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Profa.

Juliana Azoia Lukiantchuki

SANTA CLARITA – CALIFORNIA (USA)

Embora este tipo de fenômeno


geológico seja frequente, a União
Americana de Geofísica não consegue
ainda encontrar uma explicação clara
para a rapidez com que este se
desenvolveu (menos de 4 horas), a
enorme extensão da área abrangida e
especialmente o fato de não terem sido
visíveis sinais claros de instabilidade
dos taludes.

3 KM DE RODOVIA

1
SANTA CLARITA – CALIFORNIA (USA)

OURO PRETO– (MG) 2012

2
OURO PRETO– (MG) 2015

ANGRA DOS REIS – (RJ) 2008

3
SALVADOR– (BA)

POR QUE E QUANDO ESSSES ACIDENTES


ACONTECEM???

BR 470– SANTA CATARINA (SC) 2007


TÚNEL REBOUÇAS– (RJ) 2007

4
Estabilidade: Qualidade daquilo que é estável , solidez,
segurança (dicionário online)

RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

RUPTURA
mobilizada >  disponível

DEFINIÇÃO

TALUDE

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DEFINIÇÃO

TALUDE

COMPOSIÇÃO Crista ou Topo

Talude
i

Pé Superfície de
Ruptura

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TIPOS DE TALUDES

NATURAIS ARTIFICIAIS

C D

FM
E
RS

A B

FM  RS

7
“O movimento dos maciços de solo dependem
principalmente da sua resistência interna ao
escorregamento” (Terzaghi, 1925)
Redução da
resistência interna
ESCORREGAMENTO DOS
do solo
TALUDES
Acréscimo das
solicitações
externas

RASTEJO
V = 1 – 10 mm/ano

8
RASTEJO

ESCORREGAMENTO

9
ESCORREGAMENTO
CICATRIZ

DESMORONAMENTO

10
DESMORONAMENTO

As causas dos escorregamentos enumeradas por


Terzaghi, são classificadas em três categorias:

 Causas externas
 Causas internas
 Causas intermediárias

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CAUSAS EXTERNAS
Ações externas que alteram os estados de tensão no maciço

Aumento das tensões cisalhantes

 cisalhantes =  solo RUPTURA

INCLINAÇÃO SOBRECARGA

CAUSAS INTERNAS
Redução da resistência ao cisalhamento sem ocorrer
alteração do aspecto geométrico visível
Aumento da pressão intersticial
Decréscimo da coesão

CAUSAS INTERMEDIÁRIA

Liquefação espontânea
Erosão interna
Rebaixamento do nível d’água

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Superfície
de Ruptura
 d
= FS

 f
FATOR DE SEGURANÇA

 : Resistência ao Cisalhamento Disponível (Solo)


f

d: Resistência ao Cisalhamento Mobilizada (Superfície de


Ruptura)

FS = 1.0 Ruptura Iminente FS = 1.5 Aceitável

EQUILÍBRIO LIMITE
a) Existência de uma linha de escorregamento de forma
conhecida (plana, circular, espiral-log ou mista), que
delimita acima dela a porção instável do maciço.

b) Ao longo da linha de escorregamento admite-se o


critério de resistência de Mohr-Coulomb.

Obs: Nesta abordagem não se considera a relação tensão-deformação do


solo

13
GUARULHOS (SP)

GUARULHOS (SP)

14
GUARULHOS (SP)

GUARULHOS (SP)

15
GUARULHOS (SP)

GUARULHOS (SP)

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Profa. Juliana Azoia Lukiantchuki

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Os metodos que serao estudados se baseiam na abordagem do
Equilibrio Limite e foram desenvolvidos para analises em 2D.

Equilibrio Limite: O metodo consiste na determinacao do equilibrio de uma


massa ativa de solo, a qual pode ser delimitada por uma superficie de
ruptura circular, poligonal ou de outra geometria qualquer.

O metodo assume que a ruptura ocorre ao longo de uma superficie e que


todos os elementos ao longo dessa superficie atingem simultaneamente a
mesma condicao de FS=1

Independente do mecanismo de ruptura, em solos coesivos é


comum a formacao de trincas de tração na superficie do terreno
antes do escorregamento.

Quando ocorre a formação de trincas, a superficie potencial de


ruptura na região da trinca deixa de contribuir para a estabilidade
global.

