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Profa.

Juliana Azoia Lukiantchuki

Definição: Estruturas de contenção ou de arrimo são obras civis


construídas com a finalidade de promover a estabilidade contra a
ruptura de maciços de terra ou rocha. São estruturas que fornecem
suporte a estes maciços e evitam o escorregamento causado pelo seu
peso próprio ou por carregamentos externos.

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Muros de peso ou
gravidade: Constituídos
por seção plena

Muros a flexão: Constituídos por


seção mais esbelta

Os muros a flexão requerem a inclusão de armadura para


resistir aos momentos impostos pelo empuxo do solo e podem
ser projetados com ou sem contrafortes e/ou tirantes.

Os muros de arrimo podem ser construídos com vários tipos de


material: alvenaria (tijolos ou pedras), concreto, sacos de solo-
cimento, gabiões, pneus, dentre outros.

Fig. Terminologia para a definição das características do muro.

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São estruturas que se opõem aos empuxos horizontais pelo peso
próprio. São utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios
inferiores a cerca de 5 m.

Podem ser construídos de pedra, concreto (simples ou armado)


gabiões ou ainda pneus usados.

São os mais antigos e numerosos, no entanto devido ao custo


elevado o seu emprego tem sido reduzido em muros com altura
maior.

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Pedra manual: A resistência resulta do embricamento dos blocos. A
execução é simples e dispensa dispositivos de drenagem.
O custo é reduzido quando os blocos estão disponíveis no local. No
entanto a estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham
dimensões aproximadamente regulares, causando um valor menor de
atrito entre as pedras.

Pedra sem argamassa: Recomendado para a contenção de taludes


com altura até 2 m. A base deve ter largura mínima de 0.5 a 1.0 m e
ser apoiada em uma cota inferior à da superfície do terreno, de modo
a reduzir o risco de ruptura por deslizamento no contato muro-
fundação.

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Pedra argamassada: Argamassa de cimento e/ou areia são
utilizadas em estruturas quando os taludes possuem maior altura
(cerca de 3 m). A argamassa é utilizada para preencher os vazios dos
blocos de pedras, podendo se utilizar blocos de dimensões variadas.

A argamassa proporciona maior rigidez do muro, porém elimina


a capacidade drenante. Torna-se fundamental implementar os
dispositivos de drenagem de muros impermeáveis, tais como
dreno de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs para
o alívio de poropressões na estrutura de contenção.

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Viáveis economicamente
quando a altura não é
superior a 4 m.

Concreto ciclópico: São estruturas construídas mediante o


preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de
dimensões variadas.
Apresentam seção transversal trapezoidal, com largura da base da
ordem de 50% da sua altura. A especificação do muro com faces
inclinadas ou em degraus pode causar uma economia significativa de
material.

Concreto ciclópico: Devido a impermeabilidade, é fundamental a


execução de um sistema de drenagem adequado. Como alternativa
pode-se realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do muro por
meio de uma manta de material geossintético (tipo geotêxtil). Neste
caso a água é recolhida por tubos de drenagem adequadamente
posicionados.

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Muros de Gabião: Constituídos por gaiolas metálicas preenchidas
com pedras arrumadas manualmente. As gaiolas são construídas com
fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção.
As dimensões usuais são 2 m de comprimento e seção transversal
quadrada com 1 m de aresta.

Muros de Gabião: No caso de muros de grande altura, gabiões mais


baixos (altura de 0.5 m) que apresentam maior rigidez e resistência,
devem ser posicionados nas camadas inferiores, onde as tensões de
compressão são mais significativas. Para muros muito longos, gabiões
com comprimento de até 4 m podem ser utilizados para agilizar a
construção.

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Muros de Gabião: As principais características dos muros de
gabiões são a flexibilidade, que permite que a estrutura se acomode a
recalques diferenciais e a permeabilidade.

http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/11/2-crib-wall-
contencao-de-muro-em-fogueira-estrutura-245176-1.aspx

Muros Crib Wall: Estruturas formadas por elementos pré-moldados


de concreto armado, madeira ou aço, que são montados no local, em
forma de “fogueiras” justapostas e interligadas longitudinalmente, e
cujo espaço interno é preenchido com material granular graúdo.

