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RESUMO
ABSTRACT
The purpose of this article is to analyze budgets for works on single-family homes in the
municipality of Chapecó/SC that were financed by banking institutions, and verify that all
items were budgeted and all costs necessary for the completion of the works were raised. The
methodology used in this research regarding the method is classified as an inductive method.
The research level of this study is classified as descriptive research. Regarding data collection
instruments, documents were used. The sample is from three budgets of single-family
residential houses, located in Chapecó-SC. The sample was classified as non-probabilistic for
convenience. The methods of analysis and interpretation of data used in the research are
quantitative, with the presentation of tables, charts and images resulting from the budget
survey. After analyzing the budgets, it was found that 57 items that are part of SINAPI's
Reference Budget were no longer budgeted, which represented unforeseen increases from
5.29% to 7.54% in the total value of the work and consequently these costs, that were
necessary for the completion of the works were no longer taken into account in the analysis
and granting of financing for the referred houses, generating additional unforeseen costs and
consequently dissatisfaction to the owners.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Não se refere somente à fase prévia à obra, em que são previstos os desembolsos e
investimentos necessário e determinada a viabilidade ou inviabilidade de um
projeto, mas engloba também todo o processo de execução com a mesma precisão
que deve ser utilizada previamente, planejando, controlando e acompanhando os
custos estimados e definindo os valores pertinentes às manutenções necessárias.
Segundo (Dias, 2004 apud TAVES 2014), é a zona da engenharia onde as normas, os
conceitos, os parâmetros são utilizados para solucionar problemas de aferição de custo, para
planejamento, tal como a gerência e manejo de diversos empreendimento.
Taves (2014) ainda, completa dizendo que se trata de uma ciência que oferece suporte
para a constituição do preço das obras e controle de seus custos, por isso, seus alvos são os
serviços de construção civil, tendo como foco os processos e a ação entre eles, onde estes
correspondem o fluxo de materiais, a produtividade e produção, os fluxos sempre atendendo
as necessidades da abrangente construção civil e suas tecnologias construtivas.
Segundo DIAS (2004 apud TAVES, 2014), para obras financiadas por instituições
internacionais, e licitações públicas, a imposição e exigência da metodologia fazem- se
rigorosamente necessária, para apresentação e pesquisa de orçamentos.
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2.1 ORÇAMENTOS
Antes de se realizar qualquer obra é preciso saber quanto esta vai custar, segundo
TCPO (1999, p.13), consiste em estimar quanto uma obra vai custar antes de se iniciar,
baseado no estudo dos projetos, técnicas construtivas, memorial descritivo entre outros
documentos técnicos, levando em conta todos os custos diretos e indiretos e demais fatores
determinantes para o custo final total da obra.
É importante destacar que orçamento não é a mesma coisa que orçamentação.
Orçamento é o resultado documental do processo de orçamentação. MATTOS (2006)
complementa que muitos são os itens e fatores que influenciam no preço final de uma
edificação. Por isso o profissional responsável deve conhecer detalhadamente o serviço, o
projeto, a execução e fazer um estudo aprofundado sobre os demais fatores que não podem ser
determinados com exatidão, como condições do solo, chuvas, disponibilidade de materiais,
imprevistos e produtividade dos colaboradores.
“Para a realização de um projeto, primeiro é necessário prever quanto ele irá custar, e
em seguida determinar se este é viável ou não” (OLIVEIRA, 2017, p. 15).
Além disso, (MATTOS 2006 apud OLIVEIRA 2017) relata que a preocupação com os
custos inicia ainda antes da execução da obra, na fase de orçamentação, onde envolve a
identificação, a quantificação, assim como a análise e precificação de diversos fatores.
Segundo Silva, Silvano e Sola (2008, p. 24), podem-se:
[...] exemplificar alguns propósitos gerais que devem estar contidos no plano
orçamentário da organização: Orçamento como sistema de autorização, onde o mesmo
aprovado, não deixa de ser um meio de liberação de recursos; um meio para projeções e
planejamento, onde as várias peças orçamentárias serão utilizadas para o processo de
planejamento, [...]; Um canal de comunicação e coordenação, utilizado como instrumento
para comunicar e coordenar os objetivos corporativos e setoriais; Um instrumento de
motivação, [...]; um instrumento de avaliação e controle, utilizado como verificação do
desempenho dos gestores e uma importante fonte de informação para o processo de tomada de
decisões.
