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Proposta de aplicação da Tríade de Donabedian

para o acompanhamento da qualidade da


supervisão e da fiscalização de obras públicas

Antonio Pedro Figueiredo apfig.pro@gmail.com Universidade Federal de Pernambuco

André Philippi Gonzaga de Albuquerque andre_philippi@hotmail.com Universidade Federal de Pernambuco

Aline Amaral Leal Barbosa alineleal10@hotmail.com Universidade Federal de Pernambuco

Denise Dumke de Medeiros medeirosdd@gmail.com Universidade Federal de Pernambuco

Resumo

Toda obra civil, de construção ou reforma, requer um controle em seu desen-


volvimento. Seja a obra de pequeno porte ou aquelas com grandes proporções, es-
ses investimentos requerem um controle na sua execução, como condição natural
de obra a ser realizada. No meio técnico que trata das obras públicas verifica-se que
a Supervisão e a Fiscalização são funções de gerenciamento que podem auxiliar no
controle da execução das obras. Dentro desse contexto, o presente trabalho apre-
senta a proposta de utilizar a metodologia da Tríade de Donabedian para realizar o
acompanhamento da qualidade da Supervisão e da Fiscalização de obras públicas

São Paulo-SP, agosto de 2020 1 III SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
no Estado de Pernambuco. A pesquisa é classificada como um Estudo de Caso ca-
racterizado por seu caráter exploratório e qualitativo. Como potencial de inovação,
vislumbra-se que a aplicação dessa metodologia será capaz de avaliar a qualidade
da Supervisão e da Fiscalização de obras públicas proporcionando a formação de
indicadores de monitoramento que podem ser adotados pelo próprio servidor de-
signado, pela Gestão da Obra e pelos Órgãos de Controle que atualmente são ine-
xistentes. Dessa forma, a utilização desses indicadores tornará possível aos
governantes dimensionar necessidades dos órgãos, aumentando o potencial de
fiscalização e, consequentemente, eficiência na utilização dos recursos públicos.
Além disso, a aplicação da metodologia possibilita a padronização dos
procedimentos de controle das atividades de supervisão e fiscalização a partir da
definição desses indicadores, tornando possíveis os processos de difusão e
normalização para outros órgãos.

Palavras chaves
Tríade de Donabedian; Supervisão; Fiscalização; Obras Públicas.

1. Introdução

Toda e qualquer obra civil, de construção ou reforma, requer um controle de sua execução
(FORT et al., 2018). Seja a obra de pequeno porte ou aquelas com grandes proporções o que
difere os controles requeridos por cada obra é a complexidade gerada pelo volume de serviços e
a precisão necessária quanto às informações dos montantes despendidos. Assim é natural que
para as obras de maior porte, seus proprietários busquem sistematizar um controle que possi-
bilitem garantir a sua realização dentro dos requisitos de custo, prazo e qualidade pretendidos,
ou contratados a terceiros (MAGALHÃES et al., 2018; FORT et al., 2018)

Esses investimentos requerem o controle de sua execução, como condição natural de obra
a ser realizada e, principalmente, como condição imposta pelas normas legais, as quais siste-

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matizam um arcabouço de controles previstos em todo o conjunto de normas, que são exerci-
dos: 1) pelo órgão executor através do controle administrativo, 2) pela sociedade através do
controle social e 3) pelo Poder Legislativo através do controle externo exercido pelos Tribunais
de Contas.

Conforme Silva et al. (2016) o controle administrativo é todo aquele que o Executivo e os
órgãos de administração dos demais poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando
mantê-las dentro da lei. Os órgãos do Poder Executivo, bem como a administração dos demais
poderes, mantém em sua estrutura um departamento de controle interno, vinculado à adminis-
tração do órgão e submetido às normas e fiscalização das Controladorias Gerais de cada uni-
dade da federação. Logo, para a União existe a Controladoria Geral da União, para os estados
federados as controladorias com status de Secretaria Estadual.

O controle social, por sua vez, é exercido pela sociedade através dos benefícios perce-
bidos pela população em geral, através das associações de bairros, comunidades representadas,
por exemplo. Uma proeminente ferramenta à disposição do controle social é a lei da transpa-
rência, que obriga os órgãos públicos fornecerem informações acerca de suas despesas efetu-
adas. Não obstante a existência da transparência contábil-financeira, a interpretação das in-
formações divulgadas exige um conhecimento não alcançado de forma ampla pela sociedade,
desta forma, o controle social ainda se baseia fortemente na percepção dos benefícios dos
gastos públicos (GURGEL; JUSTEN, 2013; CAVALCANTE, 2016).

