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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MANAUS/AM

RONALDO PINHEIRO DA SILVA, brasileiro, solteiro, auxiliar


de veterinária, portador da Carteira de Identidade/RG 15632 SI/PMAM, e
devidamente inscrito no CPF nº 444.743.852-68, residente e domiciliado à Beco
República, nº 20-B, Bairro São Lázaro, CEP 69.073-430, na cidade de Manaus, Estado
do Amazonas, através de seu procurador constituído, com escritório profissional à
Avenida Atroaris, nº 129, Quadra 20, Sala 05, Conjunto Renato Souza Pinto I, Cidade
Nova I, Edifício Atroaris Center, CEP 69.090-625, na cidade de Manaus, Estado do
Amazonas, e endereço eletrônico penaadv@gmail.com, onde doravante deverão
receber todas as notificações e intimações oriundas deste feito, para fins do artigo
106, I do Novo Código de Processo Civil, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa.,
ajuizar a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em desfavor de BANCO OLÉ BONSUCESSO CONSIGNADO S/A, Instituição Financeira


de Direito Privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o n.º 71.371.686/00001-75,
sediada à Rua Alvarenga Peixoto, n.º 974, bairro Santo Agostinho, CEP 30.180-120, na
cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, pelos motivos de fato e de direito
a seguir aduzidos.

penaadv@gmail.com
Dr. Rogério Pena Bento da Silva (092) 99411-1615 / (092) 99463-4867
OAB/AM 9.960 Av. Atroaris, nº 129, Qd 20, Sala 5, Ed. Atroaris Center, Renato
Souza Pinto, Cidade Nova, CEP 69.090-625, Manaus- AM.
1 – DAS PRELIMINARES:

Requer ao douto juízo o DEFERIMENTO DA MEDIDA


LIMINAR, pois se acham induvidosamente demostrados o fumus boni iuris e o
periculum in mora a seguir narrados e comprovados, bem como a declaração inicial
de INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, a teor do dispositivo no art. 6º do Código de
Defesa do Consumidor, considerando a exposição do Demandante às práticas
contrárias ao CDC e por ser visivelmente vulnerável o consumidor nas relações
consumeristas, devendo, portanto, o demandado ter a incumbência de produzir
provas contrarias às alegações iniciais do Autor.

1.1. DA JUSTIÇA GRATUITA:

A priori, o Requerente requer a concessão dos benefícios


da justiça gratuita, nos termos do artigo 4°, da Lei n° 1.060/50 com a alteração dada
pela Lei n° 7.510/86 c/c arts. 98 e 99, §4º, do Novo Código de Processo Civil/2015,
pois declara não possuir condições financeiras de arcar com as custas processuais,
sem comprometer o seu próprio sustento e de sua família.

1.2. DO FORO COMPETENTE:

A presente ação discute questões que mostram conexão


com "relação de consumo", portanto, inicialmente, para justificar a escolha desse
foro para apreciá-la e dirimir a questão apresentada, a parte autora invoca o
dispositivo constante em Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), onde se
estampa a possibilidade de propositura de ação judicial no domicílio do autor (art.
101, I). Além do mais, tem-se que eventuais contratos, ainda que tácitos, de
prestação de serviços públicos e/ou de consumo, vinculam-se, de uma forma ou de
outra, existência de “relação de consumo”, como no presente caso trazido à baila.

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2 – SUPORTE FÁTICO:

Inicialmente, cumpre esclarecer que o Requerente


adquiriu em novembro de 2011, com o Banco Requerido um contrato de crédito
consignado com cartão, o qual deveria ser descontando em folha salarial do autor
mensalmente.

Com base nesse contrato o autor iniciou o seu consumo do


referido produto disponibilizado pelo Banco Requerido, chegando a gastar o valor
total de R$ 6.233,34 (seis mil duzentos e trinta e três reais e trinta e quatro
centavos).

O Autor também nas datas de 06/06/2014 e 25/05/2016


efetuou saques nos seguintes valores R$ 225,49 (duzentos e vinte e cinco reais e
quarenta e nove centavos), e R$ 1.962,87 (mil novecentos e sessenta e dois reais e
oitenta e sete centavos), totalizando o valor de R$ 2.188,36 (dois mil cento e oitenta
e oito reais e trinta e seis centavos).

Dessa forma, a dívida total do Autor seria de R$ 8.421,70


(oito mil quatrocentos e vinte e um reais e setenta centavos).

Sendo assim, o banco Requerido procedeu com os


descontos em sua folha de pagamento a partir do mês Novembro de 2012, referente
à OLÉ BONSUC. CARTÃO – CÓDIGO 5886 e posteriormente para OLÉ BONSUC.
CARTÃO 10 - CÓDIGO 6305, no qual deveria ser quitado mediante desconto
diretamente da sua folha de pagamento, conforme contracheques anexados.

Ocorre Vossa Excelência, que para a surpresa do


Requerente, os valores não são fixos e são diversos a cada mês, tratando-se de

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contrato inovador e astucioso, que não traz a indicação expressa da taxa de juros
contratada, do número de parcelas e ainda do prazo para pagamento, dando à dívida
um caráter perpétuo, já que só há uma amortização do mínimo da dívida do
empréstimo que foi adquirida como se fosse uma compra em cartão de crédito à
vista.

Desta feita, o Requerente entrou em contato com o banco


Requerido, no qual lhe fora informado que, na verdade, não se tratava de um
empréstimo financeiro, mas, sim, de um cartão de crédito com limite de compra, e
que a parte requerente estava efetuando somente o pagamento do mínimo da
fatura.

