dos
mesmos.
Quando se cogita qualquer tipo de projeto, deve-se sempre avaliar a viabilidade
econômica e financeira do mesmo. Segundo a WHO (1989), a avaliação da viabilidade
econômica considera um projeto viável quando, no planejamento financeiro, for identificada a
forma pela qual os projetos serão pagos. No caso da avaliação econômica de sistemas de
irrigação utilizando águas residuárias tratadas, deve-se comparar a alternativa do reúso com o
que seria feito na ausência deste. O custo das águas residuárias inclui os gastos com o
tratamento adicional requerido, transporte e aplicação (GENERINO, 2002).
Todavia, ao se avaliar economicamente a reutilização de esgotos domésticos na
agricultura, deve-se levar também em consideração o destino final dos investimentos
financeiros com o aumento na produção de alimentos, além do retorno social pelas melhorias
geradas na área da saúde e mitigação da poluição hídrica. Além disso, é importante também
quantificar o ganho financeiro gerado com a economia de adubo.
Quanto à questão econômica, pode-se comentar que a implantação de sistemas de
reúso agrícola no estado do Ceará pode ser apoiada por programas de apoio à agricultura
sustentável já existentes, uma vez que esta é uma prática que visa à sustentabilidade.
A seguir, apresenta-se uma proposta para viabilizar a implantação de projetos de reúso
agrícola no Estado do Ceará, por meio de uma parceria entre a Companhia de Água e Esgoto
do Ceará (Cagece) e a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA).
A proposta baseia-se na formação de um programa de cooperação técnica, entre a
referida Secretaria e a Cagece, com o objetivo de executar de um a três projetos pilotos em
municípios do interior do Estado que possuem uma grande demanda por água, têm um perfil
agrícola e que disponham de ETE do tipo lagoa de estabilização em operação e com vazão e
efluente com qualidade sanitária adequada (ou passível de ser adequada) à prática do reúso
agrícola.
Inicialmente, as duas instituições uniriam esforços e recursos para a implantação dos
projetos pilotos. A Cagece ficaria responsável por: doar o efluente ao agricultor; adequar o
efluente implantando um pós-tratamento (caso fosse necessário); construir um sistema de
214
reservação; e realizar o monitoramento da qualidade do efluente, não somente no que ser
refere aos padrões exigidos pela Portaria 154/02/Semace (como já é feito atualmente), mas
também o monitoramento de parâmetros importantes para avaliar a qualidade do efluente e os
respectivos impactos no solo, planta, agricultor e consumidor. Já a SDA se responsabilizaria
por: identificar os agricultores com perfil adequado para participar do projeto; escolher a
cultura e o método de irrigação mais adequado; dar assistência técnica ao agricultor,
orientando-o em todas as etapas, desde o preparo do terreno, plantio, colheita, forma correta
de manejo para evitar possíveis contaminações; monitoramento da qualidade do solo e
possíveis impactos; avaliação da produtividade e qualidade sanitária da cultura, dentre outros.
Como foi citada anteriormente, a proposta inicial é trabalhar com forrageiras para
alimentação de animais e mamona para a produção do biodiesel. Além disso, os agricultores
deveriam, preferencialmente, ser de baixa renda, de forma que essa prática pudesse ser uma
nova fonte de renda para a família. E, portanto, o projeto não teria apenas um cunho
ambiental, mas também social.
Após a finalização dos projetos pilotos, seriam realizados os ajustes necessários e a
prática seria estendida, gradativamente, para as demais estações de tratamento de esgoto da
Cagece, sendo que nessa próxima fase deveria ser avaliada a possibilidade de vender o
efluente para os agricultores, mesmo que fossem cobrados “preços simbólicos”, a fim de criar
a cultura de valorizar o novo insumo recebido e coibir o desperdício. Além disso, também
dever-se-ia tentar viabilizar linhas de financiamento para projetos agrícolas que utilizem
esgoto tratado.
Para o desenvolvimento do projeto de reúso em irrigação, propõe-se a criação de uma
linha de crédito para a agricultura familiar, destinada a agricultores que utilizem o efluente
tratado, por órgãos como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) ou instituições similares.
Pode-se ressaltar, ainda, que o vasto conhecimento relativo a essa possibilidade de
reúso, proporcionado pela existência de uma extensa bibliografia, de trabalhos de pesquisa já
realizados e de vários sistemas de reúso agrícola em uso, vem a incentivar esta prática. A
irrigação com esgoto tratado constitui, portanto, um grande potencial de reúso para o Estado
do Ceará, principalmente no cultivo de forrageiras e mamona, onde os riscos sanitários são
bem menores.
215
4.3.4 Reúso na Piscicultura
Nos últimos anos, o Governo do Estado do Ceará, por intermédio da Secretaria de
Agricultura e Desenvolvimento Agrário (SDA), vem buscando desenvolver a pesca e a
aquicultura continental e marítima no Estado. O programa Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e Piscicultura Associativa, desenvolvido pela referida Secretária, estimula o
aumento da produção e da produtividade do pescado com a multiplicação e distribuição de
alevinos, juntamente com a introdução de tecnologia alternativa de cultivo de pescado
(implantação de viveiros/tanques-rede) e a busca da modernização da frota pesqueira dentro
de um plano de ordenamento pesqueiro sustentável. O objetivo maior do projeto é o
fortalecimento da pesca e da aquicultura com vistas à geração de emprego, renda e à redução
das deficiências protéicas da população; qualificar melhor o pescador artesanal, no sentido de
evitar perdas e oferecer um produto final de melhor qualidade; promover o crescimento
sustentável da pesca e aquicultura continental e marítima, dentre outros (SEAGRI, 2002).
Dentro do contexto da busca da sustentabilidade da atividade, uma alternativa viável e
promissora amplamente praticada no mundo vem a ser a realização das atividades piscícolas
em águas residuárias tratadas. Com o desenvolvimento dessa prática, pode-se obter uma
maior preservação dos recursos hídricos e a geração de alimento protéico de alta qualidade.
Dessa forma, ocorre uma diminuição do impacto ambiental causado pela atividade,
contribuindo também para a sustentabilidade do tratamento de esgotos.
Além disso, como já citado anteriormente, não há dúvidas de que esgotos sanitários
representam uma fonte potencial de água e nutrientes, que pode ser reaproveitada para a
piscicultura, além de outras atividades (BASTOS, et al., 2005). Diversos trabalhos, com
experiências em escala real ou no âmbito da pesquisa, registraram a viabilidade do uso de
esgotos sanitários em piscicultura e indicam que, com adequado manejo, logra-se alcançar
boa produtividade e minimizar os riscos à saúde, além da aceitabilidade do mercado e
consumo (EDWARDS, 1992; MOSCOSO et al., 1992, apud BASTOS, et al., 2006).
216
as lagoas de estabilização, particularmente as de polimento, em vista da elevada capacidade
de remoção de patógenos e nutrientes; além disso, é considerável a biomassa que se
desenvolve nas lagoas de estabilização, principalmente na forma de algas, sendo o cultivo de
peixes planctófagos uma das alternativas de exploração das proteínas existentes nas algas
(BASTOS, et al., 2005).
Conforme visto anteriormente na Tabela 2.27, o Prosab apresenta as seguintes
diretrizes para o uso de esgotos sanitários em piscicultura: (i) No afluente ao tanque – Cter ≤
104/100 mL e concentração de ovos de helmintos ≤ 1; (ii) No tanque de piscicultura - Cter ≤
103/100 mL e concentração de ovos de helmintos ≤ 1. As primeiras diretrizes serão utilizadas
como referência neste estudo, haja vista que os efluentes das ETES serão afluentes dos
tanques de piscicultura.
Utilizando os valores acima como referência, adotou-se um per capita médio de 150
-1
L.ha.d (que é o valor normalmente utilizado nos projetos de saneamento no Nordeste) e uma
área média de 2,0 m2 por pessoa. Dessa forma, a vazão de 1 L/s corresponde a uma população
de 400 habitantes, e com essa vazão é possível suprir, em média, uma área de cultivo de
peixes de 800 m2 (0,08 ha). As Tabelas 4.24 e 4.2 apresentam o potencial de áreas de cultivo
para os sistemas dos Grupos 4 e 5, respectivamente.
Conforme pode ser visto nas referidas tabelas, os sistemas de lagoas de estabilização
em operação na RMF e interior do Estado podem disponibilizar uma vazão de cerca de
1.872,0 L/s, e com essa vazão é possível suprir, em média, uma área de cultivo de peixes de
1.497.600 m2 (149,7 ha).
Apesar da grande maioria dos sistemas não atenderem às diretrizes do Prosab em
relação à concentração de Cter ≤ 104/100 mL no afluente do tanque, não se pode afirmar
categoricamente que esse efluente não pode ser utilizado na criação de peixes. Assim como no
reúso agrícola, dever-se-ia realizar estudos mais aprofundados para avaliar quais medidas
217
devem ser adotadas para viabilizar a prática do reúso na piscicultura. Além disso, segundo
Mota e Rocha (2007), deve-se sempre considerar uma combinação de diferentes medidas de
proteção sanitária, por exemplo, tratamento do esgoto, restrição do produto, adoção de
medidas após a captura dos peixes (secagem, aplicação de sal, conserva) e/ou cozimento antes
do consumo.
Vale salientar que as ETEs Tupamirim (Fortaleza), Aquiraz, Cratéus, Itapipoca,
Paracuru, Lagoinha (Paracuru) e Paraipaba já apresentam o efluente dentro dos padrões
recomendados, e, portanto, já poderiam ter o efluente utilizado na piscicultura. Sendo assim,
se houvesse algum usuário interessado (a exemplo de piscicultores, cooperativas de
piscicultores, prefeituras municipais, Seagri, dentre outros) cerca de 275,4 L/s de efluente
tratado estaria disponível para ser utilizado de imediato; com essa vazão seria possível
atender, em média, uma área de cultivo de peixes de 221.000 m2 (22,1 ha).
218
Tabela 4.24 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 4.
Qmed Área de cultivo de Atende as diretrizes
Município Sistema
(L/s) peixes (ha) sanitárias do Prosab
Acarape** Sede 19,5 1,6 -
Acopiara Sede 22,3 1,8 Não
Acaraú** Sede 38,8 3,1 -
Altaneira* Sede 3,7 0,3 -
Aracati* Canoa Quebra 1,6 0,1 -
Aquiraz Sede 68,6 5,5 Sim
Aurora** Sede 30,7 2,5 -
Barbalha* Sede 9,3 0,7 -
Barro* Sede 95,0 7,6 -
Barreira* Sede 5,9 0,5 -
Barroquinha* Sede 3,0 0,2 -
Barroquinha* Bitupitá 5,6 0,4 -
Beberibe* Sede 19,0 1,5 -
Campos Sales** Sede 61,3 4,9 -
Catarina** Sede 4,2 0,3 -
Crateús Sede 12,6 1,0 Sim
Croata* Sede 6,1 0,5 -
Guaiuba* Sede 19,5 1,6 -
Graça* Sede 2,3 0,2 -
Graça* Lapa 0,8 3,1 -
Independência* Sede 36,3 2,9 -
Itapipoca Sede 128,0 10,2 Sim
Itapipoca* Lagoinha 33,6 2,7 -
Itapipoca* Marinheiro 3,1 0,2 -
Itapipoca* Baleia 1,3 0,1 -
Jijoca** Sede 5,8 0,5 -
Juazeiro do Norte Sede 260,8 20,9 Não
Mauriti Sede 18,3 1,5 Não
Missão Velha** Sede 20,0 1,6 -
Nova Jaguaribara** Sede 10,4 0,8 -
Pacatuba* Sede 31,4 2,5 -
Paraipaba Lagoinha 15,9 1,3 Sim
Paraipaba Sede 15,9 1,3 Sim
Paracuru Sede 34,4 2,8 Sim
Poranga* Sede 6,6 0,5 -
Quixadá Campo Novo 10,9 0,9 Não
Russas Sede 19,0 1,5 Não
Salitre* Sede 2,8 0,2 -
São Benedito Sede 10,7 0,9 Não
São Gonçalo Pecém 9,8 0,8 Não
São Gonçalo Sede 23,5 1,9 Não
Tabuleiro do Norte Sede 36,3 2,9 Não
Trairi** Sede 12,3 1,0
Uruoca* Sede 4,2 0,3 -
TOTAL 1181,1 97,5 -
**Sistemas que ainda não atingiram a carga plena, e, portanto, ainda não tem efluente vertendo na última lagoa.
** Sistemas que não tiveram o parâmetro Cter monitorado.
Fonte: Pesquisa direta.
219
Tabela 4.25 – Potencialidade de reúso em piscicultura dos efluentes dos sistemas do Grupo 5.
Qmed
Município Sistema Área de cultivo Atende as diretrizes
(L/s) de peixes (ha) sanitárias do Prosab
Outro ponto interessante é que, com exceção da ETE de Crateús, as demais estações
estão localizadas em municípios litorâneos, onde a atividade pesqueira já faz parte da cultura
da população. Neste caso seria necessário um trabalho efetivo de sensibilização junto aos
piscicultores, mostrando as vantagens e benefícios, econômicos e ambientais, da substituição
da água bruta pelo esgoto tratado. Nesse processo de sensibilização também deve ser
abordados os riscos reais e potenciais da referida prática e orientá-los sobre a forma correta de
220
manejo para evitar possíveis riscos. Além disso, esses piscicultores devem receber um apoio e
orientação técnica durante todas as etapas de implantação e operação do projeto.
Segundo Bastos et al. (2003), na seleção de espécies para cultivo devem ser
considerados aspectos de adaptação climática e a qualidade da água, hábitos alimentares e
facilidade de manejo.
A tilápia, animal de hábito onívoro, é a espécie que ocupa o terceiro lugar entre os
peixes mais utilizados em piscicultura no mundo, ficando atrás apenas das carpas e dos
salmões (FAO, 2005). Atualmente, o Brasil produz mais de 300.000 toneladas de pescado
cultivado, sendo que cerca de 25% dessa produção é representada pelo cultivo de tilápias
(Ibama/SEAP, 2006).
Estima-se que a produção brasileira anual de tilápias oriunda da aquicultura esteja
entre 20 e 25 mil toneladas, e os cultivos concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Por outro
lado, fatores climáticos indicam o Nordeste do Brasil como uma área de elevado potencial
para o desenvolvimento da aquicultura, tendo o cultivo de tilápias um destaque especial. As
estatísticas nacionais reforçam esta tese, visto que no período de 1995 a 1997, a Região
Nordeste teve um incremento na produção aquícola de 115,2%, enquanto que as regiões Sul e
Sudeste cresceram somente 46,2 e 15,1%, respectivamente (BORGHETTI; OSTRENSKY,
1998 apud ARAUJO, 2006).
De acordo com Lovshin (1997) apud Godoy (2006), a produção de tilápia continuará
crescendo, pois o mercado consumidor de tilápia oriunda de criações vem crescendo nos
países desenvolvidos, principalmente na Europa e na América do Norte, onde, segundo
Edwards et al., (2000), a procura por peixes de carne branca vem aumentando
consideravelmente.
Dentre as mais de 70 espécies de tilápia, a Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é o
peixe mais criado no Brasil, com uma produção estimada de 238.662 toneladas em 2005
(SINAU, 2006 apud TACHIBANA et al., 2008) e com perspectivas de aumento da produção
para suprir a demanda brasileira e de exportações.
A Tilápia do Nilo também é uma das espécies mais utilizadas para o cultivo comercial
no Nordeste brasileiro. O destaque alcançado por esta espécie é devido às suas qualidades
221
como rusticidade, alta resistência a enfermidades, tolerância a baixos níveis de amônia
dissolvidos na água, facilidade de reprodução em diferentes condições ambientais, rápido
crescimento, boa conversão alimentar e consumo de ração artificial desde a fase larval
(ALCESTE; JORRY, 1998; MEURER; HAYASHI; SOARES, 2000 apud DIAS-
KOBERSTEIN, 2007).
A partir de trabalhos realizados anteriormente por diversos autores, a tilápia do Nilo é
a espécie mais adequada para ser cultivada em esgoto doméstico tratado, pelos seguintes
motivos (LIMA, 1996 apud TAVARES, 2008): (1) é uma espécie bem conhecida; (2) aceita
uma grande variedade de alimentos explorando todos os itens básicos da cadeia trófica; (3)
responde com a mesma eficiência a ingestão de proteínas de origem vegetal e animal; (4)
apresenta resposta positiva à fertilização (adubação) dos viveiros; (5) tem grande capacidade
de filtrar fitoplâncton; (6) é bastante resistente à doenças, superpovoamentos e baixos teores
de oxigênio dissolvidos; (7) desova durante todo ano nas regiões mais quente do país; e (8)
tem alto valor comercial e grande aceitação no mercado.
Em nível mundial já foram desenvolvidos vários trabalhos de pesquisa utilizando
efluente tratado na piscicultura. Moscoso et al., (1992) apud Bastos (2003), após extensos
trabalhos com cultivo de Tilápia do Nilo em tanques alimentados com lagoas de estabilização
no Peru, concluíram que (i) sob as condições climáticas locais (clima subtropical) foi
alcançada uma produtividade de 31 kg/ha.dia, sem o fornecimento de alimento artificial ao
longo de 112 dias de verão e a partir de biomassa inicial de 962 kg/ha (12-77 g); (ii) a
capacidade de carga máxima do sistema foi de 4,4 t/ha de peixes com 250 g – biomassa de
peixes com tamanho comercial a partir da qual ocorreu redução na taxa de crescimento.
Também no Brasil, no âmbito do Prosab foram desenvolvidas várias pesquisas na área
do reúso em piscicultura, a exemplo do experimento realizado pela UFC, já citado
anteriormente, cujo objetivo era avaliar a viabilidade da utilização de esgoto doméstico
tratado na alevinagem da Tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Ao final do experimento os
pesquisadores comprovaram a viabilidade do uso da alevinagem utilizando esgotos
domésticos tratados em sistemas de lagoas de estabilização com o uso de aeração mecânica
adicional e que o peixe produzido atende aos padrões permitidos pela legislação sanitária
vigente (SANTOS et al., 2006).
222
Devido à série de vantagens já apresentadas e também aos resultados favoráveis
obtidos nas pesquisas da UFC, conclui-se que a Tilápia do Nilo é a espécie de peixe mais
indicada para ser utilizada na disseminação do reúso em piscicultura no Estado do Ceará.
223
impactos ambientais. Adicionalmente, impõe-se o desafio de vencer resistências de natureza
cultural (BASTOS, 2003 apud TAVARES, 2008).
Sendo assim, o uso de sistema intensivo é a forma de manejo indicada no reúso de
efluentes na piscicultura para o Estado do Ceará.
Produção Ton 5.000 9.000 11.400 13.860 23.400 24.480 27.000 30.600 36.000
Valor da R$ mil 15.000 27.000 34.200 41.580 70.200 73.440 81.000 91.800 108.000
Produção
Valor da R$/ha 60.000 600.000 600.000 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000 540.000
Proudução/ha
Empregos Emp. 315 399 539 910 952 1.050 1.190 1.190 1.400
Diretos
VBP/empregos R$/emp 85.714 85.714 85.714 77.143 77.143 77.143 77.143 77.143 77.143
225
4.4 Diretrizes e Políticas Públicas para o Estado do Ceará
226
na área de irrigação e piscicultura foram desenvolvidas no referido Centro, mostrando que o
reúso de efluentes é uma prática bastante viável para o Estado. Portanto, pode-se dizer que o
Estado já possui informações preliminares para se iniciar uma discussão mais aprofundada
sobre as dimensões legais e regulatórias da prática no Estado, bem como a definição de
padrões para as diversas modalidades de reúso.
Conforme já citado anteriormente no item 2.4.2, apesar da Portaria Nº
154/2002/Semace estabelecer alguns padrões para a prática do reúso, os mesmos são muito
superficiais. Na referida Portaria está prevista a sua revisão em cinco anos, portanto esta
deveria ter sido iniciada em 2007. Já estamos no final de 2009 e até o momento não foi
realizada nenhuma atividade/discussão no sentido de atualizá-la. Dessa forma, o órgão
ambiental (Semace) deveria aproveitar a oportunidade de revisão da Portaria para a realização
de seminários e fóruns a fim de discutir/debater e divulgar a questão da viabilidade do reúso
junto a diversos segmentos da sociedade cearense, a exemplo de: instituições de ensino e
pesquisa; empresas e indústrias; organizações não-governamentais; agricultores, piscicultores;
Prefeituras Municipais; Secretárias de Governo (SDA, SRH, etc.); CONPAM; COGERH;
Cagece; Agência Reguladora (ARCE); Ministério Público; CREA, SENGE; instituições
financeiras (BNB, Caixa Econômica Federal, etc.). E nesse(s) evento(s) os pontos listados
abaixo deveriam ser abordados/definidos:
• Atualização da Portaria Nº 154/2002, estabelecendo normas, padrões e códigos de
práticas associados ao reúso;
• Delegação da instituição responsável pelo licenciamento ambiental dos projetos de reúso
de efluentes no âmbito do Estado;
• Determinação de diretrizes/normas para o processo de licenciamento de projetos de
reúso de efluentes;
• Definição de um arcabouço legal, incluindo diretrizes, padrões e códigos de prática;
• Determinação dos pontos críticos referentes a riscos de contaminação e possíveis
impactos ambientais para as diversas modalidades de reúso a serem implantadas no
Estado;
• Determinação da obrigatoriedade de elaboração de Planos de Emergência para os riscos
citados acima;
• Definição da metodologia a ser utilizada no processo de sensibilização dos futuros
usuários e também definição dos responsáveis pela implementação desse processo;
227
• Definição de tarifas a serem empregadas nas diversas modalidades de reúso e o
cronograma de implantação/atualização.
Com base nos estudos realizados sugerem-se alguns pontos que devem ser analisados
e tomados como premissas no início do referido debate:
• A criação um Grupo de Trabalho na área de Reúso (GT/Reúso Ceará), por meio de
Decreto Oficial emitido pelo Governo do Estado, com a participação de representantes
das diversas instituições citadas acima. No referido Decreto estariam definidos as
atribuições, responsabilidades (coordenação, secretariado etc.), os produtos a serem
gerados, e o prazo para elaboração do trabalho. Sendo que o objetivo maior do GT
seria propor diretrizes básicas para que se pudesse estabelecer: as políticas básicas que
nortearão a prática de reúso no Estado; e um arcabouço legal que contenha legislação
específica que permita, de maneira sustentável, o desenvolvimento da prática de reúso
de água, em todo o Ceará;
• Determinação da aplicação da água de reúso somente para fins não potáveis;
• A competência legal para a análise e aprovação de planos e projetos de reúso de água e
implementação da sistemática de licenciamento, controle e supervisão da prática de
reúso de água devem ser realizados pela Semace;
• A Cagece seria o órgão responsável pela implementação das diversas modalidades de
reúso (urbano, industrial, agrícola e piscicultura). Sendo que nestas duas últimas
modalidades a SDA seria co-responsável, e neste caso seria firmado um convênio de
cooperação técnica entre as duas instituições com o objetivo de difundir o reúso no
interior do Estado, focando famílias de baixa renda, como forma de geração de
emprego, renda e melhoria da qualidade de vida da população mais carente do Estado,
conforme já descrito nos itens 4.3.3.5 e 4.3.4.5;
• A proposta inicial de tarifas deve ser definida nos momentos dos fóruns e seminários.
Todavia, posteriormente, a Cagece, ARCE e Ministério Público devem aprofundar os
estudos para avaliar a viabilidade econômico-financeira. Vale salientar que neste
primeiro momento deve-se focar primeiro a quebra de paradigmas, os ganhos
ambientais e sociais, e difusão da prática no Estado. Somente a médio e longo prazo
deve-se buscar o retorno financeiro.
228
4.4.2 Aspectos Econômicos e Financeiros
Uma alternativa para viabilizar/disseminar a prática do reúso no Estado do Ceará seria
a definição de políticas públicas, onde a prática fosse valorizada e houvesse incentivos fiscais
para empresas e municípios que adotassem o reúso de águas.
Vale salientar que no caso do reúso industrial, as empresas/indústrias de Maracanaú,
maior distrito industrial do Estado, mostraram-se bastante favoráveis em relação à adoção de
efluentes tratados, conforme visto no item 4.3.1.5, onde foi apresentada pesquisa indicando
que cerca de 45,5% das empresas instaladas em Maracanaú têm interesse em adotar/utilizar
água de reúso em suas unidades, desde que a quantidade e qualidade sejam asseguradas e que
o preço seja competitivo com a atual fonte de abastecimento.
Neste caso, o Governo do Estado, numa parceria entre a Cagece e Cogerh, deveria
realizar um estudo mais aprofundado para identificar os investimentos financeiros que
deverão ser feitos a médio e longo prazo a fim de atender a demanda atual e futura de água
bruta/tratada do DI de Maracanaú e também avaliar se, do ponto de vista econômico e
ambiental, vale a pena “subsidiar” ou buscar alguma forma de incentivo fiscal para que as
empresas substituam a atual fonte de abastecimento por efluente tratado.