Percebe-se nas competências dos Tribunais de Contas a função de julgamento das contas
e dos atos administrativos, com a possibilidade de imputação de débito para o retorno dos
danos. Embora os Controles Interno e Externo dividam a responsabilidade pela fiscalização
contábil existem diferenças claras quanto às suas atuações. O Controle Interno visa mitigar os
riscos e fornecer segurança razoável quanto ao alcance dos objetivos da entidade, se concen-
trando no cumprimento das normas legais e das metas organizacionais, minimizando impactos
negativos na aplicação dos recursos públicos, e na própria máquina administrativa. O Controle
Externo tem total independência do Órgão fiscalizado, da Administração Pública e da política
de governo, tem a sua atuação determinada pela legislação em vigor e por atos regulamentares
expedidos pelo próprio Tribunal de Contas, sobre matéria de sua atribuição, que visam asse-
gurar a eficácia do controle que lhe compete (FURTADO, 2014; SALGADO;
MASCARENHAS JUNIOR, 2016; OLIVEIRA; LIMA, 2017; GOMES, 2017).

Nesse contexto, de controle externo, insere-se a Auditoria de Obras Públicas (AOP) no


âmbito das atribuições dos Tribunais de Contas. Para que o órgão controlador exerça suas ati-
vidades, todos estes referidos fatores requerem da AOP algumas premissas: ter conhecimento
em amplo espectro dos problemas existentes; elaborar um planejamento objetivo focado nas
ações e correções prioritárias; e atuação eficiente e de precisão cirúrgica.

São Paulo-SP, agosto de 2020 3 III SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
Dentro desse contexto, o presente trabalho apresenta a proposta de utilizar a metodolo-
gia da Tríade de Donabedian para realizar o o acompanhamento da qualidade da supervisão e
da fiscalização de obras públicas, com ênfase no Estado de Pernambuco.

O artigo está estruturado em 5 seções. A presente seção contém a introdução do traba-


lho, e a contextualização do problema das obras públicas, bem como o objetivo de estudo. Na
segunda seção, está apresentada a síntese da literatura, sobre a Tríade de Donabedian, bem
como no tocante às especificidades da execução e controle de obras públicas. Na terceira se-
ção é apresentada a metodologia adotada e na quarta seção a proposta de aplicação da teoria
de Donabedian é destacada. Por fim, na quinta seção os resultados esperados são discutidos e
é apresentada a conclusão deste artigo.

2. Fundamentação teórica

Considerando as restrições de custo, prazo e desempenho da obra pública que necessi-


tam de um controle eficiente que as mantenham dentro dos parâmetros planejados, e ainda,
que a execução de obras públicas situa-se em um ambiente formal, burocrático, legalista, polí-
tico, sujeito às práticas de corrupção e desvios de planos por influência política, esta pesquisa
procurará, dentro das publicações científicas, teorias de sucesso para a gestão da qualidade de
serviços de supervisão e fiscalização.

2.1. As Especificidades da Execução de Obras Públicas

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE –


(2018) de 10 a 30% do investimento em um projeto de construção com financiamento público
pode ser perdido devido à má gestão e corrupção. A Organização defende que as abordagens
tradicionais, baseadas na criação de mais regras, conformidade mais rigorosa e cumprimento
mais rígido têm eficácia limitada. Dispor as informações publicamente pode não surtir o efei-
to necessário do controle, visto que muitas vezes os dados não são compreensíveis. Essas me-
didas devem ser acompanhadas de mecanismos eficazes de escrutínio e responsabilização.
Percebe-se ainda que a necessidade da fiscalização e do controle não se prende apenas a pro-
blemas locais, mas transcende as fronteiras dos países, inclusive os considerados desenvolvi-
dos, que buscam compreender o fenômeno e buscar soluções.

