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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE ENGENHARIA

10º PERÍODO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ORÇAMENTO E PLANEJAMENTO DE OBRAS

AULA DE 15 /08/2016 - PROFESSOR RICARDO GUSMÃO

1. ORÇAMENTO E ORÇAMENTAÇÃO:

 Não confundir os dois conceitos. O orçamento é o produto final da orçamentação,


enquanto a orçamentação é o processo de determinação do orçamento.

 Segundo Mattos (2014) a estimativa dos custos e o consequente estabelecimento do


preço de venda de um produto é basicamente um exercício de previsão.

 Diversos itens influenciam e contribuem para o custo de um empreendimento. A


técnica orçamentária envolve a identificação, descrição, quantificação, análise e
valorização de uma grande série de itens, requerendo, por esse motivo, muita atenção
e habilidade técnica.

 Como o orçamento é feito antes da efetiva construção do produto, muito estudo deve
ser feito para que não existam nem lacunas na composição do custo nem
considerações descabidas.

 Por ser a base da fixação do preço do projeto, a orçamentação torna-se uma das
principais áreas de negócio da construção. Um dos requisitos básicos para um bom
orçamentista é o conhecimento detalhado do serviço. A interpretação aprofundada
dos desenhos, planos e especificações da obra lhe permite estabelecer a melhor
maneira de “atacar” a obra e realizar cada tarefa, assim como identificar a dificuldade
de cada serviço e consequentemente seus custos de execução.

 É importante observar que, apesar de todos os cuidados por parte do orçamentista,


alguns parâmetros não podem ser identificados com exatidão. Exemplos: chuvas,
condições do solo, disponibilidade de mão de obra local, disponibilidade de materiais
no local da obra ou próximo a ela, flutuações na produtividade dos operários e
paralisações.

 Orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação. Um trabalho


bem executado, com critérios técnicos bem estabelecidos, utilização de informações
confiáveis e bom julgamento do orçamentista, pode gerar orçamentos precisos,
embora não exatos, porque o verdadeiro custo de um empreendimento é
virtualmente impossível de se fixar de antemão.

 O que o orçamento realmente envolve é uma estimativa de custos em função da qual


o construtor irá atribuir seu preço de venda, este sim, bem estabelecido.

 Na construção civil, em geral, um orçamento é determinado somando-se os custos


diretos - mão de obra de operários, materiais e equipamentos - e os custos indiretos -
equipes de supervisão e apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas, etc. - e por
fim adicionando-se impostos e o lucro para se chegar ao preço de venda.
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 Para participar de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor nem deve ser
nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não ser
competitivo na disputa com os demais proponentes.

 É muito provável que, para um mesmo projeto, dois orçamentistas cheguem a valores
distintos, porque distintos são os preços teóricos utilizados, a metodologia de
execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as equipes de campo
e os preços coletados, dentre outros fatores. O importante a destacar é que o
orçamento deve refletir as premissas do construtor, constituindo-se numa meta a ser
buscada.

2. GRAU DE DETALHE DO ORÇAMENTO:

A depender do grau de detalhamento de um orçamento, ele pode ser classificado


como:

 Estimativa de custo - avaliação rápida com base em custos históricos e comparação


com projetos similares. Dá uma ideia aproximada da ordem de grandeza do custo do
empreendimento.

 Orçamento preliminar - mais detalhado do que a estimativa de custos pressupõe o


levantamento de quantidades e requer a pesquisa de preços dos principais insumos e
serviços. Seu grau de incerteza é menor.

 Orçamento analítico ou detalhado - elaborado com composição de custos e extensa


pesquisa de preços dos insumos. Procura chegar a um valor bem próximo do custo
“real”, com uma reduzida margem de incerteza.

3. ESTIMATIVA DE CUSTOS:

Em geral a estimativa de custos é feita a partir de indicadores genéricos, números


consagrados que servem para uma primeira abordagem da faixa de custo da obra. A
tradição representa um aspecto relevante na estimativa.

