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JOÃO E MARIA

NARRADOR – Numa casa perto da floresta vivia um lenhador muito pobre que
tinha dois filhos: João e Maria. A mãe das crianças morrera e o lenhador casara
de novo com uma mulher malvada. Um dia, a mulher queixou-se ao lenhador.

(Entram o Lenhador e a Mulher. João espreita)

MADRASTA - A comida acabou e estamos sem dinheiro para comprar mais. Só


há um pouco de pão para dar às crianças. Penso que seria melhor abandoná-las
na floresta, pois não temos com que a sustentar.

LENHADOR (Assustado) – Abandoná-las? Não pretendo fazer isso com os meus


filhos.

MADRASTA (Ameaça) – Se não abandoná-las, eu transformo-as em sapos!

LENHADOR (Assustado) – Mas…

MADRASTA (Zangada) – Chega!!! Tu sabes muito bem do que eu sou capaz!

(Saem a mulher e o João)

LENHADOR (Angustiado) – Oh meu Deus… Perdoa-me meus filhos… (Mete as


mãos na cara e sai de cena) (Entram o João e a Maria)

JOÃO – Sim, e depois transforma-nos em sapos, Maria.

MARIA (Chora) – Mas se abandonarem-nos na floresta, nós vamo-nos perder.

JOÃO (Agarra a Maria) – Não chores, irmã. Tenho uma ideia: vou já ao quintal
apanhar umas pedrinhas para marcar o caminho. Assim saberemos como voltar.

MARIA – Boa ideia, meu irmão! Mas muito cuidado!

JOÃO – Está descansada, irmã. Vou ter cuidado.

(Saem de cena o João e Maria. Entra a Madrasta)

MADRASTA – João!!! Maria!!! Onde estão?

(Entra o João e a Maria)


MADRASTA - Eis um pedaço de pão para cada um. Guardem-no para o almoço,
pois, o vosso pai vai apanhar lenha para muito longe e nós vamos com ele.

(Entra o pai)

LENHADOR – Olá meu queridos filhos.

JOÃO E MARIA – Olá meu pai.

MADRASTA (Irritada) – Vá, já chega de lamechices. Temos de partir. Vamos,


homem.

(Caminham pelo palco e o João vai deixando cair as pedrinhas enquanto


caminha. De repente param)

MADRASTA - Sentem-se aqui e comam o pão, enquanto vou com o vosso pai
comprar lenha. Não saiam daqui até voltarmos.

João – Está bem.

MARIA – Não saímos daqui.

(O Pai abraça os dois filhos)

LENHADOR (Emocionado) – Eu gosto muito de vocês, meus filhos!

MADRASTA (Chateada) – Vamos, homem. Temos de nos despachar!

(Saem de cena o Lenhador e a Madrasta. O João e a Maria deitam-se no chão e


adormecem)

NARRADOR – As crianças descansaram um pouco. Mais tarde, o João e a Maria


acordam. Vendo que o pai não voltava, resolvem regressar.

JOÃO – Vamos seguir as pedrinhas e voltar para casa, minha irmã.

MARIA – Tenho medo, meu irmão.

JOÃO – Não tenhas, Maria. Dá-me a tua mão (Maria dá a mão a João)

(Seguem as pedrinhas que João deixara cair no caminho e depois chegam a


casa)

JOÃO – Já chegamos a casa. Vamos dormir Maria.


MARIA (Boceja) – Sim, estou cheia de sono.

NARRADOR - No dia seguinte, as crianças foram levadas de novo para a floresta.


Desta vez, João não pode ir ao quintal juntar pedrinhas: a porta estava fechada
com ferrolho.

(Entram a Madrasta e o João e a Maria. João deixou cair migalhas de pão para
marcar o caminho. A madrasta abandonou os irmãos num lugar ainda mais
longe) (Saem todos de cena e entram um bando de pássaros)

PÁSSARO 1 – Hum… tantas migalhas de pão!

PÁSSARO 2 – Já ganhamos o dia!