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Muros Crib Wall: São estruturas capazes de se acomodarem a
recalques das fundações e funcionarem como muros de gravidade.

Muros de sacos de solo-cimento: São constituídos por camadas


formadas por sacos de poliéster ou similares preenchidos por uma
mistura cimento-solo da ordem (1:10 a 1:15) (em volume)
O solo é peneirado (malha de 9 mm) para a retirada dos pedregulhos.
O cimento é espalhado e misturado, adicionando-se água em
quantidade 1% acima da umidade ótima (Proctor Normal)

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Muros de sacos de solo-cimento: Após a homogeneização, a
mistura é colocada em sacos, com preenchimento até cerca de dois
terços do volume útil do saco. Procede-se o fechamento através da
costura manual.
Os sacos de solo-cimento são arrumados em camadas posicionadas
horizontalmente, e cada camada é compactada para reduzir o volume
de vazios.

Muros de sacos de solo-cimento: As faces externas podem


receber proteção superficial de argamassa de concreto magro, para
prevenir contra a ação erosiva de ventos e águas superficiais.
Como vantagens apresenta-se o baixo custo, não requer mão de obra
especializada, facilidade de execução (forma curva) e adequabilidade.

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Muros de solo-pneu: Formado pelo lançamento de camadas
horizontais de pneus, os quais são amarrados entre si com corda ou
arame e preenchidos com solo compactado.
Apresentam como vantagem o reúso de pneus descartados e a
flexibilidade. Elevada resistência mecânica do material com o baixo
custo comparativamente aos materiais convencionais.

Muros de solo-pneu: Essas estruturas estão limitadas a alturas


inferiores a 5 m e a disponibilidade de espaço para a construção de
uma base com largura da ordem de 40 a 60% da altura do muro.
É uma estrutura flexível, sendo que as deformações horizontais e
verticais podem ser superiores às usuais em muros de peso de
alvenaria ou concreto.

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Muros de solo-pneu: A face externa deve ser revestida para evitar
o carreamento e/ou erosão do solo de enchimento dos pneus como
também o vandalismo ou a possibilidade de incêndios. O revestimento
deve ser resistente e flexível, ter boa aparência e ser de fácil
construção. As principais opções são: alvenaria de blocos de concreto,
concreto projetado sob tela metálica, placas pré-moldadas ou
vegetação.

Muros de flexão: São estruturas mais esbeltas com seção


transversal em forma de “L”, que resistem aos empuxos por flexão,
utilizando parte do peso próprio do maciço, que se apoia sobre a base
do “L”, para manter-se em equilíbrio.
Construídos em concreto armado, sendo antieconômicos para alturas,
acima de 5 a 7 m. A laje de base apresenta largura entre 50 e 70%
da altura do muro.

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Contrafortes

Muros de flexão: A face trabalha à flexão, podendo quando


necessário empregar vigas de enrijecimento (para alturas maiores).
Para alturas superiores a 5 m, é conveniente utilizar contrafortes (ou
nervuras) para aumentar a estabilidade contra o tombamento.

Muros de flexão: Os muros também podem ser ancorados na base


com tirantes ou chumbadores (rocha) para melhorar sua condição de
estabilidade. Essa solução de projeto pode ser aplicada quando ocorre
material competente (rocha sã ou alterada) na fundação do muro e
quando há limitação de espaço disponível para que a base do muro
apresente as dimensões necessárias para a estabilidade.

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Muros de solo reforçado: Os geossintéticos são materiais
poliméricos empregados com diversas funções. Uma das principais
aplicações é o reforço e a estabilização de maciços de terra em obras
de contenção, encostas e aterros. Para esta finalidade os geotêxteis e
as geogrelhas são os materiais indicados.

Geogrelhas: Devem garantir que as


deformações e os deslocamentos
mobilizados pelo mesmo maciço não
comprometam a condição operacional
adequada da estrutura.

