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Brazilian Journal of Development 39132

ISSN: 2525-8761

Reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato de obra pública na


região metropolitana de Manaus: estudo de caso

Economic-financial rebalancing of a public work contract in the


metropolitan region of Manaus: case study
DOI:10.34117/bjdv8n5-417

Recebimento dos originais: 21/03/2022


Aceitação para publicação: 29/04/2022

Jonathan Pereira da Silva


Acadêmico de Engenharia Civil pela Universidade Nilton Lins
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, nº 3259, Parque das Laranjeiras, Manaus, AM
E-mail: jps.eng7@gmail.com

Walzenira Parente Miranda


Pós-Graduada em Didática no Ensino Superior
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, nº 3259, Parque das Laranjeiras, Manaus/AM
E-mail: wm.eng.civil@gmail.com

Érika Cristina Nogueira Marques Pinheiro


Pós-Graduada em Didática no Ensino Superior
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, nº 3259, Parque das Laranjeiras, Manaus/AM
E-mail: erikamarquespinheiro@gmail.com

RESUMO
O reequilíbrio econômico-financeiro, com finalidade de revisão de preços, é um
procedimento previsto em lei para que haja lisura nos contratos de obra pública. É
aplicado ao longo da execução da obra quando ocorre uma variação excessiva dos preços
inicialmente pactuados. Nesses casos, nota-se que tanto o prestador quanto o tomador do
serviço têm dificuldades em realizar os procedimentos necessários para equilibrar os
fatores relacionados à economia e às finanças do contrato. O objetivo deste trabalho é
analisar um contrato de uma obra pública na Região Metropolitana de Manaus por meio
de um estudo de caso. A pesquisa tem caráter descritivo, pois abordou os aspectos
conceituais e normativos relacionados ao tema e obteve informações do contrato
analisado, e método quali-quantitativo, onde determinou-se o impacto econômico-
financeiro dos insumos do orçamento de referência. Assim sendo, diante dos resultados
apresentados a partir da coleta de dados, verificou-se a necessidade de realizar o
reequilíbrio econômico-financeiro para o orçamento da obra, objeto deste estudo.

Palavras-chave: contrato administrativo, reequilíbrio econômico-financeiro, revisão dos


preços.

ABSTRACT
The economic-financial rebalancing, with the purpose of reviewing prices, is a procedure
provided by law so that there is fairness in public works contracts. It is applied during the

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execution of the work when there is an excessive variation of the prices initially agreed.
In these cases, it is noted that both the service provider and the service taker have
difficulties in carrying out the necessary procedures to balance the factors related to the
economy and finances of the contract. The objective of this work is to analyze a contract
for a public work in the Metropolitan Region of Manaus through a case study. The
research has a descriptive character, as it addressed the conceptual and normative aspects
related to the theme and obtained information from the analyzed contract, and a quali-
quantitative method, where the economic-financial impact of the inputs of the reference
budget was determined. Therefore, in view of the results presented from the data
collection, there was a need to carry out the economic-financial rebalancing for the budget
of the work, object of this study.

Keywords: administrative contract, economic-financial rebalancing, price review.

1 INTRODUÇÃO
Antes de uma obra pública ser iniciada é necessário que a Administração Pública
(ou gestão pública) realize um processo licitatório onde definirá os aspectos que
regulamentarão o futuro contrato. Uma vez passados os trâmites legais da licitação, é
firmado um contrato para execução do objeto licitado com a empresa declarada
vencedora. A contratante e a contratada firmam, assim, um compromisso que deverá ser
cumprido até a conclusão dos serviços.
Porém, no decorrer da execução da obra, podem advir fatos imprevisíveis, como
por exemplo, o aumento excessivo de determinado insumo de um serviço contratado,
causando uma onerosidade excessiva para a empresa. Nesse caso, há uma quebra do
equilíbrio econômico-financeiro e a contratada terá dificuldade em atender o que fora
acordado inicialmente, tendo que solicitar à Administração o reequilíbrio do seu contrato
a fim de que o objeto contratado seja concluído de maneira justa e adequadamente para
ambas as partes.
Ademais ao se deparar com constantes aumentos em determinados insumos,
muitas empresas não sabem os procedimentos corretos a serem realizados. Da mesma
forma, muitos agentes públicos têm dificuldades em analisar uma solicitação de
reequilíbrio econômico-financeiro por parte da contratada e acabam avaliando de maneira
incorreta ou até mesmo indeferindo por desconhecerem as normativas.
Sendo assim, este trabalho tem por objetivo geral analisar um contrato de obra
pública na Região Metropolitana de Manaus, propondo, caso necessário, um reequilíbrio
econômico-financeiro para os insumos asfálticos já medidos no orçamento e de maneira

