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3º WORKSHOP - 2015
Relação Mais Produtiva
Agricultura e Apicultura
EDITORIAL
Nosso objetivo com esse evento é estimular o diálogo entre os setores da Agricultura,
Apicultura, Defensivos Agrícolas, Governo e Academia.
Boa leitura!
Sílvia Fagnani
3º. Workshop Relação Mais Produtiva Agricultura-Apicultura. 2015. Realização: Sindicato Nacional Vice-Presidente Sindiveg
da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). Projeto Editorial da Publicação, Redação e
Infográficos: Facto Estratégia e Comunicação. 102 páginas. Versão digital disponível para download
www.projetocolmeiaviva.org.br.
ÍNDICE APRESENTAÇÃO
WORKSHOP 2015
WORKSHOP 2015 .............................................................................................................
05
PAINEL1 - BIODIVERSIDADE E AGRICULTURA .....................................................
08
PAINEL 2 - INTERAÇÃO DAS CULTURAS AGRÍCOLAS
E DA POLINIZAÇÃO POR ABELHAS ..................................................... 29
PAINEL 3 - DEFENSIVOS AGRÍCOLAS E SUA RELAÇÃO
COM A AGRICULTURA E APICULTURA ............................................... 48
PROJETO COLMEIA VIVA .................................................................................................
78
PAINEL 4 - PRINCIPAIS CONCLUSÕES
E DESAFIOS ............................................................................................... 82
MANIFESTO ........................................................................................................................
96
SESSÃO DE FOTOS ...........................................................................................................
100 Um convite ao diálogo: esse foi o tom do terceiro workshop para a relação mais
produtiva entre agricultura e apicultura. O encontro aconteceu nos dias 05 e 06 de
novembro, em Campinas, com realização do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos
para Defesa Vegetal, (Sindiveg), com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), que é ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), além
da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Nacional de Defesa Vegetal
(Andef) e do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag).
IDEALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Workshop 2015 A fim de compartilhar mais as diferentes visões e perspectivas, o workshop foi
organizado no formato de painéis de diálogo, de forma a abordar os temas específicos e
relevantes para melhorar a convivência entre os dois setores e buscar alternativas para
beneficiar a produtividade nas duas atividades,
bem como a biodiversidade.
www.factocomunica.com.br
Cada painel contou um mediador e especialistas, profissionais e acadêmicos renomados
Facto Estratégia e Comunicação para os temas em discussão, representando diferentes pontos de vista sobre os temas
Daniela Reis | Graziela Mota | Juliana Rodrigues | Carolina Denardi | Gisele Lupiani em debate, contribuindo para o enriquecimento dos diálogos e, principalmente, uma
visão ampliada e sistêmica sobre a relação entre agricultura e apicultura.
6 Relação mais produtiva - Agricultura & Apicultura Relação mais produtiva - Agricultura & Apicultura 7
1
1
Federal do Ceará. Um diálogo aberto e e sistêmica do cenário possibilita
bastante consciente sobre os desafios perceber que a relação entre agricultura
e a complexidade do tema, contando e biodiversidade é mais produtiva
com a participação de diferentes atores se for vista sob uma perspectiva de
Biológica (CDB). de pesquisas A recente criação da Plataforma Intergovernamental de Serviços Ecossistêmicos e Biodiversidade
relacionadas aos (IPBES) reforça as iniciativas internacionais na avaliação do estado da biodiversidade do planeta, seus
ecossistemas e os serviços essenciais que fornecem à sociedade. “Está previsto para sair até fevereiro de
Como explicou Karina, “a diversidade
biológica sustenta o funcionamento dos
Estados Unidos, 2016 um primeiro diagnóstico sobre o estado de conservação e uso da biodiversidade no mundo todo”, conta
Karina Cham, incluindo o tema de polinizadores, polinização e produção de alimentos.
ecossistemas, a prestação de serviços à União Europeia,
ecossistêmicos que são essenciais para o ser à países que têm O Brasil possui algumas iniciativas direcionadas para a sustentabilidade, como Plano ABC (Agricultura
de Baixa Emissão de Carbono) que surgiu na COP 15 (em Copenhagen), com o foco nas mudanças
humano”. Dessa forma, contribuem para a
própria atividade agrícola.
clima diferente, solo climáticas, apresentado por Billi, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A meta
do Brasil é reduzir emissão de gases do efeito estufa em 43% até 2030. Para tanto, o Plano ABC difunde
diferente, condição tecnologias com objetivo de sequestrar carbono, incluindo a integração lavoura-pecuária-floresta e os
sistemas agroflorestais que favorecem a biodiversidade, além do fomento à pesquisa para a adaptação
Trata-se de um tema importante não biológica diferente. às mudanças climáticas e o aquecimento global.
apenas em âmbito nacional, mas um
desafio global, sendo objeto de acordos Rodrigo Brito, da CNA Ainda no escopo de conservação da biodiversidade, as indicações geográficas também têm favorecido
internacionais, como a Convenção de o controle e o Ministério da Agricultura incentiva e estimula o registro de indicações geográficas e
registro de proveniência das produções.
População
(milhões habitantes)
1960
70,0
2015
205,0
EVOLUÇÃO (%)
193%
Área Plantada (milhões
Presente no mundo há aproximadamente otimização das áreas. Nos últimos 55 ha) 22,0 58,0 163%
10 mil anos, a agricultura possibilita a anos, houve o aumento de 12 vezes na Produção (milhões de
toneladas) 17,2 209,5 1.118%
organização social e a sobrevivência produção. O aumento na produtividade Produtividade (kg/ha)
783 3.612 361%
das pessoas. Mas, como toda atividade foi acima de 360%, utilizando a produção
SE O BRASIL MANTIVESSE A MESMA TECNOLOGIA DE 1960,
humana, gera impactos no ecossistema. de grãos como referência. “O Brasil tem TERIA DE OCUPAR MAIS 210 MILHÕES DE HECTARES DE TERRA.
Porém, ela pode, e deve, ser vista de uma essa condição de escala, mecanização, duas Fonte: Apresentação do Mapa
maneira mais amigável, como parte do safras no ano sem irrigação e isso é uma
sistema atual e mais um componente da capacidade comparativa maravilhosa”, Ministério do Meio Ambiente, buscam O setor apícola, representado por Aragão,
biodiversidade. “É preciso repensar nossa elogia Billi. incentivar novas alternativas de produção da CBA, também reforçou a importância
paisagem dentro do contexto agrícola, e favorecer a biodiversidade, bem como das abelhas para a produção de
recuperar as áreas degradadas, discutir “A produtividade evitou que avançássemos o aproveitamento de seus serviços e alimentos, uma vez que, “como segmento
sobre o impacto das espécies invasoras para a produção atual em mais de 500 benefícios. apícola desse país já está provado o ganho
e do efeito dos agrotóxicos”, reforçou a milhões de hectares de área. Significa de produtividade só pela presença das
professora Claudia Inês. que, hoje, o Brasil usa apenas 30% do seu A agricultura também pode se beneficiar abelhas”.
território para toda a produção e pode da biodiversidade, por exemplo, pelo
Se a agricultura é fundamental no mundo, ainda aumentar essa produção com a serviço de polinização realizado pelas “Precisamos falar sobre o impacto do
é ainda uma das principais atividades mesma área, considerando que temos 80 abelhas e outros agentes polinizadores. declínio das abelhas na agricultura, como
econômicas do Brasil, com alto potencial milhões de hectares de pecuária de baixa lidar com esse conflito, pois uma coisa
de crescimento, previsão de continuidade produtividade”, analisou o presidente da As abelhas são importantes polinizadores depende da outra”, corroborou Claudia
no aumento das exportações, além Comissão de Meio Ambiente da da CNA, sendo que mais de 70% das plantas Inês.
do mercado interno como fator de Rodrigo Brito. dependem, diretamente ou indiretamente,
crescimento, como prevê prevê Billi, do do serviço de polinização, segundo dados No entanto, ainda há desconhecimento
Mapa. “O mundo vai exigir cada vez mais Além da agricultura, é importante também apresentados pela professora Cláudia sobre como a polinização por abelhas
alimento, cada vez mais fibra, cada vez mais destacar a riqueza da diversidade Inês. “As áreas cultivadas próximas às áreas pode ser efetivamente aplicada na
energia e o Brasil tem essa aptidão natural”, biológica e natureza do país. “Temos a naturais têm um aumento significativo agricultura. “A maioria dos produtores rurais
ressaltou Billi. “Estima-se que até 2030 maior extensão de florestas utilizadas de na sua produção. Devemos melhorar a é ciente sim dos benefícios da polinização,
o mundo precise de 40% mais alimento, modo sustentável – oito milhões de hectares”, nossa paisagem agrícola para beneficiar os embora nem todos estejam devidamente
enquanto a gente olha no globo terrestre destacou Billi. polinizadores e aumentar a produtividade preparados”, afirmou Rodrigo Brito.
não existe outro país com essa condição sem ter que aumentar as áreas cultivadas.
de solo, de clima, de pessoas, de tecnologia Essa extensão também é promovida Isso é possível”, ressaltou.
para suprir essa necessidade de alimento no pela agricultura, por meio das áreas de
mundo”, reforça. preservação mantidas nas propriedades.