Ou seja, Excelência, todo mês a parte requerente efetua,


verdadeiramente, o pagamento do mínimo da fatura de um cartão de crédito, e não
somente a parcela de empréstimo e de vale compra, como de fato havia sido
induzido contratar.

Assim, o requerente indagou que nunca contratou cartão


de crédito, sequer nunca pegou na mão um cartão de crédito do banco requerido,
oportunidade em que a atendente disse que enviaria a fatura do cartão de crédito
para a casa do requerente com valor total da dívida, cuja qual deveria ser paga para a
quitação do contrato, o que até a presente data não ocorreu.

Nobre Julgador(a), da análise dos contracheques do autor,


vemos que diversos valores foram lançados nos referidos documentos, e que esses
valores conforme o requerido se tratam de pagamento do valor mínimo do referido
cartão de crédito, ou seja, o requerente fora enganado na contratação de um
empréstimo com desconto em folha, quando na verdade lhe fora ardilosamente

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imposto um contrato de cartão de crédito com uma dívida que só faz crescer a cada
mês.

Os contracheques seguintes, sempre com a referência


“XX/00” confirmam a tese de que se trata de uma obrigação eterna, eis que traz a
referência “/00” ao lado do desconto efetuado até os dias atuais, mostrando o quão
abusivo e pernicioso é o presente contrato.

Portanto, a constituição do vínculo obrigacional alicerçado


sobre a emissão de cartão de crédito consignado padece dos seguintes vícios:

a) a liberação de empréstimo pessoal é camuflada por meio de


operação de saque de valor, com afronta aos princípios insculpidos no
art. 6°, III do CDC e no art. 422 do CC, diretamente executada pelo
agente financeiro (e não pelo titular do cartão), que não repercute
sobre a Reserva de Margem Consignada do mutuário, de modo a
permitir a ultrapassagem do limite legal de endividamento pessoal do
consumidor, com uso de verba salarial;
b) a capitalização mensal de encargos incidentes sobre o
refinanciamento do saldo devedor apurado a partir do pagamento
mínimo das faturas do cartão de crédito emitido em nome do
mutuário não permite a liquidação antecipada do empréstimo
ajustado entre as partes, com abatimento proporcional de encargos,
mesmo na hipótese de pagamento integral da fatura, ocasião em que
os juros e demais consectários já estarão consolidados sobre o
período de referência da cobrança bancária, com afronta ao art.
52,§2° do CDC;
c) a forma de execução dos pagamentos consignados exigidos do
mutuário, sem pré-fixação de número máximo de parcelas, marco
final de desconto ou valor máximo de endividamento do mutuário,
caracteriza a obrigação financeira exigida do consumidor como

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insolúvel, dada a peculiaridade do reajuste do saldo devedor
remanescente a cada pagamento mínimo de faturamento do cartão
de crédito, ferindo de morte a boa-fé a probidade que devem orientar
a conduta dos contratantes.

O requerente fez as contas de todos os meses que havia


sido descontado e chegaram à quantia de 88 descontos, de novembro/2012 até
fevereiro/2020, perfazendo o valor de R$ 28.045,96 (vinte e oito mil quarenta e
cinco reais e noventa e seis centavos).

Todo aqui exposto revela uma relação de absoluto


anatocismo e de enriquecimento sem causa, sem se falar nas práticas abusivas e
fraudulentas perpetradas contra o consumidor hipossuficiente, eis que teve ofertado
contrato de empréstimo bancário, quando na verdade lhe era ardilosamente imposto
contrato de cartão de crédito com uma vultosa dívida já instalada.

Noutra via, para a quitação do referido contrato, o


requerente terá que desembolsar sua totalidade em uma única vez, o que destoa da
natureza jurídica do contrato de empréstimo, que é adimplido em parcelas mensais e
regulares.

Consequentemente, o requerente sentiu-se bastante


constrangido e lesado, uma vez que não havia solicitado nenhum cartão de crédito,
mas sim contraído um empréstimo financeiro. Nessa esteira, a dívida em nome da
parte requerente jamais será quitada, haja vista que está sendo descontado de seu
contracheque o pagamento mínimo da fatura de um cartão de crédito não
solicitado por ele.

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Logo, mês a mês os juros vão se acumulando e o
empréstimo nunca será quitado, ficando latente que o banco Requerido levou a parte
requerente ao erro, induzindo-a a contratar um CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO
onde na verdade queria contratar um EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.

Diante dos fatos narrados, o Requerente vive situação


vexatória injusta, decorrente exclusivamente de ato ilícito perpetrado pelo
Requerido. Logo, este decidiu apresentar demanda para solicitar julgamento acerca
do direito aplicável ao litígio em questão, conforme entendimento de Vossa
Excelência.

3 - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

3.1. DA INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA E CONSEQUENTE


VIOLAÇÃO DO DIREITO À INFORMAÇÃO:

Com o incremento da iniciativa privada e a massificação do


consumo, o Código de Defesa do Consumidor desempenha um importante papel na
relação entre os agentes econômicos, na medida em que inseriu diversos
mecanismos para coibir práticas abusivas e estabelecer o equilíbrio entre os
contratantes.

Assim é que a informação é ferramenta de extrema


importância, constante do elenco dos direitos fundamentais (Art. 5º da CRFB), e
adquire um valor jurídico significativo nos dias atuais, já que funciona como
verdadeiro anteparo de proteção econômica do consumidor, permitindo que o
mesmo se manifeste livremente e conscientemente sobre o que pretende contratar.
Tanto na esfera contratual quanto na extracontratual, o direito do consumidor à
informação se traduz em um dever anexo, que se perfila ao lado de outros, tais como

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os de cuidado, de segurança e de cooperação, todos criados pelo princípio da boa-fé
objetiva.

