“Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador”. (Lc 1:46,47)
O Evangelista Lucas registra cinco cânticos ou exaltações a Deus, relacionados ao
nascimento de Jesus: o de Isabel (1:42-45), Maria (1:46-56), Zacarias (1:67-79) e os anjos (2:13,14). O de Maria é conhecido como o “Magnificat”, expressão retirada das primeiras palavras no latim do seu cântico de louvor: “Magnificat anima mea Dominum” (a minha alma engrandece ao Senhor) Isabel recebeu Maria em sua casa e, cheia do Espírito Santo, considerou Maria bem- aventurada entre as mulheres, enfatizando sua fé: “Bem-aventurada aquela que creu...” (Lc 1:45). João Batista, o filho de Isabel, ainda no ventre estremeceu quando o salvador, ainda no ventre de Maria, se aproximou nesta visita (Lc 1:44). João alegrou-se em Jesus Cristo antes mesmo de ambos nascerem e veio a declarar esta alegria mais tarde (Jo 3:29,30). Maria naquela mesma visita à sua parenta exaltou a Deus com um cântico de louvor que declara sua humildade, temor a Deus e Fé. Ela primeiramente reconhece o que Deus fez por ela: Ele a salvou (Lc 1:47). Ela creu em Deus e, como pecadora, recebe do Senhor a Salvação. Também declara que Deus a contemplou para ser a mãe do Messias (1:48), ela foi eleita pelo Senhor para esta missão. Muitas outras poderiam ter sido escolhidas mas Deus escolheu a mais humilde para envergonhar as que se consideravam mais fortes (ICo 1:26-28). Maria agradece também porque Deus demonstrou o seu poder fazendo todas estas grandes coisas (1:49). Maria tinha um coração humilde e reconhecia a bondade de Deus, sabia que era pecadora e o Senhor foi seu Salvador, foi escolhida sem merecimento e viu o poder de Deus realizando grandes coisas. Mas também ela inclui em seu cântico de gratidão o seu povo, aqueles que de geração em geração temem ao Senhor e experimentam sua misericórdia (Lc 1:50). Maria reconhece dois grupos em particular que são alvos das misericórdias de Deus: os humildes (1:52) e os famintos (1:53). Também ela reconhece a mão soberana e poderosa daquele que é o Senhor da história e que dispersa os soberbos, destrona os poderosos e despede vazios os ricos (Lc 1:51-53). O Rei dos reis, que tem em suas mãos o controle sobre todas as coisas, “...quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes” (Dn 2:21). Também Maria reconhece e louva ao Senhor pelo que fez por Israel, lembrando-se das promessas feitas a Abraão. O Senhor disse que todas as famílias da terra seriam abençoadas na posteridade de Abraão (Gn 12:1-3) e isso estava prestes a se cumprir por meio daquele que veio como benção para todas as nações. Maria era uma serva temente a Deus, que em sua humildade reconheceu a grandeza do Senhor, sua soberania, sua misericórdia e fidelidade para cumprir todas as promessas. Ela sabia que podia confiar no Deus da redenção. Nós hoje temos o privilégio de receber em nossas vidas a Jesus, Filho de Deus, Salvador dos humildes, misericordioso, Rei sobre todos, fiel cumpridor das promessas dadas pelo Senhor aos antigos. Que neste Natal possamos em alta voz proclamar a todos o que Maria já declarava em seu cântico de louvor. Rev. Tiago Silveira