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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE


SEGURANÇA DO TRABALHO

EMIRENI MONTEGUTTI SILVEIRA


TATIANE FÁTIMA PESSOA SOUZA

ESTUDO SOBRE DORES LOMBARES NA ATIVIDADE DE


DIGITADORES – UM ESTUDO DE CASO

CRICIÚMA, ABRIL DE 2007.


1

EMIRENI MONTEGUTTI SILVEIRA


TATIANE FÁTIMA PESSOA SOUZA

ESTUDO SOBRE DORES LOMBARES NA ATIVIDADE DE


DIGITADORES – UM ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada à Diretoria de Pós-


Graduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense - UNESC, para a obtenção do
título de especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Dr. Waldemar Pacheco Júnior

CRICIÚMA, ABRIL DE 2007.


2

EMIRENI MONTEGUTTI SILVEIRA


TATIANE FÁTIMA PESSOA SOUZA

ESTUDO SOBRE DORES LOMBARES NA ATIVIDADE DE


DIGITADORES – UM ESTUDO DE CASO

Criciúma, 27 de abril de 2007.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Profº. Waldemar Pacheco Júnior, Dr. – UFSC - Orientador

_________________________________________________
Profª. Vera Lúcia Duarte do Vallle Pereira, Dra. - UFSC

_________________________________________________
Profª. Simone Teresinha Falchetti Lopes da Costa, M.Sc. - UFSC
3

A todos.

Que conosco conviveram e nos


incentivaram nesta jornada, este momento
que traduz o esforço e o carinho de nossos
entes queridos, lhes é dedicado.
4

A Deus
Se vencermos, Alguém esteve conosco.
Se nada conseguirmos, Ele continua junto de
nós.
Se persistirmos juntos, veremos realmente que
Quem nos fez continuar, sorrirá para nós,
mesmo que Dele, na felicidade, nos tenhamos
esquecido.
5

“Há homens que lutam todos os dias e são


bons. Há homens que lutam todo o ano e
são melhores. Há homens que lutam anos, e
são muito bons. Porém, há aqueles que
lutam toda a vida, esses são
imprescindíveis”.
BERTOLD BRECH
6

RESUMO

Está monografia visa verificar a adequação de mobiliários no posto de trabalho de


digitadores em relação às possíveis dores lombares. Trata-se de um estudo de caso,
com abordagem qualitativa, no qual o posto de trabalho do digitador é inspecionado
através de um check-list elaborado a partir de requisitos da literatura técnica.
Também é utilizado um questionário para verificar se os elementos técnicos
indicados no check-list são adequados ao posto de trabalho de digitadores, aplicado
a uma população de trabalhadores. A partir dos resultados, são efetuadas
recomendações técnicas visando melhorias no posto de trabalho do digitador, com
fins de prevenção de dores lombares.

Palavras-chave: Ergonomia. Dores Lombares.


7

LISTA DE ABREVIATURAS

DORT – Distúrbio Osteomuscular relacionado ao Trabalho


LER – Lesão por esforços repetitivos
NR – Norma Regulamentadora
IEA - Associação Internacional de Ergonomia
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia
8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo da altura da cadeira................................................................23


Figura 2 – Modelo da profundidade da cadeira...................................................23
Figura 3 – Estrutura dos ossos da bacia, mostrando as
tuberosidadesisquiáticas, responsáveis pelo suporte do peso corporal, na
posição sentada ....................................................................................................24
Figura 4 – Modelo de encosto da cadeira............................................................25
Figura 5 – Modelo de apoio para os braços ........................................................25
Figura 6 – Modelo de mesa...................................................................................26
Figura 8 – Modelo de apoio para os pés..............................................................27
Figura 9 – Anatomia da coluna vertebral.............................................................27
Figura 10 – Lordose...............................................................................................30
Figura 11 – Cifose..................................................................................................30
Figura 12 – Escoliose ............................................................................................31
Figura 13 – Itens dos elementos da cadeira à construção dos instrumentos de
pesquisa .................................................................................................................44
Figura 14 – Itens dos elementos da mesa à construção dos instrumentos de
pesquisa .................................................................................................................44
Figura 15 – Itens dos elementos do monitor à construção dos instrumentos de
pesquisa .................................................................................................................45
Figura 16 – Gráfico da distribuição do sexo .......................................................47
Figura 17 – Gráfico da distribuição da faixa etária .............................................48
Figura 18 – Gráfico da distribuição do estado civil ............................................48
Figura 19 – Gráfico da distribuição da formação ...............................................49
Figura 20 – Gráfico da distribuição sobre instrução de ajuste da cadeira.......50
Figura 21 – Gráfico da distribuição sobre o revestimento do assento.............51
Figura 22 – Gráfico da distribuição sobre a linha de visão ...............................52
Figura 23 – Gráfico da distribuição sobre o ajuste da cadeira x altura monitor
................................................................................................................................52
Figura 24 – Gráfico da distribuição sobre a altura e posição do monitor ........53
Figura 25 – Gráfico da distribuição sobre a borda da mesa ..............................53
Figura 26 – Gráfico da distribuição sobre o espaço sob a mesa ......................54
9

Figura 27 – Gráfico da distribuição sobre mudança de postura .......................55


Figura 28 – Gráfico da distribuição sobre pausas..............................................55
Figura 29 – Gráfico da distribuição sobre o ajuste ao posto de trabalho ........56
Figura 30 – Gráfico da distribuição sobre instruções sobre postura ...............56
Figura 31 – Gráfico da distribuição da fadiga/cansaço......................................57
Figura 32 – Gráfico quanto ao início da fadiga/cansaço....................................57
Figura 33 – Gráfico da distribuição da dor lombar durante a jornada de trabalho
................................................................................................................................58
Figura 34 – Gráfico da distribuição da dor lombar fora do local de trabalho ..58
Figura 35 – Gráfico da distribuição da dor lombar x mobiliário ........................59
Figura 36 – Gráfico da distribuição da dor lombar x ajuste do mobiliário .......60
10

SUMÁRIO

1 BASES DA PESQUISA........................................................................................12
1.1 Introdução ........................................................................................................12
1.2 Tema .................................................................................................................13
1.3 Fenômeno de sua contextualização ..............................................................13
1.3.1 Declaração do fenômeno .............................................................................13
1.3.2 Contextualização do fenômeno...................................................................15
1.4 Problemática ....................................................................................................15
1.5 Objetivos ..........................................................................................................15
1.5.1 Objetivo geral................................................................................................15
1.5.2 Objetivos específicos...................................................................................15
1.6 Metodologia .....................................................................................................15
1.7 Relevância a engenharia de segurança do trabalho ....................................16
1.8 Limitações ........................................................................................................17
1.9 Estrutura da monografia .................................................................................18
2 REVISÃO DA LITERATURA ...............................................................................19
2.1 Ergonomia........................................................................................................19
2.1.1 Histórico ........................................................................................................19
2.1.2 Conceitos e objetivos...................................................................................20
2.2 O ambiente de trabalho dos digitadores .......................................................21
2.2.1 Cadeira ..........................................................................................................22
2.2.2 Mesa...............................................................................................................25
2.2.3 Monitor ..........................................................................................................26
2.2.4 Apoio para os pés.........................................................................................27
2.3 A coluna vertebral ...........................................................................................28
2.4 Causas de problemas no posto de trabalho relacionados à saúde dos
digitadores .............................................................................................................31
2.4.1 Lombalgia......................................................................................................31
2.4.2 LER/DORT .....................................................................................................32
2.5 Causas de dores lombares nos digitadores no seu posto de trabalho ......33
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................35
3.1 Caracterização da empresa ............................................................................35
11

3.2 Caracterização dos trabalhadores .................................................................35


3.3 Critérios técnicos para elaboração dos instrumentos de pesquisa ...........36
3.4 Definição da população ..................................................................................37
3.5 Critérios de aplicação dos instrumentos de pesquisa.................................37
3.6 Critérios de avaliação dos instrumentos de pesquisa .................................38
4 RESULTADOS .....................................................................................................39
4.1 Os elementos do mobiliário e as dores lombares ........................................39
4.1.1 Cadeira ..........................................................................................................39
4.1.2 Apoio para os pés.........................................................................................41
4.1.3 Mesa...............................................................................................................41
4.1.4 Altura do monitor..........................................................................................41
4.1.5 Combinação dos elementos de mobiliário .................................................41
4.2 Itens de elaboração dos instrumentos ..........................................................43
4.3 Resultado do check-list ..................................................................................46
4.4 Resultado do questionário .............................................................................47
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................................................61
5.1 Análise dos resultados do check list.............................................................61
5.2 Analise dos resultados do questionário........................................................62
5.3 Cruzamento dos dados dos instrumentos (check list X questionário).......66
5.4 Considerações finais do capítulo...................................................................67
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..............................................................70
REFERÊNCIAS .......................................................................................................72
APÊNDICES............................................................................................................74
12

1 BASES DA PESQUISA

1.1 Introdução

O início da utilização da informática em larga escala no Brasil remonta à


década de 70. Desde então, um crescente contingente de trabalhadores vincula-se a
essa atividade profissional cujas repercussões sobre a segurança e saúde
constituem ainda um campo de estudos relativamente pouco explorado.
O ambiente de trabalho dos analistas de sistema é o objeto do presente
estudo, para fins de verificar o impacto das condições de trabalho quanto ao
mobiliário sobre a saúde dessa categoria. Isto se constitui numa dinâmica
necessária, uma vez que a área de informática incorpora novas tecnologias de modo
rápido, dinâmico e ininterruptamente.
Da mesma forma, a evolução da informática representa constantes
desafios aos próprios profissionais da área, cujo trabalho consiste em transformar,
de forma contínua, linguagens anteriormente desenvolvidas em outras mais atuais e,
também, modificar operações antes realizadas manual ou mecanicamente em
sistemas informatizados. Tudo isto sob intensas modificações e exigências do
processo de organização do trabalho.
O estudo de caso é referido a uma das maiores indústrias de softwares do
sul de Santa Catarina que, no presente trabalho, terá denominação simples pelo
termo “Empresa”, para que suas particularidades sejam resguardadas em termos de
propriedades legais e intelectuais.
O trabalho tem como proposta efetuar uma avaliação das condições de
trabalho oferecidas por uma empresa do segmento de informática. A empresa
apresenta um quadro de funcionários com 60 pessoas, sendo que dentre estes, 23
são responsáveis pelo desenvolvimento de softwares, e os demais pelo suporte
técnico dos softwares e pelo segmento administrativo.
A avaliação efetuada é quanto à existência de fatores ergonômicos do
mobiliário que compõe o posto de trabalho dos analistas que possam se constituir
em potenciais elementos a problemas relacionados à saúde dos digitadores, de
forma mais específica às dores lombares.
Segundo Eccles & Daves (1971 apud TAUBE, 2002) alguns fatores como
13

posição, repetição, e ferramentas são importantes nas abordagens ergonômicas, já


que o incorreto posicionamento leva à tensão muscular, incluindo-se na região
lombar.
Sendo assim, importante destacar a necessidade da abordagem de
inspeção de elementos do mobiliário que possa se constituir em possíveis fatores a
problemas osteomusculares em diferentes ambientes de trabalho, para identificar
suas causas e propor medidas corretivas e preventivas. Neste contexto é que a
Ergonomia, como área da ciência, tem papel importante na análise e solução de
problemas relacionados aos aspectos do trabalho.

1.2 Tema

Segurança e saúde dos digitadores.

1.3 Fenômeno de sua contextualização

1.3.1 Declaração do fenômeno

Dores lombares relacionadas ao trabalho de digitadores.

1.3.2 Contextualização do fenômeno

Santa Catarina tem-se destacado por ser um pólo de sistemas de


computadores (softwares), pólo este que cresce exponencialmente a cada ano,
gerando assim uma necessidade muito grande de mão de obra qualificada neste
setor.
Com a rápida expansão, o crescimento no quadro de funcionários acaba
acontecendo rapidamente e as empresas invariavelmente acabam por não
oportunizar adequado espaço físico, exigindo um fenômeno de ter-se um número
cada vez maior de funcionários por metro quadrado no espaço físico das empresas.
Ocorre, então, o comum esquecimento da necessidade de um bom ambiente para
que o funcionário exerça a sua função, negligência que invariavelmente faz com que
surjam problemas de saúde, pois pessoas que trabalham com digitação se tornam
mais vulneráveis aos problemas relacionados à falta de adequação nos postos de
14

trabalho, não bastasse o estresse por produção. E este, por sua vez, se constitui em
complicador, pois os profissionais de desenvolvimento de softwares dedicam muito
tempo projetando os sistemas e esquecendo dos princípios da boa postura no posto
de trabalho por estarem concentrados na atividade.
Um trabalho de qualidade começa pelo bem estar das pessoas envolvidas,
ainda mais em empresas do segmento de software, pois o maior bem da empresa é
o seu capital intelectual. As pessoas que trabalham neste segmento precisam estar
bem psicológica e fisicamente para que o trabalho tenha o resultado esperado.
Alguns cuidados são importantes para uma boa postura, a qual está relacionada ao
comportamento da pessoa e as condições do mobiliário por ela usado. Estes
cuidados precisam ser destacados em todo o processo produtivo, para que mais
tarde não venham a afetar a saúde do trabalhador e o rendimento esperado pela
empresa.
Antes da chegada dos computadores em locais de trabalho, problemas de
coluna e dores musculares eram mais comuns em pessoas que carregavam muito
peso ou que trabalhavam em atividades repetitivas em empresas de produção serial,
onde cada funcionário exercia apenas uma função.
Porém, com a recente expansão de pessoas que trabalham a maior parte
da jornada de trabalho em frente a um computador, alguns males acabaram por se
tornar bastantes conhecidos entre essas pessoas: LER, DORT, tendinites,
problemas de coluna, dores musculares, entre outras.
A globalização e a necessidade que as empresas têm de não ficarem
defasadas com a conseqüente perda de mercado, por se tratar de um mercado
muito competitivo, trouxe um fenômeno bastante preocupante e desafiador: aliar
adequação ao posto de trabalho com a produtividade, sem causar fadiga, dores ou
problemas futuros na saúde do trabalhador. As empresas têm noção deste
fenômeno e há alguma preocupação, porque é inevitável que possa existir perda de
produtividade, quando não de afastamento de trabalhadores de elevada capacitação
intelectual, nem sempre substituído num curto prazo. E este tipo de preocupação é
tratado na aquisição de mobiliário que o mercado oferece como adequado, porém,
não necessariamente solucionando o problema, pois nem sempre o espaço físico
possibilita que as máquinas e equipamentos sejam ajustados ao imperativo de
adequação, o que pode resultar em dores lombares, queixa comum nos
trabalhadores do segmento da empresa em estudo.
15

1.4 Problemática

Quais os fatores do ambiente de trabalho quanto à adequação de


mobiliário que contribuem para o desenvolvimento de dores lombares a digitadores?