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“O termo talude infinito é utilizado para designar um talude
constante com extensão ilimitada que possui condições e
propriedades do solo constantes em qualquer dada distância
abaixo da superfície do talude” (Taylor, 1948)

“Taludes infinitos consistem em taludes de encostas naturais que


se caracterizam pela sua grande extensão, centenas de metros, e
pela reduzida espessura do manto de solo, de alguns metros. A
ruptura quando ocorre é do tipo planar, com linha crítica situada
na interface entre duas camadas com características físicas
distintas” (Massad, 2003)

‡ Superfície plana de ruptura em talude de grande extensão

circular
‘talude infinito’
planar

 escorregamentos translacionais ao longo de taludes de inclinação uniforme;


 pequena cobertura de solo em relação à extensão da massa potencialmente
instável;
 superfície de ruptura (e linhas de fluxo, no caso de percolação)
admitida como sendo paralela à superfície do terreno;
 movimento de corpo rígido.

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L
d

a
F
W
Na
β B
F Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R

Talude infinito: Quando a relação entre a extensão e a espessura é


muito grande.

A superfície potencial de ruptura é paralela à superfície do terreno.

L
d

a W = ×H×L
F
W
Na
β B
F Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R

Componente normal ao plano AB – Na = W×cosβ ∴ Na = ×H×L×cosβ


Componente paralela ao plano AB – Ta = W×senβ ∴ Ta = ×H×L×senβ

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L
d
a W = ×H×L
F
W
Na
β B
F Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R

Tensão normal na base do elemento


 = Na/área ∴  = ×H×cos²β
Tensão cisalhante na base do elemento
 = Ta/área ∴  = ×H×cosβ×senβ

L
d
a W = ×H×L
F
W
Na
β B
F Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R
A reação R à força peso é uma força de mesmo módulo e direção oposta.
As componentes normal e tangencial à força R, em relação ao plano AB
são:
Nr = R×cosβ ∴ Nr = W×cosβ
Tr = R×senβ ∴ Tr = W×senβ

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L
d
a W = ×H×L
F
W
Na
β B
F Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R
No equilíbrio, a tensão cisalhante resistente (r) é igual à tensão de cisalhamento
mobilizada (d) na base do elemento.
d = Tr/Área ∴ d = ×H×senβ×cosβ
Esta mesma tensão também pode ser colocada da seguinte forma:
d = cd +(×H×cos²β)×tgd

Igualando-se as duas equações, temos:

 d   H sin  cos   c d   H cos 2  tan  d

ou
cd
 sin  cos   cos 2  tan  d  cos 2  (tan   tan  d )
 H

Pela definição de fator de segurança, tem-se:

tan  c
tan d  e cd 
FS FS

c tan 
FS  
 H cos 2  tan  tan 

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO:
Para o talude mostrado na Figura abaixo, determinar:
a) Determinar o fator de segurança (FS), contra o escorregamento na superfície da rocha,
quando H= 8m e β = 20°
b) Quando β = 30° determinar a altura (H) quando o fator de segurança for igual a 1

c = 18 kN/m²
 = 25°
 = 19 kN/m³

H
Rocha

L
d

a
Direção do Fluxo
W
Na
β B
Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R

A direção do fluxo é paralela à superfície do terreno


O nível d’água é paralelo à superfície do terreno
A resistência ao cisalhamento do solo é dada por:
 = c + ’tg

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L
d
W = sat×H×L
a
Direção do Fluxo
W
Na
β B
Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R

Componente normal ao plano AB – Na = W×cosβ ∴ Na = sat×H×L×cosβ


Componente paralela ao plano AB – Ta = W×senβ ∴ Ta = sat×H×L×sinβ

L
d
W = sat×H×L
a
Direção do Fluxo
W
Na
β B
Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R
A reação R à força peso é uma força de mesmo módulo e direção oposta.
As componentes normal e tangencial à força R, em relação ao plano AB
são:
Nr = R×cosβ ∴ Nr = sat×L×H×cosβ
Tr = R×senβ ∴ Tr = sat×L×H×sinβ

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L
d
W = sat×H×L
a
Direção do Fluxo
W
Na
β B
Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R
A tensão normal () e a tensão cisalhante () na base do elemento podem
ser representadas por:
Nr Tr
   sat H cos 2      sat H cos  sin 
 L   L 
   
 cos    cos  

L
d
W = sat×H×L
a
Direção do Fluxo
W
Na
β B
Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R
A tensão de cisalhamento mobilizada (d) na base do elemento é dada
por:
 d  c d   ' tan  d  c d  (  u ) tan  d

Pressão neutra
u=w×H×cos²β

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A
B
z hw 
 mz
mz 
NT

NA
D
(Fluxo paralelo a NT)
C
(, ’, , u)

