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OFICINA DE TEATRO FJP 2019.

EMÍLIA, UMA BONECA TAGARELA


(Texto adaptado)

“ABERTURA”

Rabicó: Boa tarde criançada! (Puxar a resposta das crianças)

Rabicó: Vocês sabem quem eu sou? (Espera a resposta)

Rabicó: Eu sou o Rabicó, lá do Sítio do Picapau Amarelo.

(Música do Rabicó – Sítio do Picapau Amarelo)

Rabicó: Aiaiai.. Eu sou o Rabicó, eu tenho essa barriga grande porque eu sou um porco
guloso, estou sempre atrás da comida da tia Nástacia. Ahh os bolinhos da Tia Nástacia.. hm..
eu acho que vou lá na cozinha vê se ela já preparou alguma coisa.

(Vai seguindo para algum canto do palco)

Tia Nástacia (voz ao fundo)

“Ah rabicó, se eu te pego na minha cozinha, eu te coloco na panela”

Rabicó: (Com medo) Aiaiai.. Se a Tia Nástacia me pegar vai me colocar na panela, melhor eu
ficar por aqui mesmo.

Rabicó: Será que nessa árvore tem alguma fruta, aiaiai, que aconhegante, acho que vou
encostar aqui e dormir.

(música do visconde – Sítio do Picapau amarelo)

(Visconde de Sabugosa entra e pega um livro).

Visconde de Sabugosa: Boa tarde Criançada, tudo bem com vocês?

Visconde de Sabugosa: Vocês sabem que eu sou?

Visconde de Sabugosa: Eu sou o Visconde de Sabugosa de origem totalmente duvidosa, e


tenho coroa e não sou rei, e mesmo nessa pobreza do sítio, eu recebi um título de nobreza, sou
Visconde. Eu amo os livros, sou apaixonado pela leitura.

Visconde de Sabugosa: Quem aqui gosta de estudar? (Esperar resposta da Plateia)

Visconde de Sabugosa: Estudem para vocês serem cientistas e inteligentes como eu!

Rabicó: Pois eu também sou nobre, sou o Marquês de Rabicó, lá do Sítio. E eu vou dar uma
dicas para vocês: sempre peguem livros nas bibliotecas, ande com um livro na mochila e
sempre que possível dar uma lida; os livros são uma fonte de diversão e não algo sacrificante,
leiam livros e se reconheçam neles.

Visconde de Sabugosa: Quem aqui vai com freqüência na biblioteca da escola? (aguardar a
resposta).

Visconde de Sabugosa: Pois continuem indo e vão com mais freqüência, ler um livro é umas
das melhores formas de conhecer o mundo.

Rabicó: Esses livros que estão aqui, ficarão disponíveis na biblioteca para vocês realizarem a
leitura. Quem aqui vai ler a coleção do sítio do picapau amarelo? (Aguardar a resposta)

Rabicó: Aiaiai, eu me esqueci, vocês conhecem o sítio do picapau amarelo?

Visconde de Sabugosa: O sítio é onde mora a Narizinho, a Emília, o Pedrinho, a Dona Benta,
a Tia Nástasia.

Rabicó: A minha história favorita do sítio é quando a Emília começou a falar, e essa que
vamos contar hoje, vocês estão prontos? (Puxar da platéia – o sim).

(Sai Rabicó e Visconde de Sabugosa)

(Fecha as cortinas)

(Começa a música do sítio)

(Abre as cortinas)

(Música da Narizinho)

