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Prof, Silvio R. Penteado (Eng. Agr. Ms Dr) Email: silviorpenteado@gmail.

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ANEXO 8.2: COMO FAZER OS CALCULOS DE ADUBAÇÃO NO


SISTEMA ORGÂNICO

NESTA LIÇÃO SERÁ ESTUDADO

• Cálculo da adubação no sistema orgânico


• Fatores importantes a serem considerados na
adubação.
• Formulas de adubação para adubos sólidos e líquidos

1. FATORES A SEREM CONSIDERADOS

O sistema orgânico propõem uma nutrição equilibrada das plantas, requerendo


para isso um conhecimento do solo, ambiente e exigências nutricionais das culturas. Para
uma adubação adequada, os seguintes fatores são fundamentais e recomendados:

 Análise do solo: Meio importante para a determinação dos teores de cálcio,


magnésio e potássio no solo e sua correção. Ela deve ser realizada anualmente para
áreas de cultivo intensivo e cada dois anos para culturas perenes.

 Análise foliar : É uma ferramenta muito eficiente na correção da nutrição,


principalmente no acompanhamento dos teores de macro e micronutrientes, para
cultivos perenes e semi-perenes. Deve ser realizada anualmente ou periodicamente
para evitar desequilíbrios nutricionais.

 Conversão dos nutrientes no solo: Cada nutriente tem um tempo de


mineralização, isto é, de tornar-se disponível para as plantas no solo.
É importante considerar estes teores por período no cálculo de adubação.

 Residual do ano anterior: Empregando adubos de lenta liberação de nutrientes,


devemos considerar no cálculo da adubação atual os resíduos da adubação anterior,
que já estão disponíveis no solo, para evitar excessos, que desequilibram as plantas.

 Perdas de nutrientes em cada fonte: Devemos levar em conta ao fazer a


aplicação de adubos orgânicos, a perda que cada tipo pode sofrer em relação às
chuvas, como exemplo o esterco de suínos pode tem perdas acima de 30%

 Características dos adubos orgânicos (umidade e C/N): No cálculo de


adubação, levar em conta as características do material, como o teor de umidade,
pois os teores de nutrientes de cada adubo orgânico está baseado na quantidade de
matéria seca. Os estercos animais possuem de 30 a 70% de umidade, enquanto um
composto orgânico em torno de 40%. Os valores de C/N influenciam na
disponibilidade dos nutrientes, assim valores abaixo de 25 (C/N < 25/1) são
liberados no mesmo ciclo, enquanto aqueles com valores acima de 30 (C/N > 30),
terão parte liberados somente no próximo ciclo.

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 Exigências das plantas, quanto aos nutrientes: Cada espécie vegetal, por sua
origem tem exigências nutricionais (retiram do solo quantidades distintas de
nutrientes) e condições de solo (saturação em base, pH, teores de enxofre, etc), que
devem ser levados em conta na adubação.

 Período de maior demanda de cada nutriente: Há períodos que eles estão


menos disponíveis no solo, como exemplo o N e K no período seco ou de estiagens.
Uma parte do nitrogênio/potássio e o total de fósforo são sempre aplicados no
plantio, para favorecer uma boa germinação e formação do sistema radicular. Outra
parte do nitrogênio/potássio, são aplicados em cobertura, na fase de crescimento das
plantas, para favorecer a fase final de frutificação e produção.

 Outras condições a serem consideradas: A idade ou a fase de crescimento das


plantas; a produtividade esperada ou a carga pendente de frutos, etc.

RESUMO: Fatores importantes no cálculo da adubação


•Análise foliar
•Conversão de cada nutriente no solo.
•Residual do ano anterior
•Condições do solo (estado,textura,irrigação,M.O)
•Perdas de nutrientes em cada fonte
•Características dos adubos orgânicos (umidade e C/N )
•Exigências das plantas, quanto aos nutrientes
•Idade ou a fase de crescimento,produtividade esperada, carga pendente, etc.
• Período de maior demanda de cada nutriente.

