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Grandelier sempre foi muito estabanado, desajeitado com a maioria das coisas
que fazia, graças à sua enorme distração. Porém, ele sempre foi muito bom em
duas coisas: no manejo da espada e na destreza em tocar seu alaúde para a
belíssima Elisa Ferguson. Talvez tenha sido por isso que ela se apaixonou pelo
jovem. Ou talvez pelo seu jeito bondoso de tratar a todos, apesar de seu jeito
desengonçado. O pai de Grandelier, Dogmar Tajtanos, era um major do
exército do reino de humano do norte, Terien. Após receber um ferimento
mortal em combate e ter, milagrosamente, sobrevivido, ele teve que se
aposentar prematuramente. Assim, foi para essa cidade mais ao sul do reino,
distante da capital, fronteira com o reino de Armênia ao sul e com a Floresta
Derradeira a oeste. Lá, ele conheceu a mulher de sua vida e mãe de
Grandelier, Karen.
Assim, as cidades estão ficando super populosas, com muitos elfos e humanos
misturados. Como o reino do norte decidiu fechar as fronteiras e impedir que
qualquer um entre, devido ao crescimento do número de crimes cometidos, o
reino do sul ameaçou terminar o acordo, pois não poderia lidar com a situação
sozinho. Cada vez mais pessoas das cidades e vilas fronteiriças se moviam
para Parion, que era a maior cidade perto da Floresta Derradeira.
Tudo o que Grandelier não sabia, era que o destino havia reservado algo maior
para ele e mais doloroso.
Grandelier então partiu para encontrar sua amada Ruby, na fazenda dos
Ferguson. Chegando, se deparou com os pais de Ruby mortos, mas não a
encontrou em lugar algum e também nem sinal de orcs na região. Grandelier
se lembrou que eles possuíam um porão nos fundos da casa, que servia para
emergências. Chegando ao subsolo da casa, se deparou com três guardas
tentando se aproveitar da situação para cometer seus crimes, sem que
ninguém descobrisse, sob a acusação de terem sido orcs. Naquele momento a
fúria tomou conta de Grandelier e sem pensar em mais nada, partiu
descuidadamente para cima do primeiro guarda, que estava mais perto. Ele o
golpeou com a espada de sua mão direita numa horizontal perfeita, pelas
costas, cravando sua espada até a metade do corpo do soldado. Com sua mão
esquerda, ele golpeou a cabeça do soldado na vertical, separando em duas
partes. O soldado não teve nem como reagir. Quando os outros dois viraram
seu colega ser partido daquela forma, correram e tentaram passar por
Grandelier, mas em sua fúria implacável, o primeiro que tentou passar foi
derrubado por um poderoso punho que só parou ao acertar a face do soldado,
deixando-o inconsciente e quebrando alguns ossos. O outro conseguiu passar
despercebido enquanto Grandelier se concentrava em socar o soldado
inconsciente até a morte.
Quando voltou a si, Grandelier respirou aliviado, ao ver que Ruby estava bem.
Ele a tomou em seus braços e a levou rapidamente para a taverna de seus
pais. Lá, juntamente a Dogmar, eles se mantiveram protegidos dos orcs que
iam até o local. Enfim a cavalaria do reino chegou à cidade, mas somente para
socorrer os que haviam sobrevivido, pois a cidade fora completamente
arrasada. Grandelier viu sua terra natal ser totalmente destruída e jurou
vingança contra os orcs.
Ao chegarem, seu pai, Dogmar, rogou pela vida de seu filho, alegando legítima
defesa. Os comandantes não poderiam ignorar que dois soldados foram
brutalmente assassinados, mas pelo passado de Dogmar, resolveram poupar a
vida de Grandelier, mas o enviariam para o exílio.
Eles deram um prazo de dois dias para Grandelier ajustar as coisas de sua
viagem e se despedir de todos. Nesse meio tempo, Dogmar pediu a um velho
ferreiro, o que forjou suas armas e armaduras durante o tempo que serviu, para
forjar duas das melhores espadas para seu filho.
Grandelier acabou fazendo alguns amigos na cidade, pois era muito gentil com
todos, apesar de sua natureza desengonçada. O ferreiro que trabalhava
próximo a sua casa almoçava com ele frequentemente, assim, se tornaram
grandes amigos. Sempre trocavam seus produtos e se ajudavam quando
podiam.