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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão

de Projetos – 2020

Desenvolvimento de Cronograma: estudo de caso em uma reforma comercial em


Vitória - ES

Marcus Antonius Magnago Vargas Filho¹*; Maria Júlia Xavier Belém2


1 Pós-graduando em gestão de Projetos. Rua Laurentino Proença Filho, 59 – Jardim de Penha; 29060440 Vitória,
ES, Brasil
2 PECEGE. Professor associado. Rua Alexandre Herculano, 120 - T6 - Vila Monteiro; 13418-445 Piracicaba, SP,
Brasil
*autor correspondente: marcusmagnago@gmail.com

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Projetos – 2020

Desenvolvimento de Cronograma: estudo de caso em uma reforma comercial em


Vitória - ES

Resumo

A construção civil no Brasil é um setor crescente, influenciando diretamente na


geração de empregos, considerada um dos grandes motores da economia. Por isso a
importância de estudar a utilização de ferramentas e técnicas de gestão, além de avaliar
possíveis fatores que influenciam no custo, qualidade e prazo da entrega originada desse
setor, evitando possíveis impactos negativos que podem surgir, como falhas de projetos, erros
de cronogramas, atrasos nas obras etc. O atraso pode ser definido como o tempo excedente
do que foi combinado em contrato, ou o que ficou acertado entre as partes. Esse trabalho tem
como objetivo aplicar as boas práticas recomendadas do guia “Project Management Body of
Knowledge [PMBOK]” no gerenciamento de projetos no que se refere a desenvolvimento de
cronogramas, utilizando os processos necessários em busca do término pontual de uma obra
de construção civil. Para isso foi realizado um estudo de caso em uma empresa de reformas
para comparar o cronograma utilizado por ela com um cronograma feito seguindo as boas
práticas recomendadas pelo guia PMBOK, visando reduzir as chances de término atrasado
dos projetos, nos quais tem impacto direto em custo, expectativa dos clientes e até na imagem
da empresa. Como resultados, o cronograma desenvolvido demonstrou as atividades que
pertencem ao caminho crítico, as quais possuem folga zero em relação a atraso, as quais
devem ser monitoradas e controladas. A utilização das recomendações do “Project
Management Institute [PMI]” no desenvolvimento do cronograma da obra mostrou-se
eficiente, entregando um cronograma confiável e facilmente gerenciável.
Palavras-chave: Construção Civil; Gerenciamento; Gestão de Projetos; Cronograma.

Introdução

A construção civil no Brasil é crescente e interfere na geração de empregos, sendo um


dos grandes motores da economia. Segundo uma pesquisa feita pelo Estadão em 2019 a
construção civil representava 6,7 milhões de postos de trabalho. Como pode-se perceber a
construção civil emprega muitos postos de trabalho mais infelizmente na sua grande maioria
são informais, o que representa mais de 40% do total. Isso ocorre pela falta de fiscalização
em certas localidades e pela alta disponibilidade de mão de obra sem qualificação (Teixeira,
2010).
Na construção civil, o atraso pode ser definido de acordo com Cazelato (2014) como
o tempo excedente do que foi combinado em contrato, ou o que ficou acertado entre as partes.
Alguns fatores responsáveis por esse atraso são a falta de gerenciamento na aquisição de
suprimentos ou equipamentos para execução da obra, a falta ou a baixa qualidade na mão de
obra, gera um atraso na execução da obra por conta de um maior tempo para realização de
um serviço, escopo do projeto mal definido ou mal elaborado, fatores meteorológicos e partes
burocráticas em órgãos estaduais e federais.
Atrasos em um projeto de construção civil, segundo Cardoso (2001) quase sempre é
sucedido por um aumento no custo da obra. Realizar a obra dentro do prazo e do custo
definidos, garantindo qualidade e segurança, é fundamental como medida de sucesso de um

