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Aníbal Valido
J. Duarte Silva
-Outubro 1997-
Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
ÍNDICE
Pág.
1 - Introdução 2
2 - Princípios da extensometria eléctrica de resistência 3
3 - Factor do extensómetro. Sensibilidade transversal do extensómetro 6
4 - Princípios fundamentais de medida 10
5 - Análise de medições 13
5.1 - Introdução 13
5.2 - Resolução de uma roseta a 45o (Rectangular) 16
Bibliografia 19
Pág. 1
Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
1 - Introdução
Quantitativos
- Fotoelasticidade
Extensometria
De uma maneira geral, a análise experimental de tensões não envolve a medição directa
dessa grandeza. O que se faz normalmente é medir uma outra quantidade que de algum
modo pode ser relacionada com o estado de tensão no ponto considerado.
Uma das grandezas mais frequentemente medidas na análise experimental de tensões é a
extensão, a partir da qual se passa depois para as tensões, recorrendo à teoria da
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
elasticidade. De acordo com a Fig. 1.1 verifica-se que existem vários tipos de
extensómetros, no entanto, nestes apontamentos será considerada apenas a extensometria
eléctrica de resistência.
suporte
x grelha
terminais
Pág. 3
Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
Uma vez que o fio de que o extensómetro é feito está principalmente disposto segundo
uma dada direcção x, pode-se admitir, em primeira apreciação, que o fio fica sujeito às
mesmas deformações que a superfície a que está colado.
Se considerarmos um fio fino sujeito a uma tracção, dentro do domínio elástico, ele sofre
um alongamento dL, devido ao efeito da carga ao mesmo tempo que a sua secção
dL
transversal diminui. Se ε = for a extensão axial, então a extensão do diâmetro
L
(extensão transversal) será dado por − υε , onde υ é o coeficiente de Poisson.
A resistência R de um fio condutor uniforme é dada por:
L
R= ρ (2.1)
A
L ρ 1
dR = dρ + dL − 2 dA ρL
A A A
dR dρ dL dA
= + − (2.2)
R ρ L A
dL dL
d f = d0 − d0 υ = d 0 1 − υ (2.3)
L L
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
πd 0 2 πd f 2 π dL
2
A0 = Af = = d 0 2 1 − υ (2.4)
4 4 4 L
Assim:
dA A f − A0 πd 0
2
4 dL
2
= = 1 − υ − 1 (2.5)
A A 4 πd 0 2 L
donde
2
dA dL dL dL
= − 2υ + υ 2 ≅ − 2υ (2.6)
A L L L
dR dρ dL
= + (1 + 2υ ) (2.7)
R ρ L
dR dL
= SA (2.8)
R L
em que
dR
dρ / ρ
SA = R = + 1+ 2υ (2.9)
dL dL / L
L
é a sensibilidade da liga metálica utilizada no fio condutor. Na Tabela 2.1 apresenta-se uma
lista de materiais normalmente utilizados nos extensómetros, bem como os respectivos
valores de S A .
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Material Composição, % SA
Advance ou Constantan 45 Ni, 55 Cu 2.1
Nichrome V 8 Ni, 20 Cr 2.2
Karma 74 Ni, 20 Cr, 3 Al, 3 Fe 2.0
Armour D 70 Fe, 20 Cr, 10 Al 2.0
Como foi visto anteriormente, a sensibilidade dum fio condutor de secção uniforme é:
dR / R
SA = (3.1)
ε
Para que o tamanho do extensómetro não seja excessivo, o condutor que o constitui forma
uma grelha (ver Fig. 1.2). Devido à existência de arcos de ligação entre filamentos
sucessivos (ver. Fig. 3.1), o extensómetro é sensível não só a extensões axiais (ε a ) , mas
também a extensões transversais (ε t ) . Assim, a resposta de um extensómetro, a um estado
biaxial de extensão pode ser dada por
dR
= S a ε a + S t ε t + S s γ at (3.2)
R
em que
γ aty → Distorção
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εt
εa εa
εt
dR
= S a (ε a + K t ε t ) (3.3)
R
St
em que K t = é o factor de sensibilidade transversal do extensómetro.