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mais específica, determinar o impacto econômico-financeiro dos insumos asfálticos que


compõem a planilha orçamentária do referido contrato.
Diante desse panorama, este artigo, que possui caráter descritivo e se baseia em
estudo de caso, abordará aspectos conceituais e normativos relacionados ao reequilíbrio
econômico-financeiro de contratos de obras públicas na intenção de contribuir com
respostas para o questionamento: quando uma empresa tem direito de pedir e como
realizar um reequilíbrio econômico-financeiro para insumos asfálticos já medidos de um
contrato?
A resposta à pergunta acima poderá auxiliar a empresa contratada e os agentes
públicos nos trâmites do processo de reequilíbrio. Nesse sentido, vale ressaltar que é
indispensável aos profissionais da engenharia, atuantes na área de gestão, saberem como
realizar e analisar um reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos que gerenciam.
Para isso é importante apoiarem-se nas legislações aplicáveis e na metodologia
desenvolvida pelo órgão contratante, a fim de estarem respaldados juridicamente para
suas decisões. Tais ações, consequentemente, permitirão que nenhuma das partes
envolvidas tire vantagem sobre a outra e que o contrato seja cumprido de maneira justa.

2 ASPECTOS CONCEITUAIS E NORMATIVOS


2.1 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
A Lei nº 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública, em seu inciso XI define Administração Pública como sendo “a
administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios [...]” e no inciso subsequente, a Administração é o “órgão, entidade ou
unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente”.
Esclarece também nos incisos XIV e XV respectivamente, contratante como “o órgão ou
entidade signatária do instrumento contratual” e contratado “a pessoa física ou jurídica
signatária de contrato com a Administração Pública”. Logo, podemos entender que o
contrato administrativo ou contrato público é a ferramenta pela qual a Administração
Pública utiliza quando necessita adquirir bens ou serviços do setor privado.
De acordo com Mello (2015, p. 346), diferente das empresas privadas, que
possuem a autonomia para contratar, a Administração para fazer o mesmo, necessita
realizar, com exceção de algumas situações que a lei refere, um processo denominado de
licitação. Por meio deste procedimento ela irá escolher, de forma justa e igualitária, a
proposta mais satisfatória para adquirir bens, contratar obras ou serviços.

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2.2 EQUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA


A equação econômico-financeira do contrato administrativo, segundo Requi
(2013), “é a relação de equivalência formada pelo conjunto dos encargos impostos pela
Administração e pela remuneração proposta pelo particular”, ou seja, é o parâmetro
inicialmente pactuado de quanto o contratante pretende desembolsar e quanto o
contratado espera receber para a execução do objeto.

2.2.1 Legislações aplicáveis


A equação econômico-financeira de um contrato administrativo deve ser mantida
durante toda sua vigência, conforme assegura a Constituição brasileira de 1988 em seu
artigo 37, inciso XXI.
Regularizando o que foi descrito na Constituição, a Lei nº 8.666/93, que institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública, refere o seguinte quanto ao
tema de reajuste:

Art. 40. O edital (...) indicará, obrigatoriamente, o seguinte:


(...)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data
prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta
se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
(...)
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento; [grifo nosso].

Ainda de acordo com a lei supracitada, em seu artigo 65, com relação ao
reequilíbrio com finalidade de revisão de preços, evidencia-se, que os contratos regidos
por ela poderão ser modificados, com as devidas justificativas e por acordo das partes nos
seguintes casos:

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os


encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
econômica extraordinária e extracontratual. [grifo nosso].

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A revisão contratual está prevista também no Código Civil, nos artigos 478 e 479,
como resposta a onerosidade excessiva para uma das partes e “com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis”, podendo
resultar na extinção do contrato ou na sua alteração a fim de evitar a onerosidade
excessiva.

2.2.2 Tipos de equilíbrio econômico-financeiro


Com base nas legislações aplicáveis, podemos atribuir ao reajuste e a revisão de
preços (conhecido também como realinhamento ou recomposição) como sendo os dois
principais dispositivos responsáveis por manter o equilíbrio econômico-financeiro inicial
do contrato administrativo.

