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O que você está disposto a perder por amor

a Cristo?
Publicado: 17/03/2014 em Espiritualidade, Fé, Felicidade, Glória de Deus, Graça, História da Igreja,Igreja dos
nossos dias, Mártires, Morte, Paz, Pecado, Perdão, Sofrimento, Vida após a morte,Vida eterna, Vitória
Tags:Bíblia, Blog Apenas, campanha, celebridade, Cruz, deus, Espírito Santo, ganho, Hebreus
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A época em que vivemos é a era do ganho. Nossa

sociedade é capitalista, materialista, consumista e existencialista. Se você não entende algum desses conceitos, basta

compreender o que está no centro de todas essas filosofias de vida: o eu. O meu. O que posso ganhar. O lucro

pessoal. O benefício próprio. Os nossos tempos estimulam um individualismo exacerbado, que nos arrasta como um

carro de Fórmula 1 pelas ruas pedregosas da vida. Acabamos destroçados pela necessidade de ganhar, ganhar, ganhar.

Só seremos vistos como pessoas bem-sucedidas se ganharmos muito dinheiro, ganharmos o coração do menino mais

cobiçado, ganharmos um cargo de destaque na igreja, ganharmos uma cobiçada vaga de emprego, ganharmos status,

ganharmos títulos, ganharmos celebridade, ganhar, ganhar, ganhar! Somos levados pelo mundo ao nosso redor a crer

que a vida é uma grande competição, em que ganhar diariamente (seja lá o que for) é a grande razão de estarmos

sobre a terra. Mas não é isso o que a Bíblia nos ensina.

É fácil reparar como essa forma de ver a vida invadiu a igreja e tomou conta de nós, do mesmo modo que um câncer

se espalha silenciosamente por nossos organismo. A maior prova disso é que nossa caminhada de fé tornou-se

permeada pelo conceito de vitória. E só tem vitória quem triunfa, vence… ganha. “A vitória é tua!”, dizemos aos

irmãos. “Deus, nos dê a vitória!”, oramos. “Faça tal campanha na igreja e Deus te dará a vitória!”, mentimos.

Falamos mais a palavra “vitória” em nossas orações e nos cultos do que “Jesus”. Parece que, para muitos de nós, uma

vida sem “vitória” é uma vida sem fé, sem bênção, sem a presença do Senhor. Em outras palavras, cremos que, se não

ganhamos diariamente, nossa espiritualidade é mirrada, raquítica.

Para cumprir a vontade de Deus, Abraão perdeu a terra Natal e a parentela; Jó perdeu tudo o que tinha; Moisés perdeu

a pacata vida de pastor; Jeremias perdeu a paz; Noé perdeu o respeito dos vizinhos; Paulo perdeu tudo aquilo em que

cria; João perdeu a liberdade; Raabe perdeu sua cidade; Jesus perdeu a própria vida. A lista de personagens da Bíblia
que perderam muito nesta vida é gigantesca. Mas, na gramática de Deus, perder por amor a ele é ganhar para a vida

eterna.

“Mulheres receberam, pela ressurreição,

os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por

sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados,

serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras,

necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes,

pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo,

a concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não

fossem aperfeiçoados” (Hb 11.35-40). Essa parece uma lista de “vitoriosos”? Ou parece mais a descrição de gente

que sofreu perdas enormes? Tenha a certeza de que foram perdas que resultaram num ganho muito superior – por ser

um ganho eterno e não terreno. É impossível viver para Deus sem perder para si.

“Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna” (Jo

12.25), disse Jesus. Ele afirmou, ainda: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha

causa achá-la-á” (Mt 10.39). E, nesta era em que somos instigados a ganhar o mundo inteiro, precisamos ouvir as

palavras do Mestre a seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.

Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que

aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt 16.25-26).

Se não temos de ganhar o mundo inteiro, o que, afinal, precisamos ganhar? Paulo responde: “O que, para mim, era

lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade

do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como

refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.7-8).


Cristo. Eis o que precisamos ganhar. Pois, como disse Paulo, “para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp

1.21). São o Rei, seu reino e sua justiça que devemos buscar antes de tudo mais, sabendo que, assim, tudo mais nos

será acrescentado.

E como se ganha Cristo?

Perdendo. Abrindo mão de si. Perco prazeres terrenos a fim de ganhar

Cristo. Perco oportunidades, porém fraudulentas, a fim de ganhar Cristo. Perco o casamento com aquele partidão que

não é cristão a fim de ganhar Cristo. Perco aquele negócio da China, mas que exigiria liberação de propina, a fim de

ganhar Cristo. Perco a fama e deixo outros brilharem a fim de ganhar Cristo. Perco dinheiro justo que eu deveria

receber, para não escandalizar a igreja, a fim de ganhar Cristo. Perco respeito de quem considera minha fé uma fábula

e minhas crenças, fanatismo, a fim de ganhar Cristo. Perco a vingança e dou a outra face a fim de ganhar Cristo.

Perco o emprego em que teria de me corromper, a fim de ganhar Cristo. Perco o que desejo a fim de ganhar Cristo.

Perco minha felicidade a fim de ganhar Cristo. Perder, perder, perder.

Mas o que ganhamos por essa perda, acredite, vale a pena.

O que você está disposto a perder a fim de ganhar Cristo? É a resposta a essa pergunta que vai determinar quem vem

em primeiro lugar na sua vida. Será você mesmo? Ou Jesus? Suas ações responderão. E Deus estará bem atento a

elas.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício

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