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FORTALEZA
2012
PATRÍCIO ALLYSON HENRIQUE GRANGEIRO
FORTALEZA
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências e Tecnologia
CDD 363.7
PATRÍCIO ALLYSON HENRIQUE GRANGEIRO
____________________________________
Patrício Allyson Henrique Grangeiro
Mestrando
____________________________________
Prof. Ph.D. Ahmad Saeed Khan
Orientador
___________________________________
Prof. Dr. Francisco José Silva Tabosa
1º Membro da Banca
____________________________________
Prof. Ph.D. Ruben Dario Mayorga Mera
2º Membro da Banca
À toda a minha família pela dedicação e
amor presentes nesses anos.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, e que me dá força para continuar a caminhada em busca
dos meus objetivos.
Aos meus pais, Jesus Sampaio Grangeiro e Maria das Graças Henrique Grangeiro,
que sempre valorizavam o conhecimento como forma de tornar o homem livre e me
apoiaram e sempre me apoiarão.
A meu orientador, Prof. Ph.D. Ahmad Saeed Khan, pelo incentivo, simpatia e
presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e normatização
desta dissertação.
A FUNCAP, pelo apoio financeiro sem o qual não poderia ter sido realizado este
trabalho.
Muitos ficaram aqui por nomear, por razões que certamente compreenderão e cujo
apoio e incentivo foram inestimáveis. Para eles, também, os meus agradecimentos.
A todos que, contribuíram direta e indiretamente para este trabalho, muito obrigado!
“Não faz sentido olhar para trás e pensar:
devia ter feito isso ou aquilo, devia ter
estado lá. Isso não importa. Vamos
inventar o amanhã, e parar de nos
preocupar com o passado”.
Steve Jobs
RESUMO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 2 - Parques eólicos offshore dos 8 países com linha do tempo e número
acumulado de usinas ............................................................................ 14
LISTA DE MAPAS
1 INTRODUÇÃO
Brasil, seguido pelo estado do Rio Grande do Sul, com potência média instalada de
150 MW.
A Figura 1 mostra a disposição geográfica dos 17 parques eólicos
existentes atualmente no estado do Ceará.
Figura 2 -. Parques eólicos offshore dos 8 países com linha do tempo. Profundidade (em metros, eixo
esq.), Distância (em km, eixo esq.) e Potência (em MW, eixo dir.)
Fonte: Wind Service Holland.
Tabela 1: Total de turbinas e produção elétrica anual para as 26 usinas eólicas offshore do mundo.
Dados atualizados até 2 de novembro de 2007.
Unidades Sistema Offshore Europeu
Total de turbinas instaladas T 462
Total de capacidade instalada MW 1.024
Média da potência da turbinas MW/T 2,22
Total anual de energia gerada GWh 3.625
Média anual de produção por turbina GWh/T 7,85
Fator de capacidade do sistema global % 40,4
Fonte: Wind Service Holland.
*Observação: Nos dados do Sistema Offshore Europeu, computaram-se os dados de 2 turbinas
eólicas offshore (600 kW cada) que se encontram operando em Hokkaido, Japão.
com grandes interesses, originando disputas políticas e fazendo com que sofram
atrasos no planejamento, estando todos sinalizados para datas após o ano de 2012.
Acréscimo
entre
Dados em MW 2005 2015 2020 2025 2030 2005 - 2030
EVOL. CAPACIDADE
INSTALADA 86.915 174.943 178.923 217.683 259.343 130.068
Fonte Hidráulica
Grande Porte 68.600 99.000 116.100 137.400 156.300 87.700
Fonte Térmica 16.900 24.300 26.800 30.300 39.800 22.900
Gás Natural 8.700 13.000 14.000 15.500 21.000 12.300
Nuclear 2.000 3.300 4.300 5.300 7.300 5.300
Carvão 1.400 2.500 3.000 4.000 6.000 4.600
Outras 4.800 5.500 5.500 5.500 5.500 700
Elevar o uso dos recursos naturais offshore, para o que já possui know-how prévio e
útil à nova opção que se apresenta (eólica) e dispor de opção adicional e de rápida
implantação para elevar a segurança da oferta energética a grandes centros de
carga urbanos ou industriais próximos ao litoral.