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo geral

Verificar os fatores do ambiente de trabalho quanto à adequação de


mobiliário que contribuem para o desenvolvimento de dores lombares em
digitadores.

1.5.2 Objetivos específicos

a) Identificar, na literatura técnica, as doenças que podem estar


relacionadas na atividade dos digitadores.
b) Relacionar, através do cruzamento de dados fornecidos pelos
trabalhadores e os da leitura técnica, as causas das dores lombares em trabalhos de
digitadores.

1.6 Metodologia

O objeto de estudo é de avaliar o processo das possíveis causas que


possam estar ocasionando dor lombar em digitadores, com levantamento técnico de
dados relativos a este fenômeno através da literatura e, posteriormente, avaliando o
mesmo em uma empresa de desenvolvimento de software. Em razão deste foco, as
características metodológicas da pesquisa são as seguintes:
a. Base Filosófica: Estruturalismo, uma vez que estuda o processo que
possa ocasionar dores lombares aos digitadores;
b. Caracterização:
• Exploratória, uma vez que se trata de uma investigação para
conhecerem-se as causas potenciais do processo na ocorrência de dores lombares;
• Qualitativa, tendo em vista o estudo não ter como foco a comprovação
16

das relações entre os elementos envolvidos à ocorrência de dores lombares, porém,


identificá-las; e,
• Estudo de Caso, por tratar-se da investigação ser realizada tão
somente em uma única empresa, com suas especificidades e particularidades.
c. Métodos:
• Dedutivo, pelo fato da investigação ser conduzida a partir dos critérios
técnicos da literatura especializada e aplicada numa empresa específica, ou seja, do
conhecimento geral visa-se o conhecimento específico; e,
• Descritivo, por haver preocupação com a descrição dos elementos do
processo que possam ocasionar dores lombares.
d. Técnicas:
• Levantamento Bibliográfico: realizar levantamento técnico-literário
acerca das possíveis inadequações dos postos de trabalho de digitadores em
relação à ocorrência de dores lombares;
• Observação: verificar as inadequações dos postos de trabalho de
digitadores relatadas na literatura técnica quanto ao desenvolvimento de dores
lombares;
• Elaboração e Aplicação de Check-list: registrar as observações sobre
as inadequações dos postos de trabalho de digitadores relatadas na literatura
técnica quanto ao desenvolvimento de dores lombares; e,
• Elaboração e Aplicação de Questionário nos Trabalhadores: confirmar
os dados referentes aos registros das observações sobre as inadequações dos
postos de trabalho de digitadores relatadas na literatura técnica quanto ao
desenvolvimento de dores lombares.

1.7 Relevância a engenharia de segurança do trabalho

Souza (1994 apud MEDEIROS NETO; SILVA, 2004) diz que a tecnologia
é um fator muito importante para o desenvolvimento da economia, mas sem a
intervenção da ergonomia, este fator poderá estar prejudicando a eficácia desse
desenvolvimento.
Com a propagação dos computadores, surgiu a preocupação com o posto
de trabalho dos digitadores, avaliando aspectos individuais das atividades de
trabalho e disposição de máquinas e equipamentos, sendo que todos os elementos,
17

em conjunto, poderão se tornar um ambiente inadequado.


A função de digitador é propensa ao aparecimento de dores lombares
devido ao longo período na mesma posição sentada, ou seja, postura
ergonomicamente incorreta o que implica na saúde do mesmo.
A monotonia e a repetição das atividades, mobiliário e equipamentos
inadequados, deficiência de pausas, a pressão indevida de tempo, as situações de
sobrecargas, implica em riscos variáveis à saúde dos digitadores.
Nota-se também, que em conseqüência ao desenvolvimento sócio-
econômico, das exigências desenfreadas cada vez maiores e da competitividade,
cresce ainda mais a necessidade de melhorias das condições de trabalho,
articulando tais melhorias oferecendo eficientes condições de segurança e saúde.
A empresa que trabalha com o setor de informatização é contemplada
com muitos benefícios quando busca a participação da engenharia de segurança do
trabalho na sua organização, pois consiste nas ações preventivas e corretivas com
ênfase em obtermos um maior e melhor ligamento entre os trabalhadores e a
empresa. Essa ligação do trabalhador à empresa vem intervir diretamente no
ambiente e nas condições organizacionais do trabalho, buscando principalmente
preservar a saúde dos trabalhadores, gerando benefício à empresa e a sociedade.

1.8 Limitações

Esta pesquisa refere-se ao estudo de avaliação ergonômica no posto de


trabalho dos analistas de sistema/programadores de uma empresa de software da
cidade de Criciúma (SC), apresentando as seguintes limitações:
1. Tão somente foca-se na questão da disposição de máquinas,
equipamentos e mobiliário poder ocasionar dor lombar, não avaliando o posto de
trabalho com base na antropometria.
2. Limita-se também a instrumentos de pesquisa, check-list e
questionário, elaborados com base na literatura técnica e com foco voltado a
identificar possíveis dores lombares e suas causas, a partir da observação das
pesquisadoras e respostas dos trabalhadores a estas questões; e,
3. Estudo restrito a um único setor da empresa, tendo uma população de
apenas 23 pessoas que trabalham no mesmo setor, portanto, não é considerada
significativa à generalização dos resultados.
18

4. O estudo é restrito à atividade dos analistas de sistema/programadores


desta empresa e denominarar-se-á digitadores, em função da atividade de digitação
que também realizam.

1.9 Estrutura da monografia

A presente monografia apresenta cinco capítulos, onde mostra o estudo


sobre o desenvolvimento e causas de dores lombares presente na atividade dos
digitadores de uma empresa que desenvolve softwares de gestão.
O capítulo I apresenta a introdução, tema, fenômeno da contextualização,
a problemática, os objetivos, a metodologia, a relevância a engenharia de segurança
do trabalho e as limitações deste trabalho.
O capítulo II contém a revisão da literatura estudada para elaboração e
desenvolvimento do trabalho sobre a influência do mobiliário no ambiente de
trabalho dos digitadores.
Apresenta-se no capítulo III os procedimentos metodológicos, abordando a
caracterização da empresa estudada e de seus respectivos trabalhadores, definindo
a população, critérios técnicos para elaboração do check list e questionário que
servirão como instrumentos de pesquisa.
Já o capítulo IV, mostra os resultados obtidos com a pesquisa realizada no
capítulo V é feito à análise dos resultados dos instrumentos de pesquisa aplicados, a
conclusão e as recomendações.

2 REVISÃO DA LITERATURA
19

2.1 Ergonomia

2.1.1 Histórico

Segundo Iida (1990) a preocupação em adaptar objetos artificiais e


ambiente natural ao homem, já vem desde o primeiro homem pré–histórico, que já
escolhia uma pedra em que se adaptava melhor em suas mão, para usá-la como
arma.
Pesquisas na área de fisiologia começaram a surgir por volta de 1900,
onde com a criação do Instituto Rei Guilherme, fundado por Max Ruber, contribuiu
com o avanço da fisiologia do trabalho, tendo sido desenvolvido metodologias e
instrumentos de medida sobre os gastos energéticos na trabalho.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1917) foi criada a Comissão de
Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, formada por fisiologistas e
psicólogos com intuito de colaborarem no esforço de aumentar a produção de
armamentos. Ao fim da guerra a comissão se tornou Instituto de Pesquisa da Fadiga
Industrial, realizando diversas pesquisas sobre o problema de fadiga na indústria.
(IIDA, 1990).
De acordo do Santos (2000 apud COUTO, 2005), o Instituto de Pesquisa
da Fadiga Industrial passou a ser chamado de Instituto de Pesquisa sobre Saúde no
Trabalho, pois o campo de atuação e a abrangência das pesquisas em ergonomia
se estenderam a partir de 1929 e pesquisas foram realizadas sobre as posturas no
trabalho e suas conseqüências, esforço físico e carga manual, condições
ambientais, desempenho das atividades dos trabalhadores e sua saúde.
Com o emprego dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia,
unidas ao estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, ambiente e
equipamento, passa a existir então a ergonomia clássica.
Devido às exigências de habilidades acima da capacidade e em condições
desfavoráveis e tensas em campos de batalha, durante a Segunda Guerra Mundial
(1939 a 1945), os operadores de instrumentos bélicos de alta tecnologia e de
concepção complexa sofriam freqüentes acidentes. Falha e insuficiência de seleção
e treinamento, inúmeros e significativos problemas surgiram devido à falta de
20

adequação dos equipamentos, instrumentos e painéis de operação.


Surgi ai, a primeira aplicação prática da ergonomia na concepção de
projetos de posto de trabalho. Médicos, fisiologistas, engenheiros e psicólogos
uniram-se para adaptar as novas tecnologias às necessidades operacionais,
características físicas, psíquicas e cognitivas humanas, tendo como objetivo, elevar
a eficiência combativa e a segurança dos combatentes.
Em 1950, em uma reunião de pesquisadores e cientistas interessados em
discutir e formalizar a existência desse ramo de aplicação interdisciplinar da ciência
foi proposto o neologismo “Ergonomia”, originado dos termos gregos ergon
(trabalho) e nomos (normas, regras, leis). (IIDA, 1990).
A Ergonomia começou a se expandir em outras áreas industriais, a partir
da fundação da Sociedade de Ergonomia, a Ergonomics Research Society, na
década de 50, na Inglaterra.
Com a expansão do estudo da ergonomia, na Europa foi criada a
Associação Internacional de Ergonomia, a IEA. Segundo Bittes (2003 apud COUTO,
2005), na década de 60 a ergonomia começou a ser inserida no Brasil, na
Universidade de São Paulo pelo professor Sergio Penna Hhel. E fundou-se a
Associação Brasileira de Ergonomia, ABERGO, em 31 de agosto de 1983.

2.1.2 Conceitos e objetivos

Iida (1990, p. 1) diz que: ”[...] a ergonomia parte do conhecimento do


homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o às capacidades e limitações
humanas”.
Para Couto (1995, p. 11) o conceito de ergonomia é: “[...] um conjunto de
ciências e tecnologias que procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser
humano e seu trabalho, basicamente procurando adaptar as condições de trabalho
às características do ser humano”.
Os objetivos práticos da ergonomia para Iida (1990, p. 02) são:

[...] segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu


21

relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência virá com o resultado.


Em geral, não se aceita colocar a eficiência como sendo o objetivo principal
da ergonomia, porque ela, isoladamente, poderia significar sacrifício e
sofrimento dos trabalhadores e isso é inaceitável, porque a ergonomia visa,
em primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador.

Para Grandjean (1998) a ergonomia é definida de uma forma abreviada


como sendo a ciência da configuração de trabalho adaptada ao homem. Diz ainda
que a ergonomia ainda tem seu foco no desenvolvimento de bases científicas para a
adequação das condições de trabalho de acordo com a capacidade e realidade de
cada pessoa em seu posto de trabalho.
Com a meta de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no
trabalho, a ergonomia se consagra ao projeto de equipamentos, máquinas, tarefas e
sistemas, tudo isso visando à adequação do homem ao seu posto de trabalho.
Essa trajetória é feita estudando vários fatores tais como: ambientais
(ruídos, vibrações, iluminação, clima, agentes químicos...), de informação
(informações captadas pela visão, audição ou outros sentidos), a postura e os
movimentos corporais (em pé, sentado, empurrando, puxando ou levantando
pesos...), cargos e tarefas.
Para Federighi (1998 apud COUTO, 2005) a ergonomia contemporânea
busca a humanização do trabalho, conseguindo de acordo com as características
psicológicas dos trabalhadores a adaptação das condições laborais, possibilitando
eficiência no cumprimento da atividade. A ergonomia para alcançar esse desígnio,
fundamenta-se em informática, administração, desenho industrial, biomecânica,
antropometria, engenharia, sociologia, psicologia, fisiologia e anatomia.