Iniciativas de integração de sistemas
Os dados trazidos pelo Mapa mostram agroflorestais – sistemas que agregam
a vocação do país para a produção atividades de agricultura, pecuária
agrícola e a evolução da produção em e espécies arbóreas (frutíferas e/
função do uso de novas tecnologias e ou madeireiras) –, incentivadas pelo
do Projeto
As abelhas fazem parte da biodiversidade, Como ressaltou a professora, desafios Colmeia Viva
*
assim como outras espécies da flora e da
fauna.
de regulamentação em sistemas de
polinização assistida dificultam sua Bandeira 2
+3000
implantação. “Alguns entraves políticos
espécies
A abelha no âmbito
Apesar de estar no imaginário popular não nos permitem criar outras espécies da agricultura, do no Brasil
defensivo agrícola
apenas um tipo de abelha, normalmente em larga escala, como é criada a Apis e da biodiversidade.
associada a uma espécie social específica, mellifera. Na Europa, por exemplo, existe 4
a Apis e suas colmeias, existe uma grande uma indústria bilionária que já cria e vende COMERCIAIS (Criadas) SILVESTRES
DAS ABELHAS
“Toda vez que nós substituímos uma área a polinização, não ocorre a formação
natural por uma área de cultivo, seja de frutos e, consequentemente, não tem 02 03
monocultura, integração lavoura-pecuária- reposição de plantas nas áreas do entorno Redução drástica da
cobertura vegetal Ciclo de água e
floresta, vamos ter a substituição também dos cultivos”, explica Claudia Inês. biogeoquímico
das populações de insetos e outros animais
que existem nessa área”, reforçou Brito, Outro ponto importante, ressaltou a
representante do setor agrícola do painel, professora, está relacionado à qualidade
04
pela CNA, entidade com um 1,5 milhão de das áreas próximas aos apiários, 01 Mudanças nos
produtores filiados no sistema nas meliponários e áreas cultivadas. ciclos de chuvas
Desmatamento
27 federações e 2.200 sindicatos. “As plantas têm determinadas substâncias
que as abelhas necessitam no processo
Como especificou Claudia Inês, ao de desintoxicação, imunidade e no seu
substituir uma área inativa por uma metabolismo para se desenvolverem. 07 05
área cultivada são geradas mudanças Se tiver alguma deficiência, haverá uma Desacoplamento Mudanças na
fenológico entre as flores temperatura e
na cobertura vegetal e no período de mortalidade alta nas abelhas. É um efeito
florescimento das plantas. Além disso, cascata”, afirma. A diversidade na dieta
e seus polinizadores
06 umidade relativa
do ar
INGREDIENTE ATIVO
A questão EXTRESSOR
APLICADO POR
PULVERIZAÇÃO TERRESTRE
TRATAMENTO
DE SEMENTES
polinizadores e
proteção de abelhas poeira
essa questão de
agrotóxicos. 4
translocação
4
translocação
Karina Cham, Ibama
contato
FONTE/ROTA 1 RESÍDUOS NA RESÍDUOS RESÍDUOS
MEIO DE RESÍDUOS
SUPERFÍCIE DAS SOBRE/EM PÓLEN EM ÁGUA
NO SOLO
EXPOSIÇÃO PLANTAS E NÉCTAR SUPERFICIAL
to
nta
co 2 3 6
es tão
1 ing NINHADA
Os estudos iniciais conduzidos pelo grupo informações, testes e estudos para
ABELHAS ABELHAS DA
RECEPTORES
no Ibama levaram a elaboração de um averiguar essas hipóteses. FORRAGEADORAS COLÔNIA ingestão/contato
(cera, própolis, geléia real)
diagrama conceitual (veja página 23) que
ingestão/contato pelo
evidencia as hipóteses de exposição da As boas práticas no cultivo constituem processamento
5 RAINHA
abelha na aplicação do defensivo nas também o foco de uma das iniciativas
produções agrícolas. do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento para a integração do
ALTERAÇÕES DE REDUÇÃO DA
No exemplo dado pela especialista, desenvolvimento agrícola e a preservação EFEITOS COMPORTAMENTO REDUÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA,
DIRETOS REDUÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA CRESCIMENTO E
no caso de uma pulverização terrestre, da biodiversidade e sustentabilidade. SOBREVIVÊNCIA REPRODUÇÃO
Conhecimento aplicado aos desafios locais relação sistêmica, que inclua a abelha e
a apicultura. Isto é, trazer a abelha para
impacto que está acontecendo para que
a gente não tenha problemas maiores no
Ampliar o conhecimento sobre as abelhas e polinização é uma necessidade apontada a agenda da agricultura, tanto nos seus futuro” afirma Aragão, da CBA.
por todos os participantes do painel como fundamental para o desenvolvimento de aspectos de biodiversidade quanto como
soluções que possibilitem o desenvolvimento da agricultura e da apicultura, favorecendo atividade econômica, e a valorização da
a manutenção da biodiversidade. “Temos que melhorar a nossa produção científica de polinização é um grande caminho.
modo que os achismos e as notícias de blogs e mídias sociais não venham a fazer com que a
tomada de decisão, muitas vezes equivocada, possa prejudicar um sistema econômico e não
trazer nenhum ganho ambiental efetivo”, ressaltou Rodrigo Brito, da CNA.
Informações atuais
baseadas em EUA e
União Européia
Fortalecimento da
Difere em: clima, assistência técnica MMA/Ibama:
solo, condições Avaliação de Risco Convenções e • Impacto na população de
biológicas Ambiental para Tratados: ECO92, abelhas: dieta alimentar,
Perfil: pequenos CONHECIMENTO E polinizadores desacoplamento,
Nagoya 2010,
EDUCAÇÃO
produtores COP 2015 metabolismo e imunidade
• Manutenção da paisagem,
recuperação de áreas
Produção em degradadas e habitat
crescimento IPBES fragmentado
PRODUÇÃO ASPECTOS Plataforma • Diversidade e qualidade das
APÍCOLA REGULATÓRIOS áreas de entorno
Intergovernamental
de Serviços • Impacto em: cobertura
Ecossistêmicos e vegetal, florescimento,
Espécies ciclo água-chuva, ciclo
• Substituem as nativas invasoras Biodiversidade
• Competição por MAPA biogeoquímico, fenologia das
alimentos Certificação de plantas
• Impacto negativo na Produção
biodiversidade BIODIVERSIDADE E Integrada em Ecossistemas
• Transmissão de doenças Preocupação com AGRICULTURA desenvolvimento naturais X
manejo de agrossistemas
Baixa defensivos
produtividade:
demanda de MEGABIODIVERSIDADE
tecnologias, DO BRASIL
formação e Grande extensão
reciclagem de florestas utilizada
profissional Visão USO DE TECNOLOGIA de forma
de sustentável na
complementariedade agricultura
Abelhas
defensivo-
silvestres: • Reserva legal:
polinização- prática exclusiva
abelhas importante
instrumento na no Brasil
BRASIL E A PRODUÇÃO MMA incentiva
manutenção da
• Assistência • Ampliar DE ALIMENTOS
biodiversidade integração dos
técnica conhecimemento no sistemas
• Extensão rural manejo adequado agroflorestais
• Relevância para o
Defensivos
• Boas práticas • Avaliação de risco Polinização PIB: crescimento das
agrícolas
ambiental de exportações e do
defensivos para consumo interno
abelhas, incluindo • Conhecimento técnico:
rotas de exposição Vocação para a • Atributos naturais mecanização, múltiplas
• Apis é a mais conhecida agricultura • Conhecimento técnico safras, irrigação,
porém generalista na • Falta conhecimento sobre a diversidade de abelhas Problemas • Alta produtividade rotação de culturas,
polinização • Desafios de regulamentação de nativas estruturais na • Otimização de áreas defensivos
• Silvestres: 85% das abelhas • Benefícios / maior produtividade agrícola e otimização de agricultura cultivadas • Alta produtividade e
e as mais importantes para áreas cultivadas otimização de áreas
manutenção de áreas naturais • Serviço de polinização na agricultura / falta conhecimento plantadas
e cultivadas prático • Atributos naturais
2 8 Painel 1 - Biodiversidade e Agricultura Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 2 9
AUMENTO DE PRODUTIVIDADE DE CULTURAS
COM A POLINIZAÇÃO PELAS ABELHAS
3 0 Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 3 1
Relação da polinização Mas a conclusão do painel ficou por
conta do impacto no volume produzido
e a produção de alimentos de um cultivo. Tom Prado simplificou o
raciocínio, “as [culturas agrícolas] que não
dependem não vão acabar. As [culturas
agrícolas] que dependem vão acabar”.
Como afirmou Nésio Fernandes “Elas vão
reduzir, vai haver um declínio, acabar
imagino que não, mas elas poderão reduzir
em volume produzido”.
