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FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS

GABRIELLA ESTEVES GODINHO

ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DE SERVIÇOS APLICADO NA GESTÃO DE


EQUIPES DE OBRAS

ITABIRA
2020
ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DE SERVIÇOS APLICADO NA GESTÃO DE
EQUIPES DE OBRAS

Gabriella Esteves Godinho

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- Uma das ferramentas mais utilizadas atualmente na Engenharia é o Planejamento de


Serviços. Esta ferramenta consiste em organizar e sistematizar todas as etapas de um determinado
serviço para idealizar as datas de cada uma e seu prazo final. É um método conciso que facilita muito a
visualização das etapas de uma obra a ser realizada, por exemplo, tanto para o cliente quanto para os
envolvidos no trabalho. Para os colaboradores, assim como os que estão na linha de frente como os que
estão na liderança, é muito importante visualizar o sequenciamento que cada etapa deve seguir de modo
a prevenir desvios das datas previstas. Com isso, a obra que utiliza desta ferramenta seguirá um roteiro
pré-determinado e possivelmente terá seu rendimento ampliado, e isto se deve ao envolvimento e
entendimento da mão de obra direta com o cronograma desenvolvido.

PALAVRAS-CHAVE: Planejamento. Gestão de Equipes. Engenharia Civil. FMDS.


1 INTRODUÇÃO

Existem na atualidade várias ferramentas de gestão dentro da área da


Construção Civil. Essas ferramentas servem para organizar e estabelecer todas as
etapas de uma obra a serem feitas e que as mesmas sejam concluídas dentro de um
prazo e um custo acordado, demonstrando a eficácia e eficiência dos trabalhos
realizados (MATTOS, 2010).
Uma destas ferramentas muito utilizada hoje em dia é o Planejamento, método
utilizado principalmente para demonstrar ao cliente e aos envolvidos o cronograma do
projeto. Esse método consiste em descrever todas as atividades que serão realizadas
em um determinado serviço e as datas previstas de realização de cada uma, resultando
na data final informada ao cliente. Seu acompanhamento é muito importante para
prever problemas que possam surgir e resultar no atraso da entrega do serviço final
(MATTOS, 2010).
Segundo Handa (1988), nem sempre o Planejamento é utilizado na área civil. É
um recurso muito utilizado em médias e grandes construções e reformas, porém muitos
ainda subestimam a importância desta ferramenta, não somente para o cliente, mas
também para os envolvidos no serviço. Além de informar com precisão e detalhes o
prazo necessário para concluir o serviço, o planejamento serve como roteiro para a
mão de obra direta envolvida no trabalho.
Em muitas ocasiões, não se consegue prever todos os recursos que serão
utilizados dentro das atividades, como por exemplo os equipamentos e materiais
necessários. Caso aconteça algum imprevisto e um recurso não esteja disponível no
momento previsto, isto poderá resultar na pausa das atividades e possivelmente no
atraso da conclusão da obra. Com isto, utilizar da estrutura que o planejamento fornece
é muito vantajoso para evitar possíveis problemas (SILVA, 2011).
Para a mão de obra direta envolvida na obra, esta ferramenta evita muitos
transtornos relacionados a cobranças da liderança relacionadas à qualidade e
produtividade. Uma obra que paralisa ou atrasa por falta de recursos não pode ser
culpada pela mão de obra direta, porém a responsabilidade de acelerar os trabalhos de
modo a correr atrás do tempo perdido é da mesma. Isto muitas vezes resulta em
demasiada pressão dos líderes sobre os colaboradores, podendo gerar uma onda de
insatisfação e aborrecimentos na turma.
Sendo assim, uma das formas de evitar que uma pressão excessiva ocorra sobre
os trabalhadores para a conclusão do trabalho é evitando que imprevistos e erros
aconteçam. O objetivo deste trabalho é analisar se a utilização do planejamento de
serviços é também eficaz na prevenção de desavenças e desarmonia no ambiente de
trabalho, principalmente em relação aos líderes com os subordinados. Será avaliado
também se sua aplicação resulta em uma melhor organização e gratificação do trabalho
para os colaboradores.
Para que este método seja cada vez mais difundido e utilizado, é necessário
analisar e comprovar que sua utilização também resulte em produções melhores.
Sendo assim, foi realizado para este trabalho um estudo de campo a partir da criação
de um método de planejamento e sua aplicação. A principal análise feita é em cima do
desempenho e satisfação no trabalho da turma envolvida com e sem a aplicação do
método.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS

Os atrasos nos serviços do setor da construção civil são frequentemente


associados à falta de comprometimento da mão e obra envolvida, porém não
necessariamente esta responsabilidade é sempre dos mesmos. Muitas vezes os
funcionários não sabem detalhadamente quais serviços devem realizar e dentro de qual
prazo, o que consequentemente faz com que o serviço siga de forma intuitiva e
desorganizada (SAURIN; FORMOSO, 2006).
Com isso, é cada vez mais necessário a utilização de ferramentas voltadas para
o controle e desenvolvimento da produção, de modo a melhorar continuamente o
desempenho do serviço e ampliar a eficiência do trabalho (FORMOSO et al, 1999).
A utilização do processo de planejamento e controle da produção como meio de
melhoria nos processos é cada vez mais utilizado, pois proporciona uma boa
organização das etapas e uma garantia razoável de que os objetivos serão alcançados.
São diversos os benefícios da sua utilização, como o conhecimento prévio das ações a
serem seguidas, melhor visualização dos riscos que podem ocorrer e análise contínua
do desempenho (SILVA, 2011).
De acordo com Gehbauer, Eggensperger, Alberti e Newton (2002, p. 3):
“[...] no planejamento e no gerenciamento de uma obra há um grande potencial
de melhoria do processo de construção. Afinal, a execução de um
empreendimento deve ser realizada com o mesmo cuidado e qualidade com
que os arquitetos e engenheiros desenvolveram seus projetos.
O planejamento pode ser dividido em vários tipos e métodos diferentes. Dentre
eles, se destacam técnicas simples como o Diagrama de Barras ou Gráfico de Gantt,
que consiste em um gráfico de Tempo de execução x Atividades, que ilustra
visualmente as etapas a serem seguidas e o seu tempo de execução, mostrado em
barras horizontais. Consiste em um método claro e de fácil visualização (CASTRO;
BORGES, 2017).
Segundo Mattos (2010), o roteiro para a confecção do planejamento contém as
seguintes etapas:
 A identificação das atividades, que identifica as etapas que devem ser seguidas
da obra;
 A definição das durações das atividades, que é a determinação do tempo que
cada atividade levará para ser concluída;
 Definição da sequência das atividades, que identifica a ordem e dependência
entre uma atividade e outra;
 Montagem do cronograma das atividades, que organiza e identifica visualmente
a ordem do projeto a ser seguido. Pode conter gráficos para melhor visualização do
mesmo.
2.2 METODOLOGIA

O intuito desta pesquisa é analisar se a elaboração e utilização do planejamento


de obras impacta positivamente no desenvolvimento e satisfação da equipe de mão de
obra direta. Será avaliado o rendimento da obra antes da utilização do planejamento e
depois de sua utilização para avaliar se o seu uso é mesmo eficaz e proveitoso.
Para esta comprovação, foi elaborado um quadro chamado FMDS (Floor
Management Development System), que traduzido para o português significa Sistema
de Gerenciamento e Desenvolvimento do Chão de Fábrica. Esse quadro serve para
ajudar a controlar e gerenciar os possíveis problemas que podem ocorrer nas
atividades (IDENTIFIQUE..., entre 2016 e 2020).
Os itens utilizados neste trabalho para o quadro FMDS foram:
a) Planejamento da Obra: A tabela do planejamento nada mais é que o
sequenciamento das atividades a serem executadas e as suas datas
previstas de execução. Como a obra já estava em andamento foram listados
apenas os serviços restantes para o seu término.
Figura 1 - Planejamento da Obra

Fonte: Próprio autor, 2020.

b) Status da Execução: Esta tabela serve para gerenciar o andamento de cada


etapa e o andamento total da obra. É com esta ferramenta que se identifica
as observações referente aos possíveis atrasos e suas causas. Com isso,
diariamente ou no máximo semanalmente as porcentagens concluídas e as
observações são alteradas na tabela.
Figura 2 - Status da Execução (1)

Fonte: Próprio autor, 2020.


Figura 3 - Status da Execução (2)

Fonte: Próprio autor, 2020.

c) Gráfico de Gantt: O Gráfico de Gantt possui a função de auxiliar a


visualização do sequenciamento das atividades em relação às datas previstas
de execução. O mesmo consiste em barras horizontais representando o
tempo de execução de cada etapa e suas evoluções sequenciais.
d) Etapas em andamento: Foram coladas etiquetas com as etapas listadas no
Planejamento, e as mesmas foram organizadas em colunas representando o
que está a iniciar, o que está em andamento e o que já foi concluído.
e) Efetivo: Foram colados também fotos do efetivo envolvido na obra, incluindo
os líderes como encarregados e técnicos.
f) Informações de Saúde e Segurança e Produtividade: Algumas informações
relacionadas à segurança operacional e a produtividade da obra também
foram coladas no quadro, que são informações sobre quase acidentes,
acidentes, desvio ambiental, desvio da qualidade, número do efetivo e
quantidade de atividades em andamento. Estas tabelas são organizadas de
forma individual para cada item analisado, e controlado as quantidades de
cada um diariamente.
Sendo assim, todos os itens listados servem para visualizar e controlar melhor as
etapas da obra. Sempre que identificado alguma ocorrência em alguma das etapas, os
controles e correções são feitos imediatamente.

