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TRAQUEOSTOMIA

TRAQUEIA
 20 arcos cartilaginosos (anterior) e musculo-fibrosa (posterior)
 Mucos: epitélio respiratório ciliar, secreção
 SN autônomo: constrição da musculatura lisa, secreção mucosa e
batimento dos cílios epiteliais
 VAS: umidifica, aquece e purifica o ar
 Cranial: cartilagens cricoide e tireoide
Entre elas: membrana cricotireoidea (fibra muscular lisa)

TRAQUEOSTOMIA: COMUNICA A TRAQUEIA COM O MEIO EXTERIOR  RESPIRAÇÃO POR VIA NOVA

 ESPAÇO MORTO EM 50% (ar inspirado que não participa da troca gasosa, 150ml)

 Secreção traqueobrônquica menos fluida


 Tosse comprometida  limpeza broncopulm
 Ausência do fechamento da glote: desaparece PEEP (pressão positiva fisiológica do final da expiração)  altera
composição de gases do alvéolo pulmonar
 Ruptura da integridade do arco cartilaginoso  colapso traqueal
 Em casos de emergência quando há lesão traumática de laringe – eletiva
 Anestesia geral ou local, ambiente cirúrgico
 Contribui na retirada de secreções que se alojam no pulmão
 Proteção contra aspirações e engasgos, pode permanecer por longo período
 Pode ser definitiva (quando o paciente necessita de ventilação permanente) ou temporária
 Decanulação: trocar as cânulas por uma menor, sucessivas vezes, até que o paciente consiga ficar sem nenhum
tubo e o orifício onde foi feito o corte feche normalmente. O tempo de recuperação desta retirada pode levar
de 5 a 30 dias e a fala se normaliza dias após a retirada da cânula
 RISCO: sangramentos, obstrução da cânula por alguma secreção, infecção, lesão do esôfago, fístulas,
edema na região, problemas ao deglutir alimentos ou na cicatrização
 Trocar os curativos que ficam ao redor da traqueostomia pelo menos 2 vezes por dia

INDICAÇÕES
 Obstruções respiratórias altas, laríngeas ou acima
Tumor, acúmulo de exsudato, corpo estranho, inflam, infecção, traumatismo cervical e facial
 Insuf resp prolongada  IOT por 2 semanas (dificuldade ventilatória por acumulo de secreções)
 Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias
 Cirurgia da tireoide (lesão bilateral dos n laríngeos recorrentes ou colapso da traqueia na retirada do bócio)
 VM por tempo prolongado requer traqueo  previne estenose subglótica, disfunção laringea

CÂNULA TRAQUEAL
 Metálicos, plásticos
 Varia: diâmetro interno, ângulo de curvatura, mecanismo de fechamento, cuffs (inflados com ar) , válvulas,
fenestrações
 Tamanho pelo tamanho do anel traqueal
 Na luz: mandril com ponta romba e mais longo que cânula  facilita acesso à luz traqueal
 Cuffs: proporcionam  pressão e  volume de insuflação (causa menos estenose de traqueia)
 Conexão cânula à VM  insufla cuff (protege contra aspiração de secreção para arvore traqueobrônquica)

TÉCNICA OPERATÓRIA
 Decúbito dorsal, coxim sob os ombros  hiperextensão do pescoço
 Anestesia local por infiltração  lidoicaína - 2% 5 a 7mg por kg com adrenalina para vasoconstrição
 Incisão: em colar, no meio da distancia entre a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal
Hemostasia rigorosa, cuidado com veia jugular anterior
Um triângulo isósceles, de base superior e vértice inferior, limitado acima pela borda inferior da cartilagem cricóide,
nos lados pelas bordas anteromediais dos músculos esternocleidomastoideos e abaixo pela fúrcula esternal: foi
proposto por Jackson, para delimitar a área de interesse do cirurgião. Com isto, queria evitar lesão de grandes vasos
sangüíneos e de estruturas nobres. Caso, em sua dissecção, o cirurgião saia destes limites, corre o risco de lesões
vasculares.
 Abertura da rafe mediana, afastar lateral músculos pré-tireoidianos, exposição do istmo da tireoide (afastado
caudal ou cranial, ressecado ou seccionado), expõe anéis traqueais
 Exposição e abertura da traqueia
Seccionando 3 ou 4 aneis a partir do segundo (longitudinal) – passagem canula
Aspirador pra evitar entrar sangue na arvore brônquica
 Introdução canula traqueal
Inicio da ventilação
 Fechamento da pele e tela subcutânea, deixar larga abertura pra canula, amarrada ao redor do pescoço
 Curativo com gaze