De acordo com Xavier (2008 apud SANTOS, 2015, p.2), trata-se da exposição dos
valores essenciais para a execução de um serviço, devido as diferentes condições de prazo,
materiais e mão de obra necessária e exigida para que os serviços indicados sejam executados.
5
Inclui VILELA DIAS (2004 apud TAVES, 2014, p.4) “[...] é a área da engenharia
onde princípios, normas, critérios e experiência são utilizados para resolução de problemas de
estimativa de custos, avaliação econômica, de planejamento e de gerência e controle de
empreendimentos”. O orçamento é uma previsão do custo ou preço de uma obra. O custo total
de uma obra é o valor que corresponde à soma de todos os gastos para sua execução.
(GONZALEZ 2008 apud TAVES 2014).
Orçamentação, conforme descreve (TISAKA 2011 apud OLIVEIRA 2017, p. 16), é o
conjunto de tarefas que são elaboradas para compor o orçamento de uma obra, a partir de seu
projeto. Na Figura 1, estão apresentados alguns passos de uma elaboração de um orçamento.
Segundo Oliveira (2014).
Segundo Mattos (2006), a composição de custos de uma obra não pode e nem deve ser
apenas retirada de livros, normas e manuais. Ela deve sim seguir as premissas e orientações
neles contidas, mas como cada obra tem suas peculiaridades, a composição deve retratar a
realidade de cada projeto.
Ainda o Autor (2006) explica que “Os principais atributos do orçamento são
aproximação, especificidade e temporalidade”. Estes atributos, são responsáveis para a
realização de um orçamento bem elaborado.
2.1.2 Afinidade
Para Oliveira (2014), em virtude de um orçamento ter inúmeras variáveis, como mão
de obra, material, equipamentos, técnicas construtivas e custos indiretos, todo orçamento é
aproximado e não exato.
Esta aproximação pode ser verificada em diversos itens do orçamento, tais como:
a) Mão de obra – produtividade das equipes e encargos sociais e trabalhistas;
b) Material – Preço dos insumos, impostos, perda e reaproveitamento;
c) Equipamento – custo, horário e produtividade;
d) Custos indiretos - pessoal, despesas gerais e imprevistos (OLIVEIRA, 2017).
2.1.3 Individualidades
2.1.4 Temporalidade
De acordo com SINAPI (2017), em razão da mudança dos valores, com o passar do
tempo, dos insumos, mão de obra, tributos e até mesmo da evolução das tecnologias
construtivas, a projeção feita em um orçamento hoje, não vai ser a mesma daqui um tempo.
Dessa maneira o orçamento com o passar dos anos deve ser atualizado.
O TCU (2014) aponta que, com o tempo ocorre uma diferença nos valores
inicialmente orçados. Isso acontece não somente pela oscilação dos preços dos insumos, mão
de obra, tributos e a evolução das técnicas de construção, bem como a perda do poder de
compra e venda (inflação) e mudanças nos cenários econômicos e gerencias.
O atributo da temporalidade infere a ideia de que um orçamento que tenha sido
realizado há algum tempo atrás já não tem mais a mesma precisão, pois alguns
índices cotados na época da orçamentação podem ter tido seu valor de mercado
alterado com o tempo, necessitando assim de ajustes. (OLIVEIRA, 2014, p. 27)
O orçamento é determinado pela projeção dos recursos necessários para produzir uma
obra em um estabelecido tempo. Mesmo que exista a possibilidade de um reacerto por
índices, no mercado à toda hora existem alterações imprevistas de preços, alguns deles por
tributos, evolução em métodos construtivos ou até mesmo o aumentos de preços em produtos
indiretos como o transporte através do diesel. Por estes motivos, o orçamento realizado a um
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tempo atrás, não pode ser validado e utilizado como referência no momento atual de
realização de uma obra. (SINAPI, 2017).
Conforme explica Dias (2011), para que o engenheiro orçamentista consiga fazer um
orçamento preciso se o mesmo esteja baseado em projeto executivo completo, com todas as
etapas da obra contempladas, assim como, a descrição completa e detalhada dos serviços e
materiais necessários.
O orçamento tem por objetivo calcular o preço final de venda. Para isto, é necessário
o levantamento dos custos diretos envolvidos na obra, e então aplica-se o BDI
(Benefícios e Despesas Indiretas), que engloba o lucro bruto desejado sobre um
empreendimento e o somatório das despesas indiretas, incluindo aí os atributos
(MARTINS, 2014, P. 12).
