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AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL A Formação Cognitiva e Moral Do Sujeito Autônomo - LUDMYLLA PAES PDF
AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL A Formação Cognitiva e Moral Do Sujeito Autônomo - LUDMYLLA PAES PDF
APARECIDA DE GOIÂNIA
2010
LUDMYLLA PAES LANDIM RIBEIRO
APARECIDA DE GOIÂNIA
2010
FOLHA DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DO TRABALHO
EXAMINADORES
INTRODUÇÃO
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Graduanda em Pedagogia da Faculdade Alfredo Nasser.
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CONTEXTUALIZAÇÃO DA AFETIVIDADE
(...) vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são
inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo
tempo estruturação e valorização. Assim é que não se poderia raciocinar,
inclusive em matemática, sem vivenciar certos sentimentos, e que, por outro
lado, não existem afeições sem um mínimo de compreensão.
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Pedagoga formada pela Faculdade de Educação na Bahia, e com mestrado e doutorado pela
Pontifíca Universidade Católica de São Paulo. Nos últimos anos desenvolveu pesquisas sobre
Wallon, trabalhou em projetos educacionais e frequentou cursos. Atualmente é professora de
Psicologia nas Faculdades Jorge Amado, em Salvador. Publicou diversos trabalhos em revistas
especializadas.
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Pedagoga formada pela USP, onde também cursou mestrado (com dissertação sobre aspectos da
teoria de Henri Wallon) e doutorado. Atuou como professora de Ensino Fundamental e técnica de
programas educacionais voltados para a infância. Atualmente trabalha na área de formação de
professores.
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dos domínios funcionais. Wallon faz referência a quatro domínios funcionais: o ato
motor, o conhecimento, a afetividade e a pessoa. São eles que dão uma
determinada direção ao desenvolvimento no decurso da vida humana. Cada um
desses domínios tem seu próprio campo de ação e organização.
Para Almeida (2005), o início do desenvolvimento da personalidade, ou seja,
desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo se dá através da
afetividade, portanto, é a partir dela que ocorre desenvolvimento do indivíduo. Sendo
afetividade de suma importância para o desenvolvimento da personalidade, ela varia
entre os movimentos afetivos e cognitivos, desta forma é considerada como um
domínio funcional, onde seu desenvolvimento divide-se em duas partes: o orgânico
e o social. A afetividade inicialmente é determinada basicamente pelo fator orgânico
e com o passar do tempo é fortemente influenciada pela ação do meio social. Wallon
defende uma evolução progressiva da afetividade, cujas manifestações vão se
distanciando da base orgânica, tornando-se cada vez mais relacionadas ao social.
Segundo Wallon (1975), a afetividade evolui desde o nascimento do indivíduo
até a idade adulta. Na criança os estados afetivos estão vinculados à sua disposição
e manifestações orgânicas, relacionadas aos estados de bem-estar, ou seja,
conforto corporal e sensação de segurança, e de mal-estar, frio, fome, cólica, ou
seja, sensação de mau-humor. Nota-se que a partir da influência do meio, os gestos
da criança denominados orgânicos vão se transformando em expressões
diferenciadas, surgindo então o período emocional. Seus movimentos não são mais
de pura impulsividade, nem de necessidades primitivas, mas são reações orientadas
e resultantes do ambiente social, ou seja, a criança está assimilando as orientações
do meio ao qual está inserida, e isso colabora para o processo pedagógico, pois a
criança esta desenvolvendo a maturidade.
Wallon acretidava (1975 p. 198) na importância do outro para o
desenvolvimento humano, e defende que a emoção é o primeiro e mais forte elo
entre os indivíduos:
para sobreviver, e necessita do meio social para interpretar, dar significado e trazer
respostas a ela. Provoca nos adultos que o cercam reações de cunho afetivo e de
natureza emocional.
Conforme a autora, partir dos impulsos ou reações motoras, a criança
comunica seu desconforto ou suas necessidades e provoca uma reação contagiante
estabelecendo assim uma relação íntima, profunda. A relação afetiva que o
professor constrói com a criança permeia neste estágio, assim como em todos os
outros estágios.
Segundo Galvão (2008), o estágio sensório-motor e projetivo, até três anos de
idade, a criança se interessa pela exploração sensório-motora do mundo físico, bem
como pela aquisição da aptidão simbólica e pelo início da representação, ou seja, é
o momento da construção da realidade. Ao manipular um objeto ou encantar-se com
os movimentos do corpo, a criança tenta imitar os mesmos gestos que foram
provocados pelas sensações, na tentativa de obter o mesmo efeito, o que permite ao
educador apropriar-se desse progresso da apreensão, da percepção e da linguagem
para ajudar a criança a descobrir as qualidades dos objetos, aguçar as
sensibilidades e organizar seus gestos úteis.
A autora alega que a linguagem usada pelo educador para interagir com a
criança é um instrumento afetivo importantíssimo, uma vez que pode contribuir com
a expressividade da criança no mundo das imagens e dos símbolos. Aliado às
interpessoais e culturais, a linguagem é um fator constitutivo com as várias funções
que conduzem à expressão da emoção e atividade mental. Neste estágio o que
predomina são relações cognitivas com o meio.
Para Izabel Galvão (2008), o estágio do personalismo, dos três aos seis anos
de idade, tem como objetivo o processo de formação da personalidade, ocorrendo à
construção da consciência de si que se dá por meio das interações com o meio
social em que está inserido, predominando assim as relações afetivas. A criança
aprende a perceber o que é de si e o que é do outro. Existem neste período três
fases distintas, que são a oposição, sedução e imitação. Nesta fase é interessante
que o educador saiba mediar e compreender a criança com muita percepção e
paciência.
Segundo Galvão (2008), a criança é capaz de mentir para o que deseja, de
usar a força ou, recusa-se indignada a emprestar um brinquedo ao coleginha, só
porque tem ciúme, mas o empresta com alegria a uma pessoa a quem admira. Ao
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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
transformador e libertário que deve possuir uma educação voltada para colaborar
com o desenvolvimento intelectual, social e cultural dos indivíduos. Sendo assim, o
autor tem uma contribuição importante para se pensar a aprendizagem no âmbito
escolar, no processo de formação do indivíduo. Com isso, a escola deve procurar
respeitar as emoções e as necessidades individuais, proporcionando desafios e
atividades que levem o educando a uma crescente elevação da sua racionalidade.
A criança é um indivíduo completo, que na escola e também nos ambientes
sociais está sujeito a conhecimento e o afeto. Assim, a escola não pode esconder
que ali é um espaço de emoção nas suas atividades, pois este ambiente é
primordial, e o educador necessita conhecer como ocorre o funcionamento da
emoção para poder compreender as expressões dos educandos. Se o educador
não aprender como funciona o desenvolvimento emocional da criança, ele pode até
mesmo prejudicá-lo. Do ponto de vista de Almeida (2005, p. 103):
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. 5. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2005.