Geogrelhas: Atuam como armadura do solo, aumentando a


resistência do maciço. Mobilizam significativa resistência a esforços de
tração e são dimensionadas para garantir que um maciço construído
em solo compactado não sofra instabilização pela formação da cunha
de ruptura.

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Geogrelhas: São caracterizadas por parâmetros mecânicos ( resistência
à tração e módulo de rigidez à tração) e físicos (abertura de malha e
capacidade de ancoragem).
Exercem o papel de reforço do maciço, garantindo a estabilidade interna.
O maciço reforçado, por sua vez, atua como uma estrutura de contenção
por gravidade.

Geogrelhas: Possibilita que aterros reforçados sejam construídos com


paramento vertical ou semivertical, com grande altura e qualquer tipo de
solo. A técnica é flexível em termos de geometria e acabamento frontal
(vegetação, alvenaria não estrutural, pedra argamassada, concreto
projetado, placas ancoradas, gabião, blocos)

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Estado limite último
Segurança

ESTABILIDADE EXTERNA ESTABILIDADE INTERNA

Grande parte dos acidentes envolvendo


muros de arrimo está relacionada ao
acúmulo de água no maciço. A
existência de uma linha freática no maciço
é altamente desfavorável, aumentando
substancialmente o empuxo total.

A presença de água pode provocar dois


efeitos:

a) direto: empuxo de água atuando no


tardoz;
b) indireto: redução da resistência ao
cisalhamento do maciço, quer pela
redução da tensão efetiva (solo
saturado), quer pela redução da coesão
aparente (solo não saturado).

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O efeito direto é o de maior
intensidade. No entanto, o seu
efeito pode ser minimizado
através de um sistema de
drenagem eficiente
(colmatação e entupimento)

Captar e conduzir as águas que incidem na superfície do talude, considerando


não só a área da região estudada como toda a bacia de captação.
Ex: Canaletas transversais, canaletas longitudinais de descida, caixas coletoras

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Possuem a função de controlar as magnitudes de pressões de água e/ou captar
fluxos que ocorrem no interior dos taludes.

Ex: Drenos horizontais, trincheiras drenantes longitudinais, drenos internos de


estruturas de contenção, filtros granulares, geodrenos)

“Quando não há o inconveniente em drenar as águas


para a frente do muro, podem ser introduzidos furos
drenantes ou barbacãs”

Processos de infiltração devido a precipitação de chuva podem alterar as


condições hidrológicas do talude, reduzindo as sucções e/ou aumentando a
magnitude das poropressões

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Devem ser consideradas todas as ações que possam vir a ocorrer em qualquer
etapa da obra. Em alguns casos as solicitações durante a fase executiva são
maiores do que aquelas que ocorrerão após o período construtivo.
Qsob
Qsob
Qsob

PP
EA

Fat
EP máx mín

O projeto de uma estrutura de contenção é realizado em duas fases:

1ª Fase: Pré dimensionamento da estrutura através de tentativas e


baseado na experiência do projetista ou em tabelas de recomendações
práticas, que normalmente fornecem a relação entre a base e a altura da
estrutura.

2ª Fase: Consiste na verificação da capacidade de resistência da estrutura


pré dimensionada as forças a que está sujeita e compreende os seguintes
passos:

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As condições de estabilidade são verificadas em relação ao deslizamento da base,
tombamento, capacidade de carga da fundação e estabilidade global.

Deslizamento da Base Tombamento

Capacidade de Carga Ruptura Global

1. O Projeto é conduzido estabelecendo-se um pré-dimensionamento e em


seguida, verificando-se as condições de estabilidade.

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2. Cálculo dos esforços de Rankine  Coulomb

O método de Coulomb tem a vantagem de incorporar a mobilização da resistência no tardoz do


muro e, consequentemente, incorporar um modelo de comportamento mais próximo da
realidade. No entanto, este método é mais trabalhoso e não fornece a posição da resultante de
empuxo.