Já em relação à disseminação do reúso junto às Prefeituras Municipais, é importante
lembrar que em 2007 foi aprovado o Projeto de Lei que cria o ICMS Ecológico no Estado do
Ceará, modificando a Lei no 12.612, de 07 de agosto de 1996, ficando definido na nova Lei
que o inciso V seria acrescido ao Art. 1º, passando a ter a seguinte redação: 2,5% (dois e meio
por cento) a título de incentivo à proteção e conservação do meio ambiente. Neste caso, está
previsto o repasse de 2,5% do ICMS Eqüitativo aos municípios, com base nos indicadores e
índices de desempenho ambiental, por meio de requisitos de avaliação de políticas ambientais
municipais. Os critérios utilizados para a redistribuição do ICMS são: existência de unidade
de conservação nos municípios; proteção de mananciais de abastecimento público;
reservatórios para geração de energia elétrica; saneamento básico; sistema de tratamento de
lixo ou esgoto; programa de controle e combate a queimadas; proteção de terra indígena; e
conservação dos solos como medida preventiva à desertificação (SEMACE, 2007).
229
Uma forma simples de incentivar a prática do reúso nos municípios cearenses seria
adotar o reúso de águas como um critério de avaliação do desempenho ambiental dos
municípios. Neste caso os municípios que adotassem/apoiassem as modalidades de reúso
urbano, agrícola e/ou na piscicultura pontuariam de forma diferenciada na avaliação do
desempenho ambiental o que, consequentemente, contribuiria significativamente para que
recebessem a parcela referente ao ICMS Ecológico.
Para o reúso agrícola e na área de piscicultura o Governo do Estado deveria
determinar/priorizar uma parceria entre a Cagece e SDA, já detalhada nos itens 4.3.3.5 e
4.3.4.5, de forma a viabilizar projetos de reúso em escala real, principalmente no interior do
Estado. Vale salientar que como os dois órgãos (Cagece e SDA) são ligados diretamente ao
Governo do Estado, neste caso bastaria apenas uma decisão de governo para que essa parceria
fosse consolidada.
231
garantir qualidade, quantidade e preço competitivo com a atual fonte de abastecimento,
provavelmente, não encontrará dificuldades em conquistar esse novo mercado.
Já em relação ao reúso agrícola e piscicultura, cujo objetivo maior é trabalhar com
agricultores e piscicultores do interior do Estado e, de preferência de baixa renda, além da
Equipe de Educação Ambiental da Cagece, também seria necessário contar com o apoio dos
técnicos da SDA, pois eles estão mais próximos desses agricultores e piscicultores, o que
facilitaria bastante a escolha da ferramenta a ser utilizada e também no processo de
aproximação.
Além disso, não se pode esquecer que se trata de um grupo de usuários diferenciados,
pois, normalmente, apresentam um baixo nível de escolaridade e também estão mais expostos
aos riscos. Neste caso deve ser adotado um processo de sensibilização continuada, onde a
Equipe de Educação Ambiental e/ou os técnicos da SDA fariam visitas/reuniões com grupo
de agricultores e piscicultores, de modo a verificar se as medidas mitigadoras sugeridas no
início do projeto estão sendo implementadas e se alguma outra medida deve ser adotada.
Quanto ao reúso a ser implantada junto às Prefeituras Municipais, a Cagece, também
em parceria com a SDA, poderia envolver a APRECE (Associação dos Prefeitos do Estado
do Ceará) para difundir entre as prefeituras os benefícios e ganhos ambientais gerados pela
prática do reúso. A APRECE promoveria a realização de seminários regionais e ou
municipais, a exemplo do que já ocorre na divulgação do Selo Município Verde, com o
objetivo de debater o tema junto à população local, bem como sanar todas as dúvidas e,
consequentemente, tentar eliminar a rejeição à adoção do reúso de efluentes.
Conforme citado anteriormente, sugere-se que a Semace seja o órgão responsável por
monitorar e avaliar o desenvolvimento dos projetos de reúso, bem como exigir o atendimento
à legislação ambiental correspondente.
232
Segundo Hespanhol (2002), o monitoramento dos projetos de reúso compreende dois
tipos: o do controle do processo e o legal. Sendo que o primeiro visa proporcionar dados de
controle e otimização do sistema de maneira a garantir desempenho adequado; para tanto, se
realiza o monitoramento das seguintes etapas: estação de tratamento, sistema de distribuição,
problemas ambientais e de saúde. Cabe à companhia de saneamento, no caso do Ceará, a
Cagece, a responsabilidade por esse monitoramento. Já o monitoramento legal tem por
objetivo verificar se os regulamentos estabelecidos pela legislação vigente de reúso estão
sendo atendidos; neste caso, cabe à Semace a responsabilidade de realizar o monitoramento
legal.
Além disso, não se pode esquecer que o reúso das águas deve ser considerado como
parte de uma atividade mais abrangente na gestão integrada dos recursos hídricos.
Paralelamente a implantação do reúso no Estado, ações visando o uso racional ou eficiente da
água, o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do
consumo de água devem ser, amplamente divulgadas e ampliadas junto à sociedade cearense.
233
5.CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
234
• A maioria das estações apresentou valores de Coliformes Termotolerantes superiores aos
valores permitidos pelas legislações existentes, até as mais permissivas. É, portanto,
necessário realizar um pós-tratamento para adequar à qualidade sanitária do efluente,
quando da irrigação irrestrita, e/ou escolher culturas e métodos de irrigação que
garantam uma maior segurança para o agricultor e consumidor.
• A grande maioria das lagoas de estabilização avaliadas apresentou oscilações na
eficiência de tratamento. A falta de operação e manutenção adequada, bem como o
excesso de lodo acumulado em alguns sistemas, principalmente os da RMF, são os
maiores responsáveis pela baixa eficiência dos sistemas. Para melhorar a qualidade do
efluente final é imprescindível que seja adotado um controle operacional mais rigoroso
e também quanto à remoção de lodos dos sistemas em operação.
• No interior do Estado é grande o número de estações de tratamento que ainda não
entraram em regime devido, principalmente, ao baixo índice de usuários ligados a rede
coletora de esgoto. Portanto, recomenda-se a Cagece intensificar suas ações de
Educação Ambiental e Sanitária, pois a população precisa ser sensibilizada sobre a
importância do saneamento básico e sobre os benefícios gerados pela prática do uso de
efluentes na preservação ambiental e na melhoria da saúde e qualidade de vida.
• Na pesquisa realizada junto às empresas instaladas no DI de Maracanaú foi evidenciado
que os usuários são bastante receptivos à adoção do reúso de efluentes em suas
unidades, desde que a companhia de saneamento garanta qualidade, quantidade e
preço competitivo com a atual fonte de abastecimento.
• Dentre as alternativas de tratamento estudadas para a implantação do reúso industrial no
DI de Maracanaú, a alternativa 2 (Padrão 2) foi a que se mostrou mais viável. Todavia,
vale salientar que o panorama para as duas alternativas (Padrão 1 e 2) mostraram-se
bastante similares, tanto em relação ao valor do investimento a ser feito, quanto ao
tempo de pay back.
• A implantação do projeto de reúso de efluentes no Distrito Industrial de Maracanaú
gerará uma série de benefícios, dentre eles:
- Melhoria dos resultados financeiros da Cagece, pelo aumento de receita;
- Ferramenta de marketing institucional para o Estado com a implementação de
inovação tecnológica na produção de água para fins não potáveis, a partir de efluentes
tratados e convenientemente condicionados;
235
- Contribuição ao esforço governamental no manejo integrado dos recursos hídricos
disponíveis no Estado;
- Aproveitamento racional de um volume considerável de água, que de outra forma
continuaria a ser descartado na natureza no encaminhamento dos efluentes ao corpo
receptor;
- Bandeja ecológica com a utilização racional dos recursos hídricos (Certificação ISO
14000);
- Possibilidade de utilização da área de contorno da ETE do SIDI para implantação de
novos empreendimentos com reúso;
- Redução do impacto ambiental na área da ETE do SIDI; disponibilidade de água
bruta não usada pelas indústrias para potabilização em quantidade suficiente para o
atendimento de aproximadamente 215.000 habitantes;
- Atração de novas indústrias, tendo em vista a redução de custos das empresas do
pólo industrial com operação e manutenção e/ou desativação das plantas de tratamento
existentes.
• Dos sistemas avaliados, a ETE Tupamirim foi a que apresentou condições mais
adequadas (compatibilização entre oferta dos efluentes e demandas pela água de reúso
e a localização da estação) para a prática do reúso urbano não potável – rega de áreas
verdes de Fortaleza.
236
• O custo de implantação do pós-tratamento da ETE Tupamirim é de aproximadamente
R$ 158.404,00, e a tarifa média sugerida para o efluente é de R$ 0,21/m3, o que
geraria um custo mensal para a Prefeitura Municipal de Fortaleza de aproximadamente
R$ 1.587,60/mês e R$ 19.051,20/ano. Dessa forma, o tempo estimado de pay back do
investimento seria de aproximadamente 8,3 anos. Esses valores são bastante
insignificantes, tanto para a Cagece (investimento) quanto para a Prefeitura (compra
do efluente), frente aos ganhos ambientais e de imagem que as duas instituições irão
obter.
• O estudo do potencial de reúso agrícola mostrou que:
- Os sistemas de lagoas de estabilização em operação na RMF e interior do Estado
podem disponibilizar uma vazão de cerca de 1.872,0 L/s, e tais volumes poderão
beneficiar cerca de 3.279,66 hectares, considerando uma demanda para irrigação igual a
18.000 m3/ha.ano;
- A vazão disponível nas lagoas de estabilização pode irrigar cerca de 12,5% do total
atual de áreas irrigadas ou aumentar em 12,5% o perímetro irrigado no Estado. A
substituição da água bruta pelo efluente tratado poderá disponibilizar 1.872,0 L/s de água
para usos mais nobres. Com esse volume seria possível abastecer cerca de 1.078.000
habitantes, com um per capita de 150 L/hab.dia;
- Das 44 estações de tratamento do tipo lagoa de estabilização em operação, somente
27 já entraram em regime e possuem efluente vertendo o ano todo. Estas estações podem
disponibilizar uma vazão de 959,9 L/s, o que poderia irrigar uma área de 1.682,22
hectares;
- Dentre as 27 estudadas, as ETEs de Campos Sales, Aquiraz, Itapipoca e Juazeiro do
Norte se destacam pelo grande volume de efluente gerado, sendo cerca de 61 L/s, 69L/s,
128 L/s e 261 L/s, respectivamente. As demais estações possuem vazão menor que 40 L/s;
- Cerca de 17 estações ainda não entraram em regime, e, portanto, não possuem
efluente vertendo. Todavia, futuramente, essas estações poderão disponibilizar cerca de
221,2 L/s, o que poderá irrigar uma área de 387,55 ha;
- Sugere-se ainda que: o efluente tratado seja utilizado no cultivo de forrageiras para
alimentação de animais, da mamona para a produção do biodiesel e de outras culturas
similares, não alimentícias; os agricultores sejam de baixa renda; o efluente seja vendido
como forma de combater o desperdício; sejam realizados projetos pilotos e a prática seja
237
estendida gradativamente para as demais estações de tratamento da Cagece; sejam criadas
linhas de crédito, junto a instituições financiadoras, destinadas a agricultores que utilizem
o efluente tratado.
• O estudo do potencial de reúso na piscicultura mostrou que:
- os sistemas de lagoas de estabilização em operação na RMF e interior do Estado podem
disponibilizar uma vazão de cerca de 1.872,0 L/s, e com essa vazão é possível suprir, em
média, uma área de cultivo de peixes de 1.497.600 m2 (149,7 ha);
- Das 44 estações estudadas, as ETEs Tupamirim (Fortaleza), Aquiraz, Cratéus,
Itapipoca, Paracuru, Lagoinha (Paracuru) e Paraipaba já apresentam o efluente atendendo ao
padrões recomendados pelo Prosab, e, portanto, cerca de 275,4 L/s de efluente tratado está
disponível para ser utilizado de imediato; sendo que com essa vazão seria possível atender,
em média, uma área de cultivo de peixes de 221.000 m2 (22,1 ha);
- A Tilápia do Nilo é a espécie de peixe mais indicada para ser utilizada na disseminação
do reúso em piscicultura no Estado do Ceará, sendo o cultivo do tipo intensivo em tanques a
forma de manejo recomendada. A produção de tilápia no Estado é um mercado bastante
promissor e que vem crescendo ano a ano; além disso, a produção regional é bem inferior à
demanda, podendo vislumbrar-se a possibilidade de implantação e manutenção de novos
tanques piscícola utilizando estes efluentes.
• Dentre as modalidades de reúso estudadas para o Estado, todas se mostraram viáveis,
sendo o reúso industrial o que vai necessitar de um maior investimento. Já os reúsos
agrícola e piscicultura são os mais fáceis de serem implementados, necessitando
apenas de uma determinação do Governo do Estado para que seja firmada uma
parceria entre Cagece e SDA e dessa forma viabilizar a implantação dos projetos. Vale
salientar que, conforme foi visto, a prática do reúso urbano não potável na rega de
áreas verde de Fortaleza também se mostrou bastante viável.
• O reúso de águas residuárias no Estado do Ceará é uma alternativa viável, mas com
regulamentação necessária para minimizar os riscos epidemiológicos que podem advir
da prática sem a adoção de barreiras múltiplas para garantir a proteção da saúde
populacional. Portanto, é incontestável a necessidade do estabelecimento de diretrizes
que permitam que a prática do reúso se torne segura e difundida, contribuindo assim
para a minimização do problema de escassez de água no Estado.
238
• À parte do reúso, é primordial que o Ceará invista em programas de educação ambiental
e de racionalização do uso da água, de modo a diminuir os desperdícios e o consumo
per capita, e quebrar os paradigmas e rejeições por parte da população em relação ás
as diversas modalidades de reúso que podem ser implementadas.
239
• Recomenda-se que antes da implantação do reúso no Estado, a Cagece, juntamente com
outros ligados ao Governo do Estado (SDA, SRH, Semace, CONPAM, dentre outros),
realize um estudo para verificar quais são as áreas que sofrem mais no período de
escassez e, portanto, com a perda de qualidade e quantidade de água e, dessa forma,
possa selecionar quais serão os sistemas que devem ser priorizados na implantação de
alguma modalidade de reúso.
• Recomenda-se, em caráter de urgência, que o reúso de águas passe a fazer parte da
Política de Governo do Estado. E que seja criado um Grupo de Trabalho na área de
Reúso (GT/Reúso Ceará) com o objetivo propor diretrizes e políticas que nortearão a
prática de reúso, de maneira sustentável, em todo o Estado do Ceará.
240
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212. ZUMAETA, M. A. Evaluacion de riesgos para la salud por el uso de las aguas
269
7. ANEXOS
270
ANEXO I
271
Tabela I.1 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Acarapé, referente ao ano de 2008.
Fósforo Coliformes
STS Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Total Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
22/01/08 8,5 93,00 305,7 73,6 - - - - 9,0E+05
25/03/08 8,5 146 292,7 163,9 - - - - 4,9E+04
24/04/08 9,1 190,00 381,2 150,4 - - - - 6,9E+05
MÍNIMO 8,50 93,00 292,70 73,60 0,00 0,00 0,00 0,00 4,9E+04
MÉDIA 8,70 143,00 326,53 129,30 0,00 0,00 0,00 0,00 5,5E+05
MÁXIMO 9,10 190,00 381,20 163,90 0,00 0,00 0,00 0,00 9,0E+05
Tabela I.2 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Aquiraz, referente ao período de 2004 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
19/08/04 8,79 90,00 40,20 27,90 - - - 1,0E+01
31/08/04 10,42 96,00 89,20 61,90 528,00 - - 2,4E+03
07/06/05 8,29 26,00 166,30 89,50 - - - 2,2E+04
06/07/05 7,73 113,00 295,30 128,60 644,00 - - -
27/03/25 7,70 44,00 186,00 145,20 830,00 - - -
27/03/07 8,20 337,00 267,80 121,10 - - - -
24/07/07 8,20 128,00 307,20 153,50 - - - -
19/06/07 8,20 46,00 121,90 88,30 - - - -
28/08/07 8,20 107,00 177,20 98,90 - - - -
23/10/07 8,30 91,00 144,10 36,42 - - - -
27/06/08 8,50 790,00 103,90 49,90 - - - -
18/07/08 8,70 71,00 154,80 64,50 - - - -
MÍNIMO 7,70 26,00 40,20 27,90 528,00 0,00 0,00 1,0E+01
MÉDIA 8,44 161,58 171,16 88,81 667,33 0,00 0,00 8,1E+03
MÁXIMO 10,42 790,00 307,20 153,50 830,00 0,00 0,00 2,2E+04
Tabela I.3 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Catarina, referente ao período de 2004 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) Total (mg/L) mL)
(NMP/100 mL)
04/07/2007 7,61 69,00 551,70 195,50 - - - - 2,3E+04
26/12/2007 - 1051,00 770,00 411,80 - - - - 1,5E+04
04/02/2008 - 418,00 407,70 350,90 - - - - 2,1E+04
01/04/2008 - 145,00 377,90 1389,00 6,88 7,52 - 8,7E+03
14/05/2008 8,21 93,00 285,70 - - - - 9,3E+03
06/06/2008 7,99 183,00 507,90 189,20 - - - - 2,1E+04
15/07/2008 8,44 327,00 505,40 405,24 - - - - 6,6E+03
MÍNIMO 7,61 69,00 285,70 189,20 1389,00 6,88 7,52 0,00 6,6E+03
MÉDIA 8,06 326,57 486,61 310,53 1389,00 6,88 7,52 0,00 1,5E+04
MÁXIMO 8,44 1051,00 770,00 411,80 1389,00 6,88 7,52 0,00 2,3E+04
272
Tabela I.4 - Dados da qualidade do efluente da ETE Campo Novo - Quixadá, referente ao período de 2003 a
2008.
Coliformes
STS Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
08/10/2003 7,80 140,00 301,30 43,50 3010,00 34,60 - 2,4E+05
10/10/2000 9,11 1980,00 69,00 45,00 2910,00 2,09 - -
15/0/2003 8,10 42,00 200,00 30,30 2570,00 25,90 1,0E+04
22/10/2003 8,10 112,00 411,70 26,10 3010,00 30,50 - 1,1E+04
06/01/2004 8,02 100,00 248,30 30,30 1490,00 27,80 - 9,0E+05
29/07/2004 8,13 80,00 123,90 95,50 1880,00 - - 4,1E+01
15/09/2004 8,44 86,00 288,30 74,00 1880,00 - - 9,8E+04
07/12/2004 8,26 126,00 318,40 71,60 1883,00 - - 8,0E+02
09/03/2005 7,45 1820,00 404,80 214,70 - - - -
23/11/2005 8,25 112,00 235,70 47,20 1915,00 - - 6,6E+03
19/01/2006 8,54 158,00 314,00 91,80 1623,00 - - -
27/11/2006 8,24 91,00 71,20 - - - -
07/12/2006 8,14 72,00 212,70 78,70 - - - -
10/01/2007 7,90 138,00 295,10 78,40 - - - -
01/04/2007 8,22 123,00 349,60 167,10 - - - -
11/07/2007 7,02 95,00 240,20 150,10 - - - -
10/10/2007 7,99 92,00 282,70 84,80 - - - -
16/01/2008 7,90 150,00 417,90 173,60 - - - -
09/04/2008 8,23 0,10 307,70 - - - -
09/07/2004 8,01 106,00 209,50 101,70 - - - -
Tabela I.5 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Guaiúba, referente ao período de 2007 a 2008.
Fós foro Coliformes
STS Condutividade Amônia E. Col i (NMP/1 00
DATA pH DQO (mg/ L) DBO (mg /L) Total Temo tolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
12/01 /07 7,33 47,00 295,7 133, 8 1369 32,6 5,79 - 2,0E+04
27/01 /07 8,18 26 241,9 82,0 3 1458 97,6 4,17 - 1,0E+04
13/02 /07 8,2 158,00 412,6 95,4 - - - - 3,2E+03
15/05 /07 9,3 154 226,2 152, 9 - - - - 1,0E+02
12/06 /07 8,2 101,00 190,8 48,6 - - - - 2,0E+02
31/07 /07 8,2 98,00 176,4 69,7 - - - - 1,0E+01
02/10 /07 8,2 96,00 217,5 113,27 - - - - 1,3E+02
07/02 /08 8,6 77,00 314,4 150,4 - - - - 7,3E+02
06/05 /08 8,6 34,00 100,2 60,2 - - - - 1,3E+03
01/08 /08 9,7 83,00 141,3 75,7 - - - - 1,8E+01
MÍNIMO 7,33 26,00 100,20 48,6 0 1369,0 0 32,60 4,17 0,00 1,0E+01
M ÉDIA 8,45 87,40 231,70 98,2 0 1413,5 0 65,10 4,98 0,00 3,6E+03
MÁXIMO 9,70 158,00 412,60 152,9 0 1458,0 0 97,60 5,79 0,00 2,0E+04
273
Tabela I.6 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Juazeiro do Norte, referente ao período de 2004 a 2008.
Coliformes
STS Condutividade Amônia Fósforo Total E. Coli
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L) (NMP/100mL)
(NMP/100 mL)
07/01/2004 7,55 870,00 171,70 48,40 - - - 6,0E+03 -
20/01/2004 8,11 - 191,70 132,40 - 16,50 - 2,0E+03 -
05/02/2004 9,10 394,00 68,30 - 1011,00 19,70 - -
02/02/2004 8,02 - 223,30 42,50 1340,00 9,70 - 2,0E+03 -
31/03/2004 8,80 - 296,70 1300,00 14,20 - 3,9E+04 -
04/05/2004 8,24 - 248,30 64,10 1310,00 13,70 - 3,9E+04 -
19/06/2004 9,00 - 205,30 111,40 971,00 14,50 - 2,0E+03 -
08/06/2004 8,20 - 270,70 137,70 - - - -
29/06/2004 8,40 - 169,20 72,80 1030,00 - - 3,4E+04 -
07/07/2004 7,77 - 161,40 51,40 1010,00 - - 1,0E+03 -
21/07/2004 7,79 - 162,70 76,50 1097,00 - - -
09/08/2004 8,40 - 231,20 136,00 1199,00 15,70 - 2,0E+03 -
25/08/2004 8,19 - 145,00 76,30 988,00 17,30 - 6,0E+02 -
31/08/2004 8,32 - 144,40 54,00 1313,00 - 4,0E+03 -
14/09/2004 8,60 - 132,50 87,60 1431,00 21,50 - 1,2E+05 -
29/09/2004 8,01 - 99,00 55,80 1344,00 - - 7,9E+02 -
01/02/2007 8,17 - 162,90 58,70 1283,00 - - - 3,1E+02
MÍNIMO 7,21 28,00 68,30 42,50 815,00 9,70 0,00 6,0E+02 1,5E+02
MÉDIA 8,20 163,14 193,01 86,52 1212,59 17,55 0,00 1,9E+04 8,0E+05
MÁXIMO 9,26 870,00 304,30 188,78 1709,00 31,50 0,00 1,2E+05 2,4E+07
274
Tabela I.7 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Itapipoca, referente ao período de 2002 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Total E. Coli (NMP/100
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
20/09/2002 7,20 Aus 207,00 69,20 1005 - - 6,9 -
11/07/2006 9,36 106,00 253,00 109,10 - - - - 5,0E+02
17/04/2007 8,40 120,00 205,70 61,20 - - - - 6,0E+01
19/07/2007 8,27 80,00 113,10 59,70 - - - - 1,0E+02
31/01/2008 8,77 208,00 309,40 102,60 - - - - 1,0E+01
18/04/2008 9,21 75,00 147,10 93,10 - - - - 1,0E+02
MÍNIMO 7,20 75,00 113,10 59,70 1005,00 0,00 0,00 6,9E+00 1,0E+01
MÉDIA 8,54 117,80 205,88 82,48 1005,00 0,00 0,00 6,9E+00 1,5E+02
MÁXIMO 9,36 208,00 309,40 109,10 1005,00 0,00 0,00 6,9E+00 5,0E+02
Tabela I.8 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Jijoca, referente ao período de 2007 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
04/07/2007 9,65 45,00 164,80 66,40 - - - - 1,0E+02
24/10/2007 9,84 93,00 321,00 39,90 - - - - 1,0E+02
24/04/2008 9,30 111,00 154,40 - - - - 2,0E+02
MÍNIMO 9,30 45,00 154,40 39,90 0,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+02
MÉDIA 9,75 69,00 242,90 53,15 0,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+02
MÁXIMO 9,84 111,00 321,00 66,40 0,00 0,00 0,00 0,00 2,0E+02
Tabela I.9 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Mauriti, referente ao período de 2007 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Total Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
20/03/07 9,43 300,00 583,2 225,9 - - - - 1,0E+02
23/05/07 7,38 985 704,9 226,5 - - - - 1,2E+03
22/08/07 7,59 139,00 341,9 179,7 - - - - 2,0E+05
28/11/07 7,57 246 149 - - - - 1,3E+03
13/02/08 8,77 96,00 86,8 - - - - 1,0E+02
11/06/08 8,14 92,00 192,8 113,6 - - - - 4,3E+02
MÍNIMO 7,38 92,00 86,80 113,60 0,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+02
MÉDIA 8,15 322,40 359,27 178,94 0,00 0,00 0,00 0,00 3,4E+04
MÁXIMO 9,43 985,00 704,90 226,50 0,00 0,00 0,00 0,00 2,0E+05
Tabela I.10 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Missão Velha, referente ao período de 2005 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (NMP/100mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
23/03/2005 11,00 94,00 282,40 591,00 - - - 1,0E+03
20/05/2005 9,80 64,00 551,00 104,90 - - - - 1,0E+02
28/07/2005 - 314,00 580,60 112,40 790,00 - - - 1,0E+02
31/08/2005 7,45 376,00 576,70 261,80 956,00 - - 2,0E+02
15/03/2006 10,24 8,00 128,00 32,10 - - - - 1,0E+02
19/10/2006 8,38 1044,00 467,40 184,26 - - - - 1,0E+02
21/03/2007 8,51 50,00 115,90 66,90 - - - - 1,0E+02
24/05/2007 10,65 44,00 149,30 45,50 - - - - 1,0E+01
23/08/2007 8,32 229,00 360,30 72,90 - - - - 4,1E+02
29/11/2007 9,71 - 679,60 146,90 - - - - 1,0E+01
12/03/2008 8,97 239,00 94,30 - - - - - 1,4E+03
11/06/2008 10,29 134,00 250,00 125,90 - - - - 1,5E+04
MÍNIMO 7,45 8,00 94,30 32,10 591,00 0,00 0,00 2,0E+02 1,0E+01
MÉDIA 9,39 236,00 352,96 115,36 779,00 0,00 0,00 2,0E+02 1,7E+03
MÁXIMO 11,00 1044,00 679,60 261,80 956,00 0,00 0,00 2,0E+02 1,5E+04
275
Tabela I.11 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Nova Jaguaribara, referente ao período de 2004 a 2007.