2.2 O ambiente de trabalho dos digitadores

A informática foi inserida nas organizações para atender a necessidade


agilidade, integração e efetuar um controle sobre as atividades,
Serão estudados alguns fatores que contribuem para o surgimento de
doenças ocupacionais sofridas pelos digitadores, enfatizando as causas de dores
lombares, não deixando claro que nem por isso os outros fatores são menos
importantes.
Sobre a modernização, Soares (1999 apud COUTO, 2005, p. 22) diz que:
É indispensável salientar que, apesar de as máquinas trazerem em si
22

a característica comum de diminuir o esforço humano na execução do


trabalho e estabelecer um considerável aumento de produção, elas
não garantem o bem-estar social, que só é conseguido com a efetiva
participação dos diferentes setores da sociedade na discussão sobre
as formas de distribuição das riquezas produzidas por sua utilização.

O ambiente de trabalho dos digitadores é formado por alguns elementos


que precisam ser adequados individualmente para que cada pessoa possa exercer
sua atividade com conforto e segurança.
A NR 17 preconiza que quando o trabalho puder ser executado na posição
sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição (NR
17.3.1).

2.2.1 Cadeira

a) Cadeira Giratória
Quando o posto de trabalho do digitador for semicircular ou perpendicular
à cadeira deverá ser giratória e havendo necessidade de mobilidade deve haver
rodízios adequados.
Dul e Weerdmeester (1991, p.26) dizem sobre a cadeira giratória: “A
cadeira pode ser giratória. Isso reduz a necessidade de torcer o tronco e permite
maiores variações na postura, prevenindo a fadiga.”
Portanto, a cadeira giratória auxilia o digitador na realização de suas
tarefas e movimentação no seu posto de trabalho, evitando possíveis torções do
tronco.
A cadeira giratória ideal deve ter cinco apoios para garantir maior
estabilidade.

b) Borda do Assento
A borda do assento, que fica sob a parte inferior da coxa do digitador,
deve ser de forma arredondada evitando prejudicar o retorno da circulação por
possíveis pressões nessa região. (Ergonomia, 2006)

Para a garantia de maior conforto e adequação as cadeiras dos


digitadores precisam ter recursos para efetuar ajustes como:
23

c) Altura do assento

A altura do assento, segundo Dul e Weerdmeester (1991, p.26) pode ser


considerada boa quando a coxa fica bem apoiada no assento, sem que a parte
inferior não fique em contato com as bordas do assento e os pés fiquem apoiados no
chão, segundo extremamente fatigante quando os pés ficam em balanço.
A disponibilidade de ajuste na altura do assento permite ao digitador
adequar a cadeira a sua medida, mantendo os pés firmas no chão para não
sobrecarregar o peso do seu corpo sobre a coluna. A Figura 1, abaixo é um modelo
de cadeira com ajuste na altura do assento.

Figura 1 – Modelo da altura da cadeira


Fonte: MOVIMENTO, 2006.

d) Profundidade do assento

A Figura 2 mostra uma cadeira que permite regular de acordo com o


tamanho de pernas e nádegas de cada digitador.

Figura 2 – Modelo da profundidade da cadeira


Fonte: MOVIMENTO, 2006.

e) Revestimento do assento
24

Segundo Iida (1990), na posição sentada o contato do corpo com assento


é efetuado através de dois ossos situados na bacia, conforme Figura 3. Esses ossos
são chamados de tuberosidades isquiáticas e são cobertos por uma fina camada de
tecido muscular e uma pele grossa que suporta 75% do peso total do corpo sentado.
Portanto, uma leve camada de estofamento mostra-se mais benéfica, pois reduz a
pressão exercida nesse ponto e aumenta a área de contato, não prejudicando a
postura.
O material utilizado para revestir o assento da cadeira deve ser de material
apropriado que impeça a transpiração do corpo, como por exemplo, o algodão.

Figura 3 – Estrutura dos ossos da bacia, mostrando as tuberosidades


isquiáticas, responsáveis pelo suporte do peso corporal, na posição sentada.
Fonte: IIDA,1990, p.140.

f) Altura do encosto
A altura do encosto das cadeiras dos digitadores tem grande importância
na adequação do digitador no seu posto de trabalho, onde a coluna lombar
necessita ficar na altura ideal de encaixe com a cadeira proporcionando apoio para a
região lombar. A Figura 4 mostra um modelo de cadeira com encosto regulável.
Sobre a altura do encosto, Iida (1990, p.163) diz que:

Um encosto com inclinação regulável entre 90º e 120º. Observou-se


também que as cadeiras tradicionais, em geral, têm encostos muito
pequenos, não sendo adequadas, por não permitirem uma postura mais
relaxada, descarregando o peso das costas sobre o encosto. [...]

Para Grandjean, (1998), uma das regras para a concepção de cadeiras de


25

escritório é que o encosto deve ter uma inclinação graduável, podendo ser fixada na
posição mais adequada.

Figura 4 – Modelo de encosto da cadeira


Fonte: MOVIMENTO, 2006.

g) Apoio dos braços


O apoio para os braços deve ser curto, para que o digitador possa se
aproximar da mesa. Segundo Dul e Weerdmeester 1995, os braços da cadeira,
ajudam a suportar o peso do tronco e dos braços dando apoio também na hora de
se levantar.
A Figura 5 mostra a cadeira com braços adequados.

Figura 5 – Modelo de apoio para os braços


Fonte: MOVIMENTO, 2006.

2.2.2 Mesa

O ideal é termos uma superfície de altura regulável para que cada


digitador possa adequar ao seu tamanho.
26

Segundo Dul e Weerdmeester, (1995, p.28) “[...] a superfície do trabalho


deve ficar na altura do cotovelo da pessoa sentada, de modo que o antebraço
trabalhe paralelo à superfície”.
Segundo Brandimiller (1997 apud TERSARIOLLI, 2005) a mesa para
oferecer conforto no trabalho precisa ter boa profundidade, largura e altura, alem do
espaço sob ela. Atendendo-se aos critérios citados o digitador terá espaço
adequado para dispor máquinas e equipamentos, mantendo distância da visão no
monitor e terá mais movimentação das pernas sob a mesa, sem que os joelhos
fiquem batendo na mesa.
Segundo Dul e Weerdmeester (1991, p.31) o espaço sob a mesa é
importante para que as pernas fiquem bem acomodadas, permitindo assim um
postura adequada, sem que o corpo fique inclinado para a frente.
A mesa deve ter superfície com bordas arredondadas proporcionando
conforto ao digitador.
Todos os acessórios que precisam ser utilizados pelo digitador, devem
estar em seu alcance sem na necessidade de efetuar torções na coluna vertebral.
A Figura 6 mostra mesa com altura regulável, ideal para a atividade do
digitador.

Figura 6 – Modelo de mesa


Fonte: ESTAÇÃO DE TRABALHO ERGONÔMICO COM MANIVELA, 2007.

2.2.3 Monitor

A linha normal de visão norteia a adequação do digitador


em frente ao monitor.
27

A linha normal de visão é determinada pelo movimento da pupila e pela a


inclinação da nuca e da cabeça. Quando uma pessoa está descontraída e olha para
frente sem fixar nenhum objeto, tem-se a linha normal de visão. A movimentação do
olho de 15º acima e abaixo da linha normal de visão proporciona visão confortável e
sem esforço. (GRANDJEAN, 1998)
Hoje, especialistas aceitam que a linha normal de visão situa-se 10º a 15º
abaixo de uma linha horizontal. (GRANDJEAN, 1998)
A Figura 7 mostra a linha normal de visão com os ângulos propostos.

A linha de visão preferencial está entre 10º e 15º abaixo da correspondente


linha horizontal, isto é corresponde bem à posição preferencial da cabeça
(isto é, ângulo de visão) dos operadores de terminais de vídeo que devem
orientar sua visão para o monitor. (GRANDJEAN, 1998, p. 54).

Figura 7 – A Linha Normal da Visão


Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 54.

2.2.4 Apoio para os pés

O apoio para os pés deve ser utilizado sempre quando na adequação da


altura da mesa com a altura do assento, as pernas do digitar não encostam ao chão.
Segundo Dul e Weerdmeester (1991, p. 29) o apoio para os pés facilita a
mudança de postura, diminuindo a fadiga no decorrer da atividade. A Figura 8
mostra modelo de apoio para os pés bem como a sua utilização no posto de
trabalho.
O apoio precisa acomodar os dois pés, e ter altura regulável.
28

Figura 8 – Modelo de apoio para os pés


Fonte: ERGONOMIA, 2007.

2.3 A coluna vertebral

A coluna vertebral permite que se obtenha a estruturação do corpo


humano de modo que se tenha rigidez suficiente para permanecer em pé ao mesmo
tempo em que é necessária flexibilidade para os movimentos de rotação e
articulação dos membros como a cabeça, tórax e abdomen.
Além de ligar os outros membros, a coluna vertebral também tem a função
de proteger alguns órgãos internos como víceras e principalmente a medula
espinhal, que é a responsável pela perfeita mobilidade de todas as partes do corpo.
Ela trabalha em conjunto com a pélvis e a musculatura para que se
consiga uma postura ereta e saudável dando ainda sustentação, movimentação e
apoio ao corpo. Caso um dos três não funcione corretamente, haverá desequilíbrio
afetando assim algum movimento.
A coluna vertebral possui regiões diferenciadas: Cervical, dorsal ou
torácica, lombar, sacra e coccígea, formando 33 ossos chamados de vértebras.
Em sua dissertação, Taube (2002 apud TERSARIOLLI, 2005, p. 52)
discorre sobre a biomecânica da coluna vertebral como:

[...] constituída por 33 vértebras empilhadas umas sobre as outras


compondo uma estrutura que se apresenta subdividida sendo: 7 vértebras
cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coxígenas; com
a junção de toda esta divisão a coluna apresentará algumas curvaturas [...].

A região de maior mobilidade é a cervical e forma o esqueleto do


pescoço. A rotação do pescoço juntamente com o movimento dos olhos, permite que
se visualize o ambiente ao redor em uma volta completa sem, no entanto girar os
ombros. São em número de sete vértebras e recebem o nome de atlas, axis, terceira
cervical, quarta cervical, quinta cervical, sexta cervical e proeminente,
29

respectivamente.
Na região dorsal encontramos 12 vértebras formando a caixa torácica
compondo 24 costelas que envolvem o coração e pulmões impedindo que estes
sejam comprimidos.
Cinco vértebras constituem a região lombar da coluna vertebral e por
apresentarem mobilidade garantem a flexibilidade e torção para o corpo. Esta região
suporta o peso da parte superior do corpo e por isso é mais robusta que suas
precedentes.
A bacia ou pélvis é formada por cinco ossos que constituem o sacro. É
uma região muito rígida e permite que suporte durante as caminhadas ou corridas
grandes impactos sem vibrações ou mesmo rompimentos.
Na parte final da coluna encontramos três ou quatro vértebras que
formam a região coccígea. Num geral, ela forma a cauda dos animais. Também
chamada de cóccix ou cauda óssea.
Vista pela parte frontal, conforme Figura 9 a coluna apresenta uma
pequena curvatura para a esquerda. Isso acontece na grande maioria dos
indivíduos. Isso faz com que o ombro esquerdo seja, com uma pequena diferença,
mais alto do que o direito, sendo isso algo não muito explicável na literatura médica.
Já foi atribuída ao uso freqüente dos músculos da parte direita, porém a mesma
curvatura é encontrada em canhotos. Também há estudos que indicam ser a causa
desta curvatura, a posição assumida pelas crianças nos bancos escolares até a
adolescência.
30

Figura 9 - Anatomia da coluna vertebral


Fonte: ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL, 2007.

Esta curvatura também pode ser atribuída a motivos patológicos. Quando


existe uma curvatura acentuada para trás, encontramos a lordose, conforme Figura
10, que pode ser resultante de uma patologia dos quadris ou apenas pela posição
mais ereta do indivíduo, deixando as nádegas mais salientes.

Figura 10 – Lordose
Fonte: ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL, 2007.

Quando esta curvatura é exagerada para frente, Figura 11, encontra-se a


31

cifose. Que é resultante da má postura do individuo ou pelo avanço da idade. Nestas


situações caso não seja feito o devido tratamento o problema poderá ser
permanente.

Figura 11 – Cifose
Fonte: ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL, 2007.

Uma curvatura acentuada para a esquerda, Figura 12, ou para direita,


caracteriza a escoliose. Das três patologias apresentadas, a escoliose é a mais
prejudicial. É decorrente de má postura ou de alguma má formação congênita.

Figura 12 – Escoliose
Fonte: ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL, 2007.