Paulo Luiz Netto Lobo, em brilhante abordagem sobre o


assunto, pontifica que “os direitos do consumidor, dentre eles o direito à informação,
inserem-se nos direitos fundamentais de terceira geração e somente foram
concebidos tais nas últimas décadas no século XX. E apenas foi possível quando se
percebeu a dimensão humanística e de exercício de cidadania que eles encerram,
para além das concepções puramente econômicas.” (in A informação como direito
fundamental do consumidor. Revista de Direito do Consumidor, ano 10, n. 37, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 62).

Como se vê, quando tratamos do direito à informação, em


verdade estamos garantindo a dignidade humana e o pleno exercício da cidadania,
previstos no art. 1º, II e III, da CRFB como fundamentos da república.

Não é difícil imaginar o poderio que tem o mando dos


meios de produção e da informação técnica no mercado de consumo atual. Por isso a
mesma Constituição que garante o direito à saúde, segurança e o bem-estar social,
determinou no art. 5º, XXXII, que o “Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor” e, no art. 170, V, que a ordem econômica tem por fim assegurar a todos
a existência digna, conforme os ditames da justiça social”.

Ora, ao estipular como princípios a livre concorrência e a


defesa do consumidor, isto está a significar que o Legislador Constituinte não tolera
que uma determinada exploração econômica, ainda que lícita, atinja os consumidores
nos direitos a eles outorgados. Em outras palavras, está designando que o
empreendedor tem de oferecer o melhor de sua exploração, sendo a garantia dos
direitos do consumidor o mínimo que dele se espera.

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O fornecedor tem verdadeiro dever de bem informar o
consumidor, sendo a informação direito básico estatuído pela Lei consumerista,
sendo reflexo ou consequência do princípio da transparência, este último insculpido
no art. 4º do CDC, encontrando-se todos umbilicalmente ligados ao princípio da
vulnerabilidade.

Trata-se de um dever (obrigação) exigido, repise-se, antes


mesmo do início da relação contratual, passando a ser componente necessário do
produto e do serviço, os quais não podem ser oferecidos no mercado sem sua
observância. O Código de Defesa do Consumidor é claro ao preceituar, verbis:

“Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...)


III - informação adequada e clara sobre os diferentes produtos
e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço, bem como
sobre os riscos que apresentam.”
“Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, precisas,
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentem à saúde e segurança dos consumidores.

A forma de comercialização e as informações levadas a


cabo pela demandada no que tange à oferta do seu cartão de crédito, pecam pela
indubitável ausência de clareza em suas proposições, já que fomenta a utilização do
produto de maneira diversa de sua natureza e vocação, ferindo, contundentemente,
o princípio da transparência das relações de consumo.

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Ora, quando o consumidor necessita de capital, por óbvio
que o produto adequado seria a contratação de um contrato de mútuo, e não a
utilização do limite rotativo de um cartão de crédito. Assim é que, impor um produto
tão diverso com as vestes de outro, em verdade é interferir de forma abusiva no
processo volitivo do consumidor. Além disso, quando da concessão de crédito,
existem informações mínimas que o fornecedor não pode sonegar, senão vejamos:

“Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva


outorga de crédito ou concessão de financiamento ao
consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos,
informá-lo previa e adequadamente sobre:
I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
juros;
III – acréscimos legalmente previstos;
IV – número e periodicidade das prestações;
V – soma total a pagar, com e sem financiamento.”

Não cumprindo com tal dever de informar, prévia e


adequamente, perde o contrato sua força obrigacional em relação ao consumidor,
conforme preceitua o CDC, in verbis:

“Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não


obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo,
ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.”

Assim é que todos os cartões de créditos emitidos pelo


banco réu com a finalidade de concessão de crédito – com saque pelo sistema

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rotativo e nas circunstâncias narradas – não podem obrigar os consumidores
lesados.

Desta feita, não resta dúvida de que o direito à informação


é obrigação do fornecedor, e como tal deve ser tutelado e exigido em sede judicial,
tal qual se pretende no caso em tela.

3.2. DA FASE PRÉ-CONTRATUAL E A BOA FÉ OBJETIVA:

Em homenagem a tutela da confiança, as condições


contratuais devem se fazer entendidas de forma clara e cristalina, não se admitindo
chicanas como as presentemente observadas, uma vez que frontalmente opostas ao
standard de boa-fé objetiva preconizado pela lei consumerista.

Assim é que a boa-fé objetiva impõe que as partes se


portem de maneira honesta e leal, mesmo na fase pré-negocial, sendo tal exigência
pautada pelo novo paradigma imposto nas relações de consumo de nossa sociedade
massificada, despersonalizada e cada vez mais complexa.

Na conceituação introduzida pela festejada Claudia de


Lima Marques, boa-fé objetiva significa:

“uma atuação refletida, uma atuação refletindo, pensando no


outro, no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus
interesses legítimos, suas expectativas razoáveis, seus
direitos, agindo com lealdade, sem abuso, sem obstrução, sem
causar lesão ou desvantagem excessiva, cooperando para
atingir o bom fim das obrigações: o cumprimento do objetivo
contratual e a realização dos interesses das partes” (in
Contratos no Código de Defesa do Consumidor – O Novo

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Souza Pinto, Cidade Nova, CEP 69.090-625, Manaus- AM.
Regime das Relações Contratuais – 4ª edição. Editora RT:2002,
p. 181).

