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Universidade do Estado de Mato Grosso

Docente: Roscéli Kochhann

Disciplina: Introdução ao Jornalismo

Discentes: Ana Lucia Rodrigues

Cristiane Resende

Eliana Cavalcante

Francilde macedo

Paula Núdia

Steffany Cardoso

Yasmine Mônica Sousa Martins

Zilda Arcanjo

Resumo do seminário tema Rádio

Michael Faraday e Guglielmo Marconi o início do radio

Tudo começou com Michael Faraday, grande sábio inglês que descobriu
em 1831 a indução magnética, assim como a grande contribuição dada por
James C. Maxwell que descobriu matematicamente a existência das ondas
eletromagnéticas diferente somente em tamanho, das ondas de luz, mas
com a mesma velocidade (300.000 Km/s). Outro personagem que marcou a
história das comunicações foi Thomas A. Edison quando em 1880
descobriu que colocando em uma ampulheta de cristal um filamento e uma
placa de metal separada entre si e ligando-se o filamento ao negativo e uma
bateria e a placa ao positivo, constatava-se a passagem de uma corrente
elétrica da placa para o filamento e nunca em sentido contrário. Grande
contribuição também foi dada pelo professor alemão Henrich Rudolph
Hertz que comprovou na prática em 1890 a existência das ondas
eletromagnéticas, chamadas hoje de “Ondas de Rádio”. Suas experiências
basearam-se na teoria de Maxwell, Hertz descobriu que ao fazer saltar uma
chispa em seu aparelho oscilador, saltavam também chispas entre as pontas
de um arco de metal colocado a certa distância denominado ressonador.
Hertz demonstrou com essa experiência que as ondas eletromagnéticas têm
a mesma velocidade que as ondas de luz. Em sua homenagem, as ondas de
rádio passam a ser chamadas de “Ondas Hertzianas”, usando-se também o
“Hertz” como unidade de frequência.

As primeiras transmissões radiofônicas

Mais tarde em 1893 o padre, cientista e engenheiro gaúcho Roberto Landell


de Moura testa a primeira transmissão de fala por ondas eletromagnéticas,
sem fio. Graças a ele, a Marinha Brasileira realizou, em um de março de
1905, diversos testes de mensagens telegráficas no encouraçado
Aquidaban. Todavia, o primeiro mundo reconhece o cientista Guglielmo
Marconi como o “descobridor do rádio”. Marconi, natural de Bolonha,
Itália, realizou em 1895 testes de transmissão de sinais sem fio pela
distância de 400 metros e depois pela distância de dois quilômetros. Ele
também descobriu o princípio do funcionamento da antena. Em 1896
Marconi adquiriu a patente da invenção do rádio, enquanto Landell só
conseguiria obter para si a patente no ano de 1900. Essa polêmica da
invenção do rádio se compara à da invenção do avião, no início do século
XX, em que o primeiro mundo credita aos irmãos Wright, dos EUA, a
invenção do veículo aéreo, embora tenha sido o mineiro Alberto Santos
Dumont seu pioneiro (o Wright não registraram imagens e suas
experiências de voo, enquanto Dumont realizou testes com seu 14-Bis
diante de multidões em Paris, França, em 1906).

Roberto Landell de Moura

É considerado um dos vários "pais" do rádio, no caso o pai brasileiro do


Rádio. Foi pioneiro na transmissão da voz humana sem fio (radio emissão e
telefonia por radio) antes mesmo que outros inventores tivessem
transmitido sinais de telegrafia por rádio.

Pelo seu pioneirismo o Padre Landell é o patrono dos radioamadores do


Brasil. A Fundação Educacional Padre Landell de Moura foi assim batizada
em sua homenagem, assim como o CPQD (Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento) criado pela Telebrás em 1976, foi batizado de "Roberto
Landell de Moura".
O Padre Landell de Moura nasceu na cidade de Porto Alegre (RS) em
1861. Realizou seus estudos iniciais em Porto Alegre e São Leopoldo, antes
de seguir para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Em companhia do
seu irmão Guilherme, seguiu para Roma, matriculando-se a 22 de março de
1878 no Colégio Pio Americano e na Universidade Gregoriana. Completou
sua formação eclesiástica em Roma, formado em Teologia e ordenado
sacerdote em 1886. Quando voltou ao Brasil, substituindo frequentemente
o coadjutor do capelão do Paço Imperial, no Rio, manteve longos diálogos
científicos com D. Pedro II. Depois disso, serviu em uma série de cidades
do interior de São Paulo. Em Roma iniciou seus estudos de física e
eletricidade. No Brasil, como autodidata continuou seus estudos, pois
estava em um dos grandes centros de pesquisa do mundo à época: São
Paulo. O Exército Brasileiro em homenagem ao insigne cientista gaúcho
concedeu em 2005 a denominação histórica de "Centro de Telemática
Landell de Moura" ao 1° Centro de Telemática de Área, organização
militar de telecomunicações situada na cidade de Porto Alegre.

Pioneiro na transmissão da voz, utilizando equipamentos de rádio de


sua construção patenteados no Brasil em 1901, e posteriormente nos
Estados Unidos em 1904. Landell transmitiu a voz humana por meio de
dois veículos, o primeiro, um transmissor de ondas que utilizava um
microfone eletromecânico de sua invenção que recolhia as ondas sonoras
através de uma câmara de ressonância onde um diafragma metálico abria e
fechava o circuito do primário de uma bobina de Ruhmkorff, e induzia no
secundário dessa bobina uma alta tensão que era irradiada ou através de
uma antena ou de duas esferas centelhadas. A detecção era feita por
dispositivos que foram sendo melhorados ao longo do tempo.

