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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Ciências da Saúde


Departamento de Biofunção de Bioquímica e Biofísica

Candidata: Márcia Barbosa da Silva


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Seres vivos - uso de oxigênio:Aeróbios
e anaeróbios Trocas gasosas
Regulação do pH
Proteção
Temperatura

Seres unicelulares Seres pluricelulares Sistema


cardiovascular
Células isoladas Células reunidas
(tecidos)
Organismos
Complexos
Difusão

Arquitetura do sistema respiratória– necessidade de trocas rápidas de O2,


CO2, nutrientes e metabólitos.
↑↑Volume de sangue / volume de células = composição constante a
despeito das trocas
↑↑[O2] = rápida difusão Hemoglobina 2
EVOLUÇÃO
Requerimentos

• Meio extracelular amplo. Estabilidade de composição

• Proximidade MExtc-Mintc.
Facilidade de intercâmbio

• Sangue contínuo.
Renovação de nutrientes
• Fluxo sanguíneo intenso e
lento.
Tempo adequado a trocas
• Baixa pressão periférica 3
HEMODINÂMICA

• Sistema Circulatório - comunicador de matéria e energia – por


exercer

energia potencial (EP) e energia cinética (EC).

• Componentes: coração, vasos sangüíneos, sangue


e sistema de controle autônomo.

• Estágios no campo eletromagnéticos e gravitacional


(controle e ejeção).

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SISTEMA CARDIOVSCULAR
Problemas Soluções
Sangue ejetado em
pequenos volumes
pulsáteis nas artérias.

Grande distância:
Células - Coração

↑Fluxo < distância de


difusão
Difusão rápida
↑Velocidade

↓ Pulsatilidade
↑Pressão →Fluxo contínuo 5
CORAÇÃO

Coração: Bomba propulsora


de pressão.
• Sistema de alta
pressão.:
• Sistema de baixa
pressão.
• Constituído por uma rede de
ductos de diversos calibres.
• Sangue = percorre todo o
corpo.
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CICLO CARDÍACO: SISTOLE E DIÁSTOLE

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CICLO CARDÍACO

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O CAMPO ELETROMAGNÉTICO E A CIRCULAÇÃO

Ondas várias direções Soma vetorial da


atividade elétrica = eixo ou vetor elétrico do
coração.
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FORMAS DE POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO

Potencial de ação rápido (PAR).


Despolarização rápida.
Encontrado em miocárdio de
trabalho e de condução
ventricular.

Potencial de ação lento (PAL):


Despolarização pouco
desenvolvido. Células de
transição em torno dos nódulos
AS e AV.

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O POTENCIAL DE AÇÃO (PA) DO VENTRÍCULAR
O potencial de ação do miocárdio se
distingue do potencial de ação do
axônio por possuir um longo platô de
despolarização que determina a sua
duração (150 – 500ms).

Fases do potencial de ação do miocárdio:


Fase 0: Despolarização da célula
Fase 1: Rápida, precoce e incompleta
repolarização
Fase 2: Tempo em que a célula
permanece despolarizada e potencial
constante (Platô)
Fase 3: Fase de repolarização completa.
Fase 4: Correspondente à diástole
elética
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CÉLULAS DO MARCAPASSO
Marca-passo – fibras condutoras e fibras contráteis
Promovem autoestimulação – determinam o rítmo cardíaco (NSA,
NAV Fibras de Purkinje.

• Potencial gerado no nódulo


sinoatrial.

• Propagação para o átrio.

• Transmissão para o nódulo


atrioventricular.

• Transmissão ao feixe de His.

• Propagação para os
ventrículos.
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SEQUÊNCIA DE ATIVAÇÃO CARDÍACA
Representa o somatório temporal e espacial dos potenciais de ação
das fibras miocárdicas registrados com eletrodos de superfície
corporal.

ECG

Berne e Levy, 2008


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Aires, 2012
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EVENTOS PARA O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
CIRCULATÓRIO

Estágios no campo gravitacional (controle e ejeção).

1- Contração muscular.

2- Ejeção de sangue no sistema de vasos.

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HEMODINÂMICA
• Hemodinâmica é definida como o conjunto de fatores físicos que
governam o fluxo sanguíneo.

• O fluxo sanguíneo, como o fluxo de qualquer liquido, e governado pela


lei de Ohm aplicada aos fluidos e pela equação de Bernoulli.

• A hemodinâmica esta interessada em forcas geradas pelo coração e o


movimento de fluidos através do sistema circulatório.

• Para analisar o movimento do sangue nas artérias e veias precisamos


aplicar o conceito de pressão de um fluido.