2.4 Causas de problemas no posto de trabalho relacionados à saúde dos


digitadores
32

2.4.1 Lombalgia

A lombalgia é a sensação de queimação sentida na região lombar da


coluna. Pode ser tão forte que em alguns casos impede a atuação nas funções
diárias, impossibilitando até mesmo a permanência no posto de trabalho.
O trabalho que requer menor movimentação do individuo ou quando ele
esta sentado, é o que é considerado menos saudável, pois há maior solicitação da
parte inferior da coluna por esforços estáticos.
Os problemas lombares estão em todas as classes sociais e independem
de idade, posição social ou ocupação.
Bertolini (1999 apud POLETTO, 2002, p. 27), ao abordar sobre as causas
da dor lombar salienta que:

[...] entre as causas estão vários fatores somáticos, psicossomáticos,


posturais e também causados por sobrecarga e distensões musculares.
Observa ainda que os músculos da região lombar trabalham
permanentemente, sempre que algum movimento do tronco é realizado,
sofrendo movimentos bruscos, quedas e sobrecargas musculares. Cita
ainda como causas, as posturas inadequadas, força excessiva,
concentração de estresse e cargas de trabalho estático.
São apontadas por Couto (1995) sobre o comprometimento de tecidos que
as lombalgias se classificam em:
* Lombalgia por fadiga da musculatura paravertebral;
* Lombalgia por distensão músculo-ligamentar;
* Lombalgia por torção da coluna lombar;
* Protusão intradiscal do núcleo pulposo
* Hérnia de disco intervertebral;
* Lombalgia por conversão psicossomática

Couto (1995) diz ainda, que pode haver outras causas de lombalgias, que
não foram citadas acima, ligadas a degeneração genética.

2.4.2 LER/DORT

As lesões por esforços repetitivos (LER) ou, distúrbios osteomusculares


relacionados ao trabalho (DORT) são classificados como um grupo de doenças
33

causadas pelo uso excessivo e inadequado de determinadas articulações,


relacionado a certas profissões, principalmente envolvendo as mãos, os punhos,
cotovelos, ombros, joelhos e coluna cervical. Apresentam como distúrbios: atrofias,
inflamações, lesões, edemas e outros. (COUTO, 2005)
Existem várias doenças que podem ser enquadradas como LER ou
DORT, cada uma delas pode apresentar características diferentes, mas, no entanto,
irão levar consequentemente ao sintoma da dor, formigamento, fadiga e diminuição
de força das articulações, tornando assim a pessoa incapaz de exercer seu trabalho
normalmente. A doença pode afetar o ser humano como um todo, podendo chegar a
estágios irreversíveis.
Não há causa única e determinada para a ocorrência, mas há vários
fatores existentes no local de trabalho que podem favorecer a LER/DORT, tais
como: manutenção de posturas inadequadas por tempo prolongado, repetitividade
excessiva de movimentos, esforço físico, pressão mecânica sobre determinados
segmentos do corpo, invariabilidade de tarefas, trabalho muscular estático, impactos
e choques, vibração, frio, fatores organizacionais, ausência de pausas, estresse,
existência de pressão psicológica, competitividade, posto de trabalho com mobiliário
inadequado, entre outros. Tudo isso, levando em conta a sua intensidade, duração e
freqüência.

2.5 Causas de dores lombares nos digitadores no seu posto de trabalho

Morais (1998 apud PRZYSIEZNY, 1998), diz que apesar de ser


considerado uma doença do homem moderno, as doenças ocupacionais tiveram
indícios também no século XVI, onde foram verificados que mineradores
trabalhavam sob condições extremas de esforços e posturas inadequadas além de
movimentos repetitivos.
Também teve aparições em escribas em séculos antes, onde estes
trabalhavam transcrevendo livros e escrituras. Utilizavam-se para isso de penas
leves, porém pelas condições de trabalho da época acabavam ocasionando
problemas a sua saúde. Nesta época não era dado importância por tratarem-se
casos não muito freqüentes.
O problema de doenças relacionadas ao trabalho, ou doenças
ocupacionais, teve maior atenção dos pesquisadores brasileiros a partir da década
34

de 80, quando os primeiros casos foram registrados em digitadores.


A partir desta época com o advento dos computadores pessoais e o uso
desta ferramenta para tarefas cotidianas, não só esta classe de profissionais foi
atingida, mas também bancários, secretárias, operadores de linha de montagem
industrial entre outros. Com isso passou-se a se preocupar com o problema de má
postura destes indivíduos durante sua jornada de trabalho e as dores resultantes
destas operações.
Como estes profissionais permaneciam durante muito tempo sentado em
seus postos de trabalho, verificou-se a presença constante de dores lombares,
principalmente por adquirirem uma má postura na utilização de suas ferramentas.

[...] O ato de se sentar faz repousar os membros inferiores, mas transmite o


peso do tronco para a região lombar baixa, gerando pressão. Além disso, a
coluna vertebral da pessoa sentada permanece submetida às pressões de
carga, apesar do indivíduo se sentir “em repouso”. (VIEL; ESNAULT, 2000,
p.4).

Por isso começaram a ser estudados as formas de se evitar a má postura,


através de projetos mais eficientes do mobiliário, equipamentos e ferramentas, que
pudessem permitir maior conforto durante o seu uso.
Uma boa postura pode ser entendida como sendo o uso de qualquer
ferramenta de trabalho, sem utilizar-se de esforço muscular desnecessário.
Porém segundo Moreira e Carvalho (2001, p. 264 apud LOPES, 2004,
p.2).

[...] nenhuma postura adotada pode ser entendida como suficientemente


ideal para que seja mantida durante longos períodos. O que podem gerar
desconfortos e dores com intensidades variadas sobre o indivíduo, sendo
que serão necessárias mudanças constantes de postura para adaptação.

Em relação à postura Dul e Weerdmeester (1991, p. 17), dizem que:

Para realizar uma postura ou um movimento, são acionados diversos


músculos, ligamentos e articulações do corpo. Os músculos fornecem a
força necessária para o corpo adotar uma postura ou realizar um
movimento. Os ligamentos desempenham uma função auxiliar, enquanto as
articulações permitem um deslocamento de partes do corpo em relação a
outras. “Posturas ou movimentos inadequados produzem tensões
mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores
no pescoço, costas, ombros, punhos e outras partes do sistema músculo-
esquelétiico.
35

Dul e Weerdmeester (1991, p. 35) dizem ainda que trabalhar por longos
períodos em postura inadequada, pode produzir dores nos ombros e cotovelos. Já
as dores nos ombros e pescoço podem ocorrer quando o trabalho é feito por muito
tempo com os braços levantados, sem apoio.

Para Dul e Weerdmeester (1991, p. 32) a tensão contínua de certos


músculos, resultante da permanência de uma postura ou movimentos repetitivos
provocam fadiga muscular localizada, e consequentemente resulta em desconforto e
queda no desempenho.
36

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Caracterização da empresa

O estudo de caso é efetuado em uma empresa de software, com sede na


cidade de Criciúma (SC), a qual trabalha no ramo tecnologia de informação há sete
anos e têm como foco oferecer soluções para gestão empresarial às indústrias de
manufatura, indústrias de confecção e lojas de varejo em geral. O quadro atual de
funcionários é de 60 pessoas, subdivididas em quatro setores principais dentro da
empresa: (1) desenvolvimento de produtos (softwares); (2) suporte técnico; (3)
vendas e (4) administrativo.
Como o estudo desenvolvido é especificamente ligado à atividade de
digitação, tomar-se-á a atividade desenvolvida pelos analistas de sistema e
programadores que se encontram no setor de desenvolvimento da empresa, uma
vez que estes trabalhadores praticamente passam o período de trabalho integral à
frente de um computador. A atividade destes profissionais não é restrita apenas a
atividade de digitação ininterrupta, mas compreende também a atividade dos
analistas e programadores de sistema a digitação por longos períodos.
Com cerca de 300 clientes ativos, a empresa atua hoje desde o estado de
Minas Gerais até o estado do Rio Grande do Sul, tendo parcerias com empresas que
a representam e dão suporte ao cliente em vários estados para que se tenha uma
melhor logística no atendimento ao cliente.
O diferencial da empresa é o fato de que o produto que ela comercializa
se adapta as condições e metodologias de trabalho dos clientes, sendo desta forma
adaptável a várias metodologias de trabalho. Por se tratar de uma empresa bem
organizada, que tem uma estrutura considerável e que está em grande expansão, é
que foi escolhida esta empresa, pois ela é um referencial a todas as outras de maior
ou menor porte, trazendo com ela respostas a perguntas referentes a maioria das
empresas desta área.

3.2 Caracterização da população

O setor de desenvolvimento de softwares da empresa em estudo é


37

composto por 23 pessoas, na maior parte da equipe formada pelo sexo masculino,
em número de 21 integrantes e apenas 2 do sexo feminino.
A idade dos participantes do estudo está na faixa etária dos 19 aos 30
anos de idade, sendo que 11 pessoas se enquadram na faixa etária dos19 aos 24
anos, e 12 se enquadram na faixa etária dos 25 aos 30 anos.
A maioria dos integrantes é solteira, perfazendo um total de 14, enquanto
que o número de casados fica em nove.
A formação dos funcionários é na maioria de 3º grau incompleto, sendo
que a distribuição quanto esta caracterização de formação é a seguinte:
• 3º grau incompleto – 12 pessoas
• 3º grau completo – 6 pessoas
• 2º grau completo – 3 pessoas
• Pós – Graduação incompleto – 1 pessoa
• Pós – Graduação completa – 1 pessoa

3.3 Critérios técnicos para elaboração dos instrumentos de pesquisa

Na atividade dos digitadores, o posto de trabalho tem fundamental


importância na preservação de sua saúde e, por este motivo, foram elaborados os
instrumentos de pesquisa buscando identificar as inadequações do mobiliário que
possam estar relacionadas às possíveis dores lombares na atividade de digitador.
Se não houver a adequação do individuo ao seu posto de trabalho, a atividade se
torna de maior potencial quanto a esta possível conseqüência, pois, devido à
permanência em seu posto de trabalho na posição sentada por tempo prolongado, o
digitador perderá a posição correta e, assim, a musculatura da coluna será
prejudicada.
Foram analisados itens constantes da bibliografia técnica e considerados
pelas autoras como de fundamental importância para que o posto de trabalho dos
digitadores ofereça condições adequadas para a realização das atividades. Os itens
pesquisados para elaboração dos instrumentos de pesquisa são baseados em
critérios técnicos constantes da literatura especializada, os quais são apresentados
de uma visão geral no Capitulo II.
Os elementos de mobiliário que fazem parte do posto de trabalho dos
digitadores, da empresa pesquisada, são os seguintes: cadeira, mesa, monitor e
38

apoio para os pés e também foi estudado o item postura. Os itens considerados à
elaboração dos instrumentos de avaliação, objeto da presente monografia, são
descritos no Capítulo IV e apresentados nos apêndices A e B deste documento.

3.4 Definição da população

O estudo do trabalho foi direcionado a um grupo de pessoas dentro da


empresa que passam integralmente o expediente de trabalho a frente de um
computador. O setor da empresa escolhido, conforme já referido anteriormente, é o
de desenvolvimento de softwares e é composto por 23 pessoas. Uma vez que a
população é restrita, em termos numéricos, opta-se que a população seja total, ou
seja, é realizado um censo no referido setor para fins da presente pesquisa.

3.5 Critérios de aplicação dos instrumentos de pesquisa

Os critérios adotados à aplicação dos instrumentos são os seguintes:


a) Check-List
• O check-list será aplicado pelas próprias pesquisadoras, no momento
que a população em estudo estará respondendo o questionário, com preenchimento
do mesmo após observação dos itens que constam deste instrumento e sem
interação direta com os trabalhadores.
• Os postos de trabalho, embora sejam padronizados e com pequenas
variações, serão avaliados no conjunto dos elementos de mobiliário, tomando-se
como referencial as observações da maioria.
• Em caso de divergência de opinião entre as pesquisadoras quanto a
qualquer aspecto técnico, proceder-se-á a interação com um ou dois integrantes da
população, para dirimir as dúvidas em quesitos técnicos do mobiliário.
b) Questionário
• A aplicação do questionário será realizada em forma de censo, com
distribuição deste instrumento de pesquisa aos integrantes do setor de
desenvolvimento de softwares.
• O local de preenchimento do questionário será o próprio local do
trabalho, uma decisão tomada em comum acordo entre as pesquisadoras e o
orientador tendo-se em vista que os trabalhadores, ao responderem ao questionário,
39

tenham a possibilidade de analisar o mobiliário e, assim, buscar responder mais


fielmente possível às questões formuladas.
• No primeiro contato com os trabalhadores, é apenas realizada uma
explanação do objetivo do instrumento, sem entrar no mérito de detalhamento
técnico sobre os itens constante do questionário. Logo, a interpretação dos itens é
livre aos pesquisados, ou seja, não havendo qualquer interferência das
pesquisadoras à interpretação e às respostas. A intenção é obter o grau de instrução
sobre o assunto proposto.
• Em termos de critérios de interpretação das respostas, assume-se que
os vieses de respostas sejam tão somente de interpretação das perguntas
formuladas ou, ainda, por uma questão pessoal do entrevistado.
Ressalte-se que, em virtude de a população ser constituída de um número
reduzido de indivíduos, Não foi formulado o pré-teste. Porém, considerou-se que
este requisito foi contemplado em função da análise crítica do orientador, uma vez
que este possui experiência na elaboração de instrumentos de pesquisa, bem como
considerar-se ser a população constituída de pessoas que possuam um grau distinto
de instrução e capacitação.