Cena 1 – Pó de pirimpipim
(Narizinho está dormindo, acorda, espreguiça e avista um baú no seu quarto)
Narizinho: Um baú? Mas quem será que colocou essa baú aqui no meu quarto? Que
estranho! O que será que tem aqui dentro? Será que devo abrir? (Olha para o público) E ai
pessoal, eu abro ou não abro? (Esperar a platéia responder) Olha aqui tem um bilhete, vou ler
antes.
Dona Benta: “Querida narizinho, estou indo com a tia Anastásia visitar um prima dela que
está muito doente, voltaremos a noite, fique na companhia do Pedrinho. E ah, o baú é um
presente da tia Anastásia para você. Beijos da vovó.”
Narizinho: Mas o que será que tem aqui dentro? Vou abrir. (abre o baú fazendo suspense) É
uma boneca de pano, que bonita, que boneca mais pesada, mas também é quase do meu
tamanho. (Larga a boneca dentro da caixa e olha para a platéia) Que nome você acham que
eu devo dar para a boneca? (Esperar a platéia responder)
Narizinho: Boa ideia! Ela vai se chamar Emília! Eu tive outra ideia, eu tenho um pouco do
pó de piripimpim que o Dr. Caramujo me deu, às vezes ela cria vida, mas onde foi que eu
guardei? (Procura o pó em alguns lugares) Não está aqui (Olha debaixo da cama), achei, está
aqui.
Narizinho: Vou jogar na boneca. (joga um pouco de pó em cima da boneca dentro da caixa)
Olha a Emília está se mexendo, pessoal ajudem a Emília levantar (puxa um coro da platéia
gritando – levanta). (A boneca se mexe na caixa, mas cai de novo) Ah o pó não funcionou.
(Narizinho fica triste e vai chorar na cama)
Começa a música da Emília
(Narizinho vê Emília dançando e se junta a ela. Essa parte ocorre quando o refrão da música
começa)
Narizinho: (Risos) Emília a música já acabou.
Narizinho: (GRITO) Emília, a música já parou.
(Narizinho agarra a boneca e tenta fazer parar de dançar – a idéia é ser engraçado)
Narizinho: Ai meu Deus, eu acho que joguei pó demais, agora ela vai ficar dançando para
sempre. (Corre de um lado para o outro). Ah já sei.
(Narizinho grita no ouvido da Emília e a boneca para de dançar)
Narizinho: Eu vou chamar o Pedrinho. PEDRINHO!
(Narizinho sai do quarto)
(Emília começa a bagunçar todo o quarto da Narizinho – música começa de novo)
(Narizinho volta)
Narizinho: (GRITO) Emília, eu falei para você ficar quieta. Você bagunçou tudo, fale
alguma coisa. Porque você fez isso?
(Emília fica calada)
Narizinho: (GRITO) Vamos como uma boa boneca, você vai me ajudar a arrumar tudo.
(Emília e Narizinho começa a colocar os objetos no lugar de volta).

Cena 2 - Banho e higiene


Narizinho: (enquanto elas arrumam o quarto) Eu queria te mostrar para o Pedrinho, mas ele
não está em casa, ele deve ter ido na floresta brincar, você vai adorar conhecer o Pedrinho.
Vem Emília me ajuda aqui.
(Narizinho pega Emília pelos dois braços e fala olhando para ela)
Narizinho: Porque você não fala? Seu nome é Emília, repete comigo.
(Emília faz gestos com a boca, mas não sai som)
Narizinho: Eu acho que sei porque você não fala, é isso, o pó de pirimpipim te deu vida, mas
não te deu a fala. Vamos resolver isso, vou chamar o Dr. Caramujo. Quem sabe ele tem algo
que te faça falar.
Narizinho: Mas antes eu vou escovar os dentes, tomar banho e trocar de roupa. Porque de
bafo e cara de ontem ninguém merece.
(Higienização – sugestão Castelo RA TIM BUM: *Escovando os dentes e tomando banho –
ratinho).
(Narizinho após o banho sai da cena)
Narizinho: (GRITO DE FORA DA CENA) Emília o doutor caramujo já chegou venha até
aqui.