3 2 Painel 2
1 - IBni o
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colas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas P
Aag irní ce ol l1a s- e
B i do ad iPv oe lrisni idzaadç eã oe pAogrr iAcbuel tl h
uar as 3 3
gente fala tanto em biodiversidade mesmo O desconhecimento levou já a
AS ABELHAS COMO dentro da área agrícola”, reforçou. experiências mal sucedidas, como
as citadas pelo professor Breno. “Na
3 6 Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 3 7
As abelhas estão desaparecendo?
RELAÇÃO MAIS
O professor Breno Freitas explicou durante o painel que ainda há muito
desconhecimento e mal entendidos sobre esse fenômeno. “Eu sou agrônomo. Fiz meu
PhD no Reino Unido, há 24 anos, com John Frie, que era o maior especialista na época e
PRODUTIVA ENTRE
referência mundial em polinização agrícola, e desde então, o desafio nesses 20 anos tem sido
integrar as abelhas junto com a agricultura, envolvendo indústria, setor apícola e diversos
AGRICULTURA E APICULTURA
segmentos da sociedade”.
A busca por soluções que tragam grande preocupação”, complementou.
A opinião pública faz uma confusão sobre o desaparecimento de benefícios tanto para os cultivos quanto “Alguns casos já têm convívio e outros casos
abelhas. O CCD é um problema específico de Apis. Não existe CCD em para a atividade apícola já são vistos no ainda são competitivos, precisamos fazer
abelha solitária, não existe CCD em meliponini, não que se saiba pelo Brasil. ajustes”. O reconhecimento do valor da
menos até o momento. O desaparecimento das abelhas é global. “São polinização na produtividade é um dos
as abelhas de uma maneira geral que estão reduzindo, já foi dito aqui por Como afirmou Nésio Medeiros, “são principais mecanismos de conscientização
uma série de fatores não especificamente um ou outro em particular”. assuntos divergentes? são, mas nós não do produtor agrícola. “O agricultor, desde
podemos nos colocar em trincheiras o pequeno, deve entender o serviço de
contrárias, nós temos que estar ao lado polinização como um fator de produção”,
O caso Fundecitrus: integração apicultura e conversando e buscando solução para as refletiu o professor Breno.
questões que atingem os agroquímicos
citricultura numa relação mais produtiva. e os polinizadores”. Ele complementa a No cultivo agrícola, a integração de
A citricultura é bastante beneficiada pela polinização por abelhas. “Em alguns casos questão ao responder uma pergunta da práticas e tecnologias produtivas inclui o
pode aumentar até 35% a produção”, ponderou Miranda. A relação é mútua, plateia se a relação entre polinização e o uso consciente dos defensivos agrícolas.
pois a citricultura é muito benéfica para a apicultura também, servindo de uso de defensivos é complementar ou de Como exemplificou Medeiros, existem
fonte de alimentos para as colônias. “Nada mais que o correto é que os dois competição.“Hoje ainda há uma relação de ainda alternativas como o controle
setores conversem e tentem encontrar um ponto em comum, cada um consiga competição, no nosso entendimento. biológico e a questão do MIP (manejo
desenvolver suas atividades, e, por consequência disso, as abelhas nativas
Em alguns casos dos citrus, da maçã, integrado de pragas). “Então nós temos que
também serão beneficiadas”, avaliou Miranda.
melão já há uma relação amistosa de fugir um pouco dessa linha dos agrotóxicos
Fruto de uma iniciativa de diálogo entre representantes da citricultura,
convívio, mas regra geral ainda é uma dar tarrafada geral”, afirmou Medeiros.
apicultura e a Unesp, foi lançado um manual de boas práticas de interação
com os apicultores e também as boas práticas de pulverização. Entre algumas
práticas recomendadas no manual, a questão do cuidado de não pulverizar durante a floração.
“Estar informado sobre os defensivos agrícolas que está utilizando e de forma correta”, explicou “A busca contínua das indústrias do setor de defensivos agrícolas é
o pesquisador. “E por parte dos apicultores também a conversa com os citricultores e algumas por produtos cada vez menos tóxicos tanto ao meio ambiente como
informações, avisar quando vai colocar as colmeias. A gente teve alguns problemas no passado ao ser humano. O desenvolvimento de um novo produto ocorre
também de trabalhadores rurais que tiveram problemas com as abelhas. As duas partes conversando entre 15 a 20 anos desde a concepção até a entrada no mercado.
resolve mais de 90% dos problemas”, declarou. A implementação dessa medida requer o Especialistas trabalham com adaptação dos produtos existentes e
conhecimento mais aplicado da realidade do campo: entender o que significa a floração e como
desenvolvimento de novos produtos, novas moléculas e, claro, cada
identificar o período que considera todos os estágios de flor aberta e a porcentagem de floração.
vez mais específicos para determinadas pragas e, consequentemente,
“Quando for maior ou igual a 10% de flores abertas, nossa recomendação aos citricultores é que não
para culturas agrícolas distintas.”
apliquem defensivos que afetem as abelhas”, explicou (acesse o manual de boas praticas entre
Fabio Kagi da Andef,
citricultura e apicultura no site do Fundecitrus).
em resposta à colocação de Nésio
3 8 Painel 2
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colas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 3 9
Melão e Melancia: o manejo integrado
de pragas a favor do cultivo e das abelhas
Tom Prado apresentou o exemplo de sua plantação de melão e melancia, dependentes da polinização por
abelhas, e que apresenta um case de bastante integração entre a atividade apícola e agricultura.
“Se não tiver abelha não tem nem melão nem melancia para comer”, declarou. Como explicou Prado,
o meloeiro não produz frutos por autopolinização nem por partenocarpia (formação de frutos sem a
fertilização de óvulos) necessitando, obrigatoriamente, da transferência de pólen realizada por vetores
bióticos, no caso as abelhas. “Para a formação de frutos com características comerciais são necessárias de 10 a
15 visitas de abelhas, então eu dependo delas e quanto mais visitas eu tiver, melhor vai ser o produto comercial”.
Com propriedades no Ceará, na Bahia e no Piauí, a empresa faz rotação de produção ao longo do ano
Como também refletiu Miranda, No entanto, é fundamental entender em função das estações de chuva. A produção se beneficia tanto de abelhas da florada natural quanto de
colmeias criadas. Recém-terminada a estação de chuvas, a florada natural possibilita a polinização.
é fundamental ter boas práticas de como o impacto dos diferentes fatores nas “Você ainda tem uma vegetação em volta que tem a florada natural, tem abelha natural. Se você quiser produzir
utilizar o defensivo. “Se o agricultor usar abelhas e colmeias, inclusive para melão com essa florada natural aí no começo da estação, você produz tranquilo”, explicou. Já os produtores
um defensivo que não seja muito danoso à encaminhar soluções factíveis e eficazes de colmeia, para não correrem o risco de perderem as abelhas, precisam migrar para essas regiões ao
longo do ano. “Os produtores de mel do Nordeste são migratórios, eles têm que pegar as colmeias deles e tirar
abelha, mas usar de forma incorreta, para a preservação e potencialização do obrigatoriamente da região seca e levar para uma região que tenha umidade, que tenha chuva, porque senão
é a questão de aplicação, pois a polinização uso de polinizadores. naturalmente ele vai perder 100% das colmeias. Não precisa fazer nada, não precisa aplicar nenhum produto.
vai depender muito de como esse defensivo é Elas vão embora”, explicou Prado.
utilizado”, enfatiza. Além da aplicação de defensivos, a relação Integrando teoria e prática, por meio de pesquisas, a empresa detectou que as flores hermafroditas/
com outros fatores que influenciam as femininas do meloeiro se fecham à noite, o que coincidia com as práticas de aplicação dos defensivos
O principal ponto é o uso racional e populações de abelhas, como a água, agrícolas, que já eram realizadas no período noturno. “A gente usa todos os produtos e não tem problema”.
Conforme Prado, “o horário de abertura das flores masculinas e hermafroditas é registrado por volta das 5h00
consciente da tecnologia. “É plenamente disponibilidade de alimento, entre outros. da manhã. É proibido pulverizar depois das 4h00 da manhã. Pulveriza a noite até as 4h00, ou para uma hora
possível você conciliar as duas coisas (uso Como o exemplo dado por Tom Prado, antes de ter qualquer abelha no campo. Qualquer abelha saindo da colmeia, já não tem mais aplicação de
de defensivo e polinização) lógico que com o caso do Melão e Melancia, muitas nada”.
tendo o bom senso de utilizar um defensivo vezes por desconhecimento dos diversos Outra questão importante é a seca, como disse Prado, “o maior problema da região”, que impacta a
apenas quando necessário, da maneira fatores, “a resposta mais fácil para dar agricultura e a apicultura. “Na estatística do mel, a queda da produção do mel ao longo dos anos no Nordeste é
recomendada, nas dosagens recomendadas, quando tem um problema na colmeia é que a seca. Estamos no quinto ano de seca. Naturalmente vai ter perda de colônia. É inevitável”, declarou.
