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"Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando


por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo
nível."
DIÁRIOS do VAMPIRO
O RETORNO
E l ena Gi l bert vi ve. Quando s e s acri fi cou para s al var Stefan e Damon
Sal vatore — ambos os vampi ros e apai xonados por el a -, a pri nces a de Fel l ' s
Church foi confi nada a um des ti no que es tava al ém da morte. Até que uma
força s obrenatural trouxe E l ena para o mundo dos vi vos ... M ai s uma vez.
M as agora E l ena não é apenas humana. E l a abs orveu novos poderes e
dons enquanto es tava do Outro Lado. Al ém di s s o, s eu s angue pos s ui uma força
úni ca e arrebatadora que dei xa E l ena i rres i s tí vel para qual quer vampi ro; a
vi da que agora pul s a em s uas vei as é como um farol para as mai s peri gos as e
bi zarras cri aturas s obrenaturai s .
E s condi da na cas a de Stefan, E l ena preci s a reaprender... Tudo. Como um
bebê que preci s a de cui dados , E l ena preci s a do s eu amado como nunca. E el e
es tá ao s eu l ado, cui dando para que el a fi que em s egurança e na es perança
de que em breve el es pos s am, fi nal mente, ter uma vi da j untos .
Damon, por outro l ado, s e vê movi do por um des ej o de Poder i rrefreável , e
quer E l ena ao s eu l ado num rei nado de s ombras . Provar o novo s angue da
namorada do i rmão s e torna uma neces s i dade, uma obs es s ão. Tamanha força
poderi a conferi r novas di mens ões ao s eu Poder... E quando Stefan é l udi bri ado
a s ai r da ci dade em bus ca de uma cura i mpos s í vel , Damon encontra a chance
de mos trar a E l ena que é com el e que el a deve fi car.
M as uma es curi dão toma aos poucos a ci dade. M eni nas pos s uí das têm
s urtos i ncontrol ávei s de des ej o, árvores parecem ganhar vi da gui adas por um
mal s edutor, que não hes i ta em es tender s uas garras para M eredi th, Bonni e
e M att. E Damon, um eterno caçador, trans forma-s e em caça nas mãos des ta
cri atura mal i gna que cons egue domi ná-l o mes mo contra s ua vontade, e que
des ej a não apenas o s angue de E l ena, mas s ua morte.
L.J. Smith
Des cobri u que queri a s er es cri tora em al gum momento entre o j ardi m de
i nfânci a e o pri mei ro ano. M ui tos de s eus l i vros foram i ns pi rados nos
própri os pes adel os . O pri mei ro romance, The Ni g ht of the Solsti ce, foi publ i cado no
ano em que el a s e formou na facul dade.
Atual mente, vi ve na Cal i fórni a com um cachorro, três gatos e cerca de dez
mi l l i vros . A s éri e Di ári os do Vampi ro foi l ançada ori gi nal mente em 1991.
s éri e Diár ios do Vamp ir o
O Despertar
O Confronto
A Fúri a
Reuni ão Sombri a

s éri e Diár ios do Vamp ir o: O Retor no


Anoi tecer
Almas Sombri as
Mei a-Noi te

s éri e Diár ios de Stefan


Ori g ens
Sede de Sang ue
The Cravi ng
The Ri pper
The Asylum
The Compelled

s éri e Diár ios do Vamp ir o: Caçador es


Espectro
Moonsong
Desti ny Ri si ng

s éri e Diár ios do Vamp ir o: A Salvação


Unseen
Unspoken
TB A

Contos de Diár ios do Vamp ir o


Matt & Elena: Pri mei ro Encontro ( s e pas s a antes da s éri e ori gi nal )
B onni e & Damon: Depoi s do Expedi ente ( s e pas s a durante a s éri e ori gi nal )
O Sang ue Di rá ( fi nal al ternati vo de Reuni ão Sombri a)
As Árvores ( s e pas s a após Reuni ão Sombri a)
Matt & Elena: Déci mo Encontro no Lag o Wi ckery ( s e pas s a antes da s éri e ori gi nal )
O Natal de Elena
L.J. Smith

DIÁRIOS do
VAMPIRO
O RETORNO

Anoitecer
Para Kathryn Jane Smi th, mi nha mãe, com mui to amor.
Prólogo
Ste-fan? E l ena es tava frus trada. E l a não cons egui a fazer a pal avra em
que es tava pens ando s ai r do j ei to que el a queri a. " Stefan" , el e ci tou,
i ncl i nado s obre um cotovel o e ol hando para el a com aquel es ol hos que s empre
a fazi am quas e es quecer o que el a es tava tentando di zer. E l es bri l havam como
fol has verdes na pri mavera a l uz do s ol . " Stefan, " el e repeti u. " Você cons egue
di zer, meu amor?"
E l ena ol hou para el e s ol enemente. E l e era tão boni to que parti a o s eu
coração, com s eu ros to pál i do e o s eu cabel o es curo cai ndo des cui dadamente em
s ua tes ta. E l a queri a col ocar em pal avras todos os s enti mentos que es tavam
trancados atrás daquel a l í ngua des aj ei tada e daquel a mente tei mos a. Havi a
tanta coi s a que el a preci s ava perguntar a el e... E di zer a el e. M as os s ons
ai nda não s ai am . E s tavam enrol ados em s ua l í ngua. E l a não cons egui a nem
mes mo envi á-l o para el e tel epati camente, tudo eram apenas i magens
fragmentadas .
Afi nal , era apenas o s éti mo di a de s ua nova vi da.
Stefan l he di s s e que l ogo que el a des pertou, as s i m que vol tou do " outro
l ado" , após a s ua morte como uma vampi ra, que el a ti nha s i do capaz de andar
e fal ar e fazer todo ti po de coi s as que el a pareci a ter es queci do agora. E l e não
s abi a por que é que el a ti nha es queci do, nunca ti nha conheci do al guém que
ti ves s e vol tado da morte exceto os que vi ravam vampi ros . O que E l ena uma fez
foi , mas certamente não era mai s .
Stefan também ti nha di to entus i as mado que el a es tava aprendendo mai s
rápi do a cada di a. Novas i magens , novas pal avras mentai s . M es mo s endo às
vezes mai s fáci l s e comuni car do que outras , Stefan ti nha certeza que el a
s eri a el a mes ma novamente al gum di a em breve. E ntão el a agi ri a como a
adol es cente que el a real mente era. E l a dei xari a de s er uma adul ta com uma
mente i nfanti l , do j ei to que os es pí ri tos ti nham cl aramente es col hi do que el a
fos s e: cres cendo, vendo o mundo com ol hos novos , com os ol hos de uma cri ança.
E l ena pens ava que os es pí ri tos havi am s i do um pouco i nj us tos . E s e
Stefan encontras s e al guém nes s e mei o tempo? Al guém que pudes s e andar e
fal ar e es crever? E l ena s e preocupava com i s s o.
Foi por i s s o que, al gumas noi tes atrás , Stefan ti nha acordado e a
encontrado fora de s ua cama. E l e a achou no banhei ro, ol hando ans i os amente,
para um j ornal tentando ver o s enti do nas pequenas gravuras que el a s abi a
que eram pal avras , poi s i s s o el a j á ti nha aprendi do. O documento es tava
s al pi cado com s uas l ágri mas . As Gravuras não s i gni fi cavam nada para el a.
" M as por que, amor? Você aprenderá a l er de novo. Por que a pres s a? "
Is s o foi antes de el e ver as pontas de l ápi s , quebradas de s egurar tão
forte, e guardanapos us ados como papel . E l a os ti nha us ado, para tentar i mi tar
as pal avras . Tal vez s e el a pudes s e es crever como as outras pes s oas , Stefan
dei xari a de dormi r em s ua cadei ra e dormi ri a abraçado a el a na cama grande.
E el e não i ri a à procura de al guém mai s vel ha ou mai s i ntel i gente. E l e
s aberi a que el a era uma adul ta.
E l a vi u Stefan compreendendo i s s o l entamente em s ua mente, e el a vi u
as l ágri mas encherem s eus ol hos . E l e achava que j amai s s eri a pos s í vel
chorar novamente, não i mporta o que aconteces s e. M as el e vi rou as cos tas pra
el a e res pi rou l enta e profundamente por um tempo que pareci a mui to l ongo.
E então el e a pegou do chão, l evantando-a para l evá-l a de vol ta pra s ua
cama, e ol hou em s eus ol hos e di s s e, " E l ena, me di ga o que você quer que
eu faça. M es mo que i s s o s ej a i mpos s í vel , eu vou fazer. E u j uro. Di ga-me. "
Todas as pal avras que el a queri a pas s ar mental mente pra el e es tavam
encravadas no i nteri or del a. Seus própri os ol hos derramaram l ágri mas , que
Stefan removeu l entamente com os dedos , como s e el e pudes s e arrui nar uma
i nes ti mável pi ntura por tocar mui to brus camente.
E ntão E l ena vi rou o ros to para ci ma, fechou os ol hos encol heu os l ábi os
l evemente. E l a queri a um bei j o. M as ...
" Você é apenas uma cri ança mental mente agora" , Stefan di s s e
agoni zado. " Como pos s o ti rar provei to de você?"
Havi a al go que el es ti nham fei to de vol ta à s ua vel ha vi da, que E l ena
ai nda l embrava. E l a s i nal i zou abai xo de s eu quei xo bem onde era mai s
maci o... Uma, duas , três vezes .
Is s o a fez s e s enti r des confortável , por dentro. Como s e el a fos s e
demas i adamente i mperti nente. Is s o s i gni fi cava que el a queri a...
Stefan gemeu.
" E u não pos s o... "
Tap, tap, tap... E l a conti nuou apontando para o pes coço...
" Você ai nda não vol tou ao que era antes ..." .
Tap, tap, tap... E l a conti nuou...
" E s cute-me, amor..." .
Tap! Tap! Tap! E conti nuou i ns i s tentemente a apontar, ol hando pra el e
fi rmemente, com um ol har i mpl orati vo. Se el a pudes s e fal ar, el a teri a di to —
por favor, me dê al gum crédi to — E u não s ou total mente es túpi da. Por favor,
es cute o que eu não pos s o di zer a você.
" Você machuca. Você es tá real mente machucando" , Stefan havi a
i nterpretado o que el a pens ava. " e s e eu — s e eu... s e eu s ó tomar um
pouco..."
E então de repente os dedos de Stefan es tavam gel ados e deci di dos ,
movendo s ua cabeça, l evantando-a, vi rando-a no ângul o correto, e então el a s e
s enti u a dupl a pi cada, convencendo-a mai s do que tudo de que el a es tava vi va
e não um era mai s um es pí ri to.
E então el a es tava mui to certa de que Stefan a amava e a ni nguém mai s ,
e que el a podi a contar a Stefan al gumas das coi s as que el a queri a. M as el a
ti nha que di zer-l he entre excl amações — não de dor — como es trel as e
cometas e fei xes de l uz cai ndo ao s eu redor. E agora era Stefan quem não era
capaz de pens ar uma úni ca pal avra à el a. Stefan era quem ti nha fi cado mudo.
E l ena apenas achava que era j us to. Depoi s di s s o, el e a abraçou durante
a noi te, e el a es tava i nfi ni tamente fel i z.
1
Damon Sal vatore es tava es corado no ar, l i teral mente apoi ado por um gal ho
de uma... Quem s abi a os nomes das árvores afi nal ? Quem s e i mportava com
i s s o? E ra al ta, tanto que l he permi ti a ter vi s ta do quarto de Carol i ne Forbes no
tercei ro pi s o, e el e fez um confortável encos to. E l e es tava es corado na
bi furcação conveni ente dos gal hos , mãos cruzadas atrás de s ua cabeça, uma
perna bal ançando no es paço vazi o mai s de tri nta metros do chão.
E l e es tava confortável como um gato, os ol hos s emi cerrados obs ervando.
E l e es tava es perando a chegada do momento mági co das 04h44mi n da
manhã, quando Carol i ne i ri a executar o s eu ri tual bi zarro. E l e j á ti nha vi s to
i s s o duas vezes e el e es tava encantado.
E ntão el e s enti u uma pi cada de mos qui to.
Que era ri dí cul o, porque os mos qui tos não s e al i mentavam em vampi ros .
O s eu s angue não era nutri ti vo como o s angue humano. M as certamente
s enti u o que pareci a uma mordi da de mos qui to na parte de trás do s eu pes coço.
E l e s e vi rou para ver por trás del e, s enti ndo o cal or da noi te de verão ao
redor del e, e vi u nada.
Nenhum es pi nho. Nada voando. Nada pra s er ras treado.
Tudo bem então. Devi a ter s i do al gum es pi nho. M as certamente
machucou. E a dor pi orava com o tempo, não mel horava.
Uma abel ha s ui ci da? Damon s enti u parte de trás do s eu pes coço com
cui dado. Não s enti u veneno, s em ferrão. Apenas uma í nfi ma cavi dade
machucada.
Um momento depoi s a s ua atenção foi chamada de vol ta para a j anel a.
E l e não ti nha certeza exatamente o que es tava acontecendo, mas el e
podi a s enti r o s úbi to movi mento do Poder ao redor do s ono Carol i ne, como um fi o
de al ta tens ão. Al guns di as atrás , i s s o ti nha atraí do a atenção del e para es s e
l ugar, mas quando el e chegou, el e não cons egui u encontrar a fonte.
O rel ógi o marcou 04h40mi n e s oou um al arme. Carol i ne acordou e aqui l o
s e es pal hou por todo o quarto.
Garota de s orte, Damon pens ou, com í mpi os de apreci ação. Se eu fos s e
um mero humano, em vez de um vampi ro, então a s ua vi rtude, pres umi ndo
que você tenha al guma ai nda, poderi a es tar em peri go. Fel i zmente para você,
ti ve que des i s ti r de todo es s e ti po de coi s a há quas e mei o mi l êni o atrás .
Damon abri u um s orri s o para o nada, e o manteve por um vi gés i mo de
s egundo e, em s egui da, o des fez, s eus ol hos negros fi cando fri os . E l e ol hou
de vol ta para a j anel a aberta.
Si m... E l e s empre s enti u que o i di ota do s eu i rmão mai s novo Stefan não
ti nha us ufruí do Carol i ne Forbes o s ufi ci ente. Não havi a dúvi da de que a
meni na val i a a pena de s e ver: corpo al ongado e es bel to, bem proporci onado e
bronzeado, e cabel o cor de bronze que cai a em torno de s eu ros to em ondas .
E depoi s ti nha s ua mente. Natural mente envi es ada, vi ngati va,
rancoros a. Del i ci os a. Por exempl o, s e el e não es tava enganado, el a ti nha
trabal hado com bonecos de vodu al i mes mo em s ua mes i nha.
Incrí vel .
Damon gos tava de ver as artes cri ati vas em trabal ho.
O es tranho Poder ai nda trabal hava e el e ai nda não podi a obter uma vi s ão
do el e que era. Seri a de dentro da garota? Seguramente não.
Carol i ne foi apres s adamente pegar o que pareci a s er um punhado de
s eda verde. E l a reti rou a s ua bl us a, quas e rápi do demai s até para os ol hos de
um vampi ro ver — el a ti nha ves ti do uma l i ngeri e que a fez parecer como uma
pri nces a da s el va. E l a ol hou atentamente para o s eu própri o refl exo em um
enorme es pel ho.
Agora, pel o que você es pera meni na? Damon i magi nou.
Bem, el e bem que podi a manter-s e às es curas . Houve um movi mento no
es curo, uma pena cai u no chão, e então não havi a nada excepci onal , mas um
grande corvo s entado na árvore.
Damon vi gi ava atentamente pel os ol hos bri l hantes de uma ave quando
Carol i ne avançou de repente, como s e el a ti ves s e l evado uma des carga el étri ca,
s eus l ábi os s e abri ram, s eu ol har s obre aqui l o que pareci a s er s eu própri o
refl exo.
E ntão el a s orri u para el e em s audação.
Damon pôde i denti fi car a fonte de energi a agora. E ra do i nteri or do
es pel ho. Não na mes ma di mens ão que o es pel ho, s em dúvi da, mas vi nha do
s eu i nteri or.
Carol i ne comportava-s e es tranhamente. E l a j ogou para trás o s eu l ongo
cabel o bronze para que el e caí s s e em um magní fi co des al i nho de vol ta para
bai xo, el a mol hou os l ábi os e s orri u, como s e para um amante. Quando el a
fal ou, Damon podi a ouvi -l a de forma bem cl ara.
" Obri gado. M as você es tá atras ado hoj e. "
Não havi a ni nguém mai s al ém del a no quarto, e Damon não pode ouvi r
nenhuma res pos ta. M as os l ábi os da Carol i ne no es pel ho não s e movi am em
s i ncroni a com os l ábi os reai s da meni na.
Bravo! Pens ou s empre di s pos to a apreci ar um novo truque dos s eres
humanos . M ui to bem, s ej a l á o que você for!
Com a l ei tura l abi al da meni na do refl exo no es pel ho el e apanhou al go
como des cul pa e ‘adorável ’.
Damon l evantou s ua cabeça.
Carol i ne do refl exo es tava di zendo, " ... você não tem que... depoi s de
hoj e" .
A verdadei ra Carol i ne res pondeu roucamente. " M as o que acontecerá s e
eu não puder enganá-l os ?"
E o refl exo: " ... ter aj uda. Não s e preocupe, des cans e..."
" Certo. E ni nguém vai s er as s i m, fatal mente feri do, certo? Quero di zer,
nós não es tamos fal ando s obre morte — para humanos ."
O refl exo: " Por que es tarí amos ...?"
Damon s orri u i nteri ormente. Quantas vezes el e ti nha fei to trocas como
es ta antes ? Por experi ênci a própri a el e s abi a: Pri mei ro você tem que s e
aproxi mar então você a tranqüi l i za, e antes que el a s ai ba você pode ter
qual quer coi s a del a, até que você j á não preci s e mai s del a.
E então — s eus ol hos negros bri l haram — j á era hora de fazê-l o
novamente.
Agora as mãos de Carol i ne es tavam vi brando em s eu col o. " E nquanto que
você real mente... você s abe. O que você prometeu. Você real mente fal ou s éri o
s obre s eu amor? "
" ... Confi e em mi m. E u vou cui dar de você — e de s eus i ni mi gos
também. E u Já comecei ... "
De repente Carol i ne l evantou-s e, e foi um movi mento que os rapazes na
Robert E . Lee Hi gh School teri am pagado para as s i s ti r. " É Is s o o que eu quero
ver, " di s s e el a. " E s tou farta de ouvi r fal ar E l ena i s s o, Stefan aqui l o... e que
agora vai começar tudo de novo."
Carol i ne parou abruptamente, como s e al guém ti ves s e des l i gado o
tel efone e el a ti ves s e percebi do nes te i ns tante. Por um momento s eus ol hos s e
es trei taram e s eus l ábi os de apertaram. E ntão, l entamente, el a rel axou. Seus
ol hos s e manti veram no es pel ho, e l evantou uma mão até que a dei xou
des cans ando s obre s ua barri ga. E l a encarou aqui l o e devagar pareci a que s ua
expres s ão s e atenuava, para s e trans formar em uma expres s ão de apreens ão e
ans i edade.
M as Damon não ti nha ti rado os ol hos del e fora do es pel ho por um
i ns tante. E s pel ho normal , es pel ho normal , há l á es tá! Só no úl ti mo momento,
quando Carol i ne s e afas tou e s e vi rou, el e vi u um fl as h de cor vermel ha.
Chamas ?
Agora, o que poderi a es tar acontecendo? Pens ou pregui ços amente,
vi brando quando el e trans formou de um el egante corvo de vol ta a um
fatal mente maravi l hos o j ovem es corado em um al to ramo da árvore.
Certamente, o es pel ho-cri atura não era al i de Fel l ’s Church. M as s oava
como s e pretendes s e trazer probl emas para s eu i rmão, e um frági l e bel o
s orri s o tocou os l ábi os de Damon por um s egundo.
Não havi a nada que el e amava mai s do que parar para as s i s ti r o
hi pócri ta, E u-s ou-mel hor-do-que-você-porque-eu-não-bebo-s angue-humano-
Stefan em apuros .
Os adol es centes de Fel l ’s Church — e al guns dos adul tos —
cons i deravam o conto de Stefan Sal vatore e de s ua l i nda conterrânea E l ena
Gi l bert como um Romeu e Jul i eta moderno. E l a ti nha dado a s ua vi da para
s al var s eu amado quando ambos foram capturados por um maní aco, e que el e
ti nha morri do de coração parti do depoi s di s s o.
Havi a rumores de que Stefan não era mui to humano... mas outra coi s a.
Um amante demôni o pel o qual E l ena morreu para redi mi r.
Damon s abi a a verdade. Stefan es tava morto, el e ti nha s i do morto
centenas de anos atrás . E era verdade que el e era um vampi ro, mas chamá-l o
de demôni o era como chamar a fada s i ni nho de peri gos a.
E ntretanto, parece que Carol i ne não podi a parar de fal ar no quarto vazi o.
" Bas ta você es perar, " el a s us s urrou i ndo em di reção às pi l has de papéi s
e l i vros que es tavam em s ua es cri vani nha.
E l a mexeu no mei o dos documentos até que el a encontrou uma câmera
de ví deo em mi ni atura que ti nha uma l uz verde bri l hante vi rada pra el a como
um úni co ol ho s em pi s car. Del i cadamente, el a l i gou a câmera ao s eu
computador e começou a di gi tar uma s enha.
Damon que ti nha a preci s ão de vi s ta mui to mel hor do que um humano
pode ver cl aramente a di gi tação com os l ongos dedos e unhas bronze
bri l hantes : CFRULE S. — Carol i ne Forbes Rul es {1} — pens ou el e. Coi tadi nha.
E ntão el a vi rou, e Damon vi u l ágri mas em s eus ol hos . No próxi mo
momento, i nes peradamente, el a es tava s ol uçando.
E l a s entou pes adamente na cama, chorando bal ançando para frente e
para trás , ocas i onal mente, agarrando o col chão com punhos fechados . M as ,
pri nci pal mente, el a s ó chorou e chorou.
Damon es tava as s us tado. M as então, o pes ar as s umi u o control e, e el e
murmurou, " Carol i ne? Carol i ne, eu pos s o entrar? "
" O quê? Quem? " E l a ol hou ao redor freneti camente.
" É Damon. Pos s o entrar? " E l e perguntou, s ua voz com pi ngos es cárni o e
s i mpati a, s i mul taneamente uti l i zando control e s obre a mente del a."
Todos os vampi ros ti nham os poderes de control e s obre mortai s . O
tamanho do Poder dependi a de mui tas coi s as : o vampi ro, a s ua di eta ( s angue
humano era, de l onge, o mai s potente), a força da vontade da ví ti ma, a rel ação
entre o vampi ro e a ví ti ma, o di a e a noi te, e tantas outras coi s as que mes mo
Damon ai nda não entendi a. E l e s ó s abi a que s eu própri o poder havi a cres ci do,
e era mui to forte agora.
E Carol i ne es tava es perando.
" Pos s o entrar" ? Di s s e el e s ua voz s oando como notas mus i cai s ,
i mpl orati va e ao mes mo tempo es magando a força de vontade de Carol i ne —
que j á não era mui to forte.
" Si m" , res pondeu el a, es fregando os ol hos rapi damente,
aparentemente não vendo nada i ncomum em s ua entrada pel a s acada do
tercei ro andar. Seus ol hos fi xos nos del e. " E ntre, Damon."
E l a ti nha fei to o convi te neces s ári o para um vampi ro. Com um movi mento
graci os o el e pul ou s obre o pei tori l . O i nteri or do quarto del a chei rava a
perfume, e não o mai s s uti l . E l e s enti u uma fome s el vagem, era
s urpreendente a forma como a febre pel o s angue ti nha chegado tão
s ubi tamente, de forma i rres i s tí vel . Seus cani nos s uperi ores es tavam de fora,
e s uas bordas eram afi adas como l âmi nas .
E s tava s em tempo para convers a, para cercá-l a de enganações como el e
cos tumava fazer. Para um gourmet, metade do prazer es tava na expectati va, com
certeza, mas agora el e es tava em neces s i dade. E l e us ou fortemente o s eu
poder de control ar o cérebro humano e deu a Carol i ne um s orri s o
des l umbrante.
Is s o foi tudo o que preci s ou.
Carol i ne ti nha s e movi do na di reção del e, agora el a parou. Seus l ábi os ,
parci al mente abertos para fazer uma pergunta, permaneceram abertos , e s uas
pupi l as s e di l ataram de repente, como s e el a ti ves s e em uma s al a es cura, e,
em s egui da, s e contraí ram e permaneceram contraí das .
" E u... eu..." el a tentou fal ar. " Ohhh..."
E ntão. E l a era del e. Bem fáci l .
Seus dentes es tavam l atej ando com um ti po de dor agradável , bas tari a
um s uave movi mento e tão rápi do como ataque de uma cobra, el e afundari a
s eus dentes em s ua artéri a. E l e es tava com fome — não, es tava fami nto —
todo o s eu corpo es tava quei mando com um des ej o mui to profundo de beber o
quanto el e des ej as s e. Afi nal , haveri a outros a s ua es col ha, s e el e s ecas s e
es s e corpo até o fi m.
Cui dados amente, nunca ti rando s eus ol hos dos del a, el e l evantou a
cabeça de Carol i ne para expor a garganta, com o doce de pul s o em s eu pes coço.
Is s o preencheu todos os s eus s enti dos : o bati mento do s eu coração, o chei ro do
s angue exóti co l ogo abai xo da s uperfí ci e, dens o e maduro e doce. Sua cabeça
es tava gi rando. E l e nunca es teve tão ani mado, tão ans i os o -
Tão ans i os o que el e deu uma paus a. Afi nal , era uma meni na tão boa
como outra, certo? O que ti nha de di ferente nel a? Que ti nha de errado com el e?
E então el e s oube.
E u vou recuperar mi nha mente de vol ta, obri gado.
De repente o i ntel ecto de Damon fi cou fri o gél i do, a aura s ens ual em que
el e foi pres o fi cou congel ada naquel e i ns tante. E l e l argou o quei xo de
Carol i ne e fi cou mui to qui eto.
E l e ti nha quas e caí do s ob a i nfl uênci a do que a coi s a es tava us ando em
Carol i ne. Aqui l o ti nha tentado fazê-l o quebrar s ua pal avra com E l ena.
E de novo, el e pode s enti r apenas um pouco do vermel ho no es pel ho.
Is s o devi a s er uma daquel as cri aturas atraí das pel a onda de Poder que
emanava em Fel l ’s Church — E l e s abi a di s s o. E ti nha us ado el e,
es ti mul ando-o a drenar Carol i ne. Para ti rar todo o s eu s angue, para matar um
s er humano, al go que el e não ti nha fei to des de a vol ta de E l ena.
Por quê?
A fúri a o congel ou, el e concentrou-s e e em s egui da, anal i s ou todas as
di reções com s ua mente para encontrar o paras i ta. E l e ai nda deve es tar aqui ; o
es pel ho era de apenas um portal de vi agens para as pequenas di s tânci as . E
es s a coi s a ti nha o control ado — el e, Damon Sal vatore — Ti nha de s er mui to de
perto, de fato.
Ai nda as s i m, el e não podi a achar nada. Is s o fez del e mai s furi os o do
que antes . Aus entemente, enquanto tateava a parte de trás do s eu pes coço, el e
envi ou uma mens agem ameaçadora:
Vou avi s á-l o uma vez, e uma vez s ó. Fi que l onge de mi m!
E l e envi ou o pens amento, com uma grande expl os ão de energi a que
bri l hou como rel âmpagos em s eus própri os s enti dos . O poder devi a ter
derrubado qual quer coi s a que es ti ves s e perto o s ufi ci ente, como o tel hado, o
ar... Tal vez até mes mo a cas a ao l ado. De al gum l ugar, a cri atura deve ter
s enti do, e el e deveri a ter s i do capaz de entender i s s o.
M as , embora Damon pudes s e s enti r nuvens es cureci das aci ma del e em
res pos ta ao s eu humor, e o vento roçar ramos l á fora, não houve res pos ta
al guma, nenhuma tentati va de retal i ação.
E l e não pode encontrar nada perto o s ufi ci ente para ter s e i ntroduzi do em
s ua mente, e nada, a uma di s tânci a que poderi a s er forte o bas tante. Damon
podi a di verti r-s e, às vezes fi ngi ndo s er vão, mas por bai xo ti nha uma l ógi ca
fri a e capaci dade de anal i s ar-s e. E l e era forte. E l e s abi a di s s o. E nquanto el e
s e manti ves s e bem nutri do e l i vre de enfraqueci mento, exi s ti am poucas
cri aturas que poderi am contra el e, pel o menos , nes te pl ano.
Aqui em Fel l ’s Church j á ti veram doi s — uma voz fal ou em s ua mente
em E s cárni o — mas Damon es pantou i s s o pra l onge. Certamente não poderi a
haver outros vampi ros anci ões perto, ou el e teri a s enti do el es . Vampi ros
normai s , s i m, mas el es j á eram. M as todos el es s ão demas i ado fracos para
entrar em s ua mente.
E l e es tava certo que não havi a cri atura dentro do al cance que poderi a
des afi á-l o. E l e teri a s enti do como el e s enti a bri l har as ondas do poder mági co
e úni co que emanava do s ol o s ob Fel l ’s Church.
E l e ol hou para Carol i ne novamente, ai nda i móvel pel o trans e que el e
col ocou s obre el a. E l a i ri a s ai r del e gradual mente, não era nada pi or do que a
experi ênci a de o que quer que fos s e ti nha fei to com el a, pel o menos .
E l e vi rou-s e e, graci os amente como uma pantera, s ai u pel a j anel a, para
a árvore e depoi s cai u faci l mente tri nta pés no chão.
2
Damon teve que es perar al gumas horas por outra oportuni dade para
al i mentar-s e, havi a mui tas j ovens em s ono profundo, e el e es tava furi os o. A
fome que a cri atura mani pul adora ti nha des pertado nel e era real , mes mo não
cons egui ndo fazê-l o de fantoche. Preci s ava de s angue, e el e preci s ava l ogo.
Só então el e i ri a pens ar s obre as i mpl i cações do es tranho hós pede no
es pel ho de Carol i ne: que ti po de demôni o que ti nha entregado a s ua amante
para s er morta por Damon, mes mo que s ó ti ves s e fi ngi ndo fazer um acordo com
el a.
Nove da manhã el e di ri gi u pel a rua pri nci pal da vi l a, pas s ado um
anti quári o, e uma l oj a de cartões .
E s pere. Lá es tava. A nova l oj a que vendi a ócul os . E l e es taci onou e s ai u
do carro com uma el egânci a vi nda de s écul os de movi mentos pl anej ados que
gas taram mai s um pouco de s ua energi a. M ai s uma vez, Damon abri u um
s orri s o i ns tantâneo, e l ogo fechou a cara, admi rando-s e no es curo vi dro da
j anel a. Si m, não i mporta como você ol ha para el e, el e era maravi l hos o, pens ou
aus entemente.
A porta ti nha um s i no que s oou quando el e entrou. Dentro ti nha uma
meni na mui to boni ta com cabel o marrom amarrado para trás e grandes ol hos
azui s .
E l a ti nha vi s to Damon e es tava s orri ndo ti mi damente.
" Ol á" . E embora el e não ti ves s e perguntado, el a acres centou, em uma
voz que bri l hava, " E u s ou Page."
Damon deu-l he um ol har l ongo e s em pres s a que termi nou em um
s orri s o, l ento bri l hante e cúmpl i ce. " Ol á, Page" , di s s e el e, chamando-a para
perto.
Page engol i u. " Pos s o aj udar?"
" Oh, s i m" , di s s e Damon, s egurando-a com os ol hos , " E u acho que
s i m."
E l e a ol hou gravemente. " Sabi a" , di s s e el e, " que você real mente parece
como uma pri nces a de um cas tel o da Idade M édi a?"
Page fi cou branca, então corou furi os amente e ol hou mel hor para el e.
" E u — E u s empre qui s ter nas ci do naquel a época. M as como você poderi a
s aber? "
Damon apenas s orri u.
E l ena ol hou pra Stefan com os grandes ol hos que eram de um azul
es curo de Lápi s -l azúl i com um bri l ho dourado. E l e ti nha acabado de di zer-l he
el a teri a Vi s i tas ! E m todos os s ete di as da s ua vi da, des de que el a ti nha
retornado do pós vi da, el a nunca, nunca ti nha ti do uma vi s i ta.
Pri mei ra coi s a, de i medi ato, foi tentar des cobri r o que era uma vi s i ta.

Qui nze mi nutos após a entrada na l oj a de ócul os , Damon es tava andando


pel a cal çada, us ando um novo par de Ray-Ban e as s obi ando.
Page es tava ti rando um cochi l o no chão. M ai s tarde, o s eu patrão i ri a
ameaçá-l a para l he fazer pagar o Ray-Ban el a mes ma. M as agora el a s e
s enti a quente e del i rantemente fel i z e el a teri a uma memóri a de êxtas e que
el a nunca i ri a es quecer total mente.
Damon fi cou admi rando as vi tri nes , apes ar de não s er exatamente a
forma como um humano fari a. Uma doce vel hi nha atrás do bal cão da l oj a
cartões ... Não. Um cara na l oj a de el etrôni cos ... Não.
M as ... Al go o chamou de vol ta para a l oj a de el etrôni cos . Tão es pertos
es s es di s pos i ti vos i nventados es s es di as . E l e teve um forte des ej o de adqui ri r
uma mi ni fi l madora. Damon es tava acos tumado a s egui r s uas vontades e não
s e res umi am a s eus doadores de emergênci a. O s angue era s angue, não
i mporta de quem era. Poucos mi nutos depoi s de que l he foi mos trado como
trabal har com o bri nquedo, el e es tava andando pel a cal çada com el e no s eu
bol s o.
E l e es tava apreci ando a cami nhada, embora s uas pres as es ti ves s em
ardendo novamente. E s tranho, el e devi a ter s e s aci ado a es s a al tura, mas , el e
não ti nha bebi do quas e nada ontem. Devi a s er por i s s o que el e ai nda s enti a
fome; i s s o, e o poder que el e uti l i zou no execrável paras i ta no quarto de
Carol i ne. M as , entretanto, el e s enti a o prazer pel a forma que s eus mús cul os
es tavam trabal hando em conj unto de forma harmoni os a e s em es forço, como
uma máqui na bem ol eada, tornando cada movi mento uma del í ci a.
E l e s e es ti cou uma vez, pel o puro prazer di s to, e então parou novamente
para exami nar-s e na j anel a da l oj a anti gui dades . Li gei ramente mai s
des grenhado, mas de qual quer forma tão boni to como s empre. E el e es tava
certo, o Ray-Ban ti nham l he s ervi do mui to bem. A l oj a de anti gui dades ti nha,
el e vi u pel a j anel a, uma vi úva mui to boni ta, e s ua mui to j ovem s obri nha.
A l uz es tava fraca e o ar-condi ci onado l i gado no i nteri or.
" Você s abe" , el e perguntou a s obri nha, quando el a chegou perto del e,
" que você me l embra al guém que gos tari a de ver um monte de paí s es
es trangei ros ?"

***

Al gum tempo após , Stefan expl i cou a E l ena que os vi s i tantes eram s eus
ami gos , s eus bons ami gos , e que el e queri a que el a s e ves ti s s e. E l ena não
entendeu por que. E s tava cal or. E l a ti nha us ado uma cami s ol a ( pel o menos
pel a mai or parte da noi te), mas de di a era ai nda mai s quente, e el a não ti nha
um Ves ti do.
Al ém di s s o, as roupas que el e es tava a oferecer-l he, um par de j eans
enrol ado e uma cami s a pól o que s eri a demas i ado grande... E ram errados , de
al guma manei ra. Quando el a tocou a cami s a el a vi u centenas de i magens de
mul heres em pequenas s al as , todas em máqui nas de cos tura em uma l uz
fraca, todas trabal hando freneti camente.
" Vem de s ervi ço es cravo?" Stefan di s s e as s us tado, quando el a l he
mos trou o retrato em s ua mente. " E s s as ?" E l e derrubou no chão as roupas do
armári o apres s adamente.
" E es ta aqui ?" Stefan entregou-l he uma cami s a di ferente.
E l ena a es tudou s obri amente, encos tou-a na bochecha. Não vi nha de
s ervi ço es cravo, mas defi ni ti vamente foi fei to por mul heres trabal hando
freneti camente.
" Ok?" Stefan perguntou. M as E l ena ti nha congel ado. E l a foi à j anel a e
ol hou pra fora.
" O que há de errado?"
Des ta vez, el a l he envi ou apenas uma i magem. E l e reconheceu-o
i medi atamente.
Damon.
Stefan s enti u um aperto no pei to. Seu i rmão mai s vel ho ti nha tornado a
vi da de Stefan o mai s mi s erável pos s í vel durante quas e mei o mi l êni o. Cada
vez que Stefan ti nha cons egui do fugi r del e, Damon ti nha ras treado el e achado
el e novamente, procurando... o quê? Vi ngança? Al guma s ati s fação fi nal ? E l es
ti nham matado um ao outro, ao mes mo i ns tante, de vol ta à Itál i a
renas centi s ta. Suas es padas ti nham perfurado os corações um do outro, quas e
s i mul taneamente, em um duel o, por uma meni na vampi ra. As coi s as s ó
ti nham pi orado a parti r daí .
M as el e s al vou s ua vi da al gumas vezes , também, Stefan pens ou, de
repente des confi ado. E vocês prometeram que i ri am cui dar de s i , cui dar um do
outro...
Stefan ol hou abruptamente pra E l ena. E l a que ti nha fei to os doi s
fazerem o mes mo j uramento quando el a es tava morrendo. E l ena ol hou de vol ta
a el e com os ol hos azui s profundos que eram l í mpi dos como uma pi s ci na de
i nocênci a.
De qual quer modo, ti nha que l i dar com Damon, que es tava agora
es taci onando s ua Ferrari ao l ado do Pors che de Stefan na frente da pens ão.
" Fi que aqui e s e mantenha l onge da j anel a. Por favor, " di s s e Stefan
apres s adamente a E l ena. E l e s ai u do quarto, fechou a porta, e quas e correu ao
des cer as es cadas .
E ncontrou Damon es corado na Ferrari , exami nando o exteri or di l api dado
da pens ão pri mei ro com ócul os , então s em. A expres s ão de Damon di zi a que
não fazi a uma grande di ferença de qual quer manei ra que você ol has s e para
el a.
M as es s a não foi a pri mei ra preocupação de Stefan. Foi a aura de Damon
e a vari edade de di ferentes aromas exi s tentes o qual os nari zes humanos
nunca i ri am s er capazes de detectar, e mui to menos des vendar.
" O que você es teve fazendo?" Stefan di s s e, mui to chocado, mes mo para
uma s audação negl i gente.
Damon deu-l he um s orri s o fraco. " Fui a um anti quári o" , el e di s s e, e
s us pi rou. " Ah, e eu fi z al gumas compras ." E l e pas s ou os dedos em um novo
ci nto de couro, e tocou o bol s o com a câmera de ví deo, e bal ançou para trás e para
frente s eu Ray-Ban. " Pode acredi tar, es s e pequeno grão de poei ra des s a ci dade
tem l oj as bem decentes . E u gos to de fazer compras . "
" Você gos ta de roubar, você quer di zer. E i s s o s em contar à metade do o
chei ro que s i nto em você. Você es tá morrendo ou você s ó es tá l ouco? " Às vezes ,
quando um vampi ro ti nha s i do envenenado ou ti nha s i do s ucumbi do a uma
das poucas mi s teri os as mal di ções ou doenças que afl i gem a s ua es péci e,
ti nham que s e al i mentar febri l mente, era i ncontrol ável , s ej a quem es ti ves s e
por perto.
" Só fome" , Damon res pondeu normal mente, ai nda aval i ando a pens ão.
" E o que aconteceu com a educação bás i ca por fal ar ni s s o? E u di ri gi todo o
cami nho até aqui e eu nem recebo um " Ol á, Damon, " ou " Prazer em vê-l o,
Damon?' Não. E m vez ouço ' O que você es tava fazendo, Damon?’ " E l e fez uma
i mi tação de chorami ngar em es cárni o. " E u me pergunto o que Senhor
M ari nho pens ari a di s s o, i rmãozi nho?"
" Senhor M ari nho" , di s s e Stefan através de s eus dentes , se
perguntando como Damon cons egui a s e i nfi l trar s ob a s ua pel e todas às vezes ,
hoj e, com uma referênci a ao s eu anti go profes s or de eti queta e dança —" é
poei ra a centenas de anos agora, como nós deverí amos s er. E el e nada tem a
ver com es ta convers a, i rmão. Perguntei -l he o que es tava fazendo, e você s abe o
que quero di zer i magi no que deve ter s e al i mentado em metade das meni nas
da ci dade. "
" M eni nas e mul heres , " Damon o cens urou, l evantando um dedo.
" Temos de s er pol i ti camente corretos , afi nal de contas . E tal vez você deves s e
dar um ol har mai s atento à s ua própri a di eta. Se você beber mai s , você pode
começar a trans bordar. s abe?"
" Se eu beber mai s —" Havi a uma s éri e de manei ras para termi nar es s a
fras e, mas não boas . " Que pena" , di s s e el e, em vez di s s o pra res umi r, e
res ponder a Damon " que você nunca vai cres cer nem mai s um mi l í metro
mai s não i mporta o tempo você vi ver. E agora, por que você não me di z o que você
es tá fazendo aqui , depoi s de ter dei xado tanta bagunça na ci dade para eu
l i mpar, s e eu conheço você. "
" E s tou aqui porque quero de vol ta a mi nha j aqueta de couro" , di s s e
Damon redondamente.
" Porque não roubar outra-?" Stefan i nterrompeu e então el e s ubi tamente
encontrou-s e voando para trás e, em s egui da, ouvi u os gemi dos tábuas da
parede da pens ão, com Damon o s egurando contra el a.
" E u não roubei es tas coi s as , rapaz. E u paguei por el as , na mi nha
própri a moeda. Sonhos , fantas i as e prazer de fora des te mundo. " Damon di s s e
as úl ti mas pal avras com ênfas e, poi s s abi a que i ri am enfurecer Stefan ai nda
mai s .
Stefan es tava furi os o e, em um di l ema. E l e s abi a que Damon es tava
curi os o s obre E l ena. Is s o era mau o s ufi ci ente. M as agora el e também
poderi a ver um es tranho bri l ho nos ol hos de Damon. Como s e s uas pupi l as
ti ves s em por um momento, refl eti do uma chama. E tudo que Damon ti nha
fei to hoj e foi anormal . Stefan não s abi a o que es tava acontecendo, mas el e
s abi a o exatamente como Damon termi nari a i s s o.
" M as um verdadei ro vampi ro não tem que pagar" , Damon es tava
di zendo em um tom de i ns ul to. " Afi nal , s omos tão pervers os que deverí amos
s er poei ra. Não é verdade, i rmãozi nho? " E l e mos trou a mão com o dedo em que
el e us ava o anel de Lápi s -l azúl i que evi tava que el e vi ras s e poei ra naquel a
tarde de s ol . E então, quando Stefan fez um movi mento, Damon uti l i zou
aquel a mão para prender o punho de Stefan à parede.
Stefan s e remexi a da es querda pra di rei ta, tentando quebrar o aperto de
Damon s obre el e. M as Damon foi rápi do como uma s erpente, não, mai s
rápi do. M ui to mai s rápi do que o normal . Rápi do e forte, com toda a energi a da
força vi tal que el e ti nha abs orvi do.
" Damon, você..." Stefan es tava tão i rri tado que el e perdeu brevemente o
pens amento raci onal e tentou chutar as pernas de Damon pra l onge del e.
" Si m, es te s ou eu, Damon, " Damon di s s e venenos amente eufóri co. " E
eu não pago, s e não ti ver vontade, eu s i mpl es mente pego. Pego o que eu
qui s er, s em dar nada em troca. "
Stefan encarou aquel es ol hos pretos i ncandes centes e vi u novamente a
pequena tremul ação da chama. E l e tentou pens ar. Damon s empre foi rápi do
em atacar, ao s e s enti r ofendi do. M as não as s i m. Stefan o conheci a o
s ufi ci ente para s aber que al go es tava fora do normal , al go es tava errado.
Damon pareci a quas e febri l . Stefan envi ou uma pequena onda de energi a em
di reção ao s eu i rmão, como um radar, tentando encontrar o que havi a de
di ferente.
" Si m, eu vej o que você tem uma i déi a, mas você nunca vai chegar a
qual quer l ugar des s a forma" , di s s e Damon furi os amente e, em s egui da,
s ubi tamente o i nteri or de Stefan, o s eu corpo i ntei ro es tava em chamas , es tava
em agoni a, como s e Damon ti ves s e o amarrado em cabos vi ol entos em s eu
própri o poder.
E agora, mes mo com a dor i ns uportável , Stefan teve de s er fri amente
raci onal , teve que s e manter a pens ar, e não apenas reagi r. E l e fez um
pequeno movi mento de torcer o pes coço para o l ado, ol hando em di reção à porta
da pens ão. Se apenas E l ena permaneces s e dentro...
M as era di fí ci l pens ar com Damon ai nda o mantendo naquel a
quei mação. E l e es tava res pi rando rápi do e di fi ci l mente.
" E s tá certo, " di s s e Damon. " Você preci s a aprender uma l i ção s obre es s e
j ogo de vampi ros ."
" Damon, devemos s upos tamente nos cui dar mutuamente, nós
prometemos "
" Si m, e vou cui dar de você agora."
E ntão Damon bateu nel e.
E Damon o mordeu.
Foi ai nda mai s dol oros o do que os cabos de poder, e Stefan manteve-s e
cui dados amente parado, recus ando-s e a l utar. Os dentes afi ados como
naval has não devi am ter doí do tanto ao perfurarem s ua caróti da, mas Damon
es tava s egurando el e em um ângul o — agora pel o s eu cabel o —
del i beradamente pra machucar.
E ntão vei o a verdadei ra dor. A agoni a de ter s eu s angue ti rado fora de s eu
corpo contra a s ua vontade, contra a s ua res i s tênci a. E s s a foi uma tortura que,
em comparação com os s eres humanos s eri a como ter s uas al mas arrancadas
de s eus corpos com vi da. E l es fari am qual quer coi s a para evi tá-l o. Tudo o que
Stefan s abi a era que era es s e era uma das mai ores agoni as fí s i cas que el e
j amai s teve de s uportar, e que, fi nal mente, formaram-s e l ágri mas nos s eus
ol hos e rol aram por s uas Têmporas .
Pi or, para um vampi ro, era a humi l hação de ter outro vampi ro tratando-o
como um s er humano, tratando-o como carne. O coração de Stefan es tava batendo
em s uas orel has como s e el e es ti ves s e s endo es ti l haçado pel a a dupl a pontada
dos cani nos de Damon, tentando s uportar a humi l hação de s er uti l i zado des ta
manei ra. Pel o menos , graças a Deus E l ena havi a ouvi do e el e permaneceu no
s eu quarto.
E l e es tava começando a s e perguntar s e Damon ti nha real mente fi cado
l ouco e pretendi a matá-l o quando, fi nal mente, com um empurrão l he fora
devol vi do o equi l í bri o, Damon l i bertara el e. Stefan tropeçou e cai u, e ol hou para
ci ma, s ó para encontrar Damon em ci ma del e novamente. E l e pres s i onou s eus
dedos na carne ras gada em s eu pes coço.
" E agora, " Damon di s s e fri amente: " você vai s ubi r e me pegar o meu
cas aco."
Stefan l evantou-s e l entamente. E l e s abi a que Damon es tava s aboreando
i s s o: a humi l hação de Stefan, a roupa ras gada de Stefan, amas s ado e coberto
com pedaços de capi m e barro do j ardi m da Sra. Fl owers . E l e fez o s eu mel hor
para l i mpa-l os com uma mão, enquanto a outra ai nda s egurava o s eu pes coço.
" Você es tá qui eto" , comentou Damon, i ndo até s ua Ferrari , pas s ando a
l í ngua s obre s eus l ábi os e gengi vas , os ol hos es trei tos com prazer.
" Nenhuma reação, nem mes mo uma pal avra? Pens o que es ta é uma l i ção que
devo ens i nar-l he mai s vezes ."
Stefan es tava tendo probl emas para fazer s uas pernas moverem-s e. Bem,
i s s o correu tão bem como el e s eri a capaz de es perar, el e pens ou, então el e
vi rou as cos tas vol tando pra dentro da pens ão. E ntão el e parou.
E l ena es tava i ncl i nada para fora da j anel a aberta no s eu quarto,
s egurando a j aqueta de Damon. Sua expres s ão era mui to s óbri a, s ugeri ndo
que el a ti nha vi s to tudo.
Foi um choque para Stefan, mas el e s us pei tava que ti ves s e s i do um
choque ai nda mai or para Damon.
E , em s egui da, E l ena enrol ou a j aqueta e com um s ó movi mento ati rou-
a fazendo aterri s s ar di retamente aos pés de Damon.
Para o es panto de Stefan, Damon fi cou pál i do. E l e pegou o cas aco, como s e
el e real mente não qui s es s e tocar nel e. Seus ol hos es tavam em E l ena o tempo
todo. E l e entrou em s eu carro.
" Adeus , Damon. Não pos s o di zer que foi um prazer "
Sem uma pal avra, parecendo uma cri ança que ti nha s i do pega fazendo
má cri ação, Damon l i gou a i gni ção.
" Apenas me dei xe em paz" , di s s e el e em voz bai xa.
E l e di ri gi u dei xando uma nuvem de poei ra e cas cal ho.
Os ol hos de E l ena não es tavam s erenos quando Stefan fechou a porta do
quarto atrás del e. E l es es tavam bri l hando com uma l uz que quas e o fez parar
no portal .
E l e machucou você.
" E l e machuca a todos . E l e não parece s er capaz de evi tar i s s o. M as
havi a al go es tranho com el e hoj e. E u não s ei o quê. Nes s e momento eu não
me i mporto. M as ol he para você, formando fras es !"
E l e é... E l ena paus ou, e pel a pri mei ra vez des de que el a ti nha aberto os
ol hos novamente na cl arei ra onde el a havi a s i do res s us ci tada, formaram-s e
rugas em s ua tes ta. E l a não cons egui a produzi r uma i magem. E l a não s abi a
as pal avras certas . Al go dentro del e. Cres cendo dentro del e. Como... Fogo gel ado,
l uz es cura, pens ou fi nal mente. M as es condi do. Fogo que arde de dentro para
fora.
Stefan tentou entender, fazer al gum s enti do com tudo i s to el e ti nha a
ouvi do pens ar, mas não cons egui u. E l e ai nda es tava humi l hado, E l ena ti nha
vi s to o que ti nha aconteci do. " Tudo que eu s ei que es tá dentro del e é o meu
s angue. Juntamente com o s angue da metade das garotas da ci dade. "
E l ena fechou os ol hos e bal ançou a cabeça l entamente. E ntão, como s e
deci di s s e que não queri a mai s pens ar s obre i s s o, el a deu tapi nhas na cama
ao l ado del a.
Venha, el a ordenou confi ante, ol hando para ci ma. O ouro nos ol hos del a
pareci a es peci al mente bri l hante. Permi ta-me... ...Des fazer s ua dor.
Quando Stefan não vei o de i medi ato, el a ergueu s eus braços . Stefan
s abi a que el e não deveri a i r até el a, mas es tava feri do, em es peci al no s eu
orgul ho.
E l e foi até el a e curvou-s e para bei j ar s eu cabel o.
3
M ai s tarde naquel e di a Carol i ne es tava s entada com M att Honeycutt,
M eredi th Sul ez, e Bonni e M cCul l ough, todos ouvi ndo Stefan no tel efone
cel ul ar de Bonni e.
" No fi m da tarde s eri a mel hor" , di s s e Stefan a Bonni e. " E l a dorme um
pouco depoi s do al moço, e mes mo as s i m, vai es tar mai s fres co em al gumas
horas . E u di s s e a E l ena que vocês vi ri am, e el a es tá ani mada para vê-l os .
M as l embrem-s e de duas coi s as . Pri mei ro, s ó s e pas s aram s ete di as des de
que el a vol tou, e el a não é mui to... el a ai nda. Acho que os s i ntomas i rão pas s ar
em poucos di as , mas , entretanto, não s e s urpreendam com nada. E s egundo,
não di gam nada s obre o que vocês vi rem aqui . Para ni nguém. "
" Stefan Sal vatore!" Bonni e es tava es candal i zada e ofendi da. " Depoi s de
tudo o que pas s amos j untos , você acha que s omos fofoquei ros ?"
" Não fofoquei ros , " a voz de Stefan vei o pel o tel efone s uavemente. M as
Bonni e conti nuou s em ouvi -l o.
" E s ti vemos j untos contra vampi ros des ones tos , e na ci dade fantas ma, e
l obi s omens , e " vampi ros anci ões " , e cri ptas s ecretas , e o as s as s i natos em
s éri e e Damon e nunca di s s emos pras pes s oas nada s obre el es " Bonni e
di s s e.
" Des cul pe-me" , di s s e Stefan. " Só qui s di zer que E l ena não es tará
s egura s e al gum de vocês di s s er mes mo que pra uma pes s oa. Seri a nota de
j ornai s i medi atamente: M E NINA retorna à vi da. E aí o que farí amos ? "
" E u entendo i s s o" , di s s e M eredi th brevemente, s e i ncl i nando para
que Stefan pudes s e ouvi -l a. " Você não preci s a s e preocupar. Cada um de nós
vai fazer um j uramento para não fal ar pra ni nguém. " Seus ol hos es curos
vaguearam momentaneamente para Carol i ne e em s egui da vol taram para o
tel efone novamente.
" E tenho que perguntar..." -Stefan es tava fazendo us o de toda a s ua
pol i dez e caval hei ri s mo formados na Renas cença, es peci al mente
cons i derando que três das quatro pes s oas ouvi ndo-o ao tel efone eram do s exo
femi ni no, " você real mente tem al gum j ei to de fazer al guém cumpri r uma
promes s a?"
" Ah, eu acho que s i m" , di s s e M eredi th agradavel mente, des ta vez
ol hando di retamente nos ol hos de Carol i ne. Carol i ne em s eu bronzeado corou,
s uas as bochechas e garganta vi raram es carl ate. " Dei xe-nos aj ei tar i s s o, e na
parte da tarde vamos até ai ."
Bonni e, que es tava s egurando o tel efone, di s s e: " Al guém tem al guma
coi s a a di zer?"
M att ti nha permaneci do s i l enci os o durante a mai or parte da convers a.
Agora, el e bal ançou a cabeça, fazendo o s eu cabel o voar. E ntão, como s e el e não
pudes s e s egurar, el e di s parou: " Podemos fal ar com E l ena? Só para di zer oi ?
Quero di zer, j á faz uma s emana i ntei ra." Sua pel e bronzeada corando como
um pôr-do-s ol quas e tão bri l hante como Carol i ne ti nha fi cado.
" Acho que s eri a mel hor vocês apenas vi rem aqui . Você vai ver porque,
quando você chegar." Stefan des l i gou.
E l es es tavam na cas a de M eredi th, s entados ao redor de uma mes a
anti ga no qui ntal . " Bem, nós podemos l evar pel o menos al guns al i mentos " ,
s ugeri u Bonni e, l evantando de s ua cadei ra. " Só Deus s abe o que a Sra. Fl owers
tem fei to para el es comerem, ou s e el a tem fei to al guma coi s a." E l a fez um
s i nal para os outros como s e ti ves s e tentando l evantá-l os de s uas cadei ras por
l evi tação.
M att começou a obedecer, mas M eredi th permaneceu s entada. E l a
di s s e cal mamente: " Nós acabamos de fazer uma promes s a a Stefan. Há a
ques tão do voto em pri mei ro l ugar. E as cons eqüênci as ."
" Sei que você es tá pens ando em mi m" , di s s e Carol i ne. " Por que você
apenas não fal a?"
" Tudo bem" , di s s e M eredi th, " E u es tou pens ando em você. Por que
você es tá tão i nteres s ada em E l ena novamente? Como podemos ter certeza que
você não vai es pal har a notí ci a de tudo i s s o ao redor de Fel l ’s Church? "
" Porque eu i ri a fazer i s s o?"
" Atenção. Você gos tari a de es tar no centro das atenções , dando-l hes todos
os s ucul entos detal hes . "
" Ou vi ngança" , Bonni e acres centou, de repente vol tando a s entar. " Ou
ci úmes . Ou tédi o. Ou—"
" Tudo Bem" , M att i nterrompeu. " Acho que já temos razões
s ufi ci entes ."
" Só mai s uma coi s a, " M eredi th di s s e cal mamente. " Por que você s e
i mporta tanto em ver el a Carol i ne? Vocês duas não tem s e fal ado di rei to ao l ongo
de quas e um ano, des de que Stefan chegou a Fel l ’s Church. Nós dei xamos
você parti ci par da l i gação para Stefan, mas depoi s do que el e di s s e..."
" Se você real mente preci s a de um moti vo por que eu deveri a me i mportar,
depoi s de tudo o que aconteceu há uma s emana... bem, bem, eu achei que você
compreenderi a s em s er di to!" Carol i ne ol hou fi xamente com s eus ol hos de
gato verdes bri l hando s obre a M eredi th.
M eredi th ol hou de vol ta com a s ua mel hor expres s ão de s em expres s ão.
" Tudo bem!" Di s s e Carol i ne. " E l a matou el e por mi m. Ou mandou el e
a j ul gamento, ou s ej a, o que for. E s s e vampi ro, Kl aus . E depoi s de ter s i do
raptada e- e-e-us ada-como-um bri nquedo s empre que Kl aus queri a s angue
— ou..." Seu ros to s e retorceu e s ua res pi ração fi cou acel erada. Bonni e s enti u
s i mpati a, mas el a também fi cou cautel os a. Sua i ntui ção es tava ardendo,
al ertando-a. E notou que, embora Carol i ne ti ves s e fal ado s obre Kl aus , o
vampi ro, el a es tava es tranhamente s i l enci os a s obre s eu outro s eqües trador,
Tyl er Smal l wood, o l obi s omem. Tal vez porque o Tyl er foi s eu namorado até que
el e e Kl aus a ti nham fei to de refém.
" Des cul pe-me, " M eredi th fal ou em uma voz bai xa que real mente s oou
arrependi da. " E ntão, você quer agradecer E l ena..."
" Si m. E u quero agradecer." Carol i ne es tava res pi rando com di fi cul dade.
" E quero ter certeza que el a es tá bem."
" Certo. M as es te j uramento abrange um tempo mui to l ongo " , M eredi th
conti nuou cal mamente. " Você pode mudar de i déi a, amanhã, na próxi ma
s emana, ou daqui a um mês ... e ai nda nem s equer fal amos s obre as
cons eqüênci as " .
" Ol ha, nós não podemos ameaçar Carol i ne" , di s s e M att. " Não
fi s i camente."
" Ou arrumar outras pes s oas para ameaçar" , di s s e Bonni e
es peranços amente.
" Não, nós não podemos " , di s s e M eredi th. " M as para s er di reta — você
s erá cal oura em uma fraterni dade no próxi mo outono, não s erá Carol i ne? E u
s empre pos s o di zer as s uas potenci ai s i rmãs de fraterni dade que você quebrou
o s eu j uramento s ol ene s obre al guém que é i ncapaz de te machucar — poi s
es tou certa que el a não quer te machucar. — De qual quer manei ra eu não
acho que el as terão mui to cui dado com você depoi s di s s o. "
O ros to de Carol i ne corou profundamente novamente. " Você não i ri a. Você
não i ri a i nterferi r em mi nha uni vers i dade- "
M eredi th cortou i medi atamente com duas pal avras . " Des afi e-me."
Carol i ne pareci a murcha. " E u nunca di s s e que não fari a o voto, e eu
nunca di s s e que eu não o manteri a. Porque você não me des afi a? E u — eu
aprendi mui tas coi s as nes te verão. "
E s pero que s i m. As pal avras , embora ni nguém l hes di s s es s e em voz
al ta, pareci am pai rar s obre todas el as . O pas s a tempo de Carol i ne durante todo
o ano pas s ado ti nha s i do tentar encontrar manei ras de machucar Stefan e
E l ena.
Bonni e trocou de pos i ção. Havi a al go — uma s ombra — por trás daqui l o
que Carol i ne es tava di zendo. E l a não s abi a como el a s abi a, tal vez o s exto
s enti do com que el a ti nha nas ci do. M as tal vez s ó ti ves s e a ver com o quanto
Carol i ne ti nha mudado, com o que el a ti nha aprendi do, Bonni e di s s e a s i
mes ma. Pens ando em quantas vezes el a ti nha perguntado a Bonni e s obre
E l ena na úl ti ma s emana. E l a real mente es tá bem? E u poderi a envi ar fl ores ?
E l ena j á podi a receber vi s i tas ? Quando el a fi cari a bem? Carol i ne real mente
havi a s i do um i ncômodo pra Bonni e embora el a não ti ves s e o coração para l he
di zer i s s o. Todo mundo es tava es perando tão ans i os amente quanto el a para ver
como E l ena es tava... Após ter retornado a vi da.
M eredi th, que s empre ti nha uma caneta e papel , rabi s cou al gumas
pal avras . E ntão, el a di s s e, " Que tal i s s o?" E todos el es s e i ncl i naram pra
frente pra ol har para o papel .
Juro que não di rei a ni nguém s obre quai s quer eventos s obrenaturai s
rel aci onados com Stefan ou E l ena, a não s er que s ej a dada permi s s ão
es pecí fi ca para fazê-l o por Stefan ou E l ena. E u também i rei aj udar na
puni ção de quem romper es te voto, de forma a s er determi nada pel o res to do
grupo. E s ta promes s a é fei ta em perpetui dade, com o meu s angue como
mi nha tes temunha.
M att es tava concordando com a cabeça. " ' E m perpetui dade' —
perfei to, " di s s e el e. " Is s o s oa como o que es creveri a um advogado." M as a
puni ção s e não fos s e s egui do, não ti nha nada haver com advogados . Cada um
dos i ndi ví duos em torno da mes a tomou o pedaço de papel , l eu-o em voz al ta e,
em s egui da, s ol enemente as s i nou. Depoi s , cada um pi cou o dedo com um
al fi nete que M eredi th ti nha em s ua bol s a e acres centou uma gota de s angue
ao l ado de s uas as s i naturas , com Bonni e fechando os ol hos ao pi car s eu dedo.
" Agora é real mente obri gatóri o" , di s s e el a s éri a, como quem s abe das
coi s as . " E u não i ri a tentar quebrar i s to" .
" E u j á ti ve o s ufi ci ente de s angue por um l ongo tempo" , di s s e M att,
es premendo o s eu dedo e ol hando para el e mel ancol i camente.
Foi então que aconteceu. O contrato de M eredi th es tava es tendi do no
centro da mes a para que todos os pudes s em apreci ar, quando, de um carval ho
al to que es tava entre os fundos do qui ntal e a fl ores ta, um corvo vei o batendo
as as abai xo. E l e aterri s s ou em ci ma da mes a s ol tando um gri to do fundo de
s ua garganta, fazendo Bonni e gri tar também. O corvo l ançou um ol har aos
quatro s eres humanos , que apres s adamente puxaram pra trás s uas cadei ras
para s ai r de s eu cami nho. E ntão l evantou a cabeça para outro l ado. E ra a mai or
corvo que el es todos j á ti nham vi s to, e o s ol i l umi nava um arco í ri s em s ua
pl umagem.
O corvo pareci a, em todo o s enti do das pal avras , es tar exami nado o
contrato. E então el e fez al go tão rapi damente que fez Bonni e s e ati rar pra atrás
de M eredi th, pul ando de s ua cadei ra. E l e abri u s uas as as , s e i ncl i nando pra
frente, e bi cou vi ol entamente o papel , parecendo vi s ar doi s pontos es pecí fi cos .
E então el e s e foi , pri mei ro es tremecendo e em s egui da, de
di s tanci ando até que el e s e tornou uma pequena mancha preta no s ol .
" E l e arrui nou todo o nos s o trabal ho" , Bonni e chorami ngou ai nda atrás
M eredi th.
" E u acho que não" , di s s e M att, que es tava mai s perto da mes a.
Quando el es s e atreveram a avançar e ol har para o papel , Bonni e s enti u
como s e al guém ti ves s e j ogado um bal de de gel o em s uas cos tas . Seu coração
começou a acel erar.
Impos s i vel mente como pareci am, as vi ol entas bi cadas o dei xou
vermel ho, como s e o corvo ti ves s e trazi do mai s s angue para el e. E as marcas
vermel has , s urpreendentemente del i cadas , aparentavam exatamente como
l etras ornamentadas :
D
E abai xo di s to:
E lena é minha.
4
Com o contrato as s i nado e guardado em s egurança na bol s a de Bonni e,
el es s e l evantaram rumo à pens ão em que Stefan ti nha tornado a res i di r
novamente. E l es procuraram pel a Sra. Fl owers , mas não puderam encontrá-l a,
como de cos tume. E ntão, el es cami nharam até o corredor com tapete des gas tado.
" Stefan! E l ena! Somos nós ! "
A porta no topo da es cada abri u e Stefan col ocou a cabeça pra fora. E l e
pareci a — de al guma manei ra, di ferente.
" Fel i z, " s us s urrou Bonni e s abi amente a M eredi th.
" Será que é s ó i s s o?"
" Cl aro." Bonni e es tava chocada. " E l e tem E l ena de vol ta."
" Si m, el e tem. Do j ei to que el a es tava quando el es s e conheceram, pel o
que s abemos . Você a vi u na fl ores ta." A voz da M eredi th es tava chei a de
s i gni fi cado.
" M as ... i s s o é... oh, não! E l a é humana novamente! "
M att ol hou para bai xo da es cada e s i bi l ou, " Vocês querem parar? E l es
vão nos ouvi r. "
Bonni e fi cou confus a. Cl aro que Stefan podi a ouvi -l os , mas s e você i a s e
preocupar com o que el e ouvi ri a você teri a que s e preocupar com s eus
pens amentos também — Stefan s empre poderi a pegar a forma do que você
es tava pens ando, s e não as pal avras reai s .
" Garotos !" Si bi l ou Bonni e. " Quero di zer, eu s ei que el es s ão
abs ol utamente neces s ári os e tudo, mas às vezes el es real mente não
entendem nada."
" E s pere até que você experi mente os homens " , s us s urrou M eredi th, e
o pens amento de Bonni e foi até Al ari c Sal tzman, o es tudante uni vers i tári o com
que M eredi th es tava mai s ou menos comprometi da.
" E u poderi a te di zer uma coi s a ou duas " , Carol i ne acres centou,
exami nando as s uas l ongas unhas fei tas — com um ol har cans ado do mundo.
" M as Bonni e não preci s a s aber nada ai nda. E l a tem mui to tempo para
aprender" , di s s e M eredi th, fi rmemente no modo materno. " Vamos entrar."
" Sentem-s e, s entem-s e" , di s s e Stefan i ncenti vando-os quando el es
entraram, o anfi tri ão perfei to. M as ni nguém podi a s entar. Todos os ol hos
es tavam fi xos em E l ena.
E l a es tava s entada em pos i ção de l ótus {2} em frente à úni ca j anel a
aberta do quarto, com o vento fres co fazendo s ua cami s ol a branca vagar. Seu
cabel o era verdadei ramente dourado novamente, não o perol ado ouro-branco que
ti nha tornado-s e quando Stefan s em querer ti nha a trans formado em uma
vampi ra. E l a pareci a exatamente do modo como Bonni e s e l embrava del a.
Só que el a es tava fl utuando noventa centí metros aci ma do chão.
Stefan vi u todos el es engas gando.
" É apenas al go que el a faz" , di s s e el e quas e como um pedi do de
des cul pa. " E l a acordou no di a s egui nte ao da nos s a l uta com Kl aus e começou
a fl utuar. Acho que a gravi dade não cons egui u l he deter mui to ai nda. "
E l e ol hou para E l ena. " Ol ha quem chegou pra vê-l a" , di s s e el e
s edutoramente.
E l ena es tava ol hando. Seus ol hos azui s com l i s tras douradas es tavam
curi os os , e el a es tava s orri ndo, mas não houve s i nal de reconheci mento
quando el a ol hou de um vi s i tante a outro.
Bonni e manti nha s eus braços es tendi dos .
" E l ena?" Di s s e el a. " Sou eu, Bonni e, l embra? E u es tava l á quando você
vol tou. E u es tou mui to contente em ver você " .
Stefan tentou novamente. " E l ena, l embra? E s tes s ão os s eus ami gos ,
s eus bons ami gos . E s ta l i nda al ta de cabel o es curo é M eredi th, e es s a
pequena duende i ncandes cente é Bonni e, e es s e cara com es s e j ei to todo-
ameri cano é o M att. "
Al go mudou na expres s ão de E l ena, e Stefan repeti u, " M att" .
" E eu aqui ? Ou es tou i nvi s í vel ?" Carol i ne di s s e ai nda na entrada do
quarto. E l a pareci a bem-humorada o s ufi ci ente, mas Bonni e s abi a que i s s o a
fazi a ranger os dentes , s ó de ver Stefan e E l ena j untos e fora de peri go.
" Você es tá certa. Des cul pe, " di s s e Stefan, e el e fez al go nada normal pra
al guém de dezoi to anos de i dade, que não qui s es s e parecer um i di ota. E l e
puxou a mão de Carol i ne e bei j ou graci os amente e i rrefl eti damente como s e
el e fos s e um caval hei ro de mai s ou menos mei o mi l êni o atrás . O que,
obvi amente, era exatamente o cas o, pens ou Bonni e.
Carol i ne pareceu um pouco pres unços a — Stefan havi a demorado al gum
tempo com o ato. E ntão, el e di s s e, " E por úl ti mo mas não menos i mportante,
es ta bel eza bronzeada aqui é Carol i ne." E ntão, mui to genti l mente, em uma
voz que Bonni e ti nha ouvi do-o uti l i zar apenas al gumas vezes des de que el a
ti nha o conheci do, el e di s s e, " Não s e l embra del es , amor? E l es quas e
morreram por você — e por mi m." E l ena es tava fl utuando faci l mente, fi cando
ereta agora, como um nadador tentando permanecer parado.
" Fi zemos porque nos i mportamos " , di s s e Bonni e, e el a es ti cou s eus
braços outra vez para um abraço. " M as nós nunca i magi namos poder tê-l a de
vol ta E l ena." Seus ol hos s e encheram de l ágri mas . " Você vol tou para nós . Você
não s e l embra de nós ? "
E l ena fl utuou para bai xo até que el a es tava di retamente em frente a
Bonni e.
Não havi a ai nda nenhum s i nal de reconheci mento em s eu ros to, mas
havi a outra coi s a. Havi a uma es péci e de bênção e tranqüi l i dade i l i mi tadas .
E l ena i rradi ava uma cal ma e paz e amor i ncondi ci onal que fez Bonni e
res pi rar profundamente e fechar os ol hos . E l a podi a s enti r i s s o como um s ol
no s eu ros to, como o oceano em s uas orel has . Após um momento Bonni e
percebeu que el a es tava em ri s co de chorar com a mera s ens ação de bondade —
uma pal avra que quas e nunca era uti l i zada nos di as de hoj e. Al gumas coi s as
ai nda poderi am s er s i mpl es mente, i ntocavel mente boas .
E l ena era boa.
E então, com um toque s uave no ombro de Bonni e, E l ena fl utuou em
di reção Carol i ne. E l a es ti cou s eus braços .
Carol i ne pareci a envergonhada. Uma onda de es carl ate varreu s eu
pes coço. Bonni e vi u, mas não cons egui u compreender. Todos el es teri am a
chance de pegar a energi a de E l ena. E Carol i ne e E l ena ti nham s i do ami gas
í nti mas , até Stefan, a s ua ri val i dade ti nha s i do ami gável . E foi bom da parte
de E l ena es col her Carol i ne para o pri mei ro abraço.
E então E l ena entrou no cí rcul o dos hos ti s braços de Carol i ne e
j us tamente quando Carol i ne começou a di zer " E tenho —" el a bei j ou s ua
boca em chei o. Não foi apenas um s el i nho s equer. E l ena j ogou os braços ao
redor do pes coço de Carol i ne pendurou-s e nel a. Por um l ongo momento Carol i ne
permaneceu compl etamente parada, como s e es ti ves s e em choque. E ntão el a
s e j ogou pra trás e l utou, pri mei ro febri l mente e, em s egui da, tão
vi ol entamente que E l ena foi ati rada para trás no ar, com os ol hos arregal ados .
Stefan a capturou em mei o ao vôo.
" Que di abos -?" Carol i ne es tava es fregando s ua boca.
" Carol i ne!" A voz de Stefan es tava chei a de uma feroz proteção. " Is s o não
s i gni fi ca nada do que você es tá pens ando. Não tem nada a ver com o s exo de
manei ra al guma. E l a apenas quer i denti fi car você, des cobri r quem você é.
E l a pode fazer i s s o agora que el a es tá de vol ta para nós . "
" M armotas " , di s s e M eredi th com uma voz fri a e l evemente di s tante
que el a mui tas vezes ti nha uti l i zado para fazer bai xar a temperatura do
ambi ente. " M armotas s e bei j am quando s e conhecem. E l as fazem
exatamente o que você di s s e Stefan, i s s o as aj uda a i denti fi car i ndi ví duos
es pecí fi cos ... "
Carol i ne ti nha i do mui to al ém das habi l i dades de M eredi th para es fri ar
o que quer que fos s e, no entanto. E s fregar a boca del a ti nha s i do uma má
i déi a, el a es tava manchada de batom es carl ate por todo o ros to, de modo que el a
pareci a al go que ti nha s aí do do fi l me a noi va de Drácul a. " Você es tá l ouca? O
que você acha que eu s ou? Porque al guns hams ters fazem i s s o, torna i s s o
certo? " E l a ti nha corado em um vermel ho i ncandes cente des de a bas e de s ua
garganta até as raí zes do s eu cabel o.
" M armotas . Não hams ters " .
" Oh, dá um tem... — " Carol i ne s e i nterrompeu, remexendo em s ua
bol s a freneti camente des as trada até que Stefan ofereceu-l he uma cai xa de
l enços . E l e j á havi a ti rado o vermel ho es carl ate da boca de E l ena. Carol i ne s e
apres s ou para pequeno banhei ro anexado ao quarto-s ótão de Stefan e bateu a
porta com força.
Bonni e e M eredi th capturaram os ol hos uma da outra e s ol taram o ar
s i mul taneamente, expl odi ndo em ri s os . Bonni e fez uma rápi da i mi tação de
expres s ão frenéti ca de Carol i ne e um ges to de mí mi ca de al guém us ando
punhados após punhados de l enços . M eredi th bal ançou a cabeça como um
s i nal de reprovação, mas el a e Stefan e M att ti veram ataque hi s téri co. Parte
di s s o foi s i mpl es mente a l i bertação de tens ão — el es es tavam vendo E l ena
vi va novamente, após s ei s l ongos mes es s em el a, mas el es não poderi am
parar de ri r.
Ou, pel o menos , el es não podi am até que uma cai xa de l enços voou para
fora do banhei ro, quas e batendo na cabeça de Bonni e, e todos el es perceberam
a porta ti nha bati do e vol tado a abri r e que havi a um es pel ho no banhei ro.
Bonni e capturou o refl exo de Carol i ne no es pel ho e então s eus ol hos a
encarando furi os amente.
Si m, el a ti nha os vi s to ri ndo del a.
A porta fechou novamente, des ta vez, como s e ti ves s e s i do chutada.
Bonni e bai xou a cabeça rapi damente agi tando s eu cabel o cacheado, des ej ando
que o chão s e abri s s e e a engol i s s e.
" E u vou pedi r des cul pas " , di s s e el a depoi s de engol i r duramente,
tentando s er adul ta s obre a s i tuação. E ntão el a ol hou para ci ma e percebeu que
todo mundo es tava mai s preocupado com E l ena, que es tava cl aramente
perturbada por es ta rej ei ção.
Ai nda bem que fi zemos o j uramento com s angue, Bonni e pens ou. E é
uma coi s a boa que você-s abe-quem as s i nou também. Se havi a uma coi s a que
Damon s abi a a res pei to, era s obre cons eqüênci as .
E nquanto el a es tava pens ando ni s s o, el a i ngres s ou na bagunça em
torno de E l ena. Stefan es tava tentando s egurar E l ena; E l ena es tava tentando
i r atrás Carol i ne; e M att e M eredi th es tavam aj udando Stefan e di zendo pra
E l ena que es tava tudo bem.
Quando Bonni e s e j untou a el es , E l ena des i s ti u de tentar chegar ao
banhei ro. Seu ros to es tava mui to angus ti ado, s eus ol hos azui s chei os de
l ágri mas .
A s ereni dade de E l ena ti nha s i do quebrada por dor e arrependi mento e
por bai xo di s s o — uma s urpreendentemente profunda apreens ão. A i ntui ção
de Bonni e deu uma pontada.
M as el a s egurou E l ena pel o cotovel o, a úni ca parte que el a poderi a
chegar, e acres centou s ua voz ao coro: " Você não s abi a que el a i a fi car tão
chateada. Você não qui s magoá-l a. "
Cri s tai s de l ágri mas derramaram pel as bochechas de E l ena, e Stefan
capturou-as com um l enço, como s e cada uma fos s e i nes ti mável .
" E l a pens a que Carol i ne es tá machucada" , di s s e Stefan " e el a es tá
preocupada com el a, por al gum moti vo que eu não entendo."
Bonni e percebeu que E l ena podi a s e comuni car com el e afi nal de contas
— por um l i nk em s uas mentes . " Senti i s s o também, " di s s e el a. " A dor.
M as di ga a el a — quer di zer — E l ena, eu prometo que vou pedi r des cul pas .
Vou i mpl orar. "
" Is s o pode cus tar al gumas i mpl orações de todos nós " , di s s e M eredi th.
" M as , antes , eu quero ter certeza de que es te anj o es queci do me reconheça " .
Com uma expres s ão s ofi s ti cada de tranqüi l i dade, el a tomou E l ena dos
braços de Stefan e a puxou para os s eus braços e em s egui da, el a bei j ou-a.
Infel i zmente, i s to coi nci di u com a s aí da de Carol i ne do banhei ro. A parte
i nferi or do s eu ros to es tava mai s branca que a parte de ci ma, tendo que a
maqui agem ti nha s i do arrui nada: batom, bas e, bl us h, e tudo mai s . E l a
parou e encarou em pavor.
" E u não acredi to ni s s o!" , di s s e el a em tom s arcás ti co. " Vocês ai nda
es tão fazendo i s s o! Is s o é noj en..."
" Carol i ne." A voz Stefan era um avi s o.
" E u vi m aqui para ver E l ena." Carol i ne — A l i nda, maci a, e bronzeada
Carol i ne — es tava torcendo as mãos , como s e es ti ves s e em um terrí vel confl i to.
" A anti ga E l ena. E o que vej o? E l a é como um bebê, el a não pode fal ar. E l a é
como um guru s orri dente fl utuando no ar. E agora el a é como uma es péci e de
pervert—"
" Não termi ne i s s o" , di s s e Stefan cal mamente, mas fi rme. " E u pos s o te
afi rmar que el a deverá es tar l i vre dos pri mei ros s i ntomas em poucos di as , a
j ul gar pel os progres s os real i zados até agora" , acres centou.
E ele estava di ferente de alg uma forma, Bonni e s e l embrou de s ua pri mei ra
opi ni ão ao vê-l a hoj e. Não apenas fel i z de ter E l ena vol ta. E l e es tava... mai s
forte de al gum modo de dentro pra fora. Stefan s empre foi qui eto por dentro;
s eus poderes pareci am como uma pi s ci na de água l í mpi da. Agora el a vi u que
a mes ma água cl ara ti nha cons truí do um ts unami .
O que poderi a ter mudado tanto Stefan?
A res pos ta vei o-l he i medi atamente, embora s ob a forma de uma
pergunta. E l ena era ai nda parte es pí ri to — A i ntui ção de Bonni e l he di s s e. O
que aconteceri a s e el e bebes s e o s angue de al guém que es tava nes s e es tado?
" Carol i ne, vamos apenas parar com i s s o" , di s s e el a. " Si nto mui to, es tou
mui to, mui to arrependi da por — você s abe — E u es tava errada, e eu es tou
arrependi da. "
" Oh, você s e arrepende. Oh, i s s o dei xa tudo bem então, não é? " a voz de
Carol i ne es tava como áci do puro, e el a vi rou cos tas para Bonni e. Bonni e fi cou
s urpres a ao ver os ves tí gi os de l ágri mas nos ol hos del a.
E l ena e M eredi th ai nda ti nham os s eus braços em vol ta de s i , s uas
bochechas mol hadas com l ágri mas uma da outra. E l as es tavam s e ol hando e
E l ena es tava radi ante.
" Agora el a vai s aber quem você é em qual quer l ugar" , di s s e Stefan a
M eredi th. " Não s ó o s eu ros to, mas — s eu i nteri or — também, ou a forma
del e pel o menos . E u deveri a ter menci onado i s s o, antes de es te começar, mas
eu fui o úni co que el a ' conheceu' , e eu não percebi —"
" Você devi a ter percebi do!" Carol i ne es tava cami nhando de um l ado para
outro como um ti gre.
" E ntão, você bei j ou uma garota, e daí ?" Bonni e expl odi u. " O que você
acha, que você vai cri ar barba agora?"
Como s e i mpul s i onada pel o poder do confl i to em torno del a, E l ena de
repente di s parou, mui to rápi da, e el a es tava vagando ao redor da s al a como s e
el a ti ves s e tomado um ti ro de canhão, o cabel o del a es tral ava com el etri ci dade
quando el a fazi a paradas s úbi tas ou vol tas . E l a fez a vol ta ao redor da s al a,
duas vezes , e quando s ua s i l hueta es tava contra a j anel a empoei rada, Bonni e
pens ou, Oh, meu Deus ! Temos que pegar al gumas roupas pra el a! E l a ol hou
pra M eredi th e vi u que M eredi th ti nha parti l hado a s ua real i zação. Si m, el as
ti nham que arrumar roupas pra E l ena e pri nci pal mente roupas í nti mas .
E nquanto Bonni e s e movi a em di reção E l ena, tão tí mi da como s e el a
nunca ti ves s e s i do bei j ada antes , Carol i ne expl odi u.
" Vocês s i mpl es mente vão conti nuar fazendo i s s o!" E l a es tava
prati camente entrando em col aps o agora, pens ou Bonni e. " O que há de errado
com vocês ? Vocês não têm qual quer s ens o de moral ? "
Is s o, i nfel i zmente, caus ou outro ataque hi s téri co obri gando Bonni e e
M eredi th a gargal harem. Até Stefan vi rou pra outro l ado rapi damente, s ua
cordi al i dade com a s ua convi dada cl aramente es tava real mente l utando uma
batal ha perdi da.
Não apenas uma convi dada, pens ou Bonni e, mas uma garota que ti nha
i ndo l onge demai s — mai s que i s s o — poi s Carol i ne não ti nha s i do tí mi da
s obre dei xar as pes s oas s aberem quando el a ti nha col ocado s uas mãos nel e.
Sobre o quão l onge um vampi ro podi a i r, l embrou Bonni e, e ai nda não era tudo.
Al go s obre o s ubs ti tui r o parti l hamento de s angue por — bem, por i s s o... M as
el e não foi o úni co que Carol i ne ti nha cercado. Carol i ne ti nha má fama.
Bonni e ol hou pra E l ena, e vi u que E l ena es tava as s i s ti ndo Carol i ne com
uma es tranha expres s ão. Não é como s e E l ena ti ves s e com medo del a, mas
s i m como s e E l ena es ti ves s e profundamente preocupada com el a.
" Você es tá bem?" Bonni e s us s urrou Para el a s urpres a, E l ena concordou
com a cabeça e, em s egui da, ol hou para Carol i ne s acudi u a cabeça
negati vamente. E l a ol hou cui dados amente Carol i ne de ci ma para bai xo e s ua
expres s ão era como a de um médi co perpl exo exami nando um paci ente mui to
doente.
E ntão el a fl utuou em di reção Carol i ne, com uma mão es tendi da.
Carol i ne s e es qui vou, como s e el a es ti ves s e com noj o de ter E l ena
tocando- a. Não, não noj o pens ou Bonni e, mas medo.
" Como vou s aber o que el a vai fazer agora?" Carol i ne rebateu, mas
Bonni e s abi a que não era a verdadei ra razão de s eu medo. O que é que nós
temos aqui ? E l a s e perguntou. E l ena com medo de Carol i ne, e Carol i ne com
medo de E l ena. O que s i gni fi ca i s s o?
Os s enti dos ps í qui cos de Bonni e l he davam arrepi os . Havi a al go errado
com Carol i ne, el a s enti a, al go que el a nunca ti nha s enti do antes . E o ar...
E s tava pes ando de al guma forma, como s e es ti ves s e uma tempes tade a
cami nho.
Carol i ne fez um movi mento forte ao vi rar o ros to para manter E l ena
afas tada del a. E l a s e moveu pra atrás de uma cadei ra.
" Bas ta manter el a l onge de mi m, tudo bem? Não vou dei xar que el a toque
em mi m novamente — " el a começou, quando M eredi th mudou toda a
s i tuação com duas pal avras .
" O que você di s s e pra mi m?" Carol i ne di s s e, fi tando-a.
5
Damon es tava di ri gi ndo s em rumo quando el e vi u a garota.
E l a es tava s ozi nha, andando a pé pel o l ado da rua, s eu cabel o al aranj ado
s oprando ao vento, braços pra bai xo carregando pacotes pes ados .
Damon i medi atamente fez a coi s a caval hei res ca. E l e dei xou o carro
des l i zar até o encos tamento, es perou a meni na dar os poucos pas s os que
fal tavam para al cançá-l o — E , em s egui da, pul ou para fora do carro e s e
apres s ou em abri r a porta de pas s agei ros para el a.
O nome del a, s urgi u, era Damari s .
Logo a Ferrari es tava de vol ta à es trada, i ndo tão rápi do que o cabel o
al aranj ado de Damari s es tava tremul ando atrás del a como uma bandei ra. E l a
era uma j ovem mul her e es tava compl etamente l i vre da es péci e de trans e
i nduzi do que el e ti nha di s tri bui ndo l i vremente por ai durante o di a todo, o que
era uma boa coi s a, pens ou el e l aconi camente, porque s ua i magi nação ti nha
s i do mui to us ada hoj e e el e es tava quas e s em nada.
M as l i s onj ear es ta bel a cri atura, com o s eu res pl endoros o cabel o que era
de um vermel ho dourado, s ua pel e l ei tos a, não preci s ari a qual quer
i magi nação de qual quer manei ra. E l e não previ a nenhum probl ema com el a,
e el e pens ou que poderi a mantê-l a com el e durante a noi te.
Veni , vi di , vi ci {3} , pens ou Damon abri ndo um s orri s o i mpetuos o. E então
pens ou mel hor — tal vez eu não tenha venci do ai nda, mas eu apos to mi nha
Ferrari ni s s o.
E l e s e di s trai u por uma " vi s ão cêni ca" quando Damari s derrubou s ua
bol s a e s e curvou para pegá-l a, el e obs ervou a parte de traz de s eu pes coço,
onde os pêl os fi nos al aranj ados eram s urpreendentemente del i cados contra a
brancura da s ua pel e.
E l e l he bei j ou al i i medi atamente, i mpul s i vamente, s enti ndo que s ua
pel e era s uave como a pel e de um bebê — e quente contra s eus l ábi os . E l e
deu a el a total l i berdade de ação, i nteres s ado em ver s e el a i ri a dar um tapa
nel e, mas ao i nvés di s s o el a apenas endi rei tou s ua pos i ção e tomou um pouco
de ar i ns egura antes de permi ti r que el e a puxas s e para s eus braços para s er
bei j ada i ncerta, quente e tremendo, s eus ol hos azui s es curos entregues e
tentando res i s ti r ao mes mo tempo.
" E u — não devi a ter dei xado você fazer i s s o. Não vou permi ti r novamente.
Quero i r para cas a agora."
Damon s orri u. Sua Ferrari es tava a s al vo.
Seu protes to ti nha s i do parti cul armente agradável , el e pens ou enquanto
conti nuava a di ri gi r. Se el a conti nuas s e a fazer i s s o como el a es tava fazendo,
el e até poderi a fi car com el a uns di as , tal vez mes mo trans formar-l a.
Agora, porém, el e foi i ncomodado por uma i nexpl i cável i nqui etação
i nteri or. E l ena, é cl aro. E s teve tão perto del a na pens ão e não s e atreveu a s e
i mpor e i r até l á, por caus a do que el a poderi a fazer. Oh, bem, o que el e j á
deveri a ter fei to a es s a al tura, pens ou el e com uma s úbi ta veemênci a. Stefan
es tava certo ti nha al go de errado com el e hoj e.
E l e es tava frus trado em um grau que el e nunca i magi nou s er pos s í vel .
O que el e deveri a ter fei to era ter enterrado o ros to do s eu mani nho na terra,
quebrado o s eu pes coço como o de uma ave e, em s egui da, s ubi do aquel es
degraus es trei tos e pegaj os os pra pegar E l ena, di s pos ta ou não. E l e não ti nha
fei to i s s o antes por caus a de al guma chati ce s em s enti do, s obre s eus gri tos
enquanto el e l evantas s e aquel e quei xo i ncomparável e enterras s e
dol oros amente s eus dentes em s ua garganta branca como l í ri os .
Havi a um barul ho dentro do carro. " ... Você não acha?" Damari s es tava
di zendo.
Irri tado e mui to ocupado com a s ua fantas i a para pens ar s obre o que s ua
mente podi a ter ouvi do-a fal ar durante s eu di s curs o, el e a cal ou, e el a fi cou
i ns tantaneamente qui eta. Damari s era adorável , mas uma ramei ra. Agora el a
es tava s entada com o s eu cabel o al aranj ado dando chi cotadas ao vento, mas com
os ol hos em branco, s uas pupi l as contraí das , abs ol utamente parada.
E tudo por nada. Damon fez um s i bi l o de exas peração. E l e não cons egui u
vol tar ao s eu s onho, mes mo em s i l ênci o, os s ons i magi nári os dos gri tos de
E l ena não vol taram.
M as não haveri a mai s gri tos , uma vez que el e a trans formas s e em uma
vampi ra, uma pequena voz em s ua mente s ugeri u. Damon l evantou a cabeça e
s e i ncl i nou para trás , com apenas três dedos no vol ante. E l e uma vez tentou
fazer del a a s ua pri nces a das trevas , e por que não? E l a pertenceri a a el e
compl etamente, e s e el e ti ves s e que abri r mão de s eu s angue mortal , bem...
el e não es tava exatamente obtendo nada del e agora, não era? Di s s e a voz
i ns i nuante. E l ena, pál i da e bri l hante com a aura de poder de vampi ra, o
cabel o l oi ro, quas e branco, um ves ti do preto aceti nado contra s ua pel e. Agora,
ai es tava uma i magem que fari a o coração de qual quer vampi ro bater mai s
rápi do.
E l e a queri a mai s do que nunca agora, que el a ti nha s i do um es pí ri to.
M es mo como uma vampi ra el a i ri a reter a mai or parte de s ua própri a
natureza, e el e podi a i magi nar a cena: a l uz del a e a es curi dão del e, a s ua
brancura s uave em s eus braços reves ti dos com s ua j aqueta preta de couro. E l e
i ri a parar aquel a boca requi ntada com bei j os , s ufocá-l a com el es .
M as no que el e tava pens ando? Vampi ros não bei j am as s i m por prazer,
es peci al mente não outros vampi ros . O s angue e a caça eram tudo. Bei j ar al ém
do neces s ári o para conqui s tar s ua ví ti ma era i núti l , não l evari a a l ugar
al gum. Apenas i di otas s enti mentai s como o s eu i rmão s e i mportavam com
es s a bes tei ra. Um cas al de vampi ros poderi a comparti l har o s angue de uma
ví ti ma, os doi s bebendo de uma s ó vez, ambos control ando a mente da ví ti ma, e
us ufrui ndo j untos o l i nk mental , também. E ra as s i m que el es obti nham
prazer.
Ai nda as s i m, Damon encontrava-s e ani mado com a i déi a de bei j ar
E l ena, de forçar s eus bei j os nel a, de s enti r o s eu des es pero para fugi r del e
de repente parar — com aquel a pequena hes i tação que chega pouco antes da
res pos ta, antes de s e entregar compl etamente a el e.
Tal vez eu es tej a enl ouquecendo, pens ou Damon, i ntri gado. E l e nunca
ti nha fi cado l ouco antes , não que el e pudes s e recordar, e ai es tava al go de
apel ati vo na i déi a. Ti nha s écul os des de que el e s enti u es te ti po de exci tação.
Sorte s ua, Damari s , el e pens ou. E l e ti nha chegado ao ponto onde a rua
Sycamore entrava na fl ores ta anti ga, e a es trada a parti r dal i era s i nuos a e
peri gos a. Sem pens ar, el e encontrou-s e s e vi rando em di reção a Damari s para
acordá-l a novamente, regi s trando com s ati s fação que s eus l ábi os eram
s uavemente cor de cerej a, s em batom. E l e bei j ou-l he l evemente, então
es perou por s ua res pos ta.
Prazer. E l e podi a ver s ua mente aprovando o ato.
E l e ol hou a es trada à frente e depoi s tentou novamente, des ta vez
s egurando o bei j o. E l e es tava del i ci ado com s ua res pos ta, com a res pos ta de
ambos . Is s o era i ncrí vel . Ti nha que ter al go a ver com a quanti dade de s angue
que el e ti nha tomado, mai s do que nunca em um úni co di a, ou a combi nação -
E l e s ubi tamente teve que des vi ar s ua atenção de Damari s para a di reção.
Um pequeno ani mal vermel ho ti nha apareci do na es trada a s ua frente como
que por magi a. Damon normal mente não s ai ri a do s eu cami nho para atropel ar
coel hos , porco es pi nhos , e coi s as do gênero, mas es te o ti nha i rri tado em um
momento cruci al . E l e agarrou o vol ante com as duas mãos , s eus ol hos negros e
fri os como gel o gl aci al das profundezas de uma caverna, e acel erou em di reção
a pequena coi s a vermel ha.
Não tão pequena — haveri a um s ol avanco.
" E s pere" , el e murmurou para Damari s .
No úl ti mo i ns tante, a coi s a avermel hada s e des vi ou. Damon gi rou o
vol ante de vol ta pra s egui -l o e, em s egui da, encontrou-s e de frente a uma
val a. Apenas os s uper refl exos de um vampi ro — e a pronta res pos ta de um
veí cul o mui to caro — para poder tê-l o manti do fora da val a. Fel i zmente Damon
ti nha ambos , gi rando em um cí rcul o apertado, os pneus cantaram e fi zeram
fumaça em protes to.
E nenhum s ol avanco.
Damon s al tou pra fora do carro em um movi mento fl ui do e ol hou ao redor.
M as s ej a l á o que foi aqui l o, ti nha des apareci do compl etamente, tão
mi s teri os amente como ti nha apareci do.
Sconosci uto. E s tranho.
E l e des ej ou não es tar di retamente s ob o s ol , a l uz bri l hante da tarde
reduzi a s everamente a s ua acui dade vi s ual . M as el e teve um vi s l umbre de
como a coi s a chegou perto, e pereceu que ti nha uma aparênci a deformada.
Fi no em uma extremi dade e mai or na outra.
Oh, bem.
E l e vol tou para o carro, onde Damari s es tava tendo um ataque de nervos .
E l e não es tava com vontade de cons ol ar ni nguém, então el e s i mpl es mente
col ocou-a de vol ta a dormi r. E l a cai u para trás no banco, dei xando l ágri mas
para s ecar s obre s uas bochechas .
Damon vol tou para o carro ai nda s e s enti ndo frus trado. M as agora el e
s abi a o que el e queri a fazer hoj e. E l e queri a encontrar um bar — qual quer
um, puí do e barato ou i macul ado e caro — e el e queri a encontrar outro vampi ro.
Com Fel l ’s Church s endo um l ugar tão propí ci o no mapa, não deveri a s er
di fí ci l encontrar al gum nas áreas ci rcundantes . Os vampi ros e outras
cri aturas das trevas eram atraí dos para l ugares como es s e, como abel has a
madres s i l vas .
E então el e arrumari a uma l uta. Seri a total mente i nj us to — Damon era o
vampi ro mai s forte pel o que el e s abi a — e, al ém di s s o, el e es tava chei o como
um carrapato do coquetel do s angue das mel hores donzel as de Fel l ' s Church.
E l e não s e i mportava. Pareceu-l he uma boa manei ra para extravas ar s uas
frus trações em al go, e — el e abri u aquel e i ni mi tável , i ncandes cente s orri s o
pro nada — al gum l obi s omem ou vampi ro ou Ghoul es tava pres tes a cumpri r
s eu des ti no. Tal vez mai s do que um, s e el e ti ves s e s orte o bas tante de
encontrá-l os . Depoi s di s s o — A del i ci os a Damari s como s obremes a.
A vi da era boa, afi nal . E a não-vi da — pens ou Damon com s eus ol hos
bri l hando peri gos amente por trás dos ócul os es curos — era ai nda mel hor. E l e
i a s e s entar em um canto emburrado porque el e não poderi a ter E l ena
i medi atamente. E l e es tava s ai ndo para s e di verti r e s e fortal ecer, e então em
al gum momento mui to próxi mo, el e i ri a até a cas a de s eu patéti co e covarde
i rmão mai s novo e pegari a el a.
E l e pas s ou o ol har no es pel ho retrovi s or do carro por um i ns tante. Por
al guma aberração na i l umi nação ou i nvers ão da atmos fera, pareceu-l he ver
em s eus ol hos por trás das l entes es curas do ócul os — uma chama vermel ha.
6
E u di s s e, cai fora." , M eredi th repeti u para Carol i ne, ai nda em voz
bai xa.
" Você di s s e coi s as que nunca deveri am ter s i do di tas em nenhum l ugar
ci vi l i zado. E acontece que es ta é a cas a Stefan — e, s i m, é di rei to del e pedi r
pra você s e reti rar. E s tou fazendo i s s o por el e, no entanto, porque el e nunca
i ri a pedi r a uma garota — e ex candi data a namorada, devo acres centar — para
dar o fora de s eu quarto."
M att l i mpou a garganta. E l e ti nha s e afas tado fi cando em um canto, e
todos ti nham es queci do a pres ença del e. Agora, el e di s s e, " Carol i ne, eu te
conheço a tempo de mai s pra s er formal , e M eredi th es tá certa. Se você quer
di zer o ti po de coi s as que você es tá di zendo s obre E l ena, terá que fazê-l o em
outro l ugar, l onge de E l ena. M as , ol ha, tem uma coi s a que eu s ei . Não
i mporta o que E l ena fez quando el a es teve — es teve aqui antes " , a voz del e
cai u um pouco em admi ração, e Bonni e s abi a o que el e queri a di zer, quando
E l ena es teve aqui na Terra antes , — " E l a es tá mui to mai s próxi ma de um
anj o do que você poderi a i magi nar. Agora el a é... el a é... total mente..." E l e
hes i tou, procurando pel as pal avras certas .
" Pura" , di s s e M eredi th faci l mente, o aj udando a termi nar a afi rmação.
" Si m" , M att concordou. " Si m, pura. Tudo que el a faz é puro. E não há
como nenhuma das s uas pal avras mal vadas ati ngi rem el a, de qual quer
manei ra, mas o res to de nós s i mpl es mente não gos ta de as s i s ti r você tentar. "
Houve um bai xo " Obri gado" de Stefan.
" E u j á es tava i ndo" , di s s e Carol i ne, agora através de s eus dentes . " E
não s e atreva a fal ar comi go s obre pureza! Aqui , com tudo i s to acontecendo! Você
provavel mente s ó quer as s i s ti r i s s o por você mes mo, duas meni nas s e
bei j ando. Você provavel mente-... "
" Chega." Stefan di s s e quas e s em expres s ão, mas Carol i ne foi l evantada
e j ogada pra fora da porta e l argada l á como s e fos s e carregada por mãos
i nvi s í vei s . Sua bol s a foi j ogada l ogo depoi s del a.
E m s egui da, a porta s e fechou s i l enci os amente.
Os cabel os na nuca de Bonni e s e l evantaram. E s te Poder Ps í qui co l he
dei xou com os s enti dos atordoados e temporari amente paral i s ada. M over
Carol i ne — e el a não era uma cri anci nha — ti nha s i do um es forço i mens o.
Tal vez Stefan ti ves s e mudado tanto quanto E l ena. Bonni e ol hou para
E l ena, cuj a pi s ci na de tranqüi l i dade ti nha fi cado um pouco abal ada por caus a
de Carol i ne.
E você também poderi a fazer al go para afas tar a mente de E l ena di s s o, e
tal vez você s ej a di gna de al gum agradeci mento de Stefan, pens ou Bonni e.
E l a encos tou-s e ao j oel ho de E l ena, e quando E l ena vi rou pra ol há-l a,
Bonni e a bei j ou.
E l ena quebrou o bei j o mui to rapi damente, como s e es ti ves s e com medo
de caus ar al gum hol ocaus to novamente. M as Bonni e vi u de uma s ó vez o que a
M eredi th ti nha di to s obre não s er s exual . Foi ... M ai s como s er exami nada por
al guém que es tava us ando todos os s eus s enti dos ao máxi mo. Quando E l ena
s e afas tou de Bonni e el a i rradi ava para el a tal como el a ti nha para M eredi th,
todas as angús ti as l evadas pra l onge pel a — s i m, pel a pureza do bei j o. Bonni e
s enti u como s e uma parte da tranqüi l i dade de E l ena ti ves s e i do pra el a.
" ... Deveri a ter pens ado mel hor antes de trazer Carol i ne" , M att es tava
di zendo a Stefan. " Des cul pe por ter expul s ado el a, mas eu conheço Carol i ne, e
el a poderi a ter fi cado tagarel ando por mei a hora s em nunca real mente s ai r."
" Stefan cui dou di s s o, " M eredi th di s s e, " ou foi E l ena, também?"
" Fui eu, " di s s e Stefan. " M att ti nha razão: el a poderi a conti nuar a fal ar
i ndefi ni damente s em real mente s ai r. E eu s i mpl es mente não cons egui ri a
ouvi r al guém fal ar as s i m com E l ena. "
Porque el es es tão fal ando es s as coi s as ? Bonni e perguntava. De todas as
pes s oas , M eredi th e Stefan eram os menos i ncl i nados a di s cus s ões , mas
aqui es tavam el es , di zendo coi s as que real mente não preci s avam s er di tas .
E ntão el a percebeu que era por M att, que es tava s e movendo l entamente, mas
com determi nação para E l ena.
Bonni e s e l evantou rápi da e ági l como s e fos s e voar, e cons egui u pas s ar
por M att s em ol har para el e. E então el a foi s e j untar a M eredi th e Stefan em
s uas tagarel i ces — bem, mai s ou menos tagarel i ces — s obre o que acabara de
acontecer. Carol i ne ti nha arrumado um mau i ni mi go, todos concordaram, e
pareci a nada a ens i nari a que tudo o que el a atacava em E l ena s empre
ri cocheteava. Bonni e poderi a apos tar que el a es tava arrumando um novo ataque
agora mes mo contra todos el es .
" E l a s e s ente s ozi nha o tempo todo" , di s s e Stefan, como s e es ti ves s e
tentando arrumar des cul pas para el a. " E l a quer s er acei ta, por qual quer
pes s oa, em quai s quer condi ções , mas el a s e s ente — i s ol ada. Como s e
ni nguém que real mente conheces s e el a confi as s e nel a."
" E l a é defens i va" , M eredi th concordou. " M as você poderi a es perar que
el a fos s e mos trar al guma grati dão. Afi nal , nós a res gatamos e s al vamos s ua
vi da um pouco mai s de uma s emana atrás ."
Havi a mai s que i s s o, pens ou Bonni e. Sua i ntui ção es tava tentando l he
di zer al go, al go s obre o que poderi a ter aconteci do antes del es cons egui rem
s ocorrer Carol i ne — mas el a es tava tão zangada com o comportamento del a com
E l ena que i gnorou i s s o.
" Por que al guém deveri a confi ar nel a?" E l a di s s e a Stefan, e arri s cou
uma ol hadi nha para trás . E l ena i ri a defi ni ti vamente conhecer M att a
qual quer momento, e M att pareci a como s e es ti ves s e pres tes a des mai ar.
" Carol i ne é boni ta, certo, mas é s ó i s s o. E l a nunca tem nada de bom a di zer
s obre ni nguém. E l a j oga j ogos o tempo todo — E u s ei que fi zemos i s s o
al gumas vezes , também... — mas el a es tá s empre tentando fazer as outras
pes s oas parecerem más . Cl aro, el a pode ter a mai ori a dos rapazes " — uma
s úbi ta ans i edade a tomou, e el a fal ou mai s al to para tentar empurrar i s s o pra
l onge — " mas s e você é uma garota, el a é apenas um par de pernas l ongas e
—"
Bonni e parou porque a M eredi th e Stefan havi am congel ado, com uma
i dênti ca expres s ão de ‘Oh-meu-Deus -de-novo-não’ em s eus ros tos .
" E el a também tem uma audi ção mui to boa" , di s s e uma voz agi tada e
ameaçadora em al gum l ugar atrás de Bonni e. O coração de Bonni e s al tou em
s ua garganta.
E ra i s s o que dava em i gnorar s uas premoni ções .
" Carol i ne —" M eredi th e Stefan foram ambos tentar control ar os danos ,
mas era tarde demai s . Carol i ne havi a entrando com l ongas pernas como s e el a
não qui s es s e que s eus pés ti ves s em que tocar o chão de Stefan.
E s tranhamente, porém, el a es tava carregando os s al tos al tos com as mãos .
" Vol tei para bus car os meus ócul os " , di s s e el a, ai nda naquel a voz
tremi da. " E ouvi o s ufi ci ente para s aber o que os meus di tos " ami gos "
pens am de mi m."
" Não, você não ouvi u" , di s s e M eredi th, tão rapi damente e el oqüente
quanto Bonni e fi cou atordoado e muda. " Você ouvi u al gumas pes s oas mui to
i rri tadas col ocando pra fora s ua i rri tação após você tê-l os i ns ul tado."
" Al ém di s s o" , di s s e Bonni e, de repente capaz de vol tar a fal ar " admi ta,
Carol i ne — você des ej ava ouvi r al guma coi s a. É por i s s o que te ti rou os s apatos .
Você es tava bem detrás da porta es cutando, não? "
Stefan fechou os ol hos . " Is to é mi nha cul pa. E u devi a ter—"
" Não, você não devi a" , M eredi th di s s e pra el e, e pra Carol i ne el a
acres centou: " E s e você puder me di zer uma pal avra do que di s s emos que não
era verdade, ou era exagerada, exceto tal vez por aqui l o que di s s e Bonni e, e
Bonni e... é apenas Bonni e. De qual quer manei ra, s e você puder apontar uma
pal avra do que o res to de nós di s s e que não é verdade, eu peço perdão " .
Carol i ne não es tava ouvi ndo. Carol i ne es tava s e contorcendo. E l a ti nha
um ti que faci al , e s eu l i ndo ros to es tava vermel ho es curo convul s i onando de
fúri a.
" Oh, vocês i rão i mpl orar meu perdão, es tej am certos " , di s s e el a,
apontando o i ndi cador com aquel a l onga unha pra cada um del es . " Vocês vão
s e arrepender. E s e você tentar es s a — es s e ti po fei ti çari a-vampi ro em mi m
novamente, " di s s e a Stefan, " E u tenho ami gos — ami gos verdadei ros — que
gos tari am de s aber s obre i s s o."
" Carol i ne, es ta tarde você as s i nou um contrato—"
" Oh, quem l i ga pra i s s o?"
Stefan s e l evantou. E s tava es curo agora no i nteri or do pequeno quarto com
a s ua j anel a poei renta, e a s ombra del e foi l ançada pel o quarto pel a l âmpada
de cabecei ra. Bonni e ol hou para el e e então para M eredi th, com os cabel os nos
braços e pes coço s e eri çando. A s ombra era s urpreendentemente es cura e
s urpreendentemente al ta. A s ombra de Carol i ne era fraca, trans parente e
curta — uma i mi tação perto da verdadei ra s ombra.
A s ens ação de tempes tade es tava de vol ta. Bonni e es tava agi tada agora,
tentando s em s uces s o, parar o tremor que ti nha chegado como s e ti ves s e s i do
j ogada água gel ada nel a. E ra um fri o que vi nha di retamente de s eus os s os e
foi ras gando camada após camada de cal or del es como um gi gante gananci os o,
e agora el a es tava começando a tremer mai s forte...
Al guma coi s a es tava acontecendo com Carol i ne nas s ombras — al go
es tava s e aproxi mando del a — ou vi ndo por el a — ou tal vez ambos . E m
qual quer cas o, es tava em todo o redor del a agora, e envol ta de Bonni e também,
a tens ão era tão es pes s a que Bonni e fi cou bl oqueada, o s eu coração agi tado. Ao
s eu l ado, M eredi th — a práti ca, cabeça-control ada M eredi th — s e agi tava
nervos amente.
" O que -?" M eredi th começou em um s us s urro.
De repente, como s e tudo ti ves s e s i do requi ntadamente coreografado pel a
as coi s as da es curi dão, a porta do quarto de Stefan de fechou... a l âmpada, uma
l âmpada el étri ca bem comum, s e apagou... e o anti go l ami nado da j anel a vei o
para bai xo, dei xando o quarto em s úbi ta e compl eta es curi dão.
E Carol i ne gri tou. E ra um s om horrí vel — como s e al guém ti ves s e s e
agarrado a el a e arrancado s ua col una vertebral pel a s ua garganta.
Bonni e gri tou também. E l a não pode evi tar, embora s eu gri to ti ves s e
pareci do demas i ado fraco e s em fôl ego, como um eco, o contrári o do que
Carol i ne ti nha fei to. Graças a Deus que pel o menos , Carol i ne não gri tou por
mui to tempo. E Bonni e foi capaz de parar o novo gri to que es tava s e cons trui ndo
em s ua própri a garganta, apes ar de s ua agi tação s er pi or do que nunca.
M eredi th ti nha um braço apertado em torno del a, mas então, como a es curi dão
e o s i l ênci o s e s egui ram e Bonni e não parava de tremer, M eredi th s em
pi edade l evantou-s e e pas s ou a el a para M att, que pareci a es pantado e
envergonhado, mas tentou es tranhamente s egurá-l a.
" Não é tão es curo que s eus ol hos não pos s am s e acos tumar a i s s o" ,
di s s e el e. Sua voz era s eca, como s e el e preci s as s e de um pouco de água. M as
foi a mel hor coi s a que el e poderi a ter di to, porque de todas as coi s as no mundo
pra temer, o pi or medo de Bonni e era o es curo. Havi a coi s as al i , coi s as que s ó
el a cons egui a enxergar. E l a cons egui u, apes ar do terrí vel medo, parar de pé
com s eu apoi o — em s egui da, el a engas gou, e ouvi u M att engas gar também.
E l ena es tava bri l hante. Não apenas el a, mas o bri l ho s e es tendi a por
trás del a, e para ambos os l ados del a, s aí do de um par de mui to bem
defi ni das e i negavel mente pres entes ... As as .
" E l a tem a-as as " , s us s urrou Bonni e, com um es tremeci mento des ta vez
caus ado por s ua admi ração e não por terror ou medo. M att era quem es tava
agarrado nel a agora, como uma cri ança, e obvi amente, não poderi a res ponder.
As as as movi am com a res pi ração de E l ena. E l a es tava s entada no ar,
fi rme agora, uma mão es tendi da com os dedos todos es pal hados em um ges to
de negação.
E l ena fal ou. Não era qual quer l i nguagem que Bonni e ti nha ouvi do
antes , el a duvi dou que fos s e um i di oma us ado por qual quer pes s oa na Terra.
As pal avras eram afi adas , como o des moronamento de uma mi rí ade cacos de
cri s tal que ti nham caí do de um l ugar mui to al to e mui to l onge.
A forma das pal avras quas e fazi a s enti do pra Bonni e como s e s uas
própri as habi l i dades ps í qui cas fi cas s em s uci ntas perto do tremendo poder de
E l ena. E ra um poder que permaneci a al to contra as trevas , e agora el e e i a
varrendo os l ados ... Fazendo as coi s as do es curo gal opar pra l onge, as s uas
garras arranhando em todas as di reções . As pal avras afi adas s egui ram-l hes
todo o cami nho, di s s i pando-os agora...
E E l ena... E l ena es tava tão bel a a ponto de fazer o coração doer, tanto
quanto, quando ti nha s i do uma vampi ra, e pareci a quas e tão pál i da como uma.
M as Carol i ne es tava gri tando, também. E l a es tava us ando poderos as
pal avras de M agi a Negra, e para Bonni e era como s e as s ombras de todos os
ti pos de es curo e coi s as horrí vei s fos s em proveni entes de s ua boca: l agartos e
s erpentes e mui tas pernas de aranhas .
Foi um duel o, um duel o de magi a. Só que, como Carol i ne ti nha
aprendi do tudo i s s o s obre magi a negra? E l a nem s equer era de l i nhagem
bruxa como Bonni e.
Do l ado de fora do quarto de Stefan, em torno del e, havi a um s om
es tranho, quas e como um hel i cóptero. Whi pwhi pwhi pwhi pwhi p... Is s o
aterrori zou Bonni e.
M as el a ti nha que fazer al guma coi s a. E l a era Cel ta por des cendênci a,
e ps í qui ca, bem, porque el a não pode evi tar i s s o, e el a ti nha que aj udar
E l ena. Lentamente, como s e es ti ves s e abri ndo cami nho contra raj adas de
ventos , Bonni e s e es ti cou para col ocar s ua mão na mão de E l ena, para oferecer
a E l ena s ua força.
Quando E l ena agarrou s ua mão, Bonni e percebeu que M eredi th es tava
no s eu outro l ado. A l uz cres ceu. As coi s as ras tej antes correram del a, gri tando
e batendo umas nas outras na fuga.
A próxi ma coi s a que Bonni e s oube, era que E l ena es tava cai ndo. As as as
foram embora. E as coi s as ras tej antes do es curo ti nham des apareci do,
também. E l ena ti nha os expul s ado, us ando enormes quanti dades de energi a
para es magá-l os com Poder Branco.
" E l a vai cai r" , Bonni e s us s urrou, ol hando Stefan. " E l a us ou uma
magi a mui to forte"
Bem então, quando Stefan começou a s e di ri gi r a E l ena, vári as coi s as
aconteceram mui to rápi das , como s e o quarto ti ves s e s i do ati ngi do por vári os
rai os de l uz.
Fl as h. O l ami nado da j anel a rol ou pra ci ma, abri ndo furi os amente.
Fl as h. A l âmpada l i gou novamente, revel ando-s e nas mãos do Stefan.
E l e devi a es tar tentando cons ertá-l a.
Fl as h. A porta do quarto de Stefan abri u l entamente, rangendo, como s e
qui s es s e s e redi mi r de ter bati do antes .
Fl as h. Carol i ne es tava no chão, gemendo, res pi ração di fí ci l . E l ena ti nha
venci do...
E l ena cai u.
Só refl exos i numanamente rápi dos poderi am tê-l a capturado,
es peci al mente do outro l ado da s al a. M as Stefan ti nha dei xado a l âmpada com
M eredi th e atraves s ou a di s tanci a mai s rápi do do que os ol hos de Bonni e
poderi am s egui r. E ntão el e es tava s egurando E l ena, abraçando-a
protetoramente.
" Oh, i nferno" , di s s e Carol i ne. Tri l has negras de mas cara pra cí l i os
corri am pel o s eu ros to, tornando s eu ol har não mui to humano. E l a ol hou para
Stefan um ódi o franco. E l e ol hou de vol ta s ol enemente, não, s oberanamente.
" Não chame o i nferno" , di s s e el e em uma voz mui to bai xa. " Não aqui .
Não agora. Porque i nferno poderi a ouvi r e chamar de vol ta. "
" Como s e j á não ti ves s e" , di s s e Carol i ne, e nes s e momento — el a era
di gna de pena — mi s erável e patéti ca. Como s e ti ves s e começado al go que el a
não s abi a como parar.
" Carol i ne, o que es tá di zendo?" Stefan entendeu. " Você es tá di zendo que
você j á fez al guma troca--?"
" Ouch" , di s s e Bonni e, de repente e i nvol untari amente, acabando com
humor s i ni s tro no quarto. Uma das unhas que Carol i ne ti nha quebrado ti nha
dei xado um ras tro de s angue no chão. Bonni e s enti u um l atej o de s i mpati a
s enti ndo a dor em s eu própri o dedo até que Carol i ne apontou s ua mão
s angrenta pra Stefan. E ntão a s i mpati a de Bonni e vi rou náus ea.
" Quer uma l ambi da?" Di s s e el a. Sua voz e ros to mudaram
compl etamente, e el a não fez nenhuma ques tão de tentar es conder i s s o. " Ah,
vá l á, Stefan" , el a começou a zombar, " Você andou bebendo s angue humano
nes tes di as , não é? Humano ou — s ej a l á o que el a é, ou o que el a vi rou. Você
doi s voam como morcegos j untos agora, não é? "
" Carol i ne, " Bonni e s us s urrou, " Você não vi u el as ? Suas as as —"
" E xatamente como um morcego, ou outra coi s a de vampi ro. Stefan a
trans formou —"
" E u vi " , di s s e M att pl enamente, atrás Bonni e. " E l as não eram as as
de morcego."
" Será que al guém tem ol hos ?" M eredi th di s s e de onde el a es tava perto
da l âmpada. " Ol ha aqui " . E l a s e abai xou. Quando l evantou de novo el a es tava
s egurando uma l onga pena branca. Que bri l hava na l uz.
" Tal vez el a s ej a um corvo branco, então" , di s s e Carol i ne. " Is s o s eri a
adequado. E não pos s o acredi tar como vocês es tão todos — todos — tão cui dados os
com el a, como s e el a, como s e el a fos s e uma es péci e de pri nces a. Sempre a
queri di nha de todos , não é mes mo, E l ena? "
" Pare com i s s o" , di s s e Stefan.
" Todos , es s a é a pal avra chave" , Carol i ne cus pi u.
" Pára com i s s o."
" O j ei to que você es tava bei j ando todo mundo, um após o outro." E l a deu
um es tremeci mento teatral . " Todo mundo parece ter es queci do, mas i s s o tava
mai s para—"
" Pare, Carol i ne."
" A Real E l ena" . A voz de Carol i ne ti nha s e tornado fi ngi damente s uave,
mas el a não poderi a manter o veneno fora, pens ou Bonni e. " Porque quem
conheci a você antes s abi a quem você era, antes de o Stefan nos abençoar com
s ua i rres i s tí vel pres ença, você era uma—"
" Carol i ne, pare com i s s o—"
" Uma puta! É i s s o! Bem barata, puta de qual quer um! "
7
Houve uma es péci e de engas gamento col eti vo. Stefan fi cou branco, s eus
l ábi os compri mi dos em uma l i nha es trei ta. Bonni e s enti u como s e el a
es ti ves s e s ufocando com pal avras , expl i cações , em recri mi nações s obre o
comportamento de Carol i ne. E l ena pode ter ti do tantos namorados quanto
es trel as no céu, mas no fi nal el a ti nha aberto mão de tudo i s s o — porque el a
s e apai xonou — não que Carol i ne entendes s e al go s obre i s s o.
" Não tem nada a di zer agora?" Carol i ne conti nuou. " Não cons egue achar
nem uma res pos ta engraçadi nha? O morcego comeu s ua l í ngua? " E l a
começou a ri r, mas era uma ri s ada forçada, em s egui da, uma torrente de
pal avras j orrou pra fora de s ua boca quas e i ncontrol avel mente, todas as
pal avras que s upos tamente não eram pra s erem fal adas em públ i co. Bonni e
eventual mente ti nha di to a mai ori a del as em uma hora ou outra, mas aqui , e
agora, el as formavam uma corrente de poder peçonhento. As pal avras de
Carol i ne es tavam s e trans formando em al go que cres ci a — al go que i ri a
acontecer — um ti po de força que não podi a s er conti da -
Reverberações , pens ou Bonni e enquanto o s om das ondas começaram a s e
acumul ar ...
Vi dro, s ua i ntui ção l he di s s e. Fi que l onge de vi dros .
Stefan apenas teve tempo de s e di ri gi r a M eredi th e gri tar, " Li vre-s e
des s a l âmpada."
E a M eredi th, que era rápi da não s ó em acei tação, mas também como
l ançadora de bas ebal l , agarrou a l âmpada e a ati rou-a na — não,
compl etamente -
— expl os ão enquanto a l âmpada s e es ti l haçou -
— a j anel a aberta.
Houve um barul ho s emel hante no banhei ro. O es pel ho ti nha expl odi do
por trás da porta fechada.
E ntão Carol i ne bateu no ros to de E l ena.
E l a dei xou a marca de s eu dedo s angrento, que E l ena pas s ou a mão
ti mi damente. E l e também dei xou uma marca branca no formato de uma mão
que aos poucos foi fi cando vermel ha. A expres s ão de E l ena era capaz de
arrancar l ágri mas de uma pedra.
E Stefan fez a coi s a que Bonni e cons i derou a mai s s urpreendente de
tudo. E l e mui to genti l mente col ocou E l ena no chão, bei j ou a no ros to, e vi rou-
s e para Carol i ne.
E l e col ocou s uas mãos s obre s eus ombros , s em tremer, apenas
s egurando-a fi rmemente, obri gando-a a ol har para el e.
" Carol i ne" , di s s e el e, " Pare com i s s o. Vol te. Pel o bem de s eus ami gos
que s e i mportam com você, vol te. Pel o bem da s ua famí l i a que te ama, vol te.
Pel o bem da s ua própri a al ma i mortal , vol te. Vol te para nós ! "
Carol i ne apenas ol hou para el e arrogantemente.
Stefan mei o que s e vi rou de l ado, para M eredi th, com uma careta. " E u
não s ou real mente a pes s oa mai s i ndi cada para fazer i s s o" , di s s e el e
brus camente. " Não é mes mo o ponto forte dos vampi ros ."
E ntão el e vi rou na di reção de E l ena, s ua voz cari nhos a. " Amor, você pode
aj udar? Você pode aj udar a s ua vel ha ami ga novamente? "
E l ena j á es tava tentando aj udar, tentando al cançar Stefan. E l a própri a
tentava s e l evar até el e s e apoi ando com di fi cul dade, pri mei ro na cadei ra de
bal anço e em s egui da, em Bonni e, que tentou aj udá-l a contra o pes o da
gravi dade. E l ena era tão vaci l ante como uma gi rafa recém-nas ci da de pati ns ,
e Bonni e — quas e metade de uma cabeça mai s bai xa — ti nha di fi cul dade em
manter s eu equi l í bri o.
Stefan fez um movi mento como s e pra aj udar, mas M att j á es tava l á,
s egurando E l ena, pel o o outro l ado.
E ntão Stefan vi rou Carol i ne, e conti nuou s egurando el a, pra não dei xá-l a
es capar, forçando-a a encarar E l ena de frente.
E l ena, que es tava s endo s egurada pel a ci ntura, para que s uas mãos
fi cas s em l i vres , fez al guns movi mentos curi os os , parecendo fazer des enhos
mai s e mai s depres s a no ar em frente ao ros to de Carol i ne, ao mes mo tempo
cruzando e des cruzando as mãos com os dedos em di ferentes pos i ções . E l a
pareci a s aber exatamente o que el a es tava fazendo. Carol i ne s egui a os
movi mentos das mãos de E l ena como s e fos s e obri gada, mas era evi dente pel o
s eu ros nado que el a os odi ava.
M agi a, pens ou Bonni e, fas ci nada. M agi a Branca. E l a es tá chamando
anj os , tão s eguramente como Carol i ne es tava chamando demôni os . M as el a
s eri a forte o s ufi ci ente para puxar Carol i ne pra fora da es curi dão?
E , fi nal mente, como s e pra compl etar a ceri môni a, E l ena i ncl i nou-s e
para frente e bei j ou os l ábi os de Carol i ne.
E ntão todo o i nferno rol ou s ol to. Carol i ne de al guma manei ra cons egui u
l i berar uma das mãos do aperto de Stefan e tentou agarrar o ros to de E l ena com
as unhas . Obj etos no quarto começaram a voar através do ar, s em nenhuma
i ntervenção humana. M att tentou agarrar o braço de Carol i ne e l evou um murro
no es tômago que o fez s e dobrar, s egui do por uma pancada na parte de trás do
pes coço.
Stefan s ol tou Carol i ne para acol her E l ena e l evar el a e Bonni e pra fora do
cami nho. E l e pareceu pres umi r que M eredi th poderi a cui dar de s i mes ma —
e el e es tava certo. Carol i ne foi em di reção a M eredi th, mas M eredi th es tava
pronta. E l a agarrou o punho de Carol i ne e a j ogou-a na di reção contrári a.
Carol i ne aterri s s ou em ci ma da cama, torta e em s egui da, s e j ogou em
M eredi th novamente, des ta vez agarrando o cabel o del a com uma mão.
M eredi th s e l i vrou del a, dei xando uma mecha de cabel o entre os dedos de
Carol i ne. E ntão M eredi th pegou Carol i ne de guarda bai xa e acertou um s oco
em s ua mandí bul a. Carol i ne des mai ou.
Bonni e vi brou e s e recus ou a s e s enti r cul pada por i s s o. E ntão, pel a
pri mei ra vez, enquanto Carol i ne es tava des mai ada, Bonni e reparou que as
unhas de Carol i ne es tavam todas l á novamente l ongas , fortes e curvas , e
perfei tas , nenhuma del as es tava es tragada ou quebrada.
O poder de E l ena? Deveri a ter s i do. Quem mai s poderi a ter fei to i s s o?
Com apenas al guns movi mentos e um bei j o, E l ena ti nha ci catri zado a mão de
Carol i ne.
M eredi th es tava mas s ageando a s ua própri a mão. " E u nunca percebi
que doí a tanto para derrubar al guém" , di s s e el a. " E l es nunca mos tram i s s o
nos fi l mes . É o mes mo para rapazes ? "
M att corou. " E u... hum, eu nunca real mente..."
" É o mes mo para todos , até mes mo vampi ros " , di s s e Stefan brevemente.
" Você es tá bem M eredi th? Quero di zer, E l ena poderi a... "
" Não, eu es tou bem. E Bonni e e eu temos um trabal ho a fazer." E l a
bal ançou a cabeça pra Bonni e, que concordou l i gei ramente com um aceno de
vol ta. " Carol i ne é nos s a res pons abi l i dade, e nós deverí amos ter percebi do o
real moti vo del a ter vol tado ao i nvés de i r embora. E l a não tem carro. E u apos to
que el a tentou l i gar pra al guém vi r bus cá-l a, mas não cons egui u, e, em
s egui da, el a vol tou aqui pra ci ma novamente. E ntão agora temos que l evá-l a
pra s ua cas a. Stefan, me des cul pe, i s s o não foi uma boa vi s i ta."
Stefan ol hou s i ni s tramente. " É provavel mente o máxi mo que E l ena pode
agüentar, de qual quer manei ra" , di s s e el e. " M ai s do que eu pens ei que el a
poderi a, na verdade."
M att di s s e: " Bem, s ou eu que es tou de carro, Carol i ne é a mi nha
res pons abi l i dade também, " di s s e el e.
" Tal vez pudés s emos vol tar amanhã?" Bonni e perguntou.
" Si m, eu s uponho que s eri a mel hor" , di s s e Stefan. " E u quas e odei o ter
que dei xá-l a i r" , acres centou el e, ol hando para a i ncons ci ente Carol i ne, com o
ros to s ombri o. " E s tou com medo por el a. M ui to medo. "
Bonni e não entendeu. " Por quê?"
" E u acho — bem, pode s er mui to cedo para di zer, mas el a parece es tar
pos s uí da por al go, mas eu não tenho i déi a do que. Acho que tenho que fazer
uma s éri a i nves ti gação. "
E l á es tava novamente a água gel ada es correndo pel as cos tas de Bonni e.
A s ens ação de quão próxi mo o oceano de medo es tava, pronto para cai r s obre el a
e l evá-l a rapi damente para o fundo.
Stefan acres centou, " M as o que é certo é que el a es tá s e comportando
es tranhamente — mes mo pra Carol i ne. E eu não s ei o que vocês ouvi ram
quando el a es tava amal di çoando, mas eu ouvi outra voz por trás del a, gui ando-
a." E l e vi rou-s e para Bonni e. " Você ouvi u?"
Bonni e es tava tentando l embrar. Havi a al guma coi s a — apenas um
s us s urro — apenas um s egundo antes de ouvi r a voz da Carol i ne... M enos de
um s egundo, e apenas o mai s fraco dos s i bi l antes s us s urros ...
" E o que aconteceu aqui pode s e tornar pi or. E l a chamou o i nferno num
momento em que es ta s al a era s aturada com Poder. E Fel l ’s Church por s i
própri a j á é o cruzamento de tantas l i nhas mí ti cas , i s s o não é bri ncadei ra.
Com tudo i s s o acontecendo, bem, eu apenas queri a que ti vés s emos um bom
para-ps i col ogi s ta por perto. "
Bonni e s abi a que todos pens aram em Al ari c.
" Vou tentar contatá-l o pra vol tar" , di s s e M eredi th. " M as normal mente
el e es tá fora de al cance no Ti bet ou Ti mbuktu fazendo i nves ti gação nes tes
di as . Vai demorar um pouco até mes mo para mandar uma mens agem para
el e. "
" Obri gado." Stefan pareci a al i vi ado.
" Como eu di s s e, el a é nos s a res pons abi l i dade" , M eredi th di s s e
cal mamente.
" Lamentamos ter trazi do el a, " Bonni e di s s e em voz al ta, e es perando
i nternamente que al go dentro Carol i ne pudes s e ouvi -l a.
E l es s e des pedi ram i ndi vi dual mente de E l ena, s em mui ta certeza de
como i ri a s er. M as el a s i mpl es mente s orri u para cada um del es e tocou s uas
mãos .
Por s orte ou pel a exi s tênci a de al go mui to al ém da s ua compreens ão,
Carol i ne acordou. E l a ai nda pareci a mai s raci onal , porém um pouco confus a,
quando o carro chegou à entrada de s ua cas a. M att a aj udou a s ai r do carro e
cami nhou até a porta del a s egurando s eu braço, onde a mãe de Carol i ne
res pondeu à campai nha. E l a uma mul her tí mi da, parecendo cans ada, e não
pareci a es tar s urpres a ao receber a fi l ha naquel e es tado em uma tarde verão.
M att dei xou as meni nas na cas a de Bonni e, onde pas s ari am a noi te em
uma preocupada es pecul ação. Bonni e adormeceu com os s ons das mal di ções de
Carol i ne ecoando em s ua cabeça.

