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5.anoitecer - Diarios Do Vampiro - L.J. Smith PDF
5.anoitecer - Diarios Do Vampiro - L.J. Smith PDF
Sobre a obra:
Sobre nós:
DIÁRIOS do
VAMPIRO
O RETORNO
Anoitecer
Para Kathryn Jane Smi th, mi nha mãe, com mui to amor.
Prólogo
Ste-fan? E l ena es tava frus trada. E l a não cons egui a fazer a pal avra em
que es tava pens ando s ai r do j ei to que el a queri a. " Stefan" , el e ci tou,
i ncl i nado s obre um cotovel o e ol hando para el a com aquel es ol hos que s empre
a fazi am quas e es quecer o que el a es tava tentando di zer. E l es bri l havam como
fol has verdes na pri mavera a l uz do s ol . " Stefan, " el e repeti u. " Você cons egue
di zer, meu amor?"
E l ena ol hou para el e s ol enemente. E l e era tão boni to que parti a o s eu
coração, com s eu ros to pál i do e o s eu cabel o es curo cai ndo des cui dadamente em
s ua tes ta. E l a queri a col ocar em pal avras todos os s enti mentos que es tavam
trancados atrás daquel a l í ngua des aj ei tada e daquel a mente tei mos a. Havi a
tanta coi s a que el a preci s ava perguntar a el e... E di zer a el e. M as os s ons
ai nda não s ai am . E s tavam enrol ados em s ua l í ngua. E l a não cons egui a nem
mes mo envi á-l o para el e tel epati camente, tudo eram apenas i magens
fragmentadas .
Afi nal , era apenas o s éti mo di a de s ua nova vi da.
Stefan l he di s s e que l ogo que el a des pertou, as s i m que vol tou do " outro
l ado" , após a s ua morte como uma vampi ra, que el a ti nha s i do capaz de andar
e fal ar e fazer todo ti po de coi s as que el a pareci a ter es queci do agora. E l e não
s abi a por que é que el a ti nha es queci do, nunca ti nha conheci do al guém que
ti ves s e vol tado da morte exceto os que vi ravam vampi ros . O que E l ena uma fez
foi , mas certamente não era mai s .
Stefan também ti nha di to entus i as mado que el a es tava aprendendo mai s
rápi do a cada di a. Novas i magens , novas pal avras mentai s . M es mo s endo às
vezes mai s fáci l s e comuni car do que outras , Stefan ti nha certeza que el a
s eri a el a mes ma novamente al gum di a em breve. E ntão el a agi ri a como a
adol es cente que el a real mente era. E l a dei xari a de s er uma adul ta com uma
mente i nfanti l , do j ei to que os es pí ri tos ti nham cl aramente es col hi do que el a
fos s e: cres cendo, vendo o mundo com ol hos novos , com os ol hos de uma cri ança.
E l ena pens ava que os es pí ri tos havi am s i do um pouco i nj us tos . E s e
Stefan encontras s e al guém nes s e mei o tempo? Al guém que pudes s e andar e
fal ar e es crever? E l ena s e preocupava com i s s o.
Foi por i s s o que, al gumas noi tes atrás , Stefan ti nha acordado e a
encontrado fora de s ua cama. E l e a achou no banhei ro, ol hando ans i os amente,
para um j ornal tentando ver o s enti do nas pequenas gravuras que el a s abi a
que eram pal avras , poi s i s s o el a j á ti nha aprendi do. O documento es tava
s al pi cado com s uas l ágri mas . As Gravuras não s i gni fi cavam nada para el a.
" M as por que, amor? Você aprenderá a l er de novo. Por que a pres s a? "
Is s o foi antes de el e ver as pontas de l ápi s , quebradas de s egurar tão
forte, e guardanapos us ados como papel . E l a os ti nha us ado, para tentar i mi tar
as pal avras . Tal vez s e el a pudes s e es crever como as outras pes s oas , Stefan
dei xari a de dormi r em s ua cadei ra e dormi ri a abraçado a el a na cama grande.
E el e não i ri a à procura de al guém mai s vel ha ou mai s i ntel i gente. E l e
s aberi a que el a era uma adul ta.
E l a vi u Stefan compreendendo i s s o l entamente em s ua mente, e el a vi u
as l ágri mas encherem s eus ol hos . E l e achava que j amai s s eri a pos s í vel
chorar novamente, não i mporta o que aconteces s e. M as el e vi rou as cos tas pra
el a e res pi rou l enta e profundamente por um tempo que pareci a mui to l ongo.
E então el e a pegou do chão, l evantando-a para l evá-l a de vol ta pra s ua
cama, e ol hou em s eus ol hos e di s s e, " E l ena, me di ga o que você quer que
eu faça. M es mo que i s s o s ej a i mpos s í vel , eu vou fazer. E u j uro. Di ga-me. "
Todas as pal avras que el a queri a pas s ar mental mente pra el e es tavam
encravadas no i nteri or del a. Seus própri os ol hos derramaram l ágri mas , que
Stefan removeu l entamente com os dedos , como s e el e pudes s e arrui nar uma
i nes ti mável pi ntura por tocar mui to brus camente.
E ntão E l ena vi rou o ros to para ci ma, fechou os ol hos encol heu os l ábi os
l evemente. E l a queri a um bei j o. M as ...
" Você é apenas uma cri ança mental mente agora" , Stefan di s s e
agoni zado. " Como pos s o ti rar provei to de você?"
Havi a al go que el es ti nham fei to de vol ta à s ua vel ha vi da, que E l ena
ai nda l embrava. E l a s i nal i zou abai xo de s eu quei xo bem onde era mai s
maci o... Uma, duas , três vezes .
Is s o a fez s e s enti r des confortável , por dentro. Como s e el a fos s e
demas i adamente i mperti nente. Is s o s i gni fi cava que el a queri a...
Stefan gemeu.
" E u não pos s o... "
Tap, tap, tap... E l a conti nuou apontando para o pes coço...
" Você ai nda não vol tou ao que era antes ..." .
Tap, tap, tap... E l a conti nuou...
" E s cute-me, amor..." .
Tap! Tap! Tap! E conti nuou i ns i s tentemente a apontar, ol hando pra el e
fi rmemente, com um ol har i mpl orati vo. Se el a pudes s e fal ar, el a teri a di to —
por favor, me dê al gum crédi to — E u não s ou total mente es túpi da. Por favor,
es cute o que eu não pos s o di zer a você.
" Você machuca. Você es tá real mente machucando" , Stefan havi a
i nterpretado o que el a pens ava. " e s e eu — s e eu... s e eu s ó tomar um
pouco..."
E então de repente os dedos de Stefan es tavam gel ados e deci di dos ,
movendo s ua cabeça, l evantando-a, vi rando-a no ângul o correto, e então el a s e
s enti u a dupl a pi cada, convencendo-a mai s do que tudo de que el a es tava vi va
e não um era mai s um es pí ri to.
E então el a es tava mui to certa de que Stefan a amava e a ni nguém mai s ,
e que el a podi a contar a Stefan al gumas das coi s as que el a queri a. M as el a
ti nha que di zer-l he entre excl amações — não de dor — como es trel as e
cometas e fei xes de l uz cai ndo ao s eu redor. E agora era Stefan quem não era
capaz de pens ar uma úni ca pal avra à el a. Stefan era quem ti nha fi cado mudo.
E l ena apenas achava que era j us to. Depoi s di s s o, el e a abraçou durante
a noi te, e el a es tava i nfi ni tamente fel i z.
1
Damon Sal vatore es tava es corado no ar, l i teral mente apoi ado por um gal ho
de uma... Quem s abi a os nomes das árvores afi nal ? Quem s e i mportava com
i s s o? E ra al ta, tanto que l he permi ti a ter vi s ta do quarto de Carol i ne Forbes no
tercei ro pi s o, e el e fez um confortável encos to. E l e es tava es corado na
bi furcação conveni ente dos gal hos , mãos cruzadas atrás de s ua cabeça, uma
perna bal ançando no es paço vazi o mai s de tri nta metros do chão.
E l e es tava confortável como um gato, os ol hos s emi cerrados obs ervando.
E l e es tava es perando a chegada do momento mági co das 04h44mi n da
manhã, quando Carol i ne i ri a executar o s eu ri tual bi zarro. E l e j á ti nha vi s to
i s s o duas vezes e el e es tava encantado.
E ntão el e s enti u uma pi cada de mos qui to.
Que era ri dí cul o, porque os mos qui tos não s e al i mentavam em vampi ros .
O s eu s angue não era nutri ti vo como o s angue humano. M as certamente
s enti u o que pareci a uma mordi da de mos qui to na parte de trás do s eu pes coço.
E l e s e vi rou para ver por trás del e, s enti ndo o cal or da noi te de verão ao
redor del e, e vi u nada.
Nenhum es pi nho. Nada voando. Nada pra s er ras treado.
Tudo bem então. Devi a ter s i do al gum es pi nho. M as certamente
machucou. E a dor pi orava com o tempo, não mel horava.
Uma abel ha s ui ci da? Damon s enti u parte de trás do s eu pes coço com
cui dado. Não s enti u veneno, s em ferrão. Apenas uma í nfi ma cavi dade
machucada.
Um momento depoi s a s ua atenção foi chamada de vol ta para a j anel a.
E l e não ti nha certeza exatamente o que es tava acontecendo, mas el e
podi a s enti r o s úbi to movi mento do Poder ao redor do s ono Carol i ne, como um fi o
de al ta tens ão. Al guns di as atrás , i s s o ti nha atraí do a atenção del e para es s e
l ugar, mas quando el e chegou, el e não cons egui u encontrar a fonte.
O rel ógi o marcou 04h40mi n e s oou um al arme. Carol i ne acordou e aqui l o
s e es pal hou por todo o quarto.
Garota de s orte, Damon pens ou, com í mpi os de apreci ação. Se eu fos s e
um mero humano, em vez de um vampi ro, então a s ua vi rtude, pres umi ndo
que você tenha al guma ai nda, poderi a es tar em peri go. Fel i zmente para você,
ti ve que des i s ti r de todo es s e ti po de coi s a há quas e mei o mi l êni o atrás .
Damon abri u um s orri s o para o nada, e o manteve por um vi gés i mo de
s egundo e, em s egui da, o des fez, s eus ol hos negros fi cando fri os . E l e ol hou
de vol ta para a j anel a aberta.
Si m... E l e s empre s enti u que o i di ota do s eu i rmão mai s novo Stefan não
ti nha us ufruí do Carol i ne Forbes o s ufi ci ente. Não havi a dúvi da de que a
meni na val i a a pena de s e ver: corpo al ongado e es bel to, bem proporci onado e
bronzeado, e cabel o cor de bronze que cai a em torno de s eu ros to em ondas .
E depoi s ti nha s ua mente. Natural mente envi es ada, vi ngati va,
rancoros a. Del i ci os a. Por exempl o, s e el e não es tava enganado, el a ti nha
trabal hado com bonecos de vodu al i mes mo em s ua mes i nha.
Incrí vel .
Damon gos tava de ver as artes cri ati vas em trabal ho.
O es tranho Poder ai nda trabal hava e el e ai nda não podi a obter uma vi s ão
do el e que era. Seri a de dentro da garota? Seguramente não.
Carol i ne foi apres s adamente pegar o que pareci a s er um punhado de
s eda verde. E l a reti rou a s ua bl us a, quas e rápi do demai s até para os ol hos de
um vampi ro ver — el a ti nha ves ti do uma l i ngeri e que a fez parecer como uma
pri nces a da s el va. E l a ol hou atentamente para o s eu própri o refl exo em um
enorme es pel ho.
Agora, pel o que você es pera meni na? Damon i magi nou.
Bem, el e bem que podi a manter-s e às es curas . Houve um movi mento no
es curo, uma pena cai u no chão, e então não havi a nada excepci onal , mas um
grande corvo s entado na árvore.
Damon vi gi ava atentamente pel os ol hos bri l hantes de uma ave quando
Carol i ne avançou de repente, como s e el a ti ves s e l evado uma des carga el étri ca,
s eus l ábi os s e abri ram, s eu ol har s obre aqui l o que pareci a s er s eu própri o
refl exo.
E ntão el a s orri u para el e em s audação.
Damon pôde i denti fi car a fonte de energi a agora. E ra do i nteri or do
es pel ho. Não na mes ma di mens ão que o es pel ho, s em dúvi da, mas vi nha do
s eu i nteri or.
Carol i ne comportava-s e es tranhamente. E l a j ogou para trás o s eu l ongo
cabel o bronze para que el e caí s s e em um magní fi co des al i nho de vol ta para
bai xo, el a mol hou os l ábi os e s orri u, como s e para um amante. Quando el a
fal ou, Damon podi a ouvi -l a de forma bem cl ara.
" Obri gado. M as você es tá atras ado hoj e. "
Não havi a ni nguém mai s al ém del a no quarto, e Damon não pode ouvi r
nenhuma res pos ta. M as os l ábi os da Carol i ne no es pel ho não s e movi am em
s i ncroni a com os l ábi os reai s da meni na.
Bravo! Pens ou s empre di s pos to a apreci ar um novo truque dos s eres
humanos . M ui to bem, s ej a l á o que você for!
Com a l ei tura l abi al da meni na do refl exo no es pel ho el e apanhou al go
como des cul pa e ‘adorável ’.
Damon l evantou s ua cabeça.
Carol i ne do refl exo es tava di zendo, " ... você não tem que... depoi s de
hoj e" .
A verdadei ra Carol i ne res pondeu roucamente. " M as o que acontecerá s e
eu não puder enganá-l os ?"
E o refl exo: " ... ter aj uda. Não s e preocupe, des cans e..."
" Certo. E ni nguém vai s er as s i m, fatal mente feri do, certo? Quero di zer,
nós não es tamos fal ando s obre morte — para humanos ."
O refl exo: " Por que es tarí amos ...?"
Damon s orri u i nteri ormente. Quantas vezes el e ti nha fei to trocas como
es ta antes ? Por experi ênci a própri a el e s abi a: Pri mei ro você tem que s e
aproxi mar então você a tranqüi l i za, e antes que el a s ai ba você pode ter
qual quer coi s a del a, até que você j á não preci s e mai s del a.
E então — s eus ol hos negros bri l haram — j á era hora de fazê-l o
novamente.
Agora as mãos de Carol i ne es tavam vi brando em s eu col o. " E nquanto que
você real mente... você s abe. O que você prometeu. Você real mente fal ou s éri o
s obre s eu amor? "
" ... Confi e em mi m. E u vou cui dar de você — e de s eus i ni mi gos
também. E u Já comecei ... "
De repente Carol i ne l evantou-s e, e foi um movi mento que os rapazes na
Robert E . Lee Hi gh School teri am pagado para as s i s ti r. " É Is s o o que eu quero
ver, " di s s e el a. " E s tou farta de ouvi r fal ar E l ena i s s o, Stefan aqui l o... e que
agora vai começar tudo de novo."
Carol i ne parou abruptamente, como s e al guém ti ves s e des l i gado o
tel efone e el a ti ves s e percebi do nes te i ns tante. Por um momento s eus ol hos s e
es trei taram e s eus l ábi os de apertaram. E ntão, l entamente, el a rel axou. Seus
ol hos s e manti veram no es pel ho, e l evantou uma mão até que a dei xou
des cans ando s obre s ua barri ga. E l a encarou aqui l o e devagar pareci a que s ua
expres s ão s e atenuava, para s e trans formar em uma expres s ão de apreens ão e
ans i edade.
M as Damon não ti nha ti rado os ol hos del e fora do es pel ho por um
i ns tante. E s pel ho normal , es pel ho normal , há l á es tá! Só no úl ti mo momento,
quando Carol i ne s e afas tou e s e vi rou, el e vi u um fl as h de cor vermel ha.
Chamas ?
Agora, o que poderi a es tar acontecendo? Pens ou pregui ços amente,
vi brando quando el e trans formou de um el egante corvo de vol ta a um
fatal mente maravi l hos o j ovem es corado em um al to ramo da árvore.
Certamente, o es pel ho-cri atura não era al i de Fel l ’s Church. M as s oava
como s e pretendes s e trazer probl emas para s eu i rmão, e um frági l e bel o
s orri s o tocou os l ábi os de Damon por um s egundo.
Não havi a nada que el e amava mai s do que parar para as s i s ti r o
hi pócri ta, E u-s ou-mel hor-do-que-você-porque-eu-não-bebo-s angue-humano-
Stefan em apuros .
Os adol es centes de Fel l ’s Church — e al guns dos adul tos —
cons i deravam o conto de Stefan Sal vatore e de s ua l i nda conterrânea E l ena
Gi l bert como um Romeu e Jul i eta moderno. E l a ti nha dado a s ua vi da para
s al var s eu amado quando ambos foram capturados por um maní aco, e que el e
ti nha morri do de coração parti do depoi s di s s o.
Havi a rumores de que Stefan não era mui to humano... mas outra coi s a.
Um amante demôni o pel o qual E l ena morreu para redi mi r.
Damon s abi a a verdade. Stefan es tava morto, el e ti nha s i do morto
centenas de anos atrás . E era verdade que el e era um vampi ro, mas chamá-l o
de demôni o era como chamar a fada s i ni nho de peri gos a.
E ntretanto, parece que Carol i ne não podi a parar de fal ar no quarto vazi o.
" Bas ta você es perar, " el a s us s urrou i ndo em di reção às pi l has de papéi s
e l i vros que es tavam em s ua es cri vani nha.
E l a mexeu no mei o dos documentos até que el a encontrou uma câmera
de ví deo em mi ni atura que ti nha uma l uz verde bri l hante vi rada pra el a como
um úni co ol ho s em pi s car. Del i cadamente, el a l i gou a câmera ao s eu
computador e começou a di gi tar uma s enha.
Damon que ti nha a preci s ão de vi s ta mui to mel hor do que um humano
pode ver cl aramente a di gi tação com os l ongos dedos e unhas bronze
bri l hantes : CFRULE S. — Carol i ne Forbes Rul es {1} — pens ou el e. Coi tadi nha.
E ntão el a vi rou, e Damon vi u l ágri mas em s eus ol hos . No próxi mo
momento, i nes peradamente, el a es tava s ol uçando.
E l a s entou pes adamente na cama, chorando bal ançando para frente e
para trás , ocas i onal mente, agarrando o col chão com punhos fechados . M as ,
pri nci pal mente, el a s ó chorou e chorou.
Damon es tava as s us tado. M as então, o pes ar as s umi u o control e, e el e
murmurou, " Carol i ne? Carol i ne, eu pos s o entrar? "
" O quê? Quem? " E l a ol hou ao redor freneti camente.
" É Damon. Pos s o entrar? " E l e perguntou, s ua voz com pi ngos es cárni o e
s i mpati a, s i mul taneamente uti l i zando control e s obre a mente del a."
Todos os vampi ros ti nham os poderes de control e s obre mortai s . O
tamanho do Poder dependi a de mui tas coi s as : o vampi ro, a s ua di eta ( s angue
humano era, de l onge, o mai s potente), a força da vontade da ví ti ma, a rel ação
entre o vampi ro e a ví ti ma, o di a e a noi te, e tantas outras coi s as que mes mo
Damon ai nda não entendi a. E l e s ó s abi a que s eu própri o poder havi a cres ci do,
e era mui to forte agora.
E Carol i ne es tava es perando.
" Pos s o entrar" ? Di s s e el e s ua voz s oando como notas mus i cai s ,
i mpl orati va e ao mes mo tempo es magando a força de vontade de Carol i ne —
que j á não era mui to forte.
" Si m" , res pondeu el a, es fregando os ol hos rapi damente,
aparentemente não vendo nada i ncomum em s ua entrada pel a s acada do
tercei ro andar. Seus ol hos fi xos nos del e. " E ntre, Damon."
E l a ti nha fei to o convi te neces s ári o para um vampi ro. Com um movi mento
graci os o el e pul ou s obre o pei tori l . O i nteri or do quarto del a chei rava a
perfume, e não o mai s s uti l . E l e s enti u uma fome s el vagem, era
s urpreendente a forma como a febre pel o s angue ti nha chegado tão
s ubi tamente, de forma i rres i s tí vel . Seus cani nos s uperi ores es tavam de fora,
e s uas bordas eram afi adas como l âmi nas .
E s tava s em tempo para convers a, para cercá-l a de enganações como el e
cos tumava fazer. Para um gourmet, metade do prazer es tava na expectati va, com
certeza, mas agora el e es tava em neces s i dade. E l e us ou fortemente o s eu
poder de control ar o cérebro humano e deu a Carol i ne um s orri s o
des l umbrante.
Is s o foi tudo o que preci s ou.
Carol i ne ti nha s e movi do na di reção del e, agora el a parou. Seus l ábi os ,
parci al mente abertos para fazer uma pergunta, permaneceram abertos , e s uas
pupi l as s e di l ataram de repente, como s e el a ti ves s e em uma s al a es cura, e,
em s egui da, s e contraí ram e permaneceram contraí das .
" E u... eu..." el a tentou fal ar. " Ohhh..."
E ntão. E l a era del e. Bem fáci l .
Seus dentes es tavam l atej ando com um ti po de dor agradável , bas tari a
um s uave movi mento e tão rápi do como ataque de uma cobra, el e afundari a
s eus dentes em s ua artéri a. E l e es tava com fome — não, es tava fami nto —
todo o s eu corpo es tava quei mando com um des ej o mui to profundo de beber o
quanto el e des ej as s e. Afi nal , haveri a outros a s ua es col ha, s e el e s ecas s e
es s e corpo até o fi m.
Cui dados amente, nunca ti rando s eus ol hos dos del a, el e l evantou a
cabeça de Carol i ne para expor a garganta, com o doce de pul s o em s eu pes coço.
Is s o preencheu todos os s eus s enti dos : o bati mento do s eu coração, o chei ro do
s angue exóti co l ogo abai xo da s uperfí ci e, dens o e maduro e doce. Sua cabeça
es tava gi rando. E l e nunca es teve tão ani mado, tão ans i os o -
Tão ans i os o que el e deu uma paus a. Afi nal , era uma meni na tão boa
como outra, certo? O que ti nha de di ferente nel a? Que ti nha de errado com el e?
E então el e s oube.
E u vou recuperar mi nha mente de vol ta, obri gado.
De repente o i ntel ecto de Damon fi cou fri o gél i do, a aura s ens ual em que
el e foi pres o fi cou congel ada naquel e i ns tante. E l e l argou o quei xo de
Carol i ne e fi cou mui to qui eto.
E l e ti nha quas e caí do s ob a i nfl uênci a do que a coi s a es tava us ando em
Carol i ne. Aqui l o ti nha tentado fazê-l o quebrar s ua pal avra com E l ena.
E de novo, el e pode s enti r apenas um pouco do vermel ho no es pel ho.
Is s o devi a s er uma daquel as cri aturas atraí das pel a onda de Poder que
emanava em Fel l ’s Church — E l e s abi a di s s o. E ti nha us ado el e,
es ti mul ando-o a drenar Carol i ne. Para ti rar todo o s eu s angue, para matar um
s er humano, al go que el e não ti nha fei to des de a vol ta de E l ena.
Por quê?
A fúri a o congel ou, el e concentrou-s e e em s egui da, anal i s ou todas as
di reções com s ua mente para encontrar o paras i ta. E l e ai nda deve es tar aqui ; o
es pel ho era de apenas um portal de vi agens para as pequenas di s tânci as . E
es s a coi s a ti nha o control ado — el e, Damon Sal vatore — Ti nha de s er mui to de
perto, de fato.
Ai nda as s i m, el e não podi a achar nada. Is s o fez del e mai s furi os o do
que antes . Aus entemente, enquanto tateava a parte de trás do s eu pes coço, el e
envi ou uma mens agem ameaçadora:
Vou avi s á-l o uma vez, e uma vez s ó. Fi que l onge de mi m!
E l e envi ou o pens amento, com uma grande expl os ão de energi a que
bri l hou como rel âmpagos em s eus própri os s enti dos . O poder devi a ter
derrubado qual quer coi s a que es ti ves s e perto o s ufi ci ente, como o tel hado, o
ar... Tal vez até mes mo a cas a ao l ado. De al gum l ugar, a cri atura deve ter
s enti do, e el e deveri a ter s i do capaz de entender i s s o.
M as , embora Damon pudes s e s enti r nuvens es cureci das aci ma del e em
res pos ta ao s eu humor, e o vento roçar ramos l á fora, não houve res pos ta
al guma, nenhuma tentati va de retal i ação.
E l e não pode encontrar nada perto o s ufi ci ente para ter s e i ntroduzi do em
s ua mente, e nada, a uma di s tânci a que poderi a s er forte o bas tante. Damon
podi a di verti r-s e, às vezes fi ngi ndo s er vão, mas por bai xo ti nha uma l ógi ca
fri a e capaci dade de anal i s ar-s e. E l e era forte. E l e s abi a di s s o. E nquanto el e
s e manti ves s e bem nutri do e l i vre de enfraqueci mento, exi s ti am poucas
cri aturas que poderi am contra el e, pel o menos , nes te pl ano.
Aqui em Fel l ’s Church j á ti veram doi s — uma voz fal ou em s ua mente
em E s cárni o — mas Damon es pantou i s s o pra l onge. Certamente não poderi a
haver outros vampi ros anci ões perto, ou el e teri a s enti do el es . Vampi ros
normai s , s i m, mas el es j á eram. M as todos el es s ão demas i ado fracos para
entrar em s ua mente.
E l e es tava certo que não havi a cri atura dentro do al cance que poderi a
des afi á-l o. E l e teri a s enti do como el e s enti a bri l har as ondas do poder mági co
e úni co que emanava do s ol o s ob Fel l ’s Church.
E l e ol hou para Carol i ne novamente, ai nda i móvel pel o trans e que el e
col ocou s obre el a. E l a i ri a s ai r del e gradual mente, não era nada pi or do que a
experi ênci a de o que quer que fos s e ti nha fei to com el a, pel o menos .
E l e vi rou-s e e, graci os amente como uma pantera, s ai u pel a j anel a, para
a árvore e depoi s cai u faci l mente tri nta pés no chão.
2
Damon teve que es perar al gumas horas por outra oportuni dade para
al i mentar-s e, havi a mui tas j ovens em s ono profundo, e el e es tava furi os o. A
fome que a cri atura mani pul adora ti nha des pertado nel e era real , mes mo não
cons egui ndo fazê-l o de fantoche. Preci s ava de s angue, e el e preci s ava l ogo.
Só então el e i ri a pens ar s obre as i mpl i cações do es tranho hós pede no
es pel ho de Carol i ne: que ti po de demôni o que ti nha entregado a s ua amante
para s er morta por Damon, mes mo que s ó ti ves s e fi ngi ndo fazer um acordo com
el a.
Nove da manhã el e di ri gi u pel a rua pri nci pal da vi l a, pas s ado um
anti quári o, e uma l oj a de cartões .
E s pere. Lá es tava. A nova l oj a que vendi a ócul os . E l e es taci onou e s ai u
do carro com uma el egânci a vi nda de s écul os de movi mentos pl anej ados que
gas taram mai s um pouco de s ua energi a. M ai s uma vez, Damon abri u um
s orri s o i ns tantâneo, e l ogo fechou a cara, admi rando-s e no es curo vi dro da
j anel a. Si m, não i mporta como você ol ha para el e, el e era maravi l hos o, pens ou
aus entemente.
A porta ti nha um s i no que s oou quando el e entrou. Dentro ti nha uma
meni na mui to boni ta com cabel o marrom amarrado para trás e grandes ol hos
azui s .
E l a ti nha vi s to Damon e es tava s orri ndo ti mi damente.
" Ol á" . E embora el e não ti ves s e perguntado, el a acres centou, em uma
voz que bri l hava, " E u s ou Page."
Damon deu-l he um ol har l ongo e s em pres s a que termi nou em um
s orri s o, l ento bri l hante e cúmpl i ce. " Ol á, Page" , di s s e el e, chamando-a para
perto.
Page engol i u. " Pos s o aj udar?"
" Oh, s i m" , di s s e Damon, s egurando-a com os ol hos , " E u acho que
s i m."
E l e a ol hou gravemente. " Sabi a" , di s s e el e, " que você real mente parece
como uma pri nces a de um cas tel o da Idade M édi a?"
Page fi cou branca, então corou furi os amente e ol hou mel hor para el e.
" E u — E u s empre qui s ter nas ci do naquel a época. M as como você poderi a
s aber? "
Damon apenas s orri u.
E l ena ol hou pra Stefan com os grandes ol hos que eram de um azul
es curo de Lápi s -l azúl i com um bri l ho dourado. E l e ti nha acabado de di zer-l he
el a teri a Vi s i tas ! E m todos os s ete di as da s ua vi da, des de que el a ti nha
retornado do pós vi da, el a nunca, nunca ti nha ti do uma vi s i ta.
Pri mei ra coi s a, de i medi ato, foi tentar des cobri r o que era uma vi s i ta.
***
Al gum tempo após , Stefan expl i cou a E l ena que os vi s i tantes eram s eus
ami gos , s eus bons ami gos , e que el e queri a que el a s e ves ti s s e. E l ena não
entendeu por que. E s tava cal or. E l a ti nha us ado uma cami s ol a ( pel o menos
pel a mai or parte da noi te), mas de di a era ai nda mai s quente, e el a não ti nha
um Ves ti do.
Al ém di s s o, as roupas que el e es tava a oferecer-l he, um par de j eans
enrol ado e uma cami s a pól o que s eri a demas i ado grande... E ram errados , de
al guma manei ra. Quando el a tocou a cami s a el a vi u centenas de i magens de
mul heres em pequenas s al as , todas em máqui nas de cos tura em uma l uz
fraca, todas trabal hando freneti camente.
" Vem de s ervi ço es cravo?" Stefan di s s e as s us tado, quando el a l he
mos trou o retrato em s ua mente. " E s s as ?" E l e derrubou no chão as roupas do
armári o apres s adamente.
" E es ta aqui ?" Stefan entregou-l he uma cami s a di ferente.
E l ena a es tudou s obri amente, encos tou-a na bochecha. Não vi nha de
s ervi ço es cravo, mas defi ni ti vamente foi fei to por mul heres trabal hando
freneti camente.
" Ok?" Stefan perguntou. M as E l ena ti nha congel ado. E l a foi à j anel a e
ol hou pra fora.
" O que há de errado?"
Des ta vez, el a l he envi ou apenas uma i magem. E l e reconheceu-o
i medi atamente.
Damon.
Stefan s enti u um aperto no pei to. Seu i rmão mai s vel ho ti nha tornado a
vi da de Stefan o mai s mi s erável pos s í vel durante quas e mei o mi l êni o. Cada
vez que Stefan ti nha cons egui do fugi r del e, Damon ti nha ras treado el e achado
el e novamente, procurando... o quê? Vi ngança? Al guma s ati s fação fi nal ? E l es
ti nham matado um ao outro, ao mes mo i ns tante, de vol ta à Itál i a
renas centi s ta. Suas es padas ti nham perfurado os corações um do outro, quas e
s i mul taneamente, em um duel o, por uma meni na vampi ra. As coi s as s ó
ti nham pi orado a parti r daí .
M as el e s al vou s ua vi da al gumas vezes , também, Stefan pens ou, de
repente des confi ado. E vocês prometeram que i ri am cui dar de s i , cui dar um do
outro...
Stefan ol hou abruptamente pra E l ena. E l a que ti nha fei to os doi s
fazerem o mes mo j uramento quando el a es tava morrendo. E l ena ol hou de vol ta
a el e com os ol hos azui s profundos que eram l í mpi dos como uma pi s ci na de
i nocênci a.
De qual quer modo, ti nha que l i dar com Damon, que es tava agora
es taci onando s ua Ferrari ao l ado do Pors che de Stefan na frente da pens ão.
" Fi que aqui e s e mantenha l onge da j anel a. Por favor, " di s s e Stefan
apres s adamente a E l ena. E l e s ai u do quarto, fechou a porta, e quas e correu ao
des cer as es cadas .
E ncontrou Damon es corado na Ferrari , exami nando o exteri or di l api dado
da pens ão pri mei ro com ócul os , então s em. A expres s ão de Damon di zi a que
não fazi a uma grande di ferença de qual quer manei ra que você ol has s e para
el a.
M as es s a não foi a pri mei ra preocupação de Stefan. Foi a aura de Damon
e a vari edade de di ferentes aromas exi s tentes o qual os nari zes humanos
nunca i ri am s er capazes de detectar, e mui to menos des vendar.
" O que você es teve fazendo?" Stefan di s s e, mui to chocado, mes mo para
uma s audação negl i gente.
Damon deu-l he um s orri s o fraco. " Fui a um anti quári o" , el e di s s e, e
s us pi rou. " Ah, e eu fi z al gumas compras ." E l e pas s ou os dedos em um novo
ci nto de couro, e tocou o bol s o com a câmera de ví deo, e bal ançou para trás e para
frente s eu Ray-Ban. " Pode acredi tar, es s e pequeno grão de poei ra des s a ci dade
tem l oj as bem decentes . E u gos to de fazer compras . "
" Você gos ta de roubar, você quer di zer. E i s s o s em contar à metade do o
chei ro que s i nto em você. Você es tá morrendo ou você s ó es tá l ouco? " Às vezes ,
quando um vampi ro ti nha s i do envenenado ou ti nha s i do s ucumbi do a uma
das poucas mi s teri os as mal di ções ou doenças que afl i gem a s ua es péci e,
ti nham que s e al i mentar febri l mente, era i ncontrol ável , s ej a quem es ti ves s e
por perto.
" Só fome" , Damon res pondeu normal mente, ai nda aval i ando a pens ão.
" E o que aconteceu com a educação bás i ca por fal ar ni s s o? E u di ri gi todo o
cami nho até aqui e eu nem recebo um " Ol á, Damon, " ou " Prazer em vê-l o,
Damon?' Não. E m vez ouço ' O que você es tava fazendo, Damon?’ " E l e fez uma
i mi tação de chorami ngar em es cárni o. " E u me pergunto o que Senhor
M ari nho pens ari a di s s o, i rmãozi nho?"
" Senhor M ari nho" , di s s e Stefan através de s eus dentes , se
perguntando como Damon cons egui a s e i nfi l trar s ob a s ua pel e todas às vezes ,
hoj e, com uma referênci a ao s eu anti go profes s or de eti queta e dança —" é
poei ra a centenas de anos agora, como nós deverí amos s er. E el e nada tem a
ver com es ta convers a, i rmão. Perguntei -l he o que es tava fazendo, e você s abe o
que quero di zer i magi no que deve ter s e al i mentado em metade das meni nas
da ci dade. "
" M eni nas e mul heres , " Damon o cens urou, l evantando um dedo.
" Temos de s er pol i ti camente corretos , afi nal de contas . E tal vez você deves s e
dar um ol har mai s atento à s ua própri a di eta. Se você beber mai s , você pode
começar a trans bordar. s abe?"
" Se eu beber mai s —" Havi a uma s éri e de manei ras para termi nar es s a
fras e, mas não boas . " Que pena" , di s s e el e, em vez di s s o pra res umi r, e
res ponder a Damon " que você nunca vai cres cer nem mai s um mi l í metro
mai s não i mporta o tempo você vi ver. E agora, por que você não me di z o que você
es tá fazendo aqui , depoi s de ter dei xado tanta bagunça na ci dade para eu
l i mpar, s e eu conheço você. "
" E s tou aqui porque quero de vol ta a mi nha j aqueta de couro" , di s s e
Damon redondamente.
" Porque não roubar outra-?" Stefan i nterrompeu e então el e s ubi tamente
encontrou-s e voando para trás e, em s egui da, ouvi u os gemi dos tábuas da
parede da pens ão, com Damon o s egurando contra el a.
" E u não roubei es tas coi s as , rapaz. E u paguei por el as , na mi nha
própri a moeda. Sonhos , fantas i as e prazer de fora des te mundo. " Damon di s s e
as úl ti mas pal avras com ênfas e, poi s s abi a que i ri am enfurecer Stefan ai nda
mai s .
Stefan es tava furi os o e, em um di l ema. E l e s abi a que Damon es tava
curi os o s obre E l ena. Is s o era mau o s ufi ci ente. M as agora el e também
poderi a ver um es tranho bri l ho nos ol hos de Damon. Como s e s uas pupi l as
ti ves s em por um momento, refl eti do uma chama. E tudo que Damon ti nha
fei to hoj e foi anormal . Stefan não s abi a o que es tava acontecendo, mas el e
s abi a o exatamente como Damon termi nari a i s s o.
" M as um verdadei ro vampi ro não tem que pagar" , Damon es tava
di zendo em um tom de i ns ul to. " Afi nal , s omos tão pervers os que deverí amos
s er poei ra. Não é verdade, i rmãozi nho? " E l e mos trou a mão com o dedo em que
el e us ava o anel de Lápi s -l azúl i que evi tava que el e vi ras s e poei ra naquel a
tarde de s ol . E então, quando Stefan fez um movi mento, Damon uti l i zou
aquel a mão para prender o punho de Stefan à parede.
Stefan s e remexi a da es querda pra di rei ta, tentando quebrar o aperto de
Damon s obre el e. M as Damon foi rápi do como uma s erpente, não, mai s
rápi do. M ui to mai s rápi do que o normal . Rápi do e forte, com toda a energi a da
força vi tal que el e ti nha abs orvi do.
" Damon, você..." Stefan es tava tão i rri tado que el e perdeu brevemente o
pens amento raci onal e tentou chutar as pernas de Damon pra l onge del e.
" Si m, es te s ou eu, Damon, " Damon di s s e venenos amente eufóri co. " E
eu não pago, s e não ti ver vontade, eu s i mpl es mente pego. Pego o que eu
qui s er, s em dar nada em troca. "
Stefan encarou aquel es ol hos pretos i ncandes centes e vi u novamente a
pequena tremul ação da chama. E l e tentou pens ar. Damon s empre foi rápi do
em atacar, ao s e s enti r ofendi do. M as não as s i m. Stefan o conheci a o
s ufi ci ente para s aber que al go es tava fora do normal , al go es tava errado.
Damon pareci a quas e febri l . Stefan envi ou uma pequena onda de energi a em
di reção ao s eu i rmão, como um radar, tentando encontrar o que havi a de
di ferente.
" Si m, eu vej o que você tem uma i déi a, mas você nunca vai chegar a
qual quer l ugar des s a forma" , di s s e Damon furi os amente e, em s egui da,
s ubi tamente o i nteri or de Stefan, o s eu corpo i ntei ro es tava em chamas , es tava
em agoni a, como s e Damon ti ves s e o amarrado em cabos vi ol entos em s eu
própri o poder.
E agora, mes mo com a dor i ns uportável , Stefan teve de s er fri amente
raci onal , teve que s e manter a pens ar, e não apenas reagi r. E l e fez um
pequeno movi mento de torcer o pes coço para o l ado, ol hando em di reção à porta
da pens ão. Se apenas E l ena permaneces s e dentro...
M as era di fí ci l pens ar com Damon ai nda o mantendo naquel a
quei mação. E l e es tava res pi rando rápi do e di fi ci l mente.
" E s tá certo, " di s s e Damon. " Você preci s a aprender uma l i ção s obre es s e
j ogo de vampi ros ."
" Damon, devemos s upos tamente nos cui dar mutuamente, nós
prometemos "
" Si m, e vou cui dar de você agora."
E ntão Damon bateu nel e.
E Damon o mordeu.
Foi ai nda mai s dol oros o do que os cabos de poder, e Stefan manteve-s e
cui dados amente parado, recus ando-s e a l utar. Os dentes afi ados como
naval has não devi am ter doí do tanto ao perfurarem s ua caróti da, mas Damon
es tava s egurando el e em um ângul o — agora pel o s eu cabel o —
del i beradamente pra machucar.
E ntão vei o a verdadei ra dor. A agoni a de ter s eu s angue ti rado fora de s eu
corpo contra a s ua vontade, contra a s ua res i s tênci a. E s s a foi uma tortura que,
em comparação com os s eres humanos s eri a como ter s uas al mas arrancadas
de s eus corpos com vi da. E l es fari am qual quer coi s a para evi tá-l o. Tudo o que
Stefan s abi a era que era es s e era uma das mai ores agoni as fí s i cas que el e
j amai s teve de s uportar, e que, fi nal mente, formaram-s e l ágri mas nos s eus
ol hos e rol aram por s uas Têmporas .
Pi or, para um vampi ro, era a humi l hação de ter outro vampi ro tratando-o
como um s er humano, tratando-o como carne. O coração de Stefan es tava batendo
em s uas orel has como s e el e es ti ves s e s endo es ti l haçado pel a a dupl a pontada
dos cani nos de Damon, tentando s uportar a humi l hação de s er uti l i zado des ta
manei ra. Pel o menos , graças a Deus E l ena havi a ouvi do e el e permaneceu no
s eu quarto.
E l e es tava começando a s e perguntar s e Damon ti nha real mente fi cado
l ouco e pretendi a matá-l o quando, fi nal mente, com um empurrão l he fora
devol vi do o equi l í bri o, Damon l i bertara el e. Stefan tropeçou e cai u, e ol hou para
ci ma, s ó para encontrar Damon em ci ma del e novamente. E l e pres s i onou s eus
dedos na carne ras gada em s eu pes coço.
" E agora, " Damon di s s e fri amente: " você vai s ubi r e me pegar o meu
cas aco."
Stefan l evantou-s e l entamente. E l e s abi a que Damon es tava s aboreando
i s s o: a humi l hação de Stefan, a roupa ras gada de Stefan, amas s ado e coberto
com pedaços de capi m e barro do j ardi m da Sra. Fl owers . E l e fez o s eu mel hor
para l i mpa-l os com uma mão, enquanto a outra ai nda s egurava o s eu pes coço.
" Você es tá qui eto" , comentou Damon, i ndo até s ua Ferrari , pas s ando a
l í ngua s obre s eus l ábi os e gengi vas , os ol hos es trei tos com prazer.
" Nenhuma reação, nem mes mo uma pal avra? Pens o que es ta é uma l i ção que
devo ens i nar-l he mai s vezes ."
Stefan es tava tendo probl emas para fazer s uas pernas moverem-s e. Bem,
i s s o correu tão bem como el e s eri a capaz de es perar, el e pens ou, então el e
vi rou as cos tas vol tando pra dentro da pens ão. E ntão el e parou.
E l ena es tava i ncl i nada para fora da j anel a aberta no s eu quarto,
s egurando a j aqueta de Damon. Sua expres s ão era mui to s óbri a, s ugeri ndo
que el a ti nha vi s to tudo.
Foi um choque para Stefan, mas el e s us pei tava que ti ves s e s i do um
choque ai nda mai or para Damon.
E , em s egui da, E l ena enrol ou a j aqueta e com um s ó movi mento ati rou-
a fazendo aterri s s ar di retamente aos pés de Damon.
Para o es panto de Stefan, Damon fi cou pál i do. E l e pegou o cas aco, como s e
el e real mente não qui s es s e tocar nel e. Seus ol hos es tavam em E l ena o tempo
todo. E l e entrou em s eu carro.
" Adeus , Damon. Não pos s o di zer que foi um prazer "
Sem uma pal avra, parecendo uma cri ança que ti nha s i do pega fazendo
má cri ação, Damon l i gou a i gni ção.
" Apenas me dei xe em paz" , di s s e el e em voz bai xa.
E l e di ri gi u dei xando uma nuvem de poei ra e cas cal ho.
Os ol hos de E l ena não es tavam s erenos quando Stefan fechou a porta do
quarto atrás del e. E l es es tavam bri l hando com uma l uz que quas e o fez parar
no portal .
E l e machucou você.
" E l e machuca a todos . E l e não parece s er capaz de evi tar i s s o. M as
havi a al go es tranho com el e hoj e. E u não s ei o quê. Nes s e momento eu não
me i mporto. M as ol he para você, formando fras es !"
E l e é... E l ena paus ou, e pel a pri mei ra vez des de que el a ti nha aberto os
ol hos novamente na cl arei ra onde el a havi a s i do res s us ci tada, formaram-s e
rugas em s ua tes ta. E l a não cons egui a produzi r uma i magem. E l a não s abi a
as pal avras certas . Al go dentro del e. Cres cendo dentro del e. Como... Fogo gel ado,
l uz es cura, pens ou fi nal mente. M as es condi do. Fogo que arde de dentro para
fora.
Stefan tentou entender, fazer al gum s enti do com tudo i s to el e ti nha a
ouvi do pens ar, mas não cons egui u. E l e ai nda es tava humi l hado, E l ena ti nha
vi s to o que ti nha aconteci do. " Tudo que eu s ei que es tá dentro del e é o meu
s angue. Juntamente com o s angue da metade das garotas da ci dade. "
E l ena fechou os ol hos e bal ançou a cabeça l entamente. E ntão, como s e
deci di s s e que não queri a mai s pens ar s obre i s s o, el a deu tapi nhas na cama
ao l ado del a.
Venha, el a ordenou confi ante, ol hando para ci ma. O ouro nos ol hos del a
pareci a es peci al mente bri l hante. Permi ta-me... ...Des fazer s ua dor.
Quando Stefan não vei o de i medi ato, el a ergueu s eus braços . Stefan
s abi a que el e não deveri a i r até el a, mas es tava feri do, em es peci al no s eu
orgul ho.
E l e foi até el a e curvou-s e para bei j ar s eu cabel o.
3
M ai s tarde naquel e di a Carol i ne es tava s entada com M att Honeycutt,
M eredi th Sul ez, e Bonni e M cCul l ough, todos ouvi ndo Stefan no tel efone
cel ul ar de Bonni e.
" No fi m da tarde s eri a mel hor" , di s s e Stefan a Bonni e. " E l a dorme um
pouco depoi s do al moço, e mes mo as s i m, vai es tar mai s fres co em al gumas
horas . E u di s s e a E l ena que vocês vi ri am, e el a es tá ani mada para vê-l os .
M as l embrem-s e de duas coi s as . Pri mei ro, s ó s e pas s aram s ete di as des de
que el a vol tou, e el a não é mui to... el a ai nda. Acho que os s i ntomas i rão pas s ar
em poucos di as , mas , entretanto, não s e s urpreendam com nada. E s egundo,
não di gam nada s obre o que vocês vi rem aqui . Para ni nguém. "
" Stefan Sal vatore!" Bonni e es tava es candal i zada e ofendi da. " Depoi s de
tudo o que pas s amos j untos , você acha que s omos fofoquei ros ?"
" Não fofoquei ros , " a voz de Stefan vei o pel o tel efone s uavemente. M as
Bonni e conti nuou s em ouvi -l o.
" E s ti vemos j untos contra vampi ros des ones tos , e na ci dade fantas ma, e
l obi s omens , e " vampi ros anci ões " , e cri ptas s ecretas , e o as s as s i natos em
s éri e e Damon e nunca di s s emos pras pes s oas nada s obre el es " Bonni e
di s s e.
" Des cul pe-me" , di s s e Stefan. " Só qui s di zer que E l ena não es tará
s egura s e al gum de vocês di s s er mes mo que pra uma pes s oa. Seri a nota de
j ornai s i medi atamente: M E NINA retorna à vi da. E aí o que farí amos ? "
" E u entendo i s s o" , di s s e M eredi th brevemente, s e i ncl i nando para
que Stefan pudes s e ouvi -l a. " Você não preci s a s e preocupar. Cada um de nós
vai fazer um j uramento para não fal ar pra ni nguém. " Seus ol hos es curos
vaguearam momentaneamente para Carol i ne e em s egui da vol taram para o
tel efone novamente.
" E tenho que perguntar..." -Stefan es tava fazendo us o de toda a s ua
pol i dez e caval hei ri s mo formados na Renas cença, es peci al mente
cons i derando que três das quatro pes s oas ouvi ndo-o ao tel efone eram do s exo
femi ni no, " você real mente tem al gum j ei to de fazer al guém cumpri r uma
promes s a?"
" Ah, eu acho que s i m" , di s s e M eredi th agradavel mente, des ta vez
ol hando di retamente nos ol hos de Carol i ne. Carol i ne em s eu bronzeado corou,
s uas as bochechas e garganta vi raram es carl ate. " Dei xe-nos aj ei tar i s s o, e na
parte da tarde vamos até ai ."
Bonni e, que es tava s egurando o tel efone, di s s e: " Al guém tem al guma
coi s a a di zer?"
M att ti nha permaneci do s i l enci os o durante a mai or parte da convers a.
Agora, el e bal ançou a cabeça, fazendo o s eu cabel o voar. E ntão, como s e el e não
pudes s e s egurar, el e di s parou: " Podemos fal ar com E l ena? Só para di zer oi ?
Quero di zer, j á faz uma s emana i ntei ra." Sua pel e bronzeada corando como
um pôr-do-s ol quas e tão bri l hante como Carol i ne ti nha fi cado.
" Acho que s eri a mel hor vocês apenas vi rem aqui . Você vai ver porque,
quando você chegar." Stefan des l i gou.
E l es es tavam na cas a de M eredi th, s entados ao redor de uma mes a
anti ga no qui ntal . " Bem, nós podemos l evar pel o menos al guns al i mentos " ,
s ugeri u Bonni e, l evantando de s ua cadei ra. " Só Deus s abe o que a Sra. Fl owers
tem fei to para el es comerem, ou s e el a tem fei to al guma coi s a." E l a fez um
s i nal para os outros como s e ti ves s e tentando l evantá-l os de s uas cadei ras por
l evi tação.
M att começou a obedecer, mas M eredi th permaneceu s entada. E l a
di s s e cal mamente: " Nós acabamos de fazer uma promes s a a Stefan. Há a
ques tão do voto em pri mei ro l ugar. E as cons eqüênci as ."
" Sei que você es tá pens ando em mi m" , di s s e Carol i ne. " Por que você
apenas não fal a?"
" Tudo bem" , di s s e M eredi th, " E u es tou pens ando em você. Por que
você es tá tão i nteres s ada em E l ena novamente? Como podemos ter certeza que
você não vai es pal har a notí ci a de tudo i s s o ao redor de Fel l ’s Church? "
" Porque eu i ri a fazer i s s o?"
" Atenção. Você gos tari a de es tar no centro das atenções , dando-l hes todos
os s ucul entos detal hes . "
" Ou vi ngança" , Bonni e acres centou, de repente vol tando a s entar. " Ou
ci úmes . Ou tédi o. Ou—"
" Tudo Bem" , M att i nterrompeu. " Acho que já temos razões
s ufi ci entes ."
" Só mai s uma coi s a, " M eredi th di s s e cal mamente. " Por que você s e
i mporta tanto em ver el a Carol i ne? Vocês duas não tem s e fal ado di rei to ao l ongo
de quas e um ano, des de que Stefan chegou a Fel l ’s Church. Nós dei xamos
você parti ci par da l i gação para Stefan, mas depoi s do que el e di s s e..."
" Se você real mente preci s a de um moti vo por que eu deveri a me i mportar,
depoi s de tudo o que aconteceu há uma s emana... bem, bem, eu achei que você
compreenderi a s em s er di to!" Carol i ne ol hou fi xamente com s eus ol hos de
gato verdes bri l hando s obre a M eredi th.
M eredi th ol hou de vol ta com a s ua mel hor expres s ão de s em expres s ão.
