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Apostila de Patologia Geral PDF
Apostila de Patologia Geral PDF
Para os cursos da área médica, a patologia é um importante elo entre as disciplinas básicas
(anatomia, histologia, embriologia, fisiologia, microbiologia, bioquímica, imunologia, biologia celular e
parasitologia) e as profissionalizantes (clínicas, cirurgias, diagnósticos e tratamentos).
O QUE É DOENÇA?
O QUE É DOENÇA ?
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2. Os mesmos fatores que determinarão a hemostasia [coagulação] poderão também
determinar trombose;
2. Patologia Especial - que estuda as características de cada doença, de acordo com o órgão
e sistema acometido.
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OUTRAS DENOMINAÇÕES:
Patologia médica;
Patologia experimental;
Newton já dizia: "A cada ação corresponde uma reação!" O organismo também obedece
essa lei natural. Assim, a cada agressão, o organismo reage. Estas reações, no entanto, vão
depender da intensidade e da persistência da agressão e da resistência do local agredido.
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O importante não é simplesmente olhar , mas sim enxergar!
Adaptação Alt. progressivas
Alt. Inflamatórias
Alt. Neoplásicas
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ASPECTOS CRONOLÓGICOS DE UMA DOENÇA
Causas
Período de incubação
Período prodrômico
Período de estado
Evolução
o Cura
o Cronificação
o Complicações
o Óbito
o Exames clínicos
o Exames Anatomopatológicos
o Análise Morfológica
o Necropsia
Qualquer agente que determine reações anormais na célula, podendo levar à perda da
capacidade de compensação e gerar alterações bioquímicas, fisiológicas e morfológicas.
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Causas da lesão celular:
Classificação:
Distúrbios circulatórios;
Disendocrinias;
Envelhecimento;
Hipóxia:
Isquemia (aterosclerose);
Insuficiênica cardiorrespiratória;
Anemia;
Envenenamento p/ monóxido de carbono;
Agentes físicos:
Traumas mecânicos;
Queimaduras (frio, calor);
Pressão atmosférica;
Radiação;
Sons e ultra-sons;
Magnetismo,
Agentes químicos:
Produtos químicos;
Poluentes ambientais;
Inseticidas, herbicidas;
Álcool, drogas narcóticas;
Terapêuticas.
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Químicos:
Agentes Infecciosos:
Agentes Prions (<5 nm); viroides (<5 nm); virus (20-200 nm)
Acelulares
Agentes Vermes
Multicelulares
Artrópodes
Estímulos
patológicos
Estado novo
Preservação da
viabilidade celular
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LESÃO CELULAR
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principais são a glicose o ciclo do ácido nítrinico e a fosforilação oxidativa nas membranas
internas mitocondriais.
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Lesão celular irreversível => Evolução p/ morte celular.
Isquemia => Falta de fluxo sanguíneo.
apoptose
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Conceitos em Patologia:
a- Isquemia: Ocorre ausência total de afluxo sanguíneo em uma oxidação. Para as
diminuições parciais do aporte sanguíneo, costuma-se empregar o termo oligoemia, usa-se
anemia nos casos em que ha diminuição total do volume sanguíneo, sendo utilizada
também como sinônima da isquemia e da oligoemia; nesse caso, é mais adequado utilizar
anemia local. Déficit no fluxo sanguíneo tecidual, devido uma insuficiência localizada de
irrigação sangüínea, provocado pela constrição ou a obstrução arterial, e que pode ocorrer
em maior ou menor grau. Ex: infarto branco ou isquêmico.
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lesões irreversíveis. Segundo Guidugli-Neto (1997), o conceito de morte somática envolve
a "parada definitiva das funções orgânicas e dos processos reversíveis do metabolismo". A
necrose é a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja, que
ainda conserva suas funções orgânicas. Vale dizer que é natural que a célula morra, para a
manutenção do equilíbrio tecidual. Nesse caso, o mecanismo de morte é denominado de
"apoptose" ou "morte programada". A etiologia da necrose envolve todos os fatores
relacionados às agressões, podendo ser agrupadas em agentes físicos, agentes químicos e
agentes biológicos. Outra definição, pode ser citado como o "ponto final" das alterações
celulares, sendo uma conseqüência comum de inflamações, de processos degenerativos e
infiltrativos e de muitas alterações circulatórias. É o resultado de uma injuria celular
irreversível, quando o então "nível zero de habilidade homeostática" (ou "ponto de não
retorno" ou ainda "ponto de morte celular") é ultrapassado, caracterizando a incapacidade
de restauração do equilíbrio homeostático.
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Ocorrência de apoptose fisiológica
Apoptose Fisiológica
Membranas interdigitais
Fusão do palato
Leucócitos
Citotoxidade
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Diferenças entre lesão celular reversível e irreversível
iii. Aumento da glicólise anaeróbia devido a falta de oxigênio = aumento do ácido lático e
fosfatos com acidose e diminuição do glicogênio.
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iv. Há desprendimento dos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso com perda da
síntese protéica.
ii. Os lisossomos rompem-se liberando enzimas que degradam a própria célula (RNAses e
DNAses).
iv. Após a morte celular haverá degradação dos componentes celulares por hidrolases
ácidas sendo fagocitados e resíduos de ácidos graxos são calcificados – Degeneração
gordurosa = Esteatose.
irreversíveis.
Lesão reversível:
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Aumento do influxo de água
Aumento da tumefação celular (edema celular)
Lesão irreversível:
Envelhecimento celular
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uma evidência de lesão oxidativa; produtos finais da glicação avançada, que resultam da
glicosilação não-enzimática e são capazes de realizar entrecruzamento de proteínas
adjacentes, e proteínas anormalmente dobradas. Os produtos finais da glicação avançada
são importantes, podem participar do envelhecimento.