TISAKA, (2006), afirma que custo é todo o gasto com insumos (materiais, mão de
obra e equipamentos), somado a toda a parte de infraestrutura (canteiros, administração local,
mobilização e desmobilização etc), necessária para execução da edificação. Já as despesas são
gastos para comercialização da obra como administração central, despesas financeiras,
impostos, divulgação entre outros.
De acordo com o TCU (2014), o custo é o produto dos gastos necessários pra
produção da obra. Já a despesa é o valor gasto para manter a empresa, assim como para
possibilitar a comercialização dos produtos. Na Figura 5, é possível verificar as partes que
compõem a formação de preço.
Esclarece então, que os custos diretos são aqueles que estão diretamente atrelados aos
serviços que serão executados na obra. A formação destes custos, abrange os insumos dos
serviços em conjunto com seus índices e valores. (OLIVEIRA, 2014).
Para Mattos (2006), é todo custo que não se fez presente na obra, relacionado à mão
de obra, materiais ou equipamentos.
Segundo o SINAPI (2017, p.6), os custos indiretos são:
Custo da logística, infraestrutura e gestão necessária para a realização da obra.
Corresponde à soma dos custos dos serviços auxiliares e de apoio à obra, para
possibilitar a sua execução. Englobam os custos previstos para a Administração
Local, Mobilização e Desmobilização, Instalações e Manutenção de Canteiro
Acampamento, Seguros e outros.
Aqueles custos, os quais não estão ligados diretamente aos serviços de campo, porém,
são necessários para que a construção aconteça conforme previsto no prazo previsto. Na fase
de custos indiretos, é feito um levantamento de toda equipe técnica, de apoio, identificação
total das despesas da obra, mobilização do canteiro e desmobilização do mesmo,
levantamento de taxas, e demais despesas (OLIVEIRA, 2014).
Silva (2016), afirma que, o Custo Unitário Básico (CUB), calculado mensalmente
pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil, é o indicador da construção civil mais
utilizado no país.
Segundo MATTOS (2006, p.35):
Apresenta Silva (2016), diversas empresas utilizam o CUB como referência para
estabelecer custos de obras e verificar a viabilidade de possíveis projetos.
Na Figura 6 pode se ver os valores publicados na tabela de CUB no ano de 2020
desonerado, ou seja, quando os custos de mão de obra não possuem encargos sociais
13
2.1.6.8 Insumos
2.1.6.9 Materiais
Segundo o TCU (2014, p. 26) [...]” são os elementos que fazem parte do processo de
produção dos serviços que compõem a planilha orçamentária. Podem ser máquinas e
equipamentos, trabalho humano, materiais de construção ou outros fatores de produção”.
TISAKA (2006) expõe que mão de obra é uma parte do custo representada pelo
salário do trabalhador que manuseia os materiais, soma-se aos encargos sociais. Geralmente
são remunerados em razão a quantidade das horas trabalhadas mensais. Além do custo com as
leis sociais também devem ser levados em conta as despesas com alimentação, transporte, EPI
e ferramentas. A Figura 8 apresenta o fluxograma de mão de obra.
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2.1.6.11 Equipamentos
De acordo com o SINAPI (2017, p.66) “Encargos Sociais são os custos incidentes
sobre a folha de pagamentos de salários (insumos de mão de obra assalariada) e têm sua
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Regras e alíquotas são alteradas com frequência, e os percentuais não incidem sobre a
mesma base de cálculo, é conveniente que se consiga uma relação atualizada em publicações
do ramo, tal como revistas técnicas, sindicatos da construção ou até mesmo com a
contabilidade da empresa (OLIVEIRA, 2017).
Durante a orçamentação de um serviço, cabe ao construtor atribuir à hora de cada
insumo de mão de obra ao custo que ela realmente representa para a empresa. O
custo de um operário para o empregador não se confunde com o valor das horas
trabalhadas. É um valor bastante superior. Isso porque não é só o salário que
constitui o ônus do empregador – o mesmo arca com diversos encargos sociais e
trabalhistas impostos pela legislação e pelas convenções do trabalho, que se somam
ao salário-base ao qual o funcionário já faz jus (MATTOS, 2006 apud MARTINS,
2014, p. 12).