ESTRUTURAS EM RISCO PRÓXIMAS A TRAQUÉIA: glândula tireóide, v. jugular anterior, n. laríngico recorrente, a. carótida
comum, esôfago, a. tireóidea superior e inferior, a. braquiocefálica e v. braquiocefálica
ESTRUTURAS EM RISCO PRÓXIMAS A MEMBRANA CRICOTIREÓIDEA: v. jugular anterior. a. tireóidea superior, n. laríngeo
superior, a. carótida comum, m. cricotireóideo e faringe

COMPLICAÇÕES IMEDIATAS
 Apnéia, Edema pulmonar, Sangramento intra-operatório (tireóide, laceração de vasos)
 Pneumotórax e pneumomediastino, Lesão de estruturas adjacentes (n. recorrente, esôfago, vasos)
 Broncoaspiração de sangue

COMPLICAÇÕES PRECOCES
 Sangramento por HAS, tosse, Obstrução por sangue e secreção
 Traqueíte, Infeccção, Deslocamento do tubo com falso trajeto
 Enfisema subcutâneo, Atelectasia por tubo inapropriado

COMPLICAÇÕES TARDIAS
 Lesão tardia de grandes vasos, Traqueomalacia, Estenose traqueal
 Fístula traqueoesofágica, Distúrbio de deglutição, Granuloma com efeito de válvula

CRICOTIREOSTOMIA
 Preferência pra via aérea emergencial
  complicações
 Procedimento fácil
 Via aérea difícil, dificuldades na ventilação com máscara facial da via aérea superior, dificuldade na intubação
traqueal, TCE, Trauma maxilo-facial, Politrauma, Obstrução respiratória por corpo estranho, angioedema
 Caso seja necessário permanecer por mais de 72 horas, converter para traqueostomia
PEEP FISIOLÓGICA:

Fisiologicamente, durante a expiração, a glote reduz sua abertura, proporcionando um retardo à saída do fluxo
expiratório criando assim, uma resistência à saída de ar dos pulmões. Logo ao final da expiração uma quantidade
fisiológica de ar (que corresponde à capacidade residual funcional – CRF) fica dentro dos alvéolos com o objetivo de
manter abertas as vias aéreas e os alvéolos (impedindo juntamente com o surfactante o colapso alveolar). Esse volume
de ar gera uma determinada pressão dentro dos alvéolos que é chamada de pressão positiva expiratória final (PEEP).
A PEEP fisiológica varia de acordo com a idade, altura, peso e sexo do indivíduo; em média, em um adulto normal ela
corresponde a aproximadamente 05 cmH2O.

O esvaziamento dos pulmões geralmente se dá contra uma pressão positiva expiratória final (PEEP) que tem como
funções básicas: a expansão alveolar, a melhora da troca gasosa (pela diminuição da membrana alvéolo–capilar),
melhora da oxigenação, melhora da pós-carga do ventrículo direito, diminuição do consumo de oxigênio pelo miocárdio
pela diminuição do fluxo coronariano diminuindo a demanda celular. Esses efeitos benéficos são claros e dependentes
do nível de peep adequado a cada patologia. O uso exagerado de valores de peep pode levar a efeitos prejudiciais como:
diminuição do retorno venoso e débito cardíaco, hipotensão, aumento da pressão intracraniana, hipertensão pulmonar,
aumento da resistência vascular pulmonar com consequente colapso de capilares.

A peep mínima que se deve existir na via aérea é o valor de peep fisiológica que é 5 cmH2O. Esse nível empedirá o
colabamento alveolar em pacientes entubados onde o fechamento glótico é eliminado zerando a peep fisiológica.

TRAQUEOSTOMIA

As principais vantagens da incisão cutânea vertical são18,19,20: - não permitir a dissecção lateral inadvertida, com risco de
lesão de grandes vasos e hemorragia profusa; - permite os movimentos de elevação e de descida da laringe e traquéia
durante a respiração e a deglutição; - em pescoços curtos, é mais fácil a exposição da laringe e da traquéia do que na incisão
horizontal; - não forma bolsa de acúmulo de secreções e infecção, como ocorre no retalho inferior da incisão horizontal; - em
TQT sob anestesia local, a dose total de anestésico infiltrado é menor, porque não infiltramos lateralmente e, finalmente, a
incisão horizontal favorece complicações relacionadas ao posicionamento da cânula, com atrito e granulações na mucosa
traqueal.

Só utilizamos a incisão horizontal em cirurgias combinadas, como na laringectomia total, onde o retalho é único, ou em
procedimentos eletivos em pacientes cujo resultado estético poderá trazer prejuízos futuros

http://arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port.asp?id=40

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