Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Marcas e Impressoes Supranormais de Maos - Ernesto Bozzano
Marcas e Impressoes Supranormais de Maos - Ernesto Bozzano
com
Ernesto Bozzano
Conteúdo resumido
Sumário
Marcas e impressões supranormais de mãos de fogo
Caso I
Caso II
Casos III e IV
Caso V
Caso VI
Caso VII
Caso VIII
Caso IX
RELATÓRIO
A Irmã Clara Isabel Fornari recebera de mim, Padre
Isidoro Gazale, abade do Santíssimo Crucifixo, seu
confessor ordinário, ordem de se oferecer pela alma do
falecido Padre Panzini, abade de Mântua. Tinha ela, nestes
últimos dias, suportado grandes abandonos e outros grandes
sofrimentos que o Senhor lhe enviara para aliviar e libertar
essa alma que sofria atrozmente no Purgatório. Nessa mesma
manhã, quando essa mesma irmã padecia outros sofrimentos,
obteve do Senhor enviar essa alma ao Paraiso, no momento
justo em que se celebrava para ela a Santa Missa. Disse à
Irmã Clara Isabel que desejaria que alguns dos meus amigos
falecidos, que ela havia visto subir para o Céu, me dessem
um sinal, assim como acontecera ao Padre Pio Crivello, seu
antigo diretor de consciência. Com efeito, o irmão desse
eclesiástico deixara na Irmã Clara Isabel o sinal de sua mão
ao ir para o Paraíso. Desejava que algo de semelhante se
produzisse comigo para melhor autenticar os fatos. E Deus
permitiu que a alma do meu amigo me trouxesse o consolo
almejado porque ele apareceu à Irmã, Clara Isabel quando eu
celebrava a Missa e muito exortou-a a sofrer, agradecendo-
lhe as promessas generosas que ela fizera em sua intenção e
a mim mesmo pela celebração dos Santos Sacrifícios. Essa
alma assegurou à Irmã Clara Isabel que lhe guardaria eterno
reconhecimento porque, graças à sua intervenção, o Senhor
lhe abreviara as penas do Purgatório. Isto dizendo, colocou a
mão sobre a mesinha que a Irmã Clara Isabel tinha diante de
si, para confecção das imagens do Menino Jesus em cera e
imprimiu nessa mesinha o sinal da Cruz, assim como as
almas do Purgatório tem o costume de fazer ao passo que as
almas condenadas não o fazem nunca.
De qualquer modo, a cruz e a mão ficaram gravadas na
mesinha. A aparição segurou, em seguida, Irmã Clara Isabel
pelo braço e com a outra mão uma folha de papel.
Foi assim que a verdadeira mão do Abade Panzini ficou
impressa no braço, na camisa, na túnica e numa folha de
papel.
A mão me parece bem a do abade; aqueles que o
conheceram como eu são da mesma opinião. Não se poderia
desejá-la mais semelhante, pois é evidente que essa
impressão só poderia ter sido produzida por ele próprio.
Jamais se viu uma reprodução tão semelhante ao original.
Depois disto haver feito, deixando esses sinais, essa alma
evolou-se para enviar a essa religiosa mil bênçãos do belo
Paraíso. Depois que a Irmã Clara Isabel tudo relatou,
ordenei-a destacar a manga da sua túnica, assim como a
manga da sua camisa e de mas entregar, bem como a folha
de papel e a mesinha. Isto ela fez, não guardando senão para
si a ferida que lhe ficou no braço em conseqüência da
queimadura produzida pela mão do espírito e sua cicatriz só
desapareceu quando a religiosa terminou os padecimentos,
aos quais se sujeitaria para livrar essa alma do Purgatório.
Guardei os objetos em referência como atestado da
veracidade dos fatos e das sublimes graças concedidas e
agradeço cada vez mais ao Senhor a misericórdia que teve
por nós, graças a essa criatura que lhe foi agradável.
Atesto por este documento, escrito do próprio punho, que
tudo isto é verdade, do que dou fé.
Todi, 1º de novembro de 1732.
Assinado: Padre Isidoro Gazele Confessor.
Notarei, primeiramente, que o caso, cuja narração acabo
de transcrever, deve ser considerado como documento de
modo satisfatório, considerando-se que o relatório foi
redigido pelo próprio padre confessor da venerável Madre
Abadessa, que foi a percipiente protagonista.
Acrescentemos que ele escreveu seu relatório no próprio
dia em que se produziram os fenômenos. Outra circunstância
que se faz mister considerar: as personalidades da
percipiente e do narrador são, moralmente, insuspeitáveis, o
que leva racionalmente a admitir-se sua boa-fé absoluta.
Enfim, a existência das impressões, ainda guardadas no
convento onde foram obtidas, atesta, de modo decisivo, que
se trata de um caso de alucinação coletiva.
Nesse relatório, encontram-se frases de molde a
demonstrar que a venerável Clara Isabel Fornari era
realmente dotada de faculdades mediúnicas. O redator
escreve, com efeito, que a Madre Abadessa "tinha nestes
últimos dias padecido grandes abandonos e outros grandes
sofrimentos que o Senhor lhe ordenara suportar para aliviar e
livrar essa alma que sofria atrozmente no Purgatório. Pouco
mais adiante, ele ajunta que "submetendo-se a outros
sofrimentos, ela obteve do Senhor enviar a alma ao Paraíso".
Ora, compreende-se facilmente que os abandonos que o
narrador menciona correspondem a uma sucessão de estado
de "transe" e que os grandes sofrimentos eram crises de
gemidos, esses acessos convulsivos que precedem e seguem
de ordinário o sono mediúnico. Todas estas circunstâncias
servem para confirmar a autenticidade supranormal dos
fatos. Quanto às impressões de fogo que se obtiveram,
foram, nesse caso, excepcionalmente numerosas.
Registraram-se, com efeito, as impressões de uma mão
esquerda e uma cruz numa mesinha de madeira, a impressão
de uma outra mão esquerda numa folha de papel, a
impressão de uma mão direita numa das mangas da túnica e
da camisa da venerável Madre Abadessa, enfim, a impressão
ou mais precisamente a bolha que ficou gravada no braço da
religiosa, em conseqüência do contato da mão do fantasma.
Este último incidente é inteiramente análogo ao de que tratei
no caso anterior, no qual o espírito do defunto, tendo tocado
com o dedo o braço da percipiente, uma bolha aí apareceu
logo, como se fosse uma queimadura, e a percipiente sentiu-
lhe a dor, uma espécie de cozedura de carne, como se se
tratasse realmente de um contato de coisa ardente.
*
CASO VIII - O Prof. Vicente Collis, de Chrudim,
Tcheco-Eslováquia, escreveu nos seguintes termos à redação
da Revue Spirite, de Paris, pág. 320, da coleção de 1926:
"Recentemente um velho número (25 de agosto de 1891)
do jornal tcheco Chrudimski Kvaj, diário político-econômico
da região de Chrudim, caiu-me sob os olhos e, na rubrica
"Tribunais", li o artigo "A alma de uma morta que não tem
repouso". Em vista da importância que os fatos citados têm
para a ciência psíquica, sua indiscutível autenticidade e,
portanto, seu valor documentário e probatório tal que
poderia, talvez, decidir a eterna controvérsia sobre a
realidade da sobrevivência da alma humana, resolvi enviar-
vos a tradução do artigo sobre o caso em questão, visto não
ter ele ainda encontrado eco nas revistas espíritas.