Siegfriedsen, Lehnhoff e Prehn (2003) avaliaram os mercados potenciais
para a indústria offshore fora da União Europeia. O estudo indica o Brasil como 3º
maior potencial energético offshore mundial (609 TWh/ano), atrás da China (1.033
TWh/ano) e dos EUA (612 TWh/ano).
O índice de viabilidade considera ventos das regiões marítimas dos
países, condições econômicas para a energia eólica, profundidade da água nos
sítios potenciais, distância em relação à rede de transmissão elétrica adequada e
que esteja mais próxima, a infraestrutura do país e também a aptidão que o país
apresenta para empreender projetos de engenharia offshore.
Com uma indústria onshore de renome, o Brasil possui um índice de
viabilidade superior ao índice atribuído aos dois gigantes econômicos, quais sejam
os EUA e a China. Mas apesar de o estudo apontar o Brasil como detentor do 3º
maior potencial natural, com um alto índice de viabilidade para os projetos, atribuiu-
se também que o país demonstra um baixo nível de “motivação” para o
desenvolvimento dos mesmos. (FRANCELINO, 2008)
No litoral do Ceará, têm-se umas das áreas do Brasil com maior potencial
eólico offshore. Uma junção de características fez a foz do Rio Acaraú um lugar de
alta viabilidade técnica para instalação de parques eólicos offshore. As
características são: Localização: Foz do Rio Acaraú, Ceará; Área de 225 KM² (150
KM x 15 KM); Distância da costa de 6 a 20 KM e Lâmina de Água: 5 a 15m e
potência eólica média estimada: 12.500 MW (12 a 13 vezes a potência eólica
instalada no Ceará até 2014). (ADECE, 2010)
21
1.4 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Vale mencionar que a energia elétrica nessa fase voltou-se mais para o
desenvolvimento do setor industrial, tendo sua participação necessária no meio
rural, predominante no Brasil e nas atividades ligadas ao setor de serviços.
utilizava a fonte térmica e funcionava como uma máquina motriz a vapor, que
acionando três dínamos tornava possível a iluminação de 39 lâmpadas.”
Em 1889 foi construída a primeira usina elétrica de fonte hidráulica de
maior porte instalado no Brasil no estado de Minas Gerais. O objetivo era suprir as
necessidades de utilização pública da cidade.
Nas duas últimas décadas do século XIX foram implantadas pequenas
usinas geradoras de energia elétrica, com a finalidade de atender as necessidades
urbanas e as atividades econômicas como a mineração, beneficiamento de produtos
agrícolas, fábricas de tecidos e serrarias.
Vale ressaltar que foi na primeira década do século XX, que foi construído
no Brasil um grande número de pequenas usinas geradoras de energia elétrica, cuja
produção visava o atendimento dos serviços públicos instalados nas cidades, com
iluminação pública e particular. Portanto, os primeiros concessionários dos serviços
constituíam-se de pequenos produtores e distribuidores. (COSTA, 2006)
Ocorrências no passado recente mostram que a energia elétrica
produzida no Brasil, foi em muitas épocas, insuficiente para atender à demanda e
sustentar o crescimento econômico que se esperava. Em 2001, viveu-se a
experiência do racionamento de energia elétrica que durou até início de 2002. Após
este choque, vários setores da sociedade brasileira constataram a real e iminente
necessidade de diversificação das fontes de geração de energia elétrica e de uso
racional.
1
Pessoa jurídica ou consórcio de empresas titulares de concessão, permissão ou autorização para
produzir energia elétrica destinado ao comércio de toda ou parte da energia produz\ida, por sua conta
e risco. Resolução Normativa ANEEL, n. 109, de 26 de outubro de 2004. (DIÁRIO OFICIAL, de 29
outubro 2004, seção 1, p. 196).
30
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
M é a porcentagem da disperção
D é a diferença entre o valor maior e o valor menor
𝑋 é a média aritimética
Entretanto, todas estas variáveis não podem ser previstas com 100% de
precisão, indicando a importância da consideração, em grau maior ou menor, do
risco associado ao retorno financeiro obtido para o projeto (BREALEY e MYERS,
1996).