Fó sfo ro Coliformes
Co nduti vida de Amônia (mg Total
DATA pH STS (mg /L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotol erantes
(uS/cm) / L)
(mg/L ) (NMP/100 mL)
14/09/04 7,88 340,00 1028, 50 348,10 - 4,2E+03
26/10/04 8,81 124,00 303,3 0 126,00 - - - 1,6E+05
17/11/04 7,58 314,00 112,90 - - - -
29/05/06 9,19 27,00 269,5 0 21,00 - - - -
08/08/06 8,94 265,00 463,9 0 148,20 - - - -
06/03/07 8,28 18,00 173,9 0 74,50 - - - -
17/04/07 8,71 533,00 648,6 0 157,70 - - - -
M ÍNIMO 7,58 18,00 173,9 0 21,00 0,00 0,0 0 0,00 4,2E+03
MÉDIA 8,48 231,57 481,2 8 141,20 0,00 0,0 0 0,00 8,2E+04
MÁXIMO 9,19 533,00 1028, 50 348,10 0,00 0,0 0 0,00 1,6E+05
Tabela I.12 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Pacatuba, referente ao período de 2005 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli (NMP/100
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
21/02/06 9,49 205,4 - - - - - 1,0E+03
29/08/06 7,2 30 138,8 43,9 - - - - 1,0E+02
13/02/07 8,2 46,00 193,3 86,1 - - - - 2,3E+02
15/05/07 9,3 100 168,8 78,8 - - - - 1,6E+04
31/07/07 8,2 118,00 169,7 97 - - - - 3,1E+00
02/10/07 8,2 46,00 142,6 45,2 - - - - 1,3E+02
04/12/07 9,2 - 666,8 180 - - - - 2,0E+01
07/02/08 9,3 27,00 221,4 106,7 - - - - 1,1E+01
25/03/08 8,7 102,00 211,4 152,4 - - - - 6,5E+02
06/05/08 8,3 55,00 100,2 35,4 - - - - 7,0E+01
01/07/08 9,3 78,00 195,7 72,7 - - - - 9,4E+00
MÍNIMO 7,20 27,00 100,20 35,40 0,00 0,00 0,00 0,00 3,1E+00
MÉDIA 8,67 66,89 219,46 89,82 0,00 0,00 0,00 0,00 1,7E+03
MÁXIMO 9,49 118,00 666,80 180,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,6E+04
Tabela I.13. - Dados da qualidade do efluente da ETE de Paraipaba, referente ao período de 2000 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia E. Coli
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (NMP/100mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
28/03/2000 9,36 101,00 14,00 - - - - -
30/08/2000 8,19 116,00 126,50 22,00 - 2,02 - - -
30/10/2000 8,07 108,00 155,00 - - - - - -
06/02/2003 7,40 20,00 241,30 113,30 - - - 1,0E+03 -
26/08/2004 7,41 78,00 414,20 243,70 1094 - - 2,9E+02 -
01/08/2006 7,20 90,00 269,50 93,30 - - - - 3,5E+02
25/01/2007 7,20 182,00 415,10 148,40 - - - - -
4
26/07/2007 7,71 89,00 335,70 168,60 - - - - 3,1 x 10
14/11/2007 7,94 103,00 517,70 223,00 - - - - -
08/05/2008 7,88 120,00 176,70 - - - - - 1,1E+04
MÍNIMO 7,20 20,00 101,00 14,00 1094,00 2,02 0,00 2,9E+02 3,5E+02
MÉDIA 7,84 100,67 275,27 128,29 1094,00 2,02 0,00 6,5E+02 5,7E+03
MÁXIMO 9,36 182,00 517,70 243,70 1094,00 2,02 0,00 1,0E+03 1,1E+04
276
Tabela I.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Pacajus, referente ao período de 2000 a 2008.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
16/02/2000 8,31 42,00 65,00 2,00 - - -
23/02/2000 8,27 10,00 62,00 4,00 6180,00 8,22 - -
12/04/2000 8,44 - 51,00 - 6231,00 1,24 - -
03/05/2000 8,37 - 67,00 2,00 5010,00 2,22 -
17/05/2000 8,14 - 176,00 19,00 5130,00 0,63 -
07/06/2000 7,87 158,00 208,00 79,00 5130,00 7,75 -
15/06/2000 7,93 - 195,00 72,00 - - -
21/06/2000 7,81 98,00 206,00 51,00 - - - -
12/07/20000 8,11 - 300,00 86,00 5770,00 15,53 - -
10/08/2000 8,47 - 158,00 - 4900,00 4,81 -
277
Tabela I.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Pacajus, referente ao período de 2000 a 2008 –
continuação.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
29/01/2004 8,20 120,00 161,70 - - - - 3,9E+04
15/03/2004 8,50 62,00 186,70 - 3940,00 - 1,3E+07
05/04/2004 8,50 104,00 216,70 - - - - -
10/05/2004 8,90 42,00 299,30 80,90 5360,00 - - 1,6E+08
07/06/2004 8,20 38,00 120,30 - - - - 3,3E+04
29/07/2004 7,81 52,00 - - - - - 3,2E+05
16/08/2004 7,80 48,00 78,70 53,00 4980,00 - - 1,1E+05
30/08/2004 8,10 52,00 144,40 29,90 4800,00 - -
13/09/2004 8,10 110,00 195,60 26,80 5050,00 - - 1,7E+04
30/09/2004 8,30 896,00 190,50 131,30 5000,00 - -
18/10/2004 8,10 62,00 230,90 51,30 4120,00 - - 3,4E+04
10/11/2004 7,90 80,00 219,30 - 4560,00 - -
06/12/2004 9,40 202,00 380,20 181,90 4920,00 - - 1,7E+05
16/12/2004 7,90 274,00 369,60 143,90 - - - -
13/01/2005 8,20 72,00 251,90 122,50 - - - -
20/01/2005 8,10 68,00 305,60 - - - - -
16/02/2005 7,80 754,00 452,00 317,80 - - - -
23/02/2005 8,30 414,00 739,00 409,10 - - - -
10/03/2005 7,90 322,00 363,90 102,20 - - - -
17/03/2005 8,10 266,00 350,90 197,20 - - - -
28/04/2005 - 422,00 574,70 - - - - -
05/05/2005 7,40 334,00 1562,10 - - - - -
23/11/2005 8,30 22,00 124,10 - 5960,00 - - -
14/12/2005 8,21 28,00 171,50 26,00 5400,00 - - -
19/06/2006 8,45 - 102,50 44,40 4800,00 12,37 - -
09/02/2006 8,33 - 223,00 - 5370,00 - -
06/02/2007 7,80 264,00 287,00 107,80 - - - -
02/05/2007 8,20 486,00 834,00 - - - - -
24/07/2007 - 987,00 1092,90 - - - - -
25/09/2007 8,20 1015,00 705,40 - - - - -
17/03/2008 8,60 782,00 1233,00 - - - - -
22/04/2008 8,60 570,00 933,80 - - - - -
24/06/2008 9,30 862,00 1288,50 - - - - -
MÍNIMO 7,00 10,00 8,00 2,00 3840,00 0,63 0,00 1,7E+02
MÉDIA 8,14 219,20 336,82 143,57 5456,96 294,09 0,00 1,1E+07
MÁXIMO 9,40 1015,00 1562,10 562,10 6970,00 10000,00 0,00 1,6E+08
278
Tabela I.15 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Paracuru, referente ao período de 2003 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia
DATA pH Total Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
26/02/2003 7,50 100,00 205,70 47,14 - - - 1,7E+04
28/08/2004 8,02 88,00 322,90 158,10 460,00 - - 3,0E+01
01/08/2006 7,93 - 143,20 70,10 - - - -
15/02/2007 8,65 90,00 230,40 55,30 - - - -
17/05/2007 8,61 77,00 165,10 - - - -
21/08/2007 8,77 72,00 131,60 35,50 - - - -
14/11/2007 10,23 54,00 152,50 43,30 - - - -
21/02/2008 9,50 51,00 131,00 48,20 - - - -
08/05/2008 9,62 130,00 200,00 134,70 - - - -
MÍNIMO 7,50 51,00 131,00 35,50 460,00 0,00 0,00 3,0E+01
MÉDIA 8,76 82,75 186,93 74,04 460,00 0,00 0,00 8,5E+03
MÁXIMO 10,23 130,00 322,90 158,10 460,00 0,00 0,00 1,7E+04
Tabela I.16 - Dados da qualidade do efluente da ETE do Pecém - São Gonçalo do Amarante, referente ao
período de 2003 a 2008.
Fósforo Coliformes
Condutividade Amônia (mg Total
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(uS/cm) /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
26/02/2003 8,00 20,00 219,80 88,38 - - - 2,1E+04
12/04/2007 10,51 38,00 172,40 91,70 - - - -
20/05/2008 11,04 44,00 125,40 57,10 - - - -
MÍNIMO 8,00 20,00 125,40 57,10 0,00 0,00 0,00 2,1E+04
MÉDIA 9,85 34,00 172,53 79,06 0,00 0,00 0,00 2,1E+04
MÁXIMO 11,04 44,00 219,80 91,70 0,00 0,00 0,00 2,1E+04
Tabela I.17 - Dados da qualidade do efluente da ETE de São Benedito, referente ao período de 2004 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS DQO Condutividade Amônia Total E. Coli
DATA pH DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (NMP/100mL)
(mg/L) (NMP/100 mL)
02/03/2005 11,55 156,00 325,80 261,80 640,00 - - - 6,3E+06
05/04/2005 8,70 86,00 137,90 78,60 680,00 - - 70000 -
17/05/2006 8,13 38,00 88,90 74,90 - - - - 1,0E+02
22/11/2006 8,39 79,00 - 29,60 - - - - 8,4E+02
21/12/2006 8,70 68,00 195,10 30,30 - - - - 9,6E+03
18/01/2007 8,32 81,00 206,30 53,80 - - - - 1,7E+03
19/04/2007 8,22 49,00 129,10 55,10 - - - - 2,2E+04
12/07/2007 - 69,00 - - - - - - 7,4E+02
18/10/2007 8,00 132,00 258,90 19,50 - - - - 1,6E+03
16/01/2008 8,02 113,00 167,00 166,10 - - - - 7,0E+03
09/04/2008 - 202,00 117,60 52,40 - - - - 1,2E+03
30/07/2008 - 35,00 150,90 96,90 - - - - -
MÍNIMO 8,00 35,00 88,90 19,50 640,00 0,00 0,00 7,0E+04 1,0E+02
MÉDIA 8,67 92,33 177,75 83,55 660,00 0,00 0,00 7,0E+04 6,3E+05
MÁXIMO 11,55 202,00 325,80 261,80 680,00 0,00 0,00 7,0E+04 6,3E+06
279
Tabela I.18 - Dados da qualidade do efluente da ETE de São Gonçalo do Amarante, referente ao período de 2003
a 2008.
Fósforo Coliformes
Condutividade Amônia (mg Total
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(uS/cm) /L)
(mg/L) (NMP/100 mL)
06/02/2003 7,50 20,00 150,80 52,00 - - - 7,1E+04
27/07/2006 8,26 52,00 185,70 73,60 1323,00 115,60 - -
17/05/2007 9,67 71,00 142,00 - - - - -
16/04/2008 8,88 71,00 86,10 - - - - -
16/07/2008 10,26 102,00 92,30 92,30 - - - -
MÍNIMO 7,50 20,00 86,10 52,00 1323,00 115,60 0,00 7,1E+04
MÉDIA 8,91 63,20 131,38 72,63 1323,00 115,60 0,00 7,1E+04
MÁXIMO 10,26 102,00 185,70 92,30 1323,00 115,60 0,00 7,1E+04
Tabela I.19 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Tabuleiro do Norte, referente ao período de 2000 a
2008.
Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L)
(uS/cm) (mg /L) (mg/L) (NMP/100 mL)
280
Tabela I.20 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Trairi, referente ao período de 2003 a
2008.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total E. Coli (NMP/100
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L) mL)
(NMP/100 mL)
06/02/03 7,8 22 269,8 135 - - -
06/04/05 7,76 12,00 29,70 13,80 768,00 - - - 1,0E+03
29/09/05 8,02 162,00 346,40 - - - - 1,0E+04
13/10/05 7,69 176,00 390,10 151,83 - - - - 1,0E+03
24/11/05 8,18 190,00 447,80 430,70 1004,00 - - - 8,4E+02
11/07/06 7,95 164,00 351,80 159,00 - - - - 5,9E+03
11/01/07 7,81 115,00 390,70 103,30 - - - - 2,0E+02
12/04/07 8,98 55,00 280,20 164,80 - - - - 1,3E+03
31/01/08 9,01 125,00 277,00 148,40 - - - - 5,2E+02
18/04/08 8,83 108,00 147,10 82,60 - - - - 1,0E+02
MÍNIMO 7,69 12,00 29,70 13,80 768,00 0,00 0,00 0,00 2,0E+02
MÉDIA 8,20 112,90 293,06 154,38 886,00 0,00 0,00 0,00 2,3E+03
MÁXIMO 9,01 190,00 447,80 430,70 1004,00 0,00 0,00 0,00 1,0E+04
281
Tabela I.21 - Dados da qualidade do efluente da ETE de Russas, referente ao período de 2003 a 2008.
Coliformes
STS Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
20/11/2000 8,10 88,00 192,00 45,00 - - - -
20/08/2002 7,90 40,00 304,30 102,00 1578,00 16,50 - -
10/02/2003 8,30 40,00 226,30 84,20 1710,00 17,50 - 2,4E+06
20/10/2003 7,70 136,00 338,30 52,30 2420,00 30,00 - 7,4E+04
14/07/2004 7,45 94,00 322,80 159,40 - - - 1,0E+03
27/07/2004 7,77 220,00 75,00 37,50 1610,00 - 3,3E+02
05/08/2004 7,74 - 42,50 24,80 - - - -
27/10/2004 8,09 - 330,50 56,70 - - - 9,0E+04
16/11/2004 7,78 188,00 85,60 83,40 - - - 3,1E+04
30/11/2004 7,61 46,00 417,20 161,10 - - - 1,2E+03
06/12/2004 7,68 200,00 380,60 105,60 - - - -
25/01/2005 7,58 98,00 269,60 131,40 1844,00 - - -
21/02/2005 7,95 170,00 328,10 71,60 1745,00 - 3,5E+05
08/03/2005 7,83 104,00 170,60 99,50 1769,00 - -
11/04/2005 7,54 42,00 299,20 94,10 - -
16/05/2005 7,93 100,00 259,00 127,70 1381,00 - 3,5E+05
06/06/2005 8,25 70,00 174,10 107,80 942,00 - -
06/07/2005 7,89 76,00 286,30 151,80 1610,00 - 2,4E+06
12/10/2005 8,11 92,00 495,10 196,84 - - - -
14/12/2005 7,85 136,00 381,40 69,80 - - - -
16/01/2006 7,44 170,00 481,60 103,90 2150,00 - -
06/02/2006 8,28 148,00 407,10 115,63 - - - 2,0E+04
06/03/2006 8,26 93,00 254,90 123,43 - - - -
05/04/2006 8,21 78,00 310,70 52,70 1324,00 - -
09/05/2006 8,12 60,00 222,70 59,20 - - - -
13/06/2006 7,88 90,00 179,40 71,90 - - - -
11/07/2006 8,08 98,00 258,30 95,50 - - - -
01/08/2006 7,80 115,00 99,40 273,70 - - - -
20/09/2006 8,08 179,00 441,00 103,39 1891,00 - -
10/10/2006 7,95 129,00 416,40 71,70 - - - -
08/11/2006 8,78 200,00 418,40 61,36 - - - -
08/11/2006 8,78 200,00 418,40 61,36 - - - -
12/12/2006 7,87 164,00 488,00 52,32 - - - -
16/01/2007 7,86 201,00 612,40 87,07 - - - -
21/02/2007 8,12 89,00 303,30 126,10 - - - -
30/05/2007 8,66 101,00 281,60 89,60 - - - -
21/06/2007 8,40 101,00 239,10 73,50 - - - -
29/06/2007 8,57 95,00 291,60 65,20 - - - -
31/07/2007 8,67 118,00 262,90 135,70 - - - -
26/09/2007 8,73 106,00 204,80 86,70 - - - -
16/10/2007 8,68 96,00 271,90 40,40 - - - -
31/10/2007 9,08 47,00 441,20 82,10 - - - -
04/12/2007 8,87 278,70 90,10 - - - -
08/01/2008 98,00 245,60 38,02 - - - -
12/02/2008 9,12 150,00 257,70 174,70 - - - -
05/03/2008 9,05 119,00 206,90 - - - -
03/04/2008 9,07 103,00 193,20 98,20 - - - -
06/05/2008 11,36 132,00 188,80 107,80 - - - -
03/06/2008 8,72 127,00 234,90 117,40 - - - -
03/07/2008 6,60 103,00 220,40 112,10 - - - -
08/08/2008 6,98 110,00 215,90 40,00 - - - -
282
ANEXO II
283
Tabela II.1 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Araturi I - Caucaia, referente ao período de 2002 a
2008.
Coliformes
SST DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
18/03/2002 7,40 60,00 104,00 91,00 - - - -
284
Tabela II.2 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Nova Metrópole - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008.
C o l if o r m es
DQ O A m ô ni a F ó sf o ro T o t a l
DA T A pH ST S ( m g /L ) DB O ( m g /L ) C o n d u t iv i d a d e ( u S / cm ) T em o t o l e ra n t es
( m g /L ) ( m g /L ) (m g / L )
(N M P / 1 0 0 m L )
0 2 / 0 4 /2 0 0 1 7 ,4 1 28,00 - 5 3 ,0 0 - - - -
2 9 / 0 1 /2 0 0 1 7 ,0 4 4 ,0 0 - 144,00 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 1 7 ,1 0 80,00 - 6 8 ,0 0 - - - -
3 0 / 0 7 /2 0 0 1 - - - - - - - -
0 6 / 1 2 /2 0 0 1 7 ,7 0 40,00 - 153,00 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 2 7 ,5 0 20,00 159,00 9 0 ,0 0 - - - -
3 1 / 0 7 /2 0 0 2 7 ,0 0 20,00 261,10 161,70 - - - -
2 6 / 0 9 /2 0 0 2 7 ,4 0 - 414,80 138,50 - - - -
0 9 / 1 2 /2 0 0 2 7 ,4 0 40,00 404,40 175,60 - - -
1 3 / 0 3 /2 0 0 3 7 ,0 0 20,00 294,10 5 2 ,9 0 - - - -
1 0 / 0 4 /2 0 0 3 8 ,1 0 20,00 7 6 ,9 0 4 2 ,2 0 - - - -
1 3 / 0 5 /2 0 0 3 7 ,1 0 20,00 6 9 ,0 0 4 9 ,2 0 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 3 7 ,8 0 40,00 228,60 6 6 ,6 0 - - - -
2 4 / 0 6 /2 0 0 3 7 ,9 0 4 ,0 0 289,70 6 1 ,2 0 - - - -
0 7 / 0 7 /2 0 0 3 8 ,0 0 34,00 312,10 128,80 - - - -
3 1 / 0 7 /2 0 0 3 7 ,6 0 1 4 0 ,0 0 325,90 5 6 ,6 0 - - - -
2 6 / 0 8 /2 0 0 3 6 ,9 0 1 2 0 ,0 0 472,90 9 0 ,6 0 - - - -
0 9 / 0 9 /2 0 0 3 7 ,5 0 1 2 0 ,0 0 342,70 8 4 ,3 0 - - - -
2 3 / 0 9 /2 0 0 3 8 ,2 0 1 0 0 ,0 0 328,60 6 4 ,7 0 - - - -
0 2 / 1 0 /2 0 0 3 7 ,5 0 2 6 0 ,0 0 330,80 8 7 ,0 0 - - - -
1 0 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,4 8 1 6 0 ,0 0 528,30 137,70 - - - -
1 7 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,3 5 1 2 0 ,0 0 491,70 109,00 - - - -
0 1 / 1 2 /2 0 0 3 6 ,9 5 2 6 0 ,0 0 458,30 8 4 ,6 0 - - - -
1 5 / 1 2 /2 0 0 3 7 ,2 6 1 4 0 ,0 0 531,70 108,30 - - - -
2 0 / 0 1 /2 0 0 4 7 ,6 1 1 8 0 ,0 0 421,70 217,30 - - - 2 , 2 E +0 5
2 6 / 0 2 /2 0 0 4 7 ,7 7 1 7 6 ,0 0 353,30 - - - - 7 , 9 E +0 4
1 1 / 0 3 /2 0 0 4 7 ,9 5 46,00 246,70 8 1 ,6 0 - - - -
0 4 / 0 5 /2 0 0 4 7 ,1 4 1 0 6 ,0 0 322,10 185,00 - 1 3 ,5 0 - 4 , 1 E +0 4
0 8 / 0 6 /2 0 0 4 7 ,5 2 1 1 6 ,0 0 300,80 - - - - 4 , 8 E +0 4
2 9 / 0 6 /2 0 0 4 7 ,6 8 92,00 111,90 8 7 ,4 0 - - - 4 , 8 E +0 4
0 8 / 0 3 /2 0 0 5 7 ,1 8 2 2 4 ,0 0 452,20 310,40 - - - 1 , 6 E +0 5
1 4 / 0 4 /2 0 0 5 6 ,9 4 1 0 2 ,0 0 221,30 - - -
0 4 / 0 5 /2 0 0 5 7 ,4 3 1 2 0 ,0 0 301,60 173,20 - - - 5 , 0 E +0 4
2 3 / 0 6 /2 0 0 5 7 ,0 4 1 1 8 ,0 0 313,30 115,80 - - -
1 4 / 0 7 /2 0 0 5 7 ,2 0 1 2 0 ,0 0 317,60 106,10 - - - -
0 9 / 0 8 /2 0 0 5 7 ,3 3 65,00 447,30 - - - 2 , 6 E +0 4
1 5 / 0 9 /2 0 0 5 7 ,8 9 2 5 8 ,0 0 468,70 175,40 - - -
1 8 / 1 0 /2 0 0 5 7 ,5 3 2 2 6 ,0 0 574,10 107,89 - - - 7 , 9 E +0 5
1 0 / 1 1 /2 0 0 5 7 ,9 0 2 5 6 ,0 0 527,30 145,08 - - -
0 1 / 1 2 /2 0 0 5 7 ,6 4 2 1 6 ,0 0 519,20 7 5 ,4 0 - - -
0 3 / 0 1 /2 0 0 6 7 ,6 4 2 2 6 ,0 0 428,30 - 1 2 4 8 ,0 0 - - -
1 6 / 0 2 /2 0 0 6 7 ,4 0 - 343,30 - 1 2 3 7 ,0 0 - - -
2 9 / 0 3 /2 0 0 6 7 ,5 1 - 366,00 - 1 3 3 9 ,0 0 - - -
0 4 / 0 4 /2 0 0 6 7 ,6 4 57,00 305,00 - 1 0 3 3 ,0 0 - - 2,6 x 104
0 2 / 0 5 /2 0 0 6 7 ,9 7 49,00 153,80 - 972,00 - - -
2 8 / 0 6 /2 0 0 6 7 ,5 5 1 4 2 ,0 0 - - 1 0 2 7 ,0 0 - - -
0 4 / 0 7 /2 0 0 6 7 ,7 6 1 9 2 ,0 0 - - 1 0 6 3 ,0 0 - - -
0 1 / 0 8 /2 0 0 6 7 ,3 1 1 5 0 ,0 0 315,80 - 1 0 8 9 ,0 0 - - -
2 7 / 0 9 /2 0 0 6 7 ,7 0 2 0 1 ,0 0 439,20 - 1 1 8 0 ,0 0 - - -
1 7 / 1 0 /2 0 0 6 7 ,9 6 1 9 4 ,0 0 500,90 101,39 1 2 3 9 ,0 0 5 2 ,5 8 0 ,7 4 -
2 8 / 1 1 /2 0 0 6 7 ,5 8 1 7 6 ,0 0 - - 1 2 7 9 ,0 0 - - -
2 6 / 1 2 /2 0 0 7 8 ,1 0 2 0 2 ,0 0 502,70 - 1 2 9 4 ,0 0 - - -
2 5 / 0 1 /2 0 0 7 7 ,4 3 1 6 0 ,0 0 422,40 - 1 1 9 4 ,0 0 - - -
0 8 / 0 2 /2 0 0 7 7 ,7 5 1 8 4 ,0 0 417,10 179,20 1 3 7 5 ,0 0 5 7 ,9 1 0 ,1 4 -
2 2 / 0 3 /2 0 0 7 7 ,8 9 1 0 3 ,0 0 300,60 - 1 1 3 4 ,0 0 - - -
2 6 / 0 4 /2 0 0 7 7 ,8 7 3 0 8 ,0 0 232,30 - 1 0 8 7 ,0 0 - - -
1 7 / 0 5 /2 0 0 7 7 ,8 8 1 3 3 ,0 0 303,10 - 1 1 3 0 ,0 0 - - -
2 1 / 0 6 /2 0 0 7 7 ,9 7 1 7 5 ,0 0 304,80 - 1 2 1 2 ,0 0 - - -
2 6 / 0 7 /2 0 0 7 7 ,4 1 1 6 8 ,0 0 292,90 - 1 2 7 8 ,0 0 - - -
2 8 / 0 8 /2 0 0 7 8 ,0 7 2 2 4 ,0 0 449,70 151,30 1 3 4 4 ,0 0 6 8 ,1 0 1 ,0 1 -
2 5 / 0 9 /2 0 0 7 7 ,9 8 2 4 2 ,0 0 469,00 - 1 3 3 2 ,0 0 - - -
2 5 / 1 0 /2 0 0 7 8 ,1 0 2 1 9 ,0 0 464,00 - 1 3 6 5 ,0 0 - - -
2 1 / 1 1 /2 0 0 7 8 ,1 7 2 0 2 ,0 0 405,60 - 1 4 0 4 ,0 0 - - -
2 7 / 1 2 /2 0 0 7 7 ,9 0 2 5 9 ,0 0 552,10 - 1 5 2 2 ,0 0 - - -
3 0 / 0 1 /2 0 0 8 8 ,1 2 1 8 3 ,0 0 419,20 - 1 3 6 6 ,0 0 - - -
2 6 / 0 2 /2 0 0 8 7 ,1 0 2 4 4 ,0 0 468,40 169,90 1 4 0 3 ,0 0 2 2 ,6 0 - -
2 7 / 0 3 /2 0 0 8 8 ,1 0 1 6 8 ,0 0 326,70 - 1 3 1 1 ,0 0 - - -
2 3 / 0 4 /2 0 0 8 7 ,7 6 1 0 4 ,0 0 222,70 - 1 1 8 2 ,0 0 - - -
2 7 / 0 5 /2 0 0 8 7 ,7 8 1 1 8 ,0 0 294,70 - 1 2 5 5 ,0 0 - - -
2 4 / 0 6 /2 0 0 8 7 ,5 4 75,00 319,80 - 1 2 8 1 ,0 0 - - -
2 3 / 0 7 /2 0 0 8 7 ,9 4 2 3 9 ,0 0 328,50 - 1 3 1 5 ,0 0 - - -
M ÍN IM O 6 ,9 0 4 ,0 0 6 9 ,0 0 4 2 ,2 0 972,00 1 3 ,5 0 0 ,1 4 2 , 0 E +0 3
M É D IA 7 ,5 9 1 4 1 ,3 2 367,08 130,66 1 2 4 1 ,6 1 4 2 ,9 4 0 ,6 3 1 , 3 E +0 5
M Á X IM O 8 ,2 0 3 0 8 ,0 0 574,10 371,00 1 5 2 2 ,0 0 6 8 ,1 0 1 ,0 1 7 , 9 E +0 5
285
Tabela II.3 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Planalto - Caucaia, referente ao período de 2001 a
2008.