2. FORMULAS PARA OS FERTILIZANTES SÓLIDOS

Para a determinação da adubação orgânica, deve-se obter os teores dos


nutrientes presentes no adubo orgânico sólido, que é dado com base na matéria seca, o
teor de matéria seca ou matéria orgânica e o índice de conversão da forma orgânica para a
forma mineral (Tabela). Com estes dados pode-se calcular, dentro de um raciocínio lógico,
a quantidade de fertilizante a ser aplicada. A seguinte fórmula pode ser útil para os
referidos cálculos:

X = ________A_________

B /100 x C /100 x D /100

Sendo: X = Quantidade do fertilizante orgânico sólido aplicado ou a aplicar


(Kg/ha; g/planta): ex: kg de composto orgânico/ha, A = Quantidade do elemento nutriente
(exemplo: potássio ou nitrogênio) a ser aplicado ou a aplicar (Kg/ha; g/planta): ex: kg
N/ha – ver recomendação abaixo ,B =Teor de matéria seca do fertilizante (%): ver tabela
,C =Teor do nutriente na matéria seca (%): ver tabela, D = Índice de conversão (%): ver
tabela abaixo.

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Considerando a baixa disponibilidade normalmente verificada para os fertilizantes


orgânicos e considerando que se deve evitar a aplicação de nutrientes em quantidades
muito superiores às recomendadas, os cálculos devem tomar por base, inicialmente, o
nutriente cuja quantidade será satisfeita com a menor dose.

Tabela 1 - Composição de nutrientes alguns materiais (teor na matéria seca)


MATERIAL Teor de matéria N% P2O5 % K2O %
seca no adubo
Composto orgânico 60 a 70% 1,70 a 2,25 1,2 1 1,6 0,4 a 1,50
Esterco de eqüino 30 a 40% 1,44 1.0 1,19
Esterco de bovino 20 a 80% 1,67 0,68 2,11
Esterco de suíno 20 a 25 % 1,86 1,0 2,23
Esterco de galinha 30 a 70% 2,76 2,07 1,67

3. FORMULA DE CÁLCULOS PARA FERTILIZANTES LÍQUIDOS

Para o caso dos fertilizantes orgânicos líquidos (chorume e vinhaça), a


fórmula passa a ser a seguinte:

X= ____A___

C´ x D /100

Onde:

A = Quantidade do elemento nutriente (exemplo: potássio ou nitrogênio) a ser aplicado ou


a aplicar (Kg/ha; g/planta):

X = Quantidade de fertilizante orgânico líquido aplicada ou a aplicar (m3/ha; litro/hectare


ou porplanta;

C’= Concentração do nutriente no fertilizante (Xg/m3; g/l);

D = Índice de conversão (%). (Tabela 6)

Tabela: Teores de nutrientes de adubos líquidos para o sistema orgânico (g/m³)

MATERIAL N P2O5 K20 Ca Mg S Mn Zn Cu B

Chorume 4,0 4,0 2,5 2,9 1,17 550 24 93 72 35


Vinhaça de 0,8 0,2 6,0 2,45 1,04 1,24 3 5
cana
Mosto de 0,50 0,2 6,0 2,45 1,04 1,24 3 5
Mandioca
Biofertilizante

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ADUBOS DISPONÍVEIS COMO FONTES DE NUTRIENTES

Tabela 1: Teores de nutrientes, contidos nos principais adubos orgânicos(teor na m.s.)

MATERIAL C/N %N % P2O5 % K20 % %


Ca Mg
Torta de mamona 10/1 5,5 1,99 1,44 5,39 0,59
Compostos orgânicos 13 a 18 1,70 a 1,2 a 1,6 0,4 a 1,5 6,0 0,56
2,25
Esterco de bovinos 32/1 0,6 a 1,6 0,68 2,11
Esterco de postura 11/1 2,0 a 1,29 a 1,0 a 5,12 0,47
2,30 2,0 1,70
Cama de frango 12 a 1,5 1,0 0,7
15/1
Esterco de galinha 2,76 2,07 1,67
Esterco de suínos 16/1 0,5 0,3 0,4
Feijão de porco 19/1 2,73 0,57 2,11 2,58 0,40
Mucuna Preta 22/1 2,83 0,61 2,05 1,28 0,31
Palha de café 79/1 1,78 0,14 3,75 0,11 ,13
Húmus de minhoca 11/1 0,76 1,24 1,84 1,18 0,40
Palha de Aveia 72/1 0,60 0,33 1,91
Esterco de eqüinos 18/1 0,5 0,3 0,80
Torta de cana 20/1 2,19 2,32 1,54
Crotalária juncea 26/1 2,01 0,36 2,43 1,43 0,44
Chorume 4,0 4,0 2,5 2,9 1,17
Vinhaça de cana 0,8 0,2 6,0 2,45 1,04
Mosto de Mandioca 0,50 0,2 6,0 2,45 1,04