Queri do Di ári o,
Alg o vai acontecer esta noi te.
Eu não posso falar ou escrever, e não me lembro como di g i tar num
teclado mui to bem, mas posso envi ar pensamentos a Stefan e ele pode
escrever para mi m. Nós não temos quai squer seg redos umcomo outro.
Então este é o meu di ári o ag ora. E...
Esta manhã eu acordei de novo. Eu acordei de novo! Ai nda é
verão lá fora, e tudo está verde. Os narci sos no j ardi mestão todos com
flor. E eu ti ve vi si tantes. Eu não sei exatamente quemsão, mas três
deles são fortes, de cores claras. Eu os bei j ei , então não vou esquecê-los
novamente.
O quarto era di ferente. Eu só podi a ver umborrão de cor,
sombreada de preto. Ti ve de usar palavras fortes do poder branco para
evi tar que ela trouxesse para o quarto de Stefan coi sas do escuro.
Estou fi cando comsono. Eu quero estar comStefan e senti r ele me
abraçando. Eu amo Stefan. Eu abri ri a mão de qualquer coi sa para
poder fi car comele. Ele me perg untou, até de voar? Até de voar, para
estar comele e mantê-lo seg uro. Qualquer coi sa para mantê-lo seg uro.
Até a mi nha vi da.
Ag ora eu quero i r para ele.
Elena
(E Stefan se desculpa por estar escrevendo no di ári o de Elena,
mas ele tema di zer alg umas coi sas, porque talvez alg umdi a ela vai
querer lê- lo, para se lembrar. Eu tenho anotado o seu pensamento em
frases, mas eles não vêmdesta forma. Vêmcomo frag mentos pensados, eu
acho. vampi ros são usados para traduzi r o coti di ano das pessoas em
pensamentos coerentes e frases, mas os pensamentos de Elena preci samde
mai s tradução do que a mai ori a. Normalmente, ela pensa emi mag ens
bri lhantes, comuma ou duas palavras di spersas.
O " quarto" , que ela fala é Caroli ne Forbes. Elena a conhece
desde sua i nfânci a, eu acho. O que me dei xou confuso é que hoj e
Caroli ne atacou Elena de quase todas as manei ras i mag i návei s, e
ai nda quando eu pesqui so a mente de Elena não posso encontrar
nenhumsenti mento de rai va ou mesmo qualquer dor. É quase
assustador captar i sso emsua mente.
A perg unta que eu realmente g ostari a de responder é: O que
aconteceu coma Caroli ne durante o curto perí odo de tempo que ela foi
raptada por Klaus e Tyler? E ela fez o que fez hoj e por sua li vre e
espontânea vontade? Será que há alg umresquí ci o do ódi o de Klaus
ai nda vi vo nela? Ou será que temos umoutro i ni mi g o FelVs Church?
E o mai s i mportante, o que vamos fazer sobre i sso?
Stefan,
" aquele que ag ora está sendo puxado da frente do comput..."
8
O rel ógi o anti quado mos trava 03h00mi n AM quando M eredi th des pertou
s ubi tamente de um s ono i rregul ar.
E então el a mordeu s eu l ábi o, pra s ufocar um gri to. Um ros to es tava
curvando s obre o s eu, de cabeça para bai xo. A úl ti ma coi s a que el a l embrava
era de es tar dei tada de cos tas no s aco de dormi r, fal ando s obre Al ari c com
Bonni e.
Agora Bonni e es tava curvada s obre el a, com o ros to i nverti do e os ol hos
fechados . E l a es tava aj oel hada atrás da cabeça de M eredi th s obre o s eu
traves s ei ro de cabeça para bai xo, e s eu nari z quas e tocava o de M eredi th.
Adi ci one a i s s o uma es tranha pal i dez nas bochechas de Bonni e e uma
res pi ração rápi da e quente que s oprava na tes ta de M eredi th, e ni nguém,
ni nguém, M eredi th i ns i s ti u para el a mes ma, teri a cons egui do não gri tar.
E l a es perou Bonni e fal ar, fi tando na es curi dão os s eus ol hos fechados .
M as em vez di s s o, Bonni e s entou-s e, s e l evantou, e andou de cos tas com
perfei ção até a es cri vani nha de M eredi th, onde o cel ul ar de M eredi th es tava
carregando a bateri a, e o pegou. E l a pareci a ter l i gado a câmera de ví deo do
cel ul ar, poi s el a abri u a boca em di reção a el e e começou a ges ti cul ar.
E ra as s us tador. Os s ons que s ai am da boca de Bonni e eram pareci dos
com um di s curs o de trás para frente. E ra emaranhado, gutural e mui to al to,
trans portava todos os ruí dos da cadênci a dos fi l mes de horror que ti nham o fei to
tão popul ar. M as , para s er capaz de fal ar des s a forma de propós i to... não era
pos s í vel para um humano normal ou uma mente humana normal . M eredi th
ti nha uma es tranha s ens ação de al go tentando es ti car a s ua mente até el a,
tentando al cançá-l a através de di mens ões i ni magi návei s .
Tal vez i s s o faça s enti do ao contrári o, M eredi th pens ou, tentando di s trai r
a s i mes ma enquanto o s om as s us tador pros s egui a. Tal vez el e pens e que nós
também. Tal vez nós es tej amos em canai s di ferentes ...
M eredi th achava que el a não poderi a s uportar mui to mai s daqui l o. E l a
es tava começando a pens ar que el a es tava ouvi ndo pal avras , mes mo fras es no
di s curs o ao contrári o, e nenhum del es era agradável . Por favor, faça i s s o parar
agora.
Com mai s um gemi do...
A boca de Bonni e fechou com um choque de dentes . O s om parou
i ns tantaneamente. E então, como um ví deo pas s ado ao contrari o em câmera
l enta, el a cami nhou para trás até o s eu s aco de dormi r, aj oel hou-s e, e
ras tej ou, dei tando com a cabeça s obre o traves s ei ro — tudo s em abri r os ol hos
para ol har para onde i a.
Foi uma das coi s as mai s as s us tadora que M eredi th j á ti nha vi s to, ou
ouvi da, s endo que M eredi th j á ti nha vi s to e ouvi do uma quanti dade
cons i derável de coi s as as s us tadoras .
M eredi th não poderi a dei xar a gravação até amanhã de manhã s enão el a
não poderi a vê-l a s ozi nha.
E l a s e l evantou, e tateou a mes a, pegou o cel ul ar e l evou-o para o outro
quarto. Lá el a o anexou ao computador, onde el a poderi a ouvi r a mens agem de
trás para frente.
Depoi s de ouvi r a mens agem no s enti do i nvers o, uma vez ou duas vezes
el a deci di u que Bonni e nunca deveri a ouvi -l a. Is s o a dei xari a tão as s us tada,
que acabari a es s a hi s tóri a de contato com o para-normal para os ami gos de
E l ena.
Havi a s ons ani mai s al i , mi s turados com a voz torci da de trás pra frente...
Que não era a voz de Bonni e de j ei to nenhum. Não era a voz de nenhuma
pes s oa normal . E quas e s oava pi or i ndo pra frente do que pra trás , o que tal vez
s i gni fi cas s e que, quem quer que s ej a fal ando aqui l o, normal mente fal ava ao
contrari o.
M eredi th podi a di s ti ngui r as vozes humanas dos gemi dos , dos ri s os
di s torci dos e ruí dos de ani mal . E mbora el es fi zes s em os pêl os em s eu corpo
erguerem e formi garem, el a tentou j untar as pal avras , no mei o daquel a coi s a
toda s em s enti do. E ao j unta-l as , el a entendi a:
" Deeeeeeeeeee...perr...t...aaaar... sss errrr... á... rrre-eppp-e... een... ti no e chhhhh...
ooocca... ... ...nttte. Voooocê... e... eeeuuuu... dddevvemos... esssss... taaaar... j j j j j un...toooo... a....
ellla... nnão... esstaremmos... ccom ella. Nãooo... essstarremos... ccom ellla... ddepoi sss-
Issso...ccaberáá... aaaa... outrrrrrrra... pessssoaaaa... " .
M eredi th, pegou um bl oco e caneta, e as anotou:
Despertar será repenti no e chocante.
Você e eu devemos estar lá quando ela Despertar. Não vamos estar lá para ela, mai s tarde. Isso
caberá a outras mãos.
M eredi th col ocou a caneta preci s amente ao l ado da mens agem deci frada
no bl oco.
E depoi s di s s o M eredi th vol tou para o s eu s aco de dormi r as s i s ti ndo a
i móvel Bonni e dormi r como um gato em um buraco de rato, até que,
fi nal mente, o bendi to cans aço a fez dormi r.

***

" E u di s s e o que?" Bonni e es tava hones tamente perpl exa na manhã


s egui nte, es premendo s uco de l aranj a em ci ma de s eu cereal , como uma
anfi tri ã model o, mes mo que M eredi th fos s e quem es ti ves s e fri tando ovos no
fogão.
" E u j á l he di s s e três vezes . As pal avras não vão mudar, eu j uro. "
" Bem, " di s s e Bonni e, de repente mudando de táti ca, " es tá cl aro que o
Des pertar que vai acontecer é com E l ena. Porque, pri mei ro, você e eu temos
que es tar l á para i s s o, e por outro l ado, s e al guém preci s a des pertar de al go, é
el a."
" E xatamente" , di s s e M eredi th.
" E l a preci s a s e l embrar quem el a real mente era."
" Jus tamente" , di s s e M eredi th.
" E temos que aj udá-l a a s e l embrar!"
" Não!" , Di s s e M eredi th, atendo a s ua rai va s obre os ovos com uma
es pátul a de pl ás ti co. " Não, Bonni e, não foi i s s o o que você di s s e, e não crei o
que poderí amos fazê-l o mes mo as s i m. Podemos ens i nar-l he coi s as pequenas ,
tal vez, i gual ao que o Stefan faz. Como amarrar s eu s apato. Como es covar os
cabel os del a. M as o que você di s s e foi ‘o Des pertar vai s er chocante e
repenti no’, e você não di s s e nada s obre nós fazermos i s s o. Você s ó di s s e que
temos que es tar l á por el a, porque depoi s , de al guma forma nós não vamos
es tar l á."
Bonni e as s i mi l ou i s s o em um s i l ênci o s ombri o. " Não es taremos l á?"
Di s s e el a fi nal mente. " Ti po, não es taremos com E l ena? Ou não es taremos ,
Ti po... não vamos es tar em l ugar al gum? "
M eredi th ol hou para o café da manhã que de repente el a não queri a
comer. " E u não s ei " .
" Stefan di s s e que poderí amos i r de novo hoj e" , Bonni e ci tou.
" Stefan s eri a educado mes mo enquanto ti ves s em acorrentando-o pra s ua
morte."
" E u s ei " , di s s e Bonni e de repente. " Vamos chamar M att. Podemos i r
ver Carol i ne... s e el a qui s er nos ver, quer di zer. Podemos ver s e el a es tá
di ferente hoj e. E ntão podemos es perar até a tarde, e então podemos l i gar pra
Stefan e perguntar s e podemos i r l á novamente para ver E l ena. "
Na cas a de Carol i ne, a mãe del a di s s e que el a es tava doente e es tava de
cama. E l es três , M att, M eredi th, e Bonni e — Vol taram pra cas a de M eredi th
s em ver el a, mas Bonni e conti nuou ol hando pra trás , mas ti gando s eu l ábi o,
ol hando, em di reção a rua de Carol i ne. A mãe de Carol i ne é que pareci a
doente, com s ombras es curas s ob os ol hos . E a s ens ação de tempes tade, a
s ens ação de pres s ão, es tava es magadora na cas a de Carol i ne.
Na cas a de M eredi th, M att fi cou trabal hando em s eu carro que es tava
s empre preci s ando de reparos , enquanto Bonni e e M eredi th foram até o
guarda roupas de M eredi th es col her al go que s ervi ri a pra E l ena. E l as
fi cari am grandes , mas s eri am mel hores do que as de Bonni e, que eram
demas i adamente pequenas .
Ás 4 da tarde. E l es l i garam para Stefan. Si m, el es s eri am bem-vi ndos .
E ntão des ceram pra bus car M att.
Na pens ão, E l ena não repeti u o ri tual do bei j o do di a anteri or, com a
óbvi a decepção de M att. M as el a es tava encantada com a roupa nova, embora
não por qual quer razão que a anti ga E l ena teri a fi cado. Fl utuando 90
centí metros a ci ma do chão, el a manteve as roupas j unto ao ros to, chei rando
profundamente, e s orri ndo e, em s egui da, i rradi ando s eu s orri s o pra
M eredi th, embora quando Bonni e pegou uma das bl us as , el a não pode s enti r
chei ro al gum, nada al ém do amaci ante de roupa que el a uti l i zara. Nem
mes mo a col ôni a de M eredi th.
" Des cul pe-me" , di s s e Stefan quando E l ena entrou em uma cri s e
s úbi ta de agarrar e acari ci ar um top azul cel es te s egurando-o nos braços , como
s e fos s e um gati nho. M as a cara del e era cari nhos a, e M eredi th, parecendo
l evemente embaraçada, tranqüi l i zou-o que era bom s er tão apreci ada.
" E l a pode di zer de onde vêm" , expl i cou Stefan. " E l a não us a nada que
s ej a ori undo de fábri cas de trabal ho es cravo" .
" E u s ó compro em l ocai s l i s tados no s ervi ço contra a es cravi dão, em um
s i te de ves tuári o" , di s s e M eredi th s i mpl es mente. " Bonni e e eu temos al go
pra contar" , el a acres centou. E nquanto el a re-contava a profeci a de Bonni e,
Bonni e l evou E l ena até o banhei ro e a aj udou a ves ti r um s hort, que s ervi u, e
o top azul -cel es te, que quas e s ervi u, fi cando apenas um pouco l ongo.
A cor s entou com o cabel o emaranhado mas ai nda gl ori os o de E l ena
perfei tamente, quando Bonni e tentou achar o es pel ho que ti nha trazi do na
bol s a — j á que o anti go ti nha s e es ti l haçado — para mos trar-l he como ti nha
fi cado, — E l ena pareceu tão confus a como um cachorri nho ao ver o s eu própri o
refl exo. Bonni e manteve o es pel ho s eguro em s ua mão enquanto mos trava s eu
ros to nel e, e E l ena fi cou pul ando de um l ado para outro na frente del e, como
um bebê bri ncando de es conde-es conde. Bonni e fi cou s ati s fei ta com uma boa
es covada nos emaranhados naquel a mas s a dourada, Stefan cl aramente que
não s abi a como l i dar. Quando fi nal mente o cabel o de E l ena es tava l i s o e
s edos o, Bonni e orgul hos amente a l evou para fora para mos trar s eu trabal ho.
E fi cou i medi atamente arrependi da. Os outros três es tavam
concentrados , no que pareci a uma convers a s i ni s tra. Rel utantemente, Bonni e
s ol tou a mão de E l ena que voou i medi atamente — e l i teral mente — para o col o
de Stefan, pra s e j untar a convers a.
" Cl aro que nós compreendemos , " M eredi th es tava di zendo. " M es mo
antes de Carol i ne ter s aí do, que outra opção havi a afi nal ? M as —"
" Outra opção pra que?" Perguntou Bonni e, enquanto s entava na cama de
Stefan ao l ado del e. " Do que é que vocês es tão fal ando?"
Houve uma l onga paus a e, em s egui da, M eredi th l evantou-s e para
col ocar um braço em torno de Bonni e. " Nós es távamos fal ando s obre o moti vo
porque Stefan e E l ena preci s am s ai r de Fel l ’s Church — preci s am i r pra bem
l onge."
Pri mei ro, Bonni e não reagi u — el a s abi a que devi a es tar a s enti ndo
al guma coi s a — mas el a es tava em um es tado de choque mui to profundo pra
entender o que era. Quando as pal avras vol taram, a úni ca coi s a que el a pode
ouvi r a s i mes ma di zendo es tupi damente foi " E mbora? Por quê?"
" Você vi u porque — aqui , ontem, " M eredi th di s s e, s eus ol hos negros
chei os de dor, s eu ros to pel a pri mei ra vez mos trando a angús ti a i ncontrol ável
que el a devi a es tar s enti ndo. M as no momento, angús ti a não s i gni fi cava
nada para Bonni e, a não s er a s ua própri a.
E el a es tava chegando agora, como uma aval anche enterrando-a uma
neve vermel ha e quente. O gel o quei mava. De al guma manei ra el a l utou
contra i s s o tempo s ufi ci ente para di zer " Carol i ne não vai fazer nada. E l a
as s i nou o voto. E l a s abe que, s e quebrá-l o — es peci al mente quando —
quando você-s abe-quem as s i nou, também... "
M eredi th devi a ter di to a Stefan s obre o corvo, porque el e s us pi rou e
bal ançou a cabeça s uavemente, s egurando E l ena que es tava tentando ol har
para ci ma em s eu ros to. E ra evi dente que el a s enti a a i nfel i ci dade do grupo,
tal como era cl aro que el a não podi a real mente entender o que es tava caus ando
i s s o.
" A úl ti ma pes s oa que eu quero em torno de Carol i ne é meu i rmão."
Stefan empurrou o s eu cabel o es curo de s eus ol hos i rri tadamente, como s e el e
ti ves s e s e l embrado de como os doi s s e pareci am. " E também não acho que a
ameaça de M eredi th s obre as i rmãs da fraterni dade i rá funci onar. E l a es tá
mui to l onge na es curi dão."
Bonni e tremeu por dentro. E l a não gos tava dos pens amentos que aquel as
pal avras — na es curi dão — l he trazi am.
" M as ..." M att começou, e Bonni e percebeu que el e s e s enti a do mes mo
j ei to que el a — atordoada e doente — como s e es ti ves s em atrás de uma carona
depoi s de um fes ti val barato.
" Ouça, " di s s e Stefan, " Há outra razão pel a qual não podemos fi car
aqui ."
" Que outra razão?" M att di s s e l entamente. Bonni e es tava mui to
chateada para fal ar. E l a ti nha pens ado s obre i s s o, em al gum l ugar profundo
em s eu i ncons ci ente. M as el a ti nha empurrado os pens amentos l onge toda
vez que el es vi eram.
" Bonni e j á entendeu i s s o, eu acho." Stefan ol hou para el a. E l a ol hou de
vol ta a el e com os ol hos trans bordando em l ágri mas .
" Fel l ’s Church" , Stefan expl i cou s uavemente e tri s temente, foi
cons truí da s obre um l ugar onde des cans a mui to poder. As fontes de energi a
que vem des s e l ugar, l embram? Não s ei s e i s s o é del i berado. Al guém s abe s e
o Smal l woods ti nham al go a ver com es s e l ocal ?"
Ni nguém s abi a. Não havi a nada no anti go di ári o de Honori a Fel l s obre a
famí l i a de l obi s omens terem al guma parti ci pação na es col ha do l ugar onde a
ci dade foi cons truí da.
" Bem, s e i s s o foi um aci dente, foi um bel o azar. A ci dade — Devo di zer
— o cemi téri o da ci dade — foi cons truí do di retamente s obre um l ugar onde um
grande número de fontes de poder s e cruzam. Foi i s s o que o tornou um pól o de
cri aturas s obrenaturai s , más , ou não tão más . " E l e parou embaraçado, e
Bonni e percebeu que el e es tava fal ando de s i mes mo. " E u fui atraí do pra cá.
E também, outros Vampi ros , como vocês s abem. E com cada pes s oa que ti nha
poder que vei o aqui , o farol s e tornou mai s forte. M ai s bri l hante. M ai s
atraente para outras pes s oas com o poder. É um ci cl o vi ci os o " .
" E ventual mente, al gum del es vai ver E l ena" , di s s e M eredi th.
" Lembre-s e que es tas pes s oas s ão como Stefan, Bonni e, mas não com s eu
s ens o moral . Quando al guém vê-l a... "
Bonni e quas e chorou ao pens ar. E l a pareci a ver uma onda de penas
brancas , cada uma cai ndo em câmera l enta até o chão.
" M as — el a não era des ta manei ra, as s i m que el a acordou" , di s s e
M att l entamente e obs ti nadamente. " E l a fal ava. E l a era raci onal . E l a não
fl utuava" .
" Fal ando ou não fal ando, andando ou fl utuando, el a tem poderes " ,
di s s e Stefan. " Chega de dei xar Vampi ros normai s l oucos . Loucos o s ufi ci ente
para machucá-l a para obtê-l a. E el a não mata — ou fere. Pel o menos , eu não
cons i go i magi nar el a fazendo i s s o. O que es pero..." , el e di s s e, s eu ros to
fi cando es cureci do, " é que eu pos s a l evá-l a a al gum l ugar onde el a pos s a
es tar... protegi da. "
" M as você não pode l evá-l a" , di s s e Bonni e, el a podi a ouvi r os gri tos del a
mes ma, s em s er capaz de control á-l os . " Será que a M eredi th não te contou
mi nha premoni ção? E l a vai acordar. E eu e M eredi th preci s amos es tar com
el a para i s s o. "
‘Porque não vamos es tar com el a depoi s ’ — De repente fez s enti do. E
apes ar di s s o não s er tão rui m quanto ‘não es tar em l ugar al gum’, era rui m
mai s do que o s ufi ci entemente.
" E u não es tava pens ando em l evá-l a pel o menos até que el a pos s a,
cami nhar corretamente" , di s s e Stefan, e el e s urpreendeu Bonni e com um
rápi do braço em torno de s eus ombros . Pareci a como um abraço de M eredi th,
um abraço de i rmão, mas mai s forte e conci s o. " Você não s abe como es tou fel i z
de s aber que el a vai acordar. E que vocês es tarão com el a pra apoi á-l a. "
" M as ..." M as os mons tros vão conti nuar vi ndo pra Fel l ’s Church?
Bonni e pens ou. E não vamos tê-l os para nos proteger?
E l a ol hou para ci ma e vi u que M eredi th s abi a exatamente o que el a
es tava pens ando. " E u di ri a, " M eredi th começou, em s eu mel hor tom
cui dados o e medi do " Que Stefan e E l ena j á s ofreram o s ufi ci ente pel o bem da
ci dade."
Bem. Não havi a como argumentar com i s s o. E não havi a argumentos com
Stefan também, ao que pareci a. Sua mente es tava deci di da.
M es mo as s i m, el es convers aram até depoi s do es curecer, di s cuti ndo as
di ferentes opções e cenári os , pens ando s obre a previ s ão de Bonni e. E l es não
cons egui ram chegar a nenhuma concl us ão, mas pel o menos el es ti nham
traçado al guns pos s í vei s pl anos . Bonni e i ns i s ti u que deveri a garanti r al gum
mei o de comuni cação com Stefan, e el a es tava pres tes a exi gi r um pouco do s eu
s angue e cabel o para a convocação do fei ti ço quando el e genti l mente s al i entou
que agora el e ti nha um cel ul ar.
E então es tava na hora de i r embora. Os s eres humanos es tavam
fami ntos , e Bonni e adi vi nhou que Stefan provavel mente, também es tava. E l e
pareci a es tranhamente pál i do com E l ena s entada em s eu col o.
Quando el es di s s eram adeus no topo das es cadas , Bonni e tentava manter
em mente que o própri o Stefan ti nha prometi do que E l ena es tari a al i para el a
e M eredi th l he apoi arem. E l e nunca i ri a l evá-l a embora s em l hes contar.
E s s e não foi um adeus .
E ntão, por que pareci a tanto como s e fos s e?
9
Quando M att, M eredi th, Bonni e es tavam todos a cami nho, Stefan foi
dei xado com E l ena, agora decentemente ves ti da por Bonni e em s eu " Traj e
Noturno." A es curi dão do l ado de fora era confortável aos ol hos feri dos del e —
não feri dos pel a l uz do di a, mas por contar a bons ami gos as tri s tes notí ci as .
Pi or que os ol hos feri dos era a l i gei ra s ens ação ofegante de um vampi ro que
não ti nha s e al i mentado. M as el e remedi ari a i s s o l ogo, el e di s s e a s i
mes mo. Uma vez que E l ena dormi s s e, el e es capul i ri a para a fl ores ta e
achari a um veado-gal hei ro. Ni nguém pers egui a a como um vampi ro;
ni nguém cons egui a competi r com Stefan na caçada. E mes mo que preci s as s e
de di vers os veados para apl acar a fome dentro del e, nenhum del es fi cari a
permanentemente machucado.
M as E l ena ti nha outros pl anos . E l a não es tava s onol enta, e el a nunca
fi cava entedi ada em fi car s ozi nha com el e. As s i m que os s ons do carro de s eus
vi s i tantes es tavam decentemente fora de audi ção, el a fez o que s empre fazi a
quando es tava com es s e humor. E l a fl utuou até el e e i ncl i nou s ua cabeça para
ci ma, os ol hos fechados , os l ábi os l i gei ramente franzi dos . E ntão el a es perou.
Stefan s e apres s ou até uma das j anel as abertas , puxou as corti nas contra
mul ti dões expectadoras i ndes ej adas , e retornou. E l ena es tava exatamente na
mes ma pos i ção, corando l i gei ramente, os ol hos ai nda fechados . Stefan às
vezes achava que el a es perari a para s empre daquel e j ei to, s e el a qui s es s e
um bei j o.
" E u real mente es tou ti rando vantagem de você, amor, " el e di s s e, e
s us pi rou. E l e s e i ncl i nou e a bei j ou genti l mente, cas tamente.
E l ena fez um s om des aprovador que s oava exatamente com um gati nho
ronronando, acabando com uma nota de i nqui s i ção. E l a bateu no quei xo del e
com s eu nari z.
" Amável amor, " Stefan di s s e, acari ci ando s eu cabel o. " Bonni e ti rou
todos os nós s em puxar?" M as el e es tava s e i ncl i nando em s ua quentura
agora, i ndefes o. Uma dor di s tante em s ua mandí bul a s uperi or j á es tava
começando.
E l ena bateu de novo, exi gi ndo. E l e a bei j ou l i gei ramente por mai s
tempo. Logi camente, el e s abi a que el a era cres ci da. E l a era mai s vel ha e
ti nha mui to mai s experi ênci a do que ti vera há nove mes es , quando el es s e
perdi am em bei j os de adoração. M as a cul pa nunca es tava l onge de s eus
pens amentos , e el e não cons egui a evi tar s e preocupar ter o cons enti mento
adequado del a.
Des ta vez o ronronar foi um de exas peração. E l ena es tava chei a. Tudo de
uma s ó vez, el a forçou s eu pes o nel e, forçando-o a repenti namente agüentar
s ua quentura, o pacote s ubs tanci al de femi ni dade em s eus braços , e ao
mes mo tempo, s eu Por favor? um s om tão cl aro quando um dedo ci rcul ando em
um copo de vi dro.
Foi uma das pri mei ras pal avras que el a ti nha aprendi do a pens ar para
el e quando el a ti nha acordado muda e s em pes o. E , anj o ou não, el a s abi a
exatamente o que fazi a com el e — dentro.
Por favor?
" Ah, amorzi nho, " el e gemeu. " Amável amorzi nho..."
Por favor?
E l e a bei j ou.
Houve um l ongo tempo de s i l ênci o, enquanto el e s enti a s eu coração bater
mai s forte e mai s forte. E l ena, a s ua E l ena, que uma vez dera s ua vi da por
el e, es tava quente e s onol entamente pes ada em s eus braços . E l a era s omente
del e, e el es s e pertenci am exatamente des s e j ei to, e el e nunca queri a que
nada mudas s e des s e momento em di ante. Até mes mo a cres cente e rápi da dor
em s ua mandí bul a s uperi or era al go que para s er del i ci ado. A dor del a mudou
para prazer com a boca quente de E l ena debai xo da del e, s eus l ábi os formando
pequenos bei j os de borbol eta, provocando-o.
E l e às vezes pens ava que el a es tava mai s acordada quando el a pareci a
es tar parci al mente dormi ndo, como agora. E l a era s empre a i ns ti gadora, mas
el e s egui a i ndefes amente onde quer que el a quei ra que el e fos s e. Da úni ca
vez que el e ti nha s e recus ado, ti nha parado no mei o do bei j o, el a ti nha parado
de fal ar com el e com s ua mente e fl utuado até um canto, onde então el a s e
s entara entre a poei ra e as tei as de aranha... e chorado. Nada que el e fazi a a
cons ol ava, apes ar de el e ter s e aj oel hado nas tábuas duras de madei ra e
i mpl orado e pers uadi do e quas e chorado el e mes mo — até que el e a tomou de
vol ta em s eus braços .
E l e ti nha prometi do a s i mes mo nunca cometer es s e erro novamente.
M as ai nda as s i m s ua cul pa o ati çava, apes ar de es tar fi cando cada vez mai s
di s tante — e mai s confus a enquanto E l ena mudava a pres s ão de s eus l ábi os
repenti namente e o mundo bal ançava e el e ti nha que recuar até que el es
es ti ves s em s entados em s ua cama. Seus pens amentos s e fragmentaram. E l e
s ó cons egui a pens ar que E l ena es tava de vol ta para el e, s entada em s eu col o,
tão ani mada, tão vi brante, até que houve um ti po de expl os ão l us tros a dentro
del e e el e não preci s ava mai s s er forçado.
E l e s abi a que el a es tava gos tando do prazer-dor de s ua mandí bul a
dol ori da tanto quanto el e es tava.
Não havi a mai s tempo ou razão para s e pens ar. E l ena es tava derretendo
em s eus braços , s eu cabel o debai xo de s eus dedos acari ci adores uma l í qui da
s uavi dez. M ental mente, el es j á ti nham derreti do j untos . A dor em s eus
cani nos ti nham fi nal mente produzi do o res ul tado i nevi tável , s eus dentes s e
al ongando, s e afi ando; o toque del es contra o l ábi o i nferi or de E l ena caus ando
um rel ampej o l eve de prazer-dor que quas e o fez arfar.
E então E l ena fez al go que el a nunca ti nha fei to antes . Del i cadamente,
cui dados amente, el a tomou uma das pres as de Stefan e a capturou entre s eus
l ábi os s uperi or e i nferi or. E então, del i cadamente, del i beradamente, el a
s i mpl es mente s egurou-o.
O mundo i ntei ro vaci l ava ao redor de Stefan.
Foi s ó pel a graça de s eu amor por el a, e por s uas mentes conectadas , que
el e não mordeu e perfurou s eu l ábi o. Anti gas vontades de vampi ros que nunca
cons egui am s er domadas em s eu s angue es tavam gri tando para el e fazer i s s o.
M as el e a amava, e el es eram um s ó — e al ém do mai s , el e não
cons egui a s e mover um centí metro. E l e es tava congel ado de prazer. Suas
pres as nunca ti nham s e es tendi do tanto ou s e tornado tão afi adas , e s em el e
fazer nada a ponta afi ada de s eu dente cortou o l ábi o i nferi or de E l ena. Sangue
es tava pi ngando mui to devagar pel a garganta del e. O s angue de E l ena, o qual
ti nha mudado des de que el a ti nha vol tado do mundo dos es pí ri tos . E l e fora
maravi l hos o uma vez, chei o de vi tal i dade j uveni l e da es s ênci a da própri a vi da
de E l ena.
Agora... el e s i mpl es mente es tava em outro ní vel . Indes cri tí vel . E l e
nunca ti nha experi mentado nada como o s angue de um es pí ri to retornado.
E s tava carregado com um Poder que era tão di ferente de s angue humano
quanto o humano era de s angue ani mal .
Para um vampi ro, s angue fl ui ndo pel a garganta era um prazer tão afi ado
quanto qual quer coi s a i magi nável a um humano.
O coração de Stefan es tava martel ando em s eu pei to.
E l ena del i cadamente rompi a a pres a que ti nha capturado.
E l e cons egui a s enti r a s ati s fação del a enquanto a mi nús cul a dor de
s acri fí ci o vi rava prazer, porque el a es tava l i gada a el e, e porque el a era um
dos mai s raros ti pos de humanos : um que real mente gos tava de nutri r um
vampi ro, amava a s ens ação de al i mentá-l o, de el e preci s ar del a. E l a era uma
da el i te.
Tremores quentes vi aj aram por s ua es pi nha, o s angue de E l ena ai nda
fazendo o mundo gi rar.
E l ena s ol tou s ua pres a, s ugando s eu l ábi o i nferi or. E l a dei xou s ua
cabeça cai r de vol ta, expondo s eu pes coço.
O cai r da cabeça era real mente mui to para s e res i s ti r, até mes mo para
el e. E l e conheci a os traços das vei as de E l ena tão bem quanto el e conheci a
s eu ros to. E ai nda as s i m...
Tudo está bem. Tudo está bem... E l ena chamou tel epati camente.
E l e afundou s uas pres as gêmeas dol ori das em uma vei a pequena. Seus
cani nos es tavam tão afi ados então que mal não ti nha dor para E l ena, que
es tava acos tumada com a s ens ação de pi cada de cobra. E para el e, para ambos ,
havi a por fi m a al i mentação, enquanto a i ndes cri tí vel doçura do novo s angue
de E l ena enchi a a boca de Stefan, e uma efus ão de entrega varreu E l ena para
uma i ncoerênci a.
Já havi a peri go de tomar demai s , ou de não dar a el a o bas tante de s eu
própri o s angue para i mpedi -l a — bem, francamente, de i mpedi -l a de morrer.
Não que el e preci s as s e de mai s que uma pequena quanti dade, mas s empre
haveri a aquel e peri go em trocar s angue com vampi ros . No fi m, contudo,
pens amentos obs curos fl utuaram para l onge com uma fel i ci dade abs ol uta que
havi a domi nado os doi s .

***

M att pes cou s uas chaves enquanto el e, Bonni e e M eredi th, todos s e
amontoavam no l argo as s ento di antei ro de s eu cal hambeque. E mbaraçado por
ter que es taci oná-l o próxi mo ao Pors che de Stefan. O forro dos fundos es tava em
pedaços que tendi am a grudar no derri ère de quem quer que s e s entas s e, e
Bonni e faci l mente cabi a no as s ento do mei o, que ti nha um ci nto de s egurança
i mprovi s ado, entre M att e M eredi th. M att manteve um ol ho nel a, j á que
quando el a es tava ani mada el a tendi a a não us ar o ci nto. A es trada de vol ta
para Ol d Wood ti nha mui tas vi radas di fí cei s para não s er l evada a s éri o,
mes mo que el es fos s em os úni cos vi aj ando nel a.
Nada mai s de mortes , M att pens ou enquanto s e afas tava da pens ão.
Nada mai s de res s urrei ções mi l agros as , também. M att ti nha vi s to o bas tante
do s obrenatural para o res to de s ua vi da. E l e era exatamente como Bonni e; el e
queri a que as coi s as vol tas s em ao normal para que el e pudes s e s egui r
vi vendo do vel ho e s i mpl es j ei to comum.
Sem E l ena, al go dentro del e s us s urrou zombetei ramente. Des i s ti r s em
nem mes mo l utar?
E i , eu não cons egui ri a vencer do Stefan em qual quer ti po de l uta s e el e
ti ves s e s eus doi s braços amarrados atrás de s uas cos tas e uma s acol a em s ua
cabeça. E s queça. Is s o es tá acabado, não i mporta como el a tenha me bei j ado.
E l a é uma ami ga, agora.
M as el e ai nda cons egui a s enti r os l ábi os quentes de E l ena em s ua
boca de ontem, os toques l eves que el a ai nda não s abi a que não eram
s oci al mente acei távei s entre ami gos . E el e cons egui a s enti r o cal or e a
os ci l ação, dançando fi namente de s eu corpo.
Droga, el a vol tara perfei tamente — fi s i camente, pel o menos , el e
pens ou.
A voz pl angente de Bonni e cortou s uas l embranças agradávei s .
" Jus to quando eu achava que tudo i a fi car bem, " el a l amentava, quas e
chorando. " Jus to quando eu pens ei que tudo i a dar certo afi nal . Vai s er do j ei to
que deveri a s er."
M eredi th di s s e, mui to genti l mente, " " É di fí ci l , eu s ei . Parece que
fi camos perdendo el a. M as não podemos s er egoí s tas ."
" E u pos s o, " Bonni e di s s e categori camente.
E u pos s o, também, a voz i nteri or de M att s us s urrou. Pel o menos dentro,
onde ni nguém pode s er meu egoí s mo. O bom e vel ho M att; M att não s e
i mporta — que bom es porti s ta M att é. Bem, es s a é uma vez que o bom e vel ho
M att s e i mporta. M as el a es col heu o outro cara, e o que eu pos s o fazer?
Seqües trá-l a? M antê-l a trancada? Tentá-l a tomar a força?
O pens amento foi como um j orro de água fri a, e M att acordou e pres tou
mai s atenção na di reção. De al gum j ei to el e j á ti nha automati camente
navegado por di vers as curvas da es trada chei a de buracos e mão-úni ca que
corri a pel a Fl ores ta Anti ga.
" Deverí amos i r para facul dade j untos , " Bonni e pers i s ti u. " E então
deverí amos vol tar aqui para Fel l ’s Church. Vol tar para cas a. Tí nhamos tudo
pl anej ado — des de o j ardi m de i nfânci a, prati camente — e agora que E l ena é
humana novamente, eu achei que i s s o s i gni fi cava que tudo i a vol tar ao j ei to
que deveri a s er. E nunca vai s er o mes mo novamente, nunca, vai ?" E l a
termi nou mai s s i l enci os amente e com um pequeno s us pi ro engol i do, " Vai ?"
Não era nem mes mo uma pergunta.
M att e M eredi th s e encontraram ol hando um para o outro, s urpres os
pel a agudeza de s ua pena, e i ndefes os em confortar Bonni e, que agora ti nha
s eus braços dobrados ao redor de s i , des prezando o toque de M eredi th.
É a Bonni e — s ó a Bonni e s endo teatral , M att pens ou, mas s ua própri a
hones ti dade nati va s e l evantou para zombar del e.
" E u acho, " el e di s s e l entamente, " que é i s s o que todos nós mei o que
es távamos pens ando, na verdade, quando el a vol tou pri mei ramente." Quando
es távamos dançando na fl ores ta como pes s oas l oucas , el e pens ou. " E u acho
mei o que pens amos que el es poderi am vi ver em qui etude em al gum l ugar
perto de Fel l ’s Church, e que as coi s as vol tari am ao j ei to que eram antes .
Antes de Stefan—"
M eredi th bal ançou s ua cabeça, ol hando para di s tânci a al ém dos pára-
bri s as . " Stefan não."
M att percebeu o que el a queri a di zer. Stefan ti nha vi ndo para Fel l ’s
Church para s e j untar a humani dade, não para tomar uma garota humana
para o des conheci do.
" Você es tá certa, " M att di s s e. " E u es tava j us tamente pens ando em al go
as s i m. E l a e Stefan provavel mente poderi am ter res ol vi do al guma manei ra de
vi ver aqui em qui etude. Ou pel o menos de fi car perto de nós , s abe. Foi Damon.
E l e vei o tomar E l ena contra s ua vontade, e i s s o mudou tudo."
" E agora E l ena e Stefan es tão i ndo embora. E uma vez que el es tenham
i do embora, el es nunca vol tarão, " Bonni e l amentou.
" Por quê? Por que Damon começou tudo i s s o?"
" E l e gos ta de mudar as coi s as por puro tédi o, Stefan uma vez me di s s e.
Des s a vez provavel mente começou por ódi o pel o Stefan, " M eredi th di s s e.
" M as eu queri a que pel o menos uma vez el e pudes s e nos dei xar em paz."
" Que di ferença faz?" Bonni e es tava chorando agora. " E ntão era cul pa do
Damon. E u nem l i go mai s . O que eu não entendo é por que as coi s as têm que
mudar!"
" ’Você nunca pode cruzar o mesmo ri o duas vezes. ’ Ou mes mo uma s ó vez s e você for
um vampi ro forte o bas tante, " M eredi th di s s e i roni camente. Ni nguém ri u. E
então, mui to genti l mente: " Tal vez você es tej a perguntando para a pes s oa
errada. Tal vez s ej a a E l ena a quem você deve contar o porquê as coi s as tem que
mudar, s e el a s e l embrar do que aconteceu a el a — no Outro Lugar."
" E u não qui s di zer que el es têm que mudar—"
" M as el es tem que i r, " M eredi th di s s e, até mai s genti l e
s audos amente. " Não vê? Não é s obrenatural ; é a — vi da. Todos têm que cres cer
—"
" E u s ei ! M att tem uma bol s a de es tudos para futebol ameri cano e você
vai para a facul dade e então você vai s e cas ar! E provavel mente ter bebês !"
Bonni e cons egui u fazer i s s o s oar como al guma ati vi dade i ndecente. " E u vou
fi car pres a numa facul dade de nada para s empre. E ambos s erão bem
cres ci di nhos e es quecerão-s e da E l ena e do Stefan... e de mi m, " Bonni e
termi nou com uma voz mui to bai xa.
" E i ." M att s empre foi mui to protetor em rel ação aos feri dos e i gnorados .
Nes s e momento, mes mo com E l ena tão recente em s ua mente — el e s e
perguntou s e al guma vez s e l i vrari a da s ens ação daquel e bei j o — el e es tava
atraí do por Bonni e, que pareci a tão pequena e frági l . " Do que você es tá fal ando?
E u vou vol tar depoi s da facul dade para vi ver aqui . E u provavel mente morrerei
bem aqui em Fel l ’s Church. E u fi carei pens ando em você. Quero di zer, s e
você qui s er que eu pens e."
E l e deu um tapi nha no braço de Bonni e, e el a não s e afas tou de s eu
toque como ti nha do da M eredi th. E l a s e i ncl i nou para el e, s ua tes ta contra
s eu ombro. Quando el a es tremeceu uma vez, l i gei ramente, el e col ocou s eu
braço ao redor del a s em nem mes mo pens ar.
" E u não es tou com fri o, " Bonni e di s s e, apes ar de não tentar ti rar s eu
braço. " E s tá quente hoj e à noi te. E u s ó — eu não gos to quando você di z coi s as
como " E u provavel mente morrerei bem — cui dado!"
" M att, cui dado!"
" Opa-!" M att pi s ou nos frei os , xi ngando, ambas as mãos l utando com o
vol ante enquanto Bonni e s e abai xava e M eredi th s e fi rmava. O s ubs ti tuto de
M att para s eu pri mei ro vel ho carro acabado que el e ti nha perdi do era tão vel ho
quanto e não ti nha ai rbags . E ra uma col etânea de peças de ferro vel ho j untas .
" Segurem-s e!" M att gri tou enquanto o carro pati nava, os pneus
cantando, e então todos voaram ao redor enquanto a tras ei ra des vi ava de uma
tri nchei ra e o pára-choque frontal ati ngi a uma árvore.
Quando tudo parou de s e mover, M att s ol tou s ua res pi ração, rel axando
s eu aperto mortal no vol ante. E l e começou a s e vi rar na di reção das garotas e
então congel ou. E l e l utou para acender a l âmpada de l ei tura de mapa, e o que
el e vi u o manteve congel ado novamente.
Bonni e ti nha s e vi rado, como s empre em momentos de agoni a profunda,
para M eredi th. E l a es tava dei tada com s ua cabeça no col o de M eredi th, as
mãos travadas no braço e cami s eta de s ua ami ga. A própri a M eredi th es tava
s entada, fi rme, i ncl i nando o mai s l onge pos s í vel para trás , s eus pés
es ti cados empurrando contra o chão debai xo do pai nel ; s eu corpo arqueado para
trás no as s ento, a cabeça ati rada para trás , os braços s egurando Bonni e
apertadamente.
E mpurrado di retamente contra a j anel a aberta — como uma l ança verde
corcunda e des ordenada ou o braço agarrado de al gum gi gante terres tre
s el vagem — es tava o gal ho de uma árvore. Ti nha quas e encos tado na bas e do
pes coço arqueado de M eredi th, e s eus gal hos mai s bai xos pas s aram pel o
pequeno corpo de Bonni e. Se o ci nto de s egurança de Bonni e não a ti ves s e
dei xado vi rar; s e Bonni e não ti ves s e s e abai xado daquel e j ei to; s e M eredi th
não ti ves s e s egurado-a...
M att s e encontrou encarando di retamente para a rami fi cada, mas mui to
afi ada, ponta da l ança. Se s eu própri o ci nto de s egurança não o ti ves s e
i mpedi do de i ncl i nar-s e naquel a di reção...
M att cons egui a ouvi r a s ua própri a res pi ração pes ada. O chei ro de
perene es tava dormi ndo o i nteri or do carro. E l e até mes mo cons egui a s enti r o
chei ro dos l ugares onde gal hos menores ti nham quebrado e es tavam gotej ando
s ei va.
M ui to vagaros amente, M eredi th es ti cou-s e para quebrar um dos ramos
que es tava apontado para o s eu pes coço como uma fl echa. Não quebrava.
E ntorpeci do, M att es ti cou-s e e tentou el e mes mo. M as apes ar da madei ra não
s er mui to mai s gros s a que s eu dedo, era dura e nem mes mo dobrava.
Como s e ti ves s e s i do endureci do pel o fogo, el e pens ou perpl examente.
M as i s s o é ri dí cul o. É uma árvore vi va; eu cons i go s enti r as rami fi cações .
" Ai ."
" Pos s o, por favor, l evantar agora?" Bonni e di s s e s i l enci os amente, s ua
voz abafada contra a perna de M eredi th. " Por favor. Antes que i s s o me agarre.
Is s o quer me agarrar."
M att ol hou para el a, as s us tado, e roçou s ua bochecha contra a ponta
rami fi cada do grande gal ho.
" Is s o não vai te agarrar." M as s eu es tômago es tava fazendo barul hos
enquanto el e remexi a cegamente para afrouxar s eu ci nto de s egurança. Por
que Bonni e deveri a ter o mes mo pens amento que el e ti vera; que a coi s a era
um enorme, torto e des ordenado braço? E l a nem cons egui a ver i s s o.
" Você s abe que i s s o quer, " Bonni e s us s urrou, e agora o l i gei ro tremor
parecer es tar tomando s eu corpo todo. E l a es ti cou-s e para trás para ti rar o ci nto
de s egurança.
" M att, preci s amos des l i zar, " M eredi th di s s e. E la ti nha
cui dados amente manti do s ua pos i ção curvada para trás de aparênci a dol oros a,
mas M att cons egui a ouvi -l a res pi rar arduamente. " Nós preci s amos des l i zar
na s ua di reção. Is s o es tá tentando s e enros car ao redor da mi nha garganta."
" Is s o é i mpos s í vel ..." M as el e cons egui a ver i s s o, também. As pontas
recém rami fi cadas dos gal hos menores ti nham se movi do só
i nfi ni tes i mal mente, mas havi a uma curva nel as agora, e as rami fi cações
es tavam pres s i onando a garganta de M eredi th.
" É s ó provavel mente que ni nguém pode fi car curvada para trás des s e
j ei to para s empre, " el e di s s e, s abendo que i s s o era doi di ce. " Há uma
l anterna o porta- l uvas ... "
" O porta-l uvas es tá compl etamente bl oqueado pel os gal hos . Bonni e, você
cons egue s e es ti car para ti rar meu ci nto de s egurança?"
" Vou tentar." Bonni e des l i zou para frente s em l evantar s ua cabeça,
remexendo para achar o botão para abri r.
Para M att, pareci a que os gal hos perenes , des ordenados e aromáti cos
es tavam engol fando-a. Puxando-a para s uas farpas .
" Nós temos uma mal di ta árvore de Natal aqui ." E l e ol hou para l onge,
para fora para o vi dro da j anel a de s eu l ado. Vertendo s uas mãos em copo para
ver mel hor na es curi dão, el e i ncl i nou s ua tes ta contra o vi dro
s urpreendentemente fri o.
Houve um toque na parte de trás de s eu pes coço. E l e pul ou, então
congel ou. Não era nem fri o nem quente, como a unha de uma garota.
" Droga, M eredi th—"
" M att—"
M att es tava furi os o com el e mes mo por pul ar. M as o toque era...
arranhento.
" M eredi th?" E l e afas tou s uas mãos vagaros amente até que el e
cons egui s s e ver na refl exão da j anel a es cura.
M eredi th não es tava tocando el e.
" Não... s e mova... para a es querda, M att. Há um pedaço l ongo bem afi ado
al i ." A voz de M eredi th, normal mente fri a e um tanto remota, geral mente
fazi a M att pens ar naquel as fotos de cal endári o de l agos azui s cercadas por
neve. Agora el a s i mpl es mente s oava chocada e tens a.
" M eredi th!" Bonni e di s s e antes que M att pudes s e fal ar. A voz de
Bonni e s oava como s e es ti ves s e vi ndo debai xo de um col chão de penas .
" E s tá tudo bem. E u s ó tenho que... afas te i s s o, " M eredi th di s s e. " Não
s e preocupe. E u não vou te s ol tar também."
M att s enti u um pi ni car mai s afi ado de rami fi cações . Al go tocou s eu
pes coço no l ado di rei to, del i cadamente. " Bonni e, para com i s s o!" Você es tá
puxando a árvore para dentro! Você es tá puxando-o para M eredi th e para
mi m!"
" M att, cal a a boca!"
M att cal ou a boca. Seu coração es tava martel ando. A úl ti ma coi s a que el e
queri a fazer era es ti car-s e para trás del e. M as i s s o é es túpi do, el e pens ou,
porque s e Bonni e real mente es tá movendo a árvore, eu pel o menos pos s o
s egurá-l a para el a.
E l e s e es ti cou para trás , hes i tando, tentando obs ervar o que el e es tava
fazendo no refl exo da j anel a. Sua mão s e fechou s obre um nó gros s o de cas ca
de árvore e rami fi cações .
E l e pens ou, eu não me l embro de ver um nó quando es tava apontado para
a mi nha garganta...
" Peguei !" uma voz abafada di s s e, e houve um cl i que de um ci nto de
s egurança s e des fazendo. E ntão, mui to mai s tremul amente, a voz di s s e,
" M eredi th? Há farpas enfi adas em todas as mi nhas cos tas ."
" E s tá bem, Bonni e. M att, " M eredi th es tava fal ando com es forço, mas
com grande paci ênci a, do j ei to que todos fal aram com E l ena. " M att, você tem
que abri r a s ua porta agora."
Bonni e di s s e com uma voz de horror, " Não s ão s ó as farpas . São pequenos
gal hos . M ei o como fi os farpados . E u es tou... pres a."
" M att! Você preci s a abri r a s ua porta agora—"
" E u não cons i go."
Si l ênci o.
" M att?"
M att es tava s e s egurando, empurrando com s eus pés , ambas as mãos
pres as ao redor da cas ca de árvore es camos a agora. E l e empurrou-s e para trás
com toda a s ua força.
" M att!" M eredi th quas e gri tou. " E s tá cortando a mi nha garganta!"
" E u não cons i go abri r a porta! Tem uma árvore des s e l ado também!"
" Como pode ter uma árvore aqui ? E s s a é a es trada!"
" Como pode ter uma árvore cres cendo aqui ?"
Outro s i l ênci o. M att cons egui a s enti r as farpas — as l as cas de gal hos
quebrados — mordendo mai s profundamente nas cos tas de s eu pes coço. Se el e
não s e moves s e l ogo, el e nunca s eri a capaz de fazê-l o.
10
E l ena es tava s erenamente fel i z. Agora era a vez del a.
Stefan us ou um abri dor de cartas afi ado de madei ra de s ua mes a para s e
cortar. E l ena s empre detes tava vê-l o fazer i s s o, us ar o utens í l i o mai s
efi ci ente que penetrari a a pel e de um vampi ro; então el a fechou s eus ol hos
apertadamente e s ó ol hou novamente quando s angue vermel ho es tava
pi ngando de um cortezi nho no pes coço del e.
" Você não preci s a tomar mui to — e não deveri a, " Stefan s us s urrou, e
el a s abi a que el e es tava di zendo es s as coi s as enquanto el e cons egui a di zê-
l as . " Não es tou te s egurando mui to forte ou te machucando?"
E l e s empre s e preocupava tanto. Des s a vez, el a o bei j ou.
E el a cons egui a ver como el e achava que i s s o era es tranho, que el e
queri a mai s bei j os do que queri a que el a tomas s e s eu s angue. Ri ndo, E l ena
empurrou-o para bai xo e fl utuou s obre el e e fui di retamente para a área geral
do feri mento novamente, s abendo que el e achava que el a i a provocá-l o. M as ao
i nvés , el a s e fi xou no feri mento como um bi qui nho e s ugou mai s e mai s , até
que el a o fezel e pedi r, por favor, com s ua mente. M as el a não fi cou s ati s fei ta
até que o fez pedi r por favor em voz al ta também.

***

No carro, na es curi dão, M att e M eredi th pens aram numa i déi a ao


mes mo tempo. E l a era mai s rápi da, mas el es fal aram quas e j untos .
" Sou uma i di ota! M att, cadê o botão de l i beração do as s ento tras ei ro?"
" Bonni e, você tem que des dobrar o as s ento del a pra trás ! Tem uma
pequena al avanca, você deve cons egui r al cançá-l a e puxá-l a!"
A voz da Bonni e es tava j us ta agora, s ol uçando. " M eus braços — el es
es tão mei o que cutucando os — meus braços —"
" Bonni e, " M eredi th di s s e concentradamente. " E u s ei que você
cons egue fazer i s s o. M att — a al avanca es tá bem — debai xo — do as s ento
di antei ro ou—"
" Si m. Na ponta. No ângul o da uma — não, das duas horas ." M att não
ti nha mai s fôl ego. Uma vez que agarrara a árvore, el e des cobri u que s e
rel axas s e a pres s ão por um i ns tante, el a empurrava mai s forte contra s eu
pes coço.
Não havi a es col ha, el e pens ou. E l e tomou o fôl ego mai s l ongo que
cons egui a, então empurrou o gal ho, es cutando um gri to da M eredi th, e s e
vi rou, s enti ndo farpas i rregul ares como fi nas facas de madei ra ras garem s ua
garganta e orel ha e es cal po. Agora el e es tava l i vre da pres s ão na s ua nuca,
apes ar de es tar chocado por quanto mai s da árvore es tava no carro do que da
úl ti ma vez que el e ti nha vi s to. Seu col o es tava chei o de gal hos ; fol has perenes
es tavam es pes s amente pi l hadas em todo l ugar.
Não era de s e es pantar que M eredi th es ti ves s e tão brava, el e pens ou
verti gi nos amente, s e vi rando na di reção del a. E l a es tava quas e enterrada em
gal hos , uma mão l utando com al go em s ua garganta, mas el a o vi u.
" M att... pegue. o s eu própri o as s ento! Rápi do! Bonni e, eu s ei que você
cons egue.
M att es cavou e ras gou os gal hos , então tateou a al avanca que i ri a caus ar
o col aps o do encos to de s eu as s ento. A al avanca não s e movi a. Rebentos fi nos e
duros es tavam amarrados ao redor del a, el ás ti cos e di fí cei s de quebrar. E l e
torceu e cortou-os s el vagemmente.
Seu as s ento cai u para trás . E l e abai xou-s e pel o enorme braço-de-gal ho
— s e ai nda mereci a o nome, j á que o carro es tava chei o de enormes gal hos
s i mi l ares agora. E ntão, bem quando el e s e es ti cou para aj udar a M eredi th, o
as s ento del a abruptamente s e dobrou também.
E l a cai u com el e, para l onge dos gal hos , arfando por ar. Por um i ns tante
el e s i mpl es mente fi cou parada qui etamente. E ntão el a termi nou de arras tar-
s e propri amente para o as s ento tras ei ro, arras tando uma forma de fol ha coberta
com mortal ha j unto com el a. Quando el a fal ou, s ua voz es tava rouca e s eu
di s curs o ai nda es tava l ento.
" M att. Abençoado s ej a... por ter. es s e quebra-cabeça. de carro." E l a
retrocedeu o as s ento di antei ro para a pos i ção, e M att fez o mes mo.
" Bonni e, " M att di s s e entorpeci damente.
Bonni e não s e moveu. M ui tos gal hos mi nús cul os ai nda es tavam
entrel açando-a, pres os no teci do de s ua cami s eta, contorcendo-s e em s eu
cabel o.
Tanto M eredi th e M att começaram a puxar. Onde os gal hos s ol taram,
el es dei xaram açoi tes ou mi nús cul os feri mentos de perfuração.
" É quas e como s e el es es ti ves s em tentando cres cer nel a, " M att di s s e,
enquanto um gal ho l ongo e fi no retrocedi a, dei xando pi cadas s angrentas para
trás .
" Bonni e?" M eredi th di s s e. E ra el a quem es tava des embaraçando os
ramos do cabel o da Bonni e. " Bonni e? Vamos , l evanta. Ol ha pra mi m."
O es tremeci mento começou novamente no corpo da Bonni e, mas el a
dei xou M eredi th vi rar s eu ros to para ci ma. " Não achei que cons egui s s e."
" Você s al vou a mi nha vi da."
" E u es tava tão as s us tada..."
Booni e conti nuou chorando s i l enci os amente contra o ombro de M eredi th.
M att ol hou para M eredi th bem quando a l âmpada de l ei tura de mapa
pi s cou e apagou. A úl ti ma coi s a que el e vi u foi s eus ol hos es curos , que
carregavam uma expres s ão que o fez s e s enti r repenti namente mai s enj oado.
E l e ol hou para fora pel as três j anel as que podi a agora ver do as s ento tras ei ro.
Deveri a s er di fí ci l ver qual quer coi s a. M as o que el e es tava procurando
es tava pres s i onado bem contra o vi dro. Fol has ; Gal hos . Sól i dos contra cada
centí metro das j anel as .
M es mo as s i m, el e e M eredi th, s em preci s ar di zer nada, es ti caram a
mão para a maçaneta do banco tras ei ro. As portas fi zeram um cl i que, e
abri ram uma fração de centí metro; então el as fecharam com um baque duro e
um gol pe defi ni ti vo.
M eredi th e M att ol haram um para o outro. M eredi th ol hou para bai xo e
começou a arrancar mai s ramos de Bonni e.
" Is s o machuca?"
" Não. Um pouco..."
" Você es tá tremendo."
" E s tá fri o."
E s tava fri o agora. Do l ado de fora do carro, ao i nvés de através da j anel a
que uma vez fora aberta e agora es tava compl etamente arrol hado de pl antas ,
M att cons egui a ouvi r o vento. E l e as s obi ava, como s e através de mui tos gal hos .
Havi a também um s om de madei ra rangendo, as s us tadoramente al to e
ri di cul amente bem aci ma. Soava como uma tempes tade.
" Que di abos foi i s s o, de qual quer j ei to?" el e expl odi u, chutando o
as s ento da frente vi ol entamente. " O negóci o que eu des vi ei na es trada?"
A cabeça es cura de M eredi th s e l evantou l entamente. " E u não s ei ; eu
es tava pres tes a fechar a j anel a. E u s ó vi s l umbrei ."
" Si mpl es mente apareceu bem no mei o da es trada."
" Um l obo?"
" Não es tava l á e então es tava."
" Lobos não s ão daquel a cor. E ra vermel ho, " Bonni e di s s e
s i mpl es mente, l evantado s ua cabeça do ombro da M eredi th.
" Vermel ho?" M eredi th bal ançou s ua cabeça. " E ra grande demai s para
s er uma rapos a.
" E ra vermel ho, eu acho, " M att di s s e.
" Lobos não s ão vermel hos ... e quanto a l obi s omens ? Tyl er Smal l wood tem
al gum parente com cabel o vermel ho?"
" Não era um l obo, " Bonni e di s s e. " E s tava... ao contrári o."
" Ao contrári o?"
" Sua cabeça es tava do l ado errado. Ou tal vez ti ves s e cabeças de ambos os
l ados ."
" Bonni e, você es tá real mente me as s us tando, " M eredi th di s s e.
M att não di ri a, mas el a es tava real mente as s us tando el e também.
Porque rel ampej os do ani mal pareci am mos trar-l he o mes mo ti po de forma
deformada que Bonni e es tava des crevendo.
" Tal vez s i mpl es mente o vi mos em um ângul o es qui s i to, " el e di s s e,
enquanto M eredi th di s s e, " Pode ter s i mpl es mente s i do um ani mal
as s us tado por—"
" Por quem?"
M eredi th ol hou para o al to do carro. M att s egui u s eu ol har. M ui to
l entamente, e com um ros nado de metal , o teto amas s ou. E de novo. Como s e
al go mui to pes ado es ti ves s e s e apoi ando nel e.
M att s e xi ngou. " E nquanto eu es tava no as s ento di antei ro, por que eu
s i mpl es mente não des vi ei del e-?" E l e encarou avi damente através dos
gal hos , tentando di s cerni r o acel erador, a i gni ção. " As chaves ai nda es tão l á?"
" M att, nós terí amos acabado numa val a. E al ém do mai s , s e pudes s e
ter s i do de al gum us o, eu teri a te di to para des vi á-l o."
" Aquel e gal ho teri a arrancado s ua cabeça!"
" Si m, " M eredi th di s s e s i mpl es mente.
" Teri a te matado!"
" Se pudes s e ter ti rado vocês duas , eu teri a s ugeri do i s s o. M as vocês
es tavam pres os na l ateral ; eu cons egui a ver di retamente à frente. E l as j á
es tavam aqui ; as árvores . E m cada di reção."
" Is s o... não é... pos s í vel !" M att bateu no as s ento na frente del e para
enfati zar cada pal avra.
" Is s o é pos s í vel ?"
O teto rangeu novamente.
" Vocês doi s — parem de bri gar!" Bonni e di s s e, e s ua voz vi rou um
s ol uço.
Houve uma expl os ão como um ti ro e o carro afundou repenti namente para
trás e para a es querda.
Bonni e começou. " O que foi i s s o?"
Si l ênci o.
" ... um pneu es tourando, " M att di s s e por fi m. E l e não confi ava na s ua
própri a voz. E l e ol hou para M eredi th.
As s i m como Bonni e. " M eredi th — os gal hos es tão enchendo o as s ento
di antei ro. E u mal cons i go ver a l uz do l uar. E s tá es curecendo."
" E u s ei ."
" O que vamos fazer?"
M att cons egui a ver a tremenda tens ão e frus tração no ros to de M eredi th,
como s e tudo que el a di s s es s e deves s e s ai r através de dentes cerrados . M as a
voz de M eredi th es tava s i l enci os a.
" E u não s ei ."

***
Com Stefan ai nda es tremecendo, E l ena s e enrol ou como um gato s obre a
cama. E l a s orri u para el e, um s orri do drogado com prazer e amor. E l e pens ou
em agarrá-l a por s eus braços , puxando-a para bai xo, e começando i s s o tudo de
novo.
E ra as s i m que el a fazi a el e s e s enti r. Porque el e conheci a — mui to
bem, por experi ênci a — o peri go com que es tavam fl ertando. M ui to mai s di s s o
e E l ena s eri a a pri mei ra es pí ri to-vampi ra, como el a ti nha s i do a pri mei ra
vampi ra-es pí ri to que el e conhecera.
M as dê uma ol hada nel a! E l e des l i zou de debai xo del a como el e as
vezes fazi a e s i mpl es mente ol hou, s enti ndo s eu coração martel ar
s i mpl es mente pel a vi s ão del a. O cabel o del a, um dourado verdadei ro, pareci a
s eda na cama e fundi a-s e al i . O corpo del a, a l uz de um pequeno abaj ur no
quarto, pareci a es tar del i neado em dourado. E l a real mente pareci a fl utuar e
s e mover e dormi r em uma nebl i na dourada. E ra aterrori zador. Para um
vampi ro, era como s e el e ti ves s e trazi do um s ol vi vo para s ua cama.
E l e s e pegou s upri mi ndo um bocej o. E l a fazi a i s s o com el e, também,
como uma Dal i l a i ncons ci ente tomando a força de Sans ão. Super carregado como
el e es tava pel o s angue del a, el e também es tava del i ci os amente s onol ento. E l e
teri a pas s ado uma noi te quente — debai xo dos — braços del as .

***

No carro do M att, s ó es cureci a mai s enquanto as árvores conti nuavam a


cortar a l uz do l uar. Por um tempo el es tentaram gri tar por aj uda. Is s o não fez
bem al gum, e al ém do mai s , como M eredi th apontou, el es preci s avam
cons ervar o oxi gêni o no carro. E ntão el es s e s entaram qui etos novamente.
Fi nal mente, M eredi th es ti cou a mão para o bol s o de s ua cal ça j eans e
ti rou um mol ho de chaves com uma mi nús cul a l anterna de chavei ro. Sua l uz
era azul . E l a pres s i onou-a e todos s e i ncl i naram para frente. Uma coi s i nha
tão mi nús cul a que s i gni fi ca tanto, M att pens ou.
Havi a pres s ão contra os as s entos di antei ros agora.
" Bonni e?" M eredi th di s s e. " Ni nguém nós ouvi rá aqui gri tando. Se
al guém pudes s e nos ouvi r, el es teri am ouvi do o pneu e achado que era um
ti ro."
Bonni e bal ançou s ua cabeça como s e não qui s es s e ouvi r. E l a ai nda
es tava pegando fol has de pi nho de s ua pel e.
E l a es tá certa. E s tamos há qui l ômetros de qual quer pes s oa, M att
pens ou.
" Tem al go mui to rui m aqui , " Bonni e di s s e. E l a di s s e i s s o
s i l enci os amente, mas como s e cada pal avra es ti ves s e s endo s ai ndo forçada,
como cas cal hos j ogados em um l ago.
M att de repente s e s enti u ci nza. " Rui m... como?"
" É tão rui m que é... eu nunca s enti nada como i s s o antes . Não quando
E l ena morreu, não do Kl aus , não de nada. E u nunca s enti al go tão rui m
quanto i s s o. É tão rui m, e é tão forte. E u não achava que nada pudes s e s er tão
forte. E s tá empurrando contra mi m, e eu tenho medo—"
M eredi th a cortou. " Bonni e, eu s ei que ambas s ó cons egui mos pens ar
num j ei to de s ai r des s e—"
" Não há s aí da daqui !"
" -E u s ei que você tem medo—"
" Quem há para chamar? E u podi a chamar... s e houves s e al guém para
chamar. E u pos s o encarar a s ua l anterni nha e tentei fi ngi r que é uma chama
e fazer i s s o—"
" E ntrar s em trans e?" M att ol hou para M eredi th s everamente. " E l a não
deveri a mai s fazer i s s o."
" Kl aus es tá morto."
" M as —"
" Não há ni nguém para me ouvi r!" Bonni e berrou e então teve um col aps o
com enormes s ol uços por fi m. " E l ena e Stefan es tão l onge demai s , e
provavel mente es tão dormi ndo a es s a hora! E não há mai s ni nguém!"
Os três es tavam s endo empurrados para j unto agora, à medi da que os
gal hos pres s i onavam os as s entos contra el es . M att e M eredi th es tavam perto o
bas tante para ol har um para o outro bem por ci ma da cabeça de Bonni e.
" Hã, " M att di s s e, as s us tado. " Hm... tem certeza?"
" Não, " M eredi th di s s e. E l a s oava tanto amarga quanto es peranços a.
" Lembra-s e des s a manhã? Não temos nenhum pouco de certeza. De fato, tenho
certeza que el e ai nda es tá por perto em al gum l ugar."
Agora M att s e s enti a enj oado, e M eredi th e Bonni e pareceram doentes
na l uz azul que j á ti nha uma aparênci a es tranha.
" E — l ogo antes di s s o acontecer, es távamos fal ando como um monte de
coi s as —"
" -bas i camente tudo que aconteceu para mudar a E l ena—"
" -era tudo cul pa del e."
" Na fl ores ta."
" Com uma j anel a aberta."
Bonni e conti nuou a s ol uçar.
M att e M eredi th, contudo, ti nham fei to um acordo s i l enci os o por contato
vi s ual . M eredi th di s s e, mui to genti l mente, " Bonni e, o que você di s s e que
fari a; bem, você terá que fazer. Tente contatar Stefan, ou acordar a E l ena ou —
ou s e des cul par com o... Damon. Provavel mente o úl ti mo, recei o. M as el e
nunca pareceu querer nós todos mortos , e el e deve s aber que não i rá aj udá-l o
com a E l ena s e el e matar os ami gos del a."
M att res mungou, céti co. " E l e pode não querer todos nós mortos , mas el e
pode es perar até que al guns de nós es tej amos mortos para s al var os outros . E u
nunca confi —"
" Você nunca l he des ej ou qual quer mal , " M eredi th cancel ou-o com
uma voz mai s al ta.
M att pes tanej ou para el a e então cal ou a boca. E l e s e s enti u um i di ota.
" E ntão, aqui , a l anterna es tá l i gada, " M eredi th di s s e, e mes mo nes s a
cri s e, s ua voz es tava fi rme, rí tmi ca, hi pnóti ca. A pequena l uz patéti ca era tão
preci os a, também. E ra tudo o que el es ti nham para i mpedi r a es curi dão de s e
tornar abs ol uta.
M as quando a es curi dão s e tornar abs ol uta, M att pens ou, s eri a porque
toda a l uz, todo o ar, tudo do l ado de fora ti rado, empurrado para fora do cami nho
pel a pres s ão das árvores . E nes s a hora a pres s ão i ri a quebrar os es quel etos
del es .
" Bonni e?" A voz da M eredi th era a voz de qual quer i rmã mai s vel ha que
j á foi ao res gate de s eus i rmãos mai s novos . Tão genti l . Tão control ada. " Você
pode tentar fi ngi r que é a chama de uma vel a... uma chama de uma vel a. uma
chama de uma vel a. e então tentar entrar em trans e?"
" E u j á es tou em trans e." A voz da Bonni e es tava de al gum modo di s tante
— bem di s tante e quas e ecoando.
" E ntão peça aj uda, " M eredi th di s s e s uavemente.
Bonni e es tava s us s urrando, conti nuamente, cl aramente al hei a ao
mundo ao s eu redor. " Por favor, venha nos aj udar. Damon, s e você cons egui r
me es cutar, por favor, acei te nos s as des cul pas e venha. Você nos deu um
tremendo s us to, e es tou certa de que merecemos i s s o, mas , por favor, por favor,
aj ude. M achuca, Damon. M achuca tanto que eu poderi a gri tar. M as ao i nvés ,
es tou col ocando toda es s a energi a para Chamar você. Por favor, por favor, por
favor aj ude."
Por ci nco, dez, qui nze mi nutos el a conti nuou, enquanto os gal hos
cres ci am, confi nando-os com s eu odor doce e res i nos o. E l a conti nuou com i s s o
por mui to mai s tempo do que M att pens ara que el a cons egui ri a s uportar.
E ntão a l uz s e apagou. Depoi s di s s o não havi a s om al gum al ém do
s us s urro dos pi nhei ros .

***

Você ti nha que admi rar a técni ca.


Damon es tava novamente recl i nado no ar, ai nda mai s al to des s a vez do
que quando el e ti nha entrado na j anel a de tercei ro andar da Carol i ne. E l e
ai nda não fazi a i déi a dos nomes das árvores , mas i s s o não o i mpedi a. E s s e
gal ho era como ter um camarote para o drama s e des dobrando abai xo. E l e
es tava começando a fi car um pouco entedi ado, j á que nada de novo es tava
acontecendo no térreo. E l e ti nha abandonado Damari s mai s cedo naquel a noi te
quando el a s e entedi ara, fal ando s obre cas amento e outros as s untos que el e
des ej ava evi tar. Como o mari do atual del a. Té-di o. E l e ti nha i do embora s em
real mente checar para ver s e el a ti nha s e tornado uma vampi ra — el e pens ava
que s i m, e i s s o não s eri a uma s urpres a quando o mari do chegas s e em cas a?
Seus l ábi os es tremeci am a bei ra de um s orri s o.
Abai xo del e, a peça ti nha quas e ati ngi do o s eu cl í max.
E você real mente ti nha que admi rar a técni ca. Caçada em bando. E l e não
fazi a i déi a do ti po de cri aturi nhas noj entas que es tavam mani pul ando a
árvore, mas as s i m como l obos e l eoas , el as pareci am ter s e aperfei çoado ni s s o.
Trabal hando j untas para capturar uma pres a que era rápi da e pes adamente
bl i ndada demai s para s omente um del es cons egui r. Nes s e cas o, um carro.
A arte refi nada da cooperação. Uma pena os vampi ros s erem tão
s ol i tári os , el e pens ou. Se pudés s emos cooperar, domi narí amos o mundo.
E l e pes tanej ou s onol entamente e então rel ampej ou um s orri s o
des l umbrante para coi s a al guma. É cl aro, s e pudés s emos fazer i s s o —
di gamos , tomar uma ci dade e di vi di r os habi tantes — nós acabarí amos
di vi di ndo uns aos outros . Dentes e unhas e Poder s eri am uti l i zados com
des treza como a l âmi na de uma es pada, até que não res tas s e nada al ém de
retal hos de carne ti ri tante e s angue correndo nas s arj etas .
Bel a i magem, contudo, el e pens ou, e dei xou s uas pál pebras caí rem para
apreci á-l a. Sangue em poças es carl ates , l í qui do magi camente parado, o
bas tante para des cer degraus de mármore branco de — ah, di gamos , o
Kal l i marmaron em Atenas . Uma ci dade i ntei ra s i l enci ada, purgada de
barul ho, caos , humanos hi pócri tas , com s omente s eus pedaços neces s ári os
dei xados para trás : umas poucas artéri as para bombear em quanti dade o doce
negóci o vermel ho. A vers ão vampí ri ca do l ei te e mel cas ei ro.
E l e abri u s eus ol hos novamente em i rri tação. Agora as coi s as es tavam
fi cando al tas l á embai xo. Humanos berrando. Por quê? Qual era o obj eti vo? O
coel ho s empre gui ncha na mandí bul a da rapos a, mas quando é que outro
coel ho s e apres s ou para s al vá-l o?
Pronto, um novo provérbi o, e prova de que humanos s ão tão es túpi dos
quantos coel hos , el e pens ou, mas s eu bom humor es tava arrui nado. Sua
mente des l i zou do fato, mas não era apenar o barul ho abai xo que es tava
perturbando-o. Lei te e mel , aqui l o ti nha s i do... um erro. Pens ar ni s s o ti nha
s i do um erro cras s o. A pel e de E l ena parecera l ei te naquel a noi te há uma
s emana, um branco quente, não fri o, mes mo na l uz do l uar. Seu cabel o cl aro
na s ombra havi a s i do como mel derramado. E l ena não fi cari a fel i z em ver os
res ul tados da caçada em bando des s a noi te. E l a chorari a l ágri mas de cri s tai s
de orval ho, e el as chei rari am a s al .
De repente Damon endureceu. E l e mandou uma i nterrogação furti va de
Poder ao s eu redor, um cí rcul o de radar.
M as nada vol tou, exceto as árvores s em mente a s eus pés . O que quer
que es ti ves s e orques trando i s s o, era i nvi s í vel .
Certo, então. Vamos tentar i s s o, el e pens ou: Concentrando-s e em todo o
s angue que havi a bebi do nos úl ti mos di as , el e expl odi u uma onda de Poder
puro, como o Ves úvi o entrando em erupção com uma mortí fera expl os ão
pi rocl ás ti ca. E l e o ci rcul ou compl etamente em todas as di reções , uma bol ha de
oi tenta qui l ômetros por horas de Poder, como um gás s uperaqueci do.
Porque ti nha vol tado. Inacredi tavel mente, o paras i ta es tava tentando fazer
i s s o de novo, entrar em s ua mente. Ti nha que es tar.
Aqui etando-o, el e s upôs , es fregando s ua nuca com uma fúri a di s traí da,
enquanto os membros de s eu bando acabavam com s ua pres a no carro.
Sus s urrando coi s as em s ua mente para mantê-l o qui eto, tomando s eus
própri os pens amentos negros e ecoando-os de vol ta um pouco mai s obs curos ,
em um ci cl o que poderi a ter acabado com el e s ai ndo correndo para matar
repeti ti vamente s ó pel o própri o prazer de vel udo negro di s s o.
Agora a mente do Damon es tava gel ada e negra de fúri a. E l e fi cou de pé,
es ti cando s eus braços e ombros dol ori dos , e então procurou cui dados amente,
não com um s i mpl es ci rcul o de radar, mas com uma expl os ão de Poder atrás de
cada gol pe, exami nando com s ua mente para achar o paras i ta. Ti nha que es tar
al i fora; as árvores ai nda conti nuavam com s eu trabal ho.
M as el e não cons egui a achar nada, mes mo el e tendo us ado o método
mai s rápi do e efi ci ente de es caneamento que conheci a: mi l gol pes al eatóri os
por s egundo em um padrão de bus ca do ti po Andar de Bêbado. E l e deveri a ter
achado um corpo morto i medi atamente. Ao i nvés di s s o, el e não achou nada.
Is s o o dei xou ai nda mai s nervos o do que antes , mas havi a um mati z de
ani mação em s ua fúri a. E l e qui s era uma bri ga; uma chance de matar onde a
matança fos s e s i gni fi cati va. E agora aqui es tava um oponente que cumpri a
todas as qual i fi cações — e Damon não cons egui a matá-l o porque não
cons egui a encontrá-l o. E l e mandou uma mens agem, tremel uzente com
feroci dade, em todas as di reções .
E u j á te avi s ei uma vez. Agora eu te DE SAFIO. M os tre-s e — OU
E NTÃO FIQUE LONGE DE M IM !
E l e reuni u Poder, reuni u-o, e reuni u-o mai s uma vez, pens ando em
todos os mortai s di ferentes que havi am contri buí do. E l e o s egurou, cui dando
del e, es cul pi ndo-o para s eu propós i to, e aumentando s ua força com tudo que
s ua mente conheci a de l uta e da habi l i dade e perí ci a da guerra. E l e s egurou o
Poder até que s enti u como s e es ti ves s e s egurando uma bomba nucl ear em
s eus braços . E então el e o s ol tou de uma s ó vez, uma expl os ão acel erando na
di reção opos ta, para l onge del e, aproxi mando-s e da vel oci dade da l uz.
Agora, com certeza, el e s enti ri a os es pas mos da morte de al go
enormemente poderos o e pers pi caz — al go que ti nha cons egui do s obrevi ver ao
s eu bombardeamento anteri or, des i gnado s omente para cri aturas
s obrenaturai s .
Damon expandi u s eus s enti dos para s eu al cance mai s l ongo, es perando
ouvi r ou s enti r al go s e des pedaçando, entrando em combus tão — al go cai ndo
cegamente, com s eu própri o s angue cai ndo por perto, de um gal ho, do ar, de
al gum l ugar. De al gum l ugar uma cri atura deveri a ter mergul hado para o s ol o
ou ras pado- o com enormes garras s i mi l ares a de di nos s auros — uma cri atura
parci al mente paral i s ada e compl etamente condenada, cozi da de dentro para
fora. M as apes ar del e cons egui r s enti r o vento cres cendo para um ui vo e
enormes nuvens pretos uni ndo-s e aci ma del e em res pos ta a s eu própri o
humor, el e ai nda não cons egui a s enti r cri atura das trevas al guma perto o
bas tante para ter entrado em s eus pens amentos .
Como era forte es s a coi s a? De onde i s s o es tava vi ndo?
Só por um momento, um pens amento rel ampej ou em s ua mente. Um
cí rcul o. Um cí rcul o com um ponto em s eu centro. E o cí rcul o era a expl os ão que
el e ti nha envi ado em todas as di reções , e o centro era o úni co l ugar que a
expl os ão não al cançara. Já dentro del ...
Pam! De repente s eus pens amentos fi caram em branco. E então el e
começou, pregui ços amente, l i gei ramente confus o, a tentar j untar os pedaços
fraturados . E l e es ti vera pens ando na expl os ão de Poder que ti nha mandado,
s i m? E como el e ti nha es perado que al go caí s s e e morres s e.
Di abos , el e nem mes mo cons egui a s enti r qual quer ani mal comum
mai or que uma rapos a na fl ores ta. Apes ar da s ua varredura de Poder ter s i do
cui dados amente fei ta para afetar s omente cri aturas do ti po das trevas , os
ani mai s comuns ti nham fi cado tão as s us tados que ti nham s aí do correndo
s el vagemmente da área. E l e es pi ou abai xo. Hm. E xceto pel as árvores ao redor
do carro; e el as não es tavam atrás del e. Al ém do mai s , o que quer que el as
fos s em, el as eram s ó os peões de um as s as s i no i nvi s í vel . Não eram
real mente cons ci entes — não dentro os l i mi tes que el e ti nha mol dado tão
cui dados amente.
E l e poderi a ter s e enganado? M etade de s ua fúri a era de s i mes mo, por
s er tão des cui dado, tão bem-al i mentado e confi ante que ti nha bai xado s ua
guarda.
Bem-al i mentado... ei , tal vez eu es tej a bêbado, el e pens ou, e rel ampej ou
o s orri s o novamente para nada, s em nem pens ar ni s s o. Bêbado e paranói co e
tens o. Irri tado e puto.
Damon rel axou contra a árvore. O vento es tava gri tando agora, gi rando e
congel ando, o céu chei o de nuvens pretas turvas que cortavam qual quer l uz da
l ua ou das es trel as . E xatamente s eu ti po de tempo.
E l e ai nda es tava tens o, mas el e não cons egui a encontrar razão al guma
para es tar. A úni ca perturbação na aura da fl ores ta era o pequeno choro de uma
mente dentro de um carro, como um pás s aro pres o com apenas uma nota. E s s a
s eri a a pequeni na, a bruxa rui va com o pes coço del i cado. Aquel a que es tava
chorami ngando demai s s obre mudanças na vi da.
Damon deu um pouco mai s de s eu pes o para a árvore. E l e ti nha s egui do
o carro com s ua mente por um i nteres s e di s traí do. Não fora cul pa del e que el e
os pegara fal ando de s i , mas degradou um tanto as chances del es s erem
res gatados .
E l e pes tanej ou l entamente.
E s tranho el es terem ti do um aci dente tentando não atropel ar uma
cri atura aproxi madamente na mes ma área que el e quas e ti nha bati do s ua
Ferrari tentando atropel ar uma. Pena el e não ter rel ampej ado a cri atura del es ,
mas as árvores eram es pes s as demai s .
O pás s aro rui vo es tava chorando novamente.
Bem, você quer uma mudança agora ou não, bruxi nha? Deci da-s e. Você
tem que pedi r com j ei ti nho.
E então, é cl aro, eu tenho que deci di r que ti po de mudança você ganha.
11
Bonni e não cons egui a s e l embrar de outra oração mai s s ofi s ti cada e
então, como uma cri ança cans ada, el a di zi a uma anti ga: " ... E u rezo para que
o Senhor l eve a mi nha al ma..." E l a ti nha us ado toda a s ua energi a pedi ndo
aj uda e não ti nha recebi do res pos ta al guma, s ó al gum barul ho de reação. E l a
es tava tão s onol enta agora. A dor ti nha i do embora e el a es tava s i mpl es mente
entorpeci da. A úni ca coi s a i ncomodando-a era o fri o. M as também, podi a s e
dar um j ei to ni s s o. E l a podi a s i mpl es mente puxar um cobertor s obre s i , um
cobertor gros s o e fel pudo, e el a s e aqueceri a. E l a s abi a di s s o s em s aber como
s abi a.
A úni ca coi s a que a deti nha do cobertor era pens ar em s ua mãe. Sua mãe
fi cari a tri s te s e el a paras s e de l utar. E s s a era outra coi s a que el a s abi a s em
s aber como s abi a. Se el a s i mpl es mente pudes s e mandar uma mens agem
para s ua mãe, expl i cando que ti nha l utado o mai s arduamente pos s í vel , mas
que com es s e entorpeci mento e o fri o, el a não cons egui a s us tentar. E que el a
s oubera que es tava morrendo, mas que não ti nha doí do no fi nal , então não
havi a razão pra mamãe chorar. E da próxi ma vez el a aprenderi a com s eus
erros , el a j urava... da próxi ma vez...