Isso demanda pesquisa e uma diferente forma de gestão das colmeias. Como Prado também é apicultor,
usando as carências recomendadas, evitando foi o inseticida, sai fácil da boca – ele contou um pouco da sua experiência envolvendo gestão apícola, genética, nutrição, manejo,
a pulverização quando a cultura está em flor foi o inseticida”, como explicou Prado. polinização, escrituração zootécnica, acompanhamento. Por meio de uma parceria com o professor
sempre que possível, por exemplo”, afirmou “Em nenhum dos casos foi o inseticida, foi a Malaspina da Unesp, eles estão acompanhando as colmeias também para documentar cientificamente a
prática.
o professor Breno. falta de água, a seca, ou o alimento”.
4 0 Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 4 1
A COMUNICAÇÃO
COMO CHAVE PARA A
RELAÇÃO MAIS PRODUTIVA
Alimento ruim também é prejudicial para a abelha
4 2 Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 4 3
doença em citrus e responsável pelo sobre o comportamento e a biologia das se preocupa em relação a fungicidas e
aumento de pulverizações na cultura. Há abelhas. Ao mesmo tempo, o grande bactericidas porque existe uma relação E-Book A.B.E.L.H.A:
hoje.um sistema de alerta fitossanitário desafio é discutir quais informações de simbiose muito próxima entre Agricultura e Polinizadores
que monitora a cada quinze dias a são realmente importantes para que microrganismos e abelhas. Tanto a Apis
população de diaforina no Estado de São uma agricultura saudável não afete os mellifera quanto as abelhas sem ferrão,
Paulo. polinizadores e o controle as pragas, o alimento delas passa por uma série
como exemplificou Cristiano Menezes ao de processos de fermentação. O pólen,
O citricultor na região que sabe como compartilhar a recente experiência ao por exemplo, que é estocado, passa por
está a população do inseto vetor e vai encontrar um fungo branco que aparecia um processo de fermentação e até hoje
fazer o controle no momento correto. na criação das abelhas rainha a gente não sabe muito bem quais os
“Não vai fazer aplicações desnecessárias, em laboratório. mecanismos que ocorrem nesse processo e
o que possibilita a redução do número de qual a importância dele para a saúde das
pulverizações”, afirma. Para tanto, é preciso Descobriu-se que o fungo, contrariando abelhas”, Cristiano Menezes. Disponível para download em PDF pelo
continuar investindo na pesquisa sobre a hipótese inicial, é inclusive importante site da entidade A.B.E.L.H.A (Associação
os defensivos. Outro exemplo também para a sobrevivência das abelhas porque Dessa forma, aliar diálogo é Brasileira de Estudos de Abelhas), a
se refere à integração das colmeias ao serve de alimento das larvas em formação. responsabilidade de todos os lados. publicação lançada recentemente reúne
cultivo agrícola. No caso da Itaueira, como “Teste em laboratório mostrou que a taxa de assuntos que promovem a construção
explicou Prado, eles descobriram, em sobrevivência das larvas passou de 7% para da coexistência da produção agrícola e a
parceria com o professor Breno, que se mais de 70% quando ela comia o fungo”. preservação da biodiversidade.
tivessem mais caixas de colmeias por
hectare haveria um aumento de produção. Esse tipo de informação traz mais Desenvolvido por seis pesquisadores,
“Daí foi ampliando o interesse e a busca elementos para a integração das práticas o trabalho tem como proposta
por respostas para melhoria do manejo”, de cultivo e aplicação das tecnologias de estimular o diálogo e o intercâmbio de
contou. produção, por exemplo, na aplicação de conhecimento e, ao mesmo tempo,
Além disso, é fundamental entender mais fungicidas. “De uma forma geral a gente contribuir para fortalecer o país no
crescimento e na produção das riquezas,
manter o olhar sobre a proteção
ambiental e a harmonia entre os setores.
Entre os principais temas da publicação,
estão: o papel dos polinizadores na
Eu acho que o
produção agrícola do Brasil, o valor
aplicador de
econômico dos serviços de polinização
agrotóxico tem que ter
em alguns cultivos no país, a importância
responsabilidade e o
da paisagem agrícola no serviço de
apicultor também tem que
polinização das abelhas, o impacto
ter responsabilidade.
da agricultura sobre a população e a
Nésio Fernandes de Medeiros, diversidade de polinizadores, e formas
presidente da Câmara de mitigação de seus efeitos.
Setorial Federal do Mel e
Produtos de Abelhas.
Vale a pena a leitura.
Polinização como
tecnologia
PRODUÇÃO e fator de produção
DE ALIMENTOS agrícola • Controle biológico
• Conhecimento e educação
aplicada: comportamento
Os alimentos não PRÁTICAS MAIS Conservação de e biologia das abelhas,
vão acabar PRODUTIVAS
matas nativas, linguagem acessível,
atendimento a capilaridade via associações
reservas legais e • Valorização da polinização na
Cultivos plantio de plantas formação de agrônomos
Desafio:
manutenção da
dependentes de melíferas • Compatibilidade no uso
polinização X cultivos de defensivos versus
variedade
beneficiados pela especificidades de abelhas
de alimento
polinização • Minor Crops: investimento e
Boas práticas no incentivo a novos registros
Complementariedade
uso de defensivos
Defensivo
e Polinização
4 6 Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas Painel 2 - Interação das Culturas Agrícolas e da Polinização por Abelhas 4 7
3
3
uma discussão de como resolver a situação. O primeiro objetivo é
evitar que novos casos aconteçam nessa situação.
Osmar Malaspina, UNESP Campus Rio Claro
Defensivos Agrícolas
e sua Relação com a
Na manhã do dia 06 de novembro professor da UNESP Campus Botucatu,
4 8 Painel 1 - Biodiversidade e Agricultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 4 9
Afinal, como disse a professora, “qualquer “Na apicultura tudo está por fazer. O maior desenvolvimento. No nosso caso aqui, da
ação humana causa impactos”, mas é patrimônio sendo destruído, baixos índices expansão da fronteira agrícola e do uso
preciso compreendê-los para estabelecer de formalização, faixa etária avançada, mais intensivo de agrotóxicos e os seus
soluções. baixos índices nos processos sucessórios, impactos sobre a biodiversidade”, afirmou
parque tecnológico reduzido, tecnologia Marcio Freitas.
Ao entender o complexo sistema de rudimentar”, declarou Lídia Barreto.
atores envolvidos, é fundamental buscar Lídia, representante do setor apícola,
a integração. “Todos esses atores têm Soluções que devem, então, ser reforça a importância de planejamento
necessidades, mas também têm que assumir estendidas aos pequenos e médios e foco para a legislação apícola. “Que
suas responsabilidades”, refletiu Roberta. produtores responsáveis por grande parte tal investir em um sistema nacional de
“Cada um dos atores precisa assumir suas da produção apícola do país. “Pequenos Lídia Maria Ruv Carelli Barreto, vigilância com notificação compulsória
responsabilidades e assumir o seu papel produtores que também precisam ter Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) para as mortes de abelhas a partir de
para encontrar essa solução”, declarou. acesso e precisam entrar e participar dessa diagnósticos clínicos, não só laboratoriais;
Por exemplo, um dos principais passos discussão”, afirmou a professora Roberta. elemento da visão de futuro para a aumento de fiscais com treinamentos
é a conscientização dos agricultores, apicultura no Brasil, “Por isso que foi o específicos; laboratório nacional para os
grandes e pequenos produtores, sobre a Uma das iniciativas do setor apícola desafio de montar cursos, com tecnólogos, diagnósticos das moléculas presentes no
importância das abelhas e a importância envolve, justamente, a formação a pós-graduação e também uma forma de envenenamento?”, questionou Lídia.
da nossa diversidade independente da para a atuação no setor, tendo a aprender a dialogar”, contou a professora
polinização. “Aqueles que são beneficiados profissionalização como principal Lídia. Dessa forma, representantes da
pela polinização têm um olhar diferente para academia, pesquisadores, professores de
as abelhas, mas precisamos estender esse universidades também podem contribuir
olhar pra todos os agricultores” ponderou bastante para o cenário, tanto no setor
Roberta. Os diversos segmentos da agrícola quanto apícola, em especial
indústria voltada para a produção agrícola, nessa integração. “Esse retorno depende de
como defensivos agrícolas, também têm produção de conhecimento que a gente quer
um papel fundamental no diálogo e na fazer e uma produção de conhecimento que
busca por soluções. também precisa sair de dentro dos nossos
laboratórios e chegar para todo mundo”,
Da mesma maneira, “os apicultores criam como refletiu Roberta.
suas abelhas e também querem sobreviver
disso, ter rendimento. Eles também precisam “O governo tem a difícil tarefa de coordenar
ser assistidos, mas também precisam Cada um dos atores a legislação e ter a aplicação das leis, de
entender como a relação com as abelhas precisa assumir suas como funciona, de fiscalizar.
nativas e a relação com a agricultura pode É um compromisso do Governo Federal
responsabilidades e assumir o
ter convivência de uma maneira menos ter políticas públicas que possam
seu papel para encontrar essa organizar e tornar essa relação melhor”,
problemática do que registrado nos últimos
anos” avaliou a professora Roberta. solução. disse a professora Roberta. Afinal, é
O setor apícola reconhece o desafio de um cenário complexo com diversos
fortalecimento do setor. Roberta C. Ferreira Nocelli, UFSCar interesses envolvidos e o Estado tem o
papel como “regulador desses interesses
e mediador desses conflitos resultantes do
5 0 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 5 1
A representante do setor apícola reforçou a necessidade de desenvolver novas
TECNOLOGIA AGRÍCOLA a importância do MIP como mecanismo de
escolha das tecnologias utilizadas e maior
tecnologias para controle e a preocupação
com as espécies exóticas invasoras.