Cena 3 - Na sala do sítio


( Emília entra na sala onde está o doutor Caramujo)
Narizinho: Eu tenho certeza que o Dr. Caramujo vai te ajudar a falar. Olá, Dr. Caramujo!
Dr. Caramujo: Olá, Narizinho! Como vai sua vó Dona Benta, aconteceu alguma coisa? Vim
o mais rápido que pude.
Narizinho: Nós estamos todos bem. Eu te chamei por outro motivo.
Dr. Caramujo: Então a que devo esse chamado?
Narizinho: Essa é Emília, minha boneca, eu joguei sobre ela um pouco do pó de
pirimpimpim e ela criou vida, mas não falou, eu queria saber se o doutor tem alguma coisa
que possa fazer ela falar?
Dr. Caramujo: (Olha em volta da Boneca, curioso com a boneca) Uma boneca que virou
gente, que interessante.
Narizinho: Olha doutor. Mexe as pernas Emília e os braços.. Ta vendo doutor ela só não fala.
Dr. Caramujo: Então vamos ver, Senhorita Emília, abre a boca Emília.
(Emília se nega com a cabeça)
Narizinho: (GRITO) Vamos Emília, abra a boca.
(Emília abre a boca)
Dr. Caramujo: (Dr. Caramujo anda em torno da Emília, observando) Isso muito bem, muito
interessante, ora ora ora, que orelha de pano mais bonita, e esses cabelos coloridos, hm...,
muito interessante, os olhos de vidro são lindos, abre a boca de novo. (Examina a Emília)
Isso, muito interessante, fique assim rapidinho. Hm.. muito interessante.. hm.. hm.. já sei, isso
é um caso típico de mudez. Acho que posso ajudar.
(Doutor abre sua mala e tira um monte de remédios)
Dr. Caramujo: Isso aqui não, isso daqui também não, ah...hmmm aqui está!
Narizinho: O que é isso doutor?
Dr. Caramujo: Uma pílula falante! Assim que a senhorita Emília tomar, seus problemas
serão resolvidos.
(Emília se recusa e tampa a boca)
Narizinho: Vamos Emília, por favor.
Dr. Caramujo: Isso.
(Emília come a pílula)
Narizinho: Vamos Emília, engula. Engula logo. Não faça tanta careta, se não, vai tomar
outro. Será que ela vai falar?
Dr. Caramujo: Com certeza, vai sim! (Puxa coro com a platéia) – Fala, fala, fala.
Música da Emília tagarela
(Narizinho e Dr. Caramujo saem de cena e deixam a Emília sozinha dançando)
(Volta Narizinho e o Dr. Caramujo)
Emília: Eca! Que gosto de sapo na minha boca.
Narizinho: Emília, você está falando!
Emília: É, eu estou falando, mas eu não sabia que sapo tinha um gosto tão horrível! Eca!
(Emília dispara a falar)
Emília: Tomara, que os bolinhos da tia Anastásia sejam mesmo gostosos, porque eu vou
querer comer muitos deles. E sabe o que eu vou querer também, um alfinete com uma
bombinha de vidro da tia Anastasia que mora na cesta de costura dela, eu vou fazer uma
coleção besouros secos, morcegos secos e de fios de cabelo. Onde eu vou guardar isso tudo.
(Narizinho e Dr. Caramujo aparecem cansados – Dr. Caramujo espreguiça)
Emília: Hmmm... já sei, eu vou guardar numa canastra bem grande, e depois eu vou fazer um
museu, o museu da Emília.
(Emília continua falando por meio de gestos com a boca)
Narizinho: Dr. Caramujo, não tem como fazer a Emília vomitar essa pílula?
Dr. Caramujo: (risos) Não é necessário não, isso é fala recolhida. Tem que ser colocado para
fora.
Narizinho: Quer dizer que ela estava desesperada para falar? Depois que falar tudo vai voltar
ao normal?
Dr. Caramujo: Isso mesmo. Pode ficar despreocupada.
Narizinho: Muito obrigada Dr. Caramujo.
Dr. Caramujo: Não há de que, narizinho.
Emília: Adeus, Dr. cara de coruja.
Narizinho: Dr. Caramujo, Emília.
(Dr. Caramujo vai embora)