Sa
dR
= Sg ε a (3.4)
R
ε t = − υε a (3.5)
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dR
= S a (ε a − υ K t ε a ) = S a ε a (1− υ K t ) (3.6)
R
S g = S a (1− υ K t ) (3..7)
dR Sg Sg ε a ε
= ( ε a + Kt ε t ) = 1+ K t t (3.8)
R 1− υ K t 1− υ K t εa
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dR R (1− υ K t )
εa = (3.9)
S g 1 + K t (ε t ε a )
dR R
ε ′a = (3.10)
Sg
1− υ K t
ε a = ε ′a ∗ (3.11)
1 + K t (ε t ε a )
60
εt εa = 5
50 εa
4
40
εt 3
30
2
20
1
Erro em %, ηε
10
0
0
-1
-10
-2
-20
-3
-30
-4
-40
-5
-50
-60
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
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ε ′a − ε a
ηε = *100 (3.12)
εa
K t (ε t / ε a + υ )
ηε = ∗100 (3.13)
1− υ K t
Na Fig. 3.2 está representada graficamente a Eq. (3.13). Esta figura permite avaliar, se para
εt
um dado caso se deve ter em conta ou não o erro η ε . Quando Kt e têm valores
εa
elevados, o erro cometido pode ser significativo. Existem no entanto métodos para corrigir
este erro devido ao efeito transversal do extensómetro.
O extensómetro propriamente dito poderá ser encarado como uma simples resistência
passiva, alimentada por uma fonte de alimentação adequada. As variações de resistência
causadas por deformações mecânicas do extensómetro são medidas num circuito do tipo
potenciometrico ou ponte de Wheatstone, que produz um determinado sinal de saída em
termos de diferença de potencial.
Esse sinal é amplificado, lido e/ou registado, depois de convenientemente manipulado por
forma a representar directamente as grandezas que se pretendem ler.
A ponte de Wheastone é um circuito muito utilizado para medir a variação de resistência
sofrida por um extensómetro quando é submetido a determinada deformação.
Consideremos o circuito da ponte de Wheatstone representada na Fig. 4.1. A diferença do
potencial na resistência R1 é
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R1
VAB = V (4.1)
R1 + R2
R4
V AD = V (4.2)
R3 + R4
R1 R2
A C E
R4 R3
V
+ -
R1 * R3 − R2 R4
E= V (4.4)
(R1 + R2 ) (R3 + R4 )
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R1 R3 = R2 R4 (4.5)
R2
ou, fazendo r =
R1
Em que η representa um termo não linear, cuja influência é desprezável quando se medem
extensões menores que 5%, que é o que acontece no caso dos metais no regime elástico
. ).
(ε ≈ 01% Dum modo geral ao medirem-se deformações, R1 é um extensómetro activo
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
Extensómetro Extensómetro
activo compensador
A C E
R4 R3
V
+ -
5 - Análise de medições
5.1 - Introdução
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
Geralmente é necessário medir três extensões no ponto para definir completamente tanto o
estado de extensão como o estado de tensão.
Em alguns casos pode ser utilizado apenas um extensómetro para determinar o estado de
tensão num ponto. Por exemplo, no caso de tracção uniaxial dum provete, em que σ xx ≠ 0 e
σ yy = τ xy = 0 , um extensómetro colado segundo a direcção da tracção (direcção x) dá o
E
σ1 = (ε 1 + υ ε 2 )
1− υ 2
(5.1)
E
σ2= (ε 2 + υ ε 1 )
1− υ 2
seguintes equações:
τ x ' y ' = σ 1 cos ( x ', x ) cos ( y ', x ) + σ 2 cos ( x ', y ) cos ( y ', y ) + σ 3 cos ( x ', z ) cos ( y ', z )
τ y ' z ' = σ 1 cos ( y ', x ) cos ( z ', x ) + σ 2 cos ( y ', y ) cos ( z ', y ) + σ 3 cos ( y ', z ) cos ( z ', z )
τ z ' x ' = σ 1 cos ( z ', x ) cos ( x ', x ) + σ 2 cos ( z ', y ) cos ( x ', y ) + σ 3 cos ( z ', z ) cos ( x', z )
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
a) b) c) d)
C B
θC
θB A
θA
x
Fig. 5.3 - Três extensómetros colocados de forma arbitrária relativamente aos eixos x e y
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2 2
ε xx + ε yy ε xx − ε yy γ xy
ε1,ε 2 = ± +
2 2 2
(5.4)
γ xy
tg 2φ =
ε xx − ε yy
Como foi referido anteriormente nestas rosetas os extensómetros formam entre si ângulos
de 45°, tal como se indica na Fig. 5.4.