No Brasil, a União emitiu o Decreto Nº 9203/2017 dispondo a política de governança da


administração pública federal. O dispositivo define governança pública como mecanismos de
liderança, estratégia e controle visando avaliar e monitorar a gestão, quanto à prestação de
serviços para a sociedade. Para regulamentar o Decreto 9203/2017, a Controladoria Geral da
União publicou a portaria nº 57/2019 determinando que os órgãos e as entidades da adminis-
tração pública federal instituam Programa de Integridade que refletiam padrões de gestão,
ética e conduta. A portaria define Programa de Integridade como o “conjunto estruturado de

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medidas institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e remediação de práticas
de corrupção, fraudes, irregularidades e desvios éticos e de conduta”.

Assim, atualmente a preocupação quanto à ação dos gestores e a busca por controles
que inibam os efeitos da má gestão e da corrupção estão presentes na pauta dos planejamentos
políticos. A razão está nas consequências negativas para a sociedade, que sofre com obras pú-
blicas e serviços de engenharia prestados à Administração com custos elevadíssimos, que ex-
trapolam a razoabilidade, e que não atendem as necessidades previstas, e para a economia, à
medida que os recursos escassos não produzem o benefício esperado pelos seus investimen-
tos.

2.2. A Necessidade de Melhorar os Resultados da Execução de Obras Públicas

Em 2007, o modelo de investimento existente no Brasil se mostrava incapaz de alcançar


os níveis desejados de investimento, estimulando o estado a expandir os investimentos esta-
tais nos setores de infraestrutura por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os resultados ficaram aquém dos esperados devido à capacidade limitada de planejamento,
execução e monitoramento de projetos complexos, revelando deficiências estritamente ligadas
às fraquezas institucionais brasileiras (MEDEIROS; RIBEIRO, 2019).

Gomide et al. (2018) afirmam que apesar de a taxa de investimento em infraestrutura ter
se elevado no período compreendido entre 2005-2014, em função da disponibilidade de re-
cursos fiscais e dos esforços do PAC, estudos apontaram para as dificuldades na execução
desses investimentos, tanto pelo setor público quanto pelo setor privado. Segundo Orair
(2016) a relação dos investimentos públicos com os ciclos econômicos não é tão simples e
determinística, pois o volume de investimentos e das despesas públicas é resultante direta da
orientação da política econômica e às prioridades de cada governo.

O monitoramento da qualidade dos investimentos públicos em obras é uma possibilida-


de real no campo dos estudos econômicos. Essa reflexão econômica é necessária para o con-
texto de grandes variações do volume de investimento ao longo do tempo. A rígida estrutura
das instituições públicas favorece a desmobilização natural da estrutura de fiscalização e exe-
cução das obras, reduzindo a capacidade operacional de governança. Sob a perspectiva eco-
nômica, um modelo de gestão de obras públicas, baseado em indicadores de qualidade testa-
dos e controlados, contribuirá para o fortalecimento institucional refletindo na melhoria dos
resultados dos investimentos em infraestrutura (OLIVIERE, 2016; FRISCHTAK; MOURÃO,
2018).

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2.3. A Qualidade no Gerenciamento de Obras Públicas

Segundo o PMI (2017), o Gerenciamento de Projetos é um campo de conhecimento


com teorias e conceitos definidos e largamente difundidos na literatura científica, e também é
bastante amplo, abarcando diversos tipos de atividades, como desenvolvimentos de softwares,
construção de aeronaves, navios, desenvolvimento de produtos, campanhas de marketing,
eventos públicos, entre outros.

No meio técnico que trata das Obras Públicas verifica-se que Gestão, Supervisão e Fis-
calização são funções de gerenciamento com conceitos que muitas vezes são vistos como si-
nônimos, e aparentemente se confundem na ação de uma única pessoa ou de um departamen-
to. A Gestão de Obras Públicas se caracteriza como Gestão de Contratos, onde a Administra-
ção se responsabiliza pelas definições dos parâmetros das obras e serviços, pela contratação e
integrações com outros órgãos públicos e a sociedade (BERTHOLDO et al., 2018).

A Supervisão de Obra Pública auxilia o órgão contratante na gestão técnica da fase


executiva do empreendimento, incluindo as necessárias interfaces administrativas, para que as
obras e serviços do empreendimento sejam executados conduzindo a resultados compatíveis
com as expectativas definidas no escopo, nos cronogramas físico e financeiro das obras, e em
outras condições contratuais. (FRANCO et al., 2017; SILVA, 2017). A Fiscalização de Obra
Pública tem a missão de garantir que a qualidade dos serviços executados nas obras seja ple-
namente alcançada, atendendo as disposições definidas nos projetos executivos, em normas,
procedimentos e especificações do próprio Órgão contratante. A fiscalização é responsável
pelos ensaios laboratoriais e pelos controles de qualidade com características meramente téc-
nicas (GOMES, 2014; SILVA 2017).