Cena 4 – Emília Tagarela


Emília: Que gosto de sapo na minha boca! Eu estava despelelada para falar (falar errado).
Quer dizer, desesperada para falar. Puxa, falar é ótimo, (vira para a platéia) e não me
corrijam ein, eu que deveria corrigir vocês.
Emília: Tia Anastásia, vê se colhe as frutas mais doces, porque se não escolher, vai ter que
buscar de novo.
Emília: Eu vou fazer uma coleção panelinha, de pilhas e mais outra de... aahh (faz um gesto
para demonstrar que está cansada).
Narizinho: Até que enfim. Vamos Emília!
Emília: Para aonde?
Narizinho: Como para aonde? Vamos procurar o Pedrinho. Venha logo, vamos!
(Saem de cena as duas personagens, esperam um pouco e voltam)
Emília: Narizinho, vamos parar um pouco para descansar?
Narizinho: Nem pensar Emília, não tem nem dez minutos que estamos andando. Pare de
frescura!
Emília: Frescura? Olha se eu por acaso desmasiar aqui. A culpa é sua.
Narizinho: É desmaiar Emília. Vamos logo, ele já deve estar por perto.
(As duas personagens saem correndo do palco)

Cena 5 – Elas encontram o Pedrinho


Música do Pedrinho
(Pedrinho entra com um estilingue, olhando os pássaros, despravando o ambiente).
(Pedrinho fica de costas, Emília e Narizinho entram na cena pelo lado oposto de Pedrinho)
Narizinho: Olha lá, o Pedrinho!
Emília: Onde? Eu não estou vendo nada.
(As duas personagens balançam os braços chamando o Pedrinho)
Narizinho: Pedrinho, Pedrinho, aqui sou eu, Narizinho.
Emília: Aqui Pedrinho, eu Emília, aqui ó!
Narizinho: Ta bom, Emília.
Pedrinho: Narizinho! Como é que você me encontrou aqui?
Narizinho: Muito fácil, se não estava no sítio, só poderia estar na floresta.
Pedrinho: E quem é ela?
Narizinho: É a Emília, a minha boneca. A tia Anastásia fez para mim.
Pedrinho: Tia Anastásia? Fez essa boneca que anda como você.
Emília: Lógico! Eu tenho duas pernas, não ta vendo, não?
Narizinho: (brava) Emília!
Pedrinho: (surpreso) E ela também fala!
Emília: Claro que falo, eu também tenho boca e língua (mostra língua para o Pedrinho).
Narizinho: Emília! Dá para ficar quieta, por favor.
(Narizinho vira para o Pedrinho)
Narizinho: Não ligue Pedrinho.
Pedrinho: Pode me explicar. Como é que essa boneca pode falar? Ela tem algum controle?
Narizinho: Não. Eu usei um pouco do pó de pirimpimpim, que Dr. Caramujo me deu, e
joguei sobre a Emília. Ela criou vida, mas não falou. Então eu chamei o Dr. Caramujo, e ele
deu uma pílula que a fez falar.
Emília: Viu Pedrinho? Agora eu posso andar, correr, pular, brincar e posso até falar poesias.
“Batatinha quando nasce, plantando bananeira..”
(Narizinho coloca a mão na boca da Emília)
Narizinho: Ta bom, Emília!
Pedrinho: Que boneca engraçada!
(Narizinho junta os dois personagens)
Narizinho: Eu vim pelo caminho, pensando numa coisa, e queria contar para vocês.
Emília: Oba! Um agridoce.. digo um segredo.
Narizinho: Não é bem um segredo, é uma idéia que tive.
Pedrinho: Nem sei o que é, mas pode contar comigo.
Narizinho: Então, já que ganhei minha boneca Emília e agora que ela criou vida, eu pensei
em fazer uma festa. Para poder apresentar a Emília para todo mundo.
Pedrinho: Legal! Só assim o papai terá um bom motivo para vir aqui, ele sempre inventa uma
desculpa que está trabalhando muito, mas com uma festa eu tenho certeza que ele vai vir
conhecer a nova membro da família.
Emília: Boa idéia Narizinho! Uma festa para mim! Vamos convidar toda a família do mundo,
todos para ir ao sítio.
Narizinho: Não exagere Emília! Eu preciso da ajuda de vocês para organizar tudo. Eu tenho
certeza que a vovó e a tia Anastásia também irão ajudar. Vamos até o riacho, do outro lado
tem flores lindas para enfeitar o sítio. Vamos?
Pedrinho e Emília: (Empolgados) Vamos!
(Os três personagens saem de cena correndo)