" Tudo bem!" Di s s e Carol i ne. " E l a matou el e por mi m. Ou mandou el e
a j ul gamento, ou s ej a, o que for. E s s e vampi ro, Kl aus . E depoi s de ter s i do
raptada e- e-e-us ada-como-um bri nquedo s empre que Kl aus queri a s angue
— ou..." Seu ros to s e retorceu e s ua res pi ração fi cou acel erada. Bonni e s enti u
s i mpati a, mas el a também fi cou cautel os a. Sua i ntui ção es tava ardendo,
al ertando-a. E notou que, embora Carol i ne ti ves s e fal ado s obre Kl aus , o
vampi ro, el a es tava es tranhamente s i l enci os a s obre s eu outro s eqües trador,
Tyl er Smal l wood, o l obi s omem. Tal vez porque o Tyl er foi s eu namorado até que
el e e Kl aus a ti nham fei to de refém.
" Des cul pe-me, " M eredi th fal ou em uma voz bai xa que real mente s oou
arrependi da. " E ntão, você quer agradecer E l ena..."
" Si m. E u quero agradecer." Carol i ne es tava res pi rando com di fi cul dade.
" E quero ter certeza que el a es tá bem."
" Certo. M as es te j uramento abrange um tempo mui to l ongo " , M eredi th
conti nuou cal mamente. " Você pode mudar de i déi a, amanhã, na próxi ma
s emana, ou daqui a um mês ... e ai nda nem s equer fal amos s obre as
cons eqüênci as " .
" Ol ha, nós não podemos ameaçar Carol i ne" , di s s e M att. " Não
fi s i camente."
" Ou arrumar outras pes s oas para ameaçar" , di s s e Bonni e
es peranços amente.
" Não, nós não podemos " , di s s e M eredi th. " M as para s er di reta — você
s erá cal oura em uma fraterni dade no próxi mo outono, não s erá Carol i ne? E u
s empre pos s o di zer as s uas potenci ai s i rmãs de fraterni dade que você quebrou
o s eu j uramento s ol ene s obre al guém que é i ncapaz de te machucar — poi s
es tou certa que el a não quer te machucar. — De qual quer manei ra eu não
acho que el as terão mui to cui dado com você depoi s di s s o. "
O ros to de Carol i ne corou profundamente novamente. " Você não i ri a. Você
não i ri a i nterferi r em mi nha uni vers i dade- "
M eredi th cortou i medi atamente com duas pal avras . " Des afi e-me."
Carol i ne pareci a murcha. " E u nunca di s s e que não fari a o voto, e eu
nunca di s s e que eu não o manteri a. Porque você não me des afi a? E u — eu
aprendi mui tas coi s as nes te verão. "
E s pero que s i m. As pal avras , embora ni nguém l hes di s s es s e em voz
al ta, pareci am pai rar s obre todas el as . O pas s a tempo de Carol i ne durante todo
o ano pas s ado ti nha s i do tentar encontrar manei ras de machucar Stefan e
E l ena.
Bonni e trocou de pos i ção. Havi a al go — uma s ombra — por trás daqui l o
que Carol i ne es tava di zendo. E l a não s abi a como el a s abi a, tal vez o s exto
s enti do com que el a ti nha nas ci do. M as tal vez s ó ti ves s e a ver com o quanto
Carol i ne ti nha mudado, com o que el a ti nha aprendi do, Bonni e di s s e a s i
mes ma. Pens ando em quantas vezes el a ti nha perguntado a Bonni e s obre
E l ena na úl ti ma s emana. E l a real mente es tá bem? E u poderi a envi ar fl ores ?
E l ena j á podi a receber vi s i tas ? Quando el a fi cari a bem? Carol i ne real mente
havi a s i do um i ncômodo pra Bonni e embora el a não ti ves s e o coração para l he
di zer i s s o. Todo mundo es tava es perando tão ans i os amente quanto el a para ver
como E l ena es tava... Após ter retornado a vi da.
M eredi th, que s empre ti nha uma caneta e papel , rabi s cou al gumas
pal avras . E ntão, el a di s s e, " Que tal i s s o?" E todos el es s e i ncl i naram pra
frente pra ol har para o papel .
Juro que não di rei a ni nguém s obre quai s quer eventos s obrenaturai s
rel aci onados com Stefan ou E l ena, a não s er que s ej a dada permi s s ão
es pecí fi ca para fazê-l o por Stefan ou E l ena. E u também i rei aj udar na
puni ção de quem romper es te voto, de forma a s er determi nada pel o res to do
grupo. E s ta promes s a é fei ta em perpetui dade, com o meu s angue como
mi nha tes temunha.
M att es tava concordando com a cabeça. " ' E m perpetui dade' —
perfei to, " di s s e el e. " Is s o s oa como o que es creveri a um advogado." M as a
puni ção s e não fos s e s egui do, não ti nha nada haver com advogados . Cada um
dos i ndi ví duos em torno da mes a tomou o pedaço de papel , l eu-o em voz al ta e,
em s egui da, s ol enemente as s i nou. Depoi s , cada um pi cou o dedo com um
al fi nete que M eredi th ti nha em s ua bol s a e acres centou uma gota de s angue
ao l ado de s uas as s i naturas , com Bonni e fechando os ol hos ao pi car s eu dedo.
" Agora é real mente obri gatóri o" , di s s e el a s éri a, como quem s abe das
coi s as . " E u não i ri a tentar quebrar i s to" .
" E u j á ti ve o s ufi ci ente de s angue por um l ongo tempo" , di s s e M att,
es premendo o s eu dedo e ol hando para el e mel ancol i camente.
Foi então que aconteceu. O contrato de M eredi th es tava es tendi do no
centro da mes a para que todos os pudes s em apreci ar, quando, de um carval ho
al to que es tava entre os fundos do qui ntal e a fl ores ta, um corvo vei o batendo
as as abai xo. E l e aterri s s ou em ci ma da mes a s ol tando um gri to do fundo de
s ua garganta, fazendo Bonni e gri tar também. O corvo l ançou um ol har aos
quatro s eres humanos , que apres s adamente puxaram pra trás s uas cadei ras
para s ai r de s eu cami nho. E ntão l evantou a cabeça para outro l ado. E ra a mai or
corvo que el es todos j á ti nham vi s to, e o s ol i l umi nava um arco í ri s em s ua
pl umagem.
O corvo pareci a, em todo o s enti do das pal avras , es tar exami nado o
contrato. E então el e fez al go tão rapi damente que fez Bonni e s e ati rar pra atrás
de M eredi th, pul ando de s ua cadei ra. E l e abri u s uas as as , s e i ncl i nando pra
frente, e bi cou vi ol entamente o papel , parecendo vi s ar doi s pontos es pecí fi cos .
E então el e s e foi , pri mei ro es tremecendo e em s egui da, de
di s tanci ando até que el e s e tornou uma pequena mancha preta no s ol .
" E l e arrui nou todo o nos s o trabal ho" , Bonni e chorami ngou ai nda atrás
M eredi th.
" E u acho que não" , di s s e M att, que es tava mai s perto da mes a.
Quando el es s e atreveram a avançar e ol har para o papel , Bonni e s enti u
como s e al guém ti ves s e j ogado um bal de de gel o em s uas cos tas . Seu coração
começou a acel erar.
Impos s i vel mente como pareci am, as vi ol entas bi cadas o dei xou
vermel ho, como s e o corvo ti ves s e trazi do mai s s angue para el e. E as marcas
vermel has , s urpreendentemente del i cadas , aparentavam exatamente como
l etras ornamentadas :
D
E abai xo di s to:
E lena é minha.
4
Com o contrato as s i nado e guardado em s egurança na bol s a de Bonni e,
el es s e l evantaram rumo à pens ão em que Stefan ti nha tornado a res i di r
novamente. E l es procuraram pel a Sra. Fl owers , mas não puderam encontrá-l a,
como de cos tume. E ntão, el es cami nharam até o corredor com tapete des gas tado.
" Stefan! E l ena! Somos nós ! "
A porta no topo da es cada abri u e Stefan col ocou a cabeça pra fora. E l e
pareci a — de al guma manei ra, di ferente.
" Fel i z, " s us s urrou Bonni e s abi amente a M eredi th.
" Será que é s ó i s s o?"
" Cl aro." Bonni e es tava chocada. " E l e tem E l ena de vol ta."
" Si m, el e tem. Do j ei to que el a es tava quando el es s e conheceram, pel o
que s abemos . Você a vi u na fl ores ta." A voz da M eredi th es tava chei a de
s i gni fi cado.
" M as ... i s s o é... oh, não! E l a é humana novamente! "
M att ol hou para bai xo da es cada e s i bi l ou, " Vocês querem parar? E l es
vão nos ouvi r. "
Bonni e fi cou confus a. Cl aro que Stefan podi a ouvi -l os , mas s e você i a s e
preocupar com o que el e ouvi ri a você teri a que s e preocupar com s eus
pens amentos também — Stefan s empre poderi a pegar a forma do que você
es tava pens ando, s e não as pal avras reai s .
" Garotos !" Si bi l ou Bonni e. " Quero di zer, eu s ei que el es s ão
abs ol utamente neces s ári os e tudo, mas às vezes el es real mente não
entendem nada."
" E s pere até que você experi mente os homens " , s us s urrou M eredi th, e
o pens amento de Bonni e foi até Al ari c Sal tzman, o es tudante uni vers i tári o com
que M eredi th es tava mai s ou menos comprometi da.
" E u poderi a te di zer uma coi s a ou duas " , Carol i ne acres centou,
exami nando as s uas l ongas unhas fei tas — com um ol har cans ado do mundo.
" M as Bonni e não preci s a s aber nada ai nda. E l a tem mui to tempo para
aprender" , di s s e M eredi th, fi rmemente no modo materno. " Vamos entrar."
" Sentem-s e, s entem-s e" , di s s e Stefan i ncenti vando-os quando el es
entraram, o anfi tri ão perfei to. M as ni nguém podi a s entar. Todos os ol hos
es tavam fi xos em E l ena.
E l a es tava s entada em pos i ção de l ótus {2} em frente à úni ca j anel a
aberta do quarto, com o vento fres co fazendo s ua cami s ol a branca vagar. Seu
cabel o era verdadei ramente dourado novamente, não o perol ado ouro-branco que
ti nha tornado-s e quando Stefan s em querer ti nha a trans formado em uma
vampi ra. E l a pareci a exatamente do modo como Bonni e s e l embrava del a.
Só que el a es tava fl utuando noventa centí metros aci ma do chão.
Stefan vi u todos el es engas gando.
" É apenas al go que el a faz" , di s s e el e quas e como um pedi do de
des cul pa. " E l a acordou no di a s egui nte ao da nos s a l uta com Kl aus e começou
a fl utuar. Acho que a gravi dade não cons egui u l he deter mui to ai nda. "
E l e ol hou para E l ena. " Ol ha quem chegou pra vê-l a" , di s s e el e
s edutoramente.
E l ena es tava ol hando. Seus ol hos azui s com l i s tras douradas es tavam
curi os os , e el a es tava s orri ndo, mas não houve s i nal de reconheci mento
quando el a ol hou de um vi s i tante a outro.
Bonni e manti nha s eus braços es tendi dos .
" E l ena?" Di s s e el a. " Sou eu, Bonni e, l embra? E u es tava l á quando você
vol tou. E u es tou mui to contente em ver você " .
Stefan tentou novamente. " E l ena, l embra? E s tes s ão os s eus ami gos ,
s eus bons ami gos . E s ta l i nda al ta de cabel o es curo é M eredi th, e es s a
pequena duende i ncandes cente é Bonni e, e es s e cara com es s e j ei to todo-
ameri cano é o M att. "
Al go mudou na expres s ão de E l ena, e Stefan repeti u, " M att" .
" E eu aqui ? Ou es tou i nvi s í vel ?" Carol i ne di s s e ai nda na entrada do
quarto. E l a pareci a bem-humorada o s ufi ci ente, mas Bonni e s abi a que i s s o a
fazi a ranger os dentes , s ó de ver Stefan e E l ena j untos e fora de peri go.
" Você es tá certa. Des cul pe, " di s s e Stefan, e el e fez al go nada normal pra
al guém de dezoi to anos de i dade, que não qui s es s e parecer um i di ota. E l e
puxou a mão de Carol i ne e bei j ou graci os amente e i rrefl eti damente como s e
el e fos s e um caval hei ro de mai s ou menos mei o mi l êni o atrás . O que,
obvi amente, era exatamente o cas o, pens ou Bonni e.
Carol i ne pareceu um pouco pres unços a — Stefan havi a demorado al gum
tempo com o ato. E ntão, el e di s s e, " E por úl ti mo mas não menos i mportante,
es ta bel eza bronzeada aqui é Carol i ne." E ntão, mui to genti l mente, em uma
voz que Bonni e ti nha ouvi do-o uti l i zar apenas al gumas vezes des de que el a
ti nha o conheci do, el e di s s e, " Não s e l embra del es , amor? E l es quas e
morreram por você — e por mi m." E l ena es tava fl utuando faci l mente, fi cando
ereta agora, como um nadador tentando permanecer parado.
" Fi zemos porque nos i mportamos " , di s s e Bonni e, e el a es ti cou s eus
braços outra vez para um abraço. " M as nós nunca i magi namos poder tê-l a de
vol ta E l ena." Seus ol hos s e encheram de l ágri mas . " Você vol tou para nós . Você
não s e l embra de nós ? "
E l ena fl utuou para bai xo até que el a es tava di retamente em frente a
Bonni e.
Não havi a ai nda nenhum s i nal de reconheci mento em s eu ros to, mas
havi a outra coi s a. Havi a uma es péci e de bênção e tranqüi l i dade i l i mi tadas .
E l ena i rradi ava uma cal ma e paz e amor i ncondi ci onal que fez Bonni e
res pi rar profundamente e fechar os ol hos . E l a podi a s enti r i s s o como um s ol
no s eu ros to, como o oceano em s uas orel has . Após um momento Bonni e
percebeu que el a es tava em ri s co de chorar com a mera s ens ação de bondade —
uma pal avra que quas e nunca era uti l i zada nos di as de hoj e. Al gumas coi s as
ai nda poderi am s er s i mpl es mente, i ntocavel mente boas .
E l ena era boa.
E então, com um toque s uave no ombro de Bonni e, E l ena fl utuou em
di reção Carol i ne. E l a es ti cou s eus braços .
Carol i ne pareci a envergonhada. Uma onda de es carl ate varreu s eu
pes coço. Bonni e vi u, mas não cons egui u compreender. Todos el es teri am a
chance de pegar a energi a de E l ena. E Carol i ne e E l ena ti nham s i do ami gas
í nti mas , até Stefan, a s ua ri val i dade ti nha s i do ami gável . E foi bom da parte
de E l ena es col her Carol i ne para o pri mei ro abraço.
E então E l ena entrou no cí rcul o dos hos ti s braços de Carol i ne e
j us tamente quando Carol i ne começou a di zer " E tenho —" el a bei j ou s ua
boca em chei o. Não foi apenas um s el i nho s equer. E l ena j ogou os braços ao
redor do pes coço de Carol i ne pendurou-s e nel a. Por um l ongo momento Carol i ne
permaneceu compl etamente parada, como s e es ti ves s e em choque. E ntão el a
s e j ogou pra trás e l utou, pri mei ro febri l mente e, em s egui da, tão
vi ol entamente que E l ena foi ati rada para trás no ar, com os ol hos arregal ados .
Stefan a capturou em mei o ao vôo.
" Que di abos -?" Carol i ne es tava es fregando s ua boca.
" Carol i ne!" A voz de Stefan es tava chei a de uma feroz proteção. " Is s o não
s i gni fi ca nada do que você es tá pens ando. Não tem nada a ver com o s exo de
manei ra al guma. E l a apenas quer i denti fi car você, des cobri r quem você é.
E l a pode fazer i s s o agora que el a es tá de vol ta para nós . "
" M armotas " , di s s e M eredi th com uma voz fri a e l evemente di s tante
que el a mui tas vezes ti nha uti l i zado para fazer bai xar a temperatura do
ambi ente. " M armotas s e bei j am quando s e conhecem. E l as fazem
exatamente o que você di s s e Stefan, i s s o as aj uda a i denti fi car i ndi ví duos
es pecí fi cos ... "
Carol i ne ti nha i do mui to al ém das habi l i dades de M eredi th para es fri ar
o que quer que fos s e, no entanto. E s fregar a boca del a ti nha s i do uma má
i déi a, el a es tava manchada de batom es carl ate por todo o ros to, de modo que el a
pareci a al go que ti nha s aí do do fi l me a noi va de Drácul a. " Você es tá l ouca? O
que você acha que eu s ou? Porque al guns hams ters fazem i s s o, torna i s s o
certo? " E l a ti nha corado em um vermel ho i ncandes cente des de a bas e de s ua
garganta até as raí zes do s eu cabel o.
" M armotas . Não hams ters " .
" Oh, dá um tem... — " Carol i ne s e i nterrompeu, remexendo em s ua
bol s a freneti camente des as trada até que Stefan ofereceu-l he uma cai xa de
l enços . E l e j á havi a ti rado o vermel ho es carl ate da boca de E l ena. Carol i ne s e
apres s ou para pequeno banhei ro anexado ao quarto-s ótão de Stefan e bateu a
porta com força.
Bonni e e M eredi th capturaram os ol hos uma da outra e s ol taram o ar
s i mul taneamente, expl odi ndo em ri s os . Bonni e fez uma rápi da i mi tação de
expres s ão frenéti ca de Carol i ne e um ges to de mí mi ca de al guém us ando
punhados após punhados de l enços . M eredi th bal ançou a cabeça como um
s i nal de reprovação, mas el a e Stefan e M att ti veram ataque hi s téri co. Parte
di s s o foi s i mpl es mente a l i bertação de tens ão — el es es tavam vendo E l ena
vi va novamente, após s ei s l ongos mes es s em el a, mas el es não poderi am
parar de ri r.
Ou, pel o menos , el es não podi am até que uma cai xa de l enços voou para
fora do banhei ro, quas e batendo na cabeça de Bonni e, e todos el es perceberam
a porta ti nha bati do e vol tado a abri r e que havi a um es pel ho no banhei ro.
Bonni e capturou o refl exo de Carol i ne no es pel ho e então s eus ol hos a
encarando furi os amente.
Si m, el a ti nha os vi s to ri ndo del a.
A porta fechou novamente, des ta vez, como s e ti ves s e s i do chutada.
Bonni e bai xou a cabeça rapi damente agi tando s eu cabel o cacheado, des ej ando
que o chão s e abri s s e e a engol i s s e.
" E u vou pedi r des cul pas " , di s s e el a depoi s de engol i r duramente,
tentando s er adul ta s obre a s i tuação. E ntão el a ol hou para ci ma e percebeu que
todo mundo es tava mai s preocupado com E l ena, que es tava cl aramente
perturbada por es ta rej ei ção.
Ai nda bem que fi zemos o j uramento com s angue, Bonni e pens ou. E é
uma coi s a boa que você-s abe-quem as s i nou também. Se havi a uma coi s a que
Damon s abi a a res pei to, era s obre cons eqüênci as .
E nquanto el a es tava pens ando ni s s o, el a i ngres s ou na bagunça em
torno de E l ena. Stefan es tava tentando s egurar E l ena; E l ena es tava tentando
i r atrás Carol i ne; e M att e M eredi th es tavam aj udando Stefan e di zendo pra
E l ena que es tava tudo bem.
Quando Bonni e s e j untou a el es , E l ena des i s ti u de tentar chegar ao
banhei ro. Seu ros to es tava mui to angus ti ado, s eus ol hos azui s chei os de
l ágri mas .
A s ereni dade de E l ena ti nha s i do quebrada por dor e arrependi mento e
por bai xo di s s o — uma s urpreendentemente profunda apreens ão. A i ntui ção
de Bonni e deu uma pontada.
M as el a s egurou E l ena pel o cotovel o, a úni ca parte que el a poderi a
chegar, e acres centou s ua voz ao coro: " Você não s abi a que el a i a fi car tão
chateada. Você não qui s magoá-l a. "
Cri s tai s de l ágri mas derramaram pel as bochechas de E l ena, e Stefan
capturou-as com um l enço, como s e cada uma fos s e i nes ti mável .
" E l a pens a que Carol i ne es tá machucada" , di s s e Stefan " e el a es tá
preocupada com el a, por al gum moti vo que eu não entendo."
Bonni e percebeu que E l ena podi a s e comuni car com el e afi nal de contas
— por um l i nk em s uas mentes . " Senti i s s o também, " di s s e el a. " A dor.
M as di ga a el a — quer di zer — E l ena, eu prometo que vou pedi r des cul pas .
Vou i mpl orar. "
" Is s o pode cus tar al gumas i mpl orações de todos nós " , di s s e M eredi th.
" M as , antes , eu quero ter certeza de que es te anj o es queci do me reconheça " .
Com uma expres s ão s ofi s ti cada de tranqüi l i dade, el a tomou E l ena dos
braços de Stefan e a puxou para os s eus braços e em s egui da, el a bei j ou-a.
Infel i zmente, i s to coi nci di u com a s aí da de Carol i ne do banhei ro. A parte
i nferi or do s eu ros to es tava mai s branca que a parte de ci ma, tendo que a
maqui agem ti nha s i do arrui nada: batom, bas e, bl us h, e tudo mai s . E l a
parou e encarou em pavor.
" E u não acredi to ni s s o!" , di s s e el a em tom s arcás ti co. " Vocês ai nda
es tão fazendo i s s o! Is s o é noj en..."
" Carol i ne." A voz Stefan era um avi s o.
" E u vi m aqui para ver E l ena." Carol i ne — A l i nda, maci a, e bronzeada
Carol i ne — es tava torcendo as mãos , como s e es ti ves s e em um terrí vel confl i to.
" A anti ga E l ena. E o que vej o? E l a é como um bebê, el a não pode fal ar. E l a é
como um guru s orri dente fl utuando no ar. E agora el a é como uma es péci e de
pervert—"
" Não termi ne i s s o" , di s s e Stefan cal mamente, mas fi rme. " E u pos s o te
afi rmar que el a deverá es tar l i vre dos pri mei ros s i ntomas em poucos di as , a
j ul gar pel os progres s os real i zados até agora" , acres centou.
E ele estava di ferente de alg uma forma, Bonni e s e l embrou de s ua pri mei ra
opi ni ão ao vê-l a hoj e. Não apenas fel i z de ter E l ena vol ta. E l e es tava... mai s
forte de al gum modo de dentro pra fora. Stefan s empre foi qui eto por dentro;
s eus poderes pareci am como uma pi s ci na de água l í mpi da. Agora el a vi u que
a mes ma água cl ara ti nha cons truí do um ts unami .
O que poderi a ter mudado tanto Stefan?
A res pos ta vei o-l he i medi atamente, embora s ob a forma de uma
pergunta. E l ena era ai nda parte es pí ri to — A i ntui ção de Bonni e l he di s s e. O
que aconteceri a s e el e bebes s e o s angue de al guém que es tava nes s e es tado?
" Carol i ne, vamos apenas parar com i s s o" , di s s e el a. " Si nto mui to, es tou
mui to, mui to arrependi da por — você s abe — E u es tava errada, e eu es tou
arrependi da. "
" Oh, você s e arrepende. Oh, i s s o dei xa tudo bem então, não é? " a voz de
Carol i ne es tava como áci do puro, e el a vi rou cos tas para Bonni e. Bonni e fi cou
s urpres a ao ver os ves tí gi os de l ágri mas nos ol hos del a.
E l ena e M eredi th ai nda ti nham os s eus braços em vol ta de s i , s uas
bochechas mol hadas com l ágri mas uma da outra. E l as es tavam s e ol hando e
E l ena es tava radi ante.
" Agora el a vai s aber quem você é em qual quer l ugar" , di s s e Stefan a
M eredi th. " Não s ó o s eu ros to, mas — s eu i nteri or — também, ou a forma
del e pel o menos . E u deveri a ter menci onado i s s o, antes de es te começar, mas
eu fui o úni co que el a ' conheceu' , e eu não percebi —"
" Você devi a ter percebi do!" Carol i ne es tava cami nhando de um l ado para
outro como um ti gre.
" E ntão, você bei j ou uma garota, e daí ?" Bonni e expl odi u. " O que você
acha, que você vai cri ar barba agora?"
Como s e i mpul s i onada pel o poder do confl i to em torno del a, E l ena de
repente di s parou, mui to rápi da, e el a es tava vagando ao redor da s al a como s e
el a ti ves s e tomado um ti ro de canhão, o cabel o del a es tral ava com el etri ci dade
quando el a fazi a paradas s úbi tas ou vol tas . E l a fez a vol ta ao redor da s al a,
duas vezes , e quando s ua s i l hueta es tava contra a j anel a empoei rada, Bonni e
pens ou, Oh, meu Deus ! Temos que pegar al gumas roupas pra el a! E l a ol hou
pra M eredi th e vi u que M eredi th ti nha parti l hado a s ua real i zação. Si m, el as
ti nham que arrumar roupas pra E l ena e pri nci pal mente roupas í nti mas .
E nquanto Bonni e s e movi a em di reção E l ena, tão tí mi da como s e el a
nunca ti ves s e s i do bei j ada antes , Carol i ne expl odi u.
" Vocês s i mpl es mente vão conti nuar fazendo i s s o!" E l a es tava
prati camente entrando em col aps o agora, pens ou Bonni e. " O que há de errado
com vocês ? Vocês não têm qual quer s ens o de moral ? "
Is s o, i nfel i zmente, caus ou outro ataque hi s téri co obri gando Bonni e e
M eredi th a gargal harem. Até Stefan vi rou pra outro l ado rapi damente, s ua
cordi al i dade com a s ua convi dada cl aramente es tava real mente l utando uma
batal ha perdi da.
Não apenas uma convi dada, pens ou Bonni e, mas uma garota que ti nha
i ndo l onge demai s — mai s que i s s o — poi s Carol i ne não ti nha s i do tí mi da
s obre dei xar as pes s oas s aberem quando el a ti nha col ocado s uas mãos nel e.
Sobre o quão l onge um vampi ro podi a i r, l embrou Bonni e, e ai nda não era tudo.
Al go s obre o s ubs ti tui r o parti l hamento de s angue por — bem, por i s s o... M as
el e não foi o úni co que Carol i ne ti nha cercado. Carol i ne ti nha má fama.
Bonni e ol hou pra E l ena, e vi u que E l ena es tava as s i s ti ndo Carol i ne com
uma es tranha expres s ão. Não é como s e E l ena ti ves s e com medo del a, mas
s i m como s e E l ena es ti ves s e profundamente preocupada com el a.
" Você es tá bem?" Bonni e s us s urrou Para el a s urpres a, E l ena concordou
com a cabeça e, em s egui da, ol hou para Carol i ne s acudi u a cabeça
negati vamente. E l a ol hou cui dados amente Carol i ne de ci ma para bai xo e s ua
expres s ão era como a de um médi co perpl exo exami nando um paci ente mui to
doente.
E ntão el a fl utuou em di reção Carol i ne, com uma mão es tendi da.
Carol i ne s e es qui vou, como s e el a es ti ves s e com noj o de ter E l ena
tocando- a. Não, não noj o pens ou Bonni e, mas medo.
" Como vou s aber o que el a vai fazer agora?" Carol i ne rebateu, mas
Bonni e s abi a que não era a verdadei ra razão de s eu medo. O que é que nós
temos aqui ? E l a s e perguntou. E l ena com medo de Carol i ne, e Carol i ne com
medo de E l ena. O que s i gni fi ca i s s o?
Os s enti dos ps í qui cos de Bonni e l he davam arrepi os . Havi a al go errado
com Carol i ne, el a s enti a, al go que el a nunca ti nha s enti do antes . E o ar...
E s tava pes ando de al guma forma, como s e es ti ves s e uma tempes tade a
cami nho.
Carol i ne fez um movi mento forte ao vi rar o ros to para manter E l ena
afas tada del a. E l a s e moveu pra atrás de uma cadei ra.
" Bas ta manter el a l onge de mi m, tudo bem? Não vou dei xar que el a toque
em mi m novamente — " el a começou, quando M eredi th mudou toda a
s i tuação com duas pal avras .
" O que você di s s e pra mi m?" Carol i ne di s s e, fi tando-a.
5
Damon es tava di ri gi ndo s em rumo quando el e vi u a garota.
E l a es tava s ozi nha, andando a pé pel o l ado da rua, s eu cabel o al aranj ado
s oprando ao vento, braços pra bai xo carregando pacotes pes ados .
Damon i medi atamente fez a coi s a caval hei res ca. E l e dei xou o carro
des l i zar até o encos tamento, es perou a meni na dar os poucos pas s os que
fal tavam para al cançá-l o — E , em s egui da, pul ou para fora do carro e s e
apres s ou em abri r a porta de pas s agei ros para el a.
O nome del a, s urgi u, era Damari s .
Logo a Ferrari es tava de vol ta à es trada, i ndo tão rápi do que o cabel o
al aranj ado de Damari s es tava tremul ando atrás del a como uma bandei ra. E l a
era uma j ovem mul her e es tava compl etamente l i vre da es péci e de trans e
i nduzi do que el e ti nha di s tri bui ndo l i vremente por ai durante o di a todo, o que
era uma boa coi s a, pens ou el e l aconi camente, porque s ua i magi nação ti nha
s i do mui to us ada hoj e e el e es tava quas e s em nada.
M as l i s onj ear es ta bel a cri atura, com o s eu res pl endoros o cabel o que era
de um vermel ho dourado, s ua pel e l ei tos a, não preci s ari a qual quer
i magi nação de qual quer manei ra. E l e não previ a nenhum probl ema com el a,
e el e pens ou que poderi a mantê-l a com el e durante a noi te.
Veni , vi di , vi ci {3} , pens ou Damon abri ndo um s orri s o i mpetuos o. E então
pens ou mel hor — tal vez eu não tenha venci do ai nda, mas eu apos to mi nha
Ferrari ni s s o.
E l e s e di s trai u por uma " vi s ão cêni ca" quando Damari s derrubou s ua
bol s a e s e curvou para pegá-l a, el e obs ervou a parte de traz de s eu pes coço,
onde os pêl os fi nos al aranj ados eram s urpreendentemente del i cados contra a
brancura da s ua pel e.
E l e l he bei j ou al i i medi atamente, i mpul s i vamente, s enti ndo que s ua
pel e era s uave como a pel e de um bebê — e quente contra s eus l ábi os . E l e
deu a el a total l i berdade de ação, i nteres s ado em ver s e el a i ri a dar um tapa
nel e, mas ao i nvés di s s o el a apenas endi rei tou s ua pos i ção e tomou um pouco
de ar i ns egura antes de permi ti r que el e a puxas s e para s eus braços para s er
bei j ada i ncerta, quente e tremendo, s eus ol hos azui s es curos entregues e
tentando res i s ti r ao mes mo tempo.
" E u — não devi a ter dei xado você fazer i s s o. Não vou permi ti r novamente.
Quero i r para cas a agora."
Damon s orri u. Sua Ferrari es tava a s al vo.
Seu protes to ti nha s i do parti cul armente agradável , el e pens ou enquanto
conti nuava a di ri gi r. Se el a conti nuas s e a fazer i s s o como el a es tava fazendo,
el e até poderi a fi car com el a uns di as , tal vez mes mo trans formar-l a.
Agora, porém, el e foi i ncomodado por uma i nexpl i cável i nqui etação
i nteri or. E l ena, é cl aro. E s teve tão perto del a na pens ão e não s e atreveu a s e
i mpor e i r até l á, por caus a do que el a poderi a fazer. Oh, bem, o que el e j á
deveri a ter fei to a es s a al tura, pens ou el e com uma s úbi ta veemênci a. Stefan
es tava certo ti nha al go de errado com el e hoj e.
E l e es tava frus trado em um grau que el e nunca i magi nou s er pos s í vel .
O que el e deveri a ter fei to era ter enterrado o ros to do s eu mani nho na terra,
quebrado o s eu pes coço como o de uma ave e, em s egui da, s ubi do aquel es
degraus es trei tos e pegaj os os pra pegar E l ena, di s pos ta ou não. E l e não ti nha
fei to i s s o antes por caus a de al guma chati ce s em s enti do, s obre s eus gri tos
enquanto el e l evantas s e aquel e quei xo i ncomparável e enterras s e
dol oros amente s eus dentes em s ua garganta branca como l í ri os .
Havi a um barul ho dentro do carro. " ... Você não acha?" Damari s es tava
di zendo.
Irri tado e mui to ocupado com a s ua fantas i a para pens ar s obre o que s ua
mente podi a ter ouvi do-a fal ar durante s eu di s curs o, el e a cal ou, e el a fi cou
i ns tantaneamente qui eta. Damari s era adorável , mas uma ramei ra. Agora el a
es tava s entada com o s eu cabel o al aranj ado dando chi cotadas ao vento, mas com
os ol hos em branco, s uas pupi l as contraí das , abs ol utamente parada.
E tudo por nada. Damon fez um s i bi l o de exas peração. E l e não cons egui u
vol tar ao s eu s onho, mes mo em s i l ênci o, os s ons i magi nári os dos gri tos de
E l ena não vol taram.
M as não haveri a mai s gri tos , uma vez que el e a trans formas s e em uma
vampi ra, uma pequena voz em s ua mente s ugeri u. Damon l evantou a cabeça e
s e i ncl i nou para trás , com apenas três dedos no vol ante. E l e uma vez tentou
fazer del a a s ua pri nces a das trevas , e por que não? E l a pertenceri a a el e
compl etamente, e s e el e ti ves s e que abri r mão de s eu s angue mortal , bem...
el e não es tava exatamente obtendo nada del e agora, não era? Di s s e a voz
i ns i nuante. E l ena, pál i da e bri l hante com a aura de poder de vampi ra, o
cabel o l oi ro, quas e branco, um ves ti do preto aceti nado contra s ua pel e. Agora,
ai es tava uma i magem que fari a o coração de qual quer vampi ro bater mai s
rápi do.
E l e a queri a mai s do que nunca agora, que el a ti nha s i do um es pí ri to.
M es mo como uma vampi ra el a i ri a reter a mai or parte de s ua própri a
natureza, e el e podi a i magi nar a cena: a l uz del a e a es curi dão del e, a s ua
brancura s uave em s eus braços reves ti dos com s ua j aqueta preta de couro. E l e
i ri a parar aquel a boca requi ntada com bei j os , s ufocá-l a com el es .
M as no que el e tava pens ando? Vampi ros não bei j am as s i m por prazer,
es peci al mente não outros vampi ros . O s angue e a caça eram tudo. Bei j ar al ém
do neces s ári o para conqui s tar s ua ví ti ma era i núti l , não l evari a a l ugar
al gum. Apenas i di otas s enti mentai s como o s eu i rmão s e i mportavam com
es s a bes tei ra. Um cas al de vampi ros poderi a comparti l har o s angue de uma
ví ti ma, os doi s bebendo de uma s ó vez, ambos control ando a mente da ví ti ma, e
us ufrui ndo j untos o l i nk mental , também. E ra as s i m que el es obti nham
prazer.
Ai nda as s i m, Damon encontrava-s e ani mado com a i déi a de bei j ar
E l ena, de forçar s eus bei j os nel a, de s enti r o s eu des es pero para fugi r del e
de repente parar — com aquel a pequena hes i tação que chega pouco antes da
res pos ta, antes de s e entregar compl etamente a el e.
Tal vez eu es tej a enl ouquecendo, pens ou Damon, i ntri gado. E l e nunca
ti nha fi cado l ouco antes , não que el e pudes s e recordar, e ai es tava al go de
apel ati vo na i déi a. Ti nha s écul os des de que el e s enti u es te ti po de exci tação.
Sorte s ua, Damari s , el e pens ou. E l e ti nha chegado ao ponto onde a rua
Sycamore entrava na fl ores ta anti ga, e a es trada a parti r dal i era s i nuos a e
peri gos a. Sem pens ar, el e encontrou-s e s e vi rando em di reção a Damari s para
acordá-l a novamente, regi s trando com s ati s fação que s eus l ábi os eram
s uavemente cor de cerej a, s em batom. E l e bei j ou-l he l evemente, então
es perou por s ua res pos ta.
Prazer. E l e podi a ver s ua mente aprovando o ato.
E l e ol hou a es trada à frente e depoi s tentou novamente, des ta vez
s egurando o bei j o. E l e es tava del i ci ado com s ua res pos ta, com a res pos ta de
ambos . Is s o era i ncrí vel . Ti nha que ter al go a ver com a quanti dade de s angue
que el e ti nha tomado, mai s do que nunca em um úni co di a, ou a combi nação -
E l e s ubi tamente teve que des vi ar s ua atenção de Damari s para a di reção.
Um pequeno ani mal vermel ho ti nha apareci do na es trada a s ua frente como
que por magi a. Damon normal mente não s ai ri a do s eu cami nho para atropel ar
coel hos , porco es pi nhos , e coi s as do gênero, mas es te o ti nha i rri tado em um
momento cruci al . E l e agarrou o vol ante com as duas mãos , s eus ol hos negros e
fri os como gel o gl aci al das profundezas de uma caverna, e acel erou em di reção
a pequena coi s a vermel ha.
Não tão pequena — haveri a um s ol avanco.
" E s pere" , el e murmurou para Damari s .
No úl ti mo i ns tante, a coi s a avermel hada s e des vi ou. Damon gi rou o
vol ante de vol ta pra s egui -l o e, em s egui da, encontrou-s e de frente a uma
val a. Apenas os s uper refl exos de um vampi ro — e a pronta res pos ta de um
veí cul o mui to caro — para poder tê-l o manti do fora da val a. Fel i zmente Damon
ti nha ambos , gi rando em um cí rcul o apertado, os pneus cantaram e fi zeram
fumaça em protes to.
E nenhum s ol avanco.
Damon s al tou pra fora do carro em um movi mento fl ui do e ol hou ao redor.
M as s ej a l á o que foi aqui l o, ti nha des apareci do compl etamente, tão
mi s teri os amente como ti nha apareci do.
Sconosci uto. E s tranho.
E l e des ej ou não es tar di retamente s ob o s ol , a l uz bri l hante da tarde
reduzi a s everamente a s ua acui dade vi s ual . M as el e teve um vi s l umbre de
como a coi s a chegou perto, e pereceu que ti nha uma aparênci a deformada.
Fi no em uma extremi dade e mai or na outra.
Oh, bem.
E l e vol tou para o carro, onde Damari s es tava tendo um ataque de nervos .
E l e não es tava com vontade de cons ol ar ni nguém, então el e s i mpl es mente
col ocou-a de vol ta a dormi r. E l a cai u para trás no banco, dei xando l ágri mas
para s ecar s obre s uas bochechas .
Damon vol tou para o carro ai nda s e s enti ndo frus trado. M as agora el e
s abi a o que el e queri a fazer hoj e. E l e queri a encontrar um bar — qual quer
um, puí do e barato ou i macul ado e caro — e el e queri a encontrar outro vampi ro.
Com Fel l ’s Church s endo um l ugar tão propí ci o no mapa, não deveri a s er
di fí ci l encontrar al gum nas áreas ci rcundantes . Os vampi ros e outras
cri aturas das trevas eram atraí dos para l ugares como es s e, como abel has a
madres s i l vas .
E então el e arrumari a uma l uta. Seri a total mente i nj us to — Damon era o
vampi ro mai s forte pel o que el e s abi a — e, al ém di s s o, el e es tava chei o como
um carrapato do coquetel do s angue das mel hores donzel as de Fel l ' s Church.
E l e não s e i mportava. Pareceu-l he uma boa manei ra para extravas ar s uas
frus trações em al go, e — el e abri u aquel e i ni mi tável , i ncandes cente s orri s o
pro nada — al gum l obi s omem ou vampi ro ou Ghoul es tava pres tes a cumpri r
s eu des ti no. Tal vez mai s do que um, s e el e ti ves s e s orte o bas tante de
encontrá-l os . Depoi s di s s o — A del i ci os a Damari s como s obremes a.
A vi da era boa, afi nal . E a não-vi da — pens ou Damon com s eus ol hos
bri l hando peri gos amente por trás dos ócul os es curos — era ai nda mel hor. E l e
i a s e s entar em um canto emburrado porque el e não poderi a ter E l ena
i medi atamente. E l e es tava s ai ndo para s e di verti r e s e fortal ecer, e então em
al gum momento mui to próxi mo, el e i ri a até a cas a de s eu patéti co e covarde
i rmão mai s novo e pegari a el a.
E l e pas s ou o ol har no es pel ho retrovi s or do carro por um i ns tante. Por
al guma aberração na i l umi nação ou i nvers ão da atmos fera, pareceu-l he ver
em s eus ol hos por trás das l entes es curas do ócul os — uma chama vermel ha.
6
E u di s s e, cai fora." , M eredi th repeti u para Carol i ne, ai nda em voz
bai xa.
" Você di s s e coi s as que nunca deveri am ter s i do di tas em nenhum l ugar
ci vi l i zado. E acontece que es ta é a cas a Stefan — e, s i m, é di rei to del e pedi r
pra você s e reti rar. E s tou fazendo i s s o por el e, no entanto, porque el e nunca
i ri a pedi r a uma garota — e ex candi data a namorada, devo acres centar — para
dar o fora de s eu quarto."
M att l i mpou a garganta. E l e ti nha s e afas tado fi cando em um canto, e
todos ti nham es queci do a pres ença del e. Agora, el e di s s e, " Carol i ne, eu te
conheço a tempo de mai s pra s er formal , e M eredi th es tá certa. Se você quer
di zer o ti po de coi s as que você es tá di zendo s obre E l ena, terá que fazê-l o em
outro l ugar, l onge de E l ena. M as , ol ha, tem uma coi s a que eu s ei . Não
i mporta o que E l ena fez quando el a es teve — es teve aqui antes " , a voz del e
cai u um pouco em admi ração, e Bonni e s abi a o que el e queri a di zer, quando
E l ena es teve aqui na Terra antes , — " E l a es tá mui to mai s próxi ma de um
anj o do que você poderi a i magi nar. Agora el a é... el a é... total mente..." E l e
hes i tou, procurando pel as pal avras certas .
" Pura" , di s s e M eredi th faci l mente, o aj udando a termi nar a afi rmação.
" Si m" , M att concordou. " Si m, pura. Tudo que el a faz é puro. E não há
como nenhuma das s uas pal avras mal vadas ati ngi rem el a, de qual quer
manei ra, mas o res to de nós s i mpl es mente não gos ta de as s i s ti r você tentar. "
Houve um bai xo " Obri gado" de Stefan.
" E u j á es tava i ndo" , di s s e Carol i ne, agora através de s eus dentes . " E
não s e atreva a fal ar comi go s obre pureza! Aqui , com tudo i s to acontecendo! Você
provavel mente s ó quer as s i s ti r i s s o por você mes mo, duas meni nas s e
bei j ando. Você provavel mente-... "
" Chega." Stefan di s s e quas e s em expres s ão, mas Carol i ne foi l evantada
e j ogada pra fora da porta e l argada l á como s e fos s e carregada por mãos
i nvi s í vei s . Sua bol s a foi j ogada l ogo depoi s del a.
E m s egui da, a porta s e fechou s i l enci os amente.
Os cabel os na nuca de Bonni e s e l evantaram. E s te Poder Ps í qui co l he
dei xou com os s enti dos atordoados e temporari amente paral i s ada. M over
Carol i ne — e el a não era uma cri anci nha — ti nha s i do um es forço i mens o.
Tal vez Stefan ti ves s e mudado tanto quanto E l ena. Bonni e ol hou para
E l ena, cuj a pi s ci na de tranqüi l i dade ti nha fi cado um pouco abal ada por caus a
de Carol i ne.
E você também poderi a fazer al go para afas tar a mente de E l ena di s s o, e
tal vez você s ej a di gna de al gum agradeci mento de Stefan, pens ou Bonni e.
E l a encos tou-s e ao j oel ho de E l ena, e quando E l ena vi rou pra ol há-l a,
Bonni e a bei j ou.
E l ena quebrou o bei j o mui to rapi damente, como s e es ti ves s e com medo
de caus ar al gum hol ocaus to novamente. M as Bonni e vi u de uma s ó vez o que a
M eredi th ti nha di to s obre não s er s exual . Foi ... M ai s como s er exami nada por
al guém que es tava us ando todos os s eus s enti dos ao máxi mo. Quando E l ena
s e afas tou de Bonni e el a i rradi ava para el a tal como el a ti nha para M eredi th,
todas as angús ti as l evadas pra l onge pel a — s i m, pel a pureza do bei j o. Bonni e
s enti u como s e uma parte da tranqüi l i dade de E l ena ti ves s e i do pra el a.
" ... Deveri a ter pens ado mel hor antes de trazer Carol i ne" , M att es tava
di zendo a Stefan. " Des cul pe por ter expul s ado el a, mas eu conheço Carol i ne, e
el a poderi a ter fi cado tagarel ando por mei a hora s em nunca real mente s ai r."
" Stefan cui dou di s s o, " M eredi th di s s e, " ou foi E l ena, também?"
" Fui eu, " di s s e Stefan. " M att ti nha razão: el a poderi a conti nuar a fal ar
i ndefi ni damente s em real mente s ai r. E eu s i mpl es mente não cons egui ri a
ouvi r al guém fal ar as s i m com E l ena. "
Porque el es es tão fal ando es s as coi s as ? Bonni e perguntava. De todas as
pes s oas , M eredi th e Stefan eram os menos i ncl i nados a di s cus s ões , mas
aqui es tavam el es , di zendo coi s as que real mente não preci s avam s er di tas .
E ntão el a percebeu que era por M att, que es tava s e movendo l entamente, mas
com determi nação para E l ena.
Bonni e s e l evantou rápi da e ági l como s e fos s e voar, e cons egui u pas s ar
por M att s em ol har para el e. E então el a foi s e j untar a M eredi th e Stefan em
s uas tagarel i ces — bem, mai s ou menos tagarel i ces — s obre o que acabara de
acontecer. Carol i ne ti nha arrumado um mau i ni mi go, todos concordaram, e
pareci a nada a ens i nari a que tudo o que el a atacava em E l ena s empre
ri cocheteava. Bonni e poderi a apos tar que el a es tava arrumando um novo ataque
agora mes mo contra todos el es .
" E l a s e s ente s ozi nha o tempo todo" , di s s e Stefan, como s e es ti ves s e
tentando arrumar des cul pas para el a. " E l a quer s er acei ta, por qual quer
pes s oa, em quai s quer condi ções , mas el a s e s ente — i s ol ada. Como s e
ni nguém que real mente conheces s e el a confi as s e nel a."
" E l a é defens i va" , M eredi th concordou. " M as você poderi a es perar que
el a fos s e mos trar al guma grati dão. Afi nal , nós a res gatamos e s al vamos s ua
vi da um pouco mai s de uma s emana atrás ."
Havi a mai s que i s s o, pens ou Bonni e. Sua i ntui ção es tava tentando l he
di zer al go, al go s obre o que poderi a ter aconteci do antes del es cons egui rem
s ocorrer Carol i ne — mas el a es tava tão zangada com o comportamento del a com
E l ena que i gnorou i s s o.
" Por que al guém deveri a confi ar nel a?" E l a di s s e a Stefan, e arri s cou
uma ol hadi nha para trás . E l ena i ri a defi ni ti vamente conhecer M att a
qual quer momento, e M att pareci a como s e es ti ves s e pres tes a des mai ar.
" Carol i ne é boni ta, certo, mas é s ó i s s o. E l a nunca tem nada de bom a di zer
s obre ni nguém. E l a j oga j ogos o tempo todo — E u s ei que fi zemos i s s o
al gumas vezes , também... — mas el a es tá s empre tentando fazer as outras
pes s oas parecerem más . Cl aro, el a pode ter a mai ori a dos rapazes " — uma
s úbi ta ans i edade a tomou, e el a fal ou mai s al to para tentar empurrar i s s o pra
l onge — " mas s e você é uma garota, el a é apenas um par de pernas l ongas e
—"
Bonni e parou porque a M eredi th e Stefan havi am congel ado, com uma
i dênti ca expres s ão de ‘Oh-meu-Deus -de-novo-não’ em s eus ros tos .
" E el a também tem uma audi ção mui to boa" , di s s e uma voz agi tada e
ameaçadora em al gum l ugar atrás de Bonni e. O coração de Bonni e s al tou em
s ua garganta.
E ra i s s o que dava em i gnorar s uas premoni ções .
" Carol i ne —" M eredi th e Stefan foram ambos tentar control ar os danos ,
mas era tarde demai s . Carol i ne havi a entrando com l ongas pernas como s e el a
não qui s es s e que s eus pés ti ves s em que tocar o chão de Stefan.
E s tranhamente, porém, el a es tava carregando os s al tos al tos com as mãos .
" Vol tei para bus car os meus ócul os " , di s s e el a, ai nda naquel a voz
tremi da. " E ouvi o s ufi ci ente para s aber o que os meus di tos " ami gos "
pens am de mi m."
" Não, você não ouvi u" , di s s e M eredi th, tão rapi damente e el oqüente
quanto Bonni e fi cou atordoado e muda. " Você ouvi u al gumas pes s oas mui to
i rri tadas col ocando pra fora s ua i rri tação após você tê-l os i ns ul tado."
" Al ém di s s o" , di s s e Bonni e, de repente capaz de vol tar a fal ar " admi ta,
Carol i ne — você des ej ava ouvi r al guma coi s a. É por i s s o que te ti rou os s apatos .
Você es tava bem detrás da porta es cutando, não? "
Stefan fechou os ol hos . " Is to é mi nha cul pa. E u devi a ter—"
" Não, você não devi a" , M eredi th di s s e pra el e, e pra Carol i ne el a
acres centou: " E s e você puder me di zer uma pal avra do que di s s emos que não
era verdade, ou era exagerada, exceto tal vez por aqui l o que di s s e Bonni e, e
Bonni e... é apenas Bonni e. De qual quer manei ra, s e você puder apontar uma
pal avra do que o res to de nós di s s e que não é verdade, eu peço perdão " .
Carol i ne não es tava ouvi ndo. Carol i ne es tava s e contorcendo. E l a ti nha
um ti que faci al , e s eu l i ndo ros to es tava vermel ho es curo convul s i onando de
fúri a.
" Oh, vocês i rão i mpl orar meu perdão, es tej am certos " , di s s e el a,
apontando o i ndi cador com aquel a l onga unha pra cada um del es . " Vocês vão
s e arrepender. E s e você tentar es s a — es s e ti po fei ti çari a-vampi ro em mi m
novamente, " di s s e a Stefan, " E u tenho ami gos — ami gos verdadei ros — que
gos tari am de s aber s obre i s s o."
" Carol i ne, es ta tarde você as s i nou um contrato—"
" Oh, quem l i ga pra i s s o?"
Stefan s e l evantou. E s tava es curo agora no i nteri or do pequeno quarto com
a s ua j anel a poei renta, e a s ombra del e foi l ançada pel o quarto pel a l âmpada
de cabecei ra. Bonni e ol hou para el e e então para M eredi th, com os cabel os nos
braços e pes coço s e eri çando. A s ombra era s urpreendentemente es cura e
s urpreendentemente al ta. A s ombra de Carol i ne era fraca, trans parente e
curta — uma i mi tação perto da verdadei ra s ombra.