2.4. A Tríade de Donabedian

A Tríade de Donabedian é um modelo de avaliação da qualidade que leva em conside-


ração indicadores de desempenho de três componentes principais (JACOBS et al, 2012;
PASQUALI et al, 2019). Segundo Donabedian (2003), Estrutura, Processo e Resultados for-
mam a tríade de uma abordagem para avaliar a qualidade nos serviços de saúde, conforme
ilustra a Figura 1.

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Figura 1 – Tríade de Donabedian

Fonte: Adaptado de Donabedian (2003)

Segundo o autor supracitado, os prestadores de serviços, os consumidores e a sociedade


em geral possuem percepções subjetivas e diferentes do que é um serviço de qualidade, porém
todos conseguem identificar quais aspectos são importantes dentro da prestação do serviço.
Diante desse contexto, o modelo proposto garante seu valor e, é interessante destacar, que es-
sas tríade só pode ser utilizada se existir uma relação casual entre os três componentes. Em
outras palavras, a estrutura apoia a execução do processo gerando um resultado de qualidade
(DONABEDIAN, 2003).

No aspecto ‘Estrutura’ a finalidade é designar as condições sob as quais os cuidados são


prestados. Dentre as características presentes nesse aspecto o autor elencou os recursos físi-
cos, humanos e organizacionais que são estáveis na prestação do serviço: estrutura física,
equipamentos e insumos, tecnologia para a viabilização e desenvolvimento do serviço, trei-
namento e qualificação dos profissionais e os suportes pessoais, recursos financeiros para a
manutenção das estruturas tecnológicas.

O segundo aspecto da tríade é o ‘Processo’ conceituado com base na integração do de-


senvolvimento das atividades ou serviços produzidos pelos profissionais em geral e os con-
sumidores com a finalidade de proporcionar um resultado que será ultizado como indicador
ou estimativa da qualidade. Ou seja, a inter-relação entre o prestador do serviço e o seu re-
ceptor.

O componente ‘Resultado’ numa esfera mais geral é a compreensão do momento final


do serviço prestado, levando em consideração as expectativas e necessidades do consumidor,
para alcançar a sua satisfação. Em relação a pesquisa de Donabedian (2003), que tratava de
cuidados de saúde nos pacientes, esse componente estava direcionado, por exemplo, ao diag-

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nóstico da doença e suas características, resultados dos testes e uma possível mudança de tra-
tamento do paciente.

Para avaliar o grau de atuação da vigilância em saúde os estudos de Donateli et al.


(2017) coletaram dados por sete municípios polo da Zona da Mata Mineira. Os municípios
foram selecionados tendo como referência a presença e a atuação das vigilâncias: epidemioló-
gica, ambiental e sanitária. Foram realizadas entrevistas utilizando-se um questionário semi-
estruturado e elaborado baseado na tríade de Donabedian: Estrutura, Processo e Resultado.
Para isso, foi criado um sistema de escores, no qual se atribuiu pontuação para cada critério.
Após a aplicação dos questionários e a análise dos dados, o grau de atuação da Vigilância em
Saúde em âmbito regional foi classificado como intermediário.

3. Procedimentos metodológicos

A construção de uma pesquisa ou estudo abrange vários procedimentos e etapas. Esta


pesquisa pode ser classificada quanto à metodologia de investigação, quanto à abordagem e
quanto aos objetivos. Com relação à metodologia de investigação, a presente pesquisa refe-
re-se a um Estudo de caso que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto
na vida real (YIN, 2015). É uma pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular,
considerado representativo de um conjunto de casos e os dados devem ser coletados e regis-
trados com rigor.

Quanto à abordagem, é considerada qualitativa, dada a sua necessidade de explicar os


resultados da pesquisa. Assim, a análise de dados terá por objetivo simplesmente compreen-
der um fenômeno em seu sentido mais intenso (APPOLINÁRIO, 2011). Quanto aos objeti-
vos, a presente pesquisa é classificada como exploratória porque descreve uma situação ainda
pouco explorada e procura descobrir quais são as relações entre os elementos da pesquisa
(MARCONI & LAKATOS, 2017).