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Esquema dos mecanismos envolvidos na lesão de membrana na isquemia
Radicais livres
Os radicais livres são espécies que tem único elétron não pareado em um orbital externo.
Em tal estado, o radical é extremamente reativo e instável, e participa de reações com
substancias químicas inorgânicas ou orgânicas, proteínas, lipídeos, carboidratos,
particularmente com moléculas importantes nas membranas e ácidos nucléicos. Podem ter
inicio dentro das células pela absorção de energia radiante ( ultra-violeta, raio X) , por
reações endógenas, geralmente oxidativa, que ocorrem durante processos metabólicos
normais, ou por metabolismo enzimático de substâncias químicas ou drogas exógenas.
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Exemplos de apoptose celular
i. Etiopatogenia:
ii. Conseqüências:
iii. Histológico:
i. Etiologia:
d. Degeneração mucóide:
e. Degeneração glicogênica:
i. Etiologia:
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Comparação das características da necrose e da apotose
NECROSE APOPTOSE
Retração celular
Condensação da cromatina
Formação de bolhas citoplasmáticas e corpúsculos apoptóticos
Fagocitose das células ou corpúsculos apoptóticos
MORTE CELULAR
APOPTOSE
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Deleção celular em populações de células em proliferação
Morte de neutrófilos
Atrofia patológica
NECROSE:
b) Necrose Caseosa:
c) Necrose Gomosa:
e) Necrose liquefativa:
f) Necrose Hemorrágica:
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Causas da necrose
1- Hipóxia:
2- Agentes físicos:
3- Agentes químicos:
4- Agentes biológicos:
5- Mecanismos imunes:
As reações imunes também podem ser letais, causando injúria celular por
meio de fenômenos ligados à imunidade celular ou imunidade humoral. A reação
anafilática a uma proteína estranha ou a uma droga ingerida é exemplo clássico
de agressão. O organismo pode desenvolver anticorpos contra antígenos do
próprio corpo, e assim desenvolver as chamadas enfermidades auto-imunes.
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6- Distúrbios genéticos:
7- Distúrbios nutricionais:
8- Envelhecimento:
o Etiologia:
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Frio / Congelamento;
o Características macroscópicas:
o Etiologia:
Nas extremidades ocorre em conseqüência de isquemias graves,
intensas e de rápida instalação, de maneira que o processo de
necrose seja desencadeado sem que haja tempo para se
desidratar o tecido em necrose.
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liberando a proliferação descontrolada da flora bacteriana
saprófita.
o Características macroscópicas:
Aumento de volume (edema) e amolecimento progressivo
(coliquação tecidual) com hemorragias e escurecimento
(decomposição local da hemoglobina) do local. A ação das
bactérias saprófitas determina também um odor extremamente
fétido e a produção de grande quantidade de toxinas, o que
determinara uma toxemia grave, geralmente fatal, chamada de
"Sapremia", que se não tratada rapidamente (amputação ou
exérese da área gangrenada) acabará por ocasionar a morte do
paciente.
Etiologia:
Bactérias do gênero Clostridium (Cl. perfringens; Cl. novyi; Cl. norsi; Cl.
septicum; Cl. hystoliticum; Cl. feseri/chauvoei; Cl. bifermentans).
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Heterofagia: Neste fenômeno os materiais do ambiente externo são captados pelo processo
de endocnose. A captação de material particulado é conhecida como fagocitose, e o de
macomoleculas menores solúveis como pinocitose. A heterofagia é mais comum nos
fagócitos “profissionais”, tais como neutrófilos e macrófagos. Os exemplos de heterogafia
incluem a captação e digestão de bactérias por leucócitos.
Calcificação patológica
O cálcio nas células com patologia selam sua morte; ele acumula-se nas suas
mitocôndrias inibindo as suas funções.
Tipos de calcificação:
1- Calcificação distrófica:
2- Calcificação metastática:
3- Calcificação idiopática:
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Cicatrização e Reparo
Reparo
Angiogênese
• Degradação proteolítica da MB
• Migração de células endoteliais
• Proliferação de células endoteliais
• Maturação de células endoteliais e remodelamento em tubos
• Recrutamento de células periendoteliais
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• Vasculogênese
• Angiogênese
Fibrose
Remodelagem Tecidual
Cicatrização de feridas
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Principais mediadores químicos e suas respectivas funções nos processos inflamatórios
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alérgicos, que provocam inflamação das mucosas e facilitam a instalação de germes
oportunistas, são fatores que predispõem à sinusite.
c- Enxaqueca Uma das teorias da causa da cefaléia da enxaqueca é que emoção ou tensão
prolongadas provocam vasoespasmo reflexo de algumas das artérias da cabeça, inclusive
daquelas que suprem o cérebro. O vasoespasmo teoricamente produz isquemia de porções
do cérebro que seria responsável pelos sintomas podrômicos. Então, como resultado da
isquemia intensa, alguma coisa acontece com a parede vascular, talvez a exaustão da
contração do músculo liso, que lhe permite tornar-se flácida e incapaz de manter o tônus
muscular por 24 a 48 horas. A pressão sanguínea nos vasos faz com que estes se dilatem e
pulsem intensamente, e foi postulado que o estiramento excessivo das paredes das artérias –
inclusive de algumas artérias extracranianas como a Temporal – causa a dor verdadeira das
cefaléias da enxaqueca.
d- Labirintite Parece que a labirintite é causada por um vírus, mas ela também pode
ocorrer devido à infecção por bactéria, lesão na cabeça, alergia ou reação a um determinado
medicamento. Tanto a labirintite viral como bacteriana pode causar perda de audição
permanente, embora isso seja raro.
e- Otite A otite média aguda é uma infecção por bactérias e vírus que provoca inflamação
e/ou obstruções que se não for tratada pode levar à perda total da audição. Costuma ocorrer
durante ou logo após gripes, resfriados, infecções na garganta ou respiratórias. É um tipo de
otite comum em crianças, mas pode ocorrer em pessoas de qualquer idade.
f- Faringite A faringite é geralmente causada por infecção viral (95%) ou bacteriana (5%).