D QO DB O C o ndu tiv i d a de A m ô ni a Fós fo r o T o ta l Co li for me s T e m o tole ra n tes
D AT A pH ST S (m g /L )
(m g / L ) (m g /L ) ( uS/ c m) (m g /L ) (m g / L ) (NM P/ 1 0 0 m L )
0 2 / 0 4 /2 0 0 1 7, 71 80, 00 - 3 6 ,0 0 - - - -
0 7 / 0 5 /2 0 0 1 8, 40 90, 00 - 7 8 ,0 0 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 1 7, 60 60, 00 - 5 1 ,0 0 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 1 8, 20 88, 00 - 6 9 ,0 0 - - - -
3 0 / 0 7 /2 0 0 1 7, 80 14, 00 - 1 1 4, 0 0 - - - -
0 6 / 1 2 /2 0 0 1 7, 90 1 2 0 ,0 0 - 1 1 8, 0 0 - - - -
0 7 / 0 3 /2 0 0 2 7, 90 74, 00 255, 00 1 2 8, 0 0 - - - -
0 2 / 0 5 /2 0 0 2 7, 50 72, 00 6 3 ,0 0 - - - -
1 8 / 0 4 /2 0 0 2 6, 40 2 ,0 0 67, 00 4 0 ,0 0 - - - -
0 2 / 0 5 /2 0 0 2 7, 50 72, 00 6 3 ,0 0 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 2 7, 50 36, 00 188, 00 1 4 5, 0 0 - - - -
3 1 / 0 7 /2 0 0 2 7, 30 20, 00 231, 50 2 3 1, 5 0 - - - -
2 6 / 0 9 /2 0 0 2 7, 70 20, 00 357, 90 1 8 3, 8 0 - - - -
0 9 / 1 2 /2 0 0 2 7, 60 20, 00 544, 10 1 8 8, 8 0 - - - -
1 3 / 0 3 /2 0 0 3 7, 50 68, 00 294, 10 7 8 ,7 0 - - - -
2 7 / 0 3 /2 0 0 3 8, 60 40, 00 14, 10 1 1 ,1 0 - - - -
1 0 / 0 4 /2 0 0 3 8, 00 60, 00 111, 90 6 5 ,4 0 - - - -
2 8 / 0 4 /2 0 0 3 8, 10 40, 00 280, 00 9 4 ,4 0 - - - -
0 6 / 0 5 /2 0 0 3 8, 20 17, 00 171, 60 8 3 ,7 0 - - - -
2 9 / 0 5 /2 0 0 3 7, 90 80, 00 285, 70 1 3 0, 4 0 - - - -
2 7 / 0 6 /2 0 0 3 8, 20 1 1 4 ,0 0 192, 90 5 7 ,8 0 - - - -
0 7 / 0 7 /2 0 0 3 7, 50 1 0 0 ,0 0 163, 00 2 7 ,6 0 - - - -
2 6 / 0 8 /2 0 0 3 7, 80 1 3 0 ,0 0 418, 60 4 9 ,4 0 - - - -
0 9 / 0 9 /2 0 0 3 7, 80 1 8 0 ,0 0 293, 70 4 6 ,9 0 - - - -
2 3 / 0 9 /2 0 0 3 7, 30 2 0 0 ,0 0 257, 10 1 3 6, 9 0 - - - -
0 2 / 1 0 /2 0 0 3 8, 00 2 2 0 ,0 0 368, 40 1 1 6, 0 0 - - - -
1 0 / 1 1 /2 0 0 3 7, 74 1 2 0 ,0 0 428, 30 83, 70 - - - -
1 7 / 1 1 /2 0 0 3 8, 23 2 3 0 ,0 0 505, 00 22, 10 - - - -
1 5 / 1 2 /2 0 0 3 7, 62 2 2 0 ,0 0 431, 70 42, 27 - - - -
2 7 / 0 1 /2 0 0 4 7, 84 80, 00 135, 00 1 3 5, 0 0 - - - 2 ,4 E +0 5
2 6 / 0 2 /2 0 0 4 8, 14 76, 00 296, 70 - - - - 1 ,3 E +0 5
1 1 / 0 3 /2 0 0 4 8, 80 66, 00 236, 70 5 1 ,1 0 - - - -
0 6 / 0 5 /2 0 0 4 8, 47 72, 00 308, 20 65, 80 - 9, 10 - 3 ,4 E +0 3
0 8 / 0 6 /2 0 0 4 8, 78 1 0 4 ,0 0 323, 30 2 3 4, 4 0 - - - 1 ,6 E +0 6
1 5 / 0 7 /2 0 0 4 7, 91 1 4 0 ,0 0 271, 30 1 8 2, 3 0 - 1 ,4 E +0 5
2 4 / 0 8 /2 0 0 4 7, 97 86, 00 280, 40 1 2 7, 0 0 - - - 2 ,4 E +0 4
2 0 / 1 0 /2 0 0 4 8, 47 1 9 0 ,0 0 481, 20 1 0 8, 1 0 - - - -
3 0 / 1 1 /2 0 0 4 8, 02 1 5 8 ,0 0 495, 10 1 4 8, 5 0 - - - 2 ,1 E +0 4
2 2 / 1 2 /2 0 0 5 7, 41 - 15 2 6 ,0 0 5 2 0, 5 0 - - - -
2 7 / 0 1 /2 0 0 5 7, 48 1 1 2 ,0 0 922, 80 8 2 1, 9 0 - - - -
2 4 / 0 2 /2 0 0 5 7, 58 1 7 8 ,0 0 532, 80 2 5 5, 9 0 -
0 5 / 0 4 /2 0 0 5 7, 66 1 2 0 ,0 0 374, 40 3 0 8, 4 0 - - - 4 ,9 E +0 5
1 9 / 0 5 /2 0 0 5 8, 11 1 1 1 ,0 0 253, 10 1 5 1, 6 0 - - -
2 8 / 0 6 /2 0 0 5 7, 23 1 4 1 ,0 0 362, 40 - - -
1 4 / 0 7 /2 0 0 5 7, 46 94, 00 373, 50 1 7 5, 9 0 - - - -
3 0 / 0 8 /2 0 0 5 8, 25 1 8 6 ,0 0 608, 60 1 6 3, 4 0 - - - 5 ,0 E +0 4
1 5 / 0 9 /2 0 0 5 8, 24 2 2 4 ,0 0 479, 40 1 4 8, 6 0 -
1 8 / 1 0 /2 0 0 5 7, 90 2 8 2 ,0 0 487, 80 2 0 5, 8 0 - - - 1 ,3 E +0 6
1 0 / 1 1 /2 0 0 5 8, 30 1 5 4 ,0 0 599, 90 1 0 1, 3 0 - - -
0 6 / 1 2 /2 0 0 5 7, 89 2 3 0 ,0 0 549, 60 2 9 2, 8 0 - - -
0 7 / 0 2 /2 0 0 6 8, 14 2 3 2 ,0 0 481, 40 - 1 4 2 2 ,0 0 - - -
2 9 / 0 3 /2 0 0 6 7, 62 - 418, 70 - 1 2 9 6 ,0 0 - - -
0 4 / 0 4 /2 0 0 6 8, 04 - 399, 00 - 1 0 9 6 ,0 0 - - -
0 2 / 0 5 /2 0 0 6 8, 54 1 1 8 ,0 0 183, 80 - 1 0 4 2 ,0 0 - - -
2 8 / 0 6 /2 0 0 6 8, 26 1 4 4 ,0 0 - - 1 1 7 2 ,0 0 - - -
0 4 / 0 7 /2 0 0 6 7, 84 1 3 4 ,0 0 - - 1 1 9 4 ,0 0 - - -
0 1 / 0 8 /2 0 0 6 8, 25 2 1 5 ,0 0 412, 60 - 1 4 2 5 ,0 0 - - -
2 7 / 0 9 /2 0 0 6 7, 97 3 0 8 ,0 0 540, 80 - 1 4 4 0 ,0 0 - - -
1 7 / 1 0 /2 0 0 6 7, 60 2 9 9 ,0 0 597, 60 1 3 6, 1 2 1 5 7 3 ,0 0 6 0 ,2 8 0 ,9 5 -
2 8 / 1 1 /2 0 0 6 7, 66 1 5 8 ,0 0 - - 1 6 5 2 ,0 0 - - -
2 6 / 1 2 /2 0 0 7 8, 47 2 1 7 ,0 0 661, 80 - 1 7 1 4 ,0 0 - - -
2 5 / 0 1 /2 0 0 7 7, 76 2 5 4 ,0 0 627, 80 - 1 6 2 2 ,0 0 - - -
0 8 / 0 2 /2 0 0 7 7, 67 2 4 9 ,0 0 540, 20 - 1 7 0 1 ,0 0 - - -
2 2 / 0 3 /2 0 0 7 8, 02 82, 00 319, 10 - 1 2 2 0 ,0 0 - - -
2 6 / 0 4 /2 0 0 7 8, 21 67, 00 304, 90 - 1 0 5 5 ,0 0 - - -
1 7 / 0 5 /2 0 0 7 8, 02 1 1 6 ,0 0 210, 00 - 1 1 0 7 ,0 0 - - -
2 1 / 0 6 /2 0 0 7 8, 17 1 6 6 ,0 0 390, 90 1 3 6, 0 0 1 2 9 5 ,0 0 5 2 ,2 2 - -
2 6 / 0 7 /2 0 0 7 8, 21 1 9 4 ,0 0 365, 00 - 1 3 8 5 ,0 0 - - -
2 8 / 0 8 /2 0 0 7 8, 20 1 8 8 ,0 0 432, 70 - 1 6 2 4 ,0 0 - - -
M ÍN IM O 6, 40 2 ,0 0 1 4 ,1 0 11, 10 1 0 4 2 ,0 0 9, 10 0 ,9 5 3 ,4 E +0 3
M É DIA 7, 91 1 2 9 ,2 7 390, 42 1 4 0, 5 2 1 3 7 0 ,2 6 4 0 ,5 3 0 ,9 5 4 ,0 E +0 5
M ÁX IM O 8, 80 3 0 8 ,0 0 15 2 6 ,0 0 8 2 1, 9 0 1 7 1 4 ,0 0 6 0 ,2 8 0 ,9 5 1 ,6 E +0 6
286
Tabela II.4 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tabapuá - Caucaia, referente ao período de 2001 a
2008.
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
24/04/2001 7,56 56,00 - 101,00 - - - -
28/03/2001 7,69 54,00 - 39,00 - - - -
19/02/2001 8,26 74,00 - 82,00 - - - -
17/01/2001 8,24 76,00 - 120,00 - - - -
12/04/2002 7,5 - 54,00 40,00 - - - -
14/05/2001 7,3 38,00 - - - - - -
16/07/2001 7,9 50,00 - 48,00 - - - -
27/07/2001 7,9 36,00 - 136,00 - - - -
22/08/2001 7,6 48,00 - 76,00 - - - -
05/11/2001 8,1 60,00 - 110,00 - - - -
03/12/2001 7,4 180,00 - 97,00 - - - -
12/04/2002 7,5 - - 40,00 - - - -
24/07/2002 7,6 - 57,40 - - - - -
12/09/2002 7,7 12,00 378,50 166,70 - - - -
31/10/2002 8 40,00 204,10 30,90 - - - -
08/01/2003 7,8 98,00 425,50 136,70 - - - 1,0E+03
06/02/2003 7,4 82,00 268,70 204,40 - - - 4,6E+05
07/03/2003 7,7 16,00 137,40 108,70 - - - 7,0E+04
01/04/2003 7,1 32,30 88,70 24,20 - - - 2,3E+04
11/04/2003 7,9 10,00 105,70 54,30 - - - 2,0E+04
13/05/2003 7,0 40,00 75,90 27,00 - - - 1,0E+03
30/05/2003 7,1 52,00 98,50 44,80 - - - 1,0E+03
11/06/2003 8,1 20,00 89,70 9,97 - - - 1,0E+02
27/06/2003 8,2 22,00 71,40 16,80 - - - 1,0E+03
10/07/2003 8,1 70,00 54,40 15,20 - - - 1,0E+03
21/08/2003 8,2 100,00 83,30 26,90 - - - 7,4E+04
04/09/2003 8,4 120,00 133,80 31,50 - - - 1,8E+04
29/09/2003 8,2 140,00 110,30 76,40 - - - 2,3E+05
07/10/2003 8,5 120,00 135,70 52,30 - - - 1,0E+04
21/10/2003 7,8 100,00 285,00 76,70 - - - 3,1E+02
04/11/2003 9,2 74,00 228,33 47,30 - - - 1,0E+03
27/11/2003 8,5 150,00 418,30 89,88 - - - 1,0E+03
09/12/2003 8,2 120,00 65,00 47,76 - 1,0E+04
22/12/2003 7,9 140,00 158,30 100,00 - 1,6E+05
14/01/2004 8,67 120,00 318,30 80,00 - - 1,3E+04
26/01/2004 8,91 140,00 338,30 175,10 - - - 1,7E+04
02/02/2004 9,48 120,00 164,70 - - - 1,7E+04
16/02/2004 8,89 100,00 111,70 58,80 - - - 4,6E+04
08/03/2004 8,89 34,00 126,70 18,00 - - - 1,6E+06
06/04/2004 9,38 28,00 120,00 67,80 - - - 5,2E+02
01/06/2004 9,37 116,00 154,40 49,90 - 9,20 3,3E+04
29/07/2004 8,67 38,00 82,60 - - - - 6,3E+03
12/08/2004 8,32 52,00 67,90 30,30 - - - 9,5E+01
02/09/2004 8,17 48,00 172,10 70,70 - - - 1,0E+03
26/10/2004 8,50 24,00 136,10 84,60 - - - 4,9E+03
30/11/2004 9,15 126,00 225,50 42,20 - - - 8,0E+03
16/12/2004 8,05 68,00 158,00 92,10 - -
287
Tabela II.4 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tabapuá - Caucaia, referente ao período de 2001 a
2008 – continuação.
STS DQO D BO C ondu tividad e Amônia Fósforo Total Coliformes Temotoleran tes
D ATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (u S/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
12/01/2005 8,48 84,00 242,90 162,69 - - - -
16/02/2005 8,1 38,00 356,00 188,81 - - - -
09/03/2005 8,91 154,00 341,30 154,90 - - - -
13/04/2005 7,9 40,00 108,60 71,90 - - - -
19/05/2005 8,53 28,00 102,00 92,90 - - - -
02/06/2005 8,22 90,00 95,80 47,80 - - - -
24/08/2005 8,72 52,00 154,90 78,90 - - - -
22/09/2005 7,98 78,00 98,00 75,74 - - - -
13/10/2005 8,16 54,00 125,50 59,62 - - - -
08/11/2005 7,38 116,00 364,60 186,40 - - - -
28/12/2005 8,14 100,00 228,70 31,30 - - - -
19/01/2006 7,94 108,00 257,90 - 1270,00 - - -
09/02/2006 7,98 100,00 283,20 - 1364,00 - - -
16/03/2006 7,86 - 300,00 - 1238,00 - - -
20/04/2006 8,47 44,00 126,40 - 861,00 - - -
18/05/2006 7,74 5,00 35,60 - 664,00 - - -
26/06/2006 7,78 55,00 - - 781,00 - - -
20/07/2006 7,72 35,00 123,70 - 933,00 - - -
17/08/2006 7,85 58,00 - - 1046,00 - - -
19/09/2006 8,37 61,00 267,60 - 1237,00 - - -
19/10/2006 8,25 81,00 167,50 - 1450,00 23,08 5,44 -
16/11/2006 7,98 89,00 250,50 - 1587,00 - - -
13/12/2006 8,45 32,00 210,70 - 1672,00 - - -
31/01/2007 7,81 39,00 230,40 - 1595,00 - - -
15/02/2007 7,67 13,00 382,60 - 1603,00 - - -
22/03/2007 8,21 16,00 115,70 77,07 229,00 - - -
16/04/2007 8,51 51,00 146,40 - 984,00 - - -
17/05/2007 8,22 44,00 115,20 - 804,00 - - -
20/06/2007 8,37 42,00 55,40 56,60 1028,00 16,50 - -
16/07/2007 8,27 49,00 115,00 - 1236,00 - - -
02/08/2007 7,9 41,00 165,00 - 1324,00 - - -
19/09/2007 8,46 52,00 318,40 - 1586,00 - - -
15/10/2007 8,47 57,00 145,10 - 1724,00 - - -
06/11/2007 8,08 95,00 239,70 - 1757,00 - - -
27/12/2007 8,42 86,00 296,60 149,78 1735,00 29,10 - -
23/01/2008 9,8 75,00 288,80 189,10 1259,00 40,00 - -
14/02/2008 8,66 87,00 221,50 - 1201,00 - - -
16/04/2008 8,07 50,00 33,70 18,70 728,00 0,71 - -
08/05/2008 8,61 40,00 71,60 - 621,00 - - -
18/06/2008 7,41 87,00 61,50 - 891,00 - - -
16/07/2008 8,32 18,00 126,80 70,90 1205,00 32,10 - -
07/08/2008 7,49 77,00 165,20 - 1352,00 - - -
MÍN IMO 7,00 5,00 33,70 9,97 229,00 0,71 5,44 9,5E+ 01
MÉDIA 8,15 67,83 177,01 80,73 1192,42 21,53 5,44 9,1E+ 04
MÁX IMO 9,80 180,00 425,50 204,40 1757,00 40,00 5,44 1,6E+ 06
288
Tabela II.5 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. São Francisco - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008.
STS DQ O D BO C ondu tividad e Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
D ATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (u S/cm) (mg/L) (mg/L) (N MP/100 mL)
24/04/2001 7,56 76,00 - 150,00 - - - -
28/03/2001 7,70 70,00 - 60,00 - - - -
13/02/2001 7,70 78,00 - 92,00 - - - -
07/05/2001 7,20 80,00 - 116,00 - - - -
14/05/2001 7,10 44,00 - 30,00 - - - -
06/06/2001 7,40 124,00 - - - - - -
22/06/2001 7,50 74,00 - 10,00 - - - -
16/07/2001 7,70 60,00 - 56,00 - - - -
22/08/2001 7,30 40,00 - 134,00 - - - -
05/11/2001 8,00 80,00 - 104,00 - - - -
03/12/2001 7,50 60,00 - 197,00 - - - -
12/04/2002 7,40 36,00 77,00 51,00 - - - -
24/07/2002 7,50 - 1 62,70 - - - - -
31/10/2002 7,80 80,00 2 65,30 6 1,20 - - - -
08/01/2003 7,30 80,00 411,30 131,70 - - - -
06/02/2003 7,30 40,00 253,70 116,70 - - - -
12/02/2003 7,50 40,00 196,90 126,00 - - - -
07/03/2003 7,20 40,00 145,00 92,00 - - - -
01/04/2003 7,20 20,00 153,20 52,80 - - - -
22/04/2003 7,90 20,00 128,80 25,70 - - - -
13/05/2003 7,30 24,00 200,00 61,10 - - - -
30/05/2003 7,00 32,00 143,90 53,50 - - - -
11/06/2003 8,00 24,00 131,00 19,72 - - - -
27/06/2003 8,10 16,00 214,30 47,60 - - - -
10/07/2003 7,70 48,00 102,00 54,10 - - - -
21/08/2003 8,40 80,00 187,50 32,30 - - - -
04/09/2003 7,80 160,00 204,20 46,00 - - - -
29/09/2003 7,60 130,00 227,90 62,10 - - - -
07/10/2003 7,70 100,00 207,10 37,60 - - - -
21/10/2003 7,60 108,00 271,70 59,90 - - - -
04/11/2003 8,10 86,00 311,67 63,30 - - - -
27/11/2003 7,56 142,00 565,00 63,02 - - - -
09/12/2003 7,98 120,00 141,70 41,57 - - - -
22/12/2003 7,62 180,00 158,30 57,15 - - - -
14/01/2004 8,05 108,00 431,70 50,10 - - - 2, 4E+ 04
26/01/2004 8,04 200,00 321,70 177,10 - - - 5, 0E+ 05
02/02/2004 8,18 120,00 128,30 102,20 - - - 5, 0E+ 05
16/02/2004 8,19 40,00 175,00 71,70 - - - 5, 4E+ 05
08/03/2004 8,17 102,00 266,70 70,60 - - - 1, 3E+ 05
06/04/2004 8,24 40,00 203,30 115,60 - - - 2, 4E+ 06
01/06/2004 7,98 106,00 234,90 99,10 - 10,40 9, 0E+ 05
29/06/2004 7,69 100,00 139,80 89,70 - - - 1, 6E+07
29/07/2004 7,53 80,00 90,20 - - - - 2, 9E+05
12/08/2004 7,58 98,00 117,50 53,50 - - - 2, 4E+04
02/09/2004 7,90 126,00 405,30 165,80 - - - 3, 8E+05
26/10/2004 7,92 236,00 369,40 195,80 - - - 1, 6E+05
30/11/2004 7,85 457,10 457,10 - - - 3, 5E+05
16/12/2004 7,90 178,00 450,90 177,20 - - 2, 4E+06
289
Tabela II.5 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. São Francisco - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008 - continuação.