4. A Qualidade na Prestação de Serviços de Supervisão e Fiscalização de Obras Públicas


– Aplicação da Tríade de Donabedian

A análise realizada na pesquisa será baseada na percepção da Qualidade do Serviço


Prestado. Considerando conceito de qualidade como sendo o grau em que a totalidade de pro-
priedades e características de um serviço determina sua capacidade de satisfazer necessidades
explícitas e implícitas do usuário. Espera-se, assim, examinar a Qualidade na Fiscalização e
Supervisão de Obra Pública posicionando o observador no atendimento das necessidades e
dos interesses do Estado, explicitados na legislação vigente, nos estudos, desenhos e respecti-
vas especificações dos projetos executados e nas restrições de custo, prazo e desempenho es-
tipuladas no contrato.

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A avaliação da qualidade dos serviços de supervisão e fiscalização pode ser realizada
através de métodos específicos, com indicadores apropriados. Neste sentido, a utilização da
Tríade Donabediana (DONABEDIAN, 1980, 2003) permite a sistematização do processo de
avaliação baseada em indicadores representativos de três aspectos fundamentais: Estrutura,
Processo e Resultado.

Desta forma, para cada aspecto que constitui a Tríade Donabediana (1980, 1992) foram
estabelecidos indicadores que serão avaliados, que permitirão inferir sobre a qualidade na
prestação dos serviços de fiscalização e supervisão de obras públicas na jurisprudência do
TCE-PE, conforme apresentados a seguir:
1. Estrutura: representada por indicadores relacionados a estrutura organizacional de tra-
balho adotada por cada órgão, observando a quantidade de profissionais envolvidos no
serviço e suas qualificações, os equipamentos e recursos utilizados, a estrutura física
utilizada e a estrutura de tecnologia viabilizada;
2. Processo: constituído por indicadores de avaliação da gestão dos recursos necessários
para atendimento das demandas por fiscalização, gestão das informações com
destaque para a sistematização de seu processo e, por último, a análise das ações
desenvolvidas pelos responsáveis pela supervisão em relação aos critérios definidos no
projeto para o alcance do nível de qualidade esperado;
3. Resultado: caracterizado por indicadores de cumprimento de prazos, custo final,
alcance do desempenho esperado, minimização de alterações no projeto, atendimento
aos requisitos de qualidade estabelecidos e satisfação dos beneficiados pela obra.

Assim, para o levantamento dados relacionados as atividades e processos desempenha-


dos por representantes da administração na prestação de serviços de fiscalização e supervisão
em obras públicas, será realizado a partir da aplicação de um questionário a representantes
selecionados de forma representativa no conjunto de servidores incumbidos desta função nos
quadros de funcionários dos órgãos executores de obras públicas, jurisdicionados do TCE/PE.

Para o aspecto Estrutura serão avaliados quatro indicadores: quantidade e qualificação


da equipe de profissionais responsáveis, recursos e equipamentos, tecnologia disponível e es-
paço físico. Esses indicadores serão construídos a partir de variáveis do questionário, como
também com base na identificação das entregas e dos processos na prestação dos serviços,
quantificação dos recursos utilizados nos respectivos processos obtidos através da documen-
tação das medições (boletins e suas memórias de cálculos).

Em relação aos indicadores referentes ao aspecto Processo da Tríade de Donabedian


(1980), serão elaboradas questões sobre planejamento de ações de fiscalização e supervisão,
gestão dos recursos para atendimento das demandas por fiscalização e gestão das informa-
ções. Para o aspecto Resultado da tríade, serão avaliados quatro indicadores: cumprimento de

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prazos, custo final, desempenho previstos, alterações no projeto, atendimento aos requisitos
de qualidade e satisfação dos beneficiados pela obra.

Em relação ao indicador “alterações no projeto” é importante destacar que, serão consi-


deradas as mudanças ocorridas na fase de execução, e qualificadas segundo critérios de con-
dições ou fatos imprevistos e supervenientes aos estudos e projetos, atendimento às exigên-
cias emitidas por órgãos governamentais, deficiências de estudos, mudanças de escopo solici-
tadas pela Administração, bem como em função de mudanças sugeridas pelo contratado para
melhor execução técnica da obra.