A infecção causada por estreptococo do grupo A é denominada de infecção de garganta por
estreptococos. A forma crônica pode ser causada por infecções prolongadas dos seios
nasais, pulmões e boca e pela irritação prolongada da mucosa por tabagismo, inalação de ar
altamente poluído e consumo de bebidas alcoólicas ou de substâncias que podem escaldar,
corroer ou escoriar a garganta.
Diferenças entre inflamação aguda de inflamação crônica
Inflamação aguda:
- Duração curta;
- Exsudação de líquido e de proteínas plasmáticas (edema);
- Emigração de leucócitos (predominantemente de neutrófilos);
Inflamação crônica:
- Duração maior;
- Presença de linfócitos e macrófagos;
- Proliferação de vasos sanguíneos e de tecidos conjuntivos;
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Esquema dos eventos moleculares e celulares envolvidos no processo de ativação
leucocitária até a transmigração no processo inflamatório
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Transudato: È um líquido com baixo nível de proteína (a maior parte da qual é albumina) e
uma densidade é inferior a 1,012. È essencialmente um ultra filtrado do plasma sanguíneo e
resulta de desequilíbrio hidrostático através do endotélio vascular.
Inflamação crônica
A inflamação crônica dura semanas, meses ou anos, enquanto a inflamação aguda tem
curta duração, horas ou dias.
Resolução
Cura por fibrose
Progressão para inflamação crônica
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Figura 1: Evolução da inflamação aguda (do livro Robbins and Cotran Pathologic Basis of
Disease - Kumar, Abbas and Fausto (eds) 7th Edition - International Edition)
Ocorre resolução quando o processo inflamatório agudo é bem sucedido, atingindo o seu
objetivo de conter, diluir e destruir o agente agressor, ocorrendo pouca destruição
tecidual. Neste caso o edema e as proteínas são drenados pelos vasos linfáticos; os
leucócitos polimorfonucleares neutrófilos do foco inflamatório sofrem apoptose e são
fagocitados pelos macrófagos juntamente com os restos necróticos. Depois disso o tecido
inflamado volta ao normal.
Ocorre cura por fibrose quando o dano tecidual é maior e não é possível restabelecer a
estrutura normal do órgão ou tecido lesado, sendo a área necrótica substituída por uma
cicatriz fibrosa. Neste caso ocorrem fenômenos semelhantes aos da resolução porém há
proliferação vascular e de fibroblastos que se encarregam de produzir e depositar colágeno
no interstício.
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1. Infecção persistente por certas bactérias como por exemplo o bacilo da tuberculose
2. Exposição prolongada a determinadas substâncias irritantes tais como a sílica
3. Reações autoimunes como por exemplo no lupus eritematoso sistêmico
Características morfológicas
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Figura 2: Os papéis dos macrófagos na inflamação crônica (do livro Robbins and Cotran
Pathologic Basis of Disease - Kumar, Abbas and Fausto (eds) 7th Edition - International
Edition)
1. Quimiotaxia
2. Proliferação de macrófagos no foco inflamatório
3. Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de
macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório
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Figura 3: Mecanismos de acumulação de macrófagos nos tecidos (do livro Robbins and
Cotran Pathologic Basis of Disease - Kumar, Abbas and Fausto (eds) 7th Edition -
International Edition)
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Figura 4: Granuloma constituido por células epitelióides, contendo célula gigante central e
halo linfocitário. (fotomicrografia , médio aumento, HE)
Os granulomas tipo corpo estranho são provocados por corpos estranhos (fios de sutura
por exemplo) relativamente inertes e que não provocam resposta imune. O exame
histológico destes granulomas permite ver o corpo estranho no seu interior.
O estudo histológico dos granulomas é importante pois algumas doenças tais como a
tuberculose, esquistossomose e a blastomicose podem ser diagnosticadas quando os seus
agentes etiológicos são encontrados no granuloma.
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Os vasos linfáticos, por não apresentarem membrana basal, são capazes de
reabsorver facilmente o líquido de edema e as proteínas do interstício. Válvulas
no seu interior impedem o refluxo da linfa.
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Características macroscópicas, microscópicas e as possíveis causas e evoluções para a
esteatose hepática
Características macroscópicas:
c. No fígado: Ý de volume e peso (às vezes de 1,5 para 3 a 6 Kg, no ser humano)
com bordas abauladas e consistência amolecida, coloração amarelada, superfície
externa lisa e brilhante, e superfície de corte untuosa, sem marcação lobular.
Características microscópicas:
b. Nos hepatócitos: Vacúolos pequenos e múltiplos (fase mais precoce) que podem
se coalescer formando um único e volumoso, deslocando o núcleo para a periferia
("Célula em anel de sinete"), as vezes levando inclusive à ruptura celular formando
os "Cistos gordurosos". Quando afetando a região periportal e justasinusoidal, não
tem significado ou está associado à tóxicos; quando periacinar ("centrolobular")
decorre geralmente de hipóxia e quando panlobular é causada principalmente pela
diabete canina e acetonemia bovina.
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c. No epitélio dos túbulos renais (basalmente) e nas fibras do miocárdio (entre
miofibrilas): geralmente pequenos e múltiplos.
a- necrose fibrose: o tecido necrótico adquire uma, acidofílico, semelhante a fibrina. Pode
aparecer na ateroesclerose, na úlcera péptica etc.
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Alterações celulares reversíveis
As alterações celulares reversíveis são assim chamadas pois permitem que a célula lesada
volte a ter aspecto e função normais quando o estímulo agressor é retirado.
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Microscopicamente observamos vacúolos não corados no interior das células acometidas.