Com isso, os encargos são definidos pelo percentual a ser aplicado sobre a mão de
obra. Envolve os impostos incidentes sobre a hora trabalhada, bem como os benefícios que os
trabalhadores possuem por direito, estes por sua vez são pagos pelo empregador.
Conforme o TCU (2014) está mencionado no Decreto 7983/2013 caso algum insumo
ou serviço não esteja considerado na tabela do SINAPI, pode ser feita uma pesquisa de
mercado para se chegar no valor necessário.
2.1.6.16 Estimativa de custos com mobilização e desmobilização
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Os custos com mobilização de acordo com o TCU (2014, p 61), correspondem aos
gastos com transporte de equipamentos, ferramentas, utensílios e pessoal para o canteiro de
obras. Os gastos com desmobilização são feitos na retirada do pessoal, maquinário e
instalações do canteiro de obras ao final do contrato ou em eventual interrupção dos trabalhos.
Importante observar que o custo da mobilização não é necessariamente o mesmo da
desmobilização. Alguns sistemas referenciais de custos não consideram os gastos
com desmobilização para evitar pagamentos em duplicidade, no caso da empresa se
mobilizar ao final de uma obra para outra. O fato é que nem sempre o pessoal e os
equipamentos a serem desmobilizados correspondem exatamente ao que foi
mobilizado (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – TCU, 2014 , p.61).
De acordo com DIAS (2011,) este custo vai ser determinado de acordo com a distância
entre a obra e o local de onde o equipamento se encontra, como se visualiza na figura. Para
isso deverá ser levado em conta a rota que será percorrida, as dificuldades de transporte e o
tempo que irá levar.
Dias (2011), afirma que consiste no custo com transporte, deslocamento, alimentação
durante a viagem e outros fatores relevantes.
Segundo Dias (2011), trata-se dos custos com transporte de ferramentas manuais (pás,
enxadas etc.) e EPI – equipamentos de proteção individual, do depósito até a obra.
Conforme TCU (2014), a administração local faz parte do custo direto da obra e
“[...]compreende a estrutura administrativa de condução e apoio à execução da construção,
composta de pessoal de direção técnica, pessoal de escritório e de segurança (vigias, porteiros,
seguranças etc.) bem como, materiais de consumo, equipamentos de escritório e de
fiscalização”.
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De acordo com Dias (2011), o custo com administração central deve englobar os
gastos com uma estrutura administrativa de apoio necessária para que a obra seja devidamente
executada.
Os custos avindos dos normativos supracitados devem ser calculados de acordo com
as exigências legais e operacionais para cada tipo de obra, pois impactam em
diversos itens da Administração Local. Por exemplo, segundo a NR-4, empresas
com menos de 50 empregados poderão dar assistência na área de segurança e
medicina do trabalho a seus empregados através de Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) organizados pelo
sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias
empresas interessadas (TCU, 2014, p.65).
Os gastos conforme o TCU (2014), para construir abrigos, para guarda de material de
ferramentas, equipamentos, projetos, banheiro e cozinha pros funcionários, se enquadram
como custos com canteiro de obra.
O canteiro de obras é um componente do custo direto que compreende os gastos de
construção das edificações provisórias destinadas a abrigar o pessoal (casas,
alojamentos, áreas de vivência, refeitórios, vestiários, sanitários etc.) e as
dependências necessárias à obra, (escritórios, cozinha, enfermaria, barracões,
laboratórios, oficinas, almoxarifados, balança, guarita etc.). Também abrange o
custo de montagem de alguns equipamentos e instalações industriais para obras de
maior porte (TCU, 2014, p.67).
De acordo com TCU (2014), o ciclo de orçamentação de uma obra tem início com o
estudo dos projetos para que se identifique quais e qual a quantidade de cada tipo de serviço
que será realizado. Com base nisso se determina quais as respectivas unidades de medição e
faz-se o cálculo dos quantitativos.
Ainda segundo o TCU (2014), com essas informações são calculados os custos
unitários de cada serviço. Após faz a coleta dos preços de mercado dos insumos, por fim
define o BDI e determina o preço da obra.
A Figura 12 resume esse processo de orçamentação.
22
Segundo Silva (2016) a composição de custos é a listagem dos insumos que fazem
parte de um determinado serviço, com suas quantidades e seus custos unitários, configurando
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com isso uma quantidade definida por uma unidade de medida para cada serviço a ser
executado.