2.2.1.1 Reajuste
Fundamental nos contratos administrativos, o reajuste ou reajustamento permite
realinhar os valores inicialmente pactuados, através de índices que monitoram a variação
dos preços dos insumos. Esses índices devem ser estabelecidos no contrato e devem
refletir a variação dos custos dos insumos utilizados no mesmo. A aplicação do reajuste
ocorrerá a cada 12 meses, “contada a partir da data limite para apresentação da proposta
ou do orçamento a que essa se referir” (§ 1º do Art. 3º da Lei nº 10.192/2001). Por ser
previsível e fazer parte do contrato, o § 8º do Art. 65 da Lei nº 8.666/93 prevê que o
reajuste seja registrado por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

2.2.1.1.1 Marcos temporais do reajuste


O Ministro Bruno Dantas, em seu voto no Acórdão nº 83/2020, concordou que
para o reajuste de preços existem duas opções de data base, a data-limite para
apresentação da proposta ou a data do orçamento estimativo a que a proposta se referir,
porém são mutuamente exclusivas, ou seja, a Administração não deve aplicar o marco
inicial que achar mais conveniente na hora de reajustar o contrato.
Entretanto havendo orçamentos desatualizados em vários meses entre a data da
estimativa dos custos e a data da apresentação da proposta, o Tribunal de Contas da União
(TCU), através do Ministro Benjamin Zymler, com o Acórdão nº 19/2017 - Plenário,
recomenda a Administração a adotar como marco inicial a data-base de elaboração da
planilha orçamentária, pois diminui os problemas decorrentes de orçamentos
desatualizados.

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2.2.1.1.2 Cálculo do reajuste dos preços


O critério de reajuste deve está indicado no edital de licitação, bem como o índice
adotado. Para o cálculo, o artigo 5 do Decreto nº 1.054/94, que regulamenta o reajuste de
preços, traz a seguinte fórmula:

Onde:
R = valor do reajuste procurado;
V = valor contratual do fornecimento, obra ou serviço a ser reajustado;
Io = índice inicial - refere-se ao índice de custos ou de preços correspondente à
data fixada para entrega da proposta da licitação;
I = índice relativo à data do reajuste.

2.2.1.2 Revisão dos preços


Sobre o reequilíbrio de contrato por meio de revisão de preços, Carvalho Filho
(2015, p.202, 203) menciona que “deriva da ocorrência de um fato superveniente, apenas
suposto (mas não conhecido) pelos contratantes quando firma o ajuste”.
Tal fato mencionado por Carvalho Filho deve configurar álea econômica
extraordinária e extracontratual, ou seja, riscos que não costumam ocorrer, incomum de
acontecer e por fim, imprevisível, caracterizando a teoria da imprevisão. Para Gonçalves
(2020), essa teoria inclui a possibilidade de rescindir ou modificar um contrato quando,
devido a eventos imprevistos e extraordinários, a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa.
Entre os eventos inesperados, que impossibilita a execução ou prestação dos
serviços, podemos citar o fato príncipe, caso fortuito e força maior, definidos e
exemplificados na tabela 1.

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Tabela 1 Definição e exemplos de eventos imprevisíveis


EVENTO DEFINIÇÃO EXEMPLOS
FATO DO PRÍNCIPE Fato imprevisível, extracontratual praticado Mudança da alíquota do tributo
pelo próprio Estado que atinge no contrato que incide sobre o objeto
administrativo contratual, criação ou extinção de
impostos ou taxas
CASO FORTUITO Evento imprevisível da natureza Enchente, tempestade anormais,
ciclones, terremoto
FORÇA MAIOR Evento imprevisível causado, de alguma Greve, guerra
forma, pela vontade humana
Fonte: Adaptado de Carvalho Filho (2015, p. 216, 217)

2.2.1.2.1 Marcos temporais da revisão de preço


Diferente do reajuste, a revisão pode ocorrer a qualquer momento, desde
comprovado o estabelecido em lei para sua solicitação, ou seja, deve ocorrer algum fato
imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis que trouxe uma
onerosidade excessiva para umas das partes e impossibilita a continuidade do acordo.