Fósforo
STS DQO DBO Condutividade Amônia Coliformes Temotolerantes
DATA pH Total
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (NMP/100 mL)
(mg/L)
12/01/2005 7,75 118,00 470,60 324,20 - - - -
16/02/2005 7,64 228,00 452,00 256,60 - - -
-
16/03/2005 7,60 114,00 430,80 180,60 - - -
-
13/04/2005 7,80 96,00 265,10 172,10 - - -
-
19/05/2005 7,74 90,00 289,80 197,10 - - -
-
23/06/2005 7,52 112,00 777,30 - - -
-
26/07/2005 7,91 120,00 489,20 117,80 - -
- 4,0E+04
11/08/2005 8,15 80,00 334,50 201,80 - - -
-
30/09/2005 - - -
7,72 148,00 337,70 -
19/10/2005 - - -
7,95 144,00 378,40 111,28 -
08/11/2005 - -
8,04 204,00 430,90 361,07 - 1,7E+06
06/12/2005 - - -
7,67 252,00 455,70 114,90 -
10/01/2006 11,04 64,00 522,00 - 1465,00 - - -
07/02/2006 7,89 140,00 485,00 - 1461,00 - - -
30/03/2006 7,83 - 212,10 - 1411,00 - - -
18/04/2006 7,92 87,00 278,90 - 1664,00 - - -
09/05/2006 7,77 79,00 205,60 - 953,00 - - -
23/06/2006 8,14 97,00 - - 1098,00 - - -
18/07/2006 7,83 103,00 310,80 - 1128,00 - - -
05/09/2006 7,86 211,00 385,00 136,02 1338,00 67,82 1,17 -
30/10/2006 - - - -
8,08 8,00 404,10 1593,00
30/11/2006 - - - -
7,40 160,00 - 1657,00
27/12/2007 - - - -
8,47 89,00 466,50 1665,00
30/01/2007 8,08 147,00 524,80 - 1607,00 - - -
15/02/2007 7,78 117,00 495,70 - 1537,00 - - -
28/03/2007 8,27 60,00 179,10 - 1136,00 - - -
03/04/2007 8,11 144,00 227,00 - 1200,00 - - -
16/05/2007 8,31 105,00 226,50 - 1108,00 - - -
13/06/2007 8,01 153,00 360,90 120,80 1204,00 55,60 - -
03/07/2007 7,97 197,00 295,40 - 1352,00 - - -
16/08/2007 7,97 194,00 210,50 - 1475,00 - - -
19/09/2007 - - - -
7,90 281,00 555,10 1570,00
02/10/2007 - - - -
8,04 263,00 417,10 1507,00
14/11/2007 - - - -
8,32 126,00 354,60 1575,00
MÍNIMO 7,00 8,00 77,00 10,00 953,00 10,40 1,17 2,4E+04
MÉDIA 7,83 111,43 302,62 106,57 1395,64 44,61 1,17 1,6E+06
MÁXIMO 11,04 457,10 777,30 361,07 1665,00 67,82 1,17 1,6E+07
Tabela II.6 - Dados da qualidade do efluente da ETE Caucaia, referente ao ano de 2008.
Coliformes
Condutividade Amônia Fósforo Total E. Coli (NMP/100
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Temotolerantes
(uS/cm) (mg/L) (mg/L) mL)
(NMP/100 mL)
25/01/2008 10,9 119 196,4 46,6 1731 0,811 - - 3,1E+02
14/02/2008 9,14 71 174,8 - 1722 - - - -
06/03/2008 9,75 83 126,4 - 1673 - - - 1,0E+02
16/04/2008 7,79 92 209,7 - 1313 - - - -
08/05/2008 9,2 103 172,9 - 1017 - - - -
18/06/2008 8,88 133 192,3 96,4 1038 1,83 - - < 1,0E+02
16/07/2008 8,47 102 137,7 - 1142 - - - -
07/08/2008 8,15 85 166,4 - 1246 - - - -
290
Tabela II.7 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Marechal Rondon - Caucaia, referente ao período de
2001 a 2008.
Fósforo Coliformes
STS Amônia
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Condutividade (uS/cm) Total Termotolerantes
(mg/L) (mg/L)
(mg/L) (NMP/100mL)
06/11/2001 9,30 32,00 - - - - - -
22/11/2001 8,90 94,00 - 82,00 - - - -
05/04/2002 7,70 74,00 72,00 60,00 - - - -
17/04/2002 8,40 2,00 63,00 42,00 - - - -
26/09/2002 7,70 20,00 176,10 87,80 - - - -
09/12/2002 8,10 2,00 272,10 102,00 - - - -
22/01/2003 8,26 - 173,90 105,00 - - - -
06/02/2003 7,50 44,00 141,80 74,00 - - - -
07/03/2003 7,50 20,00 7,80 6,00 - - - -
01/04/2003 7,20 20,00 88,70 44,50 - - - -
22/04/2003 8,10 22,00 75,20 21,50 - - - -
02/07/2003 8,30 60,00 94,90 40,60 - - - -
14/08/2003 8,60 78,00 50,40 - - - - -
10/09/2003 8,40 100,00 254,10 46,50 - - - -
24/09/2003 8,60 80,00 84,60 38,90 - - - -
06/11/2003 8,65 56,00 118,30 15,00 - - - -
20/11/2003 8,42 22,00 128,30 47,54 - - - -
02/12/2003 8,36 100,00 341,70 33,12 - - - -
16/12/2003 8,46 120,00 245,00 18,50 - - - -
07/01/2004 7,98 100,00 321,70 - - - - -
20/01/2004 8,32 80,00 135,00 85,60 - - - 7,0E+03
11/02/2004 8,97 80,00 148,30 66,10 - - - 2,3E+04
01/03/2004 9,20 4,00 216,70 61,60 - - - 2,0E+02
01/04/2004 9,78 60,00 250,00 82,60 - - - 3,2E+04
06/05/2004 9,11 68,00 184,90 56,10 - 5,30 - 1,7E+04
01/06/2004 8,93 40,00 167,80 79,40 - - - 1,6E+06
08/07/2004 8,37 40,00 169,00 75,90 - - - 1,0E+03
18/08/2004 8,62 62,00 195,30 73,00 - - - 1,0E+02
27/10/2004 9,39 114,00 186,60 100,90 - - - -
18/11/2004 8,78 98,00 43,80 66,30 - - -
15/12/2004 8,38 106,00 227,80 111,00 - - - 5,0E+03
19/01/2005 8,36 74,00 232,10 113,70 - - - -
18/02/2005 8,00 110,00 272,00 98,10 - - -
08/03/2005 8,51 138,00 249,50 72,80 - - - 5,0E+03
01/04/2005 7,38 128,00 172,50 117,40 - - -
11/05/2005 7,76 124,00 173,90 140,90 - - -
28/06/2005 - 86,00 174,70 - - - -
26/07/2005 8,56 104,00 295,70 97,50 - - - 4,8E+02
24/08/2005 8,14 32,00 195,90 107,40 - - -
22/09/2005 8,44 78,00 98,00 62,50 - - -
13/10/2005 NC 102,00 178,70 47,50 - - -
16/11/2005 8,50 122,00 225,10 55,90 - - - 4,9E+03
28/12/2005 7,97 204,00 204,20 44,09 - - -
12/01/2006 9,14 54,00 204,00 - 1205,00 - - -
02/02/2006 9,04 136,00 184,90 - 1429,00 - - -
09/03/2006 8,39 - 197,50 - 1256,00 - - -
13/04/2006 8,33 58,00 121,30 - 1089,00 - - -
11/05/2006 7,90 40,00 79,80 - 870,00 - - -
19/06/2006 8,78 44,00 55,70 - 802,00 - - -
18/07/2006 7,80 44,00 140,00 - 1055,00 - - -
10/08/2006 8,02 56,00 - 63,50 1031,00 - - -
20/09/2006 8,17 84,00 147,00 - 1247,00 - - -
26/10/2006 8,31 63,00 184,60 - 1492,00 - - -
09/11/2006 8,33 33,00 167,00 48,98 1856,00 12,33 6,24 -
07/12/2006 8,31 81,00 228,60 - 1480,00 - - -
16/01/2007 8,04 44,00 215,00 - 1581,00 - - -
13/02/2007 8,41 73,00 148,90 64,90 1570,00 27,71 9,38 -
13/03/2007 8,60 91,00 87,10 - 1162,00 - - -
17/04/2007 8,47 52,00 176,60 - 1124,00 - - -
15/05/2007 8,50 58,00 100,50 75,93 1111,00 40,85 4,65 -
12/06/2007 7,17 57,00 107,30 - 1147,00 - - -
17/07/2007 7,96 38,00 145,10 - 1360,00 - - -
14/08/2007 7,86 64,00 135,20 - 1404,00 - - -
11/09/2007 8,46 38,00 120,80 - 1556,00 - - -
16/10/2007 8,81 71,00 137,40 - 1590,00 - - -
13/11/2008 8,88 64,00 136,20 - 1639,00 - - -
26/12/2008 7,92 102,00 165,40 - 1682,00 - - -
22/01/2008 9,44 31,00 151,80 - 1508,00 - - -
07/02/2008 8,82 15,00 177,90 88,10 1327,00 0,01 - -
18/03/2008 8,71 68,00 154,10 - 1330,00 - - -
30/04/2008 8,77 62,00 110,40 - 814,00 - - -
20/05/2008 8,81 47,00 124,30 - 1022,00 - - -
17/06/2008 8,88 44,00 115,80 - 1132,00 - - -
28/07/2008 8,50 57,00 195,20 - 1393,00 - -
291
Tabela II.8 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Parque Guadalajara - Caucaia, referente ao período
de 2001 a 2008.
F ó sfo r o C o l i fo r m e s
DQ O C o ndu tiv i da d e A m ô n ia
DA T A pH ST S (m g /L ) D BO (m g / L ) T o ta l T e m o to le ra n tes
(m g /L ) (u S/ cm ) (m g / L )
(m g / L ) ( N M P/ 1 0 0 m L )
1 3 / 0 3 /2 0 0 0 8 ,5 3 - 4 4 ,0 0 19, 00 - - - -
0 5 / 0 4 /2 0 0 0 7 ,5 7 - 1 1 ,0 0 10, 00 - - - -
0 8 / 0 5 /2 0 0 0 7 ,3 7 - 4 2 ,0 0 14, 00 - - - -
1 7 / 0 7 /2 0 0 0 7 ,8 3 3 8 ,0 0 3 8 ,0 0 10, 00 - - - -
1 6 / 1 0 /2 0 0 0 7 ,7 7 5 6 ,0 0 5 5 ,0 0 44, 00 - - - -
2 9 / 1 1 /2 0 0 0 7 ,8 0 2 8 ,0 0 134, 00 53, 00 - - - -
2 3 /0 4 / 2 0 0 1 7 ,2 1 - - 11, 00 - - - -
2 6 /0 3 / 2 0 0 1 7 ,6 7 - - - - - - -
1 4 /0 5 / 2 0 0 1 7 ,8 0 - - 30, 00 - - - -
1 5 /1 0 / 2 0 0 1 8 ,0 0 - - 11, 00 - - - -
1 8 /0 3 / 2 0 0 2 7 ,2 0 - 1 2 ,0 0 10, 00 - - - -
0 1 /0 4 / 2 0 0 2 7 ,2 0 - 123, 00 94, 00 - - - 9 ,0 E +0 2
2 6 /0 4 / 2 0 0 2 6 ,8 0 - 3 4 ,0 0 14, 00 - - - -
2 6 / 0 8 /2 0 0 2 7 ,7 0 - 8 7 ,7 0 29, 80 - - - 3 ,3 E +0 2
1 3 /0 1 / 2 0 0 4 8 ,2 6 2 0 ,0 0 8 1 ,7 0 33, 17 - - - 7 ,0 E +0 3
1 2 /0 2 / 2 0 0 4 8 ,5 1 2 2 ,0 0 238, 30 1 2 2 ,7 0 - - - 7 ,0 E +0 3
2 5 /0 2 / 2 0 0 4 9 ,0 2 1 6 ,0 0 100, 00 33, 90 - - - 2 ,2 E +0 4
1 0 /0 3 / 2 0 0 4 7 ,7 6 3 8 ,0 0 123, 30 46, 20 - - - 3 ,9 E +0 4
1 4 /0 4 / 2 0 0 4 8 ,7 8 4 8 ,0 0 213, 30 65, 00 - - - 1 ,6 E +0 6
0 6 /0 5 / 2 0 0 4 8 ,2 3 6,00 150, 70 59, 50 - 8 ,6 0 - 9 ,0 E +0 5
0 1 /0 6 / 2 0 0 4 8 ,8 8 - 100, 70 49, 60 - - - 3 ,3 E +0 5
0 8 /0 7 / 2 0 0 4 7 ,4 7 1 0 ,0 0 161, 40 65, 10 - - - 1 ,0 E +0 3
1 2 / 0 8 /2 0 0 4 7 ,4 8 1 6 ,0 0 6 3 ,8 0 25, 40 - - - 2 ,0 E +0 1
2 9 / 0 9 /2 0 0 4 8 ,3 7 6 2 ,0 0 6 4 ,8 0 - - - - 8 ,0 E +0 3
0 5 / 1 0 /2 0 0 4 8 ,3 9 3 6 ,0 0 103, 10 37, 80 - - - 1 ,1 E +0 3
0 3 / 1 1 /2 0 0 4 8 ,5 9 8 4 ,0 0 148, 20 58, 90 - - - -
2 8 / 1 2 /2 0 0 4 8 ,5 9 3 4 ,0 0 137, 70 52, 20 - - -
2 6 /0 1 / 2 0 0 5 8 ,7 7 8 2 ,0 0 181, 60 64, 50 - - -
2 2 /0 2 / 2 0 0 5 7 ,8 1 126, 00 196, 80 1 0 1 ,4 0 - - - 2 ,0 E +0 3
0 8 /0 3 / 2 0 0 5 8 ,6 1 148, 10 97, 70 - - - 1 ,3 E +0 3
0 1 /0 4 / 2 0 0 5 7 ,3 7 7 2 ,0 0 111, 50 - - -
1 1 /0 5 / 2 0 0 5 8 ,2 4 5 4 ,0 0 9 8 ,3 0 60, 03 - - -
0 2 /0 6 / 2 0 0 5 8 ,1 4 3 4 ,0 0 8 8 ,4 0 42, 10 - - -
2 3 /0 6 / 2 0 0 5 8 ,1 3 4 4 ,0 0 257, 30 86, 30 - - -
0 9 /0 8 / 2 0 0 5 8 ,6 3 4 8 ,0 0 109, 20 - - - 8 ,0 E +0 2
2 7 / 0 9 /2 0 0 5 8 ,8 4 3 2 ,0 0 113, 00 57, 70 - - -
1 3 / 1 0 /2 0 0 5 8 ,8 8 4 4 ,0 0 182, 50 58, 86 - - -
0 8 / 1 1 /2 0 0 5 8 ,5 1 6 8 ,0 0 138, 60 - - - 2 ,0 +0 3
2 8 / 1 2 /2 0 0 5 8 ,0 4 4 4 ,0 0 136, 50 24, 40 - - - -
1 9 /0 1 / 2 0 0 6 8 ,0 0 5 2 ,0 0 134, 60 - 949, 00 - - -
0 9 /0 2 / 2 0 0 6 7 ,1 9 - 148, 70 - 977, 00 - - -
1 6 /0 3 / 2 0 0 6 8 ,3 3 - 220, 00 - - - - -
2 0 /0 4 / 2 0 0 6 8 ,4 3 2 5 ,0 0 5 2 ,3 0 - 762, 00 - - -
1 8 /0 5 / 2 0 0 6 7 ,3 1 1 7 ,0 0 4 0 ,0 0 - 761, 00 - - -
2 6 /0 6 / 2 0 0 6 6 ,9 0 3,00 - - 825, 00 - - -
2 0 /0 7 / 2 0 0 6 7 ,5 1 5,00 5 3 ,6 0 - 926, 00 - - -
1 7 /0 8 / 2 0 0 6 7 ,8 9 3 0 ,0 0 119, 70 - 913, 00 - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 6 8 ,0 8 4 9 ,0 0 9 9 ,5 0 - 954, 00 - - -
1 9 / 1 0 /2 0 0 6 7 ,8 2 6 7 ,0 0 119, 70 28, 62 1 0 4 3 ,0 0 71, 57 - -
1 6 / 1 1 /2 0 0 6 7 ,6 9 5 8 ,0 0 - - 1 0 4 4 ,0 0 - - -
1 3 / 1 2 /2 0 0 6 8 ,5 6 1 8 ,0 0 162, 70 - 1 0 9 2 ,0 0 - - -
3 1 /0 1 / 2 0 0 7 7 ,5 9 6 9 ,0 0 211, 20 - 1099, 00 - - -
1 5 /0 2 / 2 0 0 7 7 ,9 2 1 5 ,0 0 187, 00 - 958, 00 - - -
2 2 /0 3 / 2 0 0 7 8 ,4 0 2 4 ,0 0 6 6 ,1 0 - 823, 00 25, 67 - -
1 6 /0 4 / 2 0 0 7 8 ,3 0 5 0 ,0 0 118, 90 - 975, 00 - - -
1 7 /0 5 / 2 0 0 7 7 ,0 4 1,00 2 6 ,9 0 - 835, 00 - - -
2 0 /0 6 / 2 0 0 7 7 ,4 8 4 5 ,0 0 5 3 ,3 0 - 983, 00 - - -
1 6 /0 7 / 2 0 0 7 7 ,6 7 7,00 3 7 ,1 0 - 1050, 00 - - -
0 2 /0 8 / 2 0 0 7 7 ,8 7 2 1 ,0 0 5 8 ,5 0 - 1056, 00 - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 7 8 ,2 6 6 6 ,0 0 151, 00 - 1 1 1 6 ,0 0 - - -
1 5 / 1 0 /2 0 0 7 8 ,0 7 2 5 ,0 0 6 4 ,8 0 - 1 1 1 6 ,0 0 - - -
0 6 / 1 1 /2 0 0 7 8 ,4 0 7 7 ,0 0 118, 10 - 1 1 5 9 ,0 0 - - -
2 7 / 1 2 /2 0 0 7 8 ,1 7 1 6 ,0 0 135, 10 - 1 1 7 4 ,0 0 - - -
2 3 /0 1 / 2 0 0 8 9 ,8 8 6 0 ,0 0 159, 50 - 960, 00 - - -
1 4 /0 2 / 2 0 0 8 8 ,8 2 3 0 ,0 0 9 4 ,2 0 - 1035, 00 - - -
0 6 / 0 3 /2 0 0 8 7 ,2 2 1 0 ,0 0 3 8 ,3 0 - 1086, 00 13, 10 - -
1 6 / 0 4 /2 0 0 8 7 ,0 5 2 0 ,0 0 8 2 ,4 0 - 879, 00 - - -
0 8 / 0 5 /2 0 0 8 7 ,7 8 1 6 ,0 0 5 3 ,3 0 - 862, 00 - - -
1 8 / 0 6 /2 0 0 8 7 ,5 9 5,00 3 5 ,9 0 - 918, 00 - - -
1 6 /0 7 / 2 0 0 8 7 ,5 0 1 4 ,0 0 2 9 ,1 0 - 1054, 00 - - -
0 7 /0 8 / 2 0 0 8 7 ,0 7 1 6 ,0 0 7 0 ,3 0 - 1032, 00 - - -
M ÍN IM O 6 ,8 0 1,00 1 1 ,0 0 10, 00 761, 00 8 ,6 0 0 ,0 0 2 ,0 E +0 1
M É D IA 7 ,9 8 3 7 ,0 2 107, 25 46, 31 981, 16 29, 74 - 1 ,8 E +0 5
M Á X IM O 9 ,8 8 126, 00 257, 30 1 2 2 ,7 0 1 1 7 4 ,0 0 71, 57 - 1 ,6 E +0 6
292
Tabela II.9 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Ceará - Fortaleza, referente ao período de 2001 a
2008.
Coliformes
S ólidos Totais DQO DB O Cond utivid ade A môn ia Fósforo Total
D ATA pH Temotolerantes
( mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS /cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
02/05/2001 7,10 42,00 - 20,00 - - - -
20/03/2001 7,39 82,00 - 22,00 - - - -
12/03/2001 7,64 38,00 - 30,00 - - - -
08/03/2001 7,53 80,00 - 32,00 - - - -
19/02/2001 7,28 48,00 - 54,00 - - - -
12/11/2001 7,00 68,00 - - - - - -
15/04/2002 7,00 22,00 - 76,00 - - - -
10/05/2002 7,10 40,00 - 43,00 - - - -
11/07/2002 7,60 14,00 33,10 22,00 - - - -
02/09/2002 6,80 4,00 55,50 43,10 - - - -
18/10/2002 7,40 - 80,00 35,00 - - - -
28/01/2003 8,10 20,00 384,60 186,40 - - - -
18/02/2003 7,20 12,00 349,60 158,20 - - - -
06/03/2003 7,20 60,00 235,70 120,00 - - - -
22/04/2003 7,90 20,00 180,50 47,80 - - - -
02/05/2003 8,00 20,00 164,00 72,00 - - - -
23/05/2003 7,90 60,00 178,60 43,60 - - - -
02/07/2003 7,80 44,00 202,50 88,60 - - - -
293
Tabela II.9 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Ceará - Fortaleza, referente ao período de 2001 a
2008 - continuação.
Coliformes
S ólidos Totais DQO DB O Cond utivid ade A môn ia Fósforo Total
D ATA pH Temotolerantes
( mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS /cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
18/01/2005 7,51 246,00 513,90 840,40 - - - 3,5E+05
31/03/2005 7,38 84,00 319,10 92,70 - - -
14/04/2005 7,16 92,00 200,40 109,30 - - -
24/05/2005 7,79 134,00 239,70 146,40 - - - 3,3E+05
22/06/2005 7,19 130,00 347,00 165,20 - - - 3,4E+05
12/07/2005 7,43 94,00 399,20 351,90 - - - 2,0E+04
04/08/2005 7,61 160,00 401,20 141,00 - - - -
14/09/2005 8,32 176,00 418,60 237,30 - - - 2,0E+04
19/10/2005 7,97 150,00 436,30 111,34 - - - -
16/11/2005 7,99 186,00 430,90 100,55 - - - 1,6E+03
29/12/2005 7,57 256,00 582,20 195,77 - - - -
04/01/2006 7,36 310,00 472,50 - - - - -
08/02/2006 7,89 156,00 416,40 - - - - -
08/03/2006 7,51 136,00 405,70 - - - - -
05/04/2006 7,71 96,00 113,50 - - - - -
03/05/2006 8,04 88,00 196,60 - - - - -
07/06/2006 7,95 152,00 280,30 - - - - -
05/07/2006 7,74 192,00 - - - - 2,0E+03
02/08/2006 8,00 191,00 329,80 189,13 - 71,20 3,96 1,3E+03
26/09/2006 7,48 228,00 471,40 - - - - -
24/10/2006 7,24 166,00 434,80 - - - - -
22/11/2006 7,26 178,00 - 177,94 - - 2,48 -
19/12/2006 7,97 242,00 384,20 - - - - -
24/01/2007 7,86 124,00 411,70 210,20 1308,00 72,10 1,55 -
28/02/2007 8,02 108,00 214,40 - 1043,00 - - -
21/03/2007 7,90 116,00 243,00 - 956,00 - - -
25/04/2007 7,51 80,00 218,40 - 995,00 - - -
294
Tabela II.10 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. João Paulo II- Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008.
