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GERENCIAMENTO DE OBRAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL
Aula 01: Importância do planejamento
Ementa
1. A estrutura do gerenciamento de obras;
2. Gerenciamento do tempo e dos custos de projeto;
3. Planejamento PERT/CPM e aceleração de projetos;
4. Acompanhamento geral do andamento da obra: índice de
acompanhamento, análise de distorções e replanejamento;
5. Administração de materiais na obra;
6. Administração de pessoal na obra: seleção, contratação,
treinamento e controle de produtividade;
7. Contabilidade na obra: registro de materiais, mão-de-obra e
formação do custo;
8. Apropriação e controle na construção: controles cruzados,
previsão e coordenação.
Bibliografia
Importância do planejamento

A competitividade, globalização dos mercados, a demanda por bens


mais modernos, a velocidade com que surgem novas tecnologias, o
aumento do grau de exigência dos clientes e a reduzida
disponibilidade de recursos financeiros para a realização de
empreendimentos, tem mostrado às empresas que investir em
gestão e controle de processos é inevitável e essencial.
Importância do planejamento

Sem a sistemática gerencial, os empreendimentos perdem de vista:


seus principais indicadores:

Prazo,
Custo,
Lucro,
Retorno sobre o investimento,
Fluxo de caixa.

A informação rápida é um insumo que vale ouro.


Importância do planejamento

Nesse contexto, o processo de planejamento e controle passa a


cumprir papel fundamental nas empresas, na medida em que tem
forte impacto no desempenho da produção.

Estudos realizados no Brasil e no exterior comprovam esse fato,


indicando que deficiências no planejamento e no controle estão
entre as principais causas da baixa produtividade do setor, de suas
elevadas perdas e da baixa qualidade dos produtos.
Benefícios do planejamento

Ao planejar uma obra, o gestor adquire alto grau de conhecimento do


empreendimento, o que lhe permite ser mais eficiente na condução
dos trabalhos. Os principais benefícios que o planejamento traz são:

(a) Conhecimento pleno da obra


(b) Detecção de situações desfavoráveis
(c) Agilidade de decisões
(d) Relação com o orçamento
(e) Otimização da alocação de recursos
(f) Referência para o acompanhamento
(g) Padronização
(h) Referência para metas
(i) Documentação e rastreabilidade
(j) Criação de dados históricos
(k) Profissionalismo
(a) Conhecimento da obra

A elaboração do planejamento impõe ao profissional o estudo dos


projetos, a análise do método construtivo, a identificação das
produtividades consideradas no orçamento, a determinação do
período trabalhável em cada frente ou tipo de serviço (área
externa, interna, concreto, terraplenagem, etc).

A prática de parar para pensar no trabalho somente poucos dias


antes de começá-lo é totalmente equivocada, pois não permite
tempo hábil para mudança de planos.
(b) Detecção de situações desfavoráveis

A previsão oportuna de situações desfavoráveis e de indícios de


desconformidade permite ao gerente da obra tomar providências a
tempo, adotar medidas preventivas e corretivas, e tentar minimizar
os impactos no custo e no prazo;

Por falta de planejamento e controle, a equipe da obra deixa de


tomar previdências quando o quadro de atraso já é irreversível.

Quanto mais cedo o gestor puder intervir, melhor.


(b) Detecção de situações desfavoráveis
(c) Agilidade de decisões

O planejamento e o controle permitem uma visão real da obra,


servindo de base confiável para decisões gerenciais, como:

Mobilização e desmobilização de equipamentos;


Redirecionamento das equipes;
Introdução do turno da noite;
Aumento da equipe;
Alteração dos métodos construtivos;
Terceirização de serviços;
Substituição de equipes pouco produtivas.
(d) Relação com o orçamento

Ao usar as premissas de índices de produtividades e


dimensionamento de equipes empregadas no orçamento, o
engenheiro une orçamento e planejamento, tornando possível
avaliar situações inadequadas e identificar oportunidades de
melhoria.

Ignorar as produtividades com que os serviços foram orçados


significa ficar sem um importante parâmetro de controle.
(e) Otimização da alocação de recursos

Por meio da análise do planejamento, o gerente de obra pode jogar


com as folgas das atividades e tomar decisões importantes como
nivelar recursos ou adiar a alocação de determinados equipamentos;

Como será visto nas próximas aulas, o entendimento do conceito de


folga é essencial para o engenheiro saber quais tarefas podem ter seu
início postergado, em que data mais tarde se deve mobilizar certo
recurso e, também, até quando determinadas despesas podem ser
adiadas sem atrasar a obra.
(f) Referência para acompanhamento

O cronograma desenvolvido no planejamento é uma ferramenta


essencial para o acompanhamento da obra, pois permite comparar o
previsto com o realizado;

Ao planejamento original, aquele que se quer perseguir, dá-se o nome


planejamento referencial ou linha de base (baseline);