***

A entrada do Damon deveri a s er dramáti ca, coordenada com um


rel ampej o de l uz bem quando s uas botas ati ngi s s em o carro.
Si mul taneamente, el e mandou outra chi cotada cruel de Poder, des s a vez
di retamente para as árvores , os fantoches que es tavam s endo control ados por
um mes tre i nvi s í vel . Foi tão forte que el e s enti u uma res pos ta chocada de
Stefan l á da pens ão. E as árvores ... derreteram-s e na es curi dão. E l as
arrancaram o topo como s e o carro fos s e uma l ata de s ardi nha gi gante, el e
medi tou, de pé no capô. Úti l para el e.
E ntão el e vol tou s ua atenção para a humana Bonni e, aquel a dos cachos ,
que devi a por di rei to es tar abraçando s eus pés agora, e arfando " Obri gada!"
E l a não es tava. E l a es tava dei tada, bem como es ti vera no abraço das
árvores . Chateado, Damon s e es ti cou para agarrar s ua mão, quando el e própri o
s enti u um choque. E l e o s enti u antes que tocas s e, chei rou-o antes que
s enti s s e i s s o s uj ar s eus dedos . M i l pequenas pi cadas , cada uma vazando
s angue. As fol has agudas devem ter fei to i s s o, tomando s angue del a ou —
não, bombeando al guma s ubs tânci a res i nos a para dentro. Al go anes tés i co para
mantê-l a parada enquanto el e tomava qual quer que fos s e o próxi mo pas s o em
s ua cons umação da ví ti ma — al go um tanto des agradável , j ul gando pel a
educação da cri atura até es s e ponto. Uma i nj eção de s ucos di ges ti vos pareci a
mai s provável .
Ou tal vez s i mpl es mente al go para mantê-l a vi va, como um
anti congel ante para um carro, el e pens ou, percebendo com outro choque
horrendo como el a es tava fri a. Seu pul s o era como gel o. E l e ol hou para os outros
doi s humanos , a garota de cabel o negro com os ol hos perturbadores e l ógi cos , e
o garoto de cabel os cl aros que es tava s empre tentando arranj ar uma bri ga. E l e
podi a ter chegado nes s a bem na hora. Certamente pareci a rui m para os outros
doi s . M as el e i ri a s al var es s a. Porque era um capri cho s eu. Porque el a ti nha
chamado s ua aj uda tão pateti camente. Porque aquel as cri aturas , aquel es
mal ach, ti nham tentado fazê-l o as s i s ti r a morte del a, os ol hos parci al mente
focados ni s s o enquanto ti ravam s ua mente do pres ente com um devanei o
gl ori os o. M al ach — era uma pal avra uni vers al que i ndi cava uma cri atura das
trevas : uma i rmã ou i rmão da noi te. M as Damon pens ava agora como s e a
própri a pal avra fos s e mal i gna, um s om a s er cus pi do ou s i bi l ado.
E l e não ti nha i ntenção de dei xá-l os ganhar. E l e pegou Bonni e como s e
el a fos s e um pedaço de uma penugem de dente de l eão e ergueu-a s obre um
ombro. E ntão el e di s parou do carro. Voar s em pri mei ro mudar de forma era um
des afi o. Damon gos tava de des afi os .
E l e deci di u l evá-l a para a fonte mai s próxi ma de água quente, e es s a
era a pens ão. E l e não preci s ava perturbar Stefan. Havi a mei a dúzi a de quartos
naquel a área popul os a que fazi am a al ta s oci edade cai r na boa l ama da
Vi rgi ni a. A não s er que Stefan fos s e bi s bi l hotei ro, el e não entrari a no
banhei ro de outras pes s oas .
Acabou que Stefan não s ó era bi s bi l hotei ro, como rápi do. Houve quas e
uma col i s ão: Damon e s ua carga dobraram uma es qui na para encontrar Stefan
di ri gi ndo pel a es trada es cura com E l ena, fl utuando como Damon, aparecendo
atrás do carro como s e fos s e o bal ão de al guma cri ança.
A pri mei ra troca de pal avras não foi nem bri l hante nem geni al .
" Que di abos você es tá fazendo aqui ?" excl amou Stefan.
" Que i nfernos você es tá fazendo aqui ?" Damon di s s e, ou começou a
di zer, quando notou a tremenda di ferença em Stefan — e o tremendo Poder que
era E l ena. E nquanto a mai or parte de s ua mente s i mpl es mente vaci l ava por
caus a do choque, uma pequena parte del a começou i medi atamente a anal i s ar
a s i tuação, des cobri r como Stefan ti nha pas s ado de um nada para um — um -
Que puxa. Ah, bom, poderi a mui to bem fazer cara de coraj os o.
" E u s enti uma l uta, " Stefan di s s e. " Quando você s e trans formou no
Peter Pan?"
" Você deveri a fi car fel i z por não es tar na l uta. E eu cons i go voar porque
eu tenho o Poder, meni no."
Is s o era pura bravata. De qual quer forma, era perfei tamente correto,
quando el es nas ceram, s e di ri gi r a um parente mai s novo como um rag azzo,
ou " • " meni no.
Agora não era. E enquanto i s s o a parte de s eu cérebro que não ti nha
s i mpl es mente des l i gado ai nda es tava anal i s ando. E l e cons egui a ver, s enti r,
fazer qual quer coi s a, exceto tocar a aura de Stefan. E era... i ni magi nável . Se
Damon não es ti ves s e tão perto, não ti ves s e experi mentado i s s o de pri mei ra
mão, el e não teri a acredi tado que uma pes s oa s er pos s í vel uma pes s oa ter
tanto Poder.
M as el e es tava ol hando para a s i tuação com a mes ma habi l i dade de
aval i ação fri a e l ógi ca que di zi a a el e que s eu própri o Poder — mes mo depoi s
de s e embebedar com a vari edade de s angue de mul heres que el e havi a
tomado nos úl ti mos di as — s eu Poder não era nada comparado ao de Stefan
agora. E s ua habi l i dade fri a e l ógi ca também l he di zi a que Stefan fora ti rado
da cama por caus a di s s o, e que el e não ti vera tempo — ou não fora raci onal o
bas tante — para es conder s ua aura.
" Ora, ora, ol he s ó para você, " Damon di s s e com todo o s arcas mo que
cons egui u reuni r — e i s s o acabou s endo bas tante. " Is s o é uma auréol a? Você
foi canoni zado quando eu não es tava ol hando? E s tou me di ri gi ndo ao São Stefan
agora?"
A res pos ta tel epáti ca de Stefan foi i mpubl i cável . " Onde es tão M eredi th e
M att?" el e acres centou ferozmente.
" Ou, " conti nuou Damon, exatamente como s e Stefan não ti ves s e fal ado,
" ou pode s er que você mereça parabéns por ter aprendi do por fi m a arte da
enganação?"
" E o que você es tá fazendo com a Bonni e?" Stefan exi gi u, i gnorando os
comentári os de Damon por s ua vez.
" M as você ai nda não parece ter o control e de um i ngl ês pol i s s i l ábi co,
então di ri a i s s o o mai s s i mpl es que puder. Você caus ou a bri ga."
" E u caus ei a bri ga, " Stefan di s s e categori camente, aparentemente
percebendo que Damon não i a res ponder nenhuma de s uas perguntas até que
el e l he contas s e a verdade. " E u s i mpl es mente agradeci a Deus você parecer
es tar bêbado ou zangado demai s para s er mui to obs ervante. E u queri a i mpedi r
você e o res to do mundo de des cobri rem o que exatamente o s angue da E l ena
faz. E ntão você foi embora s em nem mes mo tentar dar uma ol hada nel a. E
s em s us pei tar que eu pudes s e ter me l i vrado de você como s e fos s e uma mos ca
des de o comeci nho."
" Nunca pens ei que você fos s e capaz." Damon es tava revi vendo a
pequena l uta del es em detal hes ví vi dos demai s . E ra verdade: el e nunca
ti nha s us pei tado que a atuação do Stefan fos s e i ntei ramente i s s o — uma
atuação — e que el e poderi a ter derrotado Damon a qual quer momento e fei to o
que el e qui s es s e.
" E aí es tá a s ua benfei tora." Damon acenou para onde E l ena es tava
fl utuando, s egura por — s i m, é verdade — s egura por varai s à embreagem.
" Só um pouco abai xo dos anj os , e coroada com gl óri a e honra, " el e obs ervou,
i ncapaz de evi tar enquanto ol hava para el a. E l ena es tava, de fato, tão bri l hante
que ol har para el a com Poder canal i zado em s eus ol hos era como tentar encarar
o s ol di retamente.
" E l a também parece ter s e es queci do de como s e es conder; el a es tá
bri l hando como uma es trel a, como o Sol .
" E l a não s abe menti r, Damon." E s tava cl aro que a rai va de Stefan es tava
aumentando cada vez mai s . " Agora me conte o que es tá acontecendo e o que
você fez para a Bonni e."
O i mpul s o era res ponder, Nada. Por que, acha que eu deveri a? era quas e
i rres i s tí vel — quas e. M as Damon es tava encarando um Stefan di ferente do
que el e j á ti nha vi s to antes . E s s e não é o i rmãozi nho que você conhece e ama
pi s ar em ci ma, a voz da l ógi ca di s s e a el e, e el e pres tou atenção nel a.
" Os outros doi s huuu-manos , " Damon di s s e, es ti cando a pal avra para
s eu obs ceno compri mento total , " es tão no automóvel . E " — repenti namente
vi rtuos o — " eu es tava l evando a Bonni e para a s ua cas a."
Stefan es tava parado ao l ado do carro, a uma di s tânci a perfei ta para
exami nar o braço es ti cado de Bonni e. As pi cadas ti nham s e trans formado em
uma mancha de s angue onde el e havi a tocado-as , e Stefan exami nou s eus
própri os dedos com horror.
E l e conti nuou repeti ndo s eu experi mento. Logo Damon es tari a babando,
um comportamento al tamente i ndi gno que el e des ej ava evi tar.
Ao i nvés , el e s e concentrou em um fenômeno as tronômi co próxi mo.
A l ua chei a, a mei a al tura, e branca e pura como a neve. E E l ena
fl utuando na frente del a, us ando uma cami s ol a fora de moda de gol a al ta — e
pequena, ai nda. E nquanto el e ol hava para el a s em o Poder que era preci s o
para di s cerni r s ua aura, el e poderi a exami ná-l a como uma garota ao i nvés de
como um anj o no mei o de uma i ncandes cênci a cegante.
Damon i ncl i nou s ua cabeça para cons egui r uma vi s ão mel hor de s ua
s i l hueta. Si m, es s e era defi ni ti vamente o traj e certo para el a, e el a devi a
s empre fi car na frente de l uzes cl aras . Se el e-
Pam.
E l e es tava voando para trás e para a es querda. E l e bateu numa árvore,
tentando s e certi fi car que Bonni e não a ati ngi s s e, também — el a poderi a
quebrar. M omentaneamente es tupefato, el e fl utuou — boi ou, na verdade —
até ati ngi r o chão.
Stefan es tava em ci ma del e.
" Você, " di s s e Damon de modo i ndi s ti nto por caus a do s angue em s ua
boca, " tem s i do uma meni no l evado, meni no."
" E l a me trans formou. Li teral mente. E u achei que el a pudes s e morrer
s e eu não tomas s e um pouco do s eu s angue — s ua aura es tava i nchada es s e
tanto. Agora me di ga qual o probl ema com a Bonni e—"
" E ntão você a drenou apes ar de s ua pers everante res i s tênci a herói ca—"
Pam.
E s s a árvore nova chei rava a res i na. E u parti cul armente nunca qui s
conhecer as entranhas de árvores , Damon pens ou enquanto cus pi a uma
bocada de s angue. M es mo como corvo eu s ó as us o quando é neces s ári o.
Stefan ti nha de al gum modo arrebatado Bonni e no ar enquanto Damon
voava na di reção da árvore. E l e era vel oz es s e tanto agora. E l e era mui to, mui to
vel oz. E l ena era um fenômeno.
" E ntão agora você tem uma i déi a i ndi reta de como é o s angue da E l ena."
E Stefan cons egui a ouvi r os pens amentos pri vados de Damon. Normal mente,
Damon es tava s empre pronto para uma l uta, mas agora el e quas e cons egui a
ouvi r E l ena chorami ngar por s eus ami gos humanos , e al go dentro del e s e
s enti a cans ado. M ui to vel ho — vel ho há s écul os — e mui to cans ado.
M as quanto à pergunta, bem, s i m. E l ena ai nda es tava s acudi ndo-s e
des i nteres s adamente, al gumas vezes com os braços es ti cados e al gumas vezes
enrol ada como um gati nho. Seu s angue era o combus tí vel de um foguete
comparado a gas ol i na s em chumbo na mai ori a das garotas .
E Stefan queri a l utar. Não es tava nem mes mo tentando es conder i s s o.
E u es tava certo, Damon pens ou. Para os vampi ros , a vontade de bri gar é mai s
forte que qual quer outra vontade, até mes mo a neces s i dade de s e al i mentar
ou, no cas o de Stefan, s ua preocupação com s eus — qual era a pal avra? Ah,
s i m. Ami gos .
Agora Damon es tava tentando es qui var-s e de uma l uta, tentando
enumerar s uas vantagens , que não eram mui tas , porque Stefan ai nda es tava
s egurando-o. Pens amento. Fal a. Um gos to por l utar s uj o que Stefan
s i mpl es mente não pareci a entender. Lógi ca. Uma habi l i dade i ns ti nti va de
achar as fi s s uras na armadura de s eu i ni mi go...
Hmmm...
" M eredi th e" — droga! Qual era o nome daquel e garoto? — " s eu
acompanhante es tão mortos agora, eu acho, " el e di s s e i nocentemente. " Nós
podemos fi car aqui e bri gar, s e é as s i m que des ej a chamar i s s o,
cons i derando que eu nunca s entei um dedo em você — ou podemos tentar
res s us ci tá-l os . Qual s erá, eu me pergunto?" E l e real mente s e perguntava
quanto control e Stefan ti nha s obre s i mes mo agora.
Como s e Damon ti ves s e dado um zoom abrupto com uma câmera, Stefan
pareceu fi car menor. E l e es ti vera fl utuando há al guns centí metros do chão;
agora el e pous ou e ol hou para s i mes mo com s urpres a, obvi amente
i ncons ci ente que es ti vera no ar.
Damon fal ou na paus a enquanto Stefan es tava mai s vul nerável . " Não
fui eu que os machuquei , " el e acres centou. " Se ol har para a Bonni e" graças
ao di abo, el e s abi a o nome del a — " você verá que nenhum vampi ro poderi a ter
fei to i s s o. E u acho" — el e acres centou i ngenuamente, para chocar " que os
atacantes foram árvores , control ados por mal ach."
" Árvores " Stefan mal s e deu ao trabal ho de ol har para o braço es petado de
Bonni e. E ntão el e di s s e, " Nós preci s amos col ocá-l os para dentro e na água
quente. Você l eva a E l ena—"
Ah, al egremente. De fato, eu dari a qual quer coi s a, qual quer coi s a-
" -e es s e carro com a Bonni e de vol ta di retamente para a pens ão. Acorde a
Sra. Fl owers . Faça o que puder pel a Bonni e. E u i rei em frente e vou pegar a
M eredi th e o M att—"
Is s o aí ! M att. Agora, s e el e ao menos ti ves s e um mnemôni co-
" E l es es tão l á na es trada, certo? Foi de l á onde s ua pri mei ra bomba de
Poder pareceu ter vi ndo."
Uma bomba, era? Por que não s er hones to e s i mpl es mente chamá-l a de
um banho débi l ?
E enquanto es tava fres co em s ua mente... M de M ortal , A de
Aborrecente, T de Troço. E aí es tava. Pena era que i s s o s e apl i cava a todos el es
e ai nda as s i m nem todos s e chamavam M AT. Ah, droga — ti nha outro T no
fi nal ? M ortal , Aborrecente, Troço Trabal hos o? Aborrecente Troço Terrí vel ?
" E u di s s o, tudo bem?"
Damon vol tou ao pres ente. " Não, não es tá tudo bem. O outro carro es tá
des truí do. Não vai di ri gi r."
" E u o farei fl utuar atrás de mi m." Stefan não es tava s e gabando, s ó
es tabel ecendo um fato.
" Nem ao menos es tá i ntei ro."
" E u amarrarei os pedaços . Vamos , Damon. Si nto mui to tê-l o torturado; eu
ti ve uma i déi a total mente errada do que es tava acontecendo. M as M att e
M eredi th podem real mente es tar morrendo, e mes mo com todo o meu Poder
novo, e o de E l ena, tal vez não s ej amos capazes de s al var todos . E u aumentei a
temperatura i nterna da Bonni e em al guns graus , mas eu não ous o fi car e
s ubi -l a l entamente o bas tante. Por favor, Damon." E l e es tava col ocando Bonni e
no as s ento do pas s agei ro.
Bem, i s s o s oava com o vel ho Stefan, mas vi ndo des s e Stefan novo e
potente, ti nha um tom um tanto di ferente. Ai nda as s i m, enquanto Stefan
achava que el e era um rato, el e era um rato. Fi m de di s cus s ão.
M ai s cedo Damon ti nha s e s enti do como o Ves úvi o expl odi ndo. Agora el e
de repente s e s enti a como s e el e es ti ves s e próxi mo ao Ves úvi o, e a montanha
es ti ves s e retumbando. Oh Deus ! E l e real mente s e s enti a tos tado s ó es tando
próxi mo ao Stefan.
E l e convocou todos os s eus recurs os cons i derávei s , mental mente s e
envol vendo em gel o, e es perou que pel o menos um s opro de gel i dez
s us tentas s e s ua res pos ta. " E u i rei . Vej o você mai s tarde — es pero que os
humanos não es tej am mortos ai nda."
E nquanto parti am, Stefan mandou a el e uma poderos a mens agem de
des aprovação — não torturando-o com dor E l emental pura, como ti nha antes ao
j ogar Damon contra a árvore, mas certi fi cando-s e que s ua opi ni ão s obre s eu
i rmão es ti ves s e es tampada em cada pal avra.
Damon mandou a Stefan uma úl ti ma mens agem enquanto i a embora.
E u não entendo, el e pens ou i nocentemente na di reção do aus ente Stefan. O
que tem de errado comi go di zendo que es pero que os humanos ai nda es tej am
vi vos ? E u j á es ti ve em l oj as de cartões de mel horas , s abe — el e não
menci onou que não era por caus a dos cartões , mas pel as j ovens no cai xa — e
el as ti nham s eções ti po " E s pero que mel hore’ e " Compai xão, " o que eu acho
que quer di zer que o des ej o do cartão anteri or não foi forte o bas tante. E ntão o
que tem de errado com di zer " E s pero que el es não es tej am mortos ?"
Stefan nem s e i ncomodou em res ponder. M as Damon rel ampej ou um
s orri s o rápi do e bri l hante de qual quer j ei to, enquanto vi rava s eu Pors che e s e
mandava para a pens ão.
E l e agarrou o varal que manti nha E l ena s acudi ndo-s e aci ma del e. E l a
fl utuava — a cami s ol a ondul ando — aci ma da cabeça da Bonni e — ou tal vez
onde a cabeça da Bonni e deveri a es tar. Bonni e s empre fora pequena, e es s a
doença congel ante a col ocara enrugada em uma pos i ção fetal . E l ena poderi a
prati camente s entar nel a.
" Ol á, pri nces a. Li nda, como s empre. E você não é tão fei a também."
E ra uma das pi ores cantadas de s ua vi da, el e pens ou com des âni mo.
M as el e não es tava s e s enti ndo como el e mes mo. A trans formação de Stefan
ti nha o as s us tado — deve s er i s s o que tem de errado, el e deci di u.
" Da. mon."
Damon arrancou. A voz de E l ena es tava devagar e hes i tante... e
abs ol utamente l i nda: um mel aço es correndo doçura, mel cai ndo di retamente
do favo de mel . O tom era mai s bai xo, el e ti nha certeza, do que fora antes de
s ua trans formação, e ti nha s e tornado uma verdadei ra fal a arras tada s ul i s ta.
Para um vampi ro pareci a o doce pi ngar de uma vei a humana recentemente
aberta.
" Si m, anj o. E u j á te chamei de ‘anj o’ antes ? Se não, foi puramente um
equí voco.
E enquanto el e di s s e i s s o, el e percebeu que havi a outro componente em
s ua voz, um que el e não ti nha percebi do antes : pureza. A l anceta de pureza de
um s erafi m. Is s o devi a tê-l o des es ti mul ado, mas ao i nvés i s s o s i mpl es mente
l embrava-o que E l ena era al guém que devi a s er l evada a s éri o, nunca
l evi anamente.
E u te l evari a a s éri o ou l evi anamente ou de qual quer j ei to que você
preferi s s e, Damon pens ou, s e você não fos s e tão grudada no meu i rmãozi nho
i di ota.
Soi s vi ol etas gêmeos s e vi raram nel e: os ol hos da E l ena. E l a havi a
es cutado-o.
Pel a pri mei ra vez em s ua vi da, Damon es tava cercado por pes s oas mai s
poderos as que el e. E para um vampi ro, Poder era tudo: bens materi ai s , pos i ção
s oci al , um companhei ro-prêmi o, conforto, s exo, di nhei ro, doce.
E ra um s enti mento es tranho. Não era i ntei ramente des agradável , em
rel ação a E l ena. E l e gos tava de mul heres fortes . E l e es ti vera procurando por
uma forte o bas tante por s écul os .
M as o ol har de E l ena trouxe efeti vamente demai s s eus pens amentos de
vol ta para s ua s i tuação. E l e es taci onou obl i quamente do l ado da pens ão,
apanhou a endureci da Bonni e, e fl utuou pel a es cada trançada e es trei ta na
di reção do quarto do Stefan. E ra o úni co l ugar que el e s abi a que ti nha uma
banhei ra.
M al havi a es paço para os três do l ado de dentro do mi nús cul o banhei ro, e
era Damon quem es tava carregando Bonni e. E l e l i gou a água na banhei ra
anti ga de um metro e vi nte, bas eado no que s eus s enti dos pri moros amente
harmoni zados o di s s eram que es tava ci nco graus aci ma de s ua atual
temperatura gel ada. E l e tentou expl i car para E l ena o que el e es tava fazendo,
mas el a pareci a ter perdi do o i nteres s e e es tava fl utuando ao redor do quarto de
Stefan, como um cl os e da Si ni nho enj aul ada. E l a fi cava trombando na j anel a
fechada e então zuni ndo na porta aberta, ol hando para fora.
Que di l ema. Pedi r para E l ena des pi r e banhar Bonni e, e arri s car que
el a col ocas s e Bonni e na banhei ra de cabeça para bai xo? Ou pedi r para E l ena
fazer o trabal ho e obs ervar as duas , mas não tocar — a não s er que um
des as tre ocorres s e?
Al ém do mai s , al guém ti nha que encontrar a Sra. Fl owers e pegar
bebi das quentes . E s crever um bi l hete e mandar E l ena?
Poderi a haver mai s cas ual i dades aqui a qual quer momento agora.
E ntão Damon capturou o ol har de E l ena, e todas as preocupações
i ns i gni fi cantes e convenci onai s pareceram s umi r. Pal avras apareceram em
s eu cérebro s em s e i mportarem em pas s ar por s eus ouvi dos .
Aj ude-a. Por favor!
E l e s e vi rou de vol ta para o banhei ro, dei tou Bonni e no tapete gros s o l á e
des cas cou-a como um camarão. Fora com o s uéter, fora com a regata de verão
que fi cava debai xo del e. Fora com um pequeno s uti ã — tamanho 36, el e
percebeu tri s temente, des cartando-o, tentando não ol har para Bonni e
di retamente. M as el e não cons egui a evi tar ver as marcas de perfuração que a
árvore havi a dei xado em todo l ugar.
Fora com a cal ça j eans , e então um pequeno obs tácul o, porque el e ti nha
que s e s entar e col ocar cada pé em s eu col o para ti rar os têni s de cano al to
fi rmemente amarrados antes que a cal ça j eans pas s as s e de s eus
cal canhares . Fora com as mei as .
E era i s s o. Bonni e es tava nua, exceto por s eu própri o s angue e s ua
cal ci nha ros a de s eda. E l e a pegou e a col ocou na banhei ra, s e ens opando no
proces s o. Vampi ros as s oci am banhos com s angues de vi rgens , mas s omente
os real mente l oucos provam.
A água na banhei ra da Bonni e vi rou ros a quando el e a col ocou. E l e
manteve a tornei ra correndo porque a banhei ra era mui to grande, e então s e
s entou de vol ta para cons i derar a s i tuação. A árvore es ti vera bombeando al go
nel a com s uas fol has . O que quer que fos s e, não era bom. E ntão devi a s ai r. A
s ol ução mai s s ens í vel s eri a s ugar i s s o como s e fos s e veneno de cobra, mas
el e es tava hes i tante em tentar i s s o até que ti ves s e certeza que E l ena não
es magari a s eu crâni o s e o encontras s e s ugando metodi camente a parte
s uperi or do corpo de Bonni e.
E l e teri a que s e conformar com a próxi ma mel hor opção. A água
s angrenta não es condi a bem a di mi nuti va forma de Bonni e, mas aj udava a
borrar os detal hes . Damon s egurava a cabeça de Bonni e contra a bei rada da
banhei ra com uma mão, e com a outra el e começou a apertar e mas s agear o
veneno para fora de um braço.
E l e s abi a que es tava fazendo certo quando s enti u o chei ro res i nos o de
pi nhei ro. E ra tão gros s o e vi s cos o que ai nda não ti nha des apareci do no corpo da
Bonni e. E l e es tava ti rando uma pequena quanti dade, mas era o bas tante?
Cui dados amente, obs ervando a porta e aumentando s eus s enti dos para
cobri r s eu l argo es pectro, Damon l evantou a mão de Bonni e até s eus l ábi os
como s e fos s e bei j á-l a. Ao i nvés , el e l evou s eu pul s o para s ua boca e,
s upri mi ndo cada vontade que ti nha de morder, ao i nvés el e s i mpl es mente
s ugou.
E l e cus pi u quas e i medi atamente. Sua boca es tava chei a de res i na. A
mas s agem não fora nem de l onge o bas tante. Cada s ucção, mes mo que el e
pegas s e uma dúzi a de vampi ros e os l i gas s e por todo o pequeno corpo de Bonni e
como s angues s ugas , não s eri a o bas tante.
E l e s entou de vol ta em s eus tornozel os e ol hou para el a, es s a mul her-
cri ança fatal mente envenenada que el e ti nha dado s ua pal avra que i ri a
s al var. Pel a pri mei ra vez, el e fi cou ci ente de que es tava ens opado até a
ci ntura. E l e ol hou i rri tado na di reção do céu e então ti rou s ua j aqueta preta de
couro.
O que el e poderi a fazer? Bonni e preci s ava de remédi o, mas el e não fazi a
i déi a de que remédi o es pecí fi co el a preci s ava, e não havi a bruxa al guma que
el e conheces s e para s e apel ar. A Sra. Fl owers era fami l i ar a conheci mento
es otéri co?
E l a dari a i s s o a el e s e fos s e? Ou el a era s i mpl es mente uma vel ha
s enhora bi ruta? Qual era o remédi o genéri co — para um humano? E l e poderi a
dá-l a para s eu própri o povo e os dei xar experi mentar s uas ci ênci as
atrapal hadas — l evá-l a para um hos pi tal — mas el es es tari am trabal hando
com uma garota que fora envenenada pel o Outro Lado, pel os l ugares s ombri os
que el es nunca poderi am ver ou entender.
Di s trai damente, el e es ti vera es fregando uma toal ha em s eus braços e
mãos e cami s a preta. Agora, el e ol hava para a toal ha e deci di u que Bonni e
mereci a pel o menos um pouco de recato, es peci al mente j á que el e não
cons egui a pens ar em mai s nada a s er fei to nel a. E l e ens opou a toal ha e então
a es pal hou e a empurrou debai xo da água para cobri r Bonni e da garganta até os
pés . E l a fl utuou em al guns l ugares , afundou em outros , mas em geral fez o
trabal ho.
E l e aumentou a temperatura da água novamente, mas não fez di ferença
al guma. Bonni e es tava endurecendo para a verdadei ra morta, tão j ovem quanto
era. Seus ami gos na anti ga Itál i a ti nham acertado, el e pens ou, uma fêmea
como es s a era uma donzel a, não mai s uma meni na, ai nda não uma mul her.
E ra es peci al mente apropri ado j á que qual quer vampi ro poderi a afi rmar que
el a era uma donzel a em ambos os s enti dos .
E tudo fora fei to bem debai xo de s eu nari z. A atração, o ataque em bando,
a maravi l hos a técni ca e s i ncroni zação — el es ti nham matado es s a donzel a
enquanto el e s entava e as s i s ti a. E l e ti nha apl audi do.
Lentamente, por dentro, Damon cons egui a s enti r al go cres cendo. Ti nha
bri l hado quando el e pens ou na audáci a dos mal ach, caçando s eus humanos
bem debai xo de s eu nari z. Não fez a pergunta de quando o grupo no carro ti nha
s e tornado os s eus humanos — el e s upunha que era porque el es es ti veram
tão perto ul ti mamente que parecera que el es eram s eus para des cartar, para
di zer s e vi vi am ou morri am, ou s e vi rari am o que el e era. O negóci o cres cente
agi tou-s e quando el e pens ou no j ei to que os mal ach ti nham mani pul ado s eus
pens amentos , atrai ndo-o para uma contempl ação j ubi l os a da morte em termos
gerai s , enquanto a morte em termos bem es pecí fi cos es tava acontecendo bem
aos s eus pés . E agora es tava al cançando ní vei s i ncendi ári os porque el e ti nha
apareci do vezes demai s hoj e. Real mente era i ns uportável .
... e era Bonni e.
Bonni e, que nunca ti nha machucado uma — uma coi s a i ndefes a por
mal í ci a. Bonni e, que era como um gati nho, dando s ocos no ar para pres a
al guma. Bonni e, com s eu cabel o que era chamado de morango, mas que
s i mpl es mente pareci a que es tava pegando fogo. Bonni e da pel e trans l úci da,
com os fi ordes vi ol etas del i cados e es tuári os de vei as por toda s ua garganta a
i nteri or dos braços . Bonni e, que ul ti mamente dera para ol har para el e de l ado
com s eus enormes ol hos de cri ança, grandes e cas tanhos , debai xo de cí l i os
como es trel as ...
Sua mandí bul a e cani nos es tavam doendo, e s ua boca pareci a que es tava
pegando fogo pel a res i na venenos a. M as tudo i s s o podi a s er i gnorado, porque
el e es tava cons umi do com outro pens amento.
Bonni e ti nha chamado s ua aj uda por quas e mei a hora antes de
s ucumbi r à es curi dão.
E ra i s s o que preci s ava s er di to. Preci s ava s er exami nado. Bonni e ti nha
chamado Stefan — que es ti vera di s tante demai s e ocupado demai s com s eu
anj o — mas el a ti nha chamado Damon, também, e el e ti nha i mpl orado s ua
aj uda.
E el e ti nha i gnorado-a. Com três ami gos da E l ena aos s eus pés , el e
ti nha i gnorado s uas agoni as , ti nha i gnorados as s úpl i cas frenéti cas de
Bonni e de não dei xá-l os morrer.
Geral mente, es s e ti po de coi s a s omente o fari a dar o fora e i r para outra
ci dade. M as de al gum modo el e ai nda es tava aqui e ai nda s aboreava as
cons eqüênci as amargas de s eu ato.
Damon recl i nou-s e com s eus ol hos fechados , tentando bl oquear o chei ro
devas tador de s angue e o odor bol orento de... al guma coi s a.
E l e franzi u a tes ta e ol hou ao redor. O pequeno cômodo es tava l i mpo até
os cantos . Nada bol orento aqui . M as o odor não pas s ava.
E então el e s e l embrou.
12
Vol tou para el e, tudo aqui l o: os corredores apertados e as pequeni nas
j anel as e o chei ro mofado de l i vros vel hos . E l e ti nha i do a Bél gi ca a cerca de
ci nqüenta anos atrás , e ti nha fi cado s urpres o em encontrar um l i vro de i di oma
i ngl ês quando o as s unto ai nda era exi s tente. M as al i es tava, s ua capa gas ta
até fi car com uma s ól i da ferrugem pol i da, s em o res to da es cri ta, s e al guma
vez j á houve uma. Pági nas es tavam fal tando em s eu i nteri or, então ni nguém
j amai s s oube quem era o autor ou o s eu tí tul o, s e al guma vez j á fora i mpres s o.
Cada " recei ta" — fórmul a, ou amul eto, ou fei ti ço — dentro del e envol vi a
conheci mento proi bi do.
Damon poderi a faci l mente l embrar o fei ti ço mai s s i mpl es de todos : " O
Sangue de Samphi re ou Vampyro é mui to bom como remédi o em geral para todos os
Maladi es ou mal fei tos Fei tos por aquel es que Dançam na Fl ores ta no
Moonspi re."
E s tes mal ach certamente havi am fei to traves s uras na fl ores ta, e es s e
era o mês de Moonspi re, o mês do " s ol s tí ci o de verão" na Lí ngua Anti ga. Damon
não queri a dei xar Bonni e, e el e certamente não queri a que E l ena vi s s e o que
el e i ri a fazer a s egui r. Ai nda apoi ando a cabeça da Bonni e s obre a ros ada água
morna, el e abri u s ua cami s a. Havi a uma faca de pau de ferro em um porta-
es pada em s eu quadri l . E l e a ti rou, e em um rápi do movi mento, cortou-s e na
bas e de s ua garganta.
Abundânci a de s angue agora. O probl ema era como fazê-l a beber.
Guardando a adaga, el e a l evantou da água e tentou col ocar os l ábi os del a no
corte.
Não, i s s o era es tupi dez, el e pens ou, des acos tumado com auto-
des aprovação. E l a vai fi car com fri o novamente, e você não tem nenhuma
manei ra de fazê-l a engol i r. E l e dei xou Bonni e decl i nar de vol ta na água e
pens ou. E ntão el e puxou a faca novamente e fez outro corte: es s e em s eu braço,
no punho. E l e s egui u pel a vei a até que o s angue não s ó mai s pi ngava, mas
fl uí a cons tantemente. E ntão el e col ocou aquel e pul s o na boca de Bonni e vi rada
para ci ma, aj us tando o ângul o de s ua cabeça com s ua outra mão. Seus l ábi os
es tavam parci al mente abertos e o s angue vermel ho es curo fl uí a l i ndamente.
Peri odi camente el a engol i u. Ai nda havi a vi da nel a.
E ra como al i mentar um pás s aro bebê, el e pens ou, extremamente
s ati s fei to com a s ua l embrança, s ua engenhos i dade, e — bem,
s i mpl es mente com s i própri o.
E l e s orri u bri l hantemente para nada em parti cul ar.
Agora s e s i mpl es mente funci onas s e.
Damon al terou l i gei ramente s ua pos i ção para fi car mai s confortável e
l i gou a água quente de novo, todo tempo s egurando Bonni e, a al i mentando,
tudo — el e s abi a — graci os amente e s em des perdi çar um movi mento. Is s o era
engraçado. E l e apel ava para s eu s ens o do ri dí cul o. Aqui , agora, um vampi ro
não es tava tragando um humano, mas s i m tentando s al vá-l a de uma morte
certa ao al i mentá-l a com s angue de vampi ro.
M ai s do que i s s o. E l e havi a s egui do todos os ti pos de tradi ções e
cos tumes humanos tentando ti rar a roupa de Bonni e s em comprometer s ua
modés ti a de donzel a. Is s o era exci tante. Cl aro, el e havi a vi s to o s eu corpo de
qual quer j ei to; não houvera forma al guma de evi tar i s s o. M as era real mente
mui to mai s emoci onante quando el e es tava tentando s egui r as regras . E l e
nunca havi a fei to i s s o antes .
Tal vez fos s e as s i m que Stefan s e di verti s s e. Não, Stefan ti nha E l ena,
que ti nha s i do humana, vampi ra, e um es pí ri to i nvi s í vel , e agora pareci a s er
um anj o vi vo, s e é que i s s o exi s te. E l ena era di verti da o bas tante por s i s ó.
Ai nda as s i m, el e não havi a pens ado nel a em mi nutos . Podi a até s er um
recorde em i gnorar a E l ena.
E ra mel hor el e chamá-l a, tal vez trazê-l a aqui e expl i car como i s s o es tava
funci onando para que não houves s e razão para es magar o s eu crâni o.
Provavel mente s eri a mel hor.
Damon de repente percebeu que el e não podi a s enti r a aura de E l ena no
quarto de Stefan. M as antes que el e pudes s e i nves ti gar, houve um barul ho,
em s egui da pi s adas martel antes , em s egui da outro barul ho, mui to mai s
próxi mo. E então a porta do banhei ro foi aberta com um chute pel o M ortal ,
Aborrecente, Troço...
M att avançou ameaçadoramente, fi cou com os pés emaranhados , e ol hou
para bai xo para des emaranhá-l os . Suas bochechas bronzeadas foram varri das
com um s úbi to pôr-do-s ol . E l e es tava s egurando o pequeno s uti ã ros a de
Bonni e. E l e o dei xou cai r como s e el e o ti ves s e mordi do, e gi rou-s e, s ó para
col i di r com Stefan, que es tava entrando. Damon as s i s ti u, entreti do.
" Como você os mata, Stefan? Você s ó preci s a de uma es taca? Pode s egurá-
l o enquanto — s angue! E l e es tava dando s angue para el a! " M att s e
i nterrompeu, parecendo como s e fos s e atacar Damon s ozi nho. M á i déi a pens ou
Damon.
M att ol hou nos ol hos del e. Confrontando o mons tro, Damon pens ou,
ai nda mai s entreti do. " Sol te... el a." M att fal ou l entamente, provavel mente
querendo trans mi ti r uma ameaça, mas s oando, Damon pens ou, como s e
achas s e que Damon fos s e defi ci ente mental .
M ortal mente i ncapaz de fal ar, Damon medi tou. Is s o formava
" M utt{4} " , el e di s s e em voz al ta, bal ançando s ua cabeça l i gei ramente.
Tal vez, contudo, i s s o o fi zes s e s e l embrar no futuro.
" M utt? Você es tá me chamando de-? Deus , Stefan, por favor, aj ude-me a
matá-l o! E l e matou Bonni e." As pal avras s aí ram cus pi das de M att em um
úni co fl uxo arrebatador, em uma úni ca res pi ração. Lamentavel mente, Damon
vi u s eu úl ti mo acrôni mo cai r em chamas .
Stefan es tava s urpreendentemente cal mo. E l e col ocou M att atrás del e e
di s s e: " Vá e fi que com E l ena e M eredi th, " de uma forma que não era uma
s uges tão, e vi rou-s e de vol ta para s eu i rmão. " Você não s e al i mentou del a, "
di s s e el e, e i s s o não era uma pergunta.
" E xces s o de Veneno? Não é o meu ti po de di verti mento, i rmãozi nho."
Um canto da boca de Stefan s e l evantou. E l e não res pondeu a i s s o, mas
s i mpl es mente ol hou para Damon com ol hos que ti nham... Conheci mento.
Damon s e conteve.
" E u di s s e a verdade!"
" Vai fazer di s s o um pas s atempo?"
Damon começou a s ol tar Bonni e, percebendo que a dei xando cai r numa
água manchada de s angue s eri a uma boa manei ra de anunci ar s ua s aí da
des s a porcari a, mas ...
M as . E l a era o s eu pás s aro bebê. E l a engol i u o s ufi ci ente de s eu
s angue, agora mai s começari a a fazê-l a s e Trans formar s eri amente. E s e a
quanti dade de s angue que el e havi a dado a el a não fos s e o s ufi ci ente,
s i mpl es mente não era o remédi o, em pri mei ro l ugar. Al ém di s s o, o
mi l agrei ro es tava aqui .
E l e fechou o corte em s eu braço o s ufi ci ente para parar o s angramento e
começou a fal ar...
E a porta s e abri u novamente.
Des ta vez era a M eredi th, e el a ti nha o s uti ã de Bonni e. Tanto Stefan e
Damon s e cal aram. M eredi th era, Damon pens ou, uma pes s oa mui to
as s us tadora. Pel o menos el a tomou o tempo, o que o M utt não fez, para ol har as
roupas es parramadas no chão do banhei ro. E l a di s s e a Stefan, " Como el a
es tá?" o que M utt não ti nha perguntado, tampouco.
" E l a vai fi car bem, " di s s e Stefan e Damon fi cou s urpreendi do com o s eu
s enti mento de... não de al í vi o, é cl aro, mas de um trabal ho bem fei to. Al ém
di s s o, agora el e podi a tal vez evi tar s er puni do pel o Stefan até s obrar s omente
um fragmento de s ua vi da.
M eredi th tomou um profundo fôl ego e fechou s eus ol hos as s us tadores
brevemente. Quando el a fez i s s o, todo o s eu ros to bri l hou. Tal vez el a es ti ves s e
rezando. Havi a s écul os des de que Damon havi a rezado; e el e nunca teve
nenhum pedi do real i zado.
E ntão M eredi th abri u s eus ol hos , deu um chacoal hão, e começou a
parecer as s us tadora de novo. E l a cutucou a pi l ha de roupas no chão e di s s e,
l entamente e forçadamente, " Se o i tem que combi na com es s e não es ti ver
mai s no corpo de Bonni e, haverá um probl ema."
E l a acenou o agora i nfame s uti ã como uma bandei ra.
Stefan pareci a confus o. Como el e podi a não entender a pergunta s obre a
poderos a l i ngeri e des apareci da? Damon s e perguntou. Como al guém poderi a
s er um... um tol o tão des atento? Será que E l ena não us ava — nunca? Damon
s entou congel ado, pres o demai s nas i magens do s eu própri o mundo i nteri or
para poder s e mover por um momento. Aí el e fal ou. E l e ti nha a res pos ta da
charada de M eredi th.
" Você quer vi r aqui e veri fi car?" el e perguntou, vi rando a cabeça
vi rtuos amente para l onge.
" Si m, eu quero."
E l e permaneceu de cos tas para el a enquanto el a s e aproxi mava da
banhei ra, mergul hou s ua a mão na água ros a e morna, e movi mentou a
toal ha um pouco. E l e ouvi u s ai r del a uma res pi ração de al í vi o.
Quando el e s e vi rou, el a di s s e, " Há s angue em s ua boca." Seus ol hos
es curos pareci am mai s es curos do que nunca.
Damon fi cou s urpreendi do. E l e não ti nha i do e perfurado a rui va, como
de hábi to, e então es queci do, ti nha? M as então el e percebeu o moti vo.
" Você tentou s ugar o veneno, não tentou?" Stefan di s s e, ati rando-l he
uma toal ha de ros to branca. Damon l i mpou a l ateral que M eredi th es tava
ol hando e encontrou uma mancha s angrenta. Não era de s e admi rar que s ua
boca es ti ves s e pegando fogo. Aquel e veneno era uma coi s a mui to des agradável ,
embora cl aramente não afetas s e vampi ros da manei ra que afetava os
humanos .
" E há s angue em s ua garganta, " M eredi th conti nuou.
" E xperi ênci a mal s ucedi da, " di s s e Damon, e deu de ombros .
" E ntão você cortou s eu pul s o. M ui to s éri o."
" Para um humano, tal vez. A conferênci a de i mprens a acabou?"
M eredi th vol tou. E l e cons egui a l er s ua expres s ão e el e s orri u
i nteri ormente. E xtra! E xtra! M E RE DITH ASSUSTADA. FRUSTRADA. E l e
conheci a o ol har daquel es que ti nham de des i s ti r de cons egui r derrubar
Damon.
M eredi th l evantou-s e. " Há al guma coi s a que eu pos s a trazer para el e
para parar o s angramento da boca del e? Al go para beber, tal vez?"
Stefan apenas pareceu chocado. O probl ema de Stefan — bem, uma parte
de um dos mui tos probl emas de Stefan — era que el e pens ava que s e
al i mentar era pecami nos o. M es mo s ó fal ar.
Tal vez fos s e real mente mai s di verti do des s e j ei to. As pes s oas apreci am
tudo o que pens am s er pecami nos o. M es mo os vampi ros . Damon es tava
i ncomodado. O que você fazi a quando fazer qual quer coi s a era pecami nos o?
Porque el e es tava es gotando s eus di verti mentos , i nfel i zmente.
Com s uas cos tas vi radas , M eredi th era menos as s us tadora. Damon
arri s cou uma res pos ta à ques tão do que el e queri a beber.
" Você, queri da... você, queri da."
" Queri das demai s , " di s s e M eredi th mi s teri os amente, e antes que
Damon pudes s e entender que el a es tava s i mpl es mente fal ando s obre
l i ngüí s ti ca, e não comentando s obre s ua vi da pes s oal , el a foi embora. Com o
s uti ã vi aj ante.
Agora Stefan e Damon es tavam s ozi nhos . Stefan deu um pas s o mai s
próxi mo, mantendo os ol hos l onge da banhei ra. Você perde tanto, s eu tol o,
Damon pens ou. E s s a era a pal avra que el e es tava procurando mai s cedo. Tol o.
" Você fez mui to por el a, " di s s e Stefan, parecendo achar tão di fí ci l ol har
para Damon quanto para a banhei ra. Is to o dei xou com mui to pouco para ol har.
E l e es col heu ol har para parede.
" Você me di s s e que você me dari a uma s urra s e eu não fi zes s e. E u
nunca gos tei de s urras ." Seu mos trou s orri s o des l umbrante para Stefan e o
manteve até que Stefan começas s e a vi rar para ol har para el e, aí el e des l i gou-
o i medi atamente.
" Você foi al ém do dever."
" Com você, i rmãozi nho, ni nguém s abe di rei to onde o dever termi na.
Di ga- me, como é a eterni dade?"
Stefan arfou um s us pi ro. " Pel o menos você não é do ti po val então que s ó
aterrori za quando tem vantagem."
" Você es tá me convi dando para ' dar uma vol ti nha' , como di zem?"
" Não, eu es tou te el ogi ando por ter s al vado a vi da de Bonni e."
" E u não percebi que eu ti nha uma es col ha. Como, al i ás , você cons egui u
curar M eredi th e-e... como você cons egui u?"
" E l ena os bei j ou. Você nem mes mo percebeu que el a ti nha i do embora?
E u os trouxe de vol ta aqui , e el a des ceu e s oprou em s uas bocas e os curou.
Pel o que eu vi , el a parece es tar l entamente vol tando a s er uma compl eta
humana, ao i nvés de es pí ri to. E u acho que vai demorar mai s al guns di as , s ó
de ol har para o s eu progres s o des de que el a acordou até agora."
" Pel o menos el a es tá fal ando. Não mui to, mas você não pode querer
tudo." Damon l embrou-s e da vi s ta do Pors che, com a capota abai xada e E l ena
fl utuando como um bal ão. " E s ta pequena rui va não di s s e uma pal avra, "
Damon acres centou quei xos o, e em s egui da deu os ombros . " M es ma
di ferença."
" Por que, Damon? Por que você não s i mpl es mente admi te que s e i mporta
com el a, pel o menos o s ufi ci ente para mantê-l a vi va — e s em ao menos
mol es tar el a? Você s abi a que el a não podi a s e dar ao l uxo de perder s angue... "
" Foi uma experi ênci a, " expl i cou Damon cui dados amente. E ti nha
acabado agora. Bonni e acordari a ou dormi ri a, vi veri a ou morreri a, nas mãos de
Stefan — não nas del e. E l e es tava mol hado, el e es tava des confortável , el e
es tava l onge o s ufi ci entemente da refei ção des s a noi te para s e s enti r fami nto
e traí do. Sua boca doí a. " Você s egura a cabeça del a agora, " el e di s s e
brus camente. " E s tou s ai ndo. Você e E l ena e... M utt podem termi nar—"
" Seu nome é M att, Damon. Não é di fí ci l de l embrar. "
" É quando você não tem abs ol utamente nenhum i nteres s e por el e.
E xi s tem mui tas adorávei s s enhori tas nes ta vi zi nhança para me fazê-l o
qual quer coi s a exceto mi nha úl ti ma opção de l anche."
Stefan bateu duramente na parede. Seu punho perfurou o reves ti mento
anti go. " Droga, Damon, i s s o não é tudo para que os s eres humanos s ervem."
" É tudo o que eu peço del es ."
" Você não pede. E s s e é o probl ema."
" Is to é um eufemi s mo. É tudo que eu pretendo tomar del es , então. É
certamente tudo em que es tou i nteres s ado. Não tente acredi tar que é al go
mai s . Não há nenhum moti vo para encontrar evi dênci as para i nventar uma
menti ri nha."
Os punhos de Stefan s e l evantaram. E ra a s ua mão es querda, e Damon
es tava s egurando a cabeça de Bonni e des s e l ado, então el e não pôde s e afas tar
graci os amente como el e normal mente fari a. E l a es tava i ncons ci ente; el a
poderi a engol i r uma bocada de água e morrer i medi atamente. Quem s abi a
s obre es s es humanos , es peci al mente quando el es es tavam envenenados ?
E m vez di s s o, el e s e concentrou em defender todo o l ado di rei to do s eu
quei xo. E l e acredi tou que el e poderi a tomar um s oco, mes mo do Novo e M el hor
Stefan s em s ol tar a garota — mes mo que Stefan quebras s e s ua mandí bul a.
O punho de Stefan parou a poucos mi l í metros de di s tânci a do ros to de
Damon.
Houve uma paus a; os i rmãos ol haram um para o outro através de uma
di s tânci a de s es s enta centí metros .
Stefan tomou um fôl ego profundo e s e s entou. " Agora você admi te?"
Damon es tava verdadei ramente perpl exo. " Admi te o quê?"
" Que você s e i mporta com el es . O bas tante para tomar um s oco e não
dei xar Bonni e s e afogar."
Damon ol hou fi xamente , então começou a ri r e des cobri u que el e não
podi a parar.
Stefan encarou-o de vol ta. E ntão el e fechou os ol hos e deu uma mei a-vol ta
em agoni a.
Damon ai nda não cons egui a parar de ri r. " E você pe-pens ou que eu me
i mp-i mportava com uma pequena hu-hu-hu..."
" Por que você fez i s s o, então?" Di s s e Stefan cans ado.
" Whu-whu-whi n. E u di -di s s e pra v-vo-você. Só wuh-huhhuhuha...
" Damon teve um col aps o, parecendo bêbado por fal ta de comi da e de mui tas
emoções di ferentes .
A cabeça de Bonni e cai u na água.
Ambos os vampi ros mergul haram até el a, s uas cabeças s e batendo
enquanto col i di am no centro da banhei ra. Ambos caí ram brevemente, tontos .
Damon não es tava ri ndo mai s . Ao i nvés el e es tava l utando como um ti gre
para ti rar a meni na fora da água. Stefan também es tava e com s eus refl exos
recém aguçados , el e pareci a es tar perto de ganhar. M as foi como Damon ti nha
pens ado há uma hora, mai s ou menos , — nenhum del es s equer cons i derou
em col aborar para pegar a meni na. Cada um es tava tentando fazer i s s o
s ozi nho, e cada um es tava i mpedi ndo o outro.
" Sai do meu cami nho, mol eque, " Damon ros nou, quas e s i bi l ando uma
ameaça.
" Você não dá a mí ni ma pra el a. Você que s ai a do cami nho—"
Houve al go pareci do com um gêi s er e Bonni e expl odi u aci ma da água por
conta própri a. E l a cus pi u um bocado e gri tou, " O que es tá acontecendo?" em
tons de derreter um coração de pedra.
O que aconteceu. Contempl ando a s ua des grenhada pas s ari nha, que
es tava agarrando a toal ha j unto a s i i ns ti nti vamente, com s eu cabel o ardente
grudado em s ua cabeça e s eus grandes ol hos cas tanhos pi s cando entre
mechas , al go s e encheu em Damon. Stefan ti nha corri do para a porta para
contar aos outros as boas notí ci as . Por um momento, eram apenas os doi s :
Damon e Bonni e.
" Tem um gos to horrí vel , " di s s e Bonni e l amentavel mente, cus pi ndo fora
mai s água.
" E u s ei , " di s s e Damon, encarando-a. A coi s a nova que el e es tava
s enti ndo ti nha i nchado s ua al ma até que a pres s ão era demai s para agüentar.
Quando Bonni e di s s e, " M as eu es tou vi va!" com uma mudança de 180 graus
em s eu humor, s eu ros to em formato de coração chei o de al egri a repenti na, o
orgul ho feroz que Damon s enti u em res pos ta foi i ntoxi cante. E l e e s omente
el e ti nha a trazi do de vol ta da bei ra da gél i da morte. Seu corpo chei o de veneno
ti nha s i do curado por el e; foi o s eu s angue que havi a di s s ol vi do e di s pers ado a
toxi na, o s eu s angue -
E então a coi s a do i nchaço expl odi u.
Havi a, para Damon, um pal pável , s e não audí vel , es tal o a medi da que a
pedra reves ti ndo s ua al ma expl odi u e um grande pedaço cai u.
Com al guma coi s a dentro del e cantando, el e agarrou Bonni e para s i ,
s enti ndo a mol hada toal ha através de s ua cami s a de s eda, e s enti ndo o corpo
l eve de Bonni e s ob a toal ha. Defi ni ti vamente uma donzel a, e não uma cri ança,
el e pens ou verti gi nos amente, i ndependentemente do que a es cri ta naquel e
i nfame pedaço de nyl on ros a ti nha al egado. E l e a agarrou como s e el e
preci s as s e de s eu s angue — como s e es ti ves s em em um mar numa
tempes tade de furacões e s ol tá-l a s eri a perdê-l a.
Seu pes coço doí a ferozmente, mas mai s rachaduras foram s e es pal hando
por toda a pedra; i ri a expl odi r compl etamente, dei xando que o Damon que el a
s egurava fos s e para fora — e el e es tava bêbado demai s com orgul ho e al egri a,
s i m, al egri a, para l i gar. Rachaduras es tavam s e es pal hando em todas as
di reções , pedaços de pedra voando para l onge...
Bonni e o empurrou para l onge.
E l a ti nha uma força s urpreendente para al guém com uma es trutura tão
frági l . E l a s e empurrou compl etamente para fora de s eus braços . Sua
expres s ão ti nha mudado radi cal mente de novo: agora s eu ros to mos trava
apenas medo e des es pero — e, s i m, repul s a.
" Socorro! Al guém, por favor, aj ude!" Seus ol hos cas tanhos es tavam
enormes e agora o ros to del a es tava branco novamente.
Stefan ti nha s e vi rado. Tudo o que el e vi u foi o que a M eredi th vi u,
s ai ndo em di s parada por s ob s eu braço do outro cômodo, ou o que M att vi u,
tentando es pi ar no pequeno e s uperl otado banhei ro: Bonni e agarrando
ferozmente s ua toal ha, tentando fazê-l a s e cobri r, e Damon de j oel hos na
banhei ra, s eu ros to s em expres s ão.
" Por favor, aj udem. E l e me ouvi u chamar — eu cons egui a s enti -l o do
outro l ado — mas el e s ó obs ervou. E l e fi cou parado e obs ervou todos nós
morrendo. E l e quer todos os s eres humanos mortos , com o nos s o s angue cai ndo
em degraus brancos em al gum l ugar. Por favor, ti rem el e de perto de mi m!"
E ntão. A pequena bruxa era mai s efi ci ente do que el e ti nha i magi nado.
Não era i ncomum reconhecer que al guém es tava recebendo s uas
trans mi s s ões — você recebe res pos tas — mas para i denti fi car o i ndi ví duo era
preci s o tal ento. Al ém di s s o, el a obvi amente ouvi u o eco de al guns de s eus
pens amentos . E l a era tal entos a, a s ua pás s ara... não, não a s ua pás s ara, não
com el a ol hando para el e com um ol har tão próxi mo ao ódi o quanto Bonni e
cons egui a.
Houve um s i l ênci o. Damon teve uma chance de negar a acus ação, mas
por que s e preocupar? Stefan s eri a capaz de aval i ar a verdade daqui l o. Tal vez
Bonni e, também.
Repul s ão es tava voando de ros to para ros to, como s e fos s e uma rápi da
doença contagi os a.
Agora M eredi th es tava correndo para frente, agarrando outra toal ha. E l a
ti nha al gum ti po de bebi da quente na s ua outra mão — chocol ate quente, pel o
chei ro. E ra quente o s ufi ci ente para s er uma arma efi caz — não há modo de
s e es qui var de tudo aqui l o, não para um vampi ro cans ado.
" Aqui , " el a di s s e para Bonni e. " Você es tá s egura. Stefan es tá aqui . E u
es tou aqui . M att es tá aqui . Pegue es s a toal ha; vamos apenas col ocá-l a em
torno de s eus ombros . "
Stefan ti nha fi cado de pé s i l enci os amente, as s i s ti ndo tudo aqui l o —
não, as s i s ti ndo o s eu i rmão. Agora, o s eu ros to endurecendo defi ni ti vamente,
el e di s s e uma pal avra.
" Fora."
Di s pens ado como um cão. Damon bus cou s eu cas aco atrás del e, e des ej ou
que ao bus car s eu s ens o de humor pudes s e s er tão bem s ucedi do quanto. Os
ros tos em torno del e eram todos i guai s . E l es poderi am ter s i do es cul pi dos em
pedra.
M as não eram pedras tão duras como a pedra que es tava s e j untando
novamente em torno de s ua al ma. E s s a pedra era notavel mente rápi da para s e
cons ertar — e uma camada extra foi adi ci onada, como as camadas de uma
pérol a, mas não cobri a nada tão boni to as s i m.
Seus ros tos eram ai nda os mes mos enquanto Damon tentava s ai r do
pequeno cômodo que comportava pes s oas demai s . Al guns del es es tavam
fal ando; M eredi th com Bonni e, M utt — não, M att — es bravej ando um fl uxo
de puro ódi o áci do... mas Damon não ouvi u as pal avras de verdade. Aqui el e
podi a s enti r o chei ro de mui to s angue. Todos ti nham pequenos machucados .
Seus aromas i ndi vi duai s — ani mai s di ferentes no rebanho — s e fecharam
s obre el e. Sua cabeça es tava gi rando. E l e ti nha de s ai r dal i ou el e i a arrebatar
a vei a quente mai s próxi ma e drená-l a até s ecar. Agora, el e es tava mai s do
que tonto; el e es tava mui to quente, mui to... s edento.
M ui to, mui to s edento. E l e ti nha trabal hado por um l ongo perí odo s em s e
al i mentar e agora el e es tava rodeado de pres as . E l as es tavam cercando-o. Como
el e podi a s e i mpedi r de agarrar apenas um del es ? Um del es real mente fari a
fal ta?
E l á es tava aquel a que el e não ti nha vi s to ai nda, e que não queri a ver.
Tes temunhar as fei ções amávei s de E l ena retorci das na mes ma más cara de
repul s a que el e vi ra no ros to de todos os outros aqui ... des agradável , el e
pens ou, o s eu vel ho s enti mento de i ndi ferença fi nal mente vol tando a el e.
M as i s s o não podi a s er evi tado. E nquanto Damon s ai a do banhei ro,
E l ena es tava bem na frente del e, fl utuando como uma enorme borbol eta. Seus
ol hos foram atraí dos para exatamente o que el e não queri a ver: a s ua
expres s ão.
As fei ções de E l ena não eram i guai s as dos outros . E l a pareci a
preocupada, chateada. M as não havi a um traço de noj o ou ódi o que apareci a em
todos os outros ros tos .
E l a até fal ou, na es tranha voz-mental que não era, de al guma forma,
como tel epati a, mas que a permi ti a fi car em doi s ní vei s de comuni cação de
uma s ó vez.
" Da—mon."
Conte sobre os malach. Por favor.
Damon apenas l evantou uma s obrancel ha para el a. Contar a um bando de
humanos s obre el e mes mo? E l a es tava s endo del i beradamente ri dí cul a?
Al ém di s s o, os mal ach não ti nham fei to nada real mente. Ti nham l he
di s traí do por al guns mi nutos , i s s o era tudo. Não havi a propós i to em cul par os
mal ach quando tudo que el es ti nham fei to era apri morar s ua própri a vi s ão
brevemente. E l e s e perguntou s e E l ena ti nha qual quer noção do conteúdo de
s eu pequeno devanei o noturno.
" Da—mon."
Eu posso ver. Tudo. Mas, ai nda, por favor...
Oh, bem, tal vez es pí ri tos s e habi tuas s em a ver os podres de todo mundo.
E l ena não deu qual quer res pos ta aquel e pens amento, então el e foi dei xado no
es curo.
No es curo. Que era o que el e es tava acos tumado, de onde el e ti nha vi ndo.
E l es i ram para cami nhos di ferentes , os s eres humanos para s uas cas as
quentes e s ecas e el e para uma árvore na fl ores ta. E l ena i ri a fi car com Stefan,
é cl aro.
É cl aro.
" Sob as ci rcuns tânci as , não vou di zer au revoi r,' ' di s s e Damon, com o s eu
des l umbrante s orri s o para E l ena, que ol hou para el e gravemente. " Vamos
apenas di zer ‘adeus ’ e dei xar por i s s o mes mo."
Não houve res pos ta dos humanos .
" Da—mon." E l ena es tava gri tando agora.
Por favor. Por favor.
Damon começou a i r para o es curo.
Por favor...
E s fregando s eu pes coço, el e conti nuou i ndo.
13
M ui to mai s tarde naquel a noi te, E l ena não cons egui a dormi r. E l a não
queri a fi car encurral ada dentro da Sal a Al ta, di s s e el a. Secretamente, Stefan
s e preocupava que queri a i r l á fora e s egui r o mal ach que ti nha atacado o carro.
M as el e não achava que el a era capaz de menti r, e el a conti nuava batendo
contra a j anel a fechada, s us s urrando para el e que el a s ó queri a ar. Ar
exteri or.
" Deví amos col ocar uma roupa em você."
M as E l ena es tava confus a — e cabeça-dura. É de Noi te... E s te é o meu
Ves ti do de Noi te, di s s e el a. Você não gos tou do meu Ves ti do de Di a. E ntão el a
bateu na j anel a novamente. Seu " Ves ti do de Di a" ti nha s i do a cami s a azul
del e, que, com ci nto, pareci a uma cami s ol a mui to curta nel a, i ndo até o mei o
das coxas .
Agora o que el a queri a s e encai xava com os própri os des ej os del e tão
compl etamente que el e s e s enti a... um pouco cul pado s obre a pers pecti va. M as
el e dei xou-s e convencer.
E l es s e afas taram, de mãos dadas , E l ena como um fantas ma ou um
anj o em s ua cami s ol a, Stefan todo de preto, s enti ndo-s e quas e des aparecer
onde as árvores obs cureci am o l uar. De al guma forma, el es acabaram na
Vel ha Fl ores ta, onde es quel etos de árvores mi s turavam-s e com os ramos vi vos .
Stefan es ti cou s eus novos e mel horados s enti dos para l onge, mas s ó cons egui u
achar os habi tantes normai s da fl ores ta, l entamente e hes i tantemente
retornando após terem s i do as s us tados pel o ataque de Poder de Damon.
Ouri ços . Veado. Rapos as de caça, e uma pobre rapos a-fêmea com doi s
fi l hoti nhos gêmeos , que não fora capaz de correr por caus a de s eus fi l hotes .
Aves . Todos os ani mai s que aj udavam a fl ores ta a s er o l ugar maravi l hos o que
el a era.
Nada que pareces s e com mal ach ou pareces s e que pudes s e caus ar
al gum dano.
E l e começou a s e perguntar s e Damon ti nha s i mpl es mente i nventado a
cri atura que havi a i nfl uenci ado el e. Damon era um menti ros o
tremendamente convi ncente.
E l e es tava di zendo a verdade, E l ena cantarol ou. M as ou era i nvi s í vel ou
ti nha i do embora agora. Por caus a de você. Seu Poder.
E l e ol hou para el a e encontrou-a ol hando para el e com um mi s to de
orgul ho e outra emoção que era faci l mente i denti fi cada — mas as s us tadora de
s e ver do l ado de fora.
E l a l evantou o ros to, s uas l i nhas cl ás s i cas puras e pál i das s ob o l uar.
Seu ros to es tava ros a Pi nk, do rubor, e s eus l ábi os es tavam l i gei ramente
franzi dos .
Ah... di abos , Stefan pens ou des control adamente.
" Depoi s de tudo que você pas s ou, " começou el e, e cometeu o s eu
pri mei ro erro. E l e tomou pos s e dos braços del a. Al i , al gum ti po de s i nergi a
entre o s eu Poder e o del a começou a l evá-l os , em uma es pi ral mui to devagar,
para ci ma.
E el e podi a s enti r o cal or del a. A s uavi dade doce do s eu corpo. E l a ai nda
es tava à es pera, de ol hos fechados , por s eu bei j o.
Nós podemos começar tudo de novo, el a s ugeri u es peranços amente.
E i s s o era verdade. E l e queri a devol ver para el a as s ens ações que el a
ti nha dado a el e em s eu quarto. E l e queri a abraçá-l a fortemente; queri a
bei j á-l a até el a es tremecer. E l e queri a fazê-l a derreter e des mai ar com i s s o.
E l e poderi a fazer i s s o também. Não s ó porque você aprendi a uma ou duas
coi s as s obre mul heres quando s e é um vampi ro, mas porque el e conheci a
E l ena. E l es real mente eram um s ó coração, uma al ma. Por favor? E l ena
s us s urrou.
M as el a era tão j ovem agora, tão vul nerável em s ua pura cami s ol a
branca, com s ua pel e creme e a pel e ros a de do rubor, anteci pando. Não poderi a
s er certo ti rar provei to de al guém as s i m.
E l ena abri u s eus ol hos azul -vi ol eta, prateados pel o l uar, e ol hou
di retamente para el e.
Você quer... E l a di s s e com s obri edade na boca, mas traves s ura em s eus
ol hos ... ver quantas vezes você conseg ue me fazer di zer, por favor?
Deus, não. M as i s s o s oou tão maduro que Stefan i mpotentemente a puxou
para s eus braços . E l e bei j ou o topo de s ua cabeça s edos a. E l e foi bei j ando
abai xo del a, s ó evi tando s ua pequena boca de botão de ros a que ai nda es tava
franzi da em uma s ol i tári a s úpl i ca. Eu te amo. Eu te amo. E l e percebeu que el e
es tava quas e es magando s uas cos tel as e tentou s ol tá-l a, mas E l ena s egurava
tão fi rmemente quanto podi a, s egurando s eus braços ao redor del a.
Você quer — o cantarol ar era o mes mo, i nocente e i ngênuo — ver quantas
vezes eu posso fazer você di zer, por favor?
Stefan ol hou para el a por um momento. E ntão, como uma es péci e de
s el vageri a em s eu coração, el e cai u na pequena boca de botão de ros a e bei j ou-
a s em fôl ego, bei j ou-a até el e mes mo s e s enti r tão tonto que teve que s ol tá-l a,
apenas por doi s ou ci nco centí metros .
E ntão el e ol hou nos ol hos del a novamente. Uma pes s oa podi a s e perder
ol hos como es s e, podi a cai r para s empre em s uas profundezas vi ol eta
es trel ada. E l e queri a i s s o. M as mai s que i s s o, el e queri a al go mai s .
" E u quero te bei j ar, " el e s us s urrou, bem na entrada de s ua orel ha
di rei ta, mordendo-a.
Si m. E l a es tava certa s obre i s s o.
" Até você des mai ar em meus braços ."
E l e s enti u o arrepi o percorrer o corpo del a. E l e vi u os ol hos vi ol etas
fi carem nebul os os , fechando parci al mente. M as para s ua s urpres a recebeu
de vol ta uma res pos ta i medi ata, mes mo que l i gei ramente ofegante, " Si m, "
di s s e E l ena em voz al ta.
E as s i m el e fez.
Bem perto de des mai ar, com pequenos cal afri os pas s ando por el a, e com
gri ti nhos que el e tentava parar com s ua própri a boca, el e a bei j ou. E depoi s ,
porque es tava na Hora, e porque os cal afri os es tavam começando a fi car
dol oros os para el es , e a res pi ração de E l ena es tava tão rápi da e dura quando
el e a dei xava res pi rar que el e es tava real mente com medo de que el a pudes s e
des mai ar, el e s ol enemente us ou a s ua unha para abri r uma vei a em s eu
pes coço para el a.
E E l ena, que j á ti nha s i do apenas humana, e teri a fi cado horrori zada
com a i déi a de beber s angue de outra pes s oa, apertou-s e a el e com um
pequeno s om abafado de al egri a. E então el e pôde s enti r s ua boca quente,
quente contra a carne de s eu pes coço, e el e a s enti u es tremecer fortemente, e
s enti u a s ens ação i nebri ante de ter s eu s angue reti rado por aquel a que el e
amava. E l e queri a derramar todo o s eu s er em frente à E l ena, dar a el a tudo o
que el e era, ou tudo o que el e s eri a. E el e s abi a que es ta era a forma como el a
ti nha s e s enti do, dei xando-o beber s eu s angue. E s s e era o ví ncul o s agrado
que el es comparti l havam.
Is s o fez el e s e s enti r como s e el es ti ves s em s i do amantes des de o i ní ci o
do uni vers o, des de o pri mei ro aparecer da pri mei ra es trel a da es curi dão. E ra
al go mui to pri mi ti vo, e mui to profundo engrenado nel e. Quando el e s enti u
pel a pri mei ra vez o fl uxo de s angue na boca del a, el e teve que s ufocar um
gri to contra o cabel o del a. E então el e s us s urrava para el a, coi s as ferozes e
i nvol untári as s obre como el e a amava e como el es nunca poderi am s e s eparar,
e cari nhos e abs urdos arrancados del e em uma dúzi a de l í nguas di ferentes .
E então não houve mai s pal avras , apenas s enti mentos .
E as s i m el es l entamente forem para ci ma em es pi ral até a l uz do l uar,
a cami s ol a branca às vezes s e agarrando em vol ta das pernas ves ti das de preto
del e, até que el es chegaram ao topo das árvores , vi vos e de pé, mas mortos .
E ra uma ceri môni a mui to s ol ene e mui to pri vada del es própri os , e el es
es tavam perdi dos demai s na al egri a para fi car de ol ho no peri go. M as Stefan
j á havi a veri fi cado i s s o, e el e s abi a que E l ena também. Não havi a peri go; s ó
havi a os doi s , fl utuando e s acudi ndo com a l ua bri l hando por ci ma del es como
uma bênção.

***

Uma das coi s as mai s útei s que Damon havi a aprendi do recentemente —
mai s úti l do que voar, apes ar de que i s s o ti nha s i do al go mui to di verti do — era
es conder abs ol utamente a s ua pres ença.
E l e teve que derrubar todas as s uas barrei ras , é cl aro. E l as apareceri am
até mes mo em um es caneamento cas ual . M as i s s o não i mportava, porque s e
ni nguém pudes s e vê-l o, ni nguém poderi a encontrá-l o. E , portanto, el e es tava
s eguro. Q.E .D{5} .
M as hoj e à noi te, depoi s de s ai r da pens ão, el e ti nha i do para a Vel ha
Fl ores ta para encontrar uma árvore para des contar toda s ua rai va.
Não é que el e s e i mportas s e o que o l i xo humano pens ava del e, el e
pens ou venenos amente. Seri a como s e preocupar com o pens amento de uma
gal i nha l ogo antes de l he apertar s eu pes coço. E , de todas as coi s as com que
menos s e i mportava, a opi ni ão de s eu i rmão era a número um.
M as E l ena ti nha es tado l á. E mes mo s e el a ti ves s e compreendi do —
ti nha s e es forçado para cons egui r que os outros compreendes s em — era
s i mpl es mente mui to humi l hante, s i do expul s o na frente del a.
E as s i m el e s e reti rou, el e pens ou amargamente, no úni co refúgi o que
el e poderi a chamar de l ar. Apes ar de i s s o s er um pouco ri dí cul o, poi s el e
poderi a ter pas s ado a noi te no mel hor hotel em Fel l ' s Church ( o úni co hotel )
ou com qual quer número de garotas doces que pudes s em convi dar um vi aj ante
cans ado para beber... água. Uma onda de Poder para col ocar os pai s para
dormi r, e el e poderi a ter ti do abri go, bem como um l anche quente e di s pos to,
até de manhã.
M as el e es tava com um humor cruel , e el e s ó queri a fi car s ozi nho. E l e
es tava com um de medo de caçar. E l e não s eri a capaz de control ar a s i mes mo
com um ani mal em pâni co em s eu atual es tado de es pí ri to. Tudo que el e
cons egui a pens ar era ras gar e des pedaçar e fazer al guém mui to, mui to
i nfel i z.
Os ani mai s es tavam vol tando, porém, el e notou, cui dados o para us ar
s omente s enti dos comuns e nada que traí s s e s ua pres ença. A noi te de terror
havi a acabado para el es , e el es tendi am a ter uma memóri a mui to curta.
E ntão, bem quando el e es tava s e dei tando em um gal ho, des ej ando que
M utt, pel o menos , ti ves s e s ofri do al gum ti po de feri mento dol oros o e
duradouro, el es apareceram. Do nada, aparentemente. Stefan e E l ena, de
mãos dadas , fl utuando como um par de amantes al ados fel i zes de
Shakes peare, como s e a fl ores ta fos s e a cas a del es .
E l e não ti nha s i do capaz de acredi tar ni s s o de pri mei ra.
E então, bem quando el e es tava pres tes a trazer a cas a abai xo e começar
com s arcas mo s obre el es , el es ti nham i ni ci ado a s ua cena de amor.
Bem na frente de s eus ol hos .
Até mes mo fl utuando até o s eu ní vel , como s e para es fregar na cara.
E l es começaram a s e bei j ar e a fazer carí ci as e... mai s coi s as .
E l es o tornaram em um voyeur rel utante, apes ar de el e ter fi cado mai s
i rri tado e menos rel utante à medi da que o tempo pas s ava e carí ci as del es s e
tornaram mai s pas s i onai s . E l e teve que cerrar s eus dentes , quando Stefan
ofereceu s eu s angue a E l ena. Teve vontade de gri tar que houvera um tempo
em que es ta meni na es tava faci l mente à s ua di s pos i ção, quando el e poderi a
ter drenado el a e el a teri a morri do fel i zmente em s eus braços , quando el a
ti nha obedeci do ao s om de s ua voz i ns ti nti vamente e o gos to de s eu s angue a
fazi a al cançar o céu em s eus braços .
Como el a obvi amente es tava al cançando nos braços de Stefan.
Is s o foi o pi or. E l e teve que cavar s uas unhas em s ua pal ma quando
E l ena s e enrol ou em torno de Stefan como uma s erpente graci os a e compri da e
ti nha prendi do a boca contra o pes coço del e, como o ros to de Stefan ti nha vi rado
em di reção ao céu, com os ol hos fechados .
Pel o amor de todos os demôni os no i nferno, por que el es s i mpl es mente
não acabavam l ogo com i s s o?
Foi quando el e percebeu que el e não es tava s ozi nho em s ua árvore bem-
es col hi da e cômoda.
Havi a al guém mai s al i , s entado cal mamente ao l ado del e no ramo
grande. E l e deve ter s urgi do enquanto el e es tava abs orto na cena de amor e em
s ua própri a fúri a, mas ai nda as s i m, i s s o fazi a del e mui to, mui to bom.
Ni nguém havi a s e es guei rado ao l ado del e s em el e perceber por mai s de doi s
s écul os . Três , tal vez.
O choque o fez cai r do gal ho — s em us ar a s ua capaci dade vampi res ca de
fl utuar.
Um l ongo braço magro es tendeu-s e para pegá-l o, l ançando-l he para
s egurança, e Damon encontrou-s e ol hando um par de ol hos dourados ri ndo.
Quemdi abos é você? el e envi ou. E l e não s e preocupou com i s s o s endo captado
pel os amantes à l uz do l uar. Nada menos do que um dragão ou uma bomba
atômi ca s eri a capaz de capturar a atenção del es agora.
Eu sou o di abo Shi ni chi , o outro garoto res pondeu. Seu cabel o era o mai s
es tranho que Damon havi a vi s to ul ti mamente. E ra l i s o e bri l hante e preto em
toda parte, exceto por uma franj a vermel ho es cura des i gual nas pontas . A
franj a j ogada des cui dadamente para l onge de s eus ol hos termi nava em rubro,
as s i m como os fi ozi nhos por todo o col ari nho — j á que el e us ava-o
l i gei ramente compri do. Pareci a como s e l í nguas de chamas dançantes e
bri l hantes es ti ves s em l ambendo as extremi dades del e, e i s s o dava uma
ênfas e s i ngul ar para a s ua res pos ta: Eu sou o di abo Shi ni chi . Se al guém pudes s e
s e pas s ar como um di abo vi ndo di reto do Inferno, es s e meni no podi a.
Por outro l ado, s eus ol hos eram os ol hos de ouro puro de um anj o. A
mai ori a das pessoas me chama apenas de Shi ni chi , el e acres centou s obri amente para
Damon, dei xando es s es ol hos enrugarem um pouco para mos trar que era uma
pi ada. Agora você s abe o meu nome. Quem é você?
Damon s i mpl es mente ol hou para el e em s i l ênci o.
14
E l ena acordou na manhã s egui nte na cama es trei ta de Stefan. E l a
reconheceu i s s o antes que es ti ves s e compl etamente acordada e pedi u aos céus
que ti ves s e dado uma des cul pa razoável para a ti a Judi th na noi te anteri or. A
noi te anteri or — o própri o concei to era extremamente i ndi s ti nto. O que el a
s onhara para fazer des s e des pertar tão extraordi nári o? E l a não cons egui a s e
l embrar — credo, el a não cons egui a s e l embrar de nada!
E então el a s e l embrou de tudo.
Sentando-s e com um s ol avanco que a teri a mandado rapi di nho para fora
da cama cas o el a ti ves s e tentado i s s o ontem, el a vas cul hou s uas l embranças .
Luz do di a. E l a s e l embrava da l uz do di a, a l uz toda nel a — e el a não
es tava com s eu anel . E l a ol hou freneti camente para ambas as mãos . Nada de
anel . E el a es tava s entada numa col una de l uz s ol ar e i s s o não a machucava.
Não era pos s í vel . E l a s abi a, el a s e l embrava com cada memóri a crua que
i mpregnava cada cél ul a de s eu corpo, que a l uz s ol ar a matari a. E l a ti nha
aprendi do es s a l i ção com um úni co toque de rai o s ol ar em s ua mão. E l a nunca
s e es queceri a da dor abras adora e es cal dante: o toque que ti nha i mpres s o es s e
comportamento nel a para s empre. Não i r a l ugar al gum s em o anel de l ápi s -
l azúl i , que por s i s ó j á era boni to, mas mai s boni to por s aber que el e era s eu
s al vador. Sem el e, el a poderi a, el a i ri a...
Oh. Oh.
M as el a j á ti nha, não ti nha?
E l a ti nha morri do.
Não ti nha s i mpl es mente s e Trans formado como quando el a ti nha vi rado
vampi ra, mas morri do de verdade, daquel e ti po que ni nguém vol ta. E m s ua
fi l os ofi a pes s oal , el a deve ter s e des i ntegrado em átomos anôni mos , ou i do
di retamente para o i nferno.
Ao i nvés di s s o, el a não ti nha real mente i do a l ugar al gum. E l a ti vera
al guns s onhos s obre fi guras paternas ou maternas dando-l he cons el hos — e
de querer mui to aj udar as pes s oas , que, de repente, es tavam bem mai s
fácei s de s erem entendi das . O val então de es col a? E l a ti nha obs ervado
tri s temente como s eu pai bêbado ti nha des contado s ua própri a fúri a nel e noi te
após noi te. Aquel a garota que nunca faz s ua l i ção de cas a? E s peravam que el a
cri as s e três i rmãs e i rmãos mai s novos enquanto s ua mãe repous ava na cama
o di a todo. Só al i mentar e l i mpar o bebê tomava todo o tempo que el a ti nha.
Havi a s empre uma razão por trás de cada comportamento, e agora el a cons egui a
ver i s s o.
E l a ti nha até mes mo s e comuni cado com pes s oas através de s eus
s onhos . E então um dos Anti gos ti nha chegado a Fel l ’s Church, e tudo que el a
cons egui u fazer foi s uportar a i nterferênci a del e e não fugi r. E l e fez com que
os humanos chamas s em pel a aj uda do Stefan — e Damon fora convocado
aci dental mente também. E E l ena havi a aj udado-os como pudera, mes mo
quando ti vera s i do quas e i ns uportável , porque os Anti gos conheci am o amor e
que partes apertar e como fazer s eus i ni mi gos correrem em todas as di reções
certas . M as el e ti nha l utado contra el e — e el es ti nham venci do. E E l ena,
tentando curar as feri das mortai s de Stefan, ti nha de al gum modo s e tornado
mortal novamente: nua, dei tada no chão da Fl ores ta Anti ga, com a j aqueta de
Damon s obre el a, enquanto o própri o Damon ti nha des apareci do s em es perar
pel os agradeci mentos .
E aquel e des pertar fora um de coi s as bás i cas : coi s as dos s enti dos :
toque, pal adar, audi ção, vi s ão — e do coração, mas não da cabeça. Stefan fora
tão bom pra el a.
" E agora, o que eu s ou?" E l ena di s s e em voz al ta, encarando enquanto
vi rava s uas mãos de um l ado para o outro, admi rando a carne s ól i da e mortal
que obedeci a às l ei s da gravi dade. E l a di s s era que des i s ti ri a de voar por el e.
Al guém ti nha l evado s ua fras e a s éri o.
" Você é l i nda, " Stefan res pondeu di s trai damente, não s e movendo.
E ntão de repente el e s e l evantou como um foguete. " Você es tá fal ando!"
" E u s ei que es tou."
" E es tá fazendo s enti do!"
" Obri gada pel a s ua bondade."
" E em fras es !"
" E u notei ."
" Vá, então, e di ga al go l ongo — por favor, " Stefan di s s e como s e não
acredi tas s e ni s s o.
" Você es tá pas s ando tempo demai s com os meus ami gos , " E l ena di s s e.
" E s s a fras e tem o atrevi mento da Bonni e, a cortes i a do M att, e a i ns i s tênci a
aos fatos da M eredi th."
" E l ena, é você!"
Ao i nvés de conti nuar es s e di ál ogo bobo com " Stefan, s ou eu!" E l ena
parou para pens ar. E ntão, el a s ai u da cama cui dados amente e deu um pas s o.
Stefan ol hou para l onge afobadamente, dando-l he um robe. Stefan? Stefan?
Si l ênci o.
Quando Stefan s e vi rou após um i nterval o decente, el e vi u E l ena s e
aj oel hando na l uz do s ol s egurando o robe.
" E l ena?" E l a s abi a que, para el e, el a pareci a com um anj o mui to j ovem
medi tando.
Stefan.
" M as você es tá chorando."
" E u s ou humana novamente, Stefan." E l a ergueu uma mão, dei xou-a
cai r na pegada da gravi dade. " E u s ou humana novamente. Não mai s , não
menos . E u acho que s ó l evei al guns di as para vol tar total mente."
E l a ol hou nos ol hos del e. E l es s empre foram ol hos tão, tão verdes . Como
um cri s tal verde com um pouco de l uz i mpedi da atrás del es . Como uma fol ha
de verão s egurada perante o s ol .
Eu posso ler a sua mente.
" M as eu não pos s o l er a s ua, Stefan. E u s ó cons i go ter uma s ens ação
geral , e mes mo i s s o tal vez s e vá... não podemos depender de nada."
Elena, eu tenho tudo que eu quero nesse quarto. E l e deu um tapi nha na cama. Sente
ao meu lado e eu poderei di zer " tudo o que eu quero está nessa cama."
Ao i nvés , el a s e l evantou e s e j ogou nel e, os braços ao redor de s eu
pes coço, as pernas emaranhadas nas del e. " E u ai nda s ou mui to j ovem, " el a
s us s urrou, s egurando-o apertadamente. " E s e contar em di as , não ti vemos
mui tos di as j untos como es s e, mas —"
" E u ai nda s ou vel ho demai s para você. M as s er capaz de ol har para você
e vê-l a ol hando de vol ta para mi m—"
" Di ga-me que você me amará para s empre."
" E u te amarei para s empre."
" Não i mporta o que acontecer."
" E l ena, E l ena — eu te amei como mortal , como vampi ra, como um
es pí ri to puro, como uma cri ança es pi ri tual — e agora como humana
novamente."
" Prometa que fi caremos j untos ."
" Nós fi caremos j untos ."
" Não. Stefan, s ou eu..." E l a apontou para s ua cabeça como s e para
enfati zar que atrás de s eus ol hos azui s ponti l hados por dourado havi a uma
mente bri l hante e ati va gi rando em s obre-marcha. " E u te conheço. M es mo
que eu não cons i ga l er s ua mente, eu cons i go l er s eu ros to. Todos os anti gos
temores — el es es tão de vol ta, não es tão?"
E l e ol hou para l onge. " E u nunca te dei xarei ."
" Nem por um di a? Nem por uma hora?"
E l e hes i tou e então ol hou para el a. Se é i sso que você realmente quer. Eu não te
dei xarei , nempor uma hora. Agora el e es tava proj etando, el a s abi a, j á que el a podi a
ouvi -l o.
" E u te l i berto de todas as s uas promes s as ."
" M as , E l ena, eu fal ei s éri o."
" E u s ei . M as quando você s e for, eu não quero que a cul pa por tê-l as
quebrado pai re s obre você também."
M es mo s em tel epati a, el a cons egui a afi rmar o que el e es tava pens ando
devi do a um mi nús cul o mati z de nuance: E ntretenha el a. Afi nal de contas ,
el a ti nha acabado de acordar. E l a es tava provavel mente um pouco confus a. E
el a não es tava i nteres s ada em fi car menos confus a, ou em dei xá-l o menos
confus o. Devi a s er por i s s o que el a es tava mordi s cando s eu quei xo
genti l mente. E bei j ando-o. Certamente, E l ena pens ou, um dos doi s es tava
confus o...
O tempo pareci a s e es ti car e então parar ao redor del es . E então nada
mai s es tava confus o. E l ena s abi a que Stefan s abi a o que el a queri a, e el e
queri a o que quer que el a qui s es s e que el e fi zes s e.

***

Bonni e encarou os números em s eu cel ul ar, preocupada. Stefan es tava


l i gando. E ntão el a correu uma mão apres s ada pel o s eu cabel o, afofando os
cachos , e recebeu a chamada de ví deo.
M as ao i nvés de Stefan era E l ena. Bonni e começou a dar ri s adi nhas ,
começou a di zer para el a não bri ncar com os bri nquedos de gente grande do
Stefan — e então el a encarou.
" E l ena?"
" E u vou receber i s s o toda vez? Ou s ó da mi nha i rmã-bruxa?"
" E l ena?"
" Des perta e boa como nova, " Stefan di s s e, entrando na i magem. " Nós
l i gamos as s i m que acordamos —"
" E l e- mas é mei o-di a!" Bonni e fal ou i mpul s i vamente.
" E s ti vemos ocupados com i s s o e aqui l o, " E l ena cortou s uavemente, e
ah, como era bom ouvi r E l ena fal ar des s e j ei to! Parci al mente i nocente e
total mente convenci da s obre i s s o, fazendo você querer chacoal há-l a e i mpl orar
a el a por cada detal he traves s o.
" E l ena, " Bonni e arfou, us ando a parede mai s próxi ma para s uporte, e
então des l i zando por el a, e permi ti ndo uma braçada de mei as , cami s etas ,
pi j amas , e roupas de bai xo cai r abundantemente no carpete, enquanto
l ágri mas começavam a vazar de s eus ol hos . " E l ena, el es di s s eram que você
tem que dei xar Fel l ’s Church — você i rá?"
E l ena s e conteve. " E l es di s s eram o quê?"
" Que você e Stefan teri am que i r embora para o s eu própri o bem."
" Nunca nes s e mundo!"
" Amorzi nho ado—" começou Stefan, e então el e parou abruptamente,
abri ndo e fechando s ua boca.
Bonni e encarou. Ti nha aconteci do no fi nal da tel a, fora da vi s ta, mas el a
podi a quas e j urar que o amorzi nho adorável de Stefan ti nha acabado de
acotovel á- l o no es tômago. " M arco zero, às duas horas ?" E l ena perguntava.
Bonni e vol tou para a real i dade com um es tal o. E l ena nunca te dava tempo
para refl eti r. " E u es tarei l á!" el a gri tou.

* **
" E l ena, " M eredi th ofegou. E então, " E l ena!" como um s ol uço
parci al mente engol i do. " E l ena!"
" M eredi th. Ah, não me faça chorar, es s a bl us a é s eda pura!"
" É s eda pura porque é a mi nha bl us a de s ári de s eda pura, é por i s s o!"
E l ena de repente pareceu tão i nocente quanto um anj o. " Sabe,
M eredi th, parece que eu fi quei bem mai s al ta ul ti mamente—"
" Se o fi nal da s entença é ‘então real mente me s erve mel hor’" - a voz de
M eredi th es tava ameaçadora- " então eu es tou te avi s ando, E l ena Gi l bert..."
E l a di s s i pou, e ambas as garotas começaram a ri r e então a chorar. " Pode
fi car! Ah, pode fi car!"

***

" Stefan?" M att acenou s eu cel ul ar — pri mei ro cui dados amente, depoi s
o batendo na parede da garagem. " E u não cons i go ver—" E l e parou, engol i u
em s eco. " E -l e-na?" A pal avra s ai u devagar, com uma paus a entre cada
s í l aba.
" Si m, M att. E s tou de vol ta. Até mes mo aqui em ci ma." E l a apontou para
s ua tes ta. " Você s e encontra conos co?"
M att, i ncl i nado contra s eu carro recém-comprado, quas e l i gado, es tava
res mungando, " Obri gado Deus , obri gado Deus , " repeti ti vamente.
" M att? Não cons i go te ver. Você es tá bem?" Sons farfal hantes . " E u acho
que el e des mai ou."
A voz do Stefan: " M att? E l a real mente quer te ver."
" É , é." M att l evantou s ua cabeça, pi s cando para o cel ul ar. " E l ena,
E l ena."
" E u s i nto tanto, M att. Você não tem que vi r—"
M att ri u brevemente. " Tem certeza que você é a E l ena?"
E l ena s orri u aquel e s orri s o que ti nha quebrado mi l corações . " Nes te
cas o — M att Honeycutt, eu i ns i s to que você venha nos encontrar no M arco
Zero às duas horas . E s tá mel hor as s i m?"
" E u acho que você quas e acertou. A vel ha Pos tura Imperi al da E l ena."
E l e tos s i u teatral mente, fungou, e di s s e, " Perdão — eu fi quei um pouco
res fri ado; ou é al ergi a, tal vez."
" Não s ej a bobo, M att. Você es tá chorando como um bebê, as s i m como
eu, " E l ena di s s e. " As s i m como a Bonni e e a M eredi th, quando eu l i guei
para el as . E ntão eu es ti ve chorando quas e o di a todo — e a es s a al tura eu terei
que me vi rar para preparar o pi queni que e chegar a tempo. M eredi th es tá
pl anej ando pas s ar para te pegar. Leve al go para beber ou comer. Te amo!"

***

E l ena des l i gou o tel efone, res pi rando arduamente.


" Agora, i s s o foi di fí ci l ."
" E l e ai nda te ama."
" E l e preferi a que eu permaneces s e um bebê a mi nha vi da toda?"
" Tal vez el e gos tas s e do j ei to que você cos tumava di zer ‘ol á’ e ‘adeus .’" " Agora
você es tá me provocando." E l ena ti ri tou s eu quei xo.
" Nunca nes s e mundo, " Stefan di s s e s uavemente. E ntão, de repente,
el e agarrou a mão del a. " Vamos — nós vamos fazer compras para o
pi queni que e comprar um carro também, " el e di s s e, puxando-a para ci ma.
E l ena as s us tou a ambos ao voar para ci ma tão rapi damente que Stefan
teve que agarrá-l a pel a ci ntura para i mpedi -l a de ati ngi r o teto.
" E u achei que você ti ves s e gravi dade!"
" E u também! O que eu faço?"
" Pens e em pens amentos pes ados !"
" E s e não funci onar?"
" Nós te compraremos uma âncora!"

***

Às duas horas , Stefan e E l ena chegaram ao cemi téri o de Fel l ’s Church


em um Jaguar vermel ho novi nho em fol ha; E l ena us ava ócul os es curos s ob
um l enço com todo o s eu cabel o pres o debai xo, um cachecol ao redor da parte
i nferi or de s eu ros to, e mi tenes pretas de renda empres tadas dos di as de moça
da Sra. Fl owers , o que el a admi ti u que não s abi a por que es tava us ando. E l a
era uma fi gura e tanto, M eredi th di s s e, com o s ári vi ol eta e a cal ça j eans .
Bonni e e M eredi th j á ti nham es tendi do uma toal ha para o pi queni que, e as
formi gas es tavam provando s anduí ches e uvas e s al ada de mas s a de bai xa
cal ori a.
E l ena contou a hi s tóri a de como ti nha acordado es s a manhã, e então
houve mai s abraços e bei j os e choros que os machos cons egui am agüentar.
" Você quer ver a fl ores ta por aqui ? Checar s e aquel es negóci os mal ach
es tão ao redor?" M att di s s e para Stefan.
" É mel hor que não es tej am, " Stefan di s s e. " Se as árvores de tão l onge,
onde você teve s eu aci dente es tão i nfes tadas —"
" Não é bom?"
" Um probl ema s éri o."
E l es es tavam pres tes a i r quando E l ena os chamou de vol ta.
" Vocês podem parar de fi car todos machões e s uperi ores , " el a
acres centou. " Supri mi r s uas emoções é rui m para vocês . E xpres s á-l as
mantêm vocês bem equi l i brados ."
" E s cuta, você é mai s durona do que eu achava, " Stefan di s s e. " Fazendo
pi queni que no cemi téri o?"
" Nós cos tumávamos encontrar a E l ena aqui o tempo todo, " Bonni e di s s e,
apontando para uma l ápi de próxi ma com um pedaço de ai po.
" É a s epul tura dos meus pai s , " E l ena expl i cou s i mpl es mente. " Após o
aci dente — eu s empre me s enti mai s próxi ma del es aqui do que em
qual quer outro l ugar. E u vi nha aqui quando as coi s as fi cavam rui ns , ou
quando eu preci s ava que uma pergunta fos s e res pondi da."
" Você al guma vez cons egui u res pos tas ?" M att perguntou, pegando um
pepi no em cons erva cas ei ra de uma j arra de vi dro e pas s ando a j arra adi ante.
" E u não tenho certeza, mes mo agora, " E l ena di s s e. E l a ti nha ti rado os
ócul os es curos , o cachecol , o l enço de cabeça, e as mi tenes . " M as s empre me
faz s enti r mel hor. Por quê? Você tem uma pergunta?"
" Bem — s i m, " M att di s s e i nes peradamente. E ntão el e corou à medi da
que s e encontrou, de repente, no centro das atenções . Bonni e rol ou para
encará-l o, o tal o do ai po em s eus l ábi os , M eredi th s e aproxi mou, E l ena s e
s entou. Stefan, que es ti vera i ncl i nado contra uma l ápi de el aborada com uma
graça i ncons ci ente de vampi ro, s e s entou.
" O que é, M att?"
" E u i a di zer que você não pareci a bem hoj e, " Bonni e di s s e
ans i os amente.
" Obri gado, " M att retrucou.
Lágri mas uni ram-s e nos ol hos cas tanhos de Bonni e. " E u não qui s di zer
—"
M as el a não cons egui u termi nar. M eredi th e E l ena s e aproxi maram
protetoramente ao redor del a na uni dade de i nfantari a do que el as chamavam
de " i rmandade vel oci ráptor." Queri a di zer que qual quer um que mexes s e
com uma del as es tava mexendo com todas .
" Sarcas mo ao i nvés de caval hei ri s mo? E s s e não é o M att que eu
conheço." M eredi th fal ou com uma s obrancel ha l evantada.
" E l a s ó es tava tentando s er s ol i dári a, " E l ena apontou s i l enci os amente.
" E aquel a foi uma retal i ação barata."
" E s tá bem, es tá bem! E u s i nto mui to, real mente s i nto mui to, Bonni e"
— el e s e vi rou na di reção del a, parecendo envergonhado — " Foi uma coi s a
fei a de s e di zer e eu s ei que você es tava apenas tentando s er boazi nha. E u s ó
— eu não s ei mes mo o que es tou fazendo ou di zendo. De qual quer j ei to, você
quer ouvi r o negóci o, " el e termi nou, parecendo defens i vo, " ou não?"
Todos queri am.
" E s tá bem, aqui vai . E u fui vi s i tar Ji m Bryce es tá manhã — vocês s e
l embram del e?"
" Cl aro. E u s ai com el e. Capi tão do ti me de bas quete. Cara l egal . Um
pouco novo, mas ..." M eredi th deu de ombros .
" Ji m é l egal ." M att engol i u em s eco. " Bem, é s ó que — eu não quero
fofocar nem nada, mas —"
" Fofoca!" as três garotas comandaram em uní s s ono que el e fi zes s e,
como um coro grego.
M att cedeu. " E s tá bem, es tá bem! Bem — eu deveri a es tar l á às dez
horas , mas eu fui um pouco mai s cedo, e — bem, Carol i ne es tava l á. E l a
es tava i ndo embora."
Houve três pequenas arfadas chocadas e um ol har afi ado de Stefan.
" Você quer di zer que acha que el a pas s ou a noi te com el e?"
" Stefan!" Bonni e começou. " Não é as s i m que a fofoca funci ona
apropri adamente. Você nunca di z de cara o que você acha—"
" Não, " E l ena di s s e i gual mente. " Dei xe o M att res ponder. E u cons i go
me l embrar o bas tante de antes que eu pudes s e fal ar para es tar preocupada
com Carol i ne."
" M ai s do que preocupada, " Stefan di s s e.
M eredi th as s enti u. " Não é fofoca; é i nformação neces s ári a, " el a di s s e.
" E s tá bem, então." M att engol i u em s eco. " Bem, é, foi i s s o o que eu
pens ei . E l e di s s e que el a ti nha vi ndo cedo para ver a i rmã caçul a del e, mas
Tamra s ó tem qui nze anos . E el e fi cou vermel hão quando di s s e i s s o."
Houve ol hares s óbri os entre os outros .
" Carol i ne s empre foi ... bem, vul gar, " começou Bonni e.
" M as eu nunca ouvi fal ar de el a ol har duas vezes para o Ji m, "
termi nou M eredi th.
E l as ol haram para E l ena para uma res pos ta. E l ena l entamente
chacoal hou s ua cabeça. " E u certamente não cons i go ver nenhuma razão
mundana para el a vi s i tar a Tamra. E al ém di s s o" — el a ol hou rapi damente
para M att — " você es tá es condendo al go de nós , de al gum j ei to.O que mai s
aconteceu?"
" Al go mai s aconteceu? A Carol i ne mos trou a l i ngeri e del a?" Bonni e ri a
até que el a vi u o ros to vermel ho de M att. " E i — vamos l á, M att. Somos nós .
Você pode nos contar qual quer coi s a."
M att tomou um l ongo fôl ego e fechou s eus ol hos .
" E s tá bom, bem — enquanto el a s ai a, eu acho — eu acho que a
Carol i ne... me fez uma propos ta."
" E l a fez o quê?"
" E l a nunca—"
" Como, M att?" E l ena perguntou.
" Bem — Ji m achou que el a ti nha i do embora, e el e foi para a garagem
para pegar s ua bol a de bas quete, e eu vi rei e de repente Carol i ne es tava de
vol ta, e el a di s s e — bem, não i mporta o que el a di s s e. M as era s obre el a
gos tar mai s de futebol ameri cano do que de bas quete e s e eu queri a entrar no
j ogo."
" E o que você di s s e?" Bonni e ofegou, fas ci nada.
" E u não di s s e nada. E u s ó a encarei ."
" E então o Ji m vol tou?" M eredi th s ugeri u.
" Não! E então a Carol i ne foi embora — el a me deu es s e ol har, s abe, que
dei xou as coi s as bem cl aras s obre o que el a qui s era di zer — e então a Tami
entrou." O ros to hones to de M att es tava em chamas agora. " E então — eu não
s ei como di zer i s s o. Tal vez Carol i ne tenha di to al go s obre mi m, s obre a fazer
el a fazer i s s o comi go, porque el a — el a..."
" M att." Stefan mal ti nha fal ado até es s e momento; agora el e s e
i ncl i nava para frente e fal ava s i l enci os amente. " Não es tamos perguntando s ó
porque queremos fofoca. E s tamos tentando des cobri r s e há al go s eri amente
errado acontecendo em Fel l ’s Church. E ntão — por favor — s i mpl es mente nos
di ga o que aconteceu."
15
M att as s enti u, mas el e es tava corando até as raí zes de s eu cabel o.
" Tami ... pres s i onou-s e contra mi m."
Houve uma l onga paus a.
M eredi th di s s e l evemente, " M att, você quer di zer que el a abraçou você?
Ti po um abraço enoooooorme? Ou que el a..." E l a parou, porque M att j á es tava
bal ançando a cabeça veementemente.
" Não foi um enooooorme abraço i nocente. E s távamos s ozi nhos , na
entrada, e el a apenas ... bem, eu não pude acredi tar. E l a tem apenas qui nze
anos , mas el a agi a como uma mul her adul ta. Quero di zer... não que uma
mul her adul ta j á ti ves s e fei to i sso comi go."
Parecendo envergonhado, mas al i vi ado por ter cons egui do ti rar i s to de s eu
pei to, o ol har de M att foi de ros to em ros to. " E ntão o que você acha? Foi apenas
uma coi nci dênci a que Carol i ne es ti ves s e l á? Ou s erá que el a... di s s e al go a
Tamra?"
" Não foi coi nci dênci a, " di s s e E l ena s i mpl es mente. " Seri a mui ta
coi nci dênci a: Carol i ne dando em ci ma de você e em s egui da Tamra agi ndo
as s i m. E u s ei — eu conheci a Tami Bryce. E l a é uma boa garoti nha — ou el a
cos tumava s er."
" E l a ai nda é, " di s s e M eredi th. " E u di s s e a você, eu s aí com Ji m
al gumas vezes . E l a é uma meni na mui to boazi nha, e nem um pouco madura
para s ua i dade. E u não acho que el a normal mente fari a nada i mprópri o, a não
s er..." E l a parou, ol hando para a mei a di s tânci a, e depoi s encol heu os ombros
s em termi nar a fras e.
Bonni e pareceu s éri a agora. " M as nós temos de parar i s to, " di s s e el a.
" E s e el a fi zer i s s o com um cara que não é l egal e tí mi do como M att? E l a pode
s er agredi da!
" E s s e é o probl ema, " di s s e M att, fi cando vermel ho de novo. " Quero
di zer, é bas tante di fí ci l ... Se el a ti ves s e s i do al guma outra garota, que eu
es ti ves s e s ai ndo — não que eu s ai a em encontros com outras meni nas ..." el e
acres centou apres s adamente, ol hando para E l ena.
" M as você devi a es tar s ai ndo em encontros , " di s s e E l ena fi rme. " M att,
eu não quero fi del i dade eterna de você — não há nada que eu quei ra mai s
que vê-l o namorando uma boa garota." Como s e por acas o, s eu ol har vagueou
para Bonni e, que agora tentava mas ti gar um ai po mui to cal ma e
pri moros amente.
" Stefan, você é o úni co que pode nos di zer o que fazer, " di s s e E l ena,
vol tando-s e para el e.
Stefan franzi a a tes ta. " E u não s ei . Com apenas duas meni nas , é mui to
di fí ci l ti rar concl us ões ."
" E ntão vamos es perar e ver o que Carol i ne — ou Tami — fazem a
s egui r?" M eredi th perguntou.
" Não s i mpl es mente es perar, " di s s e Stefan. " Temos de des cobri r mai s
s obre i s s o. Vocês podem fi car de ol ho em Carol i ne e em Tamra Bryce, e eu
pos s o pes qui s ar s obre i s s o."
" Droga!" E l ena di s s e, batendo no chão com um s oco. " E u quas e pos s o
—" E l a parou de repente e ol hou para s eus ami gos . Bonni e ti nha dei xado cai r
s eu ai po, arfando, e M att ti nha engas gado com s ua Coca, começando um
aces s o de tos s e. Até mes mo M eredi th e Stefan ol havam para el a. " O quê?"
di s s e el a s em expres s ão.
M eredi th s e recuperou pri mei ro. " É que ontem você era — bem, anj os
mui to j ovens não xi ngam."
" Só porque eu morri duas vezes , quer di zer que eu tenho que di zer
' l erda' pel o res to da mi nha vi da? " E l ena bal ançou a cabeça. " Não. E u s ou eu e
eu vou conti nuar s endo eu — quem quer que eu s ej a."
" Óti mo, " di s s e Stefan, i ncl i nando-s e para bei j ar o al to de s ua cabeça.
M att ol hou para l onge e E l ena deu em Stefan um tapi nha quas e des denhos o,
mas pens ando, eu te amo pra sempre, e s abendo que el e cons egui a ouvi r i s s o,
mes mo que el a não pudes s e ouvi r s eu pens amento em retorno. Na verdade,
el a des cobri u que cons egui a captar s ua res pos ta geral a i s s o, um ros a quente
pareci a pai rar ao redor del e.
E ra i s s o que a Bonni e vi a e chamava de aura? E l a percebeu que na
mai or parte do di a el a o ti nha vi s to com um ti po de s ombra es meral da fraca e
fri a em torno del e — s e s ombras podem s er l eves . E o verde es tava retornando
agora, enquanto o ros a des botava.
Imedi atamente el a ol hou para o res to dos pi queni quei ros . Bonni e es tava
cercada por uma cor ti po ros a, i ndo para um ros a pál i do. M eredi th era um
vi ol eta i ntens o e profundo. M att era um azul forte e cl aro.
A l embrava de que até ontem — ontem? — el a havi a vi s to tantas coi s as
que ni nguém mai s podi a ver. Incl ui ndo al go de que el a ti nha medo.
O que podi a s er? E l a fi cava tendo rel ampej os de i magens — pequenos
detal hes que eram as s us tadores o bas tante s ozi nho. Poderi a s er tão pequeno
quanto uma unha ou tão grande como um braço. Textura do ti po de uma cas ca
de árvore, pel o menos no corpo. Antenas ti po a de i ns etos , mas mui tas del as , e
s e movendo como chi cotes , mai s vel ozes do que qual quer i ns eto j á as movera.
E l a ti nha es s a s ens ação de s e es conder s empre quando el a pens ava em
i ns etos . E ra um i ns eto, então. M as um i ns eto cons truí do s obre um pl ano
corporal di ferente do que qual quer i ns eto que el a conhecera. E ra mai s como
uma s angues s uga nes s e s enti do, ou uma l ul a. Ti nha uma boca
compl etamente ci rcul ar, com dentes afi ados por toda vol ta, e tentácul os demai s
que pareci am gros s as vi nhas açoi tando nas cos tas .
Podi a j untar-s e a uma pes s oa, el a pens ou. M as el a ti nha uma terrí vel
s ens ação de que poderi a fazer mai s que i s s o.
Poderi a fi car trans parente e entrar em você e você não s enti ri a mai s que
uma pi cada de agul ha.
E então o que aconteceri a?
E l ena vi rou-s e para Bonni e. " Você acha que s e eu l he mos trar o que al go
parece, você poderi a reconhecê-l o novamente? Não com os ol hos , mas com os
s eus s enti dos ps í qui cos ?"
" E u acho que depende do que o ' al go' é, " Bonni e res pondeu
cautel os amente.
E l ena ol hou para Stefan, que deu uma breve mexi da de cabeça.
" E ntão feche os ol hos , " di s s e el a.
Bonni e o fez, e E l ena col ocou a ponta dos dedos s obre as têmporas de
Bonni e, com s eus pol egares es covando s uavemente os cí l i os de Bonni e.
Tentando ati var s eus Poderes Brancos — al go que era tão fáci l antes de hoj e —
era como bater duas rochas j untas para fazer uma foguei ra e es perar que uma
del as fos s e s í l ex. Fi nal mente, el a s enti u uma pequena faí s ca, e Bonni e foi
empurrada para trás .
Os ol hos de Bonni e s e abri ram. " O que foi i sso?" el a arfou. E l a es tava
res pi rando com di fi cul dade.
" Is s o é o que eu vi — ontem."
" Onde?' '
E l ena di s s e l entamente, " Dentro de Damon."
" M as o que i s s o s i gni fi ca? E l e o control ava? Ou... ou..." Bonni e parou e
s eus ol hos s e arregal aram.
E l ena termi nou a fras e para el a. " Is s o o control a? E u não s ei . M as uma
coi s a que eu s ei , quas e com certeza. Quando el e i gnorou o s eu Chamado,
Bonni e, el e es tava s endo i nfl uenci ado pel o mal ach."
" A ques tão é, se não for Damon, quem es tá control ando i s s o?" Di s s e Stefan,
de pé novamente agi tado. " E u captei i s s o, e o ti po de cri atura que E l ena
mos trou a você — não é al go com uma mente própri a. E l e preci s a de um
cérebro de fora para s er control ado."
" Como outro vampi ro?" M eredi th perguntou cal mamente.
Stefan deu de ombros . " Vampi ros geral mente s i mpl es mente os
i gnoram, porque os vampi ros podem cons egui r o que qui s erem s em el es .
Teri a que s er uma mente mui to forte para cons egui r que um mal ach como
es s e pos s uí s s e um vampi ro. Forte — e do mal ."

***

" Aquel es , " di s s e Damon com uma mordaz preci s ão gramati cal , de onde
es tava s entado em um gal ho al to em um carval ho, " s ão el es . M eu i rmão mai s
novo e s eus ... as s oci ados ."
" M aravi l hos o, " murmurou Shi ni chi . E l e havi a s e es ti cado ai nda mai s
graci os a e l angui damente contra o carval ho do que Damon. Tornara-s e um
concurs o i mpl í ci to. Os ol hos dourados de Shi ni chi havi am fi cado di l atados
uma vez ou duas vezes — Damon vi ra i s s o — ao ver E l ena e a menção de
Tami .
" Nem tente me di zer que você não es tá envol vi do com es s as meni nas
des ordei ras , " Damon adi ci onou s ecamente. " De Carol i ne a Tamra e em
di ante, es s e é o obj eti vo, não é?"
Shi ni chi bal ançou a cabeça. Seus ol hos es tavam s obre E l ena e el e
começou a cantar uma mús i ca fol k s uavemente.

" Combochechas como rosas florescendo


E cabelos como tri g o dourado..."
" E u não tentari a i s s o com essas meni nas ." Damon s orri u s em humor.
Seus ol hos es tavam es trei tos . " Tudo bem, el as parecem s er tão fortes quanto
papel hi gi êni co mol hado — mas el as s ão mai s duronas do que você pens a, e
s ão as mai s duronas de todas quando uma del as es tá em peri go."
" E u l he di s s e, não s ou eu fazendo i s s o, " di s s e Shi ni chi . E l e pareceu
apreens i vo pel a pri mei ra vez des de que Damon havi a vi s to el e. E ntão el e
di s s e, " E mbora eu pos s a conhecer o caus ador."
" Di ga, " Damon s ugeri u, ai nda ol hando es trei to.
" Bem, eu menci onei mi nha i rmã gêmea mai s nova? O nome del a é
M i s ao." Sorri u vencedoramente. " Si gni fi ca donzel a."
Damon s enti u uma agi tação automáti ca de apeti te. E l e a i gnorou. E l e
es tava mui to rel axado para pens ar em caçar, e el e não es tava mui to certo s e
aqu el e ki tsune — es pí ri to da rapos a que Shi ni chi al egava s er — poderi a s er
caçado. " Não, você não menci onou el a, " Damon di s s e, di s trai damente coçando
a parte de trás de s eu pes coço. Aquel a pi cada de mos qui to ti nha s umi do, mas
havi a dei xado para trás uma furi os a cocei ra. " Você deve ter, de al gum modo,
s e es queci do." Acredi ta-s e que as Ki ts unes pos s uem uma i ntel i gênci a
s uperi or, vi da l onga e poderes mági cos . A pal avra ki tsune é mui tas vezes
traduzi da como espí ri to da raposa. No entanto, i s s o não s i gni fi ca que el as s ão
fantas mas , ou que s ej am di ferentes de rapos as normai s . Porque a pal avra
es pí ri to é us ada para refl eti r um es tado de conheci mento ou Il umi ni s mo.
Hi s tóri as as des crevem como s eres i ntel i gentes e com capaci dades mági cas
que aumentam com a s ua i dade e s abedori a. E ntre es tes poderes mági cos ,
tem a habi l i dade de as s umi r a forma humana — normal mente aparecem na
forma de uma mul her boni ta, uma j ovem ou uma vel ha. E nquanto al gumas
hi s tóri as fal am que as ki ts unes us am es s a habi l i dade apenas para enganar
as pes s oas — como mui tas vezes fazem em fol cl ores — outras hi s tóri as as
retratam como guardi ãs fi éi s , ami gas , amantes e es pos as . Al ém da
habi l i dade de as s umi r a forma humana, el as pos s uem os poderes de
pos s es s ão, cons eguem gerar fogo das s uas caudas e da s ua boca, o poder de
aparecer nos s onhos e o de cri ar i l us ões .
" Bem, el a es tá aqui em al gum l ugar. E l a vei o quando eu vi m, quando
vi mos a expl os ão de Poder que trouxe de vol ta... E l ena. "
Damon ti nha certeza de que a hes i tação antes da menção do nome de
E l ena era fal s a. E l e i ncl i nou a cabeça no ângul o não ache que você está me
eng anando e es perou.
" M i s ao gos ta de j ogar, " di s s e Shi ni chi s i mpl es mente.
" Ah, s i m? Como gamão, xadrez, taqui {6} , es s e ti po de coi s a?"
Shi ni chi tos s i u teatral mente, mas Damon pegou o bri l ho vermel ho em
s eus ol hos . Nos s a, el e era real mente s uper protetor del a, não era? Damon
l ançou a Shi ni chi uns de s eus s orri s os mai s i ncandes centes .
" E u a amo, " o j ovem com o cabel o preto l ambi do pel o fogo di s s e, e des ta
vez havi a um avi s o aberto em s ua voz.
" Cl aro que você a ama, " di s s e Damon em tons s uaves . " E u pos s o ver
i s s o."
" M as , bem, s eus j ogos normal mente têm o efei to de des trui r uma
ci dade. E ventual mente. Não tudo de uma vez."
Damon deu de ombros . " E s ta mol écul a de ci dade não vai fazer fal ta.
Cl aro, eu ti ro as mi nhas garotas vi vas pri mei ro." Agora era a s ua voz que
conti nha um avi s o aberto.
" Do j ei to que você gos ta." Shi ni chi es tava de vol ta a s eu eu normal e
s ubmi s s o. " Somos al i ados , e vamos manter o nos s o acordo. De qual quer forma,
s eri a uma vergonha des perdi çar... tudo i s s o." Seu ol har i ns i nuou-s e s obre
E l ena novamente.
" Al i ás , não vamos nem di s cuti r o pequeno fi as co com o s eu mal ach e eu
— ou os del as , s e você i ns i s te. Tenho certeza que eu vapori zei pel o menos três
del es , mas s e eu ver outro, a nos s a rel ação comerci al acabará. E u s ou um
i ni mi go mau, Shi ni chi . Você não quer des cobri r quão mau."
Shi ni chi pareceu adequadamente i mpres s i onado enquanto concordava.
M as no i ns tante s egui nte el e encarava E l ena de novo, cantando.

" ... cabelos como tri g o dourado


por seus ombros brancos fei to lei te;
Mi nha li nda rosa, mi nha doce..."

" E eu vou querer conhecer es s a s ua M i s ao. Para proteção del a."


" E eu s ei que el a quer te conhecer. E l a es tá pres a em s eu j ogo no
momento, mas vou tentar arras tá-l a para l onge del e." Shi ni chi s e al ongou
l uxuos amente.
Damon ol hou para el e por um momento. E ntão, di s traí do, el e também s e
al ongou.
Shi ni chi o obs ervava. E s orri a.
Damon s e perguntou s obre aquel e s orri s o. E l e havi a notado que, quando
Shi ni chi s orri a, duas pequenas chamas de vermel ho podi am s er vi s tas em
s eus ol hos .
M as el e es tava real mente mui to cans ado para pens ar ni s s o agora.
Si mpl es mente rel axado demai s . De fato, el e de repente s enti u mui to s ono...

***

" E ntão nós vamos procurar es tas coi s as mal ach em meni nas como
Tami ?" Bonni e perguntou.
" E xatamente como Tami , " di s s e E l ena.
" E você acha, " di s s e M eredi th, obs ervando E l ena de perto, " que a
Tami , de al gum j ei to, pegou da Carol i ne."
" Si m. E u s ei , eu s ei — a pergunta é: de onde é que a Carol i ne
cons egui u i s s o? E i s s o eu não s ei . M as , novamente, não s abemos o que
aconteceu com el a quando el a foi s eqües trada por Kl aus e Tyl er Smal l wood.
Nós não s abemos nada s obre o que el a es tá fazendo nes s a úl ti ma s emana —
exceto que é cl aro que el a nunca real mente parou de nos odi ar."
M att s egurava s ua cabeça entre as mãos . " E então o que vamos fazer? E u
s i nto como s e eu fos s e res pons ável de al guma forma."
" Não — Ji mmy é o res pons ável , s e al guém é pra s er. Se el e — você
s abe, dei xou a Carol i ne pas s ar a noi te — e, em s egui da, dei xou-a fal ar s obre
i s s o com s ua i rmã de qui nze anos de i dade... Bem, i s s o não faz del e culpado,
mas certamente el e poderi a ter s i do um pouco mai s s uti l , " Stefan di s s e.
" E é aí que você s e engana, " M eredi th l he di s s e. " M att e Bonni e e
E l ena e eu conhecemos Carol i ne há anos e sabemos do que ela é capaz. Se al guém s e
qual i fi ca como res pons ável , s omos nós . E eu acho que es tamos em grave
i nadi mpl ênci a de dever. E u voto em pararmos na cas a del a."
" E u também, " di s s e Bonni e tri s temente, " mas não es tou ans i os a para
fazer i s s o. Al ém do mai s , e s e el a não ti ver es s as coi s as , mal ach, nel a?"
" É aí que a pes qui s a entra, " di s s e E l ena. " Preci s amos des cobri r quem
é que es tá por trás di s s o tudo. Al guém s ufi ci entemente forte para i nfl uenci ar
Damon."
" M aravi l hos o, " di s s e M eredi th, com um ol har s ombri o. " E dado o
poder das l i nhas de poder s ó temos que es col her todas as pes s oas de Fel l ' s
Church." s ão al i nhamentos hi potéti cos de um número de l ugares de
i nteres s e geográfi co, como monumentos anti gos e megal í ti cos .
***

Quarenta e ci nco metros a oes te e nove metros aci ma, Damon es tava
l utando para s e manter acordado.
Shi ni chi es ti cou s eu braço para ti rar cabel o fi no, da cor da noi te e de
chamas l ambendo, de s ua tes ta. Sob s uas pál pebras abai xadas el e es tava
obs ervando Damon atentamente.
Damon pretendi a obs ervá-l o tão atentamente quanto, mas el e es tava
s i mpl es mente s onol ento demai s . Lentamente, el e i mi tou o movi mento de
Shi ni chi , ti rando al guns fi os de cabel o preto-s eda de s ua tes ta. Suas pál pebras
caí ram i nadverti damente, um pouco mai s do que antes . Shi ni chi ai nda es tava
s orri ndo para el e.
" E ntão temos o nos s o acordo, " el e murmurou. " Nós tomamos a ci dade,
M i s ao e eu, e você não fi cará no nos s o cami nho. Temos os di rei tos ao poder das
l i nhas de Poder. Você ti ra as s uas garotas de modo s eguro daqui ... e você tem a
s ua vi ngança."
" Contra o meu i rmão hi pócri ta e aquel e... aquel e M utt!"
" M att." Shi ni chi ti nha ouvi dos afi ados .
" Tanto faz. E u s ó não quero E l ena feri da, i s s o é tudo. Ou a bruxi nha de
cabel o vermel ho."
" Ah, s i m, a doce Bonni e. E u não me i mportari a de ter uma ou duas como
el a. Uma para o Samhai n {7} e a outra para o Sol s tí ci o."
Damon bufou s onol entamente. " Não há duas del a; eu não me i mporto
onde você procurar. E u não quero vê-l a machucada também."
" E quanto à al ta, morena e boni ta... M eredi th?"
Damon acordou. " Onde?"
" Não s e preocupe; el a não es tá vi ndo te pegar, " di s s e Shi ni chi
tranqui l i zadoramente. " O que você quer fazer com el a?"
" Ah." Damon recl i nou novamente em al í vi o, al i vi ando s eus ombros .
" Dei xe- a i r para onde qui s er — contanto que s ej a bem l onge de mi m."
Shi ni chi pareceu rel axar del i beradamente contra o s eu ramo. " Seu i rmão
não s erá um probl ema. Portanto é apenas aquel e outro garoto l á, " el e
murmurou. E l e murmurou mui to i ns i nuantemente.
" Si m. M as o meu i rmão —" Damon es tava quas e dormi ndo agora, na
mes ma pos i ção que Shi ni chi havi a tomado.
" E u di s s e a você, cui daremos del e."
" M m. Quero di zer, bom."
" E ntão temos um acordo?"
" Ahããm."
" Si m?"
" Si m."
" Temos um acordo."
Des ta vez, Damon não res pondeu. E l e es tava s onhando. E l e s onhou que
os ol hos dourados angel i cai s de Shi ni chi s e abri ram de repente para ol har
para el e.
" Damon." E l e ouvi u o s eu nome, mas em s eu s onho era mui to
trabal hos o abri r os ol hos . E l e podi a ver s em abri -l os , de qual quer manei ra.
E m s eu s onho, Shi ni chi i ncl i nou-s e s obre el e, pai rando di retamente
s obre o ros to del e, então s uas auras es tavam mi s turadas e el es teri am
comparti l hado o ar s e Damon es ti ves s e res pi rando. Shi ni chi fi cou des s e j ei to
por um bom tempo, como s e es ti ves s e tes tando a aura de Damon, mas Damon
s abi a que para al guém de fora el e pareceri a es tar des l i gado de todos os canai s
e freqüênci as . Ai nda as s i m, em s eu s onho Shi ni chi pai rava s obre el e, como
s e el e es ti ves s e tentando memori zar os cres centes cí l i os es curos nas
bochechas pál i das de Damon ou a curva s uti l de s ua boca.
Fi nal mente, o Shi ni chi do s onho col ocou s ua mão s ob a cabeça de Damon
e acari ci ou o l ocal onde a pi cada de mos qui to coçava.
" Oh, cres cendo para s er um grande rapaz, não é?" el e di s s e para al go
que Damon não cons egui a ver — para al go dentro del e. " Você poderi a quas e
tomar o control e compl eto contra a s ua própri a força de vontade, não poderi a?"
Shi ni chi s entou por um momento, como s e es ti ves s e obs ervando uma fl or
de cerej a cai r, e em s egui da fechou os ol hos .
" E u acho, " el e s us s urrou, " que é i s s o que vamos tentar, daqui a não
mui to tempo. E m breve. M ui to em breve. M as pri mei ro, temos de ganhar a
confi ança del e; l i vrar-s e de s eu ri val . M antê-l o confus o, com rai va, vai dos o,
des equi l i brado. Dei xá- l o pens ando em Stefan, em s eu ódi o por Stefan, que
tomou s eu anj o, enquanto eu cui do do que preci s a s er fei to aqui ."
E ntão el e fal ou di retamente com Damon. " Al i ados , na verdade!" E l e
ri u. " Não enquanto eu puder col ocar meu dedo em s ua al ma. Aqui . Você s ente
i s s o? O que eu poderi a fazer você fazer... "
E então novamente el e pareci a s e endereçar a qual quer cri atura que j á
es ti ves s e dentro de Damon: " M as agora... uma pequena fes ta para aj udar você
a cres cer mui to mai s rápi do e te tornar mui to mai s forte.' '
No s onho, Shi ni chi fez um ges to, e s e recl i nou, i ncenti vando o mal ach,
antes i nvi s í vel , a s ubi r nas árvores . E l es s e es guei raram para ci ma e
des l i zaram em vol ta do pes coço de Damon. E então, horri vel mente, el es
es corregaram para dentro del e, um por um, através de um corte que el e não
s abi a que ti nha. A s ens ação de s eus corpos s uaves , maci os e gel ati nos os era
quas e i ns uportável ... es corregando para dentro del e...
Shi ni chi cantou bai xi nho.
" Oh, vi nde a mi m, ó belas e li ndas donzelas
Apressai -vos amadas emmeu pei to
Venha para mi mà luz do sol ou do luar
Enquanto as rosas ai nda estão a florescer... "

E m s eu s onho, Damon es tava i rri tado. Não por caus a do abs urdo s obre o
mal ach dentro del e. Is s o era ri dí cul o. E l e es tava com rai va porque el e s abi a
que o Shi ni chi do s onho es tava obs ervando E l ena enquanto el a começava a
arrumar os res tos do pi queni que. E l e es tava obs ervando cada movi mento que
el a fazi a com uma proxi mi dade obs es s i va.

" Elas florescemonde você pi sa


...Rosas si lvestres sang rentamente vermelhas."

" Garota extraordi nári a, a s ua E l ena, " o Shi ni chi do s onho acres centou.
" Se el a vi ver, eu acho que el a vai s er mi nha por uma noi te, mai s ou menos ."
E l e acari ci ou s uavemente os fi os de cabel o res tantes de Damon para l onge de
s ua tes ta. " Aura extraordi nári a, você não acha? Vou me certi fi car que a morte
del a s ej a bel a."
M as Damon es tava em um daquel es s onhos onde você não podi a s e
mover nem fal ar. E l e não res pondeu.
E nquanto i s s o, os bi chi nhos de es ti mação de s onho do Shi ni chi do s onho
conti nuavam a es cal ar as árvores e a s e des pej arem, como gel ati na, para
dentro del e. Um, doi s , três , uma dúzi a, duas dúzi as del es . Mai s.
E Damon não cons egui a acordar, mes mo el e s enti ndo mai s mal achs
vi ndo da fl ores ta vel ha. E l es não es tavam nem mortos , nem vi vos , nem eram
homens nem mul heres , meras cáps ul as de Poder que permi ti ri am a
Shi ni chi control ar a mente Damon de l onge. Sem fi m, el es vi nham.
Shi ni chi conti nuou as s i s ti ndo ao fl uxo, o bri l ho l umi nos o dos órgãos
i nternos bri l hando em Damon. Depoi s de um tempo, el e cantou novamente:

" Os di as são preci osos, não vá perdê-los


Flores i rão desaparecer e assi mi rá você...
Vi nde a mi m, ó belas j ovens donzelas
Enquanto ai nda seres j ovens e belas."

Damon s onhou que ouvi u a pal avra " es queça" como s e fos s e s us s urrada
por uma centena de vozes . E mes mo quando el e tentava s e l embrar do que s e
es quecer, i s s o foi di s s ol vi do e des apareceu.
E l e acordou s ozi nho na árvore, com uma dor que preenchi a o corpo i ntei ro.
16
Stefan fi cou s urpres o ao encontrar a Sra. Fl owers es perando por el es
quando el es retornaram de s eu pi queni que. E , também fora do normal , el a
ti nha al go a di zer que não envol vi a s eus j ardi ns .
" Há uma mens agem para você l á em ci ma, " di s s e el a, i ncl i nando a
cabeça em di reção à es cadari a es trei ta. " Vei o de um rapaz j ovem e moreno —
el e pareci a um pouco com você. E l e não me di s s e uma pal avra. Apenas
perguntou onde dei xar uma mens agem."
" Rapaz moreno? Damon?" E l ena perguntou.
Stefan bal ançou a cabeça. " O que el e poderi a querer para es tar dei xando
mens agens para mi m?"
E l e dei xou E l ena com a Sra. Fl owers e s ubi u rapi damente a es cada
l ouca de zi guezague. No topo el e achou um pedaço de papel enfi ado embai xo da
porta.
E ra um cartão do ti po ‘E s tou pens ando em você’, s em envel ope. Stefan,
que conheci a s eu i rmão, duvi dou que ti ves s e s i do pago — com di nhei ro, pel o
menos . No i nteri or, es cri to em preto com caneta hi drográfi ca, es tavam as
pal avras :

NÃO PRE CISO DISSO.


PORÉ M T AL VE Z O Santo ST E FAN PRE CISE .
E NCONT RE -M E E ST A NOIT E NA ÁRVORE
ONDE OS HUM ANOS BAT E RAM .
NO M AIS T ARDAR AT É 4:30.
VOU T E CONT AR O FURO.
D.

Is s o era tudo... exceto por um endereço da web.


Stefan es tava pres tes a j ogar o cartão no l i xo quando a curi os i dade o
atacou. E l e l i gou o computador, di gi tou o endereço correto, e obs ervou. Por um
i ns tante, nada aconteceu. E ntão apareceram l etras ci nza mui to es curas em
uma tel a preta. Para um humano, teri a pareci do uma tel a compl etamente
vazi a. Para os vampi ros , com s ua mai or preci s ão vi s ual , o ci nza s obre preto era
fraco, mas cl aro.

Cansado deste lápi s-lazúli ?


Quer ti rar umas féri as no Havaí ?
Cansado daquela mesma velha culi nári a lí qui da?
Venha vi si tar Shi no Shi .

Stefan começou a fechar a pági na, mas al go o deteve. E l e parou e


obs ervou o di s creto anunci ozi nho abai xo do poema até que ouvi u E l ena na
porta. E l e fechou rapi damente o computador e foi pegar a ces ta de pi queni que
del a. E l e não di s s e nada s obre a nota ou o que el e ti nha vi s to na tel a do
computador. M as enquanto a noi te pas s ava, el e pens ava mai s e mai s .
" Oh! Stefan, você vai quebrar mi nhas cos tel as ! Você es tá me dei xando
s em ar!"
" Des cul pe. É s ó que eu preci s o te abraçar."
" Bem, eu preci s o abraçar você também."
" Obri gado, anj o."

***

Tudo es tava cal mo na s al a com o teto al to. Uma j anel a es tava aberta,
dei xando que a l uz do l uar entras s e. No céu, até a l ua pareci a s e arras tar
j unto s orratei ramente, e o s ei xo de l uar s egui u-a no chão de madei ra.
Damon s orri u. E l e teve um di a l ongo e s os s egado e agora el e pl anej ava
ter uma noi te i nteres s ante.
Atraves s ar a j anel a não era tão fáci l como el e es perava. Quando el e
chegou como um enorme corvo preto bri l hante, el e es perava equi l i brar-s e no
pei tori l e mudar pra forma humana para abri r a j anel a. M as a j anel a ti nha
uma armadi l ha — el a es tava l i gada por Poder a um dos adormeci dos dentro.
Damon emperti gou-s e com i s s o, l i mpando s uas penas vi ol entamente, com
medo de col ocar qual quer tens ão naquel e frági l el o, quando al go chegou ao
s eu l ado com um bater de as as .
Pareci a que nenhum corvo res pei tável era regi s trado no l i vro de
avi s tamento de qual quer orni tól ogo. E ra el egante o bas tante, mas as s uas
as as es tavam pi ntadas de es carl ate, e ti nha ol hos dourados bri l hantes .
Shi ni chi ? Damon perguntou.
Quemmai s? Vei o a res pos ta enquanto um ol ho dourado fi xou-s e nel e. Vej o
que você temumproblema. Mas i sso pode ser resolvi do. Vou aprofundá-los emseu sono de modo que você
possa cortar o elo.
Não! Damon di s s e em um refl exo. Se você apenas tocar emqualquer umdeles, Stefan
vai A res pos ta vei o em tons ameni zadores . Stefan é só ummeni no, lembra? Confi e emmi m.
Você confi a emmi m, não confi a?
E funci onou exatamente como o pás s aro demoni acamente col ori do di s s e
que i ri a. Os adormeci dos dentro dormi ram mai s profundamente, e então mai s
profundamente ai nda.
Um momento depoi s a j anel a abri u, e Damon mudou de forma e entrou.
Seu i rmão e... e ela aquel a que el e s empre ti nha que as s i s ti r... ela es tava
adormeci da, os cabel os dourados es parramados pel o traves s ei ro e pel o o corpo de
s eu i rmão.
Damon des vi ou brus camente os ol hos . Havi a um computador de tamanho
medi ano e l i gei ramente ul trapas s ado s obre a mes a no canto. E l e foi até el e e
s em a menor hes i tação o l i gou. Os doi s na cama nem s e mexeram.
Arqui vos ... aha! Di ári o. Que nome ori gi nal . Damon abri u e exami nou o
conteúdo.
Queri do Di ári o,
Eu acordei esta manhã e —maravi lha das maravi lhas —eu
sou eu mesma novamente. Eu ando, falo, bebo, molho a cama (bem, ai nda
não molhei , mas tenho certeza de que poderi a se eu tentasse).
Estou de volta.
Temsi do uma j ornada i nfernal.
Eu morri , meu queri do Di ári o, eu realmente morri . E aí eu
morri como vampi ra. E não me peça para descrever o que aconteceu
nenhuma das vezes —acredi te emmi m; você ti nha que estar lá.
O i mportante é que eu ti nha i do embora, mas ag ora estou de
volta novamente —e, oh, queri do ami g o paci ente que vemg uardando
meus seg redos desde o j ardi mda i nfânci a... Estou tão feli z por estar
de volta.
No lado neg ati vo, eu nunca poderei vi ver coma ti a Judi th ou
Marg aret novamente. Elas achamque eu estou " descansando empaz"
comos anj os. No lado posi ti vo, eu posso vi ver comStefan.
Esta é a compensação por tudo o que eu passei —eu não sei como
compensar aqueles que foramaté os portões do i nferno por mi m. Ah, eu
estou cansada e —poderi a mui to bemdi zer —ansi osa por uma noi te
commeu queri do.
Estou mui to feli z. Ti vemos umbelo di a, ri ndo e amando, e
vendo os rostos de cada umdos meus ami g os ao veremque estou vi va/ (E
não louca,
que é como eu tenho ag i do nos últi mos di as. Honestamente, você
pensari a que os Grandes Espí ri tos Do Céu poderi amter me dei xado
cai r commeus mi olos emordem... Oh, bem.)
Amo vc,
Elena

Os ol hos de Damon correram s obre es s as l i nhas i mpaci entemente. E l e


es tava procurando por al go compl etamente di ferente. Ah. Si m. E ra bem as s i m:

Mi nha queri da Elena,


Eu sabi a que você olhari a aqui mai s cedo ou mai s tarde. Eu
espero que você nunca tenha que olhar i sso. Se você esti ver lendo i sto,
então Damon é umtrai dor, ou alg uma outra coi sa deu terri velmente
errado.
Um trai dor? Is s o pareceu um pouco forte, Damon pens ou, feri do, mas
também quei mando com um i ntens o des ej o de conti nuar com s ua tarefa.

Estou i ndo para a floresta para conversar comele hoj e à noi te


—se eu não voltar, você vai saber por onde começar a fazer perg untas.
A verdade é que eu não compreendo exatamente a si tuação.
Hoj e mai s cedo, Damon envi ou-me umcartão comumendereço de w eb
nele. Eu coloquei o cartão sob seu travessei ro, amor.

Oh droga, pens ou Damon. Ia s er di fí ci l cons egui r es s e cartão s em


acordá- l a. M as el e ti nha que cons egui -l o.

Elena, si g a este li nk da w eb. Você terá que mexer nos controles


de bri lho, porque ele foi cri ado apenas para os olhos de vampi ros. O que
o li nk parece estar di zendo é que exi ste umlug ar chamado Shi no Shi
—traduzi do li teralmente, ele di z, Morte da Morte, onde podem
remover esta maldi ção que me perseg ue há quase mei o mi lêni o. Eles
usammag i a e ci ênci a emcombi nação para restaurar vampi ros anti g os
emhomens e mulheres, meni nos e meni nas si mples.
Se eles realmente podemfazer i sso, Elena, nós podemos fí car
j untos durante o tempo que as pessoas comuns vi vem, i sso é tudo que peço
da vi da.
Eu quero i sso. Eu quero ter a oportuni dade de estar di ante de
você como umhumano normal que respi ra e come.
Mas não se preocupe. Eu só estou i ndo falar comDamon sobre
i sso. Você não preci sa me mandar fi car. Eu nunca i ri a dei xá-i a com
tudo o que está acontecendo emFell' s
Church ag ora. É mui to peri g oso para você, especi almente como
seu novo sang ue, sua nova aura.
Eu percebo que provavelmente estou confi ando emDamon mas do
que eu deveri a. Mas de uma coi sa estou certo: ele nunca i ri a
prej udi car você. Ele a ama. Como ele poderi a evi tar i sso?
Anda assi m, eu tenho que encontrar comele pelo menos, emseus
termos, sozi nho, emumlocal especí fi co na floresta. Então vamos ver o que
acontece.
Como eu di sse antes, se você esti ver lendo esta carta, si g ni fi ca
que alg o está terri velmente errado. Protej a-se, amor. Não tenha
medo. Confi e emsi mesma. E confi e emseus ami g os. Eles todos podem
aj udá-la.
Confi o no i nsti nto protetor de Matt por você, no j ulg amento de
Meredi th e na i ntui ção da B onni e. Di g a-lhes para lembrarem-se
di sso.
Espero que você nunca tenha que ler i sto,
Comtodo meu amor, meu coração, mi nha alma,
Stefan
PS: Por precaução apenas, há $20.000 emnotas de cemembai xo
do seg undo pi so a parti r da parede, emfrente à cama. Neste momento a
cadei ra de balanço está sobre ele. Você verá a rachadura faci lmente
se você mover a cadei ra.

Cui dados amente, Damon apagou as pal avras do arqui vo. E ntão, com um
canto da boca s e el evando, el e cui dados a e s i l enci os amente di gi tou novas
pal avras com um s i gni fi cado um tanto di ferente. E l e as l eu por ci ma. E l e
s orri u bri l hantemente. E l e s empre s e i magi nou como es cri tor; nenhum
trei namento formal , cl aro, mas el e s enti a que ti nha um tal ento i ns ti nti vo
para i s s o.
E i s s o compl etava o Pri mei ro Pas s o, Damon pens ou, s al vando o arqui vo
com s uas pal avras , em vez das de Stefan.
E ntão, s em ruí do, el e andou até onde E l ena es tava dormi ndo, de
conchi nha atrás de Stefan na cama es trei ta.
Agora o Segundo Pas s o.
Lentamente, mui to l entamente, Damon des l i zou os dedos debai xo do
traves s ei ro em que E l ena repous ava a cabeça. E l e podi a s enti r o cabel o de
E l ena onde el e s e derramava s obre o traves s ei ro s ob o l uar, e a dor que i s s o
des pertou es tava mai s em s eu pei to do que em s eus cani nos . Avançando os
dedos debai xo do traves s ei ro, el e procurou por al go s uave.
E l ena murmurou em s eu s ono e de repente s e vi rou. Damon quas e
pul ou de vol ta para as s ombras , mas os ol hos de E l ena es tavam fechados ,
s eus cí l i os um arco es pes s o e preto em s uas bochechas .
E l a es tava de frente para el e agora, mas es tranhamente Damon não s e
pegou ras treando as vei as azui s na s ua pel e bel a e l i s a. E l e pegou-s e ol hando
fami nto para s eus l ábi os l i gei ramente entreabertos . E l es eram... quas e
i mpos s í vei s de res i s ti r. M es mo durante o s ono eram da cor de pétal as de ros a,
l i gei ramente úmi dos , e entreabertos daquel a manei ra...
E u poderi a fazer i s s o mui to l evemente. E l a nunca s aberi a. E u poderi a,
eu s ei que eu poderi a. Si nto-me i nvencí vel es ta noi te.
E nquanto el e s e i ncl i nou em di reção a el a s eus dedos tocaram o cartão.
Is s o pareceu arrancá-l o de s eu mundo de s onho. O que el e es tava
pens ando? Arri s cando tudo, todos os s eus pl anos , por um bei j o? Haveri a mui to
tempo para bei j os — e outras coi s as , mui to mai s i mportantes — mai s tarde.
E l e des l i zou o pequeno cartão de debai xo do traves s ei ro e col ocou-o no
bol s o.
E ntão el e s e trans formou num corvo e des apareceu pel a j anel a.