A s ens ação de tempes tade es tava de vol ta. Bonni e es tava agi tada agora,
tentando s em s uces s o, parar o tremor que ti nha chegado como s e ti ves s e s i do
j ogada água gel ada nel a. E ra um fri o que vi nha di retamente de s eus os s os e
foi ras gando camada após camada de cal or del es como um gi gante gananci os o,
e agora el a es tava começando a tremer mai s forte...
Al guma coi s a es tava acontecendo com Carol i ne nas s ombras — al go
es tava s e aproxi mando del a — ou vi ndo por el a — ou tal vez ambos . E m
qual quer cas o, es tava em todo o redor del a agora, e envol ta de Bonni e também,
a tens ão era tão es pes s a que Bonni e fi cou bl oqueada, o s eu coração agi tado. Ao
s eu l ado, M eredi th — a práti ca, cabeça-control ada M eredi th — s e agi tava
nervos amente.
" O que -?" M eredi th começou em um s us s urro.
De repente, como s e tudo ti ves s e s i do requi ntadamente coreografado pel a
as coi s as da es curi dão, a porta do quarto de Stefan de fechou... a l âmpada, uma
l âmpada el étri ca bem comum, s e apagou... e o anti go l ami nado da j anel a vei o
para bai xo, dei xando o quarto em s úbi ta e compl eta es curi dão.
E Carol i ne gri tou. E ra um s om horrí vel — como s e al guém ti ves s e s e
agarrado a el a e arrancado s ua col una vertebral pel a s ua garganta.
Bonni e gri tou também. E l a não pode evi tar, embora s eu gri to ti ves s e
pareci do demas i ado fraco e s em fôl ego, como um eco, o contrári o do que
Carol i ne ti nha fei to. Graças a Deus que pel o menos , Carol i ne não gri tou por
mui to tempo. E Bonni e foi capaz de parar o novo gri to que es tava s e cons trui ndo
em s ua própri a garganta, apes ar de s ua agi tação s er pi or do que nunca.
M eredi th ti nha um braço apertado em torno del a, mas então, como a es curi dão
e o s i l ênci o s e s egui ram e Bonni e não parava de tremer, M eredi th s em
pi edade l evantou-s e e pas s ou a el a para M att, que pareci a es pantado e
envergonhado, mas tentou es tranhamente s egurá-l a.
" Não é tão es curo que s eus ol hos não pos s am s e acos tumar a i s s o" ,
di s s e el e. Sua voz era s eca, como s e el e preci s as s e de um pouco de água. M as
foi a mel hor coi s a que el e poderi a ter di to, porque de todas as coi s as no mundo
pra temer, o pi or medo de Bonni e era o es curo. Havi a coi s as al i , coi s as que s ó
el a cons egui a enxergar. E l a cons egui u, apes ar do terrí vel medo, parar de pé
com s eu apoi o — em s egui da, el a engas gou, e ouvi u M att engas gar também.
E l ena es tava bri l hante. Não apenas el a, mas o bri l ho s e es tendi a por
trás del a, e para ambos os l ados del a, s aí do de um par de mui to bem
defi ni das e i negavel mente pres entes ... As as .
" E l a tem a-as as " , s us s urrou Bonni e, com um es tremeci mento des ta vez
caus ado por s ua admi ração e não por terror ou medo. M att era quem es tava
agarrado nel a agora, como uma cri ança, e obvi amente, não poderi a res ponder.
As as as movi am com a res pi ração de E l ena. E l a es tava s entada no ar,
fi rme agora, uma mão es tendi da com os dedos todos es pal hados em um ges to
de negação.
E l ena fal ou. Não era qual quer l i nguagem que Bonni e ti nha ouvi do
antes , el a duvi dou que fos s e um i di oma us ado por qual quer pes s oa na Terra.
As pal avras eram afi adas , como o des moronamento de uma mi rí ade cacos de
cri s tal que ti nham caí do de um l ugar mui to al to e mui to l onge.
A forma das pal avras quas e fazi a s enti do pra Bonni e como s e s uas
própri as habi l i dades ps í qui cas fi cas s em s uci ntas perto do tremendo poder de
E l ena. E ra um poder que permaneci a al to contra as trevas , e agora el e e i a
varrendo os l ados ... Fazendo as coi s as do es curo gal opar pra l onge, as s uas
garras arranhando em todas as di reções . As pal avras afi adas s egui ram-l hes
todo o cami nho, di s s i pando-os agora...
E E l ena... E l ena es tava tão bel a a ponto de fazer o coração doer, tanto
quanto, quando ti nha s i do uma vampi ra, e pareci a quas e tão pál i da como uma.
M as Carol i ne es tava gri tando, também. E l a es tava us ando poderos as
pal avras de M agi a Negra, e para Bonni e era como s e as s ombras de todos os
ti pos de es curo e coi s as horrí vei s fos s em proveni entes de s ua boca: l agartos e
s erpentes e mui tas pernas de aranhas .
Foi um duel o, um duel o de magi a. Só que, como Carol i ne ti nha
aprendi do tudo i s s o s obre magi a negra? E l a nem s equer era de l i nhagem
bruxa como Bonni e.
Do l ado de fora do quarto de Stefan, em torno del e, havi a um s om
es tranho, quas e como um hel i cóptero. Whi pwhi pwhi pwhi pwhi p... Is s o
aterrori zou Bonni e.
M as el a ti nha que fazer al guma coi s a. E l a era Cel ta por des cendênci a,
e ps í qui ca, bem, porque el a não pode evi tar i s s o, e el a ti nha que aj udar
E l ena. Lentamente, como s e es ti ves s e abri ndo cami nho contra raj adas de
ventos , Bonni e s e es ti cou para col ocar s ua mão na mão de E l ena, para oferecer
a E l ena s ua força.
Quando E l ena agarrou s ua mão, Bonni e percebeu que M eredi th es tava
no s eu outro l ado. A l uz cres ceu. As coi s as ras tej antes correram del a, gri tando
e batendo umas nas outras na fuga.
A próxi ma coi s a que Bonni e s oube, era que E l ena es tava cai ndo. As as as
foram embora. E as coi s as ras tej antes do es curo ti nham des apareci do,
também. E l ena ti nha os expul s ado, us ando enormes quanti dades de energi a
para es magá-l os com Poder Branco.
" E l a vai cai r" , Bonni e s us s urrou, ol hando Stefan. " E l a us ou uma
magi a mui to forte"
Bem então, quando Stefan começou a s e di ri gi r a E l ena, vári as coi s as
aconteceram mui to rápi das , como s e o quarto ti ves s e s i do ati ngi do por vári os
rai os de l uz.
Fl as h. O l ami nado da j anel a rol ou pra ci ma, abri ndo furi os amente.
Fl as h. A l âmpada l i gou novamente, revel ando-s e nas mãos do Stefan.
E l e devi a es tar tentando cons ertá-l a.
Fl as h. A porta do quarto de Stefan abri u l entamente, rangendo, como s e
qui s es s e s e redi mi r de ter bati do antes .
Fl as h. Carol i ne es tava no chão, gemendo, res pi ração di fí ci l . E l ena ti nha
venci do...
E l ena cai u.
Só refl exos i numanamente rápi dos poderi am tê-l a capturado,
es peci al mente do outro l ado da s al a. M as Stefan ti nha dei xado a l âmpada com
M eredi th e atraves s ou a di s tanci a mai s rápi do do que os ol hos de Bonni e
poderi am s egui r. E ntão el e es tava s egurando E l ena, abraçando-a
protetoramente.
" Oh, i nferno" , di s s e Carol i ne. Tri l has negras de mas cara pra cí l i os
corri am pel o s eu ros to, tornando s eu ol har não mui to humano. E l a ol hou para
Stefan um ódi o franco. E l e ol hou de vol ta s ol enemente, não, s oberanamente.
" Não chame o i nferno" , di s s e el e em uma voz mui to bai xa. " Não aqui .
Não agora. Porque i nferno poderi a ouvi r e chamar de vol ta. "
" Como s e j á não ti ves s e" , di s s e Carol i ne, e nes s e momento — el a era
di gna de pena — mi s erável e patéti ca. Como s e ti ves s e começado al go que el a
não s abi a como parar.
" Carol i ne, o que es tá di zendo?" Stefan entendeu. " Você es tá di zendo que
você j á fez al guma troca--?"
" Ouch" , di s s e Bonni e, de repente e i nvol untari amente, acabando com
humor s i ni s tro no quarto. Uma das unhas que Carol i ne ti nha quebrado ti nha
dei xado um ras tro de s angue no chão. Bonni e s enti u um l atej o de s i mpati a
s enti ndo a dor em s eu própri o dedo até que Carol i ne apontou s ua mão
s angrenta pra Stefan. E ntão a s i mpati a de Bonni e vi rou náus ea.
" Quer uma l ambi da?" Di s s e el a. Sua voz e ros to mudaram
compl etamente, e el a não fez nenhuma ques tão de tentar es conder i s s o. " Ah,
vá l á, Stefan" , el a começou a zombar, " Você andou bebendo s angue humano
nes tes di as , não é? Humano ou — s ej a l á o que el a é, ou o que el a vi rou. Você
doi s voam como morcegos j untos agora, não é? "
" Carol i ne, " Bonni e s us s urrou, " Você não vi u el as ? Suas as as —"
" E xatamente como um morcego, ou outra coi s a de vampi ro. Stefan a
trans formou —"
" E u vi " , di s s e M att pl enamente, atrás Bonni e. " E l as não eram as as
de morcego."
" Será que al guém tem ol hos ?" M eredi th di s s e de onde el a es tava perto
da l âmpada. " Ol ha aqui " . E l a s e abai xou. Quando l evantou de novo el a es tava
s egurando uma l onga pena branca. Que bri l hava na l uz.
" Tal vez el a s ej a um corvo branco, então" , di s s e Carol i ne. " Is s o s eri a
adequado. E não pos s o acredi tar como vocês es tão todos — todos — tão cui dados os
com el a, como s e el a, como s e el a fos s e uma es péci e de pri nces a. Sempre a
queri di nha de todos , não é mes mo, E l ena? "
" Pare com i s s o" , di s s e Stefan.
" Todos , es s a é a pal avra chave" , Carol i ne cus pi u.
" Pára com i s s o."
" O j ei to que você es tava bei j ando todo mundo, um após o outro." E l a deu
um es tremeci mento teatral . " Todo mundo parece ter es queci do, mas i s s o tava
mai s para—"
" Pare, Carol i ne."
" A Real E l ena" . A voz de Carol i ne ti nha s e tornado fi ngi damente s uave,
mas el a não poderi a manter o veneno fora, pens ou Bonni e. " Porque quem
conheci a você antes s abi a quem você era, antes de o Stefan nos abençoar com
s ua i rres i s tí vel pres ença, você era uma—"
" Carol i ne, pare com i s s o—"
" Uma puta! É i s s o! Bem barata, puta de qual quer um! "
7
Houve uma es péci e de engas gamento col eti vo. Stefan fi cou branco, s eus
l ábi os compri mi dos em uma l i nha es trei ta. Bonni e s enti u como s e el a
es ti ves s e s ufocando com pal avras , expl i cações , em recri mi nações s obre o
comportamento de Carol i ne. E l ena pode ter ti do tantos namorados quanto
es trel as no céu, mas no fi nal el a ti nha aberto mão de tudo i s s o — porque el a
s e apai xonou — não que Carol i ne entendes s e al go s obre i s s o.
" Não tem nada a di zer agora?" Carol i ne conti nuou. " Não cons egue achar
nem uma res pos ta engraçadi nha? O morcego comeu s ua l í ngua? " E l a
começou a ri r, mas era uma ri s ada forçada, em s egui da, uma torrente de
pal avras j orrou pra fora de s ua boca quas e i ncontrol avel mente, todas as
pal avras que s upos tamente não eram pra s erem fal adas em públ i co. Bonni e
eventual mente ti nha di to a mai ori a del as em uma hora ou outra, mas aqui , e
agora, el as formavam uma corrente de poder peçonhento. As pal avras de
Carol i ne es tavam s e trans formando em al go que cres ci a — al go que i ri a
acontecer — um ti po de força que não podi a s er conti da -
Reverberações , pens ou Bonni e enquanto o s om das ondas começaram a s e
acumul ar ...
Vi dro, s ua i ntui ção l he di s s e. Fi que l onge de vi dros .
Stefan apenas teve tempo de s e di ri gi r a M eredi th e gri tar, " Li vre-s e
des s a l âmpada."
E a M eredi th, que era rápi da não s ó em acei tação, mas também como
l ançadora de bas ebal l , agarrou a l âmpada e a ati rou-a na — não,
compl etamente -
— expl os ão enquanto a l âmpada s e es ti l haçou -
— a j anel a aberta.
Houve um barul ho s emel hante no banhei ro. O es pel ho ti nha expl odi do
por trás da porta fechada.
E ntão Carol i ne bateu no ros to de E l ena.
E l a dei xou a marca de s eu dedo s angrento, que E l ena pas s ou a mão
ti mi damente. E l e também dei xou uma marca branca no formato de uma mão
que aos poucos foi fi cando vermel ha. A expres s ão de E l ena era capaz de
arrancar l ágri mas de uma pedra.
E Stefan fez a coi s a que Bonni e cons i derou a mai s s urpreendente de
tudo. E l e mui to genti l mente col ocou E l ena no chão, bei j ou a no ros to, e vi rou-
s e para Carol i ne.
E l e col ocou s uas mãos s obre s eus ombros , s em tremer, apenas
s egurando-a fi rmemente, obri gando-a a ol har para el e.
" Carol i ne" , di s s e el e, " Pare com i s s o. Vol te. Pel o bem de s eus ami gos
que s e i mportam com você, vol te. Pel o bem da s ua famí l i a que te ama, vol te.
Pel o bem da s ua própri a al ma i mortal , vol te. Vol te para nós ! "
Carol i ne apenas ol hou para el e arrogantemente.
Stefan mei o que s e vi rou de l ado, para M eredi th, com uma careta. " E u
não s ou real mente a pes s oa mai s i ndi cada para fazer i s s o" , di s s e el e
brus camente. " Não é mes mo o ponto forte dos vampi ros ."
E ntão el e vi rou na di reção de E l ena, s ua voz cari nhos a. " Amor, você pode
aj udar? Você pode aj udar a s ua vel ha ami ga novamente? "
E l ena j á es tava tentando aj udar, tentando al cançar Stefan. E l a própri a
tentava s e l evar até el e s e apoi ando com di fi cul dade, pri mei ro na cadei ra de
bal anço e em s egui da, em Bonni e, que tentou aj udá-l a contra o pes o da
gravi dade. E l ena era tão vaci l ante como uma gi rafa recém-nas ci da de pati ns ,
e Bonni e — quas e metade de uma cabeça mai s bai xa — ti nha di fi cul dade em
manter s eu equi l í bri o.
Stefan fez um movi mento como s e pra aj udar, mas M att j á es tava l á,
s egurando E l ena, pel o o outro l ado.
E ntão Stefan vi rou Carol i ne, e conti nuou s egurando el a, pra não dei xá-l a
es capar, forçando-a a encarar E l ena de frente.
E l ena, que es tava s endo s egurada pel a ci ntura, para que s uas mãos
fi cas s em l i vres , fez al guns movi mentos curi os os , parecendo fazer des enhos
mai s e mai s depres s a no ar em frente ao ros to de Carol i ne, ao mes mo tempo
cruzando e des cruzando as mãos com os dedos em di ferentes pos i ções . E l a
pareci a s aber exatamente o que el a es tava fazendo. Carol i ne s egui a os
movi mentos das mãos de E l ena como s e fos s e obri gada, mas era evi dente pel o
s eu ros nado que el a os odi ava.
M agi a, pens ou Bonni e, fas ci nada. M agi a Branca. E l a es tá chamando
anj os , tão s eguramente como Carol i ne es tava chamando demôni os . M as el a
s eri a forte o s ufi ci ente para puxar Carol i ne pra fora da es curi dão?
E , fi nal mente, como s e pra compl etar a ceri môni a, E l ena i ncl i nou-s e
para frente e bei j ou os l ábi os de Carol i ne.
E ntão todo o i nferno rol ou s ol to. Carol i ne de al guma manei ra cons egui u
l i berar uma das mãos do aperto de Stefan e tentou agarrar o ros to de E l ena com
as unhas . Obj etos no quarto começaram a voar através do ar, s em nenhuma
i ntervenção humana. M att tentou agarrar o braço de Carol i ne e l evou um murro
no es tômago que o fez s e dobrar, s egui do por uma pancada na parte de trás do
pes coço.
Stefan s ol tou Carol i ne para acol her E l ena e l evar el a e Bonni e pra fora do
cami nho. E l e pareceu pres umi r que M eredi th poderi a cui dar de s i mes ma —
e el e es tava certo. Carol i ne foi em di reção a M eredi th, mas M eredi th es tava
pronta. E l a agarrou o punho de Carol i ne e a j ogou-a na di reção contrári a.
Carol i ne aterri s s ou em ci ma da cama, torta e em s egui da, s e j ogou em
M eredi th novamente, des ta vez agarrando o cabel o del a com uma mão.
M eredi th s e l i vrou del a, dei xando uma mecha de cabel o entre os dedos de
Carol i ne. E ntão M eredi th pegou Carol i ne de guarda bai xa e acertou um s oco
em s ua mandí bul a. Carol i ne des mai ou.
Bonni e vi brou e s e recus ou a s e s enti r cul pada por i s s o. E ntão, pel a
pri mei ra vez, enquanto Carol i ne es tava des mai ada, Bonni e reparou que as
unhas de Carol i ne es tavam todas l á novamente l ongas , fortes e curvas , e
perfei tas , nenhuma del as es tava es tragada ou quebrada.
O poder de E l ena? Deveri a ter s i do. Quem mai s poderi a ter fei to i s s o?
Com apenas al guns movi mentos e um bei j o, E l ena ti nha ci catri zado a mão de
Carol i ne.
M eredi th es tava mas s ageando a s ua própri a mão. " E u nunca percebi
que doí a tanto para derrubar al guém" , di s s e el a. " E l es nunca mos tram i s s o
nos fi l mes . É o mes mo para rapazes ? "
M att corou. " E u... hum, eu nunca real mente..."
" É o mes mo para todos , até mes mo vampi ros " , di s s e Stefan brevemente.
" Você es tá bem M eredi th? Quero di zer, E l ena poderi a... "
" Não, eu es tou bem. E Bonni e e eu temos um trabal ho a fazer." E l a
bal ançou a cabeça pra Bonni e, que concordou l i gei ramente com um aceno de
vol ta. " Carol i ne é nos s a res pons abi l i dade, e nós deverí amos ter percebi do o
real moti vo del a ter vol tado ao i nvés de i r embora. E l a não tem carro. E u apos to
que el a tentou l i gar pra al guém vi r bus cá-l a, mas não cons egui u, e, em
s egui da, el a vol tou aqui pra ci ma novamente. E ntão agora temos que l evá-l a
pra s ua cas a. Stefan, me des cul pe, i s s o não foi uma boa vi s i ta."
Stefan ol hou s i ni s tramente. " É provavel mente o máxi mo que E l ena pode
agüentar, de qual quer manei ra" , di s s e el e. " M ai s do que eu pens ei que el a
poderi a, na verdade."
M att di s s e: " Bem, s ou eu que es tou de carro, Carol i ne é a mi nha
res pons abi l i dade também, " di s s e el e.
" Tal vez pudés s emos vol tar amanhã?" Bonni e perguntou.
" Si m, eu s uponho que s eri a mel hor" , di s s e Stefan. " E u quas e odei o ter
que dei xá-l a i r" , acres centou el e, ol hando para a i ncons ci ente Carol i ne, com o
ros to s ombri o. " E s tou com medo por el a. M ui to medo. "
Bonni e não entendeu. " Por quê?"
" E u acho — bem, pode s er mui to cedo para di zer, mas el a parece es tar
pos s uí da por al go, mas eu não tenho i déi a do que. Acho que tenho que fazer
uma s éri a i nves ti gação. "
E l á es tava novamente a água gel ada es correndo pel as cos tas de Bonni e.
A s ens ação de quão próxi mo o oceano de medo es tava, pronto para cai r s obre el a
e l evá-l a rapi damente para o fundo.
Stefan acres centou, " M as o que é certo é que el a es tá s e comportando
es tranhamente — mes mo pra Carol i ne. E eu não s ei o que vocês ouvi ram
quando el a es tava amal di çoando, mas eu ouvi outra voz por trás del a, gui ando-
a." E l e vi rou-s e para Bonni e. " Você ouvi u?"
Bonni e es tava tentando l embrar. Havi a al guma coi s a — apenas um
s us s urro — apenas um s egundo antes de ouvi r a voz da Carol i ne... M enos de
um s egundo, e apenas o mai s fraco dos s i bi l antes s us s urros ...
" E o que aconteceu aqui pode s e tornar pi or. E l a chamou o i nferno num
momento em que es ta s al a era s aturada com Poder. E Fel l ’s Church por s i
própri a j á é o cruzamento de tantas l i nhas mí ti cas , i s s o não é bri ncadei ra.
Com tudo i s s o acontecendo, bem, eu apenas queri a que ti vés s emos um bom
para-ps i col ogi s ta por perto. "
Bonni e s abi a que todos pens aram em Al ari c.
" Vou tentar contatá-l o pra vol tar" , di s s e M eredi th. " M as normal mente
el e es tá fora de al cance no Ti bet ou Ti mbuktu fazendo i nves ti gação nes tes
di as . Vai demorar um pouco até mes mo para mandar uma mens agem para
el e. "
" Obri gado." Stefan pareci a al i vi ado.
" Como eu di s s e, el a é nos s a res pons abi l i dade" , M eredi th di s s e
cal mamente.
" Lamentamos ter trazi do el a, " Bonni e di s s e em voz al ta, e es perando
i nternamente que al go dentro Carol i ne pudes s e ouvi -l a.
E l es s e des pedi ram i ndi vi dual mente de E l ena, s em mui ta certeza de
como i ri a s er. M as el a s i mpl es mente s orri u para cada um del es e tocou s uas
mãos .
Por s orte ou pel a exi s tênci a de al go mui to al ém da s ua compreens ão,
Carol i ne acordou. E l a ai nda pareci a mai s raci onal , porém um pouco confus a,
quando o carro chegou à entrada de s ua cas a. M att a aj udou a s ai r do carro e
cami nhou até a porta del a s egurando s eu braço, onde a mãe de Carol i ne
res pondeu à campai nha. E l a uma mul her tí mi da, parecendo cans ada, e não
pareci a es tar s urpres a ao receber a fi l ha naquel e es tado em uma tarde verão.
M att dei xou as meni nas na cas a de Bonni e, onde pas s ari am a noi te em
uma preocupada es pecul ação. Bonni e adormeceu com os s ons das mal di ções de
Carol i ne ecoando em s ua cabeça.
Queri do Di ári o,
Alg o vai acontecer esta noi te.
Eu não posso falar ou escrever, e não me lembro como di g i tar num
teclado mui to bem, mas posso envi ar pensamentos a Stefan e ele pode
escrever para mi m. Nós não temos quai squer seg redos umcomo outro.
Então este é o meu di ári o ag ora. E...
Esta manhã eu acordei de novo. Eu acordei de novo! Ai nda é
verão lá fora, e tudo está verde. Os narci sos no j ardi mestão todos com
flor. E eu ti ve vi si tantes. Eu não sei exatamente quemsão, mas três
deles são fortes, de cores claras. Eu os bei j ei , então não vou esquecê-los
novamente.
O quarto era di ferente. Eu só podi a ver umborrão de cor,
sombreada de preto. Ti ve de usar palavras fortes do poder branco para
evi tar que ela trouxesse para o quarto de Stefan coi sas do escuro.
Estou fi cando comsono. Eu quero estar comStefan e senti r ele me
abraçando. Eu amo Stefan. Eu abri ri a mão de qualquer coi sa para
poder fi car comele. Ele me perg untou, até de voar? Até de voar, para
estar comele e mantê-lo seg uro. Qualquer coi sa para mantê-lo seg uro.
Até a mi nha vi da.
Ag ora eu quero i r para ele.
Elena
(E Stefan se desculpa por estar escrevendo no di ári o de Elena,
mas ele tema di zer alg umas coi sas, porque talvez alg umdi a ela vai
querer lê- lo, para se lembrar. Eu tenho anotado o seu pensamento em
frases, mas eles não vêmdesta forma. Vêmcomo frag mentos pensados, eu
acho. vampi ros são usados para traduzi r o coti di ano das pessoas em
pensamentos coerentes e frases, mas os pensamentos de Elena preci samde
mai s tradução do que a mai ori a. Normalmente, ela pensa emi mag ens
bri lhantes, comuma ou duas palavras di spersas.
O " quarto" , que ela fala é Caroli ne Forbes. Elena a conhece
desde sua i nfânci a, eu acho. O que me dei xou confuso é que hoj e
Caroli ne atacou Elena de quase todas as manei ras i mag i návei s, e
ai nda quando eu pesqui so a mente de Elena não posso encontrar
nenhumsenti mento de rai va ou mesmo qualquer dor. É quase
assustador captar i sso emsua mente.
A perg unta que eu realmente g ostari a de responder é: O que
aconteceu coma Caroli ne durante o curto perí odo de tempo que ela foi
raptada por Klaus e Tyler? E ela fez o que fez hoj e por sua li vre e
espontânea vontade? Será que há alg umresquí ci o do ódi o de Klaus
ai nda vi vo nela? Ou será que temos umoutro i ni mi g o FelVs Church?
E o mai s i mportante, o que vamos fazer sobre i sso?
Stefan,
" aquele que ag ora está sendo puxado da frente do comput..."
8
O rel ógi o anti quado mos trava 03h00mi n AM quando M eredi th des pertou
s ubi tamente de um s ono i rregul ar.
E então el a mordeu s eu l ábi o, pra s ufocar um gri to. Um ros to es tava
curvando s obre o s eu, de cabeça para bai xo. A úl ti ma coi s a que el a l embrava
era de es tar dei tada de cos tas no s aco de dormi r, fal ando s obre Al ari c com
Bonni e.
Agora Bonni e es tava curvada s obre el a, com o ros to i nverti do e os ol hos
fechados . E l a es tava aj oel hada atrás da cabeça de M eredi th s obre o s eu
traves s ei ro de cabeça para bai xo, e s eu nari z quas e tocava o de M eredi th.
Adi ci one a i s s o uma es tranha pal i dez nas bochechas de Bonni e e uma
res pi ração rápi da e quente que s oprava na tes ta de M eredi th, e ni nguém,
ni nguém, M eredi th i ns i s ti u para el a mes ma, teri a cons egui do não gri tar.
E l a es perou Bonni e fal ar, fi tando na es curi dão os s eus ol hos fechados .
M as em vez di s s o, Bonni e s entou-s e, s e l evantou, e andou de cos tas com
perfei ção até a es cri vani nha de M eredi th, onde o cel ul ar de M eredi th es tava
carregando a bateri a, e o pegou. E l a pareci a ter l i gado a câmera de ví deo do
cel ul ar, poi s el a abri u a boca em di reção a el e e começou a ges ti cul ar.
E ra as s us tador. Os s ons que s ai am da boca de Bonni e eram pareci dos
com um di s curs o de trás para frente. E ra emaranhado, gutural e mui to al to,
trans portava todos os ruí dos da cadênci a dos fi l mes de horror que ti nham o fei to
tão popul ar. M as , para s er capaz de fal ar des s a forma de propós i to... não era
pos s í vel para um humano normal ou uma mente humana normal . M eredi th
ti nha uma es tranha s ens ação de al go tentando es ti car a s ua mente até el a,
tentando al cançá-l a através de di mens ões i ni magi návei s .
Tal vez i s s o faça s enti do ao contrári o, M eredi th pens ou, tentando di s trai r
a s i mes ma enquanto o s om as s us tador pros s egui a. Tal vez el e pens e que nós
também. Tal vez nós es tej amos em canai s di ferentes ...
M eredi th achava que el a não poderi a s uportar mui to mai s daqui l o. E l a
es tava começando a pens ar que el a es tava ouvi ndo pal avras , mes mo fras es no
di s curs o ao contrári o, e nenhum del es era agradável . Por favor, faça i s s o parar
agora.
Com mai s um gemi do...
A boca de Bonni e fechou com um choque de dentes . O s om parou
i ns tantaneamente. E então, como um ví deo pas s ado ao contrari o em câmera
l enta, el a cami nhou para trás até o s eu s aco de dormi r, aj oel hou-s e, e
ras tej ou, dei tando com a cabeça s obre o traves s ei ro — tudo s em abri r os ol hos
para ol har para onde i a.
Foi uma das coi s as mai s as s us tadora que M eredi th j á ti nha vi s to, ou
ouvi da, s endo que M eredi th j á ti nha vi s to e ouvi do uma quanti dade
cons i derável de coi s as as s us tadoras .
M eredi th não poderi a dei xar a gravação até amanhã de manhã s enão el a
não poderi a vê-l a s ozi nha.
E l a s e l evantou, e tateou a mes a, pegou o cel ul ar e l evou-o para o outro
quarto. Lá el a o anexou ao computador, onde el a poderi a ouvi r a mens agem de
trás para frente.
Depoi s de ouvi r a mens agem no s enti do i nvers o, uma vez ou duas vezes
el a deci di u que Bonni e nunca deveri a ouvi -l a. Is s o a dei xari a tão as s us tada,
que acabari a es s a hi s tóri a de contato com o para-normal para os ami gos de
E l ena.
Havi a s ons ani mai s al i , mi s turados com a voz torci da de trás pra frente...
Que não era a voz de Bonni e de j ei to nenhum. Não era a voz de nenhuma
pes s oa normal . E quas e s oava pi or i ndo pra frente do que pra trás , o que tal vez
s i gni fi cas s e que, quem quer que s ej a fal ando aqui l o, normal mente fal ava ao
contrari o.
M eredi th podi a di s ti ngui r as vozes humanas dos gemi dos , dos ri s os
di s torci dos e ruí dos de ani mal . E mbora el es fi zes s em os pêl os em s eu corpo
erguerem e formi garem, el a tentou j untar as pal avras , no mei o daquel a coi s a
toda s em s enti do. E ao j unta-l as , el a entendi a:
" Deeeeeeeeeee...perr...t...aaaar... sss errrr... á... rrre-eppp-e... een... ti no e chhhhh...
ooocca... ... ...nttte. Voooocê... e... eeeuuuu... dddevvemos... esssss... taaaar... j j j j j un...toooo... a....
ellla... nnão... esstaremmos... ccom ella. Nãooo... essstarremos... ccom ellla... ddepoi sss-
Issso...ccaberáá... aaaa... outrrrrrrra... pessssoaaaa... " .
M eredi th, pegou um bl oco e caneta, e as anotou:
Despertar será repenti no e chocante.
Você e eu devemos estar lá quando ela Despertar. Não vamos estar lá para ela, mai s tarde. Isso
caberá a outras mãos.
M eredi th col ocou a caneta preci s amente ao l ado da mens agem deci frada
no bl oco.
E depoi s di s s o M eredi th vol tou para o s eu s aco de dormi r as s i s ti ndo a
i móvel Bonni e dormi r como um gato em um buraco de rato, até que,
fi nal mente, o bendi to cans aço a fez dormi r.
***
***
M att pes cou s uas chaves enquanto el e, Bonni e e M eredi th, todos s e
amontoavam no l argo as s ento di antei ro de s eu cal hambeque. E mbaraçado por
ter que es taci oná-l o próxi mo ao Pors che de Stefan. O forro dos fundos es tava em
pedaços que tendi am a grudar no derri ère de quem quer que s e s entas s e, e
Bonni e faci l mente cabi a no as s ento do mei o, que ti nha um ci nto de s egurança
i mprovi s ado, entre M att e M eredi th. M att manteve um ol ho nel a, j á que
quando el a es tava ani mada el a tendi a a não us ar o ci nto. A es trada de vol ta
para Ol d Wood ti nha mui tas vi radas di fí cei s para não s er l evada a s éri o,
mes mo que el es fos s em os úni cos vi aj ando nel a.
Nada mai s de mortes , M att pens ou enquanto s e afas tava da pens ão.
Nada mai s de res s urrei ções mi l agros as , também. M att ti nha vi s to o bas tante
do s obrenatural para o res to de s ua vi da. E l e era exatamente como Bonni e; el e
queri a que as coi s as vol tas s em ao normal para que el e pudes s e s egui r
vi vendo do vel ho e s i mpl es j ei to comum.
Sem E l ena, al go dentro del e s us s urrou zombetei ramente. Des i s ti r s em
nem mes mo l utar?
E i , eu não cons egui ri a vencer do Stefan em qual quer ti po de l uta s e el e
ti ves s e s eus doi s braços amarrados atrás de s uas cos tas e uma s acol a em s ua
cabeça. E s queça. Is s o es tá acabado, não i mporta como el a tenha me bei j ado.
E l a é uma ami ga, agora.
M as el e ai nda cons egui a s enti r os l ábi os quentes de E l ena em s ua
boca de ontem, os toques l eves que el a ai nda não s abi a que não eram
s oci al mente acei távei s entre ami gos . E el e cons egui a s enti r o cal or e a
os ci l ação, dançando fi namente de s eu corpo.
Droga, el a vol tara perfei tamente — fi s i camente, pel o menos , el e
pens ou.
A voz pl angente de Bonni e cortou s uas l embranças agradávei s .
" Jus to quando eu achava que tudo i a fi car bem, " el a l amentava, quas e
chorando. " Jus to quando eu pens ei que tudo i a dar certo afi nal . Vai s er do j ei to
que deveri a s er."
M eredi th di s s e, mui to genti l mente, " " É di fí ci l , eu s ei . Parece que
fi camos perdendo el a. M as não podemos s er egoí s tas ."
" E u pos s o, " Bonni e di s s e categori camente.
E u pos s o, também, a voz i nteri or de M att s us s urrou. Pel o menos dentro,
onde ni nguém pode s er meu egoí s mo. O bom e vel ho M att; M att não s e
i mporta — que bom es porti s ta M att é. Bem, es s a é uma vez que o bom e vel ho
M att s e i mporta. M as el a es col heu o outro cara, e o que eu pos s o fazer?
Seqües trá-l a? M antê-l a trancada? Tentá-l a tomar a força?
O pens amento foi como um j orro de água fri a, e M att acordou e pres tou
mai s atenção na di reção. De al gum j ei to el e j á ti nha automati camente
navegado por di vers as curvas da es trada chei a de buracos e mão-úni ca que
corri a pel a Fl ores ta Anti ga.
" Deverí amos i r para facul dade j untos , " Bonni e pers i s ti u. " E então
deverí amos vol tar aqui para Fel l ’s Church. Vol tar para cas a. Tí nhamos tudo
pl anej ado — des de o j ardi m de i nfânci a, prati camente — e agora que E l ena é
humana novamente, eu achei que i s s o s i gni fi cava que tudo i a vol tar ao j ei to
que deveri a s er. E nunca vai s er o mes mo novamente, nunca, vai ?" E l a
termi nou mai s s i l enci os amente e com um pequeno s us pi ro engol i do, " Vai ?"
Não era nem mes mo uma pergunta.
M att e M eredi th s e encontraram ol hando um para o outro, s urpres os
pel a agudeza de s ua pena, e i ndefes os em confortar Bonni e, que agora ti nha
s eus braços dobrados ao redor de s i , des prezando o toque de M eredi th.
É a Bonni e — s ó a Bonni e s endo teatral , M att pens ou, mas s ua própri a
hones ti dade nati va s e l evantou para zombar del e.
" E u acho, " el e di s s e l entamente, " que é i s s o que todos nós mei o que
es távamos pens ando, na verdade, quando el a vol tou pri mei ramente." Quando
es távamos dançando na fl ores ta como pes s oas l oucas , el e pens ou. " E u acho
mei o que pens amos que el es poderi am vi ver em qui etude em al gum l ugar
perto de Fel l ’s Church, e que as coi s as vol tari am ao j ei to que eram antes .
Antes de Stefan—"
M eredi th bal ançou s ua cabeça, ol hando para di s tânci a al ém dos pára-
bri s as . " Stefan não."
M att percebeu o que el a queri a di zer. Stefan ti nha vi ndo para Fel l ’s
Church para s e j untar a humani dade, não para tomar uma garota humana
para o des conheci do.
" Você es tá certa, " M att di s s e. " E u es tava j us tamente pens ando em al go
as s i m. E l a e Stefan provavel mente poderi am ter res ol vi do al guma manei ra de
vi ver aqui em qui etude. Ou pel o menos de fi car perto de nós , s abe. Foi Damon.
E l e vei o tomar E l ena contra s ua vontade, e i s s o mudou tudo."
" E agora E l ena e Stefan es tão i ndo embora. E uma vez que el es tenham
i do embora, el es nunca vol tarão, " Bonni e l amentou.
" Por quê? Por que Damon começou tudo i s s o?"
" E l e gos ta de mudar as coi s as por puro tédi o, Stefan uma vez me di s s e.
Des s a vez provavel mente começou por ódi o pel o Stefan, " M eredi th di s s e.
" M as eu queri a que pel o menos uma vez el e pudes s e nos dei xar em paz."
" Que di ferença faz?" Bonni e es tava chorando agora. " E ntão era cul pa do
Damon. E u nem l i go mai s . O que eu não entendo é por que as coi s as têm que
mudar!"
" ’Você nunca pode cruzar o mesmo ri o duas vezes. ’ Ou mes mo uma s ó vez s e você for
um vampi ro forte o bas tante, " M eredi th di s s e i roni camente. Ni nguém ri u. E
então, mui to genti l mente: " Tal vez você es tej a perguntando para a pes s oa
errada. Tal vez s ej a a E l ena a quem você deve contar o porquê as coi s as tem que
mudar, s e el a s e l embrar do que aconteceu a el a — no Outro Lugar."
" E u não qui s di zer que el es têm que mudar—"
" M as el es tem que i r, " M eredi th di s s e, até mai s genti l e
s audos amente. " Não vê? Não é s obrenatural ; é a — vi da. Todos têm que cres cer
—"
" E u s ei ! M att tem uma bol s a de es tudos para futebol ameri cano e você
vai para a facul dade e então você vai s e cas ar! E provavel mente ter bebês !"
Bonni e cons egui u fazer i s s o s oar como al guma ati vi dade i ndecente. " E u vou
fi car pres a numa facul dade de nada para s empre. E ambos s erão bem
cres ci di nhos e es quecerão-s e da E l ena e do Stefan... e de mi m, " Bonni e
termi nou com uma voz mui to bai xa.
" E i ." M att s empre foi mui to protetor em rel ação aos feri dos e i gnorados .
Nes s e momento, mes mo com E l ena tão recente em s ua mente — el e s e
perguntou s e al guma vez s e l i vrari a da s ens ação daquel e bei j o — el e es tava
atraí do por Bonni e, que pareci a tão pequena e frági l . " Do que você es tá fal ando?
E u vou vol tar depoi s da facul dade para vi ver aqui . E u provavel mente morrerei
bem aqui em Fel l ’s Church. E u fi carei pens ando em você. Quero di zer, s e
você qui s er que eu pens e."
E l e deu um tapi nha no braço de Bonni e, e el a não s e afas tou de s eu
toque como ti nha do da M eredi th. E l a s e i ncl i nou para el e, s ua tes ta contra
s eu ombro. Quando el a es tremeceu uma vez, l i gei ramente, el e col ocou s eu
braço ao redor del a s em nem mes mo pens ar.
" E u não es tou com fri o, " Bonni e di s s e, apes ar de não tentar ti rar s eu
braço. " E s tá quente hoj e à noi te. E u s ó — eu não gos to quando você di z coi s as
como " E u provavel mente morrerei bem — cui dado!"
" M att, cui dado!"
" Opa-!" M att pi s ou nos frei os , xi ngando, ambas as mãos l utando com o
vol ante enquanto Bonni e s e abai xava e M eredi th s e fi rmava. O s ubs ti tuto de
M att para s eu pri mei ro vel ho carro acabado que el e ti nha perdi do era tão vel ho
quanto e não ti nha ai rbags . E ra uma col etânea de peças de ferro vel ho j untas .
" Segurem-s e!" M att gri tou enquanto o carro pati nava, os pneus
cantando, e então todos voaram ao redor enquanto a tras ei ra des vi ava de uma
tri nchei ra e o pára-choque frontal ati ngi a uma árvore.
Quando tudo parou de s e mover, M att s ol tou s ua res pi ração, rel axando
s eu aperto mortal no vol ante. E l e começou a s e vi rar na di reção das garotas e
então congel ou. E l e l utou para acender a l âmpada de l ei tura de mapa, e o que
el e vi u o manteve congel ado novamente.
Bonni e ti nha s e vi rado, como s empre em momentos de agoni a profunda,
para M eredi th. E l a es tava dei tada com s ua cabeça no col o de M eredi th, as
mãos travadas no braço e cami s eta de s ua ami ga. A própri a M eredi th es tava
s entada, fi rme, i ncl i nando o mai s l onge pos s í vel para trás , s eus pés
es ti cados empurrando contra o chão debai xo do pai nel ; s eu corpo arqueado para
trás no as s ento, a cabeça ati rada para trás , os braços s egurando Bonni e
apertadamente.
E mpurrado di retamente contra a j anel a aberta — como uma l ança verde
corcunda e des ordenada ou o braço agarrado de al gum gi gante terres tre
s el vagem — es tava o gal ho de uma árvore. Ti nha quas e encos tado na bas e do
pes coço arqueado de M eredi th, e s eus gal hos mai s bai xos pas s aram pel o
pequeno corpo de Bonni e. Se o ci nto de s egurança de Bonni e não a ti ves s e
dei xado vi rar; s e Bonni e não ti ves s e s e abai xado daquel e j ei to; s e M eredi th
não ti ves s e s egurado-a...
M att s e encontrou encarando di retamente para a rami fi cada, mas mui to
afi ada, ponta da l ança. Se s eu própri o ci nto de s egurança não o ti ves s e
i mpedi do de i ncl i nar-s e naquel a di reção...
M att cons egui a ouvi r a s ua própri a res pi ração pes ada. O chei ro de
perene es tava dormi ndo o i nteri or do carro. E l e até mes mo cons egui a s enti r o
chei ro dos l ugares onde gal hos menores ti nham quebrado e es tavam gotej ando
s ei va.
M ui to vagaros amente, M eredi th es ti cou-s e para quebrar um dos ramos
que es tava apontado para o s eu pes coço como uma fl echa. Não quebrava.
E ntorpeci do, M att es ti cou-s e e tentou el e mes mo. M as apes ar da madei ra não
s er mui to mai s gros s a que s eu dedo, era dura e nem mes mo dobrava.
Como s e ti ves s e s i do endureci do pel o fogo, el e pens ou perpl examente.
M as i s s o é ri dí cul o. É uma árvore vi va; eu cons i go s enti r as rami fi cações .
" Ai ."
" Pos s o, por favor, l evantar agora?" Bonni e di s s e s i l enci os amente, s ua
voz abafada contra a perna de M eredi th. " Por favor. Antes que i s s o me agarre.
Is s o quer me agarrar."
M att ol hou para el a, as s us tado, e roçou s ua bochecha contra a ponta
rami fi cada do grande gal ho.
" Is s o não vai te agarrar." M as s eu es tômago es tava fazendo barul hos
enquanto el e remexi a cegamente para afrouxar s eu ci nto de s egurança. Por
que Bonni e deveri a ter o mes mo pens amento que el e ti vera; que a coi s a era
um enorme, torto e des ordenado braço? E l a nem cons egui a ver i s s o.
" Você s abe que i s s o quer, " Bonni e s us s urrou, e agora o l i gei ro tremor
parecer es tar tomando s eu corpo todo. E l a es ti cou-s e para trás para ti rar o ci nto
de s egurança.
" M att, preci s amos des l i zar, " M eredi th di s s e. E la ti nha
cui dados amente manti do s ua pos i ção curvada para trás de aparênci a dol oros a,
mas M att cons egui a ouvi -l a res pi rar arduamente. " Nós preci s amos des l i zar
na s ua di reção. Is s o es tá tentando s e enros car ao redor da mi nha garganta."
" Is s o é i mpos s í vel ..." M as el e cons egui a ver i s s o, também. As pontas
recém rami fi cadas dos gal hos menores ti nham se movi do só
i nfi ni tes i mal mente, mas havi a uma curva nel as agora, e as rami fi cações
es tavam pres s i onando a garganta de M eredi th.
" É s ó provavel mente que ni nguém pode fi car curvada para trás des s e
j ei to para s empre, " el e di s s e, s abendo que i s s o era doi di ce. " Há uma
l anterna o porta- l uvas ... "
" O porta-l uvas es tá compl etamente bl oqueado pel os gal hos . Bonni e, você
cons egue s e es ti car para ti rar meu ci nto de s egurança?"
" Vou tentar." Bonni e des l i zou para frente s em l evantar s ua cabeça,
remexendo para achar o botão para abri r.
Para M att, pareci a que os gal hos perenes , des ordenados e aromáti cos
es tavam engol fando-a. Puxando-a para s uas farpas .
" Nós temos uma mal di ta árvore de Natal aqui ." E l e ol hou para l onge,
para fora para o vi dro da j anel a de s eu l ado. Vertendo s uas mãos em copo para
ver mel hor na es curi dão, el e i ncl i nou s ua tes ta contra o vi dro
s urpreendentemente fri o.
Houve um toque na parte de trás de s eu pes coço. E l e pul ou, então
congel ou. Não era nem fri o nem quente, como a unha de uma garota.
" Droga, M eredi th—"
" M att—"
M att es tava furi os o com el e mes mo por pul ar. M as o toque era...
arranhento.
" M eredi th?" E l e afas tou s uas mãos vagaros amente até que el e
cons egui s s e ver na refl exão da j anel a es cura.
M eredi th não es tava tocando el e.
" Não... s e mova... para a es querda, M att. Há um pedaço l ongo bem afi ado
al i ." A voz de M eredi th, normal mente fri a e um tanto remota, geral mente
fazi a M att pens ar naquel as fotos de cal endári o de l agos azui s cercadas por
neve. Agora el a s i mpl es mente s oava chocada e tens a.
" M eredi th!" Bonni e di s s e antes que M att pudes s e fal ar. A voz de
Bonni e s oava como s e es ti ves s e vi ndo debai xo de um col chão de penas .
" E s tá tudo bem. E u s ó tenho que... afas te i s s o, " M eredi th di s s e. " Não
s e preocupe. E u não vou te s ol tar também."
M att s enti u um pi ni car mai s afi ado de rami fi cações . Al go tocou s eu
pes coço no l ado di rei to, del i cadamente. " Bonni e, para com i s s o!" Você es tá
puxando a árvore para dentro! Você es tá puxando-o para M eredi th e para
mi m!"
" M att, cal a a boca!"
M att cal ou a boca. Seu coração es tava martel ando. A úl ti ma coi s a que el e
queri a fazer era es ti car-s e para trás del e. M as i s s o é es túpi do, el e pens ou,
porque s e Bonni e real mente es tá movendo a árvore, eu pel o menos pos s o
s egurá-l a para el a.
E l e s e es ti cou para trás , hes i tando, tentando obs ervar o que el e es tava
fazendo no refl exo da j anel a. Sua mão s e fechou s obre um nó gros s o de cas ca
de árvore e rami fi cações .
E l e pens ou, eu não me l embro de ver um nó quando es tava apontado para
a mi nha garganta...
" Peguei !" uma voz abafada di s s e, e houve um cl i que de um ci nto de
s egurança s e des fazendo. E ntão, mui to mai s tremul amente, a voz di s s e,
" M eredi th? Há farpas enfi adas em todas as mi nhas cos tas ."
" E s tá bem, Bonni e. M att, " M eredi th es tava fal ando com es forço, mas
com grande paci ênci a, do j ei to que todos fal aram com E l ena. " M att, você tem
que abri r a s ua porta agora."
Bonni e di s s e com uma voz de horror, " Não s ão s ó as farpas . São pequenos
gal hos . M ei o como fi os farpados . E u es tou... pres a."
" M att! Você preci s a abri r a s ua porta agora—"
" E u não cons i go."
Si l ênci o.
" M att?"
M att es tava s e s egurando, empurrando com s eus pés , ambas as mãos
pres as ao redor da cas ca de árvore es camos a agora. E l e empurrou-s e para trás
com toda a s ua força.
" M att!" M eredi th quas e gri tou. " E s tá cortando a mi nha garganta!"
" E u não cons i go abri r a porta! Tem uma árvore des s e l ado também!"
" Como pode ter uma árvore aqui ? E s s a é a es trada!"
" Como pode ter uma árvore cres cendo aqui ?"
Outro s i l ênci o. M att cons egui a s enti r as farpas — as l as cas de gal hos
quebrados — mordendo mai s profundamente nas cos tas de s eu pes coço. Se el e
não s e moves s e l ogo, el e nunca s eri a capaz de fazê-l o.
10
E l ena es tava s erenamente fel i z. Agora era a vez del a.
Stefan us ou um abri dor de cartas afi ado de madei ra de s ua mes a para s e
cortar. E l ena s empre detes tava vê-l o fazer i s s o, us ar o utens í l i o mai s
efi ci ente que penetrari a a pel e de um vampi ro; então el a fechou s eus ol hos
apertadamente e s ó ol hou novamente quando s angue vermel ho es tava
pi ngando de um cortezi nho no pes coço del e.
" Você não preci s a tomar mui to — e não deveri a, " Stefan s us s urrou, e
el a s abi a que el e es tava di zendo es s as coi s as enquanto el e cons egui a di zê-
l as . " Não es tou te s egurando mui to forte ou te machucando?"
E l e s empre s e preocupava tanto. Des s a vez, el a o bei j ou.
E el a cons egui a ver como el e achava que i s s o era es tranho, que el e
queri a mai s bei j os do que queri a que el a tomas s e s eu s angue. Ri ndo, E l ena
empurrou-o para bai xo e fl utuou s obre el e e fui di retamente para a área geral
do feri mento novamente, s abendo que el e achava que el a i a provocá-l o. M as ao
i nvés , el a s e fi xou no feri mento como um bi qui nho e s ugou mai s e mai s , até
que el a o fezel e pedi r, por favor, com s ua mente. M as el a não fi cou s ati s fei ta
até que o fez pedi r por favor em voz al ta também.
***
***
Com Stefan ai nda es tremecendo, E l ena s e enrol ou como um gato s obre a
cama. E l a s orri u para el e, um s orri do drogado com prazer e amor. E l e pens ou
em agarrá-l a por s eus braços , puxando-a para bai xo, e começando i s s o tudo de
novo.
E ra as s i m que el a fazi a el e s e s enti r. Porque el e conheci a — mui to
bem, por experi ênci a — o peri go com que es tavam fl ertando. M ui to mai s di s s o
e E l ena s eri a a pri mei ra es pí ri to-vampi ra, como el a ti nha s i do a pri mei ra
vampi ra-es pí ri to que el e conhecera.