C o l if o r m es
D QO C o n d u t iv i d a d e A m ô n ia F ó sf o ro T o t a l
D AT A pH S TS (m g / L ) D BO (m g / L ) T em o t o l e ra n t es
(m g / L ) ( u S / c m) (m g / L ) (m g / L )
(N M P / 1 0 0 m L )
0 2 / 0 5 /2 0 0 1 7 ,7 0 72,00 - 1 2 9 ,0 0 - - - -
2 0 / 0 3 /2 0 0 1 7 ,5 8 62,00 - 68,00 - - - -
1 2 / 0 3 /2 0 0 1 7 ,6 4 68,00 - 60,00 - - - -
0 2 / 0 7 /2 0 0 1 7 ,7 0 1 0 8 ,0 0 - 1 3 9 ,0 0 - - - -
1 5 / 0 4 /2 0 0 2 7 ,4 0 60,00 - - - - - -
1 0 / 0 5 /2 0 0 2 7 ,2 0 48,00 - 44,00 - - - -
0 2 / 0 9 /2 0 0 2 7 ,0 0 68,00 3 7 0 ,4 0 118,20 - - - -
0 6 / 0 1 /2 0 0 3 7 ,0 0 40,00 - 1 1 3 ,3 0 - - - -
0 5 / 0 2 /2 0 0 3 7 ,5 0 20,00 - 49,80 - - - -
1 4 / 0 3 /2 0 0 3 7 ,2 0 12,00 - 34,00 - - - -
2 6 / 0 3 /2 0 0 3 7 ,0 0 20,00 - 58,50 - - - -
0 7 / 0 4 /2 0 0 3 8 ,4 0 20,00 - 45,30 - - - -
2 2 / 0 4 /2 0 0 3 8 ,4 0 20,00 - 7 ,6 0 - - - -
1 4 / 0 5 /2 0 0 3 6 ,8 0 30,00 - 14,90 - - - -
0 4 / 0 6 /2 0 0 3 6 ,8 0 50,00 - 5,50 - - - -
2 5 / 0 6 /2 0 0 3 8 ,4 0 24,00 - 54,40 - - - -
1 5 / 0 7 /2 0 0 3 8 ,1 0 50,00 - 60,80 - - - -
2 9 / 0 7 /2 0 0 3 7 ,5 0 20,00 - 19,80 - - - -
0 5 / 0 8 /2 0 0 3 7 ,6 0 80,00 - 48,80 - - - -
1 9 / 0 8 /2 0 0 3 7 ,8 0 48,00 - 53,90 - - - -
0 3 / 0 9 /2 0 0 3 7 ,2 0 40,00 61, 60 52,30 - - - -
1 6 / 0 9 /2 0 0 3 7 ,5 0 80,00 53, 80 23,20 - - - -
0 6 / 1 0 /2 0 0 3 7 ,5 0 60,00 81, 50 35,90 - - - -
2 0 / 1 0 /2 0 0 3 7 ,6 0 20,00 2 1 1 ,7 0 63,80 - - - -
0 5 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,5 3 1 4 4 ,0 0 78, 33 45,00 - - - -
1 9 / 1 1 /2 0 0 3 7 ,3 9 1 0 0 ,0 0 1 1 8 ,3 0 61,00 - - - -
0 3 / 1 2 /2 0 0 3 7 ,2 6 1 6 0 ,0 0 88, 30 48,75 - - - -
2 1 / 0 1 /2 0 0 4 7 ,5 2 80,00 88, 30 55,70 - - - 2 , 2 E +0 4
0 4 / 0 3 /2 0 0 4 7 ,8 9 58,00 2 5 6 ,7 0 54,70 - - - 2 , 0 E +0 3
1 3 / 0 4 /2 0 0 4 7 ,4 4 1 1 0 ,0 0 4 1 0 ,0 0 75,60 - - - 7 , 9 E +0 4
1 8 / 0 5 /2 0 0 4 7 ,6 3 30,00 1 6 9 ,9 0 91,90 - - - 1 , 4 E +0 5
1 6 / 0 6 /2 0 0 4 7 ,8 3 86,00 1 7 6 ,8 0 1 2 4 ,0 0 - - - 3 , 6 E +0 4
1 4 / 0 7 /2 0 0 4 7 ,3 4 76,00 1 9 6 ,7 0 91,00 - - - 2 , 0 E +0 4
2 0 / 0 8 /2 0 0 4 7 ,2 6 98,00 1 8 9 ,4 0 - - - - 5 , 8 E +0 4
1 5 / 1 0 /2 0 0 4 7 ,9 0 1 1 0 ,0 0 2 7 2 ,9 0 95,80 - - - -
1 0 / 1 1 /2 0 0 4 7 ,7 2 1 1 4 ,0 0 3 2 5 ,0 0 145,60 - - - -
1 4 / 1 2 /2 0 0 4 7 ,6 1 44,00 2 7 0 ,3 0 142,90 - - - 1 , 7 E +0 4
1 1 / 0 1 /2 0 0 5 7 ,6 5 1 6 6 ,0 0 3 6 7 ,7 0 1 2 0 ,5 0 - - - 9 , 0 E +0 5
0 9 / 0 2 /2 0 0 5 7 ,7 7 1 6 0 ,0 0 3 9 7 ,9 0 2 8 9 ,1 0 - - - -
2 7 / 0 4 /2 0 0 5 7 ,4 4 58,00 1 4 0 ,6 0 - - - 1 , 5 E +0 5
2 5 / 0 5 /2 0 0 5 7 ,8 6 90, 20 75,10 - - - -
0 9 / 0 6 /2 0 0 5 7 ,6 0 60,00 1 8 1 ,8 0 59,10 - - - -
2 3 / 0 8 /2 0 0 5 7 ,7 6 94,00 2 4 6 ,0 0 - - - 1 , 7 E +0 4
2 1 / 0 9 /2 0 0 5 8 ,0 4 2 9 7 ,5 0 90,70 - - - -
2 5 / 1 0 /2 0 0 5 7 ,6 5 1 4 6 ,0 0 3 3 3 ,3 0 1 6 2 ,6 0 - - - -
0 9 / 1 1 /2 0 0 5 7 ,9 7 58,00 4 7 1 ,5 0 94,90 - - - -
2 1 / 1 2 /2 0 0 5 7 ,6 7 1 6 6 ,0 0 3 1 3 ,1 0 92,45 - - - -
2 4 / 0 1 /2 0 0 6 7 ,7 9 1 5 3 ,0 0 2 9 1 ,7 0 1 2 0 ,5 0 - - - 9 , 0 E +0 5
2 1 / 0 2 /2 0 0 6 8 ,0 1 - 3 4 1 ,1 0 2 8 9 ,1 0 - - - -
1 4 / 0 3 /2 0 0 1 7 ,6 9 - 2 7 5 ,9 0 - - - 1 , 5 E +0 5
2 5 / 0 4 /2 0 0 6 8 ,6 0 65,00 1 5 7 ,0 0 75,10 - - - -
2 3 / 0 5 /2 0 0 6 8 ,7 2 78,00 2 2 5 ,7 0 59,10 - - - -
2 0 / 0 6 /2 0 0 6 8 ,4 8 54,00 1 8 9 ,2 0 - - - 1 , 7 E +0 4
2 5 / 0 7 /2 0 0 6 7 ,7 6 84,00 2 1 0 ,3 0 90,70 - - - -
2 2 / 0 8 /2 0 0 6 7 ,6 9 1 4 5 ,0 0 - 1 6 2 ,6 0 - - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 6 7 ,9 4 1 3 7 ,0 0 2 9 5 ,9 0 94,90 - - - -
2 4 / 1 0 /2 0 0 6 7 ,7 3 9 1 4 ,0 0 2 4 4 ,1 0 92,45 - - - -
2 1 / 1 1 /2 0 0 6 7 ,6 0 89,00 - - - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 6 7 ,9 1 1 4 2 ,0 0 2 9 8 ,0 0 - - - -
1 0 / 0 1 /2 0 0 7 7 ,9 5 1 3 6 ,0 0 3 4 7 ,2 0 - 1 3 6 0 ,0 0 - - -
2 2 / 0 2 /2 0 0 7 8 ,2 1 63,00 1 8 1 ,2 0 - 1 1 7 8 ,0 0 - - -
0 7 / 0 3 /2 0 0 7 8 ,4 7 83,00 1 7 9 ,4 0 - 1 1 3 7 ,0 0 - - -
1 1 / 0 4 /2 0 0 7 8 ,2 1 76,00 1 8 4 ,2 0 81,50 1 0 4 4 ,0 0 38,65 - -
2 2 / 0 5 /2 0 0 7 8 ,2 2 82,00 2 0 3 ,1 0 - 1 0 3 4 ,0 0 - - -
0 5 / 0 6 /2 0 0 7 8 ,0 4 1 1 5 ,0 0 2 2 2 ,6 0 - 1 0 5 0 ,0 0 - - -
1 1 / 0 7 /2 0 0 7 7 ,0 7 1 3 1 ,0 0 2 9 5 ,3 0 - 1 2 1 9 ,0 0 - - -
2 0 / 0 8 /2 0 0 7 8 ,0 7 1 3 0 ,0 0 2 6 3 ,0 0 - 1 2 6 7 ,0 0 - - -
0 4 / 0 9 /2 0 0 7 8 ,1 6 1 2 6 ,0 0 3 7 5 ,0 0 - 1 2 7 6 ,0 0 - - -
1 0 / 1 0 /2 0 0 7 8 ,5 5 1 2 3 ,0 0 3 7 5 ,0 0 2 1 6 ,7 0 1 3 4 5 ,0 0 - - -
1 9 / 1 1 /2 0 0 7 8 ,4 9 1 2 5 ,0 0 3 6 8 ,6 0 - 1 3 0 4 ,0 0 - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 7 8 ,5 4 - 3 5 2 ,7 0 - 1 3 5 9 ,0 0 - - -
1 6 / 0 1 /2 0 0 8 8 ,1 7 1 8 4 ,0 0 3 9 2 ,3 0 - 1 1 5 9 ,0 0 - - -
2 1 / 0 2 /2 0 0 8 8 ,9 2 1 7 0 ,0 0 3 2 2 ,1 0 - 1 2 2 3 ,0 0 - - -
1 2 / 0 3 /2 0 0 8 8 ,4 2 1 2 8 ,0 0 2 5 6 ,6 0 - 1 1 6 4 ,0 0 - - -
0 9 / 0 4 /2 0 0 8 7 ,4 7 72,00 2 0 1 ,7 0 - 1 0 7 1 ,0 0 - - -
1 5 / 0 5 /2 0 0 8 8 ,6 0 62,00 1 6 6 ,3 0 - 893,00 - - -
1 1 / 0 6 /2 0 0 8 8 ,1 0 1 0 7 ,0 0 2 2 3 ,1 0 - 977,00 - - -
1 5 / 0 7 /2 0 0 8 8 ,2 2 1 1 2 ,0 0 1 7 6 ,9 0 95,10 1 1 9 5 ,0 0 32,70 - -
M ÍN IM O 6 ,8 0 12,00 53, 80 5,50 893,00 32,70 - 2 , 0 E +0 3
M É D IA 7 ,8 0 97,59 2 4 3 ,4 2 86,93 1 1 7 1 ,3 2 35,68 - 1 , 8 E +0 5
M Á X IM O 8 ,9 2 9 1 4 ,0 0 4 7 1 ,5 0 289,10 1 3 6 0 ,0 0 38,65 - 9 , 0 E +0 5
295
Tabela II.11 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. São Cristovão- Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008.
Coliformes
Fósforo Total
DATA pH STS (mg/L) DQO (mg/L) DBO (mg/L) Condutividade (uS/cm) Amônia (mg/L) Temotolerantes
(mg/L)
(NMP/100 mL)
8/3/2001 7,56 116,00 - 283,00 - - - -
19/2/2001 7,99 112,00 - 43,00 - - - -
24/5/2001 8,60 26,00 - 133,00 - - - -
19/11/2001 8,20 82,00 - - - - - -
5/12/2001 8,40 44,00 - 78,00 - - - -
6/3/2002 8,40 24,00 113,00 83,00 - - - -
4/4/2002 7,80 82,00 415,00 177,00 - - - -
8/5/2002 8,50 40,00 - 57,00 - - - -
11/6/2002 8,30 48,00 41,30 33,00 - - - -
1/8/2002 7,70 120,00 95,50 46,10 - - - -
9/9/2002 7,50 20,00 188,20 71,80 - - - -
18/10/2002 6,80 20,00 106,70 52,00 - - - -
21/1/2003 7,30 54,00 200,00 92,50 - - - -
7/4/2003 8,50 20,00 84,60 39,70 - - - -
25/4/2003 8,40 20,00 60,30 27,60 - - - -
14/5/2003 7,30 62,00 29,00 19,00 - - - -
4/6/2003 7,00 20,00 26,70 9,40 - - - -
25/6/2003 8,40 22,00 94,00 20,40 - - - -
15/7/2003 8,60 42,00 104,50 33,80 - - - -
30/7/2003 8,80 90,00 64,50 15,50 - - - -
1/9/2003 8,20 112,00 177,80 14,20 - - - -
15/9/2003 8,30 80,00 177,80 31,80 - - - -
1/10/2003 8,40 60,00 224,60 30,20 - - - -
11/11/2003 8,51 80,00 205,00 37,40 - - - -
25/11/2003 8,25 50,00 178,30 38,92 - - - -
11/12/2003 8,37 60,00 161,70 12,28 - - - -
12/1/2004 7,81 120,00 301,70 44,78 - - - 9,0E+06
10/2/2004 8,75 60,00 481,70 230,50 - - - 6,0E+03
24/3/2004 9,39 54,00 393,30 105,30 - - - 2,6E+04
5/5/2004 9,39 58,00 124,10 39,30 - - - 9,0E+05
3/6/2004 8,89 48,00 184,60 45,80 - 16,00 - 2,5E+05
8/7/2004 7,92 38,00 126,00 71,20 - - - 2,0E+03
11/8/2004 8,58 8,00 48,00 34,20 - - - 1,5E+02
9/9/2004 8,58 ND 137,90 17,60 - - - 3,3E+04
8/10/2004 8,32 62,00 121,40 107,60 - - >24000
3/11/2004 8,28 62,00 233,10 64,10 - - 1,7E+02
7/12/2004 8,51 62,00 155,30 30,80 - - 2,0E+03
4/1/2005 8,56 68,00 191,20 - - - - 4,9E+03
2/2/2005 7,82 42,00 226,00 112,21 - - - -
22/3/2005 8,91 248,00 299,20 67,90 - - - -
19/4/2005 8,42 66,00 194,30 84,50 - - - 1,3E+04
17/5/2005 8,71 98,00 182,90 90,02 - - 2,3E+04
15/6/2005 8,15 70,00 160,50 62,25 - - - -
20/7/2005 9,13 94,00 167,20 68,10 - - - -
20/9/2005 8,81 74,00 149,10 69,80 - - - -
26/10/2005 8,16 52,00 180,10 66,00 - - - -
24/11/2005 8,43 62,00 117,80 20,37 - - - -
15/12/2005 8,83 90,00 147,90 32,20 - - - -
19/1/2006 8,47 71,00 136,60 - 1161,00 - - -
9/2/2006 8,41 - 142,40 - 1220,00 - - -
9/3/2006 9,07 69,00 172,40 - 1125,00 - - -
5/4/2006 8,89 109,00 109,90 - 919,00 - - -
4/5/2006 8,87 55,00 130,30 - 769,00 - - -
6/6/2006 8,57 51,00 179,90 - 749,00 - - -
13/7/2006 8,61 51,00 144,00 - 891,00 - - -
10/8/2006 8,29 81,00 92,70 - 999,00 - - -
14/9/2006 8,75 58,00 131,60 - 1096,00 - - -
31/10/2006 7,51 48,00 164,70 33,34 1573,00 - 2,80 -
9/11/2006 8,83 75,00 187,40 - 1397,00 - - -
7/12/2006 8,35 55,00 104,50 - 1373,00 - - -
22/1/2008 9,20 23,00 204,90 - 1441,00 - - -
13/2/2008 8,74 89,00 124,60 - 1342,00 - - -
26/3/2008 8,71 66,00 188,80 - 1254,00 - - -
15/4/2008 8,41 68,00 182,50 - 1109,00 - - -
7/5/2008 8,81 56,00 96,10 43,10 870,00 0,38 - -
25/6/2008 8,90 62,00 189,70 - 982,00 - - -
9/7/2008 8,41 26,00 154,40 - 1075,00 - - -
6/8/2008 8,24 51,00 133,60 - 1253,00 - - -
MÍNIMO 6,80 8,00 26,70 9,40 749,00 0,38 - 1,5E+02
MÉDIA 8,39 63,73 161,98 62,93 1129,90 8,19 - 7,9E+05
MÁXIMO 9,39 248,00 481,70 283,00 1573,00 16,00 - 9,0E+06
296
Tabela II.12 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tancredo Neves (Lagamar) - Fortaleza, referente ao
período de 2001 a 2008.
DQ O C o n d u t iv i d a d e A m ô nia F ó sf o r o T o t a l C o li f o rm e s T em o t o l er a n t e s
DATA pH S TS ( m g /L ) DBO (m g / L )
(m g / L ) ( u S / cm ) ( m g /L ) ( m g /L ) (N M P /1 0 0 m L )
23/04/2001 8 ,3 1 20,00 - 85,00 - - - -
22/03/2001 7 ,4 8 40,00 - 1 1 8 ,0 0 - - - -
14/02/2001 7 ,6 1 40,00 - 98,00 - - - -
09/05/2001 7 ,4 0 - - 1 1 3 ,0 0 - - - -
18/05/2001 7 ,1 0 28,00 - 1 1 7 ,0 0 - - - -
20/06/2001 7 ,3 0 20,00 - 1 9 3 ,0 0 - - - -
19/07/2001 7 ,3 0 1 1 6 ,0 0 - 1 6 7 ,0 0 - - - -
10/08/2001 7 ,6 0 18,00 - 1 6 9 ,0 0 - - - -
27/08/2001 7 ,2 0 40,00 2 3 3 ,0 0 - - - -
10/08/2001 7 ,6 0 18,00 1 6 9 ,0 0 - - - -
17/12/2001 7 ,6 0 20,00 1 8 9 ,0 0 - - - -
14/01/2002 7 ,4 0 10,00 241,00 1 7 0 ,0 0 - - - -
22/04/2002 7 ,3 0 48,00 74,00 - - - -
31/05/2002 7 ,3 0 20,00 1 4 1 ,0 0 - - - -
05/09/2002 7 ,1 0 AU S 520,50 2 8 7 ,0 0 - - - -
09/10/2002 6 ,9 0 20,00 514,10 4 0 5 ,0 0 - - - -
20/12/2002 7 ,1 0 50,00 413,80 1 8 8 ,4 0 - - - -
01/07/2003 7 ,9 0 24,00 8 9 ,6 0 30,70 - - - 3 , 8 E +0 5
28/07/2003 8 ,3 0 96,00 4 3 ,2 0 14,30 - - - 2 , 4 E +0 5
05/08/2003 7 ,6 0 1 1 0 ,0 0 158,90 7 ,4 0 - - - 4 , 7 E +0 4
19/08/2003 8 ,1 0 2 2 0 ,0 0 139,90 26,90 - - - 1 , 1 E +0 7
28/08/2003 7 ,4 0 2 3 6 ,0 0 100,00 12,40 - - - 2 , 9 E +0 5
03/09/2003 7 ,3 0 1 6 0 ,0 0 95,90 45,60 - - - 2 , 6 E +0 5
21/01/2004 7 ,4 2 2 2 0 ,0 0 248,30 1 3 4 ,4 0 - - - 1 , 4 E +0 5
04/03/2004 7 ,5 8 1 4 0 ,0 0 330,00 1 2 5 ,7 0 - - - 1 , 7 E +0 5
30/03/2004 7 ,0 5 1 4 4 ,0 0 486,70 1 0 8 ,2 0 - - - 3 , 9 E +0 4
13/04/2004 7 ,5 3 1 7 8 ,0 0 596,70 1 7 4 ,4 0 - - - 2 , 5 E +0 5
18/05/2004 7 ,5 0 1 7 4 ,0 0 411,80 1 6 1 ,7 0 - - - 2 , 7 E +0 5
16/06/2004 7 ,7 1 1 6 2 ,0 0 292,50 - - - - 1 , 3 E +0 5
14/07/2004 7 ,2 8 1 6 4 ,0 0 298,40 1 9 4 ,9 0 - - - 3 , 8 E +0 5
20/08/2004 7 ,2 8 1 3 4 ,0 0 170,00 - - - - 2 , 4 E +0 5
23/09/2004 7 ,6 3 1 4 8 ,0 0 462,50 2 2 4 ,7 0 - - - 2 , 4 E +0 5
15/10/2004 7 ,7 7 1 6 0 ,0 0 502,00 1 6 6 ,9 0 - - -
10/11/2004 7 ,5 2 48,00 420,80 1 7 7 ,0 0 - - - -
14/12/2004 7 ,4 9 1 0 6 ,0 0 409,30 2 1 9 ,1 0 - - - 2 , 8 E +0 5
11/01/2005 7 ,5 4 1 2 6 ,0 0 545,40 2 3 9 ,4 0 - - - 9 , 0 E +0 5
09/02/2005 7 ,9 5 1 9 8 ,0 0 578,70 3 9 9 ,2 0 - - - -
27/04/2005 7 ,7 4 1 8 4 ,0 0 328,10 - - - 1 , 6 E +0 5
19/05/2005 7 ,4 4 22,00 314,10 - - -
09/06/2005 7 ,4 4 1 1 4 ,0 0 290,10 2 0 2 ,9 0 - - -
06/07/2005 7 ,3 3 68,00 338,60 1 6 5 ,4 0 - - -
23/08/2005 7 ,6 1 54,00 618,60 - - - 1 , 2 E +0 5
21/09/2005 8 ,2 0 1 6 0 ,0 0 444,40 1 5 1 ,2 0 - - - -
25/10/2005 7 ,5 5 1 7 6 ,0 0 467,40 1 8 7 ,9 0 - - - -
09/11/2005 7 ,9 1 82,00 482,50 1 2 9 ,4 0 - - - -
15/12/2005 7 ,3 8 1 3 0 ,0 0 410,30 79,40 - - - -
24/01/2006 7 ,5 8 1 5 4 ,0 0 412,90 - 1146,00 - - -
21/02/2006 7 ,9 4 - 465,10 - 1084,00 - - -
14/03/2001 7 ,6 3 - 538,80 - 1234,00 - - -
25/04/2006 7 ,9 7 54,00 173,60 - 9 5 3 ,0 0 - - -
23/05/2006 7 ,7 8 1 0 8 ,0 0 225,70 - 8 9 6 ,0 0 - - -
20/06/2006 7 ,7 4 1 5 3 ,0 0 283,90 - 8 5 5 ,0 0 - - -
25/07/2006 7 ,9 2 1 1 9 ,0 0 407,70 - 1125,00 - - -
22/08/2006 7 ,6 6 2 3 7 ,0 0 - - 1219,00 - - -
19/09/2006 7 ,8 4 1 8 4 ,0 0 316,30 - 1255,00 - - -
24/10/2006 7 ,3 5 1 5 7 ,0 0 401,30 1 2 5 ,5 4 1332,00 6 5 ,9 2 0,60 -
21/11/2006 7 ,3 8 1 7 4 ,0 0 - - 1286,00 - - -
04/12/2006 7 ,9 7 1 9 1 ,0 0 442,30 - 1365,00 - - -
10/01/2007 7 ,4 1 1 5 7 ,0 0 409,70 - 1386,00 - - -
22/02/2007 7 ,7 9 1 9 0 ,0 0 334,50 - 1217,00 - - -
07/03/2007 8 ,0 1 41,00 221,40 1 3 3 ,9 4 1048,00 4 3 ,0 0 - -
11/04/2007 7 ,9 7 85,00 270,70 - 1129,00 - - -
22/05/2007 7 ,9 0 1 7 6 ,0 0 302,90 - 1103,00 - - -
05/06/2007 7 ,9 4 1 4 5 ,0 0 327,20 - 1142,00 - - -
11/07/2007 6 ,9 0 1 9 1 ,0 0 351,40 - 1330,00 - - -
20/08/2007 7 ,8 2 1 0 4 ,0 0 292,60 - 1371,00 - - -
04/09/2007 7 ,9 7 1 8 9 ,0 0 332,90 1 2 5 ,6 0 1388,00 8 0 ,2 0 - -
10/10/2007 8 ,0 7 2 0 3 ,0 0 500,00 - 1399,00 - - -
19/11/2008 8 ,0 2 1 2 3 ,0 0 368,60 - 1490,00 - - -
04/12/2007 8 ,3 2 - 486,70 - 1540,00 - - -
16/01/2008 7 ,9 3 1 8 2 ,0 0 464,80 - 1291,00 - - -
21/02/2008 8 ,1 7 1 8 5 ,0 0 403,90 - 1286,00 - - -
12/03/2008 8 ,2 9 2 6 4 ,0 0 841,50 - 1310,00 - - -
09/04/2008 7 ,2 1 58,00 121,70 - 1183,00 - - -
15/05/2008 8 ,0 7 1 1 5 ,0 0 228,20 - 9 4 2 ,0 0 - - -
11/06/2008 7 ,7 9 1 2 6 ,0 0 181,50 - 1082,00 - - -
15/07/2008 7 ,9 2 1 8 3 ,0 0 241,90 - 1351,00 - - -
M ÍN IM O 6 ,9 0 10,00 43,20 7 ,4 0 8 5 5 ,0 0 4 3 ,0 0 - 3 , 9 E +0 4
M ÉD I A 7 ,6 4 1 2 0 ,7 5 356,67 1 5 1 ,8 3 1217,35 6 3 ,0 4 - 8 , 2 E +0 5
M Á X IM O 8 ,3 2 2 6 4 ,0 0 841,50 4 0 5 ,0 0 1540,00 8 0 ,2 0 - 6 , 0 E +0 0
297
Tabela II.13 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Esperança - Fortaleza, referente ao período de 2001
a 2008.