2.2.1.2.2 Cálculo da revisão dos preços


Cabe a Administração adotar sua própria metodologia de cálculo, podendo tomar
como base as já existentes, como a desenvolvida pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A metodologia do DNIT, que é amplamente utilizada em contratos de obras
viárias em que os insumos asfálticos precisam ser reequilibrados, surgiu após diversos
requerimentos de empresas impactadas pela alta acumulada de mais de 30% nos preços
dos materiais asfálticos, anunciada pela Petrobras em 23 de novembro e 24 de dezembro
de 2014 (Instrução de Serviço/DG/DNIT nº 02, de 23 de março de 2015).
Segundo o Acórdão do TCU nº 1.064/2015, a IS/DG/DNIT nº 02/2015, foi a
primeira norma a estabelecer os critérios para o reequilíbrio econômico-financeiro de
contratos administrativos decorrente do acréscimo dos custos de aquisição de materiais
betuminosos. Uma das razões para a referida diretiva foi a de que o aumento de preços,
surpreendente e imprevisível, teve um impacto considerável nos negócios do setor
rodoviário. A instrução possibilitava a revisão dos preços dos insumos asfálticos em
termos percentuais com base em tabelas divulgadas pela Agência Nacional do Petróleo
(ANP) para contemplar as medições realizadas entre janeiro de 2015 e a data de reajuste
de cada contrato, evitando assim que a empresa sofresse de forma intensa os efeitos da
mudança nos preços dos insumos betuminosos.

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Porém algumas falhas foram detectadas pela unidade técnica do TCU, uma delas
foi a ausência de uma análise global dos insumos do contrato e não apenas dos insumos
betuminosos. Esta por sua vez foi refutada pelo ministro relator Augusto Nardes, onde
esclareceu que a análise para comprovar os desequilíbrios econômico-financeiros nos
contratos administrativos não exige a consideração de todas as variações ordinárias dos
preços dos insumos contratuais, que naturalmente são incluídos no índice de reajuste do
contrato, mas apenas alterações de preços significativas e imprevisíveis (ou previsíveis,
porém de consequências incalculáveis), capazes de justificar a aplicação da teoria da
imprevisão. (TCU, Acórdão nº 1.064/2015 Plenário, Rel. Min. Augusto Nardes).
Em resposta, o DNIT revogou a IS/DG nº 02/2015 e elaborou a Instrução de
Serviço/DG nº 15 de 21 de julho de 2016, aplicável apenas em contratos anteriores a
2019. Já para os contratos assinados a partir de 2019, considerava-se a Instrução de
Serviço nº 10/DG/DNIT, de 16 de maio de 2019. Por fim, outros normativos surgiram
durante o ano de 2020 e 2021, sendo todos revogados pela Resolução/DNIT nº 13, de 02
de junho de 2021.

A referida resolução estabelece as seguintes denominações e fórmulas:


 REF – Reequilíbrio econômico-financeiro, realizado nas medições a partir
de janeiro de 2019, por um período de pelo menos quatro meses, sempre entre as datas de
reajuste do contrato. Nos casos em que o contrato for rescindido em prazo inferior a
quatro meses do mês de aniversário, o REF poderá ser aplicado por um período único
inferior aos quatro meses previstos. O cálculo do REF é feito pela empresa contratada
utilizando a seguinte fórmula:

Onde:
 ΔP = Variação do Preço Produtor calculada de forma geral pela razão entre
o preço produtor do mês da medição (PPMM) e o preço do produtor do mês da data-base
do contrato (PPDB). Nos casos em que a aquisição se tratar de uma emulsão, deve-se
considerar 75% da fórmula geral e 25% da razão entre o Índice Geral de Preços -
Disponibilidade Interna do mês da medição (IGPMM) e do mês da data-base do contrato
(IGPDB). Logo temos:

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 Fórmula geral:

 Fórmula para emulsão:

 PI = Valor medido à preços iniciais no mês “m”.