A análise de investimento é um processo que avalia diversas alternativas
e decide qual é a melhor opção pela ótica privada. Para conseguir financiamento de
credores suficiente que garanta o custo de elaboração de um projeto, de forma a
convencê-los a investir, é preciso provar a viabilidade econômico-financeira do
36
!"
𝑉𝑃𝐿 = 0 = 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + !
!!! !! ! !
Aerogeradores
Os aerogeradores (turbinas) utilizados nos projetos do Ceará, em sua
maioria, são iguais ao da figura 4, e possuem as seguintes características principais:
• Conjunto Principal
• Potência nominal de 2.100 kW;
• Diâmetro do rotor de 88 (oitenta e oito) m;
• Área frontal de 6.082 (seis mil e oitenta e dois) m²;
• 80 metros de altura e velocidade rotacional de 15 a 17,6 rpm (rotações por
minuto)
Torres
As torres utilizadas nos empreendimentos modernos no estado do
Ceará são iguais a da figura 5, tubulares, com 80 (oitenta) metros de altura, que
sustentam aerogeradores de 2100 kW. Um dos principais fabricantes dessas torres
no mundo é a empresa SUZLON.
O modelo padrão dessas torres é chamado de S88, por conter pás de 44
(quarenta e quatro) metros, com um rotor de 88 (oitenta e oito) metros de diâmetro.
No Ceará, a empresa Tecnomaq está fabricando torres com o mesmo
padrão praticado pela SUZLON, utilizando mão de obra local.
Um indústria produtora de torres de médio porte como a Tecnomaq
emprega cerca de 250 (duzentos e cinqüenta) funcionários dos mais variados
ramos: soldadores, pintores, eletricistas e mecânicos de manutenção.
- Mercurius: www.mercurius.com.br
- Makro: www.makroengenharia.com.br
- Tomé: www.tome.com.br
Cada turbina eólica da central poderá ser montada sobre uma base de
concreto e estrutura armada de aço, podendo esta ser estacada ou não,
dependendo das condições do terreno.
A parte inferior da base é octogonal com dimensões aproximadas de
15 x 15 m e com 2 m de espessura que é enterrada a 5 m de profundidade. Da sua
parte central, se estende até a superfície uma base circular com diâmetro de 5 m,
onde serão fixadas a torre da turbina e a canalização para saída dos condutores de
energia elétrica. As turbinas eólicas são fixadas numa base de concreto através de
parafusos de aço encravados no concreto.
Comissionamento
Consiste na aplicação integrada de um conjunto de técnicas e
procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada componente
físico do empreendimento, desde os individuais, como peças, instrumentos e
equipamentos, até os mais complexos, como módulos, subsistemas e sistemas.
Transporte
Consiste no processo de descarga dos componentes, liberação
alfandegaria, trasporte para a estocagem dos equipamentos e posterior transporte
até o local da obra.
43
Guindastes
Equipamentos utilizado para a elevação e a movimentação de cargas e
materiais pesados necessários a instalação dos parques eólicos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desta forma, pode-se concluir que é mais viável investir apenas parte do
capital próprio.
4.5.1. Sonoro
O som é o efeito do movimento ondulatório em gases, líquido e sólidos.
Ele pode ser causado por numerosos mecanismos, e é sempre associado a rápidas
flutuações de pressão em baixa escala que produzem sensações ao ouvido
humano. O ruído é definido como um som indesejável (MANWELL, MCGOWAN e
ROGERS, 2009).
Os principais ruídos devido aos aerogeradores são (MELO, 2009):
4.5.2. Visual
A indústria da energia eólica onshore desenvolveu uma bateria de
ferramentas muito sofisticadas para avaliação qualitativa e quantitativa do impacto
visual. Estes incluem:
- Mapeamento da zona de influência visual (ZIV), para mostrar quantas turbinas são
visíveis;
- Técnicas de fotomontagem que colocam imagens das turbinas geradas por
computador em uma imagem fotográfica da paisagem.