M as dê uma ol hada nel a! E l e des l i zou de debai xo del a como el e as
vezes fazi a e s i mpl es mente ol hou, s enti ndo s eu coração martel ar
s i mpl es mente pel a vi s ão del a. O cabel o del a, um dourado verdadei ro, pareci a
s eda na cama e fundi a-s e al i . O corpo del a, a l uz de um pequeno abaj ur no
quarto, pareci a es tar del i neado em dourado. E l a real mente pareci a fl utuar e
s e mover e dormi r em uma nebl i na dourada. E ra aterrori zador. Para um
vampi ro, era como s e el e ti ves s e trazi do um s ol vi vo para s ua cama.
E l e s e pegou s upri mi ndo um bocej o. E l a fazi a i s s o com el e, também,
como uma Dal i l a i ncons ci ente tomando a força de Sans ão. Super carregado como
el e es tava pel o s angue del a, el e também es tava del i ci os amente s onol ento. E l e
teri a pas s ado uma noi te quente — debai xo dos — braços del as .
***
***
***
***
Uma das coi s as mai s útei s que Damon havi a aprendi do recentemente —
mai s úti l do que voar, apes ar de que i s s o ti nha s i do al go mui to di verti do — era
es conder abs ol utamente a s ua pres ença.
E l e teve que derrubar todas as s uas barrei ras , é cl aro. E l as apareceri am
até mes mo em um es caneamento cas ual . M as i s s o não i mportava, porque s e
ni nguém pudes s e vê-l o, ni nguém poderi a encontrá-l o. E , portanto, el e es tava
s eguro. Q.E .D{5} .
M as hoj e à noi te, depoi s de s ai r da pens ão, el e ti nha i do para a Vel ha
Fl ores ta para encontrar uma árvore para des contar toda s ua rai va.
Não é que el e s e i mportas s e o que o l i xo humano pens ava del e, el e
pens ou venenos amente. Seri a como s e preocupar com o pens amento de uma
gal i nha l ogo antes de l he apertar s eu pes coço. E , de todas as coi s as com que
menos s e i mportava, a opi ni ão de s eu i rmão era a número um.
M as E l ena ti nha es tado l á. E mes mo s e el a ti ves s e compreendi do —
ti nha s e es forçado para cons egui r que os outros compreendes s em — era
s i mpl es mente mui to humi l hante, s i do expul s o na frente del a.
E as s i m el e s e reti rou, el e pens ou amargamente, no úni co refúgi o que
el e poderi a chamar de l ar. Apes ar de i s s o s er um pouco ri dí cul o, poi s el e
poderi a ter pas s ado a noi te no mel hor hotel em Fel l ' s Church ( o úni co hotel )
ou com qual quer número de garotas doces que pudes s em convi dar um vi aj ante
cans ado para beber... água. Uma onda de Poder para col ocar os pai s para
dormi r, e el e poderi a ter ti do abri go, bem como um l anche quente e di s pos to,
até de manhã.
M as el e es tava com um humor cruel , e el e s ó queri a fi car s ozi nho. E l e
es tava com um de medo de caçar. E l e não s eri a capaz de control ar a s i mes mo
com um ani mal em pâni co em s eu atual es tado de es pí ri to. Tudo que el e
cons egui a pens ar era ras gar e des pedaçar e fazer al guém mui to, mui to
i nfel i z.
Os ani mai s es tavam vol tando, porém, el e notou, cui dados o para us ar
s omente s enti dos comuns e nada que traí s s e s ua pres ença. A noi te de terror
havi a acabado para el es , e el es tendi am a ter uma memóri a mui to curta.
E ntão, bem quando el e es tava s e dei tando em um gal ho, des ej ando que
M utt, pel o menos , ti ves s e s ofri do al gum ti po de feri mento dol oros o e
duradouro, el es apareceram. Do nada, aparentemente. Stefan e E l ena, de
mãos dadas , fl utuando como um par de amantes al ados fel i zes de
Shakes peare, como s e a fl ores ta fos s e a cas a del es .
E l e não ti nha s i do capaz de acredi tar ni s s o de pri mei ra.
E então, bem quando el e es tava pres tes a trazer a cas a abai xo e começar
com s arcas mo s obre el es , el es ti nham i ni ci ado a s ua cena de amor.
Bem na frente de s eus ol hos .
Até mes mo fl utuando até o s eu ní vel , como s e para es fregar na cara.
E l es começaram a s e bei j ar e a fazer carí ci as e... mai s coi s as .
E l es o tornaram em um voyeur rel utante, apes ar de el e ter fi cado mai s
i rri tado e menos rel utante à medi da que o tempo pas s ava e carí ci as del es s e
tornaram mai s pas s i onai s . E l e teve que cerrar s eus dentes , quando Stefan
ofereceu s eu s angue a E l ena. Teve vontade de gri tar que houvera um tempo
em que es ta meni na es tava faci l mente à s ua di s pos i ção, quando el e poderi a
ter drenado el a e el a teri a morri do fel i zmente em s eus braços , quando el a
ti nha obedeci do ao s om de s ua voz i ns ti nti vamente e o gos to de s eu s angue a
fazi a al cançar o céu em s eus braços .
Como el a obvi amente es tava al cançando nos braços de Stefan.
Is s o foi o pi or. E l e teve que cavar s uas unhas em s ua pal ma quando
E l ena s e enrol ou em torno de Stefan como uma s erpente graci os a e compri da e
ti nha prendi do a boca contra o pes coço del e, como o ros to de Stefan ti nha vi rado
em di reção ao céu, com os ol hos fechados .
Pel o amor de todos os demôni os no i nferno, por que el es s i mpl es mente
não acabavam l ogo com i s s o?
Foi quando el e percebeu que el e não es tava s ozi nho em s ua árvore bem-
es col hi da e cômoda.
Havi a al guém mai s al i , s entado cal mamente ao l ado del e no ramo
grande. E l e deve ter s urgi do enquanto el e es tava abs orto na cena de amor e em
s ua própri a fúri a, mas ai nda as s i m, i s s o fazi a del e mui to, mui to bom.
Ni nguém havi a s e es guei rado ao l ado del e s em el e perceber por mai s de doi s
s écul os . Três , tal vez.
O choque o fez cai r do gal ho — s em us ar a s ua capaci dade vampi res ca de
fl utuar.
Um l ongo braço magro es tendeu-s e para pegá-l o, l ançando-l he para
s egurança, e Damon encontrou-s e ol hando um par de ol hos dourados ri ndo.
Quemdi abos é você? el e envi ou. E l e não s e preocupou com i s s o s endo captado
pel os amantes à l uz do l uar. Nada menos do que um dragão ou uma bomba
atômi ca s eri a capaz de capturar a atenção del es agora.
Eu sou o di abo Shi ni chi , o outro garoto res pondeu. Seu cabel o era o mai s
es tranho que Damon havi a vi s to ul ti mamente. E ra l i s o e bri l hante e preto em
toda parte, exceto por uma franj a vermel ho es cura des i gual nas pontas . A
franj a j ogada des cui dadamente para l onge de s eus ol hos termi nava em rubro,
as s i m como os fi ozi nhos por todo o col ari nho — j á que el e us ava-o
l i gei ramente compri do. Pareci a como s e l í nguas de chamas dançantes e
bri l hantes es ti ves s em l ambendo as extremi dades del e, e i s s o dava uma
ênfas e s i ngul ar para a s ua res pos ta: Eu sou o di abo Shi ni chi . Se al guém pudes s e
s e pas s ar como um di abo vi ndo di reto do Inferno, es s e meni no podi a.
Por outro l ado, s eus ol hos eram os ol hos de ouro puro de um anj o. A
mai ori a das pessoas me chama apenas de Shi ni chi , el e acres centou s obri amente para
Damon, dei xando es s es ol hos enrugarem um pouco para mos trar que era uma
pi ada. Agora você s abe o meu nome. Quem é você?
Damon s i mpl es mente ol hou para el e em s i l ênci o.
14
E l ena acordou na manhã s egui nte na cama es trei ta de Stefan. E l a
reconheceu i s s o antes que es ti ves s e compl etamente acordada e pedi u aos céus
que ti ves s e dado uma des cul pa razoável para a ti a Judi th na noi te anteri or. A
noi te anteri or — o própri o concei to era extremamente i ndi s ti nto. O que el a
s onhara para fazer des s e des pertar tão extraordi nári o? E l a não cons egui a s e
l embrar — credo, el a não cons egui a s e l embrar de nada!
E então el a s e l embrou de tudo.
Sentando-s e com um s ol avanco que a teri a mandado rapi di nho para fora
da cama cas o el a ti ves s e tentado i s s o ontem, el a vas cul hou s uas l embranças .
Luz do di a. E l a s e l embrava da l uz do di a, a l uz toda nel a — e el a não
es tava com s eu anel . E l a ol hou freneti camente para ambas as mãos . Nada de
anel . E el a es tava s entada numa col una de l uz s ol ar e i s s o não a machucava.
Não era pos s í vel . E l a s abi a, el a s e l embrava com cada memóri a crua que
i mpregnava cada cél ul a de s eu corpo, que a l uz s ol ar a matari a. E l a ti nha
aprendi do es s a l i ção com um úni co toque de rai o s ol ar em s ua mão. E l a nunca
s e es queceri a da dor abras adora e es cal dante: o toque que ti nha i mpres s o es s e
comportamento nel a para s empre. Não i r a l ugar al gum s em o anel de l ápi s -
l azúl i , que por s i s ó j á era boni to, mas mai s boni to por s aber que el e era s eu
s al vador. Sem el e, el a poderi a, el a i ri a...
Oh. Oh.
M as el a j á ti nha, não ti nha?
E l a ti nha morri do.
Não ti nha s i mpl es mente s e Trans formado como quando el a ti nha vi rado
vampi ra, mas morri do de verdade, daquel e ti po que ni nguém vol ta. E m s ua
fi l os ofi a pes s oal , el a deve ter s e des i ntegrado em átomos anôni mos , ou i do
di retamente para o i nferno.
Ao i nvés di s s o, el a não ti nha real mente i do a l ugar al gum. E l a ti vera
al guns s onhos s obre fi guras paternas ou maternas dando-l he cons el hos — e
de querer mui to aj udar as pes s oas , que, de repente, es tavam bem mai s
fácei s de s erem entendi das . O val então de es col a? E l a ti nha obs ervado
tri s temente como s eu pai bêbado ti nha des contado s ua própri a fúri a nel e noi te
após noi te. Aquel a garota que nunca faz s ua l i ção de cas a? E s peravam que el a
cri as s e três i rmãs e i rmãos mai s novos enquanto s ua mãe repous ava na cama
o di a todo. Só al i mentar e l i mpar o bebê tomava todo o tempo que el a ti nha.
Havi a s empre uma razão por trás de cada comportamento, e agora el a cons egui a
ver i s s o.
E l a ti nha até mes mo s e comuni cado com pes s oas através de s eus
s onhos . E então um dos Anti gos ti nha chegado a Fel l ’s Church, e tudo que el a
cons egui u fazer foi s uportar a i nterferênci a del e e não fugi r. E l e fez com que
os humanos chamas s em pel a aj uda do Stefan — e Damon fora convocado
aci dental mente também. E E l ena havi a aj udado-os como pudera, mes mo
quando ti vera s i do quas e i ns uportável , porque os Anti gos conheci am o amor e
que partes apertar e como fazer s eus i ni mi gos correrem em todas as di reções
certas . M as el e ti nha l utado contra el e — e el es ti nham venci do. E E l ena,
tentando curar as feri das mortai s de Stefan, ti nha de al gum modo s e tornado
mortal novamente: nua, dei tada no chão da Fl ores ta Anti ga, com a j aqueta de
Damon s obre el a, enquanto o própri o Damon ti nha des apareci do s em es perar
pel os agradeci mentos .
E aquel e des pertar fora um de coi s as bás i cas : coi s as dos s enti dos :
toque, pal adar, audi ção, vi s ão — e do coração, mas não da cabeça. Stefan fora
tão bom pra el a.
" E agora, o que eu s ou?" E l ena di s s e em voz al ta, encarando enquanto
vi rava s uas mãos de um l ado para o outro, admi rando a carne s ól i da e mortal
que obedeci a às l ei s da gravi dade. E l a di s s era que des i s ti ri a de voar por el e.
Al guém ti nha l evado s ua fras e a s éri o.
" Você é l i nda, " Stefan res pondeu di s trai damente, não s e movendo.
E ntão de repente el e s e l evantou como um foguete. " Você es tá fal ando!"
" E u s ei que es tou."
" E es tá fazendo s enti do!"
" Obri gada pel a s ua bondade."
" E em fras es !"
" E u notei ."
" Vá, então, e di ga al go l ongo — por favor, " Stefan di s s e como s e não
acredi tas s e ni s s o.
" Você es tá pas s ando tempo demai s com os meus ami gos , " E l ena di s s e.
" E s s a fras e tem o atrevi mento da Bonni e, a cortes i a do M att, e a i ns i s tênci a
aos fatos da M eredi th."
" E l ena, é você!"
Ao i nvés de conti nuar es s e di ál ogo bobo com " Stefan, s ou eu!" E l ena
parou para pens ar. E ntão, el a s ai u da cama cui dados amente e deu um pas s o.
Stefan ol hou para l onge afobadamente, dando-l he um robe. Stefan? Stefan?
Si l ênci o.
Quando Stefan s e vi rou após um i nterval o decente, el e vi u E l ena s e
aj oel hando na l uz do s ol s egurando o robe.
" E l ena?" E l a s abi a que, para el e, el a pareci a com um anj o mui to j ovem
medi tando.
Stefan.
" M as você es tá chorando."
" E u s ou humana novamente, Stefan." E l a ergueu uma mão, dei xou-a
cai r na pegada da gravi dade. " E u s ou humana novamente. Não mai s , não
menos . E u acho que s ó l evei al guns di as para vol tar total mente."
E l a ol hou nos ol hos del e. E l es s empre foram ol hos tão, tão verdes . Como
um cri s tal verde com um pouco de l uz i mpedi da atrás del es . Como uma fol ha
de verão s egurada perante o s ol .
Eu posso ler a sua mente.
" M as eu não pos s o l er a s ua, Stefan. E u s ó cons i go ter uma s ens ação
geral , e mes mo i s s o tal vez s e vá... não podemos depender de nada."
Elena, eu tenho tudo que eu quero nesse quarto. E l e deu um tapi nha na cama. Sente
ao meu lado e eu poderei di zer " tudo o que eu quero está nessa cama."
Ao i nvés , el a s e l evantou e s e j ogou nel e, os braços ao redor de s eu
pes coço, as pernas emaranhadas nas del e. " E u ai nda s ou mui to j ovem, " el a
s us s urrou, s egurando-o apertadamente. " E s e contar em di as , não ti vemos
mui tos di as j untos como es s e, mas —"
" E u ai nda s ou vel ho demai s para você. M as s er capaz de ol har para você
e vê-l a ol hando de vol ta para mi m—"
" Di ga-me que você me amará para s empre."
" E u te amarei para s empre."
" Não i mporta o que acontecer."
" E l ena, E l ena — eu te amei como mortal , como vampi ra, como um
es pí ri to puro, como uma cri ança es pi ri tual — e agora como humana
novamente."
" Prometa que fi caremos j untos ."
" Nós fi caremos j untos ."
" Não. Stefan, s ou eu..." E l a apontou para s ua cabeça como s e para
enfati zar que atrás de s eus ol hos azui s ponti l hados por dourado havi a uma
mente bri l hante e ati va gi rando em s obre-marcha. " E u te conheço. M es mo
que eu não cons i ga l er s ua mente, eu cons i go l er s eu ros to. Todos os anti gos
temores — el es es tão de vol ta, não es tão?"
E l e ol hou para l onge. " E u nunca te dei xarei ."
" Nem por um di a? Nem por uma hora?"
E l e hes i tou e então ol hou para el a. Se é i sso que você realmente quer. Eu não te
dei xarei , nempor uma hora. Agora el e es tava proj etando, el a s abi a, j á que el a podi a
ouvi -l o.
" E u te l i berto de todas as s uas promes s as ."
" M as , E l ena, eu fal ei s éri o."
" E u s ei . M as quando você s e for, eu não quero que a cul pa por tê-l as
quebrado pai re s obre você também."
M es mo s em tel epati a, el a cons egui a afi rmar o que el e es tava pens ando
devi do a um mi nús cul o mati z de nuance: E ntretenha el a. Afi nal de contas ,
el a ti nha acabado de acordar. E l a es tava provavel mente um pouco confus a. E
el a não es tava i nteres s ada em fi car menos confus a, ou em dei xá-l o menos
confus o. Devi a s er por i s s o que el a es tava mordi s cando s eu quei xo
genti l mente. E bei j ando-o. Certamente, E l ena pens ou, um dos doi s es tava
confus o...
O tempo pareci a s e es ti car e então parar ao redor del es . E então nada
mai s es tava confus o. E l ena s abi a que Stefan s abi a o que el a queri a, e el e
queri a o que quer que el a qui s es s e que el e fi zes s e.
***
* **
" E l ena, " M eredi th ofegou. E então, " E l ena!" como um s ol uço
parci al mente engol i do. " E l ena!"
" M eredi th. Ah, não me faça chorar, es s a bl us a é s eda pura!"
" É s eda pura porque é a mi nha bl us a de s ári de s eda pura, é por i s s o!"
E l ena de repente pareceu tão i nocente quanto um anj o. " Sabe,
M eredi th, parece que eu fi quei bem mai s al ta ul ti mamente—"
" Se o fi nal da s entença é ‘então real mente me s erve mel hor’" - a voz de
M eredi th es tava ameaçadora- " então eu es tou te avi s ando, E l ena Gi l bert..."
E l a di s s i pou, e ambas as garotas começaram a ri r e então a chorar. " Pode
fi car! Ah, pode fi car!"
***
" Stefan?" M att acenou s eu cel ul ar — pri mei ro cui dados amente, depoi s
o batendo na parede da garagem. " E u não cons i go ver—" E l e parou, engol i u
em s eco. " E -l e-na?" A pal avra s ai u devagar, com uma paus a entre cada
s í l aba.
" Si m, M att. E s tou de vol ta. Até mes mo aqui em ci ma." E l a apontou para
s ua tes ta. " Você s e encontra conos co?"
M att, i ncl i nado contra s eu carro recém-comprado, quas e l i gado, es tava
res mungando, " Obri gado Deus , obri gado Deus , " repeti ti vamente.
" M att? Não cons i go te ver. Você es tá bem?" Sons farfal hantes . " E u acho
que el e des mai ou."
A voz do Stefan: " M att? E l a real mente quer te ver."
" É , é." M att l evantou s ua cabeça, pi s cando para o cel ul ar. " E l ena,
E l ena."
" E u s i nto tanto, M att. Você não tem que vi r—"
M att ri u brevemente. " Tem certeza que você é a E l ena?"
E l ena s orri u aquel e s orri s o que ti nha quebrado mi l corações . " Nes te
cas o — M att Honeycutt, eu i ns i s to que você venha nos encontrar no M arco
Zero às duas horas . E s tá mel hor as s i m?"
" E u acho que você quas e acertou. A vel ha Pos tura Imperi al da E l ena."
E l e tos s i u teatral mente, fungou, e di s s e, " Perdão — eu fi quei um pouco
res fri ado; ou é al ergi a, tal vez."
" Não s ej a bobo, M att. Você es tá chorando como um bebê, as s i m como
eu, " E l ena di s s e. " As s i m como a Bonni e e a M eredi th, quando eu l i guei
para el as . E ntão eu es ti ve chorando quas e o di a todo — e a es s a al tura eu terei
que me vi rar para preparar o pi queni que e chegar a tempo. M eredi th es tá
pl anej ando pas s ar para te pegar. Leve al go para beber ou comer. Te amo!"
***
***
***
" Aquel es , " di s s e Damon com uma mordaz preci s ão gramati cal , de onde
es tava s entado em um gal ho al to em um carval ho, " s ão el es . M eu i rmão mai s
novo e s eus ... as s oci ados ."
" M aravi l hos o, " murmurou Shi ni chi . E l e havi a s e es ti cado ai nda mai s
graci os a e l angui damente contra o carval ho do que Damon. Tornara-s e um
concurs o i mpl í ci to. Os ol hos dourados de Shi ni chi havi am fi cado di l atados
uma vez ou duas vezes — Damon vi ra i s s o — ao ver E l ena e a menção de
Tami .
" Nem tente me di zer que você não es tá envol vi do com es s as meni nas
des ordei ras , " Damon adi ci onou s ecamente. " De Carol i ne a Tamra e em
di ante, es s e é o obj eti vo, não é?"
Shi ni chi bal ançou a cabeça. Seus ol hos es tavam s obre E l ena e el e
começou a cantar uma mús i ca fol k s uavemente.
***
" E ntão nós vamos procurar es tas coi s as mal ach em meni nas como
Tami ?" Bonni e perguntou.
" E xatamente como Tami , " di s s e E l ena.
" E você acha, " di s s e M eredi th, obs ervando E l ena de perto, " que a
Tami , de al gum j ei to, pegou da Carol i ne."
" Si m. E u s ei , eu s ei — a pergunta é: de onde é que a Carol i ne
cons egui u i s s o? E i s s o eu não s ei . M as , novamente, não s abemos o que
aconteceu com el a quando el a foi s eqües trada por Kl aus e Tyl er Smal l wood.
Nós não s abemos nada s obre o que el a es tá fazendo nes s a úl ti ma s emana —
exceto que é cl aro que el a nunca real mente parou de nos odi ar."
M att s egurava s ua cabeça entre as mãos . " E então o que vamos fazer? E u
s i nto como s e eu fos s e res pons ável de al guma forma."
" Não — Ji mmy é o res pons ável , s e al guém é pra s er. Se el e — você
s abe, dei xou a Carol i ne pas s ar a noi te — e, em s egui da, dei xou-a fal ar s obre
i s s o com s ua i rmã de qui nze anos de i dade... Bem, i s s o não faz del e culpado,
mas certamente el e poderi a ter s i do um pouco mai s s uti l , " Stefan di s s e.
" E é aí que você s e engana, " M eredi th l he di s s e. " M att e Bonni e e
E l ena e eu conhecemos Carol i ne há anos e sabemos do que ela é capaz. Se al guém s e
qual i fi ca como res pons ável , s omos nós . E eu acho que es tamos em grave
i nadi mpl ênci a de dever. E u voto em pararmos na cas a del a."
" E u também, " di s s e Bonni e tri s temente, " mas não es tou ans i os a para
fazer i s s o. Al ém do mai s , e s e el a não ti ver es s as coi s as , mal ach, nel a?"
" É aí que a pes qui s a entra, " di s s e E l ena. " Preci s amos des cobri r quem
é que es tá por trás di s s o tudo. Al guém s ufi ci entemente forte para i nfl uenci ar
Damon."
" M aravi l hos o, " di s s e M eredi th, com um ol har s ombri o. " E dado o
poder das l i nhas de poder s ó temos que es col her todas as pes s oas de Fel l ' s
Church." s ão al i nhamentos hi potéti cos de um número de l ugares de
i nteres s e geográfi co, como monumentos anti gos e megal í ti cos .
***
Quarenta e ci nco metros a oes te e nove metros aci ma, Damon es tava
l utando para s e manter acordado.
Shi ni chi es ti cou s eu braço para ti rar cabel o fi no, da cor da noi te e de
chamas l ambendo, de s ua tes ta. Sob s uas pál pebras abai xadas el e es tava
obs ervando Damon atentamente.
Damon pretendi a obs ervá-l o tão atentamente quanto, mas el e es tava
s i mpl es mente s onol ento demai s . Lentamente, el e i mi tou o movi mento de
Shi ni chi , ti rando al guns fi os de cabel o preto-s eda de s ua tes ta. Suas pál pebras
caí ram i nadverti damente, um pouco mai s do que antes . Shi ni chi ai nda es tava
s orri ndo para el e.
" E ntão temos o nos s o acordo, " el e murmurou. " Nós tomamos a ci dade,
M i s ao e eu, e você não fi cará no nos s o cami nho. Temos os di rei tos ao poder das
l i nhas de Poder. Você ti ra as s uas garotas de modo s eguro daqui ... e você tem a
s ua vi ngança."
" Contra o meu i rmão hi pócri ta e aquel e... aquel e M utt!"
" M att." Shi ni chi ti nha ouvi dos afi ados .
" Tanto faz. E u s ó não quero E l ena feri da, i s s o é tudo. Ou a bruxi nha de
cabel o vermel ho."
" Ah, s i m, a doce Bonni e. E u não me i mportari a de ter uma ou duas como
el a. Uma para o Samhai n {7} e a outra para o Sol s tí ci o."
Damon bufou s onol entamente. " Não há duas del a; eu não me i mporto
onde você procurar. E u não quero vê-l a machucada também."
" E quanto à al ta, morena e boni ta... M eredi th?"
Damon acordou. " Onde?"
" Não s e preocupe; el a não es tá vi ndo te pegar, " di s s e Shi ni chi
tranqui l i zadoramente. " O que você quer fazer com el a?"
" Ah." Damon recl i nou novamente em al í vi o, al i vi ando s eus ombros .
" Dei xe- a i r para onde qui s er — contanto que s ej a bem l onge de mi m."
Shi ni chi pareceu rel axar del i beradamente contra o s eu ramo. " Seu i rmão
não s erá um probl ema. Portanto é apenas aquel e outro garoto l á, " el e
murmurou. E l e murmurou mui to i ns i nuantemente.
" Si m. M as o meu i rmão —" Damon es tava quas e dormi ndo agora, na
mes ma pos i ção que Shi ni chi havi a tomado.
" E u di s s e a você, cui daremos del e."
" M m. Quero di zer, bom."
" E ntão temos um acordo?"
" Ahããm."
" Si m?"
" Si m."
" Temos um acordo."
Des ta vez, Damon não res pondeu. E l e es tava s onhando. E l e s onhou que
os ol hos dourados angel i cai s de Shi ni chi s e abri ram de repente para ol har
para el e.
" Damon." E l e ouvi u o s eu nome, mas em s eu s onho era mui to
trabal hos o abri r os ol hos . E l e podi a ver s em abri -l os , de qual quer manei ra.
E m s eu s onho, Shi ni chi i ncl i nou-s e s obre el e, pai rando di retamente
s obre o ros to del e, então s uas auras es tavam mi s turadas e el es teri am
comparti l hado o ar s e Damon es ti ves s e res pi rando. Shi ni chi fi cou des s e j ei to
por um bom tempo, como s e es ti ves s e tes tando a aura de Damon, mas Damon
s abi a que para al guém de fora el e pareceri a es tar des l i gado de todos os canai s
e freqüênci as . Ai nda as s i m, em s eu s onho Shi ni chi pai rava s obre el e, como
s e el e es ti ves s e tentando memori zar os cres centes cí l i os es curos nas
bochechas pál i das de Damon ou a curva s uti l de s ua boca.
Fi nal mente, o Shi ni chi do s onho col ocou s ua mão s ob a cabeça de Damon
e acari ci ou o l ocal onde a pi cada de mos qui to coçava.
" Oh, cres cendo para s er um grande rapaz, não é?" el e di s s e para al go
que Damon não cons egui a ver — para al go dentro del e. " Você poderi a quas e
tomar o control e compl eto contra a s ua própri a força de vontade, não poderi a?"
Shi ni chi s entou por um momento, como s e es ti ves s e obs ervando uma fl or
de cerej a cai r, e em s egui da fechou os ol hos .
" E u acho, " el e s us s urrou, " que é i s s o que vamos tentar, daqui a não
mui to tempo. E m breve. M ui to em breve. M as pri mei ro, temos de ganhar a
confi ança del e; l i vrar-s e de s eu ri val . M antê-l o confus o, com rai va, vai dos o,
des equi l i brado. Dei xá- l o pens ando em Stefan, em s eu ódi o por Stefan, que
tomou s eu anj o, enquanto eu cui do do que preci s a s er fei to aqui ."
E ntão el e fal ou di retamente com Damon. " Al i ados , na verdade!" E l e
ri u. " Não enquanto eu puder col ocar meu dedo em s ua al ma. Aqui . Você s ente
i s s o? O que eu poderi a fazer você fazer... "
E então novamente el e pareci a s e endereçar a qual quer cri atura que j á
es ti ves s e dentro de Damon: " M as agora... uma pequena fes ta para aj udar você
a cres cer mui to mai s rápi do e te tornar mui to mai s forte.' '
No s onho, Shi ni chi fez um ges to, e s e recl i nou, i ncenti vando o mal ach,
antes i nvi s í vel , a s ubi r nas árvores . E l es s e es guei raram para ci ma e
des l i zaram em vol ta do pes coço de Damon. E então, horri vel mente, el es
es corregaram para dentro del e, um por um, através de um corte que el e não
s abi a que ti nha. A s ens ação de s eus corpos s uaves , maci os e gel ati nos os era
quas e i ns uportável ... es corregando para dentro del e...
Shi ni chi cantou bai xi nho.
" Oh, vi nde a mi m, ó belas e li ndas donzelas
Apressai -vos amadas emmeu pei to
Venha para mi mà luz do sol ou do luar
Enquanto as rosas ai nda estão a florescer... "
E m s eu s onho, Damon es tava i rri tado. Não por caus a do abs urdo s obre o
mal ach dentro del e. Is s o era ri dí cul o. E l e es tava com rai va porque el e s abi a
que o Shi ni chi do s onho es tava obs ervando E l ena enquanto el a começava a
arrumar os res tos do pi queni que. E l e es tava obs ervando cada movi mento que
el a fazi a com uma proxi mi dade obs es s i va.
" Garota extraordi nári a, a s ua E l ena, " o Shi ni chi do s onho acres centou.
" Se el a vi ver, eu acho que el a vai s er mi nha por uma noi te, mai s ou menos ."
E l e acari ci ou s uavemente os fi os de cabel o res tantes de Damon para l onge de
s ua tes ta. " Aura extraordi nári a, você não acha? Vou me certi fi car que a morte
del a s ej a bel a."
M as Damon es tava em um daquel es s onhos onde você não podi a s e
mover nem fal ar. E l e não res pondeu.
E nquanto i s s o, os bi chi nhos de es ti mação de s onho do Shi ni chi do s onho
conti nuavam a es cal ar as árvores e a s e des pej arem, como gel ati na, para
dentro del e. Um, doi s , três , uma dúzi a, duas dúzi as del es . Mai s.
E Damon não cons egui a acordar, mes mo el e s enti ndo mai s mal achs
vi ndo da fl ores ta vel ha. E l es não es tavam nem mortos , nem vi vos , nem eram
homens nem mul heres , meras cáps ul as de Poder que permi ti ri am a
Shi ni chi control ar a mente Damon de l onge. Sem fi m, el es vi nham.
Shi ni chi conti nuou as s i s ti ndo ao fl uxo, o bri l ho l umi nos o dos órgãos
i nternos bri l hando em Damon. Depoi s de um tempo, el e cantou novamente:
Damon s onhou que ouvi u a pal avra " es queça" como s e fos s e s us s urrada
por uma centena de vozes . E mes mo quando el e tentava s e l embrar do que s e
es quecer, i s s o foi di s s ol vi do e des apareceu.
E l e acordou s ozi nho na árvore, com uma dor que preenchi a o corpo i ntei ro.
16
Stefan fi cou s urpres o ao encontrar a Sra. Fl owers es perando por el es
quando el es retornaram de s eu pi queni que. E , também fora do normal , el a
ti nha al go a di zer que não envol vi a s eus j ardi ns .
" Há uma mens agem para você l á em ci ma, " di s s e el a, i ncl i nando a
cabeça em di reção à es cadari a es trei ta. " Vei o de um rapaz j ovem e moreno —
el e pareci a um pouco com você. E l e não me di s s e uma pal avra. Apenas
perguntou onde dei xar uma mens agem."
" Rapaz moreno? Damon?" E l ena perguntou.
Stefan bal ançou a cabeça. " O que el e poderi a querer para es tar dei xando
mens agens para mi m?"
E l e dei xou E l ena com a Sra. Fl owers e s ubi u rapi damente a es cada
l ouca de zi guezague. No topo el e achou um pedaço de papel enfi ado embai xo da
porta.
E ra um cartão do ti po ‘E s tou pens ando em você’, s em envel ope. Stefan,
que conheci a s eu i rmão, duvi dou que ti ves s e s i do pago — com di nhei ro, pel o
menos . No i nteri or, es cri to em preto com caneta hi drográfi ca, es tavam as
pal avras :
***
Tudo es tava cal mo na s al a com o teto al to. Uma j anel a es tava aberta,
dei xando que a l uz do l uar entras s e. No céu, até a l ua pareci a s e arras tar
j unto s orratei ramente, e o s ei xo de l uar s egui u-a no chão de madei ra.
Damon s orri u. E l e teve um di a l ongo e s os s egado e agora el e pl anej ava
ter uma noi te i nteres s ante.
Atraves s ar a j anel a não era tão fáci l como el e es perava. Quando el e
chegou como um enorme corvo preto bri l hante, el e es perava equi l i brar-s e no
pei tori l e mudar pra forma humana para abri r a j anel a. M as a j anel a ti nha
uma armadi l ha — el a es tava l i gada por Poder a um dos adormeci dos dentro.
Damon emperti gou-s e com i s s o, l i mpando s uas penas vi ol entamente, com
medo de col ocar qual quer tens ão naquel e frági l el o, quando al go chegou ao
s eu l ado com um bater de as as .
Pareci a que nenhum corvo res pei tável era regi s trado no l i vro de
avi s tamento de qual quer orni tól ogo. E ra el egante o bas tante, mas as s uas
as as es tavam pi ntadas de es carl ate, e ti nha ol hos dourados bri l hantes .
Shi ni chi ? Damon perguntou.
Quemmai s? Vei o a res pos ta enquanto um ol ho dourado fi xou-s e nel e. Vej o
que você temumproblema. Mas i sso pode ser resolvi do. Vou aprofundá-los emseu sono de modo que você
possa cortar o elo.
Não! Damon di s s e em um refl exo. Se você apenas tocar emqualquer umdeles, Stefan
vai A res pos ta vei o em tons ameni zadores . Stefan é só ummeni no, lembra? Confi e emmi m.
Você confi a emmi m, não confi a?
E funci onou exatamente como o pás s aro demoni acamente col ori do di s s e
que i ri a. Os adormeci dos dentro dormi ram mai s profundamente, e então mai s
profundamente ai nda.
Um momento depoi s a j anel a abri u, e Damon mudou de forma e entrou.
Seu i rmão e... e ela aquel a que el e s empre ti nha que as s i s ti r... ela es tava
adormeci da, os cabel os dourados es parramados pel o traves s ei ro e pel o o corpo de
s eu i rmão.
Damon des vi ou brus camente os ol hos . Havi a um computador de tamanho
medi ano e l i gei ramente ul trapas s ado s obre a mes a no canto. E l e foi até el e e
s em a menor hes i tação o l i gou. Os doi s na cama nem s e mexeram.
Arqui vos ... aha! Di ári o. Que nome ori gi nal . Damon abri u e exami nou o
conteúdo.
Queri do Di ári o,
Eu acordei esta manhã e —maravi lha das maravi lhas —eu
sou eu mesma novamente. Eu ando, falo, bebo, molho a cama (bem, ai nda
não molhei , mas tenho certeza de que poderi a se eu tentasse).
Estou de volta.
Temsi do uma j ornada i nfernal.
Eu morri , meu queri do Di ári o, eu realmente morri . E aí eu
morri como vampi ra. E não me peça para descrever o que aconteceu
nenhuma das vezes —acredi te emmi m; você ti nha que estar lá.
O i mportante é que eu ti nha i do embora, mas ag ora estou de
volta novamente —e, oh, queri do ami g o paci ente que vemg uardando
meus seg redos desde o j ardi mda i nfânci a... Estou tão feli z por estar
de volta.
No lado neg ati vo, eu nunca poderei vi ver coma ti a Judi th ou
Marg aret novamente. Elas achamque eu estou " descansando empaz"
comos anj os. No lado posi ti vo, eu posso vi ver comStefan.
Esta é a compensação por tudo o que eu passei —eu não sei como
compensar aqueles que foramaté os portões do i nferno por mi m. Ah, eu
estou cansada e —poderi a mui to bemdi zer —ansi osa por uma noi te
commeu queri do.
Estou mui to feli z. Ti vemos umbelo di a, ri ndo e amando, e
vendo os rostos de cada umdos meus ami g os ao veremque estou vi va/ (E
não louca,
que é como eu tenho ag i do nos últi mos di as. Honestamente, você
pensari a que os Grandes Espí ri tos Do Céu poderi amter me dei xado
cai r commeus mi olos emordem... Oh, bem.)
Amo vc,
Elena
Cui dados amente, Damon apagou as pal avras do arqui vo. E ntão, com um
canto da boca s e el evando, el e cui dados a e s i l enci os amente di gi tou novas
pal avras com um s i gni fi cado um tanto di ferente. E l e as l eu por ci ma. E l e
s orri u bri l hantemente. E l e s empre s e i magi nou como es cri tor; nenhum
trei namento formal , cl aro, mas el e s enti a que ti nha um tal ento i ns ti nti vo
para i s s o.
E i s s o compl etava o Pri mei ro Pas s o, Damon pens ou, s al vando o arqui vo
com s uas pal avras , em vez das de Stefan.
E ntão, s em ruí do, el e andou até onde E l ena es tava dormi ndo, de
conchi nha atrás de Stefan na cama es trei ta.
Agora o Segundo Pas s o.
Lentamente, mui to l entamente, Damon des l i zou os dedos debai xo do
traves s ei ro em que E l ena repous ava a cabeça. E l e podi a s enti r o cabel o de
E l ena onde el e s e derramava s obre o traves s ei ro s ob o l uar, e a dor que i s s o
des pertou es tava mai s em s eu pei to do que em s eus cani nos . Avançando os
dedos debai xo do traves s ei ro, el e procurou por al go s uave.
E l ena murmurou em s eu s ono e de repente s e vi rou. Damon quas e
pul ou de vol ta para as s ombras , mas os ol hos de E l ena es tavam fechados ,
s eus cí l i os um arco es pes s o e preto em s uas bochechas .
E l a es tava de frente para el e agora, mas es tranhamente Damon não s e
pegou ras treando as vei as azui s na s ua pel e bel a e l i s a. E l e pegou-s e ol hando
fami nto para s eus l ábi os l i gei ramente entreabertos . E l es eram... quas e
i mpos s í vei s de res i s ti r. M es mo durante o s ono eram da cor de pétal as de ros a,
l i gei ramente úmi dos , e entreabertos daquel a manei ra...
E u poderi a fazer i s s o mui to l evemente. E l a nunca s aberi a. E u poderi a,
eu s ei que eu poderi a. Si nto-me i nvencí vel es ta noi te.
E nquanto el e s e i ncl i nou em di reção a el a s eus dedos tocaram o cartão.
Is s o pareceu arrancá-l o de s eu mundo de s onho. O que el e es tava
pens ando? Arri s cando tudo, todos os s eus pl anos , por um bei j o? Haveri a mui to
tempo para bei j os — e outras coi s as , mui to mai s i mportantes — mai s tarde.
E l e des l i zou o pequeno cartão de debai xo do traves s ei ro e col ocou-o no
bol s o.
E ntão el e s e trans formou num corvo e des apareceu pel a j anel a.
***
Stefan ti nha há mui to tempo aperfei çoado a arte de dormi r s ó até certo
momento, então des pertar. E l e fez i s s o agora, ol hando para o rel ógi o s obre a
l arei ra para confi rmar que eram 4h, exatamente.
E l e não queri a acordar E l ena.
E l e ves ti u-s e s i l enci os amente e s ai u pel a j anel a pel o mes mo cami nho
que s eu i rmão tomara — mas como um fal cão. E m al gum l ugar, el e ti nha
certeza que Damon es tava s endo fei to de bobo por al guém us ando mal achs para
fazer del e s eu fantoche. E Stefan, ai nda bombeado com o s angue de E l ena,
s enti u que ti nha o dever de detê-l o.
A nota que Damon ti nha entregado ti nha o di reci onado para a árvore onde
os humanos ti nham bati do. Damon também gos tari a de rever conti nuamente
aquel a árvore até que ti ves s e l evado os fantoches mal ach ao s eu ti terei ro.
E l e des ceu, foi l evado pel a correnteza, e quas e deu um ataque cardí aco
em rato ao abai xar-s e s obre el e de repente antes de di s parar para o céu
novamente.
E então, no ar, quando el e avi s tou evi dênci a da bati da de um carro numa
árvore, el e mudou de um fal cão gl ori os o para um j ovem homem com cabel os
es curos , um ros to pál i do e ol hos i ntens amente verdes .
E l e foi l evado pel a correnteza, l eve como um fl oco de neve, até o chão e
ol hou em cada di reção, uti l i zando todos os s eus s enti dos de vampi ro para tes tar
a área. E l e não s enti u nenhuma armadi l ha; nenhuma ani mos i dade, apenas
os s i nai s i nequí vocos da l uta vi ol enta das árvores . E l e fi cou humano para
es cal ar a árvore que dava a i mpres s ão ps í qui ca de s eu i rmão.
E l e não s enti u fri o enquanto es cal ava o carval ho em que s eu i rmão
ti nha des cans ado enquanto o aci dente aconteci a a s eus pés . E l e ti nha mui to
do s angue de E l ena fl ui ndo através del e para s enti r o fri o. M as el e es tava
ci ente de que es ta área da fl ores ta era parti cul armente gel ada; que al go a
es tava mantendo des s a forma. Por quê? E l e j á havi a decl arado os ri os e
fl ores tas que atraves s avam Fel l ’s Church, então por que ocupar o l ugar s em
di zer-l he? Fos s e o que fos s e, teri a de apres entar- s e di ante del e
eventual mente, s e qui s es s e fi car em Fel l ' s Church. Por que es perar? E l e
ques ti onou, enquanto s e agachava s obre o ramo.
E l e s enti u a pres ença de Damon vi ndo até el e mui to antes do que s eus
s enti dos teri am notado nos di a antes da trans formação de E l ena, e el e evi tou
vaci l ar. E m vez di s s o el e vi rou de cos tas para o tronco da árvore e ol hou para
fora. E l e podi a s enti r Damon acel erando em di reção a el e, mai s e mai s
rápi do, mai s e mai s forte — e então Damon deveri a es tar l á, de pé di ante
del e, mas el e não es tava.
Stefan franzi u a tes ta.
" Sempre val e a pena ol har para ci ma, i rmãozi nho, " acons el hou uma voz
encantadora aci ma del e, e em s egui da Damon, que es ti vera agarrado à árvore
como um l agarto, deu um s al to para frente e pous ou no ramo de Stefan.
Stefan não di s s e nada, l i mi tando-s e a exami nar o s eu i rmão mai s vel ho.
Fi nal mente el e di s s e, " Você es tá de bom humor."
" E u ti ve um di a s untuos o, " di s s e Damon. " Devo nomeá-l as para você?
Teve a atendente da l oj a de cartões ... E l i zabeth, e mi nha queri da ami ga
Damari s , cuj o mari do trabal ha na Brons ton, e a j ovenzi nha Teres a que é
vol untári a na bi bl i oteca, e... "
Stefan s us pi rou. " Às vezes eu acho que você poderi a s e l embrar do nome
de cada garota que você bebeu em toda s ua vi da, mas você es quece o meu nome
regul armente, " di s s e el e.
" Bobagem... i rmãozi nho. Agora, j á que E l ena, s em dúvi da, l he expl i cou
o que aconteceu quando eu tentava res gatar s ua bruxa em mi ni atura —
Bonni e — eu s i nto que mereço um pedi do de des cul pas . "
" E j á que você me envi ou um bi l hete que s ó pos s o i nterpretar como uma
provocação, eu real mente s i nto que eu mereço uma expl i cação."
" Des cul pas pri mei ro, " Damon col ocou para fora. E então, em tom de
s ofri mento, " E u tenho certeza que você acha que é rui m o s ufi ci ente ter
prometi do à E l ena, quando el a es tava morrendo, que você i ri a cui dar de mi m
para s empre. M as você nunca parece perceber que eu ti ve que prometer a
mes ma coi s a, e eu não s ou exatamente do ti po guarda-cos tas . Agora que el a
não es tá mai s morta, tal vez devês s emos s i mpl es mente es quecer i s s o."
Stefan s us pi rou novamente. " Tudo bem, tudo bem. E u peço des cul pas .
E u es tava errado. E u não deveri a ter te expul s ado. É o s ufi ci ente?"
" Não tenho certeza de que você es tej a fal ando s éri o. Tente mai s uma vez,
com s enti - "
" Damon, s obre o que, em nome de Deus , era o s i te?"
" Ah. E u achei que era bem i ntel i gente: el es dei xam as cores tão
próxi mas que apenas vampi ros ou bruxas ou coi s as as s i m cons eguem l er,
enquanto os humanos apenas veri am uma tel a preta."
" M as como você des cobri u i s s o?"
" E u vou te di zer em um i ns tante. M as s i mpl es mente pens e ni s s o,
i rmãozi nho. Você e E l ena, em uma perfei ta l uazi nha de mel , apenas mai s
doi s humanos em um mundo de humanos . Quanto mai s cedo você for, mai s
cedo você poderá cantar ‘Di ng Dong, o Cadáver es tá M orto’ {8} !"
" E u ai nda quero s aber como aconteceu de você si mplesmente achar es te s i te."
" Tudo bem. E u admi to: eu fi nal mente fui s ugado para a era da
tecnol ogi a. E u tenho meu própri o s i te. E um j ovem homem mui to úti l entrou
em contato comi go s ó para ver s e eu real mente fal ava s éri o s obre as coi s as que
di s s e ou s e eu era apenas um i deal i s ta frus trado. Imagi nei que a des cri ção
s ervi a pra você."
" Você — um s i te? E u não acredi to- "
Damon i gnorou. " Pas s ei a mens agem adi ante porque eu j á ti nha ouvi do
fal ar do l ugar, o Shi no Shi ."
" A Morte da Morte, di zi a."
" Is s o é como foi traduzi do para mi m." Damon abri u um s orri s o de mi l
qui l owatts para Stefan, perfurando-o, até que fi nal mente Stefan vi rou-s e,
s enti ndo como s e ti ves s e s i do expos to ao s ol s em o s eu anel de l ápi s -l azúl i .
" De fato, " Damon conti nuou normal mente, " eu convi dei meu col ega em
pes s oa para expl i car para você."
" Você fez o quê?"
" E l e deveri a es tar aqui às 4: 44 exatamente. Não me cul pe pel o horári o;
é al go es peci al para el e. "
E então, com mui to pouco barul ho, e certamente s em Poder nenhum que
Stefan pudes s e di s cerni r, al go pous ou na árvore aci ma del es e cai u o gal ho
del es , trocando de forma enquanto o fazi a.
E ra, real mente, um j ovem homem, com cabel os negros de pontas
vermel has como fogo e ol hos dourados s erenos . E nquanto Stefan vi rava-s e na
di reção del e, el e l evantou as duas mãos em um ges to de paz e rendi ção.
" Quem di abos é você?"
" E u s ou o di abo Shi ni chi , " di s s e o j ovem s i mpl es mente. " M as , como
eu di s s e a s eu i rmão, a mai ori a das pes s oas me chama apenas de Shi ni chi .
M as é cl aro i s s o cabe a você."
" E você s abe tudo s obre o Shi no Shi ."
" Ni nguém s abe tudo s obre el e. É um l ugar — e uma organi zação. E u
s ou um pouco parci al a el e porque — " Shi ni chi pareceu tí mi do- " bem, acho
que eu s i mpl es mente gos to de aj udar pes s oas . "
" E agora você quer me aj udar."
" Se você real mente quer s e tornar humano... E u conheço um j ei to."
" E u devo s i mpl es mente dei xar vocês doi s fal arem s obre i s s o, devo?"
di s s e Damon. " Três é demai s , es peci al mente nes te gal ho."
Stefan ol hou-o fortemente. " Se você ti ver com a menor i déi a de pas s ar
perto da pens ão... "
" Com Damari s j á a mi nha es pera? Hones tamente, i rmãozi nho. " E
Damon mudou de forma para corvo antes que Stefan pudes s e pedi r a el e para
dar a s ua pal avra em j uramento.
***
***
***
" E ntão fora Damon quem di s s era que tomari a conta de E l ena, e Damon
deve ter s i do o úl ti mo a ver Stefan es s a manhã, " M att di s s e, quando fora
bus cado da s ua cas a e a s i tuação fora expl i cada a el e.
" Si m, " E l ena di s s e com bas tante certeza. " M as M att, você es tá
enganado s e acha que o Damon fari a al guma coi s a para manter o Stefan l onge
de mi m. Damon não é o que vocês todos acham. E l e real mente es tava tentando
s al var Bonni e naquel a noi te. E el e real mente fi cou magoado quando todos
vocês o odi aram."
" Is s o é o que eu chamo de ' evi dênci a de moti vo, ' eu acho, " M eredi th
apontou.
" Não. É evi dênci a de caráter — evi dênci a que Damon tem s enti mentos ,
que el e s e i mporta com s eres humanos , " E l ena contradi s s e. " E el e nunca
machucari a Stefan, porque — bem, por mi nha caus a. E l e s abe como eu me
s enti ri a."
" Bem, por que el e não me res ponde, então?" Bonni e di s s e
ranzi nzamente.
" Tal vez porque na úl ti ma vez que el e nos vi u, todos j untos , es távamos
ol hando fei o para el e como s e o odi ás s emos , " di s s e M eredi th, que era
s empre j us ta.
" Di ga a el e que eu i mpl oro s eu perdão, " E l ena di s s e. " Di ga a el e que
eu quero fal ar com el e."
" E u me s i nto como um s atél i te de comuni cação, " Bonni e recl amou, mas
el a cl aramente col ocava todo s eu coração e força em cada l i gação. Por fi m, el a
pareceu compl etamente pres s i onada e exaus ta.
E , por fi m, até mes mo E l ena teve que admi ti r que não adi antava nada.
" Tal vez el e s e dê conta e comece a l i gar para você, " Bonni e di s s e.
" Tal vez amanhã."
" Vamos fi car com você hoj e à noi te, " M eredi th di s s e. " Bonni e, eu
l i guei para a s ua i rmã e di s s e a el a que você es tari a comi go. Agora eu vou
l i gar para o meu pai e di zer a el e que es tarei com você. M att, você não es tá
convi dado —"
" Val eu, " M att di s s e s ecamente. " Tenho que i r andando para cas a
também?"
" Não, pode l evar o meu carro para cas a, " E l ena di s s e. " M as , por favor,
traga-o de vol ta para cá amanhã cedo. E u não quero que as pes s oas comecem a
perguntar s obre i s s o."
Naquel a noi te, as três garotas s e prepararam para fi carem confortávei s ,
es ti l o col egi ai s , nos l ençói s e cobertores excedentes da Sra. Fl owers ( não era
de s e es pantar que el a tenha l avado tantos l ençói s hoj e — el a deve ter
i magi nado de al guma forma, E l ena pens ou), com a mobí l i a empurrada até as
paredes e três s acos de dormi r i mprovi s ados no chão. Suas cabeças es tavam
j untas e s eus corpos radi avam como os travões de uma roda.
