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do pesquisad
O processo de registro
Círio de Nazaré co
Patrimônio Cultural Brasile
324
ista
dor: Do ponto de vista
do pesquisador:
o do O processo de registro do
Círio de Nazaré como
omo Patrimônio Cultural Brasileiro
eiro
MÁRCIO COUTO HENRIQUE
universidade federal do pará, Brasil
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Henrique, M. C.
outra, estão presentes em qualquer pes- utilizados por Iglesias para sensibilizar
quisa qualitativa, compõem o quadro de os empresários locais. Contrariando a
uma “estratégia específica de autoridade versão da Diretoria da Festa, do início
etnográfica” (Clifford 1998:21), que ao fim o projeto faz referências ao Círio
certamente influenciará no desenrolar de Nazaré. No item “Apresentação”
das entrevistas e, por extensão, na quali- consta que
dade dos dados construídos. “A festa das ‘Filhas da Chiquita’ que
No campo dos constrangimentos, cito acontece todos os anos em outu-
aquele que foi, a meu ver, o maior de bro, na véspera do Círio, no dia da
todos, motivo de calorosas discussões trasladação, em frente ao teatro da
paz, já é tradicional no meio cultural
com os membros da Diretoria da Festa:
da cidade. Ela é esperada por todos
a manifesta vontade dos diretores no como forma de celebrar, comemorar
sentido de excluir do inventário e do dos- a passagem da procissão de Nossa
siê final a Festa da Chiquita, vista por eles Senhora de Nazaré, e da conscien-
como prática profana, ofensiva, sem re- tização de que não vale a pena viver
lação alguma com o Círio de Nazaré. A preconceitos.” (Iglesias 2002:3)
Festa da Chiquita é realizada desde 1978,
O projeto anunciava, ainda, que na Festa
organizada por grupos homossexuais de
da Chiquita haveria a “coroação da rainha
Belém que atribuem ao evento caráter
do círio” e que todos estariam “irmana-
de contestação ao preconceito, de busca
dos num único objetivo, que é con-
de espaço e reconhecimento social. Tem
fraterniza (sic), sem preconceitos, com
início na noite do sábado que precede a
todos os seguimentos da sociedade:
procissão principal do Círio de Nazaré e
Políticos, Religiosos, Culturais, Sexuais,
acontece num dos lugares por onde passam
etc, já que o Círio de Nossa Senhora de
as procissões da Trasladação (procissão que
Nazaré é a nossa maior festa, o natal
faz o trajeto do Círio no sentido contrário,
dos paraenses” (Iglesias 2002:3). O item
no sábado anterior) e do Círio, em frente
“Objetivos” dizia que o objetivo geral da
ao chamado Bar do Parque, na Praça da
festa era “Comemora (sic) a grande festa
República (IPHAN 2006).
religiosa dos paraenses, o Círio de Nossa
A pesquisa do IPHAN coincidiu com Senhora de Nazaré” (Iglesias 2002:3).
uma data bastante significativa para os
Note-se a habilidade de Elói Iglesias em
organizadores da Festa da Chiquita: os 24
utilizar o discurso de confraternização,
anos de realização da festa. Meses antes
celebração e irmandade associado ao
do Círio de 2002, o “cantor, composi-
Círio de Nazaré a fim de sensibilizar a
tor e performer” Elói Iglesias, principal
classe empresarial para apoiar a comemo-
organizador do evento, circulava pela
ração do baile de 24 anos das “Filhas da
cidade de Belém com ofício em que
Chiquita”. Ao mesmo tempo, ele insere
solicitava apoio empresarial à comemora-
no projeto a preocupação dos organiza-
ção. Anexo ao ofício havia uma espécie de
dores com o combate ao preconceito
projeto intitulado “As Filhas da Chiquita
sexual. De todo modo, tanto o projeto
– o Baile, 24 anos” com os argumentos
de comemoração dos 24 anos da festa
secular que, a partir daquele momento, Para os próprios pesquisadores esta in-
deveriam enxergar como um “bem cul- flexão, que exigia novo olhar sobre o
tural” de natureza imaterial. Círio de Nazaré, não era natural. Eis que
o IPHAN, com base no avanço teórico da
Segundo o Decreto 3.551, de 4 de agosto
discussão sobre a noção de patrimônio,
de 2000, no Livro de Registro das
chamava atenção para o necessário alarga-
Celebrações “serão inscritos rituais e
mento da compreensão dos significados
festas que marcam a vivência coletiva do
daquela prática que, tradicionalmente, era
trabalho, da religiosidade, do entreteni-
definida como “religiosa”, mas que agora
mento e de outras práticas da vida social”
e, principalmente para os fins do dossiê,
(BRASIL 2000).7 Conforme observou
precisava ser pensada como “prática cul-
Carlos Sandroni, o Decreto 3.551
tural” de natureza imaterial, portadora de
“não contém uma definição explícita múltiplos sentidos, inclusive o religioso.
