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C
Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Cartografia e XXVI Exposicarta
S
6 a 9 de novembro de 2017, SBC, Rio de Janeiro - RJ, p. 659-663

INTERFEROMETRIA DIFERENCIAL COM DADOS SAR: PRINCÍPIOS


BÁSICOS E APLICAÇÕES EM GEOCIÊNCIAS

P. Negrão1, J. Gerente1, F. F. Gama1, J. C. Mura1


1
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Brasil

Comissão IV - Sensoriamento Remoto, Fotogrametria e Interpretação de Imagens

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo a descrição dos princípios básicos da técnica de interferometria
diferencial de dados SAR (DInSAR), bem como a apresentação de seu potencial para aplicação em diversos trabalhos
de geociências. Com este trabalho, constatou-se que nas últimas duas décadas houve inúmeros avanços e trabalhos
desenvolvidos com esta técnica. No Brasil, trabalhos continuam sendo desenvolvidos para aplicações em detecção de
deslocamentos superficiais em áreas de mineração. A possibilidade de utilizar a técnica para monitoramento de grandes
áreas, com precisão adequada e sem a necessidade de visita a campo é um dos fatores que a torna atrativa para as
geociências. A perspectiva é que a técnica continue a ser disseminada, uma vez que existem diversas missões ativas
para provimento de dados SAR e o satélites Sentinel-1 (A e B) fornecem dados gratuitos.

Palavras-chave: DInSAR, Monitoramento de Superfícies, Geociências.

ABSTRACT
This paper aims to describe the basic principles of differential interferometry SAR (DInSAR) technique and
to introduce its potential for application in several geosciences fields. It was verified that in the last two decades there
have been numerous advances and researches developed with this technique. In Brazil, reasearches continue to be
developed for many applications such as to detect surface displacements in mining areas. The possibility of using
DInSAR to monitor large areas remotely with adequate accuracy is one of the factors that makes it attractive to
geosciences studies. Future perspective is that the technique will continue to be disseminated, since there are several
active missions to provide SAR data and the Sentinel-1 satellites (A and B) provides free data.

Keywords: DInSAR, Surface Monitoring, Geosciences.

1- INTRODUÇÃO melhores que aquelas obtidas por estereoscopia de


imagens ópticas, uma vez que detecta diferenças de
Nas últimas duas décadas houve um
fase de metade do comprimento de onda do SAR. A
expressivo aumento do uso de radares de abertura
técnica para essa finalidade foi demonstrada com
sintética (Synthetic Aperture Radar - SAR) a bordo de
sucesso pelo autor Graham (1974), entre outros, e já foi
plataformas orbitais e suborbitais. A técnica
amplamente empregada para a geração de produtos
denominada Interferometria utilizando imagens SAR
como modelos digitais de elevação (MDE). Exemplos
(InSAR) baseia-se na diferença de fase entre pixels
de missões que gerararam MDE são o TOPSAR,
homólogos de duas imagens SAR complexas, co-
descrito por Zebker et al. (1992), o SRTM, descrito por
registradas e adquiridas com diferentes geometrias e/ou
Farr e Kobrick (2000) e também o TanDEM-X, sendo
em instantes distintos. Através dessa diferença de fase,
que os dois últimos produziram MDEs com um
ou fase interferométrica, é possível obter a altitude do
recobrimento quase integral da superfície terrestre.
terreno imageado. Para a aquisição dessas imagens,
duas antenas podem ser transportadas na mesma Derivada da InSAR, desenvolveu-se a
plataforma (single-pass interferometry) ou uma única Interferometria Diferencial SAR (Differential SAR
antena pode sobrevoar duas vezes a mesma área Interferometry - DInSAR), que através de, no mínimo,
(repeat-pass interferometry) (Gabriel et al., 1989). duas imagens SAR adquiridas em instantes distintos,
detecta deslocamentos na linha de visada do radar (line
A técnica InSAR permite a obtenção de
of sight – LoS) ocorridos entre as aquisições.
posições tridimensionais com precisão, muitas vezes,