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empreendimento na área de construção civil, pois segundo Stevens et al. (2002), o sucesso
é alcançado ao atingir a meta e objetivos estabelecidos na fase do planejamento.
Segundo Mattos (2010) é indispensável investir em processos de gestão e controle
nas obras para que indicadores importantes como o prazo, o custo, o retorno, o lucro e o fluxo
de caixa não sejam desprezados, visto a elevada competitividade e níveis de expectativas de
satisfação cada vez mais alto por parte dos clientes.
Gerenciar projetos, de acordo com o guia “Project Management Body of Knowledge
[PMBOK]” (PMI, 2017), é aplicar as habilidades, conhecimento, técnicas e ferramentas nas
atividades do projeto com o objetivo de atender os requisitos e permitindo que as organizações
executem seus projetos de forma eficaz e eficiente. Dentre os 49 processos descritos no
PMBOK, a categorização em dez áreas de conhecimento separa os processos por requisitos
de conhecimento. A área de conhecimento que inclui os processos necessários para gerenciar
o término pontual do projeto é o Gerenciamento do Cronograma do Projetos. Os processos
de Gerenciamento do Cronograma do Projeto são: Planejar o Gerenciamento do Cronograma,
Definir as Atividades, Sequenciar as Atividades, Estimar as Durações das Atividades,
desenvolver o Cronograma e Controlar o Cronograma.
A empresa escolhida para este estudo o cronograma, segundo o proprietário, o
cronograma era elaborado a pedido do cliente e sem metodologia definida. Era simplesmente
elaborado através das entregas acordadas no contrato da obra e o prazo definido através da
expertise do engenheiro ou mestre de obra. Durante a execução da obra este cronograma
não era passado a equipe e era controlado a distância pela a administração da empresa.
Atrasos e aumentos de custos eram algo aceitável, assim como mudança de escopo não tinha
seu impacto transferido pra o cronograma.
Diante do exposto, esse trabalho tem como objetivo aplicar as boas práticas
recomendadas do guia PMBOK no gerenciamento de projetos no que se refere a
desenvolvimento de cronogramas, utilizando os processos necessários em busca do término
pontual de uma obra de construção civil.

Material e Métodos

Essa pesquisa pode ser classificada, segundo Gil (2002), com objetivo exploratório,
por buscar o aprimoramento da gestão de uma obra, por meio de melhoria de processos de
planejamento e desenvolvimento de cronogramas. Quanto à forma de abordar o problema,
essa pesquisa é quantitativa, pois traduz em números informações da obra e analisando-as
para criar um modelo que possa ser compreendido e controlado.

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A empresa em que foi realizado o estudo de caso é do setor da construção civil,


localizada no município de Vila Velha, no estado do Espírito Santo. Foi conduzido um estudo
no departamento de planejamento, visando desenvolver um modelo de cronograma para uma
obra de reforma localizada no município de Vitória, ES. A obra consistiu em uma reforma de
um complexo comercial contendo um consultório médico, uma cafeteria, um salão de estética
e uma área externa compartilhada, todos já estruturalmente construídos. Portanto a obra trata-
se de uma reforma de mudanças nos “layouts” e melhorias do espaço.
Desenvolver o cronograma de um projeto envolve definir as atividades, conhecer os
requisitos, os recursos necessários, as estimativas de duração, restrições, premissas e os
relacionamento entre as atividades (Terribili, 2009).
Neste estudo o desenvolvimento do cronograma da obra seguiu o fluxograma de
processos recomendado pelo PMBOK 6° edição (PMI, 2017), conforme Figura 1.

Planejar o Definir as Sequenciar as Estimar Desenvolver o


gerencimento atividades atividades durações cronograma

Figura 1. Fluxograma do desenvolvimento do cronograma


Fonte: Dados originais da pesquisa

No planejamento foram coletadas informações da obra tais como projetos


arquitetônicos, restrições, premissas e escopo, e se estabeleceu quais processos e
ferramentas seriam utilizados no desenvolvimento do cronograma, bem como o ciclo de vida
do projeto preditivo.
Na etapa definir as atividades foi desenvolvido uma Estrutura Analítica de Projetos
[EAP], técnica que detalha as entregas do projeto e possibilita o planejamento da execução
das atividades do pronto, possibilitando que o gerenciamento do cronograma e escopo se
interagem (Maximiano, 2017), visto que a obra não possuía, com as entregas acordadas com
o cliente. Em seguida foi feito a decomposição da EAP em atividades necessárias.
Posteriormente estas atividades foram sequenciadas através do método do diagrama de
precedência [MDP].
Segundo o PMI (2017), o MDP trata-se de uma técnica utilizada para construir modelos
de cronograma através de sequenciamento lógico das atividades sucessoras e predecessora
ligadas graficamente e representadas por nós, conforme Figura 2.

