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COMPARATIVO ENTRE PLANEJAMENTO PREVISTO E EXECUTADO DO


HOSPITAL GERAL DE RORAIMA – GRANDE TRAUMA

COMPARISON BETWEEN PLANNED AND EXECUTED PLANNING OF THE GENERAL HOSPITAL OF


RORAIMA – GRANDE TRAUMA
Celson Roberto Carvalho Meireles 1
Flaider Alves Pimentel 2
RESUMO

O referido trabalho tem como estudo de caso a função de comparar o planejamento previsto e
o orçamento executado da obra de ampliação do Grande Trauma do Hospital Geral de
Roraima na cidade de Boa Vista. Em virtude dos processos orçamentários para a execução de
obra pública justifica-se a realização deste com intuito de dirimir diferenças encontradas entre
estes. O objetivo principal é mostrar as diferenças desta obra por meio do que foi planejado e
executado em um determinado período usando uma metodologia qualitativa e descritiva. A
partir deste, determinou-se os indicadores que contribuirão para soluções das divergências
encontradas na análise e posterior sugestão de trabalhos futuros. Os principais resultados deste
se baseia na diferença encontrada entre as medições e pagamento de faturas descritas no
planejamento bem como, as reprogramações no primeiro termo de reajuste como ponto de
partida. Conclui-se que a formalização de uma lista de verificações atenuará a diferença das
informações descritas no plano de projeto e execução, norteará a administração pública na
checagem do seu cronograma e dará suporte a contratada em juntar peças em tempo hábil na
formalização de reajuste.

Palavras-chave: Comparativo; Planejamento; Orçamento.

ABSTRACT

This work has as a case study the function of comparing the planned and the executed budget
of the expansion work of the Great Trauma of the General Hospital of Roraima in the city of
Boa Vista. Due to the budget processes for the execution of public works, this study is justified
in order to solve the differences found between them. The main objective is to show the
differences of this work through what was planned and executed in a certain period using a
qualitative and descriptive methodology. From this, indicators were determined that will
contribute to solutions for the divergences found in the analysis and subsequent suggestions for
future work. The main results are based on the difference found between the measurements
and payment of invoices described in the planning as well as the rescheduling in the first
readjustment term as a starting point. It is concluded that the formalization of a checklist will
reduce the difference in the information described in the project plan and execution, will guide
the public administration in checking its schedule and will support the contractor in joining
parts in a timely manner in the readjustment formalization.

Keywords: Comparison; Planned; Budget.

_______________________
1
Graduando do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Estácio da Amazônia,
celsius.meireles@gmail.com.
2
Mestre em Recursos Naturais, Universidade Federal de Roraima. Professor do Curso de Engenharia Civil do
Centro Universitário Estácio da Amazônia, flaider.pimentel@hotmail.com.
4

INTRODUÇÃO

As obras públicas no Brasil tiveram nos últimos anos, significativas mudanças quanto
ao emprego dos recursos públicos. Muitos métodos de contração surgiram para atenuar de
forma precisa os impactos gerados pelo mau dimensionamento e gerenciamento dos
orçamentos e das etapas do sistema de obras.
O comparativo entre planejamento previsto e executado de obra, refere-se exatamente
ao denominado orçamento e cronograma físico-financeiro. O setor de construção civil é
conhecido por ter uma baixa produtividade de serviço e um alto índice de desperdício de
materiais se comparado a outros ramos industriais. Nesse caso o grande desafio que a gestão
pública tem é encontrar dentro de seu escopo uma ferramenta que possa conduzir
minuciosamente todo o processo de execução de uma obra em vista do que foi planejado, para
que seu resultado seja similar ao projetado em orçamento. E é nesse aspecto que estudaremos
as comparações entre a idealização e o real.
Nessa síntese, o proposto de um estudo de caso sobre o tema em questão, poderia
contribuir para minimizar os impactos gerados pelas discrepâncias encontradas na
comparação dos dados descritos, uma vez que essa análise pode demostrar de modo detalhado
e conciso o que realmente ocorre nos processos de contratação em âmbito público.
Embasando-se na relevância de abordar o tema em questão e a eficácia de produzir
uma réplica orçamentária da elaboração que foi prevista para a execução de uma obra, fica a
ciência de que possa haver questões a sofrer anomalias resultantes até mesmo de alguma
particularidade incomum.
O objetivo principal desse projeto é realizar uma análise comparativa entre as peças
que compõe o planejamento previsto e o executado da obra de construção do Grande Trauma
do Hospital Geral de Roraima. Como objetivos específicos pode-se citar: (a) Verificar qual
tipo de planejamento para a execução da obra; (b) Especificar as peças utilizadas para o
planejamento; (c) Detalhar as etapas do cronograma previsto e executado; (d) Comparar
orçamentos realizados no plano da obra com o período de execução.
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REFERENCIAL TEÓRICO