5 2 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 5 3
AVALIAÇÃO DOS PROCESSO DE
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS REAVALIAÇÃO AMBIENTAL
Durante o painel, foi apresentado o alvo ou as ocorrências não intencionais ao
processo de reavaliação ambiental meio ambiente do uso de agrotóxico, como
dos defensivos agrícolas, em especial contaminação do solo, contaminação da
neonicotinóides e pirazol, e as lições água, perda de biodiversidade”, explicou o
aprendidas. O processo de avaliação especialista da Instituição Marcio Freitas.
ambiental faz parte do processo de O Departamento de Avaliação e Controle
registro dos defensivos. Como explicou de Substâncias Químicas, da Diretoria
Marcio Freitas, esse processo envolve três de Qualidade Ambiental, tem como foco
órgãos governamentais – o Mapa, a Anvisa a avaliação ambiental de defensivos
e o Ibama –, com a avaliação agronômica, agrícolas. “O Ibama tem várias áreas e vários
toxicológica e ambiental respectivamente. enfoques em cada uma das diretorias (...).
Na diretoria de qualidade ambiental,
“O registro é um ato complexo avaliado cuidando de substância química, o nosso
pelos três órgãos para que se estabeleçam foco é o agrotóxico. A nossa missão é avaliar
medidas de mitigação do ponto de vista o agrotóxico e seu efeito sobre organismos
toxicológico, ambiental e agronômico, não-alvos (abelha, por exemplo) e sobre o Conduzido pelo Ibama, o processo de que levam à identificação do grau de
quais são as autorizações e quais são as meio ambiente como um todo. O foco não é reavaliação ambiental é um processo risco a que os organismos não-alvos
possibilidades de uso desses produtos”, a abelha”, explicou Márcio Freitas. técnico, envolvendo uma série de estudos estão sendo expostos, especificamente a
explicou Britto, do Mapa. analíticos – 54 estudos para produto questão da perda de polinização. “Embora
O processo também envolve os governos técnico e 25 para produto formulado, a gente não esteja estudando a perda de
“Pela determinação da lei de agrotóxicos, o estaduais, “responsáveis pela fiscalização incluindo a avaliação de toxicidade para polinização, nós não estamos monitorando
Ministério da Agricultura tem a competência do comércio, transporte e armazenamento organismos não-alvo dos produtos. se está morrendo mais abelha ou menos
de fiscalizar a fabricação, a importação e desses produtos”, complementou Britto, “Temos uma série de testes em organismos abelha e não é esse o nosso objetivo”,
exportação e realizar o registro do agrotóxico do Mapa. Para isso, eles devem cadastrar que vão definir o grau de toxicidade do uso acrescentou Marcio Freitas.
juntamente com a Anvisa e Ibama”, como e controlar esses produtos e são dos do produto. Trabalhávamos com avaliação
explicou Júlio Britto, do Mapa. O papel do Conselhos Regionais de Engenharia e de perigo dos produtos e classificávamos os No caso dos neonicotinóides passou a se
Ibama, por exemplo, é avaliar e verificar Agronomia a fiscalização do exercício produtos em função dessa periculosidade. verificar no mundo inteiro efeitos que não
quais são os efeitos dos agrotóxicos, profissional. Hoje já estamos ampliando um pouco para haviam sido identificados na avaliação do
classificando e restringindo os usos em incluir a avaliação de risco”, explicou Marcio Ibama. “Isso motiva por lei o processo de
função de riscos identificados durante a Freitas. reavaliação ambiental”, informou Marcio
avaliação ambiental. Freitas. “Passamos a colocar em reavaliação
O processo de reavaliação ambiental ambiental os três dos neonicotinóides mais
“O papel do Ibama é regular para evitar que busca estudar os efeitos crônicos utilizados”, declarou. Também está prevista
o uso de substâncias usadas na agricultura e subletais, além dos resíduos, a reavaliação do pirazol (fipronil).
traga problemas aos organismos não- fundamentalmente em néctar e pólen,
5 4 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 5 5
O histórico do processo de avaliação ambiental dos a perda de polinização, os diversos efeitos sobre essa perda do serviço de polinização,
perda de habitat, defensivos agrícolas, entre outros. “Fomos buscar essas pesquisas no
defensivos agrícolas Brasil para iniciar o processo de reavaliação ambiental e termos fundamento nele”, afirmou
Marcio Freitas.
“Esse processo trouxe a mobilização dos atores envolvidos. Motivou eventos, discussões e
provocou pesquisadores, tanto da academia quanto da Embrapa, e de uma série de outras
entidades de governo no sentido de que o Ibama esclarecesse e trouxesse à luz o que tinha por
trás dos fenômenos que estavam acontecendo. Isso deu alguma visibilidade internacional e
passamos a ser chamados em vários eventos internacionais que discutem esse tema”, refletiu
Marcio Freitas.
Em parceira com o Mapa foi realizada uma série de trabalhos e estudos. Surgiram
Como contou Marcio Freitas, o processo de reavaliação ambiental começou no Ibama em
Instruções Normativas (INCs) conjuntas do Ministério da Agricultura e do IBAMA, como
2009-2010, com a criação da equipe de reavaliação ambiental. “Durante o ano de 2010,
INC 01/2012, 30/2013 e 01/2014, que dispõem sobre a aplicação dos ingredientes ativos
a equipe de reavaliação ambiental partiu essencialmente de uma motivação técnica.
Imidacloprido, Clotianidina, Tiametoxam e Fipronil.
A equipe passou por uma série de procedimentos de capacitação. Mas, antes de desencadear
o processo de reavaliação ambiental, buscamos informações sobre ocorrências de perda de
polinização que já estavam ocorrendo no restante do mundo e os efeitos, os procedimentos
em outros países, levantamentos de consumo e importância destes produtos.”, ressaltou.
O processo envolveu contato com especialistas, por meio de projetos que já existiam
no Ministério do Meio Ambiente como um projeto de polinizadores que já investigava
5 6 Painel 3
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c oAl a
g sr i e
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tua r Ra e l a ç ã o c o m A g r i c u l t u r a e A p i c u l t u r a Painel 1 - Biodiversidade e Agricultura 5 7
Como explicou Marcio Freitas, ainda há
uma confusão muito grande em relação
ao processo de reavaliação ambiental dos
produtos, “como se o objetivo do Ibama
fosse investigar a ocorrência do colapso do
distúrbio de colmeias no Brasil ou se isso
estava diretamente relacionado com
o colapso, o fenômeno do colapso,
o CCD”. De acordo com o especialista, o
que motivou a reavaliação ambiental
“não é o fenômeno e sim os efeitos agudos
e crônicos sobre o desenvolvimento de
sobrevivência das colônias de abelhas”.
Ele complementou que tal objetivo
também leva o órgão a “investigar o
efeito sobre larvas e os riscos em doses
Em função da subletais que são os problemas, alguns deles
motivação também relacionados com o fenômeno de CCD, mas
obviamente não é o foco estudar CCD”.
da reavaliação
ambiental, está se “A avaliação de risco foi a ferramenta
discutindo muito novas utilizada para embasar boa parte das
decisões que tomamos da reavaliação
práticas agrícolas,
ambiental. É uma ferramenta fundamental
formas de aplicação, para incorporar no processo de regulação
de alerta, medidas de mitigação de risco mecanismos de produção já estabelecidos,
alternativas de manejo, de agrotóxico justamente pela possibilidade
aos polinizadores e mais conhecimento”, o que demanda ampla comunicação e
de gerenciar o risco e não ficar só no perigo
de certificação de acrescentou Marcio Freitas demonstrando educação de todos os atores envolvidos.
intrínseco da substância”, avaliou. “Novas
aplicadores, medidas metodologias de uso dos produtos que
que o foco é a aplicabilidade do processo “Boa parte de vocês nem fica sabendo que
por meio da avaliação criteriosa, mas houve a proibição da aplicação aérea de
de monitoramento tragam mais segurança, no nosso caso aqui,
também o olhar para as diversas um produto que está em avaliação
segurança ambiental.
de sistemas de perspectivas envolvidas na questão. (ambiental) porque esse produto já vai para
alerta, medidas de Esta é inclusive uma das preocupações
o mercado com essa proibição.