No caso de obras de edificações, um indicador bastante usado é o custo do metro


quadrado construído. Inúmeras são as fontes de referência desse parâmetro, sendo o
Custo Unitário Básico (CUB) o mais utilizado. Cada construtora, no entanto, pode ir
gerando seus próprios indicadores com o passar do tempo.

Outros indicadores genéricos são:

 Custo por metro linear de rede de drenagem ou esgoto.

 Custo por hectare de urbanização.

 Custo por megawatt de energia instalado (para usinas hidrelétricas).

 Custo do quilômetro de estrada.

 Custo do quilômetro de linha de transmissão de alta tensão.

CUB
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A Lei 4.591/64 atribuiu à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a tarefa de


padronizar critérios e normas para cálculo de custos unitários de construção, execução
de orçamentos e avaliação global da obra. A lei obriga os Sindicatos da Indústria da
Construção estaduais a calcular e divulgar mensalmente os custos unitários da
construção na sua base territorial de construção.

A norma criada pela ABNT foi a NB-140, posteriormente substituída pela NBR 12.721.
Ela define os critérios de coleta, cálculo, insumos representativos e os seus pesos de
acordo dom os padrões de construção (baixo, normal e alto), que levam em conta as
condições de acabamento, a qualidade do material empregado e os equipamentos
existentes.

O Custo Unitário Básico (CUB) representa o custo da construção, por m², de cada um
dos padrões de imóvel estabelecidos.

Na tabela, os custos estão divididos de acordo com a unidade autônoma (tipo de


construção e número de quartos), número de pavimentos e padrão de acabamento.

Abaixo estão apresentados os custos por m², em Belo Horizonte/MG, dos projetos
residenciais e comerciais no mês de julho/2015.

Por se tratar de um parâmetro médio, no valor do CUB não estão considerados os


custos referentes às especificidades da construção, como o valor do terreno,
fundações especiais, paisagismo, elevadores, instalações e equipamentos diversos,
obras complementares, impostos, taxas, honorários, etc.
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É fácil estimar o custo de construção de um imóvel a partir do CUB. Basta buscar na


tabela o valor do CUB correspondente ao padrão e multiplicá-lo pela área da
construção.

Índice CUB

Existe diferença entre CUB e Índice CUB. O CUB é um valor em “reais”. Ele representa
o valor, em m², da construção de uma habitação de acordo com os padrões
estabelecidos pela NBR 12.721. Como o cálculo é feito com uma periodicidade mensal,
é possível criar uma série histórica da evolução dos valores a partir das suas variações
mensais.

O Índice CUB é a variação acumulada do CUB entre o mês anterior e o atual. É um


“percentual”. Ele representa o quanto o custo de construção variou de um mês para o
outro. É um parâmetro importante para comparação entre a alta dos preços da
construção civil e outros índices mais genéricos divulgados na imprensa - IGP-M, INPC,
INCC, ICC, FIPE, etc.

4. OUTROS ASSUNTOS ABORDADOS NA SALA DE AULA:

a) Todo orçamento deve ser preciso, contemplando todos os serviços previstos no projeto
da edificação.

b) O sentido de “preciso” é diferente do sentido de “exato”.

c) Indicação do site da CAIXA para a obtenção de planilhas orçamentárias e de cronograma


físico-financeiro. Acessar www.caixa.gov.br, ao abrir a página principal clicar em
downloads (no alto da página, segundo ícone), buscar na letra “A”, Assistência Técnica -
Documentação Básica - 16, escolher o segundo arquivo: PLS_Orca_Cron_Hab_Equip.zip

d) Essas planilhas serão utilizadas na sala de aula por ocasião da 2ª avaliação.

Mensagem do Professor Ricardo para os seus Alunos e Alunas:


“Tudo o que merece ser feito merece ser bem feito” CORA CORALINA.

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