do patrimônio imaterial. Mas tem Seria necessário, portanto, desnaturalizar
uma definição implícita estabelecida
o Círio de Nazaré, ampliando a percep-
por dois meios: quatro listas de tipos
de bens passíveis de inclusão, orga-
ção de seus significados e deixando de
nizadas segundo os diferentes livros vê-lo apenas como representativo da cul-
de registro; e a definição, como crité- tura e religiosidade paraense. Era funda-
rio geral de inclusão, da ‘continuidade mental, a partir da evidente continuidade
histórica do bem e sua relevância na- histórica deste bem cultural, evidenciar
cional para a memória, a identidade e em que medida ele era relevante para a
a formação da sociedade brasileira’.” memória nacional e expressava os múltiplos
(Sandroni 2010:374) processos que configuraram a constituição
É verdade que, de longa data, a dimen- da identidade nacional brasileira.
são cultural do Círio de Nazaré tem sido Conforme observou Roberto Cardoso
percebida, principalmente por ocasião de Oliveira (1996), nossa maneira de
de conflitos entre os devotos e a Dire- ver a realidade influencia previamente
toria da Festa. Em “O Carnaval devoto” o modo como dirigimos nosso olhar
(1980), por exemplo, o antropólogo Isidoro para o objeto de nossa pesquisa. Algo
Alves chamou atenção para o que ele semelhante ocorre quanto ao “ouvir”,
identificava como “dois discursos sobre pois a teoria social que adquirimos du-
a Festa de Nazaré, um tratando-a como rante a formação acadêmica também
uma festa religiosa no sentido estrito e pré-estrutura nosso olhar. Não se pre-
portanto sob o comando da autoridade tende aqui exigir retrospectivamente
religiosa ou a quem ela delegar poderes dos pesquisadores nenhum tipo de neu-
(a Diretoria da Festa) e, outro, como tralidade, mas apenas chamar atenção
uma festa popular, proporcionadora para a necessidade de problematizar a
de manifestações mais livres e espon- relação entre as informações obtidas
tâneas (...)” (Alves 1980:15). Veja-se ou registradas e o mundo particular
que os aspectos culturais do Círio eram, de cada pesquisador. Nesse sentido,
então, identificados ao “popular”, em além de todos os integrantes da equipe
oposição ao discurso religioso.
serem da Amazônia, sete eram de for- diato nos colocar inteiramente de fora”
mação católica, com diferentes graus de (1980:19). Os Círios de si e dos outros
envolvimento e participação em ativi- acompanhavam o antropólogo e toda
dades da Igreja Católica. O consultor a sua equipe, importunamente fazendo-os
era antropólogo com vasta pesquisa e lembrar que eles não estavam “chegando a
publicações acadêmicas sobre catoli- Belém” como exigia a atitude antropológica.
cismo popular e inserção nos movi-
Deve-se ressaltar, entretanto, que a
mentos católicos desde a juventude.
questão do estranhamento, bem como
Entre os demais integrantes, 3 eram ex-
a valorização das narrativas dos entrevista-
seminaristas: o supervisor, que chegou
dos, eram temas frequentes nas reuniões
a concluir o curso de Teologia e 2 dos
da equipe de pesquisa. Por outro lado,
pesquisadores com o curso incompleto
este exercício de estranhamento ou de
de Filosofia nos tempos de formação
distanciamento constitui desafio
no seminário católico. Um terceiro pes-
constante, mas possível de ser alcan-
quisador realizou pesquisa de monogra-
çado, em todas as pesquisas em que se
fia de conclusão do curso de Ciências
faz necessário transformar o “familiar”
Sociais discutindo o tema da Renovação
em “exótico”, como tão bem tem
Carismática Católica. Apenas um dos
demonstrado a Antropologia (Velho
pesquisadores era ligado a uma igreja
1978). Isso tudo implica em dizer que é
protestante, de confissão presbiteriana.
