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PPGS2001 - Debates Teóricos I e PPGS2002 - Debates Teóricos II -

Sociologia das contestações:


diálogos entre as abordagens dos movimentos sociais e dos conflitos ambientais
[Plano de ensino – 2017/1]

Professores responsáveis: Marcelo K. Silva e Lorena C. Fleury


Caráter: Eletiva (2 créditos + 2 créditos)
Nível: Mestrado e Doutorado
Horário: Quartas-feiras, das 14h00 às 18h00 (início dia 29 de março)
Local: PGDR (Av. João Pessoa, 31 - Campus Central)

Ementa: Analisar e discutir sociologicamente as manifestações públicas de contestação


por meio das abordagens dos movimentos sociais e dos conflitos ambientais.
Apresentação dos campos de estudos dos movimentos sociais e dos conflitos ambientais.
Discussão acerca das categorias analíticas destes campos. Identidade e cultura como
elementos de mobilização. Relação com o Estado. Implicações epistemológicas, teóricas
e metodológicas presentes nos respectivos campos de estudo. Aproximações e
convergências destes campos.

Objetivos: A disciplina tem como objetivo caracterizar e analisar os campos de estudos


de movimentos sociais e de conflitos ambientais, enquanto dois campos de estudos que
se constituem em torno da análise de processos de contestação sociopolítica. As
discussões terão como foco a identificação e discussão das interfaces, diferenças e
divergências entre estes campos.

Cronograma das aulas, conteúdo programático e bibliografias recomendadas:

Data Temas e atividades


29/03  Apresentação geral, dinâmica e funcionamento da disciplina.
-Sociologia das contestações? Aproximações entre os campos dos
movimentos sociais e dos conflitos ambientais
05/04  Conhecendo os campos de estudo
- Panorama dos estudos sobre movimentos sociais
Texto-base:
- JASPER, James. Protesto: uma introdução aos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Zahar,
2016 (1. O que são movimentos sociais - p.35-60)

Leitura complementar:
- ALONSO, Ângela. As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate. Lua Nova, São
Paulo, 76, p.49-86, 2009.
- SILVA, Marcelo Kunrath. De volta aos movimentos sociais? - Reflexões a partir da literatura
brasileira recente. Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 46, p.2-9, 2010.
TARROW, Sidney. Poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Petrópolis:
Vozes, 2009.
12/04  Conhecendo os campos de estudo
- Panorama dos estudos sobre conflitos ambientais
Texto-base:
- ACSELRAD, Henri. As práticas espaciais e o campo dos conflitos ambientais. In:
ACSELRAD, Henri. (org.). Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro, Relume-Dumará,
2004. p. 13-35.

Leitura complementar:
- ZHOURI; Andréa; LASCHEFSKI, Klemens. Desenvolvimento e conflitos ambientais: um novo
campo de investigação. In: ZHOURI, Andréa; LASCHEFSKI, Klemens (orgs.).
Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2010. p. 11-33.
- FLEURY, Lorena Cândido; ALMEIDA, Jalcione; PREMEBIDA, Adriano. O ambiente como
questão sociológica: conflitos ambientais em perspectiva. Sociologias, Porto Alegre , v. 16, n.
35, p. 34-82, Apr. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/v16n35/a03v16n35.pdf
19/04  Movimentos teóricos
- Movimentos sociais como categoria analítica
Textos-base:
- McADAM, Doug; TARROW, Sidney; TILLY, Charles. Dynamics of contention. Cambridge:
Cambridge University Press, 2001. (Part One. What’s the problem?)
- SILVA, Marcelo Kunrath. Atores, Espaços e Repertórios: a atuação dos movimentos sociais
através das fronteiras da sociedade civil e do Estado. In: Ilse Scherer-Warren; Lígia Helena
Hahn Lüchmann. (Org.). Movimentos Sociais e Engajamento Político: trajetórias e tendências
analíticas. Florianópolis: Editora UFSC, 2015.

Leitura complementar
- SHELLER, Mimi Sheller. The Mechanisms of Mobility and Liquidity: Re-thinking the
Movement in Social Movements. Paper presented to the conference ‘Are Social Movements
Reviving?’ organised by the International Sociological Association Research Committee on
Social Movements, Social Change and Collective Action and the British Sociological
rd th
Association Study Group on Protest and Social Movements, Manchester, 3 -5 November,
2000
- TILLY, Charles; TARROW, Sidney. Contentious politics. Boulder: Paradigm Publishers, 2007.

26/04  Movimentos teóricos


- Conflitos ambientais como categoria analítica
Textos-base:
- ALONSO, Ângela; COSTA, Valeriano. Por uma sociologia dos conflitos ambientais no Brasil.
Buenos Aires: CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2002. Disponível em:
http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/gt/20100930023420/7alonso.pdf
- CARNEIRO, Eder J. O GT de conflitos ambientais da ANPOCS (2004-2008): balanço crítico.
In: 33º Encontro Anual da ANPOCS, Anais... Caxambu, 2009.