Note-se que o dever de informar é corolário lógico da boa-


fé objetiva, e permeia toda a relação contratual, desde seu nascedouro seguindo até
após a sua extinção. Assim, eventuais contaminações na fase pré-negocial, decerto
concebem verdadeiro natimorto contratual, o que se afigura inadmissível, já que não
é esta a função social dos contratos de consumo.

Ora, carece de lealdade e, portanto, resvala do standard


de boa-fé, o comportamento observado pela instituição ré, já que mascara o produto
ofertado (cartão de crédito) de molde que o consumidor acaba contratando este
último em detrimento de outro (CDC, Crédito Consignado, etc.) que lhe seria bem
mais vantajoso (módico).

Excelência é importante salientar que a pretensão de


incluir e generalizar a utilização no mercado dessa modalidade atípica de contrato de
cartão de crédito com desconto em folha de pagamento é de duvidosa
constitucionalidade, porque não se observa a função social do contrato e o princípio
maior da dignidade da pessoa humana à medida que, após a conclusão da avença, de
fato o devedor nunca alcança a quitação da dívida- mesmo após incontáveis débitos
mensais seguros e confortáveis em folha de pagamento em benefício do credor -,
situação que tende a configurar uma eterna servidão da pessoa a fins econômicos
alheios.

A questão central debatida na lide gravita em torno da


regularidade da cobrança de empréstimo pessoal, por meio da emissão conjunta de
cartão de crédito consignado em nome do mutuário, de modo a viabilizar a
efetivação de desconto consignado (folha de pagamento e/ou saldo bancário)

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correspondente ao valor mínimo individualizado em fatura mensal de movimentação
da tarjeta de crédito.

O tema é recorrente e, a nível local, encontra-se


sedimentado o entendimento de que a prática em referência:

a) afronta o direito à informação adequada e clara


conferido ao consumidor sobre as especificidades do serviço financeiro envolvido no
contrato celebrado entre as partes (art. 6°,III do CDC);
b) estabelece obrigação manifestamente excessiva, em
prejuízo exclusivo do mutuário, considerando a natureza do contrato, de tal modo a
ameaçar a realização final de seu próprio objeto (quitação do empréstimo) e o
equilíbrio do pacto (art. 39, V c/c art. 51, IV, §1°, III do CDC).

Nesse sentido:

DANO MORAL. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. 1. A


CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO, LANÇADO
COM DESCONTOS MENSAIS A TÍTULO DE FATURAS DE CARTÃO
DE CRÉDITONO CONTRACHEQUE DO CONSUMIDOR, QUE
PENSAVA FAZER EMPRÉSTIMO SIMPLES, REPRESENTA
CONDUTA LESIVA E FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DA
INSTITUIÇÃO. 2. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES CLARAS AO
CONSUMIDOR, E PREVALÊNCIADAS CONDIÇÕES DE FRAQUEZA
DO CONSUMIDOR PARA IMPUTAÇÃO DENEGÓCIO JURÍDICO
EXCESSIVAMENTE ONEROSO, COM DESRESPEITO À POLÍTICA
NACIONAL DE CONSUMO. 3. O ATO DE TRANSFORMAR
ASPARCELAS DO EMPRÉSTIMO EM FATURAS DE CARTÃO DE
CRÉDITO, COMINCIDÊNCIAS PRÓPRIAS DO TÍTULO,
CONFIGURA A PRÁTICA ABUSIVA PREVISTA NO ART. 39, IV E V,

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DO CDC, POIS SUJEITA O CONSUMIDOR AO PAGAMENTO
CONSTANTE DE UMA DÍVIDA QUE SOMENTE MAJORA. 4.
DANOMORAL CARACTERIZADO. 5. INEXIGIBILIDADE DE
DÉBITOS DO CARTÃO MANTIDA E DA ORDEM DE
INTERRUPÇÃO DOS DESCONTOS. 6. MANUTENÇÃODO
QUANTUM INDENIZATÓRIO, EM OBSERVÂNCIA AOS
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE DA
INDENIZAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
(Recurso Inominado nº 0602963-30.2013.8.04.0020, 3ª Turma
Recursal dos Juizados Especiais/AM, Rel. Rogério José da
Costa Vieira. j. 27.08.2015).

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. CAUSA COMPLEXA.


PRELIMINAR AFASTADA. EMPRÉSTIMO. CARTÃO DE CRÉDITO
CONSIGNADO. INDUÇÃO A ERRO. VONTADE VICIADA.
NEGÓCIO DEFEITUOSO. REPETIÇÃO DE INDÉBITOE DANO
MORAL. DEVOLUÇÃO SIMPLES. RECURSO PROVIDO
PARCIALMENTE. (Recurso Inominado nº 0600053-
59.2015.8.04.0020, 1ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais/AM, Rel. Marcelo Manuel da Costa Vieira. j.
12.08.2015).

E, considerando que denominado contrato de cartão de


crédito consignado em folha de pagamento com certeza se enquadra na categoria do
“contrato atípico ou inominado”, pois não é ele disciplinado expressamente pelo
Código Civil ou por lei extravagante.

Logo, não possui regulamentação normativa mínima –


embora haja a autorização para o desconto em folha de pagamento de valores
referentes ao pagamento de cartões de crédito (Lei 10.820/2003). Mas essa

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possibilidade se insere no âmbito da autorização normativa aos particulares de criar
figuras contratuais que necessitarem no mundo dos negócios (CC, art. 425), mas:

I) a liberdade de contratar será exercida em razão e nos


limites da função social do contrato (CC, art. 421);
II) os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé
(CC, art. 422);
III) quando houver no contrato de adesão cláusulas
ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotara interpretação mais favorável ao
aderente (CC, art. 423).