O segundo meio utilizado pelo cientista era através do aparelho de


telefone sem fio, que utilizava a luz como uma onda portadora da
informação de áudio. Neste aparelho as variações das pressões acústicas da
voz do locutor eram transformadas em variações de intensidade de luz, de
acordo com a onda de voz, que eram captadas em seu destino por uma
superfície parabólica espelhada em cujo foco havia um dispositivo cuja
resistência ôhmica variava segundo as variações da intensidade de luz. No
circuito de detecção havia apenas o dispositivo fotossensível, uma chave,
um par de fones de ouvido e uma bateria. Por utilizar a luz como meio de
transporte de informação Landell é considerado um dos precursores das
fibras ópticas.

O Padre Landell executou estudos e experiências a partir de 1892 em


Mogi das Cruzes, e, em 1893, em Campinas e em São Paulo onde efetuou
uma demonstração pública de seu invento no dia 3 de junho de 1900 sendo
noticiada pelo Jornal do Comércio de 10 de junho de 1900:

"No domingo próximo passado, no alto de Santana, na cidade de São


Paulo, o padre Landell de Moura fez uma experiência particular com
vários aparelhos de sua invenção. No intuito de demonstrar algumas leis
por ele descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da
eletricidade através do espaço, as quais foram coroadas de brilhante êxito.
Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, Percy Charles Parmenter
Lupton, representante do governo britânico, e sua família".

Em 1903, Artur Dias, em seu livro "Brasil Actual" faz referência a Landell
de Moura, descrevendo, entre outras coisas, o seguinte:

“logo que chegou a S. Paulo, em 1893, começou a fazer experiências


preliminares, no intuito de conseguir o seu intento de transmitir a voz
humana a uma distância de 8, 10 ou 12 km, sem necessidade de fios
metálicos”.

Após alguns meses de penosos trabalhos, obteve excelentes resultados


com um dos aparelhos construídos. O telefone sem fios é reputado a mais
importante das descobertas do Padre Landell, e as diversas experiências por
ele realizadas na presença do vice-cônsul inglês de S. Paulo, Sr. Percy
Charles Parmenter Lupton, e de outras pessoas de elevada posição social,
foram tão brilhantes que o Dr. Rodrigues Botet, ao dar notícias desses
ensaios, disse não estar longe o momento da sagração do Padre Landell
como autor de descobertas maravilhosas".

O êxito das experiências do Padre Landell não teve acolhido pela


imprensa e autoridades brasileiras da época, conforme se verifica em
reportagem publicada no jornal La Voz de España, (editado em S. Paulo),
no dia 16 de dezembro de 1900 em que diz: Quantas e que amargas
decepções experimentou Padre Landell ao ver que o governo e a imprensa
de seu país, em lugar de o alentarem com aplauso, incentivando-o a
prosseguir na carreira triunfal, fez pouco ou nenhum caso de seus notáveis
inventos.

Estava em Campinas quando, numa tarde, ao retornar da visita a um


doente, encontrou a porta da casa paroquial arrebentada e seu laboratório e
instrumentos completamente destruídos. Visto por uma população
ignorante como "herege", "impostor", "feiticeiro perigoso", "louco",
"bruxo" e "padre renegado" por seus experimentos envolvendo
transmissões de rádio dois dias antes em São Paulo, pagou com sofrimento,
isolamento e indiferença sua posição de absoluto vanguardismo científico.

Em junho de 1900, por carta, Landell de Moura doou seus inventos ao


governo britânico, como registrou em pesquisa para doutorado na USP, em
1999, o historiador da ciência Francisco Assis de Queiroz.

Em 1903, ao retornar ao Brasil após uma estadia de três anos nos Estados
Unidos, ainda teve energia para enviar uma carta ao presidente da
República, Rodrigues Alves. Solicitava dois navios da esquadra de guerra
para demonstrar seus inventos que revolucionariam a comunicação (até
mesmo para comunicação interplanetária, acertadamente sugeriu).

O assistente do presidente, no entanto, preferiu interpretá-lo como um


"maluco" e o pedido foi negado. Na Itália, quando fez um pedido
semelhante, Marconi teve toda a esquadra à disposição. Landell só
conseguiria realizar demonstrações públicas de seu invento com navios da
Marinha em 1905 e mesmo assim não conseguiu financiamento privado ou
governamental para continuar suas pesquisas nem para construir
equipamentos de rádio em escala industrial.

Landell de Moura, em 09 de março de 1901 obteve para seus inventos a


patente brasileira número 3.279, meses depois seguiu para os Estados
Unidos, e em 04 de outubro de 1901 deu entrada no The Patent Office of
Washington, DC pedindo privilégio para suas invenções, tendo obtido, em
11 de outubro de 1904 a patente 771.917, para um transmissor de ondas; a
22 de novembro de 1904, a patente 775.337 para um telefone sem fio e a
775.846 para um telégrafo sem fio. Seu trabalho foi notícia em 12 de
outubro de 1902, no Jornal americano "The New York Herald", em
reportagem sobre experiências desenvolvidas na época, inclusive por
cientistas americanos, alemães, ingleses dentre outros, na transmissão de
sons sem uso de aparelhos com fio. Ressalta o jornal: Cópia da patente
estadunidense para o telefone sem fio, registrada em 1904:

"Por entre os cientistas, o brasileiro Padre Landell de Moura é muito


pouco conhecido. Poucos deles têm dado atenção aos seus títulos para ser
o pioneiro nesse ramo de investigações elétricas. Mas antes de Brigton e
Ruhmer, o Padre Landell, após anos de experimentação, conseguiu obter
uma patente brasileira para sua invenção, que ele chamou de
Gouradphone".