3.6 Critérios de avaliação dos instrumentos de pesquisa

Os critérios adotados à avaliação dos instrumentos são de comparação


das respostas com as recomendações de mobiliário constantes da bibliografia
técnica, buscando identificar inadequações que possam ser causas de dores
lombares. Ainda assim, partindo-se que princípio estas recomendações são
efetuadas para cada elemento de mobiliário isoladamente, as autoras propõem uma
análise par a par dos elementos, com vistas a identificar inconsistências técnicas,
devidamente aferidas pelas observações e respostas dos digitadores da população.
Após esta análise, será realizada também uma comparação entre os dois
instrumentos de pesquisa, com a finalidade de legitimar as observações das
pesquisadoras.

4 RESULTADOS
40

4.1 Os elementos do mobiliário e as dores lombares

É preciso salientar que no ambiente de trabalho existem vários elementos


que são utilizados pelos operadores que propiciam o aparecimento de dores
lombares, caso a utilização destes não estejam sendo utilizados corretamente.Há de
realizar-se também uma discussão técnica quanto à combinação da utilização
destes elementos para fins de elaboração dos instrumentos de pesquisa, uma vez
que, uma mobília considerada adequada pode não ter seus efeitos benéficos se um
outro prejudicar a postura e, portanto, oferecer condições de trabalho, no seu
conjunto, inadequada às características do digitador. Segue abaixo alguns fatores
causadores de dor lombar.

4.1.1 Cadeira

(a) Tipo de Cadeira

A literatura técnica recomenda a utilização de cadeira giratória e, em caso


de não atender este requisito ao posto de trabalho dos digitadores, haverá
dificuldades de movimentos, quando necessários. Na tentativa de movimentar-se
com a cadeira fixa, o digitador efetua torção no tronco com tensões indesejáveis nas
vértebras, tencionado os discos elásticos entre as vértebras. As articulações e
músculos que existem nos dois lados da coluna vertebral também sofrem uma carga
assimétrica prejudicando então as articulações e músculos da coluna vertebral. (DUL
E WEERDMEESTER, 1995).

(b) Revestimento do assento


A utilização de revestimento muito macio não proporciona um bom
suporte, pois a pressão se distribui em outras regiões das pernas e nádegas que
não são ideais para receber tal pressão, causando assim má circulação seguida de
dores e fadiga (COUTO, 1995).
Cadeiras sem estofamento podem ser utilizadas quando não forem por
tempo prolongado, pois gera uma compressão excessiva na região das nádegas
causando fadiga e também aumento da pressão nos discos da coluna.
41

(c) Altura do Assento


Não havendo a possibilidade de ajuste da altura do assento, torna-se
evidente que possa existir uma sobrecarga do peso do trabalhador à sua própria
coluna, pois este indivíduo poderá ficar com os pés suspensos. Existindo sobrecarga
do peso à sua coluna, por este motivo, as vértebras inferiores da coluna lombar
serão mais exigidas podendo haver compressão dos discos intervertebrais,
propiciando assim o aparecimento de um processo inflamatório.
O assento alto demais comprime a parte posterior da coxa, causando má
circulação e, como conseqüência, poderá ter o agravamento de varizes nos
membros inferiores.
O assento baixo demais faz com que a compressão se torne maior na
região das nádegas e costas por diminuir o contato com a região posterior da coxa.

(d) Profundidade do Assento


Quando a profundidade da cadeira for pequena, as pernas acabam tendo
que efetuar a sustentação da pélvis e da coluna vertebral. Por outro lado, se o
assento apresentar grande profundidade para o digitador, o mesmo acabará
sentando na ponta da cadeira e criando uma pressão na região poplítea, além de
não aliviar o peso nas costas o digitador ainda perderá os movimentos da pélvis e
diminuirá a do tórax (MOVIMENTO, 2006).

(e) Encosto – Apoio das Costas e Altura


A não adequação da altura do encosto da cadeira, ou a ausência deste
item, compromete a lombar do digitador. Se as costas não estiverem bem apoiadas,
haverá um esforço estático exagerado ma tentativa de manter o corpo na posição.
Toda sustentação da coluna passa a ser realizada pela musculatura da coluna, e
todo o peso da parte superior ficará concentrando na última vértebra lombar. A
conseqüência desta não adequação da altura correta do encosto da cadeira poderá
ocorrer fadiga na musculatura da coluna.
A altura exagerada do encosto da cadeira pode limitar os movimentos do
digitador

(f) Apoio dos Braços


Este item quando não utilizado, deixa de proporcionar ao digitador um
42

apoio para os braços, que consequentemente estariam aliviando a tração que é


exercida na região escapular (VIEL; ESNAULT, 2000, P. 68).

4.1.2 Apoio para os pés

Quando o digitador não utiliza este elemento, as pernas não ficam


corretamente apoiadas, fazendo com que exista uma compressão da região
poplítea, bem como a circulação sangüínea dos membros inferiores, ficam reduzidas
(ERGONOMIA, 2006). Como conseqüência tem-se câimbras, dormências e varizes.

4.1.3 Mesa

Quanto ao espaço insuficiente das pernas sob a mesa, Moraes e Pequini


(2000), consideram que os digitadores adotam uma torção e uma inclinação do
quadril para se adequarem ao local de trabalho. Essas medidas de adequação
resultam em dores ou rigidez nas costas, no pescoço, nos ombros, nos braços e/ou
nas mãos do digitador.
Quando a mesa não possui bordas arredondadas, podem gerar no
digitador compressão aguda na pele, tendões e nervos, além de proporcionar
dificuldade na micro circulação.

4.1.4 Altura do monitor

A altura do monitor deverá ser adaptada para cada digitador para que o
ângulo de inclinação da cabeça não seja superior a 20- 30 graus, pois quando os
digitadores mantêm essa inclinação na tentativa de se adequar à altura do monitor,
poderá acarretar em dores no pescoço e nos ombros rapidamente, devido à fadiga
dos músculos dessas regiões.
O bordo superior da tela deve estar na altura, ou um pouco abaixo do nível
dos olhos. Quando for utilizado CPU que impeça o ajuste, poderá ser utilizado um
suporte que eleve o monitor (ERGONOMIA, 2006).

4.1.5 Combinação dos elementos de mobiliário


43

(a) Altura do assento (fixo) x Altura do Monitor (fixo)


Esta combinação contraria a literatura na preservação da saúde do
digitador, pois o ideal é podermos adequar às ferramentas do posto de trabalho de
cada digitador em seu posto de trabalho, de acordo com as características físicas de
cada digitador e não o digitador ter que se adequar ao posto de trabalho.
Nesta tentativa de adequar-se ao posto de trabalho sem a possibilidade de
alterar a altura do assento e a altura do monitor, certamente o digitador estará
colocando sua saúde em risco.
A região poplítea precisa estar em uma formação de 90graus com o solo,
então no caso do digitador não apresentar está inclinação, as pernas ficarão sem o
apoio dos pés, comprimindo os discos intervertebrais causando lombalgia.
Quanto à altura do monitor o digitador será obrigado a se adequar e neste
caso inclinará o tronco para frente ou para trás na tentativa de buscar a altura ideal
para sua visão.

(b) Altura do Assento (fixo) x Altura do Monitor (ajustável)


Nesta situação o digitador terá a ajuda da possibilidade de ajuste do
monitor, buscando colocar a altura do monitor de acordo com a sua altura ideal para
realizar as tarefas. Em contra partida o digitador continuará tendo as mesmas
necessidades e conseqüências de uma cadeira sem ajustes de altura. Existe ainda
nesta situação grande possibilidade do digitador vir a ter problemas lombares.

(c) Altura do Assento (ajustável) x Altura do Monitor (fixo)


A relação do assento ajustável com a altura do monitor fixo também causa
desconforto e fadiga ao digitador devido a não adequação da melhor altura de visão
da altura para realizar a atividade.
È mais cômodo para o digitador efetuar a adequação da altura do assento
da cadeira conforme suas características físicas tendo como parâmetro a altura da
mesa, e não a altura do monitor.
O digitador na falta de possibilidade de ajustar o monitor, o mesmo terá
que inclinar o pescoço acima ou abaixo da sua linha de visão ideal, nessas
condições possivelmente desencadeará dores e fadiga dos músculos dos ombros e
pescoço.
44

(d) Altura do Assento (ajustável) x Altura do Monitor (ajustável)


Tendo essas ferramentas no local de trabalho do digitador o mesmo
poderá adequar-se quanto à linha de visão e altura do assento ideal de acordo com
suas características físicas diminuindo assim sobrecargas na coluna vertebral.
Esta relação entre as alturas do assento e monitor ajustáveis é mais
indicada para atividade, dos digitadores. Os ajustes no posto de trabalho dos
digitadores e de fundamental importância para a prevenção de dores lombares, mas
existe ainda necessidade da implementação de outras ações não citadas neste
estudo de caso, tais como, mudança de postura, pausas, alternância de
movimentos, atividade laboral que auxiliarão na prevenção.
Estes elementos considerados e que tem relação direta com a escolha e o
dimensionamento adequado do mobiliário, são os referenciais à elaboração dos
instrumentos de pesquisa, uma vez os mesmos têm grande influência no surgimento
de dores lombares. Algumas possibilidades de ajustes, por exemplo, regulagem da
altura da mesa/ assento, pode propiciar uma efetiva prevenção a estas dores para
os individuos, além de uma maior sensação de conforto.

4.2 Itens de elaboração dos instrumentos

Os itens utilizados para elaboração dos instrumentos de pesquisa, para


cada um dos elementos do mobiliário, são apresentados nas Figuras de 13 a 15 de
forma genérica, os itens que caracterizam cada mobília são os seguintes:
(a) Cadeira: tipo de cadeira, características do assento e do encosto e
apoio para os braços;
(b) Mesa: altura, espaço e campo de trabalho (largura x profundidade) e
bordas;
(c) Monitor: linha de visão, na qual se considera possíveis ajustes da mesa
de trabalho para tal intento; e,
(d) Apoio para os Pés: existência ou não.
45

Figura 13 - Itens dos elementos da cadeira à construção dos instrumentos de


pesquisa
Fonte: Dados das Pesquisadoras.
46

Figura 14 - Itens dos elementos da mesa à construção dos instrumentos de


pesquisa
Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Figura 15 - Itens dos elementos do monitor à construção dos instrumentos de


pesquisa
Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Estes itens foram selecionados a partir das recomendações técnicas da


literatura técnica e constante da revisão da literatura desta monografia, conforme já
referenciado. Em um primeiro momento, os itens considerados serviram à
elaboração do check-list, instrumento este utilizado para verificação de possíveis não
conformidades quanto à adequação do mobiliário ao posto de trabalho de digitador
na prevenção de dores lombares.
O check-list, apresentado no Apêndice A, consta dos seguintes itens de
verificação:
a. Cadeira: tipo de cadeira, regulagem de assento e encosto, ajustamento
de assento e encosto, profundidade e características construtivas do assento, apoio
para os braços.
b. Apoio para os Pés: como elemento complementar à Cadeira.
47

c. Mesa: características construtivas, espaço para as pernas, ajustes de


altura, adequação com outros elementos de mobília, espaço para mobilidade e
disposição de outros equipamentos.
d. Monitor: adequação à linha normal de visão.
e. Elementos que afetam à Postura: comportamento individual, facilidade
de ajustes do mobiliário, pausas intervalares e diferenças individuais.

Além destes aspectos, também é considerada a questão de existência de


instruções para utilização do mobiliário e de orientação dos trabalhadores no posto
de trabalho para fins de verificar não conformidades relativas à prevenção de dores
lombares.
Depois de elaborado o check-list, do seu conteúdo é elaborado um
questionário, constante do Apêndice B. As questões que compõem este instrumento
são baseadas nos itens do chek-list acerca dos elementos técnicos que possam
causar dores lombares, os quais são aplicados nos trabalhadores, conforme referido
na seção 3.5, letra (b).

4.3 Resultado do check-list

A partir dos itens técnicos constantes no item 4.1 e citados na revisão


bibliográfica, foi elaborado um check list com o intuito de analisar o posto de trabalho
dos digitadores em estudo, conforme apresentado no apêndice A.
O check-list foi elaborado como um guia para adequação do digitador ao
seu posto de trabalho, no que se refere a mobiliário e a postura.
Da aplicação do check-list, constatou-se os resultados seguintes:
• Cadeira: sob o ponto de vista da literatura técnica indicada, este
elemento apresenta praticamente todos os requisitos necessários à sua adequação
ao trabalhador, quais sejam: ajustes de altura do assento e encosto, borda
arredondada, profundidade de assento, apoio para os braços, revestimento
adequado à transpiração e é giratória. Em relação ao item de instruções sobre o
ajuste da cadeira, foi apresentada uma não conformidade.
• Mesa: em termos de requisitos da literatura técnica, este elemento
apresenta não conformidades consideradas importantes, tais como: falta da
possibilidade para ajustes de altura e a carência no espaço sob a mesa para
48

movimento das pernas. Os itens que atenderam foram: possuir borda arredondada e
espaço suficiente sobre a mesa para a realização das atividades.
• Monitor: possui apenas ajuste de altura da tela, o que para alguns
casos torna impossível ajustar a linha normal de visão.
• Apoio para os Pés: não conforme, uma vez que se encontra ausente.
• Postura: verificou-se que existe mudança de postura durante a jornada
de trabalho, mas essa alternância dos movimentos acontece muitas vezes de forma
incorreta, pois o digitador está atento à atividade e acaba relaxando na postura. A
instrução sobre postura adequada também é outro item que não é atendido na
totalidade dos digitadores, de acordo com as observações efetuadas.
• Pausas: acontecem, mas não com a freqüência e tempo adequado à
atividade.
• Ajustes do Mobiliário (combinação entre os elementos): visando a
adequação correta conforme literatura técnica, sobre os ajustes de mobiliário, o item
de combinação de elementos foi atendido parcialmente, pois os recursos disponíveis
não atendem a necessidade de todos. A mesa não possui regulagem de altura. A
combinação de ajuste é feito apenas com a cadeira e altura da tela do monitor.