Conceitos de planejamento e orçamento

Planejar é essencial, é o ponto de partida para uma gestão eficiente e eficaz, pois é
através dele que se medirá a boa ou má qualidade da administração pública, refletindo
diretamente no bem-estar da sociedade (XEREZ, 2013).
Os instrumentos de planejamento público instituídos pela Lei de Responsabilidade
Fiscal colaboram para a gestão e a transparência das ações governamentais, em especial
aquelas ligadas aos investimentos em obras e serviços (FERREIRA et.al, 2017).
“O orçamento é um programa de custeios, investimentos, inversões, transparências e
receitas, propostos pelo Poder Executivo para um período financeiro, e aprovado pelo
Legislativo”. (ANGÉLICO, 2014).
O planejamento e o controle de produção na indústria da construção civil são
extremamente importantes por ser considerado um processo que resulta num conjunto de
ações necessárias que evita a baixa produtividade (TRINDADE, 2018).
A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu art.165, instituiu como mecanismos
de planejamento as seguintes Leis: Plano Plurianual, Lei das Diretrizes Orçamentárias e Lei
Orçamentária Anual. Esses dispositivos servem de base para elaboração e execução do
Orçamento Público.
Considerava-se como primeiro dispositivo de planejamento de longo prazo a Lei
4.320, de 17 de março de 1964, no seu art. 23, que compreendia que a receita e a despesas de
capital eram aprovados por decreto do Poder Executivo, com um período mínimo de 3 anos e
era ajustado anualmente.
As obras públicas realizadas através de licitações geralmente estão alinhadas com
notícias sobre a má qualidade do serviço pactuado e muito disso está na decorrência da
contratação através do menor preço, o que em grande parte, faz com que o setor público
realize o aditamento dos contratos durante a execução das obras, assim, elevando o gasto com
a obra licitada (PEDROSO; FOGAÇA, 2019).
Em toda tarefa que o ser humano pense em desenvolver, em especial aquelas que
exigem um nível maior de dificuldade e perfeição é preciso ter um planejamento, pois é
através do referidos que são evitadas falhas futuras que possam ocorrer na execução das
atividades. (ALMEIDA, 2019).
O orçamento é peça essencial no planejamento e programação de uma obra, a partir
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dele é possível fazer a análise da viabilidade econômico-financeira do empreendimento, o


levantamento dos materiais e serviços, o levantamento do número de operários para cada
etapa de serviços, o cronograma físico-financeiro, o acompanhamento sistemático da
aplicação da mão de obra e materiais para cada etapa de serviço, entre outras (SAMPAIO,
2005).
Ainda Segundo (SAMPAIO, 2005), o orçamento se divide em estimativa de custo que
é realizada na etapa de estudo preliminar do projeto, orçamento preliminar que é a avaliação
de custo obtida através de levantamento e estimativa de quantidade de materiais e de serviços
e pesquisa de preços médios, efetuada na fase de anteprojeto, orçamento analítico ou
detalhado sendo a avaliação de custo obtida através de levantamento de quantidades de
materiais e de serviços e da composição de preços unitários, efetuada na etapa de projeto
executivo.
O orçamento público é considerado o instrumento fundamental das finanças públicas e
tem como características traduzir os projetos e programas de governo, bem como as políticas
financeiras, econômicas e sociais adotadas pelo chefe do Poder Executivo. É nele que está
discriminado a origem e a estimativa do montante dos recursos a serem obtidos e das despesas
que pretende realizar, com clareza e responsabilidade de uma forma planejada e integrada
para atender as necessidades públicas, quer seja para manutenção das suas atividades, quer
seja para a execução de seus projetos (XEREZ, 2013).
Segundo (ARAUJO, 2016) orçamento e orçamentação não são sinônimos. Enquanto o
orçamento é o produto, a orçamentação é o processo de determinação deste.
Num regime competitivo como em que vivemos na atualidade, se não tivermos um
conhecimento adequado e suficiente na forma de calcular o orçamento ou os honorários,
corremos o risco de darmos preços excessivamente elevados e fora da realidade do mercado e,
portanto, deixarmos de contratar com o cliente, ou darmos um preço insuficiente para cobrir
os custos incidentes e ter grandes prejuízos, podendo até acarretar o encerramento das
atividades (TISAKA, 2006).
A elaboração de um orçamento, segundo (CORDEIRO, 2007), necessita de
planejamento que compreende as possibilidades e limitações técnicas, além do cálculo dos
custos de uma série de tarefas sucessivas e ordenadas, através de informações obtidas que
direciona o desenvolvimento do orçamento. Ao estudar determinado projeto, o orçamento é
uma das primeiras informações que o empreendedor deseja conhecer.
A execução de um empreendimento público é um evento dependente de diversas
etapas, que tem início muito antes da licitação propriamente dita e se embasam em processos
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fundamentais para garantir o sucesso da obra. Cumprir ordenadamente o processo leva à