O jornal publica uma ampla reportagem sobre Landell de Moura, sua


vida e obra, completada por uma fotografia do Padre, intitulada "Padre
Landell de Moura - inventor do telefone sem fio".

Em sete de setembro de 1984, em Porto Alegre, foi feita uma


demonstração pública utilizando-se um rádio montado com os mesmos
materiais usados à época por Landell de Moura, tendo sido transmitidas
algumas palavras pronunciadas pelo então Governador do Estado . Em
1904 descobriu o método que hoje é conhecido como Bioeletrografia ou
Fotografia Kirlian. Os originais das anotações do Padre Roberto Landell de
Moura estão no Museu Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.

Surgimento do rádio no Brasil

A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu no dia 7 de setembro


de 1922, durante a inauguração da exposição de Centenário da
Independência na Esplanada do Castelo. O publico ouviu o
pronunciamento do Presidente da Republica , Epitácio Pessoa , a ópera o
Guarani , de Carlos Gomes, transmitida diretamente do Teatro Municipal .
Desde 1922 as experiências com radio clubes vinham sendo realizadas;
entretanto , foi somente em 1923, que Roquete Pinto inaugurou a primeira
emissora de radio , a Radio Sociedade. No ano seguinte, foi inaugurada a
Radio Clube do Brasil. Em 1926, foi inaugurada a Radio Mayrink Veiga ,
seguida da Radio Educadora , além de outras da Bahia, Pará e
Pernambuco .

A década de 30 marcou o apogeu do radio como veiculo de


comunicação de massa, refletindo as mudanças pelas quais o país passava.
O crescimento da economia nacional atraia investimentos estrangeiros , que
se encontravam no brasil um mercado promissor. A indústria elétrica ,
aliada a indústria fonográfica , proporcionaram um grande impulso a
expansão radiofônica .

Quando a radio nacional foi fundada, no ano de 1936 ,o mundo inteiro


ainda mal refeito da primeira grande guerra esperava pela eclosão de um
conflito . no brasil, Getúlio Vargas governava com aprecia de alguma
legalidade . Fora eleito por uma assembleia constituinte, por ele mesmo
nomeada, em 1934. Entretanto o golpe que viria a implantar o estado novo
encontrava-se em gestação. O governo conseguia a pouco debelar a
intentona comunista, liderada por Carlos Prestes. Foi nesse cenário, que a
radio nacional foi concebida. A radio nacional marcou a radiofonia no
Brasil. Em seus quadros, brilhavam os talentos de Iberê Gomes grosso,
Luciano perrone, almirante, radames gnattali e Dorival Caymmi. Em 1940,
a radio nacional foi encampada pelo governo de Getúlio Vargas, a
programação ganhou novo formato, sob direção de Gilberto de Andrade.

O auge do radio no Brasil, ocorreu a partir dos anos 40, quando o país
assiste o surgimento de ídolos , novelas e revistas a expor o meio artístico.
Dessa época são nomes como Mario lago, Cauby Peixoto, Emilinha Borba,
Paulo Gracindo, Janete Clair e muitos outros que eram retratados na revista
do radio de Anselmo domingos .

Apesar de ter garantido por varias décadas papel de destaque na


sociedade brasileira , em fins da década de 1950 , com a concorrência da
televisão, o começou a perder prestigio , uma vez que a recente novidade
reunia não apenas som, mas também imagem. Além do mais ficava caro
manter um cast de atores e atrizes.

Rádios AM e FM

Rádio AM significa o processo de transmissão radiofônica por meio da


amplitude modulada (alterando o comprimento das ondas
eletromagnéticas). É transmitida em várias bandas de frequência. Sua
principal característica é o longo alcance dos sinais. Porém, a frequência
AM está sujeita às interferências de outras fontes eletromagnéticas.
Com relação à maneira de falar, possui uma linguagem mais quente e mais
próxima do ouvinte. Os programas produzidos em AM buscam maior
intimidade com o ouvinte. Embora essas emissoras também busquem a
segmentação junto ao público ouvinte, é visível a preocupação com a
cumplicidade e participação de quem ouve a rádio. Seja na notícia, na
utilidade pública ou no entretenimento, a forma de falar é mais extensiva e
explicativa.

Breve histórico das rádios AM:

No mundo – Em meados dos anos 1.906, iniciaram-se as primeiras


transmissões usando a frequência por Reginald Fessenden. Foi amplamente
utilizada até a Primeira Guerra Mundial, para a transmissão de músicas e
recados diversos. Em após, foi decaindo.

No Brasil – As primeiras transmissões AM surgiram com a emissora


de Roquette-Pinto que, em 1.923, fundou a Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro (atualmente, Rádio MEC, isto é, Rádio Música, Educação e
Cultura, tem duas freqüências no Rio, sendo uma “AM 800 kHz” e a outra,
“FM 98.9 MHz” e uma em Brasília, “AM 800 kHz”).

Em síntese, as Frequências AM foram fundamentais na vida do brasileiro


em meados do século XX. As rádios de longo alcance, como, por exemplo,
a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a Super Rádio Tupi e a Rádio Record,
que atingiam quase 100% do país, ajudaram a propagar os times cariocas e
paulistas de futebol por todo o Brasil. Também informavam e informam
ainda hoje, aos ouvintes de todas as regiões brasileiras, os fatos referentes
aos estados onde estão instaladas e muitos acontecimentos que são do
interesse nacional.