Tabela 2:Tipos de calcários que poderão ser utilizados na correção de Cálcio e Magnésio
Tipo Teor de CaO Teor de MgO PN PRNT
Calcário Calcítico calcinado 70 % 0,5 % 115 % 115 %
Rocha moída Magnesiano 41% a 45% 07% a 10% 98% a 100% > 90 %
Rocha moída Calcítico 42% a 50% 02% a 4,5% 88 % 87 %

Tabela 3: Teores de nutrientes das principais fontes de fósforo para o sistema orgânico
% % P2O5
MATERIAL P2O5 solúvel %N % % OBSERVAÇÃO
total Acido K20 Mg
Cítrico
Fosfato Natural 23 a 33 4-6 Baixa reatividade
moído
Termofosfato 17 4-6 7% Marca comercial: Yoorin
Hiperfosfato em pó 30 12 Produto natural importado
Farinha de ossos 20 1,5 Usar produto calcinado
Farinha de peixe 6,0 4,0
Torta de cana 2,32 2,19 1,54

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Tabela 4: Principais fontes de potássio para o sistema orgânico


MATERIAL C/N % K20 N P2O5 Ca Mg S OBSERVAÇÃO
Sulfato de potássio 48 15 a Autorização
17%
Sulfato de K e Mg 18 22-24% Autorização
Cinzas de madeira 0,03% (limite de 1.500
kg/ha),
Palha de café 20/1 3,75 1,78 0,14 0,11 0,13
Húmus de minhoca 11/1 1,84 0,76 1,24 1,18 0,40
Esterco de bovinos 32/1 2,11 0,6 a 0,68
1,6
Palha de Aveia 72/1 1,91 0,60 0,33
Esterco de eqüinos 18/1 0,80 0,5 0,3
Crotalária juncea 26/1 2,43 2,01 0,36 1,43 0,44

Tabela: 5: Teores das fontes de boro, cobre, zinco, molibdênio e manganês


disponíveis no mercado

MATERIAL B% Cu % Mn Zn % Mo % Cu % Mg % Observação
Ácido Bórico 17 foliar
Borax 11 solo
Sulfato de cobre 25 solúvel
Sulfato de Manganês 26
Sulfato de Magnésio 9% 12 a 14 de S
Sulfato de zinco 20 solúvel
Molibdato de Amônio 54 inoculação
Molibdato de sódio 39 inoculação
Torta de mamona 0,23
Compostos orgânicos 0,05 0,22
Esterco de postura 0,36 0,20

Tabela 6: TAXAS DE CONVERSÃO DOS NUTRIENTES NO SOLO


Índices de conversão dos nutrientes aplicados na forma orgânica para a forma
mineral, em cultivos sucessivos, considerando a incorporação de fertilizantes orgânicos
no solo.

Nutrientes 1º cultivo % 2º cultivo % 3º cultivo %


Nitrogênio - N 40 30 10
Fósforo - P 50 20 10
Potássio K 100 -- --
Cálcio – Ca 50 20 10
Magnésio – Mg 50 20 10
Enxofre – S 50 20 10

Observação: A conversão dos nutrientes corresponde a um tempo de cultivo


de 100 a 150 dias de um cultivo anual ou ao período de máxima exigência de lavouras
perenes. O tempo de liberação dos nutrientes ocorre no período para materiais com a
relação C/N abaixo de 25.

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CÁLCULO DE ADUBAÇÃO PELO EQUILÍBRIO DE BASES-


PROGRAMA SIMPLIFICADO DE COMPUTADOR PELA ANÁLISE
DE SOLO

NESTA LIÇÃO SERÁ ESTUDADO

• Cálculo simplificado de adubação


• Programa de cálculo pelo computador
• Exemplo de cálculo de adubação pela análise do solo

1. SISTEMA SIMPLIFICADO
Para simplificar o cálculo e recomendação da adubação através da análise do
solo, há um pequeno programa de computador, construído pelo técnico da CATI, Paulo
César Montalvão, faz de maneira simples um cálculo de Equilíbrio de Bases, mostrando
quanto preciso de cada nutriente puro por hectare (kg/ha), de todos os nutrientes, com
exceção do nitrogênio. Para saber quanto devo aplicar do nutriente nitrogênio por hectare,
devo levar em considerar vários fatores, entre os quais: a exigência da cultura, o teor de
matéria orgânico do solo, cultura anterior, recomendações de orgãos oficiais, entre outros.
Para fazer o cálculo neste programa, é preciso colocar os dados da análise de solo
nos quadros abaixo e obter os teores ideais dos nutrientes para cada cultura.