STS D QO D BO C ondu tivid ade Amônia Fós foro Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (N MP/100 mL)
18/04/2001 7,46 40,00 - 96,00 - - - -
07/03/2001 7,22 62,00 - 87,00 - - - -
05/01/2001 7,38 245,00 - 331,00 - - - -
07/05/2001 7,50 32,00 - 41,00 - - - -
04/06/2001 7,50 26,00 - 80,00 - - - -
12/07/2001 7,40 40,00 - 65,00 - - - -
15/08/2001 7,30 123,00 - - - - - -
01/11/2001 7,80 60,00 - 70,00 - - - -
04/12/2001 7,80 72,00 - 105,00 - - - -
13/12/2001 7,90 10,00 - 132,00 - - - -
19/04/2002 7,30 44,00 153,00 108,00 - - - -
17/05/2002 7,30 4,00 169,00 - - - -
04/07/2002 7,10 20,00 311,00 285,00 - - - -
19/09/2002 7,70 20,00 227,50 98,30 - - - -
21/10/2002 7,60 16,00 77,40 57,80 - - - -
28/01/2003 8,00 20,00 346,20 102,80 - - - -
18/02/2003 7,40 20,00 390,20 137,10 - - - -
06/03/2003 7,10 20,00 264,30 175,10 - - - -
03/04/2003 8,00 20,00 115,40 71,90 - - - -
22/04/2003 8,00 40,00 103,70 23,30 - - - -
02/05/2003 7,90 20,00 171,80 72,00 - - - -
23/05/2003 7,70 40,00 164,30 42,30 - - - -
05/06/2003 7,70 16,00 177,70 73,80 - - - -
30/06/2003 8,00 60,00 156,00 30,60 - - - -
09/07/2003 7,00 160,00 173,60 91,30 - - - -
22/07/2003 8,10 22,00 319,10 44,00 - - - -
07/08/2003 7,50 140,00 200,00 35,90 - - - -
20/08/2003 7,50 128,00 236,60 50,30 - - - -
03/09/2003 7,90 80,00 281,50 45,50 - - - -
18/09/2003 7,50 130,00 311,10 39,80 - - - -
08/10/2003 7,90 160,00 237,20 - - - - -
22/10/2003 7,70 120,00 418,30 100,70 - - - -
04/11/2003 7,40 140,00 415,00 127,60 - - - -
18/11/2003 7,85 120,00 408,30 45,60 - - - -
04/12/2003 7,43 80,00 288,30 24,54 - - - -
17/12/2003 7,48 80,00 305,00 57,70 - - - -
22/01/2004 7,62 100,00 456,50 169,20 - - - 3,4E+04
03/02/2004 7,77 140,00 583,50 116,10 - - - 1,3E+05
17/02/2004 8,14 80,00 789,70 126,30 - - - 7,0E+04
02/03/2004 8,35 108,00 232,00 194,30 - - - 1,6E+06
01/04/2004 8,15 24,00 279,50 70,10 - - - 2,4E+04
02/06/2004 8,28 114,00 296,70 142,30 - 17,20 - 2,1E+04
13/07/2004 7,71 82,00 306,30 128,70 - - - 9,0E+05
16/08/2004 7,65 112,00 448,20 111,10 - - - 3,9E+02
28/09/2004 7,95 116,00 440,20 256,80 - - - -
21/10/2004 7,97 112,00 400,00 70,00 - - - -
24/11/2004 7,63 158,00 506,10 185,60 - - -
298
Tabela II.13 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Esperança - Fortaleza, referente ao período de 2001
a 2008 – continuação.
STS D QO D BO C ondu tivid ade Amônia Fós foro Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (N MP/100 mL)
29/12/2005 7,21 130,00 234,10 - - -
19/01/2005 7,21 108,00 406,20 404,30 - - - 1,6E+06
15/02/2005 7,18 114,00 404,00 362,90 - - - 2,0E+04
31/03/2005 7,40 94,00 314,00 106,20 - - -
28/04/2005 7,63 130,00 306,50 203,40 - - -
24/05/2005 7,75 140,00 190,10 189,10 - - - 2,7E+05
22/06/2005 7,37 118,00 274,70 112,40 - - - 3,3E+05
12/07/2005 7,61 52,00 322,50 274,80 - - - -
04/08/2005 8,06 44,00 283,60 107,20 - - - -
13/09/2005 8,08 114,00 324,30 190,50 - - - 8 E+04
26/10/2005 7,55 88,00 404,70 139,80 - - - -
16/11/2005 7,71 120,00 355,50 184,35 - - - -
22/12/2005 7,68 148,00 380,10 73,70 - - - -
04/01/2006 7,28 348,00 406,60 - 1016,00 - - -
08/02/2006 7,72 132,00 386,60 - 1073,00 - - -
08/03/2006 7,60 - 355,50 - 998,00 - - -
05/04/2006 7,71 - 285,40 - 871,00 - - -
03/05/2006 8,07 93,00 205,10 - 779,00 - - -
07/06/2006 8,04 216,00 175,70 - 808,00 - - -
05/07/2006 7,66 103,00 - - 779,00 - - -
02/08/2006 8,38 100,00 266,50 - 932,00 - - -
26/09/2006 7,75 211,00 353,70 89,30 968,00 50,47 - -
24/10/2006 8,86 172,00 311,00 - 1058,00 - - -
22/11/2006 7,53 155,00 - - 1156,00 - - -
19/12/2006 7,90 132,00 360,20 - 1193,00 - - -
24/01/2007 7,90 85,00 377,40 - 1172,00 - - -
28/02/2007 7,78 92,00 421,40 - 1021,00 - - -
21/03/2007 7,88 118,00 265,40 - 898,00 - - -
25/04/2007 7,07 83,00 281,80 155,60 887,00 46,39 - -
16/05/2007 7,97 65,00 244,20 - 8600,00 - - -
27/06/2007 7,90 150,00 325,30 - 953,00 - - -
10/07/2007 7,98 134,00 298,50 - 1082,00 - - -
16/08/2007 7,92 120,00 341,20 - 1156,00 - - -
27/09/2007 7,84 191,00 427,80 - 1260,00 - - -
18/10/2007 8,22 149,00 418,70 95,90 1328,00 - - -
14/11/2007 7,94 153,00 510,60 - 1311,00 - - -
20/12/2008 7,78 141,00 403,50 - 1493,00 - - -
24/01/2008 8,44 133,00 392,90 - 1258,00 - - -
28/02/2008 7,33 184,00 390,80 - 1239,00 - - -
12/03/2008 8,01 179,00 252,80 - 1253,00 - - -
17/04/2008 7,93 137,00 257,40 - 990,00 - - -
28/05/2008 7,93 130,00 203,70 - 835,00 - - -
11/06/2008 7,61 157,00 226,80 - 813,00 - - -
17/07/2008 7,60 204,00 224,60 154,10 1010,00 31,80 - -
MÍNIM O 7,00 4,00 77,40 23,30 779,00 17,20 - 3,9E+02
MÉDIA 7,72 103,85 315,95 125,24 1296,45 36,47 - 4,2E+05
MÁXIM O 8,86 348,00 789,70 404,30 8600,00 50,47 - 1,6E+06
299
Tabela II.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. José Walter - Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008.
Coliformes
DQO DBO Con dut ividad e Amôn ia Fós foro Total
DATA pH STS (mg/L) Temotoleran tes
(mg/L) ( mg/L) (u S/cm) ( mg/L) (mg/L)
(N MP/100 mL)
26/04/2001 8,30 24,00 - - - - - -
07/02/2001 8,20 192,00 - 56,00 - - - -
31/01/2001 8,21 92,00 - 43,00 - - - -
16/01/2001 8,16 62,00 - 115,00 - - - -
03/02/2001 8,97 104,00 - 30,00 - - - -
23/05/2001 8,10 40,00 - 43,00 - - - -
04/06/2001 8,08 70,00 - 62,00 - - - -
04/07/2001 8,10 66,00 - 78,00 - - - -
06/07/2001 8,10 116,00 - 117,00 - - - -
09/08/2001 8,50 48,00 - 65,00 - - - -
29/08/2001 7,90 16,00 - 40,00 - - - -
12/11/2001 7,50 130,00 - 68,00 - - - -
12/12/2001 7,60 21,00 - 129,00 - - - -
07/01/2002 7,50 104,00 18 5,00 122,00 - - - -
26/02/2002 7,50 90,00 74,00 35,00 - - - -
06/03/2002 7,80 103,00 18 5,00 115,00 - - - -
29/04/2002 6,80 32,00 96,00 74,00 - - - -
24/04/2002 7,40 40,00 30,00 30,00 - - - -
07/05/2002 7,40 10,00 - 93,00 - - - -
15/08/2002 7,40 - 27 2,00 229,00 - - - -
01/08/2002 7,50 40,00 28 2,70 151,50 - - - -
22/08/2002 7,60 20,00 23 2,90 84,70 - - - -
25/09/2002 7,90 AU S 33 9,10 110,00 - - - -
07/10/2002 6,90 20,00 20 3,90 99,30 - - - -
25/10/2002 7,20 36,00 29 7,90 115,00 - - - -
08/01/2003 8,60 80,00 37 1,60 131,80 - - - -
30/01/2003 7,20 20,00 41 2,20 173,30 - - - -
09/04/2003 8,10 40,00 50,00 33,40 - - - -
15/04/2003 8,00 20,00 71,40 32,00 - - - -
07/05/2003 7,90 40,00 73,50 27,30 - - - -
28/05/2003 7,70 28,00 14 1,80 50,80 - - - -
13/06/2003 7,90 20,00 12 0,30 16,70 - - - -
24/06/2003 7,80 - 17 0,20 54,00 - - - -
02/07/2003 7,90 22,00 11 0,30 33,80 - - - -
29/07/2003 7,50 42,00 10 1,40 29,50 - - - -
28/08/2003 7,40 94,00 26 4,30 49,10 - - - -
08/09/2003 7,50 160,00 13 2,90 24,00 - - - -
22/09/2003 7,40 120,00 20 6,90 82,20 - - - -
14/10/2003 7,40 100,00 27 9,70 56,90 - - - -
13/11/2003 7,65 120,00 36 1,70 156,90 - - - -
27/11/2003 7,45 180,00 32 5,00 43,17 - - - -
15/12/2003 7,31 100,00 29 1,70 50,40 - - - -
05/01/2004 7,70 200,00 35 5,00 95,10 - - - 4,0E+03
10/02/2004 8,23 120,00 58 1,70 - - - - 6,0E+03
24/03/2004 8,43 68,00 25 6,70 96,70 - - - 9,0E+05
05/05/2004 7,87 88,00 23 4,50 55,65 - - - 1,6E+06
03/06/2004 7,95 64,00 23 0,70 119,10 - - - 2,5E+06
03/08/2004 7,72 18,00 32 6,10 132,00 - - - 1,6E+05
08/09/2004 7,96 106,00 24 8,00 32,30 - - - 1,0E+03
07/10/2004 8,40 128,00 28 9,60 278,60 - - - 7,3E+03
300
Tabela II.14 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. José Walter - Fortaleza, referente ao período de
2001 a 2008 – continuação.
Coliformes
DQO DBO Con dut ividad e Amôn ia Fós foro Total
DATA pH STS (mg/L) Temotoleran tes
(mg/L) ( mg/L) (u S/cm) ( mg/L) (mg/L)
(N MP/100 mL)
05/01/2005 7,21 238,00 43 8,10 216,24 - - - -
04/02/2005 7,29 148,00 44 6,80 304,50 - - - -
31/03/2005 7,36 186,00 31 6,30 62,70 - - -
19/04/2005 7,24 110,00 34 2,90 177,10 - - - 2,4E+05
19/05/2005 7,31 82,00 30 1,70 253,30 - - - -
15/06/2005 7,07 90,00 19 0,30 - - - - -
07/07/2005 7,58 56,00 41 8,10 - - - - -
31/08/2005 8,04 74,00 38 2,80 134,70 - - - 1,6E+06
27/09/2005 7,82 96,00 29 0,50 - - - - 8,0E+04
20/10/2005 7,76 138,00 34 7,70 88,60 - - - -
24/11/2005 7,64 126,00 26 9,40 69,60 - - - -
21/12/2005 7,96 128,00 32 9,10 84,28 - - -
19/01/2006 7,87 149,00 34 9,10 - 1165,00 - - -
09/02/2006 7,80 120,00 39 6,60 - 1225,00 - - -
09/03/2001 7,85 - 23 9,90 - 1232,00 - - -
05/04/2006 7,82 - 23 5,90 235,90 935,00 - - -
04/05/2006 8,48 70,00 20 2,20 - 860,00 - - -
14/09/2006 7,78 152,00 28 8,20 - 910,00 - - -
31/10/2006 7,48 121,00 35 2,90 88,92 1492,00 60,36 1,81 -
09/11/2006 7,98 117,00 35 9,50 - 1380,00 - - -
07/12/2006 7,81 119,00 33 5,80 - 1392,00 - - -
17/01/2007 7,84 150,00 40 0,70 - 1404,00 - - -
14/03/2007 7,94 121,00 25 7,60 - 860,00 - - -
18/04/2007 7,90 97,00 19 8,70 - 1018,00 - - -
31/05/2007 7,87 88,00 21 1,30 - 1022,00 - - -
26/06/2007 7,94 88,00 26 2,50 - 1121,00 - - -
17/07/2007 7,96 165,00 30 8,80 - 1212,00 - - -
21/08/2007 7,88 137,00 27 4,20 - 1317,00 - - -
13/09/2007 7,92 55,00 47 3,50 - 1375,00 - - -
16/10/2007 7,92 125,00 42 2,10 - 1473,00 - - -
07/11/2007 8,40 132,00 44 7,10 228,90 1512,00 41,90 - -
05/12/2007 7,99 - 46 5,40 - 1591,00 - - -
22/01/2008 8,60 161,00 44 0,20 - 1365,00 - - -
13/02/2008 7,98 177,00 36 5,40 - 1305,00 - - -
26/03/2008 7,93 98,00 25 1,80 - 1150,00 - - -
15/04/2008 8,07 87,00 14 2,30 - 1032,00 - - -
07/05/2008 8,28 71,00 14 6,90 - 929,00 - - -
25/06/2008 8,03 179,00 23 7,10 - 982,00 - - -
09/07/2008 7,70 106,00 24 1,10 134,50 1059,00 24,50 - -
06/08/2008 7,89 144,00 26 7,10 - 1166,00 - - -
MÍNIM O 6,80 10,00 30,00 16,70 860,00 24,50 1,81 1,0E+03
M ÉD IA 7,81 94,70 27 4,39 98,99 1195,86 42,25 1,81 6,5E+05
M ÁXIM O 8,97 238,00 58 1,70 304,50 1591,00 60,36 1,81 2,5E+06
301
Tabela II.15 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Itaperussu - Fortaleza, referente ao ano 2008.
Coliformes
DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH STS (mg/L) Temotolerantes E. coli (NMP/100 mL)
(mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
30/01/2008 8,80 204,00 419,20 - 1523,00 4,37 - - 3,1E+06
Tabela II.16 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Parque Fluminense - Fortaleza, referente ao período
de 2000 a 2008.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
302
Tabela II.16 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Parque Fluminense - Fortaleza, referente ao período
de 2000 a 2008 – continuação.
Coliformes
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total
DATA pH Temotolerantes
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg /L) (mg/L)
(NMP/100 mL)
19/01/2005 7,63 - 321,10 349,60 - - - 2,8E+04
15/02/2005 7,74 - 276,00 - - - 2,0E+04
31/03/2005 7,94 - 182,00 73,90 - - -
28/04/2005 8,56 - 222,20 92,60 - - -
25/05/2005 8,61 - 169,40 85,40 - - - 5,4E+06
22/06/2005 7,72 - 168,70 85,80 - - - 1,1E+05
12/07/2005 8,22 - 207,20 183,30 - - - -
04/08/2005 8,68 - 268,50 54,40 - - -
13/09/2005 8,28 - 195,90 117,20 - - - 2,0E+03
28/09/2005 8,24 - 207,80 71,01 - - - -
26/10/2005 8,17 - 196,50 141,40 - - - -
16/11/2005 8,45 - 168,80 90,04 - - - -
22/12/2005 8,51 - 274,10 34,60 - - - -
04/01/2006 8,40 - 245,90 - 1688,00 - - -
08/02/2006 8,21 - 241,60 - 1524,00 - - -
05/04/2006 8,31 - 133,80 - 1108,00 - - -
03/05/2006 8,67 - 76,90 - 1034,00 - - -
07/06/2006 8,32 - 146,40 - 1441,00 - - -
05/07/2006 8,04 - - - 1394,00 - - -
02/08/2006 - - 182,10 76,21 1703,00 75,30 - -
26/09/2006 8,25 - 231,30 - 1777,00 - - -
24/10/2006 8,05 - 201,30 - 1880,00 - - -
22/11/2006 8,20 - - 89,23 1921,00 - - -
19/12/2006 7,47 - 164,70 - 1918,00 - - -
24/01/2007 8,01 - 209,30 - 1755,00 - - -
28/02/2007 8,40 - 162,70 - 1266,00 - - -
21/03/2007 8,51 - 130,80 - 1229,00 - - -
25/04/2007 8,24 - 151,20 - 1141,00 - - -
16/05/2007 8,33 - 145,90 59,90 1236,00 - - -
27/06/2007 8,22 - 170,10 - 1579,00 - - -
10/07/2007 8,22 - 219,60 - 1747,00 - - -
16/08/2007 8,41 - 210,50 - 1953,00 - - -
02/09/2007 8,31 - 208,60 - 2040,00 - - -
18/10/2007 8,58 - 187,90 - 2080,00 - - -
14/11/2007 8,71 - 227,00 - 2080,00 - - -
20/12/2007 8,58 - 276,10 - 1942,00 - - -
24/01/2008 8,10 85,00 171,40 1556,00 - - -
28/02/2008 9,12 87,00 218,40 1666,00 - - -
12/03/2008 8,40 81,00 79,20 1625,00 - - -
17/04/2008 8,70 36,00 132,40 1166,00 - - -
28/05/2008 8,37 56,00 96,30 1333,00 43,60 - -
11/06/2008 7,98 73,00 102,10 1306,00 - - -
17/07/2008 8,17 52,00 282,60 1777,00 - - -
MÍNIMO 7,40 252,00 31,00 6,00 1034,00 75,30 0,00 2,0E+03
MÉDIA 8,22 430,88 180,47 75,05 1595,50 59,45 0,00 5,6E+05
MÁXIMO 9,08 1493,00 365,00 349,60 2080,00 75,30 0,00 5,4E+06
303
Tabela II.17 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Palmeiras II - Fortaleza, referente ao período de
2000 a 2008.
Coliformes
STS Condutividade
DATA pH DQO (mg/L) DBO (mg/L) Amônia (mg/L) Fósforo Total (mg/L) Temotolerantes
(mg/L) (uS/cm)
(NMP/100 mL)
304
Tabela II.18 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tupamirim - Fortaleza, referente ao período de 2000
a 2008.
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
305
Tabela II.18 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Tupamirim - Fortaleza, referente ao período de 2000
a 2008 - continuação.
STS DQO DBO Condutividade Amônia Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH
(mg/L) (mg/L) (mg/L) (uS/cm) (mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
306
Tabela II.19 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Jereissati III - Fortaleza, referente ao período de
2000 a 2008.
C o n d u t iv i d a d e F ó sf o ro T o t a l C o l if o r m es T e m o t o le r a n te s
DA T A pH ST S (m g / L ) DQ O (m g / L ) DBO (m g / L ) A mô n ia (m g / L )
( u S / cm ) (m g / L ) ( N M P /1 0 0 m L )
0 4 / 0 4 /2 0 0 0 7,57 1 2 8 ,0 0 4 9 ,0 0 - - - -
2 6 / 0 4 /2 0 0 0 7,87 90,00 3 0 ,0 0 - - - -
0 1 / 0 8 /2 0 0 0 7,91 194,00 1 9 9 ,0 0 6 6 ,0 0 - - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 0 7,64 162,00 3 1 3 ,0 0 289,00 - - - -
2 6 / 1 2 /2 0 0 0 8,21 292,00 2 5 8 ,0 0 111,00 - - - 1 , 6 E+ 0 6
3 0 /0 4 / 2 0 0 1 8,50 7 2 ,0 0 - 6 0 ,0 0 - - - -
0 4 /0 4 / 2 0 0 1 7,73 8 2 ,0 0 - 6 4 ,0 0 - - - -
2 1 /0 3 / 2 0 0 1 7,65 148,00 - 5 0 ,0 0 - - - -
1 6 /0 5 / 2 0 0 1 7,70 7 6 ,0 0 - 5 7 ,0 0 - - - -
1 8 /0 6 / 2 0 0 1 - - - - - - - -
2 7 /0 6 / 2 0 0 1 7,50 9 6 ,0 0 - 127,00 - - - -
0 7 /0 8 / 2 0 0 1 7,70 8 0 ,0 0 - 118,00 - - - -
2 0 /0 8 / 2 0 0 1 7,40 7 0 ,0 0 - 122,00 - - - -
1 9 /1 0 / 2 0 0 1 7,60 2 3 ,0 0 - - - - - -
1 9 /1 1 / 2 0 0 1 7,50 9 6 ,0 0 - - - - - -
0 4 /0 1 / 2 0 0 2 7,40 2 0 ,0 0 2 0 0 ,0 0 128,00 - - - -
0 9 /0 4 / 2 0 0 2 7,50 7 4 ,0 0 2 2 7 ,0 0 162,00 - - - 1 , 7 E+ 0 5
2 3 /0 4 / 2 0 0 2 7,70 142,00 1 6 9 ,0 0 8 7 ,0 0 - - - -
2 7 /0 5 / 2 0 0 2 7,30 100,00 144,00 - - - 4 , 0 E+ 0 3
0 5 /0 6 / 2 0 0 2 7,60 106,00 2 8 3 ,0 0 190,00 - - - -
0 4 / 0 7 /2 0 0 2 7,40 100,00 3 4 8 ,0 0 245,00 - - - -
1 9 / 0 9 /2 0 0 2 7,70 80,00 2 8 7 ,4 0 145,20 - - - -
0 5 /0 1 / 2 0 0 4 8,05 250,00 7 6 5 ,0 0 225,50 - - - 8 , 0 E+ 0 4
1 9 /0 1 / 2 0 0 4 7,80 260,00 3 4 8 ,3 0 6 8 ,1 0 - - - 3 , 4 E+ 0 4
0 2 /0 2 / 2 0 0 4 8,50 3 8 ,0 0 3 4 0 ,0 0 - - - - 1 , 7 E+ 0 5
1 6 /0 2 / 2 0 0 4 8,20 9 2 ,0 0 2 4 1 ,7 0 181,10 - - - 1 , 4 E+ 0 5
0 8 /0 3 / 2 0 0 4 8,07 8 0 ,0 0 2 0 6 ,7 0 6 0 ,0 0 - - - 9 , 0 E+ 0 5
3 0 /0 3 / 2 0 0 4 8,07 6 4 ,0 0 1 7 0 ,0 0 112,20 - - - 3 , 4 E+ 0 4
2 2 /0 4 / 2 0 0 4 8,63 7 4 ,0 0 3 0 3 ,0 0 5 1 ,9 0 - - 9,80 1 , 6 E+ 0 6
2 2 /0 6 / 2 0 0 4 8,61 152,00 3 1 5 ,4 0 7 0 ,0 0 - - - 7 , 0 E+ 0 5
0 7 / 0 7 /2 0 0 4 7,93 132,00 2 1 6 ,5 0 9 8 ,9 0 - - - 3 , 3 E+ 0 4
0 4 / 0 8 /2 0 0 4 8,07 232,00 2 6 4 ,4 0 9 4 ,5 0 - - - 3 , 1 E+ 0 4
0 6 / 1 0 /2 0 0 4 8,25 154,00 3 6 7 ,6 0 9 9 ,6 0 - - 2 , 4 E+ 0 5
0 4 / 1 1 /2 0 0 4 7,87 72,00 8 3 7 ,2 0 163,60 - - - -
0 2 / 1 2 /2 0 0 4 7,85 330,00 4 3 9 ,6 0 125,90 - - - -
0 6 /0 1 / 2 0 0 5 7,92 120,00 3 3 5 ,2 0 229,42 - - - -
0 1 /0 2 / 2 0 0 5 7,85 132,00 1 9 2 ,1 0 - - - - 1 , 8 E+ 0 4
1 6 /0 3 / 2 0 0 5 7,53 7 8 ,0 0 3 4 3 ,9 0 188,80 - - - 1 , 6 E+ 0 5
0 7 /0 4 / 2 0 0 5 7,62 132,00 2 9 8 ,2 0 132,70 - - - -
0 4 /0 5 / 2 0 0 5 7,86 144,00 2 6 5 ,9 0 175,30 - - - -
0 1 /0 6 / 2 0 0 5 8,41 9 8 ,0 0 2 5 7 ,9 0 110,50 - - - -
0 7 /0 7 / 2 0 0 5 - 112,00 4 6 5 ,9 0 160,70 - - - -
0 2 /0 8 / 2 0 0 5 - 9 4 ,0 0 3 7 8 ,3 0 153,70 - - - -
1 4 / 0 9 /2 0 0 5 8,00 186,00 3 6 1 ,4 0 105,50 - - - -
0 5 / 1 0 /2 0 0 5 7,90 68,00 3 7 0 ,4 0 176,90 - - - -
0 3 / 1 1 /2 0 0 5 8,08 196,00 4 3 4 ,3 0 6 8 ,3 2 - - - -
2 0 / 1 2 /2 0 0 5 8,56 188,00 3 6 8 ,9 0 113,10 - - - 1 , 1 E+ 0 5
2 6 /0 1 / 2 0 0 6 8,00 149,00 3 8 7 ,1 0 - - - - -
2 1 /0 2 / 2 0 0 6 7,90 - 4 8 0 ,6 0 - 1237,00 - - -
2 1 /0 3 / 2 0 0 6 7,90 - 2 9 9 ,6 0 - 1268,00 - - 6 , 0 E+ 0 2
2 5 /0 4 / 2 0 0 6 8,02 8 9 ,0 0 2 2 3 ,1 0 - 1075,00 - - -
2 3 /0 5 / 2 0 0 6 8,40 114,00 2 3 9 ,3 0 - 792,00 - - -
0 6 /0 6 / 2 0 0 6 8,31 125,00 3 0 1 ,5 0 - 1014,00 - - -
2 5 /0 7 / 2 0 0 6 7,63 176,00 3 2 3 ,1 0 - 1209,00 - - -
2 4 /0 8 / 2 0 0 6 7,54 153,00 - - 1205,00 - - -
2 1 / 0 9 /2 0 0 6 8,08 173,00 4 7 5 ,2 0 153,31 1 2 9 8 ,0 0 0 ,5 7 76,16 -
2 5 / 1 0 /2 0 0 6 7,61 142,00 4 1 8 ,1 0 - 1 4 3 0 ,0 0 - - -
2 3 / 1 1 /2 0 0 6 8,11 199,00 - - 1 5 4 3 ,0 0 - - -
0 5 / 1 2 /2 0 0 6 7,97 202,00 4 4 7 ,8 0 - 1 5 2 8 ,0 0 - - -
1 0 /0 1 / 2 0 0 7 8,69 6 1 ,0 0 2 0 5 ,4 0 - 1187,00 - - -
2 2 /0 2 / 2 0 0 7 8,40 3 9 ,0 0 1 4 2 ,9 0 - 1010,00 - - -
0 7 /0 3 / 2 0 0 7 8,57 1 5 ,0 0 2 0 9 ,9 0 100,60 899,00 4 ,7 5 19,61 -
1 1 /0 4 / 2 0 0 7 8,40 8 5 ,0 0 1 5 0 ,4 0 - 816,00 - - -
2 2 /0 5 / 2 0 0 7 8,34 8 2 ,0 0 2 5 8 ,2 0 - 762,00 - - -
0 5 /0 6 / 2 0 0 7 8,28 7 2 ,0 0 1 8 5 ,5 0 - 898,00 - - -
1 1 /0 7 / 2 0 0 7 8,51 107,00 2 3 6 ,4 0 - 1055,00 - - -
2 0 /0 8 / 2 0 0 7 8,41 126,00 2 2 9 ,6 0 - 1182,00 - - -
0 4 / 0 9 /2 0 0 7 8,62 127,00 3 4 0 ,3 0 8 5 ,1 1 1 1 9 9 ,0 0 1 ,5 9 43,60 -
1 0 / 1 0 /2 0 0 7 8,58 103,00 3 7 1 ,3 0 - 1 2 2 8 ,0 0 - - -
1 9 / 1 1 /2 0 0 7 8,71 122,00 2 2 9 ,9 0 - 1 2 3 3 ,0 0 - - -
0 4 / 1 2 /2 0 0 7 8,62 - 3 2 8 ,0 0 - 1 3 1 8 ,0 0 - - -
3 1 /0 1 / 2 0 0 8 9,31 195,00 3 9 4 ,3 0 - 1477,00 - - -
2 6 /0 2 / 2 0 0 8 6,56 7 8 ,0 0 3 7 7 ,9 0 - 1538,00 - - -
2 5 /0 3 / 2 0 0 8 7,61 9 1 ,0 0 73,20 - 1881,00 - - -
2 9 /0 4 / 2 0 0 8 8,30 6 4 ,0 0 88,30 - 1040,00 29,20 - -
2 7 / 0 5 /2 0 0 8 8,02 9 4 ,0 0 2 1 6 ,5 0 - 1182,00 - - -
2 4 / 0 6 /2 0 0 8 7,56 8 3 ,0 0 3 7 1 ,5 0 - 1234,00 - - -
2 2 / 0 7 /2 0 0 8 7,81 114,00 3 3 8 ,0 0 173,20 1394,00 41,60 - -
M ÍN IM O 6,56 15,00 73,20 3 0 ,0 0 762,00 0 ,5 7 9,80 6 , 0 E+ 0 2
M É D IA 7,99 120,43 3 0 3 ,5 9 124,41 1 2 0 4 ,4 0 15,54 3 7 ,2 9 3 , 3 E+ 0 5
M Á X IM O 9,31 330,00 8 3 7 ,2 0 289,00 1 8 8 1 ,0 0 41,60 7 6 ,1 6 1 , 6 E+ 0 6
307
Tabela II.20 - Dados da qualidade do efluente da ETE Conj. Almirante Tamandaré - Fortaleza, referente ao
período de 2001 a 2008.