A conclusão é que se o contrato de cartão de crédito


consignado sequer possui regulamentação legal mínima com maior razão é preciso
que na avença firmada entre fornecedor e consumidor faça-se constar por escrito e a
exaustão os direitos e obrigações das partes, dando-se destaque expresso as
cláusulas contratuais que servem de essência e distingue esse contrato daquele
comum contrato de empréstimo consignado em folha de pagamento ou do contrato
de cartão de crédito.

Não sendo assim, eventual erro que incida o consumidor


(arts. 138 e 139, do CC) deriva da culpa do fornecedor que não observa o dever de
informar sobre o teor e alcance do contrato. De outro aspecto, vale o contrato de
empréstimo típico, porque o que vincula é a vontade exteriorizada, mesmo que a
vontade interna da parte credora fosse outra, na forma do art. 110 do Código Civil, o
qual, por sua clareza, in verbis:

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Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu
autor haja feito a reserva mental de não querer o que
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Mesmo que seja considerado que o Requerente tenha


pactuado contrato de cartão de crédito consignado em folha de pagamento com o
Requerido, o mesmo ainda figura como consumidor padrão (em relação ao contrato
de empréstimo típico), simultaneamente, como consumidor por equiparação (em
relação ao comportamento superveniente do réu em querer valer esse suposto
contrato de cartão consignado ao arrepio da vontade do outro contratante - art. 29,
do CDC).

E nessa circunstância foi o Requerente vítima de práticas


abusivas engendradas pelo BANCO BBS, o qual ao escamotear sua real intenção e
buscar fazer valer um contrato de cartão de crédito consignado em folha em lugar do
contrato de empréstimo legitimamente pactuado pela parte Requerente, causou a
esta grande embaraço em sua vida e evidente sofrimento, por conta inclusive do
esvaziamento das legítimas expectativas deste em relação à anterior negociação com
o banco réu.

3.3. DA DESVANTAGEM EXAGERADA EM DETRIMENTO DO CONSUMIDOR:

A forma de comercialização do produto impõe ao


consumidor, indubitavelmente, desvantagem exagerada. Ora, o consumidor,
conforme alhures explicitado possui outras opções para a tomada de crédito no
mercado que lhe conferem juros remuneratórios módicos, tal como, repise-se, o
empréstimo consignado.

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Por óbvio, que quanto maior a taxa de juros
remuneratórios, maior também o lucro da instituição financeira, havendo patente
conflito de interesses, sendo que o interesse do consumidor é atropelado pela avidez
da instituição por lucro fácil e rápido, ao custo de abjeta dissimilação informacional.
Tal conduta, como é de sabença trivial, é vedada pelo código consumerista, in verbis:

“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,


dentre outras práticas abusivas: (...)
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva;”

Por sua vez o próprio CDC esclarece o que seria vantagem


exagerada, senão vejamos:

“Art. 51. (...)


§1º. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
que:
I – ofende princípios fundamentais do sistema jurídico a que
pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou
equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.”

Com efeito, o CDC visa garantir o equilíbrio nas relações


jurídicas de consumo e, para tanto, traz mecanismos capazes de coibir a
sobrevivência de cláusulas que se mostrem excessivamente onerosas para o
consumidor. Note-se que a repressão à onerosidade excessiva está ligada ao princípio

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da equivalência contratual, que está disposto no art. 4º, inciso III, e art. 6º, inciso II,
do CDC, como base das relações jurídicas de consumo.

3.4. DO CABIMENTO DO DANO MORAL E ATO ILÍCITO CONFIGURADO:

Em decorrência dessa conduta ilícita, tem o Requerente


direito à indenização pelos danos morais que se mostram evidentes, tudo na forma
do art. 6º, VII, do CDC. E é para fazer frente a essa superioridade de atuação do
fornecedor no mercado de consumo, que pode descambar para desvio de alguns
deles, que o consumidor, a priori, é considerado pelo CDC a parte vulnerável na
negociação contratual, e essa realidade objetiva do consumidor se apresenta
magnificada em relação ao consumidor hipossuficiente que apresenta condições
pessoais de poucos conhecimentos técnicos financeiros e jurídicos e outras que
dificultam sua compreensão quanto às nuanças e riscos do produto/serviço que lhe é
oferecido ou vem a adquirir.

E por isso é abusiva a utilização de técnicas


mercadológicas que, não observando o dever de lealdade e informação adequada e
suficiente à realidade subjetiva do consumidor, impinge-lhe produto/serviço
aproveitando-se da hipossuficiência do mesmo (art. 39, IV, do CDC).

E ver-se que a parte Ré, a qual tem pretensão de imputar


esse contrato atípico de cartão de crédito consignado em desfavor do consumidor,
condiciona, mesmo após a quitação de inúmeras parcelas, o adimplemento integral
desta suposta dívida ao pagamento de uma fatura de cartão de crédito na quantia
quase equivalente ao valor total emprestado.

Tal conduta é ilícita, porquanto não observa o princípio do


equilíbrio material entre as prestações contratuais e demais disposições do CDC

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(como, por exemplo, o art. 39, IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingir-lhe seus produtos ou serviços).

O Código de Defesa do Consumidor fulmina de nulidade


qualquer cláusula que “estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a
boa-fé ou a equidade” (art. 51, IV).