Em rádios AM encontramos, geralmente, programas de caráter mais


popular preenchendo as seguintes características¹:

a) Programas de entretenimento – Ex.: Programa Eli Corrêa - Rádio


Capital;

b) Programas de prestação de serviços – Ex.: Rádio Bandeirantes AM;

c) Programas de informação de notícia – Ex.: Rádio Jovem Pan AM.


Rádio FM é o processo de transmissão radiofônica por meio da
frequência modulada (alterando o número de ondas eletromagnéticas
instantâneas). É transmitida em inúmeras bandas de frequência. Sua
principal característica é a recepção em alta-fidelidade (qualidade técnica),
em outras palavras, o áudio é agradável de se ouvir. Entretanto, seu alcance
é pequeno (quase o mesmo da TV).

Com relação à linguagem, esta é mais direta e objetiva, visando buscar o


ouvinte pela instantaneidade. O perfil do ouvinte do FM não é ligado a uma
só emissora como no AM. Pois, este ouvinte busca a música ao invés do
diálogo. É comum o ouvinte mudar de estação quando a emissora veicula
seus comerciais ou quando o locutor começa a falar muito. As FMs
apresentam ainda uma característica bem peculiar das AMs: seus
comunicadores segmentam também a forma de apresentar os programas.

Breve histórico das rádios FM:

No mundo – Em 1.933, o sistema FM foi demonstrado pelo


americano Edwin Armstrong aos executivos da Radio Corporation of
America (RCA). Seis anos mais tarde, Armstrong inicia a operação da
primeira FM em Nova Jersey, nos EUA. A partir de 1.942, são produzidos,
também nos EUA, os primeiros emissores em frequência modulada.

No Brasil – Entra no ar, em Manaus, Amazonas, a primeira FM


Estéreo no Brasil e na América Latina (AL), a Rádio Tropical FM. No ano
de 1.969 é criado o Grupo Bel e com ele a segunda rádio FM no Brasil e na
AL, a 98FM.

A produção no FM apresenta uma característica mais musical devido ao


conteúdo da sua programação. Entre elas, normalmente destacam-se²:

a) Programas de variedades;

b) Programas informativos;

c) Programas de entrevistas;

d) Programas de músicas (com organização de horários destinados ao


público jovem, adulto, infantil, sertanejo, religioso, etc.).
Tipos de Rádios Comunitária, pirata e livre.

Rádio comunitária; a origem das rádios comunitárias esta ligada as


experiências de “rádios populares de autofalantes”, conhecidas como
rádios-postes, que ocorreu no Brasil nos anos 80. Em que muitas
organizações comunitárias utilizavam esse meio para levar mensagens aos
moradores locais.

Nessas rádios-postes o serviço de som funciona como produto da


própria comunidade. Aos poucos entrou em declínio esse tipo de
transmissão através de autofalantes, começaram então a surgir as emissoras
propriamente ditas comunitárias como a “rádio livre Paulicéia e a rádio
novos rumos”. Assim nasceu a expressão “rádio comunitária”,
tipicamentente Brasileira. Mas como classificar uma rádio comunitária
primeiramente devemos entender que esse termo, vai muito mais além do
que apenas estar instalada em uma comunidade e contar suas histórias.

Podemos definir uma rádio comunitária a partir dos seguintes termos;


sem fins lucrativos, programação comunitária, gestão coletiva, favorecer a
participação do povo no microfone e até na produção e transmissão de
programas próprios, valorização da cultura local, compromisso com a
cidadania e democratização da comunicação.

Assim uma rádio comunitária que segue esses termos é facilmente


reconhecida pelo o trabalho que desenvolve, junto a comunidade, ou seja,
ela transmite uma programação de interesse social vinculada à realidade
local, não tem fins lucrativos, contribui para ampliar a cidadania,
democratizar a informação, melhorar a educação informal e o nível cultural
dos receptores sobre temas relacionados às suas vidas. Enfim a emissora
radiofônica comunitária permite ainda a participação ativa e autônoma das
pessoas residentes na localidade e de representantes de movimentos sócias
e outras formas de organizações coletivas na programação, nos processos
de criação planejamento e gestão da emissora. (peruzzo,1998.p,01).

Por conseguinte, em 19 de fevereiro de1998, foi criada pelo governo


federal a lei 9.612, essa lei responde as reinvindicações de diversas
entidades que lutam pela regulamentação da radiodifusão comunitária. De
acordo com a lei 9.612, seria um serviço de rádio locais de baixa potência
(limite de 25 watts e com cobertura restrita a um raio de um km),poderiam
se habilitar essa prestação de serviço exclusivamente às associações ou
fundações comunitárias com atividade local. A legislação deixa claro que
todas as emissoras de baixa potência deveriam ser comunitárias.

O movimento de rádios livre surge no Brasil nos anos 70, as primeiras


rádios livres nascem da atitude de rádios amantes que tinham apenas o
prazer de praticar a radiofonia e dos jovens roqueiros que estavam cansados
das mesmices das emissoras comerciais. O marco inicial desse movimento
é a “rádio paranoica”, de vitória no Espirito Santo, criada por dois irmãos
em outubro de 1970 e fechada em 1971, ela é considerada a primeira rádio
livre do país. Sua programação entrava das 8hs as 22hs, atravessando a
Hora do Brasil e tinha como slogan “paranoica a única que não entra em
cadeia com a agencia nacional”, a transmissão da rádio foi interrompida de
maneira violenta pela polícia e seus equipamentos destruídos e os donos
presos. No entanto ela voltou a funcionar em 1983, e continua no ar ate ao
dias atuais mas com o nome de rádio sempre livre.