Isto ocorre porque durante o processamento laboratorial para confecção das lâminas o
tecido é exposto a substâncias que são solventes das gorduras, que é portanto retirada. Caso
haja necessidade de corar as gorduras, é necessário um processamento especial que
conserva as gorduras e a utilização de corante especifico das gorduras.
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CÂNCER
1. INTRODUÇÃO:
Câncer sempre foi palavra assustadora para todos, mesmo para os médicos. Quando
recebem este diagnóstico, muitos têm a reação de quem acabou de ser condenado à morte.
Apesar das informações dos grandes avanços terapêuticos obtidos na área nos últimos anos,
a primeira reação é de desespero.
Existem, no entanto, muitas idéias erradas em nosso meio sobre o câncer. Hoje, no
Brasil, é possível fazer diagnósticos precisos, tratamentos apropriados, obter qualquer tipo
de informação. E isto tudo, quando acompanhado de um bom suporte emocional, pode
curar ou controlar o tumor e ainda oferecer uma boa qualidade de vida aos pacientes.
Estude sobre o câncer!
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CÂNCER
2. Definição
As células dos diversos órgãos do nosso corpo estão constantemente se
reproduzindo, isto é, uma célula adulta divide-se em duas, e por este processo, chamado
mitose, vai havendo o crescimento e a renovação das células durante os anos. A mitose é
realizada controladamente dentro das necessidades do organismo. Porém, em determinadas
ocasiões e por razões ainda desconhecidas, certas células reproduzem-se com uma
velocidade maior, desencadeando o aparecimento de massas celulares denominadas
neoplasias ou, mais comumente, tumores.
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3. O que é o câncer?
1.Uma ervilha
No começo, as células cancerosas se multiplicam até atingir o
tamanho de uma ervilha. Para crescer, além disso, o tumor
precisa de muito sangue.
2. Adubo maligno
Para obter sangue, o tecido doente solta proteínas que funcionam
como fertilizante. Elas promovem a angiogênese, isto é, o
surgimento de novos vasos, criando uma rede de irrigação
exclusiva.
3. Comer e crescer
Por esse sistema, o tumor absorve nutrientes e o oxigênio e
aproveita a corrente sangüínea para espalhar células doentes
pelo corpo.
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De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais.
Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição
excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros
estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são
ainda completamente desconhecidos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à
transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido
expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o
porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos. Os fatores de risco ambientais de
câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a
estrutura genética (DNA) das células.
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células
aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer
de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número
de anos que ela vem fumando.
O gráfico acima mostra que oito em cada dez casos de câncer são disparados
por fatores que poderiam ser evitados. Só 10% dos tumores são hereditários.
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5. Como Surge o Câncer?
As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte
mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contem os cromossomas
que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a
organização das estruturas, formas e atividades das células no no organismo. Toda a informação genética
encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do
DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula.
Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética.
As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As
alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em
células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela
malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
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6. Como se Comportam as Células Cancerosas ?
As células alteradas passam então a se comportar de forma anormal.
Multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido à
sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as
nutrirão e manterão as atividades de crescimento descontrolado. O acúmulo dessas células forma os
tumores malignos.
Adquirem a capacidade de se desprender do tumor e de migrar. Invadem inicialmente os tecidos
vizinhos, podendo chegar ao interior de um vaso sangüíneo ou linfático e, através desses, disseminar-
se, chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as metástases. Dependendo
do tipo da célula do tumor, alguns dão metástases mais rápido e mais precocemente, outros o fazem
bem lentamente ou até não o fazem.
As células cancerosas são, geralmente, menos especializadas nas suas funções do que as suas
correspondentes normais. Conforme as células cancerosas vão substituindo as normais, os tecidos
invadidos vão perdendo suas funções. Por exemplo, a invasão dos pulmões gera alterações
respiratórias, a invasão do cérebro pode gerar dores de cabeça, convulsões, alterações da consciência
etc.
- Estágio de iniciação - É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes
cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se
encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente.
Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no
próximo estágio.
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- - Estágio de promoção - É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente
alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como
oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que
ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno
promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse
estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são
exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas.
No organismo existem mecanismos de defesa naturais que o protegem das agressões impostas por
diferentes agentes que entram em contato com suas diferentes estruturas. Ao longo da vida, são produzidas
células alteradas, mas esses mecanismos de defesa possibilitam a interrupção desse processo, com sua
eliminação subseqüente. A integridade do sistema imunológico, a capacidade de reparo do DNA danificado
por agentes cancerígenos e a ação de enzimas responsáveis pela transformação e eliminação de substâncias
cancerígenas introduzidas no corpo são exemplos de mecanismos de defesa.
Esses mecanismos, próprios do organismo, são na maioria das vezes geneticamente pré-determinados,
e variam de um indivíduo para outro. Esse fato explica a existência de vários casos de câncer numa mesma
família, bem como o porquê de nem todo fumante desenvolver câncer de pulmão.
Sem dúvida, o sistema imunológico desempenha um importante papel nesse mecanismo de defesa. Ele
é constituído por um sistema de células distribuídas numa rede complexa de órgãos, como o fígado, o baço, os
gânglios linfáticos, o timo e a medula óssea, e circulando na corrente sangüínea. Esses órgãos são
denominados órgãos linfóides e estão relacionados com o crescimento, o desenvolvimento e a distribuição das
células especializadas na defesa do corpo contra os ataques de "invasores estranhos". Dentre essas células, os
linfócitos desempenham um papel muito importante nas atividades do sistema imune, relacionadas às defesas
no processo de carcinogênese.
Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus oncogênicos (capazes de
causar câncer) ou as células em transformação maligna, bem como de secretar substâncias chamadas de
linfocinas. As linfocinas regulam o crescimento e o amadurecimento de outras células e do próprio sistema
imune. Acredita-se que distúrbios em sua produção ou em suas estruturas sejam causas de doenças,
principalmente do câncer.