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
C
B
θC
θB
A
x
1
ε A = ε xx εB =
2
(
ε xx + ε yy + γ xy ) ε C = ε yy
donde (5.5)
γ xy = 2ε B − ε A − ε C
1 1
ε1 =
2
( ε A +εC)+
2
(ε A − ε C ) 2 + ( 2 ε B − ε A − ε C ) 2
(5.6a)
1 1
ε2 =
2
(ε A +εC)−
2
(ε A − ε C ) 2 + ( 2 ε B − ε A − ε C ) 2
2ε B − ε A − ε C
tg 2φ = (5.6b)
ε A −εC
Da Eq. (5.6b) obtêm-se dois valores diferentes para o ângulo φ . Sejam, respectivamente
φ 1 o ângulo entre o eixo x e a direcção principal 1 e φ 2 o ângulo entre o eixo x e a direcção
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1
0 < φ 1 < 90 ο quando εB > (ε A + ε C )
2
1
−90 ο < φ 1 < 0 quando ε B < (ε A + ε C ) (5.7)
2
φ1 = 0 quando ε A > ε C e ε A = ε1
φ 1 = ±90 ο quando ε A < εC e ε A = ε2
ε A + ε C 1
σ 1 = E + (ε A − ε C )2 + (2 ε B − ε A − ε C ) 2
2(1 − υ ) 2(1 + υ )
(5.8)
ε A + ε C 1
σ 2 = E − (ε A − ε C ) 2 + ( 2 ε B − ε A − ε C ) 2
2(1 − υ ) 2(1 + υ)
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Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
ε A = ε xx
εB
D
B
γ max
2φ 2 A γ xy 2
−2φ1 2
ε
γ xy R 0
2
C
ε2
ε C = ε yy 1
R=
2
( ε A − ε C ) 2 + ( 2ε B − ε A − ε C ) 2
1
(ε + ε C )
2 A
Fig. 5.5 - Solução gráfica das extensões principais e direcções principais para uma roseta a 45o
BIBLIOGRAFIA
1. Luís Trabucho, Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência e Guia dos
Trabalhos Experimentais da Disciplina de Mecânica dos Materiais I do 2º Ano do
Pág. 19
Introdução à Extensometria Eléctrica de Resistência
Pág. 20
GUIA DOS TRABALHOS LABORATORIAIS
Guia dos Trabalhos Laboratoriais
TRABALHO Nº 1
1 - Introdução
O trabalho experimental a seguir considerado refere-se a uma estrutura constituida por uma
viga de secção rectangular encastrada numa extremidade e livre na outra, conforme
indicado na Fig.1, e é composto por duas partes:
y
3
2
1
x
h
x L
A
Fig. 1
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Guia dos Trabalhos Laboratoriais
B
A x
P
MB
RB
HB
P
M
V
N
Fig. 2
RB = P (1)
HB = 0 (2)
M B = − PL (3)
dM
V= (4)
dx
N =0 (5)
V = −P (6)
M = − Px (7)
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Guia dos Trabalhos Laboratoriais
h
Para qualquer ponto de coordenadas ( x, , z ) o estado de tensão é uniaxial, com a tensão
2
dada por
M(x) h 6 P x
σ xx = − = (8)
2 IZ b h2
sendo as outras componentes das tensões nulas. Tendo em conta a lei de Hooke tem-se
6Px 6 M(x)
ε xx = 2
=− (9)
E bh E b h2
E b h 2 d ε xx
V =− (10)
6 dx
E b h 2 ∆ ε xx E b h 2 (ε xx ) j − (ε xx ) i
Vij = − =− (11)
6 ∆x 6 x j − xi
2- Procedimento
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Guia dos Trabalhos Laboratoriais
viii) Para um dos extensómetros, e para cada valor da carga P considerado em v) e em vi)
calcular o valor da tensão respectiva de acordo com a Eq. (8)
ix) Marcar os pontos (σ xx , ε ) num diagrama σ-ε
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Guia dos Trabalhos Laboratoriais
TRABALHO Nº 2
1 - Introdução
F
1
L1
x1 P
E
xP
C G
h
L2
x2 B
b A
Fig. 1
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Guia dos Trabalhos Laboratoriais
2- Procedimento
Pág. 6
MECÂNICA DOS MATERIAIS II
Extensometria Eléctrica de Resistência – Folha de registos
Trabalho Laboratorial Nº 1
Trabalho Laboratorial Nº 2
Extensómetro 1 Extensómetro 2
M= Kg