***

Stefan ti nha há mui to tempo aperfei çoado a arte de dormi r s ó até certo
momento, então des pertar. E l e fez i s s o agora, ol hando para o rel ógi o s obre a
l arei ra para confi rmar que eram 4h, exatamente.
E l e não queri a acordar E l ena.
E l e ves ti u-s e s i l enci os amente e s ai u pel a j anel a pel o mes mo cami nho
que s eu i rmão tomara — mas como um fal cão. E m al gum l ugar, el e ti nha
certeza que Damon es tava s endo fei to de bobo por al guém us ando mal achs para
fazer del e s eu fantoche. E Stefan, ai nda bombeado com o s angue de E l ena,
s enti u que ti nha o dever de detê-l o.
A nota que Damon ti nha entregado ti nha o di reci onado para a árvore onde
os humanos ti nham bati do. Damon também gos tari a de rever conti nuamente
aquel a árvore até que ti ves s e l evado os fantoches mal ach ao s eu ti terei ro.
E l e des ceu, foi l evado pel a correnteza, e quas e deu um ataque cardí aco
em rato ao abai xar-s e s obre el e de repente antes de di s parar para o céu
novamente.
E então, no ar, quando el e avi s tou evi dênci a da bati da de um carro numa
árvore, el e mudou de um fal cão gl ori os o para um j ovem homem com cabel os
es curos , um ros to pál i do e ol hos i ntens amente verdes .
E l e foi l evado pel a correnteza, l eve como um fl oco de neve, até o chão e
ol hou em cada di reção, uti l i zando todos os s eus s enti dos de vampi ro para tes tar
a área. E l e não s enti u nenhuma armadi l ha; nenhuma ani mos i dade, apenas
os s i nai s i nequí vocos da l uta vi ol enta das árvores . E l e fi cou humano para
es cal ar a árvore que dava a i mpres s ão ps í qui ca de s eu i rmão.
E l e não s enti u fri o enquanto es cal ava o carval ho em que s eu i rmão
ti nha des cans ado enquanto o aci dente aconteci a a s eus pés . E l e ti nha mui to
do s angue de E l ena fl ui ndo através del e para s enti r o fri o. M as el e es tava
ci ente de que es ta área da fl ores ta era parti cul armente gel ada; que al go a
es tava mantendo des s a forma. Por quê? E l e j á havi a decl arado os ri os e
fl ores tas que atraves s avam Fel l ’s Church, então por que ocupar o l ugar s em
di zer-l he? Fos s e o que fos s e, teri a de apres entar- s e di ante del e
eventual mente, s e qui s es s e fi car em Fel l ' s Church. Por que es perar? E l e
ques ti onou, enquanto s e agachava s obre o ramo.
E l e s enti u a pres ença de Damon vi ndo até el e mui to antes do que s eus
s enti dos teri am notado nos di a antes da trans formação de E l ena, e el e evi tou
vaci l ar. E m vez di s s o el e vi rou de cos tas para o tronco da árvore e ol hou para
fora. E l e podi a s enti r Damon acel erando em di reção a el e, mai s e mai s
rápi do, mai s e mai s forte — e então Damon deveri a es tar l á, de pé di ante
del e, mas el e não es tava.
Stefan franzi u a tes ta.
" Sempre val e a pena ol har para ci ma, i rmãozi nho, " acons el hou uma voz
encantadora aci ma del e, e em s egui da Damon, que es ti vera agarrado à árvore
como um l agarto, deu um s al to para frente e pous ou no ramo de Stefan.
Stefan não di s s e nada, l i mi tando-s e a exami nar o s eu i rmão mai s vel ho.
Fi nal mente el e di s s e, " Você es tá de bom humor."
" E u ti ve um di a s untuos o, " di s s e Damon. " Devo nomeá-l as para você?
Teve a atendente da l oj a de cartões ... E l i zabeth, e mi nha queri da ami ga
Damari s , cuj o mari do trabal ha na Brons ton, e a j ovenzi nha Teres a que é
vol untári a na bi bl i oteca, e... "
Stefan s us pi rou. " Às vezes eu acho que você poderi a s e l embrar do nome
de cada garota que você bebeu em toda s ua vi da, mas você es quece o meu nome
regul armente, " di s s e el e.
" Bobagem... i rmãozi nho. Agora, j á que E l ena, s em dúvi da, l he expl i cou
o que aconteceu quando eu tentava res gatar s ua bruxa em mi ni atura —
Bonni e — eu s i nto que mereço um pedi do de des cul pas . "
" E j á que você me envi ou um bi l hete que s ó pos s o i nterpretar como uma
provocação, eu real mente s i nto que eu mereço uma expl i cação."
" Des cul pas pri mei ro, " Damon col ocou para fora. E então, em tom de
s ofri mento, " E u tenho certeza que você acha que é rui m o s ufi ci ente ter
prometi do à E l ena, quando el a es tava morrendo, que você i ri a cui dar de mi m
para s empre. M as você nunca parece perceber que eu ti ve que prometer a
mes ma coi s a, e eu não s ou exatamente do ti po guarda-cos tas . Agora que el a
não es tá mai s morta, tal vez devês s emos s i mpl es mente es quecer i s s o."
Stefan s us pi rou novamente. " Tudo bem, tudo bem. E u peço des cul pas .
E u es tava errado. E u não deveri a ter te expul s ado. É o s ufi ci ente?"
" Não tenho certeza de que você es tej a fal ando s éri o. Tente mai s uma vez,
com s enti - "
" Damon, s obre o que, em nome de Deus , era o s i te?"
" Ah. E u achei que era bem i ntel i gente: el es dei xam as cores tão
próxi mas que apenas vampi ros ou bruxas ou coi s as as s i m cons eguem l er,
enquanto os humanos apenas veri am uma tel a preta."
" M as como você des cobri u i s s o?"
" E u vou te di zer em um i ns tante. M as s i mpl es mente pens e ni s s o,
i rmãozi nho. Você e E l ena, em uma perfei ta l uazi nha de mel , apenas mai s
doi s humanos em um mundo de humanos . Quanto mai s cedo você for, mai s
cedo você poderá cantar ‘Di ng Dong, o Cadáver es tá M orto’ {8} !"
" E u ai nda quero s aber como aconteceu de você si mplesmente achar es te s i te."
" Tudo bem. E u admi to: eu fi nal mente fui s ugado para a era da
tecnol ogi a. E u tenho meu própri o s i te. E um j ovem homem mui to úti l entrou
em contato comi go s ó para ver s e eu real mente fal ava s éri o s obre as coi s as que
di s s e ou s e eu era apenas um i deal i s ta frus trado. Imagi nei que a des cri ção
s ervi a pra você."
" Você — um s i te? E u não acredi to- "
Damon i gnorou. " Pas s ei a mens agem adi ante porque eu j á ti nha ouvi do
fal ar do l ugar, o Shi no Shi ."
" A Morte da Morte, di zi a."
" Is s o é como foi traduzi do para mi m." Damon abri u um s orri s o de mi l
qui l owatts para Stefan, perfurando-o, até que fi nal mente Stefan vi rou-s e,
s enti ndo como s e ti ves s e s i do expos to ao s ol s em o s eu anel de l ápi s -l azúl i .
" De fato, " Damon conti nuou normal mente, " eu convi dei meu col ega em
pes s oa para expl i car para você."
" Você fez o quê?"
" E l e deveri a es tar aqui às 4: 44 exatamente. Não me cul pe pel o horári o;
é al go es peci al para el e. "
E então, com mui to pouco barul ho, e certamente s em Poder nenhum que
Stefan pudes s e di s cerni r, al go pous ou na árvore aci ma del es e cai u o gal ho
del es , trocando de forma enquanto o fazi a.
E ra, real mente, um j ovem homem, com cabel os negros de pontas
vermel has como fogo e ol hos dourados s erenos . E nquanto Stefan vi rava-s e na
di reção del e, el e l evantou as duas mãos em um ges to de paz e rendi ção.
" Quem di abos é você?"
" E u s ou o di abo Shi ni chi , " di s s e o j ovem s i mpl es mente. " M as , como
eu di s s e a s eu i rmão, a mai ori a das pes s oas me chama apenas de Shi ni chi .
M as é cl aro i s s o cabe a você."
" E você s abe tudo s obre o Shi no Shi ."
" Ni nguém s abe tudo s obre el e. É um l ugar — e uma organi zação. E u
s ou um pouco parci al a el e porque — " Shi ni chi pareceu tí mi do- " bem, acho
que eu s i mpl es mente gos to de aj udar pes s oas . "
" E agora você quer me aj udar."
" Se você real mente quer s e tornar humano... E u conheço um j ei to."
" E u devo s i mpl es mente dei xar vocês doi s fal arem s obre i s s o, devo?"
di s s e Damon. " Três é demai s , es peci al mente nes te gal ho."
Stefan ol hou-o fortemente. " Se você ti ver com a menor i déi a de pas s ar
perto da pens ão... "
" Com Damari s j á a mi nha es pera? Hones tamente, i rmãozi nho. " E
Damon mudou de forma para corvo antes que Stefan pudes s e pedi r a el e para
dar a s ua pal avra em j uramento.

***

E l ena vi rou-s e na cama, tateando automati camente a procura de um


corpo quente ao l ado del a. O que s eus dedos encontraram, no entanto, foi um
buraco fri o em forma de Stefan. Seus ol hos abri ram-s e. " Stefan?"
Que queri do. E l es es tavam tão em s i ntoni a que era como s er uma pes s oa
s ó — el e s empre s abi a quando el a es tava pres tes a des pertar. E l e
provavel mente des ceu para preparar o s eu café da manhã — Sra. Fl owers
s empre ti nha água quente à es pera del e quando el e des ci a ( mai s uma prova
de que el a era uma bruxa do ti po branca) — e Stefan trari a uma bandej a.
" E l ena, " di s s e el a, tes tando a s ua vel ha-nova voz s ó para ouvi r-s e fal ar.
" E l ena Gi l bert, meni na, você tomou cafés da manhã na cama demai s ." E l a
apal pou s eu es tômago. Si m, defi ni ti vamente preci s ava de exercí ci o.
" Tudo bem, então, " di s s e el a, ai nda em voz al ta. " Comece l evantando-
s e da cama e res pi rando. E então um al ongamento l eve." Tudo i s s o, pens ou
el a, podi a s er pos to de l ado quando Stefan apareces s e.
M as Stefan não apareceu, mes mo quando el a dei tou exaus ta depoi s de
uma hora de exercí ci o.
E el e não s ubi u as es cadas , trazendo uma xí cara de chá, tampouco.
Onde el e es tava?
E l ena ol hou por s ua úni ca j anel a e vi u um vi s l umbre da Sra. Fl owers
abai xo.
O coração de E l ena ti nha começado a bater forte durante s eu exercí ci o
aeróbi co e real mente nem chegou a di mi nui r para o s eu ri tmo normal
apropri ado. Apes ar de s er provavel mente i mpos s í vel i ni ci ar uma convers a com
a Sra. Fl owers des s a forma, el a gri tou, " Sra. Fl owers ?"
E , maravi l ha das maravi l has , a s enhora parou de pendurar um l ençol
no varal e ol hou para ci ma. " Si m, E l ena queri da?"
" Onde es tá Stefan?"
O l ençol bal ançou em torno da Sra. Fl owers e a fez des aparecer. Quando
el e endi rei tou-s e, el a ti nha i do embora.
M as E l ena ti nha os ol hos no ces to de roupa. Ai nda es tava l á. E l a gri tou:
" Não vá embora!" E apres s ou-s e em col ocar s ua cal ça j eans e s eu novo top
azul . E ntão, s al ti tando es cada abai xo enquanto abotoava, el a i nvadi u no
j ardi m de trás .
" Sra. Fl owers !"
" Si m, E l ena queri da?"
E l ena s ó cons egui a vê-l a de rel ance entre os metros bal ançando de
teci dos brancos . " Você vi u Stefan?"
" Não es ta manhã, queri da."
" Não mesmo?"
" E u l evantei -me de madrugada, como s empre. O carro del e j á não es tava
mai s , e não ai nda não vol tou."
Agora o coração de E l ena bati a para val er. E l a s empre teve medo de al go
as s i m. E l a res pi rou profundamente e correu de vol ta até a es cada s em parar.
Bi l hete, bi l hete...
E l e nunca a dei xari a s em um bi l hete. E não havi a nenhum s obre o
traves s ei ro del e. E ntão el a pens ou no traves s ei ro dela.
Suas mãos vas cul haram freneti camente s ob el e, e então s ob o traves s ei ro
del e. No começo el a não vi rou os traves s ei ros , porque el a queri a mui to que o
bi l hete es ti ves s e l á — e porque el a es tava com medo do que el e poderi a di zer.
Depoi s , quando fi cou cl aro que não havi a nada s ob os traves s ei ros exceto
os l ençói s , el a os vi rou e ol hou para o vazi o branco por mui to tempo. E ntão el a
puxou a cama pra l onge da parede, no cas o do bi l hete ter caí do pra trás del a.
De al guma forma el a s enti u que s e el a s i mpl es mente conti nuas s e
procurando, el a deveri a encontrá-l o. No fi nal , el a ti nha s acudi do a roupa de
cama toda e acabou encarando os l ençói s brancos novamente, acus adoramente,
mui tas vezes pas s ando as mãos s obre el es .
E i s s o devi a s er bom, porque s i gni fi cava que Stefan não ti nha i do pra
l ugar al gum — exceto que el a ti nha dei xado a porta do armári o aberta e el a
podi a ver, mes mo s em querer, um monte de cabi des vazi os .
E l e havi a l evado todas as s uas roupas .
E es tava vazi o no fundo do armári o.
E l e ti nha l evado cada par de s apatos .
Não que el e ti ves s e mui tos . M as tudo que el e preci s ava para fazer uma
vi agem pra l onge ti nha i do embora — e el e s e fora.
Por quê? Onde? Como el e pode?
M es mo que el a des cobri s s e que el e a dei xara para des cobri r um novo
l ugar para el es morarem, como el e pode? E l e teri a a bri ga das bri gas quando
el e vol tas s e-s e el e vol tas s e.
Gel ada até os os s os , cons ci ente de que as l ágri mas corri am
i nvol untari amente e quas e des percebi das pel o s eu ros to, el a es tava pres tes a
chamar M eredi th e Bonni e quando pens ou em al go.
Seu di ári o.
17
Nos pri mei ros di as após el a ter vol tado da pós -vi da, Stefan s empre a
col ocava na cama cedo, s e certi fi cava de que el a es tava aqueci da, e então
permi ti a que el a trabal has s e no computador del e, es crevendo um ti po de
di ári o, com s eus pens amentos s obre o que ti nha aconteci do naquel e di a,
s empre acres centando s uas i mpres s ões .
Agora el a procurava o arqui vo des es peradamente, e des es peradamente
rol ou até o fi m.
E al i es tava.

Mi nha queri da Elena,


Eu sabi a que você olhari a aqui mai s cedo ou mai s tarde. Eu
espero que tenha si do mai s cedo.
Queri da, eu acredi to que você sej a capaz de cui dar de sí mesma
ag ora, e eu nunca vi uma g arota mai s forte ou i ndependente.
E i sso quer di zer que está na hora. Na hora de eu parti r. Eu
não posso fi car por mai s tempo semte transformar emuma vampi ra
novamente —alg o que ambos sabemos que não pode acontecer.
Por favor, me perdoe. Por favor, me esqueça. Ah amor, eu não
quero i r mas eu tenho que i r.
Se preci sar de aj uda, eu fi z comque Damon desse sua palavra de
que i ri a te proteg er. Ele nunca te machucari a, e qualquer mal que
estej a acontecendo emFell' s Church não ousará te tocar comele por
perto.
Mi nha queri da, meu anj o, eu sempre te amarei ...
Stefan

PS: Para te aj udar a seg ui r coma sua vi da real, eu dei xei


di nhei ro para pag ar a Sra. Flow ers pelo quarto para o próxi mo ano.
Tambémte dei xei $20.000 emnotas de cemdólares sob a seg unda
tábua da parede, do outro lado da cama. Use-as para construi r um
novo futuro, comquemquer que você escolha.
Novamente, se preci sar de alg o, Damon te aj udará. Confi e no
j ulg amento dele se preci sar de umconselho. Ah, amável amorzi nho,
como posso i r? Mesmo para o seu própri o bem.

E l ena termi nou a carta.


E então s i mpl es mente fi cou s entada l á.
Após toda a s ua caçada, el a encontrara a res pos ta.
E el a não s abi a o que fazer agora exceto gri tar.
Se preci sar de aj uda vá até o Damon... Confi e no j ulg amento do Damon... Não poderi a
s er uma propaganda mai s óbvi a para o Damon s e o própri o ti ves s e es cri to i s s o.
E Stefan ti nha des apareci do. E s uas roupas ti nham des apareci do. E
s uas botas ti nham des apareci do.
E l e ti nha dei xado-a.
Construa uma vi da nova...

***

E foi as s i m que Bonni e e M eredi th a encontraram, es pantadas por uma


tentati va frus trada de uma hora das s uas l i gações tel efôni cas . Fora a pri mei ra
vez que el as não cons egui ram fal ar com Stefan des de que el e ti nha chegado, a
pedi do del as , para matar um mons tro. M as aquel e mons tro es tava morto agora,
e E l ena...
E l ena es tava s entada na frente do armári o de Stefan.
" E l e l evou até mes mo s eus s apatos , " el a di s s e s em emoção,
s uavemente. " E l e l evou tudo. M as el e pagou pel o quarto por um ano. E ontem
de manhã el e me comprou um Jaguar."
" E l ena—"
" Vocês não vêem?" E l ena chorou. " Esse é o meu Des pertar. Bonni e previ u
que s eri a cruel e repenti no e que eu preci s ari a de ambas vocês . E M att?"
" O nome del e não foi menci onado, " Bonni e di s s e tri s temente.
" M as acho que preci s aremos da aj uda del e, " M eredi th di s s e
carrancudamente.
" Quando Stefan e eu fi camos j untos , no começo — antes que eu me
tornas s e uma vampi ra — eu s empre s oube, " E l ena s us s urrou, " que
chegari a uma hora quando el e tentari a me dei xar para meu própri o bem." De
repente el a bateu no chão com s eu punho, forte o bas tante para s e machucar.
" E u s abi a, mas eu pens ei que es tari a l á para convencê-l o a não fazer i s s o!
E l e é tão nobre — tão al truí s ta! E agora — el e desapareceu."
" Você real mente não l i ga, " M eredi th di s s e s i l enci os amente,
obs ervando-a. " Se fi car humana ou s e tornar vampi ra."
" Você es tá certa — eu não l i go! E u não l i go para nada, contanto que eu
pos s a fi car com el e. Quando eu ai nda era metade de um es pí ri to, eu s abi a
que nada podi a me Trans formar. Agora eu s ou humana e tão s us cetí vel quanto
qual quer outro humano à Trans formação — mas não i mporta."
" Tal vez es s e s ej a o Des pertar, " M eredi th di s s e, ai nda
s i l enci os amente.
" Ah, tal vez el e não l evando café-da-manhã para el a s ej a um des pertar!"
Bonni e di s s e, exas perada. E l a es ti vera encarando uma chama por mai s de
tri nta mi nutos , tentando entrar em contato es pi ri tual com Stefan. " Ou el e quer
— ou não pode, " el a di s s e, não vendo M eredi th bal ançando vi ol entamente
s ua cabeça até depoi s das pal avras terem s aí do.
" O que quer di zer com ' não pode' ?" E l ena exi gi u, s al tando do chão onde
es tava curvada.
" E u não s ei ! E l ena, você es tá me machucando!"
" E l e es tá em peri go? Pens e, Bonni e! E l e vai s e machucar por mi nha
caus a?"
Bonni e ol hou para M eredi th, que es tava tel egrafando " não" com cada
centí metro de s eu corpo el egante. E ntão el a ol hou para E l ena, que es tava
exi gi ndo a verdade. E l a fechou s eus ol hos . " Não tenho certeza, " el a di s s e.
E l a abri u s eus ol hos l entamente, es perando que E l ena expl odi s s e.
M as E l ena não fez nada do ti po. E l a meramente fechou s eus própri os ol hos
l entamente, s eus l ábi os endurecendo.
" Há mui to tempo, eu j urei que o teri a, mes mo que i s s o nos matas s e
doi s , " el a di s s e s i l enci os amente. " Se el e acha que pode s i mpl es mente s e
afas tar de mi m, para o meu própri o bem ou por qual quer outra razão... el e es tá
errado. E u i rei até Damon pri mei ro, j á que Stefan parece querer i s s o tanto. E
então eu vou atrás del e. Al guém me dará uma di reção para começar. E l e me
dei xou vi nte mi l dól ares . E u os us arei para s egui -l o. E s e o carro quebrar, eu
andarei ; e quando eu não puder mai s andar, eu engati nharei . M as eu i rei
achá-l o."
" Não s ozi nha, não vai , " M eredi th di s s e, em s eu j ei to s uave e
as s egurador. " E s tamos com você, E l ena."
" E então, s e el e ti ver fei to i s s o por vontade própri a, el e vai ganhar o tapa
na cara da s ua vi da."
" O que qui s er, E l ena, " M eredi th di s s e, ai nda cal mamente. " Vamos
s i mpl es mente achá-l o pri mei ro."
" Um por todos e todos por um!" Bonni e excl amou. " Nós o cons egui remos
de vol ta e faremos com que el e s e arrependa — ou não, " el a acres centou
afobada enquanto M eredi th novamente começava a bal ançar s ua cabeça.
" E l ena, não! Não chore, " el a acres centou, no i ns tante antes de E l ena
expl odi r em l ágri mas .

***

" E ntão fora Damon quem di s s era que tomari a conta de E l ena, e Damon
deve ter s i do o úl ti mo a ver Stefan es s a manhã, " M att di s s e, quando fora
bus cado da s ua cas a e a s i tuação fora expl i cada a el e.
" Si m, " E l ena di s s e com bas tante certeza. " M as M att, você es tá
enganado s e acha que o Damon fari a al guma coi s a para manter o Stefan l onge
de mi m. Damon não é o que vocês todos acham. E l e real mente es tava tentando
s al var Bonni e naquel a noi te. E el e real mente fi cou magoado quando todos
vocês o odi aram."
" Is s o é o que eu chamo de ' evi dênci a de moti vo, ' eu acho, " M eredi th
apontou.
" Não. É evi dênci a de caráter — evi dênci a que Damon tem s enti mentos ,
que el e s e i mporta com s eres humanos , " E l ena contradi s s e. " E el e nunca
machucari a Stefan, porque — bem, por mi nha caus a. E l e s abe como eu me
s enti ri a."
" Bem, por que el e não me res ponde, então?" Bonni e di s s e
ranzi nzamente.
" Tal vez porque na úl ti ma vez que el e nos vi u, todos j untos , es távamos
ol hando fei o para el e como s e o odi ás s emos , " di s s e M eredi th, que era
s empre j us ta.
" Di ga a el e que eu i mpl oro s eu perdão, " E l ena di s s e. " Di ga a el e que
eu quero fal ar com el e."
" E u me s i nto como um s atél i te de comuni cação, " Bonni e recl amou, mas
el a cl aramente col ocava todo s eu coração e força em cada l i gação. Por fi m, el a
pareceu compl etamente pres s i onada e exaus ta.
E , por fi m, até mes mo E l ena teve que admi ti r que não adi antava nada.
" Tal vez el e s e dê conta e comece a l i gar para você, " Bonni e di s s e.
" Tal vez amanhã."
" Vamos fi car com você hoj e à noi te, " M eredi th di s s e. " Bonni e, eu
l i guei para a s ua i rmã e di s s e a el a que você es tari a comi go. Agora eu vou
l i gar para o meu pai e di zer a el e que es tarei com você. M att, você não es tá
convi dado —"
" Val eu, " M att di s s e s ecamente. " Tenho que i r andando para cas a
também?"
" Não, pode l evar o meu carro para cas a, " E l ena di s s e. " M as , por favor,
traga-o de vol ta para cá amanhã cedo. E u não quero que as pes s oas comecem a
perguntar s obre i s s o."
Naquel a noi te, as três garotas s e prepararam para fi carem confortávei s ,
es ti l o col egi ai s , nos l ençói s e cobertores excedentes da Sra. Fl owers ( não era
de s e es pantar que el a tenha l avado tantos l ençói s hoj e — el a deve ter
i magi nado de al guma forma, E l ena pens ou), com a mobí l i a empurrada até as
paredes e três s acos de dormi r i mprovi s ados no chão. Suas cabeças es tavam
j untas e s eus corpos radi avam como os travões de uma roda.
E l ena pens ou, E ntão i s s o é o Des pertar.
É a real i zação de que, afi nal , eu pos s o fi car s ozi nha novamente. E , ah,
s ou grata por ter M eredi th e Bonni e j unto comi go. Si gni fi ca mai s do que eu
pos s o di zer a el as .
E l a ti nha i do automati camente para o computador, para es crever um
pouco em s eu di ári o. M as após as pri mei ras poucas pal avras , el a s e encontrou
chorando novamente, e fi cou s ecretamente fel i z quando M eredi th tomou-a
pel os ombros e mai s ou menos a forçou a beber l ei te quente com bauni l ha,
canel a e noz mos cada, e quando Bonni e a aj udou a i r até s ua pi l ha de
cobertores para dormi r e então s egurou s ua mão até que el a adormeces s e.

***

M att ti nha fi cado até tarde, e o s ol es tava nas cendo enquanto el e di ri gi a


para cas a. E ra uma corri da contra a es curi dão, el e pens ou repenti namente, s e
recus ando a s er di s traí do pel o caro chei ro de carro novo do Jaguar. E m al gum
l ugar nos fundos da mente del e, el e es tava ponderando. E l e não qui s era di zer
nada para as garotas , mas havi a al go no bi l hete de des pedi da do Stefan que o
i ncomodava. A úni ca coi s a era que el e ti nha que s e certi fi car que não era s ó
s eu orgul ho feri do fal ando.
Por que Stefan não ti nha menci onado el es ? Os ami gos de E l ena do
pas s ado, os ami gos del a no aqui e agora. Você achari a que el e pel o menos
fari a menção às garotas , mes mo que el e tenha s e es queci do de M att na dor de
dei xar E l ena permanentemente.
O que mai s ?" Defi ni ti vamente havi a outra coi s a, mas M att não
cons egui a trazê-l a à tona. Tudo que el e ti nha era uma i magem vaga e
vaci l ante s obre o ano pas s ado na es col a e — ah é, a Srta. Hi l den, a profes s ora
de i ngl ês .
M es mo enquanto M att s onhava acordado com i s s o, el e es tava s endo
cui dados o com a s ua di reção. Não havi a como evi tar compl etamente o Bos que
Anti go na es trada l onga e de pi s ta úni ca que l evava da pens ão para o terri tóri o
de Fel l ’s Church. M as el e es tava ol hando para frente, mantendo-s e al erta.
E l e vi u a árvore caí da mes mo quando chegava pel a es qui na e acertava o
ras ti l ho a tempo de parar brus camente, com o carro com um ângul o de quas e
noventa graus da es trada.
E então el e teve que pens ar.
Sua pri mei ra reação i ns ti nti va foi : l i gar para o Stefan. E l e pode
s i mpl es mente l evantar a árvore di retamente do chão. M as el e s e l embrou
rápi do o bas tante para que aquel e pens amento fos s e nocauteado por uma
pergunta. Li gar para as garotas ?
E l e não cons egui a s e forçar a fazer i s s o. Não era s ó uma ques tão de
di gni dade mas cul i na — era a real i dade s ól i da da árvore madura na frente
del e. M es mo que todos trabal has s em j untos , el es não poderi am mover aquel e
negóci o. E ra grande demai s , pes ada demai s .
E ti nha caí do do Bos que Anti go para que fi cas s e dei tado e atraves s ado
di retamente na es trada, como s e qui s es s e s eparar a pens ão do res to da ci dade.
Cui dados amente, M att rol ou para a j anel a do l ado do pas s agei ro. E l e
es pi ou para o Bos que Anti go para tentar ver as raí zes da árvore, ou, el e admi ti u
para s i mes mo, qual quer ti po de movi mento. Não havi a nenhuma.
E l e não cons egui a ver as raí zes , mas es s a árvore pareci a s audável
demai s para ter s i mpl es mente caí do numa tarde ens ol arada de verão. Nada de
vento, nada de chuva, nada de rai os , nada de cas tores . Nada de l enhadores ,
el e pens ou carrancudamente.
Bem, a tri nchei ra do l ado di rei to era ras a, pel o menos , e o epí tome da
árvore não a ati ngi a exatamente. Tal vez fos s e pos s í vel -
Movi mento.
Não na fl ores ta, mas na árvore l ogo em frente a el e. Al go es tava
movi mentando os gal hos s uperi ores da árvore, al go mai s do que o vento.
Quando el e o vi u, el e ai nda não cons egui a acredi tar. E s s a era parte do
probl ema. A outra parte era que el e es tava di ri gi ndo o carro da E l ena, não s eu
vel ho cal hambeque. E ntão enquanto el e es tava freneti camente tateando um
j ei to de fechar a j anel a, com s eus ol hos col ados na coi sa s e removendo da
árvore, el e es tava agarrando todos os l ugares errados .
E a coi s a fi nal era s i mpl es mente que a bes ta era rápi da. Rápi da demai s
para s er real .
Quando M att s e deu conta, el e es tava l utando contra i s s o na j anel a.
M att não s abi a o que E l ena ti nha mos trado a Bonni e no pi queni que.
M as s e i s s o não era um mal ach, então que di abos era i s s o? M att ti nha vi vi do
ao redor de bos ques s ua vi da toda, e el e nunca vi ra nenhum i ns eto
remotamente pareci do com es s e antes .
Porque era um i ns eto. Sua pel e pareci a s i mi l ar à cas ca de uma árvore,
mas i s s o era apenas camufl agem. E nquanto el e s e bati a contra a j anel a do
carro parci al mente l evantada — enquanto el e bati a nel e com ambas as mãos
— el e cons egui a ouvi r e s enti r s eu exteri or qui ti nos o. E ra tão l ongo quanto
s eu braço, e pareci a voar ao chi cotear s eus tentácul os em um cí rcul o — o que
devi a s er i mpos s í vel , mas aqui es tava pres o na metade de dentro da j anel a.
Ti nha a es trutura mai s como a de uma s angues s uga ou de uma l ul a do
que de qual quer i ns eto. Seus tentácul os l ongos e pareci dos com o de uma cobra
pareci am quas e como vi nhas , mas el es eram mai s gros s os do que um dedo e
ti nha s ugadoras l argas nel es — e dentro das s ugadoras ti nha al go afi ado.
Dentes . Uma das vi nhas fi cou ao redor do s eu pes coço, e el e cons egui a
s enti r a s ucção e a dor toda de uma s ó vez.
A vi nha ti nha chi coteado ao redor da garganta del e três ou quatro vezes , e
es tava apertando. E l e teve que us ar uma mão para es ti car-s e e arrancá-l o. Is s o
s i gni fi cou apenas uma mão di s poní vel para debul har a coi s a s em cabeça —
que de repente mos trou que ti nha uma boca, e nada de ol hos . Como todo o res to
s obre a bes ta, a boca era radi al mente s i métri ca: era redonda, com s eus dentes
arrumados em um cí rcul o. M as l á no fundo dentro des s e cí rcul o, M att vi u,
para s eu horror, enquanto o i ns eto es ti cava s eu braço, es tava um par de pi nças
grandes o bas tante para cortarem um dedo.
Deus , não. E le fechou s ua mão num punho, tentando
des es peradamente bater nel e de dentro.
A expl os ão de adrenal i na que el e teve após ver i s s o permi ti u que el e
puxas s e a vi nha chi coteante ao redor de s ua garganta, as s ugadoras s e
s ol tando enfi m. M as agora s eu braço fora engol i do até aci ma do cotovel o. M att
s e forçou a atacar o corpo do i ns eto, gol peando-o como s e fos s e um tubarão, que
era a outra coi s a da qual el e o l embrava.
E l e ti nha que s ol tar s eu braço. E l e s e encontrou cegamente es prei tando
o fundo da boca aberta redonda e meramente arrancando um pedaço de
exoes quel eto que cai u em s eu col o. E nquanto i s s o os tentácul os ai nda es tavam
torvel i nhando, gol peando contra o carro, procurando por um modo de entrar. E m
al gum ponto el e i a perceber que tudo que ti nha que fazer era dobrar aquel as
coi s as pareci das com vi nhas s ocando e podi a es premer s eu corpo para entrar.
Al go afi ado roçou s eus nós dos dedos . As pi nças ! Seu braço es tava quas e
compl etamente engol fado. M es mo enquanto M att s e focava i ntei ramente em
como s e des venci l har, al guma parte del e s e perguntava: onde es tava s eu
es tômago? E s s a bes ta não é possí vel.
E l e ti nha que l i bertar s eu braço ag ora. E l e i a perder s ua mão, tão certo
quanto s e el e ti ves s e col ocado-a no tri turador de l i xo e l i gado.
E l e j á ti nha ti rado s eu ci nto de s egurança. Agora com um arremes s o
vi ol ento, el e j ogou s eu corpo para a di rei ta, na di reção do banco do pas s agei ro.
E l e cons egui a s enti r os dentes ras pando s eu braço enquanto el e o arras tava
por el es . E l e cons egui a ver os l ongos e s angrentos s ul cos que el e dei xou em
s eu braço. M as i s s o não i mportava. Tudo que i mportava era ti rar s eu braço.
Nes s e momento s eu outro braço encontrou o botão que control ava a j anel a.
E l e a amas s ou para ci ma, arras tando s eu punho e s ua mão da boca do i ns eto
bem quando a j anel a fechava.
O que el e es perava era um es trondo de e s angue preto fl ui ndo, tal vez
comendo o chão do carro novo de E l ena, como aquel a coi s a es capando em Ali en
—o 8° Passag ei ro.
Ao i nvés , o i ns eto vapori zou-s e. E l e s i mpl es mente... fi cou trans parente e
então vi rou mi nús cul as parti das de l uz que des apareceram enquanto el e as
encarava.
E l e foi dei xado com um braço com l ongos arranhões s angrentos , feri das
i nchadas em s ua garganta, e nós dos dedos dol ori dos na outra mão. M as el e
não perdeu tempo contando s eus machucados . E l e ti nha que s ai r dal i ; os
gal hos es tavam agi tando-s e novamente e el e não queri a es perar para ver s e
era ou não o vento.
Só havi a uma manei ra. A tri nchei ra.
E l e col ocou o carro no ponto e o j ogou no chão. E l e s e di ri gi u à tri nchei ra,
es perando que não fos s e profunda demai s , es perando que a árvore, de al guma
forma, não furas s e os pneus .
Houve um mergul ho abrupto que fez s eus dentes baterem j untos ,
capturando s eu l ábi o entre el es . E então houve o es magar de fol has e gal hos
s ob o carro, e por um momento todos os movi mentos pararam, mas M att
manteve s eus pés pres s i onados o mai s forte que pode no acel erador, e de
repente el e es tava l i vre, e s endo j ogado enquanto o carro querenava na
tri nchei ra. E l e cons egui u tomar o control e di s s o e des vi ou de vol ta para a
es trada bem a tempo de fazer uma curva abrupta para a es querda onde s e
vi rava repenti namente e a tri nchei ra acabava.
E l e es tava hi perventi l ando. E l e fez curvas a quas e oi tenta qui l ômetros
por hora, com metade da s ua atenção no Bos que Anti go — até que
repenti namente, abençoadamente, uma l uz vermel ha s ol i tári a encarou-o
como um farol ao anoi tecer.
O cruzamento com M al l ory. E l e teve que s e forçar a fazer outra parada
chi ada de quei mar borracha. Uma vi rada brus ca à di rei ta e el e es tava
vel ej ando pel o bos que. E l e teri a que ci rcul ar uma dúzi a de vi zi nhanças para
chegar em cas a, mas pel o menos el e fi cari a l i vre de qual quer al ameda
grande de árvores .
E ra uma grande aveni da, e agora que o peri go ti nha acabado, M att
es tava começando a s enti r a dor de s eu braço s ul cado. Na hora que el e es tava
l evando o Jaguar para s ua cas a, el e também es tava s e s enti ndo tonto. E l e s e
s entou s ob um pos te de l uz e então dei xou o carro cos tear na es curi dão al ém.
E l e não queri a que ni nguém mai s o vi s s e tão perturbado.
E l e devi a l i gar para as garotas ag ora? Avi s á-l as para não s aí rem hoj e à
noi te, que o bos que era peri gos o? M as el as j á s abi am di s s o. M eredi th nunca
dei xari a E l ena i r até ao Bos que Anti go, não agora que E l ena era humana. E
Bonni e dari a um enorme ataque barul hento s e al guém ao menos
menci onas s e s ai r no es curo — afi nal , E l ena ti nha l he mos trado aquel as
coi s as que es tavam l á fora, não ti nha?
Malach. Uma pal avra fei a para uma cri atura genui namente horroros a.
O que el es real mente preci s avam era que al guns pol i ci ai s s aí s s em e
ti ras s em a árvore do cami nho. M as não à noi te. E ra provável que ni nguém
mai s us as s e aquel a es trada s ol i tári a hoj e à noi te, e mandar pes s oas para l á
— bem, era como mandá-l os para os mal ach numa bandej a. E l e l i gari a para
a pol í ci a para fal ar di s s o cedi nho amanhã. E l es col ocari am as pes s oas certas
l á para mover aquel e negóci o.
E s tava es curo, e mai s tarde do que ti nha i magi nado. E l e provavel mente
deveri a l i gar para as garotas , afi nal . E l e s i mpl es mente des ej ava que s ua
cabeça cl areas s e. Seus arranhões coçavam e quei mavam. E l e es tava achando
di fí ci l pens ar. Tal vez s e el e apenas ti ras s e um tempo para res pi rar...
E l e i ncl i nou s ua tes ta contra o vol ante. E então a es curi dão fechou-s e.
18
M att des pertou, confus amente, para s e encontrar ai nda atrás do vol ante
do carro de E l ena. E l e tropeçou até s ua cas a, quas e s e es quecendo de trancar o
carro, e então tateando as chaves abri u a porta dos fundos . A cas a es tava
es cura; s eus pai s es tavam dormi ndo. E l e chegou até s eu quarto e cai u na
cama s em nem ao menos ti rar os s apatos .
Quando acordou novamente, el e fi cou s urpres o ao des cobri r que eram
nove da manhã, e s eu tel efone cel ul ar es tava tocando no bol s o da cal ça j eans .
" M eredi th?"
" Nós pens amos que você vi ri a mai s cedo es ta manhã."
" E u i a, mas eu tenho que des cobri r pri mei ro como, " di s s e M att, ou
mel hor, gras nou. Sua cabeça pareci a ter o dobro do s eu tamanho normal e s eu
braço pel o menos quatro vezes mai or. M es mo as s i m, al go no fundo de s ua
mente es tava cal cul ando como chegar à pens ão, s em pegar a E s trada do Bos que
Anti go. Fi nal mente al guns neurôni os s e i l umi naram e mos traram-l he a
res pos ta.
" M att? Você ai nda es tá aí ?"
" E u não tenho certeza. Ontem à noi te... Deus , não cons i go nem me
l embrar da noi te pas s ada. M as no cami nho de cas a — ol ha, eu vou te di zer
quando eu chegar aí . Pri mei ro eu tenho que chamar a pol í ci a."
" A pol í ci a?"
" Si m... ol he... apenas me dê uma hora, ok? E u es tarei aí em uma hora."
Quando el e fi nal mente chegou à pens ão, es tava mai s perto das onze do
que das dez. M as uma chuvei rada ti nha cl areado a s ua cabeça, mes mo que
não ti ves s e fei to mui to pel o s eu braço l atej ante. Quando el e apareceu, el e foi
envol vi do por preocupação femi ni na.
" M att, o que aconteceu?"
E l e contou para el as tudo o que cons egui u s e l embrar. Quando E l ena,
com l ábi os i móvei s , des fez a bandagem ortopédi ca que el e ti nha enrol ado no
braço, todos el es es tremeceram. Os arranhões l ongos es tavam com certeza
mui to i nfectados .
" E l es s ão venenos os , então, es tes M al ach."
" Si m, " di s s e E l ena l aconi camente. " Venenos os para o corpo e para a
mente."
" E você acha que um des s es pode entrar nas pes s oas ?" M eredi th
perguntou. E l a es tava rabi s cando em uma pági na do caderno, tentando
des enhar al go que pareci a com o que M att havi a des cri to.
" Si m."
Por apenas um momento os ol hos de E l ena e M eredi th s e encontraram
— então ambas ol haram para bai xo. Por fi m M eredi th di s s e, " E como vamos
s aber s e um del es es tá dentro... de al guém... ou não?"
" Bonni e deve s er capaz de nos di zer, em trans e, " di s s e E l ena
uni formemente. " Até eu poderi a s er capaz de di zer, mas eu não vou us ar
Poder Branco para i s s o. Nós es tamos i ndo ver a Sra. Fl owers ."
E l a di s s e i s s o des s a forma es peci al que M att ti nha aprendi do a
reconhecer há mui to tempo, e i s s o s i gni fi cava que nenhum argumento fari a
efei to. E l a es tava col ocando o pé no chão, e era i s s o.
E a verdade é que M att não s e s enti a mui to bem para di s cuti r. E l e
odi ava quei xar-s e — el e havi a j ogado parti das de futebol com uma cl aví cul a
quebrada, um j oel ho torci do, um tornozel o l uxado — mas i s to foi di ferente. Seu
braço pareci a que i a expl odi r.
Sra. Fl owers es tava l á embai xo na cozi nha, mas na mes a da s al a de es tar
es tavam quatro copos de chá gel ado.
" E u es tarei com você em um momento, " el a fal ou através da porta vai -e-
vem que di vi di a a cozi nha do l ocal onde el es es tavam. " Bebam o chá,
es peci al mente o j ovem que es tá machucado. Is s o vai aj udá-l o a rel axar."
" Chá de ervas , " Bonni e s us s urrou para os outros , como s e i s s o fos s e um
s egredo comerci al .
O chá não foi de todo rui m, apes ar de que M att teri a preferi do uma Coca-
Col a. M as quando el e pens ou nel e como um remédi o, e com as garotas
obs ervando-o como fal cões , el e cons egui u beber mai s da metade del e antes
que a propri etári a chegas s e.
E l a es tava us ando o chapéu de j ardi nagem — ou, pel o menos , um
chapéu com fl ores arti fi ci ai s s obre el e que pareci a como s e ti ves s e s i do
uti l i zado para j ardi nagem. M as em uma bandej a de bol i nhos , el a ti nha uma
s éri e de i ns trumentos , todos bri l hando como s e ti ves s em acabado de s er
fervi dos .
" Si m, queri da, eu s ou, " el a di s s e para Bonni e, que s e l evantou na
frente de M att protetora. " E u cos tumava s er uma enfermei ra, as s i m como s ua
i rmã. As mul heres não eram i ncenti vadas a s e tornarem doutoras . M as toda a
mi nha vi da eu fui uma bruxa. Fi ca mei o s ol i tári o, não é mes mo? "
" Não s eri a tão s ol i tári o, " di s s e M eredi th, ol hando i ntri gada, " s e você
moras s e mai s perto da ci dade."
" Ah, mas então eu teri a pes s oas ol hando para mi nha cas a o tempo todo,
e as cri anças des afi ando uma a outra a correrem e tocarem, ou a j ogarem
pedras na mi nha j anel a, ou adul tos ol hando para mi m toda vez que eu fos s e
fazer compras . E como eu poderi a manter meu j ardi m em paz?"
Foi o mai s l ongo di s curs o que qual quer um del es ti nha a ouvi do fazer.
Pegou-os tão de s urpres a que s e pas s ou um momento antes de E l ena fal ar,
" E u não entendo como você pode manter s eu j ardi m em paz aqui . Com todos os
veados e coel hos e outros ani mai s ."
" Bem, a mai or parte del e é para os ani mai s , vej a bem." Sra. Fl owers
s orri u beati fi camente e s eu ros to pareceu i l umi nar-s e por dentro. " E l es
certamente gos tam di s s o. M as el es não gos tam das ervas que cres cem para
s er col ocadas em arranhões , cortes e entors es e tal . E tal vez el es s ai bam que
eu s ou uma bruxa também, uma vez que s empre dei xam um pouco do j ardi m
para mi m e tal vez para um ou doi s hós pedes ."
" Por que você es tá me di zendo tudo i s s o agora?" E l ena exi gi a. " Ora,
houve vári as vezes quando eu es tava procurando por você ou por Stefan, quando
eu pens ei — bem, não i mporta o que eu pens ei . M as nem s empre eu ti nha
certeza s e você era nos s a ami ga."
" A verdade é que eu comecei a me tornar s ol i tári a e anti -s oci al na
mi nha vel hi ce. M as agora você perdeu o s eu j ovem, não é? E u gos tari a de ter
acordado um pouco mai s cedo es ta manhã. E ntão, eu poderi a ter s i do capaz de
fal ar com el e. E l e dei xou o di nhei ro para o al uguel de um ano do quarto na
mes a da cozi nha. E u s empre ti ve afei ção por el e, e es s a é a verdade."
Os l ábi os de E l ena tremi am. M att apres s ada e heroi camente, ergueu o
braço feri do. " Você pode aj udar com i s s o?" Perguntou el e, ti rando a bandagem
de novo.
" Oh, nos s a, nos s a. E que ti po de bi cho te fez i s s o?" a Sra. Fl owers di s s e,
anal i s ando os arranhões enquanto as três meni nas es tremeceram.
" Achamos que foi uma mal ach, " E l ena di s s e cal mamente. " Você s abe
al guma coi s a s obre i s s o?"
" E u j á ouvi a pal avra, s i m, mas eu não s ei nada es pecí fi co. Há quanto
tempo você cons egui u i s s o?" E l a perguntou M att. " E l es s e parecem mai s com
marcas de dentes do que marcas de garras ."
" E s ão, " di s s e M att s everamente, e el e des creveu o mal ach a el a o
mel hor que pôde. Foi em parte para manter-s e di s traí do, porque a Sra. Fl owers
ti nha apanhado um dos i ns trumentos rel uzentes da bandej a de bi s coi tos e
es tava começando a fazer al guma coi s a em s eu braço vermel ho e i nchado.
" Segure o mai s fi rme quanto você puder nes ta toal ha, " di s s e el a.
" E s tes j á formaram cros tas , mas el es preci s am s er abertos e drenados e
l i mpos de forma adequada. Is to vai doer. Por que uma de vocês garotas não
aj uda a s egurar a mão del e para manter o braço parado?"
E l ena começou a s e l evantar, mas Bonni e foi mai s rápi da do que el a,
quas e pul ando s obre M eredi th para pegar as mãos de M att em s uas própri as
mãos .
A drenagem e l i mpeza foram dol oros as , mas M att cons egui u s uportá-l as
s em fazer um s om, até mes mo dando uma es péci e de s orri s o doenti o para
Bonni e enquanto s angue e pus es corri am do s eu braço. A punção doeu no
i ní ci o, mas ti rar a pres s ão do machucado o fez s e s enti r bem mel hor, e quando
as feri das foram drenadas e l i mpas e depoi s cobertas com uma compres s a fri a
à bas e de pl antas , el e s e s enti u abençoadamente fres co e pronto para curar
corretamente.
Foi enquanto el e es tava tentando agradecer a vel ha s enhora que el e
notou Bonni e ol hando para el e. E m parti cul ar, para s eu pes coço. De repente,
el a ri u.
" O quê? O que é engraçado?"
" O i ns eto, " di s s e el a. " Deu-l he um chupão. A menos que você tenha
fei to outra coi s a na noi te pas s ada que não nos contou."
M att poderi a s enti r-s e corando enquanto puxava s ua gol a mai s para
ci ma. " E u l hes di s s e tudo, e foi o mal ach. E l e ti nha uma es péci e de
tentácul os com ventos as ao redor do meu pes coço. E l e es tava tentando me
es trangul ar!"
" E u me l embro agora, " di s s e Bonni e humi l demente. " E u s i nto
mui to."
Sra. Fl owers ti nha uma pomada à bas e de pl antas para a marca que a
ventos a havi a dei xado — e uma para os arranhões nas j untas da mão de M att.
Depoi s que el a havi a apl i cado a pomada, M att s e s enti u tão bem que el e era
capaz de ol har ti mi damente para Bonni e, que es tava obs ervando-o com grandes
ol hos cas tanhos .
" E u s ei , el e s e parece com um chupão, " di s s e el e. " E u o vi es ta
manhã no es pel ho. E eu tenho outra mai s abai xo, mas pel o menos mi nha
gol a cobre um del es ." E l e bufou e es ti cou s ua mão por dentro da s ua cami s a
para apl i car mai s pomada. As meni nas ri ram — uma l i beração da tens ão que
todos el es es tavam s enti ndo.
M eredi th ti nha começado a vol tar para a porta es trei ta que el es ti nham
atraves s ado quando s aí ram do quarto de Stefan, e M att automati camente a
s egui u. E l e não percebeu que E l ena e Bonni e fi caram para trás até es tar no
mei o da es cada, e em s egui da, M eredi th l he acenou para que conti nuas s e.
" E l as es tão apenas del i berando, " di s s e M eredi th, em s ua voz cal ma,
não agi tada.
" Sobre mi m?" M att engol i u. " É s obre es s a coi s a que E l ena vi u dentro
de Damon, certo? O mal ach i nvi s í vel . E s e eu tenho ou não um dentro de mi m
agora. "
M eredi th, nunca mi ni mi zando nada, apenas bal ançou a cabeça. M as
el a col ocou a mão brevemente em s eu ombro quando el es entraram no es curo
quarto de teto al to.
Pouco depoi s , E l ena e Bonni e s ubi ram, e M att pode afi rmar de s ó uma
vez pel os ros tos del as que o pi or cenári o não era verdade. E l ena vi u a s ua
expres s ão e i medi atamente foi até el e e o abraçou. Bonni e s egui da, mai s
ti mi damente.
" Sente-s e bem?" Di s s e E l ena, e M att afi rmou.
" E u me s i nto bem, " di s s e el e. Como s e ti ves s e l utado com j acarés , el e
pens ou. Nada era mai s agradável do que abraçar garotas maci as , maci as .
" Bem, o cons ens o é que você não tem nada dentro de você que não deveri a
es tar aí . Sua aura é cl ara e forte, agora que você não es tá com dor."
" Graças a Deus , " di s s e M att, e el e fal ava s éri o.
Foi nes s e momento que s eu cel ul ar tocou. E l e franzi u a tes ta, perpl exo
com o número apres entado, mas el e res pondeu.
" M atthew Honeycutt?"
" Si m."
" E s pere, por favor."
Uma nova voz vei o: " Sr. Honeycutt? "
" Uh, s i m, mas —"
" Aqui é Ri ch M os s berg do Departamento de Pol í ci a de Fel l ’s Church.
Você l i gou es ta manhã para rel atar uma árvore caí da no mei o do cami nho da
E s trada do Bos que Anti go?"
" Si m, eu —"
" Sr. Honeycutt, nós não gos tamos de trotes des s e ti po. Nós os
des aprovamos , na verdade. Toma-s e um tempo val i os o de nos s os ofi ci ai s e,
al ém di s s o, é cri me fazer um rel atóri o fal s o à pol í ci a. Se eu qui s es s e, Sr.
Honeycutt, eu poderi a fi chá-l o por es te cri me e fazer você res ponder por el e a
um j ui z. E u não vej o o que você vai achar de tão di verti do ni s s o."
" E u não i ri a — eu não achari a nada di verti do ni s s o! Ol ha, ontem à
noi te—" a voz de M att s umi u. O que el e poderi a di zer? Ontem à noi te fui
atacado por uma árvore e um i ns eto mons tro? Uma pequena voz dentro del e
acres centou que os ofi ci ai s de pol í ci a de Fel l ' s Church pareci am pas s ar a
mai or parte de s eu val i os o tempo andando em vol ta do Dunki n’Donuts na praça
da ci dade, mas as próxi mas pal avras que ouvi u a des l i gou.
" Na verdade, Sr. Honeycutt, s ob a autori dade do Códi go do E s tado de
Vi rgí ni a, Seção 18.2-461, fazer um rel atóri o pol i ci al fal s o é pas s í vel de pena
como contravenção de Cl as s e 1. Você poderi a ter a s orte de pas s ar um ano na
pri s ão ou pagar vi nte e ci nco mi l dól ares de mul ta. Você acha i s s o di verti do, Sr.
Honeycutt?"
" Ol ha, eu —"
" Você, de fato, tem vi nte e ci nco mi l dól ares , o Sr. Honeycutt?"
" Não, eu — eu —" M att es perava s er i nterrompi do e então el e percebeu
que não i a s er. E l e es tava navegando em águas des conheci das . O que di zer? O
mal ach ti rou a árvore do cami nho — ou tal vez el a tenha s e movi do s ozi nha?
Ri dí cul o. Fi nal mente, el e fal ou em uma voz chi ada, " Lamento que não
tenham encontrado a árvore. Tal vez... de al guma forma el a tenha s i do movi da."
" Tal vez de al guma forma el a tenha s i do movi da, " o del egado repeti u
s em expres s ão. " Na verdade, tal vez de al guma forma el a tenha s e movi do da
es trada, as s i m como todos os s i nai s de pare e s i ga s e moveram dos
cruzamentos . Is s o te l embra al guma coi s a, Sr. Honeycutt?"
" Não!" M att s enti u-s e enrubes cer. " E u nunca moveri a qual quer ti po
de s i nal i zação." Agora as meni nas es tavam agl omeradas em torno del e, como
s e pudes s e aj udar de al guma forma aparecendo como um grupo. Bonni e
ges ti cul ava vi goros amente, e s ua expres s ão i ndi gnada dei xou cl aro que el a
queri a fal ar com o xeri fe pes s oal mente.
" Na verdade, Sr. Honeycutt, " Xeri fe M os s berg o cortou, " nós l i gamos
para o tel efone da s ua cas a pri mei ro, j á que é o tel efone que você us ou para
fazer a denúnci a. E s ua mãe nos di s s e que el a não ti nha vi s to você por toda a
noi te pas s ada."
M att i gnorou a pequena voz que queri a di zer, Isso é um cri me? " Is s o foi
porque me atras ei —"
" Por uma caus a de uma árvore que anda, Sr. Honeycutt? Na verdade nós
j á tí nhamos uma outra chamada a res pei to da s ua cas a na noi te pas s ada. Um

membro da Nei g hborhood Watch {9} rel atou a res pei to de um carro s us pei to na
frente de s ua cas a. De acordo com a s ua mãe, você recentemente des trui u
compl etamente o s eu própri o carro, não é mes mo, Sr. Honeycutt?"
M att pode ver onde i s s o es tava i ndo e el e não gos tou. " Si m, " el e ouvi u-s e
di zendo, enquanto s ua mente trabal hava des es peradamente por uma
expl i cação pl aus í vel . " E u es tava tentando des vi ar de uma rapos a. E —"
" No entanto houve um rel ato de um model o novo de Jaguar es taci onado na
frente de s ua cas a, mas s ufi ci entemente l onge da rua para s er —
i mperceptí vel . Um carro tão novo que ai nda não ti nha pl acas de l i cença. E s te
era, de fato, s eu carro, Sr. Honeycutt?"
" Sr. Honeycutt é meu pai !" Di s s e M att des es peradamente. " E u s ou
M att. E foi o carro do meu ami go—"
" E o nome do s eu ami go é...?"
M att ol hou para E l ena. E l a es tava fazendo ges tos de es pera, obvi amente
tentando pens ar. Di zer E l ena Gi l bert s eri a s ui cí di o. A pol í ci a, de todas as
pes s oas , s abi a que E l ena Gi l bert es tava morta. Agora E l ena es tava apontando
ao redor da s al a e di zendo pal avras para el e.
M att fechou os ol hos e di s s e as pal avras , " Stefan Sal vatore. M as el e deu
o carro para s ua namorada?" E l e s abi a que es tava termi nando s ua fras e com
uma pergunta, mas el e mal podi a acredi tar no que E l ena es tava i ndi cando
para el e.
Agora, o xeri fe es tava começando a s oar cans ado e i rri tado. " E s tá me
perguntando i s s o, M att? E ntão você es tava di ri gi ndo o carro novo da namorada
do s eu ami go. E o nome del a é...?"
Houve um breve momento, quando as meni nas pareci am di s cordar e
M att pendurado no l i mbo. M as , então, Bonni e j ogou s eus braços para ci ma e
M eredi th avançou, apontando para s i mes ma.
" M eredi th Sul ez, " M att di s s e fracamente. E l e ouvi u a hes i tação de s ua
própri a voz e el e repeti u, com voz rouca, mas com mai s convi cção, " M eredi th
Sul ez."
Agora E l ena rapi damente cochi chava no ouvi do de M eredi th.
" E o carro foi comprado onde? Sr. Honeycutt?"
" Si m, " di s s e M att. " Só um s egundo—" E l e col ocou o tel efone na mão
es tendi da de M eredi th.
" Aqui é M eredi th Sul ez, " di s s e M eredi th s em probl emas , no pol i do e
rel axado tom de uma mús i ca cl ás s i ca de um di sk j ockey.
" Senhori ta Sul ez, você ouvi u a convers a até agora?"
" Srta. Sul ez, por favor, Sargento. Si m, eu ouvi ."
" Você, de fato, empres tou s eu carro para o Sr. Honeycutt?"
" E u empres tei ."
" E onde es tá o s enhor-, " -houve um arras tar de papel - " Stefan Sal vatore,
o dono ori gi nal do carro?"
E l e não es tá perguntando a el a onde comprou, M att pens ou. E l e deve
s aber.
" M eu namorado es tá l onge da ci dade nes te momento, " di s s e M eredi th,
ai nda na mes ma voz, refi nada, i mperturbável . " E u não s ei quando el e vai
es tar de vol ta. Quando el e vol tar, devo pedi -l o para fal ar com você?"
" Is s o s eri a s ábi o, " Xeri fe M os s berg di s s e s ecamente. " Nes tes di as
poucos carros s ão comprados em di nhei ro vi vo, es peci al mente carros novos do
model o Jaguar. E u gos tari a do número de s ua cartei ra de motori s ta, também.
E , na verdade, eu gos tari a mui to de fal ar com o Sr. Sal vatore quando el e
retornar."
" Is s o s erá mui to em breve, " di s s e M eredi th, um pouco devagar, mas
s egui ndo as ordens de E l ena. E ntão, el a reci tou o número de s ua cartei ra de
motori s ta de memóri a.
" Obri gado, " di s s e o xeri fe M os s berg brevemente. " Is s o vai s er tudo por
—"
" Pos s o apenas di zer uma coi s a? M att Honeycutt nunca, nunca removeri a
os s i nai s de trâns i to. E l e é um motori s ta mui to cons ci ente e era um l í der em
s ua cl as s e do ens i no médi o. Você pode fal ar com qual quer um dos profes s ores
da es col a Robert E . Lee, ou mes mo a di retora, s e el a não es ti ver de féri as .
Qual quer um del es vai l he di zer a mes ma coi s a."
O xeri fe não parece es tar i mpres s i onado. " Você pode di zer-l he por mi m
que eu vou es tar de ol ho nel e no futuro. Na verdade tal vez s ej a uma boa i dei a
el e pas s ar no departamento de pol í ci a hoj e ou amanhã, " di s s e el e, e então o
tel efone fi cou mudo.
M att expl odi u: " Namorada de Stefan? Você, M eredi th? E s e o negoci ante
do carro, di s s er que a meni na era uma l oi ra? Como é que vamos res ol ver i s s o?"
" Nós não vamos , " di s s e E l ena s i mpl es mente atrás de M eredi th.
" Damon vai . Tudo o que temos a fazer é encontrá-l o. Tenho certeza que el e
pode cui dar de Xeri fe M os s berg com um pequeno control e mental — s e o preço
for j us to. E não s e preocupem comi go, " di s s e el a s uavemente. " Você es tá
franzi ndo a tes ta, mas tudo vai fi car bem."
" Você acredi ta ni s s o?"
" E u tenho certeza di s s o." E l ena deu-l he outro abraço e um bei j o na
bochecha.
" E u tenho que pas s ar no departamento do xeri fe, hoj e ou amanhã, no
entanto."
" M as não es tará s ozi nho!" Bonni e di s s e, e s eus ol hos es tavam
bri l hando com i ndi gnação. " E quando Damon for com você, Xeri fe
M oos eburger{10} vai acabar s e tornando o s eu mel hor ami go.
" Tudo bem, " di s s e M eredi th. " E ntão o que vamos fazer hoj e?"
" O probl ema, " E l ena s e vi rou, batendo um dedo contra o l ábi o s uperi or,
" é que temos mui tos probl emas de uma vez e não quero que ni nguém — e eu
di go ni nguém — s ai a s ozi nho. É cl aro que exi s tem mal achs no Bos que
Anti go, e que el es es tão tentando fazer coi s as não-ami s tos as conos co. M atar-
nos , por exempl o."
M att regozi j ou-s e no al í vi o cal oros o de credi bi l i dade. A convers a com o
xeri fe M os s berg ti nha o abal ado mai s do que el e queri a mos trar.
" E ntão vamos formar grupos de trabal ho, " M eredi th di s s e, " e
di vi di remos as tarefas entre el es . Quai s os probl emas que preci s amos
pl anej ar?"
E l ena l i s tou os probl emas com os dedos . " Um probl ema é Carol i ne. E u
real mente acho que al guém deve tentar vê-l a, pel o menos para tentar
des cobri r s e el a tem uma des s as coi s as dentro del a. Outro probl ema é Tami —
e quem s abe quem mai s ? Se Carol i ne é... contagi os a de al guma forma, el a
poderi a ter es pal hado i s s o para outra meni na — ou rapaz."
" Tudo bem, " di s s e M eredi th, " e o que mai s ?"
" Al guém preci s a entrar em contato com Damon. Tentar des cobri r com el e
qual quer coi s a que el e s ai ba s obre a parti da de Stefan, e também tentar
convencê- l o a i r para a del egaci a i nfl uenci ar o Xeri fe M os s berg."
" Bem, é mel hor você es tar na úl ti ma equi pe, j á que você é
provavel mente a úni ca com quem Damon quei ra fal ar, " di s s e M eredi th. " E
Bonni e deve i r nes te também, para que el a pos s a manter—"
" Não. Nada de Chamados hoj e, " decl arou Bonni e. " E u s i nto mui to,
E l ena, mas eu s i mpl es mente não pos s o, não s em um di a de des cans o entre
el es . E , al ém di s s o, s e Damon quer fal ar com você, tudo que você preci s a fazer
é andar — não entrar na fl ores ta, mas próxi mo del a — e chamá-l o você
mes ma. E l e s abe tudo o que es tá acontecendo. E l e s aberá que você es tá l á."
" E ntão eu deveri a i r com E l ena, " M att argumentou. " Até por que o
xeri fe é probl ema meu. E u gos tari a de i r até o l ugar onde eu vi as árvores —"
Imedi atamente, houve um protes to de todas as três meni nas .
" E u di s s e que gos tari a, " di s s e M att. " Não que nós deverí amos
pl anej ar i s s o. Is s o é um ponto que nós s abemos que é mui to peri gos o."
" Tudo bem, " di s s e E l ena. " E ntão, Bonni e e M eredi th vão vi s i tar
Carol i ne, e você e eu i remos caçar Damon, tudo bem? E u preferi ri a i r caçar
Stefan, mas nós s i mpl es mente não temos i nformações s ufi ci entes ai nda."
" Certo, mas antes de i r, tal vez pudes s e parar na cas a de Ji m Bryce. M att
tem uma des cul pa para parar l á a qual quer momento — el e conhece Ji m. E
você pode veri fi car o progres s o de Tami des s a forma, " M eredi th s ugeri u.
" Is s o s oa como os pl anos A, B e C, " di s s e E l ena e, em s egui da,
es pontaneamente, todos el es ri ram.
E ra um di a cl aro, com um s ol quente bri l hando no céu.
À l uz do s ol , apes ar do pequeno aborreci mento com a l i gação do xeri fe
M os s berg, todos el es s e s enti am fortes e capazes .
Nenhum del es ti nha qual quer i dei a de que el es es tavam pres tes a
entrar no pi or pes adel o de s uas vi das .
Bonni e fi cou para trás enquanto M eredi th bati a na porta da frente da
cas a dos Forbes .
Depoi s de um tempo s em res pos ta e s i l ênci o no i nteri or, M eredi th bateu
novamente.
Des ta vez, Bonni e podi a ouvi r s us s urros e a Sra. Forbes as s obi ando
al guma coi s a, e a ri s ada di s tante de Carol i ne.
Fi nal mente, no momento em que M eredi th es tava pres tes a tocar a
campai nha — a mai or fal ta de educação entre os vi zi nhos em Fel l ’s Church —
a porta s e abri u. Bonni e pri moros amente es corregou um pé para dentro,
i mpedi ndo a porta de fechar novamente.
" Ol á, Sra. Forbes . Nós apenas ..." M eredi th vaci l ou. " Nós s ó querí amos
ver s e Carol i ne es tá mel hor, " el a termi nou em um s om es tri dente. Sra. Forbes
ol hou como s e ti ves s e vi s to um fantas ma — e ti ves s e pas s ado a noi te toda
pens ando nel e.
" Não, el a não es tá. Nada mel hor. E l a ai nda es tá — doente." A voz da
mul her era oca e di s tante e os ol hos es tavam no chão obs ervando o l ugar onde
es tava o pé di rei to de Bonni e. Bonni e s enti u os pêl os fi nos em s eus braços e da
parte de trás do s eu pes coço fi car em pé.
" Ok, Sra. Forbes ." Até mes mo M eredi th s oava fal s a e oca.
E ntão, de repente al guém di s s e, " Você es tá bem?" e Bonni e percebeu
que era a s ua própri a voz.
" Carol i ne... não es tá bem. E l a... não es tá recebendo ni nguém, "
s us s urrou a mul her.
Um i ceberg pareceu des l i zar para bai xo na col una de Bonni e. E l a queri a
vi rar e correr des s a cas a e de s ua aura de mal dade. M as naquel e momento a
Sra. Forbes de repente cai u. M eredi th mal foi capaz de frear s ua queda.
" E l a des mai ou, " M eredi th di s s e l aconi camente.
Bonni e queri a di zer: " Bem, col oque-a l á dentro no tapete e corra! M as
el as di fi ci l mente poderi am fazer i s s o.
" Temos que l evá-l a para dentro, " M eredi th afi rmou categori camente.
" Bonni e, você es tá pronta para i r?"
" Não, " di s s e Bonni e categori camente também, " mas que es col ha
temos ?"
Sra. Forbes , era pequena, mas pes ada. Bonni e control ou s eus pés e
s egui u M eredi th, pas s o a rel utante pas s o, para dentro da cas a.
" Vamos col ocá-l a em s ua cama, " di s s e M eredi th. Sua voz era trêmul a.
Havi a al go na cas a que era terri vel mente perturbador — como s e ondas de
pres s ão es ti ves s em s endo compri mi das s obre el as .
E então Bonni e vi u. Apenas um vi s l umbre quando entraram na s al a. Foi
no corredor, e poderi a ter s i do um j ogo de l uz e s ombra l á, mas o que el a ol hou
em todo mundo pareceri a uma pes s oa. Uma pes s oa movendo-s e como um
l agarto — mas não no chão. No teto.
19
M att es tava batendo na porta de Bryce, com E l ena em s eu l ado.
E l ena havi a s e di s farçado ao enfi ar todo s eu cabel o em um boné de
bei s ebol do Vi rgi ni a Caval i ers {11} e us ar um ócul os es curos que el a achara
em uma das gavetas de Stefan. E l a também es tava ves ti ndo uma cami s a
xadrez extra-grande marrom e azul -mari nho de Pendl eton {12} doada por M att,
e uma cal ça j eans de M eredi th que fi cara pequena demai s para el a. E l a
ti nha certeza de que al guém que ti ves s e conheci do a vel ha E l ena Gi l bert
nunca i ri a reconhecê-l a, ves ti da daquel a manei ra.
A porta abri u-s e mui to l entamente, não para revel ar o Sr. ou Sra. Bryce,
nem Ji m, mas Tamra. E l a es tava ves ti ndo — bem, quas e nada. E l a us ava
um bi quí ni fi o dental na parte i nferi or, mas que pareci a fei to à mão, como s e
el a ti ves s e cortado um bi quí ni normal com uma tes oura — e el e es tava
começando a s e des manchar. Na parte de ci ma el a us ava duas decorações
redondas de papel ão com l antej oul as col adas e al guns fi os de ouropel {13}
col ori do. Na cabeça, el a us ava uma coroa de papel , que era cl aramente de onde
el a ti nha pegado o ouropel . E l a fez uma tentati va de col ar os cordões s obre a
parte debai xo do bi quí ni também. O res ul tado pareci a s er o que era: a tentati va
de uma cri ança de fazer uma roupa de s how para uma s howgi rl ou s tri pper de
Las Vegas .
M att i medi atamente s e vi rou e fi cou de cos tas , mas Tami ati rou-s e nel e
e agarrou-s e em s uas cos tas .
" M att Honey-butt{14} " el a fal ou. " Você vol tou. E u s abi a que você
vol tari a. M as por que você traz es s a vagabunda vel ha fei a com você? Como
poderemos —"
E l ena adi antou-s e, então, porque M att ti nha l evantado a mão para el a.
E l a ti nha certeza de que M att nunca havi a bati do numa mul her em s ua vi da,
es peci al mente numa cri ança, mas el e também es tava mai s s ens í vel s obre
um ou doi s as s untos . Como el a.
E l ena deu um j ei to de s e meter entre M att e a s urpreendentemente
forte Tamra. E l a teve que conter um s orri s o ao contempl ar o traj e de Tami .
Afi nal , apenas há poucos di as , el a não ti nha entendi do compl etamente nada
s obre o tabu da nudez humana. Agora el a j á ti nha vol tado a entender, mas el e
não pareci a tão i mportante quanto parecera há um tempo. Pes s oas nas ci am com
s uas própri as pel es perfei tamente boas . Não havi a nenhuma razão real , em
s ua mente, para ves ti r pel es fal s as s obre aquel as , a menos que es ti ves s e fri o
ou fos s e de al guma forma des confortável s em el as . M as a s oci edade di zi a que
era rui m es tar des pi do. E ntão Tami es tava tentando s er má, em s ua manei ra
i nfanti l .
" Ti re as mãos de mi m, s ua vagabunda vel ha, " Tamra ros nou quando
E l ena a s egurou l onge de M att, e em s egui da acres centou vári os pal avrões
bas tante l ongos .
" Tami , onde es tão s eus pai s ? Onde es tá s eu i rmão?" Perguntou E l ena.
E l a i gnorou as pal avras obs cenas — el as eram apenas s ons — mas vi u que
M att ti nha fi cado branco ao redor dos l ábi os .
" Você, peça des cul pas pra E l ena agora mes mo! Des cul pas por fal ar
des ta manei ra!" E xi gi u el e.
" E l ena é um cadáver fedorento com mi nhocas no l ugar dos s eus ol hos , "
Tamra cantou l evi anamente. " M as mi nha ami ga di z que el a era uma
vagabunda quando el a es tava vi va. Uma verdadei ra" — então uma s equênci a
de pal avrões que a fez engas gar -
" Vagabunda barata. Você s abe. Nada é mai s barato do que al go que vem
de graça."
" M att, apenas i gnore, " di s s e E l ena num s us s urro, e então repeti u:
" Onde es tão s eus pai s e Ji m?"
A res pos ta es tava i munda com mai s pal avrões , mas s e s omaram a
hi s tóri a — verdadei ra ou não — de que o Sr. e a Sra.. Bryce ti nham s aí do de
féri as por al guns di as , e que Ji m es tava com s ua namorada, Is obel .
" Ok, então, acho que vou ter que aj udá-l a a ves ti r al gumas roupas mai s
decentes , " di s s e E l ena. " Pri mei ro, eu acho que você preci s a de um chuvei ro
para ti rar es s es enfei tes de Natal —"
" E ntão teeente-e-e! E ntão teeente-e-e!" A res pos ta es tava em al gum
l ugar entre o rel i ncho de um caval o e a fal a humana. " E u os col ei com col a
Super Bonder!" Tami compl etou e então começou a ri r uma ri s ada al ta e
hi s téri ca.
" Oh, meu Deus , Tamra, você percebe que, s e não houver nenhum
s ol vente para i s s o, você pode preci s ar de ci rurgi a?"
A res pos ta de Tami foi obs cena. E ntão vei o um s úbi to chei ro féti do. Não,
não um chei ro, pens ou E l ena: um s ufocante e as fi xi ante fedor.
" Oops !" Tami deu mai s uma vez aquel a ri s ada hi s téri ca. " Pardon moi .
Pel o menos é um gás natural ."
M att pi garreou. " E l ena — E u não acho que deverí amos es tar aqui . Com
os pai s del a s umi dos e tal ... "
" E l es es tão com medo de mi m, " Tamra ri u. " Vocês não es tão?" — M ui to
de repente com uma voz que ti nha caí do vári as oi tavas .
E l ena ol hou Tamra nos ol hos . " Não, eu não es tou. E u s ó es tou com pena
de uma meni na que es tava no l ugar errado na hora errada. M as , M att es tá
certo, eu acho. Temos de i r."
As manei ras de Tami pareceram mudar compl etamente. " Des cul pem-
me... E u não s abi a que eu ti nha convi dados des s e cal i bre. Não vá, por favor,
M att." E ntão, acres centou el a em um s us s urro confi denci al para E l ena,
" E l e é bom? "
" O quê?"
Tami acenou para M att, que i medi atamente deu as cos tas para el a. E l e
pareci a como s e es ti ves s e s enti ndo um fas cí ni o terrí vel e repugnante pel a
aparênci a ri dí cul a de Tami .
" M att, ol he para i s s o." E l ena l evantou um pequeno tubo de col a. " Acho
que el a real mente col ou i s s o em s ua pel e com Super Bonder. Temos que
chamar o s ervi ço protetor da cri ança ou o que s ej a, porque ni nguém a l evou ao
hos pi tal ai nda. Se os pai s del a s abi am s obre es s e comportamento, ou não, el es
não deveri am tê-l a dei xado s ozi nha em cas a."
" E u s ó es pero que el es es tej am bem. A famí l i a del a, " di s s e M att
s ombri amente, enquanto cami nhava porta afora, com Tami os s egui ndo
tranqui l amente até o carro, e gri tando detal hes es cabros os s obre " quanta
di vers ão, " el es ti veram, " el es três ."
E l ena ol hou-o i nqui eta de s eu l ugar no banco do pas s agei ro — s em
i denti fi cação ou cartei ra de motori s ta, é cl aro, el a s abi a que não deveri a
di ri gi r. " Tal vez s ej a mel hor l evá-l a para a pol í ci a pri mei ro. M eu Deus ,
aquel a pobre famí l i a!"
M att não di s s e nada por um l ongo tempo. Seu quei xo es tava travado, s ua
boca contorci da. " E u, de al guma forma, s i nto como s e fos s e o res pons ável .
Quer di zer, eu s abi a que havi a al go errado com el a — eu deveri a ter di to a
s eus pai s ."
" Agora você es tá s oando como Stefan. Você não é res pons ável por todos que
encontra."
M att deu-l he um ol har agradeci do, e E l ena conti nuou: " Na verdade eu
vou pedi r pra Bonni e e M eredi th fazerem uma outra coi s a, o que vai provar que
a cul pa não é s ua. Vou pedi r-l hes para veri fi car Is obel Sai tou, a namorada do
Ji m. Você nunca teve qual quer contato com el a, mas Tami tal vez tenha ti do. "
" Quer di zer que você acha que el a tem, também?"
" Is s o é o que eu es pero que Bonni e e M eredi th des cubram."

***

Bonni e parou brus camente, quas e perdendo s ua pos s e dos pés da Sra.
Forbes . " E u não vou entrar naquel e quarto."
" É preci s o. E u não pos s o carregá-l a s ozi nha, " di s s e M eredi th. E ntão
adi ci onou baj ul adoramente, " Ol he, Bonni e, s e você entrar comi go, eu te conto
um s egredo."
Bonni e mordeu o l ábi o. E ntão, el a fechou os ol hos e dei xou M eredi th
gui á- l a, pas s o a pas s o adentro nes ta cas a de horror.
E l a s abi a onde era o quarto pri nci pal — afi nal , el a havi a bri ncado aqui
des de a i nfânci a. Até o fi m do corredor, então vi re à es querda.
E l a fi cou s urpres a quando M eredi th parou s ubi tamente depoi s de
apenas al guns pas s os . " Bonni e."
" E ntão? O quê?"
" E u não quero as s us tar você, mas —"
Is to teve o efei to i medi ato de aterrori zar Bonni e. Seus ol hos s e
arregal aram. " O quê? O quê?" Antes que M eredi th pudes s e res ponder, el a
ol hou por ci ma do ombro com medo e vi u o quê.
Carol i ne es tava atrás del a. M as não em pé. E l a es tava engati nhando,
não, el a es tava ras tej ando, do j ei to que el a ti nha ras tej ado no quarto de Stefan.
Como um l agarto. Seus cabel os bronze, des penteados , pendi am s obre s eu ros to.
Seus cotovel os e j oel hos pra fora em ângul os i mpos s í vei s .
Bonni e gri tou, mas a pres s ão da cas a pareceu s ufocar o gri to de vol ta
garganta abai xo. O úni co efei to que o gri to teve foi fazer Carol i ne ol har pra el a,
l evantando a cabeça com um rápi do movi mento répti l .
" Oh, meu Deus , Carol i ne, o que aconteceu com s eu ros to?"
Carol i ne ti nha um ol ho roxo. Ou mel hor, um ol ho vermel ho-púrpura que
es tava tão i nchado que Bonni e s abi a que i ri a fi car roxo s em demora. E m s ua
mandí bul a es tava outro hematoma roxo e i nchado.
Carol i ne não res pondeu, a menos que você contas s e o as s obi o s i bi l ante
que deu enquanto ras tej ava em frente.
" Corre M eredi th! E l a es tá bem atrás de mi m!"
M eredi th acel erou s eu pas s o, parecendo as s us tada — o que tornou tudo
ai nda mai s as s us tador Bonni e, porque quas e nada cons egui a abal ar s ua
ami ga. M as à medi da que el as cambal eavam para frente, com a Sra. Forbes
qui cando entre el as , Carol i ne ras tej ou di reto por bai xo de s ua mãe e pel a porta
do quarto dos pai s , o quarto do cas al .
" M eredi th, não vou entrar n—" M as el as j á es tavam pas s ando
tropeçando pel a porta. Bonni e l ançou rápi dos ol hares para cada canto. Carol i ne
es tava l onge de vi s ta.
" Tal vez el a es tej a no cl os et, " di s s e M eredi th. " Agora, dei xe-me i r
pri mei ro pra col ocar a cabeça do outro l ado da cama. Podemos aj us tar el a mai s
tarde. " E l a contornou a cama, quas e arras tando Bonni e com el a, e j ogou a
parte s uperi or do tronco da Sra. Forbes , de modo que s ua cabeça repous as s e
s obre os traves s ei ros . " Agora é s ó puxá-l a e col ocar as pernas no outro l ado."
" E u não pos s o fazê-l o. Não pos s o! Carol i ne es tá embai xo da cama, você
s abe."
" E l a não pode es tar embai xo da cama. A fenda tem apenas doze
centí metros de fol ga, " M eredi th di s s e com fi rmeza.
" E l a es tá l á! E u s ei . E " — um tanto feroz — " você prometeu que i a me
contar um s egredo."
" Tudo bem!" M eredi th deu um ol har cúmpl i ce através dos cabel os
es curos des grenhados . " E u tel egrafei ontem para o Al ari c. E l e es tá tão l onge
e i s ol ado que tel egrafar é a úni ca manei ra de entrar em contato com el e, e
podem pas s ar di as antes que a mi nha mens agem chegue até el e. E u ti ve um
pal pi te de que í amos preci s ar de s eus cons el hos . E u me s i nto mal , pedi ndo-
l he para fazer proj etos que não s ão para o doutorado, mas —"
" Quem s e preocupa com o s eu doutorado? Abençoada s ej a!" Gri tou Bonni e
fel i zmente. " Você fez mui to bem!"
" E ntão venha aj ei tar os pés da Sra. Forbes pra ci ma da cama. Você pode
fazê-l o s e você s e apoi ar."
A cama era uma Cal i forni a ki ng-s i ze {15} . A Sra. Forbes es tava dei tada
nel a, em um ângul o atraves s ado, como uma boneca j ogada no chão. M as
Bonni e parou próxi mo ao pé da cama. " Carol i ne vai me agarrar."
" Não, el a não vai . Vamos Bonni e. Bas ta pegar as pernas da Sra. Forbes e
dar um empurrão... "
" Se eu chegar tão perto da cama, el a vai me agarrar!"
" Por que el a fari a i s s o?"
" Porque el a s abe o que me as s us ta! E agora que eu di s s e i s s o, el a com
certeza vai ."
" Se el a te agarrar, eu chuto a cara del a."
" Sua perna não é tão l onga. Iri a bater no troci nho da mol dura de metal da
cama—"
" Ah, pel o amor de Deus , Bonni e! Apenas me aj udeeeeeee! " A úl ti ma
pal avra foi um gri to a todo pul mão.
" M eredi th—" começou Bonni e, e então el a gri tou também.
" O que foi ?"
" E l a es tá me agarrando!"
" E l a não pode! E l a es tá me agarrando! Ni nguém tem braços tão l ongos !"
" Ou tão fortes ! Bonni e! E u não cons i go fazer el a me s ol tar!"
" Nem eu!"
E então todas as pal avras foram afogadas em gri tos .

***

Depoi s de l argar Tami com a pol í ci a, l evar E l ena ao bos que conheci do
como Fel l ’s State Park foi ... bem, um pas s ei o no parque. E ventual mente el es
paravam. E l ena dava al guns pas s os em di reção às árvores e fi cava de pé,
Chamando — como quer que s e faça i s s o. E ntão, el a vol tava para o Jaguar,
parecendo des ani mada.
" E u não tenho certeza de que Bonni e não fari a mel hor do que i s s o, "
di s s e ao M att. " Se cons egui rmos no forçar a fazer i s s o à noi te."
M att es tremeceu i nvol untari amente. " Duas noi tes foram o s ufi ci ente."
" Sabe, você nunca me contou s ua hi s tóri a daquel a pri mei ra noi te. Ou
pel o menos , não quando eu cons egui a entender pal avras , pal avras
pronunci adas ."
" Bem, eu es tava di ri gi ndo em vol ta como hoj e, exceto que era do outro
l ado do Bos que Anti go — perto da área do Carval ho Quebrado pel o Rai o...?"
" Certo."
" Quando bem no mei o do cami nho aparece al guma coi s a."
" Uma rapos a?"
" Bem, aqui l o era vermel ho na parte di antei ra, mas não era como
qual quer rapos a que eu j á vi . E eu venho di ri gi ndo por es ta es trada des de que
eu pos s o di ri gi r."
" Um l obo?"
" Como um l obi s omem, você quer di zer? M as não — E u j á vi l obos na l uz
da l ua e el es s ão mai ores . Is s o es tava bem no mei o. "
" E m outras pal avras , " di s s e E l ena, es trei tando os ol hos l ápi s -l azúl i
" uma cri atura úni ca."
" Tal vez. Com certeza era di ferente do mal ach que mas ti gou o meu
braço."
E l ena as s enti u. M al achs podi am tomar todos os ti pos de formas
di ferentes , pel o que el a s abi a. M as el es eram i rmãos de uma manei ra: todos
el es uti l i zam poder e todos el es preci s am de uma di eta de Poder para vi ver. E
el es podi am s er mani pul ados por um poder mai s forte do que el es ti nham.
E el es eram i ni mi gos venenos os dos humanos .
" Portanto, tudo o que real mente s abemos é que não s abemos nada."
" Certo. E s s e era o l ugar, onde a coi s a apareceu. E l e s i mpl es mente
pareceu de repente no mei o do — hey! "
" Vá para a di rei ta! Bem aqui ! "
" Exatamente assi m! Foi exatamente assi m! "
O Jaguar gui nchou e quas e parou, ao vi rar a di rei ta, não para uma val a,
mas para uma pequena vi el a que ni nguém notari a a menos que es ti ves s em
ol hando di retamente para el a.
Quando o carro parou, ambos ol haram para a vi el a, com a res pi ração
árdua. Ambos não preci s aram perguntar s e o outro ti nha vi s to uma cri atura
avermel hada cruzar a es trada, mai or do que uma rapos a, mas menor do que
um l obo.
E l es ol haram para a vi el a es trei ta.
" A grande ques tão: devemos i r atrás ?" M att perguntou.
" Sem pl acas de ‘M ANTE NHA A DISTÂNCIA" e quas e nenhuma cas a
des te l ado do bos que. Do outro l ado da rua e para bai xo há a cas a dos
Duns tans ."
" E ntão nós vamos entrar?"
" Nós vamos entrar. Bas ta i r devagar. É mai s tarde do que eu pens ava."

***

M eredi th, é cl aro, foi a pri mei ra a s e acal mar. " Tudo bem, Bonni e, "
di s s e el a. " Pare com i s s o! Agora! Is s o não vai aj udar em nada aqui !"
Bonni e não achou que poderi a parar. M as M eredi th ti nha aquel e ol har
es peci al em s eus ol hos es curos , que s i gni fi cava que el a es tava fal ando s éri o.
E ra o ol har que el a teve antes de dei tar Carol i ne no chão do Stefan.
Bonni e fez um es forço s upremo e des cobri u que de al guma forma el a era
capaz de s egurar os próxi mos gri tos . E l a ol hou s i l enci os amente para
M eredi th, s enti ndo a agi tação de s eu própri o corpo.
" Bom. Bom, Bonni e. Agora." M eredi th engol i u. " Puxar também não
aj uda em nada. E ntão eu vou tentar... arrancar os dedos del a. Se al go acontecer
a mi m, s e eu for — puxada pra debai xo da cama ou qual quer coi s a, então você
corre Bonni e. E s e você não puder correr, então você chama E l ena e M att. Você
chama até obter uma res pos ta."
Bonni e fez al go quas e herói co em s egui da. E l a s e recus ou a i magi nar a
cena da M eredi th s endo puxado s ob a cama. E l a não i ri a dei xar-s e i magi nar
como pareceri a M eredi th l utando com todas as forças , des aparecendo, ou como
el a s e s enti ri a, total mente s ozi nha depoi s di s s o. Ambas ti nham dei xado s uas
bol s as com s eus cel ul ares na entrada para carregar a Sra. Forbes , então
M eredi th não es tava di zendo para chamá-l os no s enti do normal . E l a qui s
di zer Chamar el es .
Uma s úbi ta e radi cal expl os ão de i ndi gnação varreu Bonni e. Para que as
meni nas carregam bol s as afi nal de contas ? M es mo a efi ci ente e confi ável
M eredi th mui tas vezes o fazi a. Cl aro que as bol s as de M eredi th eram
geral mente bol s as de mão que combi navam com s uas roupas e es tavam chei as
de coi s as útei s , como mi ni notebooks e l anternas -chavei ros , mas ai nda
as s i m... um meni no teri a o s eu cel ul ar no bol s o.
De agora em di ante, eu i rei us ar uma pochete, Bonni e pens ou,
s enti ndo-s e como s e es ti ves s e l evantando uma bandei ra rebel de contra as
meni nas de todos os l ugares , e por apenas um momento o s enti mento de
pâni co também recuou.
E ntão el a vi u M eredi th i ncl i nando-s e, uma fi gura encurvada na
penumbra, e no mes mo i ns tante el a s enti u o aperto no s eu própri o tornozel o
apertar. Apes ar de s eu pâni co el a ol hou para bai xo e vi u o contorno dos dedos
bronzeados com l ongas unhas cor de bronze de Carol i ne contra o branco cremos o
do tapete.
Pâni co expl odi u nel a outra vez, com força total . E l a fez um s om
es trangul ado que era um gri to s ufocado e para o s eu própri o es panto, el a
es pontaneamente entrou em trans e e começou a Chamar.
Não foi o fato de que el a es tava fazendo i s s o que a s urpreendeu. Foi o que
el a es tava di zendo.
Damon! Damon! Estamos presas na casa de Caroli ne e ela enlouqueceu!
Aj ude!
Is s o fl ui u para fora del a como uma corrente de água s ubterrânea que
ti nha s i do aberta de repente, s ol tando um gêi s er.
Damon, ela me prendeu pelo tornozelo — e ela não vai me soltar! Se ela puxar Meredi th pra
bai xo, eu não sei o que vou fazer! Aj ude-me!
Vagamente, porque o trans e es tava bom e profundo, el a ouvi u M eredi th
di zer: " Ah-hah! Is s o parecem dedos , mas na verdade s ão ramos . Deve s er um
dos tentácul os que M att nos fal ou a res pei to. E s tou — tentando — romper —
uma das vol tas ... "
De uma vez s ó houve um gui ncho em debai xo da cama. E não apenas de
um l ugar, tampouco, mas mas s i vas chi cotadas e chacoal hadas que real mente
agi taram o col chão para ci ma e para bai xo, mes mo com a pobre Sra. Forbes
s obre el e.
Deve haver dezenas des s es i ns etos l á embai xo.
Damon, são aquelas coi sas! Mui tas delas. Oh, Deus, eu acho que vou desmai ar. E se eu
desmai ar —e se Caroli ne me puxar pra bai xo... Ah, por favor, venha e aj ude!
" Droga!" M eredi th es tava di zendo. " E u não s ei como M att cons egui u
fazer i s s o. É mui to apertado, e — e eu acho que há mai s de um tentácul o
aqui ."
Está tudo acabado, Bonni e envi ou em uma qui eta concl us ão, s enti ndo-s e
começar a cai r de j oel hos . Nós vamos morrer.
" Sem dúvi da — es s e é o probl ema com os humanos . M as não ai nda, "
di s s e uma voz por trás del a, e um braço forte enrol ou-s e em torno del a,
l evantando s eu pes o faci l mente. " Carol i ne, a di vers ão acabou. E u fal o s éri o.
Sol te!"
" Damon?" Bonni e engas gou. " Damon? Você vei o!"
" Toda aquel a choradei ra me dá nos nervos . Is s o não quer di zer—"
M as Bonni e não es tava ouvi ndo. E l a não es tava nem pens ando. E l a
ai nda es tava mei o em trans e e não era res pons ável ( el a deci di u i s s o depoi s )
por s uas própri as ações . E l a não era el a mes ma. E ra outra pes s oa que entrou
em êxtas e quando o aperto em s eu tornozel o afrouxou, e outra pes s oa que gi rou
s ob o aperto de Damon e j ogou s eus braços em vol ta de s eu pes coço e bei j ou-o na
boca.
E ra outra pes s oa, também, que s enti u o s obres s al to de Damon, ai nda
com os braços em vol ta del a, e que notou que el e não fez qual quer tentati va
para s e afas tar o bei j o. E s s a pes s oa também percebeu, quando fi nal mente el a
s e i ncl i nou para trás , que a pel e de Damon, pál i da na penumbra, pareci a
quas e como s e ti ves s e corado.
E i s s o foi quando M eredi th endi rei tou-s e l entamente e dol oros amente,
do outro l ado da cama, que ai nda es tava pul ando pra ci ma e para bai xo. E l a não
ti nha vi s to nada do bei j o, e ol hou para Damon como s e el a não pudes s e
acredi tar que el e es tava real mente al i .
E l a es tava em uma grande des vantagem, e Bonni e s abi a que el a s abi a
di s s o. E s ta era uma daquel as s i tuações em que qual quer outra pes s oa es tari a
demas i adamente frus trada para fal ar, ou até mes mo gaguej ar.
M as M eredi th apenas res pi rou fundo e di s s e bai xi nho: " Damon.
Obri gada. Você acha que, s eri a mui to trabal ho fazer o mal ach me l argar
também?"
Agora Damon pareci a s eu anti go eu. E l e deu um s orri s o bri l hante
vi s ando al go que ni nguém mai s al ém del e podi a ver e di s s e cruel mente: " E ,
o res to de vocês ai em bai xo — fora!" E l e es tal ou os dedos .
A cama parou de s e mover i ns tantaneamente.
M eredi th s e afas tou, e fechou os ol hos por um momento em al í vi o.
" Obri gada novamente, " di s s e el a, com a di gni dade de uma pri nces a,
mas ardentemente. " E agora, você acha que poderi a fazer al guma coi s a a
res pei to de Caro—"
" Agora, " Damon a cortou ai nda mai s rudemente do que o habi tual , " eu
tenho que correr." Ol hou para o Rol ex no pul s o. " Já pas s a das 4: 44, e eu tenho
um compromi s s o para o qual j á es tou atras ado. Faça a vol ta aqui e apoi e es s e
pacote verti gi nos o. E l a não es tá compl etamente fi rme pra fi car em pé
s ozi nha."
M eredi th apres s ou-s e em trocar de l ugar com el e. Nes s e momento,
Bonni e des cobri u que s uas pernas j á não es tavam bal ançando.
" E s pere um mi nuto, contudo, " M eredi th di s s e rapi damente. " E l ena
preci sa fal ar com você- desesperadamente—"
M as Damon j á ti nha i do embora, como s e ti ves s e domi nado a arte de
s i mpl es mente des aparecer, nem mes mo es perando pel o agradeci mento de
Bonni e. M eredi th pareci a es pantada, como s e el a ti ves s e ti do certeza de que a
menção do nome de E l ena i ri a i mpedi -l o de i r, mas Bonni e ti nha outra coi s a
em s ua mente.
" M eredi th, " Bonni e s us s urrou, col ocando doi s dedos na boca em
es panto. " E u o bei j ei !"
" O quê? Quando?"
" Antes de você l evantar. E u — nem s equer s ei como aconteceu, mas eu
fi z i s s o! "
E l a es perava al gum ti po de expl os ão de M eredi th. E m vez di s s o,
M eredi th ol hou pens ati va e murmurou: " Bem, tal vez não tenha s i do uma
coi s a tão má a fazer, depoi s de tudo. O que eu não entendo é por que el e
apareceu em pri mei ro l ugar. "
" Uh. Is s o fui eu também. E u o chamei . E u não s ei como i s s o aconteceu
tampouco—"
" Bem, não há nenhum moti vo em tentar des cobri r i s s o aqui ." M eredi th
vi rou-s e para a cama. " Carol i ne, você vai s ai r daí ? Você vai s e l evantar e ter
uma convers a normal ?"
Houve um s i l vo ameaçador repti l i ano debai xo da cama, j unto com o
chi cotear de tentácul os e um outro barul ho que Bonni e nunca ti nha ouvi do
antes , mas que a aterrori zou i ns tantaneamente, como o bater de uma pi nça
gi gante.
" Is s o é res pos ta s ufi ci ente para mi m, " di s s e el a, e pegou M eredi th
para arras tá-l a para fora do quarto.
M eredi th não preci s ava s er arras tada. M as pel a pri mei ra vez naquel e
di a el as ouvi ram a voz zombetei ra de Carol i ne, i nfanti l mente al ta.
" B onni e e Damon sentados emuma árvore B -E-I-J-A-N-D-O. Pri mei ro vemo amor, depoi s
vemo casamento; Então vemumvampi ro emumcarri nho de bebê."
M eredi th parou no corredor. " Carol i ne, você s abe que i s s o não vai aj udar
no fi nal das contas . Sai a daí —"
A cama entrou em frenes i , al vej ando e el evando. Bonni e vi rou-s e e
correu, e el a s abi a que M eredi th es tava bem atrás del a. M as mes mo as s i m
el as não cons egui ram dei xar de ouvi r as ul ti mas pal avras cantadas :
" Vocês não s ão mi nhas ami gas , vocês s ão ami gas da vag abunda. E s perem
s ó! E s perem s ó! "
Bonni e e M eredi th pegaram s uas bol s as e dei xaram a cas a.
" Que horas s ão?" Bonni e perguntou, quando es tavam em s egurança no
carro de M eredi th.
" Quas e ci nco."
" Pareceu tão mai s !"
" E u s ei , mas ai nda temos horas de l uz do di a res tantes . E , por fal ar
ni s s o, recebi uma mens agem de texto de E l ena."
" Sobre a Tami ?"
" E u vou te contar. M as pri mei ro—" Foi uma das poucas vezes que
Bonni e vi u M eredi th parecer embaraçada. E fi nal mente, el a dei xou s ai r:
" Como foi ?"
" Como foi o quê?"
" Bei j ar Damon, s ua bes ta!"
20
" Ohhhh." Bonni e derreteu-s e no banco do carro. " Foi como... capow ! Zap!
Zow i e! Como... fogos de arti fí ci o!
" Você es tá s orri dente!"
" E u não es tou s orri dente, " Bonni e di s s e com di gni dade. " E s tou
s orri ndo de s audades . Al ém di s s o..."
" Al ém di s s o, s e você não ti ves s e chamado-o, nós ai nda es tarí amos
pres as nes te horror de quarto. Obri gada, Bonni e. Você nos s al vou."
Abruptamente, M eredi th es tava no s eu máxi mo de s eri edade e s i nceri dade.
" Acho que E l ena es tava certa quando di s s e que el e não odi ava todos os
humanos , " Bonni e di s s e vagaros amente. " M as , você s abe, eu acabei de
perceber. Não podi a ver a aura del e nem um pouco. Tudo o que eu podi a ver era
negro: pl ano, negro e rí gi do, como um es cudo ao redor del e."
" Tal vez s ej a as s i m que el e protege a s i mes mo. E l e faz um es cudo para
que ni nguém vej a por dentro."
" Tal vez, " di s s e Bonni e, mas havi a um tom preocupado na voz del a. " E a
res pei to daquel a mens agem vi nda da E l ena?"
" Di z que defi ni ti vamente Tami Bryce es tá agi ndo es tranhamente e que
el a e M att es tão s ai ndo para veri fi car Bos que Anti go."
" Tal vez s ej a el e quem el es vão encontrar — Damon, eu quero di zer. Às
4: 44, como el e di s s e. Pena que não podemos l i gar para el a."
" E u s ei , " M eredi th di s s e s ombri amente. Todos em Fel l ’s Church
s abi am que não havi a nenhuma recepção no Bos que Anti go ou na área do
cemi téri o. " M as vá em frente e tente de qual quer manei ra."
Bonni e tentou, e como s empre cons egui u uma mens agem que di zi a não
haver recepção. E l a bal ançou a cabeça. " Não adi antou. E l es j á devem es tar no
bos que."
" Bem o que el a quer é que nós s i gamos em frente para darmos uma
ol hada em Is obel Sai tou — você s abe, porque el a é namorada de Ji m Bryce."
M eredi th fez uma curva. Is s o me l embra, Bonni e: você cons egui u dar uma
ol hada na aura de Carol i ne? Você acha que el a tem uma daquel as coi s as ...
dentro del a?
" Acho que s i m. E u vi a aura del a e ugh, nunca mai s quero vê-l a. E l a
cos tumava s er um ti po de verde-bronze profundo, mas agora el a es tá toda
cas tanha barrenta com rai os pretos em zi guezague. Não s ei s e i s to s i gni fi ca
que uma daquel as coi s as es tava dentro del a, mas el a não s e i ncomodava em
s e aconchegar com el es !" Bonni e es tremeceu.
" Ok, " — M eredi th di s s e s uavemente. " E u s ei o que di ri a s e eu
ti ves s e que dar um pal pi te... e s e você vai fi car enj oada, eu vou parar."
Bonni e engol i u em s eco. " E u es tou bem. M as nós es tamos de verdade
i ndo para a cas a de Is obel Sai tou?"
" Nós es tamos de verdade i ndo l á. E fal ando ni s s o, es tamos quas e l á.
Vamos s ó pentear os cabel os , res pi rar fundo e acabar l ogo com i s s o. Quão bem
você a conhece?"
" Bem, el a é es perta. Nós não ti vemos nenhuma aul a j untas . M as
ambas s aí mos do atl eti s mo ao mes mo tempo — el a ti nha um coração agi tado ou
al go as s i m, e eu cos tumava fi car com uma as ma terrí vel ..."
" De qual quer es forço, exceto dançar, que você podi a fi car dançando por
toda a noi te, " M eredi th di s s e s ecamente. " De todo j ei to, eu não a conheço
di rei to. Como el a é?"
" Bem, agradável . Se parece um pouco com você, exceto que as i áti ca. M ai s
bai xa que você — da al tura de E l ena, mas mai s magra. M ei o boni ta. Um
pouco tí mi da — do ti po qui eta, você s abe. M ei o di fí ci l de conhecer. E ...
agradável ."
" Tí mi da, qui eta e agradável s oam bem para mi m."
" Para mi m também, " di s s e Bonni e, apertando s uas mãos s uadas
j untas aos s eus j oel hos . O que s oava ai nda mel hor, el a pens ou, era que
Is obel não es ti ves s e em cas a.
No entanto, havi a vári os carros es taci onados na frente da cas a dos Sai tou.
Bonni e e M eredi th bateram na porta hes i tantemente, cons ci entes do que
havi a aconteci do na úl ti ma vez que ti nham fei to i s s o.
Foi Ji m Bryce quem atendeu, um rapaz al to e magro, que não ti nha
preenchi do s uas formas todas ai nda e curvava-s e um pouco. O que Bonni e
achou i ncrí vel foi a mudança na expres s ão no ros to del e enquanto el e
reconheci a M eredi th.
Quando atendeu a porta, el e pareci a horrí vel , s eu ros to branco por bai xo
de um bronzeado, s eu corpo de al guma forma amas s ado. Quando el e vi u
M eredi th, al gumas cores vol taram para s eu ros to e el e pareceu... bem, s e
al i s ar como um pedaço de papel . E l e fi cou mai s al to.
M eredi th não di s s e uma pal avra. E l e s ó deu um pas s o adi ante e col ocou
s eus braços ao redor del e. E l e s e agarrou a el a como s e ti ves s e medo que el a
fos s e fugi r, e enterrou s eu ros to nos cabel os negros del a.
" M eredi th."
" Apenas res pi re, Ji m. Res pi re."
" Você não s abe como tem s i do i s to. M eus pai s s aí ram porque meu bi s avô
es tá real mente doente — acho que el e es tá morrendo. E então a Tami -
Tami ..."
" Di ga-me devagar. E conti nue res pi rando."
" E l a j ogou facas , M eredi th. Facas de açouguei ro. E l e me acertou aqui
na perna." Ji m puxou s ua cal ça para mos trar uma pequena fenda de um
buraco no teci do na parte i nferi or da coxa.
" Você tomou uma vaci na anti -tétano recentemente?" M eredi th es tava no
s eu máxi mo de efi ci ênci a.
" Não, mas não é real mente um grande corte. É uma feri da de ras pão,
enfi m."
" E s tas s ão exatamente as do ti po que s ão mai s peri gos as . Você preci s a
chamar o Dra. Al pert agora mes mo." A vel ha Dra. Al pert era uma i ns ti tui ção
em Fel l ’s Church: uma médi ca que fazi a atendi mentos até em cas a, em um
paí s onde trans portar uma mal eti nha preta e um es tetos cópi o era um
comportamento bas tante i nédi to.
" Não posso. E u não pos s o s ai r..." Ji m bal ançou a cabeça para trás em
di reção ao i nteri or da cas a como s e el e não cons egui s s e di zer um nome.
Bonni e puxou a manga de M eredi th. " Tenho um mau pres s enti mento
s obre i s s o." el a as s obi ou.
M eredi th retornou a Ji m. " Você quer di zer Is obel ? Onde es tão os pai s
dela?"
" Is a-chan, quero di zer Is obel , eu apenas a chamo de Is a-chan, você
s abe..."
" E s tá tudo bem, " di s s e M eredi th. " Só di ga o que vem natural mente.
Conti nue."
" Bem, Is a-chan tem s omente s ua avó, e a Vovó Sai tou nem des ce mui to
as es cadas . Há um tempo, eu fi z o al moço del a e el a pens ou que eu fos s e — o
pai da Is obel . E l a fi ca... confus a."
M eredi th ol hou de l ado para Bonni e e di s s e, " E Is obel ? E l a es tá
também confus a?"
Ji m fechou s eus ol hos , parecendo profundamente i nfel i z. " E u gos tari a
que você entras s e e, bem, apenas convers as s e com el a."
O mau pres s enti mento de Bonni e es tava fi cando pi or. E l a não poderi a
real mente s uportar outro s us to como o da cas a de Carol i ne — e certamente el a
não ti nha a força neces s ári a para Chamar novamente, mes mo s e Damon não
es ti ves s e com pres s a para chegar a al gum l ugar.
M as M eredi th s abi a de tudo i s s o, e el a es tava l he dando um ol har que
não podi a s er negado. E l e também prometi a que, não i mporta o que, M eredi th
i ri a proteger Bonni e.
" E l a es tá machucando al guém? Is obel ?" Bonni e s e ouvi u perguntando
as s i m que el es cruzaram pel a cozi nha e em di reção ao quarto, no fi nal do
corredor.
E l a mal podi a ouvi r Ji m s us s urrar. " Si m."
E então, como Bonni e gemeu i nternamente, el e adi ci onou, " E l a
mes ma."
O quarto de Is obel era exatamente o que você es perari a de uma meni na
qui eta e es tudi os a. Pel o menos um l ado era. O outro l ado pareci a como s e uma
grande onda ti ves s e j ogado tudo para ci ma e para bai xo novamente. Is obel
es tava s entada no mei o des ta bagunça, como uma aranha em uma tei a.
M as não foi i s s o que fez o i ntes ti no de Bonni e s e agi tar. Foi o que Is obel
es tava fazendo. E l a ti nha di s pos to ao l ado de s ua cama o que pareci a mai s com
um ki t de l i mpeza de feri das da Sra. Fl owers , mas el a não es tava curando
nada.
E l a es tava s e perfurando.
E l a j á ti nha fei to i s s o nos l ábi os , no nari z, na s obrancel ha, nas
orel has , mui tas vezes . O s angue es tava es correndo de todos es tes l ugares ,
pi ngando e cai ndo nos l ençói s de s ua cama des fei ta. Bonni e vi u tudo i s s o
as s i m que Is obel ol hou para el as com uma careta, exceto que s ó a metade da
careta es tava l á. No l ado perfurado, a s obrancel ha não s e movi a.
A aura del a es tava l aranj a e des pedaçada e atraves s ada por mui tas
amarrações pretas .
Bonni e s abi a, de uma s ó vez, que el a i a fi car enj oada. E l a s abi a di s s o
com o profundo conheci mento que conqui s tou todo o cons trangi mento o qual a
envi ou voando para a l i xei ra s em que el a nem s e l embras s e de tê-l a vi s to.
Graças a Deus havi a um s aco pl ás ti co branco a reves ti ndo, el a pens ou, e então
el a fi cou compl etamente ocupada por al guns mi nutos .
Os ouvi dos del a gravaram uma voz, mes mo que el a es ti ves s e pens ando
que es tava fel i z por não ter havi do al moçado.
" M eu Deus , você es tá l ouca? Is obel o que você fez a s i mes ma? Não s abe
o ti po de i nfecções você pode pegar... as vei as que pode ati ngi r... os mús cul os
que você pode paral i s ar...? E u acho que você j á perfurou os mús cul os em s ua
s obrancel ha — e você não deveri a estar sang rando ai nda a não ser que você tenha ati ng i do
vei as e artéri as."
Bonni e vomi tou s ecamente no l i xo, e cus pi u.
E s ó então el a ouvi u um barul ho s ubs tanci al .
E l a ol hou para ci ma, s abendo em parte o que i ri a ver. M as ai nda as s i m
foi um choque. M eredi th es tava i ncl i nada pel o que devi a ter s i do um s oco no
es tômago.
A próxi ma coi s a que Bonni e s oube era que el a es tava ao l ado de
M eredi th. " Oh meu Deus , el a te apunhal ou?" Uma feri da de
apunhal amento... profunda o s ufi ci ente no abdômen...
Obvi amente M eredi th não cons egui a res pi rar. De al gum l ugar, um
pouco de cons el ho vi ndo de s ua i rmã M ary, a enfermei ra, fl utuou na mente
de Bonni e.
Bonni e bateu com as duas mãos nas cos tas de M eredi th, e de repente,
M eredi th tomou um grande gol e de ar.
" Obri gada, " el a es tava di zendo fracamente, mas Bonni e j á es tava a
arras tando para l onge, l onge da ri s onha Is obel e de uma col eção das mai ores
unhas do mundo e da es fregação de ál cool e outras coi s as que el a ti nha em
uma bandej a de café da manhã ao l ado del a.
Bonni e al cançou a porta e quas e col i di u com Ji m, que ti nha uma toal ha
mol hada nas mãos . Para el a, s upôs . Ou tal vez para Is obel . Tudo o que Bonni e
es tava i nteres s ada era fazer M eredi th s e erguer abs ol utamente, para ter
certeza que não havi a furos nel a.
" E u cons egui — ti rar da mão del a — antes de el a me acertar, " di s s e
M eredi th, ai nda res pi rando dol oros amente, as s i m que Bonni e es caneou
ans i os amente a cal ça cors ári o. " E u terei um hematoma, s ó i s s o."
" E l a te acertou também?" Di s s e Ji m em des âni mo. Só que el e não di s s e.
Sus s urrou.
Pobre rapaz, Bonni e pens ou, fi nal mente s ati s fei ta que M eredi th não
es tava feri da. Você não tem i dei a do que es tá acontecendo com Carol i ne, s ua
i rmã Tami e s ua namorada. Como você poderi a?
E s e nós l he contás s emos , você s i mpl es mente pens ari a que éramos
mai s duas meni nas mal ucas .
" Ji mmy, você deve chamar o Dra. Al pert i medi atamente, e então, eu acho
que el as deverão i r para o hos pi tal em Ri dgemond. Is obel j á fez danos
permanentes nel a mes ma — s abe Deus quanto. Todas aquel as perfurações
certamente s e tornarão i nfecci os as . Quando el a começou i s to?"
" Hum, bem... el a começou pri mei ro a agi r es tranho depoi s que Carol i ne
vei o vê-l a."
" Carol i ne!" Dei xou es capar Bonni e, confus a. " E l a es tava ras tej ando?"
Ji m l he l ançou um ol har. " Hei n?"
" E s queça a Bonni e; el a es tava bri ncando, " di s s e M eredi th faci l mente.
" Ji mmy, você não tem que nos di zer nada s obre Carol i ne s e não qui s er. Nós ...
bem, nós s abemos que el a es tava na s ua cas a."
" Todos s abem?" Ji m ques ti onou mi s eravel mente.
" Não, apenas M att, e el e s ó contou para nós para que al guém pudes s e
vi r checar s ua i rmã."
Ji m pareci a cul pado e feri do, de uma s ó vez. As pal avras foram
derramadas del e como s e el e as ti ves s e engarrafado e agora a rol ha es ti ves s e
fora da garrafa.
" E u não s ei mai s o que es tá acontecendo. Tudo o que eu pos s o di zer a
vocês é o que aconteceu. Faz al guns di as à tardi nha, " di s s e Ji m. " Carol i ne
vei o, e... quero di zer, eu nunca nem ti ve uma queda por el a. É ti po, cl aro, el a
é boni ta, e meus pai s foram embora e tudo, mas nunca pens ei que eu era o
ti po de cara... "
" Is to não tem i mportânci a agora. Apenas nos fal e s obre Carol i ne e
Is obel ."
" Bem, Carol i ne s e aproxi mou ves ti ndo es ta roupa que... bem o top es tava
prati camente trans parente. E el a apenas — apenas perguntou s e eu queri a
dançar e foi , como uma dança l enta e el a — el a me s eduzi u. E s tá é a verdade.
E na manhã s egui nte, el a s e foi — bem na hora em que M att vei o. Is s o foi
anteontem. E então eu notei Tami agi ndo... como l ouca. Nada que eu pudes s e
fazer a deteri a. Foi quando recebi uma l i gação de Is a-chan e... eu nunca ti nha
a ouvi do tão hi s téri ca. Carol i ne deve ter i do di reto da mi nha cas a para a del a.
Is a-chan di s s e que el a i a s e matar. Portanto, eu corri cá. Ti ve que fugi r de
Tami de qual quer j ei to poi s fi car em cas a s ó i ri a pi orar as coi s as ."
Bonni e ol hou para M eredi th e s abi a que el as es tavam pens ando a
mes ma coi s a: e emalg umlug ar no mei o, tanto Caroli ne e Tami fari amuma proposta a Matt.
" Carol i ne deve ter contado tudo para el a, " Ji m engol i u s eco. " Is a-chan e
eu não tí nhamos — nós es tamos es perando, você s abe? M as tudo que Is a-chan
di s s e para mi m era que eu i ri a l amentar. ‘Você s e l amentará, apenas es pere
e vej a, ’ mui tas e mui tas vezes . E , Deus , eu l amento."
" Bem, agora você pode parar de s e l amentar e começar a chamar o médi co.
Imedi atamente, Ji mmy." M eredi th l he deu tapa no tras ei ro. " E , então, você
preci s a chamar s eus pai s . Não me ol he com es s es grandes ol hos cas tanhos de
cachorro pi dão. Você é mai or de i dade, e eu não s ei o que el e podem fazer com
você por ter dei xado Tami s ozi nha es s e tempo todo."
" M as ..."
" M as s em mas . E s tou fal ando séri o, Ji mmy."
E ntão, el a fez o que Bonni e s abi a que fari a, mas es tava temendo. E l a s e
aproxi mou de Is obel novamente. A cabeça de Is obel es tava para bai xo, el a
es tava bel i s cando o umbi go com uma mão. Na outra, el a es tava s egurando um
prego l ongo e bri l hante.
M es mo antes que M eredi th pudes s e di zer al go, Is obel di s s e, " E ntão
você es tá ni s s o também. E u ouvi a forma que você o chamou ‘Ji mmy’. Você es tá
tentando de tudo pra ti rá-l o de mi m. Vocês todas , cadel as , es tão tentando me
machucar.

Yurusenai ! Zettai yurusenai ! {16}"


" Is obel ! Não! Você não pode ver que es tá machucando a si mesma?"
" E u s ó es tou me machucando pra afas tar a dor. É você que es tá fazendo
i s to, você s abe. Você es tá me pi cando por dentro com agul has ."
Bonni e pul ou para dentro de s ua própri a pel e, porém não apenas porque
Is obel deu, repenti namente, um i mpul s o vi ci os o com a unha. E l a s enti u o
cal or varrer s eu ros to. Seu coração começou a bater mai s rápi do do que j á es tava
batendo.
Tentando manter um ol ho em M eredi th, el a ti rou s eu cel ul ar do bol s o
de trás , onde el a o es condeu após a vi s i ta na cas a de Carol i ne.
Ai nda com metade de s ua atenção em M eredi th, entrou rapi damente na
i nternet e di gi tou apenas duas pal avras . E ntão, as s i m que el a fez um par de
s el eções com s eus res ul tados , el a percebeu que nunca poderi a abs orver todas
as i nformações em uma s emana, mui to menos em al guns mi nutos . Contudo,
el a ti nha um começo.
Bem agora, M eredi th es tava s e afas tando de Is obel . E l a col ocou a boca
perto da orel ha de Bonni e e s us s urrou, " E u acho que nós es tamos apenas a
contrari ando. Você deu uma boa ol hada na aura del a?"
Bonni e bal ançou a cabeça concordando.
" E ntão, nós devemos , provavel mente, s ai r do quarto, pel o menos ."
Bonni e concordou novamente.
" Você es tava tentando l i gar para M att e E l ena?" M eredi th es tava
ol hando para o cel ul ar.
Bonni e s acudi u a cabeça e vi rou o cel ul ar para que M eredi th pudes s e
ver as duas pal avras em s ua bus ca. M eredi th ol hou com atenção, em s egui da,
l evantou os ol hos es curos para os de Bonni e em uma es péci e de
reconheci mento horrori zado.
B ruxas de Salém.
21
Si m, real mente faz um s enti do horrí vel , " di s s e M eredi th. E l es
es tavam na s al a da famí l i a de Is obel , es perando por Dr. Al pert. M eredi th
es tava em uma mes a boni ta fei ta de al gum ti po de madei ra preta ornamentada
com des enhos em dourado, trabal hando em um computador que havi a s i do
dei xado l i gado. " As meni nas de Sal ém acus avam pes s oas de feri -l as —
bruxas , é cl aro. E l as di zi am que eram bel i s cadas e ‘pi cadas com al fi netes ’."
" Como Is obel nos cul pando, " di z Bonni e, bal ançando a cabeça.
" E el as ti nham convul s ões e contorci am s eus corpos em ‘pos i ções
i mpos s í vei s ’."
" Carol i ne pareci a que es tava tendo convul s ões na s al a de Stefan, " di s s e
Bonni e. " E s e ras tej ar como um l agarto não s i gni fi ca contorcer s eu corpo em
uma pos i ção i mpos s í vel ... aqui , eu vou tentar." E l a s e abai xou no chão dos
Sai tou e tentou col ocar os cotovel os e os j oel hos para fora da manei ra que
Carol i ne ti nha fei to. E l a não podi a fazê-l o.
" Vi u?"
" Oh, meu Deus !" Di s s e Ji m na porta da cozi nha, s egurando — quas e
dei xando cai r — uma bandej a de comi da. O chei ro de s opa de mi s o{17} s e
es pal hou pel o ar, e Bonni e não ti nha certeza s e i s s o a fez s enti r fome ou s e
el a es tava tão enj oada a ponto de nunca mai s s enti r fome novamente.
" Tudo bem, " el a di s s e para el e apres s adamente, l evantando-s e. " E u
es tava s ó... tentando uma coi s a."
M eredi th s e l evantou também. " Is to é para Is obel ?"
" Não, é para Obaas an — quero di zer para a avó de Is a-chan — Vovó
Sai tou—"
" E u te di s s e para chamar todos da manei ra que l he pareça natural .
Obaas an es tá óti mo, as s i m como Is a-chan, " M eredi th di s s e s uave e
fi rmemente para el e.
Ji m rel axou. " E u tentei dar de comer a Is a-chan, mas el a j ogou a
bandej a na parede. E l a di s s e que não pode comer; que al guém a es tá
s ufocando."
M eredi th ol hou s i gni fi cati vamente para Bonni e. E ntão s e vi rou para
Ji m. " Por que você não me dei xa l evar i s s o? Você j á pas s ou por mui ta coi s a.
Onde el a es tá?"
" Lá em ci ma, s egunda porta à es querda. Se el a — s e el a di s s er al guma
coi s a es tranha — apenas i gnore-a."
" E s tá bem. Fi que perto da Bonni e."
" Oh, não, " Bonni e di s s e apres s adamente. " Bonni e vai também." E l a
não s abi a s e era para s ua própri a proteção ou para a proteção de M eredi th, mas
el a es tava i ndo para fi car grudada como col a.
Lá em ci ma, M eredi th l i gou a l uz do corredor com cui dado, us ando o
cotovel o. E ntão el as encontraram a s egunda porta à es querda, onde s e
encontrava uma s enhora i dos a, pareci da com uma boneca. E l a es tava
exatamente no centro do quarto, dei tada exatamente no centro de um futon {18} .
E l a s e curvou e s orri u quando el as entraram. O s orri s o no ros to enrugado
pareci a com o de uma cri ança fel i z.
" M egumi -chan, Beni ko-chan, vocês vi eram me ver!" el a excl amou,
curvando-s e onde es tava s entada.
" Si m, " M eredi th di s s e cui dados amente. E l a col ocou a bandej a no chão
ao l ado da vel ha s enhora. " Nós vi emos ver a s enhora — Sra. Sai tou."
" Não bri nque comi go! É Inari -chan! Ou você es tá com rai va de mi m?"
" Todos es s es chans. E u pens ei que ‘Chan’ fos s e um nome chi nês . Is obel
não é j apones a?" Bonni e s us s urrou atrás de M eredi th.
Uma coi s a que a vel ha s enhora pareci da com uma boneca não era, era
s urda. E l a cai u na gargal hada, l evantando as duas mãos para cobri r a boca
pequena. " Oh, não me façam ri r antes que eu coma. Itadaki masu! ’’ E l a pegou a
ti gel a com a s opa de mi s o e começou a beber.
" E u acho que chan é al go que você col oca no fi nal do nome de al guém
quando s ão ami gos , do j ei to que Ji mmy faz di zendo Is a-chan, " M eredi th
di s s e em voz al ta. " E Eeta-daki -mass-u é al go que você di z quando você começar a
comer{19} . E i s s o é tudo que eu s ei ."
Uma parte da mente de Bonni e notou que os " ami gos " de Vovó Sai tou
ti nham nomes que começavam com M ou B. A outra parte es tava cal cul ando
qual era a rel ação entre es te quarto e o quarto do andar de bai xo, o quarto de
Is obel para s er mai s exata.
E s te es tava di retamente aci ma.
A pequena mul her de i dade parou de comer e as ol hou atentamente.
" Não, não, vocês não s ão Beni ko-chan e M egumi -chan. E u s ei di s s o. M as
el as me vi s i tam de vez em quando, as s i m como meu queri do Nobuhi ro. Fazem
outras coi s as também, coi s as des agradávei s , mas eu nas ci em um templ o
para donzel as — eu s ei me defender deles." Um breve ol har de s ati s fação
pas s ou pel a s ua i nocente vel ha face. " E s ta cas a es tá pos s uí da, você s abe."
E l a adi ci onou, " Kore ni w a ki tsune g a karande i sou da ne."
" E u s i nto mui to, Sra. Sai tou — o que s i gni fi ca i s s o?" perguntou
M eredi th.
" E u di s s e, há um ki ts une envol vi do de al guma forma."
" Um ki t-s u-nay?" M eredi th repeti u perguntando exami nadoramente.
" Uma rapos a, garota boba, " a vel ha mul her di s s e al egremente. " E l es
podem s e trans formar em qual quer coi s a que el es gos tem, não s abi a? Até
mes mo s eres humanos . Ora, um poderi a s e trans formar em você e o s eu
mel hor ami go não s aberi a a di ferença."
" E ntão — um ti po de mutante de rapos a, então?" M eredi th perguntou,
mas Vovó Sai tou es tava bal ançando para frente e para trás agora, s eu ol har na
parede atrás de Bonni e. " Nós cos tumávamos bri ncar do j ogo do cí rcul o, " el a
di s s e. " Todos nós em um cí rcul o e um no centro, de ol hos vendados . E nós
cantávamos uma canção. Ushi ro no shounen daare? Quem es tá atrás de você? E u
ens i nei para os meus fi l hos , mas eu fi z uma pequena canção em Ingl ês para
cantar com el es ."
E el a cantou, na voz dos mai s vel hos ou dos mui to j ovens , com os ol hos
i nocentes fi xos em Bonni e o tempo todo.