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Figura 2. Método do Diagrama de Precedência (MDP) - Tipos de Relacionamentos


Fonte: PMI (2017)

Com as atividades sequenciadas, passou-se para o processo de estimar as durações


das atividades. A ferramentas e técnicas utilizadas foram a opinião especializada, a estimativa
análoga e a estimativa de três pontos. A opinião especializada foi utilizada do gerente de
obras da empresa que possuía a expertise em estimativas de prazo. O uso de prazos de obras
anteriores semelhantes também foi utilizado pelo gestor da obra. Com as estimativas
levantadas foi utilizado a técnica da estimativa de três pontos, visando melhorar a exatidão
considerando riscos e incertezas. Foi utilizado a eq. (1) (Carvalho et al. 2011).

tE = (tO + tM + tP) / 3 (1)

Onde, tE: é a duração esperada; tO: é a duração otimista; tM: é a duração provável; e tP: é
a duração pessimista.
A duração provável foi definida, junto ao gestor da obra, conforme relatado
anteriormente. A duração otimista foi considerada 10% menor que a duração provável. E a
duração pessimista foi considerada 50% maior que a duração provável. O valor da duração
esperada foi arredondado para um número inteiro. Foram calculadas todas as durações das
atividades individualmente por este método.
Com as atividades definidas, sequenciadas e com suas durações estimadas, passou-
se para o último processo definido, o de desenvolver o cronograma da obra.
A técnica utilizada foi a análise de rede do cronograma através do método do caminho
crítico, que segundo o PMI (2017), é uma técnica usada para estimar o grau de flexibilidade,
duração mínima e folgas zero nos caminhos lógicos da rede do cronograma. Calcula-se,
através do percurso de ida e de volta na rede do cronograma, as datas de início mais cedo,
término mais cedo, início mais tarde e término mais tarde das atividades do projeto
desconsiderando as restrições de recursos. A Figura 3 ilustra um exemplo.

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Figura 3. Exemplo método caminho crítico


Fonte: PMI (2017)

O caminho crítico é definido com onde as atividades têm folga zero, qualquer atraso
nestas atividades ocorrerá atraso na linha de base do cronograma.
O cronograma da obra apresenta os sequenciamentos das atividades, as durações
com data de início e de término de cada atividade. A representação escolhida para o
cronograma foi o gráfico de barras, conhecido como gráfico de Gantt no qual representa as
informações das atividades no eixo vertical, as datas e durações são apresentadas no eixo
horizontal.
Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas no desenvolvimento do
cronograma, como o Excel, Ms Project, ProjectLibre, entre outros. O uso de ferramentas
especificas para elaboração do cronograma possibilita maiores detalhes, controle e integração
sobre outros dados do projeto, gerando relatórios mais robustos e com qualidades de dados
superiores. Neste trabalho foram utilizados os “softwares” Excel e o ProjectLibre.
Por fim, seguidas as etapas e utilizadas as ferramentas adequadas, os dados foram
coletados e discutidos os pontos observados na gestão de cronograma realizada na obra em
estudo. Cada etapa na elaboração do cronograma foi seguida utilizando as boas práticas
recomendadas pelo PMI e os resultados de cada etapa foram descritos e analisados.

Resultados e Discussão

A pesquisa utilizou as ferramentas e técnicas recomendadas do PMBOK 6ª edição no


processo de desenvolvimento de cronograma para uma obra de reforma comercial, buscando

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criar um modelo de cronograma que possa ser gerenciado e monitorado durante execução da
obra.
A empresa executora da reforma não possuía processos definidos de gestão, tais
como recomendados como boas práticas pelo PMI, possuindo somente um cronograma com
entregas de alto nível, conforme Figura 4, na qual demostra as atividades realizadas entre 03
ago. 2020 a 21 ago. 2020, como exemplo.