• A conservação da energia no movimento de um fluido permite uma


analise da variação de pressão e da velocidade de deslocamento do
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fluido.
CAMPO GRAVITACIONAL E CIRCULAÇÃO

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CIRCULAÇÃO E O CAMPO GRAVITACIONAL

“A circulação sanguínea é um
sistema fechado, com o volume
circulatório em regime estacionário”

Isto é, o sangue está contido em um


sistema de bomba hidráulica e vasos
condutores, sem vazamento e o que 19

entra de um lado é igual ao que sai do


outro, por isso estado estacionário.
PRINCIPAIS SETORES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
1) Anatomicamente:

• Grande circulação sistêmica.

• pequena circulação ou
circulação pulmonar.

2) Funcionalmente:

• Setores A, B, C e D.

• Regime estacionário.

• Volume sai = entra.

• 83 mL ejetado em cada
ventrículo, por batida. 20

– Aproximadamente 165 mL
ejetado pelo coração, por batida.
VARIAÇÃO DA ÁREA TOTAL SECCIONAL X FLUXO EM
REGIME ESTACIONÁRIO

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CIRCULAÇÃO E O CAMPO GRAVITACIONAL
• A quantidade de sangue movimentada a cada impulso do
coração é a mesma , na grande e na pequena circulação.

• A área de total seccionada de cada segmento varia


bastante:

 Aumenta a aorta até os capilares sistêmicos.

 Diminui dos capilares até a veia cava.

 O mesmo acontece com a veia cava, entre a artéria e a veia


pulmonar.

• Cerca ¼ está na pequena circulação e 1/3 na grande.


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PROPRIEDADE DO FLUXO DO REGIME ESTACIONÁRIO

Equação de Bernouilli

• Princípio da conservação de
energia para um fluido em linha
corrente.

• Componentes:
• Cinética (velocidade)

•Potencial gravitacional (altura)

• Energia de fluxo (fluxo) 28


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RELAÇÃO ENTRE ENERGÉTICA
DO FLUX0 E PRESSÃO LATERAL

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Estratégia de compensação?
A compensação se dá por segmentação das artérias, criando área
total de irrigação maior.

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Pressão de irrigação nas artérias distais é menor que nas artérias proximais.
CIRCULAÇÃO E O CAMPO GRAVITACIONAL
Anomalias do fluxo – Gradiente de queda da Ep em estenoses
e aneurismas
• Aneurisma

• Por definição, aneurisma é uma dilatação numa


região de vaso, devido ao enfraquecimento das
paredes dos mesmos.

• Velocidade aumenta e EP diminui.

• No seguimento pós-estenose, embora a


velocidade seja normal, a pressão é menor,
porque mais Ec foi gasta para vencer 33a
estenose.
CIRCULAÇÃO E O CAMPO GRAVITACIONAL
Anomalias do fluxo – Gradiente de queda da Ep em estenoses
e aneurismas
• Estenose

• Por definição, entende-se estenose como a diminuição do


calibre do vaso.

•. Estenose = estreitamento da luz do vaso. Velocidade aumenta e


EP diminui.

• No seguimento pós-estenose,
embora a velocidade seja normal,
a pressão é menor, porque mais 34

Ec foi gasta para vencer a


estenose.
CIRCULAÇÃO E O CAMPO GRAVITACIONAL
• Estenose
• Aterosclerose = Placa de ateroma (gordura e cálcio)
• Reduz o lúmen do vaso.
• Aumento da velocidade e redução da pressão lateral.
•A queda da pressão lateral prejudica a nutrição do tecido, podendo
causar isquemia (deficiência de sangue) e infarto (necrose dos tecidos).

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FÍSTULA ARTERIOVENOSA COMUNICAÇÃO
INTERVENTRICULAR E INTERATRIAL

• Comunicação anômala, curto circuito entre compartimentos


circulatórios.
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• Fístula interatrial: mantém RE, mas a pequena circulação fica com


sobrecarga de x + y mL de sangue.
• Permanece o Regime Estacionário e o indivíduo pode se manter vivo
por tempo razoável.
CIRCULAÇÃO E O CAMPO GRAVITACIONAL

Relação entre Onda de Pulso e Velocidade de Circulação

– Pulso = artéria quando apresenta discreta batida (dilatação) perceptível


ao tato e sincronizada com o batimento cardíaco. (Freqüência, arritmia,
intensidade).

– Pulso é a propagação da energia mecânica da contração cardíaca


através do sangue.

– Corrente sangüínea é o deslocamento da matéria (massa de


sangue), medida pelo movimento de hemácias. (Velocidade 4-6 x menor
que o pulso)

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ENERGÉTICA DE FLUXOS EM REGIME ESTACIONÁRIO
EQUAÇÃO DE BERNOUILLI

1. Relação entre Energética do Fluxo e Pressão Lateral

– Na equação de fluxo a EG é desprezada, pois não altera o resultado.


– ET = EP+ EC + ED = constante.
– Em um vaso sangüíneo com ramos laterais a EC não pode diminuir.
– A EC perdida como ED é suprida pela EP

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ENERGÉTICA DE FLUXOS EM REGIME ESTACIONÁRIO
EQUAÇÃO DE BERNOUILLI

Relação entre Energética do Fluxo e Pressão Lateral

– Pressão da árvore arterial cai pouco: de 100 para 90 mm Hg -


artérias distantes.