" Rapos a e tartaruga


Fi zeram uma corri da.
Quemestá lá long e atrás de você?
Quem fi cou em
Segundo l ugar
Quemestá perto atrás de você?
Seri a uma refei ção agradável
Para o vencedor.
Quemestá perti nho atrás de você?
Adorável s opa de tartaruga
Para o j antar!
Quemestá exatamente atrás de você?"

Bonni e s enti u uma res pi ração quente em s eu pes coço. Ofegante, el a deu
mei a vol ta — e gri tou. E g ri tou.
Is obel es tava l á, pi ngando s angue nos tapetes que cobri am o chão. E l a
ti nha de al guma forma pas s ado por Ji m e s e es guei rado até o quarto no andar
de ci ma, s em que ni nguém a vi s s e ou ouvi s s e. Agora el a es tava parada al i ,
como uma deus a dos pi erci ng s di s torci da, ou a materi al i zação de um pes adel o
horrí vel . E l a es tava ves ti ndo apenas uma parte debai xo de bi quí ni mui to
pequena. Cas o contrári o el a es tari a nua, exceto pel o s angue e pel os di ferentes
ti pos de aros , pregos e agul has que el a havi a pos to nos furos . E l a ti nha
perfurado partes do corpo que Bonni e nunca ti nha ouvi do fal ar que s e podi a
perfurar, e al gumas que Bonni e nunca ti nha s onhado. E cada buraco es tava
torto e s angrando.
Sua res pi ração es tava quente, féti da e naus eante — como ovos podres .
Is obel apontou s ua l í ngua ros ada. E l a não foi perfurada. Foi pi or. Com
al gum ti po de i ns trumento el a ti nha cortado o l ongo mús cul o em doi s de modo
que fi cas s e bi furcada como a de uma cobra.
A bi furcada coi s a ros a l ambeu a tes ta de Bonni e.
Bonni e des mai ou.

***

M att di ri gi a l entamente na pi s ta quas e i nvi s í vel . Não havi a nenhum


s i nal de es trada para i denti fi cá-l a, el e notou. E l es s ubi ram uma pequena
col i na e então des ceram acentuadamente para uma pequena cl arei ra.
" M antenha-s e afas tado dos cí rcul os mági cos , " di s s e E l ena
s uavemente, como s e es ti ves s e ci tando al guém. " E dos vel hos carval hos ..."
" Do que você es tá fal ando?"
" Pare o carro." Quando el e parou, E l ena fi cou no mei o da cl arei ra. " Você
não acha que há um ti po de s ens ação mági ca aqui ?"
" E u não s ei . Onde a coi s a vermel ha foi ?"
" E m al gum l ugar aqui . E u vi !"
" E u também — e você vi u como el a era mai or do que uma rapos a."
" Si m, mas não tão grande quanto um l obo."
M att s ol tou um s us pi ro de al í vi o. " Bonni e s i mpl es mente não vai
acredi tar em mi m. E você vi u como s e moveu rapi damente—"
" Rápi do demai s para s er al go natural ."
" Você es tá di zendo que nós não vi mos nada na verdade?" Di s s e M att
quas e ferozmente.
" E u es tou di zendo que nós vi mos al guma coi s a sobrenatural. Como o i ns eto
que atacou você. Como as árvores , por fal ar ni s s o. Al go que não s egue as l ei s
des te mundo."
Por mai s que el es tenham procurado, não cons egui ram encontrar o
ani mal . Os gal hos e os arbus tos entre as árvores cres ci am em um cí rcul o
dens o. M as não havi a nenhuma evi dênci a de um buraco ou es conderi j o ou
um es paço vazi o no mato dens o.
E o s ol es tava des l i zando no céu. A cl arei ra era boni ta, mas não havi a
nada de i nteres s e para el es .
M att ti nha acabado de di zer i s s o a E l ena quando el e a vi u l evantar-s e
rapi damente, em al arme.
" O quê-?" E l e s egui u s eu ol har e parou.
Uma Ferrari amarel a bl oqueava o cami nho de vol ta para a es trada.
E l es não ti nham pas s ado por uma Ferrari amarel a na vi nda. Só havi a
es paço para um carro na es trada de pi s ta úni ca.
No entanto, l á es tava a Ferrari parada.
Gal hos es tal aram atrás de M att. E l e vi rou-s e.
" Damon!"
" Quem você es perava?" Os Ray-Bans obl í quos es condi am
compl etamente os ol hos de Damon.
" Nós não es távamos es perando ni ng uém," di s s e M att agres s i vamente.
" Nós apenas paramos aqui ." A úl ti ma vez que el e ti nha vi s to Damon foi
quando Damon ti nha s i do bani do como um cão doente do quarto de Stefan,
quando el e queri a mui to dar um s oco na boca de Damon, E l ena s abi a. E l a
podi a s enti r que el e queri a i s s o de novo agora.
M as Damon não era o mes mo que el e ti nha s i do quando dei xou o quarto.
E l ena podi a ver o peri go cres cente fora del e como ondas de cal or.
" Oh, eu vej o. E s ta é a — s ua área pri vada — para expl orações pri vadas,"
Damon traduzi u, e havi a uma nota de cumpl i ci dade em s ua voz que E l ena não
gos tou.
" Não!" M att ros nou. E l ena percebeu que i ri a ter que mantê-l o s ob
control e. E ra peri gos o enfrentar Damon nes te es tado. " Como você pode di zer
i s s o?" M att conti nuou. " E l ena pertence a Stefan."
" Bem — nós pertencemos um ao outro, " E l ena acres centou.
" Cl aro que s i m, " di s s e Damon. " Um corpo, um coração, uma al ma." Por
um momento havi a al go l á — uma expres s ão dentro do Ray-Ban, el a pens ou,
que era as s as s i na.
Imedi atamente, porém, o tom de Damon pas s ou para um murmúri o
i nexpres s i vo. " M as então, por que vocês doi s es tão aqui ?" Sua cabeça, vi rando-
s e para acompanhar o movi mento de M att, s e movi a como um predador
moni torando a pres a. Havi a al go mai s i nqui etante do que o habi tual em s ua
ati tude.
" Nós vi mos al go vermel ho, " M att di s s e antes que E l ena pudes s e detê-
l o. " Al go como o que eu vi quando eu ti ve o aci dente."
Formi gamentos agora corri am para ci ma e para bai xo nos braços E l ena.
De al guma forma el a des ej ava que M att não ti ves s e di to nada. Nes ta cl arei ra
es cureci da e tranqui l o no bos que verde, de repente, el a es tava com mui to
medo.
E s ti cando s eus novos s enti dos ao máxi mo — até que el a pudes s e s enti -
l os es ti cados como um fi no ves ti do cobri ndo tudo ao s eu redor, el a pôde s enti r o
erro l á, também, e s enti u que i s s o pas s ava al ém do al cance de s ua mente. Ao
mes mo tempo, el a s enti u os pás s aros fi cando qui etos ao l ongo de todo o
cami nho.
O que foi mai s perturbador foi vi rar bem agora, as s i m que os s ons dos
pás s aros pararam, e encontrar Damon s e vi rando para ol har para el a. Os
ócul os de s ol i mpedi am-na de s aber o que el e es tava pens ando. O res to do s eu
ros to era uma más cara.
Stefan, pens ou el a, i mpotente, s audos amente.
Como el e poderi a ter dei xado-a — comi sso? Sem nenhum avi s o, nenhuma
i déi a do s eu des ti no, nenhuma manei ra de contatá-l o de novo... Is to tal vez
fi zes s e s enti do para el e, com s eu des ej o des es perado para não trans formá-l a
em al go que el e odi ava em s i mes mo. M as , dei xá-l a com Damon nes te es tado,
e quando todos os s eus poderes anteri ores ti nham des apareci do -
Sua própri a cul pa, el a pens ou, encurtando a i nundação de auto-pi edade.
Foi você quem acredi tou na fraterni dade del es . Foi você quem o convenceu que
Damon era confi ável . Agora l i de com as cons equênci as .
" Damon, " di s s e el a, " E u es tava procurando por você. E u queri a
perguntar- l he — s obre Stefan. Você s abe que el e me dei xou."
" Cl aro. Acredi to que as pal avras foram, para s eu própri o bem. E l e me
dei xou para s er s eu guarda-cos tas ."
" E ntão você o vi u duas noi tes atrás ?"
" Cl aro."
E — l ogi camente — você não tentou i mpedi -l o. As coi s as não podi am ter
ocorri do mel hor para você, E l ena pens ou. E l a nunca qui s mai s as
habi l i dades que ti nha ti do como um es pí ri to, nem mes mo quando el a
percebeu que Stefan ti nha i do e que es tava fora do al cance todo-e-
s i mpl i s mente-humano.
" Bem, eu não vou dei xá-l o me abandonar, " afi rmou categori camente,
" para o meu própri o bem, ou por qual quer outro moti vo. E u vou s egui -l o —
mas pri mei ro eu preci s o s aber onde el e poderi a ter i do."
" Você es tá perguntando para mi m?"
" Si m. Por favor. Damon, eu tenho que encontrá-l o. E u preci s o del e. E u
—" E l a es tava começando s e engas gar, e teve que s er s evera com el a mes ma.
M as s ó então el a percebeu que M att es tava murmurando bai xi nho com
el a. " E l ena, pare. Acho que es tamos apenas dei xando-o l ouco. Ol he para o
céu."
E l ena s enti u i s s o por s i própri a. O cí rcul o de árvores pareci a es tar s e
fechando ao s eu redor, mai s es curo do que antes , ameaçador. E l ena i ncl i nou o
quei xo l entamente, ol hando para ci ma. Di retamente aci ma del es , nuvens
ci nzentas s e agruparam, acumul ando-s e em s i mes mas , ci rrus compri mi das
por cumulus, formando uma tempes tade — exatamente em ci ma do l ocal onde
el es es tavam parados .
No chão, pequenos redemoi nhos começaram a s e formar, l evantando
mãos chei as de fol has de pi nhei ro e fol has fres cas de verão para fora de s uas
mudas . E l a nunca ti nha vi s to nada pareci do antes , e i s s o encheu a cl arei ra
com um chei ro doce, mas s ens ual , com chei ro forte de ól eos exóti cos e de
l ongas noi tes es curas de i nverno.
Ol hando para Damon, então, el a vi u turbi l hões l evantando mai s al to e o
chei ro doce cercando-a, res i nos o e aromáti co, fechando-s e até el a perceber que
i s s o es tava encharcando as s uas roupas e depoi s s e i mpregnando em s ua
própri a carne, el a s abi a que ti nha s e excedi do.
Ela não podi a proteg er Matt.
Stefan me di s s e para confi ar em Damon em s eu bi l hete no meu di ári o.
Stefan s abe mai s s obre el e do que eu, el a pens ou des es peradamente. M as
ambos s abemos o que Damon quer, ul ti mamente. O que el e s empre qui s . E u.
M eu s angue...
" Damon, " el a começou bai xi nho — e i nterrompeu. Sem ol har para el a,
el e es tendeu a mão com a pal ma em s ua di reção.
Espere.
" Há al go que tenho que fazer, " el e murmurou. E l e s e abai xou, cada
movi mento era i ncons ci ente e graci os o como uma pantera, e pegou um gal ho
quebrado do que pareci a s er um pi nho da Vi rgí ni a. Bal ançou-o l i gei ramente,
anal i s ando, erguendo-o na mão como s e es ti ves s e s enti ndo o pes o e equi l í bri o.
Pareci a mai s um l eque do que um graveto.
E l ena es tava ol hando agora para M att, tentado di zer-l he com s eus ol hos
tudo que el a es tava s enti ndo, pri nci pal mente di zendo o que el a l amentava:
l amentava por ter trazi do el e para i s s o; l amentava por ter s e i mportado com el e;
l amentava por tê-l o trazi do para um grupo de ami gos que es tava tão
i nti mamente l i gado com o s obrenatural .
Agora eu s ei um pouco do que Bonni e deve ter s enti do no ano pas s ado, el a
pens ou, s endo capaz de ver e prever coi s as s em ter o mí ni mo de poder para
detê- l as .
M att, s acudi ndo a cabeça, j á es tava s e movendo furti vamente em di reção
às árvores .
Não, M att. Não. Não!
E l e não entendeu. Nem el a, exceto pel a s ens ação de que as árvores
es tavam s e mantendo l onge apenas por caus a da pres ença de Damon. Se el a e
M att s e aventuras s em pel a fl ores ta; s e el es dei xas s em a cl arei ra, ou mes mo
s e permaneces s em aqui por mui to tempo... M att pode ver o medo na face del a,
e s eu própri o ros to refl eti a a des agradável des coberta. E l es es tavam pres os .
A menos -
" Tarde demai s , " di s s e Damon dras ti camente. " E u l he di s s e, há al go
que tenho que fazer."
E l e ti nha aparentemente encontrado o gal ho que es tava procurando.
Agora el e s e l evantou, fl exi onou-o l i gei ramente, e trouxe-o para bai xo em um
movi mento úni co; cortando l ateral mente enquanto o fazi a.
E M att convul s i onou em agoni a.
E ra um ti po de dor que el e nunca ti nha s equer s onhado antes : uma dor
que pareci a brotar de dentro del e mes mo, mas de todos os l ugares , todos os
órgãos do s eu corpo, cada mús cul o, cada nervo, cada os s o, l i berando um ti po
di ferente de dor. Seus mús cul os doí am e s e contraí am, como s e el e es ti ves s e
s endo forçado a fazer uma ul ti ma fl exão, mas eram forçados a s e fl exi onar
mai s l onge ai nda. Dentro, s eus órgãos es tavam em chamas . Facas es tavam
tal hando s ua barri ga. Seus os s os pareci am como da vez em que ti nha quebrado
o s eu braço, quando ti nha nove anos de i dade e um carro ti nha bati do no carro
do s eu pai . E s eus nervos — s e houves s e um control e nos nervos que
res pondi am à mudança do " prazer" à " dor" — es s e ti nha s i do mudado para
" afl i ção." O toque das s uas roupas em s ua pel e era i ns uportável . As correntes
de ar que pas s avam eram agoni zantes . E l e s uportou qui nze s egundos e então
des mai ou.
" M att!" E m s eu cas o, E l ena ti nha congel ado, os mús cul os bl oqueados ,
i ncapazes de s e mover pel o que pareceu s er uma eterni dade. Quando foi
l i bertada, el a correu para M att, puxou-o para o s eu col o, ol hou para o ros to
del e.
E ntão el a ol hou para ci ma.
" Damon, por quê? Por quê?" De repente el a percebeu que, apes ar de M att
não es tar cons ci ente, el e ai nda es tava s e contorcendo de dor. E l a teve que
control ar as pal avras para não gri tar, para fal ar fi rmemente apenas . " Por que
você es tá fazendo i s s o? Damon! Pare comi sso."
E l a ol hou para o rapaz todo ves ti do de preto: cal ça preta com um ci nto
preto, botas pretas , cas aco de couro preto, cabel os negros , e aquel es mal di tos
Ray- Ban.
" E u di s s e a você, " di s s e Damon cas ual mente. " É al go que eu preci s o
fazer. Preci s o as s i s ti r. Uma morte dol oros a."
" Morte! " E l ena ol hava Damon em des crédi to. E então el a começou a
reuni r todo o s eu Poder, de uma forma que ti nha s i do tão fáci l e i ns ti nti vo há
poucos di as , enquanto el a es tava muda e não s uj ei ta à gravi dade, e que era tão
di fí ci l e tão es tranho agora. Com determi nação, el a di s s e, " Se você não dei xá-l o
i r — ag ora — eu vou te acertar com tudo o que eu tenho."
E l e gargal hou. E l a nunca ti nha vi s to Damon ri r real mente antes , não
como agora. " E você es pera que eu vá mes mo s enti r o s eu mi nús cul o Poder?"
" Não tão mi nús cul o." E l ena pes ou as s us tadoramente. Não era mai s do
que o Poder i ntrí ns eco de qual quer s er humano — o Poder que os vampi ros
tomam dos humanos j unto com o s angue que el es bebem — mas des de que s e
tornara um es pí ri to, el a s abi a como us á-l o. Como atacar com el e. " E u acho que
você vai s enti r i s s o, Damon. Dei xe-o i r — AGORA!"
" Por que as pes s oas s empre acham que ao gri tar vão cons egui r s uces s o
onde a l ógi ca não cons egui u?" Damon murmurou.
E l ena l he dari a tudo o que tem.
Ou pel o menos el a s e preparou. E l a tomou o fôl ego neces s ári o, s egurou-o
por um tempo, e i magi nou-s e s egurando uma bol a de fogo branco, e então -
M att es tava de pé. E l e pareci a que es tava s endo arrastado para fi car de pé
e depoi s s endo manti do em pé como um fantoche, e s eus ol hos es tavam
l acri mej ando i nvol untari amente, mas era mel hor do que M att s e contorcendo
no chão.
" Você me deve, " di s s e Damon a E l ena cas ual mente. " E u vou cobrar
depoi s ."
Para M att, el e di s s e em um tom de um ti o amável , com um daquel es
s orri s os i ns tantâneos que você nunca ti nha certeza de que vi u ou não, " Sorte
mi nha que você é um do ti po durão, não é?"
" Damon." E l ena ti nha vi s to o humor de vamos-bri ncar-com-essa-cri atura de
Damon, e era o que el a menos gos tava. M as havi a al go es tranho hoj e, al go
que el a não cons egui a entender. " Col oque-o no chão, " di s s e el a, enquanto os
pêl os em s eus braços e da parte de trás do pes coço s e arrepi avam. " O que você
quer realmente?"
M as el e não deu a res pos ta que el a es perava.
" E u fui ofi ci al mente nomeado como s eu guardi ão. E s tou ofi ci al mente
cui dando de você. E para i s s o, eu não acho que você deva fi car por aí s em a
mi nha proteção e o meu companhei ri s mo, enquanto meu i rmãozi nho es tá
des apareci do."
" E u pos s o me cui dar, " di s s e E l ena categori camente, acenando com a
mão para que el es pudes s em chegar até a verdadei ra ques tão.
" Você é uma meni na mui to boni ta. Coi s as peri gos as e" — um rápi do
s orri s o — " des agradávei s poderi am acontecer com você. E u i ns i s to que você
tenha um guarda-cos tas ."
" Damon, agora a coi s a de quem eu mai s preci s o s er protegi da é você. Você
s abe di s s o. Sobre o que é i s s o tudo, afi nal ?"
A cl arei ra es tava... pul s ante. Quas e como s e fos s e al go orgâni co,
res pi rando. E l ena ti nha a s ens ação de que s ob s eus pés — debai xo das
vel has botas de cami nhada de M eredi th — o chão es tava s e movendo
rapi damente, como um grande ani mal adormeci do, e as árvores eram como um
coração batendo.
Para quê? Para a fl ores ta? Havi a mai s madei ra morta do que vi va aqui . E
el a podi a j urar que conheci a Damon bem o s ufi ci ente para s aber que el e não
gos tava de árvores ou bos ques .
E ra em momentos como es s e que E l ena des ej ava ai nda ter as as . As as e
o conheci mento — os movi mentos de mão, as Pal avras de Poder Branco, o fogo
branco dentro del a que l he permi ti ri a s aber a verdade, s em tentar
compreendê-l a, ou s i mpl es mente expl odi r os aborreci mentos de vol ta para
Stonehenge.
Pareci a que tudo que ti nha l he s obrado era s er uma atração ai nda mai s
i rres i s tí vel para os vampi ros , e a s ua i ntel i gênci a.
Intel i gênci a ti nha funci onado até agora. Tal vez s e el a não dei xas s e
Damon perceber como el a es tava com medo, el a poderi a ganhar uma nova
tentati va com el e.
" Damon, eu te agradeço por es tar preocupado comi go. Agora, você s e
i mportari a de dei xar M att e eu a s ós por um momento para que eu pos s a di zer
s e el e ai nda es tá res pi rando?"
De dentro do Ray-Ban, el a pens ou que poderi a di s cerni r um úni co
l ampej o de vermel ho.
" De al guma manei ra eu achei que você poderi a di zer i s s o, " di s s e
Damon. " E , cl aro, é s eu di rei to ter al gum cons ol o depoi s de s er tão
trai çoei ramente abandonada. Res pi ração boca-a-boca, por exempl o."
E l ena queri a xi ngar. Cui dados amente, el a res pondeu: " Damon, s e
Stefan des i gnou-o como meu guarda-cos tas , então el e di fi ci l mente teri a me
' trai çoei ramente abandonado' , não é? Você não pode ter as duas coi s as —"
" Apenas permi ta-me uma coi s a, tudo bem?" Di s s e Damon na voz de
al guém cuj as próxi mas pal avras vão s er ‘Tenha cui dado’ ou ‘Não faça nada que eu
não fari a’.
Houve um s i l ênci o. Os redemoi nhos de poei ra ti nham parado de gi rar. O
chei ro de fol has de pi nhos aqueci das pel o s ol e de res i na de pi nhei ro nes te
l ugar es curo es tava dei xando-a l ângui da, tonta. O chão es tava quente,
também, e as fol has de pi nhei ro foram todas al i nhadas , como s e o ani mal
adormeci do ti ves s e fol has de pi nhei ro como pel e. E l ena as s i s ti u os grãos de
poei ra gi rando e bri l hando como pedaços de ouro na l uz do s ol . E l a s abi a que
não es tava no s eu mel hor agora; não na s ua mel hor forma. Fi nal mente,
quando el a ti nha certeza de que s ua voz s eri a cons tante, el a perguntou: " O
que você quer?"
" Um bei j o."
22
Bonni e es tava perturbada e confus a. E s tava es curo.
" Tudo bem, " uma voz que era brus ca e cal mante de uma s ó vez es tava
di zendo. " São duas pos s í vei s concus s ões , uma feri da por perfuração com
neces s i dade de uma vaci na anti -tétano e, bem, eu temo que tenha que s edar
a s ua meni na, Ji m. E eu vou preci s ar de aj uda, mas você não pode s e mover.
Você permaneça dei tado e mantenha os ol hos fechados ."
Bonni e abri u s eus própri os ol hos . E l a ti nha uma vaga l embrança de cai r
de frente em s ua própri a cama. M as el a não es tava em cas a, el a ai nda es tava
na cas a dos Sai tou, dei tada em um s ofá.
Como s empre, quando es tava confus a ou com medo, el a ol hou para a
M eredi th. M eredi th es tava vol tando da cozi nha com uma bol s a de gel o
i mprovi s ada. Col ocou-a na tes ta j á mol hada Bonni e.
" E u s i mpl es mente des mai ei , " expl i cou Bonni e, quando el a s e deu
conta di s s o s ozi nha. " Só i s s o."
" E u s ei que você des mai ou. Você bateu a cabeça mui to forte no chão, "
M eredi th res pondeu, e para vari ar s eu ros to fi cou perfei tamente l egí vel :
preocupação, s i mpati a e al í vi o es tavam vi s í vei s . E l a real mente ti nha
l ágri mas s e acumul ando em s eus ol hos . " Oh, Bonni e, eu não pude chegar
até você a tempo. Is obel es tava no cami nho, e os tatames não amorteceram o
s ufi ci ente a queda e você fi cou apagada por quas e mei a hora! Você me assustou."
" Des cul pe-me." Bonni e ti rou uma mão para fora do cobertor que pareci a
es tar envol to nel a e apertou a mão de M eredi th. Is s o s i gni fi cava que a
i rmandade veloci raptor ai nda está emação. Também s i gni fi cava obri g ada por se preocupar.
Ji m es tava es parramado no s ofá s egurando outra bol s a de gel o na parte de
trás da cabeça. Seu ros to es tava branco es verdeado. E l e tentou l evantar-s e, mas
a Dra. Al pert — com s ua voz tanto mal -humorada quanto genti l — o empurrou
de vol ta para o s ofá.
" Você não preci s a de mai s es forço, " di s s e el a. " M as eu preci s o de um
as s i s tente. M eredi th, você pode me aj udar com Is obel ? Parece que el a vai dar
um tanto de trabal ho."
" E l a me bateu na parte tras ei ra da cabeça com um abaj ur, " Ji m avi s ou.
" Nunca vi re as cos tas para el a."
" Vamos ter cui dado, " di s s e a Dra. Al pert.
" Vocês doi s fi quem aqui ," M eredi th acres centou com fi rmeza.
Bonni e es tava encarando M eredi th nos ol hos . E l a queri a s e l evantar
para aj udá-l as com Is obel . M as M eredi th ti nha aquel e ol har es peci al de
determi nação que s i gni fi cava que era mel hor não di s cuti r.
As s i m que el es s aí ram, Bonni e tentou l evantar-s e. M as l ogo el a
começou a enxergar aquel e nada pul s ante ci nza que s i gni fi cava que el a i a
des mai ar de novo.
E l a s e dei tou novamente, com os dentes cerrados .
Durante mui to tempo houve bati das e gri tos vi ndos do quarto de Is obel .
Bonni e ouvi ra a voz de Dra. Al pert el evar-s e, em s egui da a de Is obel , e depoi s
uma tercei ra voz — não de M eredi th, que nunca gri tava s e pudes s e evi tar,
mas uma que pareci a s er a voz de Is obel , apenas mai s l enta e di s torci da.
E ntão, fi nal mente, houve s i l ênci o, e M eredi th e a Dra. Al pert vol taram
carregando uma Is obel des acordada entre el as . M eredi th ti nha um
s angramento no nari z e o cabel o curto avermel hado da Dra. Al pert em pé, mas
el as ti nham de al guma forma ves ti do uma cami s eta por ci ma do corpo abus ado
de Is obel e a Dra. Al pert cons egui u agarrar a s ua bol s a preta também.
" Feri dos que podem andar, fi quem onde es tão. E s taremos de vol ta para
l hes dar uma mão, " di s s e a médi ca com s ua manei ra conci s a.
E m s egui da a Dra. Al bert e M eredi th fi zeram outra vi agem para l evar a
avó Is obel com el as .
" E u não gos to da s ua cor, " di s s e a Dra. Al bert brevemente. " Ou do ri tmo
cardí aco del a. Poderí amos as s i m todos fazer um check-up."
Um mi nuto depoi s , el as vol taram para aj udar Ji m e Bonni e a i r até a
SUV da Dra. Al bert. O céu es tava nubl ado e o s ol era uma bol a vermel ha, não
mui to l onge do hori zonte.
" Você quer que eu l he dê al go para a dor?" Perguntou a médi ca, ol hando
Bonni e enquanto procurava dentro da bol s a preta. Is obel es tava na tras ei ra da
SUV, onde os bancos havi am s i do des dobrados .
M eredi th e Ji m es tavam nos doi s as s entos na frente del a, com a avó
Sai tou entre el es , e Bonni e, por i ns i s tênci a de M eredi th, es tava na frente com
a médi ca.
" Hm, não preci s a, es tá tudo bem, " di s s e Bonni e. Na verdade, el a es tava
s e perguntando s e o hos pi tal real mente poderi a curar a i nfecção de Is obel
mel hor do que a Sra. Fl owers e s uas compres s as de ervas podi am.
M as embora s ua cabeça l atej as s e e does s e, e el a es ti ves s e
des envol vendo um gal o do tamanho de um ovo cozi do em s ua tes ta, el a não
queri a que anuvi ar s eus pens amentos . Havi a al go a i ncomodando, al gum
s onho ou al go que el a ti nha ti do enquanto M eredi th di s s e que el a es tava
i ncons ci ente.
O que seri a?
" Tudo bem então. Todos com ci ntos de s egurança? Aqui vamos nós ." A
SUV s e afas tou da cas a dos Sai tou. " Ji m, você di s s e que Is obel tem uma i rmã
de três anos dormi ndo no andar de ci ma, então chamei a mi nha neta Jayneel a
para vi r aqui . Pel o menos vai ter al guém na cas a."
Bonni e s e vi rou pra trás para ol har para M eredi th. As duas fal aram ao
mes mo tempo.
" Oh, não! E l a não pode i r! Especi almente não no quarto Is obel ! Ol he, por
favor, você tem que —" Bonni e bal buci ou.
" Real mente não tenho certeza s e es s a é uma boa i dei a, Dra. Al pert, "
M eredi th di s s e, não menos urgente, mas mui to mai s coerente. " A menos
que el a fi que l onge do quarto e tal vez tenha al guém com el a — um meni no
s eri a bom."
" Um meni no?" Dra. Al pert pareci a confus a, mas a combi nação do
des es pero de Bonni e e a s i nceri dade de M eredi th pareceu convencê-l a. " Bem,
Tyrone, meu neto, es tava as s i s ti ndo TV quando eu s aí . Vou tentar contatá-l o."
" Uau!" Bonni e di s s e i nvol untari amente. " E s s e é o Tyrone que s erá do
ataque ofens i vo da equi pe de futebol ameri cano do próxi mo ano, hei n? Ouvi
di zer que el es o chamam de Tyre-mi nador."
" Bem, di gamos que eu acho que el e vai s er capaz de proteger Jayneel a, "
Dra. Al pert di s s e depoi s de fazer a l i gação. " M as s omos nós com, ah, a
meni na superexaltada no veí cul o com a gente. Pel a forma como el a l utou contra o
s edati vo, eu di ri a que el a mes ma é uma ‘extermi nadora’ e tanto.
O cel ul ar de M eredi th tocou a mús i ca que era us ada para números não
i denti fi cados em s ua agenda, e em s egui da, anunci ou: " Sra T. Fl owers es tá
l i gando pra você. Você vai atender—" E m um s egundo M eredi th ti nha
apertado o botão pra atender.
" Sra. Fl owers ?" E l a di s s e. O motor da SUV evi tou que Bonni e e os outros
pudes s em ouvi r o que a Sra. Fl owers di zi a, as s i m Bonni e vol tou a s e concentrar
em duas coi s as : o que s abi a s obre as " ví ti mas " das " bruxas " de Sal ém, e
qual teri a s i do o pens amento que l he ocorrera enquanto el a ti nha es tado
i ncons ci ente.
Tudo i s s o i medi atamente fugi u de s ua cabeça quando M eredi th
derrubou s eu cel ul ar.
" O que foi ? O quê? O quê?" Bonni e não podi a obter uma vi s ão cl ara do ros to
de M eredi th no crepús cul o, mas el a pareci a pál i da e, quando el a fal ou, soou
pál i da, também.
" Sra. Fl ores es tava cui dando de s eu j ardi m, el a es tava pres tes a entrar
quando el a percebeu que havi a al go em s eus arbus tos de begôni a. E l a di s s e
que pareci a como s e al guém ti ves s e tentado es conder al go entre o arbus to e a
parede, mas um pedaço do teci do fi cou aparecendo."
era?"
" E ra uma mochi l a chei a de roupas e s apatos . Botas . Cami s as . Cal ças .
Todos do Stefan."
Bonni e deu um gri to que fez a Dra. Al pert quas e perder o rumo na
es trada.
" Oh, meu Deus , oh, meu Deus — ele não foi embora! "
" Ah, eu acho que el e foi s i m. Só não por s ua l i vre e es pontânea
vontade, " di s s e M eredi th, s ombri a.
" Damon," Bonni e engas gou e cai u de novo em s eu as s ento, l ágri mas
brotando em s eus ol hos e trans bordando. " Não pude dei xar de querer
acredi tar... "
" A cabeça pi orou?" Dra. Al pert perguntou, el egantemente i gnorando a
convers a em que não ti nha s i do i ncl uí do.
" Não — bem, s i m, pi orou, " Bonni e admi ti u.
" Aqui , abra a mal eta e me mos tre. E u tenho amos tras di s to e daqui l o...
tudo certo, aqui es tá. Al guém vi u uma garrafa de água por aí ?"
Ji m aus entemente entregou uma garrafa. " Obri gada, " di s s e Bonni e,
col ocando a pí l ul a na boca e depoi s tomando um grande gol e da garrafa. E l a
ti nha que col ocar s ua cabeça em ordem. Se Damon ti nha raptado Stefan, então
el a deveri a es tar Chamando-o, não deveri a? Só Deus s abi a onde el e acabari a
des ta vez. Por que nenhum del es ti nha pens ado nes s a pos s i bi l i dade?
Bem, pri mei ro, porque o novo Stefan era para s er s upos tamente forte, e
s egundo, por caus a do bi l hete no di ári o de E l ena.
" É i s s o!" Di s s e el a, as s us tando até el a mes ma. Tudo ti nha emergi do
s ubi tamente, tudo o que el a e M att ti nham comparti l hado...
" M eredi th!" Di s s e el a, i ndi ferente ao ol har de l ado que a Dra. Al pert
l he deu, " enquanto eu es tava i ncons ci ente, eu fal ei com M att. E l e es tava
i ncons ci ente também."
" E l e es tava feri do?"
" Deus , s i m. Damon deve ter fei to al go terrí vel . M as el e di s s e para
i gnorar i s s o, e que al go o ti nha i ncomodado des de que el e l eu aquel e bi l hete
que Stefan dei xou para E l ena. Al go s obre Stefan ter fal ado com o profes s or de
Ingl ês s obre como s e s ol etra j ulg amento, ano pas s ado. E el e conti nuou di zendo,
procure o arqui vo de backup. Procure o arqui vo de backup... antes que Damon o faça."
E l a ol hou para o ros to al armado de M eredi th, cons ci ente enquanto
di mi nuí am a vel oci dade até parar em um cruzamento que tanto a Dra. Al pert e
Ji m es tavam ol hando para el a. E l egânci a ti nha s eus l i mi tes .
A voz de M eredi th quebrou o s i l ênci o. " Doutora, " el a di s s e, " E u vou ter
que te pedi r uma coi s a. Se você pegar a es querda aqui e depoi s novamente na
Rua Laurel e em s egui da s i mpl es mente di ri gi r por cerca de ci nco mi nutos em
di reção ao Bos que Anti go, i s s o não a ti rará mui to do s eu traj eto. M as i s s o me
dei xará na pens ão onde es tá o computador de que Bonni e es tá fal ando. Você
pode pens ar que es tou l ouca, mas eu preci s o chegar nes te computador. "
" E u s ei que você não es tá l ouca, a es s a al tura eu j á teri a notado." A
médi ca ri u cons pi ratori amente. " E eu tenho ouvi do al gumas coi s as s obre a
j ovem Bonni e aqui ... nada de rui m, eu j uro, mas um pouco di fí ci l de
acredi tar. Depoi s de ver o que eu vi hoj e, acho que es tou começando a mudar
mi nha opi ni ão s obre el as ." A médi ca de repente deu uma gui nada à
es querda, res mungando, " Al guém arrancou a pl aca de pare des ta rua
também." E ntão, el a conti nuou, para M eredi th " E u pos s o fazer o que você
pedi u. E u te dei xarei perto da vel ha pens ão — "
" Não! Is s o s eri a mui to peri gos o! "
" — mas eu tenho que l evar Is obel a um hos pi tal o mai s rapi damente
pos s í vel . Para não fal ar de Ji m. E u real mente acho que el e teve uma
concus s ão. E Bonni e — "
" Bonni e, " di s s e Bonni e, enunci ando di s ti ntamente, " es tá i ndo para a
pens ão, também."
" Não, Bonni e! E u vou correndo, Bonni e, você entende i s s o? Vou correr o
mai s rápi do que eu puder — e não pos s o dei xar que você me atras e." A voz de
M eredi th era s eca.
" Não vou te atras ar, eu j uro. Vá em frente e corra. Vou correr, também.
M i nha cabeça j á es tá mel hor agora. Se você ti ver que me dei xar para trás , pode
conti nuar correndo. E u chego depoi s de você."
M eredi th abri u a boca e depoi s fechou. Devi a ter al guma coi s a na
expres s ão de Bonni e, que l he di s s e que qual quer ti po de argumento s eri a
i núti l , pens ou Bonni e. Porque no fi nal das contas era verdade.
" Aqui es tamos nós , " di s s e a Dra. Al pert poucos mi nutos depoi s . " A
es qui na da Rua Laurel e do Bos que Anti go." E l a puxou uma pequena
l anterna da s ua mal eta e i l umi nou cada um dos ol hos de Bonni e,
repeti damente um após o outro. " Bem, ai nda não parece como s e você ti ves s e
ti do uma concus s ão. M as você s abe Bonni e que a mi nha opi ni ão médi ca é que
você não deveri a es tar correndo por aí . E u s i mpl es mente não pos s o forçá-l a a
s er medi cada, s e você não quer. M as eu pos s o fazer você acei tar i s s o." E l e
entregou a l anterna pequena para Bonni e. " Boa s orte."
" Obri gada por tudo, " di s s e Bonni e, por um i ns tante, repous ando s ua
mão pál i da na mão marrom es cura com dedos l ongos da Dra. Al pert. " Você,
tenha cui dado também — com árvores caí das , com Is obel , e com al go vermel ho
na es trada."
" Bonni e, eu es tou i ndo." M eredi th j á es tava fora do SUV.
" E tranque as portas ! E não s ai a até que você es tej a l onge do bos que!, "
Di s s e Bonni e, ao tropeçar pra fora do veí cul o ao l ado de M eredi th.
E então el as correram. Cl aro, tudo o que Bonni e ti nha di to s obre
M eredi th correr na frente del a, dei xando-a para trás , era um abs urdo, e
ambas s abi am di s s o. M eredi th agarrou Bonni e pel a mão as s i m que os pés de
Bonni e tocaram o chão e começou a correr como um gal go, arras tando Bonni e
j unto com el a, às vezes parecendo que i a arras tá-l a s e el a caí s s e no chão.
Bonni e não preci s ava s er avi s ada o quão i mportante era a vel oci dade. E l a
queri a des es peradamente que el as es ti ves s em de carro. E l a queri a um monte
de coi s as , pri nci pal mente que a Sra. Fl ores vi ves s e no mei o da ci dade e não
aqui do outro l ado des s a s el va.
E nfi m, como M eredi th ti nha previ s to, el a es tava s em fôl ego, e s ua mão
tão es corregadi o de s uor que es corregou da mão de M eredi th. E l a s e dobrou
quas e ao mei o, as mãos s obre os j oel hos , tentando recuperar a res pi ração.
" Bonni e! E nxugue s ua mão! Temos que correr!"
" Só-me dê-um mi nuto—"
" Nós não temos um mi nuto! Não cons egue ouvi r i sso? Vamos lá! ' '
" E u s ó preci s o-recuperar-o fôl ego."
" Bonni e, ol he para trás . E não gri te!"
Bonni e ol hou para trás , gri tou, e então des cobri u que el a não es tava s em
fôl ego afi nal de contas . E l a deu o fora, agarrando a mão de M eredi th.
E l a podi a ouvi r agora, até mes mo aci ma de s ua própri a res pi ração
ofegante e das pancadas nos ouvi dos . E ra um s om de i nsetos, não um zumbi do,
mas ai nda as s i m um s om que s eu cérebro ti nha arqui vado s endo de i ns etos .
Pareci a o w hi pw hi pw hi p de um hel i cóptero, s ó que mui to mai or em al cance,
como s e um hel i cóptero pudes s e ter tentácul os como os de i ns etos , em vez de
hél i ces . Com aquel a úni ca ol hada, el a ti nha vi s ual i zado toda uma mas s a
ci nzenta de tentácul os , com cabeças na frente — e todas as cabeças es tavam
com as bocas abertas para mos trar bocas chei as de dentes brancos afi ados .
E l a l utou para l i gar a l anterna. A noi te caí a, e el a não ti nha i dei a de
quanto tempo l evari a até o nas cer da l ua. Tudo o que el a s abi a era que as
árvores pareci am tornar tudo es curo, e que eles es tavam atrás del a e M eredi th.
O mal ach.
O s om de chi cotadas dos tentácul os batendo no ar era mui to mai s al to
agora. M ui to mai s . Bonni e não qui s s e vi rar e ver a fonte do mes mo. O s om
es tava empurrando s eu corpo para al ém de todos os l i mi tes . E l a não podi a
dei xar de ouvi r mai s e mai s as pal avras de M att: Como colocar mi nha mão em um
tri turador de li xo e li g á-lo. Como colocar mi nha mão emumtri turador de li xo...
Sua mão e a de M eredi th es tavam cobertas de s uor novamente. E a
mas s a ci nzenta es tava defi ni ti vamente al cançando as duas . E s tava apenas a
mei a di s tânci a do que es tava antes , e o barul ho de chi cotadas es tava fi cando
mai s agudo.
Ao mes mo tempo, s uas pernas pareci am de borracha. Li teral mente. E l a
não cons egui a s enti r os j oel hos . E agora el as pareci am como borracha vi rando
gel ati na.
Vi pvi pvi pvi pveeee ...
E ra o s om de um del es , mai s perto do que o res to. M ai s perto, mai s
perto, e então el e es tava na frente del as , a boca aberta em uma forma oval com
dentes em todo o perí metro.
As s i m como M att ti nha di to.
Bonni e não teve fôl ego com o qual gri tar. M as el a preci s ava gri tar. A coi s a
s em cabeça, s em ol hos ou traços — apenas aquel a boca horrí vel — ti nha
vi rado à frente del as e es tava vi ndo di reto para el a. E s ua res pos ta automáti ca a
i s s o — bater nel e com s uas própri as mãos — poderi a cus tar-l he um braço. Oh
Deus , el e es tava vi ndo para s eu rosto...
" Lá es tá a pens ão, " engas gou M eredi th, dando-l he um puxão que a
l evantou de s eus pés . " Corre! "
Bonni e abai xou-s e, exatamente quando o M al ach tentou bater nel a.
Ins tantaneamente, el a s enti u os tentácul os fazerem w hi pw hi pw hi p em s eu
cabel o encaracol ado. E l a foi empurrada brus camente por trás , em um tropeção
dol oros o e a mão de M eredi th foi arrancada da del a. As pernas del a pareceram
entrar em col aps o. Suas entranhas pareci am querer gri tar.
" Oh, Deus , M eredi th, el e me pegou! Corra! Não dei xe umpeg ar você! "
Na frente del a, a pens ão es tava i l umi nada como um hotel . Normal mente
el a era es cura, exceto tal vez pel a j anel a de Stefan e uma outra. M as agora el a
bri l hava como uma j oi a, um pouco al ém de s eu al cance.
" Bonni e, feche os ol hos !"
M eredi th não ti nha dei xado el a. E l a ai nda es tava aqui . Bonni e podi a
s enti r os ramos como tentácul os al i s arem s uavemente s ua orel ha, l entamente
s enti ndo o gos to de s ua tes ta s uada, i ndo em di reção a s eu ros to, s eu pes coço ...
E l a chorou.
E então houve um acentuado e al to barul ho mi s turado com um s om como
um mel ão maduro expl odi ndo, e al go úmi do es pal hado por toda a s ua vol ta. E l a
abri u os ol hos . M eredi th es tava l argando um gal ho gros s o que el a es tava
s egurando como um taco de bei s ebol . Os tentácul os j á es tavam des l i zando para
fora do cabel o de Bonni e.
Bonni e não qui s ol har para a bagunça atrás del a.
" M eredi th, você—"
" Vamos lá,- corre! "
E el a es tava correndo novamente. Por todo o cami nho até a entrada de
cas cal ho da pens ão, por todo o cami nho até a porta. E al i , na porta, a Sra. Fl ores
es tava com uma anti quada l âmpada de queros ene.
" E ntrem, entrem, " di s s e el a, e quando M eredi th e Bonni e pararam,
s em ar, el a bateu a porta atrás del as . Todas ouvi ram o s om que vei o em
s egui da. E ra como o s om que o ramo ti nha fei to — um es tal o agudo mai s um
arrebentamento — s ó que mui to mai s al to, e repeti u vári as vezes , como pi poca
es tourando.
Bonni e es tava tremendo quando el a ti rou as mãos de s eus ouvi dos e
des l i zou até s entar no tapete da s al a de entrada.
" O que em nome de Deus vocês meni nas fi zeram a vocês mes mas ?" Sra.
Fl owers di s s e, ol hando para a tes ta de Bonni e, o nari z i nchado de M eredi th, e
s eu es tado geral de exaus tão.
" É preci s o mui to — tempo para expl i car, " M eredi th botou pra fora.
" Bonni e! Você pode s entar no — andar de ci ma."
De uma manei ra ou de outra Bonni e cons egui u s ubi r as es cadas .
M eredi th foi i medi atamente para o computador e o l i gou, des abando s obre a
cadei ra em frente a el e. Bonni e us ou o úl ti mo de s ua energi a para ti rar s ua
cami s a. As s uas cos tas es tavam cobertas com s uco dos i ns etos s em nome. E l a
amas s ou-a em uma bol a e j ogou-a em um canto.
E ntão, el a cai u na cama de Stefan.
" O que exatamente M att di s s e?" M eredi th es tava começando a
recuperar s eu fôl ego.
" E l e di s s e procure o backup — ou procure no arqui vo de backup — ou al go as s i m.
M eredi th, mi nha cabeça ... não es tá boa."
" Tudo bem. Apenas rel axe. Você foi mui to bem l á fora ."
" E u fui porque você me s al vou. Obri gada ... outra vez ..."
" Não s e preocupe com i s s o. M as eu não entendo, " adi ci onou M eredi th
em s eu murmúri o para el a mes ma. " Há um arqui vo de backup des te mes mo
bi l hete na mes ma pas ta, mas não é di ferente. E u não vej o o que M att qui s
di zer."
" Tal vez el e es ti ves s e confus o, " di s s e Bonni e rel utante. " Tal vez el e
es ti ves s e apenas s enti ndo mui ta dor que i s s o s ai u de s ua cabeça."
" Arqui vo de backup, arqui vo de backup ... es pere um mi nuto! O Word não
s al va automati camente uma cópi a de s egurança em al gum l ugar es tranho,
como na pas ta do admi ni s trador ou em al gum l ugar?" M eredi th es tava
cl i cando rapi damente pel as pas tas . E ntão el a di s s e, com voz decepci onada:
" Não, nada."
E l a s entou-s e para trás , dei xando s ua res pi ração s ai r em uma baforada.
Bonni e s abi a o que el a deveri a es tar pens ando. Sua l onga e des es perada
corri da pel o peri go não podi a ter s i do por nada. Não podi a.
E ntão, l entamente, M eredi th di s s e, " Há um monte de arqui vos
temporári os aqui para um pequeno bi l hete."
" O que é um arqui vo temporári o?
" É apenas um armazenamento temporári o de s eu arqui vo enquanto você
es ti ver trabal hando nel e. Normal mente i s s o parece s ó com um monte de l i xo,
no entanto." O cl i car começou novamente. " M as devo ol har por tudo — oh! ' '
E l a i nterrompeu-s e. Parando de cl i car.
E então houve um s i l ênci o morto.
" O que é?" Bonni e di s s e ans i os amente.
M ai s s i l ênci o.
" M eredi th! Fal e comi go! Você achou umarqui vo de backup? "
M eredi th não di s s e nada. E l a não pareci a s equer ouvi r. E l a es tava
l endo, com o que pareci a s er um fas cí ni o horrori zado.
23
Um fri s s on gel ado des ceu pel as cos tas de E l ena, o mai s del i cado dos
arrepi os . Damon não pedi a bei j os . Is s o não es tava certo.
" Não, " el a s us s urrou.
" Só um."
" Não vou te bei j ar, Damon."
" Não eu. E l e." Damon denotou ‘ele’ com uma i ncl i nação de s ua cabeça na
di reção de M att. " Um bei j o entre você e o s eu anti go caval hei ro."
" Você quer o quê?" Os ol hos de M att s e abri ram de s upetão e el e dei xou
as pal avras s aí rem expl os i vamente antes que E l ena pudes s e abri r s ua boca.
" Você gos tari a, " a voz de Damon cai u para s eu tom mai s s uave e
i ns i nuante. " Você gos tari a de bei j á-l a. E não há ni nguém para i mpedi -l o."
" Damon." M att des venci l hou-s e dos braços de E l ena. E l e pareci a es tar,
s e não total mente recuperado, tal vez 80% a cami nho de es tar, mas E l ena
cons egui u ouvi r s eu coração fati gado. E l ena s e perguntou quanto tempo el e
ti nha fi cado al i fi ngi ndo es tar i ncons ci ente para recuperar s uas forças . " Da
úl ti ma vez que me dei conta, você es tava tentando me matar. Is s o não te põe
exatamente nas mi nhas boas graças . Depoi s , as pes s oas s i mpl es mente não
s aem por aí bei j ando garotas porque s ão boni tas ou porque s eus namorados
ti veram um di a de fol ga."
" Não?" Damon l evantou uma s obrancel ha em s urpres a. " E u s ai o."
M att s i mpl es mente bal ançou s ua cabeça, es tupefato. E l e pareci a es tar
tentando manter uma i dei a fi xa em s ua mente. " Pode des l ocar s eu cano daqui
para que pos s amos i r embora?" el e di s s e.
E l ena s enti u como s e es ti ves s e obs ervando M att de mui to l onge; e como
s e el e es ti ves s e pres o em al gum l ugar com um ti gre e não s oubes s e di s s o. A
cl arei ra ti nha s e tornado um l ugar mui to l i ndo, s el vagem, e peri gos o, e M att
tampouco s abi a di s s o. Al ém do mai s , el a pens ou com preocupação, el e es ta s e
forçando a l evantar. Nós preci samos i r embora — e rápi do, ates que Damon faça
qual quer outra coi s a a el e.
M as qual era a verdadei ra s aí da?
Qual era a real i ntenção de Damon?
" Vocês podem i r, " Damon di s s e. " As s i m que el a te bei j ar. Ou você a
bei j ar, " el e acres centou, como s e fazendo uma conces s ão.
Lentamente, como s e percebendo o que i ri a s i gni fi car, M att ol hou para
E l ena e então de vol ta para Damon. E l ena tentou se comuni car
s i l enci os amente com el e, mas M att não es tava no cl i ma. E l e ol hou Damon no
ros to e di s s e, " De j ei to nenhum."
Dando de ombros , como s e para di zer, eu fi z tudo que pude, Damon l evantou a
vareta ás pera de pi nhei ro -
" Não, " gri tou E l ena. " Damon, eu o farei ."
Damon s orri u o s orri s o e s egurou pó um momento, até que E l ena
des vi as s e o ol har e fos s e até M att. Seu ros to ai nda es tava pál i do, fri o. E l ena
i ncl i nou s ua bochecha contra a del e e di s s e quas e i naudi vel mente em s ua
orel ha, " M att, eu j á l i dei com Damon antes . E você não pode s i mpl es mente
des afi á-l o. Vamos na del e — por ora. E ntão tal vez pos s amos es capar." E então
el a s e forçou a di zer, " Por mi m? Por favor?"
A verdade era que el a conheci a machos tei mos os bom demai s . Demai s
s obre como mani pul á-l os . E ra um traço que el a vi era a odi ar, mas agora el a
es tava ocupada demai s tentando pens ar em manei ras de s al var a vi da de M att
para debater a éti ca de pres s i oná-l o.
E l a des ej ou que fos s e a M eredi th ou a Bonni e ao i nvés de M att. Não
que el a fos s e des ej ar tanta dor a al guém, mas a M eredi th i ri a bol ar pl anos C
e D mes mo enquanto a E l ena bol ava com os A e B. E Bonni e j á teri a l evantado
ol hos cas tanhos chei os de l ágri mas e derreter o coração para Damon...
De repente E l ena pens ou no rel ampej o úni co de vermel ho que vi ra s ob
os Ray-Bans , e mudou de i dei a. E l a não ti nha certeza s e queri a a Bonni e perto
do Damon agora.
De todos os cas os que el a conhecera, Damon fora o úni co que E l ena não
cons egui ra fazer ceder.
Ah, M att era tei mos o, e Stefan podi a s er i mpos s í vel às vezes — mas
ambos ti nham botões cl aramente col ori dos em al gum l ocal dentro del es ,
eti quetados M E APE RTE , e você s ó ti nha que mexer com o mecani s mo um
pouqui nho — es tá bem, às vezes mai s que um pouqui nho — e
eventual mente até o macho mai s des afi ador podi a s er domi nado.
E xceto um...
" Certo, cri anci nhas , tempo es gotado."
E l ena s enti u M att s er puxado dos s eus braços e l evantado — el a não
s abi a pel o que, mas el e es tava de pé. Al go o s egurava no l ugar, ereto, e el a
s abi a que não eram os mús cul os del e.
" E ntão, onde es távamos ?" Damon andava para frente e para trás , com o
gal ho de pi nhei ro da Vi rgí ni a em s ua mão di rei ta, batendo-o na s ua pal ma
es querda. " Ah, é mesmo’ — como s e fazendo uma grande des coberta — " a garota
e o des temi do caval ei ro vão s e bei j ar."
No quarto de Stefan, Bonni e di s s e, " Pel a úl ti ma vez, M eredi th, você
achou um arqui vo de backup do bi l hete do Stefan ou não?"
" Não, " M eredi th di s s e numa voz pl ana. M as bem quando Bonni e
es tava pres tes a ter um col aps o novamente, M eredi th di s s e, " E u achei um
bi l hete compl etamente di ferente. Uma carta, na verdade."
" Um bi l hete di ferente? O que di z?"
" Você cons egue fi car de pé? Porque eu acho que é mel hor dar uma ol hada
ni s s o."
Bonni e, que ti nha acabado de recuperar s eu fôl ego, cons egui u mancar
até o computador.
E l a l eu o documento na tel a — compl etamente, exceto pel o que pareci a
s er s uas pal avras fi nai s , e arfou.
" Damon fez al go ao Stefan!" el a di s s e, e s enti u s eu coração cai r e todos
os s eus órgãos i nternos o s egui rem. E ntão E l ena es ti vera enganada. Damon
era mal vado, por compl eto. Agora Stefan ate poderi a es tar...
" M orto, " M eredi th di s s e, s ua mente obvi amente s egui ndo o mes mo
cami nho que o da Bonni e ti nha tomado. E l a l evantou ol hos es curos para
Bonni e. Bonni e s abi a que s eus própri os ol hos es tavam mol hados . " Quanto
tempo, " M eredi th perguntou, " faz des de que você l i gou para a E l ena ou o
M att?"
" E u não s ei ; eu não s ei que horas s ão. M as eu l i guei duas vezes
depoi s de s ai rmos da cas a da Carol i ne e uma vez na da Is abel ; e quando eu
tentei depoi s di s s o, ou cons egui a uma mens agem que s uas cai xas pos tai s
es tavam chei as ou que nem conectava."
" É exatamente o que eu cons egui . Se el es chegaram próxi mos ao Bos que
Anti go — bem, você s abe o que i s s o faz com a recepção dos tel efones ."
" E agora, mes mo que el es s ai am do bos que, não podemos l hes dei xar
uma mens agem porque enchemos s eu correi o de voz—"
" E mai l , " M eredi th di s s e. " O bom e vel ho e-mai l ; podemos us á-l o para
mandar uma mens agem para E l ena."
" Si m!" Bonni e s ocou o ar. E ntão el a des i nfl ou. E l a hes i tou por um
i ns tante e então quas e s us s urrou, " Não." Pal avras do bi l hete verdadei ro de
Stefan fi cavam ecoando em s ua mente: Confi o no i nsti nto protetor de Matt por você, no
j ulg amento de Meredi th e na i ntui ção da B onni e. Di g a-lhes para lembrarem-se di sso.
" Não pode contar a el a o que Damon fez, " el a di s s e, mes mo enquanto
M eredi th começava a di gi tar de forma ocupada. " E l a provavel mente j á s abe —
e s e não s abe, s i mpl es mente cri ará mai s probl emas . E l a es tá com Damon."
" M att te di s s e i s s o?"
" Não. M as M att es ta fora de control e de tanta dor."
" Não pode ter s i do por caus a des s es — i ns etos ?" M eredi th ol hou para
s eu tornozel o onde di vers os vergões vermel hos ai nda apareci am na maci a pel e
de ol i va.
" Podi a ter s i do, mas não foi . Não pareci am com árvores , tampouco. E ra
s i mpl es mente... uma dor pura. E eu não s ei , não com certeza, como eu s ei que
era o Damon fazendo i s s o. E u s i mpl es mente — s ei ."
E l a vi u os ol hos de M eredi th des focarem e s abi a que el a es tava
pens ando nas pal avras do Stefan também. " Bem, meu bom s ens o di z para
confi ar em você, " el a di s s e. " A propós i to, Stefan s ol etra ‘j ul gamento’ {20} do
j ei to preferi do pel os ameri canos , " el a acres centou. " Damon s ol etra com e.
Pode ter s i do i s s o o que i ncomodou o M att."
" Como s e o Stefan fos s e real mente dei xar E l ena s ozi nha com tudo que
tem aconteci do, " Bonni e di s s e i ndi gnadamente.
" Bom, Damon enganou todos nós e nos fez pens ar que s i m, " M eredi th
apontou. M eredi th ti nha a i ncl i nação de apontar coi s as as s i m.
Bonni e começou repenti namente. " Pergunto-me s e el e roubou o
di nhei ro?"
" Duvi do, mas vamos ver." M eredi th afas tou a cadei ra de bal anço
di zendo, " M e al cança um cabi de."
Bonni e agarrou um do armári o e pegou para s i mes mo uma das regatas
da E l ena para ves ti r ao mes mo tempo. E ra grande demai s , j á que era a regata
que M eredi th dera a E l ena, mas que pel o menos era quente.
M eredi th us ava o fi nal do gancho do cabi de de arame em todos os l ados
do as s oal ho que pareci a mai s promi s s or. Bem quando el a cons egui u abri r a
força, houve uma bati da na porta aberta. Ambas pul aram.
" Sou s ó eu, " di s s e a voz da Sra. Fl owers atrás de um grande s aco de pano
gros s o e de uma bandej a de bandagens , canecas , s anduí ches , e s acos de
tal agarça de chei ro forte como aquel es que el a us ava no braço do M att.
Bonni e e M eredi th trocaram um ol har e então M eredi th di s s e, " E ntre e
dei xe-nos aj udá-l a." Bonni e j á es tava pegando a bandej a, e a Sra. Fl owers
es tava depos i tando o s aco de pano gros s o no chão. M eredi th conti nuou abri ndo a
tábua à força.
" Comi da!" Bonni e di s s e gratamente.
" Si m, s anduí ches de peru e tomate. Si rvam-s e. Si nto mui to ter fi cado
l onge por tanto tempo, mas você não pode apres s ar um empl as tro para
i nchaços , " a Sra. Fl owers di s s e. " E u me l embro, há mui to tempo, meu i rmão
caçul a s empre di zi a- ai mi nha nos s a!" E l a encarava o l ugar onde a tábua
es ti vera. Um buraco de bom tamanho es tava chei o de notas de cem dól ares ,
amarrados organi zadamente em pacotes com ti ras de banco ai nda ao redor
del as .
" Uau, " Bonni e di s s e. " Nunca vi tanto di nhei ro!"
" Si m." A Sra. Fl owers vi rou-s e e começou a di s tri bui r xí caras de
chocol ate e s anduí ches . Bonni e mordeu um s anduí che fami ntamente. " As
pes s oas cos tumavam s i mpl es mente col ocar coi s as atrás de um ti j ol o s ol to na
parede. M as pos s o ver que o j ovem preci s ava de mai s es paço."
" Obri gada pel o chocol ate e pel os s anduí ches , " M eredi th di s s e após
al guns mi nutos pas s ados devorando-os com um apeti te exacerbado enquanto
trabal hava no computador ao mes mo tempo. " M as s e qui s er tratar todos nos s os
feri mentos e es s as coi s as — bom, recei o que s i mpl es mente não podemos
es perar."
" Ah, venha." A Sra. Fl owers pegou uma pequena compres s a que
chei rava, para Bonni e, a chá e a pres s i onou no nari z de M eredi th. " Is s o fará o
i nchaço s umi r em al guns mi nutos . E você, Bonni e — chei re aquel e que é
para aquel e gal o na s ua tes ta."
Novamente os ol hos de M eredi th e Bonni e s e encontraram. Bonni e
di s s e, " Bem, s e é s ó por al guns mi nutos — não s ei o que vamos fazer depoi s
de qual quer j ei to." E l a ol hou os empl as tros e pegou um redondo que chei rava
a fl ores e al mí s car para col ocar em s ua tes ta.
" E xatamente certo, " a Sra. Fl owers di s s e s em s e vi rar para ol har. " E é
cl aro, o fi no e compri do é para o tornozel o da M eredi th."
M eredi th bebeu o res to de s eu chocol ate, então es ti cou s ua mão para tocar
cui dados amente uma das marcas vermel has . " Não tem—" el a começou,
quando a Sra. Fl owers i nterrompeu.
" Você vai preci s ar des s e tornozel o em pl ena capaci dade quando
s ai rmos ."
" Quando s ai rmos ?" M eredi th a encarou.
" No Bos que Anti go, " a Sra. Fl owers es cl areceu. " Para achar s eus
ami gos ."
M eredi th pareceu horrori zada. " Se E l ena e M att es tão no Bos que Anti go,
então eu concordo: nós temos que procurá-l os . M as você não pode i r, Sra.
Fl owers , e não s abemos onde el es es tão, de qual quer j ei to."
A Sra. Fl owers bebeu da xí cara de chocol ate em s ua mão, ol hando
pens ati vamente para a úni ca j anel a que não es tava fechada. Por um momento
M eredi th pens ou que el a não ti nha ouvi do ou não pretendi a res ponder. E ntão
el a di s s e, l entamente, " Ous o di zer que vocês acham que s ou apenas uma
vel ha mal uca que nunca es tá por perto quando há probl emas ."
" Nunca pens arí amos i s s o, " Bonni e di s s e s ol i damente, mas pens ando
que ti nham des coberto mai s s obre a Sra. Fl owers nos úl ti mos doi s di as do que
nos nove mes es des de que Stefan s e mudara para cá. Antes di s s o, tudo que el a
ouvi ra foram hi s tóri as de fantas mas ou rumores s obre a vel ha s enhora
mal uca na pens ão. E l a os ouvi ra des de que cons egui ra s e l embrar.
A Sra. Fl owers s orri u. " Não é fáci l ter o Poder e nunca s er capaz de
acredi tar quando o us a. E então, eu vi vi por tanto tempo — e as pes s oas não
gos tam di s s o. Is s o as preocupa. E l as começam a i nventar hi s tóri as de
fantas mas ou rumores —"
Bonni e s enti u s eus ol hos fi carem redondos . A Sra. Fl owers
s i mpl es mente s orri u novamente e as s enti u genti l mente. " Tem s i do um
verdadei ro prazer ter um j ovem educado na cas a, " el a di s s e, tomando o l ongo
empl as tro da badej a e o amarrando ao redor do tornozel o de M eredi th. " É cl aro,
eu ti ve que s uperar meus preconcei tos . A queri da M ama s empre di s s e que s e
eu manti ves s e es s e l ugar, eu tal vez ti ves s e que receber pens i oni s tas , e para
ter certeza de nunca receber es trangei ros . E então, é cl aro, o j ovem também é
um vampi ro—"
Bonni e quas e es pal hou chocol ate pel o quarto. E l a engas gou, então entrou
num es pas mo de tos s e. M eredi th es tava com s ua expres s ão de expres s ão
nenhuma.
" -mas após um tempo eu comecei a entendê-l o mel hor e a s i mpati zar
com s eus probl emas , " a Sra. Fl owers conti nuou, i gnorando o ataque de tos s e
de Bonni e. " E agora, a l oi ra es tá envol vi da também... pobrezi nha. E u s empre
fal o com a M ama" — ai nda com o s otaque na s egunda s í l aba — " s obre i s s o."
" Qual a i dade da s ua mãe?" M eredi th perguntou. Seu tom era um de
i nqui s i ção educada, mas para os ol hos experi entes de Bonni e s ua expres s ão
era de fas ci nação l i gei ramente mórbi da.
" Ah, el a morreu na vi rada do s écul o." Houve uma paus a, e então
M eredi th refez-s e.
" Si nto mui to, " el a di s s e. " E l a deve ter vi vi do uma l onga—"
" E u deveri a ter di to, a vi rada do s écul o anteri or. Lá em 1901, foi ."
Des s a vez foi M eredi th que teve um ataque de tos s e. M as el a foi mai s
s i l enci os a quanto a i s s o.
O genti l ol har da Sra. Fl owers fl ui u de vol ta até el as . " E u era uma
médi um nos meus tempos . E m vaudevi l l e {21} , s abe. Tão di fí ci l ati ngi r um
trans e em frente de uma s al a chei a de pes s oas . M as , s i m, s ou real mente
uma Bruxa Branca. E u tenho o Poder. E agora, s e termi naram s eu chocol ate,
acho que é hora de i rmos para o Bos que Anti go procurarmos s eus ami gos .
M es mo s endo verão, mi nhas queri das , é mel hor vocês duas s e ves ti rem com
roupas quentes , " el a acres centou. " E u me ves ti ."
24
Nenhum s el i nho na boca i ri a s ati s fazer Damon, E l ena pens ou. Por outro
l ado, M att i ri a preci s ar de s edução total antes de s e render. Fel i zmente E l ena
ti nha deci frado o códi go de M att Honeycutt há mui to tempo. E el a pretendi a s er
i mpl acável em us ar o que ti nha aprendi do s obre o s eu corpo enfraqueci do e
s us cetí vel .
M as M att podi a s er mui to tei mos o para s eu própri o bem. E l e permi ti u
que E l ena col ocas s e s eus l ábi os maci os contra os del e, el e permi ti u que el a
col ocas s e s eus braços ao redor del e. M as quando E l ena tentou fazer al gumas
das coi s as que el e mai s gos tava — como correr s uas unhas por s ua col una, ou
tocar l evemente a ponta da s ua l í ngua nos l ábi os fechados del e — el e fechou
os dentes apertados . E l e não col ocava um braço em vol ta del a.
E l ena o s ol tou e s us pi rou. E ntão el a s enti u uma formi gação entre s uas
omopl atas , como s e es ti ves s e s endo obs ervada, mas cem vezes mai s forte. E l a
ol hou para trás para ver Damon parado a uma di s tânci a com a s ua vara de
pi nhei ro da Vi rgí ni a, mas el a não cons egui u encontrar nada i ncomum. E l a
ol hou para trás mai s uma vez — e teve que enfi ar o punho em s ua boca.
Damon es tava l á; l ogo atrás del a; tão perto que você não poderi a ter
col ocado doi s dedos entre a frente do corpo del a e a frente do del e. E l a não s abi a
por que s eu braço não ti nha bati do nel e. Seu gi ro na verdade a havi a prendi do
entre os corpos de doi s homens .
M as como el e ti nha fei to i s s o? Não havi a ti do tempo para percorrer a
di s tânci a da cl arei ra onde Damon es tava até uma pol egada atrás del a no
s egundo em que el a des vi ou o ol har. Nem ti nha havi do qual quer ti po de s om
enquanto el e atraves s ava as fol has de pi nhei ro na di reção del es ; as s i m como
a Ferrari ; el e es tava apenas — al i .
E l ena engol i u o gri to que es tava des es peradamente tentando s ai r de
s eus pul mões , e tentou res pi rar. Seu própri o corpo es tava rí gi do de medo. M att
es tava tremendo l i gei ramente atrás del a. Damon es tava i ncl i nado para dentro,
e tudo o que el a podi a chei rar era a doçura da res i na de pi nhei ro.
Alg o está errado comele. Alg o está errado.
" Você s abe de uma coi s a, " di s s e Damon, i ncl i nando-s e mai s para perto
de forma que el a teve que s e i ncl i nar para trás contra o M att, para que,
mes mo fi cando prens ada contra o corpo tremendo de M att, el a es ti ves s e
ol hando di retamente para os Ray-Bans a uma di s tânci a de três pol egadas
( ~ 8cm). " Is s o te dá uma nota D menos ."
Agora E l ena es tava tremendo, as s i m como M att. M as el a ti nha que
as s umi r o control e de s i mes ma, ti nha que res ponder a es ta agres s ão de
cabeça ergui da. Quanto mai s pas s i vos el a e M att fos s em, mai s tempo Damon
ti nha para pens ar.
A mente de E l ena es tava em um modo febri l de cons pi ração. E l e pode
não es tar l endo as nos s as mentes , el a pens ou, mas el e pode certamente di zer
s e es tamos di zendo a verdade ou menti ndo. Is s o é normal para um vampi ro
que bebe s angue humano. O que podemos fazer a res pei to? O que podemos
fazer com i s s o?
" E s s e foi um bei j o de s audação, " di s s e el a coraj os amente. " É para
i denti fi car a pes s oa que você es tá encontrando, as s i m você s empre a
reconhecerá depoi s . Até mes mo — até mes mo hams ters fazem i s s o. Agora —
por favor — nós podemos nos mover s ó um pouco, Damon? E s tou fi cando
es magada."
E es ta é exatamente uma pos i ção mui to provocati va, el a pens ou. Para
todos os envol vi dos .
" M ai s uma chance, " di s s e Damon, e des ta vez el e não s orri u. " E u
quero ver um bei j o — um bei j o de verdade — entre vocês . Ou então."
E l ena s e vi rou no es paço apertado. Seus ol hos procuraram os de M att.
E l es ti nham, afi nal , s i do namorado e namorada por um bom tempo no ano
pas s ado. E l ena vi u o ol har nos ol hos azui s de M att: el e queri a bei j á-l a, tanto
quanto el e poderi a querer qual quer coi s a depoi s daquel a dor. E el e percebeu
que el a ti nha que fazer todos es s es movi mentos extravagantes para s al vá-l o de
Damon.
De al guma forma, nós vamos s ai r, E l ena pens ou para el e. Agora, você
vai cooperar? Al guns garotos não ti nham botões na área de s ens ações egoí s tas
de s eu cérebro. Al guns , como M att, ti nham botões rotul ados como HONRA ou
CULPA.
Agora M att fi cou parado enquanto el a col ocou o ros to del e entre as s uas
mãos , i ncl i nando-o para bai xo e fi cando na ponta dos pés para bei j á-l o, por
que el e ti nha cres ci do mui to. E l a pens ou em s eu pri mei ro bei j o de verdade,
no carro del e a no cami nho de cas a depoi s de um pequeno bai l e da es col a
s ecundári a. E l e ti nha fi cado aterrori zado, s uas mãos úmi das , s eu i nteri or
todo trêmul o. E l a ti nha s i do l egal , experi ente, genti l .
E as s i m el a foi agora, des l i zando a ponta quente da l í ngua para derreter
e afas tar s eus l ábi os congel ados . E para o cas o de Damon es tar es cutando os
s eus pens amentos , el a os manteve ri goros amente em M att, em s ua
aparênci a radi ante e s ua ami zade cal oros a e na gal antari a e cortes i a que el e
s empre ti nha mos trado a el a, mes mo quando el a rompeu com el e. E l a não
es tava cons ci ente quando os braços del e pas s aram em vol ta de s eus ombros ou
quando el e as s umi u o control e do bei j o, como uma pes s oa que es tá morrendo
de s ede e fi nal mente encontra água. E l a podi a ver i s s o cl aramente em s ua
mente: el e nunca pens ou que bei j ari a E l ena Gi l bert des s a forma de novo.
E l ena não s abi a quanto tempo durou. Fi nal mente el a des enrol ou os
s eus braços que es tavam em vol ta do pes coço de M att e recuou.
E então el a percebeu al go. Não era por acas o que Damon es tava parecendo
um di retor de ci nema. E l e es tava s egurando uma câmera de ví deo portáti l ,
ol hando para o vi s or. E l e gravou a coi s a toda.
Com E l ena cl aramente vi s í vel . E l a não ti nha i dei a do que havi a
aconteci do com o di s farce do boné de bei s ebol e com os ócul os es curos . Seu
cabel o es tava des ordenado e s ua res pi ração es tava rápi da, i nvol untári a. O
s angue s ubi ra para a s uperfí ci e de s ua pel e. M att não pareci a mui to mai s
recompos to do que el a s e s enti a.
Damon ergueu os ol hos do vi s or.
" O que você quer com i s s o?" M att res mungou em um tom
compl etamente di ferente da s ua voz normal . O bei j o ti nha o afetado, também,
E l ena pens ou. M ai s do que a el a.
Damon pegou o s eu ramo de novo e de novo agi tou o s eu fi nal como s e
fos s e um l eque j aponês . O aroma de pi nho s oprou por E l ena. E l e ol hou
cons i derando, como s e fos s e pedi r para refi l mar, então mudou de i dei a, s orri u
bri l hantemente para el es , e enfi ou a câmera de ví deo no bol s o.
" Tudo o que vocês preci s am s aber é que fi cou uma cena perfei ta."
" E ntão vamos embora." O bei j o pareci a ter dado a M att uma nova força,
mes mo que fos s e para di zer o ti po errado de coi s as . " Agora."
" Oh, não, mas mantenha es s a ati tude domi nante e agres s i va.
E nquanto você ti ra a cami s a del a."
" O quê?’
Damon repeti u as pal avras em um tom de di retor dando a um ator
i ns truções compl i cadas .
" Ti re os botões da cami s a del a, por favor, e ti re-a."
" Você es tá louco." M att vi rou e ol hou para E l ena, parou horrori zado ao ver
a expres s ão em s eu ros to, uma úni ca l ágri ma es correndo do ol ho que não
es tava es condi do.
" E l ena..."
E l e s e moveu em vol ta, mas el a s e moveu também. E l e não cons egui a
fazê- l a ol har em s ua face. Por fi m, el a parou, fi cou com os ol hos abai xados e
l ágri mas es capando. E l e podi a senti r o cal or i rradi ando de s uas bochechas .
" E l ena, vamos l utar contra el e. Não s e l embra como você l utou contra as
coi s as más no quarto de Stefan?"
" M as i s s o é pi or, M att. E u nunca s enti al go tão rui m as s i m antes . Is s o
é forte. Is s o es tá — me pres s i onando."
" Você não quer di zer que devemos ceder a ele...?" Is s o foi o que M att di sse e el e
s oou como s e es ti ves s e à bei ra de fi car doente. O que os s eus cl aros ol hos
azui s di zi am era mai s s i mpl es . E l es di zi am: Não. Não se ele me matar por recusar.
" Quero di zer." E l ena vi rou repenti namente para Damon. " Dei xe-o i r, "
el a di s s e. " Is s o é entre você e eu. Vamos res ol ver i s s o nós mes mos ." Di abos ,
el a i ri a s al var M att, mes mo s e el e não qui s es s e s er s al vo.
Eu vou fazer o que você quer, el a pens ou o mai s forte que podi a para Damon,
es perando que el e pudes s e captar al guma coi s a. Afi nal , el e tomara o s eu
s angue contra a s ua vontade — pel o menos i ni ci al mente — antes . E l a poderi a
s obrevi ver a el e fazendo i s s o de novo.
" Si m, você vai fazer tudo que eu quero, " di s s e Damon, provando que el e
podi a l er s eus pens amentos ai nda mai s cl aramente do que el a havi a
i magi nado. " M as a ques tão é, depoi s de quanto?" E l e não di s s e quanto o quê.
E l e não preci s ava. " Agora, eu s ei que eu acabei de l he dar uma ordem, "
acres centou el e, dando mei a vol ta para M att, mas com os ol hos ai nda em
E l ena, " por que eu ai nda pos s o vê-l a i magi nando i s s o em s ua mente. M as
—"
E ntão E l ena vi u o ol har nos ol hos de M att, e a chama em s uas
bochechas , e el a s abi a — e i medi atamente tentou es conder o conheci mento de
Damon — o que el e i a fazer.
E l e i a cometer s ui cí di o.
" Se não podemos convencê-l a do contrári o, não podemos convencê-l a do
contrári o, " M eredi th di s s e para Sra. Fl owers . " M as — há coi s as l á fora—"
" Si m, queri da, eu s ei . E o s ol es tá s e pondo. É uma má hora para s e
es tar l á fora. M as como a mi nha mãe s empre di zi a, duas bruxas s ão
mel hores do que uma." E l a deu a Bonni e um s orri s o aus ente. " E como você
genti l mente não di s s e antes , eu es tou mui to vel ha. Ora, eu pos s o me l embrar
de di as antes dos pri mei ros carros e avi ões . E u tal vez tenha conheci mentos
que aj udari am vocês em s ua bus ca por s eus ami gos — e por outro l ado, eu s ou
di s pens ável ."
" Você certamente não é, " Bonni e di s s e fervoros amente. E l as es tavam
us ando o guarda-roupas de E l ena agora, acumul ando roupas . M eredi th havi a
pegado a mochi l a com as roupas de Stefan e as j ogado na cama del e, mas na
pri mei ra vez que el a pegou uma cami s a, el a a dei xouel a cai r de novo.
" Bonni e, você podi a l evar al guma coi s a de Stefan com você quando
s ai rmos , " el a di s s e. " Vej a s e você cons egue al guma i mpres s ão del as . Hum,
tal vez a s enhora também, Sra. Fl owers ?" el a acres centou. Bonni e entendeu.
Uma coi s a era dei xar al guém a chamar de bruxa; outra coi s a era chamar
al guém mui to mai s vel ha de uma.
A úl ti ma camada de roupa de Bonni e era uma cami s a de Stefan, e a Sra.
Fl owers col ocou uma de s uas mei as em s eu bol s o.
" M as eu não vou s ai r pel a porta da frente, " di s s e Bonni e i nfl exí vel .
E l a não podi a s equer s uportar i magi nar a bagunça.
" Tudo bem, então nós vamos pel os fundos , " di s s e M eredi th,
des l i gando a l anterna de Stefan. " Vamos ."
E l as es tavam real mente s ai ndo pel a porta dos fundos quando a
campai nha da frente tocou.
Todas as três trocaram ol hares . E ntão M eredi th vi rou, " Podem s er
el es !" E el a correu de vol ta para a es cura frente da cas a. Bonni e e a Sra.
Fl owers s egui ram mai s l entamente.
Bonni e fechou os s eus ol hos quando el a ouvi u a porta abri r. Quando não
houve excl amações i medi atas s obre a bagunça, el a abri u uma fenda.
Não havi a nenhum s i nal de que al go i ncomum ti ves s e aconteci do fora da
porta. Nenhum corpo de i ns eto es magado — nenhum i ns eto morto ou morrendo
na varanda da frente.
Os cabel os da parte de trás do pes coço de Bonni e s e l evantaram. Não que
el a qui s es s e ver o mal ach. M as el a queri a s aber o que ti nha aconteci do com
el es . Automati camente, uma mão foi para o s eu cabel o, para s enti r s e uma
mecha de cabel o encaracol ado havi a s i do dei xada para trás . Nada.
" E u es tou procurando por M atthew Honeycutt." A voz cortou o devanei o
Bonni e como uma faca quente na mantei ga, e os ol hos de Bonni e es tal aram
total mente abertos .
Si m, era o xeri fe Ri ch M oos eburger e el e es tava compl etamente al i , das
botas l us tradas até a gol a engomada. Bonni e abri u a boca, mas M eredi th fal ou
pri mei ro.
" E s s a não é a cas a de M att, " el a di s s e, s eu tom tranqui l o, s ua voz
regul ar.
" De fato eu j á es ti ve na cas a dos Honeycutt. E na cas a dos Sul ez e na dos
M cCul l oughs . Cada uma del as , de fato, s ugeri u que s e M att não es ti ves s e
em nenhum des s es l ugares , el e poderi a es tar aqui com vocês ."
Bonni e qui s chutá-l o nas canel as . " M att não es tava roubando os s i nai s
de trâns i to! E l e não fari a, nunca, nunca, nunca al go des s e ti po. E eu queri a,
por Deus , s aber onde el e es tá, mas eu não s ei . Nenhuma de nós s abe!" E l a
parou, com um pres s enti mento de que tal vez el a ti ves s e fal ado demai s .
" E os s eus nomes s ão?"
Sra. Fl owers as s umi u. " E s s a é Bonni e M cCul l ough, e M eredi th Sul ez.
E u s ou a Sra. Fl owers , a dona des s a pens ão, e acredi to que eu pos s a apoi ar o
comentári o de Bonni e a res pei to dos s i nai s de trâns i to—"
" De fato i s s o é mai s s éri o do que os s i nai s de trâns i to des apareci dos ,
s enhora. M atthew Honeycutt é s us pei to de abus ar de uma j ovem garota. Há
uma cons i derável evi dênci a fí s i ca para dar s uporte à hi s tóri a del a. E el a
afi rma que el es s e conhecem des de que eram pequenos , então não pode haver
um engano ao i denti fi cá-l o."
Houve um momento de s i l ênci o s urpreendente, e então Bonni e quas e
gri tou, " E l a? E l a quem?"
" Senhori ta Carol i ne Forbes é a autora da denúnci a. E eu gos tari a de
s ugeri r, de fato, s e qual quer uma de vocês três por acaso encontrar com o Sr.
Honeycutt, que o acons el has s em a s e entregar. Antes que el e s ej a l evado à
força s ob cus tódi a. " E l e deu um pas s o em di reção a el as como s e es ti ves s e
ameaçando entrar pel a porta, mas a Sra. Fl owers s i l enci os amente barrava o
cami nho.
" De fato, " di s s e M eredi th, recuperando s ua compos tura, " E u tenho
certeza de que você s abe que preci s a de uma ordem j udi ci al para entrar nes s a
área. Você tem uma?"
Xeri fe M os s berg não res pondeu. E l e fez uma pequena curva acentuada
para a di rei ta, des ceu o cami nho para s eu carro de xeri fe, e des apareceu.
25
M att l ançou-s e para Damon em uma corri da que demons trava
cl aramente as habi l i dades pel as quai s el e ti nha adqui ri do uma bol s a de
es tudos de futebol na uni vers i dade. E l e acel erou de um s i l ênci o abs ol uto para
um borrão de movi mento, na tentati va de chegar até Damon, para derrubá-l o.
" Corra, " gri tou el e, no mes mo i ns tante. " Corra!"
E l ena fi cou parada, tentando bol ar um Pl ano A depoi s des te des as tre.
E l a ti nha s i do forçada a as s i s ti r a humi l hação de Stefan nas mãos de Damon
na pens ão, mas não achava que el a poderi a s uportar as s i s ti r i s s o.
M as quando el a ol hou de novo, M att es tava de pé a cerca de onze metros
de di s tânci a de Damon, com o ros to pál i do e amargo, mas vi vo e de pé. E l e
es tava s e preparando para avançar em Damon novamente.
E E l ena ...não cons egui a correr. E l a s abi a que provavel mente s eri a a
mel hor coi s a — Damon poderi a puni r M att brevemente, mas a mai ori a da s ua
atenção es tari a vol tada para caçá-l a.
M as el a não podi a ter certeza. E el a não podi a ter certeza de que a
puni ção não i ri a matar M att, ou que el e s eri a capaz de fugi r antes que Damon
a ti ves s e capturado e ti ves s e o s eu tempo l i vre para pens ar nel e novamente.
Não, não es te Damon, i mpi edos o e i mpl acável como el e era.
Deve haver al guma manei ra — el a quas e podi a s enti r as engrenagens
trabal hando em s ua própri a cabeça.
E então el a vi u.
Não, não i s s o...
M as o que mai s havi a a s er fei to?
M att es tava, de fato, correndo em di reção a Damon novamente, e des ta vez
enquanto el e i a para ci ma del e, ági l e i mpos s í vel de parar e rápi do como uma
s erpente em di s parada, el a vi u o que Damon fez. E l e s i mpl es mente deu um
pas s o pro l ado no úl ti mo i ns tante, bem quando M att es tava pres tes ati ngi -l o
com um ombro. O i mpul s o de M att o fez conti nuar correndo, mas Damon
s i mpl es mente vi rou-s e em s eu l ugar e encarou-o novamente. E ntão el e pegou
s eu mal di to ramo de pi nhei ro. E l e es tava quebrado na ponta onde M att ti nha
pi s ado nel e.
Damon franzi u o cenho para o gal ho, então deu de ombros , l evantando-o
— e, em s egui da, tanto el e e como M att pararam congel ados . Al go vei o
fl utuando pel a l ateral até parar entre el es no chão. E l á fi cou, bal ançando com
a bri s a.
E ra uma cami s a de Pendl eton marrom e azul mari nha.
Ambos os meni nos l entamente vi raram em di reção a E l ena, que ves ti a
uma cami s ol a branca com l aços . E l a es tremeceu l i gei ramente e envol veu
s eus braços em vol ta de s i . Pareci a excepci onal mente fri o para es ta hora da
noi te.
M ui to l entamente, Damon abai xou o ramo do pi nhei ro.
" Sal vo pel a s ua i namorata," di s s e a M att.
" E u s ei o que i s s o s i gni fi ca e não é verdade, " di s s e M att. " E l a é
mi nha ami ga, não mi nha namorada."
Damon apenas s orri u di s tante. E l ena podi a s enti r s eus ol hos s obre s eus
braços nus . " E ntão... para a próxi ma etapa, " di s s e el e.
E l ena não fi cou s urpres a. Doente, mas não s urpres a. Não fi cou s urpres a
nem ao ver, quando Damon vi rou-s e para ol har del a para M att e de vol ta, um
l ampej o de vermel ho. Pareci a es tar refl eti do no i nteri or dos s eus ócul os de s ol .
" Agora, " di s s e a E l ena. " E u acho que vamos col ocá-l a al i naquel a
pedra, mei o que i ncl i nada parci al mente. M as pri mei ro — outro bei j o." E l e
ol hou de vol ta para M att. " Comece a acompanhar, M att, você es tá perdendo
tempo. Pra começar, tal vez você bei j e o cabel o del a, então el a j oga a cabeça para
trás e você bei j a s eu pes coço, enquanto el a col oca s eus braços em vol ta de s eus
ombros ..."
Matt, pens ou E l ena. Damon di s s era Matt. Ti nha es capado tão faci l mente,
tão i nocentemente. De repente, s eu cérebro i ntei ro, e s eu corpo i ntei ro,
também, pareci am es tar vi brando em uma úni ca nota de mús i ca, pareci a ter
s i do l avada por um banho de chuvei ro gel ado. E o que di zi a a nota não era
chocante, porque era al go que de al guma forma, em um ní vel s ubl i mi nar,
el a j á s abi a...
Esse não é o Damon.

***

E s ta não era a pes s oa que el a ti nha conheci do há — real mente ti nham


s e pas s ado apenas nove ou dez mes es ? E l a o ti nha vi s to quando el a era uma
garota humana, e el a o ti nha des afi ado e o des ej ado nas mes mas proporções
— e el e pareci a tê-l a amado mai s quando el a es tava des afi ando el e.
E l a o ti nha vi s to quando el a era uma vampi ra e ti nha s i do atraí da por el e
com todo o s eu s er, e el e cui dou del a como s e el a fos s e uma cri ança.
E l a o ti nha vi s to quando el a era um es pí ri to, e da pós -vi da el a ti nha
aprendi do mui ta coi s a.
E l e era um mul herengo, el e poderi a s er i ns ens í vel , el e deri vava
através das vi das de s uas ví ti mas como uma qui mera, como um catal i s ador,
mudando outras pes s oas enquanto el e mes mo permaneci a i mutável e
i nal terado. E l e mi s ti fi cava humanos , os confundi a, os us ava — dei xando-os
confus os , porque el e ti nha o charme do demôni o.
E el a nem por uma vez havi a o vi s to quebrar s ua pal avra. E l a ti nha um
s enti mento es tremecedor de que i s s o não era um ti po de deci s ão, era mui to
mai s uma parte de Damon, cravada tão profundamente em s eu s ubcons ci ente,
que nem mes mo el e podi a fazer nada para mudar i s s o. E l e não poderi a
quebrar s ua pal avra. E l e morreri a antes di s s o.
Damon ai nda es tava convers ando com M att, dando-l he ordens . " ... E
depoi s ti rar s ua... "
E a res pei to de s ua pal avra de s er s eu guarda-cos tas , de mantê-l a l onge
do peri go?
E l e es tava fal ando com el a agora. " E ntão você s abe quando j ogar a cabeça
para trás ? Depoi s que el e—"
" Quemé você?"
" O quê?"
" Você me ouvi u. Quem é você? Se você ti ves s e real mente vi s to Stefan parti r e
ti ves s e prometi do cui dar de mi m, nada di s to teri a aconteci do. Oh, você poderi a
es tar bri ncando com M att, mas não na mi nha frente. Você não é — Damon não
é es túpi do. E l e s abe o que é um guarda-cos tas . E l e s abe que as s i s ti r a dor de
M att me doeri a também. Você não é Damon. Quem... é ... você?"
A força e a vel oci dade de uma cobra de M att não ti veram efei to al gum.
Tal vez uma abordagem di ferente fos s e funci onar. E nquanto fal ava, E l ena
ti nha mui to l entamente movi do s ua mão em di reção ao ros to de Damon. Agora,
com um movi mento, el a ti rou s eus ócul os es curos .
Ol hos vermel hos como s angue fres co bri l havam para el a.
" O que você fez?" E l a s us s urrou. " O que você fez com Damon?"
M att es tava fora do al cance de s ua voz, mas es tava avançando ao redor,
tentando obter s ua atenção. E la des ej ava ardentemente que M att
s i mpl es mente corres s e e s al vas s e s ua própri a vi da. Aqui , el e era apenas
outra manei ra para es ta cri atura chantageá-l a.
Sem parecer s e mover rapi damente, a coi s a — Damon abai xou a mão e
ti rou os ócul os de s ol da mão de E l ena. Foi rápi do demai s para que el a
pudes s e res i s ti r.
E ntão el e tomou s eu pul s o em um aperto dol oros o.
" Is s o s eri a mui to mai s fáci l pra vocês doi s s e ambos col aboras s em, " el e
di s s e cas ual mente. " Vocês não parecem perceber o que pode acontecer s e vocês
me i rri tarem."
Seu aperto a forçava para bai xo, forçando-a a aj oel har-s e. E l ena deci di u
não permi ti r i s s o. M as , i nfel i zmente, s eu corpo não queri a col aborar; el e
envi ava mens agens urgentes de dor para s ua mente, de agoni a, de
quei mação, agoni a devas tadora. E l a pens ou que poderi a i gnorar, poderi a
aguentar dei xá-l o quebrar s eu pul s o. E l a es tava errada. E m al gum momento
al go em s eu cérebro apagou compl etamente, e a próxi ma coi s a que el a s oube
foi que es tava de j oel hos com um pul s o que pareci a ter três vezes s eu tamanho
e que quei mava ferozmente.
" Fraqueza humana, " di s s e Damon des denhos amente. " Is s o te pega
todas as vezes ... A es s a al tura, você deveri a s aber mel hor antes de me
des obedecer."
Damon não, E l ena pens ou, de forma tão veemente que el a fi cou s urpres a
do i mpos tor não ouvi -l a.
" Tudo bem, " a voz de Damon conti nuou aci ma del a tão al egremente como
s e ti ves s e s i mpl es mente dado a el a uma s uges tão. " Você vai s entar-s e s obre a
rocha, i ncl i nando-s e para trás , e M att, você vi rá até aqui , de frente para el a."
O tom era de comando educado, mas M att o i gnorou e j á es tava ao l ado del a,
ol hando para as marcas dos dedos no pul s o de E l ena como s e el e não
acredi tas s e no que vi a.
" M att s e l evanta, E l ena s e s enta, ou o outro receberá o tratamento
compl eto. Di vi rtam-s e, cri anças ." Damon ti rara a câmera-portáti l outra vez.
M att cons ul tou E l ena com os ol hos . E l a ol hou para o i mpos tor e di s s e,
enunci ando com cui dado, " Vá para o i nferno, s ej a você quem for."
" Já es ti ve l á, j á o fi z, e te trouxe enxofre. {22} " a cri atura não-Damon
reci tou. E l e l ançou ao M att um s orri s o que era ao mes mo tempo l umi nos o e
terrí vel . E ntão, el e s acudi u o ramo do pi nhei ro.
M att o i gnorou. E l e es perou, s eu ros to i nabal ável , pel a dor que o
ati ngi ri a.
E l ena l utou pra fi car ao l ado del e. Lado a l ado, el es poderi am des afi ar
Damon.
Que pareceu por um momento es tar des control ado. " Vocês es tão tentando
fi ngi r que não tem medo de mi m. M as vocês terão. Se vocês ti ves s em al guma
cons ci ênci a, você es tari a com medo agora ."
Bel i gerante, el e deu um pas s o em di reção a E l ena. " Por que você não está com
medo de mi m?"
" Sej a você quem for, você é apenas um grande val então. Você machucou
M att. Você me machucou. Tenho certeza que você pode nos matar. M as não
temos medo de val entões . "
" Você vai ter medo." Agora, a voz de Damon cai u para um s us s urro
ameaçador. " E s pere s ó."
M es mo enquanto al go es tava s oando nos ouvi dos de E l ena, di zendo-l he
para ouvi r aquel as úl ti mas pal avras , para fazer uma l i gação — com quem
i s s o pareci a? — a dor a ati ngi u.
Seus j oel hos cederem por caus a del a. M as el a não es tava apenas s e
aj oel hando agora. E l a es tava tentando s e enrol ar em uma bol a, tentando s e
enrol ar em torno da agoni a. Todo pens amento raci onal foi varri do de s ua
cabeça. E l a s enti u M att ao s eu l ado, tentando s egurá-l a, mas el a não podi a s e
comuni car com el e mai s do que el a podi a voar. E l a es tremeceu e cai u de l ado,
como s e es ti ves s e tendo um ataque. Seu uni vers o i ntei ro era dor, e el a s ó ouvi a
vozes como s e el as vi es s em de mui to l onge.
" Pare!" M att pareci a frenéti co. " Pare com i sso! Você está louco? E s ta é Elena,
pel o amor de Deus ! Você quer matá-la?"
E então a coi s a-não-Damon acons el hou-o s uavemente, " E u não tentari a
i s s o de novo, " mas o úni co s om que M att fez foi de um gri to de rai va
pri mordi al .

***

" Carol i ne!" Bonni e gras nava, andando de um l ado pra outro no quarto do
Stefan enquanto M eredi th fazi a outra coi s a no computador. " Como el a ousa?"
" E l a não ous a tentar atacar Stefan ou E l ena decl aradamente — por
caus a do j uramento, " di s s e M eredi th. " E ntão el a pens ou ni s s o para ati ngi r
a todos nós ."
" M as M att—"
" Oh, M att é aces s í vel , " di s s e M eredi th, s ombri a. " E , i nfel i zmente,
há a ques tão da prova fí s i ca em ambos ."
" O que você quer di zer? M att não—"
" Os arranhões , mi nha queri da, " di s s e a Sra. Fl owers tri s temente " do
s eu i ns eto de dentes afi ados . O empl as tro que col oquei terá curado-os o
s ufi ci ente para que s e pareça com arranhões de unha de uma garota — a es s a
al tura. E a marca que aqui l o dei xou em s eu pes coço..." a Sra. Fl owers tos s i u
del i cadamente. " Parece com o que no meu tempo era chamado de ‘chupão’.
" Tal vez um s i nal de um encontro que termi nou em força? Não que s eu ami go
fos s e capaz de fazer al go as s i m."
" E l embra-s e como Carol i ne pareci a quando a vi mos , Bonni e?"
M eredi th di s s e s ecamente. " Não o fato de andar ras tej ando por aí — eu apos to
qual quer coi s a que el a es tá andando mui to bem agora. M as o ros to del a. E l a
ti nha um ol ho fi cando roxo e uma bochecha i nchada. Perfei ta para o perí odo de
tempo."
Bonni e s enti u como s e todos ti ves s em doi s pas s os a s ua frente. " Que
perí odo de tempo?"
" Na noi te em que o i ns eto atacou M att. Foi na manhã depoi s des ta noi te
que o xeri fe l i gou e convers ou com el e. M att admi ti u que s ua mãe não o ti nha
vi s to a noi te toda, e aquel e cara da Vi gi l ânci a do Bai rro vi u M att di ri gi r até s ua
cas a e, bas i camente, des mai ar."
" Is s o foi por caus a do veneno do i ns eto. E l e ti nha acabado de l utar contra
o M al ach!"
" Nós s abemos di s s o. M as el es di rão que el e ti nha acabado de atacar
Carol i ne. A mãe de Carol i ne di fi ci l mente vai es tar apta para tes temunhar —
você vi u como el a es tava. E ntão, quem pode di zer que M att não es tava na cas a
de Carol i ne? E s peci al mente s e el e ti ves s e pl anej ando o ataque."
" Nós podemos di zer! Nós podemos nos res pons abi l i zar por el e—" Bonni e
parou a fras e de repente. " Não, eu acho que foi depoi s que el e s ai u daqui que
i s s o aconteceu. M as , não, tudo i s s o é errado!" E l a recuperou o ri tmo
novamente. " E u vi um des s es i ns etos de perto e era exatamente da manei ra
como M att des creveu..."
" E o que res ta des s e i ns eto agora? Nada. Al ém di s s o, el es vão di zer que
você di ri a qualquer coi sa por el e."
Bonni e não podi a mai s s uportar s i mpl es mente conti nuar andando de um
l ado pra outro. E l a ti nha que achar M att, ti nha que avi s á-l o — i s s o s e el as
pudes s em ao menos encontrar el e ou E l ena. " E u pens ei que você era quem
não podi a es perar mai s nem um mi nuto para encontrá-l os , " di s s e el a
acus atori amente para M eredi th.
" E u s ei ; era eu. M as eu ti nha que procurar uma coi s a — e al ém do
mai s eu queri a tentar mai s uma vez enxergar aquel a pági na que s ó os
vampi ros s upos tamente cons eguem l er. O tal Shi no Shi . M as eu al terei a tel a
de todas as manei ras que eu pude pens ar, e s e há al go es cri to aqui , eu
certamente não pos s o encontrá-l o."
" M el hor não des perdi çar mai s tempo com el a, então, " Sra. Fl owers
di s s e. " Vamos , vi s ta s ua j aqueta, mi nha queri da. Devemos i r com o Wheel er
Amarel o{23} ou não?"
Por apenas um momento Bonni e teve uma l ouca vi s ão de um veí cul o
puxado por um caval o, uma es péci e de carruagem da Ci nderel a, mas não em
forma de abóbora. E ntão el a s e l embrou de ter vi s to o anti go carro da Sra.
Fl owers , um Ford model o T — pi ntado de amarel o — es taci onado dentro do que
deveri a s er o es tábul o anti go pertencente à pens ão.
" Nós nos demos mel hor a pé do que nós ou M att s e deu quando i a de
carro, " di s s e M eredi th, dando um odi os o cl i que fi nal nos control es da tel a do
computador. " E s távamos mai s móvei s do que — oh, meu Deus ! Conseg ui ! "
" Cons egui u o quê?"
" O s i te. Venham ver i s to."
Tanto Bonni e quanto a Sra. Fl owers foram para o computador. A tel a es tava
verde bri l hante com uma es cri ta verde es cura fi na e fraca.
" Como você fez i s s o?" Bonni e perguntou enquanto M eredi th s e dobrava
para pegar um caderno e uma caneta para anotar o que vi am.
" E u não s ei . E u s ó apertei os botões das confi gurações de cores uma
úl ti ma vez — eu j á ti nha tentado mudar na E conomi a de E nergi a, Bateri a
Bai xa, Al ta Res ol ução, Al to Contras te, e todas as combi nações que eu poderi a
i magi nar"
E l as ol haram as pal avras .

Cansado deste lápi s-lazúli ?