9. Modalidades Terapêuticas
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3. QUIMIOTERAPIA. Foi o primeiro tratamento sistêmico para o câncer. Na maioria da vezes
consiste em uma associação de drogas, pouco eficazes se utilizadas sozinhas, pois nos tumores há
subpopulações de células com sensibilidade diferente às drogas antineoplasicas. Os mecanismos de
ação das drogas são diferentes, mas sempre acabam em lesão de DNA celular. A toxicidade contra
células normais é a causa dos efeitos colaterais (náuseas, vômitos, mielossupressão). Pode ser usada
como tratamento principal (leucemias, linfomas, câncer de testículo), mas normalmente é adjuvante,
após tratamento cirúrgico ou radioterápico.
4. TERAPIA BIOLÓGICA. Usa-se modificadores da resposta biológica do corpo frente ao
câncer, "ajudando-o" a combater a doença (linfoquinas, anticorpos monoclonais). Usa-se também
drogas que melhoram a diferenciação das células tumorais, tornando-as de mais fácil controle. Este
tipo de tratamento, em estudo, é o mais promissor para o futuro.
CÂNCER DE FÍGADO
Sinais de alerta
Geralmente não existem sinais e sintomas, precocemente, ocorrendo quando a doença
já está avançada. Os principais são: dor abdominal, perda de peso, diminuição do apetite,
náusea, além de febre, icterícia (pele e mucosas amareladas), aumento do volume abdominal,
mal-estar generalizado, inchaço nas pernas e massa palpável no abdome. Esses sintomas em
geral são também relacionados com outras doenças benignas. O câncer de fígado só passa a ser
considerado como hipótese quando os sintomas demoram muito tempo para passar, ou então
pioram abruptamente.
Os tipos que mais comumente dão metástase para o fígado são: o carcinoma do pâncreas, o carcinoma colo-
retal (fig.1), o carcinoma de estômago, o carcinoma da mama (fig.2), o carcinoma do esôfago e o carcinoma
do pulmão.
fig.1 fig.2
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Fatores de risco
Muitos casos estão associados com a cirrose hepática e hepatite causadas por vírus, principalmente dos
tipo B e C. Os pacientes com cirrose secundária a hepatite viral devem ser alvo de um rigoroso
acompanhamento, pois têm uma maior predisposição ao tumor. A vacinação contra a hepatite B tem, portanto,
caráter preventivo.
Tratamento
O tratamento é basicamente cirúrgico. A situação ideal é aquela em que o paciente apresenta apenas
um tumor pequeno e não tem grande acometimento da função hepática.
CÂNCER DE MAMA
Fatores de risco
Mutações genéticas, hereditárias (genes BRCA1 e BRCA2). Aumento da idade. Início precoce da
menstruação. Menopausa tardia. Não ter filhos, ou tê-los depois dos 30 anos. História pessoal ou familiar de
câncer de mama. Dieta rica em gorduras.
Sinais de alerta
A percepção de um nódulo doloroso na mama é típica, mas a dor pode aparecer apenas tardiamente.
Qualquer alteração da coloração, superfície ou textura na pele da mama, ou do mamilo. Descarga (saída de
secreção) através do mamilo
Sinais de alerta
A percepção de um nódulo doloroso na mama é típica, mas a dor pode aparecer apenas tardiamennte.
Qualquer alteração da coloração, superfície ou textura na pele da mama, ou do mamilo. Descarga (saída de
Diagnóstico precoce
O auto-exame de mama é o principal. Exame da mama pelo médico. Mamografias uma vez por ano,
para mulheres acima de 50 anos, e para algumas mulheres jovens, dependendo dos fatores de risco.
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Como se espalha
Depois que o câncer aparece, pode-se demorar alguns anos até que apareça um nódulo palpável. O
comportamento é muito diferente, de uma pessoa para outra. O tumor pode ficar confinado à mama por vários
anos, ou podem surgir metástases em linfonodos ou em outros órgãos distantes antes mesmo de se perceber
algum nódulo na mama.
Tratamento
Para tumores localizados, a mastectomia (retirada da mama) pode ser apropriada, mas uma cirurgia
conservadora, onde se faz remoção apenas do tumor e do tecido adjacente, seguido por radioterapia local, às
vezes é preferível. Apesar das recorrências ocorrerem mais freqüentemente na cirurgia conservadora, elas
podem ser então tratadas com mastectomia. A sobrevida é semelhante para os dois tratamentos. Em ambos os
casos, pode ser necessário quimioterapia, após a cirurgia, ou tratamento com bloqueadores hormonais. Se as
células do tumor forem positivas para receptores para estrógeno, é um bom sinal, porque a terapia com
bloqueadores hormonais pode parar o crescimento do câncer.
CÂNCER DE PRÓSTATA
A próstata é um pequeno órgão situado logo abaixo da bexiga, em forma de uma castanha portuguesa,
atravessada pela uretra. só os homens possuem próstata e o seu desenvolvimento é estimulado pela
testosterona, o hormônio sexual masculino produzido pelos testículos.
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A próstata, ao contrário do que se pensa, é sede de um grande número de doenças que atingem o homem desde
a adolescência até a velhice.
Sintomas:
- O jato urinário vai se tornando cada vez mais fraco e fino.
- A pessoa urina muitas vezes durante a noite.
- Após urinar, logo sente vontade de urinar de novo, e urina mais um pouco.
- Às vezes, após urinar, sente que ainda ficou com urina na bexiga.
- Pode sentir forte vontade e ter que sair correndo para urinar, podendo até fazer na roupa ou na cama.