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2. O QUE FAZER COM OS RESULTADOS DO PROGRAMA


Para cálcio e magnésio, o resultado final aparece as carências de óxidos de cálcio
e magnésio em kg, que deveremos utilizar para calcular a necessidade de calcário (kg/há)
Este programa apresenta a quantidade dos elementos puros: potássio, fósforo,
enxofre, boro, ferro, manganês, cobre e zinco, necessária por hectare, de acordo com a
cultura que vamos implantar.
Não temos adubos orgânicos com estas quantidades de elementos puros/ha. O
que mais aproxima disto, são os adubos químicos concentrados, que não devemos utilizar.
Então para sabermos a quantidade de adubos por hectare temos que calcular
quantos quilos de adubos orgânicos precisamos para conter estas quantidades de
nutrientes.

No exemplo abaixo temos:


• Calcário: Necessidade de CaO 1009 Kg/ha , com um calcário calcítico com CaO 50%, MgO
2% e PRNT 85%, temos:
1009/0,5 = 2018 / 0,85 = 2374 Kg/ha de calcário calcítico sendo que ele já está
acrescentando 2374 x 0,02 x 0,85 = 40 Kg/ha de MgO, satisfazendo a necessidade do solo
e planta.

• Potássio: se for colocado cinza + carvão moído, e sulfato de potássio, temos:


67/ 0,03 = 2230 Kg/ha, mas como não é recomendado se colocar mais de 1.500
Kg/ha/ano, então:
2230-1500=730 x 0,03 = 21,9 ainda faltam de K, então faltam 21,9 / 0,42 = 52 Kg/ha de
Sulfato de potássio. A recomendação é 1500 Kg de cinza e carvão + 52 Kg de K2SO4 por
hectare.
Pode ser colocado também pó de rocha, como o Itafértil que tem 6% de K desta forma,
colocar 1116 Kg/ha em área total + um pouco de sulfato de potássio no sulco de plantio.

• O fósforo, colocando-se fosfato natural que tem 6% de P solúvel e 23% de fósforo total,
fazemos:
28/0,06 = 466 Kg/ha em área total

• Micronutrientes:
Boro: necessidade de 1,4 Kg/ha então: 1,4/0,11 = 12,7 Kg/ha de Bórax ou 1,4/0,17 = 8,2
Kg/ha de ácido bórico espalhado em área total junto com o biofertilizante no solo.

Referências:
ABREU JUNIOR, H. et alli. Práticas alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricultura, Campinas, Gráfica Editora
EMOPI, 115pp., 1998.AMBROSANO, J.A. ; ABREU JUNIOR, H; OSTERROHT, von M. & D’ANDREA, P.A. , Processos de Proteção
de plantas: Controle Ecológico de Pragas e Doenças, resumos, vários autores198p. Ed. Agroecológica, Botucatu, SP, 2000.
BETTIOL, W. , Controle de Doenças in II Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgânica, Instituto Biológico, Fundação Cargill,
150p.,1997.CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teoria da Trofobiose; tradução Guazzelli, M.J., Porto
Alegre: L&M, 256p. 1987.MARTINEZ, S.S., O Nim – Azadirachta indica: natureza, usos múltiplos, produção, Instituto
Agronômico do Paraná; Londrina: 142p, 2002.OLIVEIRA, I.P.; SOARES, M.; MOREIRA, J.A.A.; ESTRELA, M.F.C.; DALL’ACQUA,
F.M. PACHECO FILHO, O. & ARAUJO, R.S., Resultados técnicos e econômicos da plaicação de biofertilizante bovino nas
culturas de feijão arroz e trigo. Circular técnica no. 21; EMBRAPA-CNPAF, Goiânia
PRIMAVESI, A.M. , Manejo Ecológico dos solos, 9 ed., São Paulo, Nobel, 1986.
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A. & FURLANI, A.M.C., eds. Recomendações de adubação e calagem para o
estado de São Paulo, 2 ed. Campinas, . Boletim 100.Instituto Agronômico & Fundação IAC, 285pp 1996
SCHMUTTERER, H. The Neem Tree, source of unique products for integrated pest manegement, medicine, industry and other
purposes, Cambridge; Toquio: VCH, 696pp, 1995.ZIMMER, G.F. The biological Farmer, a complete guide to the
sustainable & profitable biological system of farming. Ed. Acres, Texas, USA, 352pp., 2000.