Quer ti rar umas féri as no Havaí ?
Cansado daquela mesma velha culi nári a lí qui da?
Venha vi si tar Shi no Shi .
Depoi s di s s o ti nha um anúnci o da " M orte da M orte, " um l ugar onde os
vampi ros poderi am s er curados de s eu es tado amal di çoado e tornar-s e
humanos novamente. E então havi a um endereço. Apenas uma es trada,
nenhuma menção de que es tado, e, a propós i to, nem mes mo de que ci dade.
M as era uma Pi s ta.
" Stefan não menci onou um endereço, " di s s e Bonni e.
" Tal vez el e não tenha queri do as s us tar E l ena, " M eredi th di s s e
s ombri amente. " Ou tal vez, quando el e ol hou para pági na, o endereço não
es tava l á."
Bonni e es tremeceu. " Shi no Shi — E u não gos to de como i s s o s oa. E não
ri a de mi m, " el a adi ci onou para M eredi th defens i vamente. " Lembra-s e do
que Stefan di s s e s obre confi ar na mi nha i ntui ção?
" Ni nguém es tá ri ndo, Bonni e. Temos que achar E l ena e M att. O que
s ua i ntui ção di z s obre i s s o?"
" Di z que vamos nos meter em probl emas , e que M att e E l ena j á es tão
em apuros ."
" E ngraçado, porque i s s o é exatamente o que meu j ul gamento me di z."
" E s tamos prontas agora?" Sra. Fl owers di s tri bui u l anternas .
M eredi th tes tou a del a e des cobri u que ti nha uma l uz fi rme e forte.
" Vamos então, " di s s e el a, automati camente des l i gando a l âmpada de
Stefan novamente.
Bonni e e a Sra. Fl owers a s egui ram pel as es cadas , pra fora da cas a, e
pel a rua pel a qual el as ti nham corri do não mui to tempo atrás . O pul s o de
Bonni e es tava acel erado, os ouvi dos prontos para o mai s l eve s om de w hi pw hi p.
M as , exceto pel os fei xes de s uas l anternas , o Bos que Anti go es tava
compl etamente es curo e es tranhamente s i l enci os o. Nem mes mo o s om do
canto dos pás s aros quebrava a noi te s em l ua.
E l es entraram, e em mi nutos es tavam perdi das .
M att acordou de l ado e por um momento não s abi a onde es tava. Do l ado de
fora. Chão. Pi queni que? E s cal ada? Adormeceu?
E depoi s el e tentou mover e a agoni a quei mou como um gêi s er de fogo, e
el e l embrou-s e de tudo. Aquel e bastardo, torturando E l ena, pens ou.
Torturando Elena.
Is s o não fazi a s enti do. Não com Damon. O que era aqui l o que E l ena ti nha
di to a el e no fi nal que o dei xara tão i rri tado?
O pens amento o atormentava, mas era apenas outra pergunta s em
res pos ta, como o recado de Stefan no di ári o de E l ena.
M att percebeu que el e poderi a s e mover, mas mui to l entamente. E l e
ol hou ao redor, movendo a cabeça cautel os amente até que vi u E l ena, dei tada
perto del e como uma boneca quebrada. E l e es tava feri do e des es peradamente
s edento. E l a s e s enti ri a da mes ma forma. A pri mei ra coi s a s eri a l evá-l a a um
hos pi tal ; o ti po de contrações mus cul ares provocadas por es s e grau de dor
poderi a quebrar um braço ou mes mo uma perna. E l as eram certamente fortes
o s ufi ci ente para caus ar uma torção ou l uxação. Sem menci onar Damon
torcendo s eu pul s o.
Is s o era o que a parte práti ca e s ens ata del e es tava pens ando. M as a
pergunta que conti nuava gi rando em s ua mente ai nda o dei xava em compl eta
s urpres a.
E l e machucou E l ena? Da mes ma manei ra que machucou a mi m? E u não
acredi to ni s s o. E u s abi a que el e era doenti o, perturbado, mas eu nunca ouvi
fal ar del e machucando as meni nas . E nunca, nunca E l ena. Nunca. M as eu
— s e el e me trata da manei ra como el e trata Stefan, el e vai me matar. E u não
tenho capaci dade e a res i s tênci a de um vampi ro.
Eu tenho que ti rar Elena dessa antes que ele me mate. Eu não posso dei xá- la sozi nha comele.
Ins ti nti vamente, de al guma forma, el e s abi a que Damon ai nda es tava
por perto. Is to foi confi rmado quando ouvi u um pequeno barul ho, vi rou a cabeça
mui to rapi damente, e deparou-s e encarando um borrão de uma bota preta em
movi mento. O borrão e o movi mento foram o res ul tado do movi mento mui to
rápi do, mas tão rapi damente quanto el e s e vi rava, el e de repente s enti u s eu
ros to pres s i onado contra a terra e as fol has dos pi nhei ros do chão da cl arei ra.
Nes s e mes mo i ns tante, A Bota l evantou-s e. E xatamente, el e percebeu,
no momento em que el e es tava cans ado demai s para l evantar s ua própri a
cabeça. E l e fez um es forço s upremo e l evantou a cabeça poucos centí metros .
E A Bota o pegou s ob o quei xo e l evantou s eu ros to um pouco mai s .
" Que pena, " di s s e Damon com um furi os o des prezo. " Vocês humanos
s ão tão fracos . Não é nada di verti do bri ncar com vocês ."
" Stefan... vai vol tar, " M att col ocou pra fora, ol hando para Damon, de onde
el e es tava i nvol untari amente ras tej ando no chão. " Stefan vai te matar."
" Adi vi nha o quê?, " Di s s e Damon em tom de convers a. " Seu ros to es tá todo
ferrado de um l ado — arranhões , s abe. Você mei o que parece com o Fantas ma
da Ópera ou coi s a as s i m."
" Se el e não te matar, eu mato. E u não s ei como, mas mato. E u j uro. "
" Cui dado com o que você promete."
Bem quando M att cons egui u fazer s eu braço aguentar o pes o de s eu corpo
— exatamente então, no mes mo mi l i s s egundo — Damon es tendeu a mão e
agarrou-o dol oros amente por um punhado de cabel o, l evantando s ua cabeça.
" Stefan, " di s s e Damon, ol hando di retamente para o ros to de M att e
forçando-o a ol har para el e, não i mportando o quanto M att s e es forças s e para
vi rar o ros to pra l onge, " s ó foi poderos o por al guns di as porque el e es tava
bebendo o s angue de um es pí ri to mui to poderos o, que ai nda não es tava
adaptado à Terra. M as ol he para el a agora." E l e torceu o aperto no cabel o de
M att de novo, mai s dol oros amente.
" Grande es pí ri to. Dei tada al i no chão. Agora, o Poder es tá de vol ta onde
deveri a es tar. Você me entendeu? Entendeu — garoto?"
M att apenas ol hou E l ena. " Como você pôde fazer i s s o?" E l e s us s urrou,
fi nal mente.
" Uma l i ção obj eti va s obre o que s i gni fi ca me des afi ar. E certamente você
não i ri a querer que eu fos s e machi s ta e a dei xas s e de fora?" Damon bri ncou.
" Você tem que acompanhar a evol ução dos tempos ."
M att não di s s e nada. E l e ti nha que ti rar E l ena fora des ta.
" Preocupado com a garota? E l a es tá apenas bri ncando de gambá {24} agora.
E s perando que eu a i gnore e me concentre em você."
" Você é um menti ros o."
" E ntão vou me concentrar em você. Fal ando em acompanhar a evol ução
dos tempos , s abe — exceto pel os arranhões e es s as coi s as , você é um j ovem
bem boni to."
No i ní ci o as pal avras não s i gni fi caram nada para M att. Quando el e as
entendeu, M att pode s enti r s eu s angue congel ando em s eu corpo.
" Como um vampi ro, pos s o dar uma opi ni ão fundamentada e hones ta. E ,
como um vampi ro, es tou fi cando com mui ta s ede. Há você. E então há a garota
que ai nda es tá fi ngi ndo es tar dormi ndo. Tenho certeza que você pode ver onde
es tou querendo chegar."
E u acredi to em você, E l ena, M att pens ou. E l e é um menti ros o, e el e vai
s er s empre um menti ros o. " Tome meu s angue, " di s s e el e, cans ado.
" Você tem certeza?" Agora Damon pareci a s ol í ci to. " Se você res i s ti r, a dor
é horrí vel ."
" Apenas termi ne l ogo com i s s o."
" Como des ej ar." Damon fl ui damente s e apoi ou em um j oel ho, ao
mes mo tempo torcendo s eu aperto no cabel o de M att, fazendo M att es tremecer.
O novo aperto arras tou a parte s uperi or do corpo de M att por ci ma do j oel ho de
Damon, de modo que s ua cabeça fi cas s e j ogada para trás , com o pes coço
arqueado e expos to. Na verdade M att nunca s e s enti u tão expos to, tão
i mpotente, tão vul nerável em s ua vi da.
" Você s empre pode mudar de i déi a, " Damon zombou del e.
M att fechou os ol hos , tei mos amente não di zendo nada.
No úl ti mo momento, porém, quando Damon i ncl i nava-s e com s uas
pres as expos tas , os dedos de M att quas e i nvol untari amente, quas e como s e
s eu corpo es ti ves s e agi ndo separadamente de s ua mente, apertaram-s e em um
punho e, de repente, de forma i mprevi s í vel , el e l evou o punho bal ançando-o
para des feri r um gol pe vi ol ento na têmpora de Damon. M as — com a
vel oci dade de s erpente — Damon es tendeu a mão e pegou o gol pe quas e com
i ndi ferença em uma mão aberta, e prendeu os dedos de M att em um aperto
es magador — exatamente enquanto os dentes afi ados abri am uma vei a no
pes coço de M att e a boca aberta prendi a-s e em s ua garganta expos ta, s ugando
e bebendo o s angue que pul s ava para fora.
E l ena — acordada, mas i ncapaz de s e mover de onde el a ti nha caí do,
i ncapaz de fazer um s om ou vi rar a cabeça — foi obri gada a ouvi r todo o ato,
obri gada a ouvi r os gemi dos de M att enquanto s eu s angue era l evado contra
s ua vontade, enquanto el e res i s ti a até o fi m.
E então el a pens ou em al go que, tonta e as s us tada como el a es tava,
quas e a fez des mai ar de medo.
26
Ley l i nes . Stefan havi a fal ado del as , e com a i nfl uênci a do mundo
es pí ri to ai nda nel a, el a as ti nha vi s to s em tentar. Agora, ai nda dei tada de
l ado, canal i zando o que res tava do Poder para s eus ol hos , el a ol hou para a
terra.
E foi i s s o que fez a s ua mente es curecer de terror.
Até onde el a podi a ver aqui havi a l i nhas que convergi am de todas as
di reções . Li nhas gros s as que bri l havam com uma fos fores cênci a fri a, l i nhas
médi as que ti nham o bri l ho opaco de cogumel os es tragados no porão, e l i nhas
mi nús cul as que pareci am perfei tamente com rachaduras retas da camada
s uperfi ci al exteri or do mundo. E l as eram como vei as e artéri as e nervos l ogo
abai xo da pel e da bes ta da cl arei ra.
Não era de s e admi rar que pareces s e vi vo. E l a es tava dei tada em uma
enorme convergênci a de l ey l i nes . E s e o cemi téri o fos s e pi or que i s s o — el a
não cons egui a i magi nar com o que poderi a parecer.
Se Damon ti ves s e de al guma forma encontrado um j ei to de expl orar
aquel e Poder... não é de s e s urpreender que el e tenha pareci do di ferente,
arrogante, i nvencí vel . Des de que el e ti nha l i bertado-a para beber o s angue de
M att, el a fi cara bal ançando s ua cabeça, tentando s e l i vrar da humi l hação
j unto. M as , agora, fi nal mente, el a havi a parado, tentando cal cul ar uma
manei ra de fazer us o des te Poder. Ti nha que haver um j ei to de fazê-l o.
A es curi dão não s aí a da vi s ão del a. Fi nal mente, E l ena notou que não
era porque el a es tava fraca, mas porque es tava fi cando es curo — o crepús cul o
l á fora na cl arei ra, a verdadei ra es curi dão chegando.
E l a tentou novamente s e erguer, e des ta vez cons egui u. Quas e
i medi atamente, uma mão es tava es tendi da para el a e, automati camente, el a
a pegou, s e dei xando s er puxada até fi car de pé.
E l a encarou — quem que quer fos s e, Damon ou o que quer que
es ti ves s e us ando s uas fei ções ou s eu corpo. Apes ar da quas e es curi dão, el e
ai nda us ava aquel es ócul os de s ol envol ventes . E l a não cons egui a di s ti ngui r
nada do res to do ros to del e.
" Agora, " a coi s a de ócul os es curos di s s e. " Você vai vi r comi go."
E s tava s e aproxi mando da compl eta es curi dão, e el es es tavam na
cl arei ra onde es tava a bes ta. E s te l ugar — era i ns al ubre. E l a es tava com medo
da cl arei ra como nunca ti nha ti do medo de uma pes s oa ou cri atura. E l a
res s oava com mal evol ênci a, e el a não cons egui a fechar s eus ouvi dos para i s s o.
E l a ti nha que conti nuar pens ando, e pens ando di reto, el a pens ou.
E l a es tava terri vel mente as s us tada por M att; as s us tada que Damon
ti ves s e ti rado mui to s angue ou ti ves s e bri ncado mui to s everamente com s eu
bri nquedo; quebrado-o.
E el a es tava com medo des ta coi s a Damon. Também es tava preocupada a
res pei to da i nfl uenci a que es te l ugar podi a ter ti do no Damon real . O bos que
ao redor del es não devi a ter efei to nenhum em vampi ros , exceto machucá-l os .
O pos s í vel -Damon dentro do pos s ui dor es tava magoado? Se el e pudes s e
entender qual quer coi s a que es ti ves s e acontecendo, el e poderi a di s ti ngui r
es ta mágoa de s ua mágoa e rai va de Stefan?
E l a não s abi a. E l a s abi a que havi a ti do um terrí vel ol har em s eus ol hos
quando Stefan ti nha l he di to para s ai r da pens ão. E el a s abi a que havi a
cri aturas na fl ores ta, mal ach, que podi am i nfl uenci ar a mente de uma
pes s oa. E l a ti nha medo, medo profundo, que os mal ach es ti ves s em us ando
Damon agora, es curecendo s eus des ej os mai s s ombri os e trans formando-o em
al go terrí vel , al go que el e nunca ti nha s i do mes mo em s eu pi or.
M as como el a podi a ter certeza? Como el a podi a s aber s e havi a ou não al go
mai s por trás do mal ach, al guma coi s a que os control ava? A al ma del a es tava
l he di zendo que es te podi a s er o cas o, que Damon podi a es tar compl etamente
i ncons ci ente do que s eu corpo es tava fazendo, mas i s s o podi a s er apenas uma
i l us ão.
Certamente, tudo que el a cons egui a s enti r ao s eu redor eram pequenas
cri aturas do mal . E l a podi a s enti -l as cercando a cl arei ra, es tranhos s eres
pareci dos com i ns etos , como o que ti nha atacado M att. E l es es tavam num furor
de exci tação, chi coteando s eus tentácul os ao redor para fazer um barul ho quas e
como um hel i cóptero em movi mento.
E l es es tavam i nfl uenci ando Damon agora? Certamente, el e nunca antes
ti nha machucado al gum dos outros s eres humanos do j ei to que el e ti nha hoj e.
E l a ti nha que ti rar todos os três del es des te l ugar. E ra doente, contami nado.
Uma vez mai s el a s enti u uma onda de s audades de Stefan, que poderi a s aber
o que fazer nes ta s i tuação.
E l a s e vi rou, vagaros amente, para ol har para Damon.
" E u pos s o chamar al guém pra vi r aj udar o M att? E u tenho medo de
dei xá- l o aqui ; tenho medo que eles peguem-no" . Dá na mes ma coi s a dei xá-l o
s aber que el a s abi a que eles es tavam s e es condendo nas hepáti cas e
rododentros e azevi nho da montanha ao redor.
Damon hes i tou; pareceu cons i derar i s to. E ntão, el e s acudi u s ua cabeça.
" Nós não i rí amos querer dar-l hes mui tas pi s tas s obre onde es tão
vocês , " el e di s s e al egremente. " Será um experi mento i nteres s ante obs ervar
s e os mal ach os pegam — e como el es i rão fazê-l o."
" Não s eri a uma experi ênci a i nteres s ante para mi m." A voz de E l ena
es tava pl ana. " M att é meu ami go" .
" Todavi a, nós o dei xaremos aqui por ora. Não confi o em você — mes mo
para me dar uma mens agem da M eredi th ou Bonni e — para mandar do meu
cel ul ar."
E l ena não di s s e nada. Na real i dade, el e es tava certo em não confi ar
nel a, j á que el a e M eredi th e Bonni e ti nham pl anej ado um códi go el aborado
de fras es que s oavam i nofens i vas l ogo que el as s ouberam que Damon es tava
atrás de E l ena. Fazi a uma vi da i ntei ra para el a — l i teral mente — mas el a
ai nda podi a s e l embrar del as .
Si l enci os amente, el a s i mpl es mente s egui u Damon pra a Ferrari .
Ela era responsável por Matt.
" Você não es tá di s cuti ndo mui to des ta vez, e me pergunto o que você es tá
tramando."
" E s tou tramando que nós podemos acabar l ogo com i s s o. Se você me
di s s er o que ‘i s s o’ é, " el a di s s e, mai s coraj os amente do que s enti a.
" Bem, agora o que " i s s o" é, é com você." Damon deu em M att um chute
nas cos tel as ao pas s ar. E l e agora es tava marchando em cí rcul o ao redor da
cl arei ra, que pareci a menor do que nunca, um cí rcul o que não a i ncl uí a. E l e
deu al guns pas s os em di reção a el e — e es corregou. E l a não s abi a como ti nha
aconteci do. Tal vez o ani mal gi gante tenha res pi rado. Tal vez fos s em apenas as
fol has de pi nhei ro es corregadi as debai xo de s uas botas .
M as num i ns tante el a es tava i ndo em di reção ao M att e no próxi mo s eus
pés ti nham s umi do de debai xo del e e el a es tava i ndo em di reção ao chão s em
nada ao que s e agarrar.
E então, s uavemente e s em pres s a, el a es tava nos braços de Damon. Com
s écul os de educação Vi rgi ni ana por trás el a automati camente di s s e,
" Obri gada."
" O prazer foi meu."
Si m, el a pens ou. É tudo que i s s o quer di zer. O prazer foi dele, e é tudo
que i mporta.
Foi quando el a notou que es tavam s e di ri gi ndo para o s eu Jaguar.
" Ah, não, não vamos , " el a di s s e.
" Ah, s i m, nós vamos — s e eu as s i m qui s er, " el e di s s e. " A não s er
que quei ra ver s eu ami go M att s ofrer des s e j ei to novamente. E m al gum
momento s eu coração i rá ceder."
" Damon." E l a s e empurrou para l onge de s eus braços , fi cando de pé
s ozi nha. " Não entendo. Is s o não é do s eu fei ti o. Pegar o que qui s er e i r
embora."
E l e s i mpl es mente fi cou ol hando para el a. " E u es tava fazendo
exatamente i s s o.
" Você não preci s a" — nem por s ua própri a vi da el a cons egui a afas tar o
tremor de s ua voz — " l evar-me para qual quer l ugar es peci al para ti rar meu
s angue. E M att não s aberá. E l e es tá des acordado."
Por um l ongo i ns tante houve s i l ênci o na cl arei ra. Si l ênci o profundo. Os
pás s aros noturnos e os gri l os pararam de fazer s ua mús i ca. De repente E l ena
s enti u como s e es ti ves s e em al gum ti po de montanha-rus s a que caí a para
bai xo, dei xando s eu es tômago e órgãos ai nda no al to. E ntão Damon expres s ou
i s s o em pal avras .
" E u te quero. E xcl us i vamente."
E l ena s e preparou, tentando fi car com a mente l i mpa apes ar da névoa
que pareci a es tar i nvadi ndo-a.
" Você s abe que i s s o não é pos s í vel ."
" Sei que foi pos s í vel para o Stefan. Quando es tava com el e, você não
pens ava em outra coi s a a não s er el e. Você não cons egui a ver, não cons egui a
ouvi r, não cons egui a s enti r qual quer outra coi s a a não s er el e."
Os arrepi os de E l ena agora cobri am s eu corpo todo. Fal ando
cui dados amente pel a obs trução em s ua garganta, el a di s s e, " Damon, você fez
al go ao Stefan?"
" Ora, por que eu i ri a querer fazer al go as s i m?"
M ui to l entamente, E l ena di s s e, " Você e eu ambos s abemos o porquê."
" Você quer di zer, " Damon começou fal ando cas ual mente, mas s ua voz
fi cou mai s i ntens a enquanto el e agarrava s eus ombros , " para que você não
vi s s e nada a não s er eu, ouvi s s e nada a não s er eu, pens as s e em nada a não
s er eu?"
Ai nda bai xo, ai nda control ando s eu horror, E l ena di s s e, " Ti re os ócul os
de s ol , Damon."
Damon ol hou para ci ma e ao redor como s e para s e reas s egurar que
nenhum rai o do pôr-do-s ol poderi a penetrar o mundo verde aci nzentado que os
cercava. E ntão com uma mão, el e des pi u-s e dos ócul os de s ol .
E l ena encontrou-s e ol hando em ol hos que eram tão negros que pareci a
não haver di ferença entre a í ri s e a pupi l a. E l a... acendeu uma l âmpada em
s eu cérebro, fez al go para que todos os s eus s enti dos vol tas s em para o ros to de
Damon, para s ua expres s ão, para o Poder ci rcul ando por el e.
Seus ol hos ai nda es tavam tão negros quanto as profundezas de uma
caverna i nexpl orada. Nada de vermel ho. M as também, el e ti vera tempo, es te
tempo para s e preparar para el a.
Acredi to no que vi antes , E l ena pens ou. Com meus própri os ol hos .
" Damon, farei qual quer coi s a, qual quer coi s a que você qui s er. M as tem
que me contar. Você fez alg o ao Stefan?’
" Stefan ai nda es tava embri agado com o seu s angue quando te dei xou, "
el e a l embrou, antes que el a pudes s e fal ar para negar i s s o — " e, para
res ponder s ua pergunta com preci s ão, não s ei onde el e es tá. Ni s s o, você tem a
mi nha pal avra. M as de qual quer manei ra, é verdade, o que es tava pens ando
mai s cedo, " el e acres centou, enquanto E l ena tentava s e afas tar, para s ai r do
aperto que el e ti nha em s eus braços . " E u sou o úni co, E l ena. O úni co que você
não conqui s tou. O úni co que você não pode mani pul ar. Intri gante, não é?"
De repente, apes ar de s eu medo, el a es tava furi os a. " E ntão por que
machucar o M att? E l e é apenas um ami go. O que el e tem a ver com i s s o?"
" Apenas um ami go." E Damon começou a ri r do j ei to que ti nha antes ,
as s us tadoramente.
" Bem, eu s ei que ele não teve nada a ver com a parti da do Stefan, " E l ena
retrucou.
Damon vi rou-s e para el a, mas nes s a hora a cl arei ra es tava tão turva que
el a não cons egui a l er de j ei to al gum s ua expres s ão. " E quem di s s e que eu
ti ve? M as i s s o não quer di zer que eu não vou me aprovei tar des s a
oportuni dade." E l e pegou M att faci l mente e l evantou al go que bri l hava
prateado em s ua outra mão.
As chaves del a. Do bol s o de s ua cal ça j eans . Pegas , s em dúvi da, quando
el a es ti vera dei tada i ncons ci ente no chão.
E l a não podi a afi rmar nada de s ua voz, tampouco, exceto que es tava
amarga e s arcás ti ca — como de cos tume quando el e fal ava de Stefan. " Com s eu
s angue nel e, não poderi a ter matado meu i rmão mes mo que tentas s e, da
úl ti ma vez que o vi , " el e acres centou.
" Você tentou?"
" Para fal ar a verdade, não. Você tem a mi nha pal avra ni s s o também."
" E não s abe onde el e es tá?"
" Não." E l e l evantou M att.
" O que acha que es tá fazendo?"
" Levando-o conos co. E l e é refém pel o s eu bom comportamento."
" Ah, não, " E l ena di s s e categori camente, marchando. " Is s o é entre você e
eu. Você machucou M att o bas tante." E l a pes tanej ou e novamente quas e
gri tou ao encontrar Damon perto demai s , rapi damente demai s . " Farei o que
você qui s er. O que você qui s er. M as não aqui em públ i co e não com o M att por
perto."
Vamos , E l ena, el a pens ava. Onde es tá o comportamento s edutor quando
preci s a del e? Você cos tumava s er capaz de s eduzi r qual quer cara; agora, s ó
porque el e é um vampi ro, não pode?
" Leve-me para al gum l ugar, " el a di s s e s uavemente, entrel açando s eu
braço com o braço l i vre del e, " mas na Ferrari . Não quero i r no meu carro. M e
l eve na Ferrari ."
Damon marchou de vol ta para o porta-mal as da Ferrari , des trancou-o, e
ol hou para dentro. E ntão ol hou para M att. E s tava cl aro que o garoto al to e
robus to não caberi a no porta-mal as ... pel o menos , não com s eus membros todos
grudados .
" Nem mes mo pens e ni s s o, " E l ena di s s e. " Apenas col oque-o no Jaguar
com as chaves e el e fi cará s eguro o bas tante — tranque-o." E l ena rezou
fervoros amente para que o que el a es tava di zendo fos s e verdade.
Por um momento Damon não di s s e nada, então el e ol hou para ci ma com
um s orri s o tão bri l hante que el a podi a vê-l o na es curi dão. " Tudo bem, " el e
di s s e. E l e j ogou M att no chão novamente. " M as s e você tentar fugi r enquanto
des l oco os carros , vou atropel ar el e."
Damon, Damon, você nunca vai entender? Humanos não fazem i s s o com
s eus ami gos , E l ena pens ou enquanto el e reti rava a Ferrari para que pudes s e
col ocar o Jaguar, para que pudes s e j ogar M att nel e.
" Tudo bem, " el a di s s e bai xi nho. E l a ti nha medo de ol har para Damon.
" Agora — o que você quer?"
Damon i ncl i nou-s e da ci ntura numa s audação mui to graci os a, i ndi cando
a Ferrari . E l a s e perguntou o que aconteceri a uma vez que el a entras s e. Se el e
fos s e al gum agres s or normal — s e não houves s e M att em quem pens ar — s e
el a não temes s e a fl ores ta ai nda mai s do que temi a el e...
E l a hes i tou e então entrou no carro de Damon.
Dentro, el a puxou s ua cami s ol a para fora da s ua cal ça j eans para
es conder o fato de não es tar us ando ci nto de s egurança. E l a duvi dava que
Damon us as s e ci nto de s egurança ou trancas s e s uas portas ou qual quer coi s a
do ti po. Precauções não eram o s eu negóci o. E agora el a rezava que el e ti ves s e
outras preocupações na cabeça.
" Séri o, Damon, onde es tamos i ndo?" el a di s s e enquanto el e entrava na
Ferrari .
" Pri mei ro, que tal uma s ai dei ra?" Damon s ugeri u, s ua voz fal s amente
j ocos a.
E l ena es perava al go as s i m. E l a s entou pas s i vamente enquanto Damon
tomava s eu quei xo em s eus dedos que tremi am l i gei ramente, e o i ncl i nou
para ci ma. E l a fechou s eus ol hos enquanto s enti u a dupl a pi cada de cobra de
pres as afi adas como uma naval ha ras gando s ua pel e. E l e manteve s eus ol hos
fechados enquanto s eu agres s or fi xava s ua boca na carne s angrando e
começava a beber profundamente. A i dei a de Damon de " s ai dei ra" era
exatamente o que el a es perava: o bas tante para dei xar ambos em peri go. M as
não foi até el a real mente começar a s enti r que i ri a des mai ar a qual quer
mi nuto que el a empurrou o ombro del e.
E le se manteve por mai s al guns s egundos mui to dol oros os
s i mpl es mente para mos trar quem mandava aqui . E ntão el e a s ol tou,
l ambendo s eus l ábi os entus i as ti camente, s eus ol hos real mente bri l hando
para el a através de s eu Ray- Ban.
" Refi nada, " el e di s s e. " Inacredi tável . Por que você é—"
É , me di ga que s ou uma garrafa de uí s que s i ngl e mal t, el a pens ou.
E s s e é o cami nho para me conqui s tar.
" Podemos i r agora?" el a perguntou i nci s i vamente. E então, enquanto de
repente s e l embrava as habi l i dades de motori s ta do Damon, el a acres centou
del i beradamente, " Tenha cui dado; es s a es trada tem mui tas retorci das e
vi radas ."
Teve o efei to que el a es perava. Damon pi s ou no acel erador e el es s aí ram
da cl arei ra numa al ta vel oci dade.
E ntão el es es tavam dando vi radas brus cas no Bos que Anti go mai s rápi do
que E l ena j á di ri gi ra por aqui antes ; mai s rápi do do que al guém j á ous ara i r
com el a como pas s agei ra antes .
M as ai nda as s i m, era a es trada dela. Des de a i nfânci a el a bri ncara
aqui . Havi a apenas uma famí l i a que vi vi a bem no perí metro do Bos que
Anti go, mas s ua entrada era do l ado di rei to da es trada — o l ado del a — e el a
s e preparou para i s s o. E l e fari a a curva repenti na para a es querda l ogo antes
da s egunda curva que era a entrada dos Duns tans — e na s egunda curva el a
pul ari a.
Não havi a cal çada cercando a E s trada do Anti go Bos que, é cl aro, mas
aquel a al tura havi a bas tantes rododentros e outros arbus tos . Tudo que el a
podi a fazer era rezar. Rezar para que não quebras s e s eu pes coço no i mpacto.
Rezar para que não quebras s e um braço ou perna antes de mancar pel os
poucos metros de bos que até a entrada. Rezar para que os Duns tans es ti ves s em
em cas a quando el a gol peas s e s ua porta e rezar para que el es es cutas s em
quando el a di s s es s e para não dei xar o vampi ro atrás del a entrar.
E l a vi u a curva. E l a não s abi a por que o troço-Damon não cons egui a l er
s ua mente, mas aparentemente el e não cons egui a. E l e não fal ava e s ua
úni ca precaução contra el a tentar fugi r pareci a s er a vel oci dade. E l a i a s e
machucar, el a s abi a di s s o. M as a pi or parte de qual quer machucado era o
medo, e el a não ti nha medo.
E nquanto el e contornava a curva, el a puxou a maçaneta e abri u a porta o
máxi mo que pode com s uas mãos enquanto chutava-a o mai s duramente que
cons egui a com s eus pés . A porta s e abri u, rapi damente s endo pega por uma
força centrí fuga, as s i m como as pernas da E l ena. As s i m como E l ena.
Só o s eu chute a ti rou pel a metade do carro. Damon a agarrou e cons egui u
s ó um punhado de cabel o. Por um i ns tante el a pens ou que el e a manteri a
dentro, mes mo s em s egurá-l a. E l a cai u repeti damente no ar, fl utuando,
fi cando cerca de s es s enta centí metros do chão, es ti cando-s e para agarrar
frondes , gal hos de arbus tos , qual quer coi s a que pudes s e us ar para di mi nui r
s ua vel oci dade. E nes s e l ocal onde magi a e a fí s i ca s e encontravam; el a era
capaz de fazê-l o, de retardar enquanto ai nda fl uí a no poder de Damon, apes ar
de tê-l a l evado mui to mai s para l onge da cas a dos Duns tans do que el a
des ej ara.
E ntão el a real mente ati ngi u o chão, qui cou, e fez s eu mel hor para gi rar
no ar, para l evar o i mpacto em s eu bumbum ou nas cos tas de um ombro, mas
al go deu errado e s eu cal canhar es querdo ati ngi u pri mei ro — Deus! — e
enrol ou-s e, retorcendo-a compl etamente, batendo s eu j oel ho no concreto — Deus,
Deus! — revi rando-a no ar e derrubando-a em s eu braço di rei to tão duramente
que pareci a es tar tentando enfi á-l o em s eu ombro.
E l a fi cou s em ar com o pri mei ro gol pe e foi forçada a s ugar o ar no
s egundo e tercei ro gol pes .
Apes ar das revi ravol tas , voando pel o uni vers o, havi a um s i nal que el a
não podi a perder — um abeto i ncomum cres cendo na es trada que el a notara há
três metros atrás del e quando expl odi u para fora do carro. Lágri mas brotavam
i ncontrol avel mente por s uas bochechas enquanto el a puxava os rebentos do
arbus to que ti nham retorci do ao redor de s eu cal canhar — uma coi s a boa,
também. Al gumas l ágri mas podi am ter borrado s ua vi s ão, dei xado-a com medo
— como el a es ti vera nas úl ti mas duas expl os ões de dor — de que poderi a
des mai ar. M as el a es tava na es trada, s eus ol hos foram l avados , el a
cons egui a ver o abeto e o pôr-do-s ol ambos di retamente aci ma, e el a es tava
compl etamente cons ci ente. E i s s o queri a di zer que s e el a fos s e em di reção ao
pôr-do-s ol , mas num ângul o de quarenta e ci nco graus à s ua di rei ta, el a não
poderi a perder os Duns tans ; a entrada, a cas a, o cel ei ro, o mi l haral es tavam
todos al i para gui á-l a após tal vez vi nte e ci nco pas s os no bos que.
E l a mal ti nha parado de rol ar quando es tava puxando um arbus to que
ti nha puxado-a e pegando s eu pé bem quando puxou os úl ti mos caul es
embaraçantes de s eu cabel o. O cál cul o s obre a cas a dos Duns tans aconteceu
i ns tantaneamente em s ua cabeça, mes mo enquanto s e vi rava e vi a a gavel a
es magada que ti nha cortado pel os vegetai s e o s angue na es trada.
De pri mei ra el a ol hou para s uas mãos magras em es tupefatamente;
el as não poderi am ter dei xado uma tri l ha tão s angrenta. E não ti nham. Um
j oel ho ti nha s i do es fol ado, na verdade — através de s ua cal ça j eans — e uma
perna s eri amente dani fi cada, menos s angrenta, mas caus ando-l he ondas de
dor como rai os brancos enquanto el a tentava não movê-l a. Doi s braços com
bas tante pel e removi da.
Sem tempo de des cobri r quanto ou pens ar no que ti nha fei to ao s eu ombro.
Um rang i i i i i i i r de frei os à frente.
Lorde, el e é devagar. Não, eu s ou rápi da, ani mada pel a dor e o terror. Us e
i s s o!
E l a ordenou que s uas pernas corres s em para a fl ores ta. Sua perna
di rei ta obedeceu, mas quando el a rotaci onou a s ua es querda e el a ati ngi u o
chão, fogos de arti fí ci o di s pararam perante s eus ol hos . E l a es tava num es tado
hi per-al erta; el a vi u a vareta mes mo enquanto caí a. E l a rol ou s obre el a uma
ou duas vezes , o que fez com que l abaredas vermel has s ombri as de dor
di s paras s em em s ua cabeça, e então el a foi capaz de pegá-l a. Podi a ter s i do
des enhada es peci al mente para s er uma bengal a, na al tura mai s ou menos
das axi l as e fi rme em uma ponta, mas afi ada na outra. E l a a enfi ou debai xo
de s eu braço es querdo e de al gum j ei to s e l evantou de s eu l ugar na l ama:
empurrando-s e com s ua perna di rei ta e agarrando-s e na bengal a para que
mal ti ves s e que tocar s eu pé es querdo no chão.
E l a fora vi rada novamente na queda e teve que gi rar para s e aj ei tar
novamente — mas el a vi ra, as úl ti mas porções do pôr-do-s ol e a es trada atrás
del a. Di ri j a-s e a quarenta e ci nco graus à di rei ta daquel e bri l ho, el a pens ou.
Graças a Deus , era s eu braço di rei to que es tava dani fi cado; des s e j ei to el a
podi a s e apoi ar com s eu ombro es querdo na bengal a. Ai nda s em hes i tar por
um momento, s em dar a Damon um mi l i s s egundo extra para s egui -l a, el a
preci pi tou-s e na di reção es col hi da para a fl ores ta.
Para o Bos que Anti go.
27
Quando Damon acordou, el e es tava l utando com o vol ante da Ferrari .
E s tava em uma es trada es trei ta, i ndo em di reção a um gl ori os o pôr-do-s ol
— e da porta do pas s agei ro es tava bal ançando.
M ai s uma vez, s omente a combi nação dos refl exos quas e i ns tantâneos e
o des i gn perfei to do automóvel permi ti ram-l he manter-s e fora das l argas val as
enl ameadas em ambos os l ados da es trada de mão úni ca. M as el e manobrou e
acabou por fi car com o pôr do s ol às s uas cos tas , ol hando para as s ombras
l ongas na es trada e pens ando o que di abos havi a aconteci do com el e.
E l e es tava dormi ndo ao vol ante agora? A porta do pas s agei ro — por que
es tava aberta?
E então al go aconteceu. Um l ongo e fi no fi o, l evemente ondul ado quas e
como um úni co fi o de tei a de aranha, i l umi nado enquanto a l uz avermel hada
do s ol i nci di a nel e. E l e es tava pendurado em ci ma da j anel a do pas s agei ro,
que es tava fechada, com o capô abai xado.
E l e não s e preocupou em puxar o carro para um l ado, mas parou no mei o
da es trada e deu a vol ta para ol har de perto es s e cabel o.
E m s eus dedos , s egurando na di reção da l uz, el e fi cou branco. M as
vi rado para a es curi dão da fl ores ta, el e mos trou s ua verdadei ra cor: ouro.
Um l ongo e l i gei ramente ondul ado, cabel o dourado.
E l ena.
Logo que el e i denti fi cou i s s o, el e vol tou para o carro e começou a
retroceder. Al go ti nha arrancado E l ena para fora de s eu carro s em ao menos
dei xar um arranhão na pi ntura. O que poderi a ter fei to i s s o?
Como el e cons egui u fazer E l ena dar uma vol ta por aí ? E por que el e não
podi a s e l embrar? E l es ti nham s i do atacados ... ?
Quando el e vol tou, no entanto, as marcas na es trada, do l ado do
pas s agei ro contaram toda a hi s tóri a macabra. Por al guma razão, E l ena ti nha
es tado tão as s us tada a ponto de s al tar para fora do carro — ou al gum poder
ti nha puxado-a. E Damon, que agora s e s enti a como s e houves s e vapor s ai ndo
de s ua pel e, s abi a que em toda a fl ores ta s ó havi a duas cri aturas que
poderi am ter s i do res pons ávei s .
E l e envi ou uma onda de bus ca, um cí rcul o s i mpl es que era para s er
i ndetectável , e quas e perdeu o control e do carro novo.
M erda! E s s a expl os ão ti nha s aí do como uma es fera em forma de
metral hadora as s as s i na — aves es tavam cai ndo do céu. E l a ras gou através da
Vel ha Fl ores ta, através de Fel l ’s Church, que a cercava, e através das áreas
para al ém del a, antes de fi nal mente morrer centenas de qui l ômetros de
di s tânci a.
Poder? E l e não era um vampi ro, el e era a M orte E ncarnada. Damon teve
um pens amento vago de puxar de vol ta e es perar até que o tumul to dentro de s i
ti ves s e parado. De onde es s e Poder vem?
Stefan teri a parado, teri a hes i tado ao redor, pens ando. Damon apenas
s orri u ferozmente, l i gou o motor, e envi ou mi l hares de s ondas chovendo do
céu, todos s i ntoni zados para pegar uma cri atura em forma de rapos a correndo
ou s e es condendo na Vel ha Fl ores ta.
E l e encontrou uma bati da em um déci mo de s egundo.
Lá. Debai xo de um arbus to de Bl ack Cohos h, s e el e não es tava enganado
— em bai xo de al gum arbus to i nomi nável , de qual quer manei ra. E Shi ni chi
s abi a que el e es tava vi ndo.
Bom. Damon envi ou uma onda de energi a di retamente para a rapos a,
capturando-a em um kekkai , uma es péci e de barrei ra i nvi s í vel que el e
apertou del i beradamente, l entamente, em torno do ani mal l utando. Shi ni chi
l utou de vol ta, com uma força as s as s i na. Damon us ou o kekkai para l evantá-l o
e bater vi ol entamente o corpo da " pequena rapos a" no chão. Depoi s de al guns
des tes baques Shi ni chi deci di u parar de l utar e bri ncar de morto no l ugar
di s s o. As s i m es tava bom para Damon. E s s e era o j ei to que el e j ul gava que
Shi ni chi pareci a mel hor, com exceção da parte da bri ncadei ra.
Por fi m el e teve que es conder a Ferrari entre duas árvores e correu
rapi damente para o mato onde agora Shi ni chi es tava l utando contra a barrei ra
em torno del e para vol tar para a forma humana.
E s perando em pé, ol hos apertados , braços cruzados s obre o pei to, Damon
as s i s ti u a l uta por um tempo. E ntão el e dei xou es paço s ufi ci ente no es cudo
kekkai para permi ti r a mudança.
E no i ns tante em que Shi ni chi tornou-s e humano, as mãos de Damon
es tavam em torno de s ua garganta.
" Onde es tá E l ena, kono bakayarou?" E m uma vi da toda como um
vampi ro que você aprende um monte de pal avrões . Damon preferi u us ar os da
l í ngua nati va da ví ti ma. E l e chamou Shi ni chi de tudo que el e podi a pens ar,
porque Shi ni chi es tava l utando, e chamava tel epati camente por s ua i rmã.
Damon ti nha uma vari edade de coi s as a di zer s obre i s s o em i tal i ano, onde s e
es conder atrás de s ua i rmã gêmea mai s nova era... bem, bom para um monte
de mal di ções cri ati vas .
E l e s enti u outra forma de rapos a correndo para el e — e percebeu que
M i s ao ti nha a i ntenção de matar. E l a es tava em s ua forma real como uma
ki ts une: exatamente como a coi s a cas tanho-avermel hada que el e tentou
atropel ar enquanto es tava di ri gi ndo com Damari s . Uma rapos a, s i m, mas uma
rapos a com doi s , três ... s ei s caudas no total . As extras geral mente eram
i nvi s í vei s , el e concl ui u, enquanto el e pegava-a metodi camente em um
kekkai também. M as el a es tava pronta para mos trá-l os , pronta para us ar todos
os s eus poderes para s al var s eu i rmão.
Damon contentou-s e em s egurá-l a enquanto el a l utava em vão dentro da
barrei ra, e di zi a para Shi ni chi , " Sua i rmãzi nha l uta mel hor do que você,
bakayarou. Agora, dê-me E l ena."
Shi ni chi mudou de forma abruptamente e pul ou para a garganta de
Damon, dentes brancos e afi ados em evi dênci a, em ci ma e em bai xo. E l es
eram ambos chaves , chei os de tes tos terona — e Damon, com s eu novo poder —
para dei xá- l os i r.
Damon real mente s enti u o ras par dos dentes na s ua garganta antes de
col ocar as mãos de novo em torno do pes coço da rapos a. M as des ta vez Shi ni chi
es tava mos trando s eu rabo, uma hél i ce que Damon não s e preocupou em
contar.
Ao i nvés di s s o el e pi s ou com a l i mpa bota na hél i ce e puxou com as duas
mãos . M i s ao, as s i s ti ndo, gri tou com rai va e angús ti a. Shi ni chi machucado e
arqueado, ol hos dourados fi xos nos de Damon. E m um mi nuto s ua es pi nha
poderi a s er quebrada.
" E u vou gos tar di s s o, " Damon di s s e-l he docemente. " Porque eu apos to
que M i s ao s abe tudo o que você s abe. Pena que você não es tará aqui para vê-l a
morrer."
Shi ni chi , pos s es s o pel a fúri a, pareci a di s pos to a morrer e condenar
M i s ao à mi s eri córdi a de Damon apenas para evi tar perder a l uta. M as , então,
os ol hos es cureceram abruptamente, s eu corpo fi cou mol e, e as pal avras
apareci am vagamente na mente de Damon.
...dói ... não cons i go... pens ar...
Damon o cons i derou gravemente. Agora, Stefan, nes te momento, poderi a
achar uma boa i déi a l i berar a pres s ão s obre a ki ts une, as s i m a pobre rapos a
poderi a pens ar, Damon, por outro l ado, aumentou a pres s ão rapi damente, em
s egui da, l i berou de vol ta ao ní vel anteri or.
" E s tá mel hor?" perguntou el e s ol í ci to. " Pode a l i nda rapos i nha pens ar
agora?"
Você... bas tardo...
Zangado como el e es tava, Damon de repente l embrou-s e da razão de tudo
i s s o.
" O que aconteceu com E l ena? Sua tri l ha acabou contra uma árvore. E l a
es tá l á dentro? Você tem s egundos de vi da, agora. Fal e."
" Fal e, " des tacou-s e outra voz, e Damon mal ol hou para M i s ao. E l e a
dei xou rel ati vamente l i vre e el a encontrou poder e es paço para mudar para s ua
forma humana. E l e a agarrou i ns tantaneamente, s em pai xão.
E l a ti nha os s os pequenos e del i cados , parecendo como qual quer
es tudante j apones a, exceto por s eu cabel o s er exatamente como o do s eu i rmão
— preto com as pontas vermel has . A úni ca di ferença era que o vermel ho no
s eu cabel o es tava mai s cl aro e bri l hante — um verdadei ro bri l hante es carl ate.
A franj a que cai u em s eus ol hos ti nha traços de chamas de fogo, e as s i m o era
o cabel o es curo s edos o cai ndo s obre s eus ombros . E ra s urpreendente mas os
úni cos neurôni os que s e i l umi naram na mente de Damon em res pos ta
es tavam l i gados ao fogo, peri go e decepção.
E l a pode ter caí do em uma armadi l ha, Shi ni chi apontou.
Uma armadi l ha? Damon franzi u as s obrancel has . Quê ti po de
armadi l ha?
E u vou te l evar aonde você pos s a vê-l os , Shi ni chi di s s e evas i vamente.
" E de repente a rapos a pode pens ar novamente. M as você s abe de uma
coi s a? E u não acho que você é boni to afi nal , " Damon s us s urrou, em s egui da
derrubou o ki ts une no chão. Shi ni chi -em-forma-de-homem s e l evantou, e
Damon dei xou cai r a barrei ra apenas por tempo s ufi ci ente para dei xar a rapos a
em forma humana tentar ti rar-l he a cabeça com um s oco. E l e s e es qui vou para
l onge com faci l i dade, e devol veu-o com um gol pe que derrubou Shi ni chi de
vol ta para a árvore forte o s ufi ci ente para qui car. E ntão, enquanto o ki ts une
ai nda es tava atordoado e com os ol hos vi drados , el e o pegou, o pendurou s obre
um ombro, e começou a vol tar para o carro.
E quanto a mi m? M i s ao es tava tentando travar s ons furi os os e patéti cos ,
mas el a real mente não era mui to boa ni s s o.
" Você não é boni ta, tão pouco, " di s s e Damon, de forma i mprudente. E l e
poderi a começar a gos tar des s a coi s a de s uper-Poder. " M as s e você quer
perguntar, quando você vai s ai r, s erá quando eu ti ver E l ena de vol ta. Sal va e
s audável , com todos os s eus pedaços anexados ."
E l e a dei xou xi ngando. E l e queri a l evar Shi ni chi para onde quer que
el es ti nham que i r enquanto a rapos a ai nda es tava atordoada e com dores .

***

E l ena es tava contando. Ir em frente um, i r em frente doi s —


des embaraçar mul eta da trepadei ra, três , quatro, i r em frente ci nco — es tava
defi ni ti vamente fi cando mai s es curo agora, i r em frente s ei s , pres a por al go
no cabel o, arrancar, s ete, oi to, i r em frente — droga! Uma árvore caí da. M ui to
al ta para pas s ar por ci ma. E l a tem que dar a vol ta. Tudo bem, à di rei ta, um,
doi s , três — uma l onga árvore — s ete pas s os . Sete pas s os de vol ta — agora,
curva acentuada à di rei ta e conti nue andando. Por mai s que você gos tari a, você
não pode contar qual quer um des s es pas s os . E ntão você es tá em nove.
E ndi rei tar-s e porque a árvore era perpendi cul ar — oh céus , es tá es curo como
breu agora. Chamar onze e-
— el a es tava voando. O que fez a s ua mul eta para es capar, el a não
s abi a, não podi a di zer. E s tava es curo demai s para fi car revi s tando ao redor,
tal vez s e encontrando s obre uma pl anta venenos a. O que el a ti nha que fazer
era pens ar s obre coi s as , pens ar s e de al gum modo es ta dor i nfernal que
permeava toda a perna es querda podi a s e aqui etar. Is s o não ti nha aj udado s eu
braço di rei to tão pouco — es s e i ns ti nti vo moi nho de vento, tentando pegar
al guma coi s a e s al var-s e. Deus , es s a queda ti nha machucado. Todo o l ado do
s eu corpo doí a tanto-
M as el a ti nha que i r até a ci vi l i zação por que achava que s ó a ci vi l i zação
poderi a aj udar M att.
Você tem que começar de novo, E l ena.
E u es tou fazendo i s s o!
Agora — el a não cons egui a ver nada, mas el a ti nha uma boa i déi a de
para onde el a havi a s i do apontada quando ti nha caí do. E s e el a es ti ves s e
errada, el a poderi a pegar a es trada e s eri a capaz de vol tar atrás .
Doze, treze — el a conti nuou contando, conti nuou fal ando com s i mes ma.
Quando el a chegou vi nte s enti u al í vi o e al egri a. A qual quer momento, el a
ati ngi ri a a cal çada.
A qual quer momento, el a i ri a bater nel a.
E s tava es curo como breu, mas el a teve o cui dado de ras par o chão para
que el a s oubes s e o i ns tante em que bates s e.
A qual quer... mi nuto... agora...
Quando E l ena chegou a quarenta el a s abi a que es tava em apuros .
M as onde el a poderi a ter i do tão l onge errada? Toda vez que al gum
pequeno obs tácul o a ti nha fei to vi rar à di rei ta, el a vi rou à es querda com
cui dado em s egui da. E l á es tava toda a l i nha de marcos em s eu cami nho, a
cas a, o cel ei ro, o pequeno mi l haral . Como el a poderi a ter s e perdi do? Como?
Ti nha es tado apenas mei o mi nuto na fl ores ta... apenas al guns pas s os no
Vel ho Bos que.
M es mo as árvores es tavam mudando. Onde el a ti nha es tado, perto da
es trada, a mai ori a das árvores eram noguei ras ou tul i pas . Agora el a es tava em
um bos que de carval hos brancos e carval hos vermel hos ... e coní feras .
Vel hos carval hos ... e no chão, agul has e fol has que abafaram s eus pul os
s em ruí dos .
Sem ruí dos ... mas el a preci s ava de aj uda!
" Sra. Duns tan! Sr. Duns tan! Kri s ti n! Jake!" E l a l ançou os nomes para
um mundo que es tava fazendo o s eu mel hor para abafar a s ua voz. Na verdade,
na es curi dão el a podi a vi s l umbrar uma nuvem aci nzentada que pareci a s er —
s i m — era nebl i na.
" Sra. Duns taa-a-aan! Sr. Duns taa-an! Kri i i i s s s ti i i i nnn! Jaaa-aaake!"
E l a preci s ava de abri go; el a preci s ava de aj uda. Tudo doí a, a mai or parte
de s ua perna es querda e ombro di rei to. E l a podi a até i magi nar que ti po de
vi s ão el a pareci a: coberta de l ama e fol has das quedas em todos os poucos
pas s os , os cabel os em uma j uba s el vagem por s er apanhado pel as árvores ,
s angue por toda parte...
Uma coi s a boa: el a certamente não s e pareci a com E l ena Gi l bert. E l ena
Gi l bert ti nha cabel os l ongos e s edos os que eram s empre perfei tamente
l i mpos ou charmos amente penteados . E l ena Gi l bert di tava a moda em Fel l ' s
Church e nunca s eri a vi s ta ves ti ndo uma cami s ol a ras gada e j eans coberto com
l ama. Quem quer que el es pens em que es s a es tranha des amparada fos s e,
el es não pens ari am que el a era E l ena.
M as a es tranha abandonada es tava s enti ndo um enj ôo repenti no. E l a
cami nhou em mei o à mata toda a s ua vi da e nunca ti ve o cabel o apanhado uma
s ó vez. Ah, cl aro que el a ti nha s i do capaz de vê-l os , mas el a não s e l embrava
de ter que s ai r de s eu cami nho para evi tá-l os .
Agora, era como s e as árvores es ti ves s em del i beradamente des cendo para
capturar e prender s eus cabel os . E l a teve que s egurar o s eu corpo ai nda
des aj ei tado e tentar mover rapi damente a cabeça para l onge no pi or dos cas os
— el a não cons egui a fi car em pé e arrancar os ci pós também.
Por mai s dol oros o que o ras go em s eu cabel o fos s e, nada a as s us tava
mai s do que agarrar as s uas pernas .
E l ena ti nha cres ci do j ogando nes s a fl ores ta, e s empre houve es paço
s ufi ci ente para cami nhar s em machucar a s i mes ma. M as agora... as coi s as
es tavam s e fechando, ci pós fi bros os es tavam agarrando s eu tornozel o bem onde
es tava a mai ori a dos feri mentos . E agora era agoni zante tentar ras gar com os
dedos es s as gros s as e reves ti das de s ei va, raí zes es pi nhentas .
E s tou as s us tada, el a pens ou, col ocando em pal avras enfi m todos os
s enti mentos que el a havi a ti do des de que el a entrou na es curi dão do Vel ho
Bos que. E l a es tava mol hada de orval ho e s uor, o cabel o del a es tava tão mol hado
quanto s e ti ves s e es tado parada na chuva. E ra tão es curo! E agora s ua
i magi nação começou a trabal har, e ao contrári o da i magi nação da mai ori a das
pes s oas el a ti nha s ól i das e genuí nas i nformações para trabal har. A mão de
um vampi ro pareci a emaranhada em s eus cabel os . Depoi s de um tempo
i ntermi nável de agoni a em s eu tornozel o e em s eu ombro, el a torceu a " mão"
para fora de s eu cabel o — para encontrar outro gal hos enros cado.
Tudo bem. E l a podi a i gnorar a dor e s e ori entar aqui , aqui onde havi a
uma árvore notável , um enorme pi nhei ro branco que ti nha um enorme buraco
em s eu centro, grande o s ufi ci ente para Bonni e entrar. E l a teri a que col ocar
es s e pl ano em s uas cos tas e depoi s andar em l i nha reta para oes te — el a não
podi a ver as es trel as por caus a da cobertura de nuvens , mas el a s enti u que o
oes te es tava a s ua es querda. Se el a es ti ver correta, i s s o i ri a trazê-l a de vol ta
para a es trada. Se el a es ti ver errada e i s s o for o norte, i s s o poderi a l evá-l a ao
Duns tans . Se for o s ul , i s s o acabari a por l evá-l a para outra curva na es trada. Se
fos s e l es te... bem, s eri a uma l onga cami nhada, mas acabari a por l evá-l a para
o ri acho.
M as pri mei ro el a reuni ri a todo o s eu Poder, todo o Poder que el a ti nha
i ncons ci entemente us ando para al i vi ar a dor e dar-l he força — el a i ri a reuni -
l o e i l umi nar es te l ugar para que el a pudes s e ver s e a es trada es tava vi s í vel
— ou mel hor, uma cas a — de onde el a es tava. E ra apenas poder humano,
mas novamente, o conheci mento de como us á-l o fez toda a di ferença, pens ou.
E l a reuni u o Poder em uma pequena bol a branca e depoi s s ol tou, vi rando-s e
para ol har ao redor antes de s e di s s i par.
Árvores . Árvores . Árvores .
Carval hos e noguei ras , pi nhei ros brancos e fai a. Nenhum terreno al to
para i r. E m todas as di reções , nada al ém de árvores , como s e el a es ti ves s e
perdi da em al guma s ombri a fl ores ta encantada e poderi a nunca mai s s ai r.
M as el a i ri a s ai r. Qual quer uma des tas di reções i ri a l evá-l a
eventual mente a pes s oas — até mes mo o l es te. M es mo o l es te, el a poderi a
s i mpl es mente s egui r o curs o até que el e a l evas s e às pes s oas .
E l a des ej ou ter uma bús s ol a.
E l a des ej ou que pudes s e ver as es trel as .
E l a tremi a toda, e não era apenas por caus a do fri o. E l a es tava feri da;
el a es tava apavorada. M as el a ti nha que es quecer i s s o. M eredi th não i ri a
chorar. M eredi th não es tari a apavorada. M eredi th i ri a encontrar uma forma
s ens ata de s ai r.
E l a ti nha que pedi r aj uda para M att.
Rangendo os dentes para i gnorar a dor, E l ena começou. Se qual quer uma
das s uas feri das l he ti ves s e aconteci do de forma i s ol ada, el a teri a fei to um
grande al voroço a res pei to, chorando e s e contorcendo s obre o machucado. M as
com tantas dores di ferentes , tudo ti nha derreti do em uma agoni a terrí vel .
Tenha cui dado agora. Veri fi que s e você es tá i ndo em l i nha reta e não s e
i ncl i ne em um ângul o para fora. E s col ha o s eu próxi mo al vo na s ua l i nha reta
de vi s ão.
O probl ema era que agora es tava es curo demai s para ver al guma coi s a.
E l a podi a deci frar apenas a profunda cas ca s ul cada em s ua frente. Um
carval ho vermel ho provavel mente. Tudo bem, vá até el e. Pul o — oh, i s s o dói —
pul o — as l ágri mas l avando s eu ros to — pul o — um pouco mai s l onge —
pul o, você pode fazer i s s o — pul o. E l a col ocou a mão na cas ca ás pera. Tudo
bem. Agora, ol he bem na frente de você. Ah. Al go ci nzento e ás pero e maci ço à
frente — tal vez um carval ho branco. Pul o para i s s o — agoni a — pul o —
al guém me aj ude — pul o — quanto tempo vai demorar? — pul o — não tão
l onge agora — pul o. Aqui . E l a col ocou a mão na ampl a cas ca ás pera.
E então el a fez de novo.
E mai s uma vez.
E mai s uma vez. E mai s uma vez. E mai s uma vez.

***

" O que é i s s o?" Damon exi gi u. E l e ti nha s i do forçado a dei xar Shi ni chi
conduzi -l o uma vez que es tavam fora do carro novo, mas el e ai nda manteve o
kekkai frouxamente em torno del e e el e ai nda obs ervava cada movi mento que a
rapos a fazi a. E l e não confi ava nel e des de — bem, o fato é que, el e não
confi ava nel e em tudo. " O que es tá por trás da barrei ra?" di s s e el e de novo,
mai s rudemente, apertando a corda em vol ta do pes coço da ki ts une.
" Nos s a pequena cabana — mi nha e de M i s ao."
" E pos s i vel mente não s eri a uma armadi l ha, não é?"
" Se você pens a as s i m, óti mo! E u vou s ozi nho..." . Shi ni chi ti nha
fi nal mente s e trans formado em uma forma mei o-rapos a, mei o-humana:
cabel os pretos até a ci ntura, com chamas de cor rubi l ambendo a parti r das
pontas , uma cauda de s eda com a mes ma col oração acenando atrás del e, e
duas s uaves orel has carmes i m que s e contrai am no topo da cabeça.
Damon aprovou es teti camente, mas o mai s i mportante, el e agora ti nha
um ponto mel hor onde s egurar. E l e pegou Shi ni chi pel o rabo e torceu.
" Pare com i s s o!"
" E u vou parar quando eu pegar E l ena — a menos que o s eu cami nho
até el a s ej a i ntenci onal . Se el a es ti ver machucada, eu vou pegar quem quer
que a machucou e cortá-l o em pedaços . Sua vi da es tá perdi da."
" Não i mporta quem el e s ej a?"
" Não i mporta quem."
Shi ni chi tremi a um pouco.
" Você es tá com fri o?"
" ... apenas ... admi rando a s ua determi nação." M ai s tremores não
i ntenci onai s . Quas e s acudi ndo todo o s eu corpo. Ri ndo?
" A cri téri o de E l ena, gos tari a de mantê-l os vi vos . M as , em agoni a."
Damon torceu o rabo mai s forte. " M exa-s e!"
Shi ni chi deu mai s um pas s o e uma cabana de campo entrou à vi s ta, com
um cami nho de cas cal ho que conduzi a entre trepadei ras s el vagens que
s eguravam a varanda e pendi am como pi ngentes .
E ra pri moros o.

***

M es mo com a dor aumentando, E l ena começou a ter es perança. Não


i mporta para que l ado el a es tava i ndo, el a teri a que s ai r da fl ores ta em al gum
momento. E l a ti nha que fazer i s s o. O chão era s ól i do — nenhum s i nal de
pl ano maci o ou i ncl i nado para bai xo. E l a não es tava i ndo para o ri acho. E l a
es tava i ndo para a es trada. E l a podi a di zer.
E l a fi xa s ua vi s ão em uma di s tante árvore de cas ca l i s a. E ntão el a pul ou
até el a, a dor quas e es queci da em s ua nova s ens ação de s egurança.
E l a cai u contra a maci ça árvore de cas ca ci nza. E l a es tava des cans ando
encos tada contra a árvore enquanto al go a i ncomodava. Sua perna bal ançando.
Por que el a não bateu dol oros amente contra o tronco? E l e ti nha bati do
cons tantemente contra todas as outras árvores quando el a s e vi rava para
des cans ar. E l a s e afas tou da árvore, e, como s e el a s oubes s e que era
i mportante, reuni u todo s eu Poder e o dei xou s ai r em uma expl os ão de l uz
branca.
A árvore com o enorme buraco, a árvore de onde el a ti nha começado, es tava
na frente del a. Por um momento E l ena fi cou compl etamente i móvel ,
des perdi çando Poder, mantendo a l uz. Tal vez fos s e al guma di ferente... Não.
E l a es tava no outro l ado da árvore, mas es s a era a mes ma. E s s e era s eu cabel o
pres o à cas ca ci nza des cas cada. O s angue s eco com a marca de s ua mão. Abai xo
era onde a perna s angrenta dei xou uma marca — fres ca.
E la andou em l i nha reta e vol tou di reto para es ta árvore.
" Nãoooooooooooooo!"
E s s e foi o pri mei ro s om vocal i zado que el a ti nha fei to des de que ti nha
caí do para fora da Ferrari . E l a s uportou toda a dor em s i l ênci o, com pequenos
s us s urros ou res pi rações afi adas , mas el a não ti nha amal di çoado e gri tado.
Agora, el a queri a fazer as duas coi s as .
Tal vez não fos s e a mes ma árvore- Nãooooooo, nãooooooo, nãoooooooooooo!
Tal vez o s eu Poder pudes s e vol tar e el a veri a que ti nha apenas
al uci nado- Não, não, não, não, não, não!
Is s o apenas não era pos s í vel -
Nãooooooo!
Sua mul eta des l i zou de debai xo do braço. E l a es tava cravada em s ua axi l a
tão profundamente que a dor al i ri val i zava com as outras dores . Tudo doí a. M as
o pi or era a s ua mente. E l a ti nha uma i magem em s ua mente de uma es fera,
como os gl obos de vi dro de Natal que você bal ança para fazer neve ou gl i tter cai r
pel o l í qui do. M as es s a es fera ti nha árvores em todo o i nteri or. De ci ma para
bai xo, l ado a l ado, todas as árvores , todas apontando para o mei o. E el a,
vagando dentro des s a es fera s ol i tári a... não i mporta onde el a fos s e, el a i ri a
encontrar mai s árvores , porque i s s o era tudo que havi a no mundo que el a
tropeçou.
Foi um pes adel o, mas al go pareci a como s e fos s e real .
As árvores eram i ntel i gentes , também, el a percebeu. As pequenas
vi nhas ras tei ras , a vegetação; agora mes mo es tavam puxando s ua mul eta para
l onge del a. A mul eta es tava s e movendo como s e es ti ves s e s endo pas s ada de
mão em mão por pes s oas mui to pequenas . E l a es tendeu a mão e pegou apenas
o fi nal del a.
E l a não s e l embrava de ter caí do ao chão, mas l á es tava. E havi a um
chei ro, um doce e terros o, aroma res i nos o. E aqui es tavam as trepadei ras ,
tes tando- a, provando-a. Com pequenos toques del i cados , el as s e enrol aram em
s eus cabel os para que el a não pudes s e l evantar a cabeça. E ntão el a podi a
s enti -l os provando o s abor do s eu corpo, s eu ombro, s eu j oel ho s angrento. Nada
di s s o i mportava.
E l a apertou os ol hos fechados , s eu corpo arfante com s ol uços . As
trepadei ras es tavam puxando a perna feri da agora, e i ns ti nti vamente el a
puxou de vol ta. Por um momento a dor a acordou e el a pens ou, eu tenho que
cons egui r por M att, mas no momento s egui nte aquel e pens amento foi
entorpeci do, também. O chei ro doce e res i nos o permaneceu. As trepadei ras
fi zeram s eu cami nho através de s eu pei to agi tado, através de s eus pei tos . E l as
cercaram s eu es tômago.
E então el es começaram a apertar.
Nes s e momento E l ena percebeu o peri go, el as es tavam l i mi tando a s ua
res pi ração. E l a não podi a expandi r s eu pei to. Quando el a s ol tou a res pi ração,
el as apenas apertaram mai s uma vez, trabal hando j untas : todas as pequenas
trepadei ras como uma anaconda gi gante.
E l a não cons egui a ras gá-l as . E l as eram res i s tentes e el ás ti cas e s uas
unhas não podi am cortá-l as . Trabal hando s eus dedos s ob um punhado, el a
puxou tão forte quanto podi a, ras pando com as unhas e torcendo. Fi nal mente
uma fi bra pareceu s e s ol tar com o s om de uma corda de harpa s e quebrando e
uma s el vagem chi cotada no ar.
O res tante das trepadei ras apertaram mai s .
E l a es tava tendo que l utar para cons egui r ar agora, l utando para não
contrai r o pei to. Trepadei ras es tavam del i cadamente tocando s eus l ábi os ,
bal ançando s obre o s eu ros to como mui tas cobras fi nas , de repente batendo e
es ti cando em torno de s eu ros to e cabeça.
E u vou morrer.
E l a s enti u um profundo pes ar. E l a ti nha recebi do a chance de uma
s egunda vi da — uma tercei ra, s e você contar a s ua vi da como uma vampi ra —
e el a não ti nha fei to nada com el a. Nada al ém de pers egui r s eu própri o prazer.
E agora Fel l ' s Church es tava em peri go e M att es tava em peri go i medi ato, e
não s ó el a não i ri a aj udá-l o como el a i ri a des i s ti r e morrer aqui .
Qual s eri a a coi s a certa a fazer? A coi s a es pi ri tual ? Cooperar com o mal
agora, e es perar que el a tenha a chance de des truí -l o mai s tarde? Tal vez.
Tal vez tudo o que el a preci s as s e fazer fos s e pedi r aj uda.
A s ens ação de fal ta de ar es tava dei xando-a tonta. E l a nunca teri a
es perado i s s o de Damon, que el e pudes s e col ocá-l a no mei o de tudo i s s o, que
el e permi ti s s e que el a fos s e morta. Poucos di as atrás el a es tava defendendo-o
para Stefan.
Damon e o M al ach. Tal vez el a fos s e a s ua oferta para el es . E l es
certamente exi gi am mui to.
Ou tal vez fos s e apenas o que el e queri a, que el a i mpl oras s e por aj uda.
E l e poderi a es tar es perando na es curi dão bem próxi mo, a s ua mente centrada
na del a, es perando por um s us s urrado por favor.
E l a tentou acender o res tante de s eu Poder. E s tava quas e es gotado, mas
como um fós foro, com repeti das tentati vas el a cons egui u uma pequena chama
branca.
Agora, el a vi s ual i zou a chama entrando em s ua tes ta. E m s ua cabeça.
Dentro. Lá.
Agora.
Através da agoni a ardente de não s er capaz de puxar o ar, el a pens ou:
Bonni e. Bonni e. Ouça-me.
Sem res pos ta — mas el a podi a não ouvi r de pri mei ra.
Bonni e, M att es tá em uma cl arei ra em uma es trada s ecundári a no
Vel ho Bos que. E l e pode preci s ar de s angue ou al gum outro ti po de aj uda.
Procure-o. No meu carro.Não s e preocupe comi go. É tarde demai s para mi m.
E ncontre M att.
E i s s o é tudo que pos s o di zer, pens ou E l ena cans ada. E l a ti nha uma
vaga e tri s te i ntui ção de que el a não ti nha al cançado Bonni e para ouvi -l a. Seus
pul mões es tavam expl odi ndo. E s ta era uma terrí vel forma de morrer. E l a
s eri a capaz de exal ar mai s uma vez, e então não haveri a mai s ar...
M al di to s ej a, Damon, el a pens ou, e então concentrou todos os s eus
pens amentos , todo o al cance da s ua mente em l embranças de Stefan. Na
s ens ação de es tar na pos s e de Stefan, no s orri s o de s úbi to de Stefan, no toque
de Stefan.
Ol hos verdes , fol has verdes , a cor como a de uma fol ha s egura ao s ol ...
A decênci a que de al guma forma el e cons egui u manter, i macul ada...
Stefan... eu te amo... E u s empre vou te amar... E u amei você... E u amo…
28
M att não ti nha a mí ni ma i déi a de que horas eram, s ó que es tava
profundamente es curo s ob as árvores . E l e es tava dei tado ao l ado do carro novo de
E l ena, como s e ti ves s e s i do j ogado al i e es queci do. Seu corpo i ntei ro es tava
dol ori do.
Des ta vez, el e acordou e pens ou i medi atamente, E l ena. M as el e não
podi a ver o branco da s ua cami s ol a em parte al guma, e quando el e chamou
pri mei ro bai xi nho, depoi s gri tou, e não obteve res pos ta.
E ntão el e pas s ou a tatear ao redor da cl arei ra com as mãos e j oel hos .
Damon pareci a ter i do embora, o que l he deu uma centel ha de es perança e
coragem que i l umi nou s ua mente como um farol . E l e encontrou a cami s a
xadrez des cartada — cons i deravel mente amas s ada. M as quando percebeu que
não encontrari a outro corpo s uave e quente na cl arei ra, s eu coração des pencou
para al gum l ugar perto de s uas botas .
E então el e s e l embrou do Jaguar. E l e procurou freneti camente nos
bol s os pel as chaves , e não encontrou, até que fi nal mente des cobri u que
i nexpl i cavel mente, el as es tavam na i gni ção.
Pas s ou por um momento angus ti ante enquanto tentava dar i gni ção no
carro, e depoi s fi cou es pantado com a cl ari dade ao ver o bri l ho dos farói s . E l e
fi cou brevemente amedrontado s obre como dar a vol ta com o carro tendo certeza
de que não es tari a atropel ando o corpo des mai ado de E l ena, então el e procurou
dentro do porta l uvas es cavando entre os manuai s e pares de ócul os de s ol . Ah,
e um anel de l ápi s -l azúl i . Al guém es tava mantendo um de res erva aqui , por
precaução. E l e o col ocou, e s ervi u bem o s ufi ci ente.
Por úl ti mo, s eus dedos s e fecharam em uma l anterna, e el e pode
procurar pel a cl arei ra tão i ntens amente quanto el e queri a.
Nada de E l ena.
Nem Ferrari s e quer.
Damon a ti nha l evado pra al gum l ugar.
Tudo bem então, el e i ri a encontrá-l os . Para fazer i s s o el e deveri a ter que
dei xar o carro de E l ena para trás , el e j á ti nha vi s to o que aquel es mons tros
poderi am fazer com automóvei s , então i s s o não aj udari a mui to.
E l e teri a que ter cui dado com a l anterna também. E l e não s abi a quanto
de carga as bateri as ti nham.
Des es peradamente, el e tentou l i gar para o cel ul ar de Bonni e e, em
s egui da para s eu tel efone de cas a, e então para pens ão. Sem s i nal , ai nda que
de acordo com o vi s or do própri o tel efone deveri a ter. Não havi a neces s i dade de
ques ti onar porque i s s o aconteci a — era a Fl ores ta anti ga bri ncando com coi s as
como de cos tume. E l e nem s equer s e perguntou por que el e tentara o número
de Bonni e em pri mei ro l ugar, quando o de M eredi th provavel mente s eri a o
mai s s ens ato.
E l e achou faci l mente as tri l has da Ferrari . Damon ti nha voado pra fora
daqui como um morcego... M att s orri u s ombri amente quando termi nou a fras e
em s ua mente.
E então el e ti nha di ri gi do no pel o cami nho que l evava pra fora da
Fl ores ta anti ga. E ra fáci l de perceber, es tava cl aro que Damon es tava di ri gi ndo
rápi do demai s para ter o control e adequado ou E l ena es tava l utando, porque em
vári os l ugares , pri nci pal mente ao redor, as marcas de pneus apareci am
cl aramente contra o chão maci o ao l ado da es trada.
M att teve um cui dado es peci al em não pi s ar em nada que pudes s e s er
uma pi s ta. E l e poderi a ter que vol tar atrás em al gum ponto. E l e foi cui dados o
também, ao i gnorar os ruí dos da cal ada da noi te em torno del e. E l e s abi a que o
M al ach es tava l á, mas el e s e recus ou a dei xar-s e pens ar s obre el e.
E el e nunca s e perguntou por que el e es tava fazendo i s s o,
del i beradamente s e pondo em peri go, em vez de fugi r del e, em vez de tentar
di ri gi r o Jaguar para fora da Fl ores ta anti ga. Afi nal , Stefan não o ti nha dei xado
de guarda-cos tas .
M as então, você não pode confi ar em nada do que Damon di z, el e pens ou.
E , al ém di s s o, bem, el e s empre manteve um ol ho atento em E l ena,
antes mes mo de s eu pri mei ro encontro. E l e podi a s er des aj ei tado, l ento e fraco
em comparação com os s eus i ni mi gos agora, mas el e s empre tentari a.
E s tava es curo como breu agora. Os úl ti mos res quí ci os do crepús cul o
ti nham dei xado o céu, e s e M att ol has s e para ci ma el e poderi a ver as nuvens
e as es trel as , com árvores i ncl i nando-s e s i ni s tramente de ambos os l ados .
E l e es tava chegando ao fi m da es trada. A cas a dos Duns tans devi a es tar
aparecendo l ogo à di rei ta. E l e i a perguntar-l hes s e ti nham vi s to... -
Sangue.
No i ni ci o s ua mente voou para al ternati vas ri dí cul as , como uma ti nta
vermel ha es cura. M as s ua l anterna ti nha i l umi nado manchas marrons
avermel hadas na bei ra da es trada exatamente quando a es trada fazi a uma
curva acentuada. Aqui l o al i na es trada era s angue. E não apenas um
pouqui nho de s angue.
Tendo o cui dado de andar l onge das manchas cas tanho avermel hadas ,
i l umi nando com s ua l anterna di vers as vezes a parte mai s di s tante da es trada,
M att começou pens ar s obre o que deveri a ter aconteci do.
E l ena ti nha s al tado.
Is s o ou Damon a ti nha empurrado para fora de um carro em al ta
vel oci dade — e depoi s de todos os probl emas que el e ti nha arrumado para
pega-l a, i s s o não fazi a mui to s enti do. Cl aro, el e j á poderi a ter bebi do o s angue
del a até es tar s ati s fei to — os dedos de M att foram até s eu pes coço dol ori do
i ns ti nti vamente — mas então, por que l evá-l a no carro afi nal de contas ?
Para matá-l a, empurrando-a para fora?
Um j ei to es túpi do de fazê-l o, mas tal vez Damon es ti ves s e contando com
s eus ani mai zi nhos de es ti mação para cui dar do corpo.
Pos s í vel , mas não mui to provável .
O que era provável ?
Bem, a cas a dos Duns tans es tava chegando des te l ado da es trada, mas
você não poderi a vê-l a daqui . E s eri a a cara de E l ena s al tar de um carro em
al ta vel oci dade as s i m que el e fi zes s e a curva. E l a teri a cérebro, coragem, e
uma s uper confi ança na s orte que ti nha para que i s s o não a matas s e.
A Lanterna de M att l entamente traçou a devas tação de uma l onga fai xa
de arbus tos de rododendros l ogo depoi s da es trada.
M eu Deus , foi i s s o o que el a fez. Si m! E l a s al tou e tentou rol ar. UAU!
E l a teve s orte de não quebrar o pes coço. M as el a conti nuou rol ando, agarrando-
s e em raí zes e ci pós para tentar parar. É por i s s o que el es es tão todos
quebrados .
Uma bol ha de eufori a es tava cres cendo em M att. E l e es tava
cons egui ndo. E l e es tava s egui ndo E l ena. E l e podi a acompanhar s ua queda
como s e el e ti ves s e es tado l á.
E então el a ati ngi u a rai z da arvore mudando de curs o, pens ou el e
enquanto conti nuava a s egui r s eu ras tro. Is s o deve ter machucado. E el a
ati ngi u o chão e rol ou num pouco no concreto — i s s o deve ter s i do agoni zante,
el a havi a dei xado uma grande quanti dade de s angue aqui , e depoi s vol tou
para os arbus tos .
E depoi s ? Os Rododentros não mos traram mai s s i nai s de s ua queda. O
que aconteceu aqui ? Damon ti nha vol tado com a Ferrari rápi do o bas tante e a
pegado de vol ta?
Não, M att deci di u, exami nando cui dados amente a terra. Havi a apenas
um par de pegadas aqui , e eram de E l ena. E l ena ti nha l evantado aqui —
apenas para cai r novamente, provavel mente devi do aos machucados . E então
el a cons egui u s e l evantar de novo, mas as marcas eram es tranhas , uma
pegada normal de um l ado e uma marca pequena, mas profunda de outro.
Uma mul eta. E l a arrumou uma mul eta. Si m, e es s a marca arras tada
era a marca de s eu pé machucado. E l a andou até es ta árvore e então deu vol ta
em torno del a — ou pretendi a dar, é i s s o que pareci a. E então el a foi para a
cas a dos Duns tans .
M eni na i ntel i gente. E l a provavel mente es tava i rreconhecí vel agora, e
de qual quer manei ra, quem s e i mportava s e el es notari am a s emel hança
entre el a e a anti ga grande E l ena Gi l bert? E l a poderi a s er uma pri ma de
E l ena da Fi l adél fi a.
E ntão, el a deu um, doi s , três ... oi to pas s os , e l á es tava a cas a dos
Duns tans . M att podi a ver l uzes . M att podi a s enti r o chei ro dos caval os .
Ani madamente, el e correu o res to do cami nho — s ofrendo al gumas quedas
que não fi zeram nada bem ao s eu corpo dol ori do, mas ai nda as s i m i ndo di reto
em di reção a l uz da varanda dos fundos . Os Duns tans não eram pes s oas de
varanda de frente.
Quando chegou à porta, el e bateu quas e freneti camente. E l e a ti nha
encontrado. E l e ti nha encontrado E l ena!
Pareceu s e pas s ar um l ongo tempo antes de s e abri r uma fenda na porta.
M att automati camente enfi ou o pé na fenda, enquanto pens ava, s i m, bom,
vocês s ão pes s oas cautel os as . Não s ão do ti po que dei xam um vampi ro entrar
depoi s de ter vi s to uma meni na coberta de s angue.
" Si m? O que você quer? "
" Sou eu, M att Honeycutt" , di s s e el e para o ol ho que el e podi a ver
ol hando para fora da fenda da porta entreaberta. " E u vi m bus car E l en — a
garota."
" De que garota você es tá fal ando?" A voz di s s e ri s pi damente.
" Ol ha, você não preci s a s e preocupar. Sou eu — Jake me conhece da
es col a. E Kri s ti n me conhece também. E u vi m para aj udar."
Al go na s i nceri dade da s ua voz pareceu tocar a pes s oa atrás da porta. A
porta foi aberta revel ando um grande homem de cabel os es curos que us ava
uma bl us a de bai xo e preci s ava fazer a barba. Atrás del e, na s al a es tava uma
mul her al ta, magra, quas e es quel éti ca. E l a pareci a es tar chorando. Atrás de
ambos es tava Jake, que es tava um ano adi antado do que M att na Robert E . Lee
Hi gh.
" Jake" , di s s e M att. M as el e não obteve res pos ta, exceto um ol har
aborreci do de angús ti a.
" O que há de errado?" M att exi gi u, apavorado. " Uma meni na vei o aqui
um tempo atrás , el a es tava feri da-mas -mas -você dei xou-a entrar, certo?"
" Nenhuma meni na pas s ou por aqui " , di s s e Duns tan categori camente.
" E l a tem que ter pas s ado. E u s egui s eu ras tro, el a dei xou um ras tro em
s angue, você entende, quas e até s ua porta." M att não es tava permi ti ndo-s e
pens ar. De al guma forma, era como s e el e di s s es s e os fatos al to o s ufi ci ente,
el es produzi ri am E l ena.
" M ai s probl emas " , di s s e Jake, com uma voz monótona que combi nava
com s ua expres s ão.
Sra. Duns tan pareceu mai s s i mpáti ca. " Nós ouvi mos uma voz vi nda da
noi te, mas quando ol hei , não havi a ni nguém l á. E nós temos os nos s os
própri os probl emas ."
Foi então, bem na dei xa que Kri s ti n i nvadi u a s al a, M att ol hou para el a
com uma s ens ação de déj à vu. E l a es tava ves ti ndo al go pareci do com Tami
Bryce.
E l a havi a cortado as pernas de s eus s horts j eans até que eram
prati camente i nexi s tentes . E m ci ma el a es tava us ando um bi quí ni , mas com
— M att des vi ou o ol har as pres s as — doi s grandes buracos redondos cortados
com apenas duas peças redondas de papel ão col adas . E el a ti nha s e decorado
com col a gl i tter.
Deus ! E l a tem apenas o que, doze anos ? Treze? Como el a poderi a es tar
agi ndo des s a forma?
M as no momento s egui nte, s eu corpo i ntei ro es tava vi brando em choque.
Kri s ti n ti nha agarrado-s e a el e e es tava arrul hando, " M att Honey-butt! Você
vei o me ver! "
M att res pi rou com cui dado para s e recuperar do choque ao s om do Honey-
butt. E l a não poderi a s aber di s s o. E l a nem s equer freqüentava a mes ma
es col a que Tami . Por que Tami teri a l i gado pra el a pra l he contar al go as s i m?
E l e bal ançou a cabeça, como s e para cl areá-l a. E ntão el e ol hou para a
Sra. Duns tan, que pareci a mai s amável . " Pos s o us ar s eu tel efone?" ,
perguntou el e. " E u preci s o — E u real mente preci s o fazer al guns
tel efonemas ."
" O tel efone es tá mudo des de ontem" , di s s e o Sr. Duns tan as peramente.
E l e não tentou ti rar Kri s ti n de ci ma de M att, o que era es tranho porque el e
es tava cl aramente i rri tado. " Provavel mente uma árvore caí da. E você s abe que
os cel ul ares não funci onam aqui ."
" M as — " a mente de M att gi rava em s uper vel oci dade. " Você
real mente quer di zer que nenhuma adol es cente vei o à s ua cas a pedi ndo
aj uda? Uma meni na de cabel os l oi ros e ol hos azui s ? E u j uro, eu não s ou o
quem quer machucá-l a. E u j uro que eu quero aj udá-l a. "
" M att Honey-butt? E u es tou fazendo uma tatuagem, s ó para você. " Ai nda
pres s i onada ás cos tas de M att, Kri s ti n es tendeu s eu braço es querdo. M att
ol hou para el e, horrori zado. E l a obvi amente ti nha us ado agul has ou um
al fi nete para pi car furos em s eu antebraço es querdo, e depoi s abri u um
cartucho de ti nta de caneta para pi ntar de azul es curo. E ra uma tatuagem
bás i ca de pri s ão ti po, fei ta por uma cri ança. Os rabi s cos M AT es tavam
vi s í vei s , j unto com uma mancha de ti nta que era provavel mente, ou i a s er o
outro T.
Não me admi ra porque el es não es tavam fel i zes em me dei xar entrar,
M att pens ou aturdi do. Agora Kri s ti n es tava com os doi s braços em vol ta da s ua
ci ntura, o que tornou di fí ci l res pi rar. E l a es tava na ponta dos pés , fal ando com
el e, s us s urrando rapi damente al gumas das coi s as obs cenas que Tami ti nha
di to.
E l e ol hou para a Sra. Duns tan. " De verdade, eu não vej o Kri s ti n des de
— deve fazer quas e um ano. Ti vemos fes ti val de encerramento de ano, e
Kri s ti n aj udou com os pas s ei os de pônei , mas ... "
Sra. Duns tan es tava acenando devagar. " Não é s ua cul pa. E l a es tá agi ndo
da mes ma forma com Jake, s eu própri o i rmão. E com, com o pai . M as eu es tou
l he di zendo a verdade, nós não vi mos qual quer outra meni na. Ni nguém al ém
de você chegou à porta hoj e. "
" Certo." Os ol hos de M att es tavam enchendo de água. Seu cérebro,
s i ntoni zado em pri mei ro l ugar em s ua própri a s obrevi vênci a, es tava di zendo a
el e para poupar s eu fôl ego, para não di s cuti r. Di zendo-l he para di zer,
" Kri s ti n — E u real mente não cons i go res pi rar —"
" M as eu amo você, M att Honey-butt. E u não quero que você me dei xe
j amai s . E s peci al mente por aquel a vagabunda vel ha. Aquel a vagabunda vel ha
com vermes nos buracos dos ol hos ... "
Novamente, M att s enti u a s ens ação de que o mundo es tava tremendo.
M as el e não podi a s us pi rar. E l e não ti nha o ar. Com os ol hos arregal ados ,
vol tou-s e i mpotente para o Sr. Duns tan, que es tava mai s próxi mo.
" Não pos s o res pi rar —"
Como poderi a al guém de treze anos de i dade s er tão forte? Foi neces s ári a
a aj uda do Sr. Duns tan e Jake para arrancá-l a del e. Não, nem mes mo os doi s
não es tavam cons egui ndo. E l e es tava começando a ver pontos ci nza pul s ando
di ante de s eus ol hos . E l e preci s ava de ar.
Houve um es tal o, que termi nou com um s om de carne. E depoi s outro. De
repente, el e pode res pi rar novamente.
" Não, Jacob! Já chega!" M rs . Duns tan chorou. " E l a j á o l argou — não
bata mai s !"
Quando a vi s ão de M att vol tou, o Sr. Duns tan es tava ti rando s eu ci nto.
Kri s ti n es tava gemendo, " Apenas es pereeee — ódi ooo! Apenas es pere —
Ódddi ooo! Você vai s e arrep-peender!" E ntão el a s ai u correndo da s al a.
" E u não s ei s e i s s o aj uda ou pi ora, " di s s e M att as s i m que recuperou
s eu fôl ego " mas Kri s ti n não é a úni ca meni na agi ndo des ta forma. Há pel o
menos outra na ci dade—"
" Tudo o que me i nteres s a é a mi nha Kri s ti n, " M rs . Duns tan di s s e.
" E aquel a... Coi s a não é el a."
M att concordou. M as havi a al go que preci s ava fazer agora. E l e ti nha que
encontrar E l ena.
" Se uma meni na l oi ra chegar até s ua porta e pedi r aj uda, você, por favor,
dei xe-a entrar?" E l e perguntou a Sra. Duns tan. " Por favor? M as não dei xe
nenhum cara entrar, nem mes mo eu s e você não qui s er." E l e di s s e.
Por um momento s eus ol hos e os ol hos da Sra. Duns tan encontraram-s e,
e el e s enti u uma conexão. E ntão, el a concordou e s e apres s ou ti rá-l o da cas a.
Tudo bem, M att pens ou. E l ena andou por aqui , mas não o bas tante para
chegar até aqui . E ntão procure pi s tas .
E l e procurou. E o que cons egui u deci frar foi que, a poucos metros da
propri edade dos Duns tans , el a i nexpl i cavel mente vi rou brus camente à
di rei ta, entrando profundamente na fl ores ta.
Por quê? Al go a ti nha as s us tado? Ou el a — M att s enti u-s e enj oado — de
al guma forma ti nha s i do enganada para conti nuar mancando mai s e mai s ,
até que fi nal mente ti ves s e dei xado toda a aj uda humana para trás ?
Tudo o que el e podi a fazer era s egui -l a pel a fl ores ta.
29
" E l ena!"
Al guma coi s a es tava i ncomodando-a.
" E l ena!"
Por favor, s em mai s dor. E l a não podi a s enti r i s s o agora, mas podi a s e
l embrar, oh, chega de l utar por ar.
" Elena! "
Não. apenas dei xe-o. M ental mente, E l ena empurrou a coi s a que
i ncomodava s eus ouvi dos e s ua cabeça.
" E l ena, por favor."
Tudo que el a queri a era dormi r. Para s empre.
" Maldi to sej a, Shi ni chi !"
Damon ti nha pego o gl obo de neve com a fl ores ta em mi ni atura onde
Shi ni chi encontrou o bri l ho di s torci do de E l ena i rradi ando. Dentro, dezenas de
pi nhei ros , noguei ras , pi nhos e outras arvores — todas de uma perfei ta e
trans parente membrana i nterna. Uma pes s oa em mi ni atura — cons i derando
que al guém podi a s er mi ni atural i zado e col ocado dentro de um gl obo, onde s e
vê arvores em frente, arvores atrás , arvores em todas as di reções — e s e
poderi a andar em uma l i nha reta e vol tar para o i ní ci o não i mporta o cami nho
que tomas s e.
" Is s o é di verti do, " Shi ni chi di s s e mal -humorado, ol hando-o
i ntens amente por bai xo dos cí l i os . " Um bri nquedo, para cri anças ,
normal mente. Um j ogo de armadi l ha."
" E você acha i s s o engraçado?" Damon ti nha bati do o gl obo contra a mes a
de café da es qui s i ta cabana s ecreta onde Shi ni chi s e es condi a. Foi aí que el e
des cobri u por que es s e era um bri nquedo de cri anças — o gl obo era
i nquebrável .
Depoi s di s s o Damon tomou um momento — apenas um momento — para
s e s egurar. E l ena ti nha tal vez s egundos de vi da. E l e preci s ava s er preci s o em
s uas pal avras .
Depoi s de um s i mpl es momento, uma l onga corrente de pal avras havi a
s i do derramada de s eus l ábi os , a mai ori a em i ngl ês , e a mai ori a s em
mal di ções e i ns ul tos des neces s ári os . E l e não s e preocupou em i ns ul tar
Shi ni chi . E l e ti nha apenas ameaçado — não, el e j urou — fazer com Shi ni chi
o ti po de vi ol ênci a que el e ti nha vi s to al gumas vezes em s ua l onga vi da em
humanos e vampi ros com i magi nações di s torci das . As s i m, el e ti nha fei to
Shi ni chi entender que el e fal ava s éri o, e Damon s e encontrou dentro do gl obo
j unto a uma encharcada E l ena em s ua frente. E l a es tava dei tada aos s eus
pés , e es tava pi or do que em nos pi ores pes adel os que el e podi a ter i magi nado.
E l a ti nha des l ocado s eu braço di rei to, com múl ti pl as fraturas e s ua tí bi a
es querda es tava horri vel mente des pedaçada.
Horrori zado como fi cou a i magi ná-l a batendo contra a fl ores ta do gl obo,
s angue correndo por s eu braço di rei to do ombro ao cotovel o, perna es querda
arras tando atrás de s i como um ani mal feri do, i s s o era pi or. Seu cabel o es tava
ens opado de s uor e l ama, es pal hada por todo o s eu ros to. E el a es tava fora de
s i , l i teral mente, del i rando, fal ando com pes s oas que não es tavam al i .
E el a es tava fi cando azul .
E l a ti nha s i do capaz de ti rar exatamente uma trepadei ra com toda a s ua
força. Damon agarrou mãos -chei as del as , ras gando-as da terra vi ol entamente
enquanto el as tentavam l utar ou s e enrol ar em vol ta dos s eus pul s os . E l ena
s us pi rou em uma res pi ração profunda exatamente quando a as fi xi a teri a
matado-a, mas el a não recuperou a cons ci ênci a.
E el a não era a E l ena de que el e s e l embrava. Quando el e a l evantou,
não s enti u nenhuma res i s tênci a, nenhuma acei tação, nada. E l a não o
reconheci a. E s tava del i rante e com febre, exaus ta, e com dor, mas em um
momento de mei a cons ci ênci a ti nha bei j ado a mão del e, através do s eu úmi do
e des grenhado cabel o, s us s urrando " M att... E ncontre... M att." E l a não s abi a
quem el e era — el a mal s abi a quem el a era, mas s ua preocupação era com
s eu ami go. O bei j o ti nha atraves s ado s ua mão até o s eu braço como o toque de
ferro em bras a, e des de então el e es tava moni torando a s ua mente, tentando
l evar a agoni a que el a es tava s enti ndo para l onge — l onge em qual quer l ugar
— para a noi te — para s i mes mo.
Vol tou-s e para Shi ni chi e, em uma voz como um vento gel ado, di s s e, " É
mel hor você ter uma manei ra de curar todas as feri das del a agora."
A cabi ne era encantadora, rodeada pel as mes mas pl antas , noguei ras , e
pi nhos que cres ci am no gl obo de neve. O fogo quei mava vi ol eta e verde
enquanto Shi ni chi ati çava.
" E s ta água es tá quas e em ponto de fervura. Faça-a tomar um chá fei to
com i s s o." E l e deu a Damon um reci pi ente es cureci do — que al guma vez foi
uma bel a pratari a; agora um remanes cente do que ti nha s i do — e um bul e de
chá com al gumas fol has quebradas e outras coi s as repugnantes de s e ol har no
fundo. " Certi fi que-s e que el a beba pel o menos três quartos de um copo, e el a
vai dormi r e acordar quas e tão boa quanto nova."
E l e deu uma cotovel ada nas cos tel as de Damon. " Ou você pode
s i mpl es mente dar a el a al guns gol es — curá-l a pel a metade, e então dei xá-
l a s aber que é s ua deci s ão dar-l he mai s ... ou não. Você s abe... dependendo de
quanto cooperati va el a for... "
Damon permaneceu em s i l ênci o e s e afas tou. Se eu ol har para el e,
pens ou, eu vou matá-l o. E eu pos s o preci s ar del e novamente.
" E s e você real mente qui s er acel erar a cura, adi ci one um pouco de s eu
s angue. Al gumas pes s oas gos tam de fazer i s s o des s a manei ra, " Shi ni chi
acres centou, s ua voz s e acel erando com a emoção novamente. " Vej a quanta dor
um humano pode agüentar, você s abe, e então quando es tão morrendo, você
pode apenas dar-l hes chá e s angue e começar de novo... e s e el es s e
l embrarem de você — o que el es quas e nunca fazem — el es normal mente
pas s am por mai s dor s ó para ter uma chance de l utar com você..., " el e ri u, e
Damon pens ou que el e não pareci a mui to s ens ato.
M as quando el e s e vi rou de repente para Shi ni chi , el e teve que s e
s egurar fortemente. Shi ni chi havi a s e tornado um contorno ardente, bri l hante,
com chamas de l uz s e l ançando de s ua proj eção, como chamas s ol ares . Damon
es tava quas e cego, e s abi a que es s e era o obj eti vo. E l e agarrou o fras co de prata
como s e el e es ti ves s e s egurando a s ua própri a s ani dade.
Tal vez el e es ti ves s e. E l e ti nha um es paço em branco na s ua mente — e
l á havi a de repente memóri as de tentar encontrar E l ena... ou Shi ni chi . Porque
E l ena ti nha s i do ti rada abruptamente da s ua pres ença, e i s s o s ó podi a s er
cul pa do ki ts une.
" E xi s te um banhei ro moderno aqui ?" Damon perguntou a Shi ni chi .
" E xi s te o que qui s er; apenas deci da antes de abri r uma porta e
des trancá- l a com es ta chave. E agora..." Shi ni chi es ti cou-s e, s eus ol hos
dourados s emi - fechados . E l e pas s ou a mão l ângui da pel os cabel os pretos e
bri l hantes com pontas fl amej antes . " Agora, eu acho que vou dormi r debai xo
de um arbus to."
" Is s o é tudo que você s empre faz?" Damon não fez nenhuma tentati va de
manter o s arcas mo fora de s ua voz.
" E me di verti r com M i s ao. E l utar. E i r para os tornei os . E l es — bem,
você tem que i r e ver um por s i mes mo."
" E u não tenho i nteres s e de i r a l ugar nenhum." Damon não queri a
s aber o que es ta rapos a e s ua i rmã cons i deram di verti do.
Shi ni chi es ti cou-s e e tomou pequeno cal dei rão chei o de água fervendo
para fora do fogo. E l e derramou a água fervente s obre a col eção de cas cas de
árvore, fol has , e outros detri tos no amas s ado bul e de metal .
" Por que você não vai encontrar um arbus to agora?" Damon di s s e — e
i s s o não era uma s uges tão. E l e ti nha ti do o s ufi ci ente da rapos a, que ti nha
s ervi do ao s eu propós i to agora, de qual quer manei ra, e el e não s e i mportava
nem um pouco no mal que Shi ni chi poderi a fazer para outras pes s oas . Tudo o
que el e queri a era es tar s ozi nho — com E l ena.
" Lembre-s e; faça-a beber tudo s e você qui s er mantê-l a vi va por um
tempo. Será mui to di fí ci l s al vá-l a s em i s s o." Shi ni chi derramou através de
uma penei ra fi na a i nfus ão de chá verde es curo. " É mel hor tentar antes que
el a acorde."
" Você pode s ai r l ogo daqui ?"
Quando Shi ni chi atraves s ou a fres ta di mens i onal , tendo o cui dado de s e
vi rar para o cami nho correto, a fi m de al cançar o mundo real , e não al gum
outro mundo, el e es tava fervendo. E l e queri a vol tar e dei xar Damon s em uma
pol egada de vi da. E l e queri a ati var o M al ach dentro de Damon e l evá-l o a...
bem, é cl aro, não era o bas tante matar a doce E l ena. E l a era uma fl or com
néctar não degus tado, e Shi ni chi não ti nha pres s a em vê-l a enterrada no
s ubs ol o.
M as , o res to da i déi a... s i m, el e deci di u. Agora el e s abi a o que i a fazer.
Seri a s i mpl es mente del i ci os o ver Damon e E l ena fazerem as pazes , e depoi s ,
durante a noi te do M oons pi re Fes ti val ( Fes ti val da Lua Al ta), trazer de vol ta o
mons tro. E l e poderi a dei xar Damon conti nuar acredi tando que el es eram
" al i ados , " e em s egui da, no mei o da s ua pequena farra — dei xar o Damon
pos s uí do s ol to. M os trar que el e, Shi ni chi , ti nha es tado no control e o tempo todo.
E l e puni ri a E l ena de manei ras que el a nunca ti nha s onhado e el a i ri a
morrer em uma agoni a del i ci os a... nas mãos de Damon. As caudas de Shi ni chi
es tremeceram um pouco, extas i ado com a i déi a. M as , por agora, dei xe-os ri r e
bri ncar j untos . Vi ngança s ó amadurece com o tempo, e Damon era real mente
mui to di fí ci l de control ar quando es tava furi os o.
E ra di fí ci l admi ti r i s s o, as s i m como s ua cal da — a verdadei ra no centro
— machucada pel a cruel dade abomi nável de Damon contra os ani mai s .
Quando Damon es tava apai xonado cus tava cada pedaço da concentração de
Shi ni chi control á-l o.
M as no M oons pi re Damon es tari a cal mo, es tari a tranqui l o. E l e es tari a
s ati s fei to cons i go mes mo, como s e el e e E l ena ti ves s em s i do s em dúvi da,
l ançados em al gum pl ano abs urdo para tentar parar Shi ni chi .
Aí s eri a quando a di vers ão i ri a começar.
E l ena s eri a uma bel a es crava, enquanto duras s e.
Quando o ki ts une parti u, Damon s enti u que poderi a s e comportar com
mai s natural i dade. M antendo um l aço fi rme s obre a mente de E l ena, el e
pegou o copo. Tentou tomar um gol e da mi s tura antes de dar a el a e achou que
i s s o ti nha um s abor enj oati vo apenas l i gei ramente i nferi or ao que chei rava.
No entanto, E l ena real mente não ti nha es col ha, el a não podi a fazer nada por
s ua própri a vontade, e pouco a pouco, a mi s tura foi des cendo.
E então uma dos e de s eu s angue. Novamente, E l ena es tava
i ncons ci ente e não ti nha nenhuma es col ha afi nal .
E então el a dormi u por conta própri a.
Damon andava agi tado. E l e ti nha uma l embrança que era mai s como um
s onho fl utuante em torno de s ua cabeça. E ra de E l ena tentando s e ati rar de
uma Ferrari andando a cerca de 100 qui l ômetros por hora, para fi car l onge de
— de quê?
Del e?
Por quê?
Não era, de qual quer forma, o mel hor dos começos .
M as i s s o era tudo de que podi a s e l embrar! M al di to s ej a! O que quer
fos s e vi nha j us tamente antes de um branco total . Se el e ti ves s e feri do Stefan?
Não, Stefan ti nha i do embora. Se ti ves s e s i do o outro garoto com el a, M utt. O que
ti nha aconteci do?
M al di to do i nferno! E l e ti nha que des cobri r o que havi a aconteci do,
as s i m el e poderi a expl i car tudo para E l ena quando el a acordas s e. E l e queri a
que el a acredi tas s e nel e, confi as s e nel e. E l e não queri a E l ena como um
paras i ta da noi te. E l e queri a que el a o es col hes s e. E l e queri a que el a vi s s e o
quanto el a era mai s adequada para el e do que para s eu entedi ante e mari cas
i rmão.
Sua pri nces a das trevas . E ra i s s o que el a es tava des ti nada a s er. Com el e
como rei , companhei ro, o que el a des ej as s e. Quando el a ver as coi s as mai s
cl aramente, el a i rá entender que i s s o não i mporta. Que nada i mporta, exceto
el es es tarem j untos .
E l e vi u s eu corpo, vel ado s ob o l ençol , com des apego — não, com uma
cul pa boa. Di o mi o — e s e não ti ves s e encontrado-a? E l e não podi a ti rar a
i magem de s ua mente, a forma como el a es tava, caí da as s i m... dei tada s em
fôl ego... bei j ando s ua mão.
Damon s entou-s e e apertou a ponta do s eu nari z. Porque el a ti nha es tado
na Ferrari com el e? E l a ti nha fi cado com rai va — não, não com rai va. Furi os a
es tava mai s correto, mas com tanto medo... del e. E l e podi a vi s ual i zar i s s o
cl aramente agora, o momento que el a s e ati rou para fora do carro em al ta
vel oci dade, mas não cons egui a l embrar-s e de nada antes di s s o.
E l e es teve fora de s i ?
O que ti nha s i do fei to com el a? Não... Damon forçou s eus pens amentos
para l onge da ques tão mai s fáci l e s e forçou a fazer a pergunta verdadei ra. O
que el e ti nha fei to a el a? Os ol hos de E l ena, azui s com manchas de ouro,
como l ápi s - l azúl i , eram fácei s de l er mes mo s em tel epati a. O que el e...
ti nha... fei to a el a que era tão as s us tador que el a i ri a s al tar de um carro em
al ta vel oci dade para fugi r del e?
E l e ti nha provocado o garoto de cabel os l ouros . M utt... Gnat ( mos qui to)...
que s ej a. Os três es tavam j untos , e el e e E l ena es tavam... droga! De l á até o
s eu des pertar ao vol ante da Ferrari , tudo era um branco ci nti l ante. E l e podi a
s e l embrar de s al var Bonni e na cas a de Carol i ne; el e podi a s e l embrar de
es tar atras ado para s eu encontro as 04: 44 da madrugada com Stefan; mas
depoi s di s s o, as coi s as começaram a s e fragmentar. Shi ni chi , maledi calo! Aquel a
rapos a! E l e s abi a mai s s obre i s s o do que el e es tava contando a Damon.
E u s empre... fui mai s forte... que meus i ni mi gos , el e pens ou. E u
s empre... permaneci ... s ob... control e.
E l e ouvi u um l eve s om e foi para E l ena em um i ns tante. Seus ol hos
azui s es tavam fechados , mas os cí l i os tremi am. E l a es tava acordando?
E l e des l i zou o l ençol de s eu ombro. Shi ni chi ti nha razão. Havi a um
monte de s angue s eco, mas el e podi a s enti r que o fl uxo de s angue es tava
mai s normal . M as havi a al go terri vel mente errado... não, el e não podi a
acredi tar ni s s o.
Damon mal s e conteve de gri tar de tamanha frus tração. A mal di ta rapos a
ti nha dei xado-a com um ombro des l ocado.
As coi s as defi ni ti vamente não andavam bem para el e hoj e.
E agora? Chamar Shi ni chi ?
Nunca. E l e s enti u que não podi a ol har para a rapos a novamente es ta
noi te s em querer matá-l o.
E l e i a ter que col ocar o ombro no l ugar s ozi nho. E s s e era um
procedi mento fei to normal mente por duas pes s oas , mas o que el e podi a fazer?
Ai nda mantendo a mente de E l ena s obre s eu control e de ferro,
certi fi cando- s e de que el a não i ri a acordar, el e s egurou-a pel o braço e começou
a dol oros a mi s s ão de des l ocar o úmero ai nda mai s , puxando o os s o fora para
que el e pudes s e fi nal mente di mi nui r a pres s ão e ouvi r o s uave pop que
s i gni fi cava que o os s o do braço ti nha es corregado de vol ta para o l ugar. E ntão
el e s ol tou. A cabeça de E l ena es tava mexendo de um l ado para o outro, os
l ábi os res s equi dos . E l e derramou um pouco mai s de chá mági co de Shi ni chi
no copo amas s ado, e em s egui da ergueu s ua cabeça s uavemente para o l ado
es querdo para col ocar o copo em s eus l ábi os . E l e deu à s ua mente certa
l i berdade, então, e el a começou a l evantar s ua mão di rei ta e depoi s dei xou
cai r.
E l e s us pi rou e i ncl i nou s ua cabeça, i ncl i nando a j arra de prata para
que o chá es corres s e para s ua boca. E l a engol i u obedi ente. Is s o tudo o
l embrava de Bonni e... mas Bonni e mas não ti nha s i do tão terri vel mente feri da.
Damon s abi a que el e não podi a l evar E l ena a s eus ami gos nes ta condi ção; não
com a s ua cami s a e j eans ras gados , e s angue s eco em toda parte.
Tal vez el e pudes s e fazer al go a res pei to. E l e foi para a s egunda porta
fora do quarto, pens ou, banhei ro —banhei ro moderno, então des bl oqueou e abri u a
porta. Foi exatamente o que el e ti nha i magi nado: um puro, branco e hi gi êni co
l ugar com uma enorme pi l ha de toal has empi l hadas , prontas para vi s i tas na
banhei ra.
Damon correu água quente s obre uma das toal has . E l e s abi a que o
mel hor agora era des pi r E l ena e col ocá-l a na água morna. E ra o que el a
preci s ava, mas s e al guém des cobri s s e, os ami gos del a poderi am arrancar o
coração del e ai nda batendo no pei to e cravar em uma l ança. E l e nem s e quer
preci s ava pens ar ni s s o — el e s i mpl es mente s abi a.
E l e vol tou para E l ena e começou a s uavemente a remover o s angue s eco
de s eu ombro. E l a murmurou, s acudi ndo a cabeça, mas el e conti nuou até que
o ombro pareces s e normal , expos to como es tava pel as roupas ras gados .
E ntão el e pegou outra toal ha e começou a trabal har em s eu tornozel o.
E s te ai nda es tava i nchado — el a não i ri a s ai r correndo por aí por um l ongo
tempo. Sua tí bi a, o pri mei ro dos doi s os s os da perna, ti nha vol tado
adequadamente para o l ugar. E s s a era mai s uma prova de Shi ni chi e o Shi no
Shi não preci s avam de di nhei ro, ou el es podi am s i mpl es mente col ocar es te
chá no mercado e fazer uma fortuna.
" Nós ol hamos para es s as coi s as ... de manei ra di ferente, " Shi ni chi
havi a di to, ol hando fi xamente para Damon com os es tranhos ol hos dourados .
" O di nhei ro não s i gni fi ca mui to para nós . O que s i gni fi ca? As agoni as no
l ei to de morte de um pati fe que teme i r para o i nferno. Obs ervá-l o s uando,
tentando l embrar-s e de encontros j á a mui to es queci dos . A pri mei ra l ágri ma
cons ci ente de s ol i dão de um bebê. As emoções de uma es pos a i nfi el quando o
mari do a pega com o amante. Uma donzel a... bem, s eu pri mei ro bei j o e s ua
pri mei ra noi te da des coberta. Um i rmão di s pos to a morrer por s eu i rmão.
Coi s as como es s as ."
E mui tas outras coi s as que não poderi am s er menci onados de forma
educada, Damon pens ou. Um monte del as era s obre a dor. E l es eram
s angues s ugas emoci onai s , abs orvendo os s enti mentos dos mortai s para
compens ar o vazi o de s uas própri as al mas .
E l e podi a s enti r-s e doente novamente quando tentou i magi nar —
cal cul ar — a dor que E l ena deve ter s enti do, pul ando de s eu carro. E l a deve
ter es perado uma morte agoni zante — mas i s s o ai nda era mel hor do que es tar
com el e.
Des ta vez, antes de entrar na porta que ti nha s i do um banhei ro de
l adri l hos brancos , el e pens ou, cozi nha, moderna, com bl ocos de gel o em
abundânci a no congel ador.
Tampouco es tava decepci onado. E l e encontrou-s e em uma forte cozi nha
mas cul i na, com aparel hos cromados e azul ej os em preto-e-branco. No
congel ador: s ei s s acos de gel o. E l e l evou três de vol ta para E l ena e col ocou um
em torno de s eu ombro, um no cotovel o, e um em torno de s eu tornozel o. E ntão
el e vol tou para a bel a e i macul ada cozi nha para bus car um copo de água
gel ada.

***

Cans ada. Tão cans ada.


E l ena s enti u como s e s eu corpo fos s e pes ado como chumbo. Cada
membro... cada pens amento... pes ados como chumbo.
Por exempl o, havi a al go que el a devi a es tar fazendo — ou não fazendo —
agora. M as el a não cons egui a fazer o pens amento vi r à s uperfí ci e de s ua
mente. E ra mui to pes ado. Tudo era mui to pes ado. E l a não cons egui a nem
abri r os ol hos .
Um s om de al go arras tando. Al guém es tava perto, em uma cadei ra. E ntão
havi a um l í qui do fres co em s eus l ábi os , apenas al gumas gotas , mas i s s o a
es ti mul ou a tentar s egurar o copo e beber. Oh, água del i ci os a. Is s o ti nha o
gos to mel hor do que qual quer coi s a que el a tenha provado antes . Seu ombro
doí a mui to, mas val i a à pena a dor para beber e beber — não! O vi dro es tava
s endo puxado para l onge. E l a tentou, debi l mente, agarrá-l o, mas foi puxado
para fora de s eu al cance.
E ntão el a tentou tocar o ombro, mas s uaves e i nvi s í vei s mãos não i ri am
dei xá-l a, não até que el as ti ves s em l avado s uas mãos com água morna. Depoi s
di s s o, el as col ocaram as bol s as de gel o em torno del as e envol veu-as como uma
múmi a em um l ençol . O fri o entorpeceu s eus s enti mentos de dor i medi ata,
embora houves s e outras dores , l á no fundo...
E ra tudo mui to di fí ci l de pens ar a res pei to. Quando as mãos removeram
as bol s as de gel o novamente — el a es tava tremendo de fri o — e dei xou-s e
vol tar ao s ono.

***

Damon cui dou de E l ena e cochi l ou, cui dou e cochi l ou. No banhei ro
perfei tamente equi pado, el e encontrou uma es cova e um pente de cas co de
tartaruga. E l es pareci am s er útei s . E uma coi s a el e s abi a ao certo: o cabel o de
E l ena nunca ti nha s i do as s i m em toda s ua vi da — ou não vi da. E l e tentou
pas s ar a es cova s uavemente através de s eu cabel o e des cobri u que os
emaranhados eram mui to mai s di fí cei s de s ai r do que el e i magi nava.
Quando el e puxou mai s forte com a es cova, el a s e moveu e murmurou
naquel e es tranho i di oma de s eus s onhos .
E , fi nal mente, es s e era o cabel o que deveri a s er. E l ena, s em abri r os
ol hos , es tendeu a mão e pegou a es cova da mão del e e depoi s , quando ati ngi u
um grande emaranhado, franzi u a tes ta, chegou até agarrar um punhado e
tentar pas s ar a es cova por el e. Damon s i mpati zou-s e. E l e teve cabel os l ongos
al gumas vezes durante os s écul os de s ua exi s tênci a — quando não poderi a
s er aj udado, e apes ar de s eu cabel o s er tão natural mente fi no como o de
E l ena, el e conheci a a s ens ação frus trante de s e es tar arrancando s eus
cabel os pel as raí zes . Damon es tava pres tes a tomar a es cova del a novamente,
quando el a abri u os ol hos .
" O que-?" , el a di s s e, e então el a pi s cou.
Damon ti nha fi cado tens o, pronto para empurrá-l a para um bl ackout
( apagão) mental s e fos s e neces s ári o. M as el a nem s equer tentou acertá-l o
com a es cova.
" O quê... aconteceu?" O que E l ena es tava s enti ndo era cl aro: el a não
gos tava di s s o. E l a es tava des contente com outro des pertar com apenas uma vaga
i déi a do que es tava acontecendo enquanto el a dormi a.
Com Damon, pronto para l utar ou fugi r, ol hando o s eu ros to, el a
l entamente começou a reuni r as i nformações do que havi a aconteci do com el a.
" Damon?" E l a deu-l he um daquel es ol hares de l ápi s -l azúl i que não s e
podi a s us tentar.
O ol har di zi a, estou sendo torturada, ou cui dada, ou você é apenas um espectador
i nteressado, apreci ando a dor de alg uémenquanto bebi a umcopo de conhaque?
" E l e s cozi nham com conhaque, pri nces a. E l es bebem Armagnac. E eu
não bebo... nenhum des s es , " di s s e Damon. E l e es tragou todo o efei to
acres centando rapi damente, " Is s o não é uma ameaça. Juro para você, Stefan
me dei xou como s eu guarda-cos tas ."
Is s o era tecni camente verdade s e você cons i derar os fatos : Stefan ti nha
gri tado, " É mel hor você ter certeza de que nada aconteça com E l ena, s eu
bas tardo duas -caras , ou eu vou achar um j ei to de vol tar e arrancar o s eu—" O
res to foi abafado na l uta, mas Damon ti nha captado a es s ênci a. E agora el e
as s umi u a tarefa s eri amente.
" Nada mai s vai te machucar, s e você me permi ti r cui dar de você, " el e
acres centou, agora entrando na área da fi cção, j á que, quem quer que a tenha
as s us tado ou puxado para fora do carro obvi amente ti nha es tado perto quando
el e também es tava. M as nada i ri a pegá-l a no futuro, el e j urou a s i mes mo.
M es mo s e el e ti ver errado da úl ti ma vez, de agora em di ante não haveri a mai s
ataques furti vos contra E l ena Gi l bert — ou al guém i ri a morrer.
E l e não es tava tentando es pi onar s eus pens amentos , mas como el a
ol hou em s eus ol hos por um l ongo momento, el es s e proj etaram com cl ari dade
— e mi s téri o total — as pal avras : eu s abi a que es tava certa. E ra outra pes s oa o
tempo todo. E l e s abi a que, s ob a s ua dor, E l ena s enti u uma enorme
s ati s fação.
" E u machuquei meu ombro." E l a aproxi mou a s ua mão di rei ta para
tocar, mas Damon a parou.
" Você o des l ocou, " di s s e Damon. " Is s o vai doer por um tempo."
" E o meu tornozel o... mas al guém... eu me l embro de es tar na fl ores ta e
ol hando para ci ma e l á es tava você. E u não cons egui a res pi rar, mas você
ras gou as trepadei ras de ci ma de mi m e me pegou em s eus braços ..." E l a
ol hou para Damon confus a. " Você me s al vou?"
A afi rmação ti nha o s om de uma pergunta, mas não era. E l a es tava
pens ando em al go que pareci a i mpos s í vel . E ntão começou a chorar.
A pri mei ra lág ri ma consci ente de soli dão de um bebê. As emoções de uma esposa i nfi el
quando o mari do a peg a como amante...
E tal vez uma garota chorando quando el a acredi ta que s eu i ni mi go a
s al vou da morte.
Damon rangeu os dentes de frus tração. O pens amento de que Shi ni chi
poderi a es tar as s i s ti ndo a i s s o, s enti ndo as emoções de E l ena, s aboreando-
as ... era i mpos s í vel de s uportar. Shi ni chi dari a a E l ena s ua memóri a de vol ta,
el e es tava certo di s s o. M as no tempo e l ugar mai s di verti do para el e.
" E s s e era o meu trabal ho, " di s s e el e fi rmemente. " E u j urei fazê-l o."
" Obri gado, " E l ena s us pi rou entre s ol uços . " Não, por favor — não s e
afas te. E u real mente quero di zer i s s o. Ohhh — há uma cai xa de l enços — ou
al go s eco?" Seu corpo es tava tendo s ol uços novamente.
O banhei ro perfei to ti nha uma cai xa de l enços . Damon trouxe de vol ta
para E l ena.
E l e des vi ou o ol har enquanto el a us ava, as s oando o nari z de novo e de
novo enquanto s ol uçava. Aqui não havi a encanto ou es pí ri to encantador,
nenhum des agradável e s ofi s ti cado caçador de demôni os , nenhum coquete
peri gos o. Havi a apenas uma meni na parti da pel a dor, ofegando como uma
corça feri da, s ol uçando como uma cri ança.
E s em dúvi da s eu i rmão s aberi a o que di zer a el a. E l e, Damon, não
ti nha i déi a do que fazer — exceto que el e s abi a que i a matar por i s s o.
Shi ni chi i ri a aprender o que s i gni fi cava confus ão quando Damon e E l ena
es tavam envol vi dos .
" Como você s e s ente?" perguntou el e brus camente. Ni nguém s eri a capaz
de di zer que el e s e aprovei tou di s s o — ni nguém s eri a capaz de di zer que el e
i ri a magoá- l a s ó para... para us á-l a.
" Você me deu o s eu s angue, " di s s e E l ena com admi ração, e quando el e
ol hou rapi damente para bai xo, para s ua manga enrol ada, el a acres centou,
" Não — é apenas uma s ens ação que eu ti ve. Quando eu vol tei a pri mei ra vez
— à Terra, depoi s da vi da em forma de es pí ri to. Stefan me dava o s eu s angue
e, eventual mente, eu me s enti ri a... des s a manei ra. M ui to quente. Um pouco
des confortável ."
E l e vi rou e ol hou para el a. " Des confortável ?"
" M ui to chei a — aqui ." E l a tocou o pes coço. " Nós pens ávamos que era
uma coi s a... s i mbi óti ca para os vampi ros e os s eres humanos que vi vem
j untos ."
" Para um vampi ro trans formando um humano em um vampi ro, que
quer di zer, " di s s e el e brus camente.
" E xceto que eu não mudei quando eu ai nda era um mei o-es pí ri to. M as
então — vol tei a s er humana." E l a s ol uçou, tentou um s orri s o patéti co, e us ou
a es cova novamente. " E u pedi ri a para você ol har para mi m e ver que eu não
mudei , mas ..." E l a fez um pequeno movi mento de des i mportânci a.
Damon s entou e i magi nou como teri a s i do as s i m, cui dar do es pí ri to-
cri ança E l ena. E ra uma i déi a tentadora.
E l e di s s e s em rodei os , " Quando você di s s e que es tava um pouco
des confortável antes , você qui s di zer que eu devo tomar um pouco do s eu
s angue?"
E l a des vi ou de l eve o ol har, então ol hou para trás . " E u di s s e que es tava
grata. E u di s s e a você que eu s enti ... mui to chei a. E u não s ei outra forma de
l he agradecer."
Damon ti nha s écul os de trei namento em di s ci pl i na ou el e teri a j ogado
al go do outro l ado da s al a. E ra uma s i tuação para fazer você ri r... ou chorar. E l a
es tava s e oferecendo para el e como agradeci mento por l he s al var do s ofri mento
que el e deveri a tê-l a s al vado, e fal hou.
M as el e não era herói . E l e não era como São Stefan, para recus ar es s e
prêmi o dos prêmi os ; qual quer condi ção, el a es tava dentro.
E l e a queri a.
30
M att ti nha des i s ti do das pi s tas . Pel o que el e podi a di zer, al guma coi s a
ti nha fei to E l ena i gnorar a cas a dos Duns tan e o cel ei ro compl etamente,
mancando até chegar a uma amas s ada e ras gada cama de fi nas trepadei ras .
E l as pendi am mol es nos dedos de M att, mas o l embraram,
i nqui etantemente, da s ens ação dos tentácul os do i ns eto em s eu pes coço.
E a parti r daí , não havi a nenhum s i nal de movi mento humano. E ra
como s e um OVNI a ti ves s e l evado.
Agora, depoi s de fazer i ncurs ões por todos os l ados até ter perdi do do
entrel açado de trepadei ras , el e es tava perdi do no profundo bos que. Se el e
qui s es s e, el e poderi a fantas i ar que todos os ti pos de ruí dos es tavam em torno
del e. Se el e qui s es s e, el e poderi a i magi nar que a l uz da l anterna não era
mai s tão bri l hante como era antes , que ti nha um tom amarel ado doenti o...
Todo es s e tempo, enquanto procurava, el e ti nha s e manti do o mai s qui eto
pos s í vel , percebendo que el e poderi a es tar tentando s e des l ocar s obre al go que
não queri a s ervi r de capacho. M as agora, em al gum l ugar dentro del e, al go
es tava i nchando, cres cendo e s ua capaci dade de s e conter foi enfraquecendo a
cada s egundo.
Quando i s s o expl odi u para fora de s i , s urpreendeu-o tanto como
qual quer pes s oa que pudes s e ouvi -l o.
" E l l l eeeeeeeeeeeeeeenaaaa!"
Des de quando el e era cri ança, M att ti nha s i do ens i nado a fazer s uas
orações noturnas . E l e não s abi a mui ta coi s a s obre a i grej a, mas el e ti nha
uma s ens ação profunda e s i ncera de que havi a Al guém ou Al guma coi s a l á
fora, que cui dava de pes s oas . Que em al gum l ugar e de al guma forma tudo
fazi a s enti do, e que havi a razões para tudo.
E s s a crença foi s everamente tes tada durante o ano pas s ado.
M as a vol ta de E l ena dos mortos ti nha varri do todas as s uas dúvi das .
Is s o pareci a ter provado tudo o que el e s empre qui s acredi tar.
Você não i ri a nos devol vê-l a por apenas al guns di as , e depoi s l evá-l a
novamente? el e perguntou, s e perguntando s e es s a era real mente uma forma
de rezar. Você não i ri a — i ri a?
Porque o pens amento de um mundo s em E l ena, s em o s eu bri l ho, s ua
força de vontade, s eu j ei to de s e envol ver e l oucas aventuras , e em s egui da,
s ai r del as , ai nda mai s l oucamente — bem, i s s o era demai s para perder. O
mundo i ri a s er pi ntado em tons de ci nza monótono e cas tanhos es curos
novamente s em el a. Não haveri a o vermel ho dos bombei ros , nenhum l ampej o
do peri qui to verde, nenhum azul cel es te, nenhum narci s o, nenhuma prata
— e nenhum ouro. Nenhum ras tro de ouro nos i ntermi návei s ol hos azui s
l ápi s -l azúl i .
" E l l l l eeeeeeenaaaa! Droga, me res ponda! É M att, E l ena! E l l eeeeee
—"
E l e parou de repente e ouvi u. Por um momento o s eu coração deu um pul o
e todo o s eu corpo fi cou em al erta. M as então el e deci frou as pal avras que el e
podi a ouvi r.
" E l eeeeeenaaa? M aaaatt? Onde vocês es tão?"
" Bonni e? B onni e! Eu estou aqui ! " E l e vi rou a l anterna para ci ma, gi rando
l entamente em um cí rcul o. " Você pode me ver?"
" Você pode nos ver?"
M att gi rou l entamente. E — s i m — havi a rai os de uma l anterna, duas
l anternas , três !
Seu coração s al tou ao ver três rai os de l uz. " E u es tou vi ndo em s ua
di reção, " el e gri tou, e parti u para a ação da pal avra. A ocul tação havi a s i do
dei xada para trás há mui to tempo. E l e es tava correndo para el as , puxando os
ci pós que tentavam agarrar s eus tornozel os , mas gri tando o tempo todo, " Fi que
onde es tá! E u es tou i ndo para você!"
E então as l uzes da l anterna es tavam bem na frente del e, cegando-o, e
de al guma forma el e ti nha Bonni e em s eus braços , e Bonni e es tava chorando.
Is s o, pel o menos , dei xava a s i tuação pareci da com a normal i dade. Bonni e
es tava chorando em s eu pei to e el e es tava ol hando para M eredi th, que es tava
s orri ndo ans i os amente, e para... Sra. Fl owers ? Ti nha que s er, el a es tava
us ando um chapéu de j ardi nagem com fl ores arti fi ci ai s , bem como o que
pareci a s er cerca de s ete ou oi to bl us as de l ã.
" Sra. Fl owers ?" di s s e el e, s ua boca fi nal mente s e al i nhando com s eu
cérebro. " M as — onde es tá E l ena?"
Houve uma s úbi ta i ncl i nação nas três pes s oas obs ervando-o, como s e
es ti ves s em es perando na ponta dos pés pel a notí ci a, e agora el as ti nham caí do
em des apontamento.
" Nós não a vi mos , " M eredi th di s s e cal mamente. " Você es teve com
el a."
" E u es tava com el a, s i m. M as então Damon vei o. E l e a machucou,
M eredi th" — M att s enti u os braços de Bonni e apertarem s obre el e. " E l e a
manteve rol ando no chão tendo convul s ões . E u acho que el e vai matá-l a. E —
el e me machucou. E u acho que eu apaguei . Quando acordei , el a ti nha
des apareci do."
" E l e a l evou embora?" Bonni e perguntou ferozmente.
" Si m, mas ... eu não entendo o que aconteceu depoi s ." Dol oros amente,
el e expl i cou s obre E l ena aparentemente s al tando para fora do carro e as pi s tas
que o l evaram a l ugar nenhum.
Bonni e tremeu em s eus braços .
" E então al gumas outras coi s as es tranhas aconteceram, " di s s e M att.
Lentamente, ti tubeante às vezes , el e fez o s eu mel hor para expl i car s obre a
Kri s ti n, e as s emel hanças com Tami .
" Is s o é s i mpl es mente... es tranho, " di s s e Bonni e. " E u pens ei que
ti nha uma res pos ta, mas s e Kri s ti n não teve qual quer contato com qual quer
das outras meni nas ... "
" Você es tava pens ando provavel mente em al go s obre as bruxas de Sal ém,
queri da, " di s s e a Sra. Fl owers . M att ai nda não cons egui u s e acos tumar com a
Sra. Fl owers convers ando com el es . E l a conti nuou, " M as você real mente não
s abe com quem Kri s ti n tem es tado nos úl ti mos di as . Ou com quem Ji m tem
es tado, por fal ar ni s s o. As cri anças têm bas tante l i berdade nes tes di as e
nes s a i dade, e el e poderi a s er — como vocês chamam i s s o? — um portador."
" Al ém di s s o, mes mo s e i s s o for uma pos s es s ão, pode s er um ti po
total mente di ferente de pos s es s ão, " di s s e M eredi th. " Kri s ti n vi ve na Vel ha
Fl ores ta. A Vel ha fl ores ta é chei a des s es i ns etos — es s es M al ach. Quem
s abe s e i s s o aconteceu quando el a s i mpl es mente pi s ou fora de s ua porta?
Quem s abe o que es tava es perando por el a?"
Agora Bonni e tremi a nos braços de M att. E l es des l i garam todas as
l anternas , exceto uma, para cons ervar energi a, mas i s s o fazi a com que o
ambi ente fi cas s e as s us tador.
" M as e a res pei to da tel epati a?" M att di s s e a Sra. Fl owers . " Quero
di zer, eu não acredi to por um mi nuto que havi a bruxas de verdade atacando as
meni nas de Sal ém. E u acho que el as eram garotas repri mi das que entraram
em hi s teri a em mas s a quando todas s e uni ram, e de al guma forma tudo fi cou
fora de mão. M as como Kri s ti n poderi a s aber como me chamar — me chamar
— com o mes mo nome que Tamra chamou?"
" Tal vez todos nós tenhamos entendi do tudo errado, " di s s e Bonni e, com
s ua voz enterrada em al gum l ugar do pei to de M att. " Tal vez não s ej a como em
Sal ém em fi m, onde a — a hi s teri a s e es pal hou hori zontal mente, s e você
entende o quero di zer. Tal vez haj a al guém aqui em ci ma, que es tá
es pal hando i s s o para onde el e qui s er."
Houve um breve s i l ênci o, e então Sra. Fl owers murmurou, " ‘Fora da boca
dos pequeni nos e cri anças de pei to...’"
" Você quer di zer que você acha que es tá certo? M as então quem é que
es tá no topo? Quem es tá fazendo tudo i s s o?" M eredi th exi gi u. " Não pode s er
Damon porque el e s al vou Bonni e duas vezes — e me s al vou uma vez." Antes
que al guém pudes s e j untar pal avras para ques ti onar di ante di s s o, el a es tava
conti nuando. " E l ena ti nha certeza que al go es tava pos s ui ndo Damon. E ntão
quem pode s er?"
" Al guém que não conhecemos ai nda, " Bonni e murmurou
ameaçadoramente. " Al guém de quem não vamos gos tar."
Com um ti mi ng perfei to, houve o crepi tar de um ramo por trás del es .
Como uma pes s oa, como um corpo, el es vi raram para ol har.