 R = Valor medido referente à parcela de reajustamento no mês “m”.
 R = Valor medido referente à parcela de reajustamento no mês “m”.
 m = Mês de análise do REF.
 Preço Produtor – preço médio ponderado semanal praticado pelos
produtores e importadores de derivados de petróleo, disponível no site da ANP. Adota-se
o preço do produtor por conter, segundo a ANP, “os preços médios praticados pelos
agentes econômicos de todos os segmentos do mercado”, reduzindo a diferença de
informações e contribuindo para a transparência. Para o cálculo do REF considera-se
“como preço produtor do mês de referência como sendo o preço produtor da semana que
contiver o dia quinze do mês anterior”, levando em conta o local de origem de aquisição
do insumo asfáltico ou nacional, caso não exista preço divulgado na semana que forma o
preço referencial. “O Preço Produtor de referência deverá ser obtido em função do insumo
adquirido e o produto que melhor o representa na tabela da ANP produtor”, conforme
especificações e regras de equivalência de tipo de aquisição com produto ANP
demonstrada na da tabela 2.

Tabela 2 Regras de equivalência


Tipo de Aquisição Produto ANP
CAP 30/45 Cimento Asfáltico de Petróleo 30 45
Demais CAPs, Asfaltos Modificados por Cimento Asfáltico de Petróleo 50 70
Polímero, Asfalto Borracha
Asfalto Diluído de Petróleo (CM-30) Asfalto Diluído de Petróleo de Cura Média 30
Emulsões em geral Cimento Asfáltico de Petróleo 50 70 *
Fonte: Resolução/DNIT nº 13, de 02 de junho de 2021

 ACP – Abertura do critério de pagamentos dos insumos asfálticos,


calculado pela contratada com o propósito de separar os insumos asfálticos quando estes
estão agregados aos seus respectivos serviços de pavimentação, determinando assim o
peso desse material. Não “se deve abrir critério de pagamento de serviços já medidos”,
devendo ser realizado “cálculo mensal da diferença dos valores financeiros de

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reajustamento aplicados em relação aos índices de reajustamentos que deveriam ter sido
aplicados”, neste caso admite-se o seu desmembramento.
 IF – Impacto financeiro quando for comprovadamente superior ao lucro
operacional referencial (LOR), será aceita proposta de reequilíbrio, dado através da
seguinte equação:

Caso IF > LOR → Contrato desequilibrado


Onde:
IF = impacto financeiro
m = mês
n = número de meses do período analisado
Im = Preço ANP do material betuminoso “n” no mês “m - 1”, minorado pelo
desconto obtido na contratação.
I0 = Preço contratual do material betuminoso “n” no último reajuste
𝐶𝐴𝑃𝑚/𝐴𝐷𝑃𝑚/𝑅𝑅𝑚/..= Quantidade medida do material betuminoso no mês “m”
Medição Totalm = Medição Total dos serviços (inclusa a aquisição de MB) no mês
“m”
LOR = Lucro operacional referencial é informado na composição do BDI. No caso
do BDI diferenciado, utilizado para materiais betuminoso, o percentual do LOR é de
5,11% sobre o preço de venda, conforme Acórdão TCU-Plenário nº 2.622/2013.

2.2.1.2.3 Jurisprudência aplicável a revisão de preço


Entre o conjunto de decisões estabelecido pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) que refletem a respeito do tema reequilíbrio, com finalidade de revisão de preço
destaca-se o Acórdão 167/2015 – Segunda Câmara (relator Raimundo Carreiro), Acórdão
3495/2012 – Plenário (relator Aroldo Cedraz), Acórdão 606/2008 – Segunda Câmara
(relator Benjamin Zymler), entre outros.
Quanto aos procedimentos a serem observados pela Administração,
principalmente referente à documentação que deve constar no processo de recomposição,
podemos destacar os relatórios apresentados pelo relator Augusto Nardes com o Acórdão
7/2007 - Primeira Câmara e pelo relator Vital do Rêgo com o Acórdão 1431/2017 –
Plenário e Acórdão 12460/2016 – Segunda Câmara.

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2.3 DADOS DO CONTRATO


Trata-se de um contrato celebrado em novembro de 2020 entre empresa privada
localizada em Manaus e órgão da Administração responsável por obras no Estado do
Amazonas. Foi licitado sob a lei 8.666 na modalidade concorrência em agosto do mesmo
ano. A proposta de preço apresentada tinha orçamento datado em abril de 2020, e adotou
para os serviços em geral os preços contidos na data-base de outubro de 2019 do Sistema
de Custos Referenciais de Obras (SICRO). Já para compor o preço de fornecimento de
massa asfáltica, foi utilizado o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (SINAPI) de janeiro de 2020. Por fim, os serviços de fornecimento de
insumos betuminosos como emulsão asfáltica tipo RR-1 e RR-2C, e asfalto diluído de
petróleo do tipo CM-30 foi utilizado os preços disponibilizados pela Agência Nacional
do Petróleo (ANP) de fevereiro de 2020. Os acontecimentos já citados, desde a elaboração
do orçamento, com a escolha dos preços de referências, apresentação da proposta, a
assinatura do contrato e ordem de serviço são ilustrados na linha do tempo do gráfico 1.

