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FÉRIAS ANUAIS

Histórico

As férias no Brasil foram ao longo do tempo uma conquista do trabalhador. O


primeiro registro histórico é do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas
em 1889 e posteriormente em 1890 os operários da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Somente em 1925 as férias foram ampliadas aos


demais empregados de outras empresas e demais atividades,
quando foram consagradas por lei, mas ainda assim não
mantinham a forma como as conhecemos, pois eram de 15
dias e não existia o adicional de 1/3 das férias.
Constitucionalmente as férias anuais são registradas a partir
de 1934.

Foi em 1943 com a Consolidação das Leis


Trabalhistas que as férias foram dimensionadas com mais
propriedade e unificada as diversas leis até então vigentes.

A evolução principal veio em 1977 com as principais


atualizações sobre as férias, mais próximas das que vigoram
atualmente.

Em 1988 a Constituição Federal determinou que as férias fossem pagas com um


adicional especial, devendo ser acrescidas de 1/3 de adicional sobre a base de cálculo
das férias.

Estudo

As férias foram prestigiadas pela Consolidação das Leis Trabalhistas visando


desenvolver meios necessários ao empregado para que ele pudesse recuperar as
condições físicas e mentais despendidas no trabalho. As férias representavam,
inicialmente, um descanso remunerado só com o valor do salário mensal, e, mais
modernamente, vêm sida acrescida de um adicional correspondente a 1/3 do valor base
do cálculo das férias, permitindo assim que o empregado goze seu período com
condições financeiras e atinja o âmago das férias.

Podemos dimensionar as férias com alguns princípios que as fundamentam:


Do exposto temos:

Anualidade: o gozo das férias passa a ser direito do empregado após 12 (doze) meses
de relação contratual sem prejuízo.

Continuidade: as férias sofrem limitações de fracionamento, devendo ela ser de 30


(trinta) dias consecutivos.

Remunerabilidade: Goza o empregado de ter seu período de descanso remunerado


integralmente, considerando salário fixo e salário variável.

Irrenunciabilidade: Não pode o empregado renunciar as férias e desejar “vendê-las”,


deve-as gozar.

Proporcionalidade: Em razão das férias sofrer com a redução, por conta de excesso de
faltas, a mesma pode ser proporcional.

Vocabulário

Algumas terminologias próprias são utilizadas nas férias para diferenciar as situações
das quais se tratam:

Período aquisitivo (P.A.): é compreendido entre a admissão ou último vencimento das


férias e os próximos 12 (doze) meses de relação contratual. Exemplo: 20/09/01 à
19/09/02.

Período de gozo (P.G.): é o período de descanso. Exemplo: 01/08/02 à 30/08/02.

Período de concessão (P.C.): é o período que a empresa tem como fluência para
conceder o gozo às férias. Exemplo: P.A - 20/09/01 à 19/09/02 – P.C. período de
concessão de 20/10/02 à 19/10/03.

AS FÉRIAS NA DURAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


Redução do Período de Gozo

Na constância da relação de trabalho, se o empregado comete excesso de faltas


injustificadas, o empregador pode reduzir o período de descanso do empregado. Nesse
sentido a CLT em art. 130 determinou um sistema de escalonamento:

Até – injustificadas Direito a Férias


5 – faltas 30
De 6 a 14 – faltas 24
De 15 a 23 – faltas 18
De 24 a 32 – faltas 12
Acima de 32 – faltas 00

Férias - Perda do Direito - Não faz jus às férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo, houver faltado ao serviço mais de 32 vezes (inteligência do art. 130, inciso
IV, da CLT) (TRT 12ª R. - RO-V 6.931/97 - Ac. 2ª T. 2.384/98 - Relª Juíza Maria
Aparecida Caitano - DJSC 31.03.1998)

Não se deve confundir as faltas que são descontadas em folha de pagamento, com a
conseqüência que estas faltas produzem nas férias. Isto porque, se as faltas não forem
descontadas em folha de pagamento, elas não produzem conseqüência nas férias e
também não é permitido usar o escalonamento.

O empregado trabalha 12 (doze) meses para merecer o descanso, se nesse período


ele comete excesso de falta, podemos concluir que ele trabalhou menos; logo, deve
descansar menos.

Não é permitido abonar as faltas em folha de pagamento e compensá-las com as


férias , § único do art. 130 CLT.

Importante: As faltas devem ser apuradas dentro do período aquisitivo das férias.

Exemplo: O empregado faltou no dia 04 de setembro, não houve desconto na folha de


pagamento e compensa a falta deduzindo das férias, onde ele passou a gozar 29 dias.
Isto é proibido.

Porém se ele faltou e foi descontado em folha de pagamento, deve-se seguir a


tabela de escalonamento.

As férias podem ser prejudicadas por fatores que ocorreram durante a vigência do
contrato de trabalho, os mais comuns são:

Alteração nas Férias

Faltas não justificadas afetam o gozo das férias. Como já anteriormente discutido,
podem ser utilizadas no escalonamento das férias, CLT art. 130;

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