Cena 6 – A Kuka Malvada


Começa a música da Kuka
(Kuka entra aterrorizando – assusta a plateia)
Kuka: (Risada maligna) hmmm.. que dizer então que esta turma de bobalhões, pensam que
vão dar uma grande festa para essa boneca ridícula. Toda retalhada de pano, coisa mais sem
graça.
Kuka: Tenho uma idéia melhor, vou transformar todos eles em pedra. Vou acabar com todos
eles, e vou mostrar quem é que manda aqui na floresta. (Brava) Ora, se querem fazer uma
festa, que façam para mim, afinal, eu sou a rainha Kuka, a mais bela de todas. Eu sou lindona!
Kuka: (vira para a platéia) Morram de inveja da minha beleza! Eu vou seguir esses
moleques e vocês aí (platéia) tratem de não fazer barulho, se não, eu, vou transformar vocês
em fumaça (risada maligna) . Sai sambando (provocativa).
(Entra os três – Emília, Narizinho e Pedrinho).
(Emília senta no chão)
Emília: Eu quero descansar, estou muito cansada, não posso ficar com aparência feia na
minha festa.
Pedrinho: Olha só! Que absurdo! Mal andou e já quer descanso.
Narizinho: Vamos Emília! Vamos continuar, não temos o dia todo não, ou você não quer nos
ajudar com a festa?
Emília: (surpresa) É claro que eu quero, afinal, é a minha oportunidade de mostrar para todo
mundo o meu talento, mas antes eu quero água, preciso cuidar da minha linda pele.
Pedrinho: Vamos tomar água, somente quando chegarmos ao riacho. Mas se ficarmos parado
aqui não vamos chegar nunca.
Narizinho: Isso mesmo! E vamos porque ainda temos uma boa caminhada pela frente.
Pedrinho: É vamos logo.