E l ena pens ou, E ntão i s s o é o Des pertar.
É a real i zação de que, afi nal , eu pos s o fi car s ozi nha novamente. E , ah,
s ou grata por ter M eredi th e Bonni e j unto comi go. Si gni fi ca mai s do que eu
pos s o di zer a el as .
E l a ti nha i do automati camente para o computador, para es crever um
pouco em s eu di ári o. M as após as pri mei ras poucas pal avras , el a s e encontrou
chorando novamente, e fi cou s ecretamente fel i z quando M eredi th tomou-a
pel os ombros e mai s ou menos a forçou a beber l ei te quente com bauni l ha,
canel a e noz mos cada, e quando Bonni e a aj udou a i r até s ua pi l ha de
cobertores para dormi r e então s egurou s ua mão até que el a adormeces s e.
***
membro da Nei g hborhood Watch {9} rel atou a res pei to de um carro s us pei to na
frente de s ua cas a. De acordo com a s ua mãe, você recentemente des trui u
compl etamente o s eu própri o carro, não é mes mo, Sr. Honeycutt?"
M att pode ver onde i s s o es tava i ndo e el e não gos tou. " Si m, " el e ouvi u-s e
di zendo, enquanto s ua mente trabal hava des es peradamente por uma
expl i cação pl aus í vel . " E u es tava tentando des vi ar de uma rapos a. E —"
" No entanto houve um rel ato de um model o novo de Jaguar es taci onado na
frente de s ua cas a, mas s ufi ci entemente l onge da rua para s er —
i mperceptí vel . Um carro tão novo que ai nda não ti nha pl acas de l i cença. E s te
era, de fato, s eu carro, Sr. Honeycutt?"
" Sr. Honeycutt é meu pai !" Di s s e M att des es peradamente. " E u s ou
M att. E foi o carro do meu ami go—"
" E o nome do s eu ami go é...?"
M att ol hou para E l ena. E l a es tava fazendo ges tos de es pera, obvi amente
tentando pens ar. Di zer E l ena Gi l bert s eri a s ui cí di o. A pol í ci a, de todas as
pes s oas , s abi a que E l ena Gi l bert es tava morta. Agora E l ena es tava apontando
ao redor da s al a e di zendo pal avras para el e.
M att fechou os ol hos e di s s e as pal avras , " Stefan Sal vatore. M as el e deu
o carro para s ua namorada?" E l e s abi a que es tava termi nando s ua fras e com
uma pergunta, mas el e mal podi a acredi tar no que E l ena es tava i ndi cando
para el e.
Agora, o xeri fe es tava começando a s oar cans ado e i rri tado. " E s tá me
perguntando i s s o, M att? E ntão você es tava di ri gi ndo o carro novo da namorada
do s eu ami go. E o nome del a é...?"
Houve um breve momento, quando as meni nas pareci am di s cordar e
M att pendurado no l i mbo. M as , então, Bonni e j ogou s eus braços para ci ma e
M eredi th avançou, apontando para s i mes ma.
" M eredi th Sul ez, " M att di s s e fracamente. E l e ouvi u a hes i tação de s ua
própri a voz e el e repeti u, com voz rouca, mas com mai s convi cção, " M eredi th
Sul ez."
Agora E l ena rapi damente cochi chava no ouvi do de M eredi th.
" E o carro foi comprado onde? Sr. Honeycutt?"
" Si m, " di s s e M att. " Só um s egundo—" E l e col ocou o tel efone na mão
es tendi da de M eredi th.
" Aqui é M eredi th Sul ez, " di s s e M eredi th s em probl emas , no pol i do e
rel axado tom de uma mús i ca cl ás s i ca de um di sk j ockey.
" Senhori ta Sul ez, você ouvi u a convers a até agora?"
" Srta. Sul ez, por favor, Sargento. Si m, eu ouvi ."
" Você, de fato, empres tou s eu carro para o Sr. Honeycutt?"
" E u empres tei ."
" E onde es tá o s enhor-, " -houve um arras tar de papel - " Stefan Sal vatore,
o dono ori gi nal do carro?"
E l e não es tá perguntando a el a onde comprou, M att pens ou. E l e deve
s aber.
" M eu namorado es tá l onge da ci dade nes te momento, " di s s e M eredi th,
ai nda na mes ma voz, refi nada, i mperturbável . " E u não s ei quando el e vai
es tar de vol ta. Quando el e vol tar, devo pedi -l o para fal ar com você?"
" Is s o s eri a s ábi o, " Xeri fe M os s berg di s s e s ecamente. " Nes tes di as
poucos carros s ão comprados em di nhei ro vi vo, es peci al mente carros novos do
model o Jaguar. E u gos tari a do número de s ua cartei ra de motori s ta, também.
E , na verdade, eu gos tari a mui to de fal ar com o Sr. Sal vatore quando el e
retornar."
" Is s o s erá mui to em breve, " di s s e M eredi th, um pouco devagar, mas
s egui ndo as ordens de E l ena. E ntão, el a reci tou o número de s ua cartei ra de
motori s ta de memóri a.
" Obri gado, " di s s e o xeri fe M os s berg brevemente. " Is s o vai s er tudo por
—"
" Pos s o apenas di zer uma coi s a? M att Honeycutt nunca, nunca removeri a
os s i nai s de trâns i to. E l e é um motori s ta mui to cons ci ente e era um l í der em
s ua cl as s e do ens i no médi o. Você pode fal ar com qual quer um dos profes s ores
da es col a Robert E . Lee, ou mes mo a di retora, s e el a não es ti ver de féri as .
Qual quer um del es vai l he di zer a mes ma coi s a."
O xeri fe não parece es tar i mpres s i onado. " Você pode di zer-l he por mi m
que eu vou es tar de ol ho nel e no futuro. Na verdade tal vez s ej a uma boa i dei a
el e pas s ar no departamento de pol í ci a hoj e ou amanhã, " di s s e el e, e então o
tel efone fi cou mudo.
M att expl odi u: " Namorada de Stefan? Você, M eredi th? E s e o negoci ante
do carro, di s s er que a meni na era uma l oi ra? Como é que vamos res ol ver i s s o?"
" Nós não vamos , " di s s e E l ena s i mpl es mente atrás de M eredi th.
" Damon vai . Tudo o que temos a fazer é encontrá-l o. Tenho certeza que el e
pode cui dar de Xeri fe M os s berg com um pequeno control e mental — s e o preço
for j us to. E não s e preocupem comi go, " di s s e el a s uavemente. " Você es tá
franzi ndo a tes ta, mas tudo vai fi car bem."
" Você acredi ta ni s s o?"
" E u tenho certeza di s s o." E l ena deu-l he outro abraço e um bei j o na
bochecha.
" E u tenho que pas s ar no departamento do xeri fe, hoj e ou amanhã, no
entanto."
" M as não es tará s ozi nho!" Bonni e di s s e, e s eus ol hos es tavam
bri l hando com i ndi gnação. " E quando Damon for com você, Xeri fe
M oos eburger{10} vai acabar s e tornando o s eu mel hor ami go.
" Tudo bem, " di s s e M eredi th. " E ntão o que vamos fazer hoj e?"
" O probl ema, " E l ena s e vi rou, batendo um dedo contra o l ábi o s uperi or,
" é que temos mui tos probl emas de uma vez e não quero que ni nguém — e eu
di go ni nguém — s ai a s ozi nho. É cl aro que exi s tem mal achs no Bos que
Anti go, e que el es es tão tentando fazer coi s as não-ami s tos as conos co. M atar-
nos , por exempl o."
M att regozi j ou-s e no al í vi o cal oros o de credi bi l i dade. A convers a com o
xeri fe M os s berg ti nha o abal ado mai s do que el e queri a mos trar.
" E ntão vamos formar grupos de trabal ho, " M eredi th di s s e, " e
di vi di remos as tarefas entre el es . Quai s os probl emas que preci s amos
pl anej ar?"
E l ena l i s tou os probl emas com os dedos . " Um probl ema é Carol i ne. E u
real mente acho que al guém deve tentar vê-l a, pel o menos para tentar
des cobri r s e el a tem uma des s as coi s as dentro del a. Outro probl ema é Tami —
e quem s abe quem mai s ? Se Carol i ne é... contagi os a de al guma forma, el a
poderi a ter es pal hado i s s o para outra meni na — ou rapaz."
" Tudo bem, " di s s e M eredi th, " e o que mai s ?"
" Al guém preci s a entrar em contato com Damon. Tentar des cobri r com el e
qual quer coi s a que el e s ai ba s obre a parti da de Stefan, e também tentar
convencê- l o a i r para a del egaci a i nfl uenci ar o Xeri fe M os s berg."
" Bem, é mel hor você es tar na úl ti ma equi pe, j á que você é
provavel mente a úni ca com quem Damon quei ra fal ar, " di s s e M eredi th. " E
Bonni e deve i r nes te também, para que el a pos s a manter—"
" Não. Nada de Chamados hoj e, " decl arou Bonni e. " E u s i nto mui to,
E l ena, mas eu s i mpl es mente não pos s o, não s em um di a de des cans o entre
el es . E , al ém di s s o, s e Damon quer fal ar com você, tudo que você preci s a fazer
é andar — não entrar na fl ores ta, mas próxi mo del a — e chamá-l o você
mes ma. E l e s abe tudo o que es tá acontecendo. E l e s aberá que você es tá l á."
" E ntão eu deveri a i r com E l ena, " M att argumentou. " Até por que o
xeri fe é probl ema meu. E u gos tari a de i r até o l ugar onde eu vi as árvores —"
Imedi atamente, houve um protes to de todas as três meni nas .
" E u di s s e que gos tari a, " di s s e M att. " Não que nós deverí amos
pl anej ar i s s o. Is s o é um ponto que nós s abemos que é mui to peri gos o."
" Tudo bem, " di s s e E l ena. " E ntão, Bonni e e M eredi th vão vi s i tar
Carol i ne, e você e eu i remos caçar Damon, tudo bem? E u preferi ri a i r caçar
Stefan, mas nós s i mpl es mente não temos i nformações s ufi ci entes ai nda."
" Certo, mas antes de i r, tal vez pudes s e parar na cas a de Ji m Bryce. M att
tem uma des cul pa para parar l á a qual quer momento — el e conhece Ji m. E
você pode veri fi car o progres s o de Tami des s a forma, " M eredi th s ugeri u.
" Is s o s oa como os pl anos A, B e C, " di s s e E l ena e, em s egui da,
es pontaneamente, todos el es ri ram.
E ra um di a cl aro, com um s ol quente bri l hando no céu.
À l uz do s ol , apes ar do pequeno aborreci mento com a l i gação do xeri fe
M os s berg, todos el es s e s enti am fortes e capazes .
Nenhum del es ti nha qual quer i dei a de que el es es tavam pres tes a
entrar no pi or pes adel o de s uas vi das .
Bonni e fi cou para trás enquanto M eredi th bati a na porta da frente da
cas a dos Forbes .
Depoi s de um tempo s em res pos ta e s i l ênci o no i nteri or, M eredi th bateu
novamente.
Des ta vez, Bonni e podi a ouvi r s us s urros e a Sra. Forbes as s obi ando
al guma coi s a, e a ri s ada di s tante de Carol i ne.
Fi nal mente, no momento em que M eredi th es tava pres tes a tocar a
campai nha — a mai or fal ta de educação entre os vi zi nhos em Fel l ’s Church —
a porta s e abri u. Bonni e pri moros amente es corregou um pé para dentro,
i mpedi ndo a porta de fechar novamente.
" Ol á, Sra. Forbes . Nós apenas ..." M eredi th vaci l ou. " Nós s ó querí amos
ver s e Carol i ne es tá mel hor, " el a termi nou em um s om es tri dente. Sra. Forbes
ol hou como s e ti ves s e vi s to um fantas ma — e ti ves s e pas s ado a noi te toda
pens ando nel e.
" Não, el a não es tá. Nada mel hor. E l a ai nda es tá — doente." A voz da
mul her era oca e di s tante e os ol hos es tavam no chão obs ervando o l ugar onde
es tava o pé di rei to de Bonni e. Bonni e s enti u os pêl os fi nos em s eus braços e da
parte de trás do s eu pes coço fi car em pé.
" Ok, Sra. Forbes ." Até mes mo M eredi th s oava fal s a e oca.
E ntão, de repente al guém di s s e, " Você es tá bem?" e Bonni e percebeu
que era a s ua própri a voz.
" Carol i ne... não es tá bem. E l a... não es tá recebendo ni nguém, "
s us s urrou a mul her.
Um i ceberg pareceu des l i zar para bai xo na col una de Bonni e. E l a queri a
vi rar e correr des s a cas a e de s ua aura de mal dade. M as naquel e momento a
Sra. Forbes de repente cai u. M eredi th mal foi capaz de frear s ua queda.
" E l a des mai ou, " M eredi th di s s e l aconi camente.
Bonni e queri a di zer: " Bem, col oque-a l á dentro no tapete e corra! M as
el as di fi ci l mente poderi am fazer i s s o.
" Temos que l evá-l a para dentro, " M eredi th afi rmou categori camente.
" Bonni e, você es tá pronta para i r?"
" Não, " di s s e Bonni e categori camente também, " mas que es col ha
temos ?"
Sra. Forbes , era pequena, mas pes ada. Bonni e control ou s eus pés e
s egui u M eredi th, pas s o a rel utante pas s o, para dentro da cas a.
" Vamos col ocá-l a em s ua cama, " di s s e M eredi th. Sua voz era trêmul a.
Havi a al go na cas a que era terri vel mente perturbador — como s e ondas de
pres s ão es ti ves s em s endo compri mi das s obre el as .
E então Bonni e vi u. Apenas um vi s l umbre quando entraram na s al a. Foi
no corredor, e poderi a ter s i do um j ogo de l uz e s ombra l á, mas o que el a ol hou
em todo mundo pareceri a uma pes s oa. Uma pes s oa movendo-s e como um
l agarto — mas não no chão. No teto.
19
M att es tava batendo na porta de Bryce, com E l ena em s eu l ado.
E l ena havi a s e di s farçado ao enfi ar todo s eu cabel o em um boné de
bei s ebol do Vi rgi ni a Caval i ers {11} e us ar um ócul os es curos que el a achara
em uma das gavetas de Stefan. E l a também es tava ves ti ndo uma cami s a
xadrez extra-grande marrom e azul -mari nho de Pendl eton {12} doada por M att,
e uma cal ça j eans de M eredi th que fi cara pequena demai s para el a. E l a
ti nha certeza de que al guém que ti ves s e conheci do a vel ha E l ena Gi l bert
nunca i ri a reconhecê-l a, ves ti da daquel a manei ra.
A porta abri u-s e mui to l entamente, não para revel ar o Sr. ou Sra. Bryce,
nem Ji m, mas Tamra. E l a es tava ves ti ndo — bem, quas e nada. E l a us ava
um bi quí ni fi o dental na parte i nferi or, mas que pareci a fei to à mão, como s e
el a ti ves s e cortado um bi quí ni normal com uma tes oura — e el e es tava
começando a s e des manchar. Na parte de ci ma el a us ava duas decorações
redondas de papel ão com l antej oul as col adas e al guns fi os de ouropel {13}
col ori do. Na cabeça, el a us ava uma coroa de papel , que era cl aramente de onde
el a ti nha pegado o ouropel . E l a fez uma tentati va de col ar os cordões s obre a
parte debai xo do bi quí ni também. O res ul tado pareci a s er o que era: a tentati va
de uma cri ança de fazer uma roupa de s how para uma s howgi rl ou s tri pper de
Las Vegas .
M att i medi atamente s e vi rou e fi cou de cos tas , mas Tami ati rou-s e nel e
e agarrou-s e em s uas cos tas .
" M att Honey-butt{14} " el a fal ou. " Você vol tou. E u s abi a que você
vol tari a. M as por que você traz es s a vagabunda vel ha fei a com você? Como
poderemos —"
E l ena adi antou-s e, então, porque M att ti nha l evantado a mão para el a.
E l a ti nha certeza de que M att nunca havi a bati do numa mul her em s ua vi da,
es peci al mente numa cri ança, mas el e também es tava mai s s ens í vel s obre
um ou doi s as s untos . Como el a.
E l ena deu um j ei to de s e meter entre M att e a s urpreendentemente
forte Tamra. E l a teve que conter um s orri s o ao contempl ar o traj e de Tami .
Afi nal , apenas há poucos di as , el a não ti nha entendi do compl etamente nada
s obre o tabu da nudez humana. Agora el a j á ti nha vol tado a entender, mas el e
não pareci a tão i mportante quanto parecera há um tempo. Pes s oas nas ci am com
s uas própri as pel es perfei tamente boas . Não havi a nenhuma razão real , em
s ua mente, para ves ti r pel es fal s as s obre aquel as , a menos que es ti ves s e fri o
ou fos s e de al guma forma des confortável s em el as . M as a s oci edade di zi a que
era rui m es tar des pi do. E ntão Tami es tava tentando s er má, em s ua manei ra
i nfanti l .
" Ti re as mãos de mi m, s ua vagabunda vel ha, " Tamra ros nou quando
E l ena a s egurou l onge de M att, e em s egui da acres centou vári os pal avrões
bas tante l ongos .
" Tami , onde es tão s eus pai s ? Onde es tá s eu i rmão?" Perguntou E l ena.
E l a i gnorou as pal avras obs cenas — el as eram apenas s ons — mas vi u que
M att ti nha fi cado branco ao redor dos l ábi os .
" Você, peça des cul pas pra E l ena agora mes mo! Des cul pas por fal ar
des ta manei ra!" E xi gi u el e.
" E l ena é um cadáver fedorento com mi nhocas no l ugar dos s eus ol hos , "
Tamra cantou l evi anamente. " M as mi nha ami ga di z que el a era uma
vagabunda quando el a es tava vi va. Uma verdadei ra" — então uma s equênci a
de pal avrões que a fez engas gar -
" Vagabunda barata. Você s abe. Nada é mai s barato do que al go que vem
de graça."
" M att, apenas i gnore, " di s s e E l ena num s us s urro, e então repeti u:
" Onde es tão s eus pai s e Ji m?"
A res pos ta es tava i munda com mai s pal avrões , mas s e s omaram a
hi s tóri a — verdadei ra ou não — de que o Sr. e a Sra.. Bryce ti nham s aí do de
féri as por al guns di as , e que Ji m es tava com s ua namorada, Is obel .
" Ok, então, acho que vou ter que aj udá-l a a ves ti r al gumas roupas mai s
decentes , " di s s e E l ena. " Pri mei ro, eu acho que você preci s a de um chuvei ro
para ti rar es s es enfei tes de Natal —"
" E ntão teeente-e-e! E ntão teeente-e-e!" A res pos ta es tava em al gum
l ugar entre o rel i ncho de um caval o e a fal a humana. " E u os col ei com col a
Super Bonder!" Tami compl etou e então começou a ri r uma ri s ada al ta e
hi s téri ca.
" Oh, meu Deus , Tamra, você percebe que, s e não houver nenhum
s ol vente para i s s o, você pode preci s ar de ci rurgi a?"
A res pos ta de Tami foi obs cena. E ntão vei o um s úbi to chei ro féti do. Não,
não um chei ro, pens ou E l ena: um s ufocante e as fi xi ante fedor.
" Oops !" Tami deu mai s uma vez aquel a ri s ada hi s téri ca. " Pardon moi .
Pel o menos é um gás natural ."
M att pi garreou. " E l ena — E u não acho que deverí amos es tar aqui . Com
os pai s del a s umi dos e tal ... "
" E l es es tão com medo de mi m, " Tamra ri u. " Vocês não es tão?" — M ui to
de repente com uma voz que ti nha caí do vári as oi tavas .
E l ena ol hou Tamra nos ol hos . " Não, eu não es tou. E u s ó es tou com pena
de uma meni na que es tava no l ugar errado na hora errada. M as , M att es tá
certo, eu acho. Temos de i r."
As manei ras de Tami pareceram mudar compl etamente. " Des cul pem-
me... E u não s abi a que eu ti nha convi dados des s e cal i bre. Não vá, por favor,
M att." E ntão, acres centou el a em um s us s urro confi denci al para E l ena,
" E l e é bom? "
" O quê?"
Tami acenou para M att, que i medi atamente deu as cos tas para el a. E l e
pareci a como s e es ti ves s e s enti ndo um fas cí ni o terrí vel e repugnante pel a
aparênci a ri dí cul a de Tami .
" M att, ol he para i s s o." E l ena l evantou um pequeno tubo de col a. " Acho
que el a real mente col ou i s s o em s ua pel e com Super Bonder. Temos que
chamar o s ervi ço protetor da cri ança ou o que s ej a, porque ni nguém a l evou ao
hos pi tal ai nda. Se os pai s del a s abi am s obre es s e comportamento, ou não, el es
não deveri am tê-l a dei xado s ozi nha em cas a."
" E u s ó es pero que el es es tej am bem. A famí l i a del a, " di s s e M att
s ombri amente, enquanto cami nhava porta afora, com Tami os s egui ndo
tranqui l amente até o carro, e gri tando detal hes es cabros os s obre " quanta
di vers ão, " el es ti veram, " el es três ."
E l ena ol hou-o i nqui eta de s eu l ugar no banco do pas s agei ro — s em
i denti fi cação ou cartei ra de motori s ta, é cl aro, el a s abi a que não deveri a
di ri gi r. " Tal vez s ej a mel hor l evá-l a para a pol í ci a pri mei ro. M eu Deus ,
aquel a pobre famí l i a!"
M att não di s s e nada por um l ongo tempo. Seu quei xo es tava travado, s ua
boca contorci da. " E u, de al guma forma, s i nto como s e fos s e o res pons ável .
Quer di zer, eu s abi a que havi a al go errado com el a — eu deveri a ter di to a
s eus pai s ."
" Agora você es tá s oando como Stefan. Você não é res pons ável por todos que
encontra."
M att deu-l he um ol har agradeci do, e E l ena conti nuou: " Na verdade eu
vou pedi r pra Bonni e e M eredi th fazerem uma outra coi s a, o que vai provar que
a cul pa não é s ua. Vou pedi r-l hes para veri fi car Is obel Sai tou, a namorada do
Ji m. Você nunca teve qual quer contato com el a, mas Tami tal vez tenha ti do. "
" Quer di zer que você acha que el a tem, também?"
" Is s o é o que eu es pero que Bonni e e M eredi th des cubram."
***
Bonni e parou brus camente, quas e perdendo s ua pos s e dos pés da Sra.
Forbes . " E u não vou entrar naquel e quarto."
" É preci s o. E u não pos s o carregá-l a s ozi nha, " di s s e M eredi th. E ntão
adi ci onou baj ul adoramente, " Ol he, Bonni e, s e você entrar comi go, eu te conto
um s egredo."
Bonni e mordeu o l ábi o. E ntão, el a fechou os ol hos e dei xou M eredi th
gui á- l a, pas s o a pas s o adentro nes ta cas a de horror.
E l a s abi a onde era o quarto pri nci pal — afi nal , el a havi a bri ncado aqui
des de a i nfânci a. Até o fi m do corredor, então vi re à es querda.
E l a fi cou s urpres a quando M eredi th parou s ubi tamente depoi s de
apenas al guns pas s os . " Bonni e."
" E ntão? O quê?"
" E u não quero as s us tar você, mas —"
Is to teve o efei to i medi ato de aterrori zar Bonni e. Seus ol hos s e
arregal aram. " O quê? O quê?" Antes que M eredi th pudes s e res ponder, el a
ol hou por ci ma do ombro com medo e vi u o quê.
Carol i ne es tava atrás del a. M as não em pé. E l a es tava engati nhando,
não, el a es tava ras tej ando, do j ei to que el a ti nha ras tej ado no quarto de Stefan.
Como um l agarto. Seus cabel os bronze, des penteados , pendi am s obre s eu ros to.
Seus cotovel os e j oel hos pra fora em ângul os i mpos s í vei s .
Bonni e gri tou, mas a pres s ão da cas a pareceu s ufocar o gri to de vol ta
garganta abai xo. O úni co efei to que o gri to teve foi fazer Carol i ne ol har pra el a,
l evantando a cabeça com um rápi do movi mento répti l .
" Oh, meu Deus , Carol i ne, o que aconteceu com s eu ros to?"
Carol i ne ti nha um ol ho roxo. Ou mel hor, um ol ho vermel ho-púrpura que
es tava tão i nchado que Bonni e s abi a que i ri a fi car roxo s em demora. E m s ua
mandí bul a es tava outro hematoma roxo e i nchado.
Carol i ne não res pondeu, a menos que você contas s e o as s obi o s i bi l ante
que deu enquanto ras tej ava em frente.
" Corre M eredi th! E l a es tá bem atrás de mi m!"
M eredi th acel erou s eu pas s o, parecendo as s us tada — o que tornou tudo
ai nda mai s as s us tador Bonni e, porque quas e nada cons egui a abal ar s ua
ami ga. M as à medi da que el as cambal eavam para frente, com a Sra. Forbes
qui cando entre el as , Carol i ne ras tej ou di reto por bai xo de s ua mãe e pel a porta
do quarto dos pai s , o quarto do cas al .
" M eredi th, não vou entrar n—" M as el as j á es tavam pas s ando
tropeçando pel a porta. Bonni e l ançou rápi dos ol hares para cada canto. Carol i ne
es tava l onge de vi s ta.
" Tal vez el a es tej a no cl os et, " di s s e M eredi th. " Agora, dei xe-me i r
pri mei ro pra col ocar a cabeça do outro l ado da cama. Podemos aj us tar el a mai s
tarde. " E l a contornou a cama, quas e arras tando Bonni e com el a, e j ogou a
parte s uperi or do tronco da Sra. Forbes , de modo que s ua cabeça repous as s e
s obre os traves s ei ros . " Agora é s ó puxá-l a e col ocar as pernas no outro l ado."
" E u não pos s o fazê-l o. Não pos s o! Carol i ne es tá embai xo da cama, você
s abe."
" E l a não pode es tar embai xo da cama. A fenda tem apenas doze
centí metros de fol ga, " M eredi th di s s e com fi rmeza.
" E l a es tá l á! E u s ei . E " — um tanto feroz — " você prometeu que i a me
contar um s egredo."
" Tudo bem!" M eredi th deu um ol har cúmpl i ce através dos cabel os
es curos des grenhados . " E u tel egrafei ontem para o Al ari c. E l e es tá tão l onge
e i s ol ado que tel egrafar é a úni ca manei ra de entrar em contato com el e, e
podem pas s ar di as antes que a mi nha mens agem chegue até el e. E u ti ve um
pal pi te de que í amos preci s ar de s eus cons el hos . E u me s i nto mal , pedi ndo-
l he para fazer proj etos que não s ão para o doutorado, mas —"
" Quem s e preocupa com o s eu doutorado? Abençoada s ej a!" Gri tou Bonni e
fel i zmente. " Você fez mui to bem!"
" E ntão venha aj ei tar os pés da Sra. Forbes pra ci ma da cama. Você pode
fazê-l o s e você s e apoi ar."
A cama era uma Cal i forni a ki ng-s i ze {15} . A Sra. Forbes es tava dei tada
nel a, em um ângul o atraves s ado, como uma boneca j ogada no chão. M as
Bonni e parou próxi mo ao pé da cama. " Carol i ne vai me agarrar."
" Não, el a não vai . Vamos Bonni e. Bas ta pegar as pernas da Sra. Forbes e
dar um empurrão... "
" Se eu chegar tão perto da cama, el a vai me agarrar!"
" Por que el a fari a i s s o?"
" Porque el a s abe o que me as s us ta! E agora que eu di s s e i s s o, el a com
certeza vai ."
" Se el a te agarrar, eu chuto a cara del a."
" Sua perna não é tão l onga. Iri a bater no troci nho da mol dura de metal da
cama—"
" Ah, pel o amor de Deus , Bonni e! Apenas me aj udeeeeeee! " A úl ti ma
pal avra foi um gri to a todo pul mão.
" M eredi th—" começou Bonni e, e então el a gri tou também.
" O que foi ?"
" E l a es tá me agarrando!"
" E l a não pode! E l a es tá me agarrando! Ni nguém tem braços tão l ongos !"
" Ou tão fortes ! Bonni e! E u não cons i go fazer el a me s ol tar!"
" Nem eu!"
E então todas as pal avras foram afogadas em gri tos .
***
Depoi s de l argar Tami com a pol í ci a, l evar E l ena ao bos que conheci do
como Fel l ’s State Park foi ... bem, um pas s ei o no parque. E ventual mente el es
paravam. E l ena dava al guns pas s os em di reção às árvores e fi cava de pé,
Chamando — como quer que s e faça i s s o. E ntão, el a vol tava para o Jaguar,
parecendo des ani mada.
" E u não tenho certeza de que Bonni e não fari a mel hor do que i s s o, "
di s s e ao M att. " Se cons egui rmos no forçar a fazer i s s o à noi te."
M att es tremeceu i nvol untari amente. " Duas noi tes foram o s ufi ci ente."
" Sabe, você nunca me contou s ua hi s tóri a daquel a pri mei ra noi te. Ou
pel o menos , não quando eu cons egui a entender pal avras , pal avras
pronunci adas ."
" Bem, eu es tava di ri gi ndo em vol ta como hoj e, exceto que era do outro
l ado do Bos que Anti go — perto da área do Carval ho Quebrado pel o Rai o...?"
" Certo."
" Quando bem no mei o do cami nho aparece al guma coi s a."
" Uma rapos a?"
" Bem, aqui l o era vermel ho na parte di antei ra, mas não era como
qual quer rapos a que eu j á vi . E eu venho di ri gi ndo por es ta es trada des de que
eu pos s o di ri gi r."
" Um l obo?"
" Como um l obi s omem, você quer di zer? M as não — E u j á vi l obos na l uz
da l ua e el es s ão mai ores . Is s o es tava bem no mei o. "
" E m outras pal avras , " di s s e E l ena, es trei tando os ol hos l ápi s -l azúl i
" uma cri atura úni ca."
" Tal vez. Com certeza era di ferente do mal ach que mas ti gou o meu
braço."
E l ena as s enti u. M al achs podi am tomar todos os ti pos de formas
di ferentes , pel o que el a s abi a. M as el es eram i rmãos de uma manei ra: todos
el es uti l i zam poder e todos el es preci s am de uma di eta de Poder para vi ver. E
el es podi am s er mani pul ados por um poder mai s forte do que el es ti nham.
E el es eram i ni mi gos venenos os dos humanos .
" Portanto, tudo o que real mente s abemos é que não s abemos nada."
" Certo. E s s e era o l ugar, onde a coi s a apareceu. E l e s i mpl es mente
pareceu de repente no mei o do — hey! "
" Vá para a di rei ta! Bem aqui ! "
" Exatamente assi m! Foi exatamente assi m! "
O Jaguar gui nchou e quas e parou, ao vi rar a di rei ta, não para uma val a,
mas para uma pequena vi el a que ni nguém notari a a menos que es ti ves s em
ol hando di retamente para el a.
Quando o carro parou, ambos ol haram para a vi el a, com a res pi ração
árdua. Ambos não preci s aram perguntar s e o outro ti nha vi s to uma cri atura
avermel hada cruzar a es trada, mai or do que uma rapos a, mas menor do que
um l obo.
E l es ol haram para a vi el a es trei ta.
" A grande ques tão: devemos i r atrás ?" M att perguntou.
" Sem pl acas de ‘M ANTE NHA A DISTÂNCIA" e quas e nenhuma cas a
des te l ado do bos que. Do outro l ado da rua e para bai xo há a cas a dos
Duns tans ."
" E ntão nós vamos entrar?"
" Nós vamos entrar. Bas ta i r devagar. É mai s tarde do que eu pens ava."
***
M eredi th, é cl aro, foi a pri mei ra a s e acal mar. " Tudo bem, Bonni e, "
di s s e el a. " Pare com i s s o! Agora! Is s o não vai aj udar em nada aqui !"
Bonni e não achou que poderi a parar. M as M eredi th ti nha aquel e ol har
es peci al em s eus ol hos es curos , que s i gni fi cava que el a es tava fal ando s éri o.
E ra o ol har que el a teve antes de dei tar Carol i ne no chão do Stefan.
Bonni e fez um es forço s upremo e des cobri u que de al guma forma el a era
capaz de s egurar os próxi mos gri tos . E l a ol hou s i l enci os amente para
M eredi th, s enti ndo a agi tação de s eu própri o corpo.
" Bom. Bom, Bonni e. Agora." M eredi th engol i u. " Puxar também não
aj uda em nada. E ntão eu vou tentar... arrancar os dedos del a. Se al go acontecer
a mi m, s e eu for — puxada pra debai xo da cama ou qual quer coi s a, então você
corre Bonni e. E s e você não puder correr, então você chama E l ena e M att. Você
chama até obter uma res pos ta."
Bonni e fez al go quas e herói co em s egui da. E l a s e recus ou a i magi nar a
cena da M eredi th s endo puxado s ob a cama. E l a não i ri a dei xar-s e i magi nar
como pareceri a M eredi th l utando com todas as forças , des aparecendo, ou como
el a s e s enti ri a, total mente s ozi nha depoi s di s s o. Ambas ti nham dei xado s uas
bol s as com s eus cel ul ares na entrada para carregar a Sra. Forbes , então
M eredi th não es tava di zendo para chamá-l os no s enti do normal . E l a qui s
di zer Chamar el es .
Uma s úbi ta e radi cal expl os ão de i ndi gnação varreu Bonni e. Para que as
meni nas carregam bol s as afi nal de contas ? M es mo a efi ci ente e confi ável
M eredi th mui tas vezes o fazi a. Cl aro que as bol s as de M eredi th eram
geral mente bol s as de mão que combi navam com s uas roupas e es tavam chei as
de coi s as útei s , como mi ni notebooks e l anternas -chavei ros , mas ai nda
as s i m... um meni no teri a o s eu cel ul ar no bol s o.
De agora em di ante, eu i rei us ar uma pochete, Bonni e pens ou,
s enti ndo-s e como s e es ti ves s e l evantando uma bandei ra rebel de contra as
meni nas de todos os l ugares , e por apenas um momento o s enti mento de
pâni co também recuou.
E ntão el a vi u M eredi th i ncl i nando-s e, uma fi gura encurvada na
penumbra, e no mes mo i ns tante el a s enti u o aperto no s eu própri o tornozel o
apertar. Apes ar de s eu pâni co el a ol hou para bai xo e vi u o contorno dos dedos
bronzeados com l ongas unhas cor de bronze de Carol i ne contra o branco cremos o
do tapete.
Pâni co expl odi u nel a outra vez, com força total . E l a fez um s om
es trangul ado que era um gri to s ufocado e para o s eu própri o es panto, el a
es pontaneamente entrou em trans e e começou a Chamar.
Não foi o fato de que el a es tava fazendo i s s o que a s urpreendeu. Foi o que
el a es tava di zendo.
Damon! Damon! Estamos presas na casa de Caroli ne e ela enlouqueceu!
Aj ude!
Is s o fl ui u para fora del a como uma corrente de água s ubterrânea que
ti nha s i do aberta de repente, s ol tando um gêi s er.
Damon, ela me prendeu pelo tornozelo — e ela não vai me soltar! Se ela puxar Meredi th pra
bai xo, eu não sei o que vou fazer! Aj ude-me!
Vagamente, porque o trans e es tava bom e profundo, el a ouvi u M eredi th
di zer: " Ah-hah! Is s o parecem dedos , mas na verdade s ão ramos . Deve s er um
dos tentácul os que M att nos fal ou a res pei to. E s tou — tentando — romper —
uma das vol tas ... "
De uma vez s ó houve um gui ncho em debai xo da cama. E não apenas de
um l ugar, tampouco, mas mas s i vas chi cotadas e chacoal hadas que real mente
agi taram o col chão para ci ma e para bai xo, mes mo com a pobre Sra. Forbes
s obre el e.
Deve haver dezenas des s es i ns etos l á embai xo.
Damon, são aquelas coi sas! Mui tas delas. Oh, Deus, eu acho que vou desmai ar. E se eu
desmai ar —e se Caroli ne me puxar pra bai xo... Ah, por favor, venha e aj ude!
" Droga!" M eredi th es tava di zendo. " E u não s ei como M att cons egui u
fazer i s s o. É mui to apertado, e — e eu acho que há mai s de um tentácul o
aqui ."
Está tudo acabado, Bonni e envi ou em uma qui eta concl us ão, s enti ndo-s e
começar a cai r de j oel hos . Nós vamos morrer.
" Sem dúvi da — es s e é o probl ema com os humanos . M as não ai nda, "
di s s e uma voz por trás del a, e um braço forte enrol ou-s e em torno del a,
l evantando s eu pes o faci l mente. " Carol i ne, a di vers ão acabou. E u fal o s éri o.
Sol te!"
" Damon?" Bonni e engas gou. " Damon? Você vei o!"
" Toda aquel a choradei ra me dá nos nervos . Is s o não quer di zer—"
M as Bonni e não es tava ouvi ndo. E l a não es tava nem pens ando. E l a
ai nda es tava mei o em trans e e não era res pons ável ( el a deci di u i s s o depoi s )
por s uas própri as ações . E l a não era el a mes ma. E ra outra pes s oa que entrou
em êxtas e quando o aperto em s eu tornozel o afrouxou, e outra pes s oa que gi rou
s ob o aperto de Damon e j ogou s eus braços em vol ta de s eu pes coço e bei j ou-o na
boca.
E ra outra pes s oa, também, que s enti u o s obres s al to de Damon, ai nda
com os braços em vol ta del a, e que notou que el e não fez qual quer tentati va
para s e afas tar o bei j o. E s s a pes s oa também percebeu, quando fi nal mente el a
s e i ncl i nou para trás , que a pel e de Damon, pál i da na penumbra, pareci a
quas e como s e ti ves s e corado.
E i s s o foi quando M eredi th endi rei tou-s e l entamente e dol oros amente,
do outro l ado da cama, que ai nda es tava pul ando pra ci ma e para bai xo. E l a não
ti nha vi s to nada do bei j o, e ol hou para Damon como s e el a não pudes s e
acredi tar que el e es tava real mente al i .
E l a es tava em uma grande des vantagem, e Bonni e s abi a que el a s abi a
di s s o. E s ta era uma daquel as s i tuações em que qual quer outra pes s oa es tari a
demas i adamente frus trada para fal ar, ou até mes mo gaguej ar.
M as M eredi th apenas res pi rou fundo e di s s e bai xi nho: " Damon.
Obri gada. Você acha que, s eri a mui to trabal ho fazer o mal ach me l argar
também?"
Agora Damon pareci a s eu anti go eu. E l e deu um s orri s o bri l hante
vi s ando al go que ni nguém mai s al ém del e podi a ver e di s s e cruel mente: " E ,
o res to de vocês ai em bai xo — fora!" E l e es tal ou os dedos .
A cama parou de s e mover i ns tantaneamente.
M eredi th s e afas tou, e fechou os ol hos por um momento em al í vi o.
" Obri gada novamente, " di s s e el a, com a di gni dade de uma pri nces a,
mas ardentemente. " E agora, você acha que poderi a fazer al guma coi s a a
res pei to de Caro—"
" Agora, " Damon a cortou ai nda mai s rudemente do que o habi tual , " eu
tenho que correr." Ol hou para o Rol ex no pul s o. " Já pas s a das 4: 44, e eu tenho
um compromi s s o para o qual j á es tou atras ado. Faça a vol ta aqui e apoi e es s e
pacote verti gi nos o. E l a não es tá compl etamente fi rme pra fi car em pé
s ozi nha."
M eredi th apres s ou-s e em trocar de l ugar com el e. Nes s e momento,
Bonni e des cobri u que s uas pernas j á não es tavam bal ançando.
" E s pere um mi nuto, contudo, " M eredi th di s s e rapi damente. " E l ena
preci sa fal ar com você- desesperadamente—"
M as Damon j á ti nha i do embora, como s e ti ves s e domi nado a arte de
s i mpl es mente des aparecer, nem mes mo es perando pel o agradeci mento de
Bonni e. M eredi th pareci a es pantada, como s e el a ti ves s e ti do certeza de que a
menção do nome de E l ena i ri a i mpedi -l o de i r, mas Bonni e ti nha outra coi s a
em s ua mente.
" M eredi th, " Bonni e s us s urrou, col ocando doi s dedos na boca em
es panto. " E u o bei j ei !"
" O quê? Quando?"
" Antes de você l evantar. E u — nem s equer s ei como aconteceu, mas eu
fi z i s s o! "
E l a es perava al gum ti po de expl os ão de M eredi th. E m vez di s s o,
M eredi th ol hou pens ati va e murmurou: " Bem, tal vez não tenha s i do uma
coi s a tão má a fazer, depoi s de tudo. O que eu não entendo é por que el e
apareceu em pri mei ro l ugar. "
" Uh. Is s o fui eu também. E u o chamei . E u não s ei como i s s o aconteceu
tampouco—"
" Bem, não há nenhum moti vo em tentar des cobri r i s s o aqui ." M eredi th
vi rou-s e para a cama. " Carol i ne, você vai s ai r daí ? Você vai s e l evantar e ter
uma convers a normal ?"
Houve um s i l vo ameaçador repti l i ano debai xo da cama, j unto com o
chi cotear de tentácul os e um outro barul ho que Bonni e nunca ti nha ouvi do
antes , mas que a aterrori zou i ns tantaneamente, como o bater de uma pi nça
gi gante.
" Is s o é res pos ta s ufi ci ente para mi m, " di s s e el a, e pegou M eredi th
para arras tá-l a para fora do quarto.
M eredi th não preci s ava s er arras tada. M as pel a pri mei ra vez naquel e
di a el as ouvi ram a voz zombetei ra de Carol i ne, i nfanti l mente al ta.
" B onni e e Damon sentados emuma árvore B -E-I-J-A-N-D-O. Pri mei ro vemo amor, depoi s
vemo casamento; Então vemumvampi ro emumcarri nho de bebê."
M eredi th parou no corredor. " Carol i ne, você s abe que i s s o não vai aj udar
no fi nal das contas . Sai a daí —"
A cama entrou em frenes i , al vej ando e el evando. Bonni e vi rou-s e e
correu, e el a s abi a que M eredi th es tava bem atrás del a. M as mes mo as s i m
el as não cons egui ram dei xar de ouvi r as ul ti mas pal avras cantadas :
" Vocês não s ão mi nhas ami gas , vocês s ão ami gas da vag abunda. E s perem
s ó! E s perem s ó! "
Bonni e e M eredi th pegaram s uas bol s as e dei xaram a cas a.
" Que horas s ão?" Bonni e perguntou, quando es tavam em s egurança no
carro de M eredi th.
" Quas e ci nco."
" Pareceu tão mai s !"
" E u s ei , mas ai nda temos horas de l uz do di a res tantes . E , por fal ar
ni s s o, recebi uma mens agem de texto de E l ena."
" Sobre a Tami ?"
" E u vou te contar. M as pri mei ro—" Foi uma das poucas vezes que
Bonni e vi u M eredi th parecer embaraçada. E fi nal mente, el a dei xou s ai r:
" Como foi ?"
" Como foi o quê?"
" Bei j ar Damon, s ua bes ta!"
20
" Ohhhh." Bonni e derreteu-s e no banco do carro. " Foi como... capow ! Zap!
Zow i e! Como... fogos de arti fí ci o!
" Você es tá s orri dente!"
" E u não es tou s orri dente, " Bonni e di s s e com di gni dade. " E s tou
s orri ndo de s audades . Al ém di s s o..."
" Al ém di s s o, s e você não ti ves s e chamado-o, nós ai nda es tarí amos
pres as nes te horror de quarto. Obri gada, Bonni e. Você nos s al vou."
Abruptamente, M eredi th es tava no s eu máxi mo de s eri edade e s i nceri dade.
" Acho que E l ena es tava certa quando di s s e que el e não odi ava todos os
humanos , " Bonni e di s s e vagaros amente. " M as , você s abe, eu acabei de
perceber. Não podi a ver a aura del e nem um pouco. Tudo o que eu podi a ver era
negro: pl ano, negro e rí gi do, como um es cudo ao redor del e."
" Tal vez s ej a as s i m que el e protege a s i mes mo. E l e faz um es cudo para
que ni nguém vej a por dentro."
" Tal vez, " di s s e Bonni e, mas havi a um tom preocupado na voz del a. " E a
res pei to daquel a mens agem vi nda da E l ena?"
" Di z que defi ni ti vamente Tami Bryce es tá agi ndo es tranhamente e que
el a e M att es tão s ai ndo para veri fi car Bos que Anti go."
" Tal vez s ej a el e quem el es vão encontrar — Damon, eu quero di zer. Às
4: 44, como el e di s s e. Pena que não podemos l i gar para el a."
" E u s ei , " M eredi th di s s e s ombri amente. Todos em Fel l ’s Church
s abi am que não havi a nenhuma recepção no Bos que Anti go ou na área do
cemi téri o. " M as vá em frente e tente de qual quer manei ra."
Bonni e tentou, e como s empre cons egui u uma mens agem que di zi a não
haver recepção. E l a bal ançou a cabeça. " Não adi antou. E l es j á devem es tar no
bos que."
" Bem o que el a quer é que nós s i gamos em frente para darmos uma
ol hada em Is obel Sai tou — você s abe, porque el a é namorada de Ji m Bryce."
M eredi th fez uma curva. Is s o me l embra, Bonni e: você cons egui u dar uma
ol hada na aura de Carol i ne? Você acha que el a tem uma daquel as coi s as ...
dentro del a?
" Acho que s i m. E u vi a aura del a e ugh, nunca mai s quero vê-l a. E l a
cos tumava s er um ti po de verde-bronze profundo, mas agora el a es tá toda
cas tanha barrenta com rai os pretos em zi guezague. Não s ei s e i s to s i gni fi ca
que uma daquel as coi s as es tava dentro del a, mas el a não s e i ncomodava em
s e aconchegar com el es !" Bonni e es tremeceu.
" Ok, " — M eredi th di s s e s uavemente. " E u s ei o que di ri a s e eu
ti ves s e que dar um pal pi te... e s e você vai fi car enj oada, eu vou parar."
Bonni e engol i u em s eco. " E u es tou bem. M as nós es tamos de verdade
i ndo para a cas a de Is obel Sai tou?"
" Nós es tamos de verdade i ndo l á. E fal ando ni s s o, es tamos quas e l á.
Vamos s ó pentear os cabel os , res pi rar fundo e acabar l ogo com i s s o. Quão bem
você a conhece?"
" Bem, el a é es perta. Nós não ti vemos nenhuma aul a j untas . M as
ambas s aí mos do atl eti s mo ao mes mo tempo — el a ti nha um coração agi tado ou
al go as s i m, e eu cos tumava fi car com uma as ma terrí vel ..."
" De qual quer es forço, exceto dançar, que você podi a fi car dançando por
toda a noi te, " M eredi th di s s e s ecamente. " De todo j ei to, eu não a conheço
di rei to. Como el a é?"
" Bem, agradável . Se parece um pouco com você, exceto que as i áti ca. M ai s
bai xa que você — da al tura de E l ena, mas mai s magra. M ei o boni ta. Um
pouco tí mi da — do ti po qui eta, você s abe. M ei o di fí ci l de conhecer. E ...
agradável ."
" Tí mi da, qui eta e agradável s oam bem para mi m."
" Para mi m também, " di s s e Bonni e, apertando s uas mãos s uadas
j untas aos s eus j oel hos . O que s oava ai nda mel hor, el a pens ou, era que
Is obel não es ti ves s e em cas a.
No entanto, havi a vári os carros es taci onados na frente da cas a dos Sai tou.
Bonni e e M eredi th bateram na porta hes i tantemente, cons ci entes do que
havi a aconteci do na úl ti ma vez que ti nham fei to i s s o.
Foi Ji m Bryce quem atendeu, um rapaz al to e magro, que não ti nha
preenchi do s uas formas todas ai nda e curvava-s e um pouco. O que Bonni e
achou i ncrí vel foi a mudança na expres s ão no ros to del e enquanto el e
reconheci a M eredi th.
Quando atendeu a porta, el e pareci a horrí vel , s eu ros to branco por bai xo
de um bronzeado, s eu corpo de al guma forma amas s ado. Quando el e vi u
M eredi th, al gumas cores vol taram para s eu ros to e el e pareceu... bem, s e
al i s ar como um pedaço de papel . E l e fi cou mai s al to.
M eredi th não di s s e uma pal avra. E l e s ó deu um pas s o adi ante e col ocou
s eus braços ao redor del e. E l e s e agarrou a el a como s e ti ves s e medo que el a
fos s e fugi r, e enterrou s eu ros to nos cabel os negros del a.
" M eredi th."
" Apenas res pi re, Ji m. Res pi re."
" Você não s abe como tem s i do i s to. M eus pai s s aí ram porque meu bi s avô
es tá real mente doente — acho que el e es tá morrendo. E então a Tami -
Tami ..."
" Di ga-me devagar. E conti nue res pi rando."
" E l a j ogou facas , M eredi th. Facas de açouguei ro. E l e me acertou aqui
na perna." Ji m puxou s ua cal ça para mos trar uma pequena fenda de um
buraco no teci do na parte i nferi or da coxa.
" Você tomou uma vaci na anti -tétano recentemente?" M eredi th es tava no
s eu máxi mo de efi ci ênci a.
" Não, mas não é real mente um grande corte. É uma feri da de ras pão,
enfi m."
" E s tas s ão exatamente as do ti po que s ão mai s peri gos as . Você preci s a
chamar o Dra. Al pert agora mes mo." A vel ha Dra. Al pert era uma i ns ti tui ção
em Fel l ’s Church: uma médi ca que fazi a atendi mentos até em cas a, em um
paí s onde trans portar uma mal eti nha preta e um es tetos cópi o era um
comportamento bas tante i nédi to.
" Não posso. E u não pos s o s ai r..." Ji m bal ançou a cabeça para trás em
di reção ao i nteri or da cas a como s e el e não cons egui s s e di zer um nome.
Bonni e puxou a manga de M eredi th. " Tenho um mau pres s enti mento
s obre i s s o." el a as s obi ou.
M eredi th retornou a Ji m. " Você quer di zer Is obel ? Onde es tão os pai s
dela?"
" Is a-chan, quero di zer Is obel , eu apenas a chamo de Is a-chan, você
s abe..."
" E s tá tudo bem, " di s s e M eredi th. " Só di ga o que vem natural mente.
Conti nue."
" Bem, Is a-chan tem s omente s ua avó, e a Vovó Sai tou nem des ce mui to
as es cadas . Há um tempo, eu fi z o al moço del a e el a pens ou que eu fos s e — o
pai da Is obel . E l a fi ca... confus a."
M eredi th ol hou de l ado para Bonni e e di s s e, " E Is obel ? E l a es tá
também confus a?"
Ji m fechou s eus ol hos , parecendo profundamente i nfel i z. " E u gos tari a
que você entras s e e, bem, apenas convers as s e com el a."