SR

h w  mzcos 2β  u  γ w h w  γ w mzcos 2β

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L
d
W = sat×H×L
a
Direção do Fluxo
W
Na
β B
Ta
H c
Tr
β
b

A Nr
R

Resolvendo de maneira análoga ao 1° caso, obtém-se:

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO:
Um talude muito longo deve ser construído em um solo de peso específico de 19 kN/m³,
cujos parâmetros de resistência ao cisalhamento são c’=0 e ’=36. Um estrato firme
encontra-se abaixo do talude. Admite-se que o lençol freático pode se elevar
ocasionalmente até a superfície, com a percolação ocorrendo no sentido paralelo ao
talude.
a) Determinar o ângulo máximo do talude para assegurar um fator de segurança igual a
1.5, admitindo-se uma superfície potencial de ruptura paralela ao talude.
b) Qual seria o fator de segurança do talude, com essa declividade, se o lençol freático
estivesse muito abaixo da superfície?

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Talude finito é um talude em que a altura, a base e o topo
são definidos. Neste tipo de talude o plano de
deslizamento não é paralelo à superfície do terreno.
Nesta categoria enquadram-se os taludes de pedreiras,
estradas de rodagem, vias férreas, barragens, etc.

A ruptura e as condições de água de taludes consideradas nessa


análise são definidas com as seguintes condições e geometrias
básicas:
 Taludes sem fenda de tração;
 Taludes com fenda de tração posicionada no topo;
 Taludes onde a altura do lençol freático é desconhecida;
 Talude com fenda de tração inclinada;
 Talude com fluxo d´água subterrâneo desconhecido;
 Talude drenado ou seco, mas com fendas de tração;
 Talude com presença de água somente na fenda de tração;
 Talude saturado com intensa recarga;
 Talude com reforço de tirante;
 Talude afetado por força sísmica;
 Talude com vegetação;
 Dentre outras situações

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As superfícies de ruptura, denominadas planares, são
características de encostas que apresentam algum plano
de fraqueza ou materiais com contrastes significativos na
resistência ao cisalhamento.

O método considera uma


superfície de ruptura plana
passando pelo pé do talude

A cunha assim definida é analisada quanto a estabilidade como se


fosse um corpo rígido que desliza ao longo desta superfície.

29
O método é utilizado para a
análise de taludes íngremes

Considera-se a superfície
plana de ruptura

Analisa-se o equilíbrio de uma


cunha de solo situada acima da
superfície de escorregamento, O plano crítico de
considerando-a como um corpo escorregamento será aquele
rígido que apresentar o menor fator
de segurança

A inclinação do plano não é paralela à superfície do terreno e a


solução é obtida resolvendo-se o equilíbrio de forças atuantes na
cunha.

 Equilíbrio da cunha de
solo acima da superfície de
escorregamento

 O plano crítico é aquele


que apresenta o menor
valor de FS

30
O método de Culmann está baseado na hipótese de que a ruptura
ocorre ao longo de um plano que passa pelo pé do talude, quando a
tensão de cisalhamento média neste plano é maior que a resistência
ao cisalhamento do solo.

Forças que atuam na cunha

Peso da cunha ABC (W)

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Forças que atuam na cunha

 Componentes normal e tangencial de


W, em relação ao plano AC:

 componente normal

Na = W cos 

 componente tangencial

Ta = W sin 

Forças que atuam na cunha


 As tensões normal () e tangencial ()
médias no plano AC são:

32
Forças que atuam na cunha
 A tensão de cisalhamento
mobilizada média no plano AC é:

ou

O plano onde ocorrerá a máxima tensão de cisalhamento


será aquele definido por um plano de inclinação , que
necessitará da máxima coesão mobilizada!!!

 A superfície crítica é determinada derivando-se


cd em relação a  e igualando a zero:

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 A expressão anterior pode ser
colocada na forma:

onde
m = número de estabilidade

m é adimensional e quanto menor o seu valor mais


crítica será a superfície de escorregamento.

 Com base na equação

pode-se tabelar valores de 1/m


para vários valores de  e d

34
 A máxima altura de um talude, para o qual a condição de equilíbrio
crítico ocorre é determinada fazendo-se cd = c e d = , resultando:

 Quando existe percolação de água, obtém-se o valor da


resultante de pressão neutra ao longo da superfície de ruptura
e verifica-se o FS

 Calcula-se FS para diversas inclinações, até obter-se o FS


mínimo

A superficie de cisalhamento circular e muito mais comum


quanto maior a homogeneidade da massa de solo.
Nas estruturas de aterro, em que são construídos com solo
relativamente homogêneo, de camada em camada, quando
rompidos a superfície se aproxima muito de um círculo.