Figura 4. Cronograma fornecido pela empresa do estudo


Fonte: Resultados originais da pesquisa

O cronograma que a empresa possuía não constava as atividades necessárias e os


relacionamentos lógicos as entres. Segundo Terribili (2009), a elaboração de cronograma
apesar de ser corriqueiro nas organizações e exigir mínima documentação, não é dada a
devida importância. Mas acredita-se que é necessária essa etapa, visto que pode trazer
benefícios de gestão e controle importantes, evitando gargalos que gerariam atrasos no
encerramento do projeto.
Foi necessário criar um EAP, decompondo as entregas em componentes menores e
mais fáceis de serem gerenciadas, além disso, identificar no projeto as atividades excluídas
no escopo do contrato. A EAP da obra foi criada utilizando o método da abordagem
descendente (“top-down”), sendo representada utilizando as entregas principais como
segundo nível de decomposição, conforme demonstrada na Figura 5.

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Figura 5. EAP da obra analisada


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Segundo o PMI (2017), pacotes de trabalho é o trabalho definido no nível mais baixo
da EAP onde o custo e duração são estimados. Este estudo está focado no desenvolvimento
do cronograma, portanto após a definição da EAP, o processo posterior foi o de identificação
das atividades a serem realizadas para produzir as entregas definidas no projeto. A Figura 6
demonstra as divisões dos pacotes de trabalho em atividades.

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Figura 6. Decomposição da EAP em atividades


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Foi utilizado o método MDP, no qual com o sequenciamento das atividades foram definidos os relacionamentos lógicos entre as
atividades, na busca da obtenção do mais alto nível de eficiência em relação às restrições do projeto. A Figura 7 identifica os relacionamentos
das atividades, tais como sucessoras e predecessoras.

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Figura 7. Diagrama de precedência da obra


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Importante salientar que este sequenciamento, apresentado na Figura 7 foi elaborado usando a ferramenta de opinião de especialista
em obras da empresa e o gestor da empresa, levando em consideração os recursos disponíveis e etapas da obra.
A etapa seguinte estimou as durações das atividades individuais e usou-se como ferramenta a opinião dos mesmos especialistas da
etapa anterior, porém utilizando a técnica de estimativa paramétricas combinada com a estimativa de três pontos. A duração esperada (tE) foi
arredonda para números inteiros. A Tabela 1 fornece a quantidade de tempo necessária para concluir cada atividade.

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Tabela 1. Durações pelo método três pontos


Pessimista Provável Otimista Esperada
Código Atividade
tP tM tO tE
1.1 CIVIL
1.1.1.1 Executar a demolição de paredes 5 3 2,7 3
1.1.1.2 Retirada do piso antigo 5 3 2,7 3
1.1.1.3 Limpeza e retirada de entulhos 3 2 1,8 2
1.1.2.1 Execução de reboco 6 4 3,6 5
1.1.2.2 Execução de contrapiso 5 3 2,7 3
1.1.2.3 Execução da impermeabilização 2 1 0,9 1
1.1.3.1 Assentar revestimento parede 9 6 5,4 7
1.1.3.2 Assentar piso interno 19,5 13 11,7 15
1.1.3.3 Assentar piso área externa 14 9 8,1 10
1.1.4.1 Instalar bancadas e pias 5 3 2,7 3
1.2. ELETRICA
1.2.1.1 Abertura de valetas 2 1 0,9 1
1.2.1.2 Passagem de eletrodutos 2 1 0,9 1
1.2.2.1 Passagem das fiações 2 1 0,9 1
1.2.2.2 Montagem do QDL 1,5 1 0,9 1
1.2.3.1 Instalar tomadas e interruptores 3 2 1,8 2
1.2.3.2 Instalar luminárias e spots 3 2 1,8 2
1.3 HIDRAULICA
1.3.1.1 Abertura de valetas 2 1 0,9 1
1.3.1.2 Passagem tubulações 2 1 0,9 1
1.3.2.1 Ligações hidráulicas 2 1 0,9 1
1.3.2.1 Ligar sistema na caixa d’água 1 0,5 0,45 1
1.3.3.1 Instalar metais hidráulicos 2 1 0,9 1
1.4 GESSO
1.4.1 Executar Drywall 3 2 1,8 2
1.4.2 Executar gesso teto 6 4 3,6 5
1.5 PINTURA
1.5.1.1 Aplicar selador paredes e tetos 3 2 1,8 2
1.5.1.2 Emassar parede e tetos 12 8 7,2 9
1.5.1.3 Lixar parede e tato 6 4 3,6 5
1.5.2.1 Pintar 1º demão 8 5 4,5 6
1.5.2.2 Pintura final 5 3 2,7 3
Fonte: Resultados originais da pesquisa