O mau pres s enti mento de Bonni e es tava fi cando pi or. E l a não poderi a
real mente s uportar outro s us to como o da cas a de Carol i ne — e certamente el a
não ti nha a força neces s ári a para Chamar novamente, mes mo s e Damon não
es ti ves s e com pres s a para chegar a al gum l ugar.
M as M eredi th s abi a de tudo i s s o, e el a es tava l he dando um ol har que
não podi a s er negado. E l e também prometi a que, não i mporta o que, M eredi th
i ri a proteger Bonni e.
" E l a es tá machucando al guém? Is obel ?" Bonni e s e ouvi u perguntando
as s i m que el es cruzaram pel a cozi nha e em di reção ao quarto, no fi nal do
corredor.
E l a mal podi a ouvi r Ji m s us s urrar. " Si m."
E então, como Bonni e gemeu i nternamente, el e adi ci onou, " E l a
mes ma."
O quarto de Is obel era exatamente o que você es perari a de uma meni na
qui eta e es tudi os a. Pel o menos um l ado era. O outro l ado pareci a como s e uma
grande onda ti ves s e j ogado tudo para ci ma e para bai xo novamente. Is obel
es tava s entada no mei o des ta bagunça, como uma aranha em uma tei a.
M as não foi i s s o que fez o i ntes ti no de Bonni e s e agi tar. Foi o que Is obel
es tava fazendo. E l a ti nha di s pos to ao l ado de s ua cama o que pareci a mai s com
um ki t de l i mpeza de feri das da Sra. Fl owers , mas el a não es tava curando
nada.
E l a es tava s e perfurando.
E l a j á ti nha fei to i s s o nos l ábi os , no nari z, na s obrancel ha, nas
orel has , mui tas vezes . O s angue es tava es correndo de todos es tes l ugares ,
pi ngando e cai ndo nos l ençói s de s ua cama des fei ta. Bonni e vi u tudo i s s o
as s i m que Is obel ol hou para el as com uma careta, exceto que s ó a metade da
careta es tava l á. No l ado perfurado, a s obrancel ha não s e movi a.
A aura del a es tava l aranj a e des pedaçada e atraves s ada por mui tas
amarrações pretas .
Bonni e s abi a, de uma s ó vez, que el a i a fi car enj oada. E l a s abi a di s s o
com o profundo conheci mento que conqui s tou todo o cons trangi mento o qual a
envi ou voando para a l i xei ra s em que el a nem s e l embras s e de tê-l a vi s to.
Graças a Deus havi a um s aco pl ás ti co branco a reves ti ndo, el a pens ou, e então
el a fi cou compl etamente ocupada por al guns mi nutos .
Os ouvi dos del a gravaram uma voz, mes mo que el a es ti ves s e pens ando
que es tava fel i z por não ter havi do al moçado.
" M eu Deus , você es tá l ouca? Is obel o que você fez a s i mes ma? Não s abe
o ti po de i nfecções você pode pegar... as vei as que pode ati ngi r... os mús cul os
que você pode paral i s ar...? E u acho que você j á perfurou os mús cul os em s ua
s obrancel ha — e você não deveri a estar sang rando ai nda a não ser que você tenha ati ng i do
vei as e artéri as."
Bonni e vomi tou s ecamente no l i xo, e cus pi u.
E s ó então el a ouvi u um barul ho s ubs tanci al .
E l a ol hou para ci ma, s abendo em parte o que i ri a ver. M as ai nda as s i m
foi um choque. M eredi th es tava i ncl i nada pel o que devi a ter s i do um s oco no
es tômago.
A próxi ma coi s a que Bonni e s oube era que el a es tava ao l ado de
M eredi th. " Oh meu Deus , el a te apunhal ou?" Uma feri da de
apunhal amento... profunda o s ufi ci ente no abdômen...
Obvi amente M eredi th não cons egui a res pi rar. De al gum l ugar, um
pouco de cons el ho vi ndo de s ua i rmã M ary, a enfermei ra, fl utuou na mente
de Bonni e.
Bonni e bateu com as duas mãos nas cos tas de M eredi th, e de repente,
M eredi th tomou um grande gol e de ar.
" Obri gada, " el a es tava di zendo fracamente, mas Bonni e j á es tava a
arras tando para l onge, l onge da ri s onha Is obel e de uma col eção das mai ores
unhas do mundo e da es fregação de ál cool e outras coi s as que el a ti nha em
uma bandej a de café da manhã ao l ado del a.
Bonni e al cançou a porta e quas e col i di u com Ji m, que ti nha uma toal ha
mol hada nas mãos . Para el a, s upôs . Ou tal vez para Is obel . Tudo o que Bonni e
es tava i nteres s ada era fazer M eredi th s e erguer abs ol utamente, para ter
certeza que não havi a furos nel a.
" E u cons egui — ti rar da mão del a — antes de el a me acertar, " di s s e
M eredi th, ai nda res pi rando dol oros amente, as s i m que Bonni e es caneou
ans i os amente a cal ça cors ári o. " E u terei um hematoma, s ó i s s o."
" E l a te acertou também?" Di s s e Ji m em des âni mo. Só que el e não di s s e.
Sus s urrou.
Pobre rapaz, Bonni e pens ou, fi nal mente s ati s fei ta que M eredi th não
es tava feri da. Você não tem i dei a do que es tá acontecendo com Carol i ne, s ua
i rmã Tami e s ua namorada. Como você poderi a?
E s e nós l he contás s emos , você s i mpl es mente pens ari a que éramos
mai s duas meni nas mal ucas .
" Ji mmy, você deve chamar o Dra. Al pert i medi atamente, e então, eu acho
que el as deverão i r para o hos pi tal em Ri dgemond. Is obel j á fez danos
permanentes nel a mes ma — s abe Deus quanto. Todas aquel as perfurações
certamente s e tornarão i nfecci os as . Quando el a começou i s to?"
" Hum, bem... el a começou pri mei ro a agi r es tranho depoi s que Carol i ne
vei o vê-l a."
" Carol i ne!" Dei xou es capar Bonni e, confus a. " E l a es tava ras tej ando?"
Ji m l he l ançou um ol har. " Hei n?"
" E s queça a Bonni e; el a es tava bri ncando, " di s s e M eredi th faci l mente.
" Ji mmy, você não tem que nos di zer nada s obre Carol i ne s e não qui s er. Nós ...
bem, nós s abemos que el a es tava na s ua cas a."
" Todos s abem?" Ji m ques ti onou mi s eravel mente.
" Não, apenas M att, e el e s ó contou para nós para que al guém pudes s e
vi r checar s ua i rmã."
Ji m pareci a cul pado e feri do, de uma s ó vez. As pal avras foram
derramadas del e como s e el e as ti ves s e engarrafado e agora a rol ha es ti ves s e
fora da garrafa.
" E u não s ei mai s o que es tá acontecendo. Tudo o que eu pos s o di zer a
vocês é o que aconteceu. Faz al guns di as à tardi nha, " di s s e Ji m. " Carol i ne
vei o, e... quero di zer, eu nunca nem ti ve uma queda por el a. É ti po, cl aro, el a
é boni ta, e meus pai s foram embora e tudo, mas nunca pens ei que eu era o
ti po de cara... "
" Is to não tem i mportânci a agora. Apenas nos fal e s obre Carol i ne e
Is obel ."
" Bem, Carol i ne s e aproxi mou ves ti ndo es ta roupa que... bem o top es tava
prati camente trans parente. E el a apenas — apenas perguntou s e eu queri a
dançar e foi , como uma dança l enta e el a — el a me s eduzi u. E s tá é a verdade.
E na manhã s egui nte, el a s e foi — bem na hora em que M att vei o. Is s o foi
anteontem. E então eu notei Tami agi ndo... como l ouca. Nada que eu pudes s e
fazer a deteri a. Foi quando recebi uma l i gação de Is a-chan e... eu nunca ti nha
a ouvi do tão hi s téri ca. Carol i ne deve ter i do di reto da mi nha cas a para a del a.
Is a-chan di s s e que el a i a s e matar. Portanto, eu corri cá. Ti ve que fugi r de
Tami de qual quer j ei to poi s fi car em cas a s ó i ri a pi orar as coi s as ."
Bonni e ol hou para M eredi th e s abi a que el as es tavam pens ando a
mes ma coi s a: e emalg umlug ar no mei o, tanto Caroli ne e Tami fari amuma proposta a Matt.
" Carol i ne deve ter contado tudo para el a, " Ji m engol i u s eco. " Is a-chan e
eu não tí nhamos — nós es tamos es perando, você s abe? M as tudo que Is a-chan
di s s e para mi m era que eu i ri a l amentar. ‘Você s e l amentará, apenas es pere
e vej a, ’ mui tas e mui tas vezes . E , Deus , eu l amento."
" Bem, agora você pode parar de s e l amentar e começar a chamar o médi co.
Imedi atamente, Ji mmy." M eredi th l he deu tapa no tras ei ro. " E , então, você
preci s a chamar s eus pai s . Não me ol he com es s es grandes ol hos cas tanhos de
cachorro pi dão. Você é mai or de i dade, e eu não s ei o que el e podem fazer com
você por ter dei xado Tami s ozi nha es s e tempo todo."
" M as ..."
" M as s em mas . E s tou fal ando séri o, Ji mmy."
E ntão, el a fez o que Bonni e s abi a que fari a, mas es tava temendo. E l a s e
aproxi mou de Is obel novamente. A cabeça de Is obel es tava para bai xo, el a
es tava bel i s cando o umbi go com uma mão. Na outra, el a es tava s egurando um
prego l ongo e bri l hante.
M es mo antes que M eredi th pudes s e di zer al go, Is obel di s s e, " E ntão
você es tá ni s s o também. E u ouvi a forma que você o chamou ‘Ji mmy’. Você es tá
tentando de tudo pra ti rá-l o de mi m. Vocês todas , cadel as , es tão tentando me
machucar.
Bonni e s enti u uma res pi ração quente em s eu pes coço. Ofegante, el a deu
mei a vol ta — e gri tou. E g ri tou.
Is obel es tava l á, pi ngando s angue nos tapetes que cobri am o chão. E l a
ti nha de al guma forma pas s ado por Ji m e s e es guei rado até o quarto no andar
de ci ma, s em que ni nguém a vi s s e ou ouvi s s e. Agora el a es tava parada al i ,
como uma deus a dos pi erci ng s di s torci da, ou a materi al i zação de um pes adel o
horrí vel . E l a es tava ves ti ndo apenas uma parte debai xo de bi quí ni mui to
pequena. Cas o contrári o el a es tari a nua, exceto pel o s angue e pel os di ferentes
ti pos de aros , pregos e agul has que el a havi a pos to nos furos . E l a ti nha
perfurado partes do corpo que Bonni e nunca ti nha ouvi do fal ar que s e podi a
perfurar, e al gumas que Bonni e nunca ti nha s onhado. E cada buraco es tava
torto e s angrando.
Sua res pi ração es tava quente, féti da e naus eante — como ovos podres .
Is obel apontou s ua l í ngua ros ada. E l a não foi perfurada. Foi pi or. Com
al gum ti po de i ns trumento el a ti nha cortado o l ongo mús cul o em doi s de modo
que fi cas s e bi furcada como a de uma cobra.
A bi furcada coi s a ros a l ambeu a tes ta de Bonni e.
Bonni e des mai ou.
***
***
***
" Carol i ne!" Bonni e gras nava, andando de um l ado pra outro no quarto do
Stefan enquanto M eredi th fazi a outra coi s a no computador. " Como el a ousa?"
" E l a não ous a tentar atacar Stefan ou E l ena decl aradamente — por
caus a do j uramento, " di s s e M eredi th. " E ntão el a pens ou ni s s o para ati ngi r
a todos nós ."
" M as M att—"
" Oh, M att é aces s í vel , " di s s e M eredi th, s ombri a. " E , i nfel i zmente,
há a ques tão da prova fí s i ca em ambos ."
" O que você quer di zer? M att não—"
" Os arranhões , mi nha queri da, " di s s e a Sra. Fl owers tri s temente " do
s eu i ns eto de dentes afi ados . O empl as tro que col oquei terá curado-os o
s ufi ci ente para que s e pareça com arranhões de unha de uma garota — a es s a
al tura. E a marca que aqui l o dei xou em s eu pes coço..." a Sra. Fl owers tos s i u
del i cadamente. " Parece com o que no meu tempo era chamado de ‘chupão’.
" Tal vez um s i nal de um encontro que termi nou em força? Não que s eu ami go
fos s e capaz de fazer al go as s i m."
" E l embra-s e como Carol i ne pareci a quando a vi mos , Bonni e?"
M eredi th di s s e s ecamente. " Não o fato de andar ras tej ando por aí — eu apos to
qual quer coi s a que el a es tá andando mui to bem agora. M as o ros to del a. E l a
ti nha um ol ho fi cando roxo e uma bochecha i nchada. Perfei ta para o perí odo de
tempo."
Bonni e s enti u como s e todos ti ves s em doi s pas s os a s ua frente. " Que
perí odo de tempo?"
" Na noi te em que o i ns eto atacou M att. Foi na manhã depoi s des ta noi te
que o xeri fe l i gou e convers ou com el e. M att admi ti u que s ua mãe não o ti nha
vi s to a noi te toda, e aquel e cara da Vi gi l ânci a do Bai rro vi u M att di ri gi r até s ua
cas a e, bas i camente, des mai ar."
" Is s o foi por caus a do veneno do i ns eto. E l e ti nha acabado de l utar contra
o M al ach!"
" Nós s abemos di s s o. M as el es di rão que el e ti nha acabado de atacar
Carol i ne. A mãe de Carol i ne di fi ci l mente vai es tar apta para tes temunhar —
você vi u como el a es tava. E ntão, quem pode di zer que M att não es tava na cas a
de Carol i ne? E s peci al mente s e el e ti ves s e pl anej ando o ataque."
" Nós podemos di zer! Nós podemos nos res pons abi l i zar por el e—" Bonni e
parou a fras e de repente. " Não, eu acho que foi depoi s que el e s ai u daqui que
i s s o aconteceu. M as , não, tudo i s s o é errado!" E l a recuperou o ri tmo
novamente. " E u vi um des s es i ns etos de perto e era exatamente da manei ra
como M att des creveu..."
" E o que res ta des s e i ns eto agora? Nada. Al ém di s s o, el es vão di zer que
você di ri a qualquer coi sa por el e."
Bonni e não podi a mai s s uportar s i mpl es mente conti nuar andando de um
l ado pra outro. E l a ti nha que achar M att, ti nha que avi s á-l o — i s s o s e el as
pudes s em ao menos encontrar el e ou E l ena. " E u pens ei que você era quem
não podi a es perar mai s nem um mi nuto para encontrá-l os , " di s s e el a
acus atori amente para M eredi th.
" E u s ei ; era eu. M as eu ti nha que procurar uma coi s a — e al ém do
mai s eu queri a tentar mai s uma vez enxergar aquel a pági na que s ó os
vampi ros s upos tamente cons eguem l er. O tal Shi no Shi . M as eu al terei a tel a
de todas as manei ras que eu pude pens ar, e s e há al go es cri to aqui , eu
certamente não pos s o encontrá-l o."
" M el hor não des perdi çar mai s tempo com el a, então, " Sra. Fl owers
di s s e. " Vamos , vi s ta s ua j aqueta, mi nha queri da. Devemos i r com o Wheel er
Amarel o{23} ou não?"
Por apenas um momento Bonni e teve uma l ouca vi s ão de um veí cul o
puxado por um caval o, uma es péci e de carruagem da Ci nderel a, mas não em
forma de abóbora. E ntão el a s e l embrou de ter vi s to o anti go carro da Sra.
Fl owers , um Ford model o T — pi ntado de amarel o — es taci onado dentro do que
deveri a s er o es tábul o anti go pertencente à pens ão.
" Nós nos demos mel hor a pé do que nós ou M att s e deu quando i a de
carro, " di s s e M eredi th, dando um odi os o cl i que fi nal nos control es da tel a do
computador. " E s távamos mai s móvei s do que — oh, meu Deus ! Conseg ui ! "
" Cons egui u o quê?"
" O s i te. Venham ver i s to."
Tanto Bonni e quanto a Sra. Fl owers foram para o computador. A tel a es tava
verde bri l hante com uma es cri ta verde es cura fi na e fraca.
" Como você fez i s s o?" Bonni e perguntou enquanto M eredi th s e dobrava
para pegar um caderno e uma caneta para anotar o que vi am.
" E u não s ei . E u s ó apertei os botões das confi gurações de cores uma
úl ti ma vez — eu j á ti nha tentado mudar na E conomi a de E nergi a, Bateri a
Bai xa, Al ta Res ol ução, Al to Contras te, e todas as combi nações que eu poderi a
i magi nar"
E l as ol haram as pal avras .
***
***
" O que é i s s o?" Damon exi gi u. E l e ti nha s i do forçado a dei xar Shi ni chi
conduzi -l o uma vez que es tavam fora do carro novo, mas el e ai nda manteve o
kekkai frouxamente em torno del e e el e ai nda obs ervava cada movi mento que a
rapos a fazi a. E l e não confi ava nel e des de — bem, o fato é que, el e não
confi ava nel e em tudo. " O que es tá por trás da barrei ra?" di s s e el e de novo,
mai s rudemente, apertando a corda em vol ta do pes coço da ki ts une.
" Nos s a pequena cabana — mi nha e de M i s ao."
" E pos s i vel mente não s eri a uma armadi l ha, não é?"
" Se você pens a as s i m, óti mo! E u vou s ozi nho..." . Shi ni chi ti nha
fi nal mente s e trans formado em uma forma mei o-rapos a, mei o-humana:
cabel os pretos até a ci ntura, com chamas de cor rubi l ambendo a parti r das
pontas , uma cauda de s eda com a mes ma col oração acenando atrás del e, e
duas s uaves orel has carmes i m que s e contrai am no topo da cabeça.
Damon aprovou es teti camente, mas o mai s i mportante, el e agora ti nha
um ponto mel hor onde s egurar. E l e pegou Shi ni chi pel o rabo e torceu.
" Pare com i s s o!"
" E u vou parar quando eu pegar E l ena — a menos que o s eu cami nho
até el a s ej a i ntenci onal . Se el a es ti ver machucada, eu vou pegar quem quer
que a machucou e cortá-l o em pedaços . Sua vi da es tá perdi da."
" Não i mporta quem el e s ej a?"
" Não i mporta quem."
Shi ni chi tremi a um pouco.
" Você es tá com fri o?"
" ... apenas ... admi rando a s ua determi nação." M ai s tremores não
i ntenci onai s . Quas e s acudi ndo todo o s eu corpo. Ri ndo?
" A cri téri o de E l ena, gos tari a de mantê-l os vi vos . M as , em agoni a."
Damon torceu o rabo mai s forte. " M exa-s e!"
Shi ni chi deu mai s um pas s o e uma cabana de campo entrou à vi s ta, com
um cami nho de cas cal ho que conduzi a entre trepadei ras s el vagens que
s eguravam a varanda e pendi am como pi ngentes .
E ra pri moros o.
***
***
***
Damon cui dou de E l ena e cochi l ou, cui dou e cochi l ou. No banhei ro
perfei tamente equi pado, el e encontrou uma es cova e um pente de cas co de
tartaruga. E l es pareci am s er útei s . E uma coi s a el e s abi a ao certo: o cabel o de
E l ena nunca ti nha s i do as s i m em toda s ua vi da — ou não vi da. E l e tentou
pas s ar a es cova s uavemente através de s eu cabel o e des cobri u que os
emaranhados eram mui to mai s di fí cei s de s ai r do que el e i magi nava.
Quando el e puxou mai s forte com a es cova, el a s e moveu e murmurou
naquel e es tranho i di oma de s eus s onhos .
E , fi nal mente, es s e era o cabel o que deveri a s er. E l ena, s em abri r os
ol hos , es tendeu a mão e pegou a es cova da mão del e e depoi s , quando ati ngi u
um grande emaranhado, franzi u a tes ta, chegou até agarrar um punhado e
tentar pas s ar a es cova por el e. Damon s i mpati zou-s e. E l e teve cabel os l ongos
al gumas vezes durante os s écul os de s ua exi s tênci a — quando não poderi a
s er aj udado, e apes ar de s eu cabel o s er tão natural mente fi no como o de
E l ena, el e conheci a a s ens ação frus trante de s e es tar arrancando s eus
cabel os pel as raí zes . Damon es tava pres tes a tomar a es cova del a novamente,
quando el a abri u os ol hos .
" O que-?" , el a di s s e, e então el a pi s cou.
Damon ti nha fi cado tens o, pronto para empurrá-l a para um bl ackout
( apagão) mental s e fos s e neces s ári o. M as el a nem s equer tentou acertá-l o
com a es cova.
" O quê... aconteceu?" O que E l ena es tava s enti ndo era cl aro: el a não
gos tava di s s o. E l a es tava des contente com outro des pertar com apenas uma vaga
i déi a do que es tava acontecendo enquanto el a dormi a.
Com Damon, pronto para l utar ou fugi r, ol hando o s eu ros to, el a
l entamente começou a reuni r as i nformações do que havi a aconteci do com el a.
" Damon?" E l a deu-l he um daquel es ol hares de l ápi s -l azúl i que não s e
podi a s us tentar.
O ol har di zi a, estou sendo torturada, ou cui dada, ou você é apenas um espectador
i nteressado, apreci ando a dor de alg uémenquanto bebi a umcopo de conhaque?
" E l e s cozi nham com conhaque, pri nces a. E l es bebem Armagnac. E eu
não bebo... nenhum des s es , " di s s e Damon. E l e es tragou todo o efei to
acres centando rapi damente, " Is s o não é uma ameaça. Juro para você, Stefan
me dei xou como s eu guarda-cos tas ."
Is s o era tecni camente verdade s e você cons i derar os fatos : Stefan ti nha
gri tado, " É mel hor você ter certeza de que nada aconteça com E l ena, s eu
bas tardo duas -caras , ou eu vou achar um j ei to de vol tar e arrancar o s eu—" O
res to foi abafado na l uta, mas Damon ti nha captado a es s ênci a. E agora el e
as s umi u a tarefa s eri amente.
" Nada mai s vai te machucar, s e você me permi ti r cui dar de você, " el e
acres centou, agora entrando na área da fi cção, j á que, quem quer que a tenha
as s us tado ou puxado para fora do carro obvi amente ti nha es tado perto quando
el e também es tava. M as nada i ri a pegá-l a no futuro, el e j urou a s i mes mo.
M es mo s e el e ti ver errado da úl ti ma vez, de agora em di ante não haveri a mai s
ataques furti vos contra E l ena Gi l bert — ou al guém i ri a morrer.
E l e não es tava tentando es pi onar s eus pens amentos , mas como el a
ol hou em s eus ol hos por um l ongo momento, el es s e proj etaram com cl ari dade
— e mi s téri o total — as pal avras : eu s abi a que es tava certa. E ra outra pes s oa o
tempo todo. E l e s abi a que, s ob a s ua dor, E l ena s enti u uma enorme
s ati s fação.
" E u machuquei meu ombro." E l a aproxi mou a s ua mão di rei ta para
tocar, mas Damon a parou.
" Você o des l ocou, " di s s e Damon. " Is s o vai doer por um tempo."
" E o meu tornozel o... mas al guém... eu me l embro de es tar na fl ores ta e
ol hando para ci ma e l á es tava você. E u não cons egui a res pi rar, mas você
ras gou as trepadei ras de ci ma de mi m e me pegou em s eus braços ..." E l a
ol hou para Damon confus a. " Você me s al vou?"
A afi rmação ti nha o s om de uma pergunta, mas não era. E l a es tava
pens ando em al go que pareci a i mpos s í vel . E ntão começou a chorar.
A pri mei ra lág ri ma consci ente de soli dão de um bebê. As emoções de uma esposa i nfi el
quando o mari do a peg a como amante...
E tal vez uma garota chorando quando el a acredi ta que s eu i ni mi go a
s al vou da morte.
Damon rangeu os dentes de frus tração. O pens amento de que Shi ni chi
poderi a es tar as s i s ti ndo a i s s o, s enti ndo as emoções de E l ena, s aboreando-
as ... era i mpos s í vel de s uportar. Shi ni chi dari a a E l ena s ua memóri a de vol ta,
el e es tava certo di s s o. M as no tempo e l ugar mai s di verti do para el e.
" E s s e era o meu trabal ho, " di s s e el e fi rmemente. " E u j urei fazê-l o."
" Obri gado, " E l ena s us pi rou entre s ol uços . " Não, por favor — não s e
afas te. E u real mente quero di zer i s s o. Ohhh — há uma cai xa de l enços — ou
al go s eco?" Seu corpo es tava tendo s ol uços novamente.
O banhei ro perfei to ti nha uma cai xa de l enços . Damon trouxe de vol ta
para E l ena.
E l e des vi ou o ol har enquanto el a us ava, as s oando o nari z de novo e de
novo enquanto s ol uçava. Aqui não havi a encanto ou es pí ri to encantador,
nenhum des agradável e s ofi s ti cado caçador de demôni os , nenhum coquete
peri gos o. Havi a apenas uma meni na parti da pel a dor, ofegando como uma
corça feri da, s ol uçando como uma cri ança.
E s em dúvi da s eu i rmão s aberi a o que di zer a el a. E l e, Damon, não
ti nha i déi a do que fazer — exceto que el e s abi a que i a matar por i s s o.
Shi ni chi i ri a aprender o que s i gni fi cava confus ão quando Damon e E l ena
es tavam envol vi dos .
" Como você s e s ente?" perguntou el e brus camente. Ni nguém s eri a capaz
de di zer que el e s e aprovei tou di s s o — ni nguém s eri a capaz de di zer que el e
i ri a magoá- l a s ó para... para us á-l a.
" Você me deu o s eu s angue, " di s s e E l ena com admi ração, e quando el e
ol hou rapi damente para bai xo, para s ua manga enrol ada, el a acres centou,
" Não — é apenas uma s ens ação que eu ti ve. Quando eu vol tei a pri mei ra vez
— à Terra, depoi s da vi da em forma de es pí ri to. Stefan me dava o s eu s angue
e, eventual mente, eu me s enti ri a... des s a manei ra. M ui to quente. Um pouco
des confortável ."
E l e vi rou e ol hou para el a. " Des confortável ?"
" M ui to chei a — aqui ." E l a tocou o pes coço. " Nós pens ávamos que era
uma coi s a... s i mbi óti ca para os vampi ros e os s eres humanos que vi vem
j untos ."
" Para um vampi ro trans formando um humano em um vampi ro, que
quer di zer, " di s s e el e brus camente.
" E xceto que eu não mudei quando eu ai nda era um mei o-es pí ri to. M as
então — vol tei a s er humana." E l a s ol uçou, tentou um s orri s o patéti co, e us ou
a es cova novamente. " E u pedi ri a para você ol har para mi m e ver que eu não
mudei , mas ..." E l a fez um pequeno movi mento de des i mportânci a.
Damon s entou e i magi nou como teri a s i do as s i m, cui dar do es pí ri to-
cri ança E l ena. E ra uma i déi a tentadora.
E l e di s s e s em rodei os , " Quando você di s s e que es tava um pouco
des confortável antes , você qui s di zer que eu devo tomar um pouco do s eu
s angue?"
E l a des vi ou de l eve o ol har, então ol hou para trás . " E u di s s e que es tava
grata. E u di s s e a você que eu s enti ... mui to chei a. E u não s ei outra forma de
l he agradecer."
Damon ti nha s écul os de trei namento em di s ci pl i na ou el e teri a j ogado
al go do outro l ado da s al a. E ra uma s i tuação para fazer você ri r... ou chorar. E l a
es tava s e oferecendo para el e como agradeci mento por l he s al var do s ofri mento
que el e deveri a tê-l a s al vado, e fal hou.
M as el e não era herói . E l e não era como São Stefan, para recus ar es s e
prêmi o dos prêmi os ; qual quer condi ção, el a es tava dentro.
E l e a queri a.
30
M att ti nha des i s ti do das pi s tas . Pel o que el e podi a di zer, al guma coi s a
ti nha fei to E l ena i gnorar a cas a dos Duns tan e o cel ei ro compl etamente,
mancando até chegar a uma amas s ada e ras gada cama de fi nas trepadei ras .
E l as pendi am mol es nos dedos de M att, mas o l embraram,
i nqui etantemente, da s ens ação dos tentácul os do i ns eto em s eu pes coço.
E a parti r daí , não havi a nenhum s i nal de movi mento humano. E ra
como s e um OVNI a ti ves s e l evado.
Agora, depoi s de fazer i ncurs ões por todos os l ados até ter perdi do do
entrel açado de trepadei ras , el e es tava perdi do no profundo bos que. Se el e
qui s es s e, el e poderi a fantas i ar que todos os ti pos de ruí dos es tavam em torno
del e. Se el e qui s es s e, el e poderi a i magi nar que a l uz da l anterna não era
mai s tão bri l hante como era antes , que ti nha um tom amarel ado doenti o...
Todo es s e tempo, enquanto procurava, el e ti nha s e manti do o mai s qui eto
pos s í vel , percebendo que el e poderi a es tar tentando s e des l ocar s obre al go que
não queri a s ervi r de capacho. M as agora, em al gum l ugar dentro del e, al go
es tava i nchando, cres cendo e s ua capaci dade de s e conter foi enfraquecendo a
cada s egundo.
Quando i s s o expl odi u para fora de s i , s urpreendeu-o tanto como
qual quer pes s oa que pudes s e ouvi -l o.
" E l l l eeeeeeeeeeeeeeenaaaa!"
Des de quando el e era cri ança, M att ti nha s i do ens i nado a fazer s uas
orações noturnas . E l e não s abi a mui ta coi s a s obre a i grej a, mas el e ti nha
uma s ens ação profunda e s i ncera de que havi a Al guém ou Al guma coi s a l á
fora, que cui dava de pes s oas . Que em al gum l ugar e de al guma forma tudo
fazi a s enti do, e que havi a razões para tudo.
E s s a crença foi s everamente tes tada durante o ano pas s ado.
M as a vol ta de E l ena dos mortos ti nha varri do todas as s uas dúvi das .
Is s o pareci a ter provado tudo o que el e s empre qui s acredi tar.
Você não i ri a nos devol vê-l a por apenas al guns di as , e depoi s l evá-l a
novamente? el e perguntou, s e perguntando s e es s a era real mente uma forma
de rezar. Você não i ri a — i ri a?
Porque o pens amento de um mundo s em E l ena, s em o s eu bri l ho, s ua
força de vontade, s eu j ei to de s e envol ver e l oucas aventuras , e em s egui da,
s ai r del as , ai nda mai s l oucamente — bem, i s s o era demai s para perder. O
mundo i ri a s er pi ntado em tons de ci nza monótono e cas tanhos es curos
novamente s em el a. Não haveri a o vermel ho dos bombei ros , nenhum l ampej o
do peri qui to verde, nenhum azul cel es te, nenhum narci s o, nenhuma prata
— e nenhum ouro. Nenhum ras tro de ouro nos i ntermi návei s ol hos azui s
l ápi s -l azúl i .
" E l l l l eeeeeeenaaaa! Droga, me res ponda! É M att, E l ena! E l l eeeeee
—"
E l e parou de repente e ouvi u. Por um momento o s eu coração deu um pul o
e todo o s eu corpo fi cou em al erta. M as então el e deci frou as pal avras que el e
podi a ouvi r.
" E l eeeeeenaaa? M aaaatt? Onde vocês es tão?"
" Bonni e? B onni e! Eu estou aqui ! " E l e vi rou a l anterna para ci ma, gi rando
l entamente em um cí rcul o. " Você pode me ver?"
" Você pode nos ver?"
M att gi rou l entamente. E — s i m — havi a rai os de uma l anterna, duas
l anternas , três !
Seu coração s al tou ao ver três rai os de l uz. " E u es tou vi ndo em s ua
di reção, " el e gri tou, e parti u para a ação da pal avra. A ocul tação havi a s i do
dei xada para trás há mui to tempo. E l e es tava correndo para el as , puxando os
ci pós que tentavam agarrar s eus tornozel os , mas gri tando o tempo todo, " Fi que
onde es tá! E u es tou i ndo para você!"
E então as l uzes da l anterna es tavam bem na frente del e, cegando-o, e
de al guma forma el e ti nha Bonni e em s eus braços , e Bonni e es tava chorando.
Is s o, pel o menos , dei xava a s i tuação pareci da com a normal i dade. Bonni e
es tava chorando em s eu pei to e el e es tava ol hando para M eredi th, que es tava
s orri ndo ans i os amente, e para... Sra. Fl owers ? Ti nha que s er, el a es tava
us ando um chapéu de j ardi nagem com fl ores arti fi ci ai s , bem como o que
pareci a s er cerca de s ete ou oi to bl us as de l ã.
" Sra. Fl owers ?" di s s e el e, s ua boca fi nal mente s e al i nhando com s eu
cérebro. " M as — onde es tá E l ena?"
Houve uma s úbi ta i ncl i nação nas três pes s oas obs ervando-o, como s e
es ti ves s em es perando na ponta dos pés pel a notí ci a, e agora el as ti nham caí do
em des apontamento.
" Nós não a vi mos , " M eredi th di s s e cal mamente. " Você es teve com
el a."
" E u es tava com el a, s i m. M as então Damon vei o. E l e a machucou,
M eredi th" — M att s enti u os braços de Bonni e apertarem s obre el e. " E l e a
manteve rol ando no chão tendo convul s ões . E u acho que el e vai matá-l a. E —
el e me machucou. E u acho que eu apaguei . Quando acordei , el a ti nha
des apareci do."
" E l e a l evou embora?" Bonni e perguntou ferozmente.
" Si m, mas ... eu não entendo o que aconteceu depoi s ." Dol oros amente,
el e expl i cou s obre E l ena aparentemente s al tando para fora do carro e as pi s tas
que o l evaram a l ugar nenhum.
Bonni e tremeu em s eus braços .
" E então al gumas outras coi s as es tranhas aconteceram, " di s s e M att.
Lentamente, ti tubeante às vezes , el e fez o s eu mel hor para expl i car s obre a
Kri s ti n, e as s emel hanças com Tami .
" Is s o é s i mpl es mente... es tranho, " di s s e Bonni e. " E u pens ei que
ti nha uma res pos ta, mas s e Kri s ti n não teve qual quer contato com qual quer
das outras meni nas ... "
" Você es tava pens ando provavel mente em al go s obre as bruxas de Sal ém,
queri da, " di s s e a Sra. Fl owers . M att ai nda não cons egui u s e acos tumar com a
Sra. Fl owers convers ando com el es . E l a conti nuou, " M as você real mente não
s abe com quem Kri s ti n tem es tado nos úl ti mos di as . Ou com quem Ji m tem
es tado, por fal ar ni s s o. As cri anças têm bas tante l i berdade nes tes di as e
nes s a i dade, e el e poderi a s er — como vocês chamam i s s o? — um portador."
" Al ém di s s o, mes mo s e i s s o for uma pos s es s ão, pode s er um ti po
total mente di ferente de pos s es s ão, " di s s e M eredi th. " Kri s ti n vi ve na Vel ha
Fl ores ta. A Vel ha fl ores ta é chei a des s es i ns etos — es s es M al ach. Quem
s abe s e i s s o aconteceu quando el a s i mpl es mente pi s ou fora de s ua porta?
Quem s abe o que es tava es perando por el a?"
Agora Bonni e tremi a nos braços de M att. E l es des l i garam todas as
l anternas , exceto uma, para cons ervar energi a, mas i s s o fazi a com que o
ambi ente fi cas s e as s us tador.
" M as e a res pei to da tel epati a?" M att di s s e a Sra. Fl owers . " Quero
di zer, eu não acredi to por um mi nuto que havi a bruxas de verdade atacando as
meni nas de Sal ém. E u acho que el as eram garotas repri mi das que entraram
em hi s teri a em mas s a quando todas s e uni ram, e de al guma forma tudo fi cou
fora de mão. M as como Kri s ti n poderi a s aber como me chamar — me chamar
— com o mes mo nome que Tamra chamou?"
" Tal vez todos nós tenhamos entendi do tudo errado, " di s s e Bonni e, com
s ua voz enterrada em al gum l ugar do pei to de M att. " Tal vez não s ej a como em
Sal ém em fi m, onde a — a hi s teri a s e es pal hou hori zontal mente, s e você
entende o quero di zer. Tal vez haj a al guém aqui em ci ma, que es tá
es pal hando i s s o para onde el e qui s er."
Houve um breve s i l ênci o, e então Sra. Fl owers murmurou, " ‘Fora da boca
dos pequeni nos e cri anças de pei to...’"
" Você quer di zer que você acha que es tá certo? M as então quem é que
es tá no topo? Quem es tá fazendo tudo i s s o?" M eredi th exi gi u. " Não pode s er
Damon porque el e s al vou Bonni e duas vezes — e me s al vou uma vez." Antes
que al guém pudes s e j untar pal avras para ques ti onar di ante di s s o, el a es tava
conti nuando. " E l ena ti nha certeza que al go es tava pos s ui ndo Damon. E ntão
quem pode s er?"
" Al guém que não conhecemos ai nda, " Bonni e murmurou
ameaçadoramente. " Al guém de quem não vamos gos tar."
Com um ti mi ng perfei to, houve o crepi tar de um ramo por trás del es .
Como uma pes s oa, como um corpo, el es vi raram para ol har.
***
" O que eu real mente quero, " Damon di s s e a E l ena, " é aquecê-l a. E
i s s o s i gni fi ca cozi nhar al go quente para você s e aquecer de dentro para fora ou
col ocá-l a na banhei ra para te aquecer de fora para dentro. E cons i derando o que
aconteceu da úl ti ma vez—"
" E u... não s i nto que pos s o comer al guma coi s a..."
" Vamos , é uma tradi ção Ameri cana. Sopa de M aça? Torta cas ei ra de
gal i nha da mamãe?"
E l a ri u apes ar de tudo, em s egui da fez uma careta. " É uma torta de
maçã e s opa cas ei ra de gal i nha da mamãe. M as não foi tão mal , para
começar."
" Bom? E u prometo não mi s turar as maçãs e as gal i nha j untas ."
" E u poderi a tentar uma s opa, " di s s e E l ena l entamente. " E , oh,
Damon eu es tou tão s edenta apenas por água pura. Por favor."
" E u s ei , mas s e você beber mui to, i rá começar as dores . E u vou fazer
uma s opa."
" E l as vêm em pequenas l atas com papel vermel ho em vol ta del as . Você
puxa a aba na parte s uperi or para ti rá-l o..." E l ena parou quando el e s e vi rou
para a porta.
Damon s abi a que el a ti nha s éri as dúvi das s obre todo o proj eto, mas el e
também s abi a que s e el e trouxe al guma coi s a bebí vel , el a i ri a beber. Sede fez
i s s o com você.
E l e era a prova não vi va do exempl o.
Quando el e atraves s ou a porta havi a um s úbi to ruí do horroros o, como um
par de facas de cozi nha s e batendo. E l e quas e ti rou s ua — s ua retaguarda de
ci ma para bai xo, por caus a do s om.
" Damon! " Uma voz chorava fracamente através da porta. " Damon, você es tá
bem? Damon! Res ponda-me!"
E m vez di s s o, el e s e vi rou, es tudou a porta, que pareci a perfei tamente
normal , e a abri u. Qual quer um que o vi s s e abri ndo a porta teri a s e
perguntado por que el e col ocou a chave na porta des trancada, di s s e " quarto de
E l ena" e, em s egui da, des bl oqueado e abri u a porta.
Quando chegou l á dentro, el e correu.
E l ena es tava dei tada em um emaranhado i mpos s í vel de l ençói s e
cobertores no chão. E l a es tava tentando s e l evantar, mas s eu ros to es tava azul e
branco com a dor.
" O que empurrou você para fora da cama?" el e perguntou. E l e i a matar
Shi ni chi l entamente.
" Nada. E u ouvi um s om horrí vel as s i m que a porta fechou. E u tentei
chegar até você, mas —"
Damon ol hou para el a.
" Eu tentei cheg ar até você, mas—" E s ta parti da, machucada, es gotada cri atura
tentou s al vá-l o? Tentado tão veemente que havi a caí do de s ua cama?
" Si nto mui to, " di s s e el a, com l ágri mas nos ol hos . " E u não cons i go me
acos tumar com a gravi dade. Você es tá machucado?"
" Não tanto quanto você es tá, " di s s e el e, propos i tadamente mantendo s ua
voz ás pera, os ol hos afas tados . " E u fi z uma coi s a es túpi da, dei xando o quarto e
a cas a... l embrou-me."
" Do que você es tá fal ando?" di s s e a afl i ta E l ena, ves ti da apenas em
l ençói s .
" E s s a chave, " Damon s egurou-a mo al to para el a ver. E ra de ouro e
podi a s er us ada como um anel , mas duas as as podi am s er dobradas para fora
e formar uma bel a chave.
" O que há de errado com i s s o?"
" A forma que eu us ei . E s ta chave tem o poder da ki ts une nel a, e el a
pode des bl oquear tudo e l evá-l a em qual quer l ugar, mas a manei ra como
funci ona é você col ocá-l a na fechadura, di ga aonde você quer i r, e depoi s vi rar
a chave. E u me es queci de fazer i s s o quando s ai do s eu quarto."
E l ena ol hou i ntri gada. " M as o que acontece s e a porta não ti ver uma
fechadura nel a? A mai ori a das portas dos quartos não têm fechaduras ."
" E s s a chave vai em qual quer porta. Você poderi a di zer que el a faz a s ua
própri a fechadura. É um tes ouro ki ts une — que eu tomei de Shi ni chi quando
eu es tava com tanta rai va por você ter s e machucado. E l e vai querer de vol ta
l ogo." Os ol hos de Damon s e es trei taram e el e s orri u l evemente. " E u me
pergunto quem de nós vai acabar fi cando com el a. E u notei outra na cozi nha —
uma repos i ção, é cl aro."
" Damon, tudo i s s o s obre chaves mági cas é i nteres s ante, mas você
poderi a me dei xar s ai r do chão... "
E l e fi cou arrependi do por um momento. E ntão vei o a ques tão de s aber s e
i ri a col ocá-l a na cama ou não.
" E u vou tomar banho, " E l ena di s s e em voz bai xa. E l a des abotoou o botão
de s eu j eans e tentou s e l i vrar del es .
" E s pere um mi nuto! Você pode des mai ar e s e afogar. Dei te-s e e eu
prometo te dei xar l i mpar, s e você es ti ver di s pos ta a tentar comer. " E l e ti nha
novas res ervas s obre a cas a.
" Agora di s pa-s e na cama e puxe o l ençol s obre você. E u faço uma
mas s agem i ncrí vel , " acres centou el e, vi rando-s e.
" Ol ha, você não tem que não ol har. É al go que eu não entendi des de
que... eu vol tei , " di s s e E l ena. " Tabus de modés ti a. E u não vej o por que
al guém deveri a ter vergonha de s eu corpo." ( Is to vei o para el e com uma voz um
pouco abafada.) " Quero di zer para qual quer um que di z que Deus nos fez,
Deus nos fez s em roupa, mes mo depoi s de Adão e E va. Se i s s o é tão
i mportante, por que el e não nos fez com fral das ?"
" Si m, real mente, o que você es tá di zendo me l embra o que eu di s s e uma
vez à rai nha vi úva da França, " di s s e Damon, determi nado a dei xá-l a s e
des pi ndo enquanto el e ol hava para uma rachadura em um dos pai néi s de
madei ra da parede. " E u di s s e que s e Deus era oni potente e oni s ci ente, então
E l e certamente s abi a de antemão os nos s os des ti nos , e o porquê dos j us tos
terem s i do condenados a nas cer pecadoramente nus como os condenados ?"
" E o que el a di s s e?"
" Nem uma pal avra. M as el a deu uma ri s adi nha e tocou-me três vezes
nas cos tas da mi nha mão com s eu l eque, que eu mai s tarde tomei como um
convi te para uma atri bui ção. Ai de mi m, eu ti nha outras obri gações . Você
ai nda es tá na cama?"
" Si m, e eu es tou debai xo de um l ençol , " di s s e E l ena cans ada. " Se el a
era uma rai nha vi úva, eu es pero tenha es tado fel i z, " acres centou el a numa
voz mei o perpl exa. " E l as não s ão mães de i dade?"
" Não, Anne da Áus tri a, Rai nha da França, manteve s ua bel eza notável
até o fi m. E l a foi a úni ca rui va que —"
Damon parou, procurando freneti camente as pal avras quando el e a
encarou na cama. E l ena ti nha fei to como el e havi a pedi do. E l e s ó não ti nha
percebi do o quanto el a s e pareceri a com Afrodi te s urgi ndo do oceano. Os
babados branco do l ençol s e aproxi mavam do quente branco-l ei te da s ua pel e.
E l a preci s ava s e l i mpar, s em dúvi da, mas apenas s aber que abai xo daquel e
fi no l ençol el a es tava magni fi camente nua era o s ufi ci ente para fazê-l o
perder o fôl ego.
E l a havi a enrol ado s uas roupas em uma bol a e j ogado no canto mai s
di s tante da s al a. E l e não a cul pou.
E l e nem mes mo pens ou. E l e não s e deu tempo para i s s o. E l e
s i mpl es mente es tendeu as mãos e di s s e: " cal do de gal i nha, tomi l ho, l i mão,
quente, em uma xí cara de porcel ana — e ól eo de fl or de amei xa, bem quente,
em um fras co."
Depoi s que o cal do foi devi damente cons umi do e E l ena es tava dei tada de
cos tas novamente, el e começou a mas s agem s uave com o ól eo. Fl or de amei xa
s empre foi um bom começo. E l a adormece a pel e e as s ens ações de dor, e s erve
de bas e para outros , mai s exóti cos , ól eos que el e pl anej ava us ar nel a.
De certa forma, era mui to mel hor do que o mergul há-l a em uma
moderna banhei ra Jacuzzi . E l e s abi a onde eram s eus feri mentos ; el e podi a
aquecer o ól eo a uma temperatura adequada para qual quer um del es . E em
vez de uma terrí vel Jacuzzi j orrando água contra uma contus ão, el e poderi a
evi tar qual quer coi s a demas i ado s ens í vel — no s enti do dol oros o.
E l e começou com os cabel os , adi ci onando uma mui to, mui to l eve camada
de ól eo que fari a o pi or dos emaranhados fáci l para pentear. Após a
l ubri fi cação, s eu cabel o bri l hava como ouro contra s ua pel e — mel e creme.
E ntão el e começou com os mús cul os do s eu ros to: pequenos traços com o s eu
pol egar s obre a tes ta para al i s á- l a e rel axá-l a, forçando-a a rel axar j unto com
s eus movi mentos . Lento, redemoi nhos ci rcul ares nas têmporas , com apenas
l eve pres s ão. E l e podi a ver as fi nas vei as azui s traçadas al i , e s abi a que a
pres s ão profunda poderi a col ocá-l a para dormi r.
E l e então pas s ou para os braços , antebraços , mãos , l evando-a para al ém
dos traços anti gos e com as anti gas es s ênci as corretas para i r com el es , até que
el a não era nada al ém de uma coi s a s ol ta, s em os s o s ob um l ençol : l us tros a e
maci a e res i s tente. E l e pi s cou o s eu s orri s o i ncandes cente, por um momento,
puxando um dedo até que el e es tral ou — e então o s orri s o s e tornou i rôni co.
E l e poderi a ter o que el e qui s es s e del a agora. Si m, el a não es tava di s pos ta a
recus ar qual quer coi s a. M as el e não contava com o que o mal di to l ençol fari a
com el e. Todos s abi am que um pedaço de cobertura, não i mporta o quão
s i mpl es fos s e, s empre chamava atenção para a área de tabu como a nudez
pura não fazi a. E mas s ageando E l ena centí metro por centí metro des ta forma
el e s ó es tava focado no que es tava por bai xo do teci do nevado.
Depoi s de um tempo E l ena di s s e s onol enta, " Você não vai di zer o fi m da
hi s tóri a? Sobre Anne da Áus tri a, que foi a úni ca rui va que..."
" ... que, ah, conti nuou a s er uma rui va natural até o fi m de s ua vi da, "
Damon murmurou. " Si m. Di zi a-s e que o Cardeal Ri chel i eu era s eu amante."
" Não é o Cardeal mau dos Os Três M os quetei ros ?"
" Si m, mas tal vez não tão mau quanto el e foi retratado al i , e, certamente,
um pol í ti co capaz. E , di zem al guns , o verdadei ro pai de Loui s ... agora acabou."
" É um nome es tranho para um rei ."
" Hum?"
" Loui s Agora Acabou, " E l ena di s s e, vi rando-s e e mos trando um
l ampej o de s ua coxa creme, enquanto Damon tentava ol har vári as outras partes
da s al a.
" Depende da tradi ção de nomeações do paí s de ori gem do i ndi ví duo, "
di s s e Damon des control adamente. Tudo o que el e podi a ver eram repl ays
daquel e vi s l umbre da coxa.
" O quê?"
" O quê?"
" E u es tava te perguntando—"
" Você es tá quente agora? Tudo fei to, " di s s e Damon e,
i mprudentemente, deu um tapi nha na mai or curva s ob a toal ha.
" Hey!" E l ena s e empi nou, e Damon — encarando um corpo
i ntei ramente ros a dourado pál i do, perfumado e el egante — e com mús cul os de
aço abai xo da pel e de s eda, fugi u preci pi tadamente.
E l e vol tou depoi s de um i nterval o adequado com uma cal ma oferta de
mai s s opa. E l ena, di gna em s eu l ençol , que ti nha fei to de toga, acei tou. E l a
nem s equer tentou gol peá-l o no tras ei ro, quando el e es tava vi rado de cos tas .
" Que l ugar é es s e?" el a perguntou de vez. " Não pode s er os Duns tan —
s ão uma anti ga famí l i a, com uma cas a vel ha. Cos tumavam s er agri cul tores ."
***
Seus ol hos s e abri ram. " Oh, não! Por favor, Damon." E l a es tava
s us s urrando. " Por favor! Por favor, não agora! " E el a engol i u com di fi cul dade.
" Al ém di s s o, você me perguntou s e eu gos tari a de uma bebi da, e s ubi tamente
i s s o não é uma bebi da. E u não pedi ri a uma bebi da s e não es ti ves s e com s ede,
mas , eu es tou com tanta, tanta s ede, tal vez com tanta s ede quanto você tal vez?"
E l a fez o ges to de dar tapi nhas s ob o s eu quei xo de novo.
O i nteri or de Damon s e derreteu.
E l e es tendeu a mão e a fechou em torno de um copo de cri s tal del i cado.
E l e bebeu um gol e do l í qui do habi l mente, tes tando-o como um buque — ah,
requi ntada — então del i cadamente rol ou em s ua l í ngua. E ra a coi s a real .
Vi nho de magi a negra, produzi do de uvas Cl ari on Loes s de M agi a Negra. E ra
o úni co vi nho que a mai ori a dos vampi ros beberi a — e havi a hi s tóri as
apócri fas de como el e os manti vera s ob s eus pés quando a s ua outra s ede, não
podi a s er ameni zada.