Gráfico 1: Linha do tempo da elaboração do orçamento a ordem de serviço

Em uma das cláusulas contratuais, prevê que os preços contratuais serão


reajustados após 12 (doze) meses, contados a partir da apresentação da proposta,
conforme Índice Nacional da Construção Civil (INCC), ou seja, a empresa só adquiriu o
direito do reajuste no mês de agosto de 2021, quando completada a periodicidade
determinada por lei.
A obra teve uma paralização de 112 dias, do dia 25/01/2021 a 17/05/2021,
cumprindo o decreto estadual de Nº 43.303, de 23 de janeiro de 2021, que instituiu a
restrição provisória da circulação de pessoas em espaços e vias públicas, em todos os
municípios do Estado do Amazonas, durante as 24 horas do dia, como medida para
enfrentamento ao coronavírus. Após o reinício, foram realizadas seis medições até o mês
de março de 2022, o que corresponde a quase 73% da execução.

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O objeto contratado compreende a infraestrutura viária de dois ramais localizados


na Região Metropolitana de Manaus (RMM), totalizando cerca de 20 km de extensão a
ser pavimentado com Concreto Asfáltico (CA).

3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para adquirir a curva ABC (metodologia que possibilita a avaliação da influência
de cada insumo no orçamento da obra) foi utilizado o software de orçamentos Orçafascio.
Foi criado um novo orçamento, inserido cada serviço com as suas quantidades contratadas
e no final gerado o relatório de Curva ABC de Insumos, onde se constatou que os insumos
do tipo material representam quase metade do valor global do contrato e podem ser
divididos em grupos asfálticos, agregados, aglomerantes e outros, conforme detalhado a
seguir e ilustrado no gráfico 2:

 Asfálticos, abrangendo 30,42% de CAP 50/70, 9,67% de CM-30 e 5,91%


de emulsões, que juntos representam 46% de todos os insumos do tipo material do
contrato;
 Agregados, representando 34%, sendo 24,90% composto por areias e
9,10% de britas;
 Aglomerantes, constituído por 6,26% de cal hidratada e 3,74% de Cimento
Portland, totalizando 10%;
 Outros, como óleo combustível, tinta de sinalização, aço, madeiras, etc.,
representando juntos 10%.

Gráfico 2: Grupo de material de maior impacto para o contrato

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Como se observa no gráfico 2, entre os grupos de insumos de material, os produtos


asfálticos são os mais representativos no orçamento do estudo de caso, logo podemos
constatar que qualquer variação, quer seja em sua quantidade ou em seu preço, trará um
impacto financeiro para o contrato.
Vale lembrar que o contrato deste estudo já possui seis medições até o momento,
sendo que apenas a 3ª, 4ª e 5ª medição tiveram insumos asfálticos medidos, logo, serão
realizados os cálculos de reequilíbrio econômico-financeiro (REF), com intuito de revisão
de preços, para esses insumos, através da Resolução/DNIT nº 13, de 02 de junho de 2021.
Esta resolução, que admite o cálculo de REF para insumos asfálticos já medidos, é
utilizada como base pelo órgão que administra os contratos da Região Metropolitana de
Manaus.

3.1 CÁLCULO PARA INSUMOS ASFÁLTICOS JÁ MEDIDOS


Utilizando o roteiro presente na Resolução/DNIT nº 13/21, porém considerando
para o cálculo da variação, ao invés da tabela ANP de preço do produtor, a tabela ANP
de preço do distribuir por região para as emulsões e CM-30 e tabela ANP de preço do
distribuidor por estado para o CAP 50/70, conforme orientação do órgão contratante.
Ainda para a variação, foi considerada a data-base de janeiro de 2020 para o CAP
e fevereiro de 2020 para o CM-30 e RR-1C. Enquanto para o mês anterior de cada
medição foi considerado o mês de junho de 2021 para a 3ª medição, julho de 2021 para a
4ª medição e setembro de 2021 para a 5ª medição.
O reajuste começou a ser aplicado a partir da 4ª medição, quando completou 1 ano
após a apresentação da proposta, sendo utilizado o INCC inicial de agosto de 2020 e o
índice de reajuste de agosto de 2021.
Através de todas essas informações, foi calculado o reequilíbrio econômico
financeiro para os insumos asfálticos da 3ª, 4ª e 5ª medição, resultando nas tabelas a
seguir:

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Tabela 3 Cálculo do REF para a 3ª medição


Insumo A B=(PI*(INCC) C=Ax(1- D E=D*C F= E-B
5,11/100)
Medição Reajustamento Medição PI ΔP (%) Reajust. total usando REF (R$)
PI (R$) da Medição sem lucro base distribuidor
(R$) (5,11%) (R$) (R$)
CAP 50/70 844.574,36 0,00 801.416,61 28,60 229.237,84 229.237,84
CM-30 248.480,50 0,00 235.783,15 10,10 23.807,06 23.807,06
RR-1C 33.929,60 0,00 32.195,80 16,16 5.203,13 5.203,13
Total REF para 3ª medição 258.248,03
Fonte: Adaptado da Resolução/DNIT nº 13/21

Tabela 4 Cálculo do REF para a 4ª medição


Insumo A B=(PI*(INCC) C=Ax(1- D E=D*C F= E-B
5,11/100)
Medição PI Reajustamento Medição PI ΔP (%) Reajust. total usando REF (R$)
(R$) da Medição sem lucro base distribuidor
(R$) (5,11%) (R$) (R$)
CAP 498.115,91 82.687,24 472.662,19 26,14 123.561,10 40.873,86
50/70
CM-30 146.542,20 24.326,00 139.053,89 30,46 42.356,22 18.030,22
RR-1C 19.982,40 3.317,07 18.961,30 22,29 4.227,40 910,33
RR-2C 0,00 0,00 0,00 20,96 0,00 0,00
Total REF para 4ª medição 59.814,41
Fonte: Adaptado da Resolução/DNIT nº 13/21

Tabela 5 Cálculo do REF para a 5ª medição


Insumo A B=(PI*(INCC) C=Ax(1- D E=D*C F= E-B
5,11/100)
Medição PI Reajustamento Medição PI ΔP (%) Reajust. total usando REF (R$)
(R$) da Medição sem lucro base distribuidor
(R$) (5,11%) (R$) (R$)
CAP 453.983,46 75.361,25 430.784,91 39,34 169.491,58 94.130,33
50/70
CM-30 131.878,55 21.891,83 125.139,56 40,29 50.418,82 28.526,99
RR-1C 18.216,00 3.023,85 17.285,16 23,46 4.055,43 1.031,58
RR-2C 147.228,75 24.439,97 139.705,36 26,75 37.376,97 12.937,00
Total REF para 5ª medição 136.625,90
Fonte: Adaptado da Resolução/DNIT nº 13/21

O somatório do reequilíbrio econômico-financeiro de cada medição é igual R$


454.688,34. Este valor foi requerido para Administração pela empresa como forma de
equilibrar o contrato e minimizar os prejuízos causados pelo desequilíbrio.

3.2 AVALIAÇÃO DO IMPACTO NO CONTRATO


Aplicando a equação do impacto financeiro (IF), sabendo que não houve desconto
na proposta inicial para insumos asfálticos e que o lucro operacional referencial (LOR)
considerado é 5,11%, temos que o IF das três medições analisadas é igual a 5,27% (tabela
6), ou seja, maior que o LOR, o que significa que houve desequilíbrio no contrato em
desfavor da contratada.

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Tabela 6 Cálculo do IF para as medições