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EXERCÍCIO DE RECOMENDAÇÃO DE CONSTRUÇÃO DA FERTILIDADE DOS


SOLOS COM EQUILÍBRIO DE BASES SEGUNDO WILLIAN ALBRECHT
AUTOR: Helcio de Abreu JuniorEngº. Agrônomo, MSc-Nim do Brasil – MEProf. Fac. Cantareira
SOLICITANTE: Dedo Verde-Propriedade: Faz. Dos Amigos-Município: Correntina - BA Tel/fax:
Cultivo: Milho, e Laranja-AMOSTRA: Resultado da análise de solo. Camada de 0 a 20 cm.

meq/dm3 mg/dm3 mg/dm3 %


Ca 1,70 P 7,1 Fe 35 Matéria 1,9
Orgânica
Mg 0,5 S 6,5 Mn 10
K 0,21 B 0,3 Zn 3
CTC 7,5 Cu 1,2
Para o Milho, consideramos % da C.T.C.: Ca 50%, Mg 10%, K 3,5% e M.O. 2,5%

Calcário:Necessidade de:
CaO (Óxido de Cálcio) - Kg/ha MgO (Óxido de Magnésio) Kg/ha
1146,85 100,91
Características dos Calcários:
Tipos de Calcários % CaO % MgO PRNT (%)
Calcítico calcinado (reativo) 50 2 85
Dolomítico 42 25 131

Recomendação: 1º calcular a necessidade de Magnésio, usando o dolomítico:


Preciso de 100,91 Kg/ha, logo precisarei de 100,91 . 100 / 25 = 403,64 / 1,31 = 308,28 Kg/ha
2º Verificar quanto de CaO está indo com o calcário dolomítico:

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308,28 . 0,42 = 129,38 Kg/ha, desta forma faltam ainda: 1146,85 – 129,38 = 1017,48 Kg/ha
3º Calculamos a necessidade de Calcítico: 1017,48 . 100 / 50 = 2034,96 / 0,85 = 2394 de Calcítico
Recomendação: 308 Kg/ha de dolomítico + 2394 Kg/ha de Calcítico.

Potássio: (K)
Necessidade de K: 41,06 Kg/ha.
Recomendação:
Cinza + carvão moído (3% de K) : 41,06/0,03 = 1368 Kg/ha ou
Sulfato de Potássio (K2SO4, tem 45% de K e 17% de S) : 41,06 / 0,45 = 91,24 Kg/ha; e 91,24 x 17% = 15,51 Kg/ha
de S; ou
Sul-Po-Mag (22% K2O, 11% Mg e 22% S): K= 22 x 0,83 = 18,26% de K, então: 41,06 / 0,1826 =224,8
Nesta quantidade vai junto 224,8 x 11% = 24,7 Kg/ha de Mg e 49,45 Kg/ha de S.
KCL: 55% de K: 74,65 Kg/ha

Fósforo (P): Considerando o teor de fósforo muito baixo 7,1 , tentaremos neste ano elevar p/ 25 ppm
Necessidade: 35,8 Kg/ha de P
Fosfato Natural: (6% de P solúvel, 23% Total): 35,8/ 0,06 = 596 Kg/ha; ou
MAP (Fosfato monoamônio, 21,1% P) = 35,8/0,211 = 169Kg/ha, Vai 11% de N, então 169 x 11% = 18,59 . MAP não
acidifica o solo ; ou
Super Fosfato Simples ( 8,8% de P) = 406 Kg/ha Tem 12% de enxofre, então 406 x 18% = 73,2Kg/ha de S. Tem
reação ácida e se complexa (torna indisponível) com Ca, Fe, Al.

Enxofre (S)
Necessidade: 17 Kg/ha
Se colocar Sul-Po-Mag, estará colocando 49,45 de S, se for Sulfato de K, 15,5 Kg/ha. Este último é melhor e não
excedo a necessidade de S, pois vamos colocar os micronutrientes na forma de sulfato e o que falta de S será
atendido.