Uma das questões delicadas do processo Agora, se colocamos no mercado um
mitigação de risco aos no processo de reavaliação ambiental
de reavaliação ambiental é justamente produto com uma determinada condição
dos produtos. “Em função da motivação
polinizadores e mais a alteração de condições de produtos já de uso e depois retiramos, tirando um
também da reavaliação ambiental, está se
conhecimento”. discutindo muito novas práticas agrícolas,
existentes do mercado. direito adquirido, e isto do ponto de vista
de qualquer ação de governo, é conflito na
formas de aplicação, alternativas de
Marcio Freitas, Ibama Sua realização é fundamental do ponto certa”, como explicou Marcio Freitas.
manejo, de certificação de aplicadores,
de vista de desenvolvimento dos sistemas
medidas de monitoramento de sistemas
de aplicação, no entanto, também altera
5 8 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 5 9
a mortalidade de abelhas com um
OS IMPACTOS mapeamento inédito dos fatores que
contribuem para a perda de colmeias
6 0 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 6 1
Estudos de perdas de colmeias Após a identificação, uma equipe técnica apresentado pelo professor. “Às vezes o
visita o local para o levantamento apiário está realmente na reserva ou bem
estruturado de informações. Envolve a no limite da parte da cultura. Isso facilita
O professor Malaspina da Unesp participa de diversas pesquisas voltadas para a investigação
“questão da paisagem do entorno como muito ao apicultor na hora de colher o
dos impactos nas abelhas. Sua motivação se deve pelo fato de ter um histórico de relatos
que está essa situação, a distância dos mel, na hora de fazer o seu manejo porque
de apicultores que tiveram mortalidade de abelhas em seus apiários desde 2005, mas sem
apiários, os dados possíveis de intoxicação está bem do lado. Alguns casos estão
comprovação que realmente teria sido um agroquímico.
de mortalidade, se o apicultor percebeu mais dentro da mata”, declarou Osmar
se houve aplicação aérea ou terrestre de Malaspina.
O Projeto Colmeia Viva - Mapeamento de Abelhas Participativo
defensivo agrícola ou se não tem nada
(Map) é um dos projetos do qual o professor integra a equipe
no entorno”, como explicou o professor O processo de reavaliação ambiental dos
científica. Alguns dados foram apresentados no evento, mas
Malaspina. “O início deste processo é falar neonicotinóides conduzido pelo Ibama
será publicado um relatório prévio com os primeiros resultados
com o apicultor, com a fazenda, com o ainda não está concluído, como afirmou
do projeto. O grupo de trabalho responsável pelo projeto de
produtor agrícola e com a associação a que Marcio Freitas. Como resultado preliminar
pesquisa produziu um relatório prévio que, apesar de ainda baixa
ele pertença e tentar fazer uma discussão já foi possível identificar uma relação.
significância estatística para a consolidação da pesquisa, dá um
de como resolver a situação. O primeiro “Não temos muita dúvida de que há um
breve cenário qualitativo da situação no campo e, principalmente,
objetivo é evitar que novos casos aconteçam efeito e um residual tóxico para abelhas em
traz elementos para os ajustes necessários no processo de melhoria
nessa situação”. néctar e em pólen e que nós vamos ter que
contínua do projeto.
tomar medidas de mitigação desse risco”,
A pesquisa dos casos busca observar afirmou Marcio Freitas. “Isso quer dizer
É importante ressaltar que o projeto efetua o agendamento de visita ao campo apenas quando
diversas variáveis que podem interferir na que nós vamos ter que partir para medidas
há mortalidade de abelhas nas últimas 24 horas de, no mínimo, 20% das colmeias tenham
sobrevivência das abelhas. Por exemplo, a de mitigação desse risco em relação ao uso
perdido abelhas. Com isso, o recorte do levantamento traz uma análise da relação mais direta da
proximidade de localização das colmeias desses produtos em algumas culturas. Isso
aplicação de defensivos agrícolas na relação da agricultura e apicultura (veja mais na página 78).
na área de cultivo. Não exatamente não é para todas as culturas e também
na reserva legal onde é o local mais práticas de manejo diferenciadas”.
Além de agricultores e criadores de abelhas, o projeto tem recebido “pessoas pedindo para
indicado para sua permanência, como foi
retirar colmeias de residências ou de postes.”, ressalta Malaspina. “Houve também quem procurou
para reclamar, dizer ele não consegue conversar com o dono da usina ou com o responsável da usina
para tentar fazer uma conversa mais amigável ou ainda para dizer que avisou a prefeitura e ninguém
tomou providencia nenhuma”, exemplificou o professor.
O projeto de pesquisa teve uma fase piloto no período de agosto de 2014 a junho de 2015
para o desenvolvimento do processo de atendimento com base nas informações obtidas pela
imprensa e pela equipe de campo de parceiros e associados. Os casos atendidos nesse período
contaram com 17 atendimentos, sendo 11 com visita local para realizar coleta de amostras para
análise.
6 2 Painel 3
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ofertado tenha um controle e uma utilização de pragas e como esse manejo deve ser
BOAS PRÁTICAS adequada”, como complementou Júlio
Britto, do Mapa.
efetuado, trabalhado, na questão do manejo
de resistência de pragas para implementação
6 4 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 6 5
complexas. “Vamos ver qual é o problema Como explicou o especialista, a aplicações. A certificação já se tornou
da aplicação aérea, qual é o problema do certificação é uma ação voluntária dentro pré-requisito para a contratação de
agricultor, qual o problema da indústria e do mercado de aviação agrícola, gerida serviços pelo produtor no setor de cana
vamos tentar compatibilizar isso”, contou por uma fundação sem fins lucrativos, de açúcar.
Marcio. de forma que não seja uma atividade
comercial.
No entanto, como apontou o professor CAS Nível I: 28
Certificação prestadoras
Antuniassi, é fundamental entender as Coordenada por três universidades legal da operação de serviços
características e necessidades da região, públicas, com o apoio da Andef
bem como compreender a utilidade da (Associação Nacional de Defesa Vegetal) 43
A gente tem um
aplicação aérea. “As agriculturas mais e Sindag (Sindicato das Empresas de CAS Nível II: prestadoras
competentes e desenvolvidas no mundo que contexto da agricultura Aplicação Agrícola), o CAS é um programa Certificação de serviços e
da qualificação
se utilizam da aplicação aérea são aquelas que precisa ser muito bem 100% privado sem a participação nem tecnológica da empresa 1
operador privado
aonde o sistema de aplicação é necessário diferenciado de nichos de financiamento público. “O enfoque
e dá suporte para que esses países tenham primário é atender as empresas privadas
o seu desenvolvimento tecnológico dentro
mercado de agricultura e os operadores privados no sentido
CAS Nível III:
Certificação da 6
de todo contexto de sustentabilidade”, bastante restrita do ponto de dar suporte para que eles atendam conformidade de prestadoras
equipamentos, instalações de serviços
comentou. O professor citou o exemplo de vista de condições de as demandas atuais com relação à e procedimentos
do Canadá, um dos países mais restritivos, responsabilidade e sustentabilidade das
trabalho e de área, por
mas que permite diversos tipos de aplicações, principalmente com relação
aplicação aérea, além de Estados Unidos, exemplo, em países da ao risco de impacto ambiental. O grande
Austrália, Argentina. “A gente tem um
contexto da agricultura que precisa ser muito
Europa. questionamento é a deriva, que vai desde
discussões acadêmicas até programas
Deriva
bem diferenciado de nichos de mercado de Ulisses Antuniassi, UNESP Botucatu de televisão. O enfoque da certificação é
Termo utilizado para a quantidade
agricultura bastante restrita do ponto de abordar de maneira correta, justa e séria
do defensivo agrícola aplicado (seja
vista de condições de trabalho e de área, por essa questão”, explicou Antuniassi.
na pulverização aérea ou terrestre)
exemplo, em países da Europa”, afirmou. a competitividade dentro do processo
que não atinge o alvo de controle
produtivo em nível mundial, senão o Brasil De acordo com os dados apresentados,
das pragas para a proteção de
É importante ressaltar, como explicou o estaria na idade das trevas. Vamos pensar de o setor de aviação agrícola conta com
cultivos.
professor Antuniassi, “algumas culturas maneira bem colocada dentro do contexto 232 empresas. Em pouco mais de um
têm áreas expressivas sendo pulverizadas da realidade do país”, refletiu. ano do programa de certificação, já foram
Os principais fatores que podem
com aplicação aérea e isso hoje representa atendidas 78 empresas certificadas,
ocasionar a deriva ficam por conta
um mercado bastante importante dentro O treinamento e a fiscalização se tornam, representando 34% do mercado.
do tamanho (diâmetro) e peso das
do contexto do tratamento fitossanitário”. dessa maneira, fundamentais, para
gotas, vento, temperatura, umidade
Hoje em dia, “praticamente 25% de todas garantir as melhores práticas de uso. A primeira empresa privada com avião
Relativa do ar. Na pulverização
as aplicações são realizadas com avião”. “O setor de aviação agrícola já clamava para uso próprio também já está dentro
área, turbulência do ar e altura do
“É uma parte que tem que ser feita com para um processo de certificação porque do processo de certificação e tem seis
voo (a partir da qual as gotas são
aplicação aérea senão inviabiliza o processo obviamente a certificação é uma forma de prestadores de serviço que já estão
lançadas) também são fatores que
produtivo”, explicou o professor. “Usa competitividade”, comentou o professor no nível III e faz todo esse processo de
interferem na deriva.
porque precisa e porque de fato confere Antuniassi. boas práticas desde o início das suas
6 8 Painel 3
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“O processo tem sido muito feliz em dar essa estão espalhadas por todo o Brasil, e em A importância da adequação das Marcio Freitas ressaltou ainda que há um
resposta à sociedade e ao setor ambiental quase todos os Estados que têm agricultura tecnologias e das técnicas à realidade marco regulatório no país. “Ele pode não
daquilo que pode ser feito do ponto de vista importante têm empresas certificadas. nacional extrapola a questão da aplicação. ser bom, pode não ser suficiente, mas a gente
real dentro do conceito de que a aplicação Nas regiões importantes do agronegócio tem um marco nosso (brasileiro). Não tem
aérea precisa ser feita em algumas culturas como Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio A própria permissão de uso do produto, muito sentido ficar importando situações de
porque não tem outra opção e o Brasil Grande do Sul já tem empresas no nível como avaliou o representante do outros países”, afirmou.
perderá esse mercado. Alguns segmentos que máximo de certificação, ou seja, operando Ministério da Agricultura. “Não é porque o
precisam adotar um processo para mobilizar com todo o controle das suas condições de produto foi banido no país de origem que ele Da mesma forma, não são aceitos os
o setor técnico dentro da tecnologia de risco de deriva”, declarou Antuniassi. deva ser banido aqui”, afirmou Britto. registros no País apenas porque o produto
aplicação aérea. Hoje essas empresas “Proibir o uso no Brasil porque ele está é registrado em outro país. “Temos uma
proibido no país de origem não é aceitável regra que tem um método de avaliação, que
sob o ponto de vista da necessidade de determina se o produto deve ser banido aqui
utilizar porque muitas vezes o produto ou se pode ser aceito aqui. Então, se for o
pode até ter sido desenvolvido na Suíça ou caso, vamos aperfeiçoar a nossa legislação,
Alemanha de grandes empresas, ou mesmo mas não comprar a legislação de outro país
Estados Unidos, e ele é fundamentalmente de graça”, complementou.
utilizado, um exemplo, na cultura do café”,
exemplificou Britto. “Então não vamos
perder produto, a tecnologia, que tem a sua
base e o seu controle de pragas em culturas
tropicais e subtropicais. O Ministério da
Agricultura não aceita essa origem (para
banimento). Temos que estudar, analisar,
avaliar e controlar os potenciais riscos de uso
destes produtos para determinadas culturas
e mitigar esses riscos”.
7 0 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 7 1
informação muito fraca ainda do ponto de amplos que abranjam não só a questão
VISÃO SISTÊMICA E vista da atividade econômica do apicultor.
Fica difícil identificar perdas e mais ainda
do uso de agrotóxico, mas todos os outros
fatores que determinam a perda do serviço
7 2 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 7 3
CAMINHO PARA É interessante essa forma
O DIÁLOGO de trabalhar que é incentivar
o diálogo e é possível, através
de uma mediação e um
acompanhamento, colocar
agricultor e apicultor para
conversar.
Paula Arigoni, Sindiveg
“O próprio histórico deste evento aqui por ela como uma oportunidade de “todo
mostra a evolução. Quem esteve no primeiro mundo se reunir para que a gente possa
evento, em 2013, lembra que a situação ter uma solução que possa ser a melhor
de conflito era muito maior, as discussões possível para todos para que não haja uma
eram mais apaixonadas e a gente vê agora solução boa para um em detrimento de
uma integração maior e uma participação outros”. Diálogo voltado para soluções
mais ampla do setor agrícola, da indústria, práticas e viáveis. “Essas conversas têm que
da apicultura e do próprio governo. Isso resultar numa situação e num cenário em
mostra um pouco a evolução”, afirmou que isso não seja mais preciso – indenizar
Marcio Freitas. ou pensar no prejuízo do apicultor e do
meliponicultor”, afirmou a professora
A necessidade do diálogo foi ressaltada Roberta.
também pela professora Roberta, vista
7 4 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 7 5
MAPA GRÁFICO DAS
DISCUSSÕES DO PAINEL 3 Faltam
Expansão da
Visão sistêmica fronteira agrícola informações
e aplicabilidade sobre Apicultura
Valorização e (identificação
estruturação do nexo causal da
serviço de mortalidade)
Baixa tecnologia e polinização
envelhecimento do
segmento
Mortalidade: saber
identificar diferentes Influência da
causas e prevenir Apicultura nas Uso racional de
abelhas silvestres defensivos
INTEGRAÇÃO
CONSCIENTIZAÇÃO
APICULTORES
Necessidade de Melhoria
• Defensivos naturais/
formalização e biológicos
contínua e
profissionalização inovação em
• Moléculas mais seletivas
produtos
• CCD e
mortalidade Fiscalização,
DEFENSIVOS E A RELAÇÃO
não são Desafio: regulação e políticas
COM A AGRICULTURA E • Manejo e consumo de:
focos de alteração das públicas
APICULTURA - Falsificados
análise condições
- Vencidos
regulatórias de
- Contrabandeados
produtos
Foco: - Sem receituário
efeitos nas - Uso não autorizado
abelhas e resíduos
de produtos
• Hierarquia de técnicas
CONSCIENTIZAÇÃO: • Recomendação em rótulos
PEQUENOS E
REAVALIAÇÃO GRANDES • Campanhas e treinamentos
AMBIENTAL IBAMA MIP:
PRODUTORES
repensar e usar
Motivação: efetivamente
status da
polinização, efeitos
em abelhas e
declínio em outros
países • Produção pelo viés da polinização
(beneficiadas e/ou dependentes)
Avaliação de risco Adequação de
Polinização • Nivelar níveis de conhecimento
ambiental (inclui tecnologias à
como fator de • Como aplicar na prática
produção agrícola
• Novas tecnologias mais seguras exposição) realidade nacional
ambientalmente Boas práticas na
• Manejo e práticas agrícolas alternativas aplicação e uso de
• Aplicação defensivos: novas formas, defensivos
certificação e monitoramento • Sem defensivos: redução de 50% da produção agrícola
• Medidas de mitigação • Controle de pragas exóticas
• Certificação de produção integrada (Mapa) • Demanda: aumento na produção de alimentos
7 6 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 7 7
esta iniciativa inédita”, ressalta Silvia Fagnani vice-presidente
executiva do Sindiveg. O defensivo agrícola contribui na
7 8 Painel 3
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B ieof d
e invsei rvsoisd aAdg er í e
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tua r Ra e l a ç ã o c o m A g r i c u l t u r a e A p i c u l t u r a Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 7 9
7 A EQUIPE TÉCNICA
RESPONSÁVEL RECEBE
AS INFORMAÇÕES DO
LABORATÓRIO PARA
1 O PARTICIPANTE
RECEBE O KIT COLMEIA
COMPLEMENTAR A
ANÁLISE FEITA EM
VIVA COM A ANÁLISE, CAMPO E PREPARAM
RECOMENDAÇÕES GERAIS O KIT COLMEIA VIVA.
AGRICULTORES E DE BOAS PRÁTICAS. ESSE
6
LOCALIZAM COLMEIAS PROCESSO PODE LEVAR
EM SUAS PLANTAÇÕES CERCA DE 60 DIAS.
ESTADO DE
VERIFICAM PERDAS ANÁLISE DAS
NAS COLMEIAS ABELHAS
SÃO PAULO NOS CASOS EM QUE NÃO
FOR POSSÍVEL REALIZAR
As abelhas coletadas são
enviadas para laboratório
reconhecido pelo Inmetro e
VISITA AO CAMPO E COLETA especializado em identificar
DE ABELHAS, A EQUIPE DO
2
vários tipos de resíduos
PROJETO DARÁ INSTRUÇÕES, de defensivos agrícolas
A iniciativa conta com um canal exclusivo, nas abelhas.
no Estado de São Paulo, para agricultores, LIGAM NO 0800 E FALAM
AUXÍLIO E ORIENTAÇÕES
COM A EQUIPE DO PROJETO. AO PARTICIPANTE.
apicultores (criador de abelhas com
A LIGAÇÃO É GRATUITA.
ferrão – Apis mellifera) e meliponicultores
(criador de abelhas sem ferrão), e suas
0800 O QUE ACONTECE
771 8000
associações. Acesso a Cartilha com NA VISITA
informações passo a passo do Projeto, Análise da condição das
colmeias, estado das abelhas,
disponível na versão impressa e online, tipos de cultivos no local e
Horário de funcionamento:
com download, através do link de acesso Das 07h00 às 19h00, todos os dias nas redondezas. As abelhas
da semana (incluindo sábados, serão coletadas somente
www.projetocolmeiaviva.org.br domingos e feriados). se estiverem ainda em
condições de análise.
4
PARA O AGENDAMENTO
DA VISITA É PRECISO QUE:
PASSAM POR UM
24 HORAS
As abelhas
O PROJETO É REALIZADO CADASTRO E CONTAM tenham morrido
O QUE ACONTECEU. nas últimas VISITA AO CAMPO
NO ESTADO DE SÃO PAULO.
3 A ATENDENTE ANALISA
O CASO, DÁ INSTRUÇÕES MAIS
DE 20% das colmeias tenham
perdido abelhas
PROFISSIONAIS
ESPECIALIZADOS EM
ABELHAS SÃO ENVIADOS
E ORIENTAÇÕES E
AGENDA A VISITA AO LOCAL PARA ANÁLISE
AO CAMPO. NO CASO DO AGRICULTOR: DA SITUAÇÃO
as colmeias tenham sido encontradas dentro NO CAMPO.
da propriedade do agricultor que fez o contato
8 0 Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura Painel 3 - Defensivos Agrícolas e sua Relação com Agricultura e Apicultura 8 1
4
4
Principais Quais as conclusões e desafios?
Como fomentar o diálogo entre agricultura e apicultura?
Conclusões e Desafios
Para encerrar o evento, Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mediou o último painel com a participação dos
mediadores dos diálogos anteriores, além de Silvia Fagnani, vice-presidente executiva do
Sindiveg e Derli Dossa, professor da Universidade Federal do Paraná.
O mundo rural brasileiro – o que mudou? a análise das variáveis envolvidas na produtividade, apresentada pelo professor.
Uma síntese dos desafios da agricultura. VARIÁVEIS 1995/96 (%) 2006 (%)
Derli Dossa, professor da Universidade do Paraná TRABALHO 31,3 22,3
TERRA 18,1 9,6
TECNOLOGIA 50,6 68,1
TOTAL 100,0 100,0
MANEJO INTEGRADO
DE PRAGAS (MIP)
Importância
da qualidade dos Qualificação de
entornos com foco apicultores Melhoria contínua
em abelhas em produto
manejadas e
silvestres
PROFISSIONALIZAÇÃO
DO MANEJO DE
POLINIZADORES
Equiparação
• Corredores verdes USO RACIONAL
entre composição
• Plantas melíferas DE DEFENSIVOS
do produto,
• Estradas e vias marginais VERSUS CONDIÇÕES E
NECESSIDADES LOCAIS cultura, ambiente
• Código Florestal e APPs e abelhas
VISÃO SISTÊMICA DE
BIODIVERSIDADE
Educação e
conscientização
RELAÇÃO MAIS
PRODUTIVA
Manejo AGRICULTURA-
da polinização APICULTURA
Manejo de
paisagem
de entorno
DIFUSÃO DE
CONHECIMENTO INCLUSÃO DA
SOBRE POLINIZAÇÃO APICULTURA NA
E ABELHAS CADEIA DE VALOR
AGRICOLA Polinização como
fator de produção
agrícola
Manejo MECANISMOS DE
de colônias REGULAMENTAÇÃO
Diversificação
no uso de abelhas
em serviço de
polinização Valorização
Conhecimento das abelhas e
Adequação do teórico aplicado polinização nas
manejo agrícola e práticas agrícolas
apícola a culturas e uso de
beneficiadas ou defensivos
dependentes • Consorciamento:
Desenvolvimento de
conhecimento sobre
espécies e aplicabilidade
às culturas
Lançar este manifesto é o ato simbólico de declarar seu papel de incentivador do diálogo
como caminho mais efetivo para a colaboração e construção de soluções para uma
relação mais produtiva.
O workshop já é um passo inicial nessa direção, pois busca estabelecer um diálogo entre
Silvia Fagnani, Sindiveg, lança Manifesto. as partes. O manifesto representa, então, uma carta de intenções e um convite para
que todos os envolvidos participem do diálogo, compartilhem do mesmo objetivo e se
Colocar as intenções no papel e registrar nosso objetivo de estimular o diálogo tornem parceiros nessa construção coletiva e da busca por soluções integradoras.
entre os setores de agricultura, apicultura, defensivos agrícolas, governo e
academia. Nosso manifesto é a declaração pública da nossa crença de que A missão é promover o uso correto de defensivos agrícolas na agricultura brasileira
a colaboração é o melhor caminho para a construção de uma relação mais para proteger os cultivos e contribuir na garantia do direito básico de alimentação das
produtiva, protegendo as abelhas e o meio ambiente. pessoas, respeitando a apicultura, protegendo as abelhas e o meio ambiente.
1
Acreditamosnacomplementariedadeentreatecnologiadedefesaagrícolaeapolinização
1
realizadapelasabelhasparagarantiraqualidadedofrutoeobeneficiamentodaprodutividade
agrícola.Acreditamosqueépossívelconciliardesenvolvimentoagrícolacompreservaçãoda
Relação Mais Produtiva entre Agricultura e Apicultura: Consolidar a importância da
biodiversidade.
agriculturaparaaapicultura*evice-versa,pormeiodaconstruçãodeumarelaçãoganha-
ganhaentreagricultoreapicultor*,valorizandoapolinizaçãorealizadaporabelhaseosserviços
2
comerciais de polinização.
Defendemosousoracional,corretoeresponsáveldosdefensivosagrícolasdemodoagarantira
eficáciadosnossosprodutosnaproteçãodasculturasagrícolassemcausaraperdadeabelhas
2
ecolmeias.Ousoincorretodedefensivosagrícolasdevesercombatidoporqueconfiguraum
risconãosóàsabelhas,masparaasegurançadepessoasedomeioambiente.
A abelha no âmbito da agricultura, do defensivo agrícola e da biodiversidade: Desenvolver
edisseminarconhecimentoprofundosobreainteraçãoentreasabelhas,aagriculturaeouso
3
de defensivos agrícolas.
AcreditamosqueoonevoicedosetorsedánasaçõescombinadasentreoentreoSindivegeas
ações individuais de suas associadas.
4
de dependência e polinização das culturas agrícolas.
Acreditamosquepodemosservirdeestímuloemtodaacadeiaprodutiva,envolvendo
distribuidores,revendasecooperativas,demodoquecadaumtambémreconheçaaimportância
desuasaçõesnopropósitodeprotegerasculturasagrícolassemcausarprejuízosàsabelhas.
4
Conscientização da cadeia produtiva da importância da integração agricultura-apicultura:
Engajaracadeiaprodutiva(envolvendoequipesdemarketingevendas,distribuidores,revenda
5
ecooperativas)paragarantiraorientaçãoparaaaplicaçãocorreta,minimizandodanosà
Acreditamosqueasaçõesmaisbemsucedidas,tantodeconscientizaçãoquantodediálogo,
polinização e às abelhas.
devemsemprealiaroterritóriocomumentredefensivosagrícolas,agriculturaeapicultura,
bemcomoteoriaepráticaporqueassimsãomaiscríveiseúteis,trazendoganhosreaispara
todas as partes envolvidas.
5
Transparência e proatividade na relação com o Governo em prol do uso correto de
defensivosagrícolasedeproteçãodasabelhas:Colaborarnacriaçãodemecanismosde
regulamentaçãoparaaproteçãoesegurançadaspessoas,domeioambienteedasabelhas.
*OProjetoColmeiaVivaconsideraaApiculturacomotodaatividadeemanejodeabelhasnativaseexóticas,
incluindo a Apis mellifera bem como a Meliponicultura.
Juliana Cruz) José Aragão (CBA), Augusto Billi (Mapa), Silvia Fagnani (Sindiveg), Claudia Inês da Silva
(Universidade Federal do Ceará), Karina Cham (Ibama) e Rodrigo Brito (CNA).
PAINEL 2
Marcelo Miranda (Fundecitrus), Nésio Fernandes (Câmara Setorial do Mel e FAASC), Silvia
GT COLMEIA VIVA GT COLMEIA VIVA Fagnani (Sindiveg), Breno Freitas (Universidade Federal do Ceará), Cristiano Menezes
(Embrapa) e Tom Prado (produtor de frutas e criador de abelhas Apis).
1 0 0 Relação mais produtiva - Agricultura & Apicultura Relação mais produtiva - Agricultura & Apicultura 1 0 1
PAINEL 3
Lidia Barreto (CBA), Julio Britto (Mapa), Osmar Malaspina (Unesp/Rio Claro), Silvia
Projeto
Fagnani (Sindiveg), Ulisses Antuniassi (Unesp/Botucatu), Paula Arigoni (Sindiveg),
Marcio Freitas (Ibama) e Roberta Nocelli (UFSCar).
www.projetocolmeiaviva.org.br
PAINEL 4