– Queda pressão nas arteríolas é maior: chega na entrada


capilares com 35 mm Hg.

– Do sistema capilar para as veias ocorre o contrário - Veia cava


com 4mm Hg.
ENERGÉTICA DA SISTOLE E DIÁSTOLE
• Sistole

• Contração com esvaziamento do coração . Os átrios ejetam


sangue nos ventrículos, e esses nas artérias e aorta pulmonar.

• O sangue é acelerado para todas as artérias.

• Pressão e velocidade do sangue atingem o nível Maximo.

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ENERGÉTICA DA SISTOLE E DIÁSTOLE

• Diástole

•Relaxamento com entrada de sangue nas cavidades cardiacas


e fechamento das válvulas arteriais.

• a pressão e a corrente sanguínea continuam, mas com menor


intensidade.

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5. HIPERTENSÃO DE ORIGEM VASCULAR

– Pressão acima valores médios (120 x 80 mm Hg).


– vaso normal exige apenas 120 x 80 mm Hg
– vaso esclerosado necessita de pressão maior para ser dilatado
em diâmetro equivalente

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6. PRESSÃO NOS CAPILARES - FORÇAS ENVOLVIDAS

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PRESSÃO NOS CAPILARES – FORÇAS ENVOLVIDAS

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NATUREZA DO FLUXO SANGUÍNEO

• Laminar: Partículas deslizam em linha reta , uniformemente , em


camadas concêntricas com camadas centrais fluindo com maior velocidade
que as externas devido ao atrito interno das moléculas do fluido

• Turbilhonar: Há perda de energia entre choque das partículas e paredes


do vaso = fluxo menos eficiente.

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NÚMERO REYNOLDS:

• A relação entre os quatro fatores que determinam que o fluxo de um


líquido por um tubo seja laminar ou turbilhonar.

•É valor adimensional que permite calcular V e assim indica o limite entre


fluxo laminar ( N < 2000) e turbilhonar (N> 2000).

Onde:
N = Numero de Reynolds
v = Velocidade media do fluido
d = Diâmetro do tubo
µ = Densidade do fluido
ƞ= viscosidade cinemática do fluido
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NÚMERO REYNOLDS:

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RELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO E O DIÂMETRO
DOS VASOS - CONSTÂNCIA DE FLUXO

Sabendo-se que F = V x A e que:


– A área dos segmentos vasculares é variável
– Fluxo é obrigatoriamente constante [f = 85 a 90 mL/s] (RE), então:
• A velocidade de circulação varia (aorta, capilares e veia cava)

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FATORES FÍSICOS QUE CONDICIONAM O FLUXO:
LEI DE POISEUILLE

Onde:

 = fluxo
P = é diferença de pressão entre
as extremidades do tubo.
r = é o raio do tubo.
l = é o comprimento do tubo.
ƞ = é a viscosidade do tubo.
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FATORES FÍSICOS QUE CONDICIONAM
O FLUXO LEI DE POISEUILLE

1. Pressão
– Se o sistema precisa mais fluxo eleva a pressão. Isso explica
casos fisiopatológicos: choque circulatório, hipotensão
ortostática, etc.

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FATORES FÍSICOS QUE CONDICIONAM
O FLUXO LEI DE POISEUILLE

2. Raio

É um dos fatores mecânicos mais importantes: raio esta elevado


a 4a potência.

Aumento: passar de 1,0 para 1,2 significa um aumento de 20%


de raio, mas o aumento de fluxo será: – F = (1,2) 4 - (1,0)4 = 2,1
-1,0 = 1,1 ou 110%.

O fluxo total pode aumentar até 600% por combinação de


aumento de freqüência cardíaca, pressão de ejeção e
vasodilatação.

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FATORES FÍSICOS QUE CONDICIONAM
O FLUXO LEI DE POISEUILLE

3. Comprimento do Tubo

– Circulação aberta não pode acontecer no sistema circulatório


humano.

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FATORES FÍSICOS QUE CONDICIONAM
O FLUXO LEI DE POISEUILLE

4. Viscosidade

– Diminuição da Viscosidade: anemias profundas - aparece sopro


audível em vária partes do tórax => Aumento do fluxo.

– Aumento de Viscosidade:

– Policitemia vera (aumento número de eritrócitos) ou


macroglobulinemia (aumento de macroglobulinas). =>
Diminuição do fluxo

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RELAÇÃO ENTRE PRESSÃO E TENSÃO - LEI DE LAPLACE

• Pressão = Força / Área


• Tensão = Força / Raio
• Quanto menor o raio maior a tensão
• Início do enchimento de balão é mais difícil que o fim

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RELAÇÃO ENTRE PRESSÃO E TENSÃO - LEI DE LAPLACE

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