- Animações, que mostram o movimento das turbinas sobreposto na paisagem. Uma
variação disso é a técnica "voar através" que permite ao espectador olhar para as
turbinas de vários ângulos. Estas ferramentas podem ser adaptadas para offshore
(IZAGUIRRE, 2010).
As condições climáticas também devem ser consideradas, tais como a
presença de nevoeiro, que reduz a visibilidade do parque eólico. Para diminuir o
risco de colisão com navios ou aeronaves (a pá de uma turbina de 3,6 MW atinge
uma altura cerca de 130-140 m), pintam-se as pás da turbina eólica com cores
específicas, e, em alguns casos também se coloca um sistema de iluminação na
nacele. Estas soluções fazem a turbina mais visível, não só aos navios e aviões,
mas também para a população (IZAGUIRRE, 2010).
Atualmente, vários locais já dispõem de seus aerogeradores como
cartões-postais de suas cidades e surge a modalidade de turismo eólico – onde as
pessoas vão apreciar essas máquinas – podendo incrementar a economia local
(COSTA, CASOTTI e AZEVEDO, 2009).
4.5.3. Ambiental
Vários estudos são feitos para a redução dos impactos ambientais dos
aerogeradores como um todo, de forma a manter a energia eólica como uma das
energias mais limpas do mundo, tabela 11.
58
4.5.4. Pássaros
Os aerogeradores podem causar mortes de pássaros maiores pelo
choque nas pás. No início, os aerogeradores eram instalados sem o estudo de rotas
migratórias de pássaros levando às mortes desses animais. Hoje, para diminuir
ainda mais as taxas de mortes aviárias, alguns parques instalam estímulos visuais e
auditivos nas torres, evitando a ocorrência desses acidentes (COSTA, CASOTTI e
AZEVEDO, 2009).
5 CONCLUSÕES
Apesar da tecnologia offshore apresentar certas vantagens, como ventos
mais velozes e menos turbulentos, maior produtividade na geração e menor perda
no transporte da energia. O alto custo de implantação e a baixa Taxa Interna de
Retorno se comparado com o modelo onshore, somado a grande disponibilidade de
terras sem uso no Brasil, torna as fazendas eólicas onshore mais atrativas, já que o
investimento inicial neste tipo de tecnologia é mais baixo e a realização da
manutenção envolve muito menos dificuldades.
Os impactos sociais gerais, particularmente em áreas rurais, são
positivos, pois os parques eólicos constroem a infra-estrutura que faltava para a
sociedade ou reforça infra-estrutura existente, além de contribuir com uma
importante atividade econômica à economia local, geração de empregos e
incrementando a renda das comunidades.
É fato que, com o passar dos anos, a demanda de energia aumentará,
principalmente na região litorânea onde há grande concentração de consumidores.
Assim, a energia eólica, principalmente a offshore, deverá ser um importante
complemento para auxiliar o litoral brasileiro evitando possíveis colapsos
energéticos, como os apagões ocorridos na última década, deixando a rede elétrica
nacional mais segura.
No que concerne aos impactos ambientais, o principal é o fato de que se
trata de uma energia ecologicamente correta, que não emite gases poluentes.
A baixa Taxa Interna de Retorno, o alto custo de implantação e a cara
manutenção, pode inicialmente afastar investimentos em parques offshore no Brasil,
mas futuramente, com as pressões ambientais crescentes e uma maior
disseminação e aperfeiçoamento tecnológico, deverão fazer os custos cairem e
aumentar a rentabilidade, tornando o investimento bastante atrativo, e o estado do
Ceará tem tudo para se tornar o pioneiro.
Ambos os parques possuem impactos ambientais que não podem ser
descartados e que foram explanados ao longo deste trabalho, mas como
demonstrado, podem ser contornados ou amenizados.
61
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARANTE, O.A.C., BROWER, M., ZACK, J., SÁ, A.L., Atlas do Potencial Eólico
Brasileiro, Brasília, Brasil, 2001
BREALEY, R.A., MYERS, St.C., Principles of Corporate Finance. 5. ed. New York:
Wiley and Sons. 1996.