Em cálculo de empuxo ativo, como a curvatura da superfície de ruptura é pequena, o método de


Rankine tende a ser mais empregado, por sua simplicidade e por estar a favor da segurança

2. Cálculo dos esforços de Rankine  Coulomb

CARACTERÍSTICAS
POSITIVAS NEGATIVAS
 A favor da segurança  A superfície de ruptura é plana

 As soluções são simples, especialmente quando o  A superfície de contato muro-


retroaterro é horizontal retroaterro deve ser plana e vertical
 A parede não interfere na cunha
 Dificilmente se dispõe dos valores dos parâmetros de ruptura; isto é não existe
de resistência solo-muro () resistência mobilizada no contato
RANKINE solo-muro
 O efeito do coeficiente de atrito solo-muro pode
ser expresso pela mudança na direção do empuxo
total Ea
 Para paramentos não verticais, o solo pode ser
incorporado ao muro
 Incorpora mobilização de resistência no contato  A superfície de contato muro-
muro-retroaterro retroaterro deve ser plana
 A cunha analisada é contida por
 Soluções simples, somente para retroaterro
superfícies planas, a superfície de
uniforme com terrapleno horizontal
COULOMB ruptura é plana
 Não determina a distribuição de
empuxo
 Requer os parâmetros de
resistência solo-muro ()

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Durante a compactação do retroaterro
surgem esforços horizontais adicionais
associados à ação dos equipamentos de
compactação. Os empuxos resultantes
podem ser superiores aos calculados pelas
teorias de empuxo ativo.

Na prática, alguns engenheiros preferem aplicar um fator de correção da


ordem de 20% no valor do empuxo calculado. Outros sugerem alterar a
posição da resultante para uma posição 0.4 H e 0.5 H, contada a partir da
base do muro, ao invés de H/3.

Os parâmetros de resistência são


usualmente obtidos para a condição de
ruptura (pico da curva tensão-
deformação) do solo e, dependendo da
condição de projeto, devem ser corrigidos
por fatores de redução:
tg '
 'd  arctg ( FSp )

c'
c'd  ( FSp )
c
No contato do solo com a estrutura, deve-se sempre considerar a
onde ’d e c’d são, respectivamente, o ângulo de atrito e a redução dos parâmetros de resistência. O solo em contato com o
coesão para o dimensionamento; ’p e c’p são, muro é sempre amolgado e a camada superficial é usualmente
respectivamente, o ângulo de atrito e a coesão de pico; FS e
alterada e compactada antes da colocação da base. Assim sendo,
FSc são os fatores de redução para atrito e coesão,
deve-se considerar a redução dos parâmetros variando entre um
respectivamente. Os valores de FS e FSc devem ser adotados
terço a dois terços (Cw = 1/3 a 2/3 c’ e  = 1/3 a 2/3 ’)
na faixa entre 1.0 e 1.5, dependendo da importância da obra
e da confianca na estimativa dos valores dos parâmetros de
resistência ’p e c’p.

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Verificação do tombamento do
muro devido à instabilidade da
massa de solo contida.

Para que o muro não tombe em torno da extremidade


externa (ponto no pé do muro), o momento resistente
deve ser maior do que o momento solicitante. O
momento resistente (Mestabilizante) corresponde ao
momento gerado pelo peso do muro. O momento
Tombamento
solicitante (Msolicitante) é definido como o momento do
empuxo total atuante em relação ao pé do muro.

A NBR 11682 (ABNT, 2009) estabelece os


FS mínimos dependendo do nível de
M estabilizante
FStom  M solici tan te
 1.2 a 1.5 segurança contra danos a vida humanas e
do nível de segurança contra danos
materiais e ambientais.

Verificação do deslizamento da
base do muro em relação ao solo
subjacente.

Consiste na verificação do equilíbrio das componentes


horizontais das forças atuantes, com a aplicação de um
fator de segurança adequado.

Deslizamento da Base
[ F H ]estabilizante  s  [ EP ] projeto

ws
[ F H ]solici tan te  [ Ea ] wc (Ea)projeto
h

[Ea]h = (Ea)projeto cos


[Ea]v = (Ea)projeto sen
(EP)projeto

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Verificação do deslizamento da
base do muro em relação ao solo
subjacente.