O movimento de rádios livre no Brasil pode ser dividido em três


momentos distintos; primeiro o verão de 82 em Sorocaba, onde fazer rádio
virou febre local. Segundo o boom de1985, detonado pela rádio xilik, da
PUC-sp quando ideário europeu toma conta da imprensa escrita. O terceiro
e atual momento, estimulado pelas lutas, pela democratização da
comunicação e pela apreensão em 1991 da rádio reversão, uma das
primeiras rádios livre regular no Brasil.

No inicio da década de 80, as primeiras emissoras eram apenas para


curtição de jovens e rádio amantes, mas depois instalaram emissoras
sensíveis às grandes causas com intuito de discutir a centralização dos
meios de comunicações e as questões socioeconômicas e políticas do
país.Com esse proposito surge a rádio xilik e uma das maiores inspirações
para o movimento de rádio livre. Ela foi criada em 1985, por professores e
estudantes da PUC-SP e da USP, as primeiras transmissões foram feitas de
dentro do centro acadêmico de ciências sociais PUC para o público da
própria instituição. Os organizadores da rádio insistiam na prática da
desobediência civil, ou seja, não concordavam com a lei em vigor sobre
instalação e utilização dos meios de telecomunicações. A rádio xilik fechou
após ter difundido o movimento de rádio livre o qual era o seu principal
objetivo.
Em síntese, as rádios livres mesmo que algumas possam ter surgido de
aventuras sem maiores pretensões políticas, são no conjunto um protesto
aos instrumentos massivos e uma tentativa de conquistar a liberdade de
expressão a qualquer preço (peruzzo,1998,p,5).

Rádios piratas são emissoras que utilizam o rádio como veículo comercial
altamente lucrativo geralmente, elas entram no dial de emissoras
legalizadas atrapalhando a programação. O termo rádio pirata surgiu na
Inglaterra no final da década de 50, para combater o monopólio estatal dos
grupos de telecomunicações. Algumas emissoras eram montadas em barcos
fora do território da Grã Bretanha a fim de burlar a tutela do estado. Já no
Brasil, a denominação “rádio pirata” é utilizada para denominar as
emissoras irregulares perante o estado. No inicio do movimento o termo ate
chegou a ser usado por alguns integrantes, no entanto com o avanço do
mesmo o comportamento mudou e em 1985, a rádio xilik lançou o slogan
“piratas são eles, nós não estamos atrás do ouro”. Atualmente, as
autoridades brasileiras e as associações empresariais de rádio difusão
chamam de piratas todas as rádios livres e comunitárias (não
legalizadas).Para eles as emissoras piratas causam interferências no sinal
das estações legalmente constituídas.

Outra polêmica também divulgada até hoje é utilizada para


criminalizar as rádios livres, é que elas provocam interferências nos
aparelhos de comunicação dos aviões causando acidentes na aterrissagem.
Porém até hoje não se comprovou nenhum acidente causado por rádio
pirata.

Radio comercial brasileiro

No início da década de 1930, surge o rádio comercial, após a emissão


de um decreto permitindo a inserção publicitária - Decreto nº 21.111, de 1º
de março de 1932, que autorizava 10% da programação da rádio a ter
comerciais (atualmente é 25%), a situação havia mudado e o rádio se
tornara um veículo mais popular. Como resultado, a produção erudita
passou a ser popular e os interesses dos proprietários passaram de
educativos para mercantis. Por outro lado, a competição gerou
desenvolvimento técnico, popularidade e status às emissoras. A década de
30 marcou o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa. A
autorização do governo Vargas para a veiculação de publicidade no rádio,
em março de 1932, deu ao novo meio um impulso comercial e popular. No
mesmo ano, o governo começou a distribuir concessões de canais a
indivíduos e empresas privadas.

Ainda nos anos 1930, aparece a propaganda política. Também surgem


os programas de auditório, com a participação popular. Ao longo da década
de 1930 o rádio foi se mostrando um veículo de publicidade
economicamente rentável. A Legislação promulgada em 1932 oferecia
soluções para o problema da sobrevivência financeira das emissoras, ao
mesmo tempo em que garantia ao Estado uma hora diária da programação
em todo o território nacional para a transmissão do programa oficial do
governo. O rádio trouxe inovações técnicas e modificou hábitos,
transformando-se na maior atração cultural do país. Desde 1932 a Rádio
Philips investia no Programa Casé com base na música popular brasileira,
que representou uma revolução na forma de apresentar programas de rádio.
Foi Adhemar Casé, juntamente com Nássara, quem criou os primeiros
jingles publicitários. Seu programa foi pioneiro em abrir espaços para
patrocinadores e em veicular quadro humorísticos.

As empresas multinacionais foram as primeiras a utilizar o rádio na


publicidade. Os programas de auditório e as rádios-novelas tinham o
patrocínio de marcas como Philips, Gessy e Bayer. Na política, o rádio
também exerceu enorme influência: a propaganda eleitoral, o
pronunciamento do presidente fazia parte da programação e alcançavam
milhares de ouvintes/eleitores. O rádio evolui rapidamente em todo o país,
a ponto de preocupar o governo, estimulando a criação do Departamento
Oficial de Propaganda (DOP), depois transformado no Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP). Esse novo departamento tinha o poder de
fiscalizar e censurar a programação das emissoras de rádio. Em 1935 ,
nasce a Voz do Brasil , programa criado por Armando Campos, amigo de
infância de Getúlio, com a intenção de ajuda-lo, colocando suas ideias para
a população escutar, e assim serem a favor de seu governo. Passou ser
transmitido em 22 de julho de 1935, com o nome de "Programa Nacional”
De 1935 a 1962, foi levado ao ar com o nome de Hora do Brasil.