DQO Fósforo Total Coliformes Temotolerantes
DATA pH STS (mg/L) DBO (mg/L) Condutividade (uS/cm) Amônia (mg/L)
(mg/L) (mg/L) (NMP/100 mL)
02/05/2001 7,10 42,00 - 20,00 - - - -
20/03/2001 7,39 82,00 - 22,00 - - - -
12/03/2001 7,64 38,00 - 30,00 - - - -
08/03/2001 7,53 80,00 - 32,00 - - - -
19/02/2001 7,28 48,00 - 54,00 - - - -
12/11/2001 7,00 68,00 - - - - - -
15/04/2002 7,00 22,00 - 76,00 - - - -
10/05/2002 7,10 40,00 - 43,00 - - - -
11/07/2002 7,60 14,00 33,10 22,00 - - - -
02/09/2002 6,80 4,00 55,50 43,10 - - - -
18/10/2002 7,40 - 80,00 35,00 - - - -
06/01/2003 7,00 42,00 134,80 64,20 - - - -
12/03/2003 7,00 100,00 36,80 15,80 - - - -
15/05/2003 6,80 24,00 - - - - - 1,0E+03
25/06/2003 7,70 55,00 67,10 49,00 - - - 2,7E+02
17/07/2003 7,90 20,00 48,30 26,40 - - - 2,4E+04
17/09/2003 6,90 60,00 257,80 - - - - 1,7E+06
30/10/2003 6,90 20,00 305,00 - - - - 1,7E+07
02/03/2004 7,53 6,00 - - - - - 1,0E+00
05/05/2004 7,41 30,00 41,40 - - - - 2,4E+03
03/06/2004 7,32 10,00 130,80 - - - - 2,7E+03
09/09/2004 7,09 32,00 93,90 - - - - 1,0E+01
08/10/2004 7,21 36,00 38,30 - - - - 1,0E+00
03/11/2004 7,09 24,00 110,20 - - - - 2,8E+05
07/12/2004 7,24 47,00 81,50 - - - - 2,4E+02
04/01/2005 7,33 24,00 106,10 - - - - 1,0E+02
22/03/2005 6,83 24,00 121,90 - - - -
25/04/2005 6,96 44,00 39,30 - - - - >1,2E+04
13/05/2005 7,32 40,00 56,70 - - - -
06/06/2005 7,17 26,00 104,90 - - - - 1,6E+05
02/08/2005 7,03 24,00 93,50 - - - - 1,6E+05
01/09/2005 6,96 19,00 125,60 - - - -
03/10/2005 6,92 17,00 142,60 - - - - 2,0E+03
03/11/2005 7,48 16,00 135,00 - - - -
23/01/2006 7,47 27,00 116,80 - 985,00 - - -
06/02/2006 7,52 128,30 29,00 - 1129,00 - - 1,4E+04
07/03/2006 7,19 15,00 117,60 - 935,00 - - -
03/04/2006 7,11 38,00 138,30 - 1111,00 - - -
02/05/2006 7,04 23,00 24,30 - 711,00 - - -
08/06/2006 7,11 29,00 54,00 - 1029,00 - - -
06/07/2006 6,80 22,00 27,30 - 877,00 - - -
18/09/2006 7,74 25,00 253,90 - 891,00 - - -
23/10/2006 7,94 43,00 206,50 - 1003,00 - - -
20/11/2006 7,27 40,00 - - 1073,00 - 2,73 -
18/12/2006 6,96 58,00 96,10 - 1194,00 - - -
10/01/2007 7,14 17,00 111,10 - 1080,00 47,10 - -
14/02/2007 7,25 10,00 148,70 - 983,00 - - -
29/03/2007 6,90 3,00 40,50 - 947,00 - - -
11/04/2007 6,86 13,00 67,70 - 856,00 - - -
30/05/2007 6,82 7,00 59,90 - 905,00 - - -
25/06/2007 7,01 14,00 81,30 - 1001,00 - - -
03/07/2007 6,87 23,00 77,90 - 949,00 42,30 - -
29/08/2007 7,26 38,00 117,40 - 1102,00 - - -
24/09/2007 6,92 46,00 33,80 - 1167,00 - - -
28/11/2007 6,90 67,00 148,90 - 1233,00 - - -
11/12/2007 6,52 64,00 184,00 - 1328,00 - - -
14/01/2008 8,27 61,00 101,00 - 1051,00 47,00 - -
20/02/2008 7,37 78,00 113,30 - 1190,00 - - -
07/04/2008 6,72 74,00 114,50 - 1105,00 0,24 - -
07/05/2008 5,94 19,00 49,80 - 862,00 - - -
07/07/2008 6,87 9,00 120,30 - 928,00 18,57 - -
06/08/2008 6,86 25,00 111,30 - 1019,00 - -
308
ANEXO III
309
Tabela III.1 – Relação de empresas consultadas no DI de Maracanaú.
310
Tabela III.1 – Relação de empresas consultadas no DI de Maracanaú - continuação.
311
Tabela III.1 – Relação de empresas consultadas no DI de Maracanaú - continuação.
312
ANEXO IV
313
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE REÚSO DO ESTADO DO CEARÁ
1) Atividade industrial
1. Bebidas ( )
2. Confecções ( )
3. Couros, peles e produtos similares ( )
4. Materiais plásticos ( )
5. Materiais eletro-eletrônicos ( )
6. Materiais metalúrgicos ( )
7. Materiais de papel, papelão e celulose ( )
8. Produtos alimentícios ( )
9. Produtos químicos ( )
10. Produtos minerais não metálicos
11. Vestuários , artefatos, tecidos ( )
12. Produtos têxteis ( )
13. Indústrias de serviços ( )
14. Outro tipo de indústria ( ) - Especifique:---------------------------------------------
314
4) Informar os diversos usos e a respectiva quantidade que a empresa faz da água:
Usos Quantidade (m3) Fonte*
Sistema de resfriamento
Sistema de refrigeração
Reserva contra incêndio
Regas de áreas verdes
Processo industrial
Lavagem de máquinas
Consumo humano
• Fonte: COGERH, CAGECE, poço
5) Qual o valor mensal (R$/ m3) gasto no tratamento de esgoto (ETE própria ou Cagece)?
9) A empresa tem interesse em adotar o reúso em suas instalações caso a água de reúso fosse
economicamente mais viável que a atual fonte de água utilizada?
( ) Sim ( ) Não
315
11) Caso haja interesse da empresa em adotar o reúso de água, marque com um X em que
atividade (s) poderá se utilizada e informar qual o valor da disposição a pagar.
Obs: Vale ressaltar que neste caso a água de reúso a ser ofertado pelo governo terá a quantidade e qualidade
necessária garantida e atestada.
316
ANEXO VI
317
318
319
320
321
ANEXO VI
322
PLANILHA DO ORÇAMENTO
ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÃO DO INSUMO UNIDADE QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO PREÇO TOTAL
01 01 INSTALAÇÃO DA OBRA - SERVIÇO 9.208,38
01.01 01.01 CANTEIRO DE OBRA 5.040,12
01.01.01 C0370 BARRACÃO PARA ESCRITÓRIO TIPO A1 unidade 1,00 2.932,92 2.932,92
01.01.02 C0738 CERCA C/ ESTACAS DE MADEIRA - 6 FIOS DE ARAME FARPADO metro 60,00 10,12 607,20
MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM CAMINHÃO EQUIPADO C/
01.01.03 unidade 1,00 1.500,00 1.500,00
GUINDASTE
01.02 01.02 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS 3.442,98
01.02.01 C2850 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS DE LUZ , FORÇA,TELEFONE E LÓGICA unidade 1,00 1.562,87 1.562,87
01.02.02 C2851 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS DE ÁGUA unidade 1,00 780,59 780,59
01.02.03 C2831 FOSSA SUMIDOURO PARA BARRACÃO unidade 1,00 1.099,52 1.099,52
01.03 01.03 PLACA DE OBRA 725,28
01.03.01 C1937 PLACAS PADRÃO DE OBRA metro² 8,00 90,66 725,28
02 02 ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE REÙSO Q=32L/S - SERVIÇO 20.665,33
02.01 02.01 SERVIÇOS PRELIMINARES 1.297,03
02.01.01 ELABORAÇÃO DE PROJETO DE CÁLCULO ESTRUTURAL (EER - ELEVATÓRIA DE REÚSO) metro² x arf 49,00 26,47 1.297,03
02.02 02.02 LOCAÇÃO 26,36
02.02.01 C1630 LOCAÇÃO DA OBRA - EXECUÇÃO DE GABARITO metro² 9,12 2,89 26,36
02.03 02.03 MOVIMENTO DE TERRA 1.401,54
02.03.01 C1256 ESCAVAÇÃO MANUAL CAMPO ABERTO EM TERRA ATÉ 2M metro³ 41,00 18,80 770,80
02.03.02 C0928 CORTE E ATERRO COMPENSADO S/CONTROLE DO GRAU DE COMPACTAÇÃO metro³ 22,00 6,63 145,86
02.03.03 C0707 CARGA MANUAL DE TERRA EM CAMINHÃO BASCULANTE metro³ 19,00 8,63 163,97
02.03.04 C2533 TRANSPORTE DE MATERIAL, EXCETO ROCHA EM CAMINHÃO ATÉ 5 KM metro³ 19,00 16,89 320,91
02.04 02.04 ESCORAMENTO 1.030,05
02.04.01 C2801 ESCORAMENTO CONTÍNUO DE VALAS C/PRANCHAS METÁLICAS DE 4.00M metro² 35,00 29,43 1.030,05
02.05 02.05 ESGOTAMENTO 178,88
02.05.01 C2924 REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO EM ÁREAS ponteiraXdia 13,00 13,76 178,88
02.06 02.06 CONCRETO 7.994,12
02.06.01 C0836 CONCRETO NÃO ESTRUTURAL PREPARO MANUAL metro³ 0,50 248,84 124,42
02.06.02 C0844 CONCRETO P/VIBR., FCK 30 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO metro³ 5,00 314,69 1.573,45
02.06.03 C0034 ADIÇÃO DE IMPERMEABILIZANTE PARA CONCRETO ESTRUTURAL metro³ 5,00 45,07 225,35
02.06.04 C1604 LANÇAMENTO E APLICAÇÃO DE CONCRETO S/ ELEVAÇÃO metro³ 5,00 58,37 291,85
02.06.05 C1405 FORMA PLANA CHAPA COMPENSADA RESINADA, ESP.= 12mm UTIL. 3 X metro² 49,00 62,97 3.085,53
02.06.06 C0216 ARMADURA CA-50A MÉDIA D= 6,3 A 10,0mm kilograma 387,00 6,96 2.693,52
02.07 02.07 IMPERMEABILIZAÇÃO 1.301,79
02.07.01 C2842 IMPERMEABILIZAÇÃO C/ CIMENTO CRISTALIZANTE, BASE ACRÍLICA metro² 26,00 38,19 992,94
02.07.02 C2843 IMPERMEABILIZAÇÃO C/ EMULSÃO ASFÁLTICA CONSUMO 2kg/m² metro² 29,00 10,65 308,85
02.08 02.08 REVESTIMENTO 86,06
CHAPISCO C/ ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA S/PENEIRAR TRAÇO 1:3 ESP.= 5mm
02.08.01 C0776 metro² 26,00 3,31 86,06
P/ PAREDE
02.09 02.09 ASSENTAMENTO DE TUBULAÇÃO 327,00
02.09.01 C0283 ASSENTAMENTO DE TUBOS E CONEXÕES EM PVC, JE DN 150mm metro 150,00 2,18 327,00
02.10 02.10 MONTAGEM 5.252,78
02.10.01 C3498 MONTAGEM DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS, ELEVATÓRIA C/ VAZÃO DE 10,01 À 20 l/s unidade 1,00 3.673,86 3.673,86
02.10.02 C3452 MONTAGEM DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, ELEVATÓRIA VAZÃO 10,01 a 20 l/s unidade 1,00 1.578,92 1.578,92
02.11 02.11 INSTALAÇÕES ELETROMECÂNICA 789,22
02.11.01 C3416 INSTALAÇÃO ELETROMECÂNICA DE CONJUNTO MOTO-BOMBA DE 4 À 7,5 CV unidade 1,00 789,22 789,22
02.12 02.12 POÇO DE VISITA 895,22
02.12.01 C2908 POÇO DE VISITA, C/ANÉIS DE CONCRETO, PROF. ATÉ 1.50m, D=1000mm unidade 1,00 895,22 895,22
02.13 02.13 PINTURA 85,28
02.13.01 C0589 CAIAÇÃO EM TRES DEMÃOS EM PAREDES metro² 12,00 3,34 40,08
02.13.02 C3425 PINTURA A ÓLEO PARA FERRO FUNDIDO metro² 5,00 9,04 45,20
03 03 ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE REÙSO Q=32L/S - MATERIAL 65.593,63
03.01 03.01 FORNECIMENTO DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS ESPECIAIS 13.896,57
03.01.01 I4087 REDUÇÃO FoFo FF DN 200 x 150 PN10 unidade 2,00 865,72 1.731,44
03.01.02 I3962 TUBO FoFo C/ FLANGES DN 150 PN10 - L=250 unidade 3,00 281,41 844,23
03.01.03 I3426 CURVA FoFo 90 FF DN 150 PN10 unidade 3,00 334,78 1.004,34
03.01.04 TUBO FoFo C/ FLANGES DN 150 PN10 - L=980 unidade 2,00 937,12 1.874,24
03.01.05 I5710 VALV.RET.PORT. UNICA SIMPLES EXTREM.FF DN 150 PN16 unidade 2,00 1.380,00 2.760,00
03.01.06 I5328 REGISTRO VOLANTE E FLANGE DN 150 PN16 unidade 2,00 1.597,99 3.195,98
03.01.07 I3649 TE FoFo FF DN 150 x 150 PN10 unidade 1,00 629,62 629,62
03.01.08 TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 - L=1490 unidade 1,00 765,07 765,07
03.01.08 TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 - L=590 unidade 1,00 302,95 302,95
03.01.09 I3364 CURVA 90 FoFo BB JUNTA ELÁSTICA DN 150 unidade 1,00 316,79 316,79
03.01.10 I3064 TUBO PVC RIGIDO OCRE JE DN 150 (NBR-7362) metro 1,00 15,91 15,91
03.01.11 I3075 TAMPÃO DE FoFo DÚCTIL DN 600mm CL-300 PADRÃO CAGECE unidade 1,00 456,00 456,00
03.02 03.02 FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO 45.788,40
03.02.01 CMB SUBMERSÍVEL P/ESGOTO Q=16,8L/S; Hman=9,8mca e P=5cv unidade 2,00 22.894,20 45.788,40
03.03 03.03 FORNECIMENTO DE ACESSÓRIOS 5.908,66
03.03.01 I4160 ANEL BORRACHA P/ FoFo JUNTA ELÁSTICA DN 150 P/ ESGOTO unidade 2,00 44,34 88,68
03.03.02 I4143 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 150 PN10 P/ ESGOTO unidade 28,00 44,45 1.244,60
03.03.03 I4144 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 200 PN10 P/ ESGOTO unidade 2,00 89,29 178,58
03.03.04 I4242 PARAFUSO C/ PORCAS PARA FLANGES DN 20 x 90 unidade 240,00 18,32 4.396,80
323
PLANILHA DO ORÇAMENTO – CONTINUAÇÃO
04 ETE - REÚSO - FILTRO ASCENDENTE - SERVIÇO 5.775,32
04.01 LOCAÇÃO 15,03
C1630 LOCAÇÃO DA OBRA - EXECUÇÃO DE GABARITO metro² 5,20 2,89 15,03
04.02 MOVIMENTO DE TERRA 154,90
C1256 ESCAVAÇÃO MANUAL CAMPO ABERTO EM TERRA ATÉ 2M metro³ 4,16 18,80 78,21
C0928 CORTE E ATERRO COMPENSADO S/CONTROLE DO GRAU DE COMPACTAÇÃO metro³ 1,56 6,63 10,34
C0707 CARGA MANUAL DE TERRA EM CAMINHÃO BASCULANTE metro³ 2,60 8,63 22,44
C2533 TRANSPORTE DE MATERIAL, EXCETO ROCHA EM CAMINHÃO ATÉ 5 KM metro³ 2,60 16,89 43,91
04.03 CONCRETO 2.334,39
C0836 CONCRETO NÃO ESTRUTURAL PREPARO MANUAL metro³ 1,00 248,84 248,84
C0843 CONCRETO P/VIBR., FCK 25 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO metro³ 1,04 291,02 302,66
C0830 CONCRETO CICLÓPICO FCK 15 MPa COM AGREGADO ADQUIRIDO metro³ 1,56 293,57 457,97
C2827 FORMA PLANA CHAPA COMPENSADA RESINADA, ESP.= 10mm UTIL. 3X metro² 12,00 61,69 740,28
C0216 ARMADURA CA-50A MÉDIA D= 6,3 A 10,0mm kilograma 84,00 6,96 584,64
04.04 MONTAGEM 3.271,00
C3471 MONTAGEM BARRILETE FILTRO FIBRA, KIT'S, PÇS VAZÃO ATÉ 50 m3/h unidade 1,00 3.271,00 3.271,00
05 ETE - REÚSO - FILTRO ASCENDENTE - MATERIAL 43.849,68
05.01 FORNECIMENTO DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS ESPECIAIS 14.860,27
I3364 CURVA 90 FoFo BB JUNTA ELÁSTICA DN 150 unidade 1,00 316,79 316,79
I6667 TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 L=500 unidade 1,00 499,63 499,63
I3426 CURVA FoFo 90 FF DN 150 PN10 unidade 3,00 334,78 1.004,34
VÁLVULA BORBOLETA TIPO WAFER FLANGEADA DN 150 N16 unidade 1,00 11.737,24 11.737,24
TUBO FoFo C/ FLANGES DN 150 PN10 - L=970 unidade 1,00 927,55 927,55
TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 150 PN10 - L=600 unidade 1,00 374,72 374,72
05.02 FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO 26.689,08
C3490 MONTAGEM DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS, RESERVATÓRIO APOIADO CAP ATÉ 100 M3 unidade 1,00 544,34 544,34
C3460 MONTAGEM DE ANEL PRÉ-MOLDADO D=1,50m h=0,50m unidade 5,00 19,70 98,50
06.04 CAIXA 377,56
CAIXA EM ALVENARIA (80X80X60cm) DE 1 TIJOLO COMUM, LASTRO DE CONCRETO E
C0608 unidade 1,00 377,56 377,56
TAMPA DE CONCRETO
06.05 DISPOSITIVO DE ACESSO 2.415,67
C2775 ESCADA DE MARINHEIRO, DEGRAUS FERRO REDONDO 3/4" metro 4,00 77,19 308,76
C3506 GUARDA CORPO C/ CORRIMÃO EM TUBO DE AÇO GALVANIZADO 2" metro 13,00 162,07 2.106,91
06.06 RESERVATÓRIO PRÉ-MOLDADO 16.392,00
FORNECIMENTO DE RESERV. APOIADO EM ANÉL PRÉ-MOLDADO ø1,50M E H=0,50M,
unidade 1,00 16.392,00 16.392,00
CONF. PROJETO
07 ETE - REÚSO - RESERVATÓRIO APOIADO - MATERIAL 16.392,00
07.01 FORNECIMENTO DE TUBOS, CONEXÕES E PÇS ESPECIAIS 16.392,00
I3365 CURVA 90 FoFo BB JUNTA ELÁSTICA DN 200 unidade 6,00 482,64 2.895,84
TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 200 PN10 - L=1100 unidade 2,00 707,95 1.415,90
I5329 REGISTRO VOLANTE E FLANGE DN 200 PN16 unidade 2,00 2.621,09 5.242,18
TUBO FoFo C/FLANGE E PONTA DN 200 PN10 - L=4350 unidade 2,00 2.030,98 4.061,96
I3965 TUBO FoFo C/ FLANGES DN 200 PN10 - L=500 unidade 2,00 684,97 1.369,94
I3427 CURVA FoFo 90 FF DN 200 PN10 unidade 4,00 476,89 1.907,56
07.02 FORNECIMENTO DE ACESSÓRIOS 2.213,92
I8218 ANEL BORRACHA P/ FoFo JUNTA ELÁSTICA DN 200 P/ ÁGUA unidade 2,00 23,36 46,72
I6430 ARRUELA BORRACHA P/ FLANGES DN 200 PN10 P/ ÁGUA unidade 12,00 34,04 408,48
I4242 PARAFUSO C/ PORCAS PARA FLANGES DN 20 x 90 unidade 96,00 18,32 1.758,72
08 ETE - REÚSO - URBANIZAÇÃO - SERVIÇO 11.241,00
08.01 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO 7.012,32
CERCA DE ARAME FARPADO 7 FIOS,MURETA C/ ALTURA DE 0,70M - FUNDAÇÃO E
C0733 metro 56,00 125,22 7.012,32
REBOCO NAS 2 FACES
08.02 ACESSO 2.458,35
PORTÃO DE TUBO DE AÇO GALVANIZADO DE 2" (4X2)m, INCL.. PILARES DE
C2904 unidade 1,00 2.458,35 2.458,35
SUSTENTAÇÃO
08.03 PAVIMENTAÇÃO 1.043,00
C2896 PAVIMENTAÇÃO EM PEDRA TOSCA S/ REJUNTAMENTO (AGREGADO ADQUIRIDO) metro² 50,00 17,84 892,00
C3449 MEIO FIO PRÉ MOLDADO (0,07x0,30x1,00)m C/REJUNTAMENTO metro 10,00 15,10 151,00
08.04 PINTURA 727,33
C0589 CAIAÇÃO EM TRES DEMÃOS EM PAREDES metro² 78,40 3,34 261,86
C1279 ESMALTE DUAS DEMÃOS EM ESQUADRIAS DE FERRO metro² 18,00 18,54 333,72
C2899 PINTURA LOGOTIPO CAGECE - PROJETO PADRÃO unidade 1,00 131,75 131,75
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