Conforme Tisaka (2006) A quantidade de material, de horas de equipamento e o
número de horas de pessoal gasto para a execução de cada unidade desses serviços,
multiplicados respectivamente pelo custo dos materiais, do aluguel horário dos equipamentos
e pelo salário- hora dos trabalhadores, devidamente acrescidos dos encargos sociais, são
chamados de composição de custos unitários.
Explica o TCU (2014), que este processo pode ser facilitado através do uso de tabelas
referenciais de custos, contendo composições de custos unitários padronizados. Para o TCU
os valores constantes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção
Civil – SINAPI são padrões aceitáveis de valores praticados no mercado e pode ser usado
como referência.
De acordo com o TCU (2014), Bonificações de Despesas Indiretas (BDI) é “[...] uma
taxa correspondente às despesas indiretas, aos impostos incidentes sobre o preço de venda e à
remuneração do construtor, que é aplicada sobre todos os custos diretos de um
empreendimento [..] para se obter o preço final de venda.”
Dias (2004) define BDI como um percentual que incide sobre os custos diretos da
obra, que se refere às despesas indiretas da mesma, lembrando que essa porcentagem pode
variar de acordo com a localização do empreendimento, com o tipo de administração adotado,
com os impostos e com a margem de lucro esperado pelo empreendedor que também o
compõem.
O BDI é uma taxa correspondente a despesas indiretas e lucro, para a execução de
serviços, incidentes sobre a soma dos custos de materiais, mão-de-obra,
equipamentos. Etc. Esta taxa tanto pode ser inserida na composição dos custos
unitários, como pode ser aplicada diretamente ao final do orçamento, sobre o custo
total, objetivando conseguir-se o preço de execução de obra, por terceiros
(CORDEIRO, 2007, p.49)
A fórmula do BDI está representada na figura 13. Ela leva em conta diversos fatores e
os mais relevantes são segundo DIAS (2004), administração central, taxa de risco, taxa de
custo financeiro, taxa de tributos federais, taxa de tributos municipal, taxa de despesas de
comercialização e lucro ou remuneração líquida da empresa
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Conforme o TCU (2014, p.44) O Decreto 7.983/2013 estabelece regras e critérios para
elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e
executados com recursos dos orçamentos da União:
De acordo com o TCU (TCU 2014, p.44) “O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos
e Índices da Construção Civil (SINAPI), por força de seguidas Leis de Diretrizes
Orçamentárias, assim como do Decreto 7.983/2013, é o sistema de referência de custos oficial
para a orçamentação de obras com recursos federais”.
O sistema disponibiliza mensalmente na internet os preços dos insumos, custos dos
serviços e índices da construção civil.
Conforme Decreto 7.983/2013, o SINAPI é mantido pela CAIXA, quanto às
definições técnicas de engenharia, e pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, na pesquisa de preço, e essas instituições mantêm Acordo de Cooperação Técnica
detalhando, no que diz respeito aos insumos, as seguintes responsabilidades:
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Conforme o TCU (2014), os principais relatórios gerados pelo SINAPI são (I)
relatório de preços de insumos; (II) relatório sintético dos custos de serviços; (III) relatório de
composições analíticas com a discriminação dos insumos utilizados e das quantidades
previstas por unidade de produção; (IV) conjuntura - evolução de custo e indicadores da
construção civil; e (V) custos de projetos - residenciais, comerciais, equipamentos
comunitários e saneamento básico.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ORÇAMENTOS
O primeiro passo foi conseguir as planilhas orçamentárias que fizeram parte de dossiê
de financiamento de obras que foram financiadas por bancos no município de Chapecó/SC.
Para isso foram realizados contatos com proprietários e com construtoras da cidade de
Chapecó/SC que trabalham com projetos de residências nos padrões definidos nesta pesquisa.
Dos orçamentos disponibilizados pelos proprietários e construtoras, foram selecionados três
orçamentos que mais se enquadravam nos padrões definidos para desenvolvimento da
pesquisa, todos eles foram financiados em instituições bancárias.
Nesta etapa, será apresentado um breve resumo de cada obra de acordo com o
orçamento apresentado. Para facilitar a identificação de cada obra, cada uma recebeu um
número de I a III, de acordo com a data do orçamento, do mais antigo para o mais atual.
