Optamos por enquadrar nossa empresa no regime tributário Simples
Nacional. Este é um regime simplificado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos previsto na Lei Complementar nº 123/2006 e aplicável a microempresas e empresas de pequeno porte. Para efeito do Simples Nacional, considera-se ME a sociedade ou o empresário que aufiram em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$360.000,00. Para efetuar a opção por este regime, é necessária a inscrição no CNPJ além da inscrição municipal e estadual, esta última quando houver. Na condição de início de atividade, a empresa tem um prazo de até trinta dias contados do último deferimento da inscrição no CNPJ para efetuar a opção pelo Simples Nacional. Caso contrário, só poderá optar por este regime no próximo mês de janeiro. Os tributos e as alíquotas a serem aplicadas variam conforme o faturamento bruto da empresa e podem ser consultados na Receita Federal. Assim, mediante documento único de arrecadação, implica no recolhimento mensal dos seguintes tributos: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 6. Legislação
A regulamentação brasileira para food trucks vem evoluindo
gradativamente nos últimos anos. A ação do Poder Público neste aspecto é fundamental, a fim de fomentar o mercado dos food truck´s sem prejudicar outros estabelecimentos fixos e/ou ambulantes, além de garantir a segurança alimentar da população. No negócio dos food truck´s os empreendedores devem seguir as normas da vigilância sanitária municipal, alinhada à norma nacional (RDC 216/2004) e do estado, quando houver. Apenas os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná possuem legislação em vigor para este mercado. Tais legislações abrangem desde aspectos sanitários, liberação municipal, normas dos Bombeiros e normas do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Quanto às normas sanitárias, destacam-se fatores como a segurança da água utilizada, higienização do truck, resíduos gerados, energia elétrica, instalação do fogão, procedência e resfriamento dos alimentos, dentre outros. No que tange às normas dos Bombeiros, as atividades devem seguir as normas de prevenção e proteção contra incêndios. Já o Denatran exige que as modificações no veículo sejam homologadas por meio de laudo no Inmetro. Quanto o licenciamento da Prefeitura veremos a seguir um resumo da regulamentação nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. São Paulo foi o primeiro estado que sancionou uma lei que regulamenta as vendas de comida de rua. A Lei 15.947/2013 foi formulada com a intenção de fomentar o negócio dos food truck´s. Entre os pontos que se destacam na lei paulista estão os procedimentos para adquirir o termo de permissão de uso, bem como a não permissão deste termo para pessoas físicas e adequação dos veículos às normas sanitárias. A fiscalização das vendas e a concessão de licença ficam sob responsabilidade de uma comissão formada por um servidor da subprefeitura, um do Conselho de Segurança do bairro, um sanitarista da Secretaria de Saúde e três representantes da sociedade civil. Na cidade do Rio de Janeiro, o Decreto 39.709/2015 consolida as regras para comercialização de comida de rua, diferenciando dos ambulantes, que são regidos pela Lei 1.876/1992, do comércio de comida em trailers e vans. Para obter licença para trabalhar no Rio de Janeiro os interessados devem fazer curso de boas práticas de manipulação de alimentos. Ainda, é necessário a abertura de empresa pelo site da Prefeitura, além de licença sanitária. Os espaços disponibilizados na cidade atuam em sistema de rodízio e regidos pelo edital da Superintendência de Patrimônio Imobiliário. Já a Associação Paranaense de Food Trucks estima que há no estado cerca de 50 veículos licenciados. Recentemente foi aprovado Projeto de Lei que regulamenta e autoriza o comércio dos trucks. Em Curitiba, o comércio é regulamentado pela Lei 14.634, na qual, dentre outros pontos, os proprietários devem constituir CNPJ para obter licença e passar por uma concorrência pública para atuar nos locais públicos. A licença será expedida pela Secretaria de Urbanismo do município e autorizada por uma comissão formada por integrantes de diversas Secretarias Municipais (saúde, trânsito, meio ambiente, etc).
Referências:
Sociedade Limitada, Tributos e Impostos. Disponível em <sociedade-
limitada.info/tributos-e-impostos.html> Acesso em 19 set 2016.
OLIVEIRA, Lais Tenenbaum; SANTOS, Marcella Dias da Silva. Elaboração de
um Plano de Negócio de um Food Truck de Comidas Orgânicas, 2015. Disponível em http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10015096.pdf Acesso em 19 set 2016.
Food Truck Sebrae. Modelo de Negócio e sua Regulamentação, 2015.
Disponível em <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/food-truck- uma-nova-tendencia,d128e6f7c633c410VgnVCM2000003c74010aRCRD> Acesso em: 20 set. 2016.