Exames Preventivos
Toque retal - O indivíduo do sexo masculino, a partir dos 40 anos, deve realizar o exame de toque retal pelo
menos uma vez por ano. Neste exame, o médico pesquisa o tamanho, consistência, pontos endurecidos
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dolorosos e mobilidade. O reto é a única via natural de acesso por ter sua parede intimamente ligada à
próstata. O grande problema é que os latinos, de um modo geral, têm grande preconceito com esse exame. No
exército americano se dá tanta importância ao exame que o militar é obrigado a se submeter a partir dos 35
anos. Este toque serve para se fazer o diagnóstico precoce do tumor, mesmo quando não há sintomatologia, o
que, na maioria das vezes,
após tratamento cirúrgico , leva à cura.
Fatores de risco
A idade avançada é o principal. Possivelmente, dieta rica em gorduras. Homens com parentes de
primeiro grau com a doença têm um maior chance de desenvolvê-la também.
Diagnóstico precoce
Todo homem com mais de 50 anos deveria fazer um exame de toque retal, anualmente. Dosagem de
PSA (prostate-specific antigen) no sangue pode sinalizar anormalidades, também num estágio inicial.
Tratamento
A remoção total da próstata é rotina. Radioterapia é também largamente utilizada como alternativa, ou
suplemento da cirurgia. Contra doença metastática, pode-se fazer supressão hormonal, com drogas, ou
orquiectomia (retirada dos testículos).
CÂNCER DE PELE
Como outras formas de câncer, nasce da proliferação de células defeituosas que perderam a capacidade
de controlar o próprio crescimento e reprodução.
CUIDADOS
A exposição ao sol sem uso de protetor não causa apenas queimaduras, mas aumenta o risco de se
desenvolver câncer de pele, a longo prazo.
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O SOL- Funciona como um enorme reator e a radiação dos seus raios ultravioletas diminui as defesas do
sistema imunológico. Tem ação extremamente nociva das 10h às 15h. O melhor é tomar apenas 20 minutos de
sol por dia, nos horários de calor menos intenso: pela manhã, bem cedo, e no final da tarde.
Carcinoma basocelular: pode-se manifestar de várias maneiras, feridas que não cicatrizam ou lesões que
sangram com facilidade devido a pequenos traumatismos, podem representar um Carcinoma basocelular.
Carcinoma espinocelular: acomete mais áreas da mucosa aparente, como boca ou o lábio,
cicatrizes de queimaduras antigas ou áreas que sofreram irradiação(raios x), e da exposição prolongada
e repetida da pele ao sol.
Melanoma maligno: tumor maligno grave que se origina das células que produzem o pigmento da
pele(melanócitos). Frequentemente envia metástases para outros órgãos, sendo de extrema importância
o diagnóstico precoce para a sua cura.
Outros:
Eczema de contato infectado Herpes zoster oftálmico
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Xeroderma pigmentoso Estrias por uso indevido de corticosteróide
Prevenção e tratamento
Quando a doença já está instalada, o tratamento mais seguro é a cirurgia de retirada da lesão. Mas há a
opção de se fazer a destruição das células malignas queimando com nitrogênio líquido (frio) ou com bisturi
elétrico (calor).
CÂNCER DE BEXIGA
Fatores de risco
O fumo é o principal causador do câncer de bexiga. Também têm um risco aumentado trabalhadores de
indústrias de borracha, couro e metal, pintores, e outras pessoas expostas a detritos industriais. Quem abusa de
certos medicamentos para dor também tem um risco mais alto.
Sinais de alerta
Sangue na urina. Dor ao urinar. Urgência ou necessidade freqüente para urinar.
Diagnóstico precoce
Análise de urina para detectar sangue na urina (hematúria) é o melhor método de screening. Células
cancerosas podem ser vistas na urina com um simples microscópio. Cistoscopia pode revelar áreas anormais.
O diagnóstico é confirmado através de biópsia.
Tratamento
Cânceres precoces, localizados à parede da bexiga, pode ser removidos com o cistoscópio.. Se o câncer
espalhou-se através da parede da bexiga, esta pode ser retirada. Quimioterapia, então, pode ser necessária para
evitar metástases.
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CÂNCER DE PULMÃO
Fatores de risco
O cigarro é o principal. Exposição no local de trabalho a substâncias como arsênico, asbesto (amianto),
e radiação (principalmente em fumantes). Exposição à fumaça de fumantes aumenta o risco de não-fumantes.
Sinais de alerta
Escarro com sangue; tosse persistente; dor no peito; pneumonia ou bronquite recorrente; inchaço em
face e pescoço. O controle desses sinais com um pneumologista, ou clínico geral, é muito importante."
Diagnóstico precoce
É dificultado pela ocorrência já tardia dos sintomas. Apenas 20% são descobertos em fase inicial. Para
fumantes, é recomendado uma radiografia de tórax por ano, como controle.
Tratamento
A cirurgia é a melhor opção para os casos iniciais. Radioterapia e quimioterapia são indicadas,
juntamente com a cirurgia, nos casos avançados, sendo que, em geral, não prolongam a vida do paciente, só
melhoram sua qualidade.
CÂNCER DE ESTÔMAGO
Fatores de Risco
Os fatores causais sugeridos incluem: hábitos alimentares, como o consumo de alimentos muito
salgados ou defumados, os quais conteriam ou propiciariam a formação de substâncias cancerígenas
potenciais. Presença de uma bactéria (Helicobacter pylori) na mucosa. O cigarro e o álcool também são
considerados agentes aceleradores do aparecimento do câncer de estômago.
Sinais de alerta
Desconforto gástrico, dor vaga, anemia, falta de apetite. Qualquer sintoma de "gastrite" deve ser
encarado como um câncer em potencial, em indivíduos com mais de 40 anos.
Diagnóstico Precoce
É possível, mesmo sem sintomas, através do exame direto por endoscopia (gastroscopia),
principalmente em áreas ou países de alto risco, para detectar a fase inicial ou mesmo lesões pré-malignas. Em
geral, os pacientes que já têm sintomas se apresentam com sinais de doença moderadamente avançada.