Festabilizante
FS desl  Fsolici tan te  1.2 a 1.5

Deslizamento da Base
A Análise da obra deve considerar a condição mais crítica da obra

Momento crítico Tipo de análise Equação


W
Longo prazo Tensões efetiva s  B  c' w  (  u )  tg
B
Curto prazo (=0) Tensões totais (u>0) s  B  Su
Nota:  é o atrito solo-muro, B é a largura da base do muro, c’w é a adesão solo-
muro, W é o somatório das forças verticais e u é a poropressão

Em grande parte dos casos, a segurança quanto ao deslizamento é o fator


condicionante do projeto. Desta forma, existem alternativas de projeto que
contribuem para aumentar a estabilidade do muro quanto ao deslizamento.

A base do muro é construída com uma


determinada inclinação, de modo a reduzir a
grandeza da projeção do empuxo sobre o
plano que a contém

O muro é prolongado para o interior da


fundação por meio de um dente. Desta forma
pode-se considerar a contribuição do empuxo
passivo.

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Consiste na verificação da
segurança contra a ruptura e
deformações excessivas do
terreno de fundação

Na análise considera-se o muro rígido


e a distribuição de tensões linear ao Capacidade de Carga
longo da base.

Inicialmente, faz-se necessário determinar a posição da


resultante das forças com relação à base do muro. A
distância entre a posição da resultante e o eixo de simetria
da base é denominada excentricidade (e).

A excentricidade é calculada pela resultante dos Fv


e' R
momentos em relação ao ponto A

 MomentosA   Fv  e' (Ep) projeto Fh


A
O
e
B
B
 e  e' A

2
B/6 B/6

B/3 B/3 B/3


Portanto:
Deve-se garantir que a base esteja submetida a tensões de
B compressão (mín 0. Para evitar as tensões de tração na base
e  e' do muro, a resultante deve estar localizada no terço central, ou
2 seja, e  B/6. Nessa condição, o diagrama de tensões no solo
será aproximadamente um trapézio, e com base nas Equações
de equilíbrio determinam-se as tensões A e B.

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Fv
R
 Fv 6e e'

A  (1  )
B B
(Ep) projeto Fh
A
O
 Fv 6e e

A  (1  ) A
B
B B
B/6 B/6
B: largura do muro
B/3 B/3 B/3

O Fator de segurança em relação à capacidade de carga da fundação é dado


por:
qmáx: a capacidade de suporte calculada pelo
qmáx
FS   2.5 método de Terzaghi-Prandtl, considerando a
A base do muro como uma sapata.

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Se no entanto, a resultante localizar-se fora do núcleo central, a distribuição será
triangular e limitada somente à compressão.

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Caso qualquer uma das condições não
seja obedecida, as tensões na base
deverão ser recalculadas com a nova
dimensão da base do muro!!!

Verificação do
desenvolvimento de uma
superfície de ruptura
profunda, englobando a
estrutura como um todo.

Ruptura Global

Refere-se à segurança do conjunto solo-muro. A construção


de um muro e o desnível entre suas regiões de montante e
jusante podem gerar tensões cisalhantes críticas e
deflagrar uma superfície de escorregamento passando por
baixo do muro.

A estrutura de contenção é considerada como um elemento


interno à massa de solo, que potencialmente pode
deslocar-se como um corpo rígido.

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A possibilidade de ruptura do terreno segundo uma superfície de escorregamento
ABC também deve ser investigada. Para isso devem ser utilizados os conceitos de
análise de estabilidade geral.

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

A figura abaixo apresenta detalhes de um muro de arrimo de flexão.


O lençol de água está abaixo da base do muro. O peso específico do
reaterro é 17 kN/m³, e uma sobrecarga de 10 kN/m³ age na
superfície. Os valores característicos dos parâmetros de resistência
ao cisalhamento para o reaterro são c’ = 0 e ’ = 36°. O ângulo de
atrito entre a base e o solo de fundação é 27°. O projeto do muro é
satisfatório?

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