obtenção de um conjunto de informações precisas que desencadearam em um risco menor de
prejuízos à administração. A Figura 1 apresenta o fluxograma que visa demonstrar, em ordem
sequencial, as etapas que devem ser obedecidas para a correta execução de um
empreendimento público (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2014).

Figura 1 – Fluxograma de procedimentos

Fonte: Tribunal de Contas da União, 2014

Segundo (ARAÚJO, 2016), as principais metodologias para o orçamento são:


paramétrico, estimativo, básico e executivo. E na elaboração de um orçamento para a
concorrência deve-se verificar as condições de obra tais como: canteiro de obras, logística de
transporte e equipamentos, infraestrutura existente, tipo de terreno, dentre outras. Estes
aspectos técnicos impactam significativamente com o custo da obra.
Para se ter um levantamento coerente dos serviços a ser executado não corresponde em
renunciar a ferramentas de mensuração adequada que condizem com a realidade aplicada. Vez
por outra esses equipamentos que são utilizados para procedimentos de medidas precisam
sofrer ajustes para um bom desempenho dos serviços de engenharia e suas verificações. Cabe
salientar que há normas que padronizam também os procedimentos de medidas nas obras de
construção civil, ou seja, correlacionam um parâmetro a ser seguido que deve ser considerado
para a efetividade da capacidade de implementar o que dantes fora orçado. A Figura 2 mostra
um fluxo de orçamento padrão de obras.
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Figura 2: Fluxograma de um orçamento para a realização de obras e serviços de engenharia.

Fonte: Autoria própria (2022).

Dentro da análise dos dados de orçamento analisou-se também a incidência de fatores


de erros de arredondamento de valores, que muitas vezes para a administração pública
configura atraso no andamento dos processos por apresentarem discrepâncias entre os dados
listados. Essa análise identifica por vez não passar de procedimentos corriqueiros os quais já
de antemão consegue ser sanados com mais facilidade e clareza. Esses tipos de erros de
arredondamentos ainda também são muito verificados em pagamentos de faturas, quando as
notas fiscais ocorrem nesta mesma conduta.

Análise dos conceitos de método comparativo

Diante da importância do setor de Arquitetura, Engenharia e Construção – AEC para a


economia brasileira, é fundamental a apresentação e discussão da maneira como os custos são
calculados. Nesse âmbito, vale destaque a maneira como a composição de custos é estimada
por profissionais da área em questão (CARDOSO et al., 2020).
Segundo orientação do TCU ( BRASIL, 2014), para fazer o orçamento de uma obra
pública deve-se primeiramente analisar criteriosamente o projeto, relacionar e quantificar
todos os serviços necessários a execução da obra, especificando suas respectivas unidades de
medida, atentando-se para o critério de medição e pagamento. Posteriormente recomenda-se
calcular os custos unitários de cada serviço, utilizando como sistemas referenciais de custos o
SICRO (Sistema de Custos Rodoviários) e o SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil). Feito isso, orienta-se apurar o valor do BDI, para então
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definir o preço final.