Boro (B)
Necessidade: 1,4 Kg/ha
Recomendação: Ulexita (7,5% solúvel e 11,9% total). 1,4/0,075 = 18,6 Kg/ha espalhado em área total, espalhado
junto com o calcário ou pó de rocha. Pode ser ½ antes do plantio e ½ na adubação de cobertura junto com uréia,
sulfato de K. ou;
Bórax (11% de B) = 12,72 Kg/ha ou
Ácido Bórico (17% de B): 8,23 Kg/ha

Cobre (Cu)
Necessidade: 1,6 Kg/ha (elevando para 2ppm)
Recomendação: Colocar 6,6 Kg/ha de sulfato de cobre pentahidratado (24%Cu) no solo, em área total, dividido em 3
vezes junto com biofertilizante. Pode ser pulverizado também calda bordalesa.

Ferro (Fe)
Necessidade: 0 Kg/ha

Manganês (Mn)
Necessidade: 10 Kg/ha (elevando para 15 ppm)
Recomendação: Sulfato de Manganês (25% Mn): 40 Kg/ha espalhado no solo em área total; dividido em 3 vezes. No plantio e
em cobertura junto com outros adubos de solo e/ou pulverizados.

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Zinco (Zn)
Necessidade: 3 Kg/ha (elevando para 4,5 ppm, pois o P ainda está baixo)
Recomendação: 13 Kg/ha de sulfato de zinco heptahidratado (23% Zn), espalhado em área total, dividido em 3
vezes, junto com calcário, pó de rocha e/ou biofertilizante.
A quantidade necessária de micronutrientes é grande, desta forma, recomendamos pulverizar via foliar os
micronutrientes também.

Outros Micronutrientes: Mo, Co, I, Si, etc.


Recomedanção: Colocar 200 gramas/ha de Molibdato de Sódio ou amônia no solo ou tratamento de sementes com
20 g/saco de semente suficiente para plantio de 1 ha.

Colocar também; 100 gramas/ha de Sulfato de Cobalto; 50 g/ha de Iodeto de Potássio ou 50 mL de Iodo 10% e 25
g/ha de Sulfato de Níquel.

Composto Orgânico: tem no solo 1,9% , deseja-se alcançar 2,5%, então: 2,5-1,9 = 0,6 x 2 x 10.000 = 12 t/ha,
espalhado em área total divido em pelo menos 2 vezes. Preferência a adubos organominerais, que são parte
orgânica e parte sais solúveis.
Biofertilizante após dessecação e uso de herbicidas.

Pulverizações com macro e micronutrientes no SOLO (1º cultivo)


Produto Quantidade / ha (100 a 200L)
Cal virgem 5 Kg
Manganês (sulfato de Manganês) 20 Kg
Cobre (sulfato de cobre) 3,3 Kg
Boro (Ácido Bórico) 4,3 Kg
Cobalto (Sulfato de Cobalto) 50 g
Molibdato de sódio 100 g
Iodo (10%) 50 Ml
Sulfato de Níquel 15 g

Pulverizações de macro e micronutrientes nas PLANTAS (milho). Após emergência 1º par de folhas
Produto Quantidade / ha (100 a 200L)
Cal virgem 1 Kg
Manganês (sulfato de Manganês) 2 Kg
Cobre (sulfato de cobre) 0,3 Kg
Boro (Ácido Bórico) 1 Kg
Cobalto (Sulfato de Cobalto) 10 g
Molibdato de sódio 20 g
Silício (Base Sílica 95% SiO2) 0,5 Kg
Biofertilizante 5 L

• Para prevenção de lagarta do cartucho, aplicar após 15 desta, 1 Kg de ácido bórico + 1


Kg de Base Sílica + 2 a 5 L de Biofertiizante.
Pós de rochas
Necessidade: 500 Kg/ha de Itafértil, MB4, Ipirá, basalto bem moído. Pó de rocha fundamental para ativar vida no
solo e fornecer outros micronutrientes. Se conseguir colocar 1000 Kg/ha dividido em 2 vezes, é melhor. Antes do
plantio e após 20 dias de emergência.

Nitrogênio: Adubação de cobertura: 1/3 do K e ½ do N (45 Kg de Uréia) podem ser colocados via cobertura.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS PELA LEI 9.610/98

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