Embora o Resultado possa ser utilizado como um parâmetro de avaliação indireta da


qualidade do serviço prestado, é fundamental relacioná-lo as avaliações do Processo e Estru-
tura para permitir a identificação de potenciais pontos de melhoria, aperfeiçoamento na utili-
zação de recursos, otimização do planejamento e alcance da eficiência na prestação do serviço
(DONABEDIAN, 1992; TANAKA, 2011).

Além dos indicadores propostos baseados na Tríade, foram consideradas também as va-
riáveis para um indicador necessário, que é a "Capacidade de Fiscalização", apresentado no
Quadro 1. A construção deste indicador, por sua vez, permitirá aos órgãos avaliarem se pos-
suem em seu quadro de funcionários, profissionais detentores de conhecimentos técnicos ne-
cessários para execução das atividade de fiscalização em número suficiente para atender a
demanda e oferecer um serviço qualidade. No Quadro 2 apresenta o conjunto de indicadores
relacionados a cada aspecto da Tríade no contexto dos serviços de supervisão e fiscalização
de obras públicas.

Quadro 1 – Indicador Capacidade de Fiscalização

Descrição das variáveis para criação do indicador

Mapear os setores do órgão destinado à fiscalização

Quantificar os fiscais e supervisores

Identificar os valores envolvidos na fiscalização

Calcular a taxa de valor fiscalizado por fiscal

Levantar a evolução dos investimentos em obras reali-


zados pelo órgão nos últimos (10) anos
Levantar evolução do quadro de fiscais e supervisores nos
últimos (10 anos)
Fonte: Esta pesquisa (2020)

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Quadro 2 – Indicadores relacionados a Tríade de Donabedian

Descrição das variáveis para criação


Tríade de Donabedian Indicadores
dos indicadores
Verificar a quantidade e qualificação dos
profissionais envolvidos
1.1 Composição da equipe Identificar os equipamentos/recursos
viabilizados
1.2 Equipamentos e recursos
1. ESTRUTURA Verificar estrutura física disponivilizada
1.3 Espaço físico
Verificar disponibilidade e a utilização de
1.4 Tecnologia disponível Softwares
Verificar a existência de cursos de atuali-
zação e capacitação da equipe de
profissionais
Identificar o responsável pela elaboração
das medições
Levantar o processo de conferência das
medições
2.1 Gestão de recursos para o Identificar se há o controle dos indicadores
atendimento de demandas por de prazo e custo das obras
fiscalização Verificar o processo de recebimento (con-
ferência/compatibilização)
Levantar o processo de controle de altera-
ções (demandas e prazos)
2.2 Gestão da informação Verificar o processo de divulgação dos
serviços de fiscalização
2. PROCESSO Verificar envolvimento da equipe (contra-
2.3 Planejamento de ações de tação/elaboração/desenho)
supervisão e fiscalização Verificar envolvimento da equipe na con-
tratação do empreiteiro
Verificar controle das supressões e acrés-
cimos nos contratos
Verificar medidas padrões adotadas em
relaçao a atrasos da obra
Verificar quais as medidas padrões adotadas
em relaçao aumento dos custos
Verificar controle de conformidade da qua-
lidade dos serviços com as especificações de
projeto
Identificar o atingimento do prazo em obras
3.1 Cumprimento de prazos
concluídas
Identificar o atingimento do custo em obras
3. RESULTADO 3.2 Custo final concluídas
Verificar a existência de obras paralisadas
3.3 Desempenho esperado no órgão
Relacionar os valores envolvidos em obras
3.4 Alterações no projeto paralisadas
3.5 Atendimento dos fatores Atendimento dos aspectos sociasi definidas
sociais no projeto
Fonte: Esta pesquisa (2020)

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5. Resultados esperados e considerações finais

A aplicação da Tríade Donabediana (1980), para o acompanhamento e monitoramento


da qualidade da supervisão e da fiscalização de obras públicas, proporcionará a oportunidade
de se refletir sobre os indicadores de recursos humanos e financeiros, bem como o gerencia-
mento dos procedimentos adotados pelos órgãos, relacionando-os com os resultados alcança-
dos na execução das obras. Estes indicadores, portanto, poderão subsidiar as atuações do
Controle Administrativo, dos Controles Externo e Interno, e da sociedade de uma forma geral.