E l ena es tava obs ervando s ua bebi da, s eus ol hos azui s abertos
ampl amente s ob o vi ol eta profundo do vi nho, di zi am-l he um pouco da s ua
hi s tóri a. E l e gos tava de as s i s ti -l a quando el a es tava as s i m — i nves ti gando
com todos os s eus s enti dos pl enamente des pertos . E l e fechou os ol hos e
l embrou al guns momentos de es col ha do pas s ado. Depoi s os abri u novamente
para encontrar E l ena, parecendo mui to com uma cri ança s edenta, bebendo
ans i os amente...
" ...s eu s egundo copo?" E l e percebeu a pri mei ra taça aos s eus pés .
" E l ena, onde você cons egui u outro?"
" E u apenas fi z o que você fez. E s tendi a mão. Não é como s e i s s o fos s e
mui to di fí ci l , não é? Tem gos to de s uco de uva, e eu es tava morrendo por uma
bebi da."
Será que el a real mente podi a s er tão i ngênua? Na verdade, o vi nho de
magi a negra não ti nha o forte odor ou s abor do ál cool . E ra s uti l , cri ado para o
pal adar exi gente de um vampi ro. Damon s abi a que as uvas foram cul ti vadas
no s ol o que uma gel ei ra dei xada para trás . Natural mente, es s e proces s o era
apenas para os vampi ros anti gos , poi s l evara anos para cons trui r vi nhedos
s ufi ci entes . E quando o s ol o es tava pronto, as uvas foram cul ti vadas e
proces s adas em cubas de madei ra dura, s em nunca ver o s ol . Is s o era o que
dera o s eu s abor del i cado e s ua aparênci a de vel udo negro. E agora...
E l ena ti nha um bi gode de s uco de uva. Damon queri a mui to bei j á-l o e
ti rá-l o dal i .
" Bem, um di a você pode di zer às pes s oas que bebeu doi s copos de M agi a
Negra em menos de um mi nuto, e i mpres s i oná-l os " , di s s e el e.
M as el a es tava fazendo o tap-tap-tap novamente s ob o quei xo.
E l ena, você quer ter um pouco do s eu s angue extraí do?"
" Si m!" E l a di s s e no tom de toque de s i no de al guém que fi nal mente,
teve a pergunta certa fei ta.
E l a es tava bêbada.
E l a j ogou os braços para trás , s ol tando-os s obre o banco, dei xando s eu
corpo i nerte acei tando qual quer novo movi mento. O banco tornara-s e um s ofá de
camurça preto com encos to al to: um di vã, e nes te momento, o pes coço es gui o de
E l ena es tava des cans ando no ponto mai s al to des te encos to, a garganta expos ta
ao ar. Damon vi rou-s e com um pequeno gemi do. E l e queri a l evar E l ena até a
ci vi l i zação. E l e es tava preocupado com s ua s aúde, l evemente preocupado com...
M utt, e agora... el e não podi a ter nada do que el e queri a. E l e não poderi a fazer
i s s o com el a bêbada.
E l ena fez outro ti po de s om que pode ter s i do o s eu nome. " D’m’n' ?" , E l a
murmurou. Seus ol hos s e encheram de l ágri mas .
Qual quer coi s a que um enfermei ro poderi a ter fei to por um paci ente,
Damon teri a fei to por E l ena. M as pareci a que el a não queri a ter engol i do doi s
copos de M agi a Negra na frente del e.
" M i nha bochecha" , E l ena botou pra fora, com um s ol uço peri gos o no
fi nal . E l a s egurou o pul s o de Damon.
" Si m, es te não é o ti po de vi nho para es banj ar. E s pere, tente s entar-s e
em l i nha reta e dei xe-me tentar..." E tal vez porque el e di s s e as pal avras s em
pens ar, s em pens ar em s er rude, s em pens ar em mani pul á-l a de uma
manei ra ou de outra, es tava tudo bem. E l ena obedeceu e el e col ocou doi s dedos
de cada l ado de s uas têmporas e apertou l evemente. Por uma fração de
s egundo, es ti veram próxi mos a um des as tre, e em s egui da, E l ena es tava
res pi rando de forma l enta e cal ma. E l a ai nda es tava afetada pel o vi nho, mas
não es tava mai s bêbada.
E a hora havi a chegado. E l e teve que di zer a verdade.
M as , pri mei ro, el e preci s ava acordar.
" Um café expres s o tri pl o, por favor" , di s s e el e, es ti cando a mão.
Apareceu então, i medi atamente, aromáti co e preto como a s ua al ma. " Shi ni chi
di z que o expres s o, é a úni ca des cul pa para a raça humana."
" Sej a l á que for Shi ni chi , eu concordo com el e ou el a. Um café expres s o
tri pl o, por favor" , di s s e E l ena para a mági ca que havi a na fl ores ta, nes te
gl obo de neve, nes te uni vers o. Nada aconteceu.
" Tal vez es tej a s ó em s i ntoni a com a mi nha voz agora" , di s s e Damon
mos trando-l he um s orri s o tranqui l i zador, e então pegando um expres s o pra
el a.
Para s ua s urpres a, E l ena fez careta.
" Você di s s e " Shi ni chi " . Quem é?"
A úl ti ma coi s a que Damon queri a era ter E l ena envol vi da com Ki ts une,
mas s e el e i ri a real mente di zer tudo el a i a ter que s e envol ver. " E l e é um
ki ts une, um es pí ri to de rapos a" , di s s e el e. " E a pes s oa que me deu o
endereço da web que col ocou Stefan pra correr."
A expres s ão de E l ena congel ou.
" Na verdade" , Damon di s s e: " E u acho que eu preferi ri a chegar a cas a
antes de tomar o próxi mo pas s o" .
E l ena l evantou os ol hos exas perados para o céu, mas dei xou-o pegá-l a e
l evá-l a de vol ta para o carro.
E l e apenas ti nha percebi do que era o mel hor l ugar para contar a el a.
E ra cl aro que el es não ti nham nenhuma urgênci a em chegar a
qual quer l ugar que es ti ves s e fora da vel ha fl ores ta. E l es não encontraram
nenhum cami nho que não termi nava em tri l has s em s aí da, pequenas
cl arei ras , ou árvores . E l ena pareci a tão nada s urpres a ao encontrar a pequena
tri l ha que l evava a s ua pequena, mas perfei tamente equi pada cas a que
Damon não di s s e nada quando entraram e el e fez novo i nventári o do que el es
ti nham.
E l es ti nham um quarto com uma cama grande e l uxuos a. E l es ti nham
uma cozi nha. E uma s al a de es tar. M as qual quer um des tes ambi entes
poderi a s e tornar qual quer ti po de quarto que você es col hes s e, s i mpl es mente
por pens ar nel e antes de abri r a porta. Al ém di s s o, havi a as chaves —
dei xadas pel o o que Damon ti nha percebi do s er um Shi ni chi s eri amente
abal ado — que permi ti am que as portas fi zes s em mai s . Ins i ra uma chave em
uma porta e anunci e o que você quer e l á es tará — mes mo, ao que parece,
mes mo, ao que pareci a, s er fora do terri tóri o Shi ni chi no es paço-tempo. E m
outras pal avras , el as pareci am s er o l i nk para o mundo real exteri or, mas
Damon não es tava total mente certo s obre i s s o.Seri a es s e o mundo real ou era
apenas mai s um j ogo de armadi l has de Shi ni chi ?
O que el es ti nham agora era uma l onga es cada em es pi ral para um
obs ervatóri o ao ar l i vre com uma pl ataforma em torno del e, as s i m como no teto
da pens ão. Havi a até um quarto exatamente como o de Stefan, Damon notou
enquanto carregava E l ena pel as es cadas .
" Nós vamos todos até em ci ma?" E l ena pareci a confus a.
" Si m."
" E o que faremos aqui em ci ma?" E l ena perguntou, quando el e a
col ocou em uma cadei ra com um cobertor l eve s obre os j oel hos .
Damon s entou em uma cadei ra de bal anço, bal ançando um pouco, com
s eus braços em vol ta dos j oel hos , com o ros to i ncl i nado para o céu nubl ado.
E l e bal ançou mai s uma vez, parou e s e vi rou para el a. " E u i magi no que
j á que es tamos aqui ..." di s s e el e, em s eu tom zombetei ro que s i gni fi cava que
el e es tava fal ando mui to s eri o, " então , pos s o te contar a verdade, toda a
verdade, nada al ém da verdade" .
32
Quem é?" Uma voz vi nha da es curi dão do bos que. " Quem es tá aí ?"
Bonni e nunca fi cou tão grata a ni nguém em toda a s ua vi da como fi cou a
M att por abraçar-s e a el a naquel e momento. Preci s ava de contato pes s oal . Se
apenas pudes s e s e enterrar fundo nos outros , de al gum modo fi cari a s egura.
E l a mal cons egui u repri mi r o gri to enquanto a l anterna que enfraqueci a
gi rava para uma cena s urreal .
" Isobel! "
Si m, era mes mo Is obel , e el a não es tava no hos pi tal em Ri dgemont, mas
al i , no bos que. E s tava parada ao l argo, nua, a não s er pel o s angue e pel a
l ama em s eu corpo. Bem al i , contra aquel e fundo, el a pareci a ao mes mo tempo
uma pres a e uma es péci e de deus a da fl ores ta, uma deus a da vi ngança, e das
coi s as caçadas , e da puni ção a qual quer s er que atraves s as s e s eu cami nho.
E l a es tava s em fôl ego, ofegava, ti nha bol has de s al i va s ai ndo pel a boca, mas
não es tava fraca. Só era preci s o ver s eus ol hos , de um vermel ho bri l hante, para
entender i s s o.
Atrás del a, pi s ando em gal hos e s ol tando o ocas i onal gemi do ou pal avrão,
havi a mai s duas fi guras . Uma era al ta e magra mas vol umos a no al to, e outra
mai s bai xa e atarracada. Pareci am gnomos tentando s egui r uma ni nfa do
bos que.
" Dra. Alpert! " M eredi th pareci a não s er capaz de demons trar s eu
autocontrol e.
Ao mes mo tempo, Bonni e vi u que os pi erci ngs de Is obel ti nham pi orado
mui to. E l a perdera a mai or parte das tachas , argol as e agul has , mas havi a
s angue e pus s aí a dos feri mentos .
" Não a as s us te" s us s urrou Ji m das s ombras . " E s tamos s egui ndo
Is obel des de que ti vemos de parar." Bonni e podi a s enti r M att, que ti nha
puxado o ar para gri tar, de repente s ufocar. E l a também podi a ver por que Ji m
pareci a ter uma cabeça tão grande. Carregava Obaas an, no es ti l o j aponês , nas
cos tas , com os braços del a em s eu pes coço. Como uma mochi l a, pens ou Bonni e.
" O que aconteceu comvocês?" s us s urrou M eredi th. " Achamos que ti nham i do
para o hos pi tal ."
" De al gum modo, uma árvore cai u na es trada enquanto dei xamos vocês e
não cons egui mos contorná-Ia para i r ao hos pi tal , nem a l ugar nenhum. M as
não é s ó i s s o, era uma árvore com um ni nho de ves pas dentro. Is obel des pertou
assi m" a médi ca es tal ou os dedos , " e, quando ouvi u as ves pas , s ai u aos
tropeços e correu del as . Nós corremos atrás del a. Pos s o di zer que eu teri a fei to o
mes mo s e es ti ves s e s ozi nha."
" Al guém vi u es s as ves pas ?" perguntou M att depoi s de um s egundo.
" Não, fi cou es curo l ogo. M as nós as ouvi mos bem. A coi s a mai s
es qui s i ta que j á ouvi . Pareci a uma ves pa de uns 30 centí metros " di s s e Ti m.
M eredi th agora apertava o braço de Bonni e do outro l ado.
Bonni e não s abi a s e era para mantê-Ia em s i l ênci o ou es ti mul á-Ia a
fal ar. E o que el a poderi a di zer? ‘As árvores caí das aqui s ó fi cam caí das até que
a pol í ci a deci da procurar por el as ?’ ‘Ah, e cui dado com os enxames di aból i cos de
i ns etos ras tej ando por s eu braço?’ ‘E a propós i to, provavel mente há um del es
dentro de Is obel agora?’ Isso s i m i a dei xar Ti m em pâni co.
" Se eu s oubes s e o cami nho de vol ta ao pens i onato, dei xari a es s es três
l á" di zi a a Sra. Fl owers . " E l es não fazem parte di s s o."
Para s urpres a de Bonni e, a Dra. Al pert não s e excl ui u da decl aração de
que el a mes ma não ‘fazi a parte di s s o’. Nem perguntou à Sra. Fl owers o que
es tava fazendo com duas adol es centes a es s a hora no anti go bos que. O que el a
di s s e foi ai nda mai s as s ombros o.
" Vi mos l uzes quando vocês começaram a gri tar. Fi ca bem aqui atrás ."
Bonni e s enti u os mús cul os de M att enri j ecer contra el a.
" Graças a Deus " di s s e el e. Depoi s , devagar, " M as i s s o não é pos s í vel .
E u s aí da cas a dos Duns tan dez mi nutos antes de nos encontrarmos , e fi ca na
margem do bos que, do outro l ado do pens i onato. E u l evari a pel o menos 25
mi nutos para i r a pé até l á."
" Bom, não s ei s e é pos s í vel ou não, mas vi mos o pens i onato, Theophi l i a.
Todas as l uzes es tavam aces as , de ci ma a bai xo. E ra i mpos s í vel confundi r.
Tem certeza de que não es tá cal cul ando mal o tempo?" acres centou el a a M att.
O nome da Sra. Fl owers é Theophi l i a, pens ou Bonni e, e teve de repri mi r
o i mpul s o de ri r. A tens ão l evava a mel hor s obre el a.
M as j us to quando es tava pens ando ni s s o, M eredi th l he de outro
cutucão.
Às vezes , Bonni e achava que el a, E l ena e M eredi th ti nham uma
es péci e de tel epati a. Tal vez não fos s e tel epati a verdadei ra, mas às vezes
bas tava um ol har para di zer mai s do que umas di s cus s ões s em fi m. E às
vezes — nem s empre, mas de vez em quando — M att ou Stefan pareci am
fazer parte di s s o. Não que fos s e real mente tel epati a, com vozes cl aras na
cabeça como fi cari am aos ouvi dos , mas às vezes os meni nos pareci am es tar...
em s i ntoni a com as meni nas .
Porque Bonni e s abi a exatamente o que s i gni fi cava o cutucão.
Si gni fi cava que M eredi th ti nha apagado a l uz do quarto de Stefan no
úl ti mo andar da cas a e que a Sra. Fl owers apagara as l uzes do pri mei ro andar
quando el as s aí ram. As s i m, embora Bonni e ti ves s e uma i magem mui to
ní ti da do pens i onato com as l uzes aces as , es s a i magem não podi a
corres ponder à real i dade.
Alg uém está tentando nos confundi r, era o que s i gni fi cava o cutucão de
M eredi th. E M att es tava na mes ma s i ntoni a del as , ai nda que por um moti vo
di ferente. E l e s e i ncl i nou um pouco para M eredi th, com Bonni e entre os doi s .
" M as tal vez a gente deva vol tar à cas a dos Duns tan" di s s e Bonni e num
tom mai s i nfanti l e comovente. " E l es s ão pes s oas normai s . Podem nos
proteger."
" O pens i onato fi ca l ogo depoi s des s a col i na" di s s e com fi rmeza a Dra.
Al pert. " E eu gos tari a mui to de s eus cons el hos para cui dar das i nfecções de
Is obel " acres centou el a a Sra. Fl owers .
A Sra. Fl owers pal pi tou. Não havi a outra pal avra para i s s o.
" Ah, meu Deus , que el ogi o. A pri mei ra coi s a a fazer s eri a l avar as
feri das i medi atamente."
Is s o era tão óbvi o e tão i mprovável na Sra. Fl owers que M att apertou
Bonni e com força enquanto M eredi th s e i ncl i nava para el a. Aai i i i !, pens ou
Bonni e. Ou temos es s a hi s tóri a de tel epati a ou não! E ntão é a Dra. Al pert que é
o peri go, a menti ros a.
" E ntão é i s s o. Vamos para o pens i onato." di s s e M eredi th com cal ma.
" E Bonni e, não s e preocupe. Vamos cui dar de você."
" É cl aro que vamos " di s s e M att, dando um úl ti mo apertão.
Si gn i f i cava Eu entendi . Sei quem não está do nosso lado. E m voz al ta, el e
acres centou, num tom que fi ngi a s everi dade, " De qual quer modo, não é boa
i dei a i r à cas a dos Duns tan. Já contei à Sra. Fl owers e às meni nas s obre i s s o,
el es têm uma fi l ha no mes mo es tado de Is obel ."
" E s tá s e furando?" di s s e a Dra. Al pert, parecendo s obres s al tada e
apavorada com a i dei a.
" Não. Anda agi ndo de forma mui to es tranha. M as não é um bom l ugar."
Apertão.
Já entendi há mui to tempo, pens ou Bonni e, i rri tada. Agora tenho de fi car
de boca fechada.
" Vá na frente, por favor" murmurou a Sra. Fl owers , parecendo mai s
pal pi tante do que nunca. " Vol temos ao pens i onato."
E el es dei xaram que a médi ca e Ji m fos s em à frente. Bonni e conti nuou
recl amando bai xi nho, para o cas o de al guém es tar ouvi ndo. E el a, M att e
M eredi th fi caram de ol ho na médi ca e em Ji m.
***
" Tudo bem, " di s s e E l ena a Damon, " es tou enfei tada como al guém no
convés de um trans atl ânti co, tens a como uma corda es ti cada de vi ol ão e es tou
farta de toda es s a demora. E ntããão... Qual é a verdade, toda a verdade e nada
al ém da verdade?" E l a bal ançou a cabeça. O tempo ti nha s al tado e s e es tendi a
di ante del a.
Damon fal ou, " De certo modo, es tamos num gl obo de neve mi nús cul o
que eu fi z para mi m. Is s o s i gni fi ca apenas que el es não nos verão nem
ouvi rão por al guns mi nutos . Agora es tá na hora de ter a convers a de verdade."
" E ntão é mel hor que s ej a rápi da." E l a s orri u para el e, es ti mul ando-o.
E l a tentava aj udá-l o. E l ena s abi a que el e preci s ava de aj uda.
E l e queri a contar a verdade, mas fugi a tanto de s ua natureza que era
como pedi r a um maldi to caval o s el vagem para dei xar que você o montas s e e o
domas s e.
" E xi s tem mai s probl emas , " di s s e Damon com a voz rouca, e el a s abi a
que el e l i a s eus pens amentos . " E l es ... E l es tentaram me i mpos s i bi l i tar de
fal ar com você s obre i s s o. Fi zeram i s s o no es ti l o de um grande conto de fadas
anti go: es tabel ecendo mui tas condi ções . E u não podi a contar a você dentro de
uma cas a, nem do l ado de fora del a. Bom, uma s acada não es tá dentro, mas
também não fi ca do l ado de fora. E u não podi a contar a você à l uz do s ol nem da
l ua. Bom, o s ol j á s e pôs , e a l ua s ó vai nas cer daqui a uns tri nta mi nutos , e
eu di ri a que es tou res pei tando as condi ções . E não podi a contar enquanto você
es ti ves s e nua ou ves ti da." E l ena automati camente s e ol hou al armada, mas
nada ti nha mudado, pel o que el a podi a di zer.
" E eu i magi no que es ta condi ção também tenha s i do cumpri da, porque
embora el e tenha me j urado que i a me dei xar s ai r de um de s eus gl obos de
neve, não dei xou. E s tamos em uma cas a que não é uma cas a... É a i dei a da
mente de al guém. Você es tá com roupas que não s ão roupas de verdade... São
i nvenções da i magi nação.
E l ena abri u a boca novamente, mas el e pôs doi s dedos nos l ábi os del a e
di s s e:
" E s pere. Dei xe conti nuar enquanto ai nda pos s o. Pens ei s eri amente que
el e j amai s parari a de i mpor as condi ções , que ti rara de al gum conto de fadas .
E l e é obcecado com i s s o e com a anti ga poes i a i ngl es a. Não s ei por que, poi s
el e é do outro l ado do mundo, do Japão. E s te é o Shi ni chi . E el e tem uma i rmã
gêmea... M i s ao."
Damon parou de ofegar depoi s di s s o, e E l ena deduzi u que devi a haver
outros moti vos i nternos para que el e não contas s e nada a el a.
" Parece que o nome del e pode s er traduzi do como morte-pri mei ra, ou número
um em matéri a de morte. Os doi s parecem adol es centes , com s eus códi gos e
j ogui nhos . No entanto, têm mi l hares de anos ."
" M i l hares ?" E l ena s ondou genti l mente enquanto Damon parava,
parecendo exaus to, mas deci di do.
" Odei o pens ar em quantos mi l hares de anos os doi s andaram fazendo
cruel dades . É M i s ao quem es tá fazendo todas aquel as coi s as com as meni nas
na ci dade. E l a as pos s ui com s eus mal ach e faz com que el es as obri guem a
fazer coi s as . Você s e l embra da aul a de hi s tóri a ameri cana? Das bruxas de
Sal ém? E s ta era M i s ao, ou al guém pareci do com el a. E aconteceu centenas de
vezes antes di s s o. Pode procurar pel as frei ras urs ul i nas . Ti nham um convento
tranqui l o que s e tornou exi bi ci oni s ta e pi or... Al guém enl ouqueceu, e al guém
que tentou aj udar fi cou pos s uí do."
" E xi bi ci oni s tas ? Como Tamra? M as el a é s ó uma cri ança..."
" M i s ao é s ó uma cri ança, em s ua mente."
" E onde Carol i ne entra ni s s o?"
" E m qual quer cas o s emel hante, deve haver um i ns ti gador... Al guém
que es tej a di s pos to a fazer um pacto com o di abo... Ou um demôni o, na
verdade... Para s eus própri os fi ns . É aí que Carol i ne entra. M as , por toda uma
ci dade, el es devem es tar dando al guma coi s a real mente grande a el a."
" Toda uma ci dade? E l es vão tomar toda Fel l ' s Church... ?" Damon vi rou o
ros to. A verdade era que el es i am des trui r Fel l ' s Church, mas não ti nha
s enti do di zer i s s o. Suas mãos es tavam frouxas nos j oel hos enquanto el e
permaneci a s entado na cadei ra de madei ra anti ga e frági l na s acada.
" Antes que pos s amos fazer al guma coi s a para aj udar al guém, temos de
s ai r daqui . Sai r do mundo de Shi ni chi . Is to é i mportante. E u pos s o... bl oqueá-Io
por curtos perí odos de tempo, i mpedi -Io de nos obs ervar... M as fi co cans ado e
preci s o de s angue. Preci s o mai s do que você pode regenerar, E l ena." E l e
ol hou para el a. " E l e pôs aqui a Bel a e a Fera e vai nos dei xar ver quem
tri unfará."
" Se quer di zer um matar o outro, no que di z res pei to a mi m, el e vai ter
que es perar mui to tempo."
" Is s o é o que você pens a agora. M as i s to é uma armadi l ha."
" Não há nada aqui , s ó o anti go bos que, como havi a quando começamos a
rodar de carro por el e. Também não tem nenhuma habi tação humana. A úni ca
cas a é es ta, as úni cas cri aturas vi vas s omos nós doi s . Você vai querer mi nha
morte mui to em breve."
" Damon, eu não entendo. O que el es querem aqui ? M es mo com o que
Stefan di s s e s obre todas as l i nhas de força cruzando Fel l ' s Church e formando
um farol ... "
" Foi o s eu bri l ho que os atrai u, E l ena. E l es s ão curi os os , como
cri anças , e eu tenho a s ens ação de que el es j á ti veram probl emas em outros
l ugares onde moraram. É pos s í vel que el es es ti ves s em aqui vendo o fi nal da
batal ha, vendo você renas cer."
" E ntão el es querem... nos des trui r? Se di verti r? Tomar a ci dade e nos
fazer de mari onetes ?"
" As três coi s as , por enquanto. E l es podem s e di verti r enquanto outra
pes s oa apel a em um tri bunal de outra di mens ão. E s i m, di vers ão, para el es ,
s i gni fi ca tomar uma ci dade. E mbora eu crei a que Shi ni chi pretenda vol tar
atrás em s eu trato comi go por al go que el e quer mai s do que a ci dade, e as s i m
el es podem acabar l utando um com o outro."
" Que trato com você, Damon?"
" Por você. Stefan ti nha você. E u queri a você. E l e quer você."
Contra a própri a vontade, E l ena s enti u um embrul ho no es tômago,
s enti u o tremor di s tante que começava al i e abri a cami nho para fora.
" E qual era o trato ori gi nal ? E l e vi rou o ros to."
" E s ta é a parte rui m."
" Damon, o que você fez?! " el a excl amou, quas e gri tando. " Qual foi o trato?" Todo
s eu corpo tremi a.
" Fi z um pacto com o demôni o e, s i m, eu s abi a o que el e era quando o fi z.
Foi na noi te em que s eus ami gos foram atacados pel as árvores ... Depoi s de
Stefan me expul s ar de s eu quarto. Is s o e ... Bom, eu es tava com rai va, mas el e
pegou mi nha rai va e a aumentou. E l e es tava me us ando, me control ando;
agora entendo i s s o. Foi quando começou com os acordos e as condi ções ."
" Damon..." E l ena começou, trêmul a, mas el e conti nuou, fal ando
rapi damente como s e ti ves s e de pas s ar por i s s o, para ver s ua concl us ão, antes
de perder a coragem.
" O úl ti mo pacto foi de que el e me aj udari a a ti rar Stefan do cami nho
para que eu pudes s e ter você, enquanto el e fi cava com Carol i ne e o res to da
ci dade para di vi di r com a i rmã. As s i m teri a Carol i ne i ndependentemente do
acordo que el a ti ves s e com M i s ao."
E l ena deu um tapa em Damon. E l a não s abi a como cons egui u, enoj ada
como es tava, ter a mão l i vre e fazer o movi mento de um rai o, mas cons egui u.
Depoi s el a es perou, ol hando uma gota de s angue pendendo do l ábi o de Damon,
que el e revi das s e, ou que el a ti ves s e forças para tentar matá-l o.
33
Damon fi cou apenas s entado. E ntão el e l i mpou os l ábi os e não di s s e
nada, não fez nada.
" Seu bas tardo!"
" Si m."
" Você es tá di zendo que Stefan na verdade não me abandonou?"
" Si m. Quero di zer — correto."
" Quem es creveu a carta no meu di ári o, então?"
Damon não di s s e nada, mas ol hou para l onge.
" Oh, Damon!" E l a não s abi a s e o bei j ava ou s e o s acudi a. " Como você
pode — você sabe, " el a di s s e em uma voz engas gada e ameaçadora, " o que eu
pas s ei des de que e el e des apareceu? Pens ando a cada mi nuto que el e apenas
s e deci di u de repente e me abandonou? M es mo s e el e pretendi a vol tar —"
" E u —"
" Não tente me di zer que você sente mui to! Não tente me di zer que você s abe
como eu me s i nto, por que você não s abe. Como você poderi a? Você não tem senti mentos
assi m! "
" E u acho — eu ti ve uma experi ênci a pareci da. M as eu não es tava
tentando me defender. Apenas i a di zer que nós temos um tempo l i mi tado
enquanto eu pos s o bl oquear Shi ni chi de nos ver."
O coração de E l ena foi parti do em mi l pedaços ; el a podi a s enti r cada
pedaço perfurando-a. Nada mai s i mportava. " Você menti u, você quebrou s ua
promes s a de nunca feri r um ao outro—"
" E u s ei — e i s s o deveri a ter s i do i mpos s í vel . M as i s s o começou
naquel a noi te em que as árvores prenderam Bonni e e M eredi th e... M ark..."
" M att!"
" Naquel a noi te, quando Stefan me j ogou para fora e me mos trou s eu
verdadei ro Poder — que era por s ua caus a. E l e di s s e i s s o para que eu fi cas s e
l onge de você. Antes di s s o el e s ó es perava mantê-l a es condi da. E naquel a
noi te eu me s enti . traí do de certa forma. Não me pergunte por que i s s o deveri a
fazer s enti do, quando por anos antes eu o j oguei no chão e o fi z comer terra
quando eu queri a."
E l ena tentou dar s enti do ao que el e es tava tentando di zer em s ua
condi ção des pedaçada. E el a não cons egui u. M as também não cons egui u
i gnorar a s ens ação de que ti nha acabado de cai r como um anj o em redes a
s egurando.
Tente olhar i sso com outros olhos. Olhe para dentro, não para fora procurando a resposta.
Você conhece Damon. Você j á vi u o que está dentro dele. Há quanto tempo i sso temestado lá?
" Oh, Damon, eu s i nto mui to! E u s ei a res pos ta. Damon — Damon. Oh,
Deus ! E u pos s o ver o que es tá errado com você. Você es tá mai s pos s uí do do que
qual quer uma das garotas ."
" E u — tenho uma daquel as coi s as em mi m?"
E l ena mateve os s eus ol hos fechados enquanto afi rmava com a cabeça.
As l ágri mas corri am pel o s eu ros to, e el a s e s enti u mal mes mo quando s e
obri gou a fazer i s s o: reuni r força humana s ufi ci ente para ver com outros
ol hos , ver como el a ti nha aprendi do de al guma forma a ver dentro das pes s oas .
O mal ach que el a ti nha vi s to antes dentro de Damon, e aquel e que M att
ti nha des cri to como grande de mai s para um i ns eto — tão cumpri do como um
braço, tal vez. M as agora em Damon el a s enti u al go. enorme. M ons truos o. Al go
que o habi tava por compl eto, ti nha uma cabeça trans parente dentro de s uas
bel as fei ções , s eu corpo qui ti nos o tão l ongo quanto s eu tronco; era
s ubdes envol vi do — pernas trançadas em torno das s uas pernas . Por um
momento el a achou que fos s e des mai ar; mas então el a s e control ou. Ol hando
para a i magem fantas magóri ca, el a pens ou, O que M eredi th fari a?
M eredi th i ri a fi car cal ma. E l a não i ri a menti r, mas el a i ri a encontrar
uma manei ra de aj udar.
" Damon, i s s o é rui m. M as tem que haver uma forma de ti rá-l o de você
— rápi do. E u vou encontrar es s a forma. Por que enquanto i s s o es ti ver em você,
Shi ni chi pode fazer você fazer qual quer coi s a."
" Você quer ouvi r o porquê eu acho que i s s o fi cou tão grande? Naquel a
noi te, quando Stefan me di s pens ou do s eu quarto, todos foram para cas a como
boas meni nas e meni nos , mas você e Stefan foram dar uma vol ta. Um vôo.
Foram pl anar."
Por um l ongo tempo i s s o não s i gni fi cou nada para el a, embora ti ves s e
s i do a ul ti ma vez que el a vi u Stefan. De fato, es s e era o úni co s i gni fi cado para
el a: es s a era a ul ti ma vez que el a e Stefan ti nham.
E l a s e s enti u congel ar por dentro.
" Você es tava na Vel ha Fl ores ta. Você ai nda era um es pí ri to de cri ança
pequena que não s abi a o que era certo e o que era errado. M as Stefan deveri a
ter pens ado mel hor antes de fazer i s s o no meu própri o terri tóri o. Vampi ros
l evam o terri tóri o a s éri o. E no meu própri o l ugar de repous o — na frente dos
meus ol hos ."
" Oh, Damon! Não!"
" Oh, Damon, s i m! Lá es tava você, parti l hando s angue, tão envol vi da
para ter me notado mes mo s e eu ti ves s e s al tado e tentado te erguer à parte.
Você es tava ves ti ndo uma cami s ol a branca de gol a al ta e pareci a um anj o. E u
queri a matar Stefan rapi damente então."
" Damon—"
" E i s s o es tava certo, então, Shi ni chi apareceu. E l e não preci s ou di zer o
que eu es tava s enti ndo. E el e ti nha um pl ano, uma oferta... uma propos ta."
E l ena fechou os ol hos novamente e bal ançou a cabeça. " E l e preparou de
antemão. Você j á es tava pos s uí do e pronto para es tar chei o de rai va."
" E u não s ei por que, " Damon agi u como s e el e não ti ves s e ouvi do-a
fal ar, " mas eu quas e não pens ei s obre o que i s s o s i gni fi cari a para Bonni e e
M eredi th e no res to da ci dade. Tudo o que eu cons egui a pens ar era em você.
Tudo o que eu queri a era você, e me vi ngar de Stefan."
" Damon, você vai ouvi r? Até então, você j á ti nha s i do del i beradamente
pos s uí do. E u pude ver o M al ach em você. Você admi te, " como s e el a o s enti s s e
i nchando para fal ar — " que al go es tava i nfl uenci ando você antes , obri gando-o
a as s i s ti r Bonni e e os outros morrem a s eus pés naquel a noi te. Damon, eu
acho que es s as coi s as s ão ai nda mai s di fí cei s de l i vrar de nós do que
i magi namos . Pens e ni s s o, você normal mente não fi ca e as s i s te pes s oas
fazem — coi s as pri vadas , não é? O fato de que você não fazer i s s o por s i mes mo
não prova que al go es tava errado?"
" É ... uma teori a, " Damon reconheceu, não s oando fel i z.
" M as você não vê? Is s o foi que fez você di zer a Stefan que você s ó s al vou
Bonni e por capri cho, e i s s o foi que fez você s e recus ar a di zer a todos que o
M al ach te fez as s i s ti r ao ataque das árvores , hi pnoti zando você. Is s o e s eu
orgul ho es túpi do, tei mos o."
" Vou ver i s s o como el ogi o. E u pos s o me s ecar e i r embora."
" Não s e preocupe, " E l ena di s s e categori camente, " Aconteça o que
acontecer com o res to de nós , tenho a s ens ação de s eu ego i rá s obrevi ver. O que
aconteceu depoi s ?"
" E u fi z o meu acordo com Shi ni chi . E l e i ri a atrai r Stefan para al gum
l ugar fora do cami nho onde eu poderi a vê-l o s ozi nho, então contrabandeá-l a
para al gum l ugar fora daqui onde Stefan não poderi a encontrá-l a—"
Al go borbul hava expl os i vamente de novo dentro de E l ena. E ra uma bol a
dura e di fí ci l de manter compri mi da. " Não matar?" el a cons egui u j ogar para
fora.
" O quê?"
" Stefan es tá vi vo? E l e es tá vi vo? E l e... el e es tá real mente vi vo?"
" Cal ma, " Damon res pondeu fri amente. " Cal ma, E l ena. Você não pode
des mai ar." E l e a s egurou pel os ombros . " Você pens ou que eu pretendi a
matá-l o?"
E l ena es tava tremendo quas e tão forte quanto a res pos ta. " Por que você
não me di s s e antes ?"
" E u peço des cul pas pel a omi s s ão."
" E l e es tá vi vo — com certeza, Damon? Você es tá abs ol utamente certo?"
" Pos i ti vo."
Sem pens ar em s i mes ma, s em pens ar em qual quer coi s a, E l ena fez o
que fazi a de mel hor — cedeu ao i mpul s o. E l a j ogou os braços ao redor do
pes coço de Damon e o bei j ou.
Por um momento, Damon apenas fi cou rí gi do com o choque. E l e ti nha
contrato os as s as s i nos que s eqües traram o s eu amante e i ri am di zi mar s ua
ci dade. M as a mente de E l ena nunca i ri a vê-l o des s a manei ra.
" Se el e es ti ves s e morto—" E l e parou e teve de tentar novamente. " Toda a
barganha de Shi ni chi depende de mantê-l o vi vo — vi vo e l onge de você. E u não
i ri a correr o ri s co de você s e matar ou me odi ar de verdade, " — novamente a
nota de fri eza di s tante. " Com Stefan morto, que es perança eu teri a s obre você,
pri nces a?
E l ena i gnorou tudo i s s o. " Se el e es tá vi vo, eu pos s o encontrá-l o."
" Se el e s e l embrar de você. M as e s e todas as l embranças que el e ti nha
de vocês foram tomadas ?"
" O quê?" E l ena queri a expl odi r. " Se todas as l embranças de Stefan
fos s em l evados de mi m, " di s s e el a fri amente, " eu ai nda cai ri a de amor por
el e no momento em que o vi s s e. E s e cada memóri a de mi m for ti rada de
Stefan, el e i ri a vaguear pel o mundo i ntei ro à procura de al go, s em s aber o quê
es tava procurando."
" M ui to poéti co."
" M as , oh, Damon, obri gado por você não dei xar Shi ni chi matá-l o!"
E l e bal ançou a cabeça para el a, ol hando perpl exo para s i mes mo. " E u
nem poderi a fazer — parece — fazer i s s o. Al guma coi s a s obre dar a mi nha
pal avra. E u i magi nei que s e el e es ti ves s e l i vre e fel i z e não s e l embras s e,
i s s o s eri a o s ufi ci ente... "
" De s ua promes s a para mi m? Você cal cul ou errado. M as i s s o não
i mporta agora."
" Is s o não i mporta. Você j á s ofreu por i s s o."
" Não Damon. Tudo o que realmente i mporta é que el e não es tá morto e el e
não me dei xou. Ai nda há es perança."
" M as , E l ena, " a voz de Damon ti nha vi da agora; era tanto ani mada
quanto i nfl exí vel : " Você não pode ver? Hi s tóri a do pas s ado de l ado, você tem
que admi ti r que nós s omos os que cami nham j untos . Você e eu s omos
s i mpl es mente mai s adequados para fi carmos j untos por natureza. No fundo
você s abe di s s o, porque entendemos um ao outro. E s tamos no mes mo ní vel
i ntel ectual —"
" As s i m como Stefan!"
" Bem, tudo o que pos s o di zer é que el e fez um trabal ho notável de
es condê- l a, então. M as você não pode s enti r i s s o? Você não s ente" — s ua
aderênci a es tava fi cando des confortável agora — " que você poderi a s er mi nha
pri nces a das trevas — i s s o é no fundo al go que você quer fazer? E u pos s o ver
i s s o, s e você não pode."
" E u não pos s o s e nada para você, Damon. E xceto uma di gna cunhada."
E l e bal ançou a cabeça, ri ndo ás pero. " Não, você é a úni ca adequada para
o papel pri nci pal . Bem, tudo o que pos s o di zer é que s e vi vermos depoi s da l uta
com os gêmeos , você vai ver as coi s as por s i mes ma que você nunca vi u antes .
E você vai s aber que es tamos mai s adaptados j untos ."
" E tudo o que eu pos s o di zer é que s e a gente s obrevi ver des s a l uta com
os gêmeos Bobbs ey {26} do Inferno — i s s o s oa como s e nós fos s emos preci s ar de
todo o poder es pi ri tual que pos s amos reuni r mai s tarde. E i s s o s i gni fi ca trazer
Stefan de vol ta."
" Tal vez nós não s ej amos capazes de trazê-l o de vol ta. Oh, eu concordo —
mes mo s e nós formos capazes de l evar Shi ni chi e M i s ao para l onge de Fel l ' s
Church, a probabi l i dade de que vamos s er capazes de el i mi ná-l os
compl etamente é de cerca de zero. Você não é uma l utadora. Nós provavel mente
não vamos nem mes mo s er capazes de machucá-l os mui to. M as ai nda não s ei
exatamente onde Stefan es tá."
" E ntão, os gêmeos s ão os úni cos que podem nos aj udar."
" Se el es ai nda puderem nos aj udar — oh, tudo bem, eu admi to. O Shi no
Shi é provavel mente uma fraude compl eta. E l es provavel mente tomam
al gumas memóri as de vampi ro es túpi do — memóri as é a moeda de troca no
campo do Outro Lado — e então o mandam embora enquanto a cai xa
regi s tradora ai nda es tá ti ni ndo. E l es s ão fraudes . O l ugar todo é uma favel a
gi gante e ti po um s how de horrores — al go como um res umo de Vegas ."
" M as el es não têm medo de que os vampi ros enganados quei ram
vi ngança?"
Damon ri u, des ta vez mus i cal mente. " Um vampi ro que não quer s er um
vampi ro é como o menor obj eto no ranki ng do Outro Lado. Oh, exceto pel os s eres
humanos . Junto com os amantes que j á cumpri ram pactos de s ui cí di o, as
cri anças que pul aram do tel hado porque pens am que a s ua capa de Superman
podi a fazê-l os voar."
E l ena tentou se afas tar del e, para reprová-l o, mas el e era
s urpreendentemente forte. " Is s o não s oa como um l ugar mui to agradável ."
" Não é."
" E é aí que Stefan es tá?"
" Se ti vermos s orte."
" E ntão, bas i camente, " di s s e el a, vendo as coi s as , como s empre fazi a,
em termos de pl anos A, B, C e D, " pri mei ro temos que des cobri r onde Stefan
es tá com es s es gêmeos . E m s egundo l ugar, temos de fazer com que os gêmeos
curem as meni nas que el es pos s uí ram. E m tercei ro l ugar, temos de l evá-l os
a s ai r de Fel l ’s Church por conta própri a — para nos s o bem. M as antes de
qual quer coi s a temos de encontrar Stefan. E l e vai poder nos aj udar; eu s ei que
el e vai . E então nós apenas es peramos que nós s ej amos fortes o bas tante para
o res to."
" Nós poderí amos us ar a aj uda de Stefan, tudo bem. M as você perdeu o
ponto pri nci pal — por agora, o que temos a fazer é i mpedi r os gêmeos de nos
matar."
" E l es ai nda pens am que você é ami go del es , não é?" A mente de E l ena
es tava ci nti l ando através das opções . " Faça-os ter certeza de que você é.
Aguarde até que chegue um momento es tratégi co, e depoi s aprovei te a
oportuni dade. Nós temos al guma arma contra el es ?"
" Ferro. E l es s e s entem mal contra ferro — el es s ão demôni os . E
queri da, Shi ni chi é obcecado por você, embora eu não pos s a di zer que a s ua
i rmã i rá aprovar quando el a perceber i s s o."
" Obcecado?"
" Si m. Por você e por canções fol k em Ingl ês , l embra? E mbora eu não
cons i ga entender o porquê. As mús i cas , eu quero di zer."
" Bem, eu não s ei o que podemos fazer com i s s o—"
" M as eu apos to que es s a obs es s ão por você vai dei xar M i s ao i rri tada. É
s ó um pal pi te, mas el a o manteve para s i mes ma há mi l hares de anos ."
" E ntão nós vamos j ogá-l os um contra o outro, fi ngi r que el e vai me
pegar. Damon — o quê?" E l ena acres centou em tom de al arme quando el e
apertou ai nda mai s s eu abraço, como s e es ti ves s e afl i to.
" E l e não vai te pegar, " di s s e Damon.
" E u s ei di s s o."
" E u não es tava gos tando da i déi a de al guém pegar você. Você es tá
des ti nada a s er mi nha, você s abe."
" Damon, não. E u j á l he di s s e. Por favor—"
" Quer di zer ‘por favor, não me faça te machucar' ? A verdade é que você
não pode me machucar mai s do que eu permi to. Você s ó pode machucar a s i
mes ma contra mi m."
E l ena poderi a, pel o menos , manter a parte de ci ma de s eu corpo
afas tada. " Damon, nós acabamos de fazer um acordo, fi zemos pl anos . Agora, o
que es tamos fazendo, j ogando tudo fora?"
" Não, mas eu pens ei em outra manei ra de l he dar um grande — um
s uper- herói — bem agora. Você es tava di zendo que eu deveri a tomar mai s do
s eu s angue por um l ongo tempo."
" Ah... s i m." E ra verdade, mes mo que i s s o ti ves s e s i do antes de el e ter
admi ti do a el a as coi s as terrí vei s que ti nha fei to. E ...
" Damon, o que aconteceu com M att na cl arei ra? Fomos a todos os l ugares
à procura del e, mas não o encontramos . E você fi cou fel i z por i s s o."
E l e não s e preocupou em negar. " No mundo real , eu es tava com rai va
del e, E l ena. E l e pareci a s er apenas outro ri val . Parte da razão pel a qual
es tamos aqui é para que eu pos s a l embrar exatamente o que aconteceu."
" Você machucou M att, Damon? Porque agora você es tá me machucando."
" Si m." A voz de Damon es tava l eve e i ndi ferente de repente, como s e el e
achas s e i s s o di verti do. " E u s uponho que o feri . E u us ei dor ps í qui ca s obre
el e, e i s s o j á fez um monte de corações parar de bater. M as o s eu M utt é forte.
E u gos to di s s o. E u o fazi a s ofrer mai s e mai s , e mes mo as s i m el e ai nda
conti nuava a vi ver, porque el e ti nha medo de dei xá-l a s ozi nha."
" Damon!" E l ena empurrou-s e mai s para trás , apenas para des cobri r
que i s s o não era bom. E l e era mui to, mui to mai s forte do que el a. " Como você
pôde fazer i s s o com el e?"
" E u te di s s e; el e era um ri val ." Damon ri u de repente. " Você
real mente não s e l embra, não é? E u o fi z s e humi l har para você. Fi z el e comer
terra, l i teral mente, por você."
" Damon — você es tá l ouco?"
" Não. Só agora es tou encontrando a mi nha s ani dade. E u não preci s o
convencê-l a de que você pertence a mi m. E u pos s o te l evar."
" Não, Damon. E u não s erei s ua pri nces a das trevas ou — ou qual quer
outra coi s a de você s em pedi r. No máxi mo você terá um corpo morto para
bri ncar."
" Tal vez eu gos te i s s o. M as você s e es quece; eu pos s o entrar em s ua
mente. E você ai nda tem ami gos — em cas a, s e preparando para o j antar ou
para cama, como você es pera. Não tem? Ami gos com todos os s eus membros ;
que nunca conheceram dor real ."
Demorou mui to tempo para E l ena fal ar. E ntão el a di s s e bai xi nho, " E u
reti ro cada coi s a decente que eu j á di s s e s obre você. Você é um mons tro, você
ouvi u i s s o? Você é abomi ná—" Sua voz mudou l entamente. " E l es es tão
fazendo você fi zer i s s o, não es tão?" di s s e el a, fi nal mente, s em rodei os .
" Shi ni chi e M i s ao. Um pequeno es petácul o agradável para el es . As s i m como
te fi zeram feri r M att e a mi m antes ."
" Não, eu faço apenas o que eu quero." O que era aquel e l ampej o de
vermel ho que E l ena vi u em s eus ol hos ? Uma breve chama de fogo... " Sabe
como você é boni ta quando você es tá chorando? Você es tá mai s boni ta do que
nunca. O ouro em s eus ol hos parece s ubi r à s uperfí ci e e derramar em
l ágri mas de di amantes . E u adorari a ter um es cul tor para fazer um bus to de
você chorando."
" Damon, eu s ei que você não es tá real mente di zendo i s s o. E u s ei que a
coi s a que col ocaram dentro de você é quem es tá di zendo i s s o."
" E l ena, eu l he garanto, s ou apenas eu. E u gos tei mui to quando eu o fi z
machucá-l a. E u gos tei de ouvi r o j ei to como você gri tou. E u o fi z ras gar s ua
roupa — eu ti ve que machucá-l o mui to para l evá-l o a fazer i s s o. M as você não
percebeu que s ua cami s ol a foi ras gada, e que você es tava des cal ça? Tudo i s s o
foi M utt."
E l ena forçou s ua mente de vol ta para o momento em que el a es tava
pres tes a s al tar para fora da Ferrari . Si m, al i , e no momento depoi s el a es tava
com os pés des cal ços e des coberta, ves ti ndo apenas uma cami s ol a. Um pouco do
teci do de s eu j eans ti nha s i do dei xado na bei ra da es trada, e na vegetação em
vol ta. M as nunca ti nha ocorri do a el a s aber o que ti nha aconteci do com s uas
botas e mei as , ou como s ua cami s ol a ti nha s i do ras gada em ti ras na parte de
bai xo. E l a s i mpl es mente es tava tão grata pel a aj uda... de quem a ti nha feri do
em pri mei ro l ugar.
Oh, Damon deve ter pens ado que i s s o era i rôni co. De repente, el a
percebeu que s e es tava pens ando em Damon e não em s eu mani pul ador. Não
em Shi ni chi e M i s ao. M as el es não eram a mes ma pes s oa, el a di s s e a s i
mes ma. E u tenho que me l embrar di s s o!
" Si m, eu gos tei de fazê-l o te feri r, e eu gos tei de te machucar. E u o fi z
me trazer uma vara de s al guei ro, da es pes s ura correta, e então chi cotear você
com el a. Você gos tou di s s o, também, eu l he prometo. Não s e i ncomode de
procurar as marcas porque el as s e foram com as outras . M as nós três
es távamos gos tando de ouvi r s eus gri tos . Você... e eu... e M utt, também. Na
verdade, de todos nós , el e pode ter gos tado mai s ?"
" Damon, cal e-s e! E u não quero ouvi -l o fal ar s obre M att des s a
manei ra!"
" E u não i ri a dei xá-l o te ver s em as s uas roupas , no entanto, " Damon
confi denci ou, como s e não ti ves s e ouvi do nem uma pal avra. " Foi quando eu o
— di s pens ei . Col oquei -a em outro gl obo de neve. E u queri a caçá-l a enquanto
você tentava fugi r de mi m, num mundo vazi o do qual você nunca poderi a s ai r.
E u queri a ver es s e ol har es peci al em s eus ol hos que você tem quando você
l uta com tudo o que você tem — e eu queri a vê-l o derrotado. Você não é uma
l utadora, E l ena." Damon ri u de repente, um s om fei o, e para terror de E l ena
s eus braços a s ol taram e el e deu um s oco na parede do mi rante.
" Damon..." E l a es tava chorando agora.
" E então eu queri a fazer i s s o." Sem nenhum avi s o, o punho de Damon
forçou quei xo para ci ma, empurrando a cabeça del a para trás . A outra mão
emaranhou em s eus cabel os , trazendo o pes coço del a para a pos i ção exata que
el e queri a. E então E l ena s enti u s eu ataque, rápi do como uma cobra, e s enti u
as duas feri das ras gadas no l ado do pes coço, e s eu própri o s angue j orrando
para fora del as .
Tempo depoi s , E l ena acordou l entamente. Damon ai nda es tava s e
di verti ndo, cl aramente perdi do na experi ênci a de ter E l ena Gi l bert. E não
houve tempo de fazer pl anos di ferentes .
Seu corpo s i mpl es mente as s umi u por s i s ó, as s us tando-a quas e tanto
quanto as s us tando Damon. M es mo quando el e l evantou a cabeça, a mão del a
arrancou a chave mági ca da cas a para fora de s eu dedo. E ntão el a agarrou, s e
vi rou, l evantou os j oel hos tão al to quanto pôde, e chutou para fora, envi ando
Damon contra a madei ra vel ha e podre que formavam a grade de fora do
mi rante.
34
Um di a E l ena cai u da s acada, e Stefan pul ou e a pegou antes que el a
bates s e no chão. Uma queda humana des s a al tura teri a um i mpacto fatal . Um
vampi ro em pl ena pos s e de s eus refl exos s i mpl es mente gi rari a no ar como
um gato e cai ri a de l eve s obre os pés . M as um vampi ro nas ci rcuns tânci as
parti cul ares de Damon es ta noi te...