3.2.1 Obra I
O orçamento analisado é de uma obra com 74,67m² de área construída, com padrão de
acabamento normal. O custo do metro orçado foi de R$ 1.172,60 e o custo total orçado da
obra foi de R$ 87.558,10 no ano de 2017.
3.2.2 Obra II
O orçamento analisado é de uma obra com 69,94m² de área construída, com padrão de
acabamento normal. O custo do metro orçado foi de R$ 1.341,12 e o custo total orçado da
obra foi de R$ 93.797,99 no ano de 2017.
O referido orçamento foi selecionado para ser utilizado como referência dessa
pesquisa, pela razão de se enquadrar no mesmo padrão de acabamento do projeto, segundo a
ABNT NBR 12721:2006, sistema construtivo e padrões arquitetônicos dos orçamentos que
serão analisados na pesquisa.
O orçamento referencial apresenta as seguintes informações: fase do serviço, o código
da composição SINAPI, a descrição básica da referida composição, a unidade de medição e o
quantitativo do serviço.
4 RESULTADOS
A determinação dos itens faltantes serem ou não relevantes foi estabelecida pela
análise do projeto arquitetônico que foi utilizado no financiamento, juntamente com a análise
pela necessidade do serviço para manutenção do padrão de acabamento adotado.
Instalações elétricas / telefone Caixa octogonal 3" x 3", pvc, instalada em laje
/ tv 91937 - fornecimento e instalação. Af_12/2015
Chumbamento linear em alvenaria para
Instalações hidrossanitarias 90466 ramais/distribuição com diâmetros menores ou
iguais a 40 mm. Af_05/2015
Chumbamento linear em alvenaria para
ramais/distribuição com diâmetros maiores
Instalações hidrossanitarias 90467
que 40 mm e menores ou iguais a 75 mm.
Af_05/2015
Fixação de tubos horizontais de pvc, cpvc ou
cobre diâmetros menores ou iguais a 40 mm
Instalações hidrossanitarias 91185
com abraçadeira metálica flexível 18 mm,
fixada diretamente na laje. Af_05/2015
Tanque de mármore sintético suspenso, 22l ou
equivalente, incluso sifão flexível em pvc,
Louças e metais 86929 válvula plástica e torneira de metal cromado
padrão popular - fornecimento e instalação.
Af_12/2013
Fornecimento/instalação lona plástica preta,
Pavimentação 68053 para impermeabilização, espessura 150
micras.
Lastro com material granular, aplicação em
Pavimentação 96622 pisos ou radiers, espessura de *5 cm*.
Af_08/2017
Aplicação manual de fundo selador acrílico em
Revestimentos externos 88415
paredes externas de casas. Af_06/2014
Aplicação de fundo selador acrílico em
Revestimentos internos 88485
paredes, uma demão. Af_06/2014
Aplicação e lixamento de massa látex em
Revestimentos internos 88495
paredes, uma demão. Af_06/2014
Peitoril em mármore branco, largura de 15cm,
Vergas/contravergas/peitoris 84088 assentado com argamassa traço 1:4 (cimento e
areia media), preparo manual da argamassa
Fonte: Dados da pesquisa, (2021).
Identificados os itens faltantes, teve início o processo para estimar os custos não
orçados. Para isso foi utilizada a Planilha Múltipla da Caixa, pelo fato dessa planilha ser
vinculada a Planilha SINAPI. Nesta planilha foram informados os códigos das composições
que não foram orçados, o quantitativo estimado de cada item e ela calcula o custo estimado
adicional.
Para estimativa do quantitativo de alguns itens, foi adotada a relação entre a área da
obra do orçamento analisado e a área da obra do Projeto de Referência. As informações e
resultados obtidos com a Planilha Múltipla foram transcritas em quadros e estão nos anexos
desta pesquisa.
32
De acordo com os dados apresentados na Tabela 1 seguem na Figura 15, o gráfico que
ilustra estes dados, nele é possível observar, que o custo final da obra é 5,29% maior que o
custo original orçado previamente, e apresenta 19 itens faltantes no orçamento.
O gráfico mostra que foi estimado o valor de R$ 4.632,01 a mais do que o orçado.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 2 seguem na Figura 16, o gráfico que
ilustra estes dados, nele é possível observar, que o custo final da obra é 7,54% maior que o
custo original orçado previamente, e apresenta 21 itens faltantes no orçamento.