Assim, a determinação e análise dos indicadores para os aspectos relacionados a estru-


tura, aos processos e aos resultados das atividades de supervisão e fiscalização, obtidos a par-
tir da Tríade proposta por Donabedian (1980), permitirão avaliar os recursos direcionados pe-
los órgãos executores de obras públicas, possibilitando a realização de um planejamento, dis-
tribuição e alocação eficiente do recursos para as atividades fiscalização e supervisão.

Dessa forma, a utilização desses indicadores tornará possível aos governantes dimensi-
onar necessidades dos órgãos, aumentando o potencial de fiscalização e, consequentemente,
eficiência na utilização dos recursos públicos. Tendo influência na garantia de obras que
atendam aos requisitos técnicos de planejamento orçamentário, através da minimização na
modificações realizadas no do projeto em sua fase de desenvolvimento, atendimento de pra-
zos estabelecidos e, principalmente, no atendimento das necessidades da sociedade para qual
as obras públicas tenham sido projetadas, garantindo a satisfação da parcela da população be-
neficiada.

Outra contribuição fundamental da aplicação dessa metodologia está relacionada a pos-


sibilidade de padronização dos procedimentos de controle das atividades de supervisão e fis-
calização a partir da definição de indicadores, tornando possíveis os processos de difusão e
normalização para outros órgãos.

Estes indicadores não necessitam de um esforço para a sua obtenção, mas de uma orga-
nização, pois os dados já existem, fazem parte da realidade dos órgãos e das obras, necessi-
tando de uma metodologia para a sua estruturação, que comprova a importância da utilização
da Tríade proposta por Donabedian (1980) para transforma dados em informações que con-
tribuirão no processo de decisão relacionadas as atividades de supervisão e fiscalização de
obras públicas.

Considerando que os controles exercidos pelos gestores dos órgãos executores de obras
são os mesmos utilizados há décadas, e concentra-se nas informações apresentadas nos bole-
tins de medição. Desta forma, o cerne do controle de obras públicas continua a ser as quanti-
dades medidas e o valor global contratado. Consequentemente, as decisões gerenciais para
exercer o controle da obra são tomadas tendo por base apenas as informações de valor acu-
mulado de medição e saldo contratual. Não são considerados os prazos e os reflexos econô-

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micos das alterações promovidas no projeto. Esta prática tem sido adotada pelos diversos ór-
gãos da Administração Pública e está consolidada no ramo da engenharia de obras pública,
requerendo assim alternativas para estimular o surgimento de novas formas de controle.

Considerando o potencial de inovação como sendo a geração de conhecimentos cientí-


ficos e tecnológicos com o foco na aplicação prática destes, vislumbra-se que o desenvolvi-
mento de uma metodologia capaz de avaliar a qualidade da Supervisão e da Fiscalização de
obras públicas proporcionará a formação de indicadores de monitoramento da atuação do Re-
presentante da Administração, que podem ser adotados pelo próprio servidor designado, pela
Gestão da Obra e pelos Órgãos de Controle. Atualmente, inexistem práticas de monitoramen-
to de obras por indicadores. Como exemplo pode-se citar os cronogramas físicos e financeiros
que são meras peças formais elaboradas sem o menor cuidado técnico apenas para compor
apenas a documentação do processo licitatório. A geração de pontos de controle de processos
ao longo do tempo de realização do projeto, desde a fase de início, e a difusão deste conheci-
mento para a sociedade, pode evitar o comprometimento das restrições de prazo, custo e de-
sempenho das obras públicas, beneficiando o erário e as políticas públicas.

Finalmente, é importante destacar que para o setor de obras públicas, e a sua gestão pe-
los servidores, a Tríade de Donabedian (1980), já testada em gestão da qualidade na saúde
pública, trará fontes de conhecimento interna de cada obra e de cada órgão, subsidiando uma
base de informações que podem ser disponibilizadas como fontes externas de conhecimento
para outros órgãos, alimentando o sistema, e possibilitando novas ideias de controle e moni-
toramento para a supervisão de obras.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de


Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código de Financiamento 001, e do Tribunal de Contas
do Estado de Pernambuco (TCE/PE).

Referências

APPOLINÁRIO, F. Metodologia da Ciência: Filosofia e Prática da Pesquisa. Cengage Learning, 2011.


BERTHOLDO, L.; NADAE, J.; VALE, J. W. S. P.; CARVALHO, M. M. A importância da gestão de stakeholders
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