Cena 7 – Os meninos encontram o Saci


(Saci tampa uma pedra na Emília)
Emília: Ai! Alguma coisa atingiu a minha cabeça.
Pedrinho: Bobagem! Deve ser algum galho.
(Saci tampa uma pedra no Pedrinho)
Pedrinho: UAU! Alguma coisa me acertou.
Narizinho: Ah, mas o que é isso.
Emília: Deve ser um galho qualquer. (Debochada)
(Saci fica rindo)
Pedrinho: Quem quer que seja, é melhor aparecer, se não eu vou usar o meu estilingue.
Música do saci
(Saci sai de trás da árvore com as mãos levantadas)
Emília: Quem é voce?
Pedrinho: É o saci.
Emília: Saci?
Narizinho: Ele fica na floresta escondido fazendo travessura.
Pedrinho: E você queria nos assustar?
Saci: Não, não. Eu não queria assustar ninguém, só estava me divertindo.
Narizinho: Mas a sua diversão nos assustou.
Emília: É, além do mais, quase estragou o meu penteado, meu vestido, minha pele e o meu
rosto lindíssimo.
Saci: Mas quem é essa dai? Eu ein, ela fala pelos cotovelos.
Emília: Pelos cotovelos não, eu falo pela minha boca.
Narizinho: É modo de falar Emília.
Pedrinho: Então só estava brincando?
Saci: É, então eu posso abaixar meus braços?
Pedrinho: Acho que não vou precisar usar o meu estilingue.
Emília: Se eu fosse você não confiava.
Saci: Mas o que vocês estão fazendo aqui na floresta?
Narizinho: Vamos até o riacho pegar flores para a festa da Emília.
Saci: Festa? Para essa boneca tagarela. (risada)
(Emília tenta bater no saci, mas narizinho impede).
Narizinho: Calma Emília!
Saci: Se eu fosse vocês, não iam não, voltava correndo para casa.
Pedrinho: Mas porque?
Saci: Vocês nunca ouviram falar da Kuka?
Emília: Quem é essa tal de Kuka?
Narizinho: É uma bruxa muito malvada, ela gosta de transformar as crianças em pedra ou em
fumaça.
Pedrinho: Não precisam ficar com medo, eu protejo vocês com o meu estilingue.
Saci: (Debocha) não acho uma boa idéia não, oxe, não acho mesmo, a Kuka é muito poderosa
e agora que está perto de dormir, hmm..,
Pedrinho: Como assim?
Saci: a Kuka dorme de 7 em 7 anos, e pelos meus cálculos faltam apenas algumas horas para
ela dormir novamente.
Emília: Já que essa bruxa vai dormir, podemos buscar as flores para fazer a minha linda festa.
Saci: Ai que ta o problema, quando está perto de dormir, ela sai que nem uma louca atrás de
criançinhas, para fazer maldades.
(Saci fareja algo)
Saci: Estou sentindo o cheiro dela por perto.
Pedrinho: Precisamos sair daqui.
Narizinho: Então vamos logo.
Pedrinho: Saci, você vai com a gente?
Saci: Deus que me livre. Eu não quero virar pedra.
(Saem correndo os três juntos e o Saci para outro lado)

Cena 8 – Kuka procura os meninos


(Kuka entra procurando).
Kuka: Mas, onde será que se meteram aqueles moleques e aquela boneca ridícula. Para onde
será que eles foram?
Kuka: (Coloca a mão na barriga) hmmm... ai ai ai, que fome! Eu estou com tanta fome, que
quando eu achá-los, que invés de transformá-los em pedra, prepararei uma bela sopa.
(Risadas)
Kuka: Hmmm ! Já estou com água na boca.
Kuka: (Vira para a platéia) Ei, vocês ai, não viram aquela turma sem graça do sitio? (Espera
resposta) Olha que se vocês estiverem me enrolando, já sabem, eu vou transformar todos
vocês em fumaça.
Kuka: Espere um pouco! Estou sentindo um cheiro insuportável daquele saci, tenho certeza
que ele não está longe.
Kuka: (limpa a voz): Além de linda afinada.
Kuka: (sedutora) Saciiii, sacizinhooo..
(Kuka pega o saci escondido atrás da arvore e agarra a orelha dele)
Kuka: O que é que você está fazendo aqui?
Saci: (chorando) Nada não Kuka, só estava fumando o meu cachimbo, ali quietinho.
Kuka: Por acaso você não viu passar por aqui, duas crianças e uma boneca de pano, você
viu?
Saci: O que?
Kuka: Você está surdo é?
(Aperta mais a orelha do Saci)
Saci: Ai, ai, ai, está machucando. Solta, solta.
Kuka: Fala que eu solto.
Saci: Eles foram para ali, ali.(Ponta para diversas direções).
Kuka: Ali onde? Diz.
Saci: Eles foram para o riacho.
Kuka: Então vamos.
Saci: Mas porque eu tenho que ir?
Kuka: Ora essa. Não me faça tantas perguntas. Você quer que eu te transforme em pedra?
(Saci vai em direção oposta)
Kuka: O seu esquisito. O riacho é para lá. Está tentando me enganar, é? Vai ficar lindo uma
pedra de capu e cachimbo.
(Sai Kuka e Saci)