Pel o s om, el e tentou gi rar, mas acabou cai ndo de l ado e quebrando
al guns os s os . E l ena deduzi u i s s o pel o pal avrão que el e s ol tou. E l a não
es perou para ouvi r mai s detal hes . Di s parou como uma l ebre, des cendo ao
quarto de Stefan — onde de i medi ato e quas e i ncons ci entemente envi ou uma
s úpl i ca muda — e des ceu a es cada. A cabana s e trans formara compl etamente
numa dupl i cata perfei ta do pens i onato. E l ena não s abi a por que, mas por
i ns ti nto correu para o l ado da cas a que Damon menos conheci a: as anti gas
dependênci as de empregados . Chegou até l á antes de s e atrever a s us s urrar
coi s as para a cas a, pedi ndo e não exi gi ndo, rezando para que a cas a
obedeces s e como obedecera a Damon.
" Cas a da ti a Judi th, " s us s urrou el a, enfi ando a chave numa porta;
entrou como uma faca quente na mantei ga e gi rou quas e por vontade própri a.
Logo depoi s , de repente, el a s e vi u de novo no que foi s ua cas a por 16 anos , até
s ua pri mei ra morte.
E l a es tava no corredor, e a porta do quarto da i rmã mai s nova, M argaret,
es tava aberta, mos trando a cri ança dei tada no chão do quarto, vendo de ol hos
arregal ados um l i vro de col ori r.
" Vamos bri ncar de pega-pega, meu amorzi nho!" anunci ou E l ena como
s e fantas mas apareces s em todos os di as na cas a dos Gi l bert, e M argaret
s oubes s e l i dar com i s s o. " Você vai cor rendo até a cas a da s ua ami ga Barbara,
e depoi s el a vai s e es conder. Não pare de correr até chegar l á, depoi s vá ver a
mãe de Barbara. M as pri mei ro me dê três bei j os ." E el a l evantou M argaret e
a abraçou com força, quas e a ati rando porta afora em s egui da.
" M as E l ena... Você vol tou..."
" E u s ei , meu amor, e prometo que vej o você de novo outro di a. M as
agora... Corre, neném..."
" E u di s s e a el es que você i a vol tar. Você fez i s s o antes ."
" Marg aret! Corre!"
Sufocando em l ágri mas , mas tal vez reconhecendo a s eri edade da s i tuação
com s eu j ei to de cri ança, M argaret correu. E E l ena a s egui u, mas
zi guezagueando por uma es cada di ferente da que pegou M argaret.
E el a s e vi u de frente para um Damon com um s orri s o mal i ci os o.
" Você demora demai s fal ando com as pes s oas , " di s s e el e, enquanto
E l ena contava freneti camente s uas opções . Subi r à s acada pel a entrada? Não.
Os os s os de Damon ai nda podi am doer um pouco, mas s e E l ena pul as s e um
andar que fos s e, provavel mente quebrari a o pes coço. O que mai s ? Pens e!
E então el a es tava abri ndo a porta do armári o de porcel anas , ao mes mo
tempo gri tando, " Cas a da ti a Ti l da: s em s aber s e a magi a ai nda funci onari a.
E bateu a porta na cara de Damon."
E E l ena es tava na cas a da ti a Ti l da, mas a cas a da ti a Ti l da do pas s ado.
Não admi ra que acus as s em a pobre da ti a Ti l da de ver coi s as es tranhas ,
pens ou E l ena, enquanto vi a a mul her empal i decendo, s egurando um grande
vi dro, chei o de al go que chei rava a cogumel os , gri tando e l argando o vi dro.
" E l ena!" gri tou el a. " O que... Não pode s er você... Você es tá toda
cres ci da!"
" Qual é o probl ema?" perguntou a ti a M aggi e, que era ami ga da ti a
Ti l da, vi ndo de outro cômodo. E l a era mai s al ta e mai s s evera do que a ti a
Ti l da.
" E s tão me pers egui ndo." excl amou E l ena. " Preci s o achar uma porta, e
s e vi rem um rapaz atrás de mi m... "
Jus to nes s e momento Damon s ai u do armári o de cas acos . Ao mes mo
tempo, ti a M aggi e o fez tropeçar e di s s e:
" A porta do banhei ro atrás de você." pegando um vas o e ati ngi ndo Damon
na nuca quando el e s e l evantava. Bateu com força.
E E l ena di s parou pel a porta do banhei ro, gri tando: " Robert E . Lee Hi gh
School no outono pas s ado — na hora em que a s i neta tocou!"
E el a es tava nadando contra a corrente, com dezenas de al unos tentando
chegar a s uas aul as a tempo — mas um del es a reconheceu, depoi s outro, e
enquanto aparentemente el a cons egui a vi aj ar a uma época em que não es tava
morta — ni nguém gri tava " fantas ma" — ni nguém na Robert E . Lee vi ra
E l ena Gi l bert us ando uma cami s a de homem por ci ma de uma combi nação,
com o cabel o cai ndo des aj ei tado pel os ombros .
" É o fi guri no de uma peça!" gri tou el a, cri ando uma das l endas
i mortai s s obre s i mes ma antes até de ter morri do, ao acres centar: " Cas a de
Carol i ne!" E entrou em um armári o de vas s ouras . Um s egundo depoi s , o rapaz
mai s l i ndo que qual quer um vi ra na vi da apareceu atrás del a e pas s ou pel a
mes ma porta pronunci ando al guma coi s a numa l í ngua es trangei ra. E quando
o armári o de vas s ouras s e abri u, não havi a rapaz nem meni na nenhuma al i .
E l ena di s parou pel o corredor e quas e es barrou no Sr. Forbes , que
cambal eava mui to. Bebi a o que pareci a s er um copo grande de s uco de tomate
que chei rava a ál cool .
" Não s abemos onde el a vai parar, não é?" gri tou el e antes que E l ena
pudes s e di zer uma pal avra que fos s e. " E l a vai perder o j uí zo, pel o que s ei .
E l a es tá fal ando da ceri môni a na s acada... E o j ei to como s e ves te! Os pai s não
têm mai s nenhum control e s obre os fi l hos !" E l e arri ou j unto a uma parede.
" Des cul pe, " murmurou E l ena. A ceri môni a. Bom, as ceri môni as de
M agi a Negra em geral aconteci am ao nas cer da l ua ou à mei a-noi te. E
fal tavam poucos mi nutos para a mei a-noi te. M as naquel es i ns tantes , E l ena
j á havi a bol ado o Pl ano B.
" Com l i cença" di s s e el a, ti rando o dri nque da mão do Sr. Forbes e
j ogando na cara de Damon, que s ai u de um armári o. Depoi s el a gri tou:
" Al gum l ugar em que a es péci e deles não pos s a ver!"
E entrou no...
Li mbo?
Paraí s o?
***
Alg umlug ar emque a espéci e deles não possa ver. No i ní ci o E l ena s e i ndagou s obre
s i , porque el a mes ma não cons egui a ver mui ta coi s a.
M as depoi s percebeu onde es tava, debai xo da terra, abai xo da tumba
vazi a de Honori a Fel l . Um di a, el a l utou aqui embai xo para s al var a vi da de
Stefan e Damon.
E agora, onde não devi a haver nada a não s er es curi dão, ratos e mofo,
havi a uma l uzi nha bri l hante. Como uma Fada Si ni nho em mi ni atura — s ó
uma centel ha, pai rava no ar, não a chamava, não s e comuni cava com el a,
mas ... protegi a, percebeu E l ena. E l a pegou a l uz, que era i ntens a e fri a em
s eus dedos , e, gi rando-a, traçou um cí rcul o grande o bas tante para um adul to
s e dei tar em s eu i nteri or.
Quando E l ena s e vi rou, Damon es tava s entado no mei o.
E l e pareci a es tranhamente pál i do para al guém que ti nha acabado de s e
al i mentar. M as não di s s e nada, nem uma pal avra, s ó a encarava. E l ena foi
até el e e tocou s eu pes coço.
Um s egundo depoi s , Damon es tava novamente bebendo profundamente
do s angue mai s extraordi nári o do mundo.
E m geral , el e s eri a anal i s ado pel o s abor: gos to de fruta s i l ves tre ou de
fruta tropi cal , s uave ou defumado, amadei rado ou cercado de uma nota s edos a
... M as não agora. Não este s angue, que ul trapas s ava em mui to qual quer coi s a
para a qual el e ti ves s e pal avras . E s te s angue que o enchi a de um poder que
el e j amai s conheceu...
Damon .
Por que el e não ouvi a? Como podi a beber es te s angue extraordi nári o que
ti nha gos to de al go do al ém, e por que não ouvi a a doadora?
Por favor, Damon. Por favor, lute...
E l e devi a reconhecer aquel a voz. E l e a ouvi u mui tas vezes .
Sei que estão controlando você. Mas eles não podemcontrolar você i ntei ro. Você é mai s forte
do que eles. Você é o mai s forte...
Bom, i s s o certamente era verdade. M as el e fi cava cada vez mai s confus o.
A doadora pareci a es tar i nfel i z e el e era mes tre em fazer doadoras fel i zes . E
Damon não s e l embrava mui to bem ... Real mente devi a s e l embrar de como
i s s o ti nha começado.
Damon, sou eu. Elena. E você está me machucando.
Tanta dor e tanto as s ombro. Des de o i ní ci o, E l ena s abi a mui to bem que
não devi a l utar quando bebi am de s uas vei as . Is s o s ó caus ari a agoni a, e não
fari a o menor bem a el a s ó i mpedi ri a s eu cérebro de trabal har.
E ntão el a tentava fazê-Io combater a bes ta terrí vel dentro del e.
Ora, s i m, mas a mudança ti nha de vi r de dentro. Se el a o obri gas s e,
Shi ni chi perceberi a e o pos s ui ri a novamente. Al ém de tudo, o s i mpl es mote,
Damon, sej a forte, não es tava dando certo.
E ntão s ó o que s e podi a fazer era morrer? E l ena devi a pel o menos l utar,
embora s oubes s e que a força de Damon tornari a a l uta i núti l . A cada gol e que
tomava de s eu novo s angue, Damon fi cava mai s forte; el e s e trans formava cada
vez mai s em...
E m quê? E ra o s angue dela. Tal vez el e res pondes s e a s eu apel o, que
também era o apel o del a. Tal vez, em al gum l ugar l á dentro, el e pudes s e
derrotar o mons tro s em que Shi ni chi percebes s e.
M as el a preci s ava de um novo poder, al gum truque novo ...
E ao pens ar ni s s o, E l ena senti u o novo Poder s e movendo nel a, e
entendeu que s empre es teve al i , es perando pel a ocas i ão certa para s er us ado.
E ra um poder mui to es pecí fi co, não para s er us ado na l uta, nem para s e
s al var. Ai nda as s i m, era del a e podi a s er aprovei tado. Os vampi ros que a
predavam s ó cons egui am al guns bocados , mas E l ena ti nha todo o s upri mento
de s angue chei o de s eu enorme vi gor. E apel ar a el e era fáci l como tentar
al cançá-Io com a mente e as mãos abertas .
As s i m que el a o fez, novas pal avras vi eram a s eus l ábi os e, o mai s
es tranho de tudo, novas as as brotaram de s eu corpo, que Damon curvava
acentuadamente para trás pel os quadri s . E s s as as as etéreas não eram para
voar, mas para outra coi s a, e quando s e des enrol aram l entamente formaram
um arco i mens o da cor do arco-í ri s cuj a ponta s e curvava, cercando e envol vendo
Damon e E l ena.
E el a di s s e tel epati camente: Asas da Redenção.
E por dentro, s em emi ti r s om al gum, Damon gri tou.
E as as as s e abri ram um pouco. Só quem aprendeu mui to s obre magi a
teri a vi s to o que aconteci a dentro del as . A angús ti a de Damon tornava-s e a
angús ti a de E l ena enquanto el a ti rava del e cada i nci dente dol oros o, cada
tragédi a, cada cruel dade que i nci tou a formação de camadas pétreas de
i ndi ferença e i ndel i cadeza em torno de s eu coração.
Camadas — duras como a pedra no coração de uma pequena es trel a negra
— s e rompi am e di s pers avam. Não paravam. Grandes nacos e pedregul hos
fraturados , fragmentos es pati fados . Al guns s e di s s ol vi am em nada mai s do
que uma nuvem de fumaça acre.
M as havi a al go no centro — um núcl eo mai s es curo do que o i nferno e
mai s duro do que os chi fres do demôni o. E l a não cons egui a ver bem o que
havi a al i . E l a pens ou — teve es perança — de que no fi m até aqui l o
expl odi s s e.
Agora, e s ó agora, el a podi a i nvocar o par s egui nte de as as . Não s abi a s e
s obrevi veri a ao pri mei ro ataque; certamente não achava que poderi a s obrevi ver
a es te. M as Damon preci s ava s aber.
Damon es tava s obre um j oel ho no chão, com os braços envol vendo
fi rmemente o própri o corpo. Is s o devi a s er bom. E l e ai nda era Damon e
provavel mente es tari a mui to mai s fel i z s em o pes o de todo aquel e ódi o,
preconcei to e cruel dade. E l e não conti nuari a s e l embrando de s ua j uventude e
dos outros j ovens que zombaram de s eu pai por s er um vel ho tol o, com s eus
i nves ti mentos des as tros os e uma amante mai s nova do que os própri os fi l hos .
Nem s e prenderi a el e i ntermi navel mente a s ua i nfânci a, quando o pai o
es pancava em ataques de uma fúri a bêbada quando Damon negl i genci ava os
es tudos ou andava em companhi as ques ti onávei s .
E por fi m el e não conti nuari a a s aborear e contempl ar as mes mas coi s as
terrí vei s que fez a s i mes mo. E l e fora redi mi do, em nome dos céus , pel as
pal avras col ocadas na boca de E l ena.
M as agora... Havi a al go de que el e preci s a s e l embrar. Se E l ena ti ves s e
razão.
Se ao menos el a ti ves s e razão.
" Que l ugar é es te? E s tá feri da, meni na?"
E m s ua confus ão, el e não a reconheci a. E l e es tava de j oel hos ; agora
E l ena s e aj oel hou ao l ado del e.
E l e a ol hou com ardor.
" E s tamos rezando ou fazendo amor? E s tamos de vi gí l i a ou na cas a dos
Gonzal go?"
" Damon, " di s s e el a, " s ou eu, E l ena. Agora es tamos no s écul o XXI, e
você é um vampi ro." Depoi s , abraçando-o com genti l eza, com o ros to encos tado
no del e, el a s us s urrou: " Asas da Lembrança."
E um par de as as de borbol eta trans parentes , nas cores vi ol eta, cerúl eo e
azul mei a-noi te, brotaram de s uas cos tas , pouco aci ma dos quadri s . As as as
eram decoradas com s afi ras e ameti s tas mí ni mas e trans l úci das , num
des enho i ntri ncado. Com mús cul os que el a j amai s us ou na vi da, el a as l evou
faci l mente para ci ma e para frente, até que s e curvas s em de dentro para fora,
e Damon foi abri gado dentro del as . E ra como s er fechado numa caverna es cura
cravej ada de j oi as .
E l a podi a ver nas fei ções refi nadas de Damon que el e não queri a s e
l embrar de nada mai s do que j á recordava agora. M as novas l embranças ,
memóri as l i gadas a el a, j á s e acumul avam dentro del e. E l e ol hou o anel de
l ápi s -l azúl i que ti nha no dedo, e E l ena pôde ver l ágri mas brotando em s eus
ol hos . Depoi s , l entamente, o ol har del e s e vol tou para el a.
" E l ena?"
" Si m."
" Al guém me pos s ui u e me ti rou as l embranças do tempo que pas s ei
pos s uí do." s us s urrou el e. " Si m... Pel o menos , acho que s i m."
" E al guém a feri u."
" Si m."
" E u j urei matá-Io ou fazer del e s eu es cravo mai s de cem vezes . E l e bateu
em você. Ti rou s eu s angue à força. E l e i nventou hi s tóri as ri dí cul as s obre
machucar você de outras manei ras ."
" Damon. Si m, é verdade. M as por favor..."
" E u es tava atrás del e. Se eu o encontras s e, podi a tê-Io atropel ado; podi a
ter arrancado s eu coração ai nda batendo do pei to. Ou podi a ter ens i nado as
l i ções mai s dol oros as que ouvi ... E eu ouvi mui tas hi s tóri as ... E no fi m, com a
boca ens anguentada, el e teri a bei j ado s eus pés , s eri a s eu es cravo até
morrer."
Is s o não era bom para el e. E l ena podi a ver. Os ol hos de Damon es tavam
cercados de branco, como os de um potro apavorado. " Damon, eu l he i mploro..."
" E aquel e que machucou você... Fui eu."
" Não s e cul pe. Você mes mo di s s e. E s tava possuí do."
" Você teve tanto medo de mi m que ti rou a roupa para mi m."
E l ena s e l embrou da cami s a Pendl eton ori gi nal .
" E u não queri a que você e M att bri gas s em."
" Você dei xou que eu a s angras s e, contrari ando s ua própri a vontade."
Des ta vez el a não cons egui u di zer nada a não s er um " Si m."
" E u ... Meu Deus! ... Us ei meus Poderes para l he provocar uma afl i ção
horrí vel !"
" Se quer di zer um ataque que provoca dor e convul s ões horrendas , s i m. E
você fez pi or com M att."
M att não es tava no radar de Damon.
" E depoi s eu a raptei ."
" Você tentou."
" E você pul ou de um carro em al ta vel oci dade em vez de s e arri s car
comi go."
" Você es tava j ogando pes ado, Damon. E l es l he di s s eram para pegar
pes ado, tal vez até para quebrar s eus bri nquedos ."
" E eu fi quei procurando por quem fez você pul ar do carro... Não
cons egui a me l embrar de nada antes daqui l o. E eu j urei que arrancari a os
ol hos e a l í ngua del e antes que el e morres s e em agoni a. Você não podi a
andar. Teve que us ar uma mul eta para atraves s ar o bos que e, j us to quando a
aj uda devi a chegar, Shi ni chi a atrai u para uma armadi l ha. Ah, s i m, eu o
conheço. Você fi cou vagando dentro do gl obo de neve del e... E ai nda es tari a
vagando s e eu não o ti ves s e quebrado."
" Não" di s s e E l ena em voz bai xa. " E u teri a morri do há mui to tempo.
Você me encontrou quando eu es tava quas e as fi xi ada, l embra?"
" Si m." Um momento de al egri a i ntens a em s eu ros to. M as vol tou o ol har
vi drado e apavorado. " E u fui o torturador, o pers egui dor, aquel e de quem você
teve tanto medo. E u a obri guei a fazer coi s as com... com..."
" M att."
" Ah, Deus " di s s e el e, e era cl aramente uma i nvocação à dei dade, não
apenas uma excl amação, porque el e ol hou para ci ma, erguendo as mãos
cerradas para o céu. " Pens ei que s eri a um herói para você. E m vez di s s o, eu
s ou a abomi nação. E agora? Por di rei to, eu j á devi a es tar morto aos s eus pés ."
E l e fi tou E l ena com os ol hos arregal ados , ani mal es cos e negros . Não havi a
humor nel es , nenhum s arcas mo, nem hes i tação. E l e pareci a mui to novo e
bas tante des vai rado e des es perado. Se fos s e uma pantera negra, teri a andado
pel a j aul a freneti camente, mordendo as grades .
Depoi s el e tombou a cabeça para bei j ar os pés des cal ços de E l ena.
E l ena fi cou chocada.
" Sou s eu para fazer o que qui s er de mi m." di s s e el e na mes ma voz
atordoada. " Pode ordenar que eu morra agora mes mo. Depoi s de toda mi nha
convers a s agaz, vej o que o mons tro s ou eu."
E Damon chorou. Provavel mente nenhuma outra ci rcuns tânci a podi a
l evar l ágri mas aos ol hos de Damon Sal vatore. M as el e fi cou encurral ado.
Jamai s quebrou s ua pal avra, e prometeu que i a arrebentar o mons tro, aquel e
que fez tudo i s s o com E l ena. O fato de que Damon es tava pos s uí do — no i ní ci o
um pouco, depoi s cada vez mai s , até que toda s ua mente era s i mpl es mente
mai s um dos bri nquedos de Shi ni chi , a s er us ado e des cartado a s eu bel -
prazer — não compens ava s eu cri mes .
" Você s abe que eu... s ou amal di çoado." di s s e el e, como s e tal vez ni s s o
fos s e um atal ho para a reparação.
" Não, eu não sei ," di s s e E l ena. " Porque não acredi to i s s o."
E Damon, pens e em quantas vezes você os combateu. Sei que el es
queri am que você matas s e Carol i ne naquel a pri mei ra noi te, quando você
di s s e que s enti u al go no es pel ho del a. Você di s s e que quas e a matou. Sei que
eIes queri am que você me matas s e. Vai fazer i s s o?
E l e s e curvou aos pés de E l ena de novo, e el a apres s adamente o pegou
pel os ombros . Não s uportava ver Damon com tanta dor.
M as agora Damon ol hava par cá e para l á, como s e ti ves s e um propós i to
defi ni do. E l e também gi rava o anel de l ápi s -l azúl i .
" Damon... No que es tá pens ando? Di ga-me no que es tá pens ando!"
" Que el e pode me es col her como s ua mari onete novamente ... E des ta vez
pode haver uma es taca de madei ra de verdade. Shi ni chi ... E l e é o mons tro por
trás de s ua crença i nocente. E el e pode me domi nar num áti mo. Nós vi mos
i s s o."
" E l e não poderá, s e você me dei xar l he dar um bei j o."
" O quê?" Damon a ol hou como s e el a não ti ves s e acompanhado a
convers a corretamente.
" Dei xe-me l he dar um bei j o... E ti rar es s e mal ach mori bundo de dentro
de você.
" M ori bundo?"
" E l e morre um pouco mai s a cada vez que você recupera forças
s ufi ci entes para dar as cos tas a el e."
" É ... mui to grande?"
" A es s a al tura, do s eu tamanho."
" Que bom." s us s urrou el e. " E u s ó queri a poder l utar com el e eu
mes mo."
" Pour le sport?" res pondeu E l ena, mos trando que s eu verão na França no
ano anteri or não foi um compl eto des perdí ci o. " Não. Porque eu o odei o
mortal mente e preferi a s ofrer mi l vezes s ua dor, des de que eu s oubes s e que
es tava feri ndo a coi sa. "
E l ena concl ui u que não era hora de s e demorar. E l e es tava pronto.
" Vai me dei xar fazer es s a úl ti ma coi s a?"
" E u j á l he di s s e ... O mons tro que machucou você é agora s eu es cravo."
M ui to bem. E l es podi am di s cuti r es s a ques tão mai s tarde. E l ena s e
i ncl i nou para frente e ergueu a cabeça com os l ábi os franzi dos de l eve.
Depoi s de al guns s egundos , Damon, o Don Juan das trevas , entendeu o
que el a queri a.
E l e a bei j ou com mui ta genti l eza, como s e temes s e fazer contato demai s .
" As as da Puri fi cação" s us s urrou E l ena contra os l ábi os del e. As as as
eram brancas como neve e pareci am renda, mal vi s í vei s em al guns l ugares .
Arquearam- s e aci ma de E l ena, no al to, ci nti l ando com uma i ri des cênci a que
a l embrava do l uar em tei as de aranha congel adas . E nvol veram mortal e
vampi ro numa tei a fei ta de di amantes e pérol as .
" Is to vai doer em você." di s s e E l ena, s em entender como s abi a. O
conheci mento pareci a vi r no momento em que el a preci s ava del e. E ra quas e
como es tar num s onho em que grandes verdades s ão compreendi das s em a
neces s i dade de aprendê-Ias , e s ão acei tas s em as s ombro.
E era as s i m que el a s abi a que as Asas da Puri fi cação procurari am e
des trui ri am qual quer coi s a es tranha dentro de Damon e que a s ens ação podi a
s er mui to des agradável para el e. Quando o mal ach não pareceu s ai r por
vontade própri a, el a di s s e, i nci tada por s ua voz i nteri or:
" Ti re a cami s a. O mal ach es tá pres o a s ua col una e es tá mai s perto da
pel e de s ua nuca, por onde entrou. Vou ter que arrancá-Io pel a mão."
" Pres o a mi nha col una?"
" Si m. Já s enti u? Acho que no i ní ci o deve ter pareci do uma pi cada de
abel ha, enquanto entrava em você, s ó um furo afi ado e uma bol ha de gel ati na
que grudou na s ua col una."
" Ah. A pi cada de mos qui to. Si m, eu s enti . E mai s tarde meu pes coço
começou a doer, e por fi m todo o meu corpo. A coi s a es tava ... cres cendo dentro de
mi m?"
" Si m, e control ando cada vez mai s s eu s i s tema nervos o. Shi ni chi
control ava você como uma mari onete."
" M eu bom Deus , eu l amento tanto. "
" Vamos fazer com que el e s e l amente, e não você. Vai ti rar a cami s a?"
E m s i l ênci o, como uma cri ança confi ante, Damon ti rou a j aqueta preta e
a cami s a. Depoi s , enquanto E l ena o col ocava na pos i ção correta, el e s e dei tou
atraves s ado em s eu col o, as cos tas pál i das e com os mús cul os fi rmes contra o
chão es curo.
" Des cul pe, " di s s e el a. " Li vrar-s e del e des s e j ei to... Puxando pel o
buraco por onde entrou... Vai doer de verdade."
" Que bom." grunhi u Damon. E el e enterrou o ros to em s eus braços
maci os e mus cul os os .
E l ena us ou as al mofadas dos dedos , tateando o al to da col una de Damon,
procurando o que queri a. Um ponto mol e. Uma bol ha. Quando a encontrou,
E l ena a perfurou com as unhas até que o s angue de repente brotou.
E l a quas e o perdeu ao tentar achatar, mas o es tava pers egui ndo com as
unhas afi adas — e demorava demai s . Por fi m el a teve de s egura-l o com
fi rmeza entre as unhas do pol egar e de outros doi s dedos .
O mal ach ai nda es tava vi vo e cons ci ente o bas tante para res i s ti r um
pouco a E l ena. M as era como uma água-vi va tentando res i s ti r — s ó que a
água-vi va s e parte quando a puxamos . E s ta coi s a es corregadi a e pegaj os a em
forma de homem cons ervou s ua forma à medi da que el a o puxava l entamente
pel a brecha na pel e de Damon.
E i s s o provocava dor em Damon. E l ena s abi a. E l a começou a tomar parte
de s ua dor para s i , mas el e arfou, " Não! " , com tal veemênci a que el a deci di u
dei xar que el e s uportas s e s ozi nho.
O mal ach era mui to mai or e mui to mai s s ubs tanci al do que el a havi a
i magi nado. Deve ter cres ci do al i por um bom tempo, pens ou el a — uma
bol i nha de gel ati na que s e expandi u até control ar Damon até a ponta dos
dedos . E l a preci s ou s e s entar, depoi s s e afas tar de Damon e depoi s vol tar para
que o mal ach es ti ves s e no chão, uma cari catura branca, vi s cos a e fi l amentos a
de corpo humano.
" Acabou?" Damon es tava s em fôl ego; e real mente doeu.
" Si m."
Damon s e l evantou e ol hou a coi s a branca e fl áci da — que s e retorci a um
pouco — que o obri gara a pers egui r a pes s oa de quem el e mai s gos tava no
mundo. Depoi s , del i beradamente, pi s ou nel a, es magando-a s ob os
cal canhares de s uas botas até que el a s e des fez em pedaços , em s egui da
pi s oteou os fragmentos . E l ena deduzi u que el e não s e atrevi a a expl odi -Ia com
s eu Poder por medo de al ertar Shi ni chi .
Por fi m, s ó o que res tou foi uma mancha e um chei ro.
E l ena não s abi a por que s e s enti u tonta naquel e momento, mas
es tendeu a mão para Damon e el e a pegou, e os doi s fi caram de j oel hos ,
abraçados .
" E u o l i bero de qual quer promes s a que tenha fei to... E nquanto es tava
na pos s e des te mal ach." di s s e E l ena. Is to era es tratégi co. E l a não queri a
l i berá-l o da promes s a de cui dar do i rmão.
" Obri gado." s us s urrou Damon, o pes o de s ua cabeça no ombro de E l ena.
" E agora, " di s s e E l ena, como uma profes s ora de j ardi m de i nfânci a
que quer pas s ar rapi damente a outra ati vi dade. " Preci s amos fazer pl anos .
M as pl anos ul tras s ecretos ..."
" Temos que parti l har s angue. M as E l ena, quanto você doou hoj e? Você
es tá pál i da."
" Você di s s e que s eri a meu es cravo... Agora não quer ti rar um pouco do
meu s angue."
" Você di s s e que me l i berou... E m vez di s s o vai me prender para s empre,
não é? M as há uma s ol ução mai s s i mpl es . Você toma um pouco do meu
s angue."
E no fi m foi o que el es fi zeram, embora E l ena s e s enti s s e um tanto
cul pada por i s s o, como s e es ti ves s e trai ndo Stefan. Damon s e cortou com o
mí ni mo de es tardal haço, depoi s começou a acontecer — el es es tavam
parti lhando mentes , fundi ndo-s e. E m um perí odo de tempo mui to mai s curto do
que l evari a para pronunci ar as fras es em voz al ta, acabou-s e: E l ena contou a
Damon o que os ami gos des cobri ram s obre a epi demi a entre as meni nas de
Fel l ' s Church, e Damon contou a E l ena tudo o que s abi a s obre Shi ni chi e
M i s ao. E l ena el aborou um pl ano para l i dar com qual quer outra j ovem
pos s uí da como Tami , e Damon prometeu tentar des cobri r dos gêmeos ki ts une
onde Stefan es tava.
E por fi m, quando não havi a mai s nada a di zer e o s angue de Damon
res taurava a cor fraca do ros to de E l ena, el es combi naram quando s e
encontrari am novamente.
Na ceri môni a.
Depoi s s ó havi a E l ena naquel e ambi ente, e um grande corvo bati a s uas
as as na di reção do anti go bos que.
***
***
" Cons egui mos !" Bonni e excl amou ao s e aproxi marem da cas a. E l a s abi a
que s ua voz es tava es tri dente, mai s do que es tri dente, mas de al gum modo a
vi s ão do pens i onato i l umi nado, como uma árvore de Natal com uma es trel a no
al to, a reconfortava, mes mo que el a s oubes s e que es tava tudo errado. Bonni e
ti nha vontade de chorar de al í vi o.
" Si m, cons egui mos ." di s s e a voz grave da Dra. Al pert. " Todos nós . É
Is obel quem preci s a de mai s tratamento, e o mai s rápi do pos s í vel .
Theophi l i a, prepare s uas panacéi as ; e al guém l eve Is obel e l he dê um
banho."
" E u farei i s s o." Bonni e di s s e numa voz trêmul a, depoi s de uma breve
hes i tação. " E l a vai fi car tranqui l a como es tá agora, não é? Não é?"
" Eu vou com Is obel ." di s s e M att. " Bonni e, você vai aj udar a Sra. Fl owers .
E antes de a gente entrar, quero dei xar uma coi s a bem cl ara: ni nguém vai a
l ugar nenhum s ozi nho. Vamos todos andar em grupos de doi s ou três ." Havi a
um tom de autori dade na voz del e.
" Faz s enti do." di s s e M eredi th ri s pi damente, tomando l ugar ao l ado da
médi ca. " É mel hor ter cui dado, M att; Is obel é a mai s peri gos a."
Foi quando vozes al tas e agudas foram ouvi das do l ado de fora da cas a.
Pareci am duas ou três meni ni nhas cantando.
" Tami ? Tami Bryce?" perguntou M eredi th, abri ndo a porta enquanto a
mús i ca recomeçava. E l a di s parou para a frente, depoi s pegou a médi ca pel a
mão e a arras tou para o l ado ao avançar de novo.
E s i m, Bonni e vi u, havi a três fi guras pequenas , uma de pi j ama e duas
de cami s ol a, e el as eram Tami Bryce, Kri s ti n Duns tan e Ava Zari ns ki . Ava s ó
ti nha uns 11 anos , pens ou Bonni e, e não morava perto nem de Tami , nem de
Kri s ti n. As três s ol tavam ri s os es tri dentes . Depoi s recomeçaram a cantar, e
M att foi atrás de Kri s ti n.
" Socorro!" gri tou Bonni e. De repente el a es tava pendurada em um potro
chucro que es perneava e es coi ceava para todo l ado. Is obel pareci a ter
enl ouqueci do e fi cava mai s l ouca a cada repeti ção da mús i ca.
" E u a peguei ." di s s e M att, fechando-s e nel a com um abraço de urs o,
mas nem os doi s cons egui am manter Is obel parada.
" Vou dar outro s edati vo a el a." di s s e a Dra. Al pert, e Bonni e vi u os
ol hares entre M att e M eredi th, ol hares de des confi ança.
" Não... Não, dei xe que a Sra. Fl owers faça al guma coi s a." di s s e Bonni e
des es peradamente, mas a agul ha hi podérmi ca j á es tava quas e no braço de
Is obel .
" Não vai dar nada a el a." di s s e M eredi th categori camente, dei xando o
di s farce de l ado e, com um chute de bai l ari na, mandou a s eri nga pel os ares .
" M eredi th! Qual é o s eu probl ema?" excl amou a médi ca, s egurando
s eu pul s o.
" A ques tão é qual é o seu probl ema, doutora. Quem é você? Onde es tamos ?
E s te não pode s er o verdadei ro pens i onato."
" Obaas an! Sra. Fl owers ! Podem nos aj udar?" Bonni e ofegava, ai nda
tentando s egurar Is obel .
" Vou tentar." di s s e a Sra. Fl owers , deci di da, i ndo na di reção de Bonni e.
" Não, eu qui s di zer com a Dra. Al pert... E tal vez Ji m. A s enhora s abe...
conhece al gum fei ti ço... para fazer com que as pes s oas as s umam s ua
verdadei ra forma?"
" Oh!" di s s e Obaas an. " Ni s s o eu pos s o aj udar. Dei xe-me des cer, Ji m,
meu queri do. Logo todos es taremos em nos s as verdadei ras formas ."
Jayneel a era uma s egundani s ta de ol hos grandes , s onhadores e es curos
que em geral s e perdi am num l i vro. M as agora, enquanto a mei a-noi te s e
aproxi mava e a avó ai nda não ti nha l i gado, el a fechou o l i vro e ol hou para Ty.
Tyrone pareci a grande, feroz e mau durante o j ogo, mas fora del e era o i rmão
mai s vel ho mai s genti l , mai s l egal e mai s del i cado que uma meni na podi a
querer.
" Acha que a vovó es tá bem?"
" Hei n?" Tyrone também es tava com o nari z meti do num l i vro, mas era
um daquel es l i vros de entre-para-a-uni vers i dade-dos -s eus -s onhos . Como
es tava i ndo para o úl ti mo ano, el e preci s ava tomar al gumas deci s ões s éri as .
" Cl aro que es tá."
" Bom, vou dar uma ol hada na garoti nha, pel o menos ."
" Sabe de uma coi s a, Jay?" E l e a futucou de bri ncadei ra com o dedo do pé.
" Você s e preocupa demai s ."
Logo el e es tava perdi do de novo no Capí tul o Sei s , ‘Como Aprovei tar ao
M áxi mo Seu Servi ço Comuni tári o.’ M as vi eram gri tos de ci ma. Gri tos l ongos ,
al tos e agudos — a voz da i rmã. E l e l argou o l i vro e correu.
***
***
***
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Mi rti lo e vi oleta,
Dedalei ras e í ri s,
Olhamonde ela pi sa
E peg ama relva que se i ncli na.
" Prefi ro ouvi r uma expl i cação di reta s obre onde es tão as chaves ." di s s e
E l ena a Shi ni chi , s abendo que depoi s da canção não obteri a mai s nada de
M i s ao. " Si nceramente, es tou enj oada e cans ada de toda es s a s ua bestei rada."
E l a percebeu que mai s uma vez todos ol havam para el a e el a s abi a o
porquê. Podi a s enti r a di ferença em s ua voz, em uma ati tude, em s eu padrão
de fal a. M as pri nci pal mente, por dentro, o que el a s enti a era l i berdade.
" Vamos l he dar tudo i s s o." di s s e Shi ni chi . " Não as ti ramos do l ugar.
E ncontre-as pel as pi s tas ... Ou por outros mei os , s e puder." E l e pi s cou para
E l ena e s e vi rou, encontrando uma deus a da vi ngança pál i da e trêmul a.
Carol i ne. Independentemente do que es ti ves s e fazendo nos úl ti mos
mi nutos , el a também es ti vera chorando, es fregando os ol hos e torcendo as
mãos — ou as s i m E l ena deduzi u a parti r dos borrões de s ua maqui agem.
" Você também?" di s s e el a a Shi ni chi . " Você também? Shi ni chi abri u s eu
s orri s o l ângui do."
" E eu também o quê?"
" Você também es tá caí do por el a? Compondo poemas ... Dando pi s tas para
encontrar Stefan..."
" Não s ão pi s tas de verdade." di s s e Shi ni chi de um j ei to reconfortante,
s orri ndo novamente.
Carol i ne tentou bater nel e, mas el e a pegou pel o pul s o.
" E você acha que vai embora agora?" A voz de Carol i ne s e el evava a um
gri to, não tão agudo como o gui ncho es tri dente de M i s ao, mas com s eu própri o
vi brato es pantos o.
" E u sei que vamos embora." E l e ol hou para a rabugenta M i s ao. " Depoi s
de res ol vermos mai s um as s unto. M as não com você."
E l ena fi cou tens a, mas Carol i ne tentava atacar Shi ni chi novamente.
" Depoi s do que você me di s s e? Depoi s de tudo o que me di sse?"
Shi ni chi ol hou para el a de ci ma a bai xo, parecendo vê-Ia pel a pri mei ra
vez. E l e também pareceu genui namente pas mo.
" E u di sse a você?" perguntou el e. " Já nos fal amos es ta noi te?" Houve
uma ri s ada aguda. Todos s e vi raram. M i s ao es tava de pé, ri ndo, com as mãos
cobri ndo a boca.
" E u us ei a s ua i magem." di s s e el a ao i rmão, com os ol hos bai xos , como
s e confes s as s e um pecadi l ho. " E a s ua voz. No es pel ho, quando dei as ordens
a el a. E l a es tava s e recuperando de um rel aci onamento, de al guém que a
abandonou. E u di s s e que ti nha me apai xonado por el a e que queri a me vi ngar
dos i ni mi gos del a... M as el a teri a que fazer umas coi s i nhas para mi m."
" Como es pal har mal ach por mei o de garoti nhas ." di s s e Damon com
s everi dade.
M i s ao ri u novamente.
" E em um ou doi s meni nos . Sei como é ter es s es mal ach dentro de você.
Não dói nada. E l es s ó fi cam... aí ."
" Al guma vez al guém a obri gou a fazer uma coi s a que você não queri a?"
perguntou E l ena. E l a podi a s enti r os ol hos azui s em bras a. " Acha que i sso i a
doer, M i s ao?"
" Não era você?" Carol i ne ai nda ol hava para Shi ni chi ; obvi amente não
cons egui u acompanhar o rotei ro. " Não era você?"
E l e s us pi rou, s orri ndo de l eve.
" Não era eu. Acho que meu fraco s ão cabel os dourados . Dourados ... ou
vermel hos contra o preto." acres centou el e apres s adamente, ol hando a i rmã.
" E ntão era tudo menti ra." di s s e Carol i ne, e por um momento o
des es pero es tava es tampado em s eu ros to i nchado pel a rai va, com a tri s teza
mai or do que es s es doi s s enti mentos . " Você é outro fã de E l ena."
" E s cute, " di s s e E l ena as peramente, " eu não o quero. E u o odei o. O
úni co homem que me i mporta é Stefan!"
" Ah, el e é o úni co, é?" perguntou Damon, com um ol har para M att, que
puxara Bonni e para perto del es enquanto s e des enrol ava a bri ga das rapos as . A
Sra. Fl owers e a Dra. Al pert os s egui ram.
" Você entendeu o que eu qui s di zer." di s s e E l ena a Damon. Damon deu
de ombros .
" M ui tas j ovens de cabel os dourados termi nam noi vas do s ervi çal rude."
Depoi s el e bal ançou a cabaça. " Por que es tou fal ando es s as bes tei ras ?" Seu
corpo compacto pareci a as s omar s obre Shi ni chi .
" É s ó um efei to res i dual ... de es tar pos s uí do... Sabe como é."
Shi ni chi agi tou as mãos , os ol hos ai nda em E l ena. " M eus padrões de
pens amento... "
Pareci a que i a começar outra bri ga, mas Damon s e l i mi tou a s orri r e
di s s e, de ol hos s emi cerrados : " E ntão você dei xou M i s ao fazer o que qui s es s e
com a ci dade enquanto vi nha atrás de mi m e de E l ena."
" E de..."
" M utt." di s s e Damon apres s ada e automati camente.
" E u i a di zer Stefan." di s s e E l ena. " Não, eu acho que M att foi ví ti ma de
um dos es quemi nhas de M i s ao e Carol i ne antes de eu e el e es barrarmos em
você, quando você es tá compl etamente pos s uí do.
" E agora você acha que pode s i mpl es mente i r embora." di s s e Carol i ne
numa voz tremi da e ameaçadora.
" N ós estamos i ndo embora." di s s e Shi ni chi ri gi damente. " Carol i ne,
es pere, " di s s e E l ena. " E u pos s o aj udá-Ia... Com as Asas da Puri fi cação. Você
es tá s endo control ada por um mal ach."
" Não preci s o de s ua aj uda! Preci s o de um mari do! "
O s i l ênci o foi compl eto no tel hado. Nem mes mo M att i nterferi u des ta
vez.
" Ou pel o menos um noi vo, " murmurou Carol i ne, com a mão na barri ga.
" M i nha famí l i a não acei tari a i sso. "
' Vamos dar um j ei to." di s s e E l ena com brandura; depoi s , com fi rmeza:
" Carol i ne, acredi te."
" E u não acredi tari a em você nem que..." A res pos ta de Carol i ne foi
obs cena. Depoi s el a cus pi u na di reção de E l ena e fi cou em s i l ênci o, por opção
própri a ou porque o mal ach dentro del a queri a as s i m.
" De vol ta aos negóci os , " di s s e Shi ni chi . " Vej amos , nos s o preço pel as
pi s tas da l ocal i zação de Stefan é um pouco da memóri a de Damon. Di gamos ...
De quando o encontrei até agora. E l e s orri u de um j ei to des agradável ."
" Não pode fazer i s s o!" E l ena s enti u o pâni co tomar s eu corpo, começando
pel o coração e di s parando para os cantos mai s di s tantes de cada membro. " E l e
agora é di ferente; el e s e l embra das coi s as ... E l e mudou. Se ti rar a memóri a
del e..."
" Todas as doces mudanças des aparecerão." di s s e Shi ni chi a el a.
" Prefere perder s ua própri a memóri a?"
" Si m!"
" M as você foi a úni ca que ouvi u as pi s tas s obre a chave. E de qual quer
modo não quero ver as coi s as através de s eus ol hos . Quero ver você... pel os ol hos
dele."
Agora E l ena es tava pronta para começar el a mes ma outra bri ga. M as
Damon di s s e, j á s e di s tanci ando:
" Vá em frente e pegue o que qui s er, mas s e não s aí rem des ta ci dade
l ogo depoi s , vou arrancar s ua cabeça com es s a tes oura."
" Concordo."
" Não, Damon."
" Quer Stefan de vol ta?"
" Não a esse preço!"
" Que pena." i ntrometeu-s e Shi ni chi . " Não exi ste outro trato."
" Damon! Por favor... Pens e bem!"
" Já pens ei . É mi nha cul pa que os mal ach tenham s e di s s emi nado
tanto, antes de tudo. É mi nha cul pa por não i nves ti gar o que es tava
acontecendo com Carol i ne. Não l i guei para o que aconteci a com os humanos ,
des de que os recém- chegados os manti ves s em l onge de mi m. M as pos s o
cons ertar umas coi s as que fi z a você encontrando Stefan." E l e s e vi rou um
pouco para el a, com o anti go s orri s o di aból i co nos l ábi os . " Afi nal , cui dar de
meu i rmão é mi nha tarefa."
" Damon... Me escute."
M as Damon ol hava para Shi ni chi .
" Concordo." di s s e el e. " Temos um trato."
39
Vencemos a batal ha, mas não a guerra." di s s e E l ena com tri s teza. E l a
pens ou ni s s o no di a s egui nte à l uta com os gêmeos ki ts une. Não podi a ter
certeza de nada, s ó que es tava vi va, que Stefan s e fora e que Damon vol tara a
s ua anti ga i denti dade.
" Tal vez porque não ti vemos meu preci os o i rmão." di s s e el e, como que
para provar o raci ocí ni o de E l ena. E l es es tavam na Ferrari , tentando encontrar
o Jaguar de E l ena — no mundo real . E l ena o i gnorou. E l a também i gnorou o
s i l vo bai xo mas vagamente i rri tante que vi nha do di s pos i ti vo que el e i ns tal ara
e que não era um rádi o, s ó pareci a reproduzi r vozes e es táti ca.
Um novo ti po de tábua Oui j a? Áudi o em vez daquel e s ol etrar tedi os o?
E l ena s e s enti u tremer por dentro.
" Você me deu a s ua pal avra de que i a procurá-Io comi go. E j uro por... pel o
Outro M undo."
" Você me di s s e que dei mi nha pal avra, e você não é de menti r... Não
para mi m. Agora que você é humana, pos s o l er s uas expres s ões faci ai s . Se eu
dei mi nha pal avra, dei mi nha pal avra."
Humana?, pens ou E l ena. Sou mes mo? O que eu s ou? Com o ti po de Poder
que tenho? Até Damon podi a ver que o anti go bos que mudou no mundo real .
Não é mai s um bos que vel ho e mei o morto. Há fl ores de pri mavera em pl eno
verão. Há vi da em toda parte.
" E de qual quer forma, eu terei mui to tempo para fi car s ozi nho com você,
mi nha pri nces a das trevas ."
E vol tamos a i s s o, pens ou E l ena, cans ada. M as el e me dei xari a
perdi da aqui s e eu s ugeri s s e que nós ri mos e andamos em uma cl arei ra
j untos — com el e de j oel hos para me s ervi r de apoi o para os pés . Até eu es tou
começando a me perguntar s e i s s o foi real .
Houve um l i gei ro s ol avanco — quas e como o que s e podi a di zer do es ti l o
de di reção de Damon.
" Peguei !" Damon s e ani mou; depoi s , quando E l ena s e vi rou, pronta
para gi rar o vol ante e fazê-Io parar, el e acres centou com fri eza: " E ra um
pedaço de pneu, para s ua i nformação. Não exi s tem mui tos ani mai s pretos ,
arqueados e com al guns centí metros de es pes s ura."
E l ena não di s s e nada. O que s e podi a di zer para o s arcas mo de Damon?
M as no fundo el a es tava al i vi ada por Damon não atropel ar bi chi nhos pel udos
por di vers ão.
Vamos fi car a s ós por um bom tempo, pens ou el a — e percebeu que
havi a outro moti vo para el a não di zer a Damon para i r s e danar. Shi ni chi ti nha
col ocado a l ocal i zação da cel a de Stefan na mente de Damon, não na del a. E l a
preci s ava des es peradamente del e, para l evá-Ia ao l ocal e para l utar com o que
quer que manti ves s e Stefan cati vo.
M as não havi a probl ema, j á que el e s e es queceu de que el a ti nha
poderes . Al go para expl i car em outra ocas i ão.
E nes s e momento, Damon excl amou:
" M as o que..." e s e i ncl i nou para a frente para aj us tar os botões do não
rádi o.
" ...repeti ndo; todas as uni dades a pos tos em bus ca de M atthew
Honeycutt, homem, caucas i ano, 1, 80m, l ouro, ol hos azui s ..."
" Mas o que é i s s o?" perguntou E l ena.
" Uma trans mi s s ão do rádi o da pol í ci a. Se qui s er real mente vi ver nes ta
grande terra da l i berdade, é mel hor s aber quando fugi r... "
" Damon, não quero s aber de s eu es ti l o de vi da. Qui s di zer, o que
fal avam de M att?"
" Parece que el es deci di ram prendê-Io, afi nal . Carol i ne não cons egui u a
vi ngança que queri a ontem à noi te. Acho que el a es tá tentando s e vi ngar
agora."
" E ntão vamos encontrá-Io pri mei ro... Qualquer coi s a pode acontecer s e el e
fi car em Fel l ' s Church. M as el e não pode i r no carro del e, e não poderi a us ar
es te aqui . O que vamos fazer?"
" Dei xá-Io com a pol í ci a?"
" Não, por favor, temos que..." E l ena começava, quando em uma cl arei ra
à es querda, como uma vi s ão envi ada para aprovar s eu es quema, o Jaguar
apareceu.
" E este carro que vamos pegar." di s s e el a a Damon. " Pel o menos é
es paços o. Se qui s er conti nuar ouvi ndo o rádi o da pol í ci a nel e, é mel hor começar
a des i ns tal ar do s eu carro."
" M as ..."
" Vou pegar M att. E l e s ó dará ouvi dos a mi m. Depoi s vamos dei xar a
Ferrari no bos que... Ou l argá-Ia no ri acho, s e preferi r."
" Ah, no ri acho, semdúvi da. "
" Na verdade, tal vez a gente não tenha tempo para i s s o. Vamos dei xá-Ia
no bos que mes mo."
***
Fim
E s te ePub foi cri ado em Feverei ro de 2014 por
LeY tor
Tendo como bas e a tradução em Pdf da
Comunidade T r aduções de Livr os
Tradutores :
Sabri na , Pal oma , Jul i ana , Vanes s a e E ros
{1} Regras de Carol i ne Forbes .
{2} Pos i ção de medi tação.
{3} Fras e hi s tóri ca s upos tamente di ta por um general Romano, a tradução
M utt.
{5} " Quod erat Demons trandum" , l ati m para " o que s erá demons trado" .
{6} No ori gi nal , ‘Go Fi s h’, um j ogo de cartas s i mpl es . Normal mente é j ogado
por doi s a ci nco j ogadores , embora, teori camente, pode s er j ogado com até dez.
{7} Samhai n é o fes ti val em que s e comemora a pas s agem do ano dos cel tas .
de Oz, uma mús i ca tocada l ogo após Dorothy cai r com s ua cas a em ci ma da
Bruxa M á do Les te.
{9} Vi zi nhança Vi gi l ante — s i s tema de vi gi l ânci a comuni tári a.
{10} Bonni e faz um trocadi l ho com o s obrenome do Xeri fe, que é M os s berg.
Damon s ol etra ' j udgement' . Ambas formas corretas , que vari am de paí s para
paí s .
{21} Vaudevi l l e: gênero de entreteni mento popul ar, que envol vi am
apres entações de cantores popul ares , " ci rcos de horror" , mus eus baratos e
l i teratura burl es ca.
{22} Damon mai s uma vez adaptou uma fras e conheci da l á, que s eri a, ' j á