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A primeira apresentação de resultados Uma imagem InSAR, também conhecida
experimentais da DInSAR, para detecção de pequenas como interferograma, é criada a partir do co-registro de
mudanças (1cm ou menos) na elevação, em grandes duas imagens SAR e pelo cálculo da diferença entre
superfícies (faixas de 50km) foi feita pelos autores seus valores de fase correspondentes pixel a pixel. O
Gabriel et al. (1989), os quais utilizaram imagens SAR interferograma apresenta um ciclo repetitivo da fase de
do satélite Seasat e mostraram a possibilidade de 0 a 2π e é caracterizado por padrões denominados
aplicação da técnica para a detecção de deslocamentos franjas (Mura, 2000). No entanto, o intervalo total de
causados por diversos fenômenos geofísicos, como diferenças entre duas observações que a fase
dilatação e flambagem em zonas de falhas, representa, pode ser de vários múltiplos do
deslocamentos residuais de eventos sísmicos, entre comprimento de onda do sinal, ou, expresso em termos
outros. de fase, vários múltiplos de 2π (Paradella et al., 2012).
Sendo assim, para estimar uma determinada grandeza a
A DInSAR proporciona uma visão abrangente
partir do interferograma é necessário submetê-lo ao
do fenômeno do deslocamento superficial e por isso
processo de desdobramento de fase (phase
tem sido amplamente aplicada em estudos de
unwrapping).
sismologia, vulcanologia, glaciologia, deslizamentos
de terra e outros estudos geotécnicos e geofísicos de Para caracterizar a qualidade de um
fenômenos que ocorrem em largas escalas. Devido à interferograma utiliza-se a correlação interferométrica,
sua acurácia, esta técnica se tornou uma ferramenta de ou coerência, que é uma medida da variância da fase
monitoramento quantitativo e não apenas qualitativo, e interferométrica (Zebker et al., 1992). A descorrelação,
dependendo da aplicação, ela se mostra uma alternativa ou seja, a perda da coerência interferométrica, é uma
eficaz aos métodos topográficos e geodésicos clássicos. significativalimitação da InSAR. A descorrelação
temporal ocorre devido a mudanças nas características
Tanto a InSAR quanto a DInSAR podem ser
nos alvos com o tempo. A descorrelação espacial
realizadas com dados SAR aerotransportados e
impede a interpretação de fases interferométricas para
orbitais. No entanto, para aplicações em detecção de
alvos em pares com longas linhas de base espacial.
deslocamentos na superfície em grandes extensões
Além disso, a baixa coerência pode resultar em
territoriais, os sistemas orbitais são os mais utilizados,
problemas de desdobramento da fase (Werner et al.,
não apresentando papel significativo, neste contexto, os
2003).
sistemas aerotransportados. Além disso, com o advento
da aquisição sistemática de dados SAR por sistemas A Figura 1 mostra a geometria de aquisição de
orbitais, desenvolveu-se as técnicas avançadas de imagens SAR para interferometria. Nela, SAR 1 e SAR
DInSAR (A-DInSAR), que utilizam séries temporais 2 representam as antenas SAR, B é a linha de base
dessas imagens. (distância entre SAR 1 e SAR 2), B  a linha de base
Dada a alta empregabilidade da DInSAR nas perpendicular (ou normal), R 1 e R 2 são as distâncias
geociências, tanto em sua forma padrão quanto
das antenas SAR 1 e SAR 2, respectivamente, ao ponto
realizada de forma avançada, o objetivo deste trabalho P de altitude h em uma superfície e ∆R é a diferença
é apresentar uma revisão dos princípios básicos entre essas distâncias.
envolvidos na técnica, a disponibilidade de imagens
para a sua realização e alguns exemplos de trabalhos
desenvolvidos.

2- PRINCÍPIOS BÁSICOS
Como mencionado na seção 1, a
Interferometria SAR (InSAR) baseia-se em diferenças
de fase de pelo menos duas imagens SAR complexas
(Single Look Complex - SLC) adquiridas a partir de
diferentes geometrias e/ou em momentos diferentes de
alvos na superfície da Terra. A diferença de fase, ou
fase interferométrica, é calculada pela Equação 1.

(1) Fig. 1 – Geometria de aquisição de imagens para


InSAR. Fonte: (Paradella et al., 2015).
Na Equação 1, é a diferença de fase, éo Analisando a Figura 1 nota-se que é possível
determinar a altitude de um alvo a partir de duas
comprimento de onda do SAR e é a diferença de imagens adquiridas com geometrias diferentes, uma
distância entre o alvo e o SAR, entre as duas vez que as posições de SAR 1 e SAR 2 são conhecidas
aquisições. e R é o range (distância alvo-sensor) que é calculado
em função do comprimento de onda. Nos sistemas