Segundo Fachin (2001) o método comparativo se consiste em investigar coisas ou
fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Permite análise de dados
concretos e a dedução de semelhanças e divergências de elementos constantes, abstratos e
gerais, propiciando investigações de carater indireto. Esta pesquisa caracteriza-se como
quantitativa, pois, ainda segundo Fachin (2001), uma pesquisa classifica-se como quantitativa
quando apresenta uma característica de atribuição de números a determinadas propriedades.
Sendo assim o presente estudo foi desenvolvido através de dados numéricos obtidos de dois
documentos que apontam a quantidade de cada serviço, com as quais foram elaborados os
orçamentos e os planejamentos.
Para os métodos de comparação empregados na análise dos dados a seguir podemos
considerar e destacar como análise dos dados os levantamentos feitos em projeto básico e os
feitos em planilhas de composição de custo como mostrado em planilha SINAPI (Figura 3).
Esses dois arquivos norteiam a programação de execução de obra considerando o tempo de
execução para determinado serviço, certificando-se que haja a observância dos prazos de
execução a serem cumpridos. Essa etapa é elementar para a capacidade instrutiva de
elaboração de tempo e execução da obra provida de planejamento orçamentário.

Figura 3 – Planilha SINAPI de composição de custo.


PCI.818.01 - CUSTOS DE COMPOSIÇÕES ANALÍTICO
DATA DE RT: 17/10/2022
DATA DE EMISSÃO:18/10/2022 01:35:56

ENCARGOS SOCIAIS DESONERADOS: 86,71%(HORA) 47,91%(MÊS)

ABRANGÊNCIA: NACIONAL
REFERÊNCIA DE COLETA: MEDIANO

DATA REFERÊNCIA TECNICA:17/10/2022 LOCALIDADE : BOA VISTA

DATA DE PREÇO: 09/2022


Fonte: Autoria própria (2022).
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METODOLOGIA

O presente artigo consiste num estudo de caso de uma comparação entre o


planejamento previsto e o executado da obra de ampliação do Grande Trauma do Hospital
Geral de Roraima localizada na cidade de Boa Vista, estado de Roraima (figura 4). A obra
tem duração de 240 dias para ser executada conforme cronograma de previsão de obra.

Figura 4 – Foto do Grande Trauma: (a) início da obra; (b) término.

(a) (b)
Fonte: Saúde (2019).

A metodologia dessa pesquisa caracteriza-se como exploratória, empregando


diversas referências (livros, artigos científicos, monografias, normas) sobre o assunto;
descritiva, pois, abrange visitas in loco na obra do Grande Trauma onde definiremos
visualmente conclusões das etapas e também de relatório fotográfico dessas; e explicativa,
que vislumbra estudar os dados coletados, medir discrepâncias entre os valores encontrados e
verificar soluções para esta.
A etapa inicial do trabalho consiste no levantamento bibliográfico para haver
conhecimento das definições relativas ao planejamento de obras públicas, orçamento e estudo
comparativo de planilhas do cronograma físico-financeiro.
In loco, foi realizada visita à obra já concluída e feito registro fotográfico de modo a
detalhar quais serviços no do escopo de análise estão sendo considerados por este trabalho
como mostra abaixo.
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ANÁLISE DOS RESULTADOS

Tipo de planejamento e especificação das peças

Conforme análise das planilhas elaboradas no período compreendente de agosto de


2019 a fevereiro de 2022 detectou-se que o tipo de planejamento utilizado para a construção
dessa obra foi o estratégico administrativo em decorrência da modalidade da contratação e da
complexidade da obra, em virtude deste ser de grande ênfase para a sociedade.
O Governo de Roraima inaugurou no do dia 27 de agosto de 2021 a reforma do
Pronto Socorro Francisco Elesbão, situado no complexo do HGR (Hospital Geral de
Roraima). A obra de ampliação e revitalização custou R$4,2 milhões aos cofres públicos,
sendo R$ 2,7 milhões de emenda parlamentar e R$1,5 milhão de recursos próprios do governo
de Roraima. (FOLHAWEB, 2021)
Diante desta análise e das comparações entre as planilhas orçamentárias de todo o
processo, está relacionado a complexidade da obra, porte e instrumentos legais necessários a
construção de hospitais.
Uma alternativa técnica para a escolha do planejamento se encontra na parte
administrativa do empreendimento e considera-se toda a formalização do processo como parte
da obra. Essa formalização norteou o processo de execução a administração estratégica, visto
que era necessário traçar metas e detalhar planos nesse empreendimento afim de planificar
todo esse procedimento dentro de um cronograma bem definido.
Tomando por base o período em que o processo administrativo foi executado vê se
também que um fator preponderante da obra que acarretou grandes reajustes contratuais em
questão foi a pandemia da Covid-19, onde não somente afetou os procedimentos do
planejamento administrativo de obra como também toda a cadeia orçamentária de execução.
Estimando e marcando o período pela escassez de material e também pelo atraso da entrega
desses quando proveniente de fora do estado de Roraima. Esse caso fortuito também relaciona
aos acréscimos dos preços de insumos utilizados para a execução da obra, gerando uma
readequação, ou seja, uma reprogramação periódica de ajuste no orçamento e cronograma
físico-financeiro ocasionando uma alta de preços com forte intensidade, gerando uma
readequação, ou seja, reajuste no orçamento financeiro antes previsto para a situação em
execução.
Outra situação que muito encontrada e abrangeu atenção nesse processo foram as fases
do procedimento administrativo usado, quando incorreram as medições e atesto dos serviços
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executados viu-se que mesmo com os atrasos de materiais e o aumento dos insumos
referenciados pela composição de custo unitário a detentora do empreendimento não teve em
seu cronograma de aporte financeiro a escassez de recurso, o que não ocorreu na execução do
serviço como mostra o gráfico de medição.