Leitura complementar:
- FLEURY, Lorena Cândido. Cap. 7. Os conflitos ambientais em perspectiva. In: Fleury, Lorena
C. Conflito Ambiental e cosmopolíticas na Amazônia brasileira: a construção da Usina
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Hidrelétrica Belo Monte em perspectiva. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em
Sociologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em
http://hdl.handle.net/10183/90184.
03/05  Movimentos teóricos
- Movimentos sociais: Identidade e cultura
Textos-base:
- JASPER, James. Las emociones y los movimientos sociales: veinte años de teoría e
investigación. Revista latinoamericana de estudios sobre cuerpos, emociones y sociedad,
3(10), pp. 48-68, 2012.
- NAUJORKS, Carlos José; SILVA, Marcelo Kunrath. Correspondência identitária e
engajamento militante. Civitas: Revista de Ciências Sociais (Impresso), v. 16, p. 136-152,
2016.
- SILVA, Marcelo Kunrath; COTANDA, Fernando Coutinho; PEREIRA, Matheus Mazzilli.
Interpretação e Ação Coletiva: o “enquadramento interpretativo” no estudo de movimentos
sociais. No prelo.
Leitura complementar:
- PEREIRA, Matheus Mazzilli. Molduras e Enquadramentos: reflexões metodológicas para
uma análise interacionista. Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 52, p. 405-416, 2016.
- SADER, Eder. Quando novos personagens entraram em cena. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1988.

 Movimentos teóricos
10/05 - Conflitos ambientais: Identidade e cultura
Textos-base:
- DE LA CADENA, Marisol. Indigenous cosmopolitics in the Andes: Conceptual reflections
beyond “politics”. Cultural anthropology, v. 25, n. 2, p. 334-370, 2010.
- CUNHA, Manuela Carneiro da; ALMEIDA, Mauro W. B de. Populações tradicionais e
conservação ambiental. CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com Aspas. São Paulo, Cosac
Naify. 2009. p. 277- 300
- ALLEGRETTI, Mary. A construção social de políticas públicas. Chico Mendes e o movimento
dos seringueiros. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 18, p. 39-59, jul./dez. 2008. Editora
UFPR.

Leitura complementar:
- ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Terra de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livres”,
“castanhais do povo”, faxinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. 2.ª ed,
Manaus: PGSCA–UFAM, 2008.192 p. [Cap. 1: Terras tradicionalmente ocupadas:
processos de territorialização, movimentos sociais e uso comum; p. 25 a 127]. Disponível em
http://novacartografiasocial.com/?wpdmact=process&did=MTguaG90bGluaw==
- CORDEIRO, Renata dos Reis. Velhos conflitos e novas causas: um estudo sobre processos
de ambientalização nos discursos do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco
Babaçu no Maranhão. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Maranhão, 2008.
[Cap. 3. A luta deu pra nós tudo. Desde ir pro embate com fazendeiros, até ir pra escuta e pro
conhecimento.]. Disponível em
http://www.tedebc.ufma.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=363
17/05  Movimentos teóricos
- Movimentos Sociais: Estado e institucionalidade
Textos-base:
- GOLDSTONE, Jack A. (ed.). States, parties, and social movements. Cambridge: Cambridge
University Press, 2003. (Introduction)
- PETTINICCHIO, David. Institutional Activism: Reconsidering the Insider ⁄Outsider Dichotomy.
Sociology Compass, 6/6, p.499–510, 2012.

Leitura complementar:
- SCHMITT, Claudia Job; SILVA, Marcelo Kunrath. Das relações Estado/Mercado/Sociedade
Civil aos campos de ação estratégica: uma análise das organizações de movimentos sociais
na implementação do Programa de Aquisição de Alimentos. In: Flávia Charão Marques;
Marcelo Conterato; Sérgio Schneider. (Org.). Construção de Mercados e Agricultura Familiar:
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desafios para o desenvolvimento rural. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016, p. 381-408.
- ABERS, Rebecca Neaera; SERAFIM, Lizandra; TATAGIBA, Luciana. Repertórios de
Interação Estado-Sociedade em um Estado Heterogêneo: A Experiência na Era Lula. Dados,
vol. 57, n°2, p.325 a 357, 2014.
TILLY, Charles. Regimes and repertoires. Chicago: University of Chicago Press, 2006.

24/05  Movimentos teóricos


- Conflitos ambientais: Estado e institucionalidade
Textos-base:
- SCOTTO, Gabriela. Estados nacionais, conflitos ambientais e mineração na América Latina.
4o Seminário de Pesquisa do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional,
da Universidade Federal Fluminense. 2011

Leitura complementar:
- Fleury, Lorena C. O estado de exceção como categoria de análise para os conflitos
ambientais: a construção de barragens na Amazônia brasileira entre suspensões de
segurança e o “interesse nacional”. 39º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS. GT07 - Conflitos
ambientais, estado e ideologia do desenvolvimento:mediação e luta por direitos. 2015.