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orbitais, essas posições encontram-se descritas nas interferometria se tornou disponível, o que permitiu o
efemérides do satélite. desenvolvimento das técnicas avançadas de
interferometria diferencial. Essas técnicas avançadas
Uma variação na altitude do alvo imageado
são realizadas com séries temporais de dados SAR e
causa uma variação em e, consequentemente, em
são denominadas de A-DInSAR (Advanced
. A detecção dessas variações, ocorridas no Differential SAR Interferometry). As A-DInSAR
representam um avanço em relação à abordagem
intervalo de tempo entre duas aquisições, é o princípio
padrão de DInSAR, com um par de imagens, tanto em
da DInSAR.
termos de capacidade de modelagem da deformação
Como na DInSAR o objetivo é determinar o quanto em termos de qualidade da estimativa de
deslocamento ( ), é necessário então isolar essa deslocamentos.
componente das demais contribuintes à fase As técnicas A-DInSAR realizam uma
interferométrica ( ). A componente topográfica exploração sistemática de séries de imagens SAR com
pode ser simulada a partir de um MDE disponível, se o objetivo de detectar deformações em superfície,
houver, ou então pode ser utilizada três imagens SAR lidando com os problemas de descorrelação e efeitos
da mesma área para obter a topografia com o primeiro atmosféricos (Colesanti et al., 2003). Um dos
par interferométrico e subtraí-la do segundo para isolar principais produtos gerados com as A-DInSAR é o
a movimentação. Essa simulação é feita também com a mapa de velocidade de deslocamento.
informação das posições das órbitas do satélite.
Para derivar estimativas de deformação é
Realizando a subtração da fase topográfica necessário explorar apenas os pixels caracterizados por
simulada, a fase interferométrica restante é função da baixo nível de ruído, os quais são selecionados
fase devido ao deslocamento do solo ( ) entre as segundo um critério, que pode ser a coerência
aquisições, além de outras componentes de fase interferométrica, a dispersão da amplitude do sinal, ou
indesejáveis, e está representada pela Equação 2. outro. Abordagens que se baseiam na dispersão da
t  dr  h  atm      amplitude do sinal constituem uma importante classe
de A-DInSAR, que é a Interferometria por
(2) Espalhadores Persistentes (Persistent Scatterer
Na Equação 2, é a variação de fase Interferometry – PSI). A PSI foi apresentada pelos
devido ao deslocamento do pixel na direção da LoS, autores Ferretti et al. (2000) e desde então recebeu
inúmeras contribuições de diversos autores.
 h é a componente de fase residual devido a erros na
De maneira geral, as técnicas A-DInSAR
simulação da fase topográfica, atm é a contribuição da variam em configurações de linhas de base, critérios de
atmosfera,  responsável por atrasos no sinal, é a seleção de pixel e modelos de deformação para se
adaptar a aplicação desejada. Atualmente, os software
componente de fase devido a erros de órbita e  para interferometria diferencial não realizam apenas
representa o ruído de fase. um tipo de método ou abordagem e são flexíveis em
relação aos parâmetros escolhidos para seleção de
A DInSAR proporciona uma abrangente visão pixels, entre outras restrições ponderadas. A escolha
da movimentação detectada para toda a área estudada desses parâmetros depende do tipo de aplicação e
(Rosen et al., 2000). No entanto, diversos fatores também da região de estudo.
comprometem a qualidade de seus resultados. As
maiores limitações se dão essencialmente pelas
descorrelações temporal e geométrica e 3- DISPONIBILIDADE DE DADOS SAR PARA
heterogeneidades atmosféricas. A descorrelação INTERFEROMETRIA DIFERENCIAL
temporal torna as medidas interferométricas Há várias missões ativas de satélites com
impraticáveis em áreas de vegetação ou em áreas sensores SAR com diferentes tempos de revisita que
compostas por alvos cujas propriedades elétricas, ou fornecem dados para realizar interferometria. O satélite
cujas posições se alterem com o tempo. A TerraSAR-X e a constelação de quatro satélites
descorrelação geométricalimita o número de pares de Cosmo-SkyMed possuem sensores que operam na
imagens adequados para interferometria e impede a banda X, de comprimento de onda de 3,1cm. Operando
total exploração do conjunto de dados disponíveis. A na banda C, de comprimento de onda de 5,6cm, há a
heterogeneidade atmosférica em cada aquisição pode constelação de dois satélites Sentinel-1 (A e B) e o
comprometer a acurácia do monitoramento da satélite Radarsat-2. É importante também ressaltar que
deformação (Massonnet e Feigl, 1998; Ferretti et al., as imagens Sentinel-1 possuem disponibilidade
2001). gratuita. Já operando na banda L, de 23,6cm de
Com o lançamento do satélite ERS-1 da comprimento de onda, tem-se o ALOS PALSAR-2.
Agência Espacial Europeia (ESA), em 1991, uma Além dos dados provenientes dessas missões espaciais,
grande quantidade de dados SAR adequados para é possível também realizar a técnica A-DInSAR com
dados de SAR aerotransportados, no entanto, para