O gráfico mostra que foi estimado o valor de R$ 7.076,85 a mais do que o orçado.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 3 seguem na Figura 17, o gráfico que
ilustra estes dados, nele é possível observar, que o custo final da obra é 5,53% maior que o
custo original orçado previamente, e apresenta 17 itens faltantes no orçamento.
O gráfico mostra que foi estimado o valor de R$ 4.909,83 a mais do que o orçado.
100.874,84
CUSTO DAS OBRAS
93.797,99 93.750,32
92.190,20
88.840,49
87.558,10
Ao todo foi identificado 57 itens relevantes faltantes nos orçamentos das obras
analisadas resultando em acréscimos de valores entre 5,29% até 7,54% por obra de custos não
orçados ou não previstos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral da pesquisa, era analisar três orçamentos de obras residenciais
unifamiliares no município de Chapecó/SC e verificar se os custos e os itens necessários para
conclusão das mesmas foram todos orçados nos orçamentos, foi alcançado.
Os objetivos específicos também foram todos alcançados conforme planejado.
Primeiramente os três orçamentos foram analisados individualmente e identificados os itens
que foram orçados em cada etapa das obras. Na pesquisa também se conseguiu identificar que
havia itens que não foram orçados nos orçamentos em estudo, e por fim foram realizadas as
estimativas de custos adicionais por obra conforme previsto.
Foi identificado que alguns itens importantes que fazem parte do Orçamento
Referência do SINAPI, não foram considerados nos orçamentos das obras financiadas. Os
custos não orçados por obra ficaram entre 5,29% para a obra I, 7,54% para a obra II e 5,53%
para a obra III. Consequentemente o custo desses itens não foram levados em consideração e
na grande maioria das obras os valores são financiados por bancos então provavelmente essa
diferença encontrada tiveram que ser pagas a parte pelo proprietário do imóvel.
Durante a pesquisa foram identificados vários fatores prejudiciais no processo de
orçamentação que são encaminhados aos bancos para análise da viabilidade do financiamento
e que são dificultadores para análise dos orçamentos. As planilhas de modo geral são muito
resumidas, os itens muitas vezes são apresentados em forma de verba fechada, não
descriminando os serviços que compõem a determinada verba, diferente do Orçamento de
Referência onde todos os itens são abertos e apresentam os códigos da composição SINAPI.
Os projetos que são encaminhados ao banco não são completos, na maioria dos casos foram
encaminhados apenas o projeto arquitetônico, elétrico e hidrossanitário. Além disso o
memorial descritivo da obra não é exigido para o financiamento.
Esses itens citados geram muita dúvida a respeito dos processos construtivos, sobre os
materiais utilizados e os serviços que foram realizados para construção dessas obras. Por essa
razão alguns itens não puderam ser levados em consideração nos resultados dessa pesquisa.
Itens como: elaboração de projetos, mobilização e desmobilização de canteiro, jardins,
muros, arrimos, remoção de material relativo à escavação do terreno e remoção de entulho,
36
ligações definitivas de água, energia elétrica e esgoto sanitário, administração local, BDI,
taxas e emolumentos também não são considerados nos orçamentos e por essa razão não
foram levados em consideração nessa pesquisa. Provavelmente alguns desses itens fizeram
parte das obras estudadas e estes seriam mais custos adicionais não orçados.
Fica como sugestão para uma pesquisa futura uma análise dos itens faltantes e custos
não orçados, de posse dos projetos completos das obras financiadas. Provavelmente, a
diferença entre o valor orçado e o valor final da obra calculado será ainda maior que a
levantada nessa pesquisa.
REFERÊNCIAS
BASTOS, L.W. Análise De Custos Dos Desperdícios Na Construção Civil. 2015. 26f.
Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal De Santa Maria Centro De
Tecnologia. Curso De Graduação Em Engenharia De Produção. Santa Maria, 2015.
SANTOS, Ana Paula Santana Dos; SILVA, Nilmara Delfina Da; OLIVEIRA, Vera
Maria De. Orçamento Na Construção Civil Como Instrumento Para Participação
Em Processo Licitatório. 2012. 123f. Trabalho de Conclusão de Curso. (Para obtenção
do título de Bacharel em Ciências Contábeis) - Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium- Lins, SP, 2012.
SANTOS, Naiane Marques dos. Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição
nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015.