***

" O que eu real mente quero, " Damon di s s e a E l ena, " é aquecê-l a. E
i s s o s i gni fi ca cozi nhar al go quente para você s e aquecer de dentro para fora ou
col ocá-l a na banhei ra para te aquecer de fora para dentro. E cons i derando o que
aconteceu da úl ti ma vez—"
" E u... não s i nto que pos s o comer al guma coi s a..."
" Vamos , é uma tradi ção Ameri cana. Sopa de M aça? Torta cas ei ra de
gal i nha da mamãe?"
E l a ri u apes ar de tudo, em s egui da fez uma careta. " É uma torta de
maçã e s opa cas ei ra de gal i nha da mamãe. M as não foi tão mal , para
começar."
" Bom? E u prometo não mi s turar as maçãs e as gal i nha j untas ."
" E u poderi a tentar uma s opa, " di s s e E l ena l entamente. " E , oh,
Damon eu es tou tão s edenta apenas por água pura. Por favor."
" E u s ei , mas s e você beber mui to, i rá começar as dores . E u vou fazer
uma s opa."
" E l as vêm em pequenas l atas com papel vermel ho em vol ta del as . Você
puxa a aba na parte s uperi or para ti rá-l o..." E l ena parou quando el e s e vi rou
para a porta.
Damon s abi a que el a ti nha s éri as dúvi das s obre todo o proj eto, mas el e
também s abi a que s e el e trouxe al guma coi s a bebí vel , el a i ri a beber. Sede fez
i s s o com você.
E l e era a prova não vi va do exempl o.
Quando el e atraves s ou a porta havi a um s úbi to ruí do horroros o, como um
par de facas de cozi nha s e batendo. E l e quas e ti rou s ua — s ua retaguarda de
ci ma para bai xo, por caus a do s om.
" Damon! " Uma voz chorava fracamente através da porta. " Damon, você es tá
bem? Damon! Res ponda-me!"
E m vez di s s o, el e s e vi rou, es tudou a porta, que pareci a perfei tamente
normal , e a abri u. Qual quer um que o vi s s e abri ndo a porta teri a s e
perguntado por que el e col ocou a chave na porta des trancada, di s s e " quarto de
E l ena" e, em s egui da, des bl oqueado e abri u a porta.
Quando chegou l á dentro, el e correu.
E l ena es tava dei tada em um emaranhado i mpos s í vel de l ençói s e
cobertores no chão. E l a es tava tentando s e l evantar, mas s eu ros to es tava azul e
branco com a dor.
" O que empurrou você para fora da cama?" el e perguntou. E l e i a matar
Shi ni chi l entamente.
" Nada. E u ouvi um s om horrí vel as s i m que a porta fechou. E u tentei
chegar até você, mas —"
Damon ol hou para el a.
" Eu tentei cheg ar até você, mas—" E s ta parti da, machucada, es gotada cri atura
tentou s al vá-l o? Tentado tão veemente que havi a caí do de s ua cama?
" Si nto mui to, " di s s e el a, com l ágri mas nos ol hos . " E u não cons i go me
acos tumar com a gravi dade. Você es tá machucado?"
" Não tanto quanto você es tá, " di s s e el e, propos i tadamente mantendo s ua
voz ás pera, os ol hos afas tados . " E u fi z uma coi s a es túpi da, dei xando o quarto e
a cas a... l embrou-me."
" Do que você es tá fal ando?" di s s e a afl i ta E l ena, ves ti da apenas em
l ençói s .
" E s s a chave, " Damon s egurou-a mo al to para el a ver. E ra de ouro e
podi a s er us ada como um anel , mas duas as as podi am s er dobradas para fora
e formar uma bel a chave.
" O que há de errado com i s s o?"
" A forma que eu us ei . E s ta chave tem o poder da ki ts une nel a, e el a
pode des bl oquear tudo e l evá-l a em qual quer l ugar, mas a manei ra como
funci ona é você col ocá-l a na fechadura, di ga aonde você quer i r, e depoi s vi rar
a chave. E u me es queci de fazer i s s o quando s ai do s eu quarto."
E l ena ol hou i ntri gada. " M as o que acontece s e a porta não ti ver uma
fechadura nel a? A mai ori a das portas dos quartos não têm fechaduras ."
" E s s a chave vai em qual quer porta. Você poderi a di zer que el a faz a s ua
própri a fechadura. É um tes ouro ki ts une — que eu tomei de Shi ni chi quando
eu es tava com tanta rai va por você ter s e machucado. E l e vai querer de vol ta
l ogo." Os ol hos de Damon s e es trei taram e el e s orri u l evemente. " E u me
pergunto quem de nós vai acabar fi cando com el a. E u notei outra na cozi nha —
uma repos i ção, é cl aro."
" Damon, tudo i s s o s obre chaves mági cas é i nteres s ante, mas você
poderi a me dei xar s ai r do chão... "
E l e fi cou arrependi do por um momento. E ntão vei o a ques tão de s aber s e
i ri a col ocá-l a na cama ou não.
" E u vou tomar banho, " E l ena di s s e em voz bai xa. E l a des abotoou o botão
de s eu j eans e tentou s e l i vrar del es .
" E s pere um mi nuto! Você pode des mai ar e s e afogar. Dei te-s e e eu
prometo te dei xar l i mpar, s e você es ti ver di s pos ta a tentar comer. " E l e ti nha
novas res ervas s obre a cas a.
" Agora di s pa-s e na cama e puxe o l ençol s obre você. E u faço uma
mas s agem i ncrí vel , " acres centou el e, vi rando-s e.
" Ol ha, você não tem que não ol har. É al go que eu não entendi des de
que... eu vol tei , " di s s e E l ena. " Tabus de modés ti a. E u não vej o por que
al guém deveri a ter vergonha de s eu corpo." ( Is to vei o para el e com uma voz um
pouco abafada.) " Quero di zer para qual quer um que di z que Deus nos fez,
Deus nos fez s em roupa, mes mo depoi s de Adão e E va. Se i s s o é tão
i mportante, por que el e não nos fez com fral das ?"
" Si m, real mente, o que você es tá di zendo me l embra o que eu di s s e uma
vez à rai nha vi úva da França, " di s s e Damon, determi nado a dei xá-l a s e
des pi ndo enquanto el e ol hava para uma rachadura em um dos pai néi s de
madei ra da parede. " E u di s s e que s e Deus era oni potente e oni s ci ente, então
E l e certamente s abi a de antemão os nos s os des ti nos , e o porquê dos j us tos
terem s i do condenados a nas cer pecadoramente nus como os condenados ?"
" E o que el a di s s e?"
" Nem uma pal avra. M as el a deu uma ri s adi nha e tocou-me três vezes
nas cos tas da mi nha mão com s eu l eque, que eu mai s tarde tomei como um
convi te para uma atri bui ção. Ai de mi m, eu ti nha outras obri gações . Você
ai nda es tá na cama?"
" Si m, e eu es tou debai xo de um l ençol , " di s s e E l ena cans ada. " Se el a
era uma rai nha vi úva, eu es pero tenha es tado fel i z, " acres centou el a numa
voz mei o perpl exa. " E l as não s ão mães de i dade?"
" Não, Anne da Áus tri a, Rai nha da França, manteve s ua bel eza notável
até o fi m. E l a foi a úni ca rui va que —"
Damon parou, procurando freneti camente as pal avras quando el e a
encarou na cama. E l ena ti nha fei to como el e havi a pedi do. E l e s ó não ti nha
percebi do o quanto el a s e pareceri a com Afrodi te s urgi ndo do oceano. Os
babados branco do l ençol s e aproxi mavam do quente branco-l ei te da s ua pel e.
E l a preci s ava s e l i mpar, s em dúvi da, mas apenas s aber que abai xo daquel e
fi no l ençol el a es tava magni fi camente nua era o s ufi ci ente para fazê-l o
perder o fôl ego.
E l a havi a enrol ado s uas roupas em uma bol a e j ogado no canto mai s
di s tante da s al a. E l e não a cul pou.
E l e nem mes mo pens ou. E l e não s e deu tempo para i s s o. E l e
s i mpl es mente es tendeu as mãos e di s s e: " cal do de gal i nha, tomi l ho, l i mão,
quente, em uma xí cara de porcel ana — e ól eo de fl or de amei xa, bem quente,
em um fras co."
Depoi s que o cal do foi devi damente cons umi do e E l ena es tava dei tada de
cos tas novamente, el e começou a mas s agem s uave com o ól eo. Fl or de amei xa
s empre foi um bom começo. E l a adormece a pel e e as s ens ações de dor, e s erve
de bas e para outros , mai s exóti cos , ól eos que el e pl anej ava us ar nel a.
De certa forma, era mui to mel hor do que o mergul há-l a em uma
moderna banhei ra Jacuzzi . E l e s abi a onde eram s eus feri mentos ; el e podi a
aquecer o ól eo a uma temperatura adequada para qual quer um del es . E em
vez de uma terrí vel Jacuzzi j orrando água contra uma contus ão, el e poderi a
evi tar qual quer coi s a demas i ado s ens í vel — no s enti do dol oros o.
E l e começou com os cabel os , adi ci onando uma mui to, mui to l eve camada
de ól eo que fari a o pi or dos emaranhados fáci l para pentear. Após a
l ubri fi cação, s eu cabel o bri l hava como ouro contra s ua pel e — mel e creme.
E ntão el e começou com os mús cul os do s eu ros to: pequenos traços com o s eu
pol egar s obre a tes ta para al i s á- l a e rel axá-l a, forçando-a a rel axar j unto com
s eus movi mentos . Lento, redemoi nhos ci rcul ares nas têmporas , com apenas
l eve pres s ão. E l e podi a ver as fi nas vei as azui s traçadas al i , e s abi a que a
pres s ão profunda poderi a col ocá-l a para dormi r.
E l e então pas s ou para os braços , antebraços , mãos , l evando-a para al ém
dos traços anti gos e com as anti gas es s ênci as corretas para i r com el es , até que
el a não era nada al ém de uma coi s a s ol ta, s em os s o s ob um l ençol : l us tros a e
maci a e res i s tente. E l e pi s cou o s eu s orri s o i ncandes cente, por um momento,
puxando um dedo até que el e es tral ou — e então o s orri s o s e tornou i rôni co.
E l e poderi a ter o que el e qui s es s e del a agora. Si m, el a não es tava di s pos ta a
recus ar qual quer coi s a. M as el e não contava com o que o mal di to l ençol fari a
com el e. Todos s abi am que um pedaço de cobertura, não i mporta o quão
s i mpl es fos s e, s empre chamava atenção para a área de tabu como a nudez
pura não fazi a. E mas s ageando E l ena centí metro por centí metro des ta forma
el e s ó es tava focado no que es tava por bai xo do teci do nevado.
Depoi s de um tempo E l ena di s s e s onol enta, " Você não vai di zer o fi m da
hi s tóri a? Sobre Anne da Áus tri a, que foi a úni ca rui va que..."
" ... que, ah, conti nuou a s er uma rui va natural até o fi m de s ua vi da, "
Damon murmurou. " Si m. Di zi a-s e que o Cardeal Ri chel i eu era s eu amante."
" Não é o Cardeal mau dos Os Três M os quetei ros ?"
" Si m, mas tal vez não tão mau quanto el e foi retratado al i , e, certamente,
um pol í ti co capaz. E , di zem al guns , o verdadei ro pai de Loui s ... agora acabou."
" É um nome es tranho para um rei ."
" Hum?"
" Loui s Agora Acabou, " E l ena di s s e, vi rando-s e e mos trando um
l ampej o de s ua coxa creme, enquanto Damon tentava ol har vári as outras partes
da s al a.
" Depende da tradi ção de nomeações do paí s de ori gem do i ndi ví duo, "
di s s e Damon des control adamente. Tudo o que el e podi a ver eram repl ays
daquel e vi s l umbre da coxa.
" O quê?"
" O quê?"
" E u es tava te perguntando—"
" Você es tá quente agora? Tudo fei to, " di s s e Damon e,
i mprudentemente, deu um tapi nha na mai or curva s ob a toal ha.
" Hey!" E l ena s e empi nou, e Damon — encarando um corpo
i ntei ramente ros a dourado pál i do, perfumado e el egante — e com mús cul os de
aço abai xo da pel e de s eda, fugi u preci pi tadamente.
E l e vol tou depoi s de um i nterval o adequado com uma cal ma oferta de
mai s s opa. E l ena, di gna em s eu l ençol , que ti nha fei to de toga, acei tou. E l a
nem s equer tentou gol peá-l o no tras ei ro, quando el e es tava vi rado de cos tas .
" Que l ugar é es s e?" el a perguntou de vez. " Não pode s er os Duns tan —
s ão uma anti ga famí l i a, com uma cas a vel ha. Cos tumavam s er agri cul tores ."

" Oh, vamos chamar-l he apenas de mi nha pequena pi ed-à-terre {25} na


fl ores ta."
" Ha, " di s s e E l ena. " E u s abi a que você não es tava dormi ndo nas
árvores ."
Damon encontrou-s e tentando a não s orri r. E l e nunca es teve com E l ena,
quando a s i tuação não es tava rel aci onada com vi da ou morte. Agora, s e el e
di s s e que ti nha des coberto que amava s ua mente depoi s de ter mas s ageado-a
nua debai xo de um l ençol — não... Ni nguém nunca i ri a acredi tar nel e.
" Senti ndo-s e mel hor?" el e perguntou.
" Tão quente como uma s opa de gal i nha-maçã."
" E u nunca vou ouvi r o fi nal da hi s tóri a, eu vou?"
E l e a fez fi car na cama enquanto el e pens ava em cami s ol as , todos os
tamanhos e es ti l os , e roupões , também — e chi nel os , tudo no momento em
que cami nhava para onde ti nha es tado o banhei ro, e fi cou s ati s fei to ao
des cobri r que el e era agora um grande cl os et com tudo o que al guém poderi a
des ej ar em termos de traj e de noi te. Des de l i ngeri e de s eda aos bons e vel hos
ves ti dos de dormi r à noi te - bonés , es s e guarda-roupa ti nha tudo. Damon
s urgi u com os braços chei os e deu para E l ena fazer s ua es col ha.
E l a es col heu uma cami s ol a de gol a al ta branca fei ta de um teci do
modes to. Damon encontrou-s e acari ci ando um ves ti do azul -cel es te maj es tos o
arrematado com o que pareci a uma verdadei ra renda Val enci ennes .
" Não é meu es ti l o, " di s s e E l ena, aconchegando-s e rapi damente em
al gumas outras ves tes .
Não é o s eu es ti l o em torno de mi m, Damon pens ou, di verti do. E uma
moça um pouco s ábi a você é, também. Você não quer me tentar a fazer
qual quer coi s a que de que você pos s a s e arrepender amanhã.
" Tudo bem — e então você pode ter uma boa noi te de s ono—" E l e parou,
el a es tava de repente ol hando para el e com es panto e afl i ção.
" M att! Damon, nós es távamos procurando por M att! Acabei de me
l embrar. Nós es távamos procurando por el e e eu — eu não s ei . E u me
machuquei . Lembro-me de cai r e então eu es tava aqui ."
Porque eu te carreguei até aqui , Damon pens ou. Porque es ta cas a é
apenas um pens amento na mente de Shi ni chi . Porque a úni ca coi s a
permanente dentro del a s omos nós doi s .
Damon res pi rou profundamente .
31
Permi ta-nos ter a di g ni dade de sai r de sua armadi lha comnossas própri as pernas — ou eu
deveri a di zer, usando nossa própri a chave? Pens ou Damon pra Shi ni chi .
Para E l ena el e di s s e, " Si m, es tamos procurando por el e. M as você teve
uma queda e tanto. E u quero — eu gos tari a de l he pedi r — s e você poderi a
fi car aqui e s e recuperar enquanto eu vou atrás del e."
" Você acha que s abe onde M att es tá?" Foi tudo o que el a entendeu do
que el e di s s e. Tudo o que el a ouvi u.
" Si m"
" Podemos i r agora?"
" Você não quer me dei xar i r s ozi nho?"
" Não" di s s e E l ena s i mpl es mente. " E u tenho que encontrá-l o. Não vou
cons egui r dormi r s e você for s ozi nho. Por favor, podemos i r agora?"
Damon s us pi rou. " Tudo bem. Têm al gumas ..." — ( agora vai ter) —
" roupas que vão s ervi r em você no cl os et. Jeans e coi s as as s i m. Vou pegá-l as ."
el e di s s e. " Já que eu real mente não pos s o convencê-l a a dei tar e des cans ar
enquanto eu procuro por el e."
" E u pos s o fazer i s s o" , E l ena prometeu. " E s e você for s em mi m, eu
s i mpl es mente vou pul ar a j anel a e s egui r você."
E l a es tava fal ando s éri o. E l e foi e pegou a pi l ha de roupas prometi da e
vi rou de cos tas enquanto E l ena ves ti a uma vers ão i dênti ca de j eans e cami s a
xadrez que es teve us ando, porém i ntei ros e s em manchas de s angue. E ntão
el es s aí ram da cas a, E l ena es covava vi goros amente s eus cabel os , mas
ol hando para trás a cada pas s o dado.
" O que você es tá fazendo?" Perguntou Damon no exato momento que el e
ti nha deci di do carregá-l a.
" E s perando a cas a des aparecer." E quando el e l he deu s eu mel hor
ol har de — Do que você es tá fal ando? — E l a di s s e, " Jeans Armani ,
exatamente do meu tamanho? Cami s ol as La Perl a também? Cami s as xadrez,
doi s tamanhos mai ores que o meu, exatamente como aquel a que eu es tava
us ando? E s ta cas a é tanto uma pens ão quanto é mági ca. E u apos to que é
mági ca."
Damon a pegou nos braços , como forma de fazê-l a s e cal ar, e cami nhou
em di reção a porta do carona de s ua Ferrari . E l e s e perguntava s e j á es tavam
no mundo real agora, ou em outro dos gl obos do Shi ni chi .
" Já des apareceu?’ E l e perguntou.
" Si m."
Que pena, el e pens ou. E l e teri a gos tado de fi car com el a.
E l e poderi a tentar renegoci ar a oferta com Shi ni chi , mas havi a outras
coi s as mui to i mportantes para pens ar a res pei to. E l e deu um s uave aperto em
E l ena, pens ando, outras coi s as , mui to, mui to mai s i mportantes .
No carro, el e s e cons ci enti zou de três pequenos fatos . E m pri mei ro
l ugar, que o cl i que que s eu cérebro automati camente regi s trou vi ndo do banco
do carona s i gni fi cou que E l ena real mente ti nha trancado a fi vel a de s eu ci nto
de s egurança devi damente apertada. E m s egundo l ugar, que as portas
es tavam trancadas — el e veri fi cou pel o control e do motori s ta. E tercei ro, que
el e di ri gi a mui to l entamente. E l e não achava que al guém no formato de
E l ena j ogar-s e-i a pra fora de carros em movi mento em um futuro próxi mo,
mas el e não i ri a arri s car.
E l e não ti nha i dei a de quanto tempo es te fei ti ço i ri a funci onar. E l ena
eventual mente deveri a fi nal mente s ai r de s ua amnés i a. E ra l ógi co, j á que
el e pareci a es tar, e ti nha es tado acordado mui to tempo antes del a. E m breve
el a i ri a l embrar ... o quê? Que el e a ti nha col ocado em s ua Ferrari contra a s ua
vontade? ( rui m, mas perdoável , el e não poderi a s aber que el a i ri a s e ati rar pra
fora do carro) Que el e es tava provocando M i ke ou M i tch ou quem quer que
s ej a e el a na cl arei ra? ( E l e própri o ti nha uma vaga memóri a de ter fei to i s s o,
ou foi outro s onho?)
E l e des ej ava s aber a verdade. Quando el e fi nal mente s e l embrari a de
tudo? E l e es tari a em uma pos i ção mui to mai s favorável para negoci ações , uma
vez que el e l embras s e.
E era quas e i mpos s í vel que o M ac es ti ves s e tendo hi potermi a em uma
tempes tade de neve em pl eno verão, mes mo que el e ai nda es ti ves s e na
cl arei ra até agora. E ra uma noi te fri a, mas o pi or que o meni no poderi a
es perar era uma pontada de reumati s mo quando ti ver l á pel os oi tenta anos .
O es s enci al era que el es não deveri am encontrá-l o. E l e poderi a ter
al gumas verdades des agradávei s para contar.
Damon notou E l ena fazendo o mes mo ges to de novo. Um toque em s ua
garganta, uma careta, e uma res pi ração profunda.
" Você es tá enj oada por caus a da vi aj em?"
" Não, eu es tou ..." Ao l uar el e podi a vê-l a s eu ros to fi cando corado e
vol tando ao normal ; podi a s enti r o cal or em s eu ros to. E l a corou profundamente.
" E u expl i quei , " el a di s s e, " s obre me s enti r... mui to chei a. É como me s i nto
agora."
O que um vampi ro fari a?
Di zer, desculpe —eu desi sti de procurar por causa do luar?
Di zer, eu si nto mui to —você vai me odi ar pela manhã?
Di zer, para o i nferno comamanhã; este assento recli na umpouco?
M as e s e el es chegarem à cl arei ra e des cobri rem que al go real mente
ti nha aconteci do com M utt, Gatt, com o meni no? Damon i ri a s e arrepender pel o
res to dos s eus vi nte s egundos res tantes de vi da. E l ena chamari a batal hões de
es pí ri tos do céu em di reção a s ua cabeça. M es mo que ni nguém mai s
acredi tas s e nel a, Damon acredi tava.
E l e s e ouvi u di zendo, tão s uavemente como nunca ti nha fal ado com Page
ou com Damari s , " Você confi a em mi m?"
" O quê?"
" Você confi ari a em mi m por mai s qui nze ou vi nte mi nutos , para i r a um
determi nado l ugar onde eu acho que el e pode es tar?" Se ele esti ver — eu aposto que
você vai se lembrar de tudo e você não vai querer me ver novamente emsua vi da — " então você vai
ser poupada de uma long a busca. Se ele não esti ver e o carro não esti ver também" —será meu di a de
sorte e Mutt terá g anhado o prêmi o de uma vi da toda — " então nós conti nuaremos
procurando" .
E l ena fi cou o obs ervando atentamente. " Damon, você s abe onde o M att
es tá?"
" Não." Bem, i s s o era bas tante verdade. M as el a era uma coi s i nha
bri l hante, uma l i nda coi s i nha ros a, e mai s que tudo i s s o, el a era i ntel i gente
... Damon i nterrompeu s uas contempl ações mi nuci os as s obre a i ntel i gênci a
de E l ena. Por que el e es tava pens ando em poes i a? E l e es tava real mente
fi cando l ouco? E l e havi a pens ado ni s s o anteri ormente, não ti nha? Se perguntar
s e você es tá fi cando l ouco, não prova que você não es tá? O l ouco de verdade
nunca duvi dava de s ua s ani dade, certo? Certo. Ou s erá que ques ti onavam? E
certamente toda es s a convers a com el e mes mo não fari a bem a ni nguém.
Fottuto.
" Tudo bem, então. E u vou confi ar em você."
Damon s ol tou um s us pi ro que não preci s ava e di ri gi u o carro em di reção
à cl arei ra.
E ra uma das j ogadas mai s emoci onantes de s ua vi da. De um l ado, havi a
s ua vi da — E l ena encontrari a uma manei ra ou outra de matá-l o s e el e ti ves s e
matado M ark, el e es tava certo. E por outro l ado... um s abor de paraí s o. Com
uma E l ena di s pos ta, uma E l ena ans i os a, uma E l ena aberta... el e engol i u.
E l e s e encontrou fazendo a coi s a mai s próxi ma a rezar que el e havi a fei to em
mei o mi l êni o.
E nquanto el es contornavam a curva na es trada para Li ttl e Lane, el e
manteve-s e em hi per-vi gi l ânci a, o motor mal emi ti a um zuni do, o ar da noi te
trazendo todos os ti pos de i nformações para os s enti dos de vampi ro. E l e es tava
compl etamente cons ci ente de que uma embos cada poderi a ter s i do cri ada para
el e. M as a pi s ta es tava des erta. E , como de repente el e pres s i onou o
acel erador para revel ar a pequena cl arei ra, el e a encontrou abençoadamente,
fel i zmente, fri amente, vazi a, nenhum carro ou j ovens garotos em i dade de
facul dade, cuj os nomes começavam com " M ."
E l e rel axou contra o encos to.
E l ena es tava obs ervando-o.
" Você pens ou que el e poderi a es tar aqui ."
" Si m" . E agora era o momento para a verdadei ra ques tão. Sem perguntar-
l he i s s o, a coi s a toda era uma fars a, uma fraude. " Você s e l embra des te
l ugar?"
E l a ol hou ao redor. " Não. E u deveri a?"
Damon s orri u.
M as el e tomou a precaução de conduzi r o carro mai s três centenas de
metros , para uma cl arei ra di ferente, apenas no cas o de el a ter um s úbi to
ataque de memóri a.
" Havi a um M al ach na outra cl arei ra" , expl i cou el e faci l mente. " E s ta
aqui certamente es tá l i vre de mons tros ." Oh, mas que menti ros o eu s ou, s e
al egrou. Ai nda tenho o dom ou o quê?
E l e havi a fi cado perturbado... des de que E l ena havi a vol tado do Outro
Lado. M as s e na pri mei ra noi te el e ti nha fi cado tão perturbado que ti nha
ti rado s ua j aqueta e col ocado em s uas cos tas , bem, ai nda não exi s ti a pal avras
para des crever como el e s e s enti u quando el a s e ergueu di ante del e recém
retornada da pós -vi da, s ua pel e bri l hando na cl arei ra es cura, nua, s em
vergonha ou s em o concei to de vergonha. E durante a s ua mas s agem, onde as
vei as traçavam l i nhas de fogo de um cometa azul contra o céu i nvers o. Damon
es tava s enti ndo al go que el e não ti nha s enti do durante qui nhentos anos .
E l e es tava s enti ndo des ej o.
Des ej o humano. Vampi ros não s enti am i s s o. E ra tudo s ubl i mi nado com
a neces s i dade de s angue, s empre o s angue...
M as el e es tava s enti ndo.
E l e s abi a o porquê também. E l ena era Aura. E l ena era s angue. E l a
trouxe de vol ta com el a al go mai s s ubs tanci al do que as as as . E enquanto as
as as ti nham des vaneci do, es te novo tal ento pareci a s er permanente.
E l e percebeu que fazi a um tempo mui to l ongo des de que el e s enti ra
i s s o, e que, portanto, el e poderi a es tar compl etamente errado. M as el e não
pens ava as s i m. E l e pens ou que a aura de E l ena fari a o mai s fos s i l i zado dos
vampi ros s e l evantar e fl ores cer em vi ri l i dade j ovem novamente.
Incl i nou-s e para l onge tanto quanto o es paço da Ferrari permi ti a.
" E l ena, há al go que eu deveri a di zer."
" Sobre o M att?" E l a deu-l he um ol har di reto, i ntel i gente.
" Nat? Não, não. É s obre você. E u s ei que você fi cou s urpres a de Stefan tê-
l a dei xado s ob os cui dados de al guém como eu" .
Não havi a es paço para a pri vaci dade na Ferrari e el e j á es tava
comparti l hando s eu cal or corporal .
" Si m, eu fi quei " , di s s e el a s i mpl es mente.
" Bem, i s s o pode ter al go a ver com..."
" Is s o pode ter ti do al go a ver com a forma como nós deci di mos que a
mi nha aura dari a tremel i ques mes mo a vel hos vampi ros . De agora em di ante,
eu vou preci s ar de proteção forte por caus a di s s o, Stefan di s s e. "
Damon não s abi a o que eram tremel i ques , mas el e es tava preparado
para abençoá-l os por l he darem um ponto de vantagem s obre uma dama. " E u
acho" , di s s e el e com cui dado, " que de todas as coi s as , Stefan gos tari a que você
ti ves s e proteção contra o povo di aból i co atraí do para cá de todas as partes do
mundo, e aci ma de tudo que você não s ej a forçada a — a tremel i car — s e es s e
não for s ua vontade. "
" E agora el e es tá me dei xando — como um egoí s ta, i di ota, es túpi do
i deal i s ta, cons i derando todas as pes s oas no mundo que pos s am querer s e
aprovei tar de mi m."
" E u concordo" , di s s e Damon, com o cui dado de manter a menti ra s obre o
moti vo da parti da de Stefan i ntacta. " E eu j á prometi que pos s o oferecer
proteção. E u real mente farei o meu mel hor, E l ena, vou me certi fi car que
ni nguém chegará perto de você. "
" Si m" , di s s e E l ena, " mas então al go como i s to" , el a fez um ges to
provavel mente para i ndi car Shi ni chi e todos os probl emas caus ados por s ua
chegada, " vem para ci ma e ni nguém s abe como l i dar com el e."
" Verdade" , di s s e Damon. E l e teve que s e bal ançar para conti nuar
l embrando-s e do s eu verdadei ro propós i to aqui . E l e es tava aqui para... bem,
el e não es tava do l ado de St. Stefan. E a coi s a era que , i s s o era fáci l demai s ...
Lá es tava el a, pas s ando as mãos pel os cabel os ... uma donzel a l i nda
s entada penteando s eus cabel os ... o s ol no céu não era mai s tão dourado...
Damon s e bal ançou fortemente. Des de quando el e ti nha começado a s e
i nteres s ar em canções fol cl óri cas do Anti go Ingl ês ? O que ti nha de errado com
el e?
Para ter al go a di zer, el e perguntou: " Como você es tá s e s enti ndo?" Nes s e
exato momento el a ergueu a mão em s ua garganta.
E l a fez uma careta. " Nada mal ."
E i s s o os fez ol har um para o outro. E então E l ena s orri u e el e teve de
s orri r de vol ta, a pri ncí pi o apenas um l eve movi mento com os l ábi os , e depoi s
um s orri s o ampl o.
E l a era ... droga, el a era tudo, encantadora, coraj os a, i ntel i gente ... e
l i nda. E el e s abi a que s eus ol hos es tavam di zendo tudo i s s o pra el a e que el a
não es tava s e afas tando.
" Podemos — andar um pouco" , di s s e el e, e os s i nos tocaram e trombetas
fi zeram fanfarras , houve uma chuva de confetes e uma revoada de pombas ...
E m outras pal avras , el a di s s e: " Tudo bem" .
E l es es col heram um pequeno cami nho para fora da cl arei ra que pareci a
fáci l de enxergar no es curo para a vi s ão apurada de Damon. Damon não queri a
que el a cami nhas s e demai s . E l e s abi a que el a ai nda s enti a dor e não queri a
que el e s oubes s e ou ti ves s e que cui dar del a. Al guma coi s a dentro del e di s s e,
" Bem, então aguarde até que el a di zer que es tá cans ada e aj ude-a a s entar."
E al guma coi s a al ém do control e del e, aprovei tando a pri mei ra hes i tação
do pé de E l ena, a l evantou, des cul pando-s e em uma dúzi a de i di omas
di ferentes e, l i teral mente agi ndo como um tol o, até que el a es ti ves s e s entada
confortavel mente em um banco fei to de um arbus to com s uas cos tas
devi damente encos tadas e com um l eve cobertor de acampamento s obre os
j oel hos . E l e compl etou o ges to di zendo: " Você vai me di zer s e há al go,
qual quer coi s a, que você quei ra?" E l e aci dental mente envi ou pra el a uma
onda de pens amentos de pos s í vei s coi s as que el a poderi a querer, que era, um
copo de água, el e s entado ao s eu l ado, e um bebê el efante, que el e havi a vi s to
em s ua mente que el a gos tava mui to.
" Si nto mui to, mas eu não acho que cons i go o el efante" , di s s e el e, de
j oel hos , fazendo o banqui nho mai s confortável para el a, quando el e pegou um
pens amento al eatóri o del a: que el e não era tão di ferente de Stefan como
pareci a.
Nenhum outro nome poderi a ter caus ado nel e a vontade de fazer o que el e
fez em s egui da. Nenhuma outra pal avra, ou concei to, poderi a ter es s e efei to
s obre el e. E m um s egundo, o cobertor fora arrancado, o banco ti nha
des apareci do, e el e es tava s egurando E l ena em s eu col o com o pes coço
compl etamente expos to para el e.
A di ferença, di sse-lhe, entre mi m e meu i rmão é que ele ai nda está esperando desli zar por
alg uma fresta de uma porta lateral e acabar no céu. Eu não sou bobo e chorão como meu desti no. Eu sei
pra onde estou i ndo. E eu não — E l e deu-l he um s orri s o dei xando os cani nos
total mente es tendi dos — li g o nenhumpouco para i sso.
Os ol hos del a es tavam arregal ados — el e a havi a as s us tado. E o s us to a
havi a fei to pens ar em uma res pos ta não i ntenci onal , e compl etamente
hones ta. Seus pens amentos foram proj etados em di reção a el e, fáci l de l erem.
Eu sei —eu sou assi mtambém. Eu quero o que eu quero. Eu não sou tão boa como Stefan. E eu não sei ...
E l e fi cou admi rado. O que você não sabe, queri da?
E l a apenas bal ançou a cabeça, os ol hos fechados .
Para quebrar o i mpas s e, el e s us s urrou em s eu ouvi do: " E o que acha
s obre i s s o então?
Di g a que sou coraj oso.
Di g a que sou mau.
Di g a-me suas —vai dades.
—Eu sou vai doso.
Mas você Eri nyes, só pra acrescentar.
Eu bei j ei Elena.

***

Seus ol hos s e abri ram. " Oh, não! Por favor, Damon." E l a es tava
s us s urrando. " Por favor! Por favor, não agora! " E el a engol i u com di fi cul dade.
" Al ém di s s o, você me perguntou s e eu gos tari a de uma bebi da, e s ubi tamente
i s s o não é uma bebi da. E u não pedi ri a uma bebi da s e não es ti ves s e com s ede,
mas , eu es tou com tanta, tanta s ede, tal vez com tanta s ede quanto você tal vez?"
E l a fez o ges to de dar tapi nhas s ob o s eu quei xo de novo.
O i nteri or de Damon s e derreteu.
E l e es tendeu a mão e a fechou em torno de um copo de cri s tal del i cado.
E l e bebeu um gol e do l í qui do habi l mente, tes tando-o como um buque — ah,
requi ntada — então del i cadamente rol ou em s ua l í ngua. E ra a coi s a real .
Vi nho de magi a negra, produzi do de uvas Cl ari on Loes s de M agi a Negra. E ra
o úni co vi nho que a mai ori a dos vampi ros beberi a — e havi a hi s tóri as
apócri fas de como el e os manti vera s ob s eus pés quando a s ua outra s ede, não
podi a s er ameni zada.
E l ena es tava obs ervando s ua bebi da, s eus ol hos azui s abertos
ampl amente s ob o vi ol eta profundo do vi nho, di zi am-l he um pouco da s ua
hi s tóri a. E l e gos tava de as s i s ti -l a quando el a es tava as s i m — i nves ti gando
com todos os s eus s enti dos pl enamente des pertos . E l e fechou os ol hos e
l embrou al guns momentos de es col ha do pas s ado. Depoi s os abri u novamente
para encontrar E l ena, parecendo mui to com uma cri ança s edenta, bebendo
ans i os amente...
" ...s eu s egundo copo?" E l e percebeu a pri mei ra taça aos s eus pés .
" E l ena, onde você cons egui u outro?"
" E u apenas fi z o que você fez. E s tendi a mão. Não é como s e i s s o fos s e
mui to di fí ci l , não é? Tem gos to de s uco de uva, e eu es tava morrendo por uma
bebi da."
Será que el a real mente podi a s er tão i ngênua? Na verdade, o vi nho de
magi a negra não ti nha o forte odor ou s abor do ál cool . E ra s uti l , cri ado para o
pal adar exi gente de um vampi ro. Damon s abi a que as uvas foram cul ti vadas
no s ol o que uma gel ei ra dei xada para trás . Natural mente, es s e proces s o era
apenas para os vampi ros anti gos , poi s l evara anos para cons trui r vi nhedos
s ufi ci entes . E quando o s ol o es tava pronto, as uvas foram cul ti vadas e
proces s adas em cubas de madei ra dura, s em nunca ver o s ol . Is s o era o que
dera o s eu s abor del i cado e s ua aparênci a de vel udo negro. E agora...
E l ena ti nha um bi gode de s uco de uva. Damon queri a mui to bei j á-l o e
ti rá-l o dal i .
" Bem, um di a você pode di zer às pes s oas que bebeu doi s copos de M agi a
Negra em menos de um mi nuto, e i mpres s i oná-l os " , di s s e el e.
M as el a es tava fazendo o tap-tap-tap novamente s ob o quei xo.
E l ena, você quer ter um pouco do s eu s angue extraí do?"
" Si m!" E l a di s s e no tom de toque de s i no de al guém que fi nal mente,
teve a pergunta certa fei ta.
E l a es tava bêbada.
E l a j ogou os braços para trás , s ol tando-os s obre o banco, dei xando s eu
corpo i nerte acei tando qual quer novo movi mento. O banco tornara-s e um s ofá de
camurça preto com encos to al to: um di vã, e nes te momento, o pes coço es gui o de
E l ena es tava des cans ando no ponto mai s al to des te encos to, a garganta expos ta
ao ar. Damon vi rou-s e com um pequeno gemi do. E l e queri a l evar E l ena até a
ci vi l i zação. E l e es tava preocupado com s ua s aúde, l evemente preocupado com...
M utt, e agora... el e não podi a ter nada do que el e queri a. E l e não poderi a fazer
i s s o com el a bêbada.
E l ena fez outro ti po de s om que pode ter s i do o s eu nome. " D’m’n' ?" , E l a
murmurou. Seus ol hos s e encheram de l ágri mas .
Qual quer coi s a que um enfermei ro poderi a ter fei to por um paci ente,
Damon teri a fei to por E l ena. M as pareci a que el a não queri a ter engol i do doi s
copos de M agi a Negra na frente del e.
" M i nha bochecha" , E l ena botou pra fora, com um s ol uço peri gos o no
fi nal . E l a s egurou o pul s o de Damon.
" Si m, es te não é o ti po de vi nho para es banj ar. E s pere, tente s entar-s e
em l i nha reta e dei xe-me tentar..." E tal vez porque el e di s s e as pal avras s em
pens ar, s em pens ar em s er rude, s em pens ar em mani pul á-l a de uma
manei ra ou de outra, es tava tudo bem. E l ena obedeceu e el e col ocou doi s dedos
de cada l ado de s uas têmporas e apertou l evemente. Por uma fração de
s egundo, es ti veram próxi mos a um des as tre, e em s egui da, E l ena es tava
res pi rando de forma l enta e cal ma. E l a ai nda es tava afetada pel o vi nho, mas
não es tava mai s bêbada.
E a hora havi a chegado. E l e teve que di zer a verdade.
M as , pri mei ro, el e preci s ava acordar.
" Um café expres s o tri pl o, por favor" , di s s e el e, es ti cando a mão.
Apareceu então, i medi atamente, aromáti co e preto como a s ua al ma. " Shi ni chi
di z que o expres s o, é a úni ca des cul pa para a raça humana."
" Sej a l á que for Shi ni chi , eu concordo com el e ou el a. Um café expres s o
tri pl o, por favor" , di s s e E l ena para a mági ca que havi a na fl ores ta, nes te
gl obo de neve, nes te uni vers o. Nada aconteceu.
" Tal vez es tej a s ó em s i ntoni a com a mi nha voz agora" , di s s e Damon
mos trando-l he um s orri s o tranqui l i zador, e então pegando um expres s o pra
el a.
Para s ua s urpres a, E l ena fez careta.
" Você di s s e " Shi ni chi " . Quem é?"
A úl ti ma coi s a que Damon queri a era ter E l ena envol vi da com Ki ts une,
mas s e el e i ri a real mente di zer tudo el a i a ter que s e envol ver. " E l e é um
ki ts une, um es pí ri to de rapos a" , di s s e el e. " E a pes s oa que me deu o
endereço da web que col ocou Stefan pra correr."
A expres s ão de E l ena congel ou.
" Na verdade" , Damon di s s e: " E u acho que eu preferi ri a chegar a cas a
antes de tomar o próxi mo pas s o" .
E l ena l evantou os ol hos exas perados para o céu, mas dei xou-o pegá-l a e
l evá-l a de vol ta para o carro.
E l e apenas ti nha percebi do que era o mel hor l ugar para contar a el a.
E ra cl aro que el es não ti nham nenhuma urgênci a em chegar a
qual quer l ugar que es ti ves s e fora da vel ha fl ores ta. E l es não encontraram
nenhum cami nho que não termi nava em tri l has s em s aí da, pequenas
cl arei ras , ou árvores . E l ena pareci a tão nada s urpres a ao encontrar a pequena
tri l ha que l evava a s ua pequena, mas perfei tamente equi pada cas a que
Damon não di s s e nada quando entraram e el e fez novo i nventári o do que el es
ti nham.
E l es ti nham um quarto com uma cama grande e l uxuos a. E l es ti nham
uma cozi nha. E uma s al a de es tar. M as qual quer um des tes ambi entes
poderi a s e tornar qual quer ti po de quarto que você es col hes s e, s i mpl es mente
por pens ar nel e antes de abri r a porta. Al ém di s s o, havi a as chaves —
dei xadas pel o o que Damon ti nha percebi do s er um Shi ni chi s eri amente
abal ado — que permi ti am que as portas fi zes s em mai s . Ins i ra uma chave em
uma porta e anunci e o que você quer e l á es tará — mes mo, ao que parece,
mes mo, ao que pareci a, s er fora do terri tóri o Shi ni chi no es paço-tempo. E m
outras pal avras , el as pareci am s er o l i nk para o mundo real exteri or, mas
Damon não es tava total mente certo s obre i s s o.Seri a es s e o mundo real ou era
apenas mai s um j ogo de armadi l has de Shi ni chi ?
O que el es ti nham agora era uma l onga es cada em es pi ral para um
obs ervatóri o ao ar l i vre com uma pl ataforma em torno del e, as s i m como no teto
da pens ão. Havi a até um quarto exatamente como o de Stefan, Damon notou
enquanto carregava E l ena pel as es cadas .
" Nós vamos todos até em ci ma?" E l ena pareci a confus a.
" Si m."
" E o que faremos aqui em ci ma?" E l ena perguntou, quando el e a
col ocou em uma cadei ra com um cobertor l eve s obre os j oel hos .
Damon s entou em uma cadei ra de bal anço, bal ançando um pouco, com
s eus braços em vol ta dos j oel hos , com o ros to i ncl i nado para o céu nubl ado.
E l e bal ançou mai s uma vez, parou e s e vi rou para el a. " E u i magi no que
j á que es tamos aqui ..." di s s e el e, em s eu tom zombetei ro que s i gni fi cava que
el e es tava fal ando mui to s eri o, " então , pos s o te contar a verdade, toda a
verdade, nada al ém da verdade" .
32
Quem é?" Uma voz vi nha da es curi dão do bos que. " Quem es tá aí ?"
Bonni e nunca fi cou tão grata a ni nguém em toda a s ua vi da como fi cou a
M att por abraçar-s e a el a naquel e momento. Preci s ava de contato pes s oal . Se
apenas pudes s e s e enterrar fundo nos outros , de al gum modo fi cari a s egura.
E l a mal cons egui u repri mi r o gri to enquanto a l anterna que enfraqueci a
gi rava para uma cena s urreal .
" Isobel! "
Si m, era mes mo Is obel , e el a não es tava no hos pi tal em Ri dgemont, mas
al i , no bos que. E s tava parada ao l argo, nua, a não s er pel o s angue e pel a
l ama em s eu corpo. Bem al i , contra aquel e fundo, el a pareci a ao mes mo tempo
uma pres a e uma es péci e de deus a da fl ores ta, uma deus a da vi ngança, e das
coi s as caçadas , e da puni ção a qual quer s er que atraves s as s e s eu cami nho.
E l a es tava s em fôl ego, ofegava, ti nha bol has de s al i va s ai ndo pel a boca, mas
não es tava fraca. Só era preci s o ver s eus ol hos , de um vermel ho bri l hante, para
entender i s s o.
Atrás del a, pi s ando em gal hos e s ol tando o ocas i onal gemi do ou pal avrão,
havi a mai s duas fi guras . Uma era al ta e magra mas vol umos a no al to, e outra
mai s bai xa e atarracada. Pareci am gnomos tentando s egui r uma ni nfa do
bos que.
" Dra. Alpert! " M eredi th pareci a não s er capaz de demons trar s eu
autocontrol e.
Ao mes mo tempo, Bonni e vi u que os pi erci ngs de Is obel ti nham pi orado
mui to. E l a perdera a mai or parte das tachas , argol as e agul has , mas havi a
s angue e pus s aí a dos feri mentos .
" Não a as s us te" s us s urrou Ji m das s ombras . " E s tamos s egui ndo
Is obel des de que ti vemos de parar." Bonni e podi a s enti r M att, que ti nha
puxado o ar para gri tar, de repente s ufocar. E l a também podi a ver por que Ji m
pareci a ter uma cabeça tão grande. Carregava Obaas an, no es ti l o j aponês , nas
cos tas , com os braços del a em s eu pes coço. Como uma mochi l a, pens ou Bonni e.
" O que aconteceu comvocês?" s us s urrou M eredi th. " Achamos que ti nham i do
para o hos pi tal ."
" De al gum modo, uma árvore cai u na es trada enquanto dei xamos vocês e
não cons egui mos contorná-Ia para i r ao hos pi tal , nem a l ugar nenhum. M as
não é s ó i s s o, era uma árvore com um ni nho de ves pas dentro. Is obel des pertou
assi m" a médi ca es tal ou os dedos , " e, quando ouvi u as ves pas , s ai u aos
tropeços e correu del as . Nós corremos atrás del a. Pos s o di zer que eu teri a fei to o
mes mo s e es ti ves s e s ozi nha."
" Al guém vi u es s as ves pas ?" perguntou M att depoi s de um s egundo.
" Não, fi cou es curo l ogo. M as nós as ouvi mos bem. A coi s a mai s
es qui s i ta que j á ouvi . Pareci a uma ves pa de uns 30 centí metros " di s s e Ti m.
M eredi th agora apertava o braço de Bonni e do outro l ado.
Bonni e não s abi a s e era para mantê-Ia em s i l ênci o ou es ti mul á-Ia a
fal ar. E o que el a poderi a di zer? ‘As árvores caí das aqui s ó fi cam caí das até que
a pol í ci a deci da procurar por el as ?’ ‘Ah, e cui dado com os enxames di aból i cos de
i ns etos ras tej ando por s eu braço?’ ‘E a propós i to, provavel mente há um del es
dentro de Is obel agora?’ Isso s i m i a dei xar Ti m em pâni co.
" Se eu s oubes s e o cami nho de vol ta ao pens i onato, dei xari a es s es três
l á" di zi a a Sra. Fl owers . " E l es não fazem parte di s s o."
Para s urpres a de Bonni e, a Dra. Al pert não s e excl ui u da decl aração de
que el a mes ma não ‘fazi a parte di s s o’. Nem perguntou à Sra. Fl owers o que
es tava fazendo com duas adol es centes a es s a hora no anti go bos que. O que el a
di s s e foi ai nda mai s as s ombros o.
" Vi mos l uzes quando vocês começaram a gri tar. Fi ca bem aqui atrás ."
Bonni e s enti u os mús cul os de M att enri j ecer contra el a.
" Graças a Deus " di s s e el e. Depoi s , devagar, " M as i s s o não é pos s í vel .
E u s aí da cas a dos Duns tan dez mi nutos antes de nos encontrarmos , e fi ca na
margem do bos que, do outro l ado do pens i onato. E u l evari a pel o menos 25
mi nutos para i r a pé até l á."
" Bom, não s ei s e é pos s í vel ou não, mas vi mos o pens i onato, Theophi l i a.
Todas as l uzes es tavam aces as , de ci ma a bai xo. E ra i mpos s í vel confundi r.
Tem certeza de que não es tá cal cul ando mal o tempo?" acres centou el a a M att.
O nome da Sra. Fl owers é Theophi l i a, pens ou Bonni e, e teve de repri mi r
o i mpul s o de ri r. A tens ão l evava a mel hor s obre el a.
M as j us to quando es tava pens ando ni s s o, M eredi th l he de outro
cutucão.
Às vezes , Bonni e achava que el a, E l ena e M eredi th ti nham uma
es péci e de tel epati a. Tal vez não fos s e tel epati a verdadei ra, mas às vezes
bas tava um ol har para di zer mai s do que umas di s cus s ões s em fi m. E às
vezes — nem s empre, mas de vez em quando — M att ou Stefan pareci am
fazer parte di s s o. Não que fos s e real mente tel epati a, com vozes cl aras na
cabeça como fi cari am aos ouvi dos , mas às vezes os meni nos pareci am es tar...
em s i ntoni a com as meni nas .
Porque Bonni e s abi a exatamente o que s i gni fi cava o cutucão.
Si gni fi cava que M eredi th ti nha apagado a l uz do quarto de Stefan no
úl ti mo andar da cas a e que a Sra. Fl owers apagara as l uzes do pri mei ro andar
quando el as s aí ram. As s i m, embora Bonni e ti ves s e uma i magem mui to
ní ti da do pens i onato com as l uzes aces as , es s a i magem não podi a
corres ponder à real i dade.
Alg uém está tentando nos confundi r, era o que s i gni fi cava o cutucão de
M eredi th. E M att es tava na mes ma s i ntoni a del as , ai nda que por um moti vo
di ferente. E l e s e i ncl i nou um pouco para M eredi th, com Bonni e entre os doi s .
" M as tal vez a gente deva vol tar à cas a dos Duns tan" di s s e Bonni e num
tom mai s i nfanti l e comovente. " E l es s ão pes s oas normai s . Podem nos
proteger."
" O pens i onato fi ca l ogo depoi s des s a col i na" di s s e com fi rmeza a Dra.
Al pert. " E eu gos tari a mui to de s eus cons el hos para cui dar das i nfecções de
Is obel " acres centou el a a Sra. Fl owers .
A Sra. Fl owers pal pi tou. Não havi a outra pal avra para i s s o.
" Ah, meu Deus , que el ogi o. A pri mei ra coi s a a fazer s eri a l avar as
feri das i medi atamente."
Is s o era tão óbvi o e tão i mprovável na Sra. Fl owers que M att apertou
Bonni e com força enquanto M eredi th s e i ncl i nava para el a. Aai i i i !, pens ou
Bonni e. Ou temos es s a hi s tóri a de tel epati a ou não! E ntão é a Dra. Al pert que é
o peri go, a menti ros a.
" E ntão é i s s o. Vamos para o pens i onato." di s s e M eredi th com cal ma.
" E Bonni e, não s e preocupe. Vamos cui dar de você."
" É cl aro que vamos " di s s e M att, dando um úl ti mo apertão.
Si gn i f i cava Eu entendi . Sei quem não está do nosso lado. E m voz al ta, el e
acres centou, num tom que fi ngi a s everi dade, " De qual quer modo, não é boa
i dei a i r à cas a dos Duns tan. Já contei à Sra. Fl owers e às meni nas s obre i s s o,
el es têm uma fi l ha no mes mo es tado de Is obel ."
" E s tá s e furando?" di s s e a Dra. Al pert, parecendo s obres s al tada e
apavorada com a i dei a.
" Não. Anda agi ndo de forma mui to es tranha. M as não é um bom l ugar."
Apertão.
Já entendi há mui to tempo, pens ou Bonni e, i rri tada. Agora tenho de fi car
de boca fechada.
" Vá na frente, por favor" murmurou a Sra. Fl owers , parecendo mai s
pal pi tante do que nunca. " Vol temos ao pens i onato."
E el es dei xaram que a médi ca e Ji m fos s em à frente. Bonni e conti nuou
recl amando bai xi nho, para o cas o de al guém es tar ouvi ndo. E el a, M att e
M eredi th fi caram de ol ho na médi ca e em Ji m.

***

" Tudo bem, " di s s e E l ena a Damon, " es tou enfei tada como al guém no
convés de um trans atl ânti co, tens a como uma corda es ti cada de vi ol ão e es tou
farta de toda es s a demora. E ntããão... Qual é a verdade, toda a verdade e nada
al ém da verdade?" E l a bal ançou a cabeça. O tempo ti nha s al tado e s e es tendi a
di ante del a.
Damon fal ou, " De certo modo, es tamos num gl obo de neve mi nús cul o
que eu fi z para mi m. Is s o s i gni fi ca apenas que el es não nos verão nem
ouvi rão por al guns mi nutos . Agora es tá na hora de ter a convers a de verdade."
" E ntão é mel hor que s ej a rápi da." E l a s orri u para el e, es ti mul ando-o.
E l a tentava aj udá-l o. E l ena s abi a que el e preci s ava de aj uda.
E l e queri a contar a verdade, mas fugi a tanto de s ua natureza que era
como pedi r a um maldi to caval o s el vagem para dei xar que você o montas s e e o
domas s e.
" E xi s tem mai s probl emas , " di s s e Damon com a voz rouca, e el a s abi a
que el e l i a s eus pens amentos . " E l es ... E l es tentaram me i mpos s i bi l i tar de
fal ar com você s obre i s s o. Fi zeram i s s o no es ti l o de um grande conto de fadas
anti go: es tabel ecendo mui tas condi ções . E u não podi a contar a você dentro de
uma cas a, nem do l ado de fora del a. Bom, uma s acada não es tá dentro, mas
também não fi ca do l ado de fora. E u não podi a contar a você à l uz do s ol nem da
l ua. Bom, o s ol j á s e pôs , e a l ua s ó vai nas cer daqui a uns tri nta mi nutos , e
eu di ri a que es tou res pei tando as condi ções . E não podi a contar enquanto você
es ti ves s e nua ou ves ti da." E l ena automati camente s e ol hou al armada, mas
nada ti nha mudado, pel o que el a podi a di zer.
" E eu i magi no que es ta condi ção também tenha s i do cumpri da, porque
embora el e tenha me j urado que i a me dei xar s ai r de um de s eus gl obos de
neve, não dei xou. E s tamos em uma cas a que não é uma cas a... É a i dei a da
mente de al guém. Você es tá com roupas que não s ão roupas de verdade... São
i nvenções da i magi nação.
E l ena abri u a boca novamente, mas el e pôs doi s dedos nos l ábi os del a e
di s s e:
" E s pere. Dei xe conti nuar enquanto ai nda pos s o. Pens ei s eri amente que
el e j amai s parari a de i mpor as condi ções , que ti rara de al gum conto de fadas .
E l e é obcecado com i s s o e com a anti ga poes i a i ngl es a. Não s ei por que, poi s
el e é do outro l ado do mundo, do Japão. E s te é o Shi ni chi . E el e tem uma i rmã
gêmea... M i s ao."
Damon parou de ofegar depoi s di s s o, e E l ena deduzi u que devi a haver
outros moti vos i nternos para que el e não contas s e nada a el a.
" Parece que o nome del e pode s er traduzi do como morte-pri mei ra, ou número
um em matéri a de morte. Os doi s parecem adol es centes , com s eus códi gos e
j ogui nhos . No entanto, têm mi l hares de anos ."
" M i l hares ?" E l ena s ondou genti l mente enquanto Damon parava,
parecendo exaus to, mas deci di do.
" Odei o pens ar em quantos mi l hares de anos os doi s andaram fazendo
cruel dades . É M i s ao quem es tá fazendo todas aquel as coi s as com as meni nas
na ci dade. E l a as pos s ui com s eus mal ach e faz com que el es as obri guem a
fazer coi s as . Você s e l embra da aul a de hi s tóri a ameri cana? Das bruxas de
Sal ém? E s ta era M i s ao, ou al guém pareci do com el a. E aconteceu centenas de
vezes antes di s s o. Pode procurar pel as frei ras urs ul i nas . Ti nham um convento
tranqui l o que s e tornou exi bi ci oni s ta e pi or... Al guém enl ouqueceu, e al guém
que tentou aj udar fi cou pos s uí do."
" E xi bi ci oni s tas ? Como Tamra? M as el a é s ó uma cri ança..."
" M i s ao é s ó uma cri ança, em s ua mente."
" E onde Carol i ne entra ni s s o?"
" E m qual quer cas o s emel hante, deve haver um i ns ti gador... Al guém
que es tej a di s pos to a fazer um pacto com o di abo... Ou um demôni o, na
verdade... Para s eus própri os fi ns . É aí que Carol i ne entra. M as , por toda uma
ci dade, el es devem es tar dando al guma coi s a real mente grande a el a."
" Toda uma ci dade? E l es vão tomar toda Fel l ' s Church... ?" Damon vi rou o
ros to. A verdade era que el es i am des trui r Fel l ' s Church, mas não ti nha
s enti do di zer i s s o. Suas mãos es tavam frouxas nos j oel hos enquanto el e
permaneci a s entado na cadei ra de madei ra anti ga e frági l na s acada.
" Antes que pos s amos fazer al guma coi s a para aj udar al guém, temos de
s ai r daqui . Sai r do mundo de Shi ni chi . Is to é i mportante. E u pos s o... bl oqueá-Io
por curtos perí odos de tempo, i mpedi -Io de nos obs ervar... M as fi co cans ado e
preci s o de s angue. Preci s o mai s do que você pode regenerar, E l ena." E l e
ol hou para el a. " E l e pôs aqui a Bel a e a Fera e vai nos dei xar ver quem
tri unfará."
" Se quer di zer um matar o outro, no que di z res pei to a mi m, el e vai ter
que es perar mui to tempo."
" Is s o é o que você pens a agora. M as i s to é uma armadi l ha."
" Não há nada aqui , s ó o anti go bos que, como havi a quando começamos a
rodar de carro por el e. Também não tem nenhuma habi tação humana. A úni ca
cas a é es ta, as úni cas cri aturas vi vas s omos nós doi s . Você vai querer mi nha
morte mui to em breve."
" Damon, eu não entendo. O que el es querem aqui ? M es mo com o que
Stefan di s s e s obre todas as l i nhas de força cruzando Fel l ' s Church e formando
um farol ... "
" Foi o s eu bri l ho que os atrai u, E l ena. E l es s ão curi os os , como
cri anças , e eu tenho a s ens ação de que el es j á ti veram probl emas em outros
l ugares onde moraram. É pos s í vel que el es es ti ves s em aqui vendo o fi nal da
batal ha, vendo você renas cer."
" E ntão el es querem... nos des trui r? Se di verti r? Tomar a ci dade e nos
fazer de mari onetes ?"
" As três coi s as , por enquanto. E l es podem s e di verti r enquanto outra
pes s oa apel a em um tri bunal de outra di mens ão. E s i m, di vers ão, para el es ,
s i gni fi ca tomar uma ci dade. E mbora eu crei a que Shi ni chi pretenda vol tar
atrás em s eu trato comi go por al go que el e quer mai s do que a ci dade, e as s i m
el es podem acabar l utando um com o outro."
" Que trato com você, Damon?"
" Por você. Stefan ti nha você. E u queri a você. E l e quer você."
Contra a própri a vontade, E l ena s enti u um embrul ho no es tômago,
s enti u o tremor di s tante que começava al i e abri a cami nho para fora.
" E qual era o trato ori gi nal ? E l e vi rou o ros to."
" E s ta é a parte rui m."
" Damon, o que você fez?! " el a excl amou, quas e gri tando. " Qual foi o trato?" Todo
s eu corpo tremi a.
" Fi z um pacto com o demôni o e, s i m, eu s abi a o que el e era quando o fi z.
Foi na noi te em que s eus ami gos foram atacados pel as árvores ... Depoi s de
Stefan me expul s ar de s eu quarto. Is s o e ... Bom, eu es tava com rai va, mas el e
pegou mi nha rai va e a aumentou. E l e es tava me us ando, me control ando;
agora entendo i s s o. Foi quando começou com os acordos e as condi ções ."
" Damon..." E l ena começou, trêmul a, mas el e conti nuou, fal ando
rapi damente como s e ti ves s e de pas s ar por i s s o, para ver s ua concl us ão, antes
de perder a coragem.
" O úl ti mo pacto foi de que el e me aj udari a a ti rar Stefan do cami nho
para que eu pudes s e ter você, enquanto el e fi cava com Carol i ne e o res to da
ci dade para di vi di r com a i rmã. As s i m teri a Carol i ne i ndependentemente do
acordo que el a ti ves s e com M i s ao."
E l ena deu um tapa em Damon. E l a não s abi a como cons egui u, enoj ada
como es tava, ter a mão l i vre e fazer o movi mento de um rai o, mas cons egui u.
Depoi s el a es perou, ol hando uma gota de s angue pendendo do l ábi o de Damon,
que el e revi das s e, ou que el a ti ves s e forças para tentar matá-l o.
33
Damon fi cou apenas s entado. E ntão el e l i mpou os l ábi os e não di s s e
nada, não fez nada.
" Seu bas tardo!"
" Si m."
" Você es tá di zendo que Stefan na verdade não me abandonou?"
" Si m. Quero di zer — correto."
" Quem es creveu a carta no meu di ári o, então?"
Damon não di s s e nada, mas ol hou para l onge.
" Oh, Damon!" E l a não s abi a s e o bei j ava ou s e o s acudi a. " Como você
pode — você sabe, " el a di s s e em uma voz engas gada e ameaçadora, " o que eu
pas s ei des de que e el e des apareceu? Pens ando a cada mi nuto que el e apenas
s e deci di u de repente e me abandonou? M es mo s e el e pretendi a vol tar —"
" E u —"
" Não tente me di zer que você sente mui to! Não tente me di zer que você s abe
como eu me s i nto, por que você não s abe. Como você poderi a? Você não tem senti mentos
assi m! "
" E u acho — eu ti ve uma experi ênci a pareci da. M as eu não es tava
tentando me defender. Apenas i a di zer que nós temos um tempo l i mi tado
enquanto eu pos s o bl oquear Shi ni chi de nos ver."
O coração de E l ena foi parti do em mi l pedaços ; el a podi a s enti r cada
pedaço perfurando-a. Nada mai s i mportava. " Você menti u, você quebrou s ua
promes s a de nunca feri r um ao outro—"
" E u s ei — e i s s o deveri a ter s i do i mpos s í vel . M as i s s o começou
naquel a noi te em que as árvores prenderam Bonni e e M eredi th e... M ark..."
" M att!"
" Naquel a noi te, quando Stefan me j ogou para fora e me mos trou s eu
verdadei ro Poder — que era por s ua caus a. E l e di s s e i s s o para que eu fi cas s e
l onge de você. Antes di s s o el e s ó es perava mantê-l a es condi da. E naquel a
noi te eu me s enti . traí do de certa forma. Não me pergunte por que i s s o deveri a
fazer s enti do, quando por anos antes eu o j oguei no chão e o fi z comer terra
quando eu queri a."
E l ena tentou dar s enti do ao que el e es tava tentando di zer em s ua
condi ção des pedaçada. E el a não cons egui u. M as também não cons egui u
i gnorar a s ens ação de que ti nha acabado de cai r como um anj o em redes a
s egurando.
Tente olhar i sso com outros olhos. Olhe para dentro, não para fora procurando a resposta.
Você conhece Damon. Você j á vi u o que está dentro dele. Há quanto tempo i sso temestado lá?
" Oh, Damon, eu s i nto mui to! E u s ei a res pos ta. Damon — Damon. Oh,
Deus ! E u pos s o ver o que es tá errado com você. Você es tá mai s pos s uí do do que
qual quer uma das garotas ."
" E u — tenho uma daquel as coi s as em mi m?"
E l ena mateve os s eus ol hos fechados enquanto afi rmava com a cabeça.
As l ágri mas corri am pel o s eu ros to, e el a s e s enti u mal mes mo quando s e
obri gou a fazer i s s o: reuni r força humana s ufi ci ente para ver com outros
ol hos , ver como el a ti nha aprendi do de al guma forma a ver dentro das pes s oas .
O mal ach que el a ti nha vi s to antes dentro de Damon, e aquel e que M att
ti nha des cri to como grande de mai s para um i ns eto — tão cumpri do como um
braço, tal vez. M as agora em Damon el a s enti u al go. enorme. M ons truos o. Al go
que o habi tava por compl eto, ti nha uma cabeça trans parente dentro de s uas
bel as fei ções , s eu corpo qui ti nos o tão l ongo quanto s eu tronco; era
s ubdes envol vi do — pernas trançadas em torno das s uas pernas . Por um
momento el a achou que fos s e des mai ar; mas então el a s e control ou. Ol hando
para a i magem fantas magóri ca, el a pens ou, O que M eredi th fari a?
M eredi th i ri a fi car cal ma. E l a não i ri a menti r, mas el a i ri a encontrar
uma manei ra de aj udar.
" Damon, i s s o é rui m. M as tem que haver uma forma de ti rá-l o de você
— rápi do. E u vou encontrar es s a forma. Por que enquanto i s s o es ti ver em você,
Shi ni chi pode fazer você fazer qual quer coi s a."
" Você quer ouvi r o porquê eu acho que i s s o fi cou tão grande? Naquel a
noi te, quando Stefan me di s pens ou do s eu quarto, todos foram para cas a como
boas meni nas e meni nos , mas você e Stefan foram dar uma vol ta. Um vôo.
Foram pl anar."
Por um l ongo tempo i s s o não s i gni fi cou nada para el a, embora ti ves s e
s i do a ul ti ma vez que el a vi u Stefan. De fato, es s e era o úni co s i gni fi cado para
el a: es s a era a ul ti ma vez que el a e Stefan ti nham.
E l a s e s enti u congel ar por dentro.
" Você es tava na Vel ha Fl ores ta. Você ai nda era um es pí ri to de cri ança
pequena que não s abi a o que era certo e o que era errado. M as Stefan deveri a
ter pens ado mel hor antes de fazer i s s o no meu própri o terri tóri o. Vampi ros
l evam o terri tóri o a s éri o. E no meu própri o l ugar de repous o — na frente dos
meus ol hos ."
" Oh, Damon! Não!"
" Oh, Damon, s i m! Lá es tava você, parti l hando s angue, tão envol vi da
para ter me notado mes mo s e eu ti ves s e s al tado e tentado te erguer à parte.
Você es tava ves ti ndo uma cami s ol a branca de gol a al ta e pareci a um anj o. E u
queri a matar Stefan rapi damente então."
" Damon—"
" E i s s o es tava certo, então, Shi ni chi apareceu. E l e não preci s ou di zer o
que eu es tava s enti ndo. E el e ti nha um pl ano, uma oferta... uma propos ta."
E l ena fechou os ol hos novamente e bal ançou a cabeça. " E l e preparou de
antemão. Você j á es tava pos s uí do e pronto para es tar chei o de rai va."
" E u não s ei por que, " Damon agi u como s e el e não ti ves s e ouvi do-a
fal ar, " mas eu quas e não pens ei s obre o que i s s o s i gni fi cari a para Bonni e e
M eredi th e no res to da ci dade. Tudo o que eu cons egui a pens ar era em você.
Tudo o que eu queri a era você, e me vi ngar de Stefan."
" Damon, você vai ouvi r? Até então, você j á ti nha s i do del i beradamente
pos s uí do. E u pude ver o M al ach em você. Você admi te, " como s e el a o s enti s s e
i nchando para fal ar — " que al go es tava i nfl uenci ando você antes , obri gando-o
a as s i s ti r Bonni e e os outros morrem a s eus pés naquel a noi te. Damon, eu
acho que es s as coi s as s ão ai nda mai s di fí cei s de l i vrar de nós do que
i magi namos . Pens e ni s s o, você normal mente não fi ca e as s i s te pes s oas
fazem — coi s as pri vadas , não é? O fato de que você não fazer i s s o por s i mes mo
não prova que al go es tava errado?"
" É ... uma teori a, " Damon reconheceu, não s oando fel i z.
" M as você não vê? Is s o foi que fez você di zer a Stefan que você s ó s al vou
Bonni e por capri cho, e i s s o foi que fez você s e recus ar a di zer a todos que o
M al ach te fez as s i s ti r ao ataque das árvores , hi pnoti zando você. Is s o e s eu
orgul ho es túpi do, tei mos o."
" Vou ver i s s o como el ogi o. E u pos s o me s ecar e i r embora."
" Não s e preocupe, " E l ena di s s e categori camente, " Aconteça o que
acontecer com o res to de nós , tenho a s ens ação de s eu ego i rá s obrevi ver. O que
aconteceu depoi s ?"
" E u fi z o meu acordo com Shi ni chi . E l e i ri a atrai r Stefan para al gum
l ugar fora do cami nho onde eu poderi a vê-l o s ozi nho, então contrabandeá-l a
para al gum l ugar fora daqui onde Stefan não poderi a encontrá-l a—"
Al go borbul hava expl os i vamente de novo dentro de E l ena. E ra uma bol a
dura e di fí ci l de manter compri mi da. " Não matar?" el a cons egui u j ogar para
fora.
" O quê?"
" Stefan es tá vi vo? E l e es tá vi vo? E l e... el e es tá real mente vi vo?"
" Cal ma, " Damon res pondeu fri amente. " Cal ma, E l ena. Você não pode
des mai ar." E l e a s egurou pel os ombros . " Você pens ou que eu pretendi a
matá-l o?"
E l ena es tava tremendo quas e tão forte quanto a res pos ta. " Por que você
não me di s s e antes ?"
" E u peço des cul pas pel a omi s s ão."
" E l e es tá vi vo — com certeza, Damon? Você es tá abs ol utamente certo?"
" Pos i ti vo."
Sem pens ar em s i mes ma, s em pens ar em qual quer coi s a, E l ena fez o
que fazi a de mel hor — cedeu ao i mpul s o. E l a j ogou os braços ao redor do
pes coço de Damon e o bei j ou.
Por um momento, Damon apenas fi cou rí gi do com o choque. E l e ti nha
contrato os as s as s i nos que s eqües traram o s eu amante e i ri am di zi mar s ua
ci dade. M as a mente de E l ena nunca i ri a vê-l o des s a manei ra.
" Se el e es ti ves s e morto—" E l e parou e teve de tentar novamente. " Toda a
barganha de Shi ni chi depende de mantê-l o vi vo — vi vo e l onge de você. E u não
i ri a correr o ri s co de você s e matar ou me odi ar de verdade, " — novamente a
nota de fri eza di s tante. " Com Stefan morto, que es perança eu teri a s obre você,
pri nces a?
E l ena i gnorou tudo i s s o. " Se el e es tá vi vo, eu pos s o encontrá-l o."
" Se el e s e l embrar de você. M as e s e todas as l embranças que el e ti nha
de vocês foram tomadas ?"
" O quê?" E l ena queri a expl odi r. " Se todas as l embranças de Stefan
fos s em l evados de mi m, " di s s e el a fri amente, " eu ai nda cai ri a de amor por
el e no momento em que o vi s s e. E s e cada memóri a de mi m for ti rada de
Stefan, el e i ri a vaguear pel o mundo i ntei ro à procura de al go, s em s aber o quê
es tava procurando."
" M ui to poéti co."
" M as , oh, Damon, obri gado por você não dei xar Shi ni chi matá-l o!"
E l e bal ançou a cabeça para el a, ol hando perpl exo para s i mes mo. " E u
nem poderi a fazer — parece — fazer i s s o. Al guma coi s a s obre dar a mi nha
pal avra. E u i magi nei que s e el e es ti ves s e l i vre e fel i z e não s e l embras s e,
i s s o s eri a o s ufi ci ente... "
" De s ua promes s a para mi m? Você cal cul ou errado. M as i s s o não
i mporta agora."
" Is s o não i mporta. Você j á s ofreu por i s s o."
" Não Damon. Tudo o que realmente i mporta é que el e não es tá morto e el e
não me dei xou. Ai nda há es perança."
" M as , E l ena, " a voz de Damon ti nha vi da agora; era tanto ani mada
quanto i nfl exí vel : " Você não pode ver? Hi s tóri a do pas s ado de l ado, você tem
que admi ti r que nós s omos os que cami nham j untos . Você e eu s omos
s i mpl es mente mai s adequados para fi carmos j untos por natureza. No fundo
você s abe di s s o, porque entendemos um ao outro. E s tamos no mes mo ní vel
i ntel ectual —"
" As s i m como Stefan!"
" Bem, tudo o que pos s o di zer é que el e fez um trabal ho notável de
es condê- l a, então. M as você não pode s enti r i s s o? Você não s ente" — s ua
aderênci a es tava fi cando des confortável agora — " que você poderi a s er mi nha
pri nces a das trevas — i s s o é no fundo al go que você quer fazer? E u pos s o ver
i s s o, s e você não pode."
" E u não pos s o s e nada para você, Damon. E xceto uma di gna cunhada."
E l e bal ançou a cabeça, ri ndo ás pero. " Não, você é a úni ca adequada para
o papel pri nci pal . Bem, tudo o que pos s o di zer é que s e vi vermos depoi s da l uta
com os gêmeos , você vai ver as coi s as por s i mes ma que você nunca vi u antes .
E você vai s aber que es tamos mai s adaptados j untos ."
" E tudo o que eu pos s o di zer é que s e a gente s obrevi ver des s a l uta com
os gêmeos Bobbs ey {26} do Inferno — i s s o s oa como s e nós fos s emos preci s ar de
todo o poder es pi ri tual que pos s amos reuni r mai s tarde. E i s s o s i gni fi ca trazer
Stefan de vol ta."
" Tal vez nós não s ej amos capazes de trazê-l o de vol ta. Oh, eu concordo —
mes mo s e nós formos capazes de l evar Shi ni chi e M i s ao para l onge de Fel l ' s
Church, a probabi l i dade de que vamos s er capazes de el i mi ná-l os
compl etamente é de cerca de zero. Você não é uma l utadora. Nós provavel mente
não vamos nem mes mo s er capazes de machucá-l os mui to. M as ai nda não s ei
exatamente onde Stefan es tá."
" E ntão, os gêmeos s ão os úni cos que podem nos aj udar."
" Se el es ai nda puderem nos aj udar — oh, tudo bem, eu admi to. O Shi no
Shi é provavel mente uma fraude compl eta. E l es provavel mente tomam
al gumas memóri as de vampi ro es túpi do — memóri as é a moeda de troca no
campo do Outro Lado — e então o mandam embora enquanto a cai xa
regi s tradora ai nda es tá ti ni ndo. E l es s ão fraudes . O l ugar todo é uma favel a
gi gante e ti po um s how de horrores — al go como um res umo de Vegas ."
" M as el es não têm medo de que os vampi ros enganados quei ram
vi ngança?"
Damon ri u, des ta vez mus i cal mente. " Um vampi ro que não quer s er um
vampi ro é como o menor obj eto no ranki ng do Outro Lado. Oh, exceto pel os s eres
humanos . Junto com os amantes que j á cumpri ram pactos de s ui cí di o, as
cri anças que pul aram do tel hado porque pens am que a s ua capa de Superman
podi a fazê-l os voar."
E l ena tentou se afas tar del e, para reprová-l o, mas el e era
s urpreendentemente forte. " Is s o não s oa como um l ugar mui to agradável ."
" Não é."
" E é aí que Stefan es tá?"
" Se ti vermos s orte."
" E ntão, bas i camente, " di s s e el a, vendo as coi s as , como s empre fazi a,
em termos de pl anos A, B, C e D, " pri mei ro temos que des cobri r onde Stefan
es tá com es s es gêmeos . E m s egundo l ugar, temos de fazer com que os gêmeos
curem as meni nas que el es pos s uí ram. E m tercei ro l ugar, temos de l evá-l os
a s ai r de Fel l ’s Church por conta própri a — para nos s o bem. M as antes de
qual quer coi s a temos de encontrar Stefan. E l e vai poder nos aj udar; eu s ei que
el e vai . E então nós apenas es peramos que nós s ej amos fortes o bas tante para
o res to."
" Nós poderí amos us ar a aj uda de Stefan, tudo bem. M as você perdeu o
ponto pri nci pal — por agora, o que temos a fazer é i mpedi r os gêmeos de nos
matar."
" E l es ai nda pens am que você é ami go del es , não é?" A mente de E l ena
es tava ci nti l ando através das opções . " Faça-os ter certeza de que você é.
Aguarde até que chegue um momento es tratégi co, e depoi s aprovei te a
oportuni dade. Nós temos al guma arma contra el es ?"
" Ferro. E l es s e s entem mal contra ferro — el es s ão demôni os . E
queri da, Shi ni chi é obcecado por você, embora eu não pos s a di zer que a s ua
i rmã i rá aprovar quando el a perceber i s s o."
" Obcecado?"
" Si m. Por você e por canções fol k em Ingl ês , l embra? E mbora eu não
cons i ga entender o porquê. As mús i cas , eu quero di zer."
" Bem, eu não s ei o que podemos fazer com i s s o—"
" M as eu apos to que es s a obs es s ão por você vai dei xar M i s ao i rri tada. É
s ó um pal pi te, mas el a o manteve para s i mes ma há mi l hares de anos ."
" E ntão nós vamos j ogá-l os um contra o outro, fi ngi r que el e vai me
pegar. Damon — o quê?" E l ena acres centou em tom de al arme quando el e
apertou ai nda mai s s eu abraço, como s e es ti ves s e afl i to.
" E l e não vai te pegar, " di s s e Damon.
" E u s ei di s s o."
" E u não es tava gos tando da i déi a de al guém pegar você. Você es tá
des ti nada a s er mi nha, você s abe."
" Damon, não. E u j á l he di s s e. Por favor—"
" Quer di zer ‘por favor, não me faça te machucar' ? A verdade é que você
não pode me machucar mai s do que eu permi to. Você s ó pode machucar a s i
mes ma contra mi m."
E l ena poderi a, pel o menos , manter a parte de ci ma de s eu corpo
afas tada. " Damon, nós acabamos de fazer um acordo, fi zemos pl anos . Agora, o
que es tamos fazendo, j ogando tudo fora?"
" Não, mas eu pens ei em outra manei ra de l he dar um grande — um
s uper- herói — bem agora. Você es tava di zendo que eu deveri a tomar mai s do
s eu s angue por um l ongo tempo."
" Ah... s i m." E ra verdade, mes mo que i s s o ti ves s e s i do antes de el e ter
admi ti do a el a as coi s as terrí vei s que ti nha fei to. E ...
" Damon, o que aconteceu com M att na cl arei ra? Fomos a todos os l ugares
à procura del e, mas não o encontramos . E você fi cou fel i z por i s s o."
E l e não s e preocupou em negar. " No mundo real , eu es tava com rai va
del e, E l ena. E l e pareci a s er apenas outro ri val . Parte da razão pel a qual
es tamos aqui é para que eu pos s a l embrar exatamente o que aconteceu."
" Você machucou M att, Damon? Porque agora você es tá me machucando."
" Si m." A voz de Damon es tava l eve e i ndi ferente de repente, como s e el e
achas s e i s s o di verti do. " E u s uponho que o feri . E u us ei dor ps í qui ca s obre
el e, e i s s o j á fez um monte de corações parar de bater. M as o s eu M utt é forte.
E u gos to di s s o. E u o fazi a s ofrer mai s e mai s , e mes mo as s i m el e ai nda
conti nuava a vi ver, porque el e ti nha medo de dei xá-l a s ozi nha."
" Damon!" E l ena empurrou-s e mai s para trás , apenas para des cobri r
que i s s o não era bom. E l e era mui to, mui to mai s forte do que el a. " Como você
pôde fazer i s s o com el e?"
" E u te di s s e; el e era um ri val ." Damon ri u de repente. " Você
real mente não s e l embra, não é? E u o fi z s e humi l har para você. Fi z el e comer
terra, l i teral mente, por você."
" Damon — você es tá l ouco?"
" Não. Só agora es tou encontrando a mi nha s ani dade. E u não preci s o
convencê-l a de que você pertence a mi m. E u pos s o te l evar."
" Não, Damon. E u não s erei s ua pri nces a das trevas ou — ou qual quer
outra coi s a de você s em pedi r. No máxi mo você terá um corpo morto para
bri ncar."
" Tal vez eu gos te i s s o. M as você s e es quece; eu pos s o entrar em s ua
mente. E você ai nda tem ami gos — em cas a, s e preparando para o j antar ou
para cama, como você es pera. Não tem? Ami gos com todos os s eus membros ;
que nunca conheceram dor real ."
Demorou mui to tempo para E l ena fal ar. E ntão el a di s s e bai xi nho, " E u
reti ro cada coi s a decente que eu j á di s s e s obre você. Você é um mons tro, você
ouvi u i s s o? Você é abomi ná—" Sua voz mudou l entamente. " E l es es tão
fazendo você fi zer i s s o, não es tão?" di s s e el a, fi nal mente, s em rodei os .
" Shi ni chi e M i s ao. Um pequeno es petácul o agradável para el es . As s i m como
te fi zeram feri r M att e a mi m antes ."
" Não, eu faço apenas o que eu quero." O que era aquel e l ampej o de
vermel ho que E l ena vi u em s eus ol hos ? Uma breve chama de fogo... " Sabe
como você é boni ta quando você es tá chorando? Você es tá mai s boni ta do que
nunca. O ouro em s eus ol hos parece s ubi r à s uperfí ci e e derramar em
l ágri mas de di amantes . E u adorari a ter um es cul tor para fazer um bus to de
você chorando."
" Damon, eu s ei que você não es tá real mente di zendo i s s o. E u s ei que a
coi s a que col ocaram dentro de você é quem es tá di zendo i s s o."
" E l ena, eu l he garanto, s ou apenas eu. E u gos tei mui to quando eu o fi z
machucá-l a. E u gos tei de ouvi r o j ei to como você gri tou. E u o fi z ras gar s ua
roupa — eu ti ve que machucá-l o mui to para l evá-l o a fazer i s s o. M as você não
percebeu que s ua cami s ol a foi ras gada, e que você es tava des cal ça? Tudo i s s o
foi M utt."
E l ena forçou s ua mente de vol ta para o momento em que el a es tava
pres tes a s al tar para fora da Ferrari . Si m, al i , e no momento depoi s el a es tava
com os pés des cal ços e des coberta, ves ti ndo apenas uma cami s ol a. Um pouco do
teci do de s eu j eans ti nha s i do dei xado na bei ra da es trada, e na vegetação em
vol ta. M as nunca ti nha ocorri do a el a s aber o que ti nha aconteci do com s uas
botas e mei as , ou como s ua cami s ol a ti nha s i do ras gada em ti ras na parte de
bai xo. E l a s i mpl es mente es tava tão grata pel a aj uda... de quem a ti nha feri do
em pri mei ro l ugar.
Oh, Damon deve ter pens ado que i s s o era i rôni co. De repente, el a
percebeu que s e es tava pens ando em Damon e não em s eu mani pul ador. Não
em Shi ni chi e M i s ao. M as el es não eram a mes ma pes s oa, el a di s s e a s i
mes ma. E u tenho que me l embrar di s s o!
" Si m, eu gos tei de fazê-l o te feri r, e eu gos tei de te machucar. E u o fi z
me trazer uma vara de s al guei ro, da es pes s ura correta, e então chi cotear você
com el a. Você gos tou di s s o, também, eu l he prometo. Não s e i ncomode de
procurar as marcas porque el as s e foram com as outras . M as nós três
es távamos gos tando de ouvi r s eus gri tos . Você... e eu... e M utt, também. Na
verdade, de todos nós , el e pode ter gos tado mai s ?"
" Damon, cal e-s e! E u não quero ouvi -l o fal ar s obre M att des s a
manei ra!"
" E u não i ri a dei xá-l o te ver s em as s uas roupas , no entanto, " Damon
confi denci ou, como s e não ti ves s e ouvi do nem uma pal avra. " Foi quando eu o
— di s pens ei . Col oquei -a em outro gl obo de neve. E u queri a caçá-l a enquanto
você tentava fugi r de mi m, num mundo vazi o do qual você nunca poderi a s ai r.
E u queri a ver es s e ol har es peci al em s eus ol hos que você tem quando você
l uta com tudo o que você tem — e eu queri a vê-l o derrotado. Você não é uma
l utadora, E l ena." Damon ri u de repente, um s om fei o, e para terror de E l ena
s eus braços a s ol taram e el e deu um s oco na parede do mi rante.
" Damon..." E l a es tava chorando agora.
" E então eu queri a fazer i s s o." Sem nenhum avi s o, o punho de Damon
forçou quei xo para ci ma, empurrando a cabeça del a para trás . A outra mão
emaranhou em s eus cabel os , trazendo o pes coço del a para a pos i ção exata que
el e queri a. E então E l ena s enti u s eu ataque, rápi do como uma cobra, e s enti u
as duas feri das ras gadas no l ado do pes coço, e s eu própri o s angue j orrando
para fora del as .
Tempo depoi s , E l ena acordou l entamente. Damon ai nda es tava s e
di verti ndo, cl aramente perdi do na experi ênci a de ter E l ena Gi l bert. E não
houve tempo de fazer pl anos di ferentes .
Seu corpo s i mpl es mente as s umi u por s i s ó, as s us tando-a quas e tanto
quanto as s us tando Damon. M es mo quando el e l evantou a cabeça, a mão del a
arrancou a chave mági ca da cas a para fora de s eu dedo. E ntão el a agarrou, s e
vi rou, l evantou os j oel hos tão al to quanto pôde, e chutou para fora, envi ando
Damon contra a madei ra vel ha e podre que formavam a grade de fora do
mi rante.
34
Um di a E l ena cai u da s acada, e Stefan pul ou e a pegou antes que el a
bates s e no chão. Uma queda humana des s a al tura teri a um i mpacto fatal . Um
vampi ro em pl ena pos s e de s eus refl exos s i mpl es mente gi rari a no ar como
um gato e cai ri a de l eve s obre os pés . M as um vampi ro nas ci rcuns tânci as
parti cul ares de Damon es ta noi te...
Pel o s om, el e tentou gi rar, mas acabou cai ndo de l ado e quebrando
al guns os s os . E l ena deduzi u i s s o pel o pal avrão que el e s ol tou. E l a não
es perou para ouvi r mai s detal hes . Di s parou como uma l ebre, des cendo ao
quarto de Stefan — onde de i medi ato e quas e i ncons ci entemente envi ou uma
s úpl i ca muda — e des ceu a es cada. A cabana s e trans formara compl etamente
numa dupl i cata perfei ta do pens i onato. E l ena não s abi a por que, mas por
i ns ti nto correu para o l ado da cas a que Damon menos conheci a: as anti gas
dependênci as de empregados . Chegou até l á antes de s e atrever a s us s urrar
coi s as para a cas a, pedi ndo e não exi gi ndo, rezando para que a cas a
obedeces s e como obedecera a Damon.
" Cas a da ti a Judi th, " s us s urrou el a, enfi ando a chave numa porta;
entrou como uma faca quente na mantei ga e gi rou quas e por vontade própri a.
Logo depoi s , de repente, el a s e vi u de novo no que foi s ua cas a por 16 anos , até
s ua pri mei ra morte.
E l a es tava no corredor, e a porta do quarto da i rmã mai s nova, M argaret,
es tava aberta, mos trando a cri ança dei tada no chão do quarto, vendo de ol hos
arregal ados um l i vro de col ori r.
" Vamos bri ncar de pega-pega, meu amorzi nho!" anunci ou E l ena como
s e fantas mas apareces s em todos os di as na cas a dos Gi l bert, e M argaret
s oubes s e l i dar com i s s o. " Você vai cor rendo até a cas a da s ua ami ga Barbara,
e depoi s el a vai s e es conder. Não pare de correr até chegar l á, depoi s vá ver a
mãe de Barbara. M as pri mei ro me dê três bei j os ." E el a l evantou M argaret e
a abraçou com força, quas e a ati rando porta afora em s egui da.
" M as E l ena... Você vol tou..."
" E u s ei , meu amor, e prometo que vej o você de novo outro di a. M as
agora... Corre, neném..."
" E u di s s e a el es que você i a vol tar. Você fez i s s o antes ."
" Marg aret! Corre!"
Sufocando em l ágri mas , mas tal vez reconhecendo a s eri edade da s i tuação
com s eu j ei to de cri ança, M argaret correu. E E l ena a s egui u, mas
zi guezagueando por uma es cada di ferente da que pegou M argaret.
E el a s e vi u de frente para um Damon com um s orri s o mal i ci os o.
" Você demora demai s fal ando com as pes s oas , " di s s e el e, enquanto
E l ena contava freneti camente s uas opções . Subi r à s acada pel a entrada? Não.
Os os s os de Damon ai nda podi am doer um pouco, mas s e E l ena pul as s e um
andar que fos s e, provavel mente quebrari a o pes coço. O que mai s ? Pens e!
E então el a es tava abri ndo a porta do armári o de porcel anas , ao mes mo
tempo gri tando, " Cas a da ti a Ti l da: s em s aber s e a magi a ai nda funci onari a.
E bateu a porta na cara de Damon."
E E l ena es tava na cas a da ti a Ti l da, mas a cas a da ti a Ti l da do pas s ado.
Não admi ra que acus as s em a pobre da ti a Ti l da de ver coi s as es tranhas ,
pens ou E l ena, enquanto vi a a mul her empal i decendo, s egurando um grande
vi dro, chei o de al go que chei rava a cogumel os , gri tando e l argando o vi dro.
" E l ena!" gri tou el a. " O que... Não pode s er você... Você es tá toda
cres ci da!"
" Qual é o probl ema?" perguntou a ti a M aggi e, que era ami ga da ti a
Ti l da, vi ndo de outro cômodo. E l a era mai s al ta e mai s s evera do que a ti a
Ti l da.
" E s tão me pers egui ndo." excl amou E l ena. " Preci s o achar uma porta, e
s e vi rem um rapaz atrás de mi m... "
Jus to nes s e momento Damon s ai u do armári o de cas acos . Ao mes mo
tempo, ti a M aggi e o fez tropeçar e di s s e:
" A porta do banhei ro atrás de você." pegando um vas o e ati ngi ndo Damon
na nuca quando el e s e l evantava. Bateu com força.
E E l ena di s parou pel a porta do banhei ro, gri tando: " Robert E . Lee Hi gh
School no outono pas s ado — na hora em que a s i neta tocou!"
E el a es tava nadando contra a corrente, com dezenas de al unos tentando
chegar a s uas aul as a tempo — mas um del es a reconheceu, depoi s outro, e
enquanto aparentemente el a cons egui a vi aj ar a uma época em que não es tava
morta — ni nguém gri tava " fantas ma" — ni nguém na Robert E . Lee vi ra
E l ena Gi l bert us ando uma cami s a de homem por ci ma de uma combi nação,
com o cabel o cai ndo des aj ei tado pel os ombros .
" É o fi guri no de uma peça!" gri tou el a, cri ando uma das l endas
i mortai s s obre s i mes ma antes até de ter morri do, ao acres centar: " Cas a de
Carol i ne!" E entrou em um armári o de vas s ouras . Um s egundo depoi s , o rapaz
mai s l i ndo que qual quer um vi ra na vi da apareceu atrás del a e pas s ou pel a
mes ma porta pronunci ando al guma coi s a numa l í ngua es trangei ra. E quando
o armári o de vas s ouras s e abri u, não havi a rapaz nem meni na nenhuma al i .
E l ena di s parou pel o corredor e quas e es barrou no Sr. Forbes , que
cambal eava mui to. Bebi a o que pareci a s er um copo grande de s uco de tomate
que chei rava a ál cool .
" Não s abemos onde el a vai parar, não é?" gri tou el e antes que E l ena
pudes s e di zer uma pal avra que fos s e. " E l a vai perder o j uí zo, pel o que s ei .
E l a es tá fal ando da ceri môni a na s acada... E o j ei to como s e ves te! Os pai s não
têm mai s nenhum control e s obre os fi l hos !" E l e arri ou j unto a uma parede.
" Des cul pe, " murmurou E l ena. A ceri môni a. Bom, as ceri môni as de
M agi a Negra em geral aconteci am ao nas cer da l ua ou à mei a-noi te. E
fal tavam poucos mi nutos para a mei a-noi te. M as naquel es i ns tantes , E l ena
j á havi a bol ado o Pl ano B.
" Com l i cença" di s s e el a, ti rando o dri nque da mão do Sr. Forbes e
j ogando na cara de Damon, que s ai u de um armári o. Depoi s el a gri tou:
" Al gum l ugar em que a es péci e deles não pos s a ver!"
E entrou no...
Li mbo?
Paraí s o?

***

Alg umlug ar emque a espéci e deles não possa ver. No i ní ci o E l ena s e i ndagou s obre
s i , porque el a mes ma não cons egui a ver mui ta coi s a.
M as depoi s percebeu onde es tava, debai xo da terra, abai xo da tumba
vazi a de Honori a Fel l . Um di a, el a l utou aqui embai xo para s al var a vi da de
Stefan e Damon.
E agora, onde não devi a haver nada a não s er es curi dão, ratos e mofo,
havi a uma l uzi nha bri l hante. Como uma Fada Si ni nho em mi ni atura — s ó
uma centel ha, pai rava no ar, não a chamava, não s e comuni cava com el a,
mas ... protegi a, percebeu E l ena. E l a pegou a l uz, que era i ntens a e fri a em
s eus dedos , e, gi rando-a, traçou um cí rcul o grande o bas tante para um adul to
s e dei tar em s eu i nteri or.
Quando E l ena s e vi rou, Damon es tava s entado no mei o.
E l e pareci a es tranhamente pál i do para al guém que ti nha acabado de s e
al i mentar. M as não di s s e nada, nem uma pal avra, s ó a encarava. E l ena foi
até el e e tocou s eu pes coço.
Um s egundo depoi s , Damon es tava novamente bebendo profundamente
do s angue mai s extraordi nári o do mundo.
E m geral , el e s eri a anal i s ado pel o s abor: gos to de fruta s i l ves tre ou de
fruta tropi cal , s uave ou defumado, amadei rado ou cercado de uma nota s edos a
... M as não agora. Não este s angue, que ul trapas s ava em mui to qual quer coi s a
para a qual el e ti ves s e pal avras . E s te s angue que o enchi a de um poder que
el e j amai s conheceu...
Damon .
Por que el e não ouvi a? Como podi a beber es te s angue extraordi nári o que
ti nha gos to de al go do al ém, e por que não ouvi a a doadora?
Por favor, Damon. Por favor, lute...
E l e devi a reconhecer aquel a voz. E l e a ouvi u mui tas vezes .
Sei que estão controlando você. Mas eles não podemcontrolar você i ntei ro. Você é mai s forte
do que eles. Você é o mai s forte...
Bom, i s s o certamente era verdade. M as el e fi cava cada vez mai s confus o.
A doadora pareci a es tar i nfel i z e el e era mes tre em fazer doadoras fel i zes . E
Damon não s e l embrava mui to bem ... Real mente devi a s e l embrar de como
i s s o ti nha começado.
Damon, sou eu. Elena. E você está me machucando.
Tanta dor e tanto as s ombro. Des de o i ní ci o, E l ena s abi a mui to bem que
não devi a l utar quando bebi am de s uas vei as . Is s o s ó caus ari a agoni a, e não
fari a o menor bem a el a s ó i mpedi ri a s eu cérebro de trabal har.
E ntão el a tentava fazê-Io combater a bes ta terrí vel dentro del e.
Ora, s i m, mas a mudança ti nha de vi r de dentro. Se el a o obri gas s e,
Shi ni chi perceberi a e o pos s ui ri a novamente. Al ém de tudo, o s i mpl es mote,
Damon, sej a forte, não es tava dando certo.
E ntão s ó o que s e podi a fazer era morrer? E l ena devi a pel o menos l utar,
embora s oubes s e que a força de Damon tornari a a l uta i núti l . A cada gol e que
tomava de s eu novo s angue, Damon fi cava mai s forte; el e s e trans formava cada
vez mai s em...
E m quê? E ra o s angue dela. Tal vez el e res pondes s e a s eu apel o, que
também era o apel o del a. Tal vez, em al gum l ugar l á dentro, el e pudes s e
derrotar o mons tro s em que Shi ni chi percebes s e.
M as el a preci s ava de um novo poder, al gum truque novo ...
E ao pens ar ni s s o, E l ena senti u o novo Poder s e movendo nel a, e
entendeu que s empre es teve al i , es perando pel a ocas i ão certa para s er us ado.
E ra um poder mui to es pecí fi co, não para s er us ado na l uta, nem para s e
s al var. Ai nda as s i m, era del a e podi a s er aprovei tado. Os vampi ros que a
predavam s ó cons egui am al guns bocados , mas E l ena ti nha todo o s upri mento
de s angue chei o de s eu enorme vi gor. E apel ar a el e era fáci l como tentar
al cançá-Io com a mente e as mãos abertas .
As s i m que el a o fez, novas pal avras vi eram a s eus l ábi os e, o mai s
es tranho de tudo, novas as as brotaram de s eu corpo, que Damon curvava
acentuadamente para trás pel os quadri s . E s s as as as etéreas não eram para
voar, mas para outra coi s a, e quando s e des enrol aram l entamente formaram
um arco i mens o da cor do arco-í ri s cuj a ponta s e curvava, cercando e envol vendo
Damon e E l ena.
E el a di s s e tel epati camente: Asas da Redenção.
E por dentro, s em emi ti r s om al gum, Damon gri tou.
E as as as s e abri ram um pouco. Só quem aprendeu mui to s obre magi a
teri a vi s to o que aconteci a dentro del as . A angús ti a de Damon tornava-s e a
angús ti a de E l ena enquanto el a ti rava del e cada i nci dente dol oros o, cada
tragédi a, cada cruel dade que i nci tou a formação de camadas pétreas de
i ndi ferença e i ndel i cadeza em torno de s eu coração.
Camadas — duras como a pedra no coração de uma pequena es trel a negra
— s e rompi am e di s pers avam. Não paravam. Grandes nacos e pedregul hos
fraturados , fragmentos es pati fados . Al guns s e di s s ol vi am em nada mai s do
que uma nuvem de fumaça acre.
M as havi a al go no centro — um núcl eo mai s es curo do que o i nferno e
mai s duro do que os chi fres do demôni o. E l a não cons egui a ver bem o que
havi a al i . E l a pens ou — teve es perança — de que no fi m até aqui l o
expl odi s s e.
Agora, e s ó agora, el a podi a i nvocar o par s egui nte de as as . Não s abi a s e
s obrevi veri a ao pri mei ro ataque; certamente não achava que poderi a s obrevi ver
a es te. M as Damon preci s ava s aber.
Damon es tava s obre um j oel ho no chão, com os braços envol vendo
fi rmemente o própri o corpo. Is s o devi a s er bom. E l e ai nda era Damon e
provavel mente es tari a mui to mai s fel i z s em o pes o de todo aquel e ódi o,
preconcei to e cruel dade. E l e não conti nuari a s e l embrando de s ua j uventude e
dos outros j ovens que zombaram de s eu pai por s er um vel ho tol o, com s eus
i nves ti mentos des as tros os e uma amante mai s nova do que os própri os fi l hos .
Nem s e prenderi a el e i ntermi navel mente a s ua i nfânci a, quando o pai o
es pancava em ataques de uma fúri a bêbada quando Damon negl i genci ava os
es tudos ou andava em companhi as ques ti onávei s .
E por fi m el e não conti nuari a a s aborear e contempl ar as mes mas coi s as
terrí vei s que fez a s i mes mo. E l e fora redi mi do, em nome dos céus , pel as
pal avras col ocadas na boca de E l ena.
M as agora... Havi a al go de que el e preci s a s e l embrar. Se E l ena ti ves s e
razão.
Se ao menos el a ti ves s e razão.
" Que l ugar é es te? E s tá feri da, meni na?"
E m s ua confus ão, el e não a reconheci a. E l e es tava de j oel hos ; agora
E l ena s e aj oel hou ao l ado del e.
E l e a ol hou com ardor.
" E s tamos rezando ou fazendo amor? E s tamos de vi gí l i a ou na cas a dos
Gonzal go?"
" Damon, " di s s e el a, " s ou eu, E l ena. Agora es tamos no s écul o XXI, e
você é um vampi ro." Depoi s , abraçando-o com genti l eza, com o ros to encos tado
no del e, el a s us s urrou: " Asas da Lembrança."
E um par de as as de borbol eta trans parentes , nas cores vi ol eta, cerúl eo e
azul mei a-noi te, brotaram de s uas cos tas , pouco aci ma dos quadri s . As as as
eram decoradas com s afi ras e ameti s tas mí ni mas e trans l úci das , num
des enho i ntri ncado. Com mús cul os que el a j amai s us ou na vi da, el a as l evou
faci l mente para ci ma e para frente, até que s e curvas s em de dentro para fora,
e Damon foi abri gado dentro del as . E ra como s er fechado numa caverna es cura
cravej ada de j oi as .
E l a podi a ver nas fei ções refi nadas de Damon que el e não queri a s e
l embrar de nada mai s do que j á recordava agora. M as novas l embranças ,
memóri as l i gadas a el a, j á s e acumul avam dentro del e. E l e ol hou o anel de
l ápi s -l azúl i que ti nha no dedo, e E l ena pôde ver l ágri mas brotando em s eus
ol hos . Depoi s , l entamente, o ol har del e s e vol tou para el a.
" E l ena?"
" Si m."
" Al guém me pos s ui u e me ti rou as l embranças do tempo que pas s ei
pos s uí do." s us s urrou el e. " Si m... Pel o menos , acho que s i m."
" E al guém a feri u."
" Si m."
" E u j urei matá-Io ou fazer del e s eu es cravo mai s de cem vezes . E l e bateu
em você. Ti rou s eu s angue à força. E l e i nventou hi s tóri as ri dí cul as s obre
machucar você de outras manei ras ."
" Damon. Si m, é verdade. M as por favor..."
" E u es tava atrás del e. Se eu o encontras s e, podi a tê-Io atropel ado; podi a
ter arrancado s eu coração ai nda batendo do pei to. Ou podi a ter ens i nado as
l i ções mai s dol oros as que ouvi ... E eu ouvi mui tas hi s tóri as ... E no fi m, com a
boca ens anguentada, el e teri a bei j ado s eus pés , s eri a s eu es cravo até
morrer."
Is s o não era bom para el e. E l ena podi a ver. Os ol hos de Damon es tavam
cercados de branco, como os de um potro apavorado. " Damon, eu l he i mploro..."
" E aquel e que machucou você... Fui eu."
" Não s e cul pe. Você mes mo di s s e. E s tava possuí do."
" Você teve tanto medo de mi m que ti rou a roupa para mi m."
E l ena s e l embrou da cami s a Pendl eton ori gi nal .
" E u não queri a que você e M att bri gas s em."
" Você dei xou que eu a s angras s e, contrari ando s ua própri a vontade."
Des ta vez el a não cons egui u di zer nada a não s er um " Si m."
" E u ... Meu Deus! ... Us ei meus Poderes para l he provocar uma afl i ção
horrí vel !"
" Se quer di zer um ataque que provoca dor e convul s ões horrendas , s i m. E
você fez pi or com M att."
M att não es tava no radar de Damon.
" E depoi s eu a raptei ."
" Você tentou."
" E você pul ou de um carro em al ta vel oci dade em vez de s e arri s car
comi go."
" Você es tava j ogando pes ado, Damon. E l es l he di s s eram para pegar
pes ado, tal vez até para quebrar s eus bri nquedos ."
" E eu fi quei procurando por quem fez você pul ar do carro... Não
cons egui a me l embrar de nada antes daqui l o. E eu j urei que arrancari a os
ol hos e a l í ngua del e antes que el e morres s e em agoni a. Você não podi a
andar. Teve que us ar uma mul eta para atraves s ar o bos que e, j us to quando a
aj uda devi a chegar, Shi ni chi a atrai u para uma armadi l ha. Ah, s i m, eu o
conheço. Você fi cou vagando dentro do gl obo de neve del e... E ai nda es tari a
vagando s e eu não o ti ves s e quebrado."
" Não" di s s e E l ena em voz bai xa. " E u teri a morri do há mui to tempo.
Você me encontrou quando eu es tava quas e as fi xi ada, l embra?"
" Si m." Um momento de al egri a i ntens a em s eu ros to. M as vol tou o ol har
vi drado e apavorado. " E u fui o torturador, o pers egui dor, aquel e de quem você
teve tanto medo. E u a obri guei a fazer coi s as com... com..."
" M att."
" Ah, Deus " di s s e el e, e era cl aramente uma i nvocação à dei dade, não
apenas uma excl amação, porque el e ol hou para ci ma, erguendo as mãos
cerradas para o céu. " Pens ei que s eri a um herói para você. E m vez di s s o, eu
s ou a abomi nação. E agora? Por di rei to, eu j á devi a es tar morto aos s eus pés ."
E l e fi tou E l ena com os ol hos arregal ados , ani mal es cos e negros . Não havi a
humor nel es , nenhum s arcas mo, nem hes i tação. E l e pareci a mui to novo e
bas tante des vai rado e des es perado. Se fos s e uma pantera negra, teri a andado
pel a j aul a freneti camente, mordendo as grades .
Depoi s el e tombou a cabeça para bei j ar os pés des cal ços de E l ena.
E l ena fi cou chocada.
" Sou s eu para fazer o que qui s er de mi m." di s s e el e na mes ma voz
atordoada. " Pode ordenar que eu morra agora mes mo. Depoi s de toda mi nha
convers a s agaz, vej o que o mons tro s ou eu."
E Damon chorou. Provavel mente nenhuma outra ci rcuns tânci a podi a
l evar l ágri mas aos ol hos de Damon Sal vatore. M as el e fi cou encurral ado.
Jamai s quebrou s ua pal avra, e prometeu que i a arrebentar o mons tro, aquel e
que fez tudo i s s o com E l ena. O fato de que Damon es tava pos s uí do — no i ní ci o
um pouco, depoi s cada vez mai s , até que toda s ua mente era s i mpl es mente
mai s um dos bri nquedos de Shi ni chi , a s er us ado e des cartado a s eu bel -
prazer — não compens ava s eu cri mes .
" Você s abe que eu... s ou amal di çoado." di s s e el e, como s e tal vez ni s s o
fos s e um atal ho para a reparação.
" Não, eu não sei ," di s s e E l ena. " Porque não acredi to i s s o."
E Damon, pens e em quantas vezes você os combateu. Sei que el es
queri am que você matas s e Carol i ne naquel a pri mei ra noi te, quando você
di s s e que s enti u al go no es pel ho del a. Você di s s e que quas e a matou. Sei que
eIes queri am que você me matas s e. Vai fazer i s s o?
E l e s e curvou aos pés de E l ena de novo, e el a apres s adamente o pegou
pel os ombros . Não s uportava ver Damon com tanta dor.
M as agora Damon ol hava par cá e para l á, como s e ti ves s e um propós i to
defi ni do. E l e também gi rava o anel de l ápi s -l azúl i .
" Damon... No que es tá pens ando? Di ga-me no que es tá pens ando!"
" Que el e pode me es col her como s ua mari onete novamente ... E des ta vez
pode haver uma es taca de madei ra de verdade. Shi ni chi ... E l e é o mons tro por
trás de s ua crença i nocente. E el e pode me domi nar num áti mo. Nós vi mos
i s s o."
" E l e não poderá, s e você me dei xar l he dar um bei j o."
" O quê?" Damon a ol hou como s e el a não ti ves s e acompanhado a
convers a corretamente.
" Dei xe-me l he dar um bei j o... E ti rar es s e mal ach mori bundo de dentro
de você.
" M ori bundo?"
" E l e morre um pouco mai s a cada vez que você recupera forças
s ufi ci entes para dar as cos tas a el e."
" É ... mui to grande?"
" A es s a al tura, do s eu tamanho."
" Que bom." s us s urrou el e. " E u s ó queri a poder l utar com el e eu
mes mo."
" Pour le sport?" res pondeu E l ena, mos trando que s eu verão na França no
ano anteri or não foi um compl eto des perdí ci o. " Não. Porque eu o odei o
mortal mente e preferi a s ofrer mi l vezes s ua dor, des de que eu s oubes s e que
es tava feri ndo a coi sa. "
E l ena concl ui u que não era hora de s e demorar. E l e es tava pronto.
" Vai me dei xar fazer es s a úl ti ma coi s a?"
" E u j á l he di s s e ... O mons tro que machucou você é agora s eu es cravo."
M ui to bem. E l es podi am di s cuti r es s a ques tão mai s tarde. E l ena s e
i ncl i nou para frente e ergueu a cabeça com os l ábi os franzi dos de l eve.
Depoi s de al guns s egundos , Damon, o Don Juan das trevas , entendeu o
que el a queri a.
E l e a bei j ou com mui ta genti l eza, como s e temes s e fazer contato demai s .
" As as da Puri fi cação" s us s urrou E l ena contra os l ábi os del e. As as as
eram brancas como neve e pareci am renda, mal vi s í vei s em al guns l ugares .
Arquearam- s e aci ma de E l ena, no al to, ci nti l ando com uma i ri des cênci a que
a l embrava do l uar em tei as de aranha congel adas . E nvol veram mortal e
vampi ro numa tei a fei ta de di amantes e pérol as .
" Is to vai doer em você." di s s e E l ena, s em entender como s abi a. O
conheci mento pareci a vi r no momento em que el a preci s ava del e. E ra quas e
como es tar num s onho em que grandes verdades s ão compreendi das s em a
neces s i dade de aprendê-Ias , e s ão acei tas s em as s ombro.
E era as s i m que el a s abi a que as Asas da Puri fi cação procurari am e
des trui ri am qual quer coi s a es tranha dentro de Damon e que a s ens ação podi a
s er mui to des agradável para el e. Quando o mal ach não pareceu s ai r por
vontade própri a, el a di s s e, i nci tada por s ua voz i nteri or:
" Ti re a cami s a. O mal ach es tá pres o a s ua col una e es tá mai s perto da
pel e de s ua nuca, por onde entrou. Vou ter que arrancá-Io pel a mão."
" Pres o a mi nha col una?"
" Si m. Já s enti u? Acho que no i ní ci o deve ter pareci do uma pi cada de
abel ha, enquanto entrava em você, s ó um furo afi ado e uma bol ha de gel ati na
que grudou na s ua col una."
" Ah. A pi cada de mos qui to. Si m, eu s enti . E mai s tarde meu pes coço
começou a doer, e por fi m todo o meu corpo. A coi s a es tava ... cres cendo dentro de
mi m?"
" Si m, e control ando cada vez mai s s eu s i s tema nervos o. Shi ni chi
control ava você como uma mari onete."
" M eu bom Deus , eu l amento tanto. "
" Vamos fazer com que el e s e l amente, e não você. Vai ti rar a cami s a?"
E m s i l ênci o, como uma cri ança confi ante, Damon ti rou a j aqueta preta e
a cami s a. Depoi s , enquanto E l ena o col ocava na pos i ção correta, el e s e dei tou
atraves s ado em s eu col o, as cos tas pál i das e com os mús cul os fi rmes contra o
chão es curo.
" Des cul pe, " di s s e el a. " Li vrar-s e del e des s e j ei to... Puxando pel o
buraco por onde entrou... Vai doer de verdade."
" Que bom." grunhi u Damon. E el e enterrou o ros to em s eus braços
maci os e mus cul os os .
E l ena us ou as al mofadas dos dedos , tateando o al to da col una de Damon,
procurando o que queri a. Um ponto mol e. Uma bol ha. Quando a encontrou,
E l ena a perfurou com as unhas até que o s angue de repente brotou.
E l a quas e o perdeu ao tentar achatar, mas o es tava pers egui ndo com as
unhas afi adas — e demorava demai s . Por fi m el a teve de s egura-l o com
fi rmeza entre as unhas do pol egar e de outros doi s dedos .
O mal ach ai nda es tava vi vo e cons ci ente o bas tante para res i s ti r um
pouco a E l ena. M as era como uma água-vi va tentando res i s ti r — s ó que a
água-vi va s e parte quando a puxamos . E s ta coi s a es corregadi a e pegaj os a em
forma de homem cons ervou s ua forma à medi da que el a o puxava l entamente
pel a brecha na pel e de Damon.
E i s s o provocava dor em Damon. E l ena s abi a. E l a começou a tomar parte
de s ua dor para s i , mas el e arfou, " Não! " , com tal veemênci a que el a deci di u
dei xar que el e s uportas s e s ozi nho.
O mal ach era mui to mai or e mui to mai s s ubs tanci al do que el a havi a
i magi nado. Deve ter cres ci do al i por um bom tempo, pens ou el a — uma
bol i nha de gel ati na que s e expandi u até control ar Damon até a ponta dos
dedos . E l a preci s ou s e s entar, depoi s s e afas tar de Damon e depoi s vol tar para
que o mal ach es ti ves s e no chão, uma cari catura branca, vi s cos a e fi l amentos a
de corpo humano.
" Acabou?" Damon es tava s em fôl ego; e real mente doeu.
" Si m."
Damon s e l evantou e ol hou a coi s a branca e fl áci da — que s e retorci a um
pouco — que o obri gara a pers egui r a pes s oa de quem el e mai s gos tava no
mundo. Depoi s , del i beradamente, pi s ou nel a, es magando-a s ob os
cal canhares de s uas botas até que el a s e des fez em pedaços , em s egui da
pi s oteou os fragmentos . E l ena deduzi u que el e não s e atrevi a a expl odi -Ia com
s eu Poder por medo de al ertar Shi ni chi .
Por fi m, s ó o que res tou foi uma mancha e um chei ro.
E l ena não s abi a por que s e s enti u tonta naquel e momento, mas
es tendeu a mão para Damon e el e a pegou, e os doi s fi caram de j oel hos ,
abraçados .
" E u o l i bero de qual quer promes s a que tenha fei to... E nquanto es tava
na pos s e des te mal ach." di s s e E l ena. Is to era es tratégi co. E l a não queri a
l i berá-l o da promes s a de cui dar do i rmão.
" Obri gado." s us s urrou Damon, o pes o de s ua cabeça no ombro de E l ena.
" E agora, " di s s e E l ena, como uma profes s ora de j ardi m de i nfânci a
que quer pas s ar rapi damente a outra ati vi dade. " Preci s amos fazer pl anos .
M as pl anos ul tras s ecretos ..."
" Temos que parti l har s angue. M as E l ena, quanto você doou hoj e? Você
es tá pál i da."
" Você di s s e que s eri a meu es cravo... Agora não quer ti rar um pouco do
meu s angue."
" Você di s s e que me l i berou... E m vez di s s o vai me prender para s empre,
não é? M as há uma s ol ução mai s s i mpl es . Você toma um pouco do meu
s angue."
E no fi m foi o que el es fi zeram, embora E l ena s e s enti s s e um tanto
cul pada por i s s o, como s e es ti ves s e trai ndo Stefan. Damon s e cortou com o
mí ni mo de es tardal haço, depoi s começou a acontecer — el es es tavam
parti lhando mentes , fundi ndo-s e. E m um perí odo de tempo mui to mai s curto do
que l evari a para pronunci ar as fras es em voz al ta, acabou-s e: E l ena contou a
Damon o que os ami gos des cobri ram s obre a epi demi a entre as meni nas de
Fel l ' s Church, e Damon contou a E l ena tudo o que s abi a s obre Shi ni chi e
M i s ao. E l ena el aborou um pl ano para l i dar com qual quer outra j ovem
pos s uí da como Tami , e Damon prometeu tentar des cobri r dos gêmeos ki ts une
onde Stefan es tava.
E por fi m, quando não havi a mai s nada a di zer e o s angue de Damon
res taurava a cor fraca do ros to de E l ena, el es combi naram quando s e
encontrari am novamente.
Na ceri môni a.
Depoi s s ó havi a E l ena naquel e ambi ente, e um grande corvo bati a s uas
as as na di reção do anti go bos que.

***

Sentada no chão de pedra fri a, E l ena preci s ou de um momento para


reuni r tudo o que s abi a. Não admi rava que Damon pareces s e tão
es qui zofrêni co. Não admi rava que el e tenha s e l embrado, e depoi s es queci do,
em s egui da s e l embrado de novo de que era del e que el a fugi a.
E l e s e l embrou, raci oci nou E l ena, quando Shi ni chi não o es tava
control ando, ou pel o menos o manti nha com rédeas s ol tas . M as s ua memóri a
era i rregul ar porque vári as coi s as que el e fez foram tão terrí vei s que s ua
própri a mente as rej ei tara. E l as s e tornaram parte da memóri a pos s uí da de
Damon, porque, quando pos s uí do, Shi ni chi control ava cada pal avra, cada ato. E
entre os epi s ódi os , Shi ni chi l he di zi a que el e preci s ava encontrar o torturador
de E l ena e matá-l o.
Tudo mui to di verti do, s upôs el a, para es te ki ts une, es s e Shi ni chi , mas
para el a e Damon foi o i nferno.
Sua mente s e recus ava a admi ti r que houve momentos maravi l hos os
mi s turados aos rui ns . E l a era de Stefan e s ó del e. Is s o j amai s mudari a.
Agora E l ena preci s ava de mai s uma porta mági ca e não s abi a como
encontrar. M as havi a a l uz da Fada Si ni nho de novo. E l a i magi nou s er o que
res tava da magi a que Honori a Fel l dei xara para proteger a ci dade que fundou.
E l ena s e s enti u um pouco cul pada, us ando-a — mas s e i s s o não era para el a,
por que a trouxe aqui ?
Para s e s ubmeter ao des ti no mai s i mportante que el a podi a i magi nar.
E s tendendo a mão para a centel ha e s egurando a chave na outra, el a
s us s urrou com toda i ntens i dade:
" Umlug ar onde eu possa ver, ouvi r e tocar Stefan."
35
Uma pri s ão, com montes de s uj ei ra no chão e grades entre E l ena e um
Stefan adormeci do.
E ntre el a e Stefan!
E ra real mente el e. E l ena não s abi a como podi a s aber. Sem dúvi da el es
podi am di s torcer e mudar s uas percepções nes te l ugar. M as agora, tal vez
porque ni nguém es peras s e que el a des s e num cal abouço, ni nguém es tava
preparado para fazer com que el a duvi das s e de s eus s enti dos .
Era Stefan. E s tava mai s magro e as maçãs do ros to s e pronunci avam. E l e
es tava l i ndo. E s ua mente pareci a certa, a mi s tura exata de honra e amor,
es curi dão e l uz, es perança e compreens ão mel ancól i ca do mundo em que el e
vi vi a.
" Stefan! Ah, me abrace! "
E l e acordou e quas e s e s entou.
" Pel o menos me dei xe dormi r. E enquanto eu durmo vá embora e col oque
outra cara, s ua vaca!"
" Stefan! Cui dado com a l í ngua!"
E l a vi u os mús cul os dos ombros de Stefan paral i s arem.
" O que você... di s s e?"
" Stefan... Sou eu mesma. Não o cul po por xi ngar. E u amal di çoo es te l ugar todo
e os doi s que o col ocaram aqui ...
" Três " — di s s e el e cans ado, e tombou a cabeça. " Se fos s e real , você
s aberi a di s s o. Vá pedi r a el es que l he di gam que meu i rmão trai dor e os
ami gos del e é que s e aproxi mam s orratei ros das pes s oas com redes kekkai ..."
Agora E l ena não podi a es perar para di s cuti r s obre Damon.
" Não pode pel o menos olhar para mi m?"
E l a o vi u s e vi rar devagar, ol har l entamente, depoi s o vi u s al tar de um
es trado fei to de um feno de aparênci a naus eante, e o vi u ol har para el a como
s e el a fos s e um anj o caí do do céu.
Depoi s el e deu as cos tas e pôs as mãos nas orel has .
" Nada de pactos ." di s s e el e categori camente. " Nem fal e nel es comi go.
Vá embora. Você es tá s e s ai ndo mel hor, mas ai nda é um s onho."
" Stefan!"
E s tavam perdendo tempo. E i s s o era tão cruel , depoi s do que el a pas s ou
s ó para fal ar com el e.
" Você me vi u pel a pri mei ra vez na frente da s ecretari a da es col a no di a
em que l evou s eus documentos e pers uadi u a s ecretári a. Não preci s ou ol har
para mi m para s aber como eu era. Uma vez eu te di s s e que me s enti a uma
as s as s i na porque eu fal ei : ‘Papai , ol ha’ e apontei al go do l ado de fora, pouco
antes do aci dente de carro que matou meus pai s . E u nunca cons egui l embrar
o que era a coi s a. A pri mei ra pal avra que aprendi quando vol tei do al ém foi
Stefan. Um di a, você ol hou para mi m pel o retrovi s or do carro e di s s e que eu era
s ua al ma... "
" Não pode parar de me torturar por uma hora? E l ena... A verdadei ra
E l ena... Seri a i ntel i gente demai s para arri s car a própri a vi da vi ndo aqui ."
" E onde é ‘aqui ’?" di s s e E l ena i nci s i vamente, as s us tada.
" Preci s o s aber s e devo ti rar você daí ."
Lentamente, Stefan des tampou as orel has . Ai nda mai s l entamente, el e
s e vi rou para el a.
" E l ena?" di s s e el e, como um meni no mori bundo que vi u um fantas ma
genti l em s eu l ei to. " Você não é real . Não pode es tar aqui ."
" Não acho que es tej a. Shi ni chi fez uma cas a mági ca e el a l eva você onde
qui s er, s e você di s s er para onde quer i r e abri r a porta com es ta chave. E u
di s s e: ‘Um l ugar onde pos s a ouvi r, ver e tocar Stefan?' M as , " el a bai xou a
cabeça, " você di s s e que eu não posso es tar aqui . Tal vez tudo não pas s e mes mo de
uma i l us ão."
" Si l ênci o." Agora Stefan agarrava as grades l aterai s de s ua cel a.
" E ra aqui que queri a ter vi ndo? E s te é o Shi no Shi ?"
E l e deu uma ri s adi nha, não era um ri s o verdadei ro.
" Não é exatamente o que qual quer um de nós es perava, não acha? E no
entanto el es não menti ram em nada do que di s s eram. E l ena, E l ena! E u
di s s e " E l ena" . E l ena, você es tá mes mo aqui !
E l ena não podi a mai s perder tempo. Deu uns poucos pas s os es tal ando a
pal ha úmi da, es pantando as cri aturas dal i , até as grades que a s eparavam de
Stefan.
Depoi s vol tou a cabeça para ci ma, s egurando as grades nas duas mãos , e
fechou os ol hos .
Eu vou tocar emvocê. Eu o tocarei , vou tocar. Eu sou real, ele é real —eu vou tocá-lo!
Stefan s e i ncl i nou — para fazer a vontade del a, pens ou E l ena — e s eus
l ábi os quentes tocaram os del a.
E l a pas s ou os braços pel as grades porque os doi s es tavam aj oel hados de
fraqueza. Stefan fi cou pas mo por el a tocá-Io, e E l ena fi cou al i vi ada e s ol uçava
de al egri a.
M as ... Não havi a tempo.
Stefan, tome meu s angue ag ora... Tome!
E l a procurou des es peradamente al guma coi s a para s e cortar.
Stefan podi a preci s ar de s uas forças e não i mportava o quanto Damon
tenha reti rado, E l ena s empre teri a o s ufi ci ente para Stefan. Se i s s o a
matas s e, el a teri a o bas tante. E l a agora es tava fel i z nes ta catacumba porque
Damon a convencera a tomar o s angue del e.
" Cal ma. Cal ma, meu amor. Se você fal a a s éri o, pos s o morder s eu pul s o,
mas ..."
" Faça i s s o ag ora! " E l ena Gi l bert, a pri nces a de Fel l ' s Church,
ordenou. E l a até cons egui u reuni r forças para s e l evantar. Stefan a ol hou com
certa cul pa.
" AGORA! " i ns i s ti u E l ena. Stefan mordeu s eu pul s o.
E ra uma s ens ação es tranha. Doeu um pouco mai s do que quando el e
perfurava a l ateral de s eu pes coço, como s empre fazi a. M as havi a boas vei as
al i , el a s abi a; E l ena confi ava que Stefan encontrari a a mai or, para que i s s o
l evas s e o menor tempo pos s í vel . A urgênci a de E l ena tornara-s e a del e.
M as quando el e tentou recuar, el a o s egurou por uma mecha de cabel o
ondul ado e preto e di s s e:
" M ai s , Stefan. Você preci s a del e... Ah, eu s ei di s s o, e não te mos tempo para
di scuti r. "
A voz de comando. M eredi th uma vez di s s e que quando el a fal ava des s e
j ei to, podi a l i derar exérci tos . Bom, el a podi a preci s ar l i derar exérci tos para
entrar nes te l ugar e s al vá-Ia.
Vou cons egui r um exérci to em al gum l ugar, pens ou el a mei o tonta.
A febre de s angue fami nta que Stefan ti vera — el es obvi amente não o
al i mentavam des de que el a o vi ra pel a úl ti ma vez — es moreci a numa
i nges tão de s angue mai s normal que el a conheci a. A mente de Stefan s e
fundi a na del a. Quando você di z que vai conseg ui r um exérci to, eu acredi to em você. Mas é
i mpossí vel. Ni ng uémj amai s volta.
B om, você vai voltar. Eu vou levar você de volta.
Elena, Elena...
B eba, di s s e el a, s enti ndo-s e uma mãe i tal i ana. O máxi mo que puder sem fi car
nauseado.
Mas como ... Não, você me di sse como cheg ou aqui . Era a verdade?
A verdade. Eu sempre lhe di g o a verdade. Mas Stefan, como vou ti rar você
daqui ?
Shi ni chi e Mi sao — você os conhece?
O bastante.
Cada um deles tem metade de um anel. Juntos, eles formam uma chave. Cada metade tem a
forma de uma raposa correndo. Mas quem sabe onde eles podem ter escondi do as metades? E como eu
di sse, só para entrar neste lug ar, será preci so umexérci to ...
Vou achar as metades do anel de raposa. Vou uni -las. Vou conseg ui r umexérci to. Vou ti rar
você daí .
Elena, não posso conti nuar bebendo. Você vai desmai ar.
Eu não desmai o comfaci li dade. Conti nue, por favor. Mal acredi to que é
você ...
" Nada de bei j ar! Tome meu s angue!"
Si m, senhora! Mas Elena, é verdade, ag ora estou sati sfei to. Mai s do que sati sfei to.
E amanhã?
" Ai nda es tarei s ati s fei to." Stefan s e afas tou, um pol egar nos pontos
onde havi a vei as perfuradas . " É verdade, eu não posso, meu amor."
" E no di a s egui nte?"
" Vou cons egui r."
" Você vai ... Porque eu trouxe i sto. Abrace-me, Stefan." di s s e el a, a voz
mai s branda. " Abrace-me pel as grades ."
E l e obedeceu, parecendo as s ombrado, e el a s i bi l ou em s eu ouvi do.
" Aj a como s e me amas s e. Afague meu cabel o. Di ga coi s as genti s ."
" E l ena, meu grande amor..." E l e ai nda es tava perto o bas tante
mental mente para di zer por tel epati a, Agi r como se eu a amasse? M as enquanto as
mãos de Stefan afagavam E l ena, apertavam-na e s e emaranhavam em s eu
cabel o, as del a es tavam ocupadas . E l a trans feri a para Stefan, por bai xo das
s uas roupas , um fras co chei o de vi nho Bl ack M agi c.
" M as onde cons egui u i s s o?" s us s urrou Stefan, as s ombrado.
" A cas a mági ca tem tudo. E s ti ve es perando por mi nha chance de dar a
você, s e você preci s as s e.
" E l ena..."
" Que foi ?"
Stefan pareci a l utar com al guma coi s a. Por fi m, com os ol hos bai xos , el e
s us s urrou:
" Is s o não é bom. Não pos s o me arri s car que você s ej a morta por uma
i mpos s i bi l i dade. M e es queça.
" Col oque o ros to nas grades ."
E l e ol hou para el a, mas não fez mai s perguntas , e obedeceu. E l a l he
deu um tapa na cara.
Não foi um tapa mui to forte... E mbora a mão de E l ena does s e ao s e chocar
com o ferro do outro l ado.
" Ora es s a, que verg onha! " di s s e el a. E antes que el e pudes s e di zer
al guma coi s a: " Escute! "
E ra o l ati do de s abuj os — l onge, mas es tavam s e aproxi mando. " E s tão
atrás de você." di s s e Stefan, de repente frenéti co. " Você preci s a i r!"
E l a s e l i mi tou a ol há-Io com s egurança. " E u te amo, Stefan."
" E u te amo, E l ena. Para s empre."
" E u... Ah, eu si nto mui to." E l a não cons egui a i r; o probl ema era es te.
Como Carol i ne fal ando s em parar, mas s em s ai r do quarto de Stefan, el a podi a
fi car al i e convers ar s obre aqui l o, mas não cons egui a fazer nada.
" E l ena! Você preci sa i r. Não quero você vej a o que el es vão..."
" E u vou matá-Ios !"
" Você não é as s as s i na. Não s abe l utar, E l ena... E você não devi a ver
i s s o. Por favor? Lembra que uma vez você me perguntou s e eu gos tari a de ver
quantas vezes você me obri gari a a di zer " por favor" ? Bom, agora cada uma conta
por mi l . Por favor? Por mi m? Você vai embora?"
" M as um bei j o..." O coração de E l ena bati a como um pas s ari nho
frenéti co. " Por favor! "
Cega pel as l ágri mas , E l ena s e vi rou e s egurou a porta da cel a.
" Qual quer l ugar fora da ceri môni a, onde ni nguém me verá!" — el a arfou e
puxou a porta para o corredor, pas s ando por el a.
Pel o menos vi ra Stefan, mas por quanto tempo i s s o evi tari a que s eu
coração des pedaças s e novamente ...
... Ah, meu Deus , es tou cai ndo...
... E l a não s abi a.