Cena 9 – A kuka vai te pegar


(Aparece Emília, Narizinho e Pedrinho correndo)
Narizinho: E agora Pedrinho, para aonde nós vamos?
Pedrinho: Eu não sei a kuka é muito esperta.
Narizinho: Vamos Emília, você quer que a Kuka pegue você?
Emília: Sabe de uma coisa, eu não vou ficar fugindo dessa bruxa não, eu duvido que ela tenha
esse poder todo.
Pedrinho: Não podemos ficar aqui.
Narizinho: Pegaremos as flores e iremos logo embora.
Emília: Ai ai, eu quero só vê se está Kuka, terá coragem de enfrentar o estilingue do
Pedrinho.
(Kuka e o Saci aparecem)
Kuka: Ora, ora, quer dizer então, que a bonequinha está me desafiando?
Pedrinho: Saci, o que você está fazendo do lado dessa bruxa?
Saci: Ela me obrigou, fiquei com medo que me transformasse em pedra.
Kuka: (Risada maligna) Até que enfim, vou matar a minha fome, prepararei uma bela sopa, a
lá Pedrinho, a lá narizinho e a lá Emília, com uma pitada de Saci. (Mais risadas)
Emília: Quero ver você me pegar.
Kuka: A sua boneca tagarela, língua de trapo, eu vou transformar você num pano de chão e
vai ser agora.

Cena 10 – Embate final


Começa a música da Kuka
(Kuka corre atrás da Emília e dos demais personagens e pega a Emília)
Narizinho: Ela pegou a Emília e agora?
Pedrinho: Melhor largar ela, porque se não terei que usar o meu estilingue.
Kuka: Ah estou morrendo de medo, vamos ver se você consegue, seu pivete.
Narizinho: Essa não! Saci faça alguma coisa.
Emília: Me solta sua bruxa, feia. Socorro, socorro
Saci: Narizinho cante.
Narizinho: Cantar? Para que saci? Ficou doido.
Saci: Para fazer a Kuka dormir. Vamos cante uma musica de soneca.
Emília: Cante, porque eu não estou mais agüentando o bafo dessa bruxa.
Kuka: (Risada) Que ideia mais ridícula, cantar para me fazer ninar.
Saci, Pedrinho e Emília: Cante logo narizinho.
Narizinho canta a musica de ninar (nana neném que a Kuka já em vem)
Emília: Narizinho, você conseguiu.
Pedrinho: Meus braços, eu não consigo me mover.
Saci: Calma, agora que ela dormiu o feitiço vai embora.
Pedrinho: Estou conseguindo. Estou me mexendo.
Narizinho: Saci, porque você mesmo não cantou?
Saci: Porque a música só faria feito se fosse cantada por uma voz doce, como a sua, logo a
Kuka poderia ouvir, e poderia dormir mais rápido, pois pelos meus cálculos ainda faltava uns
40 minutos.
Pedrinho: É muito tempo, ela teria comido todos nós.
Emília: Agora que essa bruxa bafo de bode foi dormir por um bom tempo, nós podemos
buscar as flores para enfeitar o sítio e fazer a minha linda festa.
Narizinho: Você também está convidado, Saci!
Saci: Vai ter muita comida da Tia Anastasia?
Pedrinho: Com certeza.
Saci: Então eu estou colado.
Emília: Vai ser a melhor festa do mundo!
Narizinho: Vamos convidar todos os nossos amigos da floresta!
Saci: Então vai ser uma bela festa. Eu posso convidar os meus amigos também?
Narizinho: Claro que pode. O que você acha Emília?
Emília: Bom eu queria ser a única estrela da festa. Então eu vou citar as regras a serem
seguidas, porque ninguém poderá aparecer mais do que eu, eu vou querer um palco todo
forrado com um tapete cor de rosa.
Narizinho: Vamos arrumar tudo isso.
Emília: Oba! Então criançadas e professores, vocês estão todos convidados para a minha
linda festa.
Narizinho: Sua festa não, Emília, a festa é de todos nós. Não é mesmo criançada?
Pedrinho: É isso ai, criançada, vocês também não gostariam de participar dessa festa?
Emília: Nossa festa!
(Começa a música do sítio)
FIM.

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