Tratamento
A cirurgia é o único método curativo. Em casos avançados, a cirurgia mesmo que não tenha a intenção
de curar, pode ser feita com a intenção de evitar sangramentos e obstrução.
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CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
Fatores de risco
Início da atividade sexual muito precoce. Muitos parceiros sexuais. Infecção pelo
vírus sexualmente transmissível papilomavirus. Tabagismo.
Sinais de alerta
Geralmente é assintomático. Sangramento e dor ocorrem no estágio final da
doença.
Diagnóstico precoce
O exame de Papanicolau é o método mais eficiente para o diagnóstico precoce.
Toda mulher deve consultar um ginecologista, anualmente, para controle.
Tratamento
Em geral é realizada cirurgia, ou radioterapia, ou ambos, dependendo do estadiamento. Lesões pré-
cancerosas podem ser eliminadas através de cauterização ou de uma cirurgia local. Não responde bem à
quimioterapia.
CÂNCER DE PÂNCREAS
Fatores de risco
Vários fatores estão envolvidos na etiologia Os principais são o fumo, e doenças
como pancreatite crônica e diabetes. Exposição prolongada a compostos como solventes e
petróleo parece aumentar o risco de câncer de pâncreas.
Cirurgia gástrica prévia, para tratamento de úlcera péptica, por exemplo, também parece
estar associada a um risco maior da doença.
Sinais de alerta
Icterícia (amarelão) com prurido. Massa abdominal. Perda de peso sem motivo
aparente. Dor no abdome superior, ou lombar inexplicáveis. Início súbito de diabetes.
Aparecimento súbito de diarréia gordurosa. Crise de pancreatite aguda.
Se o indivíduo fuma, o nível de suspeita deve ser dobrado.
Diagnóstico precoce
Raramente feito precocemente, devido a praticamente ausência de sinais precoces. Pode ser feito
através de ultrassom de abdomen, ou tomografia computadorizada, preferencialmente.
Tratamento
Tumores que não são pequenos, confinados ao pâncreas, são muito difíceis de tratar. A cirurgia é o
principal tratamento, quando não existem metástases e o tumor é ressecável. Para aliviar a dor da doença,
radioterapia e procedimentos cirúrgicos para livrar os ductos biliares, e bloqueios nervosos podem ser
efetivos.
A quimioterapia tem como função paliar sintomas, podendo dar um pequeno aumento na sobrevida.
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Principais diferenças entre neoplasia benigna e maligna:
1. Definição:
Segundo a OMS, Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um sinal clínico de desenvolvimento rápido de
uma perturbação focal cerebral, de possível origem vascular e com mais de 24 horas de duração.
2. Incidência:
maior na raça negra do que na branca;
3. Fatores de risco:
hipertensão arterial;
diabete mellitus;
doença cardíaca;
obesidade;
dislipidemia;
tabagismo;
uso de anticoncepcional;
sedentarismo;
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OBS:
infarto: ocorre quando um trombo ou êmbolo se prende na parede do vaso obstruindo o fluxo
sanguíneo;
hemorragia: fenômeno que priva de sangue os vasos à sua frente e o sangue extravascular ao
seu redor exerce pressão sobre o tecido encefálico ao seu redor;
aneurisma: resulta de um defeito nas camadas média e elástica do vaso sanguíneo que se
desenvolve com o passar dos anos ou pode ser congênito;
mal-formação artério-venosa: é uma anormalidade do desenvolvimento que resulta em uma
massa tipo espaguete de tamanhos variáveis dentro do tecido cerebral. É uma anormalidade
presente desde o nascimento, porém os sintomas se desenvolvem entre os 10 e 35 anos.
5. Classificação:
a) Isquêmicos:
Acidente Isquêmico Transitório (AIT): são os acidentes com perda focal da função cerebral,
de pequena duração, seguida por completa recuperação das deficiências neurológicas dentro de
24 horas.
AVE permanente ou completo: são os acidentes cujos sintomas ultrapassam mais que 24
horas e as deficiências neurológicas persistem por mais de 1 dia, além de serem estáveis (não
progridem nem melhoram).
AVE progressivo: são os acidentes vasculares que se formam gradativamente com o passar do
tempo. Como é progressivo, pode gerar sintomas anteriores.
b) Hemorrágicos:
São um tipo de AVE permanente com exceção das hemorragias subaracnóideas que são
progressivas (sangramento continuado ou hidrocefalia secundária)
Tipos:
1. Parenquimatoso:
alta mortalidade;
grave (vasoconstrição acessória impede o mecanismo de circulação colateral;
causas: rompimento de aneurisma, TCE;
características: instalação brusca, acompanhados de coma, hemiparesias, crises
convulsivas, perda hemissensorial, distúrbios neurovegetativos.
2. Subaracnóideo:
atinge o espaço subaracnóideo;
causas: mal-formação artério-venosa, aneurismas congênitos e adquiridos;
características: dor de cabeça intensa, com início abrupto e perda momentânea
da consciência; rigidez de nuca, vômitos e náuseas; ausência de hemiparesias; o
sangue percorre o espaço subaracnóideo podendo ser visualizado por punção
lombar e pode gerar hidrocefalia secundária, bem como sinais
meningorradiculares.
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6. Sinais e Sintomas:
Fig. 1- Paciente hemiparético à direita utilizando mola de Codeville em membro inferior parético
para favorecer a dorsiflexão.
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Fig. 2 – Polígono de Willis.
7. Diagnóstico:
história clínica;
exames complementares (TC, RM, Angiografia e LCR);
exame topográfico;
9. Tratamento fisioterápico:
Fase aguda- hospitalar (fisioterapia respiratória, fisioterapia motora: posicionamento, mudança
de decúbito, inibição ou estimulação correta do tônus muscular, cinesioterapia passiva, ativa
assistida e ativa livre, preparação para sedestação e bipedestação, se possível).