PÁSSARO 3 - Vamos encher as nossas panças!

PÁSSARO 4 (Apanha algumas migalhas) – Hum… que apetitosas migalhas.

(Os pássaros apanham as migalhas e saem de cena) (Entram o João e a Maria)

JOÃO (Preocupado) – Maria, não encontro as migalhas.

MARIA – Se calhar os pássaros comeram as migalhas. (Medo) – O que vai ser de


nós agora?

JOÃO – Vamos tratar de dormir. Amanhã arranjaremos um meio de voltar para


casa.

NARRADOR – As crianças vaguearam pela floresta, sem acharem o caminho de


casa. Chegaram a uma clareira onde havia uma casinha.

JOÃO – Olha, uma casa, Maria.

MARIA – Sim, uma bonita casa!

BRUXA – Quem é que está aí?

(Entra em cena uma Bruxa)

BRUXA – Bom dia, meus netinhos! Podem entrar e ficar a morar comigo. Dar-
vos-ei muitos doces para comer e lindas caminhas para dormir.

(A Bruxa dá-lhes doce)


BRUXA – Tomem, meus queridinhos, estes docinhos.

(Saem de cena a Bruxa e as crianças)

NARRADOR – De fato, a bruxa deu muitos doces a João e a Maria. E eles


estavam com uma fome! Depois levou-os para o quarto, e logo eles
adormeceram em duas lindas caminhas, felizes por terem encontrado uma nova
casa para morar. Mas, no dia seguinte, tudo mudou. A bruxa chamou-os para
irem ver o estábulo.

BRUXA (Agarra no João) – Tu vais ficar preso no estábulo! Ficas aí até seres um
leitãozinho bem gordo para eu comer. (Vira-se para a Maria) E tu terás de
cozinhar e fazer todo o serviço da casa!

MARIA – Sim, minha Senhora. Mas por favor não faça mal ao meu irmão.

(Saem todos de cena)

NARRADOR – Maria ficou assustadíssima e tratou de obedecer. Todos os dias a


velha obrigava Maria a levar comida ao irmãozinho.

(Entra a Maria com uma bandeja com comida e depois sai de cena. Depois entra
a Bruxa) (Entra a Maria com a bandeja vazia)

BRUXA – Ele já está gordinho?

MARIA – Ele ainda está muito magrinho, minha senhora.

NARRADOR – A bruxa cansou-se de esperar que João engordasse e resolveu


aquecer o forno e disse a Maria:

BRUXA – Estou cansada, vou dormir um pouco. Vai preparar o jantar!

(Sai de cena a Bruxa)

MARIA (Vira-se para o público) – O meu irmão está preso no estábulo. Como
posso salvá-lo? Ah, a chave! A senhora tem a chave do estábulo. Vou tentar
tirar-lhe a chave enquanto ela dorme.

(Maria sai de cena e depois entra com a chave e depois sai de cena) (Maria
entra em cena de mão dada com o João)
MARIA – João, a senhora esconde um tesouro debaixo da cama.

João – Vamos fugir e levar connosco o tesouro e assim não vai faltar comida.

MARIA – Vamos!!! (Saem os dois a correr)

(Entra o Lenhador)

LENHADOR (Aflito) – João!!! Maria!!! Onde estão meus filhos? João!!! Maria!!!
Oh, Meu Deus… Por favor, ajude-me a encontrar os meus filhos. João!!! Maria!!!

(Entram o João e a Maria)

MARIA E JOÃO – Pai!!! (Abraça-se todos)

LENHADOR (Comovido) – Meus filhos queridos. Vocês são tudo para mim.
Aquela mulher já não faz parte da minha vida. Vocês são mais importantes para
mim!

JOÃO – Oh, meu pai. Também te adoro!!!

MARIA – Eu também. Adoro-te pai!

NARRADOR - João e Maria mostraram ao pai o tesouro que haviam trazido, e


com o qual a comida não mais faltaria. Assim, os três nunca mais se separaram e
viveram sempre felizes. E assim termina a história.

FIM

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