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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
GABINETE DO MINISTRO

Circular n° OJ. jGAB-MFj2014


Maputo, aos de /.{; Setembro de 2014

Assunto: Contas Bancárias de Órgãos e Instituições do


Estado

1. A Conta Única do Tesouro (CUT), domiciliada no Banco de


Moçambique tem por finalidade consolidar as disponibilidades
financeiras do Estado, a serem movimentadas pelos órgãos e
instituições do Estado, em conformidade com o disposto no
Artigo 1 do Regulamento do SISTAFE, aprovado pelo Decreto n"
23/2004, de 20 de Agosto.

2. Aquando da introdução da CUT a execução do Orçamento do


Estado era realizada por via de Adiantamento de Fundos (AFU),
razão pela qual havia pertinência dos órgãos e instituições do
Estado serem detentores de contas bancárias, nomeadamente
contas de Funcionamento, de Investimento, de Fundo de
Maneio, de salários e de Projectos e Programas.

3. Com o aprofundamento das reformas do Sistema de


Administração Financeira do Estado, os órgãos e Instituição do
Estado passam a proceder ao pagamento das suas despesas,
incluindo salários, directamente ao credor/fornecedor via e-
Sistafe, deixando assim, de necessitar de contas bancárias
para o efeito.

4. Embora o pagamento via conta bancária esteja a cair em


desuso, muitos Órgãos e Instituições do Estado mantêm contas
abertas em diversos bancos, mesmo não sendo movimentadas.

~
5. A manutenção, no sistema financeiro, de contas ociosas onera o
Estado, havendo, por isso, necessidade de se tomar medidas
visando sua racionalização, mantendo-se aquelas que são
imprescindíveis para o normal funcionamento dos Órgãos e
Instituições do Estado.

6. A presente circular visa definir o tipo de contas a serem


maniidas, a título expcional, pelos Órgãos ou Instituições do
Estado, bem como as regras a serem observadas na abertura
de novas contas.

Artigo 1
(Definições)

Para efeitos da presente Circular, entende-se por:

a) Contas de Receita as que visam acolher, até a sua canalização


a CUT, as receitas do Estado, de terceiros, consignadas e
próprias dos órgãos e instituições do Estado de âmbito central e
provincial e distrital;

b) Contas de Despesa de Adiantamento de Fundos para


pagamento de Salários as que se destinam a acolher os
recursos financeiros destinados à realização de despesas de
salários dos órgãos e instituições do Estado de âmbito central e
provincial, por Unidades Gestoras Executoras (UGE's) especiais
de salários, mediante Adiantamento de Fundos (AFU);

c) Contas de Adiantamento de Fundos para Pagamento de


Despesas Gerais as que se destinam a acolher os recursos
financeiros destinados à realização de despesas gerais (não
incluindo salários) por AFU, dos órgãos e instituições do Estado
de âmbito central e provincial que não possam ser integrados
no sistema informático do SISTAFE (e-SISTAFE), por restrições
em termos de infra-estruturas tecnológicas ou de recursos
humanos, e que não possuam UGEfisicamente próxima que os
possa apoiar;

d) Contas de Fundo de Maneio as destinadas a receber os


recursos financeiros para a realização de despesas dos órgãos
e instituições do Estado de âmbito central e provincial, através
de Fundo de Maneio (FM), ou seja, realização de despesas de
pequena monta, nos termos definidos no Manual de
Administração Financeira;

2G;
e) Contas de Projecto as que se destinam a acolher os recursos
financeiros que não transitam pela CUT, para financiar a
execução de programas e projectos específicos dos órgãos e
instituições do Estado de âmbito central, provincial e distrital.

Artigo 2
(Manutenção de Contas)

1. Cada Órgão ou Instituição do Estado poderá manter, para a


execução do seu Orçamento, uma conta de cada um dos
seguintes tipos:

a) Conta de despesa de Adiantamento de Fundos para pagamento


de Salários;

b) Conta de Fundo de Maneio é uma conta para as instituições


que executam o seu orçamento via e-SISTAFE para despesas
excepcionais previstas na Circular de Execução do Orçamento
do Estado do exercício económico respectivo;

c) Conta de Receita destinada a acolher as receitas cobradas


pelos Órgãos e Instituições do Estado, independentemente da
sua natureza;

2. Poderão ser também mantidas as contas de projectos ou


programas financiados off-CUT, que deverão ser encerradas
logo após o término do motivo que deu origem à sua abertura;

3. À medida que as instituições forem descentralizadas, passando


a executar o seu Orçamento via e-SISTAFE, deverá, no prazo de
60 dias, solicitar ao Ministério das Finanças - Direcção
Nacional do Tesouro (DNT) ou Direcções Provinciais do Plano e
Finanças (DPPF), conforme se trate de instituições de nível
Central, provincial e distrital, o encerramento das contas cuja
manutenção deixar de se justificar.