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Outra característica observada em escorregamento das
massas de solo é o fato de se ter na parte superior da cunha
escorregada (próximo a crista), um plano vertical até uma
determinada profundidade.
Estes planos são aproximadamente coincidentes com a
profundidade das trincas de tração (fendas) que são abertas
na zona de tração do solo devido ao estado ativo de
tensões que se desenvolve na massa de solo.

Desmoronamento após o aparecimento de trincas de tração abertas


no plano superior ao talude (Santos Dumont, MG)

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Normalmente os taludes são constituídos por vários tipos de
solo com características diferentes. Assim a determinação
dos esforços atuantes na superfície de ruptura torna-se
complexa. Neste contexto, para superar essa dificuldade,
divide-se a massa de solo potencialmente deslizante em
lamelas ou fatias.

O método das lamelas/fatias são os mais aplicados a problemas


práticos, principalmente por sua flexibilidade, em analisar
problemas com diversas camadas de solo com propriedades
diferentes, variação da resistência em uma mesma camada,
diferentes configurações de pressão neutra, diversas formas de
superfície de ruptura.

37
A superfície de ruptura pode apresentar uma forma
qualquer. Entretanto, os métodos de análises mais utilizados
assumem que a superfície de ruptura seja circular.

Para uma dada fatia genérica os esforços que atuam são:

W: Peso total da fatia;


N: Força normal na base da fatia (N= bo), que possui duas componentes;
N’: força normal efetiva (N’= bo), U: força devido a pressão neutra (U= ubo)
onde u é a pressão neutra no centro da base da fatia e bo é o comprimento da
base;
T: força cisalhante na base da fatia (T=i bo), onde i é a tensão cisalhante na
base da fatia;
Xi; Xi+1: componente vertical da força lateral;
Ei; Ei+1: componente horizontal da força lateral;

38
O fator de segurança é definido como a razão entre a
tensão cisalhante de ruptura e a tensão cisalhante
atuante na base de cada fatia

OBS: A maioria dos métodos das fatias admite o fator de


segurança como constante ao longo da superfície de ruptura. Isto
implica em considerar um valor de fator de segurança
representativo da segurança de toda a superfície, ou seja, o valor
do fator de segurança deve funcionar como uma média. A divisão
do maciço em fatias é apenas para facilitar o processo de
integração numérica.

Para determinar o fator de segurança utilizam-se os


fundamentos da estática, ou seja, o equilíbrio de forças nas
duas direções e o equilíbrio de momentos, além do critério de
Mohr-Coulomb

Vários autores propuseram soluções para este


problema adotando hipóteses simplificadoras
diferentes, resultando em diferentes métodos de
análises.

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● O método admite que a força entre as fatias são iguais e
opostas, ou seja, os esforços interfatias são desprezados;

● O fator de segurança é determinado diretamente pelo


equilíbrio de momentos em torno do centro geométrico do
círculo estudado;

● O equilíbrio de forças não é garantido

O fator de segurança é determinado através da


relação entre os momentos resistentes e atuantes:

A determinação do coeficiente de segurança é feita por tentativas,


pesquisando-se uma série de círculos, com diferentes centros. Para cada
centro, deve-se também calcular os coeficientes de segurança para diferentes
raios. A pesquisa do centro do círculo que representa o coeficiente de
segurança mínimo é feita considerando uma malha de pontos equidistantes,
que permitem o traçado de isolinhas de igual coeficiente de segurança, em
torno do valor mínimo.

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O método proposto por BISHOP (1955), conhecido como método de
Bishop simplificado, admite, para uma superfície circular, que não
existem esforços cisalhantes interfatias (X), somente esforços normais
(E). O fator de segurança é determinado tomando-se o somatório de
momentos, em torno do centro geométrico do círculo estudado, e
garantindo que este somatório seja igual a zero. O método garante
ainda o equilíbrio de forças na vertical.

As análises são feitas atribuindo-se inicialmente um valor arbitrário a FS para o cálculo


de Ma, o que vai resultar em um valor calculado de FS, geralmente diferente do
arbitrado. Com este novo valor calcula-se M e assim procede-se sucessivamente até
obter-se o valor final de FS igual ao arbitrado. Como uma primeira estimativa do valor
de FS, é comum adotar-se o valor obtido pelo método de Fellenius.

 Muito utilizados atualmente


 Parâmetros do solo; Método de cálculo
 Taludes com diferentes geometrias
 Diferentes materiais envolvidos
 Baseados no métodos dos elementos finitos

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