Em 1939 o Decreto Lei 1.915 cria a Hora do Brasil com o objetivo de


“Centralizar, coordenar, orientar e superintender a propaganda nacional, e
servir como elemento auxiliar dos ministérios, entidades públicas na parte
que interessava à propaganda nacional”. Existiam cerca de 77 emissoras
de rádio no País. Em 1938, o programa passou a ter veiculação obrigatória,
somente com a divulgação dos atos do Poder Executivo, sempre das 19 às
20 horas da noite, horário de Brasília. Em 1962, a Lei nº 4117, que institui
o Código Brasileiro de Telecomunicações e cria a obrigatoriedade de
paralisar a programação das emissoras de rádio para a transmissão do
programa “Voz do Brasil”. A Voz do Brasil é um noticiário radiofônico
público, que vai ao ar diariamente em praticamente todas as emissoras de
rádio aberto do Brasil, às 19:00h, horário de Brasília, fazendo parte da
história de radiodifusão brasileira, além de ser o programa mais antigo do
rádio.

Entre as décadas de 1930 a 1950, o rádio viveu sua chamada Era de


Ouro, como o principal meio para divulgação de informações, artistas e
talentos, junto ao Cinema. Em 1934, surgiu a Rádio Mayrink Veiga, no Rio
de Janeiro. Em 1935 foi criada a Rádio Jornal do Brasil e a Rádio Tupi e
em 1936 , aparece a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que liderou
audiência por 20 anos e transformou os padrões de linguagem do rádio
brasileiro.

Primeira ameaça do radio (TV)

A época do ouro do radio termina com o surgimento no Brasil da


televisão. Quando ela surgiu foi buscar no rádio seus primeiros
profissionais, além de imitar os seus quadros e carregando para si a
publicidade. Para enfrentar a concorrência com a televisão, o radio vai
procura uma linguagem mais econômica.

As primeiras mudanças acontecem na redução da fase do vitrolão: muita


musica e poucos programas. Como o faturamento era menor, as emissoras
passaram a investir menos, tanto em produção quanto em equipamento e
pessoal técnico e artístico. Assim o radio aprendeu a trocar os astros e
estrelas por discos e fitas gravadas, as novelas pelas noticias e as
brincadeiras de auditório pelos serviços de utilidade púbica . Agora o
sentido do radio estava voltado para atender as necessidades regionais
principalmente ao nível da informação. As empresas começaram a se
especializar e procurar públicos específicos.
O radiojornalismo ganha impulso. Em 1954, a Radio Bandeirantes , de
São Paulo destaca em sua programação o noticiário, com a entrada de
noticias a cada quinze minutos e boletins a cada três minutos e acaba se
tornando a pioneira a influenciar outras emissoras. Porém é na área
eletrônica que o radio encontra seu mais forte aliado, o transistor começa a
revolucionar o mercado. O radio se apresenta com uma comunicação ágil,
noticiosa e de serviços. O transistor junto com outros avanços tecnológicos
da ao radio o seu maior faturamento, pois é possível escutar radio em
qualquer lugar, a qualquer hora sem precisa liga-lo a tomada. Em 1959, o
radio brasileiro começa a apresentar um radiojornalismo mais atuante
permitindo ao vivo que reportagens fossem transmitidas na rua e
entrevistas fora do estúdio.

Em 1959 a Radio Jornal do Brasil , do Rio de Janeiro, lança um


programa de utilidade publica do jornalista Reinaldo Jardim, com o
objetivo de restabelecer o dialogo com o ouvinte. O serviço de utilidade
publica surgiu no radio , divulgando achados e perdidos. Posteriormente
esses serviços vão se ampliando e criando outros setores , por exemplo A
Radio Panamericana , de São Paulo instala um serviço particular de
meteorologia. Já outras emissoras começam a dar prioridade a divulgar as
condições das estradas, ofertas de emprego, etc.

A Radio Tamoio, do Rio de Janeiro buscou outro esquema coloca na


programação “musica exclusivamente musica” essa alternativa passou a
caracteriza a programação radiofônica nos anos 60, pois alcançavam
também grande sucesso comercial. Nos anos 60, começam a operar as
primeiras emissoras em Fm- frequência modulada. As emissoras FM foram
as responsáveis por uma mudança no meio da comunicação do radio que
era desconhecido desde o surgimento da televisão, no inicio dos anos 50.

A primeira emissora brasileira a explorar as emissoras Fm foi a Radio


Imprensa , do Rio de Janeiro , nos anos 70,esse tipo de transmissão
utilizava canais abertos , surgindo um numero bastante elevado de emissora
operando Fm, todas voltadas para a musica . A primeira emissora a operar
exclusividade nas ondas de frequência modulada foi a Radio Difusora de
São Paulo –Fm. Outras emissoras começam a dar ênfase ao dialogo com o
publico, surgem programas de trocas de informações, exemplo o “show da
manha” da Radio Panamericana, de São Paulo, onde o locutor Kalil Filho
montou uma verdadeira rede de troca de informações que iam desde
receitas culinárias a fontes de pesquisas para trabalhos escolares . Já em
1967, essa emissora junto com uma equipe de jornalistas muda sua imagem
de esportiva para jornalísticas e prestação de serviços. A reportagem de rua
é intensificada e a informação esta presente agora a qualquer hora do dia
ou da noite . A partir dos anos 70, o radio começa a se especializar mais
nas faixas sociais, culturais e econômicas da sociedade e nos diferentes
horários procurando uma linguagem apropriada para os padrões das classes
que desejam atingir.