Figura 5 – Gráfico de medição.

Medição x programação do cronograma físico financeiro


120.000%
100.000%
80.000%
60.000%
40.000%
20.000%
0.000%
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Si

MEDIÇÃO 9 REPROGRAMAÇÃO
Fonte: Autoria própria (2022).

Cronograma previsto para a obra

A previsão de obra estava estimada em 8 meses tendo seu início conforme, previsão
orçamentária (Figura 6) no mês de agosto de 2019 e com término para o mês de março de
2020. As etapas de serviços discriminadas no relatório resumo da Caixa Econômica Federal
(Figura 7) mostram as serviços conforme análise de dados e tem como característica
predominante a execução de mais de 57% dos serviços preliminares. Neste fato nota-se que
mesmo em decorrência do período em questão ser de pandemia da Covid-19, a empresa
manteve o seu cronograma no prazo até a etapa dos serviços iniciais. Outra análise em
questão ao prazo estipulado é o período de chuvas que incorrem entre os meses de maio e
agosto e o período seco de setembro a abril no Estado de Roraima (MAGALHÃES, 2020),
pois, se trata de um fator a ser considerado dentro do boletim diário de obra. Este fato, no
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entanto, não obteve respaldo, mediante o cronograma físico de obra está alinhado juntamente
com o período de estiagem no Estado de Roraima.

Figura 6 – Previsão orçamentária e reprogramação.


Valor Inicial do Contrato R$ 2.714.857,53 ACUMULADO
1ªReprogramação (2ºTermo Aditivo)
Serviços acrescidos R$ 250.552,38 R$ 2.965.409,91
2ªReprogramação (6ºTermo Aditivo)
Serviços acrescidos R$ 509.825,94 R$ 3.475.235,85
3ªReprogramação (7º Termo Aditivo)
Serviços Acrescidos R$ 115.231,57 R$ 3.590.467,42
Serviços Suprimidos R$ 7.746,48 R$ 3.582.720,94
4ªReprogramação (8ºTermo Aditivo)
Serviços Acrescidos R$ 106.200,21 R$ 3.688.921,15
Serviços Suprimidos R$ 34.716,75 R$ 3.654.204,40
1ºReajuste
Valor do Apostilamento R$ 99.286,06
Fonte: Seinf (2022).

Figura 7 – Relatório Resumo.

Fonte: Caixa Econômica Federal (2020).

Comparativo entre planejamento x executado


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Fazendo-se levantamento dos dados por recebimento de notas na linha cronológica e


considerando os períodos de reprogramação obtem-se o gráfico de linha cronológica de atesto
x aporte financeiro (Figura 8) definido pelo montante aportado a empresa concomitantemente
com os Atestados dos Boletins de Medição. Fazendo esta análise os dados ai elencados
mostraram as diferenças entre os períodos retradados no planejamento estratégico e da
execução do empreendimento.

Figura 8 – Atesto x Aporte financeiro.

Montante x Atesto
R$450,000.00
R$400,000.00
R$350,000.00
R$300,000.00
R$250,000.00 MONTANTE
R$200,000.00
R$150,000.00
R$100,000.00
R$50,000.00
R$-
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34
Fonte: Autoria própria (2022).

Em suma, tem-se o resumo de todas as comparações em relação ao detalhamento dos


serviços executados dentro do período estimado de obra levando-se em consideração o serviço
executado até a Medição 9 juntamente com as tratativas de reajustes e reprogramações do
cronograma físico-finaceiro como mostra a Figura 9.