4.4 Resultado do questionário

Da aplicação deste instrumento de pesquisa feita através de um


questionário, de 23 pessoas e obteve-se o retorno de todos, sendo que os
resultados obtidos são os seguintes:
a) Caracterização da População
• Quanto ao S exo
Em relação ao gênero, a grande parte da equipe de desenvolvimento de
softwares analisada nesta empresa é do sexo masculino, apontando 91% da
população, e aparecem apenas 9% do sexo feminino, como mostra a Figura 16.
49

Quanto ao sexo

100%
90%
Quantidade da População

80%
70%
60%
Masculino
50%
Feminino
40%
30%
20%
10%
0%
1
Masculino Feminino

Figura 16 - Gráfico da distribuição do sexo


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

• Quanto à faixa etária

A faixa etária da população pesquisada que apresentou maior número de


pessoas, com 48% foi a faixa de idade de 19 a 22 anos. As demais faixas
apresentaram percentuais iguais de 26%, de acordo com a Figura 17.

F aixa E tária
Q u an tid ad e d a Am o stra

60%
50%
40% 19 à 22 anos
30% 23 à 26 anos
20% 27 à 30 anos

10%
0%
1
19 à 22 23 à 26 27 à 30

Figura 17 - Gráfico da distribuição da faixa etária


Fonte: Dados das Pesquisadoras.
50

• Quanto ao es tado civil

A Figura 18 indica que a população é formada por 14 solteiros,


representando a maioria com 61% da população o restante são 06 casados (26%) e
outros (13%).

Estado Civil

16
Quantidade da Amostra

14
12
10 solteiro
8 casado
6 outros
4
2
0
1
Solteiro Casado Outros

Figura 18 - Gráfico da distribuição do estado civil


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

• Quanto a Formação
A população estudada apresentam em sua maioria 3º grau incompleto,
mostrando assim uma população que está prestes a concluir o ensino superior. O
índice foi de 52% com curso superior incompleto, 26% com ensino superior
completo, 13% com 2º grau completo e índices de 4,5% para pós-graduação
incompleta e completa. Estas informações foram apresentadas na Figura 19.
51

Quanto a Formação

Quantidade da Amostra 14
12
10
8
6
4
2
0
2º grau 3º grau 3º grau Pós- Pós-
completo incompleto completo graduação graduação
incompleto completo
Formação

Figura 19 - Gráfico da distribuição da formação


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

b) Dados da Profissão
Todos os participantes da população têm a função de analistas
/programadores de softwares de gestão empresarial, trabalham 8horas e 48 minutos
por dia, com duas pausas durante a jornada de trabalho. Uma de 15 minutos pela
manhã e outra de 15 minutos na parte da tarde.

c) Dados do Mobiliário
• Cadeira
Regulagem da altura do assento
No item de existência de regulagem da altura do assento, 100% da
população responderam que existe a possibilidade de estarem regulando a altura,
mas quanto à regulagem da altura ser compatível com a estatura houve 01 que
respondeu que o ajuste não é compatível com a sua estatura.
Encosto da cadeira
Quanto ao encosto da cadeira, 96% da população colocou que existe a
possibilidade de juste do encosto da cadeira e apenas 01 integrante respondeu que
não existe.
Já sobre o encosto ser adaptável, possibilitando conforto a discordância
dos integrantes passa para 9%.
A profundidade do assento da cadeira, atingiu um índice de 96% de
52

aceitação, com apenas uma pessoa em discordância.


A Figura 20 mostra que 92% da amostra não recebeu instruções de como
efetuarem os ajustes da cadeira corretamente.

Instrução para o Ajuste da Cadeira

25
Quantidade da Amostra

20
Sim
15
Não
10 Não respondeu
5

0
1
Sim Não Não Respondeu

Figura 20 - Gráfico da distribuição sobre instrução de ajuste da cadeira


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Toda população respondeu que a borda do assento da cadeira é


arredondada, assim como 100% das respostas também foram dadas como sendo
cadeira giratória.
No que diz respeito ao revestimento da cadeira, a Figura 21 mostra que
87% da população responderam que o material utilizado em suas cadeiras permite a
transpiração. Apenas 9% da população têm opinião contrária e 4% que representa
01 pessoa não respondeu a esta questão.
53

R ev es tim e n to d o Ass en to

Q u antid ade d a Am ostra 100%

80%
S im
60%
N ão
40%
N ão res pondeu
20%

0%
1
S im Nã o Nã o Re sp on d e u

Figura 21 - Gráfico da distribuição sobre o revestimento do assento


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Quanto à presença do apoio para os braços da cadeira, 100% da


população respondeu ser existente.
Já quanto à regulagem do apoio para os braços, 4% da população (01
pessoa), respondeu que não existe.
Em relação à posição sentada, toda população respondeu que os pés
ficam apoiados no solo, e não existe suporte de apoio para os pés.

• Monitor
Do total da população, 65% responderam que quando sentados à frente
do computador, com a cabeça em linha reta, a linha horizontal da visão fica na
mesma direção da borda superior do monitor, enquanto que 35% da população
responderam que não sentam nesta mesma posição. Esses dados estão
apresentados conforme a Figura 22.
54

Linha de V isão

Quantidade da Am ostra 70%


60%
50%
40% S im
30% N ão
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 22 - Gráfico da distribuição sobre a linha de visão


Fonte: Dados das Pesquisadoras

A Figura 23 mostra que quando perguntados se costumam ajustar a altura


da cadeira com a altura do monitor, 57% da população responderam que sim e 43%
não utilizam este recurso.

Aju ste d a Altu ra d a C ad eira X Altu ra d o


M o n ito r
Q u antid ade d a Am ostra

60%
50%
40%
S im
30%
N ão
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 23 - Gráfico da distribuição sobre o ajuste da cadeira x altura monitor


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Do total da população, a Figura 24 mostra que 57% dizem que as


55

possibilidades de ajuste da altura e posição dos monitores atendem as suas


necessidades, enquanto que 43% da população responderam que estes ajustes não
possibilitam posicionar o monitor conforme suas necessidades.

Altu ra e P o sição d o Mo n ito r


Q u antid ade d a Am ostra

60%
50%
40%
S im
30%
N ão
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 24 - Gráfico da distribuição sobre a altura e posição do monitor


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

• Mes a

No item questionado sobre a borda da mesa, 87% responderam que é


arredondada, e 13% responderam que não é arredondada, conforme Figura 25.

B o rd a d a M esa
Q u antidad e d a Am o stra

100%

80%

60% S im
40% N ão

20%

0%
1
S im Nã o

Figura 25 - Gráfico da distribuição sobre a borda da mesa


Fonte: Dados das Pesquisadoras.
56

Segundo 100% da população, a mesa em que os digitadores trabalham


não possui regulagem de altura e o espaço da mesa é suficiente para realizarem
suas atividades.

Segundo Figura 26, pergunta sobre o espaço sob a mesa, 87% respondeu
ser adequado para a acomodação das pernas, e 13% responderam que existem
objetos e/ou gavetas que atrapalham a acomodação das pernas.

E sp aço so b a M esa
Q u antid ade d a Am ostra

100%

80%

60% S im
40% Não

20%

0%
1
S im Nã o

Figura 26 - Gráfico da distribuição sobre o espaço sob a mesa


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

• P os tura

Apenas 4% da população, representada por 01 pessoa respondeu que


não passa longo período na mesma posição sentada. O restante da população que
representa 96% respondeu que permanece na posição sentada por períodos longos.

Durante o período de trabalho 83% da população responderam que


costumam mudar freqüentemente de postura e apenas 17% não têm este hábito,
conforme indica a Figura 27.
57

M u d an ça d e P o stu ra

Q u an tid ad e d a Am o stra 90%


80%
70%
60%
50% S im
40% N ão
30%
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 27 - Gráfico da distribuição sobre mudança de postura


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

No que se refere à pausa durante períodos prolongados de digitação, a


Figura 28 mostra que a resposta positiva foi de 70% enquanto que 30%
responderam não ter o hábito de introduzir pausas durante longo período de
digitação.

P au sas
Q u an tid ad e d a Am o stra

80%
70%
60%
50%
S im
40%
N ão
30%
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 28 - Gráfico da distribuição sobre pausas


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Quando questionados sobre a utilização dos recursos de ajuste no


mobiliário em seu posto de trabalho, a Figura 29 mostra que 74% responderam que
58

utilizam, mas 26% responderam que não utilizam.

Q u an tid ad e d a Am o stra Aju ste ao P o sto d e T rab alh o

80%
70%
60%
50%
S im
40%
N ão
30%
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 29 - Gráfico da distribuição sobre o ajuste ao posto de trabalho


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Na questão referente à instrução sobre postura correta, 78% da população


respondeu não ter recebido instrução de como manter a postura adequada para
realizarem suas atividades. O restante da população, 22%, receberam esta
instrução, conforme Figura 30.

In stru çõ es so b re P o stu ra
Q u an tid ad e d a Am o stra

90%
80%
70%
60%
50% S im
40% N ão
30%
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 30 - Gráfico da distribuição sobre instruções sobre postura


Fonte: Dados das Pesquisadoras.
59

A Figura 31 mostra que mais da metade da população, 87%, responderam


sentir fadiga ou cansaço após trabalho prolongado, e apenas 13% responderam não
sentir fadiga nem cansaço.

 
  

7 )' ("(*
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5
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9 5  C D"E
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56 
34 
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Figura 31 - Gráfico da distribuição da fadiga/cansaço


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Quando perguntados sobre onde se inicia a fadiga/cansaço, a grande


maioria respondeu região lombar, ombros, e visual com mesmo percentual de 43%.
Em seguida, as outras partes do corpo seguem: punho com 30%, mãos com 26%,
nuca com 22% braços e pernas com 13% e os joelhos com 9%. Esses percentuais
foram representados na Figura 32.
60

In ício d a F ad ig a/C an saço

Q u an tid ad e d a Am o stra 50%


45% R egião Lom bar
40% O m bros
35% V is u al
30% P unho
25%
M ãos
20%
15% N uc a
10% B raç o s
5% P erna s
0%
Joelhos
1

Figura 32 - Gráfico quanto ao início da fadiga/cansaço


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Segundo Figura 33, do total da população, 52% sentem dores lombares


durante a jornada de trabalho que realizam e 48% não sentem dores lombares.

D o r L o m b ar D u ran te Jo rn an d a d e
T rab alh o
Q u an tid ad e d a Am o stra

53%
52%
51%
50% S im
49% N ão
48%
47%
46%
1
S im Nã o

Figura 33 - Gráfico da distribuição da dor lombar durante a jornada de trabalho


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

A Figura 34 mostra que quando questionados sobre a presença de dores


lombares fora do local de trabalho, 35% da população responderam sentir dores
lombares e 65% não sentem dores lombares quando não estão trabalhando.
61

D o r L o m b ar F o ra d o L o cal d e T rab alh o

Q u an tid ad e d a Am o stra 70%


60%
50%
40% S im
30% N ão
20%
10%
0%
1
S im Nã o

Figura 34 - Gráfico da distribuição da dor lombar fora do local de trabalho


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

A pesquisa através do questionário indicou 61% da população que não


acreditam que exista relação do mobiliário em seu posto de trabalho com dores
lombares, apenas 39% acredita que possa existir uma relação da existência da dor
lombar com o mobiliário. Os índices estão representados na Figura 35.

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Figura 35 - Gráfico da distribuição da dor lombar x mobiliário


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

A Figura 36 mostra que foi quase unânime a reposta obtida na questão


62

relacionada ao surgimento de possíveis dores musculares, quando não existe ou o


ajuste dos itens é realizado incorretamente. O resultado indica 96% e apenas 4% da
população discorda desta relação de dores musculares com a correta adequação ao
posto de trabalho.

D o res M u scu lares X Aju ste d o


M o b iliário
Q u an tid ad e d a Am o stra

120%
100%
80%
S im
60%
N ão
40%
20%
0%
1
S im Nã o

Figura 36 - Gráfico da distribuição da dor lombar x ajuste do mobiliário


Fonte: Dados das Pesquisadoras.