Fase crônica- fase ambulatorial (fisioterapia respiratória, se necessário; fisioterapia motora: uso
das técnicas terapêuticas dependendo do quadro motor do paciente. Técnicas: Conceito
Neuroevolutivo Bobath, Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva-FNP, Hidrocinesioterapia,
Cinesioterapia Convencional)
TROMBOSE
É o processo Patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração, do
individuo vivo.
TROMBO
É a massa sólida formada pela coagulação do sangue.
COÁGULO
Massa não estruturada de sangue fora dos vasos ou do coração
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Etiopatogênese
Resulta da ativação patológica do processo normal da coagulação sangüínea, que pode ocorrer quando existe:
1) Lesão endotelial
2) Alteração do fluxo sangüínea
3) Hipercoagulabilidade do sangue
Lesão endotelial
Principais causas
Placa ateromatosa
Hipertensão arterial
Hipercolesterolemia
Diabete melito
Tabagismo
Infecções agudas (endotoxemia)
Inflamações generalizadas
Reperfusão
Pré-eclâmpsia
Alteração do Fluxo
1) RETARDAMENTO SANGÜÍNEO
Insuficiência cardíaca
Dilatação vascular
Aumento do hematocrito
Aumento da viscosidade do sangue ou redução da contração (Bomba) muscular (Especialmente em
pacientes acamados)
Hipercoagulabilidade
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Quanto a presença de germes
Asséptico;
Séptico.
Quanto a sede
Cardíacos ou arteriais;
Venosos e capilares.
Quanto ao modo de implantação
Autóctones;
Progressivos.
Conceito
• Fatores predisponentes da coagulação Intravascular disseminada
Agentes infecciosos
Septicemia / Malária (P.Falciparum)
Complicações obstétricas
Embolia do líquido amniótico
Deslocamento prematuro da placenta
Morte fetal
Choque
Destruição tecidual
Traumatismo extenso
Queimaduras
Neoplasias malignas ( tumores mucosecretores – leucemias)
Toxinas (venenos de serpentes)
Embolia
Consiste em um corpo sólido, líquido ou gasoso (êmbolo) transportado pelo sangue e capaz de obstruir um
vaso.
90 % originados dos trombos (troboembolia)
Tipos de Embolias
Tromboembolia
Tromboembolia arterial
Embolia do líquido amniótico
Embolia Gasosa Arterial
Embolia arterial
Embolia tumoral
Embolia gordurosa
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ISQUEMIA:
Etimologia:
Conceito:
Deficiência no aporte sangüíneo a determinado órgão ou tecido por diminuição da luz de artérias,
arteríolas ou capilares.
A isquemia pode ter como conseqüência o infarto branco ou isquêmico,
Etiopatogenia:
Causas funcionais:
Espasmo vascular (dor e frio)
Hipotensão acentuada;
Hemoglobina alterada (carboxihemoglobina);
Causas mecânicas:
Compressão vascular (neoplasias, fragmentos ósseos, calos ósseos,
hematomas, abscessos, cicatrizes);
Obstrução vascular (trombose, embolia);
Espessamento da parede vascular com diminuição da luz (arteriolosclerose
,arterites).
Conseqüências:
• Dependem de:
• Velocidade com que se instala (lenta ou rápida);
• Grau de redução do calibre da artéria afetada (total ou parcial);
• Vulnerabilidade do tecido;
• Eficiência da circulação colateral.
LESÕES DE REPERFUSÃO:
Conceito:
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“Infarto é uma área circunscrita de necrose tecidual causada por isquemia absoluta prolongada devida
a distúrbio da circulação arterial ou venosa".
Infarto branco
Obstrução arterial em órgãos sólidos como coração, rins e baço que possuem circulação terminal (pouca
circulação colateral).
Infarto vermelho
Área avermelhada devido à intensa hemorragia. Em órgãos frouxos (ex : pulmão) com rica circulação
colateral. Causa: obstrução arterial ou venosa.
CHOQUE
Define-se como choque a condição fisiopatológica caracterizada clinicamente por hipotensão severa, pressão
arterial sistólica menor que 90 mmhg, ou ainda sistólica menor que 30 mmhg do basal conhecido, capaz de
desencadear respostas clínicas variáveis na dependência de má perfusão e lesão tecidual Ou ainda a
Insuficiência Circulatória Instalada com lesão tissular. Didaticamente foi divido em três modalidades que
podem também associar-se. São elas: Cardiogênico, Séptico e Hipovolêmico.
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Tipos e Classificação
Cardiogênico
O Cardiogênico é definido como alteração cárdio-vascular em que o principal evento é a falência parcial ou
total da função miocárdica.
Sendo o coração caracterizado como bomba de ejeção capaz de produzir pressão e consequente fluxo, a
circulação sanguínea é dependente totalmente da integridade cardíaca. As causas clínicas mais comuns são:
IAM, miocardiopatia avançada, tamponamento pericárdico e valvulopatia ( EA ).
Séptico
Hipovolêmico
A hipotensão reflete a possibilidade de ofertar oxigênio e nutrientes ao tecido, portanto desencadeando mau
funcionamento dos órgãos vitais, poupando ao máximo o tecido cerebral.
• Palidez cutâneo-mucosa,
• Sudorese fria e confuso.
• À monitorização observa-se diminuição da saturação o que impõe ofertar O2 através de catéteres ou
máscara.
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Para distinguir os diferentes tipos de choque, a história clínica e dados de exame fornecem elementos
para definição que pode não ocorrer em mais de 50% dos casos.
• Não é simples determinar o tipo de choque, porém cabe ao médico e paramédico tratar os
sintomas do choque.
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