preciso considerar que o texto do dos-
Não se está sugerindo que a equipe de siê, apesar de embasado nas informa-
pesquisa deveria ser necessariamente ções obtidas diretamente dos devotos,
multi-confessional para garantir a quali- de membros da Diretoria da Festa ou
dade do trabalho. Mas certamente que do clero católico, está marcado também
pesquisadores cuja experiência com o pela subjetividade dos pesquisadores e,
Círio de Nazaré fosse mais distanciada principalmente, dos autores do texto
poderiam apontar para outras questões, final do dossiê enviado à Brasília para
diminuindo o risco de se criar uma leitura fundamentar o pedido de registro, que
“católica” de um ritual “católico”. Isidoro conferiram às diversas pesquisas e en-
Alves atentou para este risco ao afirmar trevistas caráter de conjunto, eviden-
em “O carnaval devoto”, cuja pesquisa de ciado no próprio dossiê.
campo fora feita entre 1974 e 1976, que
Ligado a isso está o fato de que todos
“procuramos nos situar na posição do
os entrevistados eram católicos. Certa-
etnógrafo que, chegando a Belém, passa
mente teria sido interessante entrevis-
a observar uma grande festa vivida pela
tar pessoas ligadas a outras religiões ou
população local” (1980:19). Mas, consci-
mesmo pessoas não ligadas a nenhuma
ente dessa dificuldade, admitiu que “não
religião, a fim de perceber como elas se
deixou de ser um esforço muito grande,
relacionam com o Círio de Nazaré. O
pois na realidade, como residente na ci-
que os não-católicos ou não-religiosos
dade e participante em anos anteriores da
fazem durante o Círio? Como eles rea-
Festa de Nazaré, não poderíamos de ime-
gem ao verem os espaços da cidade de
dam com a escolha dos elementos con- salvaguarda do patrimônio cultural ima-
siderados essenciais no Círio de Nazaré? terial”, da UNESCO, afirma que
Independentemente daquilo que o “este patrimônio cultural imaterial,
poder público registra oficialmente que se transmite de geração em gera-
como patrimônio, os grupos populares ção, é constantemente recriado pelas
constroem suas próprias interpretações. comunidades e grupos em função
de seu ambiente, de sua interação
Assim, apresentar determinada práti-
com a natureza e de sua história,
ca cultural como patrimônio cultural gerando um sentimento de identi-
brasileiro pode ser forma de conferir- dade e continuidade e contribuindo
lhe maior prestígio, pouco importando assim para promover o respeito à
se no registro oficial tal manifestação diversidade cultural e à criatividade
consta como essencial ou associada. humana” (UNESCO 2003).
Estas inquietantes vozes do “outro”
A “adequação” de determinadas práti-
parecem indicar uma possibilidade de
cas culturais aos esquemas classificatóri-
preenchimento das “lacunas” que San-
os das agências governamentais nacio-
droni apontou nas pesquisas sobre cul-
nais ou internacionais é uma construção
tura imaterial, reunindo dois pontos de
que envolve múltiplos sujeitos e o que
vista antagônicos:
consta nos dossiês finais nem sempre
“Um, que poderíamos chamar de dá conta de toda a complexidade e
‘demasiado ingênuo’, supõe que riqueza da prática cultural registrada. O
o patrimônio imaterial já existe, dossiê serve para evidenciar a represen-
plenamente criado por grupos lo- tatividade de determinada prática cul-
cais, antes da chegada de quaisquer
tural com relação à identidade nacional/
agentes de políticas públicas ou pes-
quisadores, e posterior inclusão em cultural brasileira. Evidentemente, nem
listas, inventários e proclamações sempre se dá o mesmo espaço a todas
nacionais e internacionais. O outro, as vozes, o que tem a ver com os crité-
que seria talvez ‘demasiado sagaz’, rios das agências governamentais, com
afirma que o patrimônio imaterial as escolhas dos pesquisadores e também
foi imposto, como uma armadilha com as disputas entre os próprios sujei-
da governamentalidade, a comuni- tos ligados ao bem cultural em questão.