Na questão aberta, apresentada no questionário, a maior parte dos


participantes não opinou sobre quais seriam as possíveis causas do surgimento de
dores lombares. Dos 09 participantes que opinaram, 07 deles atribuem à má postura
como sendo a possível causa de sentirem dores lombares e 02 deles apresentam
problemas na coluna desde a infância.
63

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 Análise dos resultados do check list

Dos resultados do check-list, é possível efetuar algumas considerações


acerca da possibilidade de os trabalhadores estarem sujeitos a dores lombares.
Dentre tais considerações, em relação às não conformidades identificadas,
destacam-se as seguintes:
a. Cadeira: a carência de instrução sobre ajuste da cadeira é um dos itens
que, embora não seja preponderante como causa de possíveis dores lombares,
deve ser levado em consideração, uma vez que pode ser causa de má postura
decorrente desse fator.
b. Mesa: a falta da possibilidade para ajustes de altura e a carência no
espaço sob a mesa para movimento das pernas são potenciais causas às possíveis
dores lombares, isto porque, conforme referido na seção 4.1.3, os digitadores podem
adotar uma torção e uma inclinação do quadril para se adequarem ao local de
trabalho, oferecendo um sobrecarga muscular estática à região da coluna lombar.
Por não oferecer possibilidade de ajuste da altura da mesa, torna-se mais difícil a
adequação do digitador no seu posto de trabalho, apenas com a regulagem de altura
da cadeira e da tela do monitor.
c. Monitor possui apenas ajuste de altura da tela, o que para alguns
casos torna impossível ajustar a linha normal de visão sem prejudicar outra parte do
corpo. Isto porque, conforme referido na seção 4.1.4, quando os digitadores mantêm
a inclinação necessária à execução de suas tarefas para manter a linha normal de
visão, poderá exigir da musculatura esquelética, incluindo a região lombar, devido à
fadiga dos músculos.
d. Apoio para os pés: a ausência em certos casos faz com que os pés
fiquem suspensos dificultando a circulação sanguínea dos membros inferiores e a
mudança de postura, aumentando assim consideravelmente a fadiga, podendo
resultar em má postura.
e. Postura: para mudar e até mesmo para relaxar a postura a alternância
dos movimentos acontece muitas vezes de forma incorreta, resultando em má
postura podendo ocasionar dores lombares, conforme referido na seção 2.5
64

produzindo tensões musculares, provocando dores no sistema músculo-esquelético.


f. Pausas: tempo e freqüência desordenada a atividade, permitindo a
fadiga, possibilitando o surgimento da má postura e consequentemente à
possibilidade do aparecimento de dores lombares.
g. Ajuste de Mobiliário (combinação entre os elementos): existe a
possibilidade dos digitadores efetuarem ajuste da altura da cadeira e da tela do
monitor, mas devido ao não recebimento de instruções de como utilizarem estes
recursos, alguns acabam ajustando de maneira incorreta o que acaba propiciando o
surgimento de dores. A instrução sobre postura adequada também é outro item do
check list que não foi atendido na totalidade dos digitadores. Em uma avaliação
quanto à combinação de ajustes foi constatado que muitos realizam essas
combinações, mais ainda assim, não atende à necessidade de todos, na busca da
adequação ao posto de trabalho da maneira correta.

5.2 Análise dos resultados do questionário

Analisando o posto de trabalho dos digitadores, percebe-se que através


das respostas dadas ao questionário aplicado, todas as cadeiras possuem
regulagem de altura, que ergonomicamente está correto, mas verifica-se que não
atende totalmente aos integrantes do grupo, pois uma pessoa não consegue utilizar
o recurso do ajuste da altura adequando a sua estatura.
Quanto ao encosto da cadeira, apenas uma pessoa respondeu não existir
ajuste de altura, ficando assim, dúvida quanto entendimento da pergunta por parte
desta pessoa, já que o restante respondeu existir tal ajuste. Quanto ao
posicionamento da lombar dos digitadores no encosto da cadeira, verificamos que
para algumas pessoas do grupo este “encaixe” não fornece conforto adequado o
que poderá assim desencadear dores lombares.
Apenas uma pessoa respondeu também que a profundidade do assento
da cadeira não é adequada para sua estatura e analisando os questionários,
apontamos que esta mesma pessoa possui dificuldade de ajustar a altura da cadeira
e do encosto, conforme sua estatura.
Quando perguntado sobre o recebimento de instrução para o correto
ajuste da cadeira, a grande parte da população respondeu que não recebeu
instrução, mostrando assim que este item apenas foi disponibilizado ao digitador
65

sem ter sido dada instruções da melhor forma que deveria ser utilizado por cada um,
de acordo com suas medidas. Nesta questão percebe-se também a omissão de uma
pessoa e uma resposta afirmando ter recebido instruções, contrariando assim toda a
população, o que possa ter havido receio por parte de dois digitadores em
responderem o contrário e prejudicarem de alguma forma a empresa em que
trabalham.
Quanto à borda da cadeira e ao fato de ser giratória houve concordância
por todos da população. Já quanto ao revestimento da cadeira, nem todos têm a
mesma opinião de que o material de revestimento da cadeira permite a transpiração
durante a realização de suas atividades.
A cadeira em que trabalham os digitadores tem o apoio para os braços e
apenas um integrante do grupo pesquisado não respondeu a pergunta sobre o a
existência de ajuste do apoio dos braços, talvez por desconhecimento.
As perguntas direcionadas ao monitor, verificam que grande parte da
população respondeu que a linha de visão fica na posição ideal, segundo a literatura
técnica, mas através das respostas obtidas sobre o ajuste da altura da cadeira com
o monitor e se os ajustes atendem as suas necessidades, mais da metade da
população respondeu que não efetuam o ajuste e que os elementos disponíveis não
são suficientes para adequação de sua postura na posição correta. Neste caso,
pode-se dizer que um suporte para o monitor conseguisse resolver o problema do
ajuste de altura.
Sobre as perguntadas relacionadas à mesa em que trabalham apenas 03
pessoas responderam que a borda não era arredondada, podendo neste caso ter
ocorrido falta de entendimento sobre a questão.
Sobre a mesa a totalidade da população concorda com o espaço
suficiente para exercerem a atividade, mas o espaço sob a mesa apresentou
discordância de alguns.
Pode ter havido algum desentendimento na questão onde foi perguntado
se na posição sentada os pés ficam apoiados no solo ou suspensos, pois todos
responderam apoiados no solo.
Como a atividade é a mesma para todos do grupo, que passam longo
período na posição sentada, uma pessoa do grupo pode não ter entendido a
questão em que perguntamos se o digitador passa longo período na mesma posição
(sentada). Poucos digitadores não costumam mudar de postura freqüentemente.
66

Quanta a pausas durante longo período de digitação, pode ter havido um


desentendimento de muitos que responderam que efetuam essa pausa, confundindo
com a pausa que a empresa fornece de 15 minutos em cada turno, para o lanche.
Com base nesta informação pode ter havido erro na resposta dada ao questionário,
já que não era sobre esta pausa a que o questionário estava se referindo.
A maior parte da população realiza os ajustes disponíveis procurando
adequação ao seu posto de trabalho. Algumas pessoas do grupo responderam que
não realizam os ajustes procurando adequação do seu corpo ao posto de trabalho.
Na analise das respostas destas pessoas quanto à questão da relação do mobiliário
com o aparecimento da dor lombar, foi constatado que a maioria delas respondeu
não acreditarem na existência desta relação. Analisando um pouco mais, verificou-
se que entre estas pessoas que não ajustam seu posto de trabalho e que não
acreditam que o mobiliário exerça alguma relação com dor lombar foi identificado
algumas respostas afirmando terem dores lombares durante a jornada de trabalho.
Isso nos mostra que estas pessoas podem estar deixando de se prevenir por não
terem sido instruídas sobre este assunto
Como o nível de instrução dos integrantes do grupo pesquisado é da
maioria de 3º grau completo ou incompleto, é provável que alguns deles tenham
recebido instruções sobre postura adequada para a sua atividade, fora do ambiente
de trabalho.
Sobre cansaço/fadiga, muitos responderam que sentem algum tipo de
cansaço ou fadiga durante a realização de um trabalho prolongado, e os locais
apontados como sendo responsáveis pelo início da fadiga/cansaço estão a região
lombar, ombros e visão com o mesmo número de respostas. Alguns responderam
que sentem dores lombares, mas não assinalaram a região lombar, no questionário
como sendo o local de inicio da sua fadiga/cansaço, portanto de uma forma geral a
incidência da dor lombar se torna maior se contarmos com mais estes
apontamentos.
A fadiga/cansaço nos ombros aparece também em grande número, e pode
estar ligada a falta de ajuste do mobiliário. Dor nos ombros é apontada na literatura
técnica, como uma conseqüência de falta de ajuste do monitor. Por esta é possível
que esteja acontecendo uma situação em que ao ajustarem a cadeira na posição
correta, alinhando a visão em linha horizontal na borda superior da tela, a cadeira
fique muito baixa, fazendo com que os ombros fiquem acima do normal para
67

alcançarem a mesa, causando assim fadiga nesta região dos ombros. Neste caso,
seria necessária a utilização de um suporte sob o monitor para elevar mais a altura
da tela do monitor.
O número de pessoas que não sentem dores lombares é menor que o
número de pessoas que sentem dores lombares durante a jornada de trabalho.
Quando perguntados sobre a incidência da dor lombar fora da atividade, este
número se torna maior, pois aqueles que responderam não sentirem dor lombar fora
da atividade, também não a sentem no local de trabalho e alguns que sentem no
local de trabalho, também sentem a dor fora do local de trabalho.
Verifica-se também que nem todos aqueles que sentem a dor durante a
atividade, sentem também fora do local de trabalho, portanto existem indícios de que
a dor esteja sendo causada pelo local de trabalho.
A maior parte da população respondeu que não acredita na relação do
mobiliário com o surgimento da dor lombar, mas, no entanto quase todas efetuam os
ajustes de mobiliário disponíveis, o que pode estar ajudando a prevenção da dor
lombar nestas pessoas. Sendo assim, ao ajustar corretamente seu posto de trabalho
à sua estatura, ocorre a prevenção da dor lombar e com isso, a conclusão por eles
tirada de que não há relação qualquer entre dor lombar e mobiliário.
Quando questionados sobre a importância dos ajustes de altura da cadeira
com a altura do monitor e mesa na prevenção de dores musculares, apenas uma
pessoa respondeu que a não adequação destes elementos possa causar dores
musculares.
Alguns digitadores apontaram possíveis causas do surgimento de dores
lombares, e entre os que apontaram aparece postura incorreta como sendo a mais
citada.
Através das respostas do questionário aplicado, foi constatado a não
conformidade de alguns itens importantes na prevenção de dores lombares na
atividade dos digitadores, como a insuficiência de pausas durante longo período de
digitação, carência de instruções quanto aos ajustes do mobiliário, falta de instrução
de postura a ser adotada, ausência de ajuste de altura da mesa e do monitor e
também a inexistência de apoio para os pés.
As inconformidades citadas acima, têm como conseqüência o esforço
sobre a coluna vertebral, propiciando o surgimento de dores lombares,
comprometendo assim o desempenho e bem-estar dos trabalhadores.
68

5.3 Cruzamento dos dados dos instrumentos (check list X questionário)

No cruzamento dos instrumentos de pesquisa check list e questionário, os


itens abordados relacionados à cadeira foram atendidos com exceção das instruções
aos digitadores sobre o correto ajuste da cadeira, podendo ser esta, uma das
causas da incidência de dores lombares entre os digitadores. O ajuste da cadeira
deve ser efetuado corretamente para cada individuo respeitando suas diferenças.
Os itens apresentados no check list e questionário, relacionados à mesa,
não foram atendidos quando relacionados à regulagem de altura da mesa, A mesa
em que trabalham os digitadores não possui ajuste de altura, dificultando assim a
adequação ao posto de trabalho. Como não existe a regulagem de altura, a
instrução sobre o ajuste da mesa também não foi atendido.
Quanto ao monitor, muitos digitadores não possuem o hábito de ajustarem
a altura da cadeira com a altura do monitor. Para alguns que fazem esse ajuste, ele
não é suficiente para atender a suas necessidades de adequação ao posto de
trabalho. Possivelmente neste caso o digitador está efetuando o ajuste apenas
através da altura do assento da cadeira. Nessa situação é cogitada a falta de
regulagem da altura do monitor. Como citado anteriormente que a mesa não fornece
ajuste de altura, então o digitador precisa adequar a visão correta no monitor apenas
com o recurso da altura da cadeira.
O apoio para os pés, não atendeu ao item proposto no check list. Existem
duas possibilidades para essa questão. Como não foi considerada no trabalho a
altura da população pesquisada, fica a possibilidade de toda população apresentar
estatura média ou alta e realmente não ser necessário o suporte para os pés, ou
uma outra possibilidade é de que não houve entendimento da questão, pois não
houve explicação detalhada do questionário para avaliarmos o grau de instrução.
O item relacionado à postura apresentou maior discordância entre o
proposto no check list e o apontado com as respostas do questionário.
Mudanças de posturas são realizadas, segundo o resultado dos
questionários e a realização de pausas também foi apontada pelos resultados como
sendo efetuadas. Algumas pessoas da população responderam ter recebido
instruções quanto à postura adequada para a atividade, como não foram todos que
receberam a instrução, conclui-se que a informação possa ter sido realizada fora da
69

empresa, vindo de uma outra fonte, pois o correto seria orientar a todos os
funcionários. A postura incorreta é uma das maiores causas do surgimento de dores
lombares, e como foi constato a grande maioria da população pesquisada apresenta
dores lombares durante a atividade que realizam.
Os itens propostos no check list e analisados através da aplicação do
questionário apontam pequenos ajustes e a implantação de algumas medidas no
posto de trabalho para que o digitador possa realizar as suas atividades com melhor
desempenho e com maior conforto.
Com intuito de adequar o posto de trabalho as características e
necessidades dos digitadores, na prevenção de dores lombares e demais doenças
relacionadas ao trabalho, incluímos algumas recomendações.
Recomendações:
A redução de dores lombares, musculares e da fadiga visual poderá ser
reduzida com a introdução de algumas medidas, tais como:
• treinamento s obre os ajus tes ergonomicamente adequados exis tentes
no posto de trabalho;
• es clarecimentos aos digitadores s obre a grande importância dos
ajustes ergonômicos no seu posto de trabalho para a sua saúde, pois a posição
sentada para a coluna vertebral é um fator de risco.
• informaç ões sobre a postura adequada e de suas mudanças, que para
a atividade de digitação deve ser feita durante a jornada de trabalho;
• As paus as também devem s er res peitadas , reduzindo o cans aço do
digitador, melhorando de certa forma a sua eficiência do trabalho e contribuindo para
satisfação e qualidade de vida.
• Ins erir ginás tica laboral, bus cando mais dis pos iç ão dos digitadores
aumentando assim seu rendimento.