Ademais, o CDC preocupado com as técnicas


mercadológicas agressivas, que às vezes descambam para o abusivo, cuida de
proteger o consumidor desde o momento pré-contratual, estabelecendo que é dever
do fornecedor agir com transparência, dispondo de informações adequadas e
completas sobre os produtos e serviços que oferta (arts. 4º, III, 6º, III, e 31).

É por isso que do direito de tomar conhecimento prévio do


conteúdo do contrato (art. 46, do CDC) decorre a óbvia obrigação do fornecedor de
entregar uma via do contrato ao consumidor. E não basta a entrega da via ao
consumidor, porque o instrumento contratual que ele recebe somente é hábil a
veicular algum contrato de cartão de crédito consignado em folha de pagamento se
observado o quanto dispõe o art. 52, do CDC, in verbis:

Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva


outorga de crédito ou concessão de financiamento ao
consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos,
informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;

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V - soma total a pagar, com e sem financiamento.

É imperioso que sejam consideradas nulas de pleno direito


as cláusulas contratuais, ou o contrato inteiro, que estejam em desacordo como
sistema de proteção ao consumidor (art. 51, XV e § 2º, do CDC).

Também compete ao nobre juiz pronunciar a nulidade do


negócio jurídico quando a encontrar provada nos autos, não lhe sendo permitido
supri-la, ainda que requerido pelas partes (CC, art. 168). É necessário fazer-se
entender, que o Requerente firmou negócio jurídico com o banco Réu pensando que
seria contrato de mútuo - da espécie consignado com desconto em folha de
pagamento -, em ponderação do interesse de atender a função social do contrato
aliado ao princípio da conservação do negócio jurídico pretendido pela parte em
razão de que a avença encontra-se consolidada pelo tempo - a parte já a vem
cumprido por longo penosos meses.

Assim, como o contrato é válido, ele tem direito a


quitação, acaso já adimplido o mesmo por inteiro a taxa de juros remuneratórios não
abusiva. E quanto aos argumentos de prática abusiva de juros nos contratos bancário,
deve-se ser levada em consideração jurisprudência do STJ, a qual é pacífica no
tocante a que: 1. São inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de mútuo
bancário as disposições do art. 591 c/c o art. 406 do CC; nem se sujeitam aludidos
contratos à limitação dos juros remuneratórios estipulado na Lei de Usura; 2. A
estipulação dos juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica
abusividade; mas admitido no caso concreto a revisão das taxas de juros
remuneratórios em situações excepcionais se restar provado a submissão do
consumidor a contrato de mútuo em desvantagem exagerada; 3. Nos contratos de
mútuo bancário, celebrados após a edição da MP nº 1.963-17/00 (reeditada sob o nº
2.170-36/01), admite-se a capitalização mensal de juros, desde que expressamente

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pactuada; 4. Não tendo como se aferir a taxa de juros acordada nos contratos de
mútuo em que a disponibilização do capital é imediata - sendo pela própria falta de
pactuação ou pela não juntada do contrato nos autos -, o juiz deve limitar os juros à
média de mercado nas operações da espécie, divulgada pelo Bacen, salvo se a taxa
cobrada for mais vantajosa para o cliente. (referência: Súmulas nº 382;
REsp.1.061.530-RS, da relatoria da Min. Nancy Andrighi; REsp. 1.042.903-RS, da
relatoria do Min. Massami Uyeda; AgRg no REsp. 1.242.844-SC, Min. Sidnei Beneti;
REsp. 1.112.879-PR, da relatoria da Min. Nancy Andrighi).

Assim, presente o direito do Requerente a confirmação do


mútuo bancário por desconto em folha de pagamento evidente também o seu direito
a percepção de indenização por danos morais, pois para fazer frente às condutas
abusivas do Banco Recorrido o mesmo enfrenta graves dificuldades decorrentes das
providências evidentemente dificultosas para provar que não contratou e não tem
interesse na aquisição do cartão de crédito consignado em folha de pagamento que o
réu tentar impingir-lhe, inclusive forçoso o recurso a Justiça para vencer a renitência
igualmente abusiva do fornecedor desapego à dignidade e direitos básicos do
consumidor.

A legislação em nosso país acerca do tema é regida pela


Lei n° 8.078/90 em seu artigo 6º, inciso VI, conhecida como Código de Defesa do
Consumidor.

"Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: VI – a efetiva


prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos."

Em se tratando de relação de fornecimento de serviço,


positivada no CDC, que determina que o consumidor tem o direito de ser indenizado

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por quem lhe vendeu o produto ou quem lhe prestou o serviço, inclusive por danos
morais, conforme preceituam o artigo 14, in verbis:

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

Por sua vez, o dano em apreço é in re ipsa, aquele de


independe de prova da sua ocorrência, decorrente da dor, da humilhação que vem
passando a Requerente, em razão do ato ilegal perpetrado pelo Réu.

Diante de tal entendimento a respeito da conceituação de


dano moral e da sua quantificação a título indenizatório, podemos constatar
indubitavelmente que os fatos acima relatados que ocorreram com o autor não
configuram mero aborrecimento, situação comum do quotidiano, mas sim um
acontecimento, atitude ilegal e injusta, que a ofende profundamente.

Portanto mostra-se razoável que o banco requerido seja


condenado a compensar a Autora pelos danos morais praticados, no valor de R$
15.000,00 (quinze mil reais).

