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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE


TRÊS RIOS/ RJ.

DIOCÉSIO DIAS CORDEIRO brasileiro, casado, aposentado,


inscrito no RG sob o n° 26.743.338-1, DETRAN/RJ e do CPF sob o n°
381.065.237-72, residente e domiciliado na Rua Eduardo Cater, n° 102, Bairro
Vila Isabel, nesta Comarca, CEP 25811-086, Celular (24) 9 8805-7693, neste
ato por seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua
Prefeito Walter Franklin, n° 64, loja 20, Centro, Três Rios/RJ, CEP 25802-180,
vem a presença de Vossa Excelência com devido acatamento e respeito, sob
a égide do art. 319 e ss do CPC, art. 5, XXXII, XXXV, da Carta Magna, propor
a presente:

AÇÃO INDENIZATÓRIA DECORRENTE DE DANOS MORAIS, MATERIAIS


E LUCRO CESSANTE,

em desfavor do CEREAIS BRAMIL LTDA, inscrito no CNPJ sob o n°


32.296.378/0037-81, situado no endereço Av. Condessa do Rio Novo, 1365 –
Centro - Três Rios – RJ, CEP: 25803-000, na pessoa de seu representante
legal, pelos motivos de fato e de direito que passa e expor:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Primeiramente requer o peticionário, nos termos do art. 1.048


do CPC, c/c o art. 71 do “Estatuto do Idoso” (lei 10.741/03), a concessão do
benefício da “prioridade processual” à pessoa maior de 60 (sessenta anos),
previsto nos referidos dispositivos. Em anexo a esta petição, segue documento
atestando a idade do Autor, cuja juntada aos autos se pleiteia, atendendo ao
disposto nos arts. 1.048, I e 71,§1º das respectivas normas.

Art. 1.048, CPC. Terão prioridade de tramitação em qualquer


juízo ou tribunal os procedimentos judiciais:

I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade


igual ou superior a sessenta anos ou portadora de doença
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grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art.


6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988.

Art. 71, Estatuto do Idoso- Lei 10741/03. É assegurada


prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na
execução dos atos e diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, em qualquer instância.

§ 1º. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este


artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à
autoridade judiciária competente para decidir o feito, que
determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se
essa circunstância em local visível nos autos do processo.

DOS FATOS

Na data de 21 (vinte e um) de julho 2018, a Autor compareceu


ao supermercado citado como faz habitualmente para fazer suas compras, e
chegando ao fim deste ato, se locomovendo para um caixa, seu carrinho não
apresentou a estabilidade necessária para o deslocamento, o qual acabou
tombando e levando o Autor a sofre uma queda. Observa-se que o estava
defeituoso, apresentando travamento nas rodas.

Com este fatídico acidente, o autor fraturou o “colo do fêmur


direito” (segue em anexo o laudo médico), foi necessário à realização de uma
cirurgia para o tratamento da fratura com a colocação de uma prótese, assim
como foram também necessárias, sessões de fisioterapia, um longo período de
convalescença com o auxilio de uma enfermeira para realizar a manutenção
dos curativos e auxilio nas atividades comuns de seu dia-a-dia, como se
levantar da cama e a utilização do banheiro.

Mesmo, com a cirurgia, a fisioterapia e todos os cuidados de


sua família, o autor ficou com certas limitações funcionais, o que dificulta sua
locomoção, assim não podendo mais realizar suas atividades autônomas como
engraxate, atividade esta que representava uma quantia significativa para
complementar à renda do autor (quase 90% de renda extra, levando em
consideração que o autor é aposentado, recebendo apenas um salario
mínimo), e assim, garantir o sustento próprio e de sua família.
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DO DIREITO

O dano material é aquele que afeta diretamente o patrimônio


do ofendido, assim como essa queda ocasionou diversos gasto a parte
autora, tais como as sessões de fisioterapia, medicamentos e dieta especial.
Está transcrito no Art. 5º, inciso V da Magna Carta:

Art. 5 º, V – é assegurado o direito de resposta, proporcional


ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;

Oportuno se dizer que também, o Código de Proteção e Defesa


do Consumidor, no seu art. 6º, protege a integridade Moral dos consumidores e
o art. 14 da mesma Lei, defende os usuários que possam vir a ter problemas
em estabelecimentos comerciais, pois considera o fornecedor responsável
pelo dano decorrente de um serviço ofertado, independente de culpa, que no
caso em tela, o problema decorreu da falta de manutenção nos carrinhos,
fornecidos pelo Supermercado em questão, o qual não possuía a estabilidade
necessária para seu devido funcionamento.

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor.


VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais e difusos.

Art.14- O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança


que o consumidor dele pode esperar, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se


esperam;
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Vejamos ainda, que é permitido que o Juízo adote a


Responsabilidade Civil Objetiva conforme arts. 186 e 927, Paragrafo Único do
Código Civil. Essa responsabilidade independe de culpa. Para esta teoria, toda
pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de dano para terceiros. E
deve ser obrigada a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa;

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.

Como já citado, o autor encontra-se indisponível para dar


continuidade as suas atividades extras, que resultavam um acréscimo
considerável a sua renda, caracterizando assim, a necessidade em se falar de
Lucros Cessantes, que é dizer, o reconhecimento da exigibilidade de verba
indenizatória em razão da impossibilidade de laborar. Salienta-se que os
Lucros Cessantes possuem assento no art. 402 do Código Civil, a saber:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei,


as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que
ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer digne-se Vossa Excelência de:

a) A procedência TOTAL da presente ação, e ainda, determinar


a citação da Ré, nos termos do artigo art. 18 da Lei 9099/95, na pessoa do seu
representante legal, para que querendo, responda nos termos da presente
ação, sob pena de sofrer os efeitos da revelia;

b) Determinar a inversão do ônus da prova, conforme previsto


nos artigo 14 combinado com o artigo 6°, VIII, todos do Código de Defesa do
Consumidor;
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c) Condenar a parte Ré ao ressarcimento dos gastos com as


sessões de fisioterapia a quantia de R$ 6.000,00 (seis mil reais), devendo o
valor ser devidamente atualizado segundo os critérios legais até a data do
efetivo pagamento, acrescidos ainda de juros de mora à taxa legal a partir da
citação;

d) Ainda, a condenação da Ré, ao pagamento de uma


indenização, de cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causados
ao Autor, tudo conforme fundamentado, em valor pecuniário justo e condizente
com o caso apresentado em tela, qual, no entendimento do Autor, deve ser
equivalente a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), ou então, em valor que esse Juízo
fixar, pelos seus próprios critérios analíticos e jurídicos;

e) A condenação do Réu nas custas processuais e honorários


advocatícios na base de 20% (vinte por cento) do valor atualizado da
condenação;

f) Incluir na esperada condenação da Ré, a incidência juros e


correção monetária na forma da lei em vigor, desde sua citação;

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito


admitidos e em especial a juntada de novos documentos que se façam
necessários para a apuração da demanda.

Dá se a causa o valor de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais).

Termos em que,

Pede deferimento.

Três Rios, 25 de janeiro de 2019.

NILTON CESAR QUEIROZ CORDEIRO.


OAB/RJ.nº 154.400

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