Essas recomendações, bem como o conteúdo deste trabalho, não


possuem a pretensão de esgotar o assunto. São simples indicadores que procuram
avançar na busca de soluções, tendo por base os resultados da pesquisa realizada.

5.4 Considerações finais do capítulo

De acordo com o estudo realizado foi possível verificar a presença de


70

dores lombares em digitadores devido à má postura durante as atividades realizadas


na empresa.
Foi constatado que mesmo possuindo a maioria dos mobiliários e
equipamentos no posto de trabalho com ajustes, os digitadores não receberam
informações e instruções sobre o uso da combinação no ajuste da altura da cadeira,
mesa e monitor, levando também em consideração as diferenças individuais.
Existe falha também na falta de informações e instruções da correta
postura que deve ser adotada durante a jornada de trabalho pelas pessoas que
trabalham na função de digitador no setor estudado da empresa.
As pausas realizadas que deveriam ser de pelo menos 10 minutos a cada
50 minutos trabalhados são substituídas por pausas de 15 minutos, sendo uma
única pausa no período matutino e outra no período vespertino, totalizando um
período de 30 minutos de pausa durante toda jornada de trabalho. A mesma posição
mantida pelos digitadores durante um longo período de tempo da jornada de
trabalho caracterizada por mais de 8 horas diárias, nas condições irregulares de
pausas e postura, ajustes incorretos do mobiliário e equipamentos acabam tornando
o trabalho cansativo para muitos, proporcionando quase que na totalidade dos
entrevistados a fadiga seja ela muscular ou visual.
Os atuais digitadores que trabalham nesse setor da empresa escolhido
para estudo prevalece de homens, sendo 21 pessoas do sexo masculino e apenas
duas pessoas do sexo feminino, resultando em 23 pessoas exercendo a mesma
função de digitadores.
O estudo através do questionário apontou que existe relação da dor
lombar com a atividade do digitador em função do ajuste incorreto de máquinas e
equipamentos e da má postura que é desenvolvida durante a atividade. Foi
constatada a presença de dores lombares, musculares assim como fadiga visual.
Quase que na totalidade das pessoas que responderam ao instrumento de
pesquisa, concordam que a inexistência e o ajuste incorreto de máquinas e
equipamentos no posto de trabalho possam provocar dores musculares, mostrando
assim que possuem consciência mesmo que indireta, do que pode trazer prejuízos e
problemas para a sua saúde na função que exercem.
Pôde-se perceber que é importante disponibilizar todos os elementos
necessários para que haja possibilidade de adequação do posto de trabalho ao
funcionário, mas é de fundamental importância que seja passado instruções aos
71

digitadores de como utilizarem esses elementos em prol da prevenção de sua


saúde.
Assim como instruções de como utilizarem os elementos de ajuste que
possuem, é importante instruí-los da maneira correta de sentar, pois nesta atividade
o digitador passa muito tempo sentado digitando. A função que desempenham
requer atenção e raciocínio, por conta disso, acabam descuidando facilmente da
postura que devem manter para a região lombar e outras partes do corpo não sejam
lesadas.
Observou-se a presença de uma discreta insegurança, resistência e falta
de conhecimento do assunto abordado no questionário por parte de alguns
digitadores, omitindo respostas e levando também a dúvidas sobre a veracidade das
respostas.
Por fim, através do presente estudo, constatamos de forma clara que a
Engenharia de Segurança do Trabalho precisa estar presente nessa área onde
atuam os digitadores ou profissionais que executam também a atividade de
digitação, assim como os analistas de sistema, que têm como atividade o
desenvolvimento de softwares e que passam longos períodos digitando, pois
apresentam indícios bem definidos de sintomas que possam vir a desencadear
doenças relacionadas ao trabalho, trazendo assim, prejuízo e danos ao trabalhador
e consequentemente à Empresa.
72

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A utilização da informática em larga escala, acomete profissionais da área


a constantes modificações e desafios. Com o crescente número de profissionais
devido ao mundo informatizado, aumenta o contingente de pessoas apresentando
algum tipo de dano à saúde relacionada ao trabalho.
A existência de condições inadequadas de trabalho dos profissionais de
tecnologia de informação apresenta como um dos reflexos mais relevantes, as dores
lombares. Por conta disso as empresas deste segmento estão atualmente mais
preocupadas com os trabalhadores, oferecendo condições melhores de trabalho,
com o intuito de preservar a saúde de seus funcionários. Apesar de a preocupação
estar ainda no início, os trabalhadores, continuam sem receber informações
importantes visando à prevenção de dores lombares.
No estudo realizado, verifica-se a disponibilização de quase todos os
elementos essenciais para a adequação do posto de trabalho ao analista, mas torna-
se sem efeito se os elementos não forem utilizados corretamente.
Com base na problemática apresentada, o alvo do estudo foi atendido com
os métodos utilizados na pesquisa. Tais métodos permitiram apontar quais os
elementos no posto de trabalho dos digitadores estavam causando dores lombares,
assim como a relação da má postura com a ocorrência das mesmas.
Desta forma, a problemática, o objetivo geral e objetivos específicos da
pesquisa, que possuem como finalidade verificar as condições e as causas que
contribuem para o aparecimento de dores lombares devido ao mobiliário no
ambiente de trabalho dos digitadores, foram atendidos, com a metodologia aplicada.
Uma dificuldade encontrada na utilização do questionário, foi a
possibilidade de ter havido interpretações diferentes, conforme o grau de
conhecimento sobre o assunto. Por mais explicativo que o questionário fosse
formulado, se a população não tem conhecimento do assunto, poderá haver a
interferência de interpretações errôneas.
Os resultados obtidos através da aplicação dos instrumentos de pesquisa,
em um todo, conseguiu identificar alguns fatores responsáveis pelo surgimento de
dores lombares e pode ser usado não somente para a atividade de digitadores, mas
73

em ambientes informatizados em que a maior parte da atividade seja realizada


sentada em frente a um computador.
Fica a importância da adequação do mobiliário e instruções de como
utilizarem os ajustes dos elementos que compõem o posto de trabalho como sendo
de fundamental importância na prevenção da saúde dos trabalhadores,
proporcionando-lhes um ambiente adequado para o exercício de suas atividades.
Por fim, com base nos resultados obtidos em função dos procedimentos
metodológicos, a pesquisa tem a intenção de despertar conhecimento sobre os
benefícios da prática da ergonomia sobre a saúde dos digitadores, fazendo com que
os elementos disponíveis em seu posto de trabalho sejam adequados às suas
necessidades. Para dar continuidade a pesquisa, e pelo ambiente de trabalho em
que o analista/programador está inserido, sugere-se continuidade do presente
trabalho no estudo dos fatores ambientais, psicológicos em que os mesmos estão
expostos durante suas atividades, bem como uma análise antropométrica.
74

REFERÊNCIAS

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75

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76

APÊNDICES
77

Apêndice A - Check-list de Possíveis Causas de Dores Lombares relativas ao


Mobiliário – Posto de Trabalho dos Digitadores

Elemento do Mobiliário (Direto e Indireto) Sim Não


1-Cadeira
Apresenta regulagem da altura do assento
Apresenta regulagem da altura do encosto
A profundidade do assento é adequada ao digitador
Possui borda do assento arredondada
Giratória
Apoio para os braços
Revestimento adequado
Ajustamento da altura do assento e a posição do encosto
Altura do encosto ajustável
Instruções aos digitadores sobre os ajustes corretos da cadeira
Adequação da altura da cadeira com a altura do monitor

2-Mesa
Borda anterior da mesa arredondada
Espaço para as pernas
Altura regulável
Altura da superfície de trabalho adequada á tarefa
Adequação da altura da mesa com altura do monitor para a linha
de visão
Adequação da altura da mesa com altura da cadeira
Instruções aos digitadores sobre os ajustes da mesa
Espaço adequado para disposição do monitor e complementos

3- Monitor
Altura compatível com a linha normal de visão

4- Apoio para os pés


Apresenta apoio correto para os pés

5- Postura
Mudança de postura no decorrer da jornada de trabalho
O ajuste do mobiliário
Instruções sobre postura adequada
Pequenas pausas e freqüentes durante a atividade
Os ajustes atende as necessidades dos digitadores
Uso correto do mobiliário por parte do usuário
78

Apêndice B - Questionário de Possíveis Causas de Dores Lombares relativas


ao Mobiliário – Posto de Trabalho dos Digitadores

EMPRESA: Empresa de Software

I – Caracterização da População

SEXO
( ) Masculino ( ) Feminino

IDADE: ____________

ESTADO CIVIL
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Outros

FORMAÇÃO
( ) 2º grau completo ( ) 3º grau incompleto ( ) 3º grau completo
( ) pós-graduação incompleto ( ) pós- graduação completo

II- Dados da Profissão

Função que exerce na empresa:_____________________________________

Há quantos anos trabalha na função: _________________________________

Quantas horas por dia trabalha na função:______________________________

Você tem tempo para pausa durante o expediente? ( ) Sim ( ) Não

Quantos minutos?
_______________________________________________________________
79

III – Dados do Mobiliário

A cadeira apresenta regulagem de altura do assento?


( ) Sim ( ) Não

Se existe, o ajuste é compatível com a sua estatura?


( ) Sim ( ) Não

O encosto da cadeira tem ajuste de altura?


( ) Sim ( ) Não

O seu corpo se adapta ao encosto da cadeira, proporcionando conforto?


( ) Sim ( ) Não

Você acha a profundidade do assento da cadeira é adequada?


( ) Sim ( ) Não

A borda do assento é:
( ) arredondada ( ) não arredondada

A cadeira utilizada no seu posto de trabalho é giratória?


( ) Sim ( ) Não

O revestimento do assento da cadeira é de material que permite transpiração?


( ) Sim ( ) Não

A cadeira possui apoio para os braços?


( ) Sim ( ) Não

Se existe, possui algum tipo de regulagem?


( ) Sim ( ) Não

Na posição sentada, os pés ficam:


( ) Apoiados no solo ( ) Suspensos
80

Possui suporte de apoio para os pés?


( ) Sim ( ) Não

Você procura ajustar a altura da sua cadeira com a altura do monitor?


( ) Sim ( ) Não

Recebeu instruções de como ajustar a cadeira na altura correta para você no seu
posto de trabalho?
( ) Sim ( ) Não

A sua mesa possui bordas arredondadas?


( ) Sim ( ) Não

Possui regulagem para a altura da mesa?


( ) Sim ( ) Não

O espaço da mesa é suficiente para a realização do seu trabalho?


( ) Sim ( ) Não

Existem gavetas ou outros objetos abaixo da mesa que atrapalham na acomodação


das pernas?
( ) Sim ( ) Não

A altura e posição dos monitores são ajustáveis e possibilitam posicioná-los às suas


necessidades?
( ) Sim ( ) Não

Sentado na frente do monitor, com a cabeça em linha reta, a borda superior do


monitor fica na linha horizontal da sua visão?
( ) Sim ( ) Não

Passa longo período sentado, na mesma posição?


( ) Sim ( ) Não
81

Costuma mudar frequentemente de postura durante o trabalho?


( ) Sim ( ) Não

Efetua pausas durante período prolongado de digitação?


( ) Sim ( ) Não
Utiliza todos os recursos de ajuste do seu posto de trabalho, procurando adequá-lo a
suas medidas?
( ) Sim ( ) Não

Você recebeu instruções sobre a postura adequada para executar sua atividade?
( ) Sim ( ) Não

No trabalho prolongado ou seguido, você sente fadiga ou cansaço?


( ) Sim ( ) Não

Por onde começa a fadiga ou cansaço? (Pode ser assinalado mais de uma opção)

( )Nuca ( ) Região Lombar ( )Pernas ( )Ombros


( )Joelhos ( )Braços ( )Pés ( ) Mão ( )Punho

Você costuma ter dores lombares durante a jornada de trabalho?


( ) Sim ( ) Não

Você sente dores lombares, fora do local de trabalho?


( ) Sim ( ) Não

Você acha que existe relação da dor lombar com o mobiliário do seu posto de
trabalho?
( ) Sim ( ) Não

Você acha que a inexistência ou o ajuste incorreto da altura da cadeira com a altura
do monitor e da mesa possam provocar dores musculares?
( ) Sim ( ) Não
82

Se você sente dores lombares, em sua opinião quais as possíveis causas (motivos)?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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