O governo mostra a sua preocupação em relação a expansão e ao


conteúdo da radio difusão sonora ,criando em 1976 a Radiobras- Empresa
Brasileira de Radiodifusão com a finalidade de organizar emissoras , opera-
las e explorar os serviços de radiodifusão do governo federal, promover e
estimular a formação e o treinamento de pessoal especializado , além de
prestar serviços no campo de radiodifusão .

Em 1980, é criada a Sociedade Central de Radio, seus objetivos eram o


fortalecimento da imagem do radio , melhor comunicação com o mercado ,
mudanças nas pesquisas de audiência , centralização de informações sobre
o meio e a procura da valorização comercial. Outro destaque nos anos 70,
nas produções radiofônicas, que produziam programas com artistas
famosos e assuntos de interesse do momento começaram a vender as
gravações para as emissoras de menor porte que não tinham condições de
realizar essas produções.

O radio esportivo sempre foi um dos setores mais opinativos de toda a


programação do radio. As transformações esportivas desde o inicio se
caracteriza por ser uma recriação do fato para o ouvinte com toda a emoção
que as palavras podem conseguir. A criação de imagens mentais é tão
poderosa a ponto de ser muito mais emocionante ouvir uma partida pelo
radio do que assisti-la ao estádio.

Segunda ameaça do radio (internet)

A webrádio tem praticamente as mesmas características do rádio no seu


conceito original, mas apresenta um novo formato estrutural e de
programação, com vantagens e desvantagens em comparação com uma
emissora convencional. Para Martins (2008), a webrádio pode ser entendida
como uma constelação de gêneros que abriga formatos antigos, novos e
híbridos. Até o momento é comprovada a ampliação da interatividade
possibilitada pelo ciber espaço, como defende Barbeiro e Lima (2001) ao
dizer que os internautas buscam mais alternativos midiáticos dentro de uma
rádio na internet, eles querem consultar arquivos, obter dados, ouvir
programas já apresentados, comunicar-se com a direção da radio,
apresentadores, comentaristas e programadores. Na rede mundial de
computadores, a webrádio se torna interativa e multimídia com um sistema
“embrionariamente digita”. O surgimento da webrádio (emissoras
exclusivas para a internet) tem ampliado o serviço disponível, estreitando a
relação com cibe ouvintes. Através dos chats, banco de dados com
informações e listas de discussões, a emissora potencializa seus serviços,
oferecendo algo a mais para o usuário da internet. A tecnologia pode
ampliar a prestação de serviços e entretenimento e não apenas os serviços
de áudio e texto com fotos e arquivos de dados. A sinergia do meio está
levantando novas formas de agregação de valor para fidelizar os ouvintes
virtuais. São os cibe ouvintes, que, na rede mundial, buscam uma nova
forma de comunicação e na plataforma multimídia, algo diferente do que
está sendo colocada à disposição por uma emissora convencional. O
ouvinte já não é o único público alvo: o usuário das redes, de forma geral,
também está no foco dos produtores de conteúdo. O rádio experimenta,
nesse momento, novas concepções temporais e ganha dispositiva antes
inacessível. Com o advento da internet, o rádio deixou de ser apenas um
meio de comunicação local, pois com a conexão virtual pode ser ouvido em
qualquer lugar do planeta. Esse processo de convergência mostra que o
espaço virtual evoluiu vertiginosamente disponibilizando outra dimensão e
atacando outro público. “Na rede, o rádio viu a possibilidade de
disponibilizar arquivos, de ganhar temporalidade, de estreitar a relação com
o ouvinte ou usuário”, em caso da webrádio.

Radio em MT

Foram criadas rádios clubes e rádios sociedade. A primeira radio clube foi
fundada em 25 de dezembro 1924, em Campo Grande- MS. Dedicava-se a
produção radiofônica.
No inicio dos anos 30, Deodato Gomes Monteiro, com um aparelho
receptor montado por ele mesmo, captou noticias sobre o movimento de 30
que depois o pres. Washington Luiz espalhou essas noticias pela cidade
Cuiabá.

Deodato atuou captando essa noticia e emitindo boletins informativos. A


policia fez uma busca e fechou 6 rádios em Cuiabá na época todas
construídas por ele.

Em 33, Deodato construiu um modulador transmitindo noticias para outras


cidades do Estado. Esse retransmissor foi importante para que em 1934
fosse fundada no dia 18 de fevereiro a rádio Sociedade de Cuiabá.

Deodato foi o pioneiro de Mato Grosso, abrindo dessa maneira a


comunicação para o resto do mundo. Em 35, Deodato montou um
transmissor para Vercy Jacob, e comprou outro aparelho em São Paulo,
começando a operar Voz do Oeste. Em 39, a Voz do Oeste, transmitida
programas improvisadas a poucos receptores de Cuiabá foi considerada
como instrumento de utilidade publica. A Voz do Oeste despertava a
população de Cuiabá, crescendo o numero de aparelhos receptores.

Em 1955- Radio Cultura de Cuiabá.

Em 1959- Radio Difusora Bom Jesus de Cuiabá

Durante a dec. 70, inauguram a radio Clube AM em Rondonópolis, e a


radio Cuiabana de Melodias FM em Cuiabá.