É contra a linha de base que se compara o que foi efetivamente


realizado no campo, e que se tomam as medidas corretivas cabíveis.
(f) Referência para acompanhamento
(g) Padronização

O planejamento disciplina e unifica o entendimento da equipe,


tornando consensual o plano de ataque da obra e melhorando a
comunicação;

.A falta de planejamento e controle gera desentendimentos


frequentes, porque o engenheiro tem uma obra na cabeça, o mestre
outra e o fiscal ainda outra.
(h) Referência para metas

Com base em um planejamento referencial bem construído, é


possível elaborar e instituir Programas de Metas e Bônus por
cumprimento de prazos.
(i) Documentação e rastreabilidade

Por gerar registros escritos e períodicos, o planejamento e o controle


propiciam a criação de uma história da obra, útil para resolução de
pendências, resgate de informações, elaboração de pleitos
contratuais e mediação de conflitos;

A falta de administração contratual é um problema sério nas


construtoras. Muitas vezes, as empresas perdem a oportunidade de
reinvidicar reajustes de prazo e valor por pura falta de registros.
(j) Criação de dados históricos

O planejamento de uma obra pode servir de base para o


desenvolvimento de cronogramas e planos de ataque para obras
similares. A empresa passa a ter memória.
(k) Profissionalismo

O planejamento dá ares de seriedade e comprometimento à obra e à


empresa;

Causa boa impressão, inspira confiança nos clientes e ajuda a fechar


negócios.
Deficiência nas empresas
No mundo da construção civil a ausência ou a inadequação do
planejamento das obras é muito comum;

Esse fenômeno é sentido muito mais nas obras de pequeno e médio


portes, em sua maioria efetuadas por empresas pequenas, por
profissionais autônomos, ou mesmo pelos seus proprietários;

A deficiência dos construtores se manifesta em graus variados:


Há empresas que planejam, mas o fazem mal;
Outras planejam bem, mas não controlam;
Aquelas que funcionam na base da total improvisação.
Enquanto algumas construtoras se esforçam por gerar cronogramas
detalhados e aplicar programações semanais de serviço, outras
crêem que a experiência de seus profissionais é o bastante para
garantir o cumprimento do prazo e do orçamento.
Deficiência nas empresas

A melhor maneira de minimizar esses impactos é produzir um


planejamento lógico e racional, pois assim se dispõe de um instrumento
que se baseia em critérios técnicos, fácil de manusear e interpretar.
Ciclo de vida de um projeto
Nesta disciplina, utilizamos o termo projeto em sua definição gerencial,
ou seja, um esforço temporário empreendido para criar um produto ou
serviço.
O projeto possui um ciclo de vida, e é divido em quatro estágios:
Ciclo de vida de um projeto - Estágio I - Concepção e
viabilidade
Definição do escopo - Programa de necessidades, ou seja, o que eu
vou fazer;

Estimativa de custos - Orçamento preliminar, por meio da


utilização de indicadores históricos;

Estudo de viabilidade - Análise do custo-benefício;

Identificação da fonte orçamentária - Recursos próprios,


empréstimos, linhas de financiamento, solução mista;

Anteprojeto/Projeto Básico - Desenvolvimento inicial do


anteprojeto, com evolução até o projeto básico, quando já passa a
conter os elementos necessários para orçamento, especificações e
identificação dos serviços necessários.
Ciclo de vida de um projeto - Estágio II -
Detalhamento do projeto e do planejamento

Projeto executivo - detalhamento do projeto básico, com inclusão


de todos os elementos necessários à execução da obra;

Orçamento analítico - Composição de custos dos serviços, com


relação de insumos e margem de erro menor que a do orçamento
preliminar;

Planejamento - elaboração de cronograma de obra realista, com


definição de prazo e condições contratuais.
Ciclo de vida de um projeto - Estágio III - Execução

Obras civis - Execução dos serviços de campo, aplicação de


materiais e utilização de mão de obra e equipamentos;

Montagens mecânicas e instalações elétricas e sanitárias -


Atividades de campo;

Controle de qualidade - Verificar se os parâmetros técnicos e


contratuais foram observados;

Administração contratual - medições, diário de obras, aplicação de


penalidades, aditivos ao contrato;

Fiscalização de obra ou serviço - supervisão das atividades de


campo, reuniões de avaliação do progresso, resolução de
problemas, etc.
Ciclo de vida de um projeto - Estágio IV - Finalização

Inspeção final - Testes para entrega da obra;

Liberação de retenção contratual - caso a empresa contratante


tenha retido dinheiro da empresa executante;

Resolução de últimas pendências - encontro de contas, pagamento


de medições atrasadas, negociações de pleitos contratuais;

Termo de recebimento - Provisório e definitivo (entrega de chaves);

Transferência de responsabilidades - Entrega da obra e destinação


final do produto.

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