Na etapa de desenvolver o cronograma foi utilizado o método do caminho crítico,


observando um alto nível de cuidado, pois atrasos nestas atividades geram impactos na linha
de base do cronograma, atrasando o projeto. Não malgastar o tempo estimado para
realização das atividades do caminho crítico e criando proteções para as suas durações
auxiliam no cumprimento do prazo do projeto (Goldratt, 2006). A Figura 8 demonstra as
atividades com folga zero.

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Figura 8. Caminho crítico da obra


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Segundo Terribili (2009), o conhecimento do caminho crítico e dos prováveis impactos no cronograma do projeto que podem ser causados
pelos riscos são requisitos básicos para a gestão dos prazos. Por isso, para esse trabalho a elaboração do cronograma levou em consideração
a estimativa de duração com prazos considerando os riscos e o caminho crítico.
Com as atividades definidas, durações estimadas, sequenciamento lógico das atividades e o caminho crítico definido foi desenvolvido
um modelo de cronograma com formato de gráficos de barras do tipo Gantt, com as informações das atividades, data de início, de término,
atividades antecessoras e a representação gráfica do caminho crítico. A ferramenta utilizada na elaboração do gráfico de Gantt foi o “software
ProjectLibre”, opção escolhida por ser gratuita. A Figura 9 apresenta um cronograma da obra como saída do processo de desenvolver
cronograma.

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Figura 9. Gráfico de Gantt desenvolvido com o “software” ProjectLibre


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Com base da Figura 9, percebe-se que o cronograma apresentam maior detalhe quanto as atividades, durações e as relações, descrições
necessárias para a eficiência da gestão da obra. O processo de controle do cronograma deve ser realizado ao longo do projeto, para que seja
possível gerenciar e obter sucesso ao finalizar o projeto.

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Conclusão

O término atrasado dos projetos tem impacto direto em custo, expectativa dos clientes
e até na imagem da empresa. O cronograma é uma ferramenta de controle bastante usual
nas organizações atuais, independentemente do tamanho ou ramo de atividade, porém a
elaboração nem sempre é algo simples, deve-se listar todas as atividades, estimar suas
durações e os relacionamentos lógicos entre as atividades. As recomendações sugeridas pelo
PMI no seu Guia PMBOK compila as boas práticas utilizadas e aprovadas em vários projetos
pelo mundo, tornando uma boa fonte a ser seguida. Modificações de escopo em uma reforma
é algo comum, mas seus impactos no cronograma devem ser analisados e informados ao
cliente, para que possa haver uma aprovação formal dessas modificações, no mínimo, no
escopo, no cronograma e no custo. Muitas empresas de reformas alteram o escopo e custo,
mas ignoram o impacto no cronograma, por ser tratar de uma etapa de planejamento inicial
da obra. Neste estudo ficou evidente que a utilização das recomendações do PMI no
desenvolvimento do cronograma da obra gerou um cronograma com maior confiabilidade e
mais facilmente gerenciável que o cronograma que a empresa possuía inicialmente, atingindo
o objetivo proposto. O cronograma do estudo demonstrou as atividades que pertencem ao
caminho crítico, as quais possuem folga zero em relação a atraso. Estas atividades devem
ser monitoradas e controladas de perto evitar o impacto direto negativo no término pontual do
projeto. O cronograma deve ser monitorado durante todo o ciclo de vida do projeto. Como
trabalhos futuros, sugere-se realizar um estudo comparativo de desempenho de prazo e
gestão de cronograma entre um cronograma elaborado utilizando as metodologias sugeridas
pelo PMBOK e um cronograma elaborado conforme a empresa em estudo adotava, levando
em consideração somente as entregas contratadas e prazos estimados por expertise.

Referências

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Cazelato, F. 2014. Analise da correlação entre atrasos de cronograma e retrabalhos em


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