Em 1993, o Estado de MT, passou a contar  com 53 radios- 38 AMs e 15


FMs.

Esse crescimento na dec. 80 se deu mais por questão politica. O Ministro


da Comunicação Antônio Magalhaes, que distribui 88 centenas de
autorização de radio para os deputados do País em troca de votação, para os
5 anos de mandato de Jose Sarney, ocorrendo novamente ao mandato de
Fernando Cardoso, entregando concessões de Radio comunitárias em troca
de eleições.
Texto lido no final do seminário

MEU NOME É RÁDIO

“Meu nome é rádio, minha mãe é dona Ciência, meu pai é Marconi”.

Sou descendente longínquo do telégrafo, sou o pai da televisão.

Fisicamente sou um ser eletrônico.

Meu cérebro foi formado por válvulas, minhas artérias são fios por onde
corre o sangue das palavras.

Meus pulmões são tão fortes que consigo falar com pessoas dos mais
distantes pontos deste pequeno planeta chamado Terra.

Minha vitamina chama-se quilowatt. Quanto mais quilowatts me dão, mais


forte eu fico e mais longe eu falo.

Hoje, graças as baterias que me alimentam eu posso simultaneamente levar


informações aos contrafortes das cordilheiras, às barrancas dos rios, ao
interior de veículos que trafegam no centro nervoso das grandes cidades, à
beira plácida dos lagos, à cabeceira dos doentes nos hospitais, aos operários
nas fábricas, aos executivos nos escritórios, aos idosos que vivem só e às
crianças que só vivem.

Eu falo aos religiosos, aos ateus, às freiras, às prostitutas, aos atletas, aos
torcedores, aos presos, aos carcereiros, banqueiros, devedores. Falo aos
estudantes e professores…

Seja você quem for, eu chego lá, onde quer que você esteja!

Ao meu espírito resolveram chamar “ondas”.

Eu caminho invisível pelo espaço para oferecer ao povo a palavra, a


palavra nossa de cada dia.

Mas estou sempre sujeito a cair em tentação e às vezes não consigo me


livrar de todo mal.

Quando eu nasci, meu pai me disse que eu tinha uma missão: ajudar a fazer
o mundo melhor, entrelaçando os povos de todas as partes deste planeta.

Meu nome é rádio.


Eu não envelheço, me atualizo.

Materialmente eu sou aperfeiçoado a cada dia que passa.

As grandes válvulas do meu cérebro foram substituídas por minúsculos


componentes eletrônicos.

Os satélites de comunicação, gigantescos engenhos girando na órbita deste


planeta, permitem hoje que eu seja mais universal, mais dinâmico e menos
complicado, como meu pai Marconi queria que eu fosse.

Minha forma técnica tem sido aperfeiçoada a milhares de anos luz, mas eu
acho que no todo, o meu conteúdo ainda necessita ser burilado e
melhorado, e trabalhado e aperfeiçoado.

Tenho noção, mas eu já perdi a conta, do número de pessoas que eu ajudei


indicando caminho, devolvendo a esperança, anulando a tristeza,
conseguindo remédios, sangue, documento perdido, divulgando
nascimentos e passatempos.

Mas eu não sou tão sério assim como eu posso estar parecendo.

Na verdade, um dos meus principais interesses é fazer com que as pessoas


vivam mais alegres.

Por isso, passo grande parte do meu tempo ensinando as pessoas a cantar e
a dançar, minha grande vontade é a de ser amigo, sempre.

O amigo que todos gostariam de ter: útil nas horas sérias, alegre nas
brincadeiras e responsável… sempre!

No esporte tô sempre em cima do lance; nos dois lados da rede das


bolinhas de tênis ou de voleibol, e lá vem bola, na área do futebol, jogou na
cesta tô lá, nadou, pulou, saltou, pegou, virou, driblou…

Pode ser no pequeno clube da periferia ou nos grandes estádios Olímpicos.

Tenho noção de minha força política. Com uma notícia que dou, eu posso
ajudar a eleger o diretor de um clube ou derrubar um presidente.

Entendo minha grande responsabilidade de agente acelerador das


modificações sociais.

E morro de medo, que me transformem em um mentiroso alienador.


Sem querer ser vaidoso, eu posso até afirmar que se eu não tivesse nascido,
o mundo não seria o mesmo.

Meu nome é rádio.

Eu não quero ser mal entendido.

Eu sou apenas um instrumento.

Para fazer tudo isso que eu disse que faço eu preciso de uma equipe, de
seres humanos, humanos!

Que não tenham medo do trabalho, que entendam de alegria, emoções,


fraternidade, que saibam sentir o pulso do campo e o coração da grande
cidade.

E que tenham noção básica de tudo aquilo que fazemos é para conquistar
ouvidos.

O que jamais conseguiremos, se nos esquecemos, que minha existência se


deve ao número dos que me ouvem.

O rádio vale pelo volume e a qualidade dos seus ouvintes.

Eu podia fazer muito mais, mas às vezes falta dinheiro pra fazer tudo o que
quero.

Eu sei que posso realizar o sonho do meu pai e mudar o mundo pra melhor.

Outro dia fiquei muito triste quando ouvi um tal de Hélio Ribeiro dizer que
eu, o rádio, sou “a maior oportunidade perdida de melhorar o mundo”

Eu sou apenas o instrumento.

Eu preciso de gente que me entenda, me respeite e que me ajude a cumprir


a minha missão.

Ah, com alegria, muita alegria… Se possível”

Texto de Hélio Ribeiro escrito para a Rádio Excelsior no Dia do Rádio em


1989.

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