dades que nunca teriam conhecido Afinal, essas disputas fazem parte do
semelhante quimera: um passado campo da cultura. Conforme assinalou
vivo, íntimo e reverenciado.” (San-
Thompson, as lutas de classes – termo
droni 2010:386)
hoje fora de moda – também estão per-
A noção de patrimônio cultural imaterial meadas por conflitos de valores, sendo
é histórica, expressa percepções de um que a experiência de classe também
tempo e lugar determinado acerca do pode ser percebida na cultura, pelo em-
que pode ser considerado patrimônio, bate entre padrões morais ou convicções
do que merece ser preservado, por ter religiosas. Isto porque os valores de um
profundas ligações com a identidade determinado grupo não surgem ou não
nacional. A própria “Convenção para a se constroem independentemente do
Formas de Expressão e 4º. Livro de Regis- dades do Santuário de Nazaré. A partir do sé-
tro dos Lugares. culo XIX, o arraial foi alvo de intensa cam-
panha de “moralização” por parte da Igreja,
8
Conferir Ficha de Identificação do Al-
preocupado com os “excessos” profanos
moço do Círio, IPHAN, 2004.
dos devotos em tal espaço. Atualmente, é
9
Com relação ao aspecto polissêmico do um espaço cercado por muros e grades, sob
catolicismo na Amazônia, conferir Maués o controle da Diretoria da Festa de Nazaré.
1995 e Figueiredo 2008. 18
Alegorias são os carros que acompanham
10
Conferir o tópico “História”, no endereço a procissão do Círio e remetem aos mila-
eletrônico http://autodocirio.ufpa.br/, gres de Nossa Senhora de Nazaré, além de
acesso em 15 de janeiro de 2011. outros aspectos da devoção. Os Brinquedos
de miriti são feitos do caule da palmeira miriti
11
A Procissão Principal do Círio, realizada
e reproduzem miniaturas da fauna e flora da
todo segundo domingo de outubro, cor-
Amazônia, além de elementos do imaginário
responde ao traslado da imagem de Nossa
da região.
Senhora de Nazaré da Catedral da Sé, no
bairro da Cidade Velha, até a Praça San- 19
Procissão fluvial em que a imagem de
tuário, no bairro de Nazaré. Nossa Senhora de Nazaré é transportada
em navio da Marinha pela baía do Guajará,
12
A chamada Imagem Original é a que, se-
recebendo homenagens ao longo do trajeto.
gundo a tradição, teria sido “achada” pelo
caboclo Plácido, em 1700. Por razões de se- 20
Com relação a esta discussão sobre
gurança, esta imagem permanece guardada “tradição”, agradeço a Cleodir Moraes pelo
no Santuário de Nazaré. A Imagem Peregrina produtivo diálogo.
é a que é conduzida pelos devotos no Círio.
Possui feições mais próximas da fisionomia
dos devotos da região amazônica e foi con- REFERÊNCIAS
feccionada no final da década de 1960.
Airosa, L. O. V. 2008. Cidade das Mangueiras: acli-
13
A Trasladação é realizada à noite, no matação da mangueira e arborização dos logradouros
sábado que antecede a procissão principal belenenses (1616-1911). Dissertação de Mestrado.
do Círio. A imagem da santa é conduzida Programa de Pós-Graduação em História, Uni-
do Colégio Gentil até a Catedral da Sé, per- versidade Federal do Pará, Belém.
fazendo o percurso do Círio ao contrário.
Alves, I. 1980. O carnaval devoto: um estudo sobre
14
Espécie de andor onde é transportada a a festa de Nazaré, em Belém. Petrópolis: Vozes.
imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
Bakhtin, M. M. 1983. Dialogic imagination.
15
Atualmente com cerca de 450 metros, a Austin: University of Texas Press.
Corda é atada à Berlinda e simboliza a ligação
dos promesseiros com Nossa Senhora de BRASIL, Governo. Decreto nº 3551, de 4 de
Nazaré. agosto de 2000. Institui o Registro de Bens Cul-
turais de Natureza Imaterial que constituem
16
Cerimônia que marca o encerramento da patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa
festividade de Nazaré. A imagem da santa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras
retorna em procissão ao Colégio Gentil. providências. Disponível em: http://www.
17
Espaço de festa, lazer, comércio e ponto planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3551.
de encontro dos devotos, situado às proximi- htm, Acesso em 3 out. 2006.
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