3.5. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO:

Quando se pleiteia uma indenização pelos danos morais


sofridos, não se busca um valor pecuniário que possa reverter o fato ou tornar a dor
inexistente, mas sim um lenitivo que atenue, em parte, as consequências do dano

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causado. Concomitantemente há um caráter sancionatório e um caráter educativo na
cominação de indenização por danos morais imposta ao seu causador.

Embora haja relevante dificuldade em arbitrar-se o valor


do quantum indenizatório ante a falta de parâmetros reais ou fixos, a doutrina tem se
manifestado no sentido de que deve ficar ao arbítrio do juiz a apreciação deste valor,
levando-se em consideração diretrizes subjetivas (a posição social ou política do
ofendido, a intensidade do ânimo de ofender) e objetivas (a situação econômica do
ofensor, o risco criado, a gravidade e a repercussão da ofensa).

Nesse sentido, aduz o Egrégio Superior Tribunal de Justiça:

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.376.393 – SP -


(2010/0227420-4) EMENTA - AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO
CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. INSCRIÇÃO
INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. SÚMULA N. 7/STJ. [...] “A irresignação não
merece prosperar, devendo a decisão agravada ser mantida por
seus próprios fundamentos. O quantum indenizatório fixado na
instância ordinária submete-se ao controle do Superior Tribunal
de Justiça na hipótese em que o valor da condenação seja
irrisório ou exorbitante, distanciando-se, assim, das finalidades
legais e da devida prestação jurisdicional frente ao caso
concreto. No presente caso, o arbitramento da verba fixada –
R$ 15.000,00 (quinze mil reais), em face de inscrição indevida
em cadastro de inadimplentes – não propicia a intervenção
desta Corte. Entendo, com base no conjunto fático delineado no
voto condutor do julgado, que o valor indenizatório foi fixado
com moderação, porque não concorreu para o enriquecimento
indevido da vítima e porque foi observada a proporcionalidade

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entre a gravidade da ofensa e o grau de culpa e o porte
socioeconômico do causador do dano” [...]Quarta Turma, EDcl
no AgRg no Ag n. 497.149/RJ, relator Ministro Jorge Scartezzini,
DJ de 5.12.2005; Quarta Turma, REsp n. 596.005/SC, relator
Ministro Fernando Gonçalves, DJ de 7.11.2005; Terceira Turma,
REsp n. 295.130/SP, relator Ministro Humberto Gomes de
Barros, DJ de 4.4.2005; dentre outros.

Desta feita, a conceituação de dano moral e da sua


quantificação à título indenizatório, podemos constatar indubitavelmente que os
fatos relatados, não configuram mero aborrecimento, situação comum do
quotidiano, mas sim, um acontecimento, atitude ilegal e injusta, decorrente
exclusivamente do ato ilícito realizado contra a autora, pelo desde já requer seja o
Requerido condenado em valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

3.6. DO DIREITO À RESTUIÇÃO EM DOBRO – MÁ-FÉ DO BANCO REQUERIDO:

A questão posta refere-se ao direito do autor em receber


em dobro a restituição dos valores pagos indevidamente, conforme determinação do
art. 42, parágrafo único, do Código do Consumidor.

Assim, considerando que a cobrança foi ilegal e abusiva,


tendo em vista que o requerente pensou ter contratado uma operação de
empréstimo, entretanto, foi ludibriado pelo banco requerido, o qual, ao que consta,
não explicou para o requerente que o contrato era de cartão consignado.

Isto porque, além de haver o desconto de empréstimo em


folha de pagamento do autor, o banco requerido ainda procedeu com mais um
desconto referente à “Cartão BBS”, havendo duas formas de subtração dos
rendimentos do consumidor.

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Trata-se de extorsão de forma regularizada. Neste
espeque, deve o requerido ser condenado a restituir os valores pagos a maior,
atualizados, tendo em vista que tais descontos perduram até a presente data.

Evidenciado que as cobranças promovidas encontram-se


desprovidas de origem legítima, não podem ser emolduradas como engano
justificável, inscrevendo-se, assim, na conduta que legalmente é repugnada,
ensejando que o réu seja sujeitado a sanção civil apregoada pelo legislador como
forma de penalizá-lo por ter cobrado e recebido o que não lhe era devido e de ser
conferido ao consumidor compensação pelo desfalque patrimonial que
ilegitimamente o afligira.

NOBRE JULGADOR, O AUTOR, JÁ PAGOU ALÉM DO


EMPRÉSTIMO CONCEBIDO A QUANTIA ABSURDA E LEONINA referente à BMG
CARTÃO DE CRÉDITO 10, sob o código atual nº 6305, em 88 descontos, de
novembro/2012 até fevereiro/2020, a quantia que perfaz o valor de R$ 28.045,96
(vinte e oito mil quarenta e cinco reais e noventa e seis centavos), salientando-se
que as parcelas não possuem fim, data, quantidade e nem valor líquido certo.

Ressalta-se que o autor emprestou do banco requerido o


valor de R$ 8.421,70 (oito mil quatrocentos e vinte e um reais e setenta centavos) já
pagou mais de R$ 19.624,26 (dezenove mil seiscentos e vinte e quatro reais e vinte e
seis centavos), acima do valor emprestado.

Se levássemos em contas que o referido contrato já


ultrapassou as 36 (trinta e seis parcelas), o autor já pagou indevidamente o valor de
R$ 9.812,13 (nove mil oitocentos e doze reais e treze centavos).

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Desta feita, é justo que receba por firme e acertada
decisão de Vossa Excelência, seja devolvido o valor pago de forma indevida em
dobro, que perfaz R$ 9.812,13 (nove mil oitocentos e doze reais e treze centavos),
sendo lícito a restituição nos moldes do art. 42, do CDC.