31/05  Questões epistemológicas


- Movimentos Sociais: Realismo, construcionismo e o papel da
pesquisa
Textos-base:
- ABEND, Gabriel. Styles of Sociological Thought: Sociologies, Epistemologies, and the
Mexican and U.S. Quests for Truth. Sociological Theory, 24:1, p.1-41, March 2006.
- TILLY, Charles; TARROW, Sidney. Contentious politics. Boulder: Paradigm Publishers, 2007.
(Chapter two. How to analyze contention)
Leitura complementar:
- ABEND, Gabriel. The Meaning of ‘Theory’. Sociological Theory, 26(2), p.173-199, 2008.
- PERUSSO, Marco Antonio. Em busca do "novo": intelectuais brasileiros e movimentos
populares nos anos 1970/80. São Paulo: Annablumne, 2009.

07/06  Questões epistemológicas


- Conflitos ambientais: Realismo, construcionismo e o papel da
pesquisa
Textos-base:
- HANNIGAN, John A. Sociologia ambiental: a formação de uma perspectiva social. Lisboa,
Instituto Piaget, 1997. [cap. 2, 4 e 10]. [existe edição mais recente e atualizada em português
do Brasil – Ed. Vozes].
- LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. São Paulo, Editora 34, 1997. p. 7-17; 40-52.
- GUIVANT, Julia S. Os debates entre realistas e construtivistas sociais na sociologia
ambiental: implicações para o desenvolvimento rural sustentável e participativo. In: VI
Congresso da ALASRU, Anais, Porto Alegre, 2002.

Leitura complementar:
- STEIL, Carlos Alberto; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Epistemologias ecológicas:
delimitando um conceito. Mana [online]. 2014, vol.20, n.1, pp. 163-183.
- DESCOLA, Philippe. Más allá de la naturaleza y de la cultura. In: MARTÍNEZ, Leonardo M.
(Ed.). Cultura y naturaleza. Bogotá, Jardin Botánico de Bogotá, 2011. p. 75-98.
 Implicações metodológicas
14/06 - Movimentos Sociais: estudos de caso
Textos-base:
- DELLA PORTA, Donatella (ed.). Methodological practices in social movement research.
Oxford: Oxford University Press, 2014 (1. Social Movements Studies and Methodological
Pluralism: an introduction).
Leitura complementar:
- SILVA, Marcelo Kunrath; ARAUJO, Gabrielle Oliveira; PEREIRA, Matheus Mazzilli. Análise

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de Eventos de Protesto no Estudo dos Repertórios Associativos. In: Pedro Robertt; Carla M.
Rech; Pedro Lisdero; Rochele Fellini Fachinetto. (Org.). Metodologia em Ciências Sociais
Hoje: práticas, abordagens e experiências de investigação. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.

21/06  Implicações metodológicas


- Conflitos ambientais: estudos de caso
Textos-base:
- SIGAUD, L. Efeitos sociais de grandes projetos hidrelétricos: as barragens de sobradinho e
machadinho. Rio de Janeiro: PPGAS, Comunicação 9, 1986.
- ROTHMAN, Franklin Daniel. Vidas alagadas: conflitos socioambientais, licenciamento e
barragens. Editora UFV, Universidade Federal de Viçosa, 2008
- SANTOS, Caio Floriano; DORNELAS, Rafaela Silva. Distâncias e proximidades na lógica da
desigualdade ambiental. Novos Rumos Sociológicos, v. 3, n. 4, p. 61-83, 2015.

Leitura complementar:
- FLEURY, L. C. ; ALMEIDA, J. . Disputas pela legitimação de lógicas de uso e apropriação do
meio natural: conservação ambiental, representações e conflitos no entorno do Parque
Nacional das Emas, GO. INTERthesis (Florianópolis), v. 07, p. 37-68, 2010.
28/06 Seminário de discussão dos ensaios finais
05/07 Seminário de discussão dos ensaios finais

Procedimentos didáticos: indicação de leituras aos estudantes; preparação dos


encontros (discussão de planos, bibliografias e dinâmica); aulas expositivo-dialogadas
ministradas pelos professores, encontros preparados pelos estudantes (seguidos ou
intercalados de discussão com introdução e fechamento do tema pelos professores) e
redação ensaio.

Avaliação: observação do desempenho individual dos estudantes com base em critérios


de participação, interesse, capacidade de síntese e aprofundamento temático nas aulas
(20% da nota final), nas apresentações e problematização dos temas propostos para
encontros (peso 50%) e nas redação de ensaio final (peso 30%).
Os conceitos obedecerão à seguinte distribuição:
Conceito A: de 9.0 a 10.0
Conceito B: de 8.0 a 8.9
Conceito C: de 7.0 a 7.9
Conceito D: menos de 7.0
Conceito FF: falta de frequência (- de 75% de presença).

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