***

E l ena percebeu que estava mesmo em al gum l ugar do l ado de fora do


pens i onato — pel o menos a 25 metros de al tura — e des pencava rapi damente.
E m pâni co s eu pri mei ro pens amento foi de que i a morrer, depoi s o i ns ti nto a
domi nou e el a es tendeu os braços , chutando com pernas e pés , cons egui ndo
deter a queda depoi s de 6 metros de agoni a.
Perdi mi nhas asas para sempre, não foi ?, pens ou el a, concentrando-s e em um
úni co ponto entre as omopl atas . E l a s abi a onde devi am es tar — e nada
aconteceu.
Depoi s , com cui dado, el a s e aproxi mou aos poucos do tronco, parando s ó
para mover para um ponto mai s al to uma l agarta que di vi di a o gal ho com el a. E
cons egui u encontrar um l ugar onde podi a s e s entar de l ado e chegar para trás .
E ra um gal ho al to demai s para s eu gos to.
E l a des cobri u que podi a ol har para bai xo e ver a s acada com mui ta
cl areza, e que quanto mai s ol hava para qual quer coi s a, mai s cl ara era s ua
vi s ão. A vi s ão aguçada de vampi ro, pens ou E l ena. M os trava que el a es tava s e
Trans formando. Ou — s i m, o céu aqui de al gum modo fi cava mai s cl aro.
O que s e revel ava a el a era um pens i onato es curo e vazi o, o que era
perturbador, por caus a do que o pai de Carol i ne havi a di to s obre a " reuni ão" e o
que el a des cobri u tel epati camente por Damon s obre os pl anos de Shi ni chi para
a noi te de Pl eni l úni o. Será pos s í vel que es te não fos s e o verdadei ro pens i onato,
mas outra armadi l ha?
***

" Cons egui mos !" Bonni e excl amou ao s e aproxi marem da cas a. E l a s abi a
que s ua voz es tava es tri dente, mai s do que es tri dente, mas de al gum modo a
vi s ão do pens i onato i l umi nado, como uma árvore de Natal com uma es trel a no
al to, a reconfortava, mes mo que el a s oubes s e que es tava tudo errado. Bonni e
ti nha vontade de chorar de al í vi o.
" Si m, cons egui mos ." di s s e a voz grave da Dra. Al pert. " Todos nós . É
Is obel quem preci s a de mai s tratamento, e o mai s rápi do pos s í vel .
Theophi l i a, prepare s uas panacéi as ; e al guém l eve Is obel e l he dê um
banho."
" E u farei i s s o." Bonni e di s s e numa voz trêmul a, depoi s de uma breve
hes i tação. " E l a vai fi car tranqui l a como es tá agora, não é? Não é?"
" Eu vou com Is obel ." di s s e M att. " Bonni e, você vai aj udar a Sra. Fl owers .
E antes de a gente entrar, quero dei xar uma coi s a bem cl ara: ni nguém vai a
l ugar nenhum s ozi nho. Vamos todos andar em grupos de doi s ou três ." Havi a
um tom de autori dade na voz del e.
" Faz s enti do." di s s e M eredi th ri s pi damente, tomando l ugar ao l ado da
médi ca. " É mel hor ter cui dado, M att; Is obel é a mai s peri gos a."
Foi quando vozes al tas e agudas foram ouvi das do l ado de fora da cas a.
Pareci am duas ou três meni ni nhas cantando.

" Isa-chan, Isa-chan,


B eba seu chá e coma seu flã. "

" Tami ? Tami Bryce?" perguntou M eredi th, abri ndo a porta enquanto a
mús i ca recomeçava. E l a di s parou para a frente, depoi s pegou a médi ca pel a
mão e a arras tou para o l ado ao avançar de novo.
E s i m, Bonni e vi u, havi a três fi guras pequenas , uma de pi j ama e duas
de cami s ol a, e el as eram Tami Bryce, Kri s ti n Duns tan e Ava Zari ns ki . Ava s ó
ti nha uns 11 anos , pens ou Bonni e, e não morava perto nem de Tami , nem de
Kri s ti n. As três s ol tavam ri s os es tri dentes . Depoi s recomeçaram a cantar, e
M att foi atrás de Kri s ti n.
" Socorro!" gri tou Bonni e. De repente el a es tava pendurada em um potro
chucro que es perneava e es coi ceava para todo l ado. Is obel pareci a ter
enl ouqueci do e fi cava mai s l ouca a cada repeti ção da mús i ca.
" E u a peguei ." di s s e M att, fechando-s e nel a com um abraço de urs o,
mas nem os doi s cons egui am manter Is obel parada.
" Vou dar outro s edati vo a el a." di s s e a Dra. Al pert, e Bonni e vi u os
ol hares entre M att e M eredi th, ol hares de des confi ança.
" Não... Não, dei xe que a Sra. Fl owers faça al guma coi s a." di s s e Bonni e
des es peradamente, mas a agul ha hi podérmi ca j á es tava quas e no braço de
Is obel .
" Não vai dar nada a el a." di s s e M eredi th categori camente, dei xando o
di s farce de l ado e, com um chute de bai l ari na, mandou a s eri nga pel os ares .
" M eredi th! Qual é o s eu probl ema?" excl amou a médi ca, s egurando
s eu pul s o.
" A ques tão é qual é o seu probl ema, doutora. Quem é você? Onde es tamos ?
E s te não pode s er o verdadei ro pens i onato."
" Obaas an! Sra. Fl owers ! Podem nos aj udar?" Bonni e ofegava, ai nda
tentando s egurar Is obel .
" Vou tentar." di s s e a Sra. Fl owers , deci di da, i ndo na di reção de Bonni e.
" Não, eu qui s di zer com a Dra. Al pert... E tal vez Ji m. A s enhora s abe...
conhece al gum fei ti ço... para fazer com que as pes s oas as s umam s ua
verdadei ra forma?"
" Oh!" di s s e Obaas an. " Ni s s o eu pos s o aj udar. Dei xe-me des cer, Ji m,
meu queri do. Logo todos es taremos em nos s as verdadei ras formas ."
Jayneel a era uma s egundani s ta de ol hos grandes , s onhadores e es curos
que em geral s e perdi am num l i vro. M as agora, enquanto a mei a-noi te s e
aproxi mava e a avó ai nda não ti nha l i gado, el a fechou o l i vro e ol hou para Ty.
Tyrone pareci a grande, feroz e mau durante o j ogo, mas fora del e era o i rmão
mai s vel ho mai s genti l , mai s l egal e mai s del i cado que uma meni na podi a
querer.
" Acha que a vovó es tá bem?"
" Hei n?" Tyrone também es tava com o nari z meti do num l i vro, mas era
um daquel es l i vros de entre-para-a-uni vers i dade-dos -s eus -s onhos . Como
es tava i ndo para o úl ti mo ano, el e preci s ava tomar al gumas deci s ões s éri as .
" Cl aro que es tá."
" Bom, vou dar uma ol hada na garoti nha, pel o menos ."
" Sabe de uma coi s a, Jay?" E l e a futucou de bri ncadei ra com o dedo do pé.
" Você s e preocupa demai s ."
Logo el e es tava perdi do de novo no Capí tul o Sei s , ‘Como Aprovei tar ao
M áxi mo Seu Servi ço Comuni tári o.’ M as vi eram gri tos de ci ma. Gri tos l ongos ,
al tos e agudos — a voz da i rmã. E l e l argou o l i vro e correu.

***

" Obaas an?" di s s e Bonni e.


" Só um mi nuto, meu bem." di s s e a vovó Sai tou. Ji m a bai xara e agora el a
o ol hava bem de frente: ol hava para ci ma, e el e para bai xo. E havi a al go mui to
es tranho ni s s o.
Bonni e s enti u uma onda de puro terror. Será que Ji m pode ter fei to
al guma mal dade com Obaas an enquanto a carregava? É cl aro que podi a. Por
que el a não pens ou ni s s o? E havi a a médi ca com s ua s eri nga, pronta para
s edar qual quer um que fi cas s e ‘hi stéri ca’ demai s . Bonni e ol hou para
M eredi th, mas a ami ga tentava l i dar com duas meni ni nhas que s e retorci am
e s ó cons egui u ol har de l ado, des es perançada.
M ui to bem, então, pens ou Bonni e. Vou dar um chute onde mai s vai doer
nel e e afas tar a vel ha. E l a s e vi rou para Obaas an e s e s enti u paral i s ar.
" Só tenho que fazer uma coi s i nha..." di s s e Obaas an. E el a fez. Ji m s e
curvava na al tura da ci ntura, dobrado em doi s para Obaas an, que es tava na
ponta dos pés . E l es s e grudaram num bei j o í nti mo e profundo.
Ah, meu Deus !
E l es encontraram quatro pes s oas no bos que — e s upus eram que duas
eram s ãs e duas i ns anas . Como podi am s aber quai s eram i ns anas ? Bom, s e
duas del as vi ram coi s as que não exi s ti am...
M as a cas a estava al i ; Bonni e também podi a ver. E s tari a ela i ns ana?
" M eredi th, venha!" el a gri tou. Perdendo i ntei ramente a coragem, el a
começou a correr da cas a, fugi ndo para o bos que.
Al go vi ndo do céu pegou Bonni e com a mes ma faci l i dade que uma coruj a
pega um camundongo e a manteve em um aperto i mpl acável .
" Vai a al gum l ugar?" A voz de Damon perguntou de ci ma del a enquanto
el e pl anou por al guns metros até parar, com Bonni e meti da s ob um braço de
aço.
" Damon!"
Os ol hos de Damon es tavam um tanto cerrados , como que para uma pi ada
que s ó el e podi a ver.
" Si m, o mal em pes s oa. Di ga al guma coi s a, mi nha pequena fúri a."
Bonni e j á s e exauri ra tentando fazer com que el e a s ol tas s e, que nem
cons egui ra ras gar as roupas del e.
" O quê?" rebateu el a. Pos s uí do ou não, Damon a vi ra quando el a o
i nvocou para s al vá-Ia da i ns ani dade de Carol i ne. M as s egundo o que M att
contou, el e ti nha fei to al guma coi s a medonha com E l ena.
" Por que as meni nas adoram converter um pecador? Por que i nci tam
nel es qual quer ati tude s e el es s entem que reformaram vocês ?"
Bonni e não s abi a do que el e fal ava, mas podi a i magi nar.
" O que você fez com E l ena?" perguntou el a com feroci dade.
" Dei o que el a queri a, s ó i s s o." di s s e Damon, os ol hos es curos
ci nti l ando. " Há al guma coi s a tão horroros a ni s s o?"
Bonni e, as s us tada com aquel e bri l ho nos ol hos del e, nem tentou correr
de novo. Sabi a que era i núti l . E l e era mai s rápi do e mai s forte, e podi a voar. De
qual quer modo, el a vi ra no ros to del e uma es péci e de fal ta de remors o
di s tante. Não eram s ó Damon e Bonni e j untos al i . E ram o predador e a pres a
naturai s .
E agora aqui es tava el a, de vol ta a Ji m e Obaas an — não, com um rapaz
e uma meni na que nunca vi ra antes . Bonni e chegou a tempo de ver a
trans formação. E l a vi u o corpo de Ji m s e encol her e s eu cabel o fi car preto, mas
não foi i s s o que a i mpres s i onou. O i mpres s i onante foi que em todas as
pontas , o cabel o não era preto, mas carmi m. E ra como s e chamas l ambes s em
das pontas para a es curi dão. Os ol hos eram dourados e s orri dentes .
E l a vi u o corpo vel ho de boneca de Obaas an tornar-s e mai s j ovem, mai s
forte e mai s al to. Aquel a meni na era l i nda; Bonni e teve de admi ti r. Ti nha
bel os ol hos obl í quos e um cabel o s edos o que i a quas e até a ci ntura. Seu cabel o
era como o do i rmão — s ó que o vermel ho era mai s vi vo, es carl ate e não
carmi m. Us ava um top de renda preto, trans parente, que mos trava como s eu
corpo era del i cado na parte s uperi or. E , é cl aro, cal ças pretas de cós bai xo para
mos trar o mes mo embai xo. Cal çava s andál i as de s al to al to pretas que pareci am
caras , e as unhas dos pés es tavam pi ntadas com um es mal te do mes mo
vermel ho vi vo da ponta de s eus cabel os . No ci nto, em um cí rcul o s i nuos o,
havi a um chi cote enros cado com um punho preto e es camos o.
A Dra. Al pert di s s e l entamente: " M i nha neta...?"
" E l es não têm nada a ver com i s s o." di s s e o rapaz de cabel o es tranho de
um j ei to encantador e s orri dente. " Se cui darem da própri a vi da, não terá de s e
preocupar com el es nem um pouco."

***

" Foi s ui cí di o ou tentati va de s ui cí di o... Ou coi s a as s i m, " di s s e Tyrone


ao pol i ci al , quas e chorando. " Acho que era um cara chamado Ji m. E l e era da
mi nha es col a no ano pas s ado. Não, i s s o não tem nada a ver com drogas ... E u
vi m para cá para cui dar de mi nha i rmã mai s nova, Jayneel a. E l a es tava de
babá... Ol ha, bas ta s ubi r, es tá bem? Aquel e cara mas ti gou a mai ori a dos dedos
e quando eu entrei , el e di s s e: ‘eu s empre te amei , E l ena.’ pegou um l ápi s
e... Não, não s ei s e el e es tá vi vo ou morto. M as tem uma s enhora i dos a l á em
ci ma e eu s ei que ela es tá morta, porque não es tá res pi rando."

***

" M as quem di abos é você?" di zi a M att, ol hando o meni no es tranho com


bel i gerânci a. " E u s ou o..."
" ...e que di abos es tá fazendo aqui ?"
" E u s ou o di abo Shi ni chi ." di s s e o rapaz num tom mai s al to, parecendo
i rri tado por s er i nterrompi do. Quando M att s e l i mi tou a encará-Io, el e
acres centou num tom i rri tado, " Sou o ki ts une... A rapos a-homem, você di ri a...
Que andou mexendo com s ua ci dade, i di ota. Andei mei o mundo para fazer
i s s o e acho que você deve pel o menos me ouvi r. E es ta é mi nha l i nda i rmã,
M i s ao. Somos gêmeos ."
" Não l i go que s ej am tri gêmeos . E l ena di s s e que al guém al ém de
Damon es tava por trás di s s o. E Stefan di s s e o mes mo antes de... O que você fez
com Stefan? O que você fez comElena?"
E nquanto os doi s es tranhos s e eri çavam — quas e l i teral mente no cas o
de Shi ni chi , uma vez que s eu cabel o es tava quas e ereto nas pontas —
M eredi th trocou ol hares com Bonni e, a Dra. Al pert e a Sra. Fl owers . Depoi s
ol hou para M att e s e tocou de l eve no pei to. E ra a úni ca com força s ufi ci ente
para l i dar com el e, embora a Dra. Al pert as s enti s s e rapi damente i ndi cando
que aj udari a.
E depoi s , enquanto os meni nos gri tavam cada vez mai s al to, M i s ao ri a
no chão e Damon s e encos tava numa porta de ol hos fechados , el as agi ram. Sem
s i nal nenhum que as uni s s e, por i ns ti nto el as correram, em grupo,
M eredi th e a Dra. Al pert pegaram M att, uma de cada l ado e s i mpl es mente o
ergueram do chão, j us to quando Is obel i nes peradamente pul ou em Shi ni chi
dando um gri to gutural . E l as não es peravam nada de Is obel , mas foi mui to
conveni ente, pens ou Bonni e ao s al tar s obre obs tácul os s em vê-Ios . M att ai nda
gri tava e tentava correr para o outro l ado e des contar al guma frus tração
pri mi ti va em Shi ni chi , mas não cons egui u s e l i bertar para fazer i s s o.
Bonni e mal acredi tou quando el as deram no bos que de novo.
Até a Sra. Fl owers cons egui u acompanhar, e a mai ori a ai nda ti nha as
l anternas .
E ra um mi l agre. E l es es caparam de Damon. A ques tão agora era fi car
em s i l ênci o e tentar atraves s ar o anti go bos que s em perturbar nada. Tal vez
el es encontras s em o cami nho de vol ta ao verdadei ro pens i onato, concl uí ram.
Depoi s podi am pens ar em como s al var E l ena de Damon e os doi s ami gos . Até
M att enfi m teve de admi ti r que era i mprovável que cons egui s s em vencer pel a
força as três cri aturas s obrenaturai s .
Bonni e s ó queri a que cons egui s s em ter trazi do Is obel .
" Bom, temos de i r para o verdadei ro pens i onato, de qual quer forma."
di s s e Damon, enquanto M i s ao fi nal mente domi nava Is obel , dei xando-a
s emi cons ci ente. " É l á que Carol i ne es tará."
M i s ao parou de fuzi l ar Is obel com os ol hos e pareceu mei o
s obres s al tada.
" Carol i ne? Por que queremos Carol i ne?"
" Faz parte da di vers ão, não é?" di s s e Damon em s eu tom de voz mai s
encantador e s edutor. Shi ni chi de i medi ato abandonou o ar de marti ri zado e
s orri u.
" E s s a meni na... Não era el a que você es tava us ando como portadora?"
E l e ol hou mal i ci os amente para a i rmã, cuj o s orri s o pareci a mei o tens o.
" Si m, mas ..."
" Quanto mai s , mel hor." di s s e Damon, mai s encantador a cada mi nuto.
E l e não pareceu perceber Shi ni chi s orri ndo com mal í ci a para M i s ao às cos tas
del e.
" Não s e aborreça, queri da, " di s s e el e à i rmã, bel i s cando s eu quei xo
enquanto os ol hos dourados fai s cavam. " Nunca pus os ol hos naquel a garota.
M as é cl aro que s e Damon di z que s erá di verti do, é porque será mesmo." O
s orri s i nho de mal í ci a s e trans formou em um s orri s o de tri unfo.
" E há chance de al guma de el as real mente es caparem?" di s s e Damon,
quas e di s traí do, ol hando a es curi dão do anti go bos que. " M e dê al gum crédi to,
por favor, " rebateu o ki ts une. " Você é um amal di çoado... Um vampi ro, não é?
Você não devi a andar em bos ques ."
"É meu terri tóri o, j unto com o cemi téri o..." Damon começava
brandamente, mas des ta vez Shi ni chi es tava deci di do a termi nar pri mei ro.
" E u moro no bos que." di s s e el e. " Control o os arbus tos , as árvores ...
Trouxe uns experi mentos meus . Vocês todos os verão mui to em breve. E
res pondendo a s ua pergunta, não, nenhum del es vai es capar."
" Foi o que eu perguntei ." di s s e Damon, ai nda com brandura, mas
ol hando fi xamente os ol hos dourados por mai s um l ongo momento. Depoi s deu
de ombros e s e vi rou, ol hando a l ua que podi a s er vi s ta entre nuvens que
rol avam no hori zonte.
" Ai nda temos mui to tempo antes da ceri môni a." di s s e Shi ni chi , atrás
del e. " Não há como nos atras armos ."
"É mel hor que não." murmurou Damon. " Carol i ne pode s er
i ncri vel mente es tri dente e hi s téri ca quando as pes s oas s e atras am."
Na real i dade, a l ua s ubi a al ta no céu enquanto Carol i ne chegava no carro
da mãe à varanda do pens i onato. E l a us ava um ves ti do de noi te que pareci a ter
s i do pi ntado em s eu corpo com s uas cores preferi das , bronze e verde. Shi ni chi
ol hou para M i s ao, que ri u cobri ndo a boca das mãos e bai xou a cabeça.
Damon acompanhou Carol i ne na es cada da varanda até a porta da frente e
di s s e:
" Os mel hores l ugares es tão por aqui ."
Houve al gum es panto enquanto as pes s oas eram s el eci onadas .
Damon fal ou ani madamente com Kri s ti n, Tami e Ava:
" Vocês três fi cam na fi l a do amendoi m. Is s o quer di zer que vocês s e
s entam no chão. M as , s e forem boazi nhas , da próxi ma vez vou dei xar que s e
s entem conos co l á em ci ma."
Os outros o s egui ram recl amando um pouco, mas foi Carol i ne que fi cou
i rri tada, di zendo:
" Por que temos que entrar? Pens ei que s eri a lá fora."
" Os l ugares mai s próxi mos s ão mai s arri s cados ." di s s e Damon
ri s pi damente. " Podemos ter uma mel hor vi s ão l á de ci ma. Camarotes reai s ,
vamos , agora."

***

As rapos as gêmeas e a meni na humana o s egui ram, acendendo as


l uzes na cas a es cura ao s ubi r até a s acada que dava no tel hado.
" E agora, onde el es es tão?" perguntou Carol i ne, ol hando para bai xo.
" Chegarão a qual quer mi nuto." di s s e Shi ni chi , com um ol har que era
ao mes mo tempo confus o e reprovador, que s i gni fi cava: Quemessa g arota pensa que é?
E l e não decl amou nenhuma poes i a.
" E E l ena? E l a também vai chegar?"
Shi ni chi não res pondeu e M i s ao s e l i mi tou a ri r. M as Damon pôs os
l ábi os perto da orel ha de Carol i ne e s us s urrou.
Depoi s di s s o, os ol hos de Carol i ne bri l haram, verdes como os de um gato.
E o s orri s o em s eus l ábi os era o de um gato que ti nha acabado de col ocar a pata
num canári o.
36
E l ena fi cou es perando na árvore.
Na verdade aqui l o não era tão di ferente de s eus s ei s mes es no mundo
es pi ri tual , onde pas s ava a mai or parte do tempo obs ervando os outros e
es perando, e obs ervando-os mai s um pouco. E s s es mes es a fi zeram
des envol ver uma atenção paci ente que teri a as s ombrado qual quer um que
conheces s e a vel ha e rebel de E l ena.
É cl aro que a vel ha e rebel de E l ena ai nda es tava dentro del a e, de vez
em quando, s e rebel ava. Pel o que el a podi a ver, nada aconteci a no pens i onato
es curo. Só a l ua pareci a s e mexer, es guei rando-s e cada vez mai s al to no céu.
Damon di s s e que aquel e Shi ni chi ti nha uma ci s ma de 4h44 da manhã
ou da tarde, pens ou el a. Tal vez aquel a M agi a Nega funci onas s e num horári o
di ferente do que el a ouvi ra fal ar.
De qual quer modo, i s s o era por Stefan. E as s i m que el a pens ou ni s s o,
entendeu que es perari a al i por di as , s e fos s e neces s ári o. E l a certamente
podi a es perar até o rai ar do di a, quando nenhum M ago Negro que s e des s e ao
res pei to começari a uma ceri môni a.
E , no fi nal , o que el a es perava pous ou bem abai xo de s eus pés . Pri mei ro
vi eram as fi guras , que pareci am s edadas , andando do anti go bos que para os
cami nhos de cas cal ho do pens i onato. Não era di fí ci l i denti fi cá-Ias , mes mo de
l onge. Uma era Damon, que ti nha um j e ne sai s quoi que E l ena não confundi ri a
de manei ra nenhuma — e havi a s ua aura, que era uma i mi tação mui to boa
de s ua anti ga aura: aquel a mas s a i l egí vel e i mpenetrável de pedra preta.
Uma i mi tação mui to boa, na real i dade. E ra quas e i dênti ca à outra...
Foi quando, percebeu E l ena mai s tarde, el a s enti u s eu pri mei ro mal -
es tar.
M as naquel e momento el a es tava tão abs orta no que aconteci a que
afas tou o pens amento des agradável . Aquel e com a aura ci nza es cura com
cl arões carmi m devi a s er Shi ni chi , deduzi u el a. E a outra fi gura com a
mes ma aura das meni nas , uma cor de l ama rai ada de l aranj a, devi a s er s ua
i rmã gêmea, M i s ao.
Só es s es doi s , Shi ni chi e M i s ao, es tavam de mãos dadas , e de vez em
quando s e afagavam — como E l ena podi a ver enquanto el es s e aproxi mavam
do pens i onato. E l es certamente não agi am como i rmãos , no entender de
E l ena.
Al ém di s s o, Damon trazi a uma meni na prati camente nua pendurava em
s eu ombro, e E l ena não i magi nava quem poderi a s er.
Paci ênci a, pens ou el a cons i go mes ma. Paci ênci a. Os protagoni s tas enfi m
es tavam al i , como Damon prometera. E os coadj uvantes ...
Bom, pri mei ro, s egui ndo Damon e s eu grupo havi a três meni nas
pequenas . E l a reconheceu Tami Bryce de i medi ato, pel a aura, mas as outras
duas l he eram es tranhas . E l as s al ti tavam, pul avam, e deram cambalhotas do
bos que para o pens i onato, onde Damon l hes di s s e al go e todas foram s e s entar
na horta da Sra. Fl owers , quas e di retamente abai xo de E l ena. Um ol har nas
auras das meni nas es tranhas foi o bas tante para i denti fi cá-Ias como outros
bi chi nhos de es ti mação de M i s ao.
Depoi s , apareceu na rua um carro mui to conheci do — pertenci a à mãe de
Carol i ne. A meni na s ai u del e e foi acompanhada ao pens i onato por Damon,
que fez al guma coi s a com s eu fardo. M as E l ena não cons egui u ver o que era.
E l ena s e al egrou ao ver l uzes s e acendendo à medi da que Damon e os
três convi dados percorri am o pens i onato, i l umi nando o cami nho. Apareceram
no úl ti mo andar, parados em fi l a na s acada do tel hado, ol hando para bai xo.
Damon es tal ou os dedos e as l uzes do qui ntal s e acenderam como s e
res pondes s em a uma dei xa de um s how.
M as E l ena s ó agora vi a os atores — as ví ti mas da ceri môni a que es tava
pres tes a começar. E ram conduzi dos pel o canto extremo do pens i onato. Podi a ver
todos el es : M att, M eredi th, Bonni e, e a Sra. Fl owers e, es tranhamente, a
vel ha Dra. Al pert. O que E l ena não entendi a era por que el es não l utavam
mai s — Bonni e certamente fazi a barul ho s ufi ci ente por todos , mas el es
agi am como s e es ti ves s em s endo empurrados contra a própri a vontade.
Foi quando el a vi u a es curi dão as s omando atrás del es . Sombras es curas
e i mens as , s em fei ções que el a pudes s e i denti fi car.
Foi nes s e momento que E l ena percebeu, mes mo com a gri tari a de
Bonni e, que s e fi cas s e i móvel por dentro e s e concentras s e mui to, podi a ouvi r o
que todos di zi am na s acada. E a voz es tri dente de M i s ao s uperava as demai s .
" Ah, que s orte! Pegamos todos de vol ta." gui nchou el a, e bei j ou o ros to do
i rmão, apes ar do breve ol har de i rri tação del e.
" É cl aro que s i m. E u te di s s e." el e começava, quando M i s ao gri tou
mai s uma vez.
" M as por qual del es vamos começar?" E l a deu um bei j o no i rmão e el e
afagou s eu cabel o, amol ecendo.
" Você es col he o pri mei ro." di s s e el e.
" Você, meu amor." arrul hou M i s ao s em o menor pudor.
E s s es doi s , pens ou E l ena, s ão mes mo s edutores . Gêmeos , é?
" A bai xi nha barul henta." di s s e Shi ni chi com fi rmeza, apontando para
Bon n i e . " Urusei , pi rral ha! Cal e-s e!" el e acres centou enquanto Bonni e era
empurrada ou carregada pel as s ombras . Agora E l ena podi a vê-Ia com mai s
cl areza.
E el a pôde ouvi r as s úpl i cas de parti r o coração que Bonni e envi ava para
Damon não fazer aqui l o... comos outros.
" Não es tou pedi ndo por mi m, " gri tava el a, enquanto era arras tada para a
l uz. " M as a Dra. Al pert é uma boa mul her; el a não tem nada a ver com i s s o.
Nem a Sra. Fl owers . E M eredi th e M att j á s ofreram o bas tante. Por favor! "
Houve um coro furi os o dos outros , que aparentemente tentavam l utar e
eram domi nados . M as a voz de M att s e el evou aci ma das outras .
" Toque um dedo nel a, Sal vatore, e é mel hor tratar de me matar
também!"
O coração de E l ena s al tou ao ouvi r a voz de M att, tão forte e bem. E l a
enfi m o vi u, mas não cons egui a pens ar numa manei ra de s al vá-Io.
" E temos que deci di r pri mei ro o que vamos fazer com el es ." di s s e
M i s ao, batendo pal mas como uma cri ança fel i z na fes ta de ani vers ári o.
" Você es col he." Shi ni chi acari ci ou o cabel o da i rmã e cochi chou no ouvi do
del a. E l a s e vi rou e l he deu um bei j o na boca. E não teve pres s a nenhuma.
" O que... O que es tá havendo?" di s s e Carol i ne. E l a nunca foi tí mi da,
aquel a al i , pens ou E l ena. Agora avançava para s e grudar na mão l i vre de
Shi ni chi .
Por um i ns tante, E l ena pens ou que el e a ati rari a da s acada e a veri a
mergul har no chão. Depoi s Shi ni chi s e vi rou, e el e e M i s ao s e ol haram.
E então el e ri u.
" Des cul pe, des cul pe, é tão di fí ci l quando você é a vi da da fes ta." di s s e
el e. " Bem, o que acha, Carol yn ... Carol i ne?"
Carol i ne o encarava.
" Por que el a es tá agarrada des s e j ei to com você?"
" No Shi no Shi , as i rmãs s ão preci os as ." di s s e Shi ni chi . " E ... Bom, eu
não a vej o há al gum tempo. E s tamos nos reencontrando." M as o bei j o que el e
pl antou na mão de M i s ao não era nada fraterno. " Vamos ." acres centou el e
rapi damente a Carol i ne. " E s col ha o pri mei ro ato do Fes ti val do Pl eni l úni o! O
que vamos fazer com el a?"
Carol i ne começou a i mi tar M i s ao, bei j ando o ros to e a orel ha de Shi ni chi .
" Sou nova aqui ." di s s e el a num tom s edutor. " Não s ei real mente o que
quer que eu es col ha."
" A tol a Carol i ne, natural mente, como di ..." de repente Shi ni chi foi
s ufocado por um grande abraço e um bei j o da i rmã.
Carol i ne, que obvi amente queri a a atenção preferenci al , mes mo que não
entendes s e do as s unto, di s s e, mel i ndrada:
" Bom, s e não vai me contar, não pos s o es col her. E al i ás , cadê a E l ena?
Não a vej o em l ugar nenhum!" E l a pereci a pres tes a di zer mai s al guma coi s a
quando Damon des l i zou e cochi chou em s eu ouvi do. Depoi s el a s orri u
novamente, e os doi s ol haram os pi nhei ros que cercavam o pens i onato.
Foi quando E l ena teve s eu s egundo mal -es tar. M as M i s ao es tava
fal ando e i s s o exi gi a toda a s ua atenção.
" Que s orte! E ntão eu vou es col her." M i s ao i ncl i nou-s e para a frente,
es pi ando pel a bei ra do tel hado para os humanos embai xo, os ol hos es curos
arregal ados , pens ando nas pos s i bi l i dades , no que pareci a s er uma cl arei ra
ári da. E l a era tão del i cada, tão graci os a ao s e l evantar para andar e pens ar;
s ua pel e era tão cl ara e o cabel o mui to s edos o e es curo que nem E l ena
cons egui a ti rar os ol hos del a.
E ntão o ros to de M i s ao s e i l umi nou e el a fal ou:
" Dei te-a no al tar. Trouxe al gum de seus hí bri dos ?"
Is s o não foi bem uma pergunta, mas uma excl amação ani mada. " M eus
experi mentos ? M as é cl aro, queri da. E u te di s s e i s s o também." res pondeu
Shi ni chi e acres centou, ol hando o bos que. " Doi s de vocês ... E r, homens ... E os
anti gos fi éi s !" E el e es tal ou os dedos . Houve vári os mi nutos de confus ão
durante os quai s os humanos em vol ta de Bonni e eram gol peados , chutados ,
ati rados no chão, pi s oteados e es magados enquanto l utavam com as s ombras . E
depoi s as coi s as que antes s e arras taram para a frente, agora s e arras taram
mai s com Bonni e pres a entre el es , pendendo fl áci da pel os braços magros .
Os hí bri dos eram mei o homens e mei o árvores , com todas as fol has
arrancadas . Se foram cri ados, pareci am ter s i do fei tos es peci fi camente para
s erem grotes cos e as s i métri cos . Um del es ti nha o braço es querdo torto e no dos o
que chegava quas e aos pés , e o braço di rei to era gros s o, com mai s vol ume na
al tura da ci ntura.
E l es eram horrendos . A pel e pareci a a s uperfí ci e qui ti nos a dos i ns etos ,
porém com mai s cal ombos , com nós , cavi dades e todos os as pectos exteri ores da
cas ca dos gal hos . E l es ti nham uma aparênci a ás pera e i nacabada em certos
l ugares .
E ram apavorantes . O j ei to como os membros s e torci am; como andavam,
arras tando-s e como macacos , como os corpos termi navam no al to com cari caturas
de ros tos humanos como árvores , enci mados por um emaranhado de gal hos
mai s fi nos que s e proj etavam em ângul os dí s pares — pareci am cri aturas de
um pes adel o.
E es tavam des pi dos . Não ti nham nada pareci do com uma roupa para
di s farçar as deformi dades medonhas dos corpos .
E ntão E l ena percebeu que s abi a o que s i gni fi cava o terror, enquanto os
doi s mal ach carregavam uma Bonni e fl áci da para uma es péci e de toco ás pero
de árvore que s ervi a de al tar, dei tando-a e arrancando as mui tas camadas de
s uas roupas , des aj ei tados , puxando-as com dedos de varetas que s e
quebravam com es tal os enquanto os teci dos s e ras gavam. E l es não pareci am
s e i mportar com os dedos quebrados — des de que real i zas s em a tarefa.
E l es us aram pedaços de teci do ras gado, de forma ai nda mai s canhes tra,
para amarrar Bonni e, com as pernas e os braços , a quatro pos tes nodos os
arrancados de s eus própri os corpos e martel ados no chão em vol ta do tronco com
quatro gol pes poderos os da cri atura de braço gros s o.
E nquanto i s s o, de al gum l ugar ai nda mai s di s tante nas s ombras , um
tercei ro homem-árvore avançou. E E l ena vi u que es te, i negável e
i nconfundi vel mente, era do s exo mas cul i no.
Por um momento E l ena s e preocupou que Damon pudes s e perder o
control e, enl ouquecer, vi rar-s e e atacar as rapos as , revel ando agora s ua
verdadei ra al i ança. M as os s enti mentos de Damon por Bonni e obvi amente
mudaram des de que el e a s al vara de Carol i ne. E l e pareci a i ntei ramente
rel axado ao l ado de Shi ni chi e M i s ao, s entado e s orri dente, e até di s s e
al guma coi s a que os fez ri r.
De repente al go dentro de E l ena pareceu afundar. Is to não era um mal -
es tar. E ra um compl eto terror. Damon nunca parecera tão natural , tão
s i ntoni zado, tão feli z com al guém como fi cava com Shi ni chi e M i s ao. E l es não
podi am tê-Io mudado, el a tentou s e convencer. E l es não podem ter pos s uí do
Damon de novo com tanta rapi dez, não s em que el a, E l ena, s oubes s e di s s o ...
M as quando você l he mos trou a verdade, el e fi cou angus ti ado,
s us s urrou o coração de E l ena. Des es peradamente angus ti ado —
angus ti adamente des es perado. E l e podi a procurar a pos s es s ão como um
al coól atra procura uma garrafa, querendo apenas o es queci mento. Se el a
conheci a Damon, el e convi dou as trevas de vol ta.
E l e não cons egui u s uportar a l uz, pens ou E l ena. E agora el e cons egui a
ri r até do s ofri mento de Bonni e.
E como fi cava E l ena? Com Damon pas s ando para o outro l ado, não era
mai s um al i ado, mas um i ni mi go? E l ena começou a tremer de rai va e ódi o —
s i m, e de medo também, enquanto refl eti a s obre s ua s i tuação.
Total mente s ó para l utar contra três dos i ni mi gos mai s fortes que podi a
i magi nar, e s eu exérci to de as s as s i nos deformados e s em cons ci ênci a? Para
não fal ar de Carol i ne, a l í der da torci da por mal dade?
Como que para corroborar s eus temores , como que para mos trar como s uas
chances eram pequenas , a árvore em que el a es tava de repente pareceu s ol tá-
Ia e, por um momento, E l ena achou que i a cai r, gi rando e gri tando, até o chão.
Os apoi os de s uas mãos e pés pareceram des aparecer a um s ó tempo e el a s ó
s e s al vou por ter es cal ado frenéti ca e dol oros amente pel as agul has de pi nhei ro
s erri l hadas que s ubi am pel a cas aca s ul cada e es cura.
Ag ora você é mi nha g arota humana, mi nha queri da, o chei ro res i nos o e forte
pareci a di zer a el a. E você está até o pescoço dos Poderes dos mortos-vi vos e da fei ti çari a. Por
que lutar? Você perdeu antes mesmo de começar. Desi sta ag ora e não vai doer tanto.
Se uma pessoa es ti ves s e di zendo i s s o a el a, tentando convencê-Ia, as
pal avras podi am ter i nci tado al guma faí s ca de des afi o no cerne do caráter de
E l ena. M as em vez di s s o, s ó houve uma s ens ação que a domi nou, uma aura
de condenação, uma cons ci ênci a da i nuti l i dade de s ua caus a e da
i nadequação de s uas armas , que pareci am cai r s obre el a com a s uavi dade e a
i rrevogabi l i dade de uma névoa.
E l a encos tou a cabeça que l atej ava no tronco da árvore. Nunca s e s enti u
tão fraca, tão i mpotente — nem tão s ó, não des de que foi uma vampi ra recém-
cri ada. E l a queri a Stefan. M as Stefan não cons egui u derrotar aquel es três e
por i s s o el a não o vi ra de novo.
Al guma novi dade aconteci a no tel hado, percebeu el a, fraca.
Damon ol hava para Bonni e no al tar e s ua expres s ão era petul ante. O ros to
branco de Bonni e fi tava o céu noturno com determi nação, como s e el a s e
recus as s e a chorar ou i mpl orar mai s do que j á fi zera.
" M as ... Todos os hors d' oeuvres s ão tão previ s í vei s ?" perguntou Damon,
parecendo genui namente entedi ado.
Seu creti no, você entregou s ua mel hor ami ga por di vers ão, pens ou E l ena.
Bom, es pere s ó. M as el a s abi a que a verdade era que, s em el e, el a não
poderi a col ocar em práti ca o Pl ano A, mui to menos l utar contra es s es ki ts unes ,
es s as rapos as .
" Você me di s s e que no Shi no Shi eu veri a atos de ori gi nal i dade
autênti ca." conti nuava Damon. " Donzel as hi pnoti zadas s e cortando..."
E l ena i gnorou as pal avras del e. Concentrou toda s ua energi a na dor que
pul s ava no mei o do pei to. Pareci a que es tava reti rando s angue de s eus
menores capi l ares , dos recantos mai s di s tantes do corpo, e reuni ndo-os al i , no
mei o.
A mente humana é i nfi ni ta, pens ou el a. É tão es tranha e i nfi ni ta
quanto o uni vers o. E a al ma humana ...
As três pos s uí das mai s novas começaram a dançar em vol ta de Bonni e,
es ta amarrada, e cantavam numa voz fal s amente doce de meni ni nha:

" Você vai morrer aqui ,


Quando você morrer aqui , l á fora vão ati rar terra na s ua cara!"

Que encantador, pens ou E l ena. Depoi s el as s e vi raram para o drama


que s e des enrol ava no tel hado. O que el a vi u a s obres s al tou. M eredi th agora
es tava na s acada, movendo-s e como s e es ti ves s e embai xo d' água — em trans e.
E l ena não vi ra como a ami ga chegou l á — foi por al guma magi a? M i s ao es tava
de frente para M eredi th, ri ndo. Damon também ri a, mas de i ncredul i dade e
zombari a.
" E es pera que eu acredi te que s e eu des s e uma tes oura a esta
meni na..." di s s e el e " el a real mente s e cortari a..."
" E xperi mente e vej a por s i mes mo." i nterrompeu Shi ni chi , com um de
s eus ges tos l ângui dos . E l e es tava encos tado na cúpul a no mei o da s acada,
ai nda tentando parecer mai s rel axado que Damon. " Não vê nos s a premi ada,
Is obel ? Você a trouxe aqui ... E l a nem tentou fal ar?"
Damon es tendeu a mão.
" Tes oura." di s s e el e, e uma tes oura de unha pous ou na pal ma da s ua
mão. Pareci a que, des de que Damon ti nha a chave mági ca de Shi ni chi , o
campo de magi a em vol ta del es conti nuari a obedecendo a el e mes mo no mundo
real . E l e ri u. " Não, tes oura de gente grande, para j ardi nagem. A l í ngua é
fei ta de mús cul os fortes , e não de papel ."
O que el e ti nha na mão agora era uma podadei ra grande — s em dúvi da
não era bri nquedo de cri ança. E l e a l evantou, s enti ndo o pes o. E depoi s , para
compl eto choque de E l ena, ol hou di retamente para el a em s eu refúgi o na copa
da árvore, s em preci s ar procurar — e pi s cou.
E l ena s ó cons egui u ol har, apavorada.
E l e s abi a, pens ou el a. E l e s abi a onde eu es tava o tempo todo. Foi sobre i sso
que ele cochi chou a Caroli ne.
Não deu certo — as Asas da Redenção não deram certo, pens ou E l ena, e
pareci a que el a i a cai r para s empre. E u devi a ter percebi do que não adi antari a
nada. Não i mporta o que fi zeram com el e, Damon s empre s erá Damon, e agora
es tá me propondo uma deci s ão: ver mi nhas duas mel hores ami gas torturadas
e mortas , ou avançar um pas s o e parar aquel e horror, concordando com os
termos del e.
O que el a podi a fazer?
E l e ti nha arrumado as peças de xadrez com i ntel i gênci a, pens ou E l ena.
Os peões em doi s ní vei s di ferentes , para que mes mo que E l ena de al gum
modo des ces s e para tentar s al var Bonni e, M eredi th es tari a perdi da. Bonni e
es tava amarrada a quatro pos tes fortes e era protegi da pel os homens -árvore.
M eredi th es tava mai s perto, no tel hado, mas para ti rá-Ia de l á E l ena teri a de
cheg ar a el a e pas s ar por M i s ao, Shi ni chi , Carol i ne e o própri o Damon.
E E l ena preci s ava tomar uma deci s ão. Ou avançava agora, ou s eri a
empurrada pel a angús ti a de uma das duas pes s oas que quas e fazi am parte
del a.
E l ena pareceu pegar um fi o tênue de tel epati a de Damon, al i , que
di zi a: Esta é a melhor noi te da mi nha vi da.
Você pode si mplesmente pular, vei o mai s uma vez o s us s urro de ani qui l ação
hi pnóti co como s e fos s e nebl i na. Acabe com este beco sem saí da. Acabe com seu sofri mento.
Acabe comtoda dor . B asta fazer i sso.
" Agora é a mi nha vez." di zi a Carol i ne, roçando nos gêmeos ao pas s ar por
el es para fi car de frente para M eredi th. " E u é que devi a es col her pri mei ro
mes mo. E ntão agora é a mi nha vez."
M i s ao ri a hi s teri camente, mas M eredi th j á avançava um pas s o, ai nda
em trans e.
" Ah, faça como qui s er." di s s e Damon. M as el e não s e mexeu, ai nda
ol hando com curi os i dade, enquanto Carol i ne di zi a a M eredi th:
" Você s empre teve a l í ngua de uma ví bora. Por que não a retal ha para a
gente... Aqui e agora? Antes que eu a corte em pedaços ."
M eredi th es tendeu a mão s em di zer nada, como um autômato. Ai nda de
ol ho em Damon, E l ena res pi rou l entamente. Seu pei to pareci a entrar em
es pas mos como aconteceu quando as pl antas s angues s ugas s e enrol aram
nel a e l he ti raram a res pi ração. M as nem as s ens ações de s eu corpo poderi am
i mpedi -Ia.
Como vou deci di r?, pens ou el a. Bonni e e M eredi th — eu amo as duas .
E não havi a mai s nada a fazer, percebeu el a entorpeci da, a
s ens i bi l i dade es capando de s uas mãos e dos l ábi os . Nem s ei s e Damon pode
s al vá-Ias , mes mo que eu concorde em... me s ubmeter a el e. Aquel es outros —
Shi ni chi , M i s ao, até Carol i ne — el es querem ver s angue. E Shi ni chi não s ó
control a as árvores , como quas e tudo no anti go bos que, i ncl us i ve aquel es
Homens -árvore mons truos os . Tal vez des ta vez Damon tenha s e s uperado,
dando um pas s o mai or do que as pernas . E l e queri a a mi m — mas foi l onge
demai s para cons egui r. Não vej o uma s aí da para i s s o.
E então el a vi u. De repente tudo s e encai xou e fi cou bri l hantemente
cl aro.
E l a entendeu.
E l ena ol hou para Bonni e, quas e em es tado de choque. Bonni e a ol hava
também. M as não havi a expectati va de res gate no pequeno ros to tri angul ar.
Bonni e j á acei tara s eu des ti no: a agoni a e a morte.
Não, pens ou E l ena, s em s aber s e Bonni e podi a ouvi -Ia. Acredi te, pens ou
el a para Bonni e.
Não cegamente, nunca. M as acredi te no que l he di z s ua mente; é a
verdade, e o que s eu coração l he di z é o cami nho certo. E u nunca abandonari a
você
— nem M eredi th.
Eu acredi to, pens ou E l ena, e s ua al ma foi tocada pel a força des s e
pens amento. E l a s enti u um i mpul s o s úbi to dentro de s i e s abi a que era hora
de s ol tar. Uma pal avra s oava em s ua mente enquanto el a s e l evantava e ti rava
as mãos da árvore. E es s a úni ca pal avra ecoou em s ua mente enquanto el a
mergul hava de cabeça de s eu pol ei ro na árvore, a 20 metros do chão.
Acredi te.
37
Na queda, tudo di s parava pel a mente de E l ena.
A pri mei ra vez em que vi ra Stefan... E l a era uma pes s oa di ferente na
época. Fri a por fora, l ouca por dentro — ou s eri a o contrári o? Ai nda tri s te com a
morte dos pai s há tantos anos . Cans ada do mundo e de tudo que ti ves s e l i gação
com meni nos ... Uma pri nces a numa torre de gel o... Com o des ej o excl us i vo de
conqui s tar, de ter poder... Até que el a o vi u.
Acredi te.
Depoi s o mundo dos vampi ros ... E Damon. E toda a l oucura mal vada que
des cobri u dentro de s i , toda a pai xão. Stefan era s eu es tei o, mas Damon era
feroci dade pura por trás de s uas as as . Por mai s l onge que el a fos s e, Damon
pareci a s eduzi -Ia a i r um pouco al ém. E el a s abi a que um di a fi cari a l onge
demai s ... Para os doi s . M as por ora, o que E l ena preci s ava fazer era s i mpl es .
Acredi te.
E M eredi th, Bonni e e M att. E l a mudou a rel ação com el es , ah, mai s
defi ni ti vamente. No i ní ci o, s em s aber o que ti nha fei to para merecer ami gos
como aquel es três , el a nem s e i ncomodou em tratá-Ios como mereci am. E , no
entanto todos fi caram ao s eu l ado. E agora el a sabi a val ori zar os ami gos —
s abi a que, s e fos s e neces s ári o, morreri a por el es .
E mbai xo, os ol hos de Bonni e s egui am s eu mergul ho. A pl atéi a na
s acada ol hou também, mas era o ros to de Bonni e que E l ena vi a: Bonni e
as s us tada, apavorada e s em es peranças , pres tes a gri tar e perceber ao mes mo
tempo em que gri tar não s al vari a E l ena de um mergul ho de cabeça para a
morte.
B onni e acredi te emmi m. Eu vou salvar você. Eu lembro como voar.
38
Bonni e s abi a que i a morrer.
Teve uma premoni ção cl ara pouco mi nutos antes de que es s as coi sas — as
árvores que s e movi am como humanos , com s eus ros tos horrendos e os braços
gros s os e nodos os — cercaram o pequeno grupo de humanos no anti go bos que.
E l a ouvi u o ui vo de um cão s el vagem, vi rou-s e e teve o vi s l umbre de um del es
des aparecendo no bri l ho de s ua l anterna. Os cães ti nham uma l onga hi s tóri a
na famí l i a de Bonni e: quando um del es ui vava, a morte vi ri a em breve para
al guém.
E l a deduzi u então que s eri a a del a.
M as não di s s e nada, nem quando a Dra. Al pert fal ou: " O que em nome
de Deus foi i sso?" Bonni e tentava j untar coragem. M eredi th e M att eram
coraj os os . E ra al go i ntrí ns eco a el es , uma capaci dade de conti nuar l utando
quando qual quer pes s oa s ã fugi ri a e s e es conderi a. Os doi s col ocavam o bem do
g rupo aci ma do del es . E é cl aro que a Dra. Al pert era coraj os a, para não fal ar
que era forte, e a Sra. Fl owers pareci a ter deci di do que era s ua tarefa es peci al
cui dar dos adol es centes .
Bonni e queri a mos trar que podi a s er coraj os a também. E s tava tentando
manter a cabeça ergui da e es cutar coi s as nos arbus tos , enquanto, ao mes mo
tempo, es cutava com os s enti dos paranormai s , procurando por al gum s i nal de
E l ena. E ra di fí ci l di s ti ngui r os doi s ti pos de audi ção. Havi a mui to a ouvi r com
os ouvi dos reai s ; todo ti po de ri s adi nhas bai xas e cochi chos dos arbus tos que
não devi am es tar al i . M as de E l ena não havi a um s om, nem mes mo quando
Bonni e chamou s eu nome s em parar: Elena, Elena, Elena!
E l a é humana de novo, Bonni e percebeu, por fi m, com tri s teza. Não pode
me ouvi r, nem fazer contato. De todas nós , el a foi a úni ca que não es capou por
mi l agre.
E foi quando o pri mei ro dos homens -árvore as s omou na frente do grupo
que os procuravam. Como al go s aí do de um pes adel o de hi s tóri as i nfanti s , era
uma árvore e depoi s — de repente — era uma coi sa, os gal hos s uperi ores
uni ndo-s e e formando braços compri dos , e todos gri tavam e tentavam s e
afas tar.
Bonni e j amai s s e es queceri a de como M att e M eredi th tentaram aj udá-
Ia a fugi r.
O homem-árvore não era rápi do, mas quando el es s e vi raram e correram,
des cobri ram que havi a outro atrás del es . E mai s à di rei ta e à es querda. E l es
es tavam cercados .
Depoi s , como gado, como es cravos , el es foram conduzi dos .
Qual quer um que tentas s e res i s ti r às árvores apanhava e era al gemado
por gal hos duros de es pi nhos afi ados e em s egui da, com um gal ho fi no em
vol ta do pes coço, era arrastado.
E l es foram apanhados — mas não foram mortos . E s tavam s endo l evados
a al gum l ugar. Não era di fí ci l entender o porquê: na real i dade Bonni e podi a
i magi nar todo um monte de razões di ferentes . E ra s ó uma ques tão de es col her
o mai s as s us tador.
No fi m, depoi s do que pareceram horas de cami nhada forçada, Bonni e
começou a reconhecer coi s as . E s tavam vol tando ao pens i onato. Ou mel hor,
es tavam i ndo ao verdadei ro pens i onato pel a pri mei ra vez. O carro de Carol i ne
es tava al i na frente. A cas a es tava novamente toda i l umi nada, com exceção de
al gumas j anel as es curas aqui e al i .
E quem os capturara es perava por el es .
E agora, depoi s de s ua cri s e de choro e s úpl i cas , Bonni e tentava s er
coraj os a mai s uma vez.
Quando aquel e rapaz de cabel o es tranho di s s e que s eri a a pri mei ra, el a
entendeu exatamente o que el e qui s di zer, e como i a morrer — e de repente
perdeu toda a coragem. M as não i a gri tar de novo.
Bonni e podi a ver a s acada e as fi guras s i ni s tras , mas Damon ri u quando
os homens -árvore começaram a ti rar s uas roupas . Agora el e ri a, enquanto
M eredi th s egurava a tes oura de j ardi nagem. E l a não i a i mpl orar a el e mai s
uma vez, não quando não fari a di ferença nenhuma.
E agora el a es tava de cos tas , com os braços e as pernas amarrados e,
portanto, i ndefes a, com as roupas em farrapos . Queri a que a matas s em
pri mei ro, as s i m não teri a de ver M eredi th cortar a própri a l í ngua em pedaços .
As s i m que s enti u o úl ti mo gri to de fúri a s ubi r por dentro como uma cobra
es cal ando um tronco, el a vi u E l ena no al to, em um pi nhei ro branco.

***

" As as do Vento." s us s urrou E l ena, enquanto o chão chegava rapi damente


a el a. M ui to rapi damente.
As as as s e des enrol aram de i medi ato, de al gum l ugar por dentro do corpo
de E l ena. Não eram reai s , ti nham cerca de dez metros de envergadura e eram
fei tas de uma tei a dourada, de uma cor que i a do âmbar mai s es curo nas
cos tas ao ci tri no cl aro e etéreo nas pontas . E ram quas e i móvei s , mal s e
l evantavam e caí am, mas a ergueram, com o vento fus ti gando por bai xo, e a
l evaram exatamente para onde el a preci s ava i r.
Não para Bonni e. E ra o que todos es perari am. De s ua al tura em que
es tava, el a s ó podi a agarrar Bonni e, mas não ti nha i dei a de como cortar as
amarras que a prendi am ou s e poderi a s ubi r novamente.
E l ena s e des vi ou então para a s acada no úl ti mo mi nuto, arrebatou a
podadei ra da mão ergui da de M eredi th, depoi s pegou um punhado do cabel o
l ongo, s edos o, preto e es carl ate. M i s ao gri tou. E depoi s ...
Foi então que E l ena real mente preci s ou acredi tar. Até aquel e momento
el a s ó havi a pl anado, não voado. M as agora preci s ava s ubi r; preci s ava que as
as as trabalhassem ... E mai s uma vez, embora não houves s e tempo, el a es tava
com Stefan, s enti ndo...
... a pri mei ra vez em que o bei j ou. Outras meni nas podi am ter es perado o
contrári o, que o rapaz tomas s e a i nci tati va, mas E l ena não. Al ém di s s o, no
começo Stefan achava que todo bei j o s ervi a para s eduzi r a pres a...
... a pri mei ra vez em que ele a bei j ou, entendendo que não era uma
rel ação predatóri a...
E agora el a preci s ava realmente voar... E u s ei que pos s o...
M as M i s ao era tão pes ada — e a memóri a de E l ena l he fal tava.
As grandes as as douradas tremeram e fi caram i móvei s . Shi ni chi tentava
s ubi r numa trepadei ra para al cançá-Ia e Damon manti nha M eredi th i móvel .
E , tarde demai s , E l ena percebeu que não i a dar certo.
E s tava s ozi nha e não cons egui a voar como pretendi a. Não contra tantos
as s i m.
E l a es tava s ó, e a dor que a fez querer gri tar era l anci nante em s uas
cos tas . M i s ao de al gum modo fi cava mai s pes ada, e l ogo el a s eri a pes ada
demai s para as as as trêmul as de E l ena.
E l a es tava s ó e, como os outros humanos , i a morrer...
E então, e mei o à agoni a que provocava um l eve s uor por s eu corpo, el a
ouvi u a voz de Stefan.
" E l ena! Sol te! Cai a que eu pego você!"
Que es tranho, pens ou E l ena, como s e es ti ves s e num s onho. O amor e o
pâni co de Stefan ti nham di s torci do s ua voz de al gum modo — tornando-a um
tanto di ferente. Dei xando-a quas e como a de...
" E l ena! E s tou com você!"
... a de Damon.
Arrancada de s eu s onho, E l ena ol hou embai xo. E l á es tava Damon,
pas s ando protetoramente di ante de M eredi th, ol hando para el a, de braços
es tendi dos .
Ele estava comela.
" M eredi th, " conti nuou el e, " meni na, não é hora de s onambul i s mo!
Sua ami ga preci s a de você! Elena preci s a de você!"
Lentamente, des norteada, M eredi th ol hou para ci ma. E E l ena vi u a
vi da e o âni mo vol tando a s eus ol hos concentrados no tremor das grandes as as
douradas .
" E l ena!" gri tou el a. " E u es tou com você! E l ena!"
Como M eredi th s abi a que era para di zer i s s o? A res pos ta era que
M eredi th s empre s abi a o que di zer.
E agora era outra voz que gri tava: a de M att.
" E l ena!" gri tou el e, como uma acl amação. " E s tou com você, E l ena!"
E a voz grave da Dra. Al pert:
" E l ena! E u es tou com você, E l ena!"
E a Sra. Fl owers , s urpreendentemente forte: " E l ena! E u es tou com você,
E l ena!"
E até a pobre Bonni e:
" E l ena! Estamos comvocê, Elena! "
E no fundo do coração de E l ena, o verdadei ro Stefan s us s urrava: " E u
es tou com você, meu anj o."
" Estamos todos comvocê, Elena! "
E l a não l argou M i s ao. E ra como s e as grandes as as douradas ti ves s em
apanhado uma corrente as cendente; na real i dade, quas e a l evaram di reto para
ci ma, des control adas — mas de al gum modo E l ena cons egui u s e manter
es tável . E l a ol hou para bai xo e vi u as l ágri mas que es corri am de s eus ol hos
caí rem nos braços es tendi dos de Damon. E l ena não s abi a por que chorava,
mas em parte era tri s teza por ter duvi dado del e.
Porque Damon não es tava s ó ao l ado del a. A não s er que el a es ti ves s e
enganada, el e es tava di s pos to a morrer por el a — cortej ava a morte por el a. E l e
s e ati rou nas trepadei ras emaranhadas , es tendendo a mão para M eredi th e
E l ena.
Foi preci s o um s egundo para s egurar M i s ao, mas Shi ni chi j á es tava
pul ando para E l ena, na forma de rapos a, os l ábi os repuxados , pretendendo
ras gar s eu pes coço. Não era uma rapos a comum. Shi ni chi era quas e do
tamanho de um l obo — certamente do porte de um cachorro grande — e tão
cruel quanto um wol veri ne.
E nquanto i s s o toda a s acada expl odi u num tumul to de trepadei ras e
gavi nhas fi bros as , e Shi ni chi es tava s endo erg ui do por el as . E l ena não s abi a
para onde s e es qui var. Preci s ava de tempo e de uma s aí da des i mpedi da.
Só o que Carol i ne fazi a era gri tar.
E então E l ena vi u s ua abertura. Uma brecha nas trepadei ras em que
el a s e ati rou, s abendo que i a s e l ançar também por ci ma da grade, e de al gum
modo ai nda s egurando M i s ao pel os cabel os . Na verdade, deve ter s i do uma
experi ênci a extremamente dol oros a para a ki ts une fêmea, que bal ançava de
um l ado para outro como um pêndul o abai xo de E l ena.
A úni ca coi s a que E l ena cons egui u enxergar por s obre o ombro foi
Damon, ai nda mai s rápi do do que qual quer coi s a que E l ena j á vi ra. E l e ti nha
M eredi th nos braços e a pas s ava por uma brecha que l evava à porta da cúpul a.
As s i m que el a entrou, pareceu des cer ao chão e correu para o al tar onde Bonni e
es ta dei tada, s ó para bater em um dos homens -árvore. Por um momento,
enquanto Damon ol hava para E l ena, s eus ol hares s e encontraram e uma
faí s ca foi produzi da. Aquel e ol har fez E l ena formi gar.
Depoi s el a vol tou a s e concentrar: Carol i ne gri tava de novo; M i s ao us ava
s eu chi cote para tentar pegar a perna de E l ena e apel ava aos homens -árvore
para l evantá-Ia. E l ena preci s ava voar mai s al to. E l a não fazi a i dei a de como
control ava s uas as as de tei a dourada, mas nada pareci a s e enredar nel as ; e
obedeci am ao mai s l eve capri cho, como s e E l ena ti ves s e nas ci do com el as . O
grande truque era não pens ar em como chegar a um l ugar, s i mpl es mente
i magi nar es tar l á.
Por outro l ado, os homens -árvore cres ci am. E ra como um pes adel o
i nfanti l com gi gantes , e no i ní ci o fez E l ena s enti r que era el a quem
encol hi a. M as a al tura das cri aturas horrendas agora pas s ava da cas a, e s eus
gal hos s uperi ores , como s erpentes , bati am em s uas pernas enquanto M i s ao
tentava gol peá-Ia com s eu chi cote. Os j eans de E l ena es tavam em farrapos .
E l a repri mi u um gri to de dor.
Tenho de voar mai s alto. Eu consi g o.
Vou salvar vocês todos. Eu acredi to.
M ai s rápi do do que o mergul ho de um col i bri , el a di s parou para o ar de
novo, ai nda s egurando M i s ao pel os cabel os pretos e vermel hos . E a ki ts une
gri tava, e s eus gri tos ecoavam na l uta de Damon e Shi ni chi .
E então, como E l ena e Damon pl anej aram, exatamente como E l ena e
Da m on esperavam, M i s ao as s umi u s ua verdadei ra forma enquanto E l ena
s egurava pel a pel agem da nuca uma rapos a grande e pes ada, que s e retorci a.
Houve um momento de di fi cul dade enquanto E l ena tentava recuperar o
equi l í bri o. E l a preci s ou s e l embrar de que havi a mai s pes o nas cos tas ,
porque M i s ao ti nha s ei s caudas e era mai s pes ada do que uma rapos a.
M as E l ena vol tou a s eu pol ei ro na árvore e fi cou al i , capaz de ver a cena
abai xo, os homens -árvore l entos demai s para acompanhá-Ia. O pl ano deu
certo, a não s er por Damon, j us to el e, que ti nha s e es queci do do que devi a
es tar fazendo. Longe de vol tar a fi car pos s uí do, el e enganara compl etamente
Shi ni chi e M i s ao — e l udi bri ara E l ena também. Agora, de acordo com o pl ano
dos doi s , el e deveri a es tar cui dando de todos os es pectadores i nocentes ,
dei xando E l ena s eduzi r Shi ni chi .
E m vez di s s o, al go dentro del e pareceu ter es tal ado; e el e es tava batendo
metodi camente a cabeça de Shi ni chi , na forma humana e gri tando:
" M al di to... s ej a! Onde... es tá meu... i rmão?"
" E u... podi a te matar... agora." gri tou Shi ni chi , mas es tava s em fôl ego.
E l e não achava Damon um advers ári o fáci l .
" Poi s mate!" retorqui u Damon de pronto. " E el a..." apontando para
E l ena empol ei rada, " cortará a garganta de s ua i rmã!"
O des dém de Shi ni chi era mordaz.
" E s pera que eu acredi te que uma meni na com uma aura dessas s ej a
capaz de matar... "
Chega uma hora em que é preci s o res i s ti r. E para E l ena, ardendo de
provocação e gl óri a, es ta era a hora. E l a res pi rou fundo, pedi u perdão ao
uni vers o e s e curvou, pos i ci onando a podadei ra. Depoi s a fechou com a mai or
força que pôde.
E uma cauda de rapos a preta com ponta vermel ha cai u s e retorcendo no
chão, enquanto M i s ao gri tava de dor e rai va. A cauda cai u s e contorcendo e
fi cou no mei o da cl arei ra, contrai ndo-s e como uma cobra que ai nda não es tava
derrotada. Depoi s fi cou trans parente e des apareceu.
Foi quando Shi ni chi gri tou de verdade.
" Sabe o que você fez, s ua vaca i gnorante? Vou fazer es s e l ugar des abar
em ci ma de você! Vou dei xá-l a em pedaços !"
" Ah, s i m, é cl aro que vai . M as pri mei ro, " Damon pronunci ava cada
pal avra del i beradamente, " preci s a pas s ar por mi m."
E l ena mal regi s trou as pal avras dos doi s . Não foi fáci l para el a fechar
aquel a tes oura de poda. Si gni fi cou pens ar em M eredi th com a podadei ra nas
própri as mãos , em Bonni e dei tada no al tar e em M att, antes , s e contorcendo no
chão. E na Sra. Fl owers , e nas três meni nas trans vi adas , e em Is obel e —
pri nci pal mente — em Stefan.
M as como na pri mei ra vez na vi da em que ti rava o s angue de outra
pes s oa com as própri as mãos , el a teve um s ens o de res pons abi l i dade s úbi to e
es tranho — de um novo dever. Como s e um vento gel ado ti ves s e s oprado s eu
cabel o para trás e l he di s s es s e no ros to ofegante e congel ado: Jamai s semummoti vo.
Jamai s semnecessi dade. Jamai s, a não ser que não haj a outra solução.
E l ena de repente s enti u al go cres cer por dentro. Rápi do demai s para
di zer adeus à i nfânci a, el a s e tornou uma guerrei ra.
" Todos vocês pens avam que eu não podi a l utar, " di s s e el a ao grupo
reuni do. " E s tavam errados . Pens avam que eu não ti nha Poder. Também
es tavam errados . E vou us ar a úl ti ma gota do meu Poder nes ta l uta, porque
vocês , gêmeos , s ão verdadei ros mons tros . Não, s ão... abomi nações . E s e eu
morrer, vou des cans ar com Honori a Fel l e vou cui dar de Fel l ' s Church."
Fell' s Church vai apodrecer e morrer se contorcendo com seus vermes, di s s e uma voz
perto de s ua orel ha, e era uma voz grave, nada pareci da com o gri to es tri dente
de M i s ao. Ao s e vi rar, E l ena s abi a que era o pi nhei ro branco. Um ramo duro e
es camos o, chei o de agul has s erreadas e pegaj os as de res i na, bateu em s eu
di afragma, ti rando s eu equi l í bri o — e fazendo com que i nvol untari amente
abri s s e as mãos . M i s ao prontamente es capou e s e es condeu nos gal hos da
árvore de Natal .
" Árvores ... más ... vão... para o... Inferno." gri tou E l ena, ati rando todo o pes o
do corpo na podadei ra que s egurava na bas e do gal ho que tentara es magá-Ia. O
gal ho tentou s e afas tar e el a torceu a tes oura na cas ca es cura e feri da, s ol tando
a pres s ão quando cai u um pedaço grande, res tando apenas um úni co fi l ete de
res i na para mos trar onde es ti vera.
Depoi s el a procurou por M i s ao. A rapos a vi a que não era tão fáci l s e
des l ocar por uma árvore. E l ena ol hou o grupo de caudas . E s tranhamente, não
havi a coto, nem s angue, nenhum s i nal de que a rapos a fora feri da.
E ra por i s s o que el a não s e tornava humana? A perda de uma cauda?
M es mo que el a es ti ves s e nua quando vol tas s e à forma humana — como
contavam al gumas hi s tóri as de l obi s omens — el a es tari a em mel hores
condi ções de des cer.
M i s ao pareci a fi nal mente ter preferi do o método l ento mas s eguro de
des ci da — gal ho após gal ho s egurando s eu corpo de rapos a, des cendo ao gal ho
s egui nte. O que s i gni fi cava que el a s ó es tava a 3 metros de E l ena.
E s ó o que E l ena ti nha de fazer era des l i zar pel as agul has abai xo e
depoi s — com as as as ou por outros mei os — parar. Se el a acredi tas s e em s uas
as as . Se a árvore não a ati ras s e para fora.
" Você é l enta demai s ." gri tou E l ena. Depoi s começou a des l i zar para
vencer a di s tânci a... não mui to grande, nas di mens ões humanas ... a s eu
obj eti vo.
Até que vi u Bonni e.
O corpo l eve de Bonni e ai nda es tava dei tado no al tar, pál i do e parecendo
fri o. M as agora quatro dos horrendos homens -árvore a s eguravam, um em cada
mão e em cada pé. E l es j á a es tavam puxando com tanta força que el a era
ergui da no ar.
E Bonni e es tava cons ci ente. M as não gri tava. Não fazi a um ruí do para
atrai r a atenção para s i ; e com uma onda de amor, pavor e des es pero E l ena
percebeu que foi por i sso que antes el a não fez nenhum es tardal haço. E l a
queri a que os protagoni s tas al i l utas s em s em s e i ncomodar em res gatá-Ia.
Os homens -árvore s e i ncl i naram para trás . O ros to de Bonni e s e contorci a
de agoni a.
E l ena preci sava al cançar M i s ao. Preci sava da chave dupl a de rapos a para
l i bertar Stefan, e as úni cas pes s oas que podi am di zer a el a onde a chave
es tava eram M i s ao e Shi ni chi . E l a ol hou a es curi dão no al to e percebeu que
pareci a um pouco menos dens a do que quando vi ra pel a úl ti ma vez, o céu
pareci a ci nza-es curo, e não preto — mas não havi a aj uda nenhuma al i . E l a
ol hou para bai xo e vi u M i s ao aumentando um pouco a vel oci dade de s ua fuga.
Se E l ena a dei xas s e es capar... Stefan era o amor de s ua vi da. M as Bonni e —
Bonni e era s ua ami ga — des de a i nfânci a...
E el a vi u o Pl ano B.
Damon l utava com Shi ni chi — ou tentava l utar.
M as Shi ni chi es tava s empre a um centí metro de di s tânci a do punho de
Damon. Os punhos de Shi ni chi , por outro l ado, s empre acertavam o al vo, e
agora o ros to de Damon era uma más cara de s angue.
" Use madei ra! " M i s ao ori entava aos gri tos , as manei ras de cri ança de
repente des apareceram. " Vocês , homens , s eus i di otas, acham que tudo s e
res ol ve nos punhos! "
Shi ni chi quebrou um pi l ar de s uporte da s acada com uma s ó mão,
mos trando s ua verdadei ra força. Damon s orri u beati fi camente. E l ena s abi a
que el e es tava gos tando daqui l o, mes mo l evando em cons i deração as mui tas
feri das pequenas que aquel as l as cas de madei ra provocari am.
Foi no mei o di s s o que E l ena gri tou:
" Damon, ol he para bai xo!" Sua voz pareci a fraca com a cacofoni a de
gui nchos , choros e gri tos de fúri a. " Damon! Ol he para bai xo... Para B onni e! "
Nada tão di s tante pareci a s er capaz de romper a concentração de Damon —
el e pareci a deci di do a des cobri r onde es tava Stefan, ou matar Shi ni chi de tanto
tentar.
M as naquel e momento, para l i gei ra s urpres a de E l ena, a cabeça de
Damon s e vi rou de repente e de i medi ato. E l e ol hou para bai xo. " Uma j aul a, "
gri tou Shi ni chi . " Cons truam uma j aul a."
E três gal hos s e i ncl i naram de todos os l ados para prender Damon e
Shi ni chi em s eu pequeno mundo, formando um engradado que os conti ves s e.
Os homens -árvore s e i ncl i navam ai nda mai s para trás . E , contra s ua
vontade, Bonni e gri tou.
" E s tá vendo?" Shi ni chi ri u. " Cada um de s eus ami gos morrerá nes s a
agoni a, ou pi or. Um por um, vamos chegar a você!"
Foi quando Damon real mente pareceu enl ouquecer. E l e começou a s e
mover como mercúri o, como uma chama, aos s al tos , como um ani mal de
refl exos mui to mai s vel ozes do que os de Shi ni chi . Agora havi a uma es pada
em s ua mão, s em dúvi da conj urada pel a chave mági ca, e a es pada retal hava
os gal hos que s e es tendi am para prendê-Io. Depoi s el e es tava no ar, s al tando
s obre a grade pel a s egunda vez naquel a noi te.
Des ta vez o equi l í bri o de Damon foi perfei to e, em vez de ter os s os
quebrados , el e cons egui u um pous o graci os o e fel i no bem ao l ado de Bonni e. E
s ua es pada fai s cava em um arco, varrendo tudo em vol ta da meni na, cortando
as pontas duras como dedos dos gal hos que a manti nham pres a.
Um s egundo depoi s , Bonni e es tava s endo ergui da, s egurada por Damon
que s al tava com faci l i dade do al tar i mprovi s ado e s e perdi a nas s ombras perto
da cas a.
E l ena s ol tou a res pi ração e vol tou a cui dar de s eus probl emas .
M as s eu coração bateu mai s forte e mai s rápi do, de al egri a, orgul ho e
grati dão, enquanto el a des ci a des l i zando pel as agul has afi adas e dol oros as e
quas e pas s ou em di s parada por M i s ao, que tentava es capar.
E l a cons egui u s egurar fi rme a rapos a pel a nuca. M i s ao s ol tou um
es tranho l amento ani mal e cravou os dentes na mão de E l ena com tanta força
que pareci a que i am s e encontrar. E l ena mordeu o l ábi o até s enti r o s angue
vi r, tentando não gri tar.
Que sej a esmag ada, e morra, e vi re pó, di s s e a árvore no ouvi do de E l ena. Sua
espéci e pode ali mentar a mi nha dessa vez. A voz era anti ga, mal évol a e mui to, mui to
as s us tadora.
As pernas de E l ena reagi ram s em parar para cons ul tar s ua mente.
Fi zeram força para ci ma e as as as douradas de borbol eta s e abri ram de novo,
s em bater, mas ondul ando, mantendo E l ena parada aci ma do al tar.
E l a puxou o foci nho da rapos a que ros nava até o própri o ros to, mas não
perto demai s .
" Onde es tão as duas partes da chave de rapos a?" perguntou el a. " Di ga
ou cortarei outro rabo. E u j uro que farei i s s o. Não s e i l uda... Não é s ó s eu
orgul ho que es tá perdendo, não é? Suas caudas s ão s eu Poder. Como s eri a não
ter nenhuma del as ?"
" Como s er humana... a não s er por você, aberração." Agora M i s ao ri a de
novo como um cão ofegante, as orel has de rapos a achatadas na cabeça.
" Res ponda à pergunta!"
" Até parece que você poderi a entender as res pos tas que eu dari a. Se eu
l he contas s e que uma metade es tá dentro do i ns trumento de prata do rouxi nol ,
i s s o l he dari a al guma i dei a?"
" Poderi a, s e você expl i cas s e mel hor!"
" Se eu l he di s s es s e que uma es tá enterrada no s al ão de bai l e de
Bl odwedd, você poderi a encontrá-Ia?" De novo o ri s o ofegante, enquanto a rapos a
dava pi s tas que não l evavam a l ugar nenhum, ou l evavam a toda parte.
" São es tas as res pos tas ?"
" Não! " M i s ao gui nchou de repente e chutou com as patas , como s e fos s e
um cachorro cavando a terra. Só que a terra era o di afragma de E l ena, e as
patas pareci am poder penetrar s uas entranhas . E l a s enti u a combi nação s e
ras gar.
" E s tou l he di zendo; não es tou de bri ncadei ra!" gri tou E l ena. E l a
ergueu a rapos a com o braço es querdo, embora s enti s s e dor. Com a mão di rei ta,
pos i ci onou a tes oura de poda.
" Onde es tá a pri mei ra parte da chave?"
" Procure s ozi nha! Você s ó tem o mundo todo e cada moi ta para ol har." A
rapos a parti u para s eu pes coço de novo, os dentes brancos marcando a carne de
E l ena.
E l ena forçou o braço a s egurar M i s ao mai s al to.
" Não di ga que não avi s ei ou que tem al gum moti vo para recl amar!"
E l a fechou a podadei ra.
M i s ao s ol tou um gri to que quas e s e perdeu na comoção geral .
E l ena, s enti ndo um cans aço cada vez mai or, di s s e:
" Você é uma compl eta menti ros a, não é? Ol he para bai xo, s e qui s er. E u
não cortei nada de você. Você s ó ouvi u a tes oura es tal ar e gri tou."
M i s ao meteu com mui ta habi l i dade uma pata no ol ho de E l ena. Ah,
bom. Agora, para E l ena, não havi a mai s ques tões morai s ou éti cas . E l a não
es tava provocando a dor, es tava s i mpl es mente drenando Poder. A tes oura bati a
num snap, snap, snap e M i s ao gri tava e a xi ngava, mas abai xo del as os homens -
árvore encol hi am.
" Onde está a pri mei ra parte da chave?"
" Sol te-me e eu di rei ." A voz de M i s ao era menos es tri dente de repente.
" Por s ua honra ... Se puder di zer i s s o s em ri r?"
" Por mi nha honra e mi nha pal avra de ki ts une. Por favor! Não pode dei xar
uma rapos a s em uma cauda de verdade! É por i s s o que as que você cortou não
doeram. E l as s ão di s ti nti vos de honra. M as mi nha verdadei ra cauda es tá no
mei o, tem a ponta branca e, s e cortá-Ia, verá s angue e dei xará um coto."
M i s ao pareci a compl etamente acovardada, pronta para cooperar.
E l ena s abi a aval i ar as pes s oas e confi ava em s ua i ntui ção, e s ua mente
e s eu coração l he di zi am para não confi ar nes ta cri atura. M as el a queri a tanto
acredi tar, ter es peranças ...
Fazendo uma des ci da curva e l enta para que a rapos a fi cas s e perto do
chão — el a não cederi a à tentação de l argá-Ia a 20 metros de al tura — E l ena
di s s e:
" E então? Por s ua honra, quai s s ão as res pos tas ?"
Sei s homens -árvore ganharam vi da em vol ta del as e i nves ti ram com
dedos de gal hos ávi dos e gananci os os para E l ena.
M as E l ena não es tava i ntei ramente de guarda bai xa. Não s ol tou M i s ao;
s ó afrouxou um pouco. E ntão vol tou a s egurá-Ia com fi rmeza mai s uma vez.
Uma onda de força a fez s ubi r rapi damente pel a s acada, até um furi os o
Shi ni chi e uma choros a Carol i ne. Depoi s E l ena ol hou nos ol hos de Damon.
E s tavam chei os de um orgul ho quente e feroz, por el a. E l a es tava chei a de
uma pai xão quente e feroz.
" Não s ou um anj o." anunci ou el a a qual quer um do grupo que ai nda
não ti ves s e entendi do i s s o. " Não s ou um anj o e não s ou es pí ri to. Sou E l ena
Gi l bert e es ti ve do Outro Lado. E agora es tou di s pos ta a fazer o que preci s a s er
fei to, e parece i ncl ui r acabar com al guns de vocês !"
Houve um cl amor abai xo que no i ní ci o el a não cons egui u i denti fi car.
Depoi s percebeu que eram os outros — s eus ami gos . A Sra. Fl owers e a Dra.
Al pert, M att e até a enl ouqueci da Is obel . E l es es tavam torcendo — e eram
vi s í vei s porque de repente o qui ntal es tava à l uz do di a.
E s tou mes mo fazendo i s s o?, perguntou-s e E l ena, e percebeu que de
al gum modo es tava. E l a i l umi nava a cl arei ra em que fi cava a cas a da Sra.
Fl owers , enquanto dei xava o bos que no es curo.
Tal vez eu pos s a es tender a l uz, pens ou el a. Tornar o anti go bos que mai s
novo e menos cruel .
Se el a fos s e mai s experi ente, j amai s teri a tentado i s s o. M as al i ,
naquel e momento, s enti a que podi a s e arri s car a qual quer coi s a. E l ena ol hou
rapi damente para os quatro l ados do anti go bos que e gri tou: " Asas da
Puri fi cação! " e vi u as as as de borbol eta i mens as , encaneci das e i ri des centes s e
abri rem al tas e l argas , e ai nda mai s l argas , e depoi s s e es pal harem ai nda
mai s .
E l a es tava ci ente do s i l ênci o, de es tar tão arrebatada pel o que fazi a que
nem a l uta de M i s ao i mportava. E ra um s i l ênci o que a l embrava de uma
coi s a: de todas as mai s bel as mús i cas s e reuni ndo num úni co acorde
poderos o.
E o Poder expl odi u del a — não o Poder des truti vo que Damon envi ou
tantas vezes , mas um Poder de renovação, de pri mavera, de amor, j uventude e
puri fi cação. E E l ena vi u a l uz s e es pal har cada vez mai s , as árvores fi carem
menores e mai s fami l i ares , com mai s cl arei ras entre as moi tas . As
trepadei ras ras gadas e pendentes des apareceram. No chão, es pal hando-s e
como um cí rcul o em expans ão, brotavam fl ores de todas as cores , l i ndas
vi ol etas em grumos aqui e moi tas de cenouras s i l ves tres al i , e ros as
s i l ves tres por todo l ado. E ra tão l i ndo que s eu pei to doeu.
M i s ao s i bi l ou. O trans e de E l ena fi nal mente foi rompi do e el a ol hou ao
redor, vendo que os homens -árvore horrendos ti nham des apareci do na l uz do
s ol e em s eu l ugar havi a um trecho l argo e marrom-avermel hado, ponti l hado
de árvores fos s i l i zadas e formas es tranhas . Al gumas pareci am quas e
humanas . Por um momento, E l ena ol hou o cenári o, confus a, percebendo o que
es tava di ferente. Todos os humanos de verdade ti nham s umi do.
" E u nunca devi a ter trazi do você aqui !" E es ta, para s urpres a de E l ena,
era a voz de M i s ao. E l a fal ava com o i rmão. " Você es tragou tudo por caus a
des s a garota. Shi ni chi no baka! "
" A i di ota é você!" gri tou Shi ni chi para M i s ao. " Onare! "
E s tá reagi ndo como el es querem... " E o que mai s pos s o fazer?"
" Ouvi você dar as pi s tas à garota." ros nou Shi ni chi . " Você fari a
qual quer coi s a por s ua aparênci a, s ua egoí s ta... "
" E é você que me di z i s s o? E nquanto você não perdeu nem uma cauda?"
" Só porque s ou mai s rápi do..."
M i s ao o i nterrompeu. " É menti ra e você s abe di s s o! Reti re o que di s s e!"
" Você es tá fraca demai s para bri gar! Devi a ter fugi do há mui to tempo!
Não me venha com l amentações ."
" Não s e atreva a fal ar comi go des s e j ei to!" E M i s ao s al tou do aperto de
E l ena e atacou Shi ni chi . E l e es tava errado. E l a era uma boa l utadora. E m um
s egundo el es formaram uma zona de des trui ção, rol ando s em parar, bri gando,
mudando de forma o tempo todo. Voavam pel os preto e es carl ate para todos os
l ados . Da bol a de corpos que s e revi ravam, s aí am trechos de di ál ogo...
" ...ai nda não achou as chaves ..."
" ...nenhum del es , de qual quer forma..."
(( i "
...mes mo que achas s em...
" ...o que i mportari a?"
" ...ai nda preci s a encontrar o rapaz..."
" ...di go que es tá s ó s e exi bi ndo, dei xando que tentem..."
O ri s o horrí vel e es tri dente de M i s ao. " E ver o que el es des cobrem..."
" ... no Shi no Shi ! "
Subi tamente, a l uta termi nou e os doi s s e tornaram humanos .
E l es es tavam abati dos , mas E l ena s enti a que não havi a mai s nada que
pudes s e fazer s e deci di s s em l utar novamente.
E m vez di s s o, Shi ni chi di s s e:
" E s tou quebrando o gl obo. Aqui ," el e s e vi rou para Damon e fechou os
ol hos , " é onde es tá s eu preci os o i rmão. E s tou col ocando em s ua mente... Se
puder deci frar o mapa. E quando chegar l á, você vai morrer. Não di ga que não
avi s ei ."
Para E l ena, el e fez uma mes ura e di s s e:
" Lamento que você também vá morrer. M as memori zei uma ode para
você."

Rosas e li lases si lvestres,


B erg amotas e marg ari das,
O sorri so de Elena
Afug enta o i nverno.

Mi rti lo e vi oleta,
Dedalei ras e í ri s,
Olhamonde ela pi sa
E peg ama relva que se i ncli na.

Onde quer que passemseus pés,


Flores brancas separama relva ...

" Prefi ro ouvi r uma expl i cação di reta s obre onde es tão as chaves ." di s s e
E l ena a Shi ni chi , s abendo que depoi s da canção não obteri a mai s nada de
M i s ao. " Si nceramente, es tou enj oada e cans ada de toda es s a s ua bestei rada."
E l a percebeu que mai s uma vez todos ol havam para el a e el a s abi a o
porquê. Podi a s enti r a di ferença em s ua voz, em uma ati tude, em s eu padrão
de fal a. M as pri nci pal mente, por dentro, o que el a s enti a era l i berdade.
" Vamos l he dar tudo i s s o." di s s e Shi ni chi . " Não as ti ramos do l ugar.
E ncontre-as pel as pi s tas ... Ou por outros mei os , s e puder." E l e pi s cou para
E l ena e s e vi rou, encontrando uma deus a da vi ngança pál i da e trêmul a.
Carol i ne. Independentemente do que es ti ves s e fazendo nos úl ti mos
mi nutos , el a também es ti vera chorando, es fregando os ol hos e torcendo as
mãos — ou as s i m E l ena deduzi u a parti r dos borrões de s ua maqui agem.
" Você também?" di s s e el a a Shi ni chi . " Você também? Shi ni chi abri u s eu
s orri s o l ângui do."
" E eu também o quê?"
" Você também es tá caí do por el a? Compondo poemas ... Dando pi s tas para
encontrar Stefan..."
" Não s ão pi s tas de verdade." di s s e Shi ni chi de um j ei to reconfortante,
s orri ndo novamente.
Carol i ne tentou bater nel e, mas el e a pegou pel o pul s o.
" E você acha que vai embora agora?" A voz de Carol i ne s e el evava a um
gri to, não tão agudo como o gui ncho es tri dente de M i s ao, mas com s eu própri o
vi brato es pantos o.
" E u sei que vamos embora." E l e ol hou para a rabugenta M i s ao. " Depoi s
de res ol vermos mai s um as s unto. M as não com você."
E l ena fi cou tens a, mas Carol i ne tentava atacar Shi ni chi novamente.
" Depoi s do que você me di s s e? Depoi s de tudo o que me di sse?"
Shi ni chi ol hou para el a de ci ma a bai xo, parecendo vê-Ia pel a pri mei ra
vez. E l e também pareceu genui namente pas mo.
" E u di sse a você?" perguntou el e. " Já nos fal amos es ta noi te?" Houve
uma ri s ada aguda. Todos s e vi raram. M i s ao es tava de pé, ri ndo, com as mãos
cobri ndo a boca.
" E u us ei a s ua i magem." di s s e el a ao i rmão, com os ol hos bai xos , como
s e confes s as s e um pecadi l ho. " E a s ua voz. No es pel ho, quando dei as ordens
a el a. E l a es tava s e recuperando de um rel aci onamento, de al guém que a
abandonou. E u di s s e que ti nha me apai xonado por el a e que queri a me vi ngar
dos i ni mi gos del a... M as el a teri a que fazer umas coi s i nhas para mi m."
" Como es pal har mal ach por mei o de garoti nhas ." di s s e Damon com
s everi dade.
M i s ao ri u novamente.
" E em um ou doi s meni nos . Sei como é ter es s es mal ach dentro de você.
Não dói nada. E l es s ó fi cam... aí ."
" Al guma vez al guém a obri gou a fazer uma coi s a que você não queri a?"
perguntou E l ena. E l a podi a s enti r os ol hos azui s em bras a. " Acha que i sso i a
doer, M i s ao?"
" Não era você?" Carol i ne ai nda ol hava para Shi ni chi ; obvi amente não
cons egui u acompanhar o rotei ro. " Não era você?"
E l e s us pi rou, s orri ndo de l eve.
" Não era eu. Acho que meu fraco s ão cabel os dourados . Dourados ... ou
vermel hos contra o preto." acres centou el e apres s adamente, ol hando a i rmã.
" E ntão era tudo menti ra." di s s e Carol i ne, e por um momento o
des es pero es tava es tampado em s eu ros to i nchado pel a rai va, com a tri s teza
mai or do que es s es doi s s enti mentos . " Você é outro fã de E l ena."
" E s cute, " di s s e E l ena as peramente, " eu não o quero. E u o odei o. O
úni co homem que me i mporta é Stefan!"
" Ah, el e é o úni co, é?" perguntou Damon, com um ol har para M att, que
puxara Bonni e para perto del es enquanto s e des enrol ava a bri ga das rapos as . A
Sra. Fl owers e a Dra. Al pert os s egui ram.
" Você entendeu o que eu qui s di zer." di s s e E l ena a Damon. Damon deu
de ombros .
" M ui tas j ovens de cabel os dourados termi nam noi vas do s ervi çal rude."
Depoi s el e bal ançou a cabaça. " Por que es tou fal ando es s as bes tei ras ?" Seu
corpo compacto pareci a as s omar s obre Shi ni chi .
" É s ó um efei to res i dual ... de es tar pos s uí do... Sabe como é."
Shi ni chi agi tou as mãos , os ol hos ai nda em E l ena. " M eus padrões de
pens amento... "
Pareci a que i a começar outra bri ga, mas Damon s e l i mi tou a s orri r e
di s s e, de ol hos s emi cerrados : " E ntão você dei xou M i s ao fazer o que qui s es s e
com a ci dade enquanto vi nha atrás de mi m e de E l ena."
" E de..."
" M utt." di s s e Damon apres s ada e automati camente.
" E u i a di zer Stefan." di s s e E l ena. " Não, eu acho que M att foi ví ti ma de
um dos es quemi nhas de M i s ao e Carol i ne antes de eu e el e es barrarmos em
você, quando você es tá compl etamente pos s uí do.
" E agora você acha que pode s i mpl es mente i r embora." di s s e Carol i ne
numa voz tremi da e ameaçadora.
" N ós estamos i ndo embora." di s s e Shi ni chi ri gi damente. " Carol i ne,
es pere, " di s s e E l ena. " E u pos s o aj udá-Ia... Com as Asas da Puri fi cação. Você
es tá s endo control ada por um mal ach."
" Não preci s o de s ua aj uda! Preci s o de um mari do! "
O s i l ênci o foi compl eto no tel hado. Nem mes mo M att i nterferi u des ta
vez.
" Ou pel o menos um noi vo, " murmurou Carol i ne, com a mão na barri ga.
" M i nha famí l i a não acei tari a i sso. "
' Vamos dar um j ei to." di s s e E l ena com brandura; depoi s , com fi rmeza:
" Carol i ne, acredi te."
" E u não acredi tari a em você nem que..." A res pos ta de Carol i ne foi
obs cena. Depoi s el a cus pi u na di reção de E l ena e fi cou em s i l ênci o, por opção
própri a ou porque o mal ach dentro del a queri a as s i m.
" De vol ta aos negóci os , " di s s e Shi ni chi . " Vej amos , nos s o preço pel as
pi s tas da l ocal i zação de Stefan é um pouco da memóri a de Damon. Di gamos ...
De quando o encontrei até agora. E l e s orri u de um j ei to des agradável ."
" Não pode fazer i s s o!" E l ena s enti u o pâni co tomar s eu corpo, começando
pel o coração e di s parando para os cantos mai s di s tantes de cada membro. " E l e
agora é di ferente; el e s e l embra das coi s as ... E l e mudou. Se ti rar a memóri a
del e..."
" Todas as doces mudanças des aparecerão." di s s e Shi ni chi a el a.
" Prefere perder s ua própri a memóri a?"
" Si m!"
" M as você foi a úni ca que ouvi u as pi s tas s obre a chave. E de qual quer
modo não quero ver as coi s as através de s eus ol hos . Quero ver você... pel os ol hos
dele."
Agora E l ena es tava pronta para começar el a mes ma outra bri ga. M as
Damon di s s e, j á s e di s tanci ando:
" Vá em frente e pegue o que qui s er, mas s e não s aí rem des ta ci dade
l ogo depoi s , vou arrancar s ua cabeça com es s a tes oura."
" Concordo."
" Não, Damon."
" Quer Stefan de vol ta?"
" Não a esse preço!"
" Que pena." i ntrometeu-s e Shi ni chi . " Não exi ste outro trato."
" Damon! Por favor... Pens e bem!"
" Já pens ei . É mi nha cul pa que os mal ach tenham s e di s s emi nado
tanto, antes de tudo. É mi nha cul pa por não i nves ti gar o que es tava
acontecendo com Carol i ne. Não l i guei para o que aconteci a com os humanos ,
des de que os recém- chegados os manti ves s em l onge de mi m. M as pos s o
cons ertar umas coi s as que fi z a você encontrando Stefan." E l e s e vi rou um
pouco para el a, com o anti go s orri s o di aból i co nos l ábi os . " Afi nal , cui dar de
meu i rmão é mi nha tarefa."
" Damon... Me escute."
M as Damon ol hava para Shi ni chi .
" Concordo." di s s e el e. " Temos um trato."
39
Vencemos a batal ha, mas não a guerra." di s s e E l ena com tri s teza. E l a
pens ou ni s s o no di a s egui nte à l uta com os gêmeos ki ts une. Não podi a ter
certeza de nada, s ó que es tava vi va, que Stefan s e fora e que Damon vol tara a
s ua anti ga i denti dade.
" Tal vez porque não ti vemos meu preci os o i rmão." di s s e el e, como que
para provar o raci ocí ni o de E l ena. E l es es tavam na Ferrari , tentando encontrar
o Jaguar de E l ena — no mundo real . E l ena o i gnorou. E l a também i gnorou o
s i l vo bai xo mas vagamente i rri tante que vi nha do di s pos i ti vo que el e i ns tal ara
e que não era um rádi o, s ó pareci a reproduzi r vozes e es táti ca.
Um novo ti po de tábua Oui j a? Áudi o em vez daquel e s ol etrar tedi os o?
E l ena s e s enti u tremer por dentro.
" Você me deu a s ua pal avra de que i a procurá-Io comi go. E j uro por... pel o
Outro M undo."
" Você me di s s e que dei mi nha pal avra, e você não é de menti r... Não
para mi m. Agora que você é humana, pos s o l er s uas expres s ões faci ai s . Se eu
dei mi nha pal avra, dei mi nha pal avra."
Humana?, pens ou E l ena. Sou mes mo? O que eu s ou? Com o ti po de Poder
que tenho? Até Damon podi a ver que o anti go bos que mudou no mundo real .
Não é mai s um bos que vel ho e mei o morto. Há fl ores de pri mavera em pl eno
verão. Há vi da em toda parte.
" E de qual quer forma, eu terei mui to tempo para fi car s ozi nho com você,
mi nha pri nces a das trevas ."
E vol tamos a i s s o, pens ou E l ena, cans ada. M as el e me dei xari a
perdi da aqui s e eu s ugeri s s e que nós ri mos e andamos em uma cl arei ra
j untos — com el e de j oel hos para me s ervi r de apoi o para os pés . Até eu es tou
começando a me perguntar s e i s s o foi real .
Houve um l i gei ro s ol avanco — quas e como o que s e podi a di zer do es ti l o
de di reção de Damon.
" Peguei !" Damon s e ani mou; depoi s , quando E l ena s e vi rou, pronta
para gi rar o vol ante e fazê-Io parar, el e acres centou com fri eza: " E ra um
pedaço de pneu, para s ua i nformação. Não exi s tem mui tos ani mai s pretos ,
arqueados e com al guns centí metros de es pes s ura."
E l ena não di s s e nada. O que s e podi a di zer para o s arcas mo de Damon?
M as no fundo el a es tava al i vi ada por Damon não atropel ar bi chi nhos pel udos
por di vers ão.
Vamos fi car a s ós por um bom tempo, pens ou el a — e percebeu que
havi a outro moti vo para el a não di zer a Damon para i r s e danar. Shi ni chi ti nha
col ocado a l ocal i zação da cel a de Stefan na mente de Damon, não na del a. E l a
preci s ava des es peradamente del e, para l evá-Ia ao l ocal e para l utar com o que
quer que manti ves s e Stefan cati vo.
M as não havi a probl ema, j á que el e s e es queceu de que el a ti nha
poderes . Al go para expl i car em outra ocas i ão.
E nes s e momento, Damon excl amou:
" M as o que..." e s e i ncl i nou para a frente para aj us tar os botões do não
rádi o.
" ...repeti ndo; todas as uni dades a pos tos em bus ca de M atthew
Honeycutt, homem, caucas i ano, 1, 80m, l ouro, ol hos azui s ..."
" Mas o que é i s s o?" perguntou E l ena.
" Uma trans mi s s ão do rádi o da pol í ci a. Se qui s er real mente vi ver nes ta
grande terra da l i berdade, é mel hor s aber quando fugi r... "
" Damon, não quero s aber de s eu es ti l o de vi da. Qui s di zer, o que
fal avam de M att?"
" Parece que el es deci di ram prendê-Io, afi nal . Carol i ne não cons egui u a
vi ngança que queri a ontem à noi te. Acho que el a es tá tentando s e vi ngar
agora."
" E ntão vamos encontrá-Io pri mei ro... Qualquer coi s a pode acontecer s e el e
fi car em Fel l ' s Church. M as el e não pode i r no carro del e, e não poderi a us ar
es te aqui . O que vamos fazer?"
" Dei xá-Io com a pol í ci a?"
" Não, por favor, temos que..." E l ena começava, quando em uma cl arei ra
à es querda, como uma vi s ão envi ada para aprovar s eu es quema, o Jaguar
apareceu.
" E este carro que vamos pegar." di s s e el a a Damon. " Pel o menos é
es paços o. Se qui s er conti nuar ouvi ndo o rádi o da pol í ci a nel e, é mel hor começar
a des i ns tal ar do s eu carro."
" M as ..."
" Vou pegar M att. E l e s ó dará ouvi dos a mi m. Depoi s vamos dei xar a
Ferrari no bos que... Ou l argá-Ia no ri acho, s e preferi r."
" Ah, no ri acho, semdúvi da. "
" Na verdade, tal vez a gente não tenha tempo para i s s o. Vamos dei xá-Ia
no bos que mes mo."

***

M att encarou E l ena.


" Não. E u não vou fugi r."
E l ena vol tou toda a i ntens i dade de s eus ol hos azui s para el e. " M att,
entre no carro. Ag ora. Preci s a fazer i s s o. O pai de Carol i ne é parente do j ui z
que as s i nou s eu mandado de pri s ão. É um l i nchamento, s egundo M eredi th.
Até el a es tá di zendo que você deve fugi r. Não, você não preci s a de roupas ;
depoi s a gente cons egue."
" M as ... mas ... Não é verdade..."
" E l es farão com que s ej a. Carol i ne vai chorar, vai fi car aos prantos .
Nunca pens ei que uma garota fos s e capaz de uma coi s a des s a para s e vi ngar,
mas Carol i ne não é como outras pes s oas . E l a fi cou mal uca."
" M as ..."
" E u di sse entra! E l es vão chegar a qual quer mi nuto à s ua cas a e à de
M eredi th. O que você es tá fazendo na cas a da Bonni e, al i ás ?"
Bonni e e M att s e ol haram.
" Humm, s ó vi m dar uma ol hada no carro da mãe de Bonni e." di s s e
M att. " E l e pi fou de novo e..."
" Dei xa pra l á! Venha comi go! Bonni e, o que es tá fazendo?"
" Li gando para M eredi th?"
Bonni e s al tou de l eve. " Si m."
" Di ga adeus a el a, que a amamos e nos des pedi mos . Cui dem da
ci dade... Vamos manter contato... "
E nquanto o Jaguar vermel ho arrancava, Bonni e di s s e ao tel efone:
" Você ti nha razão. E l a s acou uma quadra de as es . Não s ei s e Damon
vai ... E l e não es tava no carro."
E l a ouvi u por um momento e di s s e: ... " Tudo bem, eu vou. A gente s e
vê."
E l a des l i gou e entrou em ação.

Queri do Di ári o, Hoj e eu fug i de casa.


Acho que o que eu fi z não pode ser chamado de fug a, quando se
temquase 18 anos e leva seu própri o carro —e quando ni ng uémsabi a
que você estava emcasa, antes de mai s nada. Então vou di zer que esta
noi te peg uei a estrada.
A outra coi sa umtanto chocante é que eu fug i comdoi s caras
di ferentes. E nenhumdeles é o meu cara.
Eu di g o i sso, mas... não consi g o dei xar de me lembrar das
coi sas. O olhar de Matt na clarei ra —eu si nceramente acho que ele
estava di sposto a morrer para me proteg er. Não consi g o dei xar de
pensar no que fomos umpara o outro. Aqueles olhos azui s... Ah, eu não
sei qual é o meu problema!
E Damon. Ag ora sei que exi ste umser humano por bai xo das
camadas e mai s camadas de pedra emque ele envolveu sua alma. Fi ca
bemescondi do no fundo, mas está ali . Para ser si ncera comi g o mesma,
tenho que admi ti r que ele toca alg o no fundo de mi mque me faz tremer
—uma parte de mi mque nemeu compreendo.
Ah, Elena! Pare comi sso ag ora! Não pode nemse aproxi mar
dessa parte sombri a de si , emespeci al ag ora, que você temPoder. Você
não se atreveri a a cheg ar perto dela. Ag ora tudo é di ferente. Você
preci sa ser mai s responsável (alg o emque você não é nada boa! ).
E Meredi th tambémnão estará aqui para me aj udar a ser
responsável. Como i sso vai se resolver? Damon e Matt no mesmo carro?
Emuma vi ag emj untos? Dá para i mag i nar? Esta noi te, era tão tarde
e Matt estava tão confuso coma si tuação que nemconseg ui u apreender
nada. E Damon só sorri a commalí ci a. Mas amanhã ele estará emsua
forma demoní aca, sei que estará.
Ai nda acho que foi uma pena que Shi ni chi ti rasse as Asas da
Redenção de Damon j unto comsuas lembranças. Mas crei o fi rmemente
que, no fundo, há uma pequena parte de Damon que se lembra como fi cou
quando estávamos j untos. E ag ora ele temde ser pi or do que nunca
para provar que tudo de que se recorda é uma menti ra.
Então, enquanto esti ver lendo i sso, Damon —porque eu sei que
você vai arrumar umj ei to de peg ar meu di ári o e xeretar —dei xe-me
di zer que você foi g enti l por umtempo, na verdade foi B OM, e foi
di verti do. Nós conversamos. Até ri mos j untos —das mesmas pi adas. E
você... Você foi g enti l.
E ag ora vai di zer: " Não, é só outra tramói a de Elena para me
fazer pensar que posso mudar —mas eu sei para onde vou, e não me
i mporto." Isso não o lembra de nada, Damon? Você di sse mesmo essas
palavras a alg uémrecentemente? E se não di sse, como eu sei delas?
Será que pelo menos uma vez estou di zendo a verdade?
Ag ora vou me esquecer de que você mancha totalmente sua
honra ao ler coi sas secretas que não pertencema você.
O que mai s?
Pri mei ro: si nto falta de Stefan.
Seg undo: eu não fi z as malas para i sso. Matt e eu passamos no
pensi onato e ele peg ou o di nhei ro que Stefan dei xou para mi m
enquanto eu peg ava alg umas roupas do armári o —só Deus sabe o que
eu peg uei : cami setas de B onni e e calças de Meredi th, e nemuma
cami sola decente que fosse mi nha.
Mas pelo menos tambémpeg uei você, meu preci oso ami g o, um
presente que Stefan g uardava para mi m. Eu j amai s g ostei de di g i tar
numarqui vo de nome " Di ári o" . Os li vros embranco fazemmai s o meu
g ênero.
Tercei ro: si nto falta de Stefan. Si nto tanta falta dele que
estou chorando enquanto escrevo sobre roupas. Parece que é por i sso que
estou chorando, o que me faz parecer i nsanamente superfi ci al. Ah, às
vezes eu só queri a g ri tar.
Quarto: eu quero g ri tar ag ora. Poi s só quando voltamos a
Fell' s Church que descobri mos que horrores o malach dei xou para nós.
Temuma quarta meni na que acho que pode estar possuí da como Tami ,
Kri sti n e Ava —eu não sabi a bem, então não podi a fazer nada.
Tenho a sensação de que ai nda não ouvi mos a últi ma hi stóri a de
possessão.
Qui nto: mas pi or é o que acontece na casa dos Sai tou.
Isobel está no hospi tal comi nfecções g raves, por causa de todos
aqueles pi erci ng s. Obaasan, como todos chamama avó de Isobel, não
estava morta, como os paramédi cos pensaram. Ela estava emtranse
profundo —tentando falar conosco. Se parte da corag emque eu ti ve,
parte da crença emmi mmesma se devi a a ela, é alg o que nunca vou
saber.
Mas no esconderi j o estava fi mB ryce. Ele ti nha... Ah, não
posso escrever i sso. Ele era o capi tão do ti me de basquete! Mas ti nha
devorado a si mesmo: toda a mão esquerda, a mai or parte dos dedos da
mão di rei ta, os lábi os. E ele meteu umlápi s pelo ouvi do até o cérebro.
Di zem(ouvi i sso de Tyrone Alpert, neto da médi ca) que se chama
sí ndrome de Lesch-Nyhan (é assi mmesmo que se escreve? Só ouvi o que
di sseram) e que é rara, mas que exi stemoutros assi m. É o que di zemos
médi cos. Eu di g o que foi ummalach que o obri g ou a fazer i sso. Mas eles
não me dei xari amtentar ti rá-lo dele.
Não posso di zer se ele está vi vo. Nemposso di zer se ele está
morto. Ele vai para uma i nsti tui ção onde i nternamos paci entes com
problemas mai s g raves.
Nós fracassamos ali . Eu fracassei . Não foi culpa de Ji mB ryce.
Então ele fi cou comCaroli ne apenas uma noi te, e a parti r dali passou o
malach para a namorada Isobel e para a i rmã mai s nova, Tami .
Depoi s Caroli ne e a pequena Tami passarampara as outras. Eles
tentarampassar para Matt, mas ele não dei xou.
Sexto: as três meni ni nhas que defi ni ti vamente forammai s
afetadas estavamsob as ordens de Mi sao, pelo que di sse Shi ni chi .
Elas di sseramque não se lembramde nada sobre se enfei tar ou dar em
ci ma de estranhos. Elas não parecemse lembrar de nada da época de
sua possessão, e ag ora ag emcomo meni nas mui to di ferentes. Genti s.
Calmas. Se eu pensasse que Mi sao desi sti ri a comtanta faci li dade,
cui dari a para que todas fi cassembem.
Pi or é pensar emCaroli ne. Ela era uma ami g a de vez em
quando —bom, ag ora acho que ela preci sa de mai s aj uda do que
nunca. Damon peg ou os di ári os dela —ela manti nha outro di ári o,
g ravado emví deo, e nós a vi mos falar como espelho... E vi mos o espelho
responder. Era pri nci palmente a i mag emdela que apareci a, mas às
vezes, no i ní ci o ou fi mde uma sessão, era o rosto de Shi ni chi . Ele é
boni to, embora mei o desvai rado. Posso entender como Caroli ne se
apai xonou por ele e concordou emser a portadora do malach para a
ci dade.
Tudo i sso acabou: usei o que restava do Poder que sei que tenho
para ti rar o malach dessas meni nas.
Caroli ne, é claro, não me dei xou cheg ar perto dela. E houve
aquelas palavras fatai s de Caroli ne: " Eu preci so de ummari do! "
Qualquer g arota sabe o que i sso si g ni fi ca. Qualquer g arota lamenta
por outra que di z i sso, mesmo que não sej amami g as.
Caroli ne e Tyler Smallw ood estavamj untos até umas duas
semanas atrás. Meredi th di sse que Caroli ne o larg ou e que raptá-la
para Klaus foi a vi ng ança de Tyler. Mas se antes di sso eles
dormi ramj untos semusar nenhuma proteção (e Caroli ne é burra o
bastante para fazer i sso), ela certamente podi a saber que estava
g rávi da e procurava outro cara quando Shi ni chi apareceu. (O que foi
pouco antes de eu... voltar à vi da.) Ag ora ela está tentando culpar
Matt. Foi pura falta de sorte ela ter di to que aconteceu na mesma noi te
emque o malach atacou Matt e que aquele velho vi g i lante do bai rro
vi u Matt i r para casa e desmai ar ao volante como se esti vesse bêbado
ou drog ado.
Ou talvez não fosse só falta de sorte. Talvez tudo fi zesse parte
do j og o de Mi sao.
Ag ora vou dormi r. Ando pensando demai s. Preocupada
demai s. E, ah, eu si nto falta de Stefan! Ele me aj udari a a li dar com
as preocupações de seu j ei to g enti l mas sag az.
Vou dormi r dentro do carro comas portas trancadas.
Os meni nos vão dormi r lá fora. Pelo menos, é assi mque vamos
começar —por i nsi stênci a deles. Pelo menos eles concordaramcomi sso.
Não acho que Shi ni chi e Mi sao fi carão long e de Fell' s
Church por mui to tempo. Não sei se eles vão dei xar a ci dade empaz por
alg uns di as, ou
semanas, ou alg uns meses, mas Mi sao vai se curar e umdi a eles
voltarão a nós.
Isso quer di zer que Damon, Matt e eu —somos fug i ti vos de doi s
mundos.
E não tenho i dei a do que vai acontecer amanhã.
Elena.

Fim
E s te ePub foi cri ado em Feverei ro de 2014 por
LeY tor
Tendo como bas e a tradução em Pdf da
Comunidade T r aduções de Livr os

Tradutores :
Sabri na , Pal oma , Jul i ana , Vanes s a e E ros
{1} Regras de Carol i ne Forbes .
{2} Pos i ção de medi tação.
{3} Fras e hi s tóri ca s upos tamente di ta por um general Romano, a tradução

l i teral s eri a " Vi m, Vi , Venci " .


{4} No ori gi nal , M ortal l y Unabl e To Tal k, cuj as i ni ci as formam a s i gl a

M utt.
{5} " Quod erat Demons trandum" , l ati m para " o que s erá demons trado" .
{6} No ori gi nal , ‘Go Fi s h’, um j ogo de cartas s i mpl es . Normal mente é j ogado

por doi s a ci nco j ogadores , embora, teori camente, pode s er j ogado com até dez.
{7} Samhai n é o fes ti val em que s e comemora a pas s agem do ano dos cel tas .

M arca o fi m do ano vel ho e o começo do ano novo. O Samhai n era a época em


que acredi tava-s e que as al mas dos mortos retornavam a cas a para vi s i tar os
fami l i ares , e para bus car al i mento e s e aquecerem no fogo da l arei ra.
{8} Damon adaptou a canção " Di ng dong, the wi tch i s dead" , do fi l me o mági co

de Oz, uma mús i ca tocada l ogo após Dorothy cai r com s ua cas a em ci ma da
Bruxa M á do Les te.
{9} Vi zi nhança Vi gi l ante — s i s tema de vi gi l ânci a comuni tári a.
{10} Bonni e faz um trocadi l ho com o s obrenome do Xeri fe, que é M os s berg.

Numa tradução l i teral , s eri a " Hambúrguer de Al ce" .


{11} Vi rgi ni a Caval i ers s ão os ti mes atl éti cos que repres entam ofi ci al mente a

Uni vers i dade de Vi rgi ni a nos es portes uni vers i tári os .


{12} Ci dade em Oregon.
{13} No ori gi nal , ‘ti ns el ’, enfei te de árvore de Natal .
{14} No ori gi nal ' Bumbum de M el ' .
{15} Cal i fórni a ki ng-s i ze é um ti po de cama ki ng-s i ze apropri ada para pes s oas

al tas , j á que mede 1, 83 ( compri mento) x 2, 13 ( al tura), contra 1, 83 x 2, 00 das


camas normai s .
{16} E m uma tradução l i vre, s eri a ‘Te perdoar! E u nunca vou te perdoar!’
{17} O mi s o é um i ngredi ente tradi ci onal j aponês e cons i s te numa mi s tura de

fei j ão de s oj a ( cozi do e es magado) e depoi s mi s turado com uma cul tura


chamada koj i que pode s er fei ta com tri go e arroz, cevada ou fei j ões . E s s a
mi s tura fermentada fi ca a maturar durante três di as e é acres centada em
cal do de l egumes a gos to.
{18} Um futon é um ti po de col chão us ado na cama tradi ci onal j apones a, e que

fi ca a apenas al guns centí metros do chão, como um tatame.


{19} Uma tradução mai s apropri ada s eri a ‘obri gado pel a refei ção’.
{20} M eredi th s e refere à forma que Stefan s ol etra ' j udgment' , enquanto

Damon s ol etra ' j udgement' . Ambas formas corretas , que vari am de paí s para
paí s .
{21} Vaudevi l l e: gênero de entreteni mento popul ar, que envol vi am
apres entações de cantores popul ares , " ci rcos de horror" , mus eus baratos e
l i teratura burl es ca.
{22} Damon mai s uma vez adaptou uma fras e conheci da l á, que s eri a, ' j á

es ti ve l á, j á o fi z, e te trouxe uma cami s eta' , uma expres s ão i rôni ca us ada


para expres s ar a compl eta fami l i ari dade da pes s oa com a s i tuação.
{23} M odel o de carro.
{24} Gambá tem fama de s e fi ngi r de morto.
{25} Um pi ed-à-terre, do francês , " pé no chão" , é uma propri edade de féri as ,

para des cans o, afas tada da roti na das grandes ci dades .


{26} Irmãos Bobbs ey s ão pers onagens famos os de uma s éri e de l i vros i nfanti s

de vári os autores l ançados de 1904 a 1979.

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