Artigo 3
(Encerramento de Contas)

1. Todas as contas mantidas pelos Órgãos e Instituições do


Estado, para além das contas indicadas no n" 1 do Artigo
anterior, em conformidade com o previsto no Artigo 11 O do
regulamento do SISTAFE aprovado pelo Decreto n" 23/2004, de
20 de Agosto, deverão ser encerradas.

--- ----------------------------~==~===-==~================================~
2. Até 30 de Novembro de 2014, cada um dos órgãos ou
Instituição do Estado deverá apresentar à Direcção Nacional do
Tesouro ou Direcção Provincial do Plano e Finanças consoante o
caso, duas listas das contas por si tituladas de acordo com o
modelo do anexo 1, sendo uma para as contas a serem
mantidas nos termos do n° 1 do Artigo 1 da presente Circular e
outra para as contas que devem ser encerradas, às quais se
deverá juntar os respectivos extractos

3. Para efeitos de verificação do cumprimento do previsto nos nvs


anteriores do presente artigo, serão constituídas equipas de
trabalho que se deslocarão a cada um dos órgãos ou
instituições do Estado.

Artigo 4
(Abertura de novas contas bancárias)

1. As novas contas bancárias de receita e de despesa dos órgãos


e instituições do Estado podem ser abertas, desde que sejam
previamente autorizadas pela tutela sectorial e pelo Ministério
das Finanças - DNT ou DPPF,consoante o caso;

2. Estas deverão ser abertas no Banco de Moçambique, excepto


as destinadas ao pagamento de salários e contas das Escolas
destinadas a receber propinas dos alunos.

3. As instituições que se localizam em áreas onde não haja


disponível um balcão do Banco de Moçambique, poderão
solicitar às DPPFs, a abertura das suas contas no balcão do
Banco Comercial mais próximo, devendo os pedidos para o
efeito ser devidamente fundamentados.

Artigo 5
(Procedimentos para abertura de contas bancárias)

1. Para efeitos de abertura de contas bancárias, deverão ser


organizados e enviados em duplicado, à Direcção Nacional do
Tesouro ou Direcção Provincial do Plano e Finanças pedidos de
abertura de contas bancárias, contendo:

a) Despacho exarado pelo responsável máximo do sertnço


sobre:

4
I •

L Fim a que se destina a conta bancária (receita ou


despesa);
zz. Indicação da moeda;
iu. Indicação das pessoas autorizadas para movimentar a
conta bancária;
tu. Condições de movimentação da conta (Contas
solidárias).

b) Fichas de abertura de contas bancárias, nomeadamente


institucional, individual e de assinatura, fomecidas pelos
bancos, devidamente preenchidas e assinadas,
autenticadas e com espaço em branco na ficha principal,
para a assinatura do funcionário designado pela Direcção
Nacional do Tesouro ou Direcção Provincial do Plano e
Finanças;

c) Cópia do diploma legal de criação da instituição;

d) Fotocópia do despacho de nomeação, título de provimento ou


contrato dos assinantes da conta bancária;

e) Fotocópia a cores e autenticada do documento de


identificação válido dos assinantes da conta;

j) Fotocópia do NUIT dos assinantes da conta.

2. Os funcionários designados para movimentar as contas


bancárias, deverão ter nomeação definitiva, exceptuando os
que exercem funções de direcção ou de chefia.

3. É vedado aos funcionários designados pela Direcção Nacional


do Tesouro ou Direcções Provinciais do Plano e Finanças como
co-titulares das contas dos Órgãos e Instituições Estado,
ordenar transacções financeiras, salvo as que decorrerem do
encerramento oficioso ou outros casos de força maior
devidamente justificados e superiormente autorizados.

ARTIGO 6
(Identificação e movimentação das contas bancárias
do Estado)

1. As contas bancárias do Estado identificam-se pela designação


do Instituição, nome do programa ou de projecto se for o caso, e
natureza da conta.

5~
2. As contas bancárias do Estado são, quanto à forma de
movimentação das mesmas, contas solidárias significando que
a assinatura dos responsáveis elegíveis de qualquer das
entidades titulares obriga a conta bancária, de acordo com as
regras de movimentação da conta indicadas na ficha de
assinaturas.

3. A Direcção Nacional do Tesouro e as DPPFs podem, solicitar


extractos de contas bancárias, consulta de saldos e de
movimentos.

4. Competirá ao Ministério das Finanças - Direcção Nacional do


Tesouro intervir junto dos bancos, para cumprimento das regras
de movimentação das contas do Estado, bem como solicitar o
encerramento das contas, nos casos em que estas se encontrem
ociosas por um período de 60 dias.

Artigo 7
(Dúvidas)

As dúvidas que surgirem da implemeniação das instruções referidas


na presente Circular serão esclarecidas pela DNT.

Artigo 8
(Disposição Final)

A presente Circular aplica-se a todos os Órgãos e Instituições


do Estado, exceptuando as Autarquias e Empresas Públicas.

Artigo 9
(Entrada em vigor)

A presente circular entra imediatamente em vigor.

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