Figura 9 – Reajuste e reprogramação – previsto x executado.


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PREVISTO x EXECUTADO - MEDIÇÃO 9


R$800,000.00
R$700,000.00
R$600,000.00
R$500,000.00
R$400,000.00
R$300,000.00
R$200,000.00
R$100,000.00
R$-
ra es da is ra ra ra is as ão as es co as as ca ay ar is ra os
ob inar iga icia rutu rutu ertu ainé adri taç tári Gas âni tric cad ógi rad de uvia intu ers
da im abr s in st st ob P qu en ani p L fa to pl P iv
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Ad S al bat S P e co
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In co a a
d e e m tem
as st s
m Si Si
te
Si

PREVISTO EXECUTADO
Fonte: Autoria própria (2022).

Deste modo a verificação do modelo de planejamento e das várias peças que


implementaram o cronograma de obra como os boletins de medição e os reajustes, puderam
mostrar que o comparativo entre essas informações foram satisfatórias para se requerer uma
lista de verificações que poderão ainda mais estreitar a comunicação entre essas e que compõe
o processo de execução do empreendimento.
Neste caso recomenda-se a inserção de um plano de controle das etapas do
empreendimento por parte da administração pública, onde se possa levar em consideração o
período interposto das medições. Ainda dentro desta listagem recomenda-se a atualização das
tabelas de composição de custo antes da reprogramação visando minimizar os reajustes e
termos aditivos, notoriamente este fato aditivou as reprogramações após o período de medição
de cada etapa como mostra o relatório de Boletim de Medição.
Por parte do cronograma físico-financeiro a checagem se dará por verificação de
aporte das faturas em relação a detentora da obra, prevendo nesse cronograma as tramitações
alheias ao período de atesto e aporte.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em obras de engenharia, muitas são as considerações que há de se fazer quando o


tema é orçamento e planejamento, seja no âmbito público ou privado deve ter a concepção e
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menção de uma elaboração concisa e fundamental que se assemelha ao planejamento


orçamentário e sua execução. Contudo, não funciona de todo o sempre como regra, podendo
haver meios contingentes que impossibilitem a aplicação de custo de orçamento na referida
execução. Tomando com base o nosso referencial, podemos ver que o planejamento de uma
obra pública permeia nos moldes legais não somente da parte da construção civil como
também encontra-se inserido por meio dos parâmetros de procedimentos administrativos e
que por várias vezes incorrem em fatores cronológicos citados no empreendimento. Portanto,
este trabalho sugeriu como possível solução para minimizar este gargalo entre o processo de
planejamento administrativo e o processo de execução da obra juntamente com o cronograma
e orçamento realmente designado para a realização do fato:
A partir do levantamento de dados realizados através das visitas in-loco e registros
fotográficos, com análise comparativa às referências consultadas, em relação ao estudo de
caso, surgiu a hipótese de que as diferenças encontradas em sua grande maioria se deu por
eventos de procedimentos de medição e pagamento de fatura através de atestados conforme
notas de empenho do contratante, ocorreu-se também essa diferença quando se analisou as
reprogramações após o primeiro termo de reajuste tratado neste trabalho como referência de
ponto de partida para o mesmo.
Desta forma, denota-se a necessidade de um checklist. Para verificar os
procedimentos de obra juntamente com os de planejamento. Verificando os dados coletados
existem discrepâncias não somente nos valores referenciados nas notas de empenho como
também nos termos de arredondamento, localizados na planilha da caixa econômica e ainda a
variação do cronograma físico-financeiro que permeou em um grande atraso para a entrega
da obra. Ainda que a empresa tenha executado todos os serviços a ela designados, até a etapa
inicial da obra foram os procedimentos administrativos entre ambas as partes que não
contribuíram para a manifestação da entrega total do objeto.
Por fim, conclui-se que é importante o estudo dos comparativos de orçamentos para
manifestar não somente o interesse no âmbito da administração pública ou privada nas obras,
mas também porque a coisa pública é vista como patrimônio do cidadão e cabe a cada um
zelar pelo bom procedimento administrativo das contratações públicas. Ainda neste sugerimos
como trabalho futuro um aperfeiçoamento do checklist para cada caso de contração em
diferentes nichos da administração pública.
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REFERÊNCIAS

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