4. DA CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA:

4.1. DA TUTELA ANTECIPADA:

Inicialmente, entende o Requerente ser aplicável a


antecipação parcial dos efeitos da tutela na presente ação, para que seja
imediatamente dada ordem ao requerido para que cesse os descontos em folha de
pagamento, relativo aos descontos de OLE BONSUC. CARTÃO 10, atacado na
presente ação.

Segundo, o requerente não pode sofrer, até que seja


prolatada decisão sobre o caso, o dissabor de ver seu nome a mercê da atuação da
empresa Ré, vendo sua intimidade, direitos básicos de consumidor e condição
monetária manipulados pelo requerido. Deste modo, a antecipação parcial dos
efeitos da tutela é de rigor até que o MM Magistrado julgue o mérito da lide.

Há, também, o fundado receio do autor suportar danos


irreparáveis, advindos desse abusivo ato, eis que o requerido tem o poder técnico e
econômico desta abusiva relação de consumo.

Nesse sentido, o art. 300, caput, do Novo Código de


Processo Civil/2015, deixa claro que os requisitos comuns para a concessão da tutela
provisória de urgência antecipada são: i) probabilidade do direito (fumus boni iuris); e
ii) perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora).

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Logo, requer que Vossa Excelência se digne em antecipar a
tutela pretendida, na forma do art. 294 c/c art. 300, §2º, ambos do Código de
Processo Civil/2015, para que o Requerido cesse os descontos em folha de
pagamento, relativo aos descontos de OLE BONSUC. CARTÃO 10, sob prazo e pena
de multa diária estipulado por Vossa Excelência, em favor do Requerente.

Assim, estando devidamente demonstrados o periculum in


mora e a prova inequívoca, é que se pleiteia a concessão da tutela de urgência,
conforme entendimento de Vossa Excelência.

5 - DO PEDIDO:

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) A concessão da tutela provisória de urgência, de


natureza antecipada, para o fim de determinar que o Requerido BANCO OLÉ
BONSUCESSO CONSIGNADO S/A, cesse os descontos em folha de pagamento,
relativo aos descontos de OLE BONSUC. CARTÃO 10, sob código atual nº 6305, em
MATRÍCULA-SEQ-DIG nº 159.370-6 A – Órgão pagador – PM-ATIVOS, sob pena de
multa diária e prazo a ser estipulado por Vossa Excelência, em favor do Requerente,
em caso de descumprimento;

b) Seja deferida a inversão do ônus da prova, na forma do


Art. 6º, VIII, da Lei nº 8.078/90, em favor do Requerente;

c) A citação do Requerido para, querendo, oferecer


contestação no prazo legal, sob pena preclusão, revelia e confissão quanto a matéria
de fato e de direito;

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d) Ao final, que Vossa Excelência julgue totalmente
procedente a ação para:
d.1) Confirmação ou concessão do teor do pedido liminar
na sentença;
d.2) seja cancelado contrato de cartão de crédito
indevidamente imposto à requerente, bem como todos seus consectários, evitando-
se enriquecimento ilícito por parte do requerido, bem como mantendo o equilíbrio
econômico-financeiro da requerente e toda sua família, ante ao total desequilíbrio
contratual e má-fé do banco réu;
d.3) Seja declarado quitado o contrato de empréstimo
consignado contratado pelo requerente, eis que segundo os princípios da
modicidade, adequação social, boa-fé contratual e equilíbrio contratual, o mesmo já
está adimplido, eis que o requerente já teve descontado em sua folha de pagamento
a quantia de R$ 28.045,96 (vinte e oito mil quarenta e cinco reais e noventa e seis
centavos), referente à OLE BONSUC. CARTÃO 10, sob código atual nº 6305, além do já
descontado em empréstimo consignado sob CÓDIGO 5886, conforme planilha em
anexo;
d.4) Caso V. Exa. entenda por manter o contrato de
empréstimo na modalidade cartão de crédito, que declare o mesmo quitado, eis que
segundo os princípios da modicidade, adequação social, boa-fé contratual e equilíbrio
contratual, o mesmo já está adimplido;
d.5) Condenar o requerido, nos termos do art. 42,
parágrafo único, do CDC, a restituir a quantia no valor de R$ 9.812,13 (nove mil
oitocentos e doze reais e treze centavos), de 88 descontos, de novembro/2012 até
fevereiro/2020, acrescido de correção monetária e juros legais, patente a má-fé
configurada;
d.6) Condenar o requerido ao pagamento de uma
indenização por DANOS MORAIS no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), como
medida pedagógica/punitiva, pelo ato ilícito cometido, bem como, ao pagamento

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das custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem arbitrados no
patamar de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa;

e) Seja deferida o benefício da gratuidade da justiça, nos


termos do Art. 4º, da lei nº 1.060/50, com as alterações trazidas pela lei nº 7.510/86,
combinado com o Art. 5º, LXXIII da Carta Magna, em virtude do requerente não
dispor de recursos para arcar com o pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios sem prejuízo do sustento próprio e da família;

Requer a produção de todas as provas em direito


admitidas, na amplitude do Artigo 369 e seguintes do Novo Código de Processo
Civil/2015.

Dá-se a causa o valor de R$ 24.812,13 (vinte e quatro mil


oitocentos e doze reais e treze centavos), para efeitos legais e fiscais.

É o que com o devido respeito e acatamento se deixa


requerido.

Nestes termos, pede deferimento.

Manaus, 27 de fevereiro de 2020.

Dr. Rogério Pena Bento da Silva


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