MEDIÇÃO IMPACTO FINANCEIRO
3ª 10,33%
4ª 10,52%
5ª 2,18%
IF TOTAL 5,27%

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na busca de entender sobre o reequilíbrio econômico-financeiro, o presente
trabalho analisou um contrato na Região Metropolitana de Manaus a partir do qual
identificamos quais insumos causam onerosidade excessiva. Tal identificação se mostra
importante no sentido de possibilitar à empresa contratada submeter propostas de
reequilíbrio-econômico que estejam dentro das normas do órgão contratante, bem como
auxiliar agentes públicos na análise das solicitações de REF, uma vez que a falta de
conhecimento dos mesmos sobre as normativas vigentes leva ao indeferimento da
solicitação.
Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizamos a metodologia descritiva para
atender os objetivos específicos de explanar os aspectos conceituais e normativos
relacionados ao tema bem como análise dos documentos referente ao contrato, objeto
deste estudo. No tocante a coleta de dados do referido contrato desenvolveu-se um estudo
de caso explicitando, a partir de cálculos, o impacto econômico-financeiro dos insumos
asfálticos medidos na terceira, quarta e quinta medição, compondo, então, o aspecto quali-
qualitativo deste trabalho.
Faz-se necessário ressaltar que os dados referentes a contratada e contratante da
avença analisada foram mantidos em sigilo, posto que a relevância da análise descrita
neste trabalho está na identificação dos insumos asfálticos a fim de garantir que empresas
o utilizem como referencial para futuras solicitações de REF.
Quanto aos aspectos conceituais e normativos relacionados ao reequilíbrio
econômico-financeiro de contratos de obras públicas, verificou-se, portanto, que existem
várias jurisprudências sobre o tema, além de amparo legal e metodologia de órgão oficial
do governo federal. No entanto, cada órgão pode seguir sua própria metodologia. O REF
proposto para o contrato analisado nesta pesquisa, por exemplo, se baseou na resolução
do DNIT, porém adaptado às condições impostas pelo órgão contratante.
A planilha orçamentária do contrato analisado revelou que os insumos asfálticos
representam 46% do grupo de insumos do tipo material, que por sua vez reflete cerca de
50% de todo o valor orçado. Ou seja, o referido insumo tem alto grau de significância

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sendo um elemento que influencia determinantemente nos valores de contratos de obras


desta natureza.
Com relação ao contrato aqui analisado, observou-se que durante a execução da
obra o preço dos insumos asfálticos sofreu variação de 10% a 40%, levando a suspeita de
um contrato desequilibrado. A constatação só foi possível a partir do cálculo do REF e IF
realizado nas medições que apresentavam insumos asfálticos, destacando a terceira e
quarta medição, pois foram as que mais utilizaram os insumos betuminosos contribuindo
para maior impacto financeiro. No entanto, é importante pontuar, que a quinta medição,
apesar de ter uma variação maior de preço nos insumos, não contribuiu para o impacto
financeiro porque a quantidade medida não foi expressiva em comparação à terceira e
quarta medição.
Outro ponto a ser analisado é a tabela ANP utilizada na metodologia desenvolvida
pelo órgão responsável por contratos administrativos na RMM. Se fosse utilizada a tabela
ANP produtor, conforme orienta a resolução do DNIT, o impacto financeiro seria de
7,15% para as medições estudadas.
O desequilíbrio na terceira medição foi agravado pelo fato de o reajuste contratual
ocorrer apenas a partir da 4ª medição, uma vez que foi considerada como data marco a
data de apresentação da proposta, agosto de 2020, embora os preços de referências sejam
de outubro de 2019 a fevereiro de 2020. Além do orçamento desatualizado e uma data de
reajuste desfavorável para a contratada, sucedeu também durante esse período a pandemia
do novo coronavírus, fato imprevisível, que paralisou a obra em mais de cem dias,
elevando os preços de vários insumos, resultando em uma onerosidade excessiva para o
contrato.
O reequilíbrio econômico, portanto, se mostra como uma ferramenta importante
para manter justa a relação entre contratada e administração pública, mediante o
cumprimento dos acordos inicialmente pactuados, garantindo que nenhuma das partes
tenha vantagem sobre a outra. Assim sendo, faz-se necessário estender, em pesquisas
futuras, a avaliação de reequilíbrio econômico para outros tipos de insumos,
principalmente os do tipo equipamento, tendo em vista que a variação do preço do
combustível se tornou frequente diante do cenário econômico atual.

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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que me fortalece a cada dia para enfrentar as adversidades da vida,
me fazendo entender que todas as coisas cooperam para o meu bem.
À minha família, em especial à minha esposa, a grande incentivadora para retomar os
estudos, sem ela este trabalho não existiria. À minha irmã, por dispor um pouco do seu
concorrido tempo para revisão do texto.
Aos professores da Universidade Nilton Lins. Em especial ao professor Roberval, pelos
vários esclarecimentos sobre o curso da instituição, à professora Walzenira, pelas
orientações que ajudaram a desenvolver este trabalho e à professora Érika pelas correções
e sugestões.

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