Figura 4 - Quadro FMDS (1)

Fonte: Próprio autor, 2020.


Figura 5 - Quadro FMDS (2)

Fonte: Próprio autor, 2020.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a confecção e fixação do cronograma na frente de serviço, foi notado um


avanço no desenvolvimento das etapas que ainda restavam para a conclusão da obra.
Isto foi influenciado pelo quadro FMDS instalado na frente de serviço, onde continha
toda a programação prevista a ser seguida pelos colaboradores envolvidos, e isto
serviu como um guia de trabalho para os mesmos.
Sendo assim, pode-se concluir que a utilização do Planejamento ou Cronograma
das atividades motivou os envolvidos na obra e estimulou a eficiência da mesma, e isso
se deve ao fato de o sequenciamento das atividades serem realizadas de forma
organizada e sem problemas após sua utilização.
3 CONCLUSÃO

A obra em questão não possuía planejamento e consequentemente um


sequenciamento de atividades. Antes da utilização da ferramenta, podia-se presumir
superficialmente quais as atividades a serem executadas, porém não aprofundava na
complexidade de cada uma e nas necessidades que deviam ser atendidas. Com isto, o
andamento do serviço era visivelmente lento e improdutivo.
Como não se aprofundava em cada etapa que seria seguida, não foi possível
prever com precisão todos os materiais e equipamentos que seriam necessários nas
tarefas. Consequentemente, isto acarretou em compras e locações atrasadas que
prolongaram o tempo do serviço em geral, e assim causou que em algumas etapas a
frente de serviço ficasse ociosa. Esta ociosidade gerou um desânimo perceptível nas
partes envolvidas, inclusive nos envolvidos na mão de obra direta em análise.
Com a utilização do Planejamento em conjunto com as outras informações
contidas no quadro FMDS, foi identificado que seu uso mostrou-se extremamente
favorável para o acompanhamento dos serviços, pois o andamento dos mesmos foi
visivelmente melhor com a presença do quadro em obra. A obra seguiu as datas
previstas e todas as ocorrências durante sua execução foram sanadas dentro do prazo.
Os colaboradores envolvidos na obra demonstraram bastante interesse pelo
quadro, verificando continuamente se estavam dentro da atividade e do prazo previsto.
Com isto, tiveram um roteiro ou um passo a passo a ser seguido que erradicou
completamente qualquer tipo de ociosidade antes presente na obra.
Consequentemente, tudo correu dentro do planejado e de forma satisfatória para todas
as partes.

4 REFERÊNCIAS

CASTRO, C. L. F.; BORGES, M. DE R. Aplicação e Controle da Técnica da Linha de


Balanço no Planejamento de Obra Vertical. 2017. Monografia (Graduação em
Engenharia Civil) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, Goiânia, 2017.
FORMOSO, C. et al. Termo de referência para o processo de planejamento e
controle da produção em empresas construtoras. Núcleo orientado para inovação
da edificação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1999.

GEHBAUER, F.; EGGENSPERGER, M.; ALBERTI, M. E.; NEWTON, S. A.


Planejamento e Gestão de Obras: um resultado prático da cooperação técnica Brasil-
Alemanha. Curitiba: CEFET-PR, 2002. 525 p.

HANDA, V.; LANG, B. Construction site planning. Construction Canada, v.85, n.5, p.
43-49, 1988.

IDENTIFIQUE a causa raiz de problemas na empresa com o FMDS. Novida, São


Paulo, [entre 2016 e 2020]. Disponível em: < https://www.novida.com.br/blog/floor-
management-development-system/>. Acesso em: 10 dez. 2020.

MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Editora Pini, 2010.

SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de Canteiros de Obra e Gestão de


Processos. Porto Alegre: ANTAC, 2006. 112 p. ISBN 85-89478-17-3. Disponível em:
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/projeto-e-implantacao-de-canteiro-
de-obras/apostila-habitare. Acesso em: 13 set. 2020.

SILVA, M. S. T. C. Planejamento e Controle de Obras. 2011. Monografia (Graduação


em Engenharia Civil) - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, Salvador, 2011.

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