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trabalhos em grandes extensões territoriais e com alta deslocamento em LoS e compararam os resultados com
amostragem do fenômeno da deformação o custo é medidas efetuadas em campo através de levantamentos
elevado. topográficos. Os resultados mostraram aderência entre
os valores de deformação obtidos com a PSI e com
topografia.
4- APLICAÇÕES EM GEOCIÊNCIAS
Dentre os trabalhos a nível internacional,
As aplicações das técnicas DInSAR, e A- pode-se citar o de Peltier et al. (2010), que utilizaram a
DInSAR, são variadas, como monitoramentos de técnica PSI para monitorar a deformação de terrenos
movimentações em ambientes de mineração, situados na área do vulcão ativo Piton de la Fournaise,
deformações vulcânicas, terremotos, subsidência em comparando uma série histórica com pontos coletados
cidades populosas devido à retirada de água em campo com levantamentos GNSS.
subterrânea, movimentos de superfície devido a obras
Os autores Lagios et al. (2011) estudaram a
civis ou movimentos de massa, entre outras. As
relação entre padrões de deformação sísmica em uma
aplicações exploram as principais vantagens da técnica,
área de borda tectônica na Grécia, medidos com GPS
que são: cobertura espacial de áreas extensas; alta
diferencial (DGPS), e estimados por meio de uma série
sensibilidade a pequenas deformações; capacidade de
histórica (1992 à 2008) de imagens SAR.
medir deformações passadas a partir de séries
históricas de imagens SAR e; redução na quantidade de Osmanoglu et al (2010) aplicaram a técnica de
observações terrestres, o que simplifica as operações PSI para estudar uma subsidência na cidade do México
logísticas, o tempo e os custos operacionais quando associada à retirada de água subterrânea. Foram
comparado com os levantamentos topográficos utilizadas 23 cenas Envisat ASAR (banda C)
clássicos. adquiridas entre Janeiro de 2004 e Julho de 2006 para
processamento PSI, o qual foi validado com pontos
Diversos trabalhos foram e estão sendo
contínuos de GPS (C-GPS) medidos por meio de nove
desenvolvidos utilizando DInSAR e A-DInSAR, tanto
estações espalhadas pela área. A comparação do PSI
no Brasil como em outros países. No Brasil,
com os pontos GPS resultaram em uma acurácia
pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
melhor que ± 6,9 mm/ano.
Espaciais (INPE) e colaboradores realizaram diversos
trabalhos utilizando séries temporais de imagens A Figura 2 apresenta o mapa de velocidade de
TerraSAR-X para detecção de deslocamentos em deslocamento, em milímetros por ano, apresentado no
minas de ferro e manganês a céu aberto na Província trabalho dos autores Mura et al. (2017) e o gráfico com
Mineral de Carajás, bem como em minas de ferro a céu o deslocamento de dois pixels no tempo. Nesse
aberto na Província Mineral do Quadrilátero Ferrífero. trabalho, foi realizada uma investigação da deformação
da superfície no entorno da barragem de Germano,
Um exemplo de trabalho desenvolvido no
localizada ao lado da barragem de Fundão, em
Brasil é o dos autores Temporim et al. (2017), que
Mariana-MG, com uma abordagem de A-DInSAR
aplicaram a técnica PSI com uma série de 33 imagens
baseada no conceito de linhas de base curtas e uma
do sensor TerraSAR-X, abrangendo o período de
série temporal de 15 imagens TerraSAR-X. As
março de 2012 a abril de 2013, para monitoramento de
imagens compreendem o período de novembro de 2015
deslocamentos superficiais na mina de ferro a céu
(pós rompimento da barragem de Fundão) a abril de
aberto N5E, pertencente à mineradora Vale S.A. e
2016.
localizada na Província de Carajás, região amazônica.
Nesse trabalho, os autores determinaram o

Fig. 2 – Exemplo de aplicação DInSAR para mineração. Fonte: (Mura et al., 2017)

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS Mura, J.C., 2000. Geocodificação automática de
imagens de radar de abertura sintética interferométrico:
É possível constatar que a DInSAR foi
sistema Geo-InSAR, Tese (Doutorado em Computação
amplamente aplicada nas duas últimas décadas em
Aplicada) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
diversos trabalhos de geociências, como tectonismo,
(INPE-8209-TDI/764), São José dos Campos, Brasil.
mineração, sísmica, entre outros. A perspectiva é que a
técnica continue a se desenvolver e ser aplicada, uma Mura, J. C.; F. F. Gama; W. R. Paradella; W. S.
vez que há diversas missões ativas, algumas delas com Brandão e C. G. de Oliveira, 2017. Monitoramento de
constelações de satélites, o que permite redução no deslocamento de superfície na região de Mariana-MG
tempo de revisita e, consequentemente, maior baseado em interferometria diferencial SAR utilizando
amostragem de um fenômeno de deslocamento. Além dados do satélite TerraSAR-X: Resultados
disso, a constelação de dois satélites Sentinel (1A e 1B) preliminares, In Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de
fornecem dados gratuitos, o que permite a uma maior Sensoriamento Remoto, Santos-SP, Brasil, pp